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Curso: Psicologia

Disciplina: Fenomenologia e Existencialismo


Professora: Sandra Andrade de Castro

Pressupostos básicos da
Psicoterapia Humanista
Introdução
• A psicologia humanista busca uma humanização da psique,
considerando o homem como um processo em construção,
detentor de liberdade e poder de escolha.
• Teóricos:
 o primeiro a desenvolver uma teoria humanista na
psicologia foi Abraham Maslow, com sua pirâmide das
necessidades.
 posteriormente, suas ideias foram recebidas por Carl
Rogers na sua terapia centrada no cliente, assumindo
assim um significado prático.
 outros autores, que originalmente não pertenciam à
psicologia humanista, desenvolveram abordagens que
lhe são muito próximas.
Viktor E. Frankl – o fundador da logoterapia, https://www.uol.com.br/vivabem/co
lunas/lucas-veiga/2021/11/16/quem-
Erich Fromm – o psicanalista humanista, e tem-medo-da-liberdade.htm

Fritz Perls – o fundador da gestalt-terapia.


https://www.sumarequalifica.com.br/curs
os-de-extensao/74-conceitos-basicos-
sobre-a-linguistica-aplicada.html

Pressupostos básicos

• Pressupostos básicos de todas essas linhas são:


O ser humano é mais do que a soma de suas partes
tomadas individualmente;
Ele vive em relações interpessoais;
Ele é um ser consciente e pode desenvolver sua
percepção;
Ele pode decidir-se;
Ele comporta-se de maneira intencional.
Premissas da Psicoterapia

• As treze premissas:
https://www.conrado.com.br/nivel-de-consciencia-do-consumidor/
1. Consciência:
 A autoconsciência é uma capacidade humana.
 Com mais consciência, existe mais liberdade de escolha.
 A psicoterapia humanista existencial prima pela expansão da
autoconsciência do cliente, pois isto lhe confere maior liberdade e
aumenta suas possibilidades de escolha na vida.
 Cont...
https://www.conrado.com.br/nivel-de-consciencia-do-consumidor/

1. Consciência:
O processo de consciência revela:
Somos finitos e o tempo para nossa autorrealização é limitado.
Temos o potencial para nos desenvolver ou escolher não fazê-lo.
Podemos ver as possibilidades que temos e assim criar nossa vida.
Reconhecemo-nos como seres distintos dos demais. Estamos basicamente
sozinhos, mas precisamos de relações significativas com outros.
O sentido da vida é uma criação individual.
A ansiedade é inerente a vida, pois com o aumento de nossas possibilidades
de escolha, aumentam também nossas responsabilidades. Além disso, a
ansiedade vem em decorrência da incerteza de nosso futuro.
A consciência também pode nos fazer sentir mais intensamente solidão,
ausência de sentido, esvaziamento, culpa e isolamento.
2. Liberdade:
 O homem é essencialmente livre para fazer as escolhas que quiser na
vida.
 Com a liberdade de escolha, vem a responsabilidade pelo caminho
tomado.
 A abordagem existencial coloca, no centro da existência humana, a
liberdade, a autodeterminação, a vontade e a decisão.” (Corey, 1986,
p.61)
 “Não importando a grandeza das forças que fazem dos seres humanos
suas vítimas, o homem tem a capacidade de conhecer sua condição de
vítima e, assim, de exercer alguma influência sobre o modo pelo qual
se relacionará com sua sorte.” (Rollo May, 1961 apud Corey, 1986).

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3. Responsabilidade:
 O existencialismo preconiza que o homem é responsável por sua
existência e destino.
 O sujeito é essencialmente livre e não determinado, por isso, quando
tem determinada atitude ele próprio fez uma escolha e deve arcar com
as consequências disto; é sua responsabilidade, não de outrem.
 É comum que em terapia os clientes perguntem aos terapeutas o que
devem fazer diante de determinadas situações, não é função do
terapeuta responder a tais questões; se assim o fizesse, estaria tirando
a oportunidade do cliente de fazer suas próprias escolhas e praticar a
inevitável responsabilidade por sua vida.
 A maior conscientização traz maior liberdade; e a liberdade pressupõe
responsabilidades.
4. Autenticidade:
 Viver autenticamente é estar plenamente
consciente do momento presente, escolher a
maneira de viver o momento e assumir a
responsabilidade da escolha feita.
 É escolher baseado em si mesmo e não em
referenciais externos.
 “Nós nos traímos, tornando-nos o que os outros
esperam de nós, em vez de confiarmos em nós
mesmos, em nossa busca interior, em obter nossas
próprias respostas para os conflitos que vivemos.
Nosso ser cria raízes no ser dos outros e chegamos a
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ser estranhos para nós mesmos.” (Corey, 1986, p.63)
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serve-e-como-fazer-sem-sair-de-
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5. Fazer escolhas conscientes:
 A grande dificuldade da escolha é que ela necessariamente implicará
numa perda. Quando se opta por X, ao mesmo tempo abre-se mão de
R, Y, Z, etc.
 Mas aceitar a responsabilidade por nossas escolhas é tomar a rédea da
nossa vida nas mãos. Segundo Sartre: “Nós somos nossas escolhas.”

