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Instituto Superior de Ciências da Saúde Dr.

Victor Sá Machado

Curso Licenciatura em Psicologia Clínica

Tema:

Psicofarmacologia Infantil

Docente: Dra. Cosma Aguiar

Discente:

Nº 5- Aleksander Dos Reis

Nº 6 -Andrea Ceita

Nº 13 -Hiomira Teles Neto

Nº 19- Valdmar Espirito Santo

Nº 25- Jecilina Paixão

Nº 29- Gesilay Lima

São Tomé-2022

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Sumário
Introdução........................................................................................................................................3
Objetivo geral.................................................................................................................................4
Objetivo específico.........................................................................................................................4
Enquadramento Teórico..............................................................................................................5
Características farmacocinéticas e farmacodinâmicas..............................................................6
Processos farmacocinéticos infantil.............................................................................................6
Vias de administração de fármacos em pediatria......................................................................9
Os transtornos psicológicos mais comuns em crianças............................................................10
• Transtorno de Ansiedade de Separação...................................................................................11
• Transtorno do Pânico................................................................................................................12
• Fobia Social...............................................................................................................................13
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT):.......................................................................13
 Transtorno Disruptivos de Desregulação do Humor...........................................................14
 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH):...............................................16
 Transtorno do Espectro Autista (TEA):.................................................................................16
 Transtorno Desafiador Opositivo.........................................................................................17
 Síndrome de Tourette..........................................................................................................18
 Depressão............................................................................................................................19
Considerações Finais....................................................................................................................22
Referências bibliográficas............................................................................................................23

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Introdução

Psicofarmacologia é o estudo dos fármacos que, administrados ao ser humano,


influenciam ou modificam o seu funcionamento psicológico. Controlam os sintomas e/ou
restauram total ou parcialmente a funcionalidade dos processos mentais afetivos e
comportamentais inerentes à saúde mental, sempre que a intervenção não farmacológica é
ineficaz ou insuficiente durante o processo terapêutico e inclusivo.

Os psicofármacos têm conhecido uma crescente utilização não só em pedopsiquiatria, como


em pediatria do neurodesenvolvimento. Desde a descoberta por Bradley em 1937 dos
efeitos das anfetaminas na criança com hiperatividade até aos ensaios clínicos
presentemente a decorrer, a psicofarmacologia pediátrica afirmou-se gradualmente como
uma área muito importante da investigação com medicamentos de uso humano. Em muitos
países a sua utilização entrou na normal prática clínica pediátrica, despoletando debates e
controversas entre os profissionais de saúde pública, saúde mental e clínicos, em que a
preocupação comum se centra na segurança, eficácia e eficiência no tratamento de
problemas emocionais e comportamentais.

Com efeito, os psicofármacos são raramente curativos e a sua utilização é frequentemente


prolongada, levantando questões e preocupações acerca da persistência do efeito
terapêutico e segurança a longo prazo.

A psicofarmacologia apresenta diferentes vertentes entre elas a farmacocinética e a


farmacodinâmica.

A psicofarmacologia pediátrica dedica-se ao estudo do uso de agentes psicotrópicos nos


transtornos mentais identificados em crianças. Os avanços das pesquisas em neurociências
e os estudos longitudinais mais apurados em psiquiatria levaram a uma necessária
reformulação do entendimento sobre o adoecer mental nas faixas etárias mais precoces,
fazendo da psiquiatria da infância um dos campos de estudo mais novos da medicina como
um todo, e sua psicofarmacologia específica, uma área em recente e permanente expansão.

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Objetivo geral

Conhecer o tratamento psicofarmacológico dos principais transtornos


psiquiátricos que acontecem na infância;

Objetivo específico

Identificar as principais características dos medicamentos mais utilizados no


tratamento psicofarmacológico, e transtornos psiquiátricos que acontecem na
infância;

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Enquadramento Teórico

Segundo Kaplan e Sadock (2007), a prática da farmacoterapia em psiquiatria não deve ser
simplificada demais – por exemplo não deve ser reduzido à abordagem do tipo um
diagnóstico, um medicamento. Muitas variáveis afetam essa prática, incluindo a seleção e a
administração dos medicamentos, o significado psicodinâmico para o paciente e as
influências da família e de acordo com estes autores, alguns pacientes podem considerar a
medicação como uma violência. Assim, o paciente, seus parentes e a equipe de enfermagem
devem ser instruídos sobre as razões para o tratamento medicamentoso, bem como sobre os
benefícios esperados e os riscos potenciais do ambiente.
Os médicos que praticam psicofarmacologia clínica necessitam de capacidade tanto de
diagnosticadores como de psicoterapeutas, conhecimento dos medicamentos disponíveis e
capacidade de planejar um regime farmacoterapêutico.

