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30 DIAS DE DEVOCIONAIS

Encontrando
Deus nas
Tempestades
um convite à esperança em meio ao caos

organizador

ARTHUR LUPION
Para mais reflexões: www.tresemum.org

Acesse e acompanhe também o trabalho missionário


e de formação de líderes no Uruguai.
Índice

Sobre os Autores

Introdução

Edgar Dallegrave - As tempestades e o coração

Messias da Silva - Crescendo integralmente em meio às


dificuldades

Raphael A. Haeuser - Cuidado integral em meio as dificuldades

Juçara Tonet Dini - Vivendo as dificuldades em família

Daniel Lima - Conhecendo mais ao meu chamado em


meio às dificuldades

Arthur Lupion - Uma vida de paz e comunhunão por meio da


Trindade

Encontrando Deus nas Tempestades


um convite à esperança em meio ao caos
Conheça um pouco mais dos autores deste devocionário:

Arthur Vinícius Gottlieb Lupion é casado com Pepita, com quem tem um
filho. Formado em Administração de empresas, pós-graduando em
Administração pela FGV - Fundação Getúlio Vargas. Dedica-se ao pastorado e à
formação teológica há 15 anos. Concluiu o Mestrado em Teologia com ênfase em
ministérios formativos pelo SBPV - Seminário Bíblico Palavra da Vida e está
cursando o Doutorado em Ministério com ênfase em liderança Cristã, em DTS -
DallasTheological Seminary. É coordenador da TeachBeyond Uruguay e
coordenador do Centro FOCO – Formação contínua com sede em Porto Alegre.

Daniel Lima nasceu e cresceu na cidade de São Paulo. É casado com Ana
Paula há 33 anos, com quem tem quatro filhos. Estudou teologia, psicologia,
educação cristã e está concluindo seu doutorado em formação de líderes. Foi
diretor acadêmico do Seminário Palavra da Vida e tem lecionado em programas
de educação teológica por mais de 30 anos. Pastoreou na Igreja Batista do
Morumbi, Aliança Bíblica de Caxias do Sul e na Igreja Batista Conde, num total de
29 anos. Sua grande paixão é o ensino, especialmente a formação de líderes.
Fundou e coordena o Ministério FOCO que visa promover movimentos de
formação contínua de líderes, por meio de uma cultura de desenvolvimento
integral.

Edgar Dallegrave nasceu e cresceu em Caxias do Sul, discípulo de Jesus há


18 anos, casado com Simone desde 2004. Trabalhou como pastor de jovens na
Aliança Bíblica de Caxias do Sul de 2003 até 2009 - e há 9 anos atua como pastor
coordenador da Aliança Bíblica Pio X, também em Caxias do Sul. Sua motivação é
compartilhar a ação de Cristo em sua vida, o que faz por meio da pregação e
ensino da Palavra motivando pessoas a um relacionamento mais íntimo com
Deus.

Encontrando Deus nas Tempestades


um convite à esperança em meio ao caos
Conheça um pouco mais dos autores deste devocionário:

Juçara Tonet Dini nasceu e cresceu no Município de Caxias do Sul, Rio


Grande do Sul. Casou-se com Silvio Matthes Dini há 31 anos, com quem tem dois
filhos, e um neto. Estudou Jornalismo, e especializou-se em Terapia Familiar
Sistêmica, Psicologia Organizacional e Teologia, com formações em
Gerenciamento de Projetos e Consultoria. Atuando desde 1979 na área do
jornalismo, em 1984 fundou a Dinâmica Comunicação, responsável por cerca de
4.500 publicações, além de um ganho editorial contabilizado em R$ 5,5 bilhões,
como resultado do atendimento a aproximadamente 500 clientes atendidos
pelos mais de 100 profissionais que fizeram parte da história da empresa.
Também foi fundadora de diversas outras entidades, a exemplo da seccional da
Associação Riograndense de Imprensa, da qual foi sua presidente de 2003 a 2010,
e diretora de comunicação da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias
do Sul. Já como membro da TeachBeyond Brasil/ Janz Team Gramado, foi
presidente desta Missão de 2013 a 2017, tendo assumido em 2016 a direção
nacional do TeachBeyond Brasil, organização internacional que atua com
educação transformadora. Há 38 anos, a partir de seu aprendizado teológico
junto à Aliança Bíblica, assumiu o cristianismo como missão integral, atuando
como terapeuta e conselheira.

Messias Silva, é pastor da Igreja Cristã Evangélica, AICEB e missionário


DNM. Serviu como pastor por 8 anos em duas igrejas do Pará. Trabalhou por 15
anos como Secretario Executivo da MEIB. Formado em Bacharel em Teologia pelo
STBE e Faculdade Sul-americana de Londrina. Atualmente é missionário pelo
DNM em Florida e Teachbeyond.

Raphael A. Haeuser é um curitibano criado no Rio Grande do Sul, casado


há mais de 20 anos e pai de 2 filhos. Já foi pastor e professor de inglês, e
atualmente é consultor educacional da TeachBeyond Brasil, onde coordena o
Didaquê (www.didaque.net), ministério de apoio a educadores cristãos, e ensina
sobre educação cristã, missiologia, ética e teologia bíblica. Mestre em Teologia,
tem interesse na relação da fé cristã com as demais esferas da vida humana,
principalmente o trabalho e a educação.

Encontrando Deus nas Tempestades


um convite à esperança em meio ao caos
INTRODUÇÃO

Em diversos momentos de nossas vidas passaremos por


tempestades. É inevitável não porque o mundo é mau. É
inevitável porque a didática de Deus para conosco, num
mundo mau, envolve as tempestades como ferramentas para
nos moldar à imagem de seu Filho. E se verificarmos a
biografia de pessoas que andaram com Deus na Bíblia, vamos
encontrar tempestades. Principalmente daqueles que
escolhem o caminho da fidelidade, que inevitavelmente
conduz à relevância. E relevância não significa amplitude de
ministério, significa Jesus por meio de nós na vida de outras
pessoas. Que assim seja todos os dias de nossas vidas. Este
livro é uma ferramenta para nos ajudar em tempos de
tempestades a manter o foco nas coisas do alto.

Produção:

Capa: Adilson Soliz


Diagramação: Caio Cesar Rech
Revisão: Nicole Cenci Bertotto
Organização: Arthur Lupion

Uma ação TeachBeyond Uruguay

Encontrando Deus nas Tempestades


um convite à esperança em meio ao caos
Nossa esperança

Texto Bíblico: Salmo 33:1-22

Como cristãos, temos uma segurança que está acima de qualquer


circunstância, está escondida da sabedoria humana, do dinheiro e da
filosofia. Não pode ser comprada e tampouco adquirida por nossa
própria força, pois não somos capazes de alcançar tal êxito. Ela não é
exposta na grande mídia, ela não gera "curtidas" e nem mesmo
"seguidores" de redes sociais.
Esse salmista anônimo encontrou esse consolo, e descreveu assim:
"Nossa esperança está no Senhor, ele é o nosso auxílio e a nossa
proteção. Nele se alegra nosso coração, pois confiamos no seu santo
nome. Esteja sobre nós teu amor Senhor, como está em ti nossa
esperança.

Este texto foi escrito há milênios, foi copiado inúmeras vezes por
olhos cansados e mãos trêmulas segurando uma pena sobre um
pergaminho sob a tênue luz de uma lâmpada a óleo. Foi impresso em
papel desde os rudimentares tempos da primeira impressão mecânica
e hoje está ao nosso alcance em tablets e smartphones, e tudo isso para
nos lembrar de que não precisamos temer, apenas confiar. Reserve um
tempo agora para declarar sua confiança nEle.

