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PRÉ-ANESTESIA

BRANDÃO, Alberto de Oliveira1; CARVALHO, Ângela Ketlen Montenegro2; LUCENA, Jaina


Benevides de Araujo3; LIMA, Jade Souza4; REIS, José Augusto Seixas5; ROCHA, Railson Sousa6; Dr.
GALINDO, Roniery Carlos Gonçalves7.
1
Graduando em Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro; 2Graduando em Medicina Veterinária do
Centro Universitário Fametro; 3Graduando em Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro;
4
Graduando em Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro; 5Graduando em Medicina Veterinária do
Centro Universitário Fametro; 6Graduando em Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro; 7Dr.
Docente em Medicina Veterinária do Centro Universitário Fametro.

RESUMO

A anestesiologia é uma das várias áreas da medicina veterinária que cresce a cada dia e
que vem melhorando suas técnicas, para isso há a necessidade da busca por conhecimento
farmacológico a respeito dos medicamentos utilizados para a anestesia e analgesia. Cada
protocolo anestésico deve ser nomeado individualmente com base na classificação do paciente,
pautado nos riscos anestésicos e conforme o procedimento que irá ser realizado, buscando a
analgesia perfeita. Como forma de tranquilização, sedação e relaxamento, realiza-se a
medicação pré-anestésica (MPA), que também busca reduzir a necessidade de anestésico com
intuito de diminuir também os efeitos colaterais de uma anestesia geral. É importantíssimo uma
avaliação pré-anestésica de todos os pacientes, saber mitigar os riscos anestésicos e estar
preparado para qualquer intervenção durante a anestesia. Devido a isso, o presente trabalho tem
como objetivo abordar o qual conhecimento sobre MPA tem um grupo de alunos do curso de
medicina veterinária, através de pesquisa interativa online. Como também fazer uma revisão
literária sobre o assunto.
Palavras-chave: Anestesiologia, pré-anestésicos, pesquisa, questionário acadêmico.

ABSTRACT

Anesthesiology is one of the several areas of veterinary medicine that grows every day
and that has been improving its techniques, for this there is a need to search for pharmacological
knowledge about the drugs used for anesthesia and analgesia. Each anesthetic protocol must be
individually named based on the patient's classification, based on the anesthetic risks and
according to the procedure to be performed, seeking perfect analgesia. As a form of reassurance,
sedation and relaxation, pre-anesthetic medication (MPA) is performed, which also seeks to
reduce the need for anesthetic in order to also reduce the side effects of general anesthesia. A
pre-anesthetic evaluation of all patients is very important, knowing how to mitigate anesthetic
risks and being prepared for any intervention during anesthesia. Due to this, the present work
aims to address what knowledge about MPA has a group of students of the veterinary medicine
course, through interactive online research. As well as doing a literary review on the subject.
Keywords: Anesthesiology, preanesthetics, research, academic questionnaire.

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1. INTRODUÇÃO

A pré-anestesia trata-se de um procedimento antecessor a anestesia geral, que oferece


ao paciente uma agradável indução anestésica. Com isso, os efeitos inconvenientes como
irritabilidade, vômito, salivação, euforia, regurgitação são minimizadas, viabilizando maior
sedação, analgesia, potencialização dos anestésicos gerais, tornando mais favorável o campo de
trabalho do médico veterinário. De uma outra forma, a pré-anestesia é a inserção de uma droga
ou uma combinação de drogas antes do procedimento de anestesia, com intuito de facilitar e
tornar-se, mas seguro a realização da anestesia. A MPA é classificada em fármacos
anticolinérgicos, tranquilizantes, hipnóticos e hipnoanalgésicos (MASSONE, 1999).
A Medicação Pré-anestésica (MPA) apresenta vários pontos fortes, como: 1) redução de
dor e desconforto: tendo em vista que há fármacos que possuem efeito analgésico, mas não
promovem anestesia; 2) Auxiliar da anestesia local: facilita a manipulação do paciente mesmo
em casos do procedimento não causar dor; 3) possibilidade de indução direta por anestésicos
voláteis: o odor agradável facilita a indução do paciente; 4) redução da possibilidade de haver
excitação pela anestesia barbitúrica, minimizando desconforto para o paciente e para o
anestesista; 5) baixa do ptialismo e da sialorreia: mesmo com uso de fármacos como o cloridrato
de xilazina e cloridrato de quetamina, além disso, uma salivações excessivas poderiam obstruir
as vias respiratórias; 6) redução de bloqueio vagal na indução por barbitúricos: a indução direta
por barbitúricos, sendo metade da dose administrada rapidamente, libera ação simpática, que é
indesejável em pacientes com distúrbios cardiocirculatórios (MASSONE, 1999).
Nesse cenário a MPA reduz tais efeitos; 7) baixa do metabolismo basal: há fármacos
que deprimem o sistema nervoso central sem causar transtornos ao animal; 8) potencialização
com outras drogas anestésicas: fármacos podem serem sinérgicos quando administrados em
associações; 9) ação termolítica: fármacos como os fenotiazínicos podem causar queda da
temperatura corporal sendo aconselhados em caso de hibernação artificial (CORTOPASSI,
2002, FANTONI, 2002).
Antes de mais nada, o animal a ser sedado ou anestesiado deve passar por um exame
clínico completo para garantir que esteja apto a ser submetido à anestesia, ou para detecção de
possíveis anormalidades que necessitem de atenção especial durante o procedimento, ou que
impeça o animal de ser anestesiado naquele momento (procedimentos eletivos). É importante
também a obtenção do histórico desse animal para verificar doenças e condições pré-existentes
(TAYLOR & CLARKE, 2007).