A escolha e o início da intervenção medicamentosa, segundo Mari et al. (2005), devem ser
baseados na história do paciente, na situação clínica atual e no plano de tratamento. Os
psiquiatras devem conhecer o propósito ou o objetivo do ensaio com o medicamento, o
período em que o mesmo medicamento precisa ser administrado para avaliar sua eficácia, a
abordagem a ser tomada para se reduzir quaisquer possíveis efeitos adversos, estratégias
medicamentosas alternativas a serem utilizadas caso a atual falhe e as indicações para a
manutenção do regime de longo prazo.
Segundo ensinamentos de Ramos et al. (2006), os dois primeiros passos na escolha do
tratamento medicamentoso, o diagnóstico e a identificação dos sintomas-alvo, devem ser
preferencialmente realizados quando o paciente estiver livre de medicação para uma a duas
semanas.
A farmacologia pediátrica é a ciência que estuda os medicamentos e os aspectos
relacionados a estes na população infantil, pois a infância é o período de crescimento que
vai do nascimento à puberdade, ou seja, do zero aos doze anos de idade.
As etapas da infância estão divididas em primeira infância que inicia de 0-3 anos, segunda

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infância que inicia de 3- 6 anos, terceira infância 6-12 anos.
Desde o nascimento até a idade adulta, ocorrem modificações anatômicas e bioquímico-
fisiológicas nas crianças, que apresentam como características importantes a maturação e
crescimento constantes. O processo de administração de medicamentos leva em
consideração o grau de desenvolvimento fisiológico, idade, peso e altura da criança, uma
vez que, durante o crescimento ocorrem alterações nos processos farmacocinéticos e
farmacodinâmicos.

Características farmacocinéticas e farmacodinâmicas

A farmacocinética é um dos principais ramos da farmacologia, tendo como objetivo o estudo


da passagem do fármaco pelo organismo, através dos processos de absorção, distribuição,
biotransformação e excreção.
A farmacodinâmica compreende o estudo da ação dos medicamentos no organismo, sendo
mais difícil avaliar os efeitos nas crianças, por este motivo, praticamente, não há relatos na
literatura.
Porém, para aplicação de conhecimentos farmacocinéticos e farmacodinâmicos na área
pediátrica deve-se levar em consideração o desenvolvimento fisiológico em cada fase do
crescimento.

Processos farmacocinéticos infantil

 Absorção
Segundo Wagner e Abdel-Rahman (2013), a absorção é o processo pelo qual o fármaco
passa do local de administração para a circulação sistêmica.
Em pediatria, a via de administração mais utilizada é a oral, isto se deve pela facilidade de
utilização. No entanto, alguns fatores podem afetar a absorção oral e devem ser levados em
consideração, como: secreção e tempo de esvaziamento gástricos, motilidade intestinal,
área de superfície intestinal, permeabilidade da membrana intestinal, função pancreática e
biliar, microbiota normal, efeito de primeira passagem e fluxo sanguíneo muscular.

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 Distribuição

A distribuição acontece após a absorção, quando o fármaco entra na corrente sanguínea.


Este processo ocorre em várias fases com o fármaco sendo distribuído por vários
compartimentos do corpo, de acordo com suas propriedades físico-químicas, tais como:
tamanho molecular, constante de ionização, solubilidade relativa e lipídica.
A extensão com que o processo de distribuição dos fármacos ocorre e a sua variabilidade,
depende de alguns fatores ligados ao organismo. É necessário diferenciar tais fatores na
vida pediátrica e adulta, os principais fatores relacionados ao organismo pediátrico na
distribuição de fármacos são:
 Quantidade de água corporal

A composição corporal de um indivíduo também se modifica no decorrer da vida. A água é


um dos componentes mais abundantes no organismo, corresponde à cerca de 80% do peso
no recém-nascido. Entretanto, esse valor diminui com o desenvolvimento, um adulto
apresenta em torno de 55% de água em seu organismo. Essa variação na quantidade de
água corporal indica a necessidade de ajuste e preferência de fármacos hidrossolúveis
(exemplo: gentamicina) para crianças, já que esses fármacos terão um maior volume de
distribuição na população pediátrica.
 Permeabilidade das membranas

As barreiras biológicas que limitam a passagem dos fármacos, geralmente são


representadas por membranas epiteliais. A passagem dos fármacos lipossolúveis se torna
mais fácil quanto maior for a imaturidade da barreira, pois quanto menor a idade, maior a
imaturidade da barreira.
 Ligação do fármaco às proteínas plasmáticas

Na corrente sanguínea, os fármacos são transportados na forma livre e ligados as proteínas


plasmáticas. Somente fármacos não ligados estão disponíveis para passar pelo tecido por
difusão passiva. Portanto, a quantidade de fármaco livre na circulação é o que tipicamente
determina a concentração no sítio ativo, levando à resposta farmacológica ou efeitos
tóxicos.
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O teor reduzido de proteínas totais do plasma, especialmente a albumina, promove um
aumento da fração livre de fármacos, ou seja, ocorre um aumento na fração de fármacos
que possui atividade
 Biotransformação

A biotransformação ou metabolização se refere ao conjunto de reações enzimáticas que


uma substância, incluindo um fármaco, sofre no organismo, a fim de torná-la mais solúvel
em água para ser facilmente excretada.
O fígado é o principal órgão de metabolização no organismo, mas não o único, podendo
esta ocorrer em maior ou menor extensão em todos os tecidos. Os fármacos podem sofrer
metabolização ou serem liberados inalterados. Antes de alcançar a circulação sistêmica, a
maioria dos fármacos, principalmente os administrados por via oral, que vão para o fígado
através da veia aorta, são parcialmente removidos ou metabolizados, por um processo
denominado metabolismo de primeira passagem.

