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SUICÍDIO

FATORES DE RISCO
ALUNOS: ANNA CAROLINE

FACULDADE DAMIÃO DE ASSIS DA SILVA

DEINNIS NAGNNER DA SILVA


ESPER NATÁLIA GOMES DA SILVA MACHADO
A morte voluntária não é algo novo; ela está presente na
história mundial, sendo encontrada até em antigos
relatos mitológicos. O termo “suicídio”, porém, só foi
criado em 1653 pelo médico inglês Thomas Browne
(BERTOLOTE, 2012).

Segundo José Manoel Bertolote, há uma certa polêmica


nas discussões acerca da definição do suicídio.

Para evitá-las, parte-se da definição sugerida pela OMS,


explicada por Bertolote: [...] o suicídio é o ato deliberado,
intencional, de causar a morte a si mesmo, ou, em outras
palavras, um ato iniciado e executado deliberadamente
por uma pessoa que tem a clara noção (ou uma forte
expectativa) de que dele pode resultar a morte, e cujo
desfecho fatal é esperado (BERTOLOTE, 2012, p. 21)
O suicídio é multicausal; não é possível, portanto, explicá-lo considerando
apenas um motivo ou um único acontecimento. Generalizar o que levou uma
pessoa a se matar – ou tentar fazê-lo – não é prudente e pode não contribuir
para dar ao debate a amplitude necessária. (BELMONTE, 2018, p. 04)
É incontestável o efeito positivo que uma
cobertura consciente pode exercer, quando feita
de maneira cuidadosa e educativa. Por outro
lado, o entretenimento também não deve
retratar a morte auto infligida de forma tão
escancarada ou imprudente, sem refletir sobre
as consequências que pode causar.

É verdade: não há um caminho ideal, e muitas


tentativas geram más reações. (BELMONTE,
2018, p. 13)
FATORES DE RISCO PARA O
SUICÍDIO: O que leva uma pessoa
a tirar a própria vida?

É importante salientar que o comportamento suicida


está atrelado a fatores genéticos, psicológicos,
sociais, culturais, entre outros.

Vamos citar a seguir alguns fatores de riscos…


TRANSTONO
PSIQUIÁTRICO
Um dos principais fatores de risco
para suicídio é quando a pessoa
possui um ou mais transtornos
psiquiátricos, como:
depressão;
esquizofrenia;
bipolaridade;
transtornos de personalidade,
entre outros.
ABUSO DE ÁLCOOL
E DROGAS
De acordo com uma
publicação na revista
VEJA Rio de 1 de Agosto
de 2022.

Estudo inédito da UnB (Universidade de


Brasília) – publicado em artigo científico
na revista BMC Psychiatric – concluiu que

quatro em cada dez pessoas que


cometeram suicídio no Distrito
Federal, entre 2005 e 2014,
usavam substâncias psicoativas,
como álcool e drogas.
A relação faz todo sentido, na medida
em que a bebida alcoólica aumenta a
desinibição, a impulsividade e a
agressividade, podendo ser um
facilitador para um ato tão extremo.
Quanto a combinação do uso abusivo de álcool com
outras drogas, o estudo da UnB concluiu que 22%
dos casos estavam relacionados com o uso
combinado das duas substâncias, com destaque para a
cocaína, mas não apenas ela. De acordo com estudo
divulgado ano passado pelo Jama Network, a maconha
está diretamente associada a um aumento de risco
de ideação, plano e tentativas de se matar entre
adultos.
As drogas podem produzir piora na adesão
e na resposta dos medicamentos, no
SINAIS DE
caso de pacientes que estão em
tratamento, aumento da impulsividade e
piora dos sintomas depressivos.
Depressão e abuso de drogas se combinam
em um ciclo vicioso que, em muitas vezes, ❖ Histórico de suicídio na família
levam ao suicídio.
o abuso e a dependência de substâncias ❖ Isolamento social
aumentam a gravidade e a duração dos ❖ Perdas financeiras
episódios depressivos, apesar de qualquer
alívio temporário que eles possam ❖ Perda de algum “status” social
proporcionar, aumentando muito a ❖ Falecimento do cônjuge
probabilidade de pensamentos suicidas.
❖ Afastamento dos amigos e
familiares
DESESPERANÇA
A desesperança é uma cognição, uma crença de um
futuro sem perspectivas, e está intimamente
relacionada à intenção suicida. A desesperança pode
ser compreendida como uma crença pertinente a um
esquema de suicídio que, quando ativada, recorre a
recursos cognitivos que o reforçam (Wenzel et al.,
2010).

O indivíduo que
apresenta crença de
desesperança tende a
prever o futuro sem
expectativas, perde a
motivação pela vida e
seu desejo de viver é
arruinado.
Pensamentos
comuns de uma
pessoa
desesperançosa são:
"Eu não tenho nada a esperar,
as coisas nunca vão melhorar";

"Eu não vejo nada melhorar,


não há razão para viver";

"Eu não consigo suportar a


vida, jamais poderei ser feliz";

"Eu sou um peso para os meus


familiares, é melhor que
fiquem sem mim"; Percebe-se que, com esses pensamentos, o indivíduo
não consegue vislumbrar outra saída, que não seja
"Eu me sinto infeliz e só tenho acabar com a própria vida, único meio que acredita ter
uma saída". para lidar com seus problemas sem solução (Beck et
al., 1997).
TENTATIVAS
ANTERIORES
DE SUICÍDIO
Um paciente que já tentou tirar sua
vida uma vez também está fadado a
repetir e, na pior das hipóteses,
consumar o ato. É comum que amigos
e familiares pensem que não há
probabilidades reais de acontecer uma
tragédia por conta de tentativas
anteriores frustradas, mas isso não é
verdade. Essa pessoa merece a sua
total atenção!
DORES
CRÔNICAS
De acordo com estudo liderado pela
Sociedade Brasileira de Estudos da Dor
(SBED), ao menos 37% da população
brasileira, ou 60 milhões de pessoas,
relatam sentir alguma dor crônica (que
persiste por mais de três meses).

Segundo Paulo Renato Fonseca,


presidente da Sociedade
Brasileira de Médicos
Intervencionistas em Dor
(Sobramid), a dor crônica é tão
nociva que pode prejudicar a
rotina do indivíduo e estar ligada "A dor, de modo geral, talvez seja umas das situações humanas que
à depressão, a transtornos de mais causam sofrimento. Não só a dor causa um sintoma
ansiedade e até ao suicídio.  desagradável em quem está doente, mas traz repercussões biológicas,
psicológicas, sociais, espirituais, isolamento, sentimento negativo e
problemas de ordem familiar"
MAU
CONVÍVIO
SOCIAL
De acordo com Durkheim o suicídio varia inversamente com o grau de
integração social que o indivíduo faz parte (Durkheim 1897/2004).

Durkheim usou dados e mapas para dar embasamento empírico a sua


teoria. Ele observou que a ocorrência do suicídio era maior ao norte da
França, e coincidia com áreas onde as famílias eram menores.

Notou que as pessoas solteiras apresentavam maior risco ao suicídio, em


contraposição aos casados que eram protegidos ao suicídio. 
EVENTO
TRAUMÁTICO
Trauma – do grego significa ferida.
Na medicina significa lesões no organismo causado por
atores externos.
Por analogia, no plano da psicopatologia, veio designar
os acontecimentos que rompem radicalmente com um
estado de coisas do psiquismo, provocando um
desarranjo em nossas formas habituas de funcionar e
compreender as coisas. (RUDGE, 2009, p. 04).
 Violências

 Guerras

 Aborto

 Lutos
Tipos de  Acidentes

Trauma  Mudanças drásticas na vida

 Fim de Relacionamentos

 Gatilhos múltiplos
“Os Sofrimentos do Jovem Werther”, do escritor
OBJETOS alemão Goethe, publicado em 1774. O romance
marcou a literatura mundial e figura, até hoje,
CULTURAIS como obra-prima do Romantismo .

Apesar de todo o apreço literário conquistado, a


EO obra deixou uma marca social negativa: após a
publicação do romance, muitos jovens europeus
SUICÍDIO. repetiram a cena final
Mais recentemente, a cobertura da morte do ator
Robin Williams, que tirou a

própria vida em agosto de 2014, também


provocou aumento da quantidade de suicídios nos
últimos meses daquele ano nos Estados Unidos7

. Não à toa o suicídio é tabu dentro das redações.


Exemplo disso foi o seriado
alemão Tod eines Schülers
(Morte de um Estudante),
exibido em 1981. Todos os seis
episódios começavam com o
suicídio do personagem Claus
Wagner, mostrando diferentes
pontos de vista sobre a morte
do rapaz. Mais tarde, registrou-
se um aumento de 175% no
índice de suicídios entre jovens
no país, durante o período de
exibição da série
GATILHOS
EM MÍDIAS
CULTURAIS
*Depressão 13 Reasons Why, na Netflix
A questão do suicídio ficou novamente em
*Desconforto evidência na imprensa e gerou intensas

com o corpo. discussões nas redes sociais no ano passado,


após o lançamento do seriado adolescente 13
*Mudança repentina Reasons Why, na Netflix. A trama, criada por
Brian Yorkey, é inspirada no livro homônimo de
de cidade e escola. Jay Asher, publicado em 2007. O enredo tem

*Isolamento Social como protagonista Hannah Baker (Katherine


Langford), uma garota de 17 anos que, após
*Bullying sofrer uma série de violências, decide dar um
basta à própria vida
*Estupro
A Netflix se viu obrigada a incluir em todos os episódios
avisos sobre o conteúdo explícito do seriado, além de
incentivar a busca por auxílio psicológico nos canais de
prevenção.

Para se ter uma ideia, no Brasil, o Centro de Valorização


da Vida (CVV)15 observou crescimento exorbitante nos
pedidos de ajuda: a média de e-mails recebidos nas
semanas subsequentes ao lançamento de 13 Reasons
Why aumentou de 55 para 300, uma alta de quase 550%.
Os acessos ao site subiram de 2,5 mil ao dia para 6,7 mil,
sem contar as incontáveis ligações recebidas pelos
voluntários, que ouviram dos adolescentes repetidas
vezes que se identificavam com Hannah Baker
(MARANHÃO, 2017).
Bullying como
fator de risco
Bullying é um fenômeno que
sugere atos de violência física ou
Mas afinal, o verbal, que ocorrem de forma
que é o repetitiva e intencional contra um
ou mais vítimas. O fenômeno
bullying?
começou a ser estudado na Suécia,
na década de 1970.
Normalmente, o bullying inclui ciclos de abuso ou padrões em que o
agressor tem como alvo a vítima. O tipo de abuso pode ser físico,
verbal, mental ou emocional, ou qualquer combinação deles. O
bullying atraiu muita atenção da mídia nos últimos anos.

O bullying afeta tanto as vítimas que foram intimidadas quanto os


próprios agressores. Ele  pode acontecer tanto com crianças quanto
com adultos. O assédio moral no local de trabalho, por exemplo, pode
afetar a saúde financeira e o bem-estar das pessoas afetadas.

As histórias de adolescentes vítimas de bullying que suicidam-se são


numerosas demais para serem ignoradas. Existe uma ligação entre o
bullying e o suicídio, e uma urgência em compreender a complexidade
que leva as vítimas da depressão e desesperança à ideação e à ação.

Estudos demonstraram que o bullying agrava a depressão e aumenta o


risco de suicídio tanto para a vítima quanto para o agressor.
Observa-se que episódios que envolvem bullying e suicídio
estão cada vez mais recorrentes.

Pode-se citar os casos de Ammy 'Dolly' Everett, de 14 anos, na


O bullying Austrália em 2018 (BRITISH BROADCASTING CORPORATION,
2018); Jamel Myles, de 9 anos, nos Estados Unidos em 2018,

relacionado ao que cometeu suicídio após abusos e intimidações de colegas da


escola quando declarou que era gay (ADNITT; BELL, 2018).

Além disso, o evento na Columbine High School, Estados


suicídio – Unidos, em 1999 e em âmbito nacional, cita-se os tiroteios na
escola de Realengo, Rio de Janeiro, no ano de 2011, nos dois

evidências eventos os autores atiraram contra alunos, professores e se


mataram em seguida (WENDT et al., 2010).

Retirado do artigo: ASSOCIAÇÃO ENTRE BULLYING ESCOLAR E


SUICÍDIO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA.
O bullying eleva os fatores de risco
do suicídio:
O psiquiatra pediátrico Tyler Black, professor da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), 
fez uma análise mostrando que, em dias letivos, os índices de sofrimento psíquico e de risco de suicídio
de crianças e adolescentes eram maiores. Ele chegou a essa conclusão depois de observar dados do
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Os números revelam que mortes
infantis por suicídio diminuem justamente em meses de férias, quando os alunos estão longe do colégio.
Filmes para
falar sobre o
bullying e
evitar o fator
de risco
A RELAÇÃO DO
SUICÍDIO EM
PERÍODO DE
CRISE
ECONÔMICA.
Quanto crises econômicas contribui como
fator de risco para o suicídio?

De fato a crise econômica não responde


sozinha a questão do suicídio, os fatos se
concretizam juntamente por meio da várias
outras pressões, em decorrência de várias
crises.
● A grande depressão Americana
(crise econômica de 1929). É
considerada a maior crise
econômica até hoje.

● Tornou-se comum associar o


suicídio à falência financeira
neste período. Que ficou no
imaginário popular pelas cenas
e narrativas registrados pela
imprensa americana de tentativa
de suicídio em locais públicos.
A independência das
repúblicas soviéticas que
estavam muito atreladas à
crise econômica, os índices
de suicídio aumentaram
muito nos países do leste
europeu.

Década de 1990 e meados de


2000,a estabilidade da união
europeia, trouxe melhoras
na qualidade de vida das
pessoas, em consequência as
taxas de suicídio ou se
estabilizaram e diminuíram
mesmo em grupos
vulneráveis como idosos.
● Crise econômica de 2008 fez com que 4900 suicídios a mais ocorressem meses
após , já 2009, em sua maioria europeus jovens masculinos, desempregados e
adultos masculinos entre 45 e 64 anos.
● A Grécia não tinha problemas consideráveis com suicídio até a crise 2008, este
país foi o mais afetado, precisou fazer um choque de gestão agressivo, o
desemprego entre os jovens chegou a 40%,consequência disso foi alto índice
de suicídio neste grupo.
● No Japão, o alto índice de suicídio, apesar
de ser uma potência econômica, em partes
relacionados a cultura do acerto, associado
ao autoritarismo familiar, o fracasso levam
os japoneses a cometerem suicídios por
não aguentar a pressão. Quando estão em
crise econômica estes casos aumentam.
● O Chile passa por um momento delicado por ter adotado um modelo

previdenciário de capitalização.
● O resultado final disso foi uma baixa considerável nos valores de aposentadoria
mensais dos idosos .
● Os mesmos viram seu poder de compra cair assustadoramente.
● Recebem valores quase sempre insuficiente para comer, por conseguinte uma
alta taxa de suicídios entre idosos passou a ser uma realidade no país.
● Brasil, 1990, Pano Collor.

● Uma medida econômica


para conter a inflação
acabou com o confisco
da poupança,
ocasionando falencia de
empresas e desespero
na população, há relatos
e dados de casos de
suicídio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Durkheim, E. (1897/2004). O suicídio. São Paulo, Martins Fontes.

COELHO, José Aires Maggi. Dependência química causa risco de suicídio. Instituto de Neurociência Dr.
João Quevedo. 2021. Disponível em: https://www.injq.com.br/single-post/dependencia-quimica-drogas-
alcool-risco-de-suicídio. Acesso: 27/09/2022

Fatores de risco para suicídio: o que leva uma pessoa a tirar a própria vida? Zals Clinica de
Especialidades. 2021. Disponível em: https://salzclinica.com.br/fatores-de-risco-para-suicidio/. Acesso:
25/09/2022

FRAGA, Olívia. Existe alguma ligação entre crise econômica e o aumento nas taxas de suicídio? BBC News Brasil.
2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48890430. Acesso: 26/09/2022.
FONSECA, Paulo Renato. Dor crônica pode levar ao suicídio. Revista Encontro. 2018. Disponível em:
https://www.revistaencontro.com.br/canal/saude/2018/09/dor-cronica-pode-levar-ate-ao-
suicidio.html. Acesso: 23/09/2022.

A ligação entre bullying, suicídio e drogas. Blog Freemind, 2021. Disponível em:
https://freemind.com.br/blog/a-ligacao-entre-bullying-suicidio-e-drogas/. Acesso: 25/09/2022
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Qual é a relação entre bullying e suicídio infantil? Especialistas explicam. Crescer, 2022. Disponível
em: https://revistacrescer.globo.com/amp/Educacao-Comportamento/noticia/2022/09/bullying-e-
suicidio.html. Acesso: 25/09/2022

Bullying: 1 em cada 5 crianças pensa em suicídio depois da agressão. Veja, 2019. Disponível em:
https://veja.abril.com.br/saude/alerta-1-em-cada-5-criancas-pensa-em-suicidio-por-causa-do-bullying/
amp/. Acesso em: 25/09/2022

COSTA, Káren. Et al. MIRANDA, Cássio. ASSOCIAÇÃO ENTRE BULLYING ESCOLAR E SUICÍDIO: UMA
REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, v.12,
n.31, p.289-304, 2020.

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