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Entenda mais sobre a Afya e o Research Center

A Afya é o maior ecossistema de educação em medicina e soluções digitais para médi-


cos do Brasil. Oferece cursos de graduação, pós-graduação e cursos preparatórios em
medicina por meio de 22 instituições de ensino superior e 11 unidades de pós-graduação
espalhadas em 12 estados do Brasil.

Além de cuidar da jornada do médico desde a sua graduação, seguindo também pelos
cursos preparatórios para a prova da residência, pós-graduação médica, especializações
e educação continuada, a partir de 2020 o grupo acelerou sua estratégia digital com a
aquisição de 9 healthtechs, com o objetivo de ser a principal parceira do médico ao
longo de toda a sua carreira, apoiando esse profissional com soluções digitais de atu-
alização, apoio à tomada de decisão e gerenciamento das suas atividades profissionais.

Nosso ecossistema digital é acessado diariamente por mais de 240 mil médicos e
estudantes de medicina, contando com soluções educacionais, suporte à decisão,
tecnologia para clínicas e consultórios e soluções de atualização médica e educação
médica continuada. Sendo assim, ela se posiciona como um parceiro importante na
cadeia, sendo um elo entre o mercado de saúde e os médicos no meio digital, ajudando
toda a indústria a se comunicar, se relacionar e entender de forma rápida, segmentada
e efetiva esse público.

Para dar suporte a todo esse ecossistema, em 2021, foi criado o núcleo de pesquisa da
Afya, o Research Center, que tem como objetivo realizar e publicar pesquisas que
envolvam a área da saúde, trazendo para a indústria um novo olhar sobre o setor, além
de revelar oportunidades para o médico nos desafios da sua profissão.

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Sumário
01. A pesquisa 4

Contexto 5

Objetivos 8

Público-alvo 8

Metodologia 8

02. Perfil do médico 10

03. Rotina 21

04. Relação institucional 67

05. Estresse ocupacional 75

06. Diagnóstico da saúde mental 95

07. Uso de drogas e psicoativos 137

08. Satisfação profissional 160

09. Discussão e Conclusão final 173

10. Infográfico 181

3
4
01. A pesquisa

Contexto
A saúde mental do médico foi tema recorrente de discussão nos últimos dois anos,
especialmente por conta da pandemia de covid-19, que levou milhões de pessoas
a buscar atendimento médico. Com o aumento repentino da demanda, e devido à
fragilidade de nosso sistema de saúde, principalmente se tratando da saúde pública,
o profissional médico se viu em circunstâncias adversas de prestar assistência em
condições nunca vistas no último século.

Ainda que a pandemia esteja em sua fase mais branda e tardia, e que a realidade dos
atendimentos em unidades de saúde tenha transicionado para mais próximo à reali-
dade pré-pandêmica, a questão da saúde mental do médico deve ser preocupação
constante. Essa é uma questão que antecede a pandemia, e ela só tornou evidente
o que já há muito se discute nos ambientes acadêmicos e de administração em saúde.

Por muitos motivos aqui investigados, o médico é extremamente susceptível a doenças


psíquicas, estresse e Burnout. Trata-se de um imenso problema ocupacional há muito
negligenciado e que buscamos colocar luz no tema com esta pesquisa.

Com este estudo, buscamos entender a prevalência de diagnósticos de doenças psíqui-


cas na classe, incidência de Burnout e estresse ocupacional, fatores agravantes, busca
de suporte e ajuda, e uso de drogas psicoativas, inclusive drogas ilícitas.

Com isso, o Research Center reforça o seu papel de entendimento da realidade do


médico, dando voz à classe e buscando entender os desafios de seu dia a dia. Enquanto
a Afya reafirma seu papel institucional como defensora da causa.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> A pesquisa

Nossos achados buscam não só informar o


médico, como também revelar oportunidades
de apoio a esse profissional no que tange à
manutenção de sua saúde mental.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> A pesquisa

Essa é a primeira pesquisa anual de saúde mental do médico realizada pelo


Research Center da Afya, fruto da expertise acumulada com outras pesquisas prévias,
nos últimos dois anos, que também visavam uma avaliação da saúde mental do médico.
Nosso intuito é que se torne uma pesquisa anual recorrente para monitoramento da
saúde mental e entendimento evolutivo de como a classe médica e instituições de
saúde estão tratando este problema.

Os dados obtidos a partir da pesquisa são estritamente sigilosos em sua individuali-


dade, sendo analisados sempre em conjunto, de acordo com as diretrizes da Lei Geral
de Proteção de Dados (LGPD). No presente relatório, reportamos os principais achados
da pesquisa.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> A pesquisa

Objetivos
1. Entender a rotina do médico.

2. Entender a prevalência de diagnósticos de doenças psíquicas.

3. Entender Incidência de Burnout.

4. Entender Incidência de estresse ocupacional.

5. Entender como se dá o apoio das instituições onde trabalham.

6. Entender os fatores agravantes.

7. Entender como buscam suporte e ajuda.

8. Entender a satisfação profissional do médico.

9. Entender o uso de drogas e psicoativos, incluindo também drogas ilícitas.

Público-alvo
Médicos formados de qualquer especialidade e tempo de formação.

Metodologia
Método quantitativo a partir de pesquisa transversal utilizando como instrumento de
coleta questionário online estruturado.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> A pesquisa

O recrutamento de respondentes foi feito por meio digi-


tal, com convite enviado a partir de nossas plataformas
(Whitebook, iClinic, RxPro, Portal PEBMED), bem como
3.489
respostas
através de mídia paga (Facebook Ads) e e-mail marketing (amostra total)
para as bases de médicos da Afya.

A coleta foi conduzida entre os dias 30/05/2022 e


17/07/2022. Foram obtidas 3.489 respostas no total,
95%
intervalo de
sendo que 3.115 completaram o questionário até o fim.
confiança
Todos os respondentes aceitaram um termo de consen-
timento para a participação na pesquisa.

A amostra apresenta um nível de confiança de 95% com 1,66 a


margem de erro entre 1,66 a 1,76 p.p.
1,76 p.p.
margem de erro

9
10
02. Perfil do Médico

A. Formação médica
A pesquisa atraiu públicos de diferentes graus de formação médica, compatível com
o perfil do médico brasileiro1. O estudo foi composto por:

59% 29,5% 11,5%


Médicos Médicos Médicos em
especialistas generalistas especialização

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B. Especialidade médica
Com relação à especialidade médica, considerando especialistas e médicos em espe-
cialização, tivemos ampla participação de médicos de família, acima da distribuição
esperada para a especialidade que, no Brasil, corresponde a 1,7% dos especialistas
(possivelmente por ser uma característica de nossa base de pesquisa).

As outras especialidades de maior popularidade (Clínica Médica, Pediatria, Cardiolo-


gia, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia e Psiquiatria) tiveram boa representatividade
na amostra, o que nos permitiu análises comparativas.

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C. Tempo de formação
Quanto ao tempo de formado, a distribuição de médicos por ano de formação segue a
realidade nacional, em que houve um crescimento importante na formação de médicos
nos últimos 10 anos. Ainda assim, médicos com mais de 10 anos de formados, especial-
mente com mais de 30 anos, estão bem representados na amostra, correspondendo
a 14% do total, conforme os gráficos exibidos a seguir:

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

D. Ambiente de trabalho
Com relação ao ambiente de trabalho do médico, conforme exibido no gráfico a seguir:

41,6% 29,5%
Emergências ou Unidades de Consultório particular
Pronto Atendimento

28,3% 27,6%
Ambulatórios ou Policlínicas Clínicas da família ou Unidades
públicas de atenção básica

Os dados coletados nesta pesquisa se divergem do levantamento conduzido por


Scheffer e colaboradores1, publicado em 2020. Para o grupo de pesquisadores, 24,7%
da amostra estudada tinham o pronto atendimento como local de trabalho. Por outro
lado, neste estudo, 41,6% dos participantes atuam no mesmo cenário. Os resultados
de Scheffer et al1 foram obtidos previamente à pandemia do novo coronavírus, o que
faz levantar a hipótese de modificação dos cenários de prática médica após a situ-
ação de crise sanitária, influenciando inclusive os demais resultados encontrados no
presente estudo.

Outro destaque é o crescimento da atuação em cenários de atenção primária no


setor público, que foi de 27,6% neste inquérito, enquanto o levantamento de Scheffer
e colaboradores foi de 20,4%. Essa diferença pode ser decorrente da maior represen-
tatividade da especialidade de Medicina de Família e Comunidade em nossa amostra.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

E. Horas de trabalho por semana

O médico trabalha, em média, 52,5 horas por semana, levando em con-


sideração todos os ambientes de trabalho. A maior parte da população
desse estudo (75,9%) relatou trabalhar, atualmente, até 60 horas
semanais.

Durante o levantamento de demografia médica, conduzido por Scheffer e colaborado-


res1, quase a metade dos participantes (45,9%) relataram trabalhar mais de 60 horas
semanais, ao passo que, nesta pesquisa, apenas 24% relataram jornadas superiores
a 60 horas semanais, sendo 19,3% entre 61 e 90 horas semanais. Enquanto no levan-
tamento citado entre 2014 e 2019 houve uma tendência ao aumento do número de
horas trabalhadas - especialmente entre os profissionais com jornadas superiores a
80 horas por semana - neste levantamento, houve uma redução do número de horas
trabalhadas.

A redução do número de horas trabalhadas é campo para aprofun-


damento de estudos futuros, podendo ser uma consequência da pandemia
de covid-19 que modificou cenários de atuação médica, com períodos de
interrupção de serviços ambulatoriais e procedimentos eletivos.