6. Crença no potencial humano:


 O homem está em constante busca
da realização de seu potencial
pleno, está o tempo todo se
modificando, se atualizando.
 Para a abordagem humanista
existencial, a patologia acontece
quando a pessoa fracassa no uso de
sua liberdade para atualização de http://www.camilaloyolla.com.br/ansi
edade-retomando-as-redeas-da-vida/
seu potencial individual.
7. Morte como algo positivo:
 Para os existencialistas, é a consciência da
morte que dá sentido à vida. “Se nos
fosse dada a eternidade para atualizar
nossas potencialidades, não haveria
urgência.”
 Para os existencialistas o medo da morte e
o medo da vida tem total relação. Ou seja,
alguém que diz temer a morte na verdade
teme a vida, pois pensa: “Não quero
morrer, pois não vivi tudo o que poderia
ter vivido de forma plena.” https://www.esbocandoideias.com/2011/11/o-
que-significam-os-tres-tipos-de-morte.html
https://br.mundopsicologos.com/artigos/13-dicas-para-
lidar-com-o-transtorno-de-ansiedade-generalizada

8. Ansiedade (ou angústia) existencial:


 O ser humano tem que conviver com uma
espécie de ansiedade existencial que o afeta
em decorrência de sua consciência de
liberdade e responsabilidade na vida e
também é fruto do saber-se finito, ou seja,
da consciência da própria morte.
 A ansiedade nem sempre é patológica, pelo contrário, é até muito
positiva quando nos ajuda a vislumbrar o futuro e nos impulsiona para
a ação.
 A ansiedade é consequência certa em todas as mudanças.
 É inevitável que a pessoa sinta ansiedade quando em processo de
terapia. Na terapia, é preciso suportar a ansiedade e não tentar
erradicá-la como se fosse algo nocivo, os que assim procedem tem
seus benefícios.
 Como não existem certezas na vida, a ansiedade estará sempre
presente.
9. Culpa existencial: https://clinicamarinabaitello.com.br
/culpa-o-sentimento-sem-utilidade/
 Aparece em decorrência do fracasso do
homem em realizar plenamente aquilo que
poderia ter sido.
 Se considerarmos que o homem é fruto de
suas escolhas, se este não é tudo aquilo que
poderia ser, então é o único responsável por
isto, daí advém o sentimento de culpa.
 E, “na medida em que alguém limita seu vir
a ser, torna-se doente.” (Corey, 1986, p.66)
Para os existencialistas, a doença ocorreria
por conta de uma frustação por um
potencial não desenvolvido.

10. Busca de sentido:


 É inerente a condição humana a busca por um sentido na vida e por
valores que a tornem consistente.
 O sentido da vida deve ser uma criação particular a cada sujeito e não
baseado em crenças aprendidas por meio de outros.
 Todo ser humano busca um sentido na vida e a falta de sentido gera o
que os existencialistas denominam de “vazio existencial”. (neurose –
perda do sentido de ser)
11. Autorrealização:
 Para os existencialistas, o homem luta pela autorrealização, que é vir a
ser tudo o que é capaz.
 Toda pessoa tem o desejo de tornar-se tudo o que é em potencial, mas
para tanto é preciso coragem, determinação, consciência e
responsabilidade.