 Excreção

Os fármacos podem ser eliminados do corpo de forma inalterada ou como metabólitos


ativos ou inativos, o que acontece na maioria dos casos. Os rins são os principais órgãos
envolvidos no processo de eliminação, através das etapas de filtração glomerular, secreção
tubular e reabsorção.

Intoxicação pediátrica
A intoxicação é definida como um conjunto de sinais e sintomas provocados por um
desequilíbrio orgânico ou estado patológico resultante da exposição a substâncias químicas,
que podem ser encontradas nos alimentos, medicamentos, no meio ambiente, entre outros.
A intoxicação é dependente da dose, das propriedades físico-químicas da substância,
concentração, via de administração, tempo e frequência da exposição e a susceptibilidade
do organismo.
O alto número de intoxicações na população infantil pode ser justificado por três fatores:
1) inerentes à própria infância, como as diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas, a
curiosidade durante a fase de crescimento, a falta de noção de perigo e paladar pouco

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desenvolvido;
2) a ausência de informações dos responsáveis acerca dos medicamentos, em relação ao uso
e riscos oferecidos, sobre a automedicação e armazenamento adequado;
3) a falta de uma política de desenvolvimento de medicamentos específicos para este
grupo.

Vias de administração de fármacos em pediatria

 Via oral

A via oral é a mais utilizada em crianças, devido a facilidade, comodidade e ser indolor
para o paciente. O fármaco é absorvido no trato gastrointestinal. Os fatores que interferem
na absorção do fármaco por meio desta via devem ser levados em consideração, de acordo
com o grau de desenvolvimento da criança. Esta via apresenta algumas desvantagens,
como a variação na absorção do fármaco devido às alterações no pH do TGI, na
permeabilidade da membrana intestinal e interações com alimentos e outros fármacos.
Substâncias irritantes não devem ser administradas por essa via, devido ao seu efeito
emético.
 Via retal

Na classe pediátrica, esta via deve ser considerada uma alternativa quando a via oral
estiver inacessível, como no caso de vômitos e dificuldade de deglutição. É uma via fácil,
não invasiva, geralmente indolor e sem riscos consideráveis. Apesar da sua pequena área de
superfície, a mucosa retal é muito vascularizada, o que permite uma rápida ação dos
fármacos administrados, fator importante em algumas situações clínicas, como por
exemplo, uma convulsão.
 Via tópica

A pele da criança é frequentemente caracterizada como sensível, fina, frágil, imatura e


pouco protegida. Estes termos evocam os riscos inerentes à aplicação tópica de
medicamentos e cosméticos e a sua capacidade de defesa frente às agressões externas.
Logo, é necessário levar em consideração aspectos particulares da pele da criança de modo
a prevenir e evitar riscos ligados ao tratamento tópico.

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 Via intramuscular

Por meio dessa via, o processo de absorção é diretamente proporcional ao fluxo sanguíneo
e à área de superfície do músculo. A massa muscular reduzida limita o volume de fármaco a
ser administrado. As contrações musculares, responsáveis pela dispersão do fármaco,
quando ineficazes podem reduzir a velocidade e a quantidade de fármaco absorvido.
Ajustes da dose

Não existe um consenso relativo à determinação da posologia na população pediátrica. Em


regra, quando não existem dados provenientes de ensaios clínicos, a dose a ser administrada
é calculada com base em equações que levam em consideração o peso, idade e superfície
corporal, devendo ser individualizadas. No entanto, algumas bulas de medicamentos
informam a dose a ser administrada com base no peso ou faixa etária.

Os transtornos psicológicos mais comuns em crianças

A infância é uma fase ímpar na vida do indivíduo, nas quais nossa identidade se forma e nas
quais aprendemos a lidar com nossas próprias emoções, que muitas vezes nestes períodos
afiguram-se como turbulentas, dando ao mesmo um tom próprio e característico.
As experiências desta fase revestem-se de singular importância. Um episódio traumático
sucedido na infância irá refletir-se no porvir, num processo que pode demorar um longo
período.
Vários dos transtornos de ansiedade se manifestam na infância e tendem a perseverar em
outras fases da vida, caso não tratado (VIDALE, 2021). As pioneiras informações de casos
clínicos de crianças com manifestações de ansiedade remontam ao começo do século XX.
Santos (2016) cita que os transtornos de ansiedade podem atuar tanto física como
emocionalmente, mudando a maneira como os sujeitos apresentam sua perspectiva de vida,
posicionando-o no centro do mundo. Experiências positivas ou negativas podem ser o
estopim para o desencadeamento da ansiedade. Tais desordens psicológicas compartilham
características de medo e ansiedade excessivos, bem como suas perturbações
comportamentais relacionadas. Medo é a resposta emocional à ameaça iminente, real ou

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percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de uma ameaça futura (ASSOCIAÇÃO
PSIQUIÁTRICA AMERICANA, 2014, p. 189).