Dados disponíveis sobre o cenário brasileiro publicados em 2022 não permitem uma
conclusão acerca desse tema, parecendo haver uma redução de jornada nos serviços
privados e um relativo aumento de jornada no serviço público5. A maior prevalência
de serviços de pronto atendimento relatada nessa pesquisa como cenário de atuação
profissional, associada ao cenário de crise que separa os dois estudos reforça essa
hipótese, podendo indicar uma migração de cenários de atuação associada à pan-
demia e redução da jornada de trabalho do médico.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

A redução da jornada de trabalho dos médicos também é observada em outros países,


no estudo conduzido por Hu e Dill23 publicado em junho de 2021 no JAMA, nos Estados
Unidos, a média de horas trabalhadas por médicos era de 50,8 horas em 2019 e, ao longo
do ano de 2020, foi decaindo, atingindo seu menor valor em maio daquele ano, com uma
média de 47,5 horas semanais de trabalho3. Entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020,
a redução do número de horas trabalhadas por médicos foi de 6% nos Estados Unidos3.

• Entre os profissionais que atuam como médicos generalistas, 42,5% têm uma jor-
nada de trabalho de até 40 horas semanais, sendo 50,7 horas semanais a média
de carga horária nesse grupo;

• Por outro lado, entre os médicos autodeclarados especialistas, 39,1% relataram


uma jornada de até 40 horas semanais. Contudo, parte considerável desse grupo
(41%) faz uma jornada entre 41 e 60 horas semanais, ainda que a média de jornada
seja a mesma do grupo anterior: 50,7 horas semanais;

• Já entre os médicos em especialização, 42,4% dos entrevistados afirmaram um


volume entre 61 e 90 horas semanais; nesse grupo, somente 14,7% apresenta uma
jornada de até 40 horas semanais.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

Menos da metade dos médicos em especialização, 49,1%, desem-


penha uma jornada de até 60 horas semanais, sendo 66,2 a média
de horas trabalhadas por semana neste grupo.

Conforme a Lei 6.932, de 07 de julho de 1981, que dispõe sobre as atividades do médico
residente e dá outras providências4, a carga horária máxima atribuída ao médico resi-
dente é de 60 horas semanais. O presente levantamento permite o questionamento
acerca do cumprimento dessa determinação por parte dos Programas de Residência
Médica, bem como também o exercício de mais de um vínculo profissional por parte dos
médicos em especialização, o que pode influenciar os demais achados desse estudo.

TABELA 1

HORAS TRABALHADAS NA SEMANA POR GRAU DE FORMAÇÃO

Médico em
Faixa de horas que especialização
Médico generalista Médico especialista
trabalha por semana (residente ou na
pós-graduação)

N % N % N %

Até 40 horas semanais 436 42,5% 59 14,7% 805 39,1%

Entre 41 e 60 horas
364 35,5% 138 34,4% 844 41%
semanais

Entre 61 e 90 horas
180 17,5% 170 42,4% 323 15,7%
semanais

Mais de 90 horas semanais 46 4,5% 34 8,5% 85 4,1%

Total 1.026 100% 401 100% 2.057 100%

Média 50,7 66,2 50,7

Ao estratificarmos a jornada de trabalho dos médicos conforme seu tempo de forma-


ção, é evidente a redução de jornada média de trabalho ao longo do tempo. Enquanto
entre médicos com até 3 anos de formação a média de jornada é de 54,1 horas, após

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

30 anos de formação a média de horas trabalhadas por semana sofre uma redução
aparente de aproximadamente 10 horas, com 44,5 horas em média de jornada.

TABELA 2

HORAS TRABALHADAS NA SEMANA POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Faixa de horas que De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


trabalha por semana formação formação formação

N % N % N %

Até 40 horas semanais 300 34,3% 180 34,4% 244 33%

Entre 41 e 60 horas
328 37,5% 180 34,4% 308 41,6%
semanais

Entre 61 e 90 horas
207 23,7% 136 26% 148 20%
semanais

Mais de 90 horas semanais 40 4,6% 28 5,3% 40 5,4%

Total 875 100% 524 100% 740 100%

Média 54,1 55,7 54

Faixa de horas que De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


trabalha por semana formação formação formação

N % N % N %

Até 40 horas semanais 177 35% 128 36,2% 271 55,9%

Entre 41 e 60 horas
232 45,8% 139 39,3% 159 32,8%
semanais

Entre 61 e 90 horas
82 16,2% 63 17,8% 37 7,6%
semanais

Mais de 90 horas semanais 15 3% 24 6,8% 18 3,7%

Total 506 100% 354 100% 485 100%

Média 51 53,8 44,5

20
21
03. Rotina

Inicialmente, investigamos na rotina médica a adoção de fatores associados a maior


qualidade de vida e maior proteção contra o psicoadoecimento, como: rotina de sono,
lazer, atividade física, alimentação saudável, prática de meditação e dedicação a
projetos sociais e voluntariados6-9.

Rotina de sono semanal


Como parâmetros de qualidade de vida, apenas 35% conseguem
manter regularmente um sono reparador.

Rotina de lazer
Momentos de lazer nas últimas duas semanas só foram relatados por
1/3 dos médicos respondentes.

Rotina de atividade física regular


A atividade física regular não faz parte da rotina para quase 2/3 dos
médicos (65,1%).

Rotina de meditação/mindfulness
A prática da meditação entre os médicos é mais rara ainda, apenas
6,4% os fazem com alguma regularidade.

Rotina de alimentação
O consumo de alimentos frescos e menos industrializados já se mostra
uma situação mais frequente na rotina do médico: 43,6% afirmam
que se alimentam com mais alimentos frescos do que industrializados
no seu dia a dia.

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Rotina de ações de voluntariado


A dedicação a projetos de voluntariado também não faz parte da
rotina do médico, 75,1% nunca ou raramente praticam esse tipo
de ação.

A. Rotina de sono semanal

34,9%

Na análise de tempo de sono por grau de formação médica, nota-se um padrão


compatível com a etapa evolutiva na carreira:

• Os médicos em especialização são os que apresentam pior rotina de sono, sendo


que para 46% destes é raro ou mesmo ausente um dia de sono reparador;

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

• Entre os especialistas, essa faixa não passa de 31% dos entrevistados, demonstrando
a maior estabilidade alcançada na carreira destes profissionais.

Essa mesma conclusão pode ser deduzida ao analisar os dados por tempo de forma-
ção profissional, em que identificamos uma clara tendência de maior frequência de
sono reparador quanto mais experiente é o médico. Esse comportamento também
é corroborado por uma maior carga horária entre os mais jovens e médicos em
processo de especialização, e menor frequência de adoção de fatores protetores,
como: lazer, alimentação saudável, prática de atividade física, meditação e trabalho
voluntário. Por outro lado, ao analisarmos o tempo de sono com base no agrupamento
pela especialidade, percebemos que duas especialidades clínicas (clínica médica e
pediatria) de maior atuação geral têm menor tempo de sono.

TABELA 3

ROTINA DE SONO SEMANAL POR GRAU DE FORMAÇÃO

Durmo pelo menos


entre 6 e 8 horas por Médico em especia-
dia e sinto que durmo o Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
suficiente para me sentir na pós-graduação)
descansado.

N % N % N %

Nunca 91 9% 46 11% 161 8%

Raramente 287 28% 141 35% 470 23%

Eventualmente 334 32% 135 34% 608 30%

Frequentemente 246 24% 69 17% 622 30%

Sempre 72 7% 10 2% 197 10%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 4

ROTINA DE SONO SEMANAL POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Durmo pelo menos


entre 6 e 8 horas por
De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
dia e sinto que durmo o
formação formação formação
suficiente para me sentir
descansado.

N % N % N %

Nunca 91 10,4% 40 7,6% 58 7,8%

Raramente 257 29,3% 151 28,8% 207 27,9%

Eventualmente 269 30,7% 183 34,9% 264 35,6%

Frequentemente 206 23,5% 127 24,2% 168 22,7%

Sempre 53 6,1% 23 4,4% 44 5,9%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

Durmo pelo menos


entre 6 e 8 horas por
De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
dia e sinto que durmo o
formação formação formação
suficiente para me sentir
descansado.

N % N % N %

Nunca 45 8,9% 32 9% 32 6,6%

Raramente 126 24,9% 83 23,4% 74 15,2%

Eventualmente 161 31,8% 90 25,4% 110 22,6%

Frequentemente 137 27,1% 112 31,5% 187 38,4%

Sempre 37 7,3% 38 10,7% 84 17,2%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 5

ROTINA DE SONO SEMANAL POR ESPECIALIDADE

Durmo pelo menos


entre 6 e 8 horas
por dia e sinto que Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
durmo o suficiente cirúrgicas Obstetrícia
para me sentir
descansado.

N % N % N % N %

Nunca 19 9,2% 29 9,5% 37 12,8% 8 5%

Raramente 49 23,7% 82 26,9% 83 28,6% 46 28,6%

Eventualmente 50 24,2% 97 31,8% 88 30,3% 49 30,4%

Frequentemente 66 31,9% 77 25,2% 64 22,1% 40 24,8%

Sempre 23 11,1% 20 6,6% 18 6,2% 18 11,2%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

Durmo pelo menos


entre 6 e 8 horas
Medicina
por dia e sinto que
de Família e Pediatria Psiquiatria
durmo o suficiente
Comunidade
para me sentir
descansado.

N % N % N %

Nunca 27 7,6% 22 8,6% 11 5,5%

Raramente 69 19,5% 73 28,6% 34 17,1%

Eventualmente 112 31,6% 74 29% 64 32,2%

Frequentemente 119 33,6% 62 24,3% 62 31,2%

Sempre 27 7,6% 24 9,4% 28 14,1%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 6

ROTINA DE SONO SEMANAL POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Durmo pelo menos entre 6 e 8 horas por


Entre 41 e 60 horas
dia e sinto que durmo o suficiente para me Até 40 horas semanais
semanais
sentir descansado.