12. Solidão:
 O homem é essencialmente só (nasce e morre
só), mas precisa dos outros, pois é também um
ser de relação.
 Para o existencialismo, a solidão faz parte da
condição humana e, para vivenciar com o outro
uma relação saudável, só é possível se formos
capazes de ficar, antes de tudo, bem conosco
mesmos.
 Uma relação saudável é aquela que une duas
https://desenvolviver.com/relaciona
mentos-amorosos/como-a-terapia-
pessoas autônomas numa relação de troca e não
ajuda-a-superar-a-carencia-afetiva/
de dependência ou simbiose.
13. A relação do tipo humanista:
 Os psicólogos humanistas aceitam a importância da abordagem
“pessoa-a-pessoa”, participando ativamente das sessões como pessoas
implicadas na relação.
 Estes se veem como modelos aos clientes, através de seu estilo de vida
e imagem humanista, podem incentivá-los a buscarem toda a
expressão de seu próprio potencial.
 Nesse tipo de relação o cliente tem voz, podendo expressar livremente
suas opiniões e criar seus próprios valores e objetivos.
 O trabalho de psicoterapia deve ser dirigido para uma maior liberdade
e autonomia do cliente, que não deve ser dependente do terapeuta.

https://comportese.com/2020/08/
05/a-acao-da-relacao-terapeutica-
uma-oportunidade-de-crescimento/
Características da Psicologia Humanista
• As 5 principais características da psicologia
humanista

1. Sem julgamento
A psicologia humanista é uma abordagem
de aconselhamentos em que o profissional
que ajuda não julga o que está sendo
compartilhado por um cliente -
independentemente do conteúdo que está
sendo divulgado.
2. Empatia
Uma característica fundamental da terapia
centrada na pessoa é a empatia.
Os psicólogos e psiquiatras que adotam
uma abordagem humanista, exploram
juntamente aos clientes questões https://exame.com/colunistas/o-que-te-
emocionalmente dolorosas. motiva/o-cerebro-do-futuro-e-o-poder-da-
empatia-na-visao-de-daniel-pink/
• As 5 principais características da psicologia humanista

3. Não Patológico
A maioria dos profissionais da psicologia humanista deixa de lado
o diagnóstico clínico e discute a essência do cliente.
Muitos profissionais que ajudam a usar uma abordagem centrada
na pessoa encorajam o cliente a se concentrar em seus pontos
fortes (também conhecido como abordagem baseada na força).
4. Concentre-se no "eu"
O objetivo da terapia humanista é promover a expressão de
sentimentos, pensamentos e emoções do cliente por meio do
diálogo.
Em alguns casos, incentivos expressivos são encorajados, como
escrever, pintar, desenhar e até mesmo atuar.
5. É existencial
Uma das mais importantes características da psicologia humanista
é seu componente existencial.
Os terapeutas existenciais ajudam os clientes a trabalhar através
de padrões e abordagens restritivas, encorajando-os a se
expressarem através da criatividade e da auto expressão.
Processo psicoterapêutico
• A Psicologia Humanista vê o processo psicoterapêutico como
uma técnica de crescimento pessoal ou de desenvolvimento
do potencial humano, e não como técnica de tratamento de
doenças mentais.
 Psicólogo é coisa para doido? Não... Saiba que foi o movimento
humanista que mudou essa história.

https://tenor.com/pt-
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 Eles passaram a defender a ideia de que a psicoterapia era um processo


de autoconhecimento, útil a qualquer pessoa.
 Deixaram de chamar o paciente de “paciente”, passando a chamá-lo
“cliente”.
• Os humanistas afirmam que as pessoas só podem ser
compreendidas como indivíduos.
• Não se pode conhecer uma pessoa a partir de dados
estatísticos da população ou a partir de estudos com animais
– reflete uma crítica aos métodos do behaviorismo e da
ciência tradicional.
• As pessoas precisam ser compreendidas de forma completa
e dentro de seu ambiente natural, e não através de análise
de partes do comportamento ou através de experiências em
laboratório.

https://www.universal.org/noti
cias/post/crise-de-ingratidao/
Referência principal:
MACEDO, Josué Campos. Os princípios da
Psicologia Humanista. Espaço cuidar do ser.
Disponível em:
https://cuidar-do-ser.webnode.com.br/news/os-
principios-da-psicologia-humanista/. Acesso em:
19 jan. 2023.
SIGNIFICADOS. Significado de Psicologia
Humanista. Disponível em:
https://www.significados.com.br/psicologia-
humanista/. Acesso em: 19 jan. 2023.

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