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Ao analisar as perspectivas de Durkheim e os padrões revelados por dados estatísticos,

torna-se claro que o suicídio não é exclusivamente um fenômeno individual ou social, mas
sim uma complexa interseção entre ambos. Os fatores sociais moldam os contextos nos quais
as decisões individuais são tomadas, influenciando a predisposição ao suicídio. Assim,
reconhecer a coexistência desses aspectos é fundamental para desenvolver estratégias eficazes
de prevenção e oferecer o suporte necessário tanto a nível individual quanto social.

O que é um fato social?

[…]

Suicídio e o fato social

O suicídio é um fato social para Durkheim porque o suicídio deriva das condições que
os indivíduos se encontram socialmente. Esse princípio pode ser explicado a partir das
análises de dados que correspondiam à mortalidade dos suicidas feitas por Durkheim que se
baseava em alguns fatores sociais como explicativos para o suicídio, fatores tais como; a) o
encontro com a crença de um futuro que nunca estará sob seu controle – suicídio fatalista –
esse pensamento pode ser encontrado por exemplo em situações de escravidão, b) ao não
sentir-se integrado nem pertencente socialmente – suicídio egoísta – a igreja católica tem
fundamental importância quando se trata na preservação da vida dos seus seguidores por se
mostrar mais presente, c) deixar-se morrer por se considerar um farto para um grupo –
suicídio altruísta, d) períodos de rápidas transformações que convulsionem a ordem – suicídio
anômico – períodos de recessão ou crescimento econômico, divórcios, morte do cônjuge.

Análise dos gráficos e como eles se relacionam com o suicídio sendo um fato social

Primeiro gráfico: Taxas de suicídio por gênero no Brasil de 1980 a 2006

Mesmo que a sociedade cobre dos dois gêneros injustamente, as taxas de suicídio
aumentam quando se trata do gênero masculino. Isso decorre do fato da cobrança física e
retirada de algo fundamental no ser humano; as paixões/ os sentimentos. Foi imposto aos
homens no decorrer da história a insensibilidade e que sempre devem atingir as expectativas

Discentes: João Victor Farias da Exaltação e Luis Antônio Santos Lima


da sociedade mostrando-se útil, quase como um objeto. Devido a isso, é mais comum que não
procurem ajuda profissional e não encontrem apoio social ou afetivo.

Segundo gráfico: Taxas de suicídio por grupos de idade no Brasil de 1980 a 2006

O fato de que quanto mais velho, mais incitado a cometer suicídio é o indivíduo pode
se relacionar com as abordagens de Boudon sobre Durkheim em relação à duas modalidades
de suicídio; o suicídio anômico e o suicídio autruísta.

Os adultos estão quase sempre expostos em suas vidas à eventualidades de


conturbação nos seus ciclos sociais, sejam econômicos, demográficos, afetivos, etc. Ou seja,
estão muitas vezes inseridos em estado de anomia. São esses ciclos que vão possibilitar a sua
sobrevivência em sociedade; compra de suplementos básicos (econômico), sensação de
pertencimento e proteção (afetivo), possibilidade de moradia e deslocamento (demográfico), e
quando abalados o indivíduo não é capaz sozinho de seguir em frente, devido à essas pode
haver o suicídio anômico.

Em relação aos idosos pode ser que seja mais comum ser dada a condição de suicídio
altruísta, devido ao fato de serem constantemente excluídos da sociedade e inseridos na
condição de inutilidade pelo sistema por conta de suas condições físicas e as vezes mentais,
por exemplo a dificuldade de ser aceito no mercado de trabalho. Se vendo na condição de
inutilidade para um grupo, é possível que recorra ao suicídio altruísta.

Terceiro gráfico: Distribuiçao das taxas de suicídio nas regiões brasileiras de 1980 a
2006

Os índices de menor taxa de suicídio se concentram nas regiões Norte e Nordeste do


país, enquanto nas regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul são maiores quando comparados.
Em relação as áreas com menor índice de suicídio, esses fatos podem decorrer de
questões de desenvolvimento educacional positivo, favorecendo para o bem estar mental,
dificultando por exemplo a ideia de um suicídio anômico ou altruísta. Enquanto nas outras
regiões, a maior taxa de suicídio pode se relacionar devido ao machismo que os homens estão

Discentes: João Victor Farias da Exaltação e Luis Antônio Santos Lima


inseridos, que leva eventualmente a um pensamento de inutilidade, e posteriormente a ideia de
suicídio altruísta.
Ao analisar as perspectivas de Durkheim e os padrões revelados por dados estatísticos,
torna-se claro que o suicídio não é exclusivamente um fenômeno individual ou social, mas
sim uma complexa interseção entre ambos. Os fatores sociais moldam os contextos nos quais
as decisões individuais são tomadas, influenciando a predisposição ao suicídio. Assim,
reconhecer a coexistência desses aspectos é fundamental para desenvolver estratégias eficazes
de prevenção e oferecer o suporte necessário tanto a nível individual quanto social.

Discentes: João Victor Farias da Exaltação e Luis Antônio Santos Lima

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