N % N %

Nunca 60 4,6% 111 8,2%

Raramente 229 17,6% 345 25,6%

Eventualmente 361 27,8% 460 34,2%

Frequentemente 463 35,6% 349 25,9%

Sempre 187 14,4% 81 6%

Total 1.300 100% 1.346 100%

Durmo pelo menos entre 6 e 8 horas por


Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas
dia e sinto que durmo o suficiente para me
semanais semanais
sentir descansado.

N % N %

Nunca 89 13,2% 38 23%

Raramente 254 37,7% 69 41,8%

Eventualmente 207 30,8% 48 29,1%

Frequentemente 115 17,1% 10 6,1%

Sempre 8 1,2% 0 0%

Total 673 100% 165 100%

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Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 7

ROTINA DE SONO SEMANAL POR TIPO DE TRABALHO

Durmo pelo menos entre 6 e 8 horas por Trabalho apenas no


Funcionário de
dia e sinto que durmo o suficiente para me meu próprio negócio
Instituição de saúde
sentir descansado. (consultório/clínica)

N % N %

Nunca 274 8,9% 24 6,1%

Raramente 835 27% 63 15,9%

Eventualmente 981 31,7% 96 24,2%

Frequentemente 792 25,6% 145 36,6%

Sempre 211 6,8% 68 17,2%

Total 3.093 100% 396 100%

B. Rotina de lazer

Cerca de 2/3 dos médicos que participaram desse inquérito não pos-
suem uma rotina de lazer relatadas nas duas últimas semanas. Apenas
33,3% dos participantes relataram ter frequentemente ou sempre
momentos de lazer nas duas últimas semanas anteriores à pesquisa.

Quando analisamos esse item através da especialização, percebemos que 1/3 dos
médicos especialistas relataram ter momentos de lazer sempre ou frequentemente,
enquanto médicos generalistas ou em especialização em sua maioria (34% e 39%,
respectivamente) relataram raramente ou nunca terem momentos de lazer nas duas
semanas anteriores à pesquisa.

Esse mesmo padrão é observado quando reagrupamos os respondedores por tempo


de formação. A maioria dos médicos refere ter momentos de lazer eventualmente,
apenas os médicos com mais de 30 anos de formação em sua maioria (37,4%) afirmaram

28
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

ter momentos de lazer frequentemente ou sempre ao longo das duas últimas semanas
que antecederam a pesquisa.

Essa distribuição se mantém quando reagrupamos os entrevistados conforme sua


jornada de trabalho semanal, de modo que os profissionais com maiores jornadas
apresentam menor frequência de relatos de momentos de lazer ao longo das duas
semanas que antecederam a pesquisa.

Um outro agrupamento que chama bastante a atenção é a distribuição dos participantes


pelo seu local de trabalho. A maioria (45%) dos participantes que trabalham apenas
em consultórios ou clínicas próprias referiram ter momentos de lazer sempre ou
frequentemente, ao passo que entre os profissionais que trabalham em instituições
de saúde (hospitais, serviços públicos, entre outros) cerca de 1/3 relatou nunca ou
raramente terem momentos de lazer nas duas últimas semanas anteriores à pesquisa.

30,1%

29
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 8

ROTINA DE LAZER NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS POR GRAU DE FORMAÇÃO

Sinto que tive momentos Médico em especia-


de lazer nas duas últimas Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
semanas. na pós-graduação)

N % N % N %

Nunca 62 6% 28 7% 108 5%

Raramente 293 28% 129 32% 507 25%

Eventualmente 390 38% 158 39% 763 37%

Frequentemente 219 21% 66 16% 501 24%

Sempre 66 6% 20 5% 179 9%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

TABELA 9

ROTINA DE LAZER NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Sinto que tive momentos


De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
de lazer nas duas últimas
formação formação formação
semanas.

N % N % N %

Nunca 47 5,4% 28 5,3% 38 5,1%

Raramente 242 27,6% 140 26,7% 206 27,8%

Eventualmente 336 38,4% 222 42,4% 282 38,1%

Frequentemente 195 22,3% 100 19,1% 160 21,6%

Sempre 56 6,4% 34 6,5% 55 7,4%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

30
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Sinto que tive momentos


De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
de lazer nas duas últimas
formação formação formação
semanas.

N % N % N %

Nunca 29 5,7% 28 7,9% 28 5,7%

Raramente 124 24,5% 100 28,2% 117 24%

Eventualmente 194 38,3% 117 33% 160 32,9%

Frequentemente 124 24,5% 78 22% 129 26,5%

Sempre 35 6,9% 32 9% 53 10,9%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

TABELA 10

ROTINA DE LAZER NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS POR ESPECIALIDADE

Sinto que tive


momentos de lazer Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
nas duas últimas cirúrgicas Obstetrícia
semanas.

N % N % N % N %

Nunca 17 8,2% 17 5,6% 15 5,2% 9 5,6%

Raramente 48 23,2% 76 24,9% 87 30% 34 21,1%

Eventualmente 70 33,8% 122 40% 120 41,4% 68 42,2%

Frequentemente 56 27,1% 69 22,6% 50 17,2% 41 25,5%

Sempre 16 7,7% 21 6,9% 18 6,2% 9 5,6%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

31
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Sinto que tive


Medicina
momentos de lazer
de Família e Pediatria Psiquiatria
nas duas últimas
Comunidade
semanas.

N % N % N %

Nunca 22 6,2% 10 3,9% 7 3,5%

Raramente 88 24,9% 83 32,5% 51 25,6%

Eventualmente 133 37,6% 99 38,8% 53 26,6%

Frequentemente 81 22,9% 42 16,5% 59 29,6%

Sempre 30 8,5% 21 8,2% 29 14,6%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

TABELA 11

ROTINA DE LAZER NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS POR HORAS TRABALHADAS NA


SEMANA

Sinto que tive momentos de lazer nas duas Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
últimas semanas. semanais

N % N %

Nunca 55 4,2% 57 4,2%

Raramente 260 20% 364 27%

Eventualmente 455 35% 537 39,9%

Frequentemente 362 27,8% 309 23%

Sempre 168 12,9% 79 5,9%

Total 1.300 100% 1.346 100%

32
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Sinto que tive momentos de lazer nas duas Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas
últimas semanas. semanais semanais

N % N %

Nunca 60 8,9% 26 15,8%

Raramente 224 33,3% 80 48,5%

Eventualmente 273 40,6% 45 27,3%

Frequentemente 101 15% 13 7,9%

Sempre 15 2,2% 1 0,6%

Total 673 100% 165 100%

TABELA 12

ROTINA DE LAZER NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Sinto que tive momentos de lazer nas duas Funcionário de
meu próprio negócio
últimas semanas. Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Nunca 177 5,7% 21 5,3%

Raramente 843 27,3% 86 21,7%

Eventualmente 1200 38,8% 111 28%

Frequentemente 661 21,4% 125 31,6%

Sempre 212 6,9% 53 13,4%

Total 3.093 100% 396 100%

33
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

C. Rotina de atividade física regular


A atividade física é um importante fator de proteção para a saúde mental, e diretamente
relacionada à percepção de qualidade de vida. Nesse inquérito, foi considerada prática
de atividade física regular a execução de pelo menos 160 minutos de atividade física
por semana. Entre os médicos participantes dessa pesquisa, a prática de atividade
física regular durante a semana foi um evento raro.

A maioria dos participantes (70,7%) relatou nunca, raramente ou


eventualmente praticarem atividade física regular, sendo que a maior
categoria de respostas esteve no item nunca pratico atividade física
regular (33,4%).

70,7%

34
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

• Médicos em especialização relataram menor frequência de atividade física em


relação aos médicos generalistas ou especialistas. Para o grupo dos médicos ainda
em formação, mais da metade (63%) dos entrevistados afirmou nunca ou rara-
mente praticar atividade física;

• Os médicos generalistas participantes também apresentam o mesmo padrão de


comportamento em relação à atividade física, sendo que 60% realizam atividade
física raramente ou nunca;

• Embora os médicos especialistas pratiquem mais atividade física que os demais


grupos entrevistados, a proporção de médicos que realiza atividade física frequen-
temente ou sempre ainda é inferior à metade dos participantes, somando 43%
de entrevistados com um perfil ativo de comportamento para prática regular de
atividade física.

TABELA 13

ROTINA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR POR GRAU DE FORMAÇÃO

Pratico atividade física Médico em especia-


regular (pelo menos 160 Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
min/semana). na pós-graduação)

N % N % N %

Nunca 384 37% 174 43% 608 30%

Raramente 232 23% 81 20% 456 22%

Eventualmente 157 15% 66 16% 310 15%

Frequentemente 170 17% 58 14% 398 19%

Sempre 87 8% 22 5% 286 14%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

35
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

A observação desses dados permite levantar a hipótese de que a esta-


bilização da carreira médica ao longo do tempo pode estar
associada à uma maior adoção de hábitos saudáveis em relação
à prática de atividade física.

Essa possibilidade se torna mais evidente quando comparamos a frequência de res-


postas da prática de atividade física entre médicos com menor tempo de formação
em relação a médicos com maior tempo de formação:

• Entre aqueles que têm entre 0 e 3 anos de formação, mais da metade (58,3%) refere
nunca ou raramente praticarem atividade física;

• Por outro lado, entre aqueles com mais de 30 anos de formação, pouco mais de um
terço (35,7%) praticam atividade física frequentemente ou sempre - enquanto para
a mesma categoria de respostas entre os profissionais de 0 a 3 anos de formação
a proporção é de apenas 26,5%.

TABELA 14

ROTINA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Pratico atividade física


De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
regular (pelo menos 160
formação formação formação
min/semana).

N % N % N %

Nunca 314 35,8% 188 35,9% 248 33,5%

Raramente 197 22,5% 107 20,4% 154 20,8%

Eventualmente 133 15,2% 95 18,1% 130 17,5%

Frequentemente 160 18,3% 89 17% 127 17,1%

Sempre 72 8,2% 45 8,6% 82 11,1%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

36
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Pratico atividade física


De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
regular (pelo menos 160
formação formação formação
min/semana).