2. DESENVOLVIMENTO DO ASSUNTO
2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS

2.1.1. ANTICOLINÉRGICOS

Conhecidos também como parassimpatolíticos, colinolíticos, atropínicos, alcalóides da


beladona. Agentes anticolinérgicos antagonizam efeitos muscarínicos a nível periférico da
acetilcolina. Bastante utilizados para redução da salivação e da secreção bronquial, inibir os
efeitos dos impulsos do nervo vago e o efeito produzido por certas drogas que estimulam o
sistema parassimpático (CORTOPASSI, 2002, FANTONI, 2002). Os agentes mais utilizados
são: atropina, bromidato de escopolamina e glicopirrolato (MASSONE, 1999).
2
A Atropina é conseguida de uma planta atropa belladona, encontrada no comércio sob
a forma de sulfato. Tem sabor amargo e pH em torno de 5,4, com tempo se ação variando de
60 a 120 minutos. A sua dose é de 0,044 mg/kg (IV, IM, SC) e a dose máxima 1,5 mg (cães)
(FUTEMA, 2002, LIN, 1996). É metabolizada no fígado pela ação da enzima atropina esterase,
sendo parte excretada intacta pelo rim; reduz a secreção mucosa no trato respiratório com ação
broncodilatadora; relaxa a muscultura da íris; não causa alterações significativas no SNC;
aumenta o espaço morto; reduz o peristaltismo e a atividade secretora no trato gastroentérico;
causa discreta taquicardia (CORTOPASSI, 2002, FANTONI, 2002).
A atropina é contraindicada em pacientes com taquicardia, arritmias, febre e toxicose,
pois não possui antagonista. O Bromidato de escopolamina, conhecida também como hioscina,
pertence ao grupo alcaloide da beladona, contudo difere da atropina por ter em sua molécula
um átomo de oxigênio a mais. Para ação o tempo varia de 30 a 60 minutos. Sua dose é de 0,01
a 0,02 mg/kg pela via subcutânea. Possui maior ação sobre as glândulas salivares, brônquicas e
sudoríparas do que a atropina causando uma taquicardia mais discreta; é dez vezes mais potente
que a atropina na diminuição do tremor postural; produz adinamia e 3 sonolências; doses altas
podem causar êmese, alucinações e ataxia; não é aconselhada em animais idosos. O
glicopirrolato, possui pequena capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica e
hematoplacentária; promove menos taquicardia, minimizando os efeitos adversos. Seu tempo
de ação varia de 120 a 240 minutos (MASSONE, 1999).

2.1.2. TRANQUILIZANTES

Tranquilizantes são drogas calmantes que modera a agitação e a hiperatividade, sem


sedar o paciente. Perda ou redução da consciência, sendo conhecidos também como agentes
ataráticos (“livre de confusão” ou “mente em paz”) (CORTOPASSI, 2002, FANTONI, 2002).
Causam modesta analgesia não permitindo intervenções cruentas. Os tranqüilizantes
compreendem o grupo das fenotiazinas (clorpromazina, levomepromazina e acepromazina),
butirofenonas (droperidol, haloperidol, azaperone) e benzodiazepínicos (diazepan, midazolam).
Quando se administram derivados fenotiazínicos nota-se dismetria, deambulação, adinamia,
apatia, sonolência e indiferença ao ambiente. Ao contrário dos fármacos sedativos, o aumento
nas doses não aumenta o grau de tranquilização, apenas os efeitos adversos. Portanto, quando
se deseja maior tranquilização deve-se associar agentes opioides ou outros, pois apesar de não
possuírem ação analgésica potencializam fármacos analgésicos (MASSONE, 1999).
O principal efeito observado com o uso de fenotiazínicos é a hipotensão arterial
resultante do bloqueio de receptores α-1-adrenérgicos periféricos. A redução da pressão arterial
é dose dependente podendo causar taquicardia reflexa e aumento da concentração de
catecolaminas circulantes. Pode ocorrer ainda depressão miocárdica, hipotermia, aumento de
perfusão cutânea e visceral, ação antiarrítmica, diminuição da concentração de hemoglobina e
vasodilatação esplênica. Em animais braquicefálicos é aconselhável o uso de baixas doses
0,05mg/kg e optar pela via intramuscular. Em relação ao sistema respiratório os fenotiazínicos
promovem pouca depressão respiratória, mas podem potencializar a ação depressora de outros
agentes principalmente dos anestésicos gerais. Os fenotiazínicos não devem ser empregados
em pacientes em estado de choque de grau moderado a grave, com histórico de epilepsia (que
não esteja controlada) e nas cardiopatias (MASSONE, 1999).

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2.1.3. BUTIROFENONAS

As butirofenonas (droperido, haloperidol e azaperone), agem sobre a formação reticular


mesencefálica, causando boa sedação e tranquilização, mas sem reação bifásica como a
provocada pelas fenotiazinas. Potencializa a ação de barbitúricos. Pode causar efeitos colaterais,
como alucinação e até agressividade sendo seus efeitos dose dependente. Causa discreta
hipotensão pelo bloqueio αadrenérgico. Previne a emese induzida por alguns fármacos, como
analgésicos opióides. Por isso são empregadas na neuroleptoanalgesia (MASSONE, 1999).

2.1.4. BENZODIAZEPÍNICOS

Os benzodiazepínicos melhoram a neurotransmissão das sinapses gabaérgicas,


favorecendo o aumento da frequência de abertura dos canais de cloro. Os seus receptores estão
distribuídos em maior número no córtex e estruturas límbicas. O GABA é o principal
neurotransmissor inibitório do SNC de mamíferos. Minimizam a agressividade, provocam
amnésia e alterações psicomotoras, promovem ação ansiolítica, hipnótica, miorrelaxante (no
nível dos neurônios inter-nunciais na medula espinhal, diminuindo a quantidade de informação
nociceptiva nos músculos espásticos para a medula espinhal) (HELLEBREKERS, L.J.)
anticonvulsivante e praticamente nenhuma ação analgésica, excetuando-se o diazepan que
possui discreta ação analgésica. Os benzodiazepínicos (diazepan e midazolan que são os mais
empregados) possuem diferenças com relação ao período de latência, duração e intensidade dos
efeitos. Possui boa lipossolubilidade, distribuindo-se para todos os tecidos atravessa a barreira
hematoencefálica com facilidade, bem como a barreira placentária aumentando a chance de
anomalias congênitas e problemas neonatais. Ligam-se amplamente às proteínas plasmáticas, o
que pode acarretar agravamento em casos de hipoproteinemia (MASSONE, 1999).

2.1.5. HIPNÓTICOS

Os hipnóticos (etomidato e hidrato de cloral) promovem ou induzem o sono e possuem


ação analgésica insignificante. O etomidato potencializa ação dos fenotiazínicos e
benzodiazepínicos (CRUZ, 2002). Trata-se de um fármaco de curta ação, porém altamente
hipnótica, tendo a vantagem de causar pouca alteração a nível cardiorrespiratório e
hemogasométrico. Já o hidrato de cloral possui pouca ação analgésica sendo pouco utilizado
pelo advento dos barbitúricos (MASSONE, 1999).

2.1.6. HIPNOANALGÉSICOS

Os hipnoanalgésicos como morfina, meperidina, fentanil, butorfanol, tramadol, e outros,


são também denominados de analgésicos narcóticos, analgésicos fortes ou morfinosímiles.
Instigam discreta depressão no SNC aumentando o limiar da dor. São representados pelos
opiáceos (composto derivados do ópio) ou os opioides (substância natural ou sintética com
efeitos semelhantes ao da morfina). Opioides agem na maioria das células nervosas,
impulsionando hiperpolarização, inibindo a transmissão de estímulos nocivos para os centros
mais altos agindo sobre os receptores pré e pós-sinápticos no nervo sensorial aferente primário
no nível de medula espinhal (MASSONE, 1999).

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A morfina é o representante derivado alcaloide do ópio. Causa excitações especialmente
em felinos conscientes quando inserido em via intravenosa, somada a depressão respiratória,
induzindo a emese, náuseas, defecação e salivação. A meperidina trás discreta ação hipnótica;
reduz a pressão venosa, arterial e as secreções salivares e brônquicas; causa pouca depressão
respiratória; por via intravenosa causa taquicardia e hipotensão; é destruída rapidamente pelo
fígado. O fentanil é um fármaco mais potente que a morfina; provoca queda na atividade
motora; não causa vômito, mas relaxa os esfíncteres podendo ocorrer a eliminação de fezes;
apresenta como antídoto a nalorfina (BOLFER, 2004, FANUCCHI, 2004).

3. RELEVÂNCIA

Anestesiologia é o termo empregado para apresentar o estudo de medicamentos e


técnicas utilizadas para se obter o estado anestésico. É a área dedicada ao conhecimento
necessário para compreender e corrigir possíveis alterações fisiológicas que possam ocorrer
pré, trans e pós-anestesia (NATALINI, 2007).
A anestesia deve proporcionar imobilização, inconsciência, relaxamento muscular e
analgesia, considerando as especificidades de cada animal (LUMB; JONES, 2015). De um
modo geral, busca-se um protocolo que proporcione sedação, relaxamento, supressão de
ansiedade e boa recuperação (GEVEHR; RIBEIRO, 2018). De acordo com Massone (2011),
fármacos que possuem ação de suprimir temporariamente a sensação de estímulos dolorosos é
considerado anestésico, classificando assim anestesia de forma bem genérica, sendo
subdividido em: anestesia geral (apresentada por perda de consciência, ausência de dor,
proteção neurovegetativa e relaxamento muscular), anestesia local (bloqueio da condução
nervosa) e anestesia dissociativa (dissociação do córtex cerebral, caracterizado por analgesia e
ausência de percepção do ambiente, contudo mantendo os reflexos protetores), sendo esses
efeitos passível de reversão.
Para a execução de um procedimento seguro, eficiente e eficaz, é essencial uma boa
preparação e avaliação do risco anestésico, levando em consideração as características inerentes
a cada paciente, tais como: espécie, raça, idade e temperamento do animal, comorbidades,
exame físico e tipo de procedimento cirúrgico que será realizado (BEDNARSKI et al., 2011).
A avaliação pré-anestésica possibilita a estabilização e preparo correto do paciente, para que o
procedimento anestésico e cirúrgico seja satisfatório e os riscos e complicações no pós-
operatório sejam reduzidos (SHMON, 2007 apud RODRIGUES et al., 2018). Mediante a
avaliação pré-anestésica, é possível classificar o risco anestésico do paciente, considerando o
sistema de classificação da Sociedade Americana de Anestesiologistas (RODRIGUES et al.,
2018).
A MPA é geralmente citada com objetivo da redução do medo e ansiedade e analgesia.
Na redução do medo e ansiedade a tensão causada pela expectativa da realização de um
procedimento cirúrgico gera ansiedade e medo em qualquer paciente. A ansiedade face ao medo
de sentir dor ou morrer e a repulsa natural do indivíduo por ser manipulado, induz a estresse
psíquico, com todas as alterações fisiológicas inerentes a essa condição (MARTELETE, 1980).
O volume de manifestações pode conter uma enorme gama de variações, a depender do grau de
normalidade psíquica do paciente e da presença de patologias associadas. Em alguns indivíduos,
o estresse pré-operatório poderá se manifestar através da inquietação e insônia. Em outros,
poderá ter manifestações mais graves de comportamento, frequentemente associadas a
alterações do sistema neurovegetativo, tais como hipertensão, disritmias cardíacas e outras. As
alterações vegetativas, no entanto, poderão ser a única manifestação de ansiedade num
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indivíduo de aparência tranquila e indiferente (MARTELETE, 1980). Nestas situações os
portadores de doenças sistêmicas relacionadas ao neurovegetativo poderão ter sua saúde
agravada, tendo frequência em crises hipertensivas, tireotóxicas ou anginosas e até infarto
agudo do miocárdio no pré-operatório (MARTELETE, 1980). Assim, a diminuição do medo e
redução da ansiedade pré-operatória tornam-se imperativos tanto pela remoção do desconforto
que estes estados emocionais acarretam quanto pela própria segurança do paciente.
A obtenção de analgesia através da medicação pré-anestésica é sempre sugerida aos
pacientes que apresentam dor no período pré-operatório. A dor além de outras manifestações,
impede que o paciente tenha um sono calmo, provoca vasoconstrição e aumenta o metabolismo,
sendo, portanto, mais um fator de estresse a aumentar o risco anestésico-cirúrgico
(MARTELETE, 1980). Na ausência de dor, o uso de drogas de efeito analgésico tem indicação
quando a preparação do paciente ou a indução da anestesia envolver procedimentos dolorosos,
como a canalização de veias de grosso calibre, punção arterial dentre outras. Alguns autores
recomendam o uso de analgésicos no período pré-operatório, como parte da técnica anestésica,
com o objetivo de complementar agentes de indução ou mesmo anestésicos de pouco efeito
analgésico (MARTELETE, 1980).

4. JUSTIFICATIVA

Durante todo o processo evolutivo do homem estiveram presentes vários instrumentos


que foram criados a partir de algumas necessidades do contexto da época em que estavam
inseridos. Diversos instrumentos “tecnológicos” foram criados por todas as civilizações,
sempre com o objetivo de auxiliar e explorar novos modos de sobrevivência dos povos e novas
metodologias de trabalho (KENSKI, 2003).
Assim, até mesmo o processo de ensino-aprendizagem teve sua forma tradicional
modificada como consequência da inserção do computador nas escolas. Aliada a este fator, vem
a crescente exigência dos alunos por técnicas inovadoras que tornem o ensino mais dinâmico e
motivador (BERNARDI; CASSAL, 2002).
A evolução do sistema produtivo e do sistema educacional proporciona uma melhora
na qualificação de profissionais, empreendedores, executivos e pesquisadores. O uso de
interativos como parte do recurso didático torna o processo ensino-aprendizagem mais
dinâmico e enérgico, permitindo ampliar a aquisição de conceitos e enriquecer a aprendizagem.
Sistemas de multimídia baseados em hardwares permitem a junção de vários dados diferentes,
como textos, desenhos, figuras, gráficos, animações, clips de áudio e vídeo. Assim, a partir da
utilização dessas ferramentas em sala de aula, os alunos possuem a oportunidade de explorar
um mundo de informações diferentes de forma simultânea, em uma mesma atividade.
O procedimento de administração de substâncias pode causar impacto no bem-estar do
animal e na validade dos resultados (RN 33, CONCEA, 2016). Treinamento é um pré-requisito
fundamental para realização desse procedimento (RN 33, CONCEA, 2016). O agente
anestésico, analgésico ou sedativo selecionado deve ser seguro para o animal e para quem
administra e interferir o mínimo possível no protocolo de pesquisa, conforme protocolo
indicado e supervisionado por médico veterinário e previamente aprovado pela CEUA (RN33,
CONCEA, 2016). A medicação pré-anestésica (MPA) prepara o animal para o sono artificial,
sedando-o e suprimindo a irritabilidade, agressividade e as reações indesejáveis causadas pelos
fármacos anestésicos. Além disso, esse procedimento melhora a indução anestésica, diminui a
dose dos anestésicos, aumenta o tempo de anestesia e permite uma recuperação melhor e mais
6
rápida do animal. A anestesia geral com perda da consciência não garante analgesia eficaz. Os
estímulos nocivos são transmitidos e processados pelo sistema nervoso central, durante os atos
cirúrgicos, e podem desencadear hipersensibilidade central e produzir dor crônica e/ou
neuropática (RN33, CONCEA, 2016).
Com base no proposto no capítulo deste trabalho, a definição desse tema justificasse a
pelo fato da administração de substâncias poder causar impacto no bem-estar do animal e na
validade e variedade dos resultados pós-cirúrgicos. Conhecimento da MPA é um pré-requisito
fundamental para realização desse procedimento tendo em vista que o agente anestésico,
analgésico ou sedativo escolhido precisa ser dar segurança ao animal. Portanto, há uma nítida
necessidade de haver profissionais aptos a realização do procedimento. Baseado nisso, o
interativo fornece um conjunto de informações importantes aos alunos e aos docentes e a
atualização necessária, por ter sido selecionado de forma a unir todos os conceitos, legislação
e dados estatísticos e links que permitirão a constante atualização deles.