As tempestades e o coração - Edgar Dallegrave


O Senhor é meu refúgio!

Texto Bíblico: Salmo 27:1-14

Davi, por ser um rei em uma terra constantemente disputada,


sabia que tinha inimigos tanto dentro de sua corte quanto fora das
fronteiras de seu reino. Ele sabia que não poderia confiar em muitas
pessoas, ele vivia sob pressão todos os dias.
Mas apesar de tudo isso, ele sempre encontrava refúgio e guarida
em Deus. Seu desejo era estar constantemente na presença dEle (Sua
casa) e buscar a orientação dEle (Sua Palavra).
Com isso, Davi mostra reconhecer que a sua segurança não
estava no seu numeroso exército ou nas riquezas de seu país, mas em
Deus.
O rei Davi é uma das figuras de maior envergadura do Antigo
Testamento, ele conseguiu isso por ter uma constante fome espiritual e
uma busca constante por Deus. Ele mostra que as tempestades e
dificuldades de nossa vida são oportunidades para buscarmos Deus
com mais afinco. Você já falou com Deus hoje? Já derramou sua alma
diante dEle? Já meditou em Sua palavra? Agora é um bom momento
para isso.

As tempestades e o coração - Edgar Dallegrave


O meu Pastor!

Texto Bíblico: Salmo 23: 1-6

Esse salmo de Davi nos ensina que quando Deus é nosso pastor,
nada mais há de maior importância, por isso “nada me faltará”.
Portanto, o que mais importa em nossas vidas é aprendermos a
desenvolver um relacionamento com Ele.
Esse salmo também nos aponta para a presença cuidadora e
protetora de Deus, que é assim tanto nos momentos bons (v. 2-3) como
nos momentos de dificuldade (v. 4). Essa presença de Deus é o que leva
Davi a ter certeza de uma vitória pessoal no final do salmo (v. 5-6).
Aprendemos também que, em sua vida, o cristão vai trilhar
momentos bons e momentos difíceis, e isso não quer dizer que Deus
não está conosco, quer dizer apenas que tudo isso faz parte de nossa
existência diante dEle e que tudo é soberanamente cuidado e vigiado
por Ele, e nosso papel é tão somente confiar no verdadeiro pastor de
nossas vidas.
Use agora um tempo desse devocional para expressar a confiança
nesse maravilhoso pastor.

As tempestades e o coração - Edgar Dallegrave


Procurando socorro?

Texto Bíblico: Salmo 121: 1-8

Esse salmo é um cântico de peregrinação. Se pararmos para


pensar, nossa vida é uma peregrinação por uma terra cheia de perigos
todos os dias, não vivemos em um mundo “amistoso”.
Durante nossa peregrinação podemos nos sentir amedrontados,
feridos (física ou espiritualmente) e acuados, muitas vezes vamos olhar
ao redor e nos perguntar: “De onde vem o meu socorro?”
O salmista aqui olhou para os montes, provavelmente se lembrou
de Jerusalém, do Monte Sião e do templo que representava a presença
de Deus entre os homens, logo a sua confiança foi renovada, pois ele
lembrou que “o meu socorro vem do Senhor”. Ele sabe que o Senhor
criou todas as coisas. Como é bom conhecer Deus, pois isso nos dá a
certeza de saber que Ele é poderoso, que está constantemente alerta.
Conhecemos Deus o suficiente para ter a convicção desse
salmista? Conseguiríamos fazer uma declaração tão grande sobre
Deus? Podemos tentar fazê-la agora?

As tempestades e o coração - Edgar Dallegrave


Aquele que habita no abrigo do Altíssimo!

Texto Bíblico: Salmo 91: 1-16

Você reparou quantos nomes esse salmista emprega para Deus


só no versículo 1? Vamos lá, olhe mais uma vez, ele diz Altíssimo,
Onipotente, Senhor e Deus meu. É por isso que fica “fácil” para essa
pessoa declarar no final do versículo 1 “em quem confio”. Pois só
podemos confiar inteiramente em Deus se o conhecermos muito bem.
E como conhecer bem?
Esse salmo me intriga, pois ele começa com as palavras de um
homem se referindo a Deus (v. 1-13) e termina com as palavras de Deus
se referindo ao homem (v. 14-16), começa com um homem declarando
fé em Deus e termina com Deus revelando a Sua salvação ao homem.
Que precioso!
Quando escreve essas palavras, esse salmista tem um
conhecimento de Deus muito mais limitado do que o nosso, pois para
ele o “Verbo encarnado” ainda estava encoberto. É pouco provável que o
autor desse salmo em questão fosse um profeta, um rei ou um sumo
sacerdote, quem sabe ele fosse um levita, mas um tão “insignificante”
que nem valia muito a pena colocar seu nome como autor.
Mas esse homem conhecia a Deus tão bem porque meditava na
Sua Palavra, é na Bíblia que Deus se revela a nós, leia rapidamente
Hebreus 1:1 e você entenderá. E é por isso que a Bíblia deve ser tão
preciosa para nós, pois é a revelação de um Deus poderoso no qual
podemos declarar confiança. E esse homem, ora insignificante para
assinar o salmo, nos inspira hoje e nos revela um pouco mais sobre
quem Deus é!
Podemos seguir o exemplo desse autor, basta procurar Deus em
nossa Bíblia.

As tempestades e o coração - Edgar Dallegrave


Esperança em meio ao caos

Texto Bíblico: Isaías 33: 1-10

Era a terceira visita à Angola e muita coisa havia mudado depois


de 15 anos de guerra civil. Os resquícios da guerra eram notórios, mas
vislumbrar a postura resiliente da igreja em meio a esse caos ofuscava
as memórias tristes do passado. Me reuni com um grupo de angolanos
com histórias difíceis mas acima de tudo, uma fé e alegria contagiante.
No intervalo, saí para caminhar e vi um garoto pescando em um
lago represado pela água da chuva. O cheiro podre do lago era
repugnante, mas ele remetia à histórias de famílias que durante a
estação das chuvas perdiam suas casas. Que expectativa tinha o garoto
do anzol? Ele perseverava contra a desesperança e sua fome o fazia crer
no impossível. De repente, minha incredulidade foi exposta, do caos
nasceram sinais de esperança e no rosto do garoto viu-se a alegria que
brota da tribulação ao ver sua necessidade suprida. Sim, Deus pode
gerar novas coisas do nada!
O texto de Isaías veio fortalecer alguns princípios talvez
esquecidos em meio ao caos. Ele fala de um futuro que estava
integralmente condicionado ao Reino do Justo Ungido de Deus. Em
tempos de dificuldades jamais podemos esquecer as seguintes
verdades: 1) A misericórdia de Deus (v. 2). Até mesmo porque em
tempos de caos não se faz caso do homem (v. 8). 2) Deus intervém (v.
2). Devemos esperar por sua intervenção a cada manhã. 3) Deus tem o
controle de tudo (v. 5). Perder a visão de que Deus sabe como conduzir
a história nos faz viver sem a base para esperar por dias de estabilidade.
4) Haverá tempo de estabilidade (v.6).