Como fator de risco genético, Lafer e Amaral (2000) corroboram que jovens com pais que
sofrem de transtornos psicológicos têm um risco três vezes maior do que aqueles cujos pais
não apresentam tais transtornos. Esse índice eleva-se ainda mais se não somente um, mas
ambos os pais apresentarem o problema. Ou seja, pais ansiosos podem passar, por assim
dizer, ansiedade aos filhos, tanto por meio de emulação das ações ansiosas que os pequenos
espelham dos pais, constituindo dessa maneira a ansiedade exógena, como através da
probabilidade do legado genético, qualificando a ansiedade endógena (ANDRIOLA;
CAVALCANTE, 1999).

A ansiedade infantil interfere nas brincadeiras com colegas, rendimento escolar e


convivência familiar. A criança passa a nutrir uma diversidade de medos e preocupações,
podendo desenvolver fobias agudas. Crises de choro e acessos de birras acontecem com
mais frequência.
A princípio os pais podem encará-los como parte de um comportamento inadequado
oriundo de uma fase. Com o tempo, no entanto, percebem que a conduta da criança não se
modificou ou piorou.
A criança muito ansiosa pode ter os seguintes distúrbios ansiosos:
• Transtorno de Ansiedade de Separação: caracteriza-se por ansiedade
excessiva em relação ao afastamento dos pais ou seus substitutos. Acometidos evidenciam
retraimento social, apatia, tristeza ou dificuldade de concentração, percepção de perigo à
família ou a eles próprios, recusa de ir à escola, e necessidade de atenção constante.
Frequentemente são acompanhadas de manifestações somáticas de ansiedade, como dor
abdominal, dor de cabeça, náusea e vômitos.
Crianças maiores podem apresentar sintomas cardiovasculares, como palpitações,
tontura e sensação de desmaio. Podendo ser um fator de risco para o desenvolvimento de
outros TA, entre eles os transtornos do pânico na vida adulta e é associado a risco
aumentado de suicídio (ASSIS, 2007).

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Os ISRS (fluvoxamina e a fluoxetina) podem ter eficácia no consolo dos sintomas
de ansiedade, tidos como fármacos de primeira linha conforme sua relação de efeitos
adversos e melhor segurança. Os tratamentos de segunda linha envolvem o uso de
antidepressivos tricíclicos (ATC), como a imipramina, e nos benzodiazepínicos (BZ), ainda
que haja poucos estudos controlados que qualifiquem a sua efetividade (STAHL, 2014).

• Transtorno do Pânico (TP): descrito pela presença de ataques de pânico


(presença de medo intenso de morrer, associado a sintomas autonômicos, como taquicardia,
sudorese, tontura, falta de ar, dor no peito, dor abdominal, tremores). Observa-se o
desenvolvimento de agorafobia, esquiva de situações ou locais de difícil saída (cinemas,
aglomerações como entrada/saída da escola, etc.). Está relacionado a uma taxa mais
elevada de tentativas de suicídio e ideia suicida (ASSIS, 2007).
Os tratamentos de primeira linha contemplam os ISRS e Inibidores da recaptação
de serotonina e de noradrenalina (IRSN), bem como BZ e anticonvulsivantes. Contudo, os
BZ são regularmente usados como psicofármacos de segunda linha, no decorrer do início
no tratamento com ISRS/IRSN, para uso de emergencial decorrente de um ataque de pânico
ou caso haja resposta incompleta dos de primeira linha.
Os anticonvulsivantes foram aprovados para o TA na Europa e em outros países.
Porém, nos Estados Unidos não foram aprovados (STAHL, 2014). Os tratamentos de
segunda linha envolvem os antidepressivos mais antigos, como os ATC, e os
antidepressivos sedativos (mirtazapina e a trazodona), que podem ser usados em algumas
circunstâncias como potencializadores dos ISRS e IRSN, quando estes atingem apenas
resposta parcial. O uso dos inibidores da monoamina oxidase (IMAO) deve ser considerado
apenas quando os agentes de primeira linha e as estratégias potencializadoras não
obtiverem êxito (STAHL, 2014).
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): marcado por medos e
preocupações exageradas e irracionais, preocupação demasiada com o julgamento de
terceiros, necessidade excessiva de confiança, dificuldade em relaxar, queixas somáticas
sem causa aparente, como palidez, sudorese, taquipnéia, taquicardia, tensão muscular e
vigilância aumentada (ASSIS, 2007). Os tratamentos de primeira linha consistem nos ISRS
e IRSN, BZ, buspirona e anticonvulsivantes, como pregabalina e gabapentina. Alguns

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clínicos resistem em indicar os BZ para o TAG por conta de sua natureza duradoura, que
pode acarretar na dependência e uso abusivo, e, nesse sentido, os anticonvulsivantes
acabam por ser uma boa alternativa no tratamento.
Ambos atuam em alguns casos como agentes potencializadores. Em outros
pacientes, os BZ podem agir complementando o ISRS/IRSN, podendo ainda agir no uso
emergencial, na medida em que os sintomas se acentuam e que seja crucial conseguir alívio
rapidamente (STAHL, 2014). Convém destacar que a remissão da totalidade dos sintomas
dos acometidos com TAG em uso de ISRS/IRSN leva em média seis meses ou mais tempo.
A ausência de resposta aos fármacos de primeira linha pode levar à tentativa com
antidepressivos sedativos, como mirtazapina, trazodona ou ATC, ou antihistamínicos
sedativos, como hidroxizina. Mesmo que ainda não esteja profundamente estudada, a
vilazodona, um agonista parcial do receptor 5-HTIA e inibidor da recaptação de serotonina
(APIRS), parece ter eficácia para o TAG, sendo também classificada como fármaco de
segunda linha (STAHL, 2014).
• Fobia Social (FS) (ou ansiedade social): destaca-se pelo medo persistente e
intenso de situações onde se julgar estar exposto à avaliação de terceiros. Pode ser expressa
por choro, acessos de raiva ou afastamento de situações sociais, presença de sintomas
físicos, como palpitações, tremores, falta de ar, ondas de calor e frio, sudorese e náusea
(ASSIS, 2007).
Os ISRS, IRSN e anticonvulsivantes compõem os tratamentos de primeira linha. Há
menos evidências sobre a utilidade dos antidepressivos mais antigos, particularmente dos
ATC, assim como de outros antidepressivos sedativos, como a mirtazapina e a trazodona.
Os betabloqueadores e BZ podem ter utilidade em alguns casos com tipos muito variados
de FS, como ansiedade de desempenho. Foi demonstrado que os IMAO são benéficos e
podem ser opção de segunda linha (STAHL, 2014).
• Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): constituído pela presença
de medo intenso, sensação de impotência ou horror em consequência à exposição a um
evento traumático, como ameaça de morte ou abuso sexual, por exemplo. Destacam-se
modificações intensas de comportamento, como inibição excessiva ou desinibição,
agitação, reatividade emocional excessiva, hipervigilância, além de pensamentos
obsessivos com conteúdo relacionado à vivência traumática (em vigília e como conteúdo de

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pesadelos).
Observa-se comumente o comportamento de esquiva a estímulos associados ao
evento traumático, juntamente com comprometimento das atividades do paciente
(ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA, 2014).
As opções de agentes de primeira linha são os ISRS e IRSN. Não foi provado
atividade com os BZ, contudo podem ser considerados, com cautela, como alternativa de
segunda linha. Outros tratamentos de segunda linha são os anticonvulsivantes, os ATC e os
IMAO (STAHL, 2014).
 Transtorno Disruptivos de Desregulação do Humor : Crianças com
este transtorno passam rapidamente de um estado de humor para o outro.
Elas ficam irritáveis por um longo período, demonstrando atitudes
incontroláveis.

Ataques de raiva ou de choro são desencadeados por situações comuns, que não
condizem com reações intensas. A raiva é o principal sintoma, mas a tristeza e o
desinteresse generalizado também podem se manifestar.
Então, os especialistas desenvolveram uma classificação mais adequada aos
comportamentos na faixa etária das crianças entre os seis e dez anos.
Tratamento Medicamentoso

O tratamento dos transtornos depressivos depende da gravidade dos sintomas. Todas as


crianças com ideia suicida devem ser supervisionadas cuidadosamente por profissionais
de saúde mental experientes. Caso o risco de suicídio seja elevado o bastante, as crianças
precisarão de breve hospitalização para manutenção da sua segurança.

Porém, o tratamento não é tão evidente para crianças mais novas. Psicoterapia sozinha
pode ser tentada primeiro e são usados medicamentos apenas se necessário. Psicoterapia
individual, terapia de grupo e terapia familiar pode ser benéfica. Os médicos também
aconselham os familiares e os funcionários da escola sobre o que devem fazer para ajudar
a criança a continuar a funcionar e a aprender.

Medicamentos como os antidepressivos ajudam a corrigir desequilíbrios químicos no


cérebro. Os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs), como a fluoxetina, a

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sertralina e a paroxetina, são os medicamentos mais frequentemente receitados para
crianças deprimidas. Alguns outros tipos de antidepressivos, inclusive antidepressivos
triciclos (por exemplo, imipramina), podem ser discretamente mais eficazes, mas eles
tendem a causar um número maior de efeitos colaterais e, portanto, são raramente usados
em crianças.
Se for identificada uma deficiência de ácido fólico no líquido cefalorraquidiano, o
tratamento com leucovorina (também chamado de ácido folínico) pode ser útil.

A depressão frequentemente ocorre novamente em crianças, elas precisam ser tratadas


durante pelo menos um ano depois de os sintomas terem desaparecido. Se a criança tiver
tido dois ou mais episódios de transtorno depressivo maior, ela pode ser tratada de
maneira vitalícia.

Medicamentos antidepressivos e suicídio

Tem havido a preocupação de que antidepressivos podem causar um ligeiro aumento no


risco de ideia e comportamento suicida em crianças. Essa preocupação levou a uma
redução geral no uso de antidepressivos em crianças. Contudo, essa redução no uso de
antidepressivos foi associada a uma elevação da taxa de mortes por suicídio, talvez
porque a depressão então não é adequadamente tratada em algumas crianças.
Foram realizados estudos para tentar resolver a questão. Eles demonstraram que ideia e
tentativas de suicídio podem ter um aumento muito ligeiro em crianças que tomam
antidepressivos. Contudo, a maioria dos médicos acredita que os benefícios superam os
riscos e que as crianças com depressão frequentemente se beneficiam de tratamento
farmacológico, desde que os médicos e os familiares fiquem atentos a sintomas de piora
ou ideia suicida.

Independentemente de serem usados medicamentos ou não, a possibilidade de suicídio é


sempre uma preocupação em uma criança com depressão. Os riscos podem ser reduzidos
com o seguinte:

 Pais e profissionais de saúde mental devem discutir meticulosamente os problemas.

 A criança deve ser supervisionada adequadamente.

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 Sessões regulares de psicoterapia devem ser incluídas no plano de tratamento.

Medicamentos antipsicóticos

No caso de depressão muito grave, pode haver o desenvolvimento de sintomas psicóticos;


por exemplo, delírios, alucinações e desorganização do pensamento e da fala. Esses
necessitam de tratamento com medicamentos antipsicóticos .

 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): se


caracteriza pela hiperatividade e falta de concentração. A criança age
impulsivamente, não consegue esperar a sua vez, comete erros por falta de
atenção e tem dificuldade para seguir instruções simples. Até execução de
tarefas do cotidiano fica comprometida por esse transtorno.
O TDAH pode ser identificado primeiramente por professores já que a escola é um
ambiente que a criança passa muito tempo e exercita suas funções cognitivas. Lá ela
também possui oportunidades variadas de socialização que podem revelar os sintomas
dessa condição.
Tratamento Medicamentoso
O TDAH pode ser tratado por meio de remédios que controlam os efeitos do transtorno.
Essas substâncias são responsáveis por diminuir os principais sintomas, como a
impulsividade e a desatenção.
Além disso, os medicamentos favorecem aspectos importantes na vida da criança, tais
como a interação social, o desenvolvimento pedagógico.
Psicoestimulantes, como metilfenidato (Ritalina), são as primeiras escolhas para o
tratamento.
Antipsicóticos: tioridazina ou risperidona, por exemplo, são úteis apenas em casos
específicos para controle do comportamento, especialmente quando há retardo mental.
Antidepressivos: imipramina, nortriptilina, atomoxetina, desipramina ou bupropiona.

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 Transtorno do Espectro Autista (TEA): Identificado quase sempre antes dos
três anos de idade, o TEA é uma condição neurológica que interfere, sobretudo, na
linguagem e nas aptidões sociais das crianças.
Uma criança autista utiliza a linguagem de maneira inesperada ou não a usa de modo
algum. Ela tem interesses específicos e cria regras rígidas de comportamento, as quais
precisam ser seguidas em sua rotina. Os graus de TEA variam amplamente de indivíduo
para indivíduo.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Entre os psicofármacos mais utilizados estão a risperidona (um antipsicótico atípico,


bloqueador serotonérgico e dopaminérgico), a olanzapina, a quetiapina, a ziprasidona, a
clozapina e o aripiprazol. Dos citados, a risperidona e o aripiprazol são os únicos
medicamentos com indicação da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos
para os sintomas relacionados ao transtorno do espectro autista (TEA). Tanto a risperidona
quanto o aripiprazol são eficazes como antipsicóticos de segunda geração, mas podem
provocar efeitos colaterais importantes como aumento de peso, síndrome metabólica,
hiperprolactinemia, síndrome extrapiramidal, diminuição do limiar convulsivo e, muito
raramente, a síndrome neuroléptica maligna. Portanto, na ausência de sintomas que
justifiquem seu uso, a criança pode e deve ser tratada sem o emprego de psicofármacos.
Essas drogas poderão excepcionalmente ser administradas por especialistas que tenham
hábito na sua indicação precisa (Polanczyk & Lamberte, 2012; Anagnostou et al., 2014;
Shafiq & Pringsheim, 2018).

 Transtorno Desafiador Opositivo: O mesmo consiste na reincidência de um


padrão comportamental negativo. A criança desobedece e desafia os pais ou figuras
de autoridade, como professores e familiares mais velhos. Ela é teimosa e irritadiça,
além de violar regras e ser maldosa com os outros de propósito.

Discutir, brigar e importunar quem estiver ao redor são atitudes da criança com esse
transtorno psicológico. Ele pode se estender até o início da adolescência e interferir na vida
social e acadêmica do indivíduo que o tem. Levando-o a cometer atos criminosos quando
chegar a adolescência.

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Os pais podem confundir essa condição com uma fase do crescimento ou com a
personalidade dos filhos. Dessa forma não procuram ajuda profissional para fazer um
diagnóstico formal de imediato.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

O tratamento medicamentoso não exclui a necessidade de tratamento psicossocial e


psicoterapêutico e tem por objetivo a diminuição dos sintomas de impulsividade, raiva e
agressividade, característicos do transtorno disruptivo. Os antipsicóticos e os
estabilizadores de humor têm sido estudados em vários transtornos disruptivos graves,
agrupando transtorno de conduta (TC) e transtorno desafiador opositor (TOD). O
metilfenidato é capaz de induzir a remissão de TDO em uma grande proporção de pacientes
de TDAH com TDO comórbido. Ácido valpróico, haloperidol, clorpromazina, risperidona e
lítio são provavelmente mais efetivos quando há instabilidade de humor observável.
Estudos demonstraram a eficácia de haloperidol e lítio em casos de agressão, não aderência
ao tratamento e explosões de cólera em pacientes agressivos. Os antipsicóticos atípicos são
os mais utilizados atualmente. A risperidona é um medicamento usado para tratar psicoses
tendo um efeito favorável sobre certo número de transtornos relacionados ao pensamento,
às emoções e/ou às atividades. Também melhora a tensão e o estado mental alterado por
estes transtornos, além da ansiedade, agitação, humor expansivo ou irritável, necessidade
de sono reduzida, pressão para falar, pensamento acelerado, redução da atenção e
concentração ou diminuição da capacidade de julgamento, incluindo comportamentos
inadequados ou agressivos. Tem ação significativa no tratamento dos transtornos de
conduta.

 Síndrome de Tourette: Esse distúrbio neuropsiquiátrico é caracterizado por


tiques múltiplos e incontroláveis. Eles se instalam na infância, podendo acompanhar
o indivíduo por grande parte de sua vida.

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Os tiques ocorrem de modo frequente e com intensidade variada. Eles podem estar
associados a outras condições, como transtorno obsessivo-compulsivo TOC e
hiperatividade, ou serem resultado de fatores hereditários.

Os tiques mais comuns são:

 Franzir a testa;

 Piscar constantemente;

 Fazer caretas;

 Falar uma frase específica diversas vezes;

 Repetir ou gritar palavras ofensivas;

 Fazer gestos obscenos;

 Repetir uma palavra ou frase dita por outra pessoa;

 Fungar;

 Limpar a garganta;

 Repetir um determinado som e tossir;

Familiares e amigos precisam compreender que, para quem tem Tourette, é quase
impossível resistir a vontade de manifestar um tique. Assim, não devem debochar da
criança ou incentivá-la a reproduzi-los. Atitudes como essas lhe causam muita ansiedade e
estresse.

Tratamento Medicamentoso

Tratamento específico da ST é guiada pela necessidade de tratar os sintomas mais


incômodos. Existem várias opções farmacológicas para o tratamento dos tiques, a partir do
momento em que se opta pelo uso de farmacoterapia. A monoterapia na dose eficaz mais
baixa é geralmente recomendada, embora o tratamento deva ser personalizado para cada
paciente individual de acordo com suas necessidades. A farmacoterapia de primeira linha
para tiques leves a moderados é NATS_GL geralmente um agonista alfa-2, por exemplo,
clonidina. Para os pacientes com ST e tiques incômodos (moderados a graves), primeira
linha de tratamento são drogas como flufenazina a partir de 1 mg por dia, pimozida a partir

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de 2 mg por dia ou haloperidol. O haloperidol e a pimozida são os únicos medicamentos
aprovados pela Food and Drug Administration dos EUA. Com o advento dos neurolépticos
atípicos (2ª geração), os sintomas extrapiramidais, embora ainda possíveis, são menos
prováveis; consequentemente, o uso de neurolépticos atípicos ultrapassou o uso do
haloperidol e da pimozida. Dentre este grupo foram feitos estudos com o uso de risperidona
e olanzapina. Outros medicamentos atípicos não foram estudados de maneira tão completa.
Para os pacientes com Síndrome de Tourette que têm apenas alteração motora focal ou
tiques vocais, a recomendação é o tratamento com injeções de toxina botulínica nos
músculos afetados.

 Depressão: é um distúrbio do humor que afeta pessoas de todas as idades. Em crianças, ela
se manifesta através da tristeza em excesso, isolamento social, medo de se separar dos pais e
falta de energia e/ou interesse em brincar. Outros sintomas incluem falta de apetite,
irritabilidade, sentimento de inferioridade em relação aos amiguinhos, e incontinência urinária.

Tratamento medicamentoso

Para tratar a depressão infantil, geralmente, são utilizados medicamentos antidepressivos,


como fluoxetina, sertralina ou imipramina, por exemplo, sendo também muito importante a
realização de psicoterapia e estímulos à socialização da criança, com participação em
atividades recreativas e esportivas.

As causas da depressão infantil podem estar relacionadas com problemas familiares, como
falta de atenção e carinho, separação dos pais, morte de algum parente ou de um animal de
estimação, mudança de colégio ou implicância dos colegas da escola, e pode provocar
sintomas como tristeza constante, irritabilidade, mau humor, desânimo e mau desempenho
na escola.

A depressão infantil tem cura se for diagnosticada cedo e o tratamento for iniciado o mais
rápido possível. O psiquiatra infantil e/ou psicólogo são os melhores especialistas para
fazer o diagnóstico e acompanhar a criança.

Remédios para depressão infantil


O tratamento com remédios para depressão infantil é feito com medicamentos

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antidepressivos, como fluoxetina, sertralina, imipramina, paroxetina ou citalopram, por
exemplo, prescritos pelo psiquiatra infantil.

A escolha da medicação deve ser individualizada para cada criança, e a opção por um
remédio deve estar baseada nos sintomas apresentados e no quadro clínico, após avaliação
detalhada. Outras situações que também podem influenciar nesta escolha são a idade, as
condições de saúde geral da criança e o uso de outros medicamentos.

Alguns dos efeitos colaterais que podem ser apresentados são dor de cabeça, enjoo, dor
abdominal, secura na boca, tontura prisão de ventre, diarréia ou visão turva, e devem ser
sempre relatados ao médico para avaliar a possibilidade de alterar a dose ou tipo de
medicamento.

É importante ainda fazer uma diferenciação entre o que se nomeia, na linguagem popular,
remédio e medicamento (aqui sobretudo o psicofármaco propriamente dito). Um
medicamento é um produto feito por farmácias de manipulação ou indústrias farmacêuticas
para prevenir e tratar ou aliviar sintomas. Os efeitos são conhecidos e foram comprovados
cientificamente por inúmeros testes. É um produto desenvolvido por uma indústria
farmacêutica e que cumpriu todas as exigências legais definidas pelos órgãos regulatórios.
O termo "remédio" refere-se a métodos ou cuidados terapêuticos que ajudam a aliviar
desconfortos, mas que não passaram necessariamente pelas etapas que um medicamento
passa para ser liberado. Por exemplo, ácidos graxos, ômega 3, dietas especiais.

E medicamento são substâncias ou composições de substâncias que possuam propriedades


curativas ou preventivas das doenças e dos seus sintomas, do homem ou do animal, com
vista a estabelecer um diagnóstico médico ou a restaurar, corrigir ou modificar as suas
funções.

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Considerações Finais

Podemos concluir que na utilização de psicofármacos em criança, temos que levar em


consideração o grau de desenvolvimento fisiológico, idade, superfície corporal, peso e
altura da mesma, uma vez que durante o crescimento ocorrem alterações que influenciam
os processos farmacocinéticos e farmacodinâmicos no organismo infantil.

Há algum tempo atrás, certos comportamentos atípicos eram vistos como normais na
infância, por serem considerados transitórios e típicos da tenra idade, sendo socialmente
aceitáveis. Hoje, com os avanços dos estudos no campo da saúde mental, sabe-se que nem
sempre é o caso, e que certos comportamentos podem sinalizar a existência de algum
transtorno que, se não for detectado de forma precoce e tratado de forma adequada, pode
causar sofrimento e prejudicar gravemente o desenvolvimento físico e psicológico da
criança.
Devido a imaturidade do sistema fisiológico, a população pediátrica possui particularidades
que interferem na escolha dos psicofármacos, sendo a via oral, a via de administração mais
utilizada nesta classe devido a sua facilidade de absorção.
Contudo, através desse estudo podemos conhecer melhor os transtornos que ocorrem nas
crianças, as suas implicações, a conduta dos diagnósticos e principalmente a forma de
tratamento.

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Referências bibliográficas

https://guiamedicobrasil.com.br/pages/noticias/geral/como-tratar-a-depressao-
infantil/78

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
11682019000300026

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/
dist%C3%BArbios-da-sa%C3%BAde-mental-em-crian%C3%A7as-e-
adolescentes/depress%C3%A3o-e-transtorno-da-desregula
%C3%A7%C3%A3o-do-humor-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes

https://saude.riopreto.sp.gov.br/transparencia/arqu/arqufunc/2018/
risperidona_tod.pdf

https://bd.tjmg.jus.br/jspui/bitstream/tjmg/6139/3/RR%20414%20-
%202014%20NATS%20Sindrome%20de%20la%20Tourette.pdf

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