5. OBJETIVO

Este trabalho de revisão literária e interação virtual tem como objetivo compreender
quais fatores devem ser considerados na avaliação pré-anestésica, destacando a importância
desta etapa para a realização de um procedimento anestésico bem-sucedido. Como também,
proporcionar o aprendizado interativo no qual o estudante tem a possibilidade de responder um
questionário contendo 10 perguntas de múltipla escolha obtendo o conhecimento sobre o tema
fornecido pelo curso de medicina veterinária ou por ele mesmo, além de aumentar sua
compreensão ao tema e melhorar os resultados obtidos em aula;

6. METODOLOGIA

Foram elaboradas 10 (dez) perguntas curtas com respostas de múltiplas escolhas, curtas
e diretas, onde tal questionário foi encaminhado para outras turmas de medicina veterinária, em
períodos diferentes e até para pessoas com curiosidades sobre o assunto, assim conseguindo
descobrir o grau de conhecimento de cada um deles sobre a pré-anestesia.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com os gráficos apresentados abaixo se pode quantificar o número de acertos


e erros obtidos nas respostas realizadas por 20 pessoas que se disponibilizaram a responder.
Também observamos em quais repostas tiveram maior dificuldade de acertar ou até mesmo
onde há maior deficiência de conhecimento e assim poder até mesmo propor um plano de
melhoria para aprendizagem do conteúdo.
Os conhecimentos relacionados a anestesia são cada vez mais necessários para os
médicos veterinários, tendo em vista que a clínica cirúrgica está cada vez mais especializada e
os Médicos Veterinários estão buscando cada vez mais qualidade e segurança em seus
atendimentos. Para realizar a MPA e/ou anestesia com sucesso e segurança, para o animal e
para as pessoas. O profissional deve ter conhecimento e experiência profundadas para tomar as
melhores decisões acerca das drogas para cada situação e ainda tomar decisões rápidas e
emergenciais, que podem evitar acidentes e salvar a vida dos animais.
7
Além disso, o bem-estar dos animais antes, durante e após os procedimentos deve ser
garantido, utilizando-se combinações de drogas para obter os melhores resultados, com menos
estresse e excitação, garantindo um procedimento sem dor e uma recuperação adequada para o
animal.

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8. REFERENCIAS

BEDNARSKI, R. et al. AAHA Anesthesia Guidelines for Dogs and Cats. Journal of the
American Animal Hospital Association, 47, p. 377-385, 2011.
BOLFER, LUIZ HENRIQUE GIL; FANUCCHI, LETICIA. Medicação pré-anestésica –
Revisão de literatura. Academia Accelerating the world's research. São Paulo, 2004.
Resolução normativa 33, CONCEA, 2016.
CORTOPASSI, S.R.G., FANTONI, D.T. Medicação pré-anestésica. In: FANTONI, D.T.,
COROTOPASSI, S.R.G. Anestesia em cães e gatos. Roca, São Paulo, SP, 2002, pg. 151.
CORTOPASSI, S.R.G. Anestesia pediátrica. In: FANTONI, D.T., COROTOPASSI, S.R.G.
Anestesia em cães e gatos. Roca, São Paulo, SP, 2002, pg. 215.
FUTEMA, F., FERRIGNO, C.R.A. Anestesia no Trauma. In: FANTONI, D.T.,
COROTOPASSI, S.R.G. Anestesia em cães e gatos. Roca, São Paulo, SP, 2002, pg. 251.
GEVEHR, A. C. L. S., RIBEIRO, R. N. Anestesia dissociativa e anestesia balanceada em
gatas (Felis catus) submetidas à ovariohisterectomia. PubVet,v. 12, n. 10. p. 1-8, out., 2018.
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2022.
MARTELETE, Mirian; Medicação pré-anestésica: indicações, contraindicações e fatores
que afetam a escolha de uma droga ou combinação de drogas. Rev Bras Anest 30: 5: 357 -
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TAYLOR, P. M.; CLARKE, K. W. Handbook of equine anaesthesia. 2 ed. Philadelphia:
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