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As causa do suicídio

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Introdução
Esta revista reúne algumas das principais dúvidas
acerca da Psicanálise, seus conceitos e utilização, buscando
informar aqueles que sentem-se atraídos por este
conhecimento centenário, tão difundido entre a nossa
sociedade e algumas vezes utilizado incorretamente.

Aqui, você encontrará algumas das respostas que


procura e mais: encontrará as diretrizes que o farão seguir
adiante no caminho da compreensão de seus medos,
curiosidades e barreiras herdadas durante estes seus
primeiros anos de vida.

Apesar de considerarmos diferentes perspectivas


na hora de montarmos este material, as respostas listadas
aqui podem refletir a opinião dos idealizadores do projeto.
Portanto, sinta-se a vontade para questioná-las; contate-nos
sempre que quiser oferecer uma contribuição e conheça o
nosso trabalho através do site do NEPP e por meio de
nossas redes sociais.

Boa leitura!
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicanálise

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Algumas considerações filosófica sobre a morte.

A morte é uma libertação de todas as dores e o


término além do qual os nossos males não
ultrapassam; ela nos leva de volta àquela
tranquilidade, na qual jaziam antes de nascer. [...]
Ó ignorantes dos próprios males aqueles pelos quais
a morte não é louvada e esperada como o melhor
invento da natureza, quer inclua a felicidade, quer
afaste a calamidade, quer ponha fim à sociedade e ao
cansaço do velho, quer arrebate a idade juvenil em
flor, quando se espera o melhor, quer chame a
infância antes que chegue estágios mais duros, a
morte é o fim para todos [...]. A morte prematura
não trouxe, pois, ao teu filho, nenhum mal: pelo
contrário, ela o libertou do sofrimento de todos os
males.

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[...] pois, se nenhum sentido resta ao morto, meu
irmão livrou-se de todos os incômodos da vida e
retornou para aquele lugar no qual estivera antes de
nascer e, livre de todo mal, nada teme, nada deseja,
nada sofre [...]. Se quiseres crer naqueles que
observam mais profundamente a verdade, toda vida é
um tormento.
Lançados neste mar profundo e agitado, alternado nos
seus fluxos e refluxos e que ora nos levanta com
repentinos progressos, ora nos derruba com maiores
danos e, frequentemente, nos abala, nunca nos
deteremos num lugar estável; andamos perplexos e
flutuando, somos lançados um contra o outro e,
algumas vezes, naufragamos. Sempre tememos!
Nenhum outro porto há, a não ser a morte, para
aqueles que navegam neste tão agitado mar e exposto
a todas as tempestades .

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Algumas considerações sociológica sobre a morte.

O que é o homem? Um vaso que pode quebrar-se ao


menor abalo, ao menor movimento. Não é necessária
uma grande tempestade para que se destrua; bata onde
bater, se dissolverá. O que é o homem? Um corpo
débil e frágil, desnudo, indefeso por sua própria
natureza, que tem necessidade do auxílio al hei-o,
exposto a todos os danos do destino; um corpo que
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quando exerceu bem os seus músculos, é pasto de
qualquer fera, é vitima de qualquer uma; composto de
matéria inconsistente e mole e brilhante somente nas
suas feições exteriores; incapaz de suportar o frio, o
calor, a fadiga e, por outro lado, destinado à
desagregação pela inércia da ociosidade; um corpo
preocupado com seus alimentos, por cuja carência ora
se enfraquece, por cujo excesso ora se rompe; um
corpo angustiado e inquieto por sua conservação,
provido de uma respiração precária e pouco firme, a
qual um forte ruído repentino perturba; um corpo
que é fonte doentia e inútil, de contínuo perigo para si
mesmo. Admiramo-nos da morte neste corpo, a qual
não precisa senão de um suspiro? Acaso é necessário
muito esforço para que venha sucumbir.

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O que o suicídio segundo Élmile Durkheim
O suicídio é, segundo Durkheim, “todo o caso de morte que
resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo,
executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria
produzir esse resultado”. Conforme o sociólogo, cada
sociedade está predisposta a fornecer um contingente
determinado de mortes voluntárias, e o que interessa à
sociologia sobre o suicídio é a análise de todo o processo
social, dos fatores sociais que agem não sobre os indivíduos
isolados, mas sobre o grupo, sobre o conjunto da sociedade.
Cada sociedade possui, a cada momento da sua história, uma
atitude definida em relação ao suicídio.

Há três tipos de suicídio, segundo a etimologia de


Èmile Durkheim, a saber:

• Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma


demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma
individualização desmesurada. As relações entre os indivíduos
e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não
veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver;

• Suicídio Altruísta: é aquele no qual o indivíduo sente-se no


dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida
insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-
se com outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em
um dos grupos a que o indivíduo pertence. Temos como
exemplo os kamikazes japoneses, os muçulmanos que 6
colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque.
• Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma
situação de anomia social, ou seja, quando há
ausência de regras na sociedade, gerando o caos,
fazendo com que a normalidade social não seja
mantida. Em uma situação de crise econômica, por
exemplo, na qual há uma completa desregulação das
regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam
em uma situação inferior a que ocupavam
anteriormente. Assim, há uma perda brusca de
riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo,
os índices desse tipo de suicídio aumentem. É
importante ressaltar que as taxas de suicídio anômico
são maiores em países ricos, pois os pobres
conseguem lidar melhor com as situações de anomia
social.

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Suicídio na visão psicanalítica.

Por que a morte se apresenta como única saída para alguns


sujeitos? Quem é esse sujeito que decide morrer? Enquanto
psicanalista, que ética seguir diante do anúncio de um paciente
de que vai se matar? A morte pode esperar por uma análise?

O homem suporta a vida pela possibilidade que dispõe de


matar-se. A morte é o que torna a vida possível. A vida é real e
a morte simbólica, e se o real é o impossível, viver é o
exercício da impossibilidade. E o suicídio é uma escolha
capaz de dar um significado à vida quando ela chega ao limite
da impossibilidade.

O sujeito que escolhe morrer, via de regra, está submerso em


uma angústia avassaladora. Dito de outra forma, é um sujeito
atravessado pela irrupção do real no corpo. A angústia é
sempre angústia de castração, portanto angústia de quem
está vivo, angústia do homem, no corpo, na vida. A morte não
é a causa da angústia, mas uma forma de exterminá-la.

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Transtorno
mental

Colapso Abuso
existencial

Suicídio é um

Fenômeno
complexo

multideterminado
O suicídio neurótico é, muitas vezes, "um acting out, isto é,
um ato no qual o sujeito cria a cena e participa dela, como se
fosse autor, ator e diretor da obra, cuja finalidade é alcançar o
Outro, daí seu aspecto de mostração" . Mas, por que clamar
ao amor do Outro com um ato suicida? Por que correr o risco
de sair da cena da vida sem chance de retornar?

O neurótico, diante da falta do Outro, do enigma do


desejo do Outro, responde com a fantasia, que é
formulada como amar e não ser amado, onde o sujeito
se relaciona com a família idealizada causa de seu
desejo, que é também o objeto para sempre perdido e
objeto que depois de adulto não poderá mais contar .

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COMPORTAMENTO
PATOLOGIA
CELULAR

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O ser humano não foi feito para ser mandado por outro,
ser mandado por outro é próprio de dois tipos de pessoas
crianças e prisioneiros; evidências capazes de ser
humano. O ser humano tem o direito de decidir sua vida
isso é da natureza humana e ele não pode deixar a
violência prejudica-lo.
Do ponto de vista estritamente religioso nós não somos
senhores de nossas vidas eu iria perder uma
centralidade do amor Divino se atentasse contra a minha
vida. Deus esta em mim, eu pertenço a Deus aí eu não
posso falar e se quer pensar em suicídio, a mesma ideia
serve para os demais seres humanos. Até meus próprios
filhos, nem eu fiz ,só participei da parte gostosa do
serviço. Emprestando meus espermatozoides e que por
sinal são aos milhares e um só fecunda o óvulo.
Mas a sensação de ser um semideus me leva a pensar
que tenho direito sobre a vida dele . E no processo
educativo acabamos tornando-o infantilizado. A ponto
que quando se torna adulto não consegue gerir sua
própria vida e que de alguma forma voltar ao lugar de
conforto onde não precisa geri suas frustações sua
angústias.

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Tornando-os adultos frágeis incapazes de lidar com os
compromissos da vida adulta.
O ritual de passagem da vida juvenil para a vida adulta é
Um fator de risco muito grande pois gera medos e incertezas.
Temos que tornar nossos jovens conscientes e participativos
do que é ser adulto.
Com base em sua experiência, ressalta a importância de,
na clínica do suicídio, deixar o sujeito falar sobre sua dor,
sem qualquer julgamento ou interpretação. A pergunta deve
ser: "O que há com você?" Somente assim poderá advir
uma demanda de análise. Ao falar, o analisante estará
desfiando seus significantes, que revelarão o que é da
ordem do real, do impossível de ser dito. Também
revelarão os equívocos, os mal-entendidos na relação com
o Outro. Falar implica perda do medo de ser adulto, ir além
da vontade mortífera, passar por outros pensamentos de
desejo no terreno de sua história. Para o profissional ,
nesse momento o paciente pode ser questionado sobre sua
participação no seu sofrimento, e se ele dirige uma
pergunta ao analista, configura-se a sua entrada em
análise e o estabelecimento da tomada de consciência , por
meio do (sujeito suposto saber). É o momento que permitirá
que o sujeito, já engajado no desejo de saber, possa
implicar-se e responsabilizar-se pela posição que escolheu
ocupar na relação com a vida.

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“A IDÉIA OBSESSIVA PODE SER
CONTRÁRIA A QUALQUER LÓGICA,
EMBORA SUA FORÇA COMPULSIVA
SEJA INABALÁVEL”.

SIGMUND FREUD

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