Crescendo integralmente em meio às dificuldades - Messias da Silva


Crescendo diante do inevitável

Texto Bíblico: 2 Coríntios 4: 17-18; 5: 1

Nas poucas vezes em que tive o privilégio de estar com a família em


área indígena, uma delas deixou marcas significativas. De fato, não se
escolhe crescer integralmente por meio de dificuldades, mas sabe-se que
isso faz parte e jamais estaremos devidamente preparados para entender
o inevitável. Não escolhemos a forma como Deus deseja tratar com cada
um de nós e de repente aconteceu o inusitado: adquiri uma bactéria na
área indígena que me rendeu 17 dias de internação.
Foram dias nebulosos onde a dúvida, o medo e o sentimento de total
impotência invadiram a minha alma. Esse combo de sentimentos e a
ausência de diagnóstico me impedia de vislumbrar o sofrimento como
“leve e momentâneo”. Nesses terríveis momentos vem o reconhecimento
de que somos tão limitados que desanimamos com facilidade – isto é parte
de quem somos e é inevitável, bem como a verdade que faz toda a
diferença na dificuldade: pela obra de Cristo, nosso homem interior se
renova a cada dia (2 Co 4: 16).
Talvez nós absorvemos mais a visão hedonista de uma vida sem dor
do que a declaração clara das Escrituras de que sofreremos. Não vejo aqui
uma tentativa de minimizar a dor (leve), mas me deparo com uma
declaração incontestável sobre a eternidade e a vida com Deus, como uma
verdade acima de toda e qualquer comparação (v. 5:1).
Em dias de tribulação, onde o medo se instala em nossas estruturas
emocionais e espirituais, temos a tendência de atentar mais para aquilo
que é terreno e transitório, mas somos desafiados a repensar a vida
através do sofrimento que passamos. Nossos sofrimentos, dores e
tribulações se tornam insignificantes diante da eternidade e enquanto
nosso foco estiver no que vemos, perderemos o privilégio de, em dias de
sofrimento, focar nas coisas que são eternas. A leve e momentânea
bactéria adquirida foi substituída por uma paz que transcende toda e
qualquer expectativa terrena que eu poderia anelar.

Crescendo integralmente em meio às dificuldades - Messias da Silva


Aquietar-se e crescer no conhecimento de Deus

Texto Bíblico: Salmo 46: 1-11

Os sinais de Alzheimer eram notórios e os lapsos de memória se


tornaram recorrentes. Era o início de uma caminhada desconhecida e o
alvo do inusitado era a figura mais importante das nossas vidas: minha
mãe. Difícil crer que aquela mulher forte e resiliente, que soube cuidar com
maestria dos seus 10 filhos, estivesse agora prostrada, sofrendo as
mazelas de sua doença e totalmente dependente dos outros.
Nas visitas semanais, a forma pessoal para me comunicar com ela
era o toque na parte frontal da cabeça, código esse já conhecido por ela.
Imaginava que com esse toque, seus estímulos e percepções quanto a mim
poderiam ser aguçados e alguma reação seria obtida para me tranquilizar.
Me angustiava pensar em não ser reconhecido, logo eu, o filho do
aconchego.
Passaram-se quatro anos e em um dia comum de visita, fiz a mesma
pergunta de sempre: Mãe, a senhora está bem? Ela me olhou nos olhos e
disse: Oi! Foi o oi da graça, o suficiente para me aquietar e consolar em
meio a dúvida. Chamo de “oi da graça” porque foi a resposta de Deus em
meio a dor e a ausência de respostas visíveis. Foi o oi que indicava que tudo
estava bem, ainda que visivelmente seu corpo se deteriorasse
progressivamente. As palavras do salmo 46: 10 agora tinham sentido.
Aquietar-se nos dá condições de saber que Deus é Deus e que Ele
não está a parte da nossa dor e aflição. Aquietar-se transfere Àquele que
“quebra o arco e corta a lança” o direito de continuar cumprindo seus
propósitos. O Deus que diz que eu devo aquietar-me é o mesmo que afirma
ser nosso refúgio e fortaleza, portanto não devemos temer (v. 2). Fora de
nós, há motivos suficientes para fazer brotar a esperança (v. 4, 5, 8 e 9) e a
percepção da presença de Deus faz da dor ou aflição uma ferramenta
didática capaz de transformar integralmente a nossa cosmovisão.

Crescendo integralmente em meio às dificuldades - Messias da Silva


Missão em meio ao caos

Texto Bíblico: Lucas 4: 16-19

Em um dia comum, no corredor da Clínica de Olhos de Benguela,


Angola, avistei um homem simples, que esperava para ser atendido. Ele
convivia com sua dificuldade e ausência de mobilidade em função de sua
cegueira. Por muitos anos, lutou contra a desesperança pois anelava voltar
a ver.
Nos caminhos da missão, seu olhar e alegria são notórios. Agora ele
caminha confiante e em cada passo percebe cores, pessoas, formas e tons.
Hoje ele vê, e tudo ganha um novo sentido trazendo significado ao que
outrora deixou de ser. Ele caminha confiante porque a esperança contida,
sem brilho e indefinida, deixou de ser uma mera expectativa em dias mais
sombrios. Agora a esperança é concreta, marcante, diversificada em tons e
formas, tem passos, é confiante, materializada pelas mãos, pelo toque,
pela missão. De longe, seu caminhar confiante é percebido. Sua alegria,
olhar e simplicidade são enquadrados numa moldura perfeita, o foco do
Criador: que não deixou de vê-lo em sua insignificância, que não deixou de
amá-lo mesmo em suas densas trevas. O foco do Criador o alcançou e
aquilo que deixou de ser é apenas um caminho escuro, mas aquilo que é
tem sentido, reluz, traz vida e esperança.
Agora ele vê e seus movimentos são confiantes. Ele caminha sobre
os trilhos da esperança marcando em cada passo e sem descompasso que
na vida, por mais dura que ela seja, por mais densas que sejam as trevas, no
tempo dAquele que caminha na missão, haverá esperança. Essa saudosa
experiência me remete ao texto de Lucas 4: 16-19, onde na declaração da
missão do Filho encontramos a nossa missão como igreja. Crescemos
quando estendemos a mão ao aflito e ao que sofre, principalmente em
tempos de caos, onde temos muito mais motivos para recuar e nos
proteger do que para sermos usados pelo Espírito para anunciar as boas
novas do Reino.

Crescendo integralmente em meio às dificuldades - Messias da Silva


Crescendo no reconhecimento de
nossas limitações
Texto Bíblico: 2 Coríntios 7: 1-16

A obra missionária é complexa, com situações que escapam do


nosso controle em função de seu perfil transcultural. Nunca estaremos
devidamente preparados para esse embate, apesar de toda experiência e
formação. Os indígenas são imprevisíveis e nunca sabemos ao certo como
vão reagir. Com a queda de um monomotor em um dos nossos
treinamentos que resultou na morte de três indígenas, sabíamos que
haveria retaliação na tentativa de vingar culturalmente a morte desses
homens. O cerco na base da missão era visível com flechas e indígenas e do
lado de dentro, eram perceptíveis os mesmos sentimentos do apóstolo
Paulo (v. 5) no grupo de missionários.
É nessas situações que nos sentimos limitados para ter o controle no
gerenciamento de nossas emoções e não nos deixarmos sucumbir diante
das pressões internas ou externas. A expressão “lutas por fora e temores
por dentro” traz a ideia de uma pressão que está acima das nossas próprias
forças. Somos tão convictos de nossas forças que se torna necessário, em
algum momento, passar por tais realidades para percebermos quão
limitados somos e quão dependentes da intervenção divina. Nesses
momentos, não somente crescemos integralmente na dependência de
Deus, mas também crescemos no reconhecimento das nossas limitações,
pois é aí que identificamos nossas reais debilidades.
No versículo 6, Paulo afirma que Tito foi enviado para recobrar o
ânimo ministerial do apóstolo. Esses dias de isolamento em que vivemos
nos fazem valorizar a importância do outro para recobrar forças diante do
que é inevitável. Deus segue usando pessoas em situações extremas
(sentimentos de medo, pânico, incertezas) com o propósito de mostrar-
nos seu poder e seu controle. O mesmo Deus que assistiu a Paulo em suas
fraquezas não mudou (Hb 13: 8). Ele é o mesmo e sabe como conduzir
perfeitamente a história a fim de que seus propósitos sejam consolidados
nas nossas vidas e através de nós.

