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José Outeiral
Certas religiões não permitem que o suicida seja enterrado junto com os
outros mortos ou o corpo do suicida não pode receber rituais religiosos. A
imprensa, por exemplo, evita divulgar notícias sobre suicídio a partir da
idéia de que este comportamento possui uma característica indutora. Idéia
que não deixa de conter certo sentido. Na verdade, após W. Goethe (1749-
1832) ter publicado sua novela Os sofrimentos do jovem Werther (1774),
narrando o suicídio de um jovem que tem um amor contrariado, inúmeros
adolescentes tentaram e conseguiram se suicidar quando suas pretensões
amorosas não eram correspondidas, originando a Síndrome de Wherter. Os
suicídios coletivos também não são eventos raros e temos muitos exemplos
destas condutas em momentos de guerra, como aconteceu, por exemplo,
entre os militares japoneses durante a Segunda Guerra Mundial frente a
derrota, ou como atos religiosos extremamente primitivos, como aconteceu
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determinadas épocas do ano (nos finais de ano nos defrontamos com mais
tentativas de suicídio e, mesmo, suicídios do que em outras épocas, assim
como é mais comum no inverno do que no verão).
As contribuições da psicanálise
...há suicídio quando a vítima, no momento em que comete o ato que deve
por fim aos seus dias sabe, com toda a certeza, o que daí deve
resultar...Um homem que conscientemente se expõem por outrem, sem
saber se o desfecho da situação lhe traz ou não a morte, não é, sem
dúvida, um suicida, como não o é o imprudente que em pleno
conhecimento de causa brinca com a morte embora procurando evitá-la,
ou o apático que, não tendo nada que o prenda à vida, não cuida da
saúde e a compromete por negligência...
Bibliografia
Cassorla, R. Do suicídio. Estudos brasileiros. Papirus Editora. Campinas.
1991
Outeiral, J. Adolescer. Terceira edição. Revinter. Rio de Janeiro. 2008