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Introdução
PSICOSE
Jorge, 10 anos, veio à consulta por apresentar auto e hetero agressividade e dificuldades de
paranóide e regressão a nível psicótico. Este caso é contra-indicado pela dificuldade de
estabelecer vínculos, em decorrência da ansiedade paranóide, e pelo nível de comunicação
predominantemente pré-verbal, em função da regressão.
Após estes procedimentos técnicos iniciais, em que vimos ser aquelas crianças contra-
indicadas para terapia grupal, iniciamos as duas outras etapas, ou seja, Grupo Diagnóstico e
Testagem Psicológica.
Deteremos-nos aqui em esclarecer o que entendemos por Grupo Diagnóstico e quais os
objetivos de Testagem Psicológica, assim como descrever o que transcorreu num destes
grupos e quais as crianças que foram indicadas para iniciar o tratamento.
O Grupo Diagnóstico visa observar a interação das crianças entre si, para podermos
determinar quais as que realmente possuem condições de um tratamento conjunto. Nas
sessões se oferece à criança matéria de brinquedo (adequado a etapa evolutiva) e de desenho.
Estimula-se a verbalização das razões pelas quais vieram à consulta como também desenhar e
brincar livremente. É esclarecido a elas, que estas duas outras entrevistas primeiras serão para
determinar qual dos tratamentos individual ou grupal, será o mais adequado a cada uma delas.
Os elementos que pretendemos obter deste Grupo Diagnóstico são os seguintes são os
seguintes: Tipos de interação, nível predominante de expressão (verbal ou não verbal) papéis
que assumem no grupo, modalidade de expressão da agressividade, nível intelectual,
capacidade de tolerar a presença dos outros e compartilhar o terapeuta.
Iniciamos um grupo diagnóstico com 7 crianças. Observamos que Carlos, Conceição, Ana e
Nilo começaram a verbalizar seus problemas com certa facilidade, desenharam com
criatividade, mostraram boa interação e inclusive, capacidade de ajudar os outros
componentes.
Outras duas crianças Suzana e Cristiana, que nas entrevistas individuais mostraram
diagnóstico. Já nas primeiras entrevistas notou-se que não só ficaram mais tímidas como
também ansiosas não puderam verbalizar nem se expressar graficamente de forma adequada
a sua idade. Paulo que na entrevista individual não deixou transparecer sua hipermotilidade, no
grupo mostrou-se muito hipercinético, levantando a todo instante, exigindo colocação de limites
e perturbando a interação do grupo.
Fizemos uma reavaliação nestes casos solicitando testes psicológicos tendo sido concluído
que Suzana e Cristina eram portadores de Deficiência Mental moderada, porém que impediu
um trabalho razoável a nível das demais crianças, e Paulo por ser portador de Disfunção
Cerebral Mínima onde a hipercinesia era muito acentuada, não pode também continuar no
grupo.
Na terceira sessão, as crianças foram inteiradas de que três dos presentes seriam
afastados, pois conforme tínhamos combinado na primeira reunião estavam ali para
verificarmos quais os que poderiam se beneficiar com terapia grupal u individual, e que para
Suzana, Cristina e Paulo o tratamento em grupo não seria melhor.
Foi constituído, então, um grupo de psicoterapia Breve com Nilo, Carlos, Conceição e Ana,
remanescentes do grupo diagnóstico.
Caracterizaremos os motivos pelos quais julgamos que estas crianças são indicadas para
este tipo de tratamento.
Nilo, 9 anos, 3ª série primária, veio à consulta por agressividade com os irmãos e queda no
rendimento escolar, sintomas ligados à uma crise familiar determinada por um acidente com
seu pai.
Carlos, 9 anos, 3ª série primária, consultou por apresentar ansiedade e aparecimento de
lesão dermatológica perioral , provocada por um “tic” que consistia em passar a língua ao redor
da boca. Estes sintomas surgiram após conflito familiar intenso desencadeado pela vinda da
família de Minas Gerais para Porto Alegre, por vontade do pai e revelia dos demais membros
da família.
Conceição, 10 anos, 3ª série primária, veio com queixas de agressividade com os pais,
choro constante, sentimentos de abandono, não procurando com que sair ou brincar, sintomas
surgidos desde a menarca ocorrida há alguns meses.
Ana, 8 anos, 2ª série primária, desejava muito uma irmã e deste o último aborto de mãe,
ocorrido há três meses, apresenta rebeldia com os pais, insônia, crise de choro e fuga para a
casa da vizinha, onde nasceu uma criança há dois meses.
Estas crianças foram indicadas especialmente pelos seguintes aspectos:
a) em todos os casos havia um nítido fator desencadeante;
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