Crescendo integralmente em meio às dificuldades - Messias da Silva


Cuide da sua perspectiva

Texto Bíblico: Salmo 23:1–6

Volta e meia passamos por tempestades. Elas podem ser


econômicas, políticas, diplomáticas, conjugais e assim por diante. Muitas
vezes elas ficam mais restritas ao nível pessoal ou familiar, mas às vezes
são coletivas ou até mesmo globais, gerando um profundo senso de
perplexidade e ansiedade. Nessas horas é importante reavaliarmos a
nossa perspectiva, a forma como interpretamos essa tempestade.
O salmo 23 fala a essa realidade. Ele reconhece que se temos Deus
como nosso Pastor, nosso destino são “verdes pastagens” e “águas
tranquilas”, mas também que na nossa jornada até lá passaremos por
“vales de sombras e morte”. Ele reconhece que Deus está nos preparando
um “banquete”, mas que também temos “inimigos”.
Esse salmo nos liberta de uma perspectiva triunfalista de que se
somos cristãos fiéis, as tempestades da vida não nos atingirão. Vemos
aqui que Deus não nos isenta de passarmos por dificuldades, mas que
nos protege e guia em meio a elas. Ele também questiona a perspectiva
secular de que a existência de grandes crises significam que Deus não
existe, não se importa, ou não consegue fazer coisa alguma a respeito.
Cuidar da nossa perspectiva não significa fingir que não estamos
confusos ou preocupados, mas sim que nos aproximamos de Deus com
as nossas ansiedades em oração a fim de recalibrar o nosso coração.
Nem sempre saberemos os porquês ou entenderemos os propósitos de
Deus em meio ao sofrimento, mas através da oração somos lembrados
de que além das nuvens escuras e carregadas, o sol continua a brilhar
mesmo que não o vejamos. Ou seja, podemos ver que ainda assim “o
Senhor reina!” (Sl 96:10) e que a bondade e a fidelidade de Deus
continuam nos acompanhando, mesmo nas circunstâncias mais
adversas.
Tire uns minutos agora para derramar suas preocupações diante
de Deus, reafirmar a sua confiança nele, e realinhar sua perspectiva.

Cuidado Integral em Meio às Dificuldades - Raphael A. Haeuser


Cuide da sua saúde

Texto Bíblico: 1 Reis 19:1–10

Tempestades podem sobrevir a qualquer um. Ninguém está


isento, nem mesmo os heróis da fé. Elias era “humano como nós” e pela
oração literalmente fez chover (Tg 5:17–18), e sendo humano como nós,
nem sempre soube lidar com crises de forma adequada.
Após enfrentar os profetas de Baal, o deus da tempestade dos
cananeus, Elias estava cansado e talvez até emocionalmente esgotado.
Como se isso não bastasse, as suas ações parecem que não deram
resultado algum. O povo não se voltou para o Senhor, e agora Elias está
sendo perseguido e ameaçado de morte pelos capangas da rainha
Jezabel. Ele está esgotado, tomado de pessimismo e sentido-se
totalmente só.
Ele não consulta a Deus, apenas foge. Por isso Deus lhe pergunta:
“O que você está fazendo aqui, Elias?” Elias havia esquecido de pensar
de acordo com o que Ele já conhecia de Deus, portanto Deus vai
relembrá-lo. Mas antes, Elias precisa comer, beber e dormir.
É comum negligenciarmos nossa saúde física quando estamos
passando por tempestades, mas isso faz parte integral da nossa
humanidade e não pode ser esquecido. A Bíblia vê o ser humano como
uma unidade. Não somos ‘almas’ espirituais que provisoriamente estão
hospedadas em um corpo; não, de acordo com Gênesis 2:7, somos
‘almas’ constituídas do fôlego de vida (espírito) e do pó da terra (corpo).
Em tempos de crise é tentador atacarmos a geladeira ou
dormirmos pouco porque nos anestesiamos com Netflix. Além dessas
coisas não resolverem nosso problema, podem inclusive agravar a
situação. Ficamos mais irritadiços, impacientes e sensíveis quando
estamos cansados. Sim, Deus quer trabalhar no nosso coração, mas
muitas vezes isso começa com uma rotina adequada, em que nos
alimentamos, nos hidratamos e dormimos bem.

Cuidado Integral em Meio às Dificuldades - Raphael A. Haeuser


Cuide do desenvolvimento espiritual

Texto Bíblico: Romanos 8:28–39

Tempestades muitas vezes nos levam ao questionamento. Será


que Deus está contra mim? Será que Ele está me castigando por algum
pecado? Será que Ele ainda me ama? Onde Ele está afinal? Essas
perguntas são totalmente compreensíveis, e a resposta para elas é que
o amor de Deus por nós é constante e maior do que possamos imaginar.
Este texto bíblico é muito usado em situações de aflição ao ponto
de que é quase clichê usá-lo. Contudo, o fato de que às vezes ele é
utilizado de forma triunfalista ou superficial não pode invalidar as suas
grandes lições. O texto não diz que todas as coisas que nos acontecem
são boas ou agradáveis. Na verdade, os exemplos do v. 35 apontam
situações bem ruins. O texto sim diz que todas as coisas cooperam para
o nosso desenvolvimento espiritual rumo à maturidade que tem o
próprio Jesus como parâmetro. Mas como é que coisas ruins podem
contribuir para o nosso bem?

• Ficamos mais conscientes da nossa própria vulnerabilidade, e que


somos totalmente dependentes de Deus.
• Descobrimos que não temos controle não importa o quanto a gente
planeja.
• Temos a chance de nos unir ao enfrentarmos um inimigo comum.
• Percebemos que a vida é melhor quando nos preocupamos uns
pelos outros do que se agirmos de forma egoísta.
• Somos levados a orar e clamar pela misericórdia e auxílio divinos.

Crises demonstram que Deus têm propósitos maiores para nós


do que o nosso conforto. Elas são uma oportunidade, concedida por
Deus, para o nosso crescimento. Faremos bem se tivermos o mesmo
propósito que Deus para as nossas vidas.

Cuidado Integral em Meio às Dificuldades - Raphael A. Haeuser


Cuide da sua língua

Texto Bíblico: Provérbios 12:13–23

Dizem que meio bilhão de pessoas usam WhatsApp, e que juntos


enviam cerca de 65 bilhões de mensagem diariamente. Dizem que o
Facebook possui 2,5 bilhões de usuários ativos todos os meses, que
juntos postam uma média de 300 mil atualizações de status por minuto.
Dizem que vivemos na era da informação, mas enfrentarmos
tempestades com informações equivocadas ou inúteis só agrava a
situação.
A preocupação com a comunicação saudável é milenar, como o
livro de Provérbios demonstra. Ele nos alerta principalmente para duas
posturas problemáticas: O “insensato” é aquela pessoa grosseira que não
dá ouvidos a ninguém. Ela se recusa a ouvir e aprender, e não se importa
de dar vazão à sua indignação ou de conscientemente espalhar boatos.
Já o “simples” ou “inexperiente” dá ouvido a tudo e todos, pois não
tem a habilidade de filtrar as informações que recebe. Essa pessoa,
portanto, é facilmente impressionável ou enganada, e na sua
ingenuidade pode tomar atitudes descabidas e/ou repassar informações
falsas. Contudo, Provérbios não a vê como inocente; antes o livro
denuncia a sua preguiça mental, aquela falta de vontade de averiguar as
coisas. Ou seja, o "simples" não apenas não entende as coisas, mas
também não quer se dar o trabalho de parar e refletir.
Como cristãos, não podemos agir dessa forma, pois somos
chamados a ser sábios e criteriosos no uso da nossa língua física e digital.
Não podemos acreditar e repassar ‘fake news’, crendices, correntes de
WhatsApp, mensagens de origens duvidosas, blogs obscuros, etc., nem
sair ofendendo as pessoas simplesmente porque tem uma visão
diferente da nossa. Quando caímos nisso, ferimos e somos feridos, a
língua é como espada, causando inúmeros prejuízos emocionais e
relacionais. E, em tempos de pandemia, a desinformação pode até
matar.

Cuidado Integral em Meio às Dificuldades - Raphael A. Haeuser


Cuide do seu testemunho

Texto Bíblico: Atos 1:1–11

Dependendo do tamanho da tempestade, ela pode nos levar a


pensamentos apocalípticos. Nada mais natural, já que a Bíblia nos fala
de guerras, fomes, terremotos e pestes em conexão com a volta de Jesus
e o estabelecimento do Seu Reino no fim dos tempos. Enquanto somos
encorajamos a cultivar nossa esperança e aguardamos ansiosamente a
volta do nosso Senhor, isso não deve nos levar à paralisia. Vejo muitos
crentes dizendo “é o fim dos tempos” e cruzando os braços. Nosso
chamado, porém, não é esse.
No texto em questão, os discípulos estão preocupados se
finalmente o Reino estaria sendo estabelecido. A resposta de Jesus
revela que a pergunta deles (e talvez a nossa) está errada. Não
precisamos perguntar quando ou se Jesus está voltando (Ele voltará no
tempo certo), mas sim: “o que Jesus espera dos seus discípulos
enquanto Ele não volta?"
Ele quer que demos continuidade ao que Ele “começou a fazer e a
ensinar”. Ou seja, que sejamos suas testemunhas desde os lugares mais
perto até os mais distantes de nós. Ser testemunha significa mostrar a
diferença que o evangelho faz no nosso dia-a-dia através de uma vida
ética, que desperta a curiosidade alheia. Ser testemunha significa
servirmos o nosso próximo, principalmente os mais vulneráveis e
menos amáveis. Ser testemunha significa falarmos da salvação em
Cristo e da esperança que habita em nós.
Tempestades testam nossos princípios éticos, nossa disposição
em servir e nossa capacidade de fazer bom uso das nossas
oportunidades com descrentes. Na verdade, o texto nos convida a
sermos testemunhas; afirma que somos. A pergunta então é que tipo de
testemunho estamos dando. De desespero ou de esperança? De
sacrifício próprio ou de comodismo? Por isso, cuide do seu testemunho.

Cuidado Integral em Meio às Dificuldades - Raphael A. Haeuser


O Propósito da Convivência

Texto Bíblico: Isaías 49: 5

Somos constantemente transformados em servos dos propósitos


de Deus, no dia a dia, através da convivência em família, talvez um dos
principais projetos de Deus para toda a raça humana, criada para
glorificar a Deus. O pecado desviou a raça humana para outro rumo, e
assim, as distorções sobre quem é a pessoa de Deus, quem nós somos e
quem é o nosso próximo, aconteceram. Recebemos todavia o amor de
Deus. Está clara, em João 3.16: “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele
crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, a intenção de Deus para com o
ser humano.
Precisamos, deste modo, manter a mente aberta para os
propósitos criados por Deus, sem permitir que nossas intenções
pessoais os distorçam. Se o fizermos, Deus terá que esmagar nossas
intenções, mesmo que isso nos magoe.
Tenhamos cuidado em não perder de vista o propósito de Deus para a
nossa vida.
O Salmo 139 afirma que o Senhor Deus nos sonda e nos conhece.
Ele conhece o nosso sentar, o nosso levantar, e de longe entende nosso
pensamento. Esquadrinha o nosso andar, e o nosso deitar, e conhece
todos os nossos caminhos (v. 1-3). No verso 16, encontramos o registro
de que os olhos de Deus viram nossa formação e que no Seu livro foram
escritos todos os dias de nossas vidas. Este “pecado” que desviou a raça
humana pode ser deliberadamente anulado: “Sonda-me, ó Deus, e
conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê
se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno”. E
este Deus que anula, anula por sua bondade.
Tenhamos esperança na manifestação da vontade de Deus.

Vivendo as dificuldades em família - Juçara Tonet Dini


Autoridade – A palavra final

Texto Bíblico: João 13: 13

Há Alguém que me conhece melhor do que eu mesmo, Alguém


que sonda o mais profundo recesso do meu coração.
Na Bíblia, a obediência se baseia no relacionamento de igual para igual,
de filho para pai. O Senhor Jesus não era escravo de Deus, ele era Seu
Filho.
Em um dos melhores projetos de Deus, a família, percebemos que
o sistema inicia através de um relacionamento entre homem e mulher e
que, a partir do que estabelecerem em sua relação e em seu projeto de
família, estarão definidos os papéis dos filhos. O arranjo familiar segue
no desenvolvimento destes papéis, e nas funções que cada membro
desta família desempenhar, com suas particulares desenvolturas. Os
ciclos vitais da família estarão assim estabelecidos, e as vivências
familiares, funcionais e disfuncionais, serão experimentadas por estes
núcleos, trazendo alegrias ou sofrimentos. As famílias serão, em última
análise, o reflexo e o resultado dos objetivos individuais daquele
homem e daquela mulher que, a princípio, escolheram relacionar-se, e
projetaram para si e para o casal um futuro com ou sem Deus. Assim, as
escolhas de como nos percebemos, ou percebemos o outro, vão
desencadear para o resto de nossas vidas, e as de nossos filhos, o
conceito de quem elegemos como autoridade. Mas e Deus, quem Ele
elege como autoridade em nossa família?
Como nos diz o verso 8 do capítulo 13 de Romanos: “A ninguém
devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao
próximo tem cumprido a lei”.
Tenhamos cuidado em não perder o propósito de Deus para a
nossa vida.

Vivendo as dificuldades em família - Juçara Tonet Dini


Salvação – O caminho, a verdade e a vida

Texto Bíblico: Lucas 18: 31

Na vida, nossos anseios vão-se modificando à medida em que


passamos de uma fase para outra, até que todos cheguemos “à medida
da estatura da plenitude de Cristo”.
O alvo da pessoa, ou o que deveria ser de acordo com o propósito
de Deus, é fazer a vontade Dele, e não somente o de ser ou sentir-se útil.
Quando Jesus chegou ao final do seu trabalho, foi à Jerusalém, e o que
aconteceu ali tornou-se a porta de nossa salvação.
Em Mateus 15: 32, Jesus chamou os seus discípulos e disse:
“Tenho compaixão da multidão, porque já fez três dias que eles estão
comigo, e não têm o que comer; e não quero despedi-los em jejum, para
que não desfaleçam no caminho.” Este mesmo Jesus tem compaixão de
nossas famílias, porque não temos o que comer, e nem só de pão vive o
homem. Nosso vazio interior, em eterna demanda espiritual e
psicológica, não será despedido em jejum, para que não desfaleçamos
no caminho.
Filipenses nos lembra: “Desenvolvei a vossa salvação”, e este
processo implica em esperar que o Senhor Jesus Cristo nos alimente,
todos os dias, até a consumação dos séculos. Pertence a Ele, não a nós, o
poder de alimentar, ter o alimento, e nos livrar da morte. Mateus 10: 21
nos lembra que “um irmão entregará à morte a seu irmão, e um pai a seu
filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão”. Mateus 20: 18
lembra que “eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será
entregue aos principais sacerdotes e aos escribas, e eles o condenarão à
morte”. E assim é Jesus: “Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente
recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho.” Marcos 10:52
Tenhamos cuidado em não perder o propósito de Deus para a
nossa vida.

Vivendo as dificuldades em família - Juçara Tonet Dini


Misericórdia – O elo dos
interrelacionamentos
Texto Bíblico: Provérbios 19: 22

Os noticiários, em sua maioria, trazem coberturas jornalísticas


sobre o desencadeamento de resultados de más escolhas, e como estas
deliberações afetam a comunidade do entorno. Naturalmente observa-
se que, nestes dramas, tragédias e conflitos, não reside a preocupação
com valores como amor, perdão e misericórdia. E o que seria
misericórdia? Segundo consulta rápida junto à Difusão Cultural do Livro,
misericórdia significa compaixão pela miséria alheia; perdão. E miséria?
Pobreza, avareza!
Tenho acompanhado um casal onde o marido tem-se mostrado
avarento ao longo de 40 anos de convívio! Embora provesse o lar,
sempre lhe foi difícil compartilhar o dinheiro para as necessidades não
tão básicas; sempre lhe foi sacrificial proferir palavras bondosas e de
amor, ou mesmo expressar seus sentimentos! Embora o sofrimento da
esposa e dos filhos com esta avareza sutil e característica de sua
personalidade, ela optou por lhe ser misericordiosa, porque "ouviu o
conselho, e recebeu a instrução" (v. 20), tornando-se uma sábia esposa e
assim mantendo sua família em paz, unida, apesar das lacunas e das
diferenças. "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o
desígnio do Senhor permanecerá" (v. 21).
Tenhamos cuidado em não perder de vista o propósito de Deus
para a nossa vida.

Vivendo as dificuldades em família - Juçara Tonet Dini


Integridade – Metas e desejos em busca
deste ideal
Texto Bíblico: Provérbios 22: 28

Todo pai e toda mãe desejam filhos saudáveis e uma família


perfeita aos seus ideais. Nem sempre, porém, estes ideais prevêem a
integridade como um valor de caráter, primeiro em si mesmos e a partir
de si para os filhos. Porém quando isso acontece por parte dos pais mas
não é assimilado por parte dos filhos, pode-se encontrar tristeza
profunda nos dilemas e conflitos decorrentes: "O filho insensato é a
desgraça do pai" (Pv 19: 13). Pessoas que andam solitariamente buscam
o seu próprio interesse, e se insurgem com a sensatez coletiva. "O
insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu
interior" (Pv 28: 2). Obedecer aos pais, dar-lhes ouvidos, torna-se um
alvo longínquo e ameaçador de sua pretensa liberdade. Assim, o
insensato se desintegra em sua original integridade.
Tenhamos cuidado em não perder de vista o propósito de Deus
para a nossa vida.

Vivendo as dificuldades em família - Juçara Tonet Dini


Essência do Chamado

Texto Bíblico: Mateus 16:24

É curioso como pessoas tomam decisões e logo depois começam


a se queixar das consequências. O povo de Israel deixou o Egito
sonhando com a liberdade, logo estavam reclamando da falta de
comida e queriam voltar. Jovens anseiam e lutam para entrar em uma
faculdade e depois reclamam do excesso de tarefas. Casais lutam para
ter um filho, e depois se queixam do trabalho inerente à paternidade.
O mesmo pode ocorrer com uma decisão de seguir a Jesus. Cristo
faz um chamado amoroso, mas não enganoso. Na verdade Ele é quase
cruel ao revelar o que espera seus seguidores. A proposta é negar-se,
tomar sua cruz e só então começar esta jornada de seguir.
O chamado cristão pode ter muitas expressões, mas um só
sentido: amar a Deus e amar ao próximo. Para isso é fundamental que
nossa vida não seja mais importante do que a de outros. Não só nossa
vida mas toda uma série de “penduricalhos” que vamos acrescentando e
julgando essenciais. Para muitos é a importância de ter razão, para
outros pode ser a importância de me sentir seguro. Para outros ainda a
percepção de que sou amado e considerado precioso. Cada um destes
anseios é em si legítimo, mas, não importa o que Deus o chamou a fazer,
esta jornada começa com abrir mão de sua vida.
O teólogo alemão executado pelo regime nazista Dietrich
Bonhoeffer, escreveu "Quando Cristo chama um homem, ordena-lhe
que vá e morra". Ele pessoalmente aceitou este preço para cumprir seu
chamado. De que maneira Cristo está pedindo a você que morra nestes
dias? Que morra para suas convicções mais preciosas? Que morra para
seu sentimento de segurança? Que morra para seu conforto ou
popularidade?

Conhecendo mais ao meu chamado em meio às dificuldades - Daniel Lima


O prazer de seguir seu Chamado

Texto Bíblico: Mateus 25:14-30

Um atleta amador se esforça por horas, investe dinheiro e tempo


livre, sacrifica tempo com família ou amigos, mantém um dieta
rigorosa... Tudo isso para ganhar uma medalha que poderia comprar
por uma fração do que investiu. Seu alvo não é o valor intrínseco da
medalha, mas a realização de vencer um desafio. Um atleta amador
encontra uma realização pessoal em descobrir e exercer uma atividade
para a qual é particularmente dotado. Para o cristão, seguir o chamado
de Deus tem a mesma dimensão. Nas palavras do corredor olímpico Eric
Liddell: “Eu creio que Deus me fez para um propósito, mas Ele também
me fez rápido. E quando eu corro, eu sinto Seu prazer em mim.”
Na parábola dos talentos, os dois servos fiéis recebem a mesma
recompensa, muito embora um tenha gerado cinco talentos para seu
Senhor e o outro tenha gerado apenas dois. Aqui encontramos a
primeira “recompensa” de seguir o chamado de Deus: ver que investiu
tudo que lhe foi confiado, e que isso gerou frutos eternos. A segunda
“recompensa” em seguir o chamado é o reconhecimento e a alegria de
seu Senhor. O que pode ser mais motivador para o cristão do que ouvir
de Deus “entra no gozo do teu Senhor”? Saber que ao olhar meu serviço,
o qual eu sei que é imperfeito, Deus se alegra comigo certamente enche
meu coração.
Eu gosto de pensar que seguir o chamado de Deus é como ser um
atleta amador. Há sacrifícios, mas vale muito a pena. E o momento
crucial, o momento mais revelador para um atleta é o momento da
prova. De muitas formas o sofrimento, a crise é o momento da prova
para o cristão. Este é o momento em que seguir seu chamado é mais
importante, e ao mesmo tempo mais realizador.

Conhecendo mais ao meu chamado em meio às dificuldades - Daniel Lima


Ousadia em seguir seu chamado

Texto Bíblico: Ester 4:13-14

A maioria dos homens e mulheres que Deus usou não tinham


uma noção clara de que seriam usados da maneira que foram. Muito
faziam a coisa certa e, de repente, eram lançados para o centro do palco
para desempenhar um papel central no que Deus estava fazendo.
Alguns se apaixonaram pelo centro do palco e quando esse papel exigia
um sacrifício, eles simplesmente tentaram reescrever sua história.
Na história de Ester, uma jovem de origem estrangeira é elevada à
mais alta posição do reino. Com certeza ela ficou encantada com os
privilégios e com sua posição. No entanto, Deus não havia colocado esta
moça ali apenas pelos privilégios. Quando a tempestade atingiu seu
povo, sob a ameaça de extermínio, ela teve de tomar uma decisão. Seu
tio lhe avisou do plano para eliminar os judeus e pediu que ela rogasse
ao rei. Ela, no entanto, sabia que entrar na presença do rei sem um
convite poderia lhe custar a vida.
Neste momento as palavras de seu tio tiveram um impacto
transformador na vida desta mulher. “Quem sabe se não foi para um
momento como este que você chegou à posição de rainha?” O chamado
de Deus é sempre acompanhado de dons, talentos e capacidades para
cumpri-lo. Com frequência, para podermos cumprir nosso chamado,
Deus vai também nos colocar em posições que nos permitam exercer
esses dons e talentos.
Diante das dificuldades que hoje passamos, qual o papel que
Deus lhe concedeu e hoje pede que você use para Sua glória? Quais os
privilégios, recursos, dons e talentos que Ele lhe concedeu e como estes
podem ser usados para Seus interesses? Tudo o que Ele nos concedeu é
para ser usado para a Sua glória.

Conhecendo mais ao meu chamado em meio às dificuldades - Daniel Lima


Lutas e consolo ao seguir seu chamado

Texto Bíblico: 2 Coríntios 7:4-7

Seguir seu chamado é sempre um desafio. Há, como já vimos,


alegrias e realizações, mas há também desafios e lutas. Na passagem
acima, Paulo está comentando sobre seu relacionamento com uma
igreja difícil. Examine comigo a sequência deste trecho.
No verso 4 ele manifesta sua confiança e afirma que sua alegria
permanece mesmo diante das tribulações. Certamente apenas quem
mantém seus olhos em Cristo pode atravessar dificuldades mantendo
não só a fé, mas também a alegria. No verso seguinte ele é muito
transparente e fala que enfrenta conflitos externos e que tem lutas
emocionais em seu íntimo. Não conheço nenhum homem ou mulher de
Deus que não tenha passado pelo mesmo ao cumprir seu chamado.
Ouso dizer que é impossível cumprir seu chamado sem aborrecer,
decepcionar ou frustrar pessoas ao seu redor. Jesus Cristo certamente
passou por isso. No caso, as feridas foram causadas por uma dura
exortação que Paulo teve de fazer à essa igreja.
Por fim, nos versos 6 e 7, Paulo fala do consolo de Deus com a
chegada de um discípulo amado e com as notícias de reconciliação que
ele trouxe. Se ao seguir nosso chamado ferimos alguém, há um consolo
enorme caso estas pessoas eventualmente compreendam e
manifestem seu carinho, sua preocupação por nós.
Vejo duas lições nesta passagem sobre seguir seu chamado: (1)
não se desvie dele! Nossas vidas estão entregues ao nosso Senhor. Ele é
que deve traçar nossos caminhos. Não nos cabe nos desviarmos de
nosso chamado para agradar pessoas. (2) Confie no consolo do Senhor!
O mesmo Deus que nos chamou há de nos consolar diante das
dificuldades. Seja nesta vida ou na eternidade. Aguarde e esteja pronto
para receber o doce consolo da restauração.

Conhecendo mais ao meu chamado em meio às dificuldades - Daniel Lima


Terminando seu chamado com graça

Texto Bíblico: 2 Timóteo 4:16-18

A vida é dura. Dificuldades, frustrações, decepções tem a tendência


de “azedar” o mais doce coração. Por isso, infelizmente, a amargura é
uma característica comum entre os que viveram muito. Pode ser uma
amargura de cara fechada, carranca e resmungos, ou uma amargura
disfarçada de auto piedade e referências veladas ao abandono e ao
desprezo (reais ou imaginários). As pessoas que sucumbem a isso talvez
não percebam que estas atitudes fazem com que todos se afastem ainda
mais delas.
Ao final de sua vida, o apóstolo Paulo estava preso em uma
calabouço tenebroso, tinha convicção de que havia cumprido seu
chamado e de que o tempo de sua partida estava próximo. No entanto,
ele, mesmo em circunstâncias tão terríveis, mostra uma leveza
surpreendente.
No verso 16 ele reconhece com muita lucidez que foi abandonado.
Mas expressa também seu desejo que isso não seja cobrado deles. Este é
o espírito do verdadeiro perdão. Perdão não é fazer de conta que nada
aconteceu, é reconhecer que algo aconteceu, mas não cobrar a ofensa.
No verso 17 apesar da situação difícil ele se alegra de que pode proclamar
a mensagem. Este é um homem que tem a perspectiva correta e se alegra
com cada oportunidade de proclamar seu Salvador. Por fim no verso 18
ele se alegra na esperança da vida eterna junto a Deus! Não só se consola
com esta esperança, mas glorifica a Deus por ela.
Diante das dificuldades, precisamos manter o foco. O mais
provável é que cada um de nós enfrente ao longo da vida dificuldades,
abandonos e decepções. Essas experiências podem nos tornar amargos
ou podem nos fazer transpirar graça. Um dos elementos fundamentais
para definir nossa atitude, ao meu ver, é ter a convicção de que você
cumpriu seu chamado de amar a Deus e ao seu próximo de todo coração
e com todas as suas forças.

Conhecendo mais ao meu chamado em meio às dificuldades - Daniel Lima


O que é paz?

Texto Bíblico: Efésios 1:2

Nestes próximos 5 dias, vamos meditar no capítulo 1 do livro de Efésios


e em como Deus promove paz por meio de sua existência e ação. E a paz
bíblica não é baseada em circunstâncias. Vemos personagens bíblicos
passando por situações terríveis, mas em paz. O que vemos em Efésios é que a
paz é uma consequência da nossa reconciliação com o Pai, por meio de Cristo
através da ação do Espírito Santo. Tenho plena convicção de que apesar de
qualquer dificuldade, se estivermos buscando um aprofundamento e
harmonia com o Pai, teremos paz.
Muitas vezes falamos da graça de Deus, mas não falamos porque ela
existe. Paulo, neste versículo, promulga graça e paz da parte do Pai e do Filho.
A graça, o presente imerecido de Deus, existe para promulgar a paz entre nós e
Deus.
Paz, portanto, é fruto de não estar em dívida, é sentir-se perdoado e ser
perdoador, é a base fundamental da unidade. Não existe unidade com Deus,
com a família, a igreja ou a sociedade, sem paz. Uma família em profundos
conflitos não encontra, por exemplo, um ambiente saudável na hora de uma
refeição.
Por mais difícil que possam ser os dias, eles foram criados por Deus
para que sejamos aperfeiçoados e encontremos paz. E à medida que vivemos
em paz, também promulgamos paz e a unidade de Deus é visível.
No entanto, a paz bíblica não é romântica, ela existe a partir do sacrifício
de Cristo na Cruz. Encontramos paz com Deus à medida que somos
reconciliados e, assim, podemos viver em unidade. Não devemos nos iludir e
nem buscar um sentimento passageiro de paz. A proposta bíblica para
vivermos a paz é por meio de sacrifícios. Se desejamos viver e promulgar paz,
devemos sacrificar, por exemplo, nossas opiniões pessoais.
O desafio de hoje envolve avaliarmos o que estamos revelando em
nosso conflito: um espírito tempestivo ou pacificador? É olharmos para
nossas famílias e verificar o que temos promovido e como o temos feito. Em
tempos de tempestades, aquietar-nos é fundamental para sermos menos
intempestivos e mais pacificadores em nossas ações.

Uma vida de paz e comunhão por meio da Trindade - Arthur Lupion


Deus sabia e nos preparou para dias de
tempestade
Texto Bíblico: Efésios 1:3

A Bíblia é um ativo transformador de circunstâncias.


Indiferente do que pode acontecer hoje ou do que se tem passado, a
Bíblia transforma as situações.
A intervenção bíblica em nossas vidas nem sempre muda a
circunstância. Esta tem sido a proposta de algumas linhas teológicas,
promovendo prosperidade e satisfação nas circunstâncias. No entanto, a
proposta da Bíblia muitas vezes não envolve diretamente a mudança de
contexto, mas a mudança no leitor e na sua maneira de perceber o mundo ou
as circunstâncias.
Este versículo é um exemplo. O Pai já abençoou todos os que nEle
acreditam, com TODAS as bênçãos espirituais em Cristo.
Ou seja, o Pai, por meio do sacrifício, ação e modelo que Cristo é para a
humanidade, já abençoou você com tudo o que você precisa espiritualmente.
Toda a paz que você precisa hoje já foi dada, bem como o amor, a sabedoria, a
capacitação, a coragem e assim por diante.
Esta verdade pode mudar a situação? Claro que sim. Você não tem
todas as bênçãos físicas, mas você tem à sua disposição todas as bênçãos
espirituais necessárias para viver em paz. Nos cabe processar tudo isso e unir
com nossa prática diária.
Enquanto eu escrevo esse texto, ninguém sabe como será a economia,
os desdobramentos na saúde, não sabemos como será nosso futuro,
pessoalmente como será nosso futuro no Uruguai ou tampouco tudo o que
ainda passará com o mundo em meio a tantas crises. Todavia, posso viver em
paz com Deus e me apropriar das bênçãos que ele já me deu. E sem dúvida,
isso é suficiente para viver o dia de hoje. Isso me capacita a me desenvolver e
lidar com qualquer circunstância hoje.
Precisamos confiar nos absolutos da Palavra, porque de fato nada é
absoluto como ela. As circunstâncias mudam todo dia, mas a Palavra
permanece. A vontade de Deus para nossa vida é sim uma vida próspera,
espiritualmente atrelada à paz com Ele. Vivamos isto no dia de hoje.

Uma vida de paz e comunhão por meio da Trindade - Arthur Lupion


Retirando o melhor da tempestade

Texto Bíblico: Efésios 1:4-6

Todos já tivemos momentos de tempestade ou momentos de crise


em nossas vidas. Alguns são maiores outros são menores, o fato é que
em todos estes momentos, Deus estava ali.
Tempestades fazem parte da didática do Pai de nos transformar à
imagem do Filho, por meio da ação do Espírito. Esse processo como um
todo, da transformação do homem, é chamado de processo de
santificação.
Em Efésios capítulo 1, percebemos que esse processo é realizado
em nós por meio de uma ação Trinitária. Onde, desde antes de todos os
tempos, o Pai tinha um plano, o Filho viabilizou este plano e o Espírito
garante a sua execução.
No versículo 3, vimos que todas as bênçãos foram dadas, e no 4
vemos o propósito: para que sejamos santos. Ou seja, aptos para viver
em Sua presença. Um Deus santo não abre mão da sua santidade, assim
Ele nos transforma para sermos aptos para estar com Ele. Ele está
falando do estado final que um dia o encontraremos, totalmente
santificados.
Assim a Trindade age em nossa vida: promove paz para com Deus e
nos abençoa com o propósito de estarmos plenos diante dEle. Esse
processo, que um dia estará concluído, hoje está em andamento. Então,
se encararmos as tempestades como um elemento didático do ensino de
Deus a fim de nos tornar aptos para estarmos plenos diante dEle, tudo
pode ser mais fácil hoje.
Nada sai do controle de Deus, mas não é só isso. Tudo está debaixo
do controle de Deus, inclusive o momento em que esta situação
tempestuosa veio em sua vida. Ela não é necessariamente causada por
Deus, mas certamente será usada por Ele no processo de nos tornar mais
como Ele. Tempestades são terríveis, mas o Deus da Tempestade é
bondoso, confiemos nEle em toda e qualquer situação.

Uma vida de paz e comunhão por meio da Trindade - Arthur Lupion


Toda tempestade aponta para Cristo

Texto Bíblico: Efésios 1:9-10

Neste texto, temos a revelação de um grande mistério do Antigo


Testamento. A vontade de Deus agora não está mais encoberta.
Muitas vezes, podemos perguntar qual é a vontade de Deus para
algo específico. Todavia, não podemos deixar de ver algo específico
dentro de um grande plano maior. E a vontade máxima de Deus é que
todas as coisas apontem para Cristo, mas não somente apontem, sejam
funcionalmente úteis levando até Cristo.
Não podemos esquecer que “todas as coisas, celestiais ou
terrenas” significa absolutamente tudo. Deus está redimindo todas as
coisas, fazendo com que tudo aponte para Cristo. Isso não quer dizer
uma remissão específica para cada pessoa, mas que qualquer pessoa,
por exemplo, pode apontar para Cristo, indiferente se ela entendeu ou
se ela serve a este Cristo.
Assim, a remissão do Covid-19 está em seu potencial didático de
nos lembrar que existe um Deus maior que o vírus ou seu potencial de
destruição.
Logo no início desta crise, um amigo e médico Cristão me falou:
“No fim disto tudo, teremos inúmeros testemunhos de maravilhas feitas
por Deus.” Esta é a ação de um Deus bondoso em meio à dor, ao medo, à
insegurança e à qualquer perda. Deus não pratica o mal, mas atua por
meio do mal. E sabemos neste versículo que todas as coisas estão sendo
redimidas e tem a capacidade de apontar para Cristo. Creiamos nisso.

Uma vida de paz e comunhão por meio da Trindade - Arthur Lupion


Uma oração

Texto Bíblico: Efésios 1:17-18

Após descrever em 14 versículos o plano de Deus para este


mundo e como Ele tem agido, Paulo pede pela capacitação dos Efésios.
Tempos de tempestade podem nos levar à mesma conclusão:
precisamos de capacitação para suportar tudo. Logo, existe
dependência.
A percepção de que o ser humano é humano e limitado é uma das
funções daquilo que penso ser os elementos didáticos das
tempestades.
Gostaria de te convidar a simplesmente orar em primeira pessoa
a oração de Paulo. E depois reler o texto original, pensando nas pessoas
queridas que tem com você. Reflita e gaste um tempo em oração.
Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, me dê
espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro
também para que o olho do meu coração seja iluminado, a fim de que eu
conheça a esperança para a qual ele me chamou, as riquezas da gloriosa
herança dele em mim.
Oração tem um efeito terapêutico em nosso coração. Nos acalma,
nos mostra que somos menores do que gostaríamos de ser e que temos
em Deus a porção diária do que necessitamos. Inclusive, todas as
capacidades para lidar com qualquer desafio que surja no dia de hoje.

Uma vida de paz e comunhão por meio da Trindade - Arthur Lupion

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