N % N % N %

Nunca 164 32,4% 112 31,5% 140 28,7%

Raramente 118 23,3% 83 23,4% 110 22,6%

Eventualmente 63 12,5% 49 13,8% 63 12,9%

Frequentemente 91 18% 63 17,7% 96 19,7%

Sempre 70 13,8% 48 13,5% 78 16%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

Outra evidência que permite inferir essa observação é que especialidades cuja formação
é generalista ou pré-requisito para subespecialidades também apresentam menor
frequência de atividade física entre os entrevistados em relação aos entrevistados
de subespecialidades.

Por exemplo, enquanto os participantes com especialidade declarada como clínica


médica referem em 59,6% das vezes nunca ou raramente praticarem atividade física
regular, os participantes que declararam a especialidade de cardiologia (subespe-
cialidade de clínica médica) afirmaram 44,9% das vezes sempre ou frequentemente
praticarem atividade física.

37
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 15

ROTINA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR POR ESPECIALIDADE

Pratico atividade
física regular (pelo Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
menos 160 min/ cirúrgicas Obstetrícia
semana).

N % N % N % N %

Nunca 53 25,6% 96 31,5% 105 36,2% 45 28%

Raramente 35 16,9% 79 25,9% 68 23,4% 30 18,6%

Eventualmente 26 12,6% 41 13,4% 51 17,6% 34 21,1%

Frequentemente 47 22,7% 51 16,7% 38 13,1% 39 24,2%

Sempre 46 22,2% 38 12,5% 28 9,7% 13 8,1%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

Pratico atividade
Medicina
física regular (pelo
de Família e Pediatria Psiquiatria
menos 160 min/
Comunidade
semana).

N % N % N %

Nunca 123 34,7% 86 33,7% 66 33,2%

Raramente 74 20,9% 52 20,4% 39 19,6%

Eventualmente 65 18,4% 41 16,1% 28 14,1%

Frequentemente 61 17,2% 46 18% 39 19,6%

Sempre 31 8,8% 30 11,8% 27 13,6%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

38
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

• Analogamente, 34,5% dos médicos que trabalham até 40 horas semanais relatam
praticarem atividade física sempre ou frequentemente;

• Já entre aqueles com jornadas de trabalho superiores a 60 horas semanais, cerca


de metade relata nunca praticar atividade física regular;

• O mesmo padrão de comportamento sedentário é observado entre os médicos que


são funcionários de instituições de saúde. Entre esses participantes, o relato de
raramente ou nunca praticar atividade física regular ocorre em 56,9% das respostas;

• Por outro lado, entre aqueles que trabalham apenas no próprio negócio, 43,5% das
respostas afirmam que praticam atividade física regular sempre ou frequentemente.

TABELA 16

ROTINA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Pratico atividade física regular (pelo menos Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
160 min/semana). semanais

N % N %

Nunca 357 27,5% 438 32,5%

Raramente 277 21,3% 308 22,9%

Eventualmente 217 16,7% 203 15,1%

Frequentemente 260 20% 245 18,2%

Sempre 189 14,5% 152 11,3%

Total 1.300 100% 1.346 100%

39
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Pratico atividade física regular (pelo menos Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas
160 min/semana). semanais semanais

N % N %

Nunca 286 42,5% 84 50,9%

Raramente 146 21,7% 36 21,8%

Eventualmente 93 13,8% 20 12,1%

Frequentemente 102 15,2% 19 11,5%

Sempre 46 6,8% 6 3,6%

Total 673 100% 165 100%

TABELA 17

ROTINA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Pratico atividade física regular (pelo menos Funcionário de
meu próprio negócio
160 min/semana). Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Nunca 1.070 34,6% 96 24,2%

Raramente 689 22,3% 80 20,2%

Eventualmente 485 15,7% 48 12,1%

Frequentemente 537 17,4% 89 22,5%

Sempre 312 10,1% 83 21%

Total 3.093 100% 396 100%

40
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

D. Rotina de meditação/mindfulness
A prática de meditação é uma importante ferramenta de manejo do estresse. Seu
potencial na melhora da percepção de qualidade de vida é bastante robusto e está
associada a desfechos protetores e em relação à saúde mental.

Entre os médicos participantes dessa pesquisa, essa prática foi bas-


tante rara. Apenas 6,4% dos participantes relataram adotar a prática
sempre (2,1%) ou frequentemente (4,3%). A absoluta maioria dos
médicos (70,6%) relataram nunca praticarem. Esse cenário não variou
em nenhum dos agrupamentos dos participantes.

6,4%

41
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 18

ROTINA DE MEDITAÇÃO/MINDFULNESS POR GRAU DE FORMAÇÃO

Pratico meditação/ Médico em especia-


mindfulness com Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
regularidade. na pós-graduação)

N % N % N %

Nunca 758 74% 291 73% 1.414 69%

Raramente 156 15% 60 15% 336 16%

Eventualmente 62 6% 28 7% 163 8%

Frequentemente 36 3% 16 4% 97 5%

Sempre 18 2% 6 1% 48 2%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

TABELA 19

ROTINA DE MEDITAÇÃO/MINDFULNESS POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Pratico meditação/
De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
mindfulness com
formação formação formação
regularidade.

N % N % N %

Nunca 636 72,6% 358 68,3% 518 69,9%

Raramente 147 16,8% 87 16,6% 132 17,8%

Eventualmente 59 6,7% 36 6,9% 52 7%

Frequentemente 24 2,7% 29 5,5% 28 3,8%

Sempre 10 1,1% 14 2,7% 11 1,5%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

42
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Pratico meditação/
De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
mindfulness com
formação formação formação
regularidade.

N % N % N %

Nunca 373 73,7% 246 69,3% 332 68,2%

Raramente 72 14,2% 55 15,5% 59 12,1%

Eventualmente 32 6,3% 26 7,3% 48 9,9%

Frequentemente 18 3,6% 17 4,8% 33 6,8%

Sempre 11 2,2% 11 3,1% 15 3,1%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

TABELA 20

ROTINA DE MEDITAÇÃO/MINDFULNESS POR ESPECIALIDADE

Pratico meditação/
Especialidades Ginecologia e
mindfulness com Cardiologia Clínica Médica
cirúrgicas Obstetrícia
regularidade.

N % N % N % N %

Nunca 134 64,7% 231 75,7% 204 70,3% 117 72,7%

Raramente 31 15% 45 14,8% 46 15,9% 23 14,3%

Eventualmente 22 10,6% 14 4,6% 18 6,2% 14 8,7%

Frequentemente 14 6,8% 10 3,3% 13 4,5% 4 2,5%

Sempre 6 2,9% 5 1,6% 9 3,1% 3 1,9%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

43
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Pratico meditação/ Medicina


mindfulness com de Família e Pediatria Psiquiatria
regularidade. Comunidade

N % N % N %

Nunca 223 63% 187 73,3% 124 62,3%

Raramente 66 18,6% 40 15,7% 37 18,6%

Eventualmente 40 11,3% 14 5,5% 20 10,1%

Frequentemente 16 4,5% 11 4,3% 9 4,5%

Sempre 9 2,5% 3 1,2% 9 4,5%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

TABELA 21

ROTINA DE MEDITAÇÃO/MINDFULNESS POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Pratico meditação/mindfulness com Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
regularidade. semanais

N % N %

Nunca 867 66,7% 956 71%

Raramente 215 16,5% 224 16,6%

Eventualmente 112 8,6% 90 6,7%

Frequentemente 70 5,4% 54 4%

Sempre 36 2,8% 22 1,6%

Total 1.300 100% 1.346 100%

44
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Pratico meditação/mindfulness com Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


regularidade. semanais semanais

N % N %

Nunca 510 75,8% 127 77%

Raramente 93 13,8% 19 11,5%

Eventualmente 42 6,2% 9 5,5%

Frequentemente 19 2,8% 6 3,6%

Sempre 9 1,3% 4 2,4%

Total 673 100% 165 100%

TABELA 22

ROTINA DE MEDITAÇÃO/MINDFULNESS POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Pratico meditação/mindfulness com Funcionário de
meu próprio negócio
regularidade. Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Nunca 2.214 71,6% 249 62,9%

Raramente 489 15,8% 63 15,9%

Eventualmente 209 6,8% 44 11,1%

Frequentemente 123 4% 26 6,6%

Sempre 58 1,9% 14 3,5%

Total 3.093 100% 396 100%

45
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

E. Rotina de alimentação
Um importante aspecto do estilo de vida e rotina do médico é a alimentação. A ado-
ção de uma dieta com maior proporção de alimentos frescos em relação a produtos
industrializados está associada a melhores desfechos de saúde. A percepção de maior
frequência de consumo de alimentos frescos em relação aos industrializados é bastante
prevalente entre os médicos.

A maior parte dos médicos, 43,6%, relatou nesse estudo a percepção desse padrão de
consumo alimentar sempre ou frequentemente.

Um fato curioso é que, entre os médicos em especialização, essa pro-


porção se inverte. Para esse grupo, a percepção de maior consumo de
alimentos frescos do que industrializados em 47% das vezes é relatada
como nunca ou raramente.

O mesmo padrão de rotina alimentar é observado entre os médicos com menor tempo
de formação e entre aqueles com maiores jornadas de trabalho: em ambos os grupos,
o menor tempo de formação (de 0 a 5 anos) e a maior jornada de trabalho (acima de 60
horas semanais) determinou uma maior frequência de respostas como raramente ou
nunca perceberem uma alimentação com maior predominância de alimentos frescos.

Isso permite formular a hipótese de que o processo de formação


médica possa estar associado à adoção de um padrão alimentar
com maior percepção de consumo de alimentos industrializados
em relação a alimentos frescos.

A mesma predominância é observada entre os profissionais que trabalham em insti-


tuições de saúde, enquanto entre os profissionais que relataram trabalharem apenas
em seu próprio negócio obtiveram uma frequência de respostas 58,1% das vezes rela-
tando sempre ou frequentemente perceberem uma alimentação com mais alimentos
frescos do que industrializados.

46
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

43,6%

47
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 23

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR GRAU DE FORMAÇÃO

Percebo que em minha


Médico em especia-
alimentação há mais
Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
alimentos frescos do que
na pós-graduação)
produtos industrializados.

N % N % N %

Nunca 108 10% 53 13% 157 8%

Raramente 226 22% 136 34% 378 18%

Eventualmente 316 31% 105 26% 491 24%

Frequentemente 287 28% 93 23% 735 36%

Sempre 93 9% 14 3% 297 14%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

TABELA 24

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Percebo que em minha


alimentação há mais De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
alimentos frescos do que formação formação formação
produtos industrializados.

N % N % N %

Nunca 108 12,3% 63 12% 81 10,9%

Raramente 226 25,8% 149 28,4% 169 22,8%

Eventualmente 259 29,6% 147 28,1% 204 27,5%

Frequentemente 225 25,7% 130 24,8% 212 28,6%

Sempre 58 6,6% 35 6,7% 75 10,1%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

48
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Percebo que em minha


alimentação há mais De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
alimentos frescos do que formação formação formação
produtos industrializados.

N % N % N %

Nunca 40 7,9% 22 6,2% 4 0,8%

Raramente 95 18,8% 51 14,4% 50 10,3%

Eventualmente 134 26,5% 79 22,3% 89 18,3%

Frequentemente 187 37% 148 41,7% 213 43,7%

Sempre 50 9,9% 55 15,5% 131 26,9%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

TABELA 25

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR ESPECIALIDADE

Percebo que em
minha alimentação
há mais alimentos Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
frescos do cirúrgicas Obstetrícia
que produtos
industrializados.

N % N % N % N %

Nunca 14 6,8% 35 11,5% 30 10,3% 13 8,1%

Raramente 33 15,9% 64 21% 77 26,6% 35 21,7%

Eventualmente 40 19,3% 85 27,9% 66 22,8% 29 18%

Frequentemente 85 41,1% 83 27,2% 89 30,7% 67 41,6%

Sempre 35 16,9% 38 12,5% 28 9,7% 17 10,6%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

49
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Percebo que em
minha alimentação
Medicina
há mais alimentos
de Família e Pediatria Psiquiatria
frescos do
Comunidade
que produtos
industrializados.

N % N % N %

Nunca 32 9% 21 8,2% 16 8%

Raramente 66 18,6% 49 19,2% 42 21,1%

Eventualmente 85 24% 56 22% 56 28,1%

Frequentemente 123 34,7% 90 35,3% 62 31,2%

Sempre 48 13,6% 39 15,3% 23 11,6%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

TABELA 26

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Percebo que em minha alimentação há


Entre 41 e 60 horas
mais alimentos frescos do que produtos Até 40 horas semanais
semanais
industrializados.

N % N %

Nunca 79 6,1% 118 8,8%

Raramente 209 16,1% 309 23%

Eventualmente 323 24,8% 376 27,9%

Frequentemente 472 36,3% 412 30,6%

Sempre 217 16,7% 131 9,7%

Total 1.300 100% 1.346 100%

50
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TABELA 26

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Percebo que em minha alimentação há


Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas
mais alimentos frescos do que produtos
semanais semanais
industrializados.

N % N %

Nunca 94 14% 26 15,8%

Raramente 175 26% 47 28,5%

Eventualmente 171 25,4% 41 24,8%

Frequentemente 190 28,2% 40 24,2%

Sempre 43 6,4% 11 6,7%

Total 673 100% 165 100%

TABELA 27

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR TIPO DE TRABALHO

Percebo que em minha alimentação há Trabalho apenas no


Funcionário de
mais alimentos frescos do que produtos meu próprio negócio
Instituição de saúde
industrializados. (consultório/clínica)

N % N %

Nunca 293 9,5% 25 6,3%

Raramente 683 22,1% 57 14,4%

Eventualmente 828 26,8% 84 21,2%

Frequentemente 973 31,5% 142 35,9%

Sempre 316 10,2% 88 22,2%

Total 3.093 100% 396 100%

51
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F. Rotina de ações de voluntariado


Ações de voluntariado estão ligadas a ações de organizações não governamentais,
fundações de amparo social, instituições religiosas ou de maneira independente. Essas
ações são fortemente relacionadas à percepção de significado e propósito, como
também estão associadas aos aspectos de experiências de espiritualidade - que são
integrantes das nossas relações de sentido. Essas ações estão associadas a menores
sintomas de adoecimento mental.

Entre os médicos participantes dessa pesquisa, ações de voluntariado não


foram frequentemente relatadas. Quase a metade (49,8%) dos par-
ticipantes refere nunca se dedicar a atividades de voluntariado.

Quando somamos àqueles que raramente participam de atividades de voluntariado


(25,3%) chegamos à proporção de que 3 a cada 4 médicos não se dedicam a ativida-
des de voluntariado. Pouco mais de 10% dos participantes referiram participar sempre
ou frequentemente de atividades de voluntariado.

Essa predominância de comportamento é mais frequente entre médicos generalistas


e também entre os médicos em formação. A mesma tendência é observada entre os
profissionais com até 20 anos de formação e entre aqueles com jornadas de traba-
lho superiores a 60 horas semanais ou que trabalham em instituições de saúde e
não apenas em seus consultórios. Entre as especialidades, a psiquiatria é a que mais
adotou a prática, com 17,6% dos respondentes relatando envolvimento em ações de
voluntariado frequentemente ou sempre.

52
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75,1%

53
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TABELA 28

ROTINA DE AÇÕES DE VOLUNTARIADO POR GRAU DE FORMAÇÃO

Me dedico a ações de
voluntariado, sejam
elas por meio de ONGs,
Médico em especia-
instituições religiosas,
Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
fundações de amparo
na pós-graduação)
social, instituições
privadas, ou de maneira
independente.

N % N % N %

Nunca 566 55% 248 62% 923 45%

Raramente 257 25% 99 25% 526 26%

Eventualmente 126 12% 32 8% 333 16%

Frequentemente 56 5% 14 3% 176 9%

Sempre 25 2% 8 2% 100 5%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

54
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TABELA 29

ROTINA DE ALIMENTAÇÃO POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Me dedico a ações de
voluntariado, sejam
elas por meio de ONGs,
instituições religiosas, De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
fundações de amparo formação formação formação
social, instituições
privadas, ou de maneira
independente.

N % N % N %

Nunca 498 56,8% 290 55,3% 380 51,3%

Raramente 231 26,4% 133 25,4% 193 26%

Eventualmente 99 11,3% 58 11,1% 103 13,9%

Frequentemente 29 3,3% 28 5,3% 46 6,2%

Sempre 19 2,2% 15 2,9% 19 2,6%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

Me dedico a ações de
voluntariado, sejam
elas por meio de ONGs,
instituições religiosas, De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
fundações de amparo formação formação formação
social, instituições
privadas, ou de maneira
independente.

N % N % N %

Nunca 243 48% 144 40,6% 182 37,4%

Raramente 121 23,9% 98 27,6% 106 21,8%

Eventualmente 85 16,8% 52 14,6% 94 19,3%

Frequentemente 39 7,7% 37 10,4% 67 13,8%

Sempre 18 3,6% 24 6,8% 38 7,8%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

55
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TABELA 30

ROTINA DE AÇÕES DE VOLUNTARIADO POR ESPECIALIDADE

Me dedico a ações
de voluntariado,
sejam elas por
meio de ONGs,
instituições Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
religiosas, fundações cirúrgicas Obstetrícia
de amparo social,
instituições privadas,
ou de maneira
independente.

N % N % N % N %

Nunca 99 47,8% 142 46,6% 165 56,9% 84 52,2%

Raramente 39 18,8% 80 26,2% 71 24,5% 42 26,1%

Eventualmente 37 17,9% 43 14,1% 32 11% 22 13,7%

Frequentemente 23 11,1% 27 8,9% 12 4,1% 10 6,2%

Sempre 9 4,3% 13 4,3% 10 3,4% 3 1,9%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

56
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Me dedico a ações
de voluntariado,
sejam elas por
meio de ONGs,
Medicina
instituições
de Família e Pediatria Psiquiatria
religiosas, fundações
Comunidade
de amparo social,
instituições privadas,
ou de maneira
independente.

N % N % N %

Nunca 154 43,5% 108 42,4% 77 38,7%

Raramente 88 24,9% 84 32,9% 52 26,1%

Eventualmente 66 18,6% 39 15,3% 35 17,6%

Frequentemente 28 7,9% 14 5,5% 20 10,1%

Sempre 18 5,1% 10 3,9% 15 7,5%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

57
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TABELA 31

ROTINA DE AÇÕES DE VOLUNTARIADO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Me dedico a ações
de voluntariado,
sejam elas por
meio de ONGs,
instituições Até 40 horas Entre 41 e 60 Entre 61 e 90 Mais de 90
religiosas, fundações semanais horas semanais horas semanais horas semanais
de amparo social,
instituições privadas,
ou de maneira
independente.

N % N % N % N %

Nunca 580 44,6% 676 50,2% 384 57,1% 94 57%

Raramente 311 23,9% 365 27,1% 165 24,5% 40 24,2%

Eventualmente 227 17,5% 171 12,7% 75 11,1% 18 10,9%

Frequentemente 122 9,4% 83 6,2% 31 4,6% 10 6,1%

Sempre 60 4,6% 51 3,8% 18 2,7% 3 1,8%

Total 1.300 100% 1.346 100% 673 100% 165 100%

58
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TABELA 32

ROTINA DE AÇÕES DE VOLUNTARIADO POR TIPO DE TRABALHO

Me dedico a ações de voluntariado, sejam


elas por meio de ONGs, instituições Trabalho apenas no
Funcionário de
religiosas, fundações de amparo social, meu próprio negócio
Instituição de saúde
instituições privadas, ou de maneira (consultório/clínica)
independente.

N % N %

Nunca 1586 51,3% 151 38,1%

Raramente 793 25,6% 89 22,5%

Eventualmente 413 13,4% 78 19,7%

Frequentemente 197 6,4% 49 12,4%

Sempre 104 3,4% 29 7,3%

Total 3.093 100% 396 100%

G. Adoção de férias
Um dos únicos parâmetros de qualidade de vida protetores em relação à saúde mental
entre os médicos é a adoção de férias. Ter o seu momento de férias é um benefício que
os médicos participantes, em sua maioria, conseguem manter: 58,8% tiraram férias
no último ano, enquanto 34% tiraram férias há mais de 1 ano e apenas 9% declararam
nunca terem tirado férias.

Mesmo podendo tirar férias, chama a atenção que uma parcela bastante
significativa de médicos (46,4%) não tem direito à remuneração
durante esse período e, para 11,1% dos médicos, a remuneração não é
com o salário completo. Isso talvez explique o porquê de mesmo
tirando férias, para quase 2/3 dos médicos, o período de descanso
não passa de 2 semanas.

59
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60
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TABELA 33

DIREITO A FÉRIAS REMUNERADAS POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Você tem direito a férias remuneradas pelo Funcionário de
meu próprio negócio
empregador? Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Sim, com salário completo 1.306 46,6% 42 11,3%

Sim, com salário parcial 346 12,3% 8 2,2%

Não 1.152 41,1% 322 86,6%

Total 2.804 100% 372 100%

61
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

H. Avaliação da qualidade de vida


A autoavaliação da qualidade de vida entre os médicos divide opiniões. Ao pedir
que avaliassem como está a sua qualidade de vida em uma escala de 1 a 5, em que 1 é
“muito ruim” e 5 é “muito boa”, nota-se que uma grande parcela dos médicos (44%) é
neutra em autoavaliar a qualidade de vida, enquanto 36,9% avaliaram a qualidade de
vida como pelo menos “boa”, e uma minoria, ainda que considerável (19,1%), consideram
como “ruim” ou “muito ruim”.

44% 36,9% 19,1%


Neutros Pelo menos “boa” Ruim ou muito ruim

36,9%

62
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 34

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA POR GRAU DE FORMAÇÃO

Numa escala de 1 a 5, em
que 1 é “Muito ruim” e 5 é Médico em especia-
“Muito boa”, o quanto você Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
avalia a sua qualidade de na pós-graduação)
vida?

N % N % N %

1 58 6% 22 5% 83 4%

2 157 15% 83 21% 264 13%

3 466 45% 202 50% 868 42%

4 300 29% 83 21% 663 32%

5 49 5% 11 3% 180 9%

Total 1.030 100% 401 100% 2.058 100%

TABELA 35

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Numa escala de 1 a 5, em
que 1 é “Muito ruim” e 5 é
De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
“Muito boa”, o quanto você
formação formação formação
avalia a sua qualidade de
vida?

N % N % N %

1 44 5% 29 5,5% 34 4,6%

2 128 14,6% 104 19,8% 114 15,4%

3 411 46,9% 233 44,5% 353 47,6%

4 257 29,3% 129 24,6% 200 27%

5 36 4,1% 29 5,5% 40 5,4%

Total 876 100% 524 100% 741 100%

63
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Numa escala de 1 a 5, em
que 1 é “Muito ruim” e 5 é
De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
“Muito boa”, o quanto você
formação formação formação
avalia a sua qualidade de
vida?

N % N % N %

1 29 5,7% 8 2,3% 19 3,9%

2 73 14,4% 52 14,6% 33 6,8%

3 203 40,1% 152 42,8% 184 37,8%

4 165 32,6% 111 31,3% 184 37,8%

5 36 7,1% 32 9% 67 13,8%

Total 506 100% 355 100% 487 100%

TABELA 36

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA POR ESPECIALIDADE

Numa escala de 1 a
5, em que 1 é “Muito
ruim” e 5 é “Muito Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
boa”, o quanto cirúrgicas Obstetrícia
você avalia a sua
qualidade de vida?

N % N % N % N %

1 7 3,4% 15 4,9% 15 5,2% 6 3,7%

2 26 12,6% 49 16,1% 50 17,2% 23 14,3%

3 85 41,1% 129 42,3% 136 46,9% 78 48,4%

4 71 34,3% 91 29,8% 71 24,5% 43 26,7%

5 18 8,7% 21 6,9% 18 6,2% 11 6,8%

Total 207 100% 305 100% 290 100% 161 100%

64
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

Numa escala de 1 a
5, em que 1 é “Muito
Medicina
ruim” e 5 é “Muito
de Família e Pediatria Psiquiatria
boa”, o quanto
Comunidade
você avalia a sua
qualidade de vida?

N % N % N %

1 17 4,8% 14 5,5% 10 5%

2 59 16,7% 29 11,4% 22 11,1%

3 136 38,4% 128 50,2% 72 36,2%

4 111 31,4% 68 26,7% 75 37,7%

5 31 8,8% 16 6,3% 20 10,1%

Total 354 100% 255 100% 199 100%

TABELA 37

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Numa escala de 1 a
5, em que 1 é “Muito
ruim” e 5 é “Muito Até 40 horas Entre 41 e 60 Entre 61 e 90 Mais de 90
boa”, o quanto semanais horas semanais horas semanais horas semanais
você avalia a sua
qualidade de vida?

N % N % N % N %

1 28 2,2% 63 4,7% 48 7,1% 23 13,9%

2 118 9,1% 183 13,6% 163 24,2% 39 23,6%

3 493 37,9% 634 47,1% 332 49,3% 76 46,1%

4 509 39,2% 396 29,4% 118 17,5% 22 13,3%

5 152 11,7% 70 5,2% 12 1,8% 5 3%

Total 1.300 100% 1.346 100% 673 100% 165 100%

65
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Rotina

TABELA 38

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA POR TIPO DE TRABALHO

Numa escala de 1 a 5, em que 1 é “Muito Trabalho apenas no


Funcionário de
ruim” e 5 é “Muito boa”, o quanto você meu próprio negócio
Instituição de saúde
avalia a sua qualidade de vida? (consultório/clínica)

N % N %

1 155 5% 8 2%

2 464 15% 40 10,1%

3 1415 45,7% 121 30,6%

4 887 28,7% 159 40,2%

5 172 5,6% 68 17,2%

Total 3.093 100% 396 100%

66
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

67
04. Relação institucional

A maioria dos médicos é funcionário de uma instituição de saúde, visto que apenas
11,3% trabalham exclusivamente no próprio negócio. Com isso, procuramos entender
o quanto essas instituições empregadoras adotam políticas para preservar a saúde
mental de seus colaboradores.

Pelos resultados abaixo apresentados, torna-se evidente o quanto os médicos funcio-


nários não se percebem assistidos por suas instituições empregadoras, e o quanto
políticas institucionais como o treinamento adequado e uma abordagem educativa
na ocorrência de erros não são a regra, embora amplamente divulgadas como fatores
protetores do estresse ocupacional e Burnout.

Sendo assim, os médicos avaliaram o quanto concordam (ou discordam) com afir-
mativas relacionadas às políticas das instituições em que trabalham.

Horas contínuas de trabalho


Quanto ao número de horas contínuas de trabalho, quase metade
dos médicos discordam da afirmativa de que a instituição em
que trabalham não permite o trabalho por mais de 24 horas
ininterruptas, o que mostra que essa recomendação não é seguida por
muitas instituições.

Treinamento técnico
Em relação ao treinamento técnico ofertado pelas instituições, 61%
dos médicos discordam de que a instituição em que trabalham
oferece suficiente treinamento técnico para a equipe de saúde.

68
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

Suporte emocional
A grande maioria dos médicos (75%) ainda refere que a instituição em
que trabalham não oferece suporte em caso de psicoadoecimento ou
sofrimento emocional.

Rede de apoio
Para quase 50% dos médicos, não há uma rede de apoio com quem
podem contar nos casos de psicoadoecimento, mesmo se tratando de
colegas de trabalho.

Abordagem educativa para lidar com erros


Metade dos médicos discorda de que a instituição lida com o erro
ou evento adverso com uma abordagem educativa ao invés de uma
abordagem meramente punitiva.

69
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

A. Horas contínuas de trabalho

47,4%

70
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

B. Treinamento técnico

61,4%

71
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

C. Suporte emocional

75%

72
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

D. Rede de apoio

47%

73
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Relação institucional

E. Abordagem educativa para lidar com erros

50,4%

74
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

75
05. Estresse ocupacional

A baixa adesão a fatores protetores do adoecimento, como as práticas de vida sau-


dável e qualidade de vida e o baixo apoio institucional na prevenção do estresse
ocupacional e adoecimento mental revelam o estado de calamidade na assistência
em saúde, que se traduziu em uma média de estresse ocupacional bastante alta
para o médico brasileiro.

Para medir estresse ocupacional, utilizamos a escala EPS-10, validada em língua por-
tuguesa, e que consiste em 10 perguntas de frequência de episódios de estresse. A
pontuação média obtida em nossa amostra foi de 23,4, sendo bem acima de outras
populações estudadas na literatura. Nos Países Baixos, por exemplo, Wietermarschen
e colaboradores encontraram uma percepção de estresse pela escala com média de
escore de 17,9 entre seus médicos participantes em 201810. Na Arábia Saudita, entre
303 médicos avaliados, a média de pontuação pela escala foi de 18,07 (+/- 5,1) em 201711.

Ainda assim, a variabilidade de respostas foi bastante alta; portanto, devemos, pos-
teriormente, descrever os subgrupos com maior e menor pontuação na escala de
estresse ocupacional.

Escala de estresse 23,4 7,6


Base: 3.489 média desvio padrão

Não há diferença significativa entre os médicos generalistas e em especialização, apenas


entre os generalistas e especialistas.

76
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

A. Escala de estresse percebido


TABELA 39

ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO POR GRAU DE FORMAÇÃO

Escala de estresse percebido por


N Média Desvio Padrão
grau de formação

Médico generalista 1.030 24,9 7,3

Médico em especialização (residente ou na


401 25,6 6,6
pós-graduação)

Médico especialista 2.058 22,2 7,7

Total 3.489 23,4 7,6

O grupo com mais de 30 anos de formação é o único em que a média da escala de


estresse percebido tem diferença significativa em relação a todos os outros grupos.
Alguns fatores também parecem estar correlacionados ao estresse ocupacional:

1. Médicos que atuam com Clínica Médica e Medicina de Família apresentam a maior
média de estresse;

2. Médicos que trabalham mais de 60 horas por semana também atingem maior
nível de estresse;

3. E, por fim, médicos que trabalham para instituições de saúde convivem com
maior estresse do que aqueles que trabalham exclusivamente no próprio negócio
(consultório/clínica).

77
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 40

ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Escala de estresse percebido por


N Média Desvio Padrão
tempo de formação

De 0 a 3 anos de formação 876 25,8 6,8

De 4 a 5 anos de formação 524 25 7,2

De 6 a 10 anos de formação 741 24,2 6,9

De 11 a 20 anos de formação 506 23,1 7,4

De 21 a 30 anos de formação 355 20,8 7,9

Mais de 30 anos de formação 487 18,4 7,6

Total 3.489 23,4 7,6

TABELA 41

ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO POR ESPECIALIDADE

Escala de estresse percebido por


N Média Desvio Padrão
especialidade

Clínica Médica 234 23,8 7,7

Medicina de Família e Comunidade 295 23,1 7,8

Pediatria 214 22,5 7,2

Ginecologia e Obstetrícia 130 21,9 8

Especialidades cirúrgicas 240 21,7 8,3

Cardiologia 176 20,5 7,5

Psiquiatria 144 20,2 8

Total 1.433 22,2 7,9

78
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 42

ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Escala de estresse percebido por


N Média Desvio Padrão
horas trabalhadas na semana

Até 40 horas semanais 1300 22,4 7,8

Entre 41 e 60 horas semanais 1346 23,4 7,5

Entre 61 e 90 horas semanais 673 25,0 7,2

Mais de 90 horas semanais 165 24,6 7,2

Total 3.484 23,4 7,6

TABELA 43

ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO POR TIPO DE TRABALHO

Escala de estresse percebido por


N Média Desvio Padrão
tipo de trabalho

Funcionário de Instituição de saúde 3.093 23,8 7,4

Trabalho apenas no meu próprio negócio


396 20,0 8,2
(consultório/clínica)

Total 3.489 23,4 7,6

B. Fatores atribuídos ao nível de estresse


atual
Quando perguntado sobre quais os principais fatores a que atribuem seu nível de
estresse atual, o descontentamento com o sistema de saúde e condições de trabalho
e a elevada demanda de trabalho foram indicados por mais de 50% dos respondentes.
Observamos também que a queixa de alta demanda de trabalho diminui conforme o
tempo de formação desse médico, compatível com nossos achados anteriores.

79
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

Um grande ponto de atenção é a atribuição de fatores ao nível de estresse atual entre


generalistas e médicos em especialização. Enquanto entre os generalistas destaca-se
entre os demais fatores o descontentamento com o sistema de saúde e condições
de trabalho (62,4%), entre os médicos em especialização é a elevada demanda de
trabalho (69,8%) que se destaca entre os fatores estressores.

80
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 44

FATORES ATRIBUÍDOS AO NÍVEL DE ESTRESSE ATUAL POR GRAU DE FORMAÇÃO

A qual(is) fatores você Médico em especia-


atribui o seu nível de Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
estresse atual? na pós-graduação)

N % N % N %

Descontentamento com
o sistema de saúde e 630 62,4% 204 52,7% 1087 53,6%
condições de trabalho

Elevada demanda de
576 57,1% 270 69,8% 1025 50,5%
trabalho

Poucas recompensas
336 33,3% 146 37,7% 795 39,2%
profissionais

Dificuldades financeiras 228 22,6% 133 34,4% 549 27,1%

Problemas de família
não relacionados à sua 201 19,9% 64 16,5% 514 25,3%
profissão

Baixo estímulo intelectual


185 18,3% 48 12,4% 245 12,1%
no trabalho

Baixa satisfação com a


relação médico-paciente 132 13,1% 31 8% 212 10,4%
e com familiares

Relacionamento difícil
130 12,9% 62 16% 249 12,3%
com equipe de trabalho

Contato com o sofrimento


123 12,2% 55 14,2% 235 11,6%
e morte na profissão

Problemas amorosos ou
de relacionamento com 117 11,6% 48 12,4% 200 9,9%
terceiros (fora família)

Conflitos familiares devido


50 5% 14 3,6% 108 5,3%
à profissão

Total 1.009 100% 387 100% 2.029 100%

81
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

82
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 45

FATORES ATRIBUÍDOS AO NÍVEL DE ESTRESSE ATUAL POR HORAS TRABALHADAS


NA SEMANA

A qual(is) fatores você atribui o seu nível de Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
estresse atual? semanais

N % N %

Elevada demanda de trabalho 536 42,1% 765 57,7%

Relacionamento difícil com equipe de


161 12,6% 173 13,1%
trabalho

Contato com o sofrimento e morte na


167 13,1% 144 10,9%
profissão

Conflitos familiares devido à profissão 59 4,6% 65 4,9%

Problemas de família não relacionados à


348 27,3% 295 22,3%
sua profissão

Problemas amorosos ou de relacionamento


135 10,6% 142 10,7%
com terceiros (fora família)

Dificuldades financeiras 322 25,3% 341 25,7%

Descontentamento com o sistema de saúde


678 53,2% 752 56,8%
e condições de trabalho

Baixo estímulo intelectual no trabalho 197 15,5% 0 14,5%

Poucas recompensas profissionais 469 36,8% 516 38,9%

Baixa satisfação com a relação médico-pa-


128 10% 152 11,5%
ciente e com familiares

Total 1.274 100% 1.325 100%

83
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

A qual(is) fatores você atribui o seu nível de Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas
estresse atual? semanais semanais

N % N %

Elevada demanda de trabalho 450 68,4% 120 73,6%

Relacionamento difícil com equipe de


90 13,7% 17 10,4%
trabalho

Contato com o sofrimento e morte na


90 13,7% 11 6,7%
profissão

Conflitos familiares devido à profissão 37 5,6% 11 6,7%

Problemas de família não relacionados à


110 16,7% 23 14,1%
sua profissão

Problemas amorosos ou de relacionamento


74 11,2% 14 8,6%
com terceiros (fora família)

Dificuldades financeiras 196 29,8% 51 31,3%

Descontentamento com o sistema de saúde


389 59,1% 100 61,3%
e condições de trabalho

Baixo estímulo intelectual no trabalho 76 11,6% 12 7,4%

Poucas recompensas profissionais 236 35,9% 55 33,7%

Baixa satisfação com a relação médico-pa-


71 10,8% 23 14,1%
ciente e com familiares

Total 658 100% 163 100%

84
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 46

FATORES ATRIBUÍDOS AO NÍVEL DE ESTRESSE ATUAL POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
A qual(is) fatores você atribui o seu nível de Funcionário de
meu próprio negócio
estresse atual? Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Elevada demanda de trabalho 1.738 57,2% 133 34,2%

Relacionamento difícil com equipe de


408 13,4% 33 8,5%
trabalho

Contato com o sofrimento e morte na


362 11,9% 51 13,1%
profissão

Conflitos familiares devido à profissão 149 4,9% 23 5,9%

Problemas de família não relacionados à


664 21,9% 115 29,6%
sua profissão

Problemas amorosos ou de relacionamento


322 10,6% 43 11,1%
com terceiros (fora família)

Dificuldades financeiras 798 26,3% 112 28,8%

Descontentamento com o sistema de saúde


1.789 58,9% 132 33,9%
e condições de trabalho

Baixo estímulo intelectual no trabalho 439 14,5% 0 10%

Poucas recompensas profissionais 1.143 37,6% 134 34,4%

Baixa satisfação com a relação médico-


344 11,3% 31 8%
paciente e com familiares

Total 3.036 100% 389 100%

85
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

C. Consequências do estresse ocupacional


Cientes das causas atribuíveis, agora vamos explorar as possíveis consequências do
estresse ocupacional, a partir da autoavaliação do médico.

Fica mais uma vez evidente que o estresse tem uma relevância forte nas atitudes e
comportamentos do médico:

Comprometimento do desempenho no trabalho causado


por estresse
57% concordam que os níveis de estresse comprometem muito seu
desempenho no trabalho.

Ocorrência de erros médicos causados por estresse


E o que é ainda mais grave, 30% dos médicos reconhecem que o
estresse já os levou a cometerem erros.

Comprometimento de relacionamento fora do trabalho


causado por estresse
E as consequências do estresse ocupacional não se limitam ao
ambiente de trabalho: 71,7% concordam que seus níveis de estresse
comprometem inclusive seus relacionamentos fora do trabalho.

Evolução no nível de estresse nos últimos 12 meses


Evolutivamente, 54,5% dos médicos avaliam que seu nível de estresse
atual é maior do que há 12 meses atrás.

Alguns fatores também se mostraram associados ao maior comprometimento por


conta do estresse ocupacional, como: (1) Médicos em especialização; (2) Funcionários
de instituição de saúde.

86
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

Comprometimento do desempenho no trabalho causado


por estresse

57%

87
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 47

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO AO COMPROMETIMENTO DO


DESEMPENHO NO TRABALHO CAUSADO POR ESTRESSE POR GRAU DE FORMAÇÃO

Meu nível de estresse Médico em especia-


compromete muito meu Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
desempenho no trabalho. na pós-graduação)

N % N % N %

Discordo totalmente 80 8% 23 6% 327 16%

Discordo em parte 185 19% 61 16% 414 21%

Não concordo nem


119 12% 39 10% 199 10%
discordo

Concordo em parte 381 39% 142 37% 721 36%

Concordo totalmente 215 22% 115 30% 344 17%

Total 980 100% 380 100% 2.005 100%

TABELA 48

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO AO COMPROMETIMENTO DO


DESEMPENHO NO TRABALHO CAUSADO POR ESTRESSE POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Meu nível de estresse compromete muito Funcionário de
meu próprio negócio
meu desempenho no trabalho. Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Discordo totalmente 345 11,6% 85 22,1%

Discordo em parte 588 19,7% 72 18,7%

Não concordo nem discordo 319 10,7% 38 9,9%

Concordo em parte 1.108 37,2% 136 35,3%

Concordo totalmente 620 20,8% 54 14%

Total 2.980 100% 385 100%

88
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

Ocorrência de erros médicos causados por estresse

29,4%

89
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 49

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO À OCORRÊNCIA DE ERROS MÉDICOS


CAUSADOS POR ESTRESSE POR GRAU DE FORMAÇÃO

Médico em especia-
Meu nível de estresse já
Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
levou a erros médicos.
na pós-graduação)

N % N % N %

Discordo totalmente 282 29% 87 23% 828 41%

Discordo em parte 217 22% 76 20% 445 22%

Não concordo nem


168 17% 62 16% 212 11%
discordo

Concordo em parte 243 25% 121 32% 409 20%

Concordo totalmente 70 7% 34 9% 111 6%

Total 980 100% 380 100% 2.005 100%

TABELA 50

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO À OCORRÊNCIA DE ERROS MÉDICOS


CAUSADOS POR ESTRESSE POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Meu nível de estresse já levou a erros Funcionário de
meu próprio negócio
médicos. Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Discordo totalmente 1030 34,6% 167 43,4%

Discordo em parte 648 21,7% 90 23,4%

Não concordo nem discordo 409 13,7% 33 8,6%

Concordo em parte 703 23,6% 70 18,2%

Concordo totalmente 190 6,4% 25 6,5%

Total 2.980 100% 385 100%

90
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

Comprometimento de relacionamento fora do trabalho


causado por estresse

71,7%

91
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 51

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO AO COMPROMETIMENTO DE RELACIONA-


MENTO FORA DO TRABALHO CAUSADO POR ESTRESSE POR GRAU DE FORMAÇÃO

Meu nível de estresse


Médico em especia-
compromete meu
Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
relacionamento fora do
na pós-graduação)
ambiente de trabalho.

N % N % N %

Discordo totalmente 64 7% 15 4% 257 13%

Discordo em parte 85 9% 41 11% 236 12%

Não concordo nem


84 9% 25 7% 145 7%
discordo

Concordo em parte 386 39% 145 38% 823 41%

Concordo totalmente 361 37% 154 41% 544 27%

Total 980 100% 380 100% 2.005 100%

TABELA 52

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO AO COMPROMETIMENTO DE RELACIONA-


MENTO FORA DO TRABALHO CAUSADO POR ESTRESSE POR TIPO DE TRABALHO

Meu nível de estresse compromete meu Trabalho apenas no


Funcionário de
relacionamento fora do ambiente de meu próprio negócio
Instituição de saúde
trabalho. (consultório/clínica)

N % N %

Discordo totalmente 264 8,9% 72 18,7%

Discordo em parte 316 10,6% 46 11,9%

Não concordo nem discordo 219 7,3% 35 9,1%

Concordo em parte 1.225 41,1% 129 33,5%

Concordo totalmente 956 32,1% 103 26,8%

Total 2.980 100% 385 100%

92
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

Evolução no nível de estresse nos últimos 12 meses

54,5%

93
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Estresse ocupacional

TABELA 53

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO NO NÍVEL DE ESTRESSE NOS


ÚLTIMOS 12 MESES POR GRAU DE FORMAÇÃO

Meu nível de estresse hoje Médico em especia-


é maior do que era há 12 Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
meses atrás. na pós-graduação)

N % N % N %

Discordo totalmente 121 12% 54 14% 484 24%

Discordo em parte 145 15% 50 13% 306 15%

Não concordo nem


108 11% 48 13% 215 11%
discordo

Concordo em parte 199 20% 68 18% 432 22%

Concordo totalmente 407 42% 160 42% 568 28%

Total 980 100% 380 100% 2.005 100%

TABELA 54

GRAU DE CONCORDÂNCIA EM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO NO NÍVEL DE ESTRESSE NOS


ÚLTIMOS 12 MESES POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Meu nível de estresse hoje é maior do que Funcionário de
meu próprio negócio
era há 12 meses atrás. Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Discordo totalmente 522 17,5% 137 35,6%

Discordo em parte 455 15,3% 46 11,9%

Não concordo nem discordo 326 10,9% 45 11,7%

Concordo em parte 638 21,4% 61 15,8%

Concordo totalmente 1039 34,9% 96 24,9%

Total 2.980 100% 385 100%

94
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

95
06. Diagnóstico da saúde mental

O estresse ocupacional, a baixa adesão a fatores protetores e o baixo suporte insti-


tucional culminam no adoecimento mental, e, portanto, não é de se espantar a alta
prevalência desse entre profissionais médicos.

A. Depressão

30,6%
afirmam nunca terem apresentado sintomas depressivos.

28,6%
têm um diagnóstico atual de depressão.

23,4%
apresentam sintomas, mas ainda não acompanham.

96
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Diagnóstico de depressão

97
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 55

DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Quanto ao diagnóstico de
De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
depressão, classifique o
formação formação formação
seu estado atual:

N % N % N %

Nunca
apresentei 203 24,8% 131 26,3% 191 27,8%
sintomas de depressão

Já fui diagnosticado com


depressão no passado, mas
166 20,3% 90 18% 142 20,7%
atualmente não tenho a
doença

Apresento sintomas de
depressão, mas ainda não
197 24,1% 127 25,5% 162 23,6%
estou em acompanha-
mento com especialista

Tenho um diagnóstico atual


de depressão, mas não 29 3,5% 22 4,4% 23 3,3%
trato

Tenho um diagnós-
tico atual de depressão,
223 27,3% 129 25,9% 169 24,6%
trato e acompanho com
especialista

Total 818 100% 499 100% 687 100%

98
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Quanto ao diagnóstico de
De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
depressão, classifique o
formação formação formação
seu estado atual:

N % N % N %

Nunca
apresentei 153 31,6% 129 37,6% 200 43,4%
sintomas de depressão

Já fui diagnosticado com


depressão no passado, mas
91 18,8% 64 18,7% 80 17,4%
atualmente não tenho a
doença

Apresento sintomas de
depressão, mas ainda não
113 23,3% 72 21% 100 21,7%
estou em acompanha-
mento com especialista

Tenho um diagnóstico atual


de depressão, mas não 24 5% 6 1,7% 10 2,2%
trato

Tenho um diagnós-
tico atual de depressão,
103 21,3% 72 21% 71 15,4%
trato e acompanho com
especialista

Total 484 100% 343 100% 461 100%

99
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 56

DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Quanto ao diagnóstico de depressão, Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
classifique o seu estado atual: semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas de depressão 370 30,3% 401 31,4%

Já fui diagnosticado com depressão no


passado, mas atualmente não tenho a 242 19,8% 259 20,3%
doença

Apresento sintomas de depressão, mas


ainda não estou em acompanhamento com 254 20,8% 304 23,8%
especialista

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


43 3,5% 33 2,6%
mas não trato

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


311 25,5% 282 22%
trato e acompanho com especialista

Total 1.220 100% 1.279 100%

100
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Quanto ao diagnóstico de depressão, Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


classifique o seu estado atual: semanais semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas de depressão 193 30,5% 41 26,3%

Já fui diagnosticado com depressão no


passado, mas atualmente não tenho a 111 17,6% 21 13,5%
doença

Apresento sintomas de depressão, mas


ainda não estou em acompanhamento com 158 25% 54 34,6%
especialista

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


31 4,9% 7 4,5%
mas não trato

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


139 22% 33 21,2%
trato e acompanho com especialista

Total 632 100% 156 100%

101
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 57

DIAGNÓSTICO DE DEPRESSÃO POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Quanto ao diagnóstico de depressão, Funcionário de
meu próprio negócio
classifique o seu estado atual: Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Nunca apresentei sintomas de depressão 880 30,2% 127 33,6%

Já fui diagnosticado com depressão no pas-


546 18,7% 87 23%
sado, mas atualmente não tenho a doença

Apresento sintomas de depressão, mas


ainda não estou em acompanhamento com 702 24,1% 69 18,3%
especialista

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


104 3,6% 10 2,6%
mas não trato

Tenho um diagnóstico atual de depressão,


682 23,4% 85 22,5%
trato e acompanho com especialista

Total 2.914 100% 378 100%

102
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Surgimento da depressão nos últimos 12 meses

Para 34% daqueles que têm um diagnóstico atual de depressão, a doença


surgiu no último ano, o que nos alerta para os possíveis efeitos dele-
térios da pandemia na saúde mental.

Motivos do não tratamento da depressão

Entre aqueles que não se tratam, apesar do diagnóstico firmado, ou não buscam ajuda,
apesar da sintomatologia presente, as principais barreiras relatadas são:

60,8% 48,2% 20,8%


Falta de tempo Falta de motivação Medo de que o trata-
mento impacte em sua
atividade profissional

103
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

104
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

B. Transtorno de ansiedade

A ansiedade é ainda mais prevalente entre médicos, sendo que apenas


20,4% nunca apresentaram sintomas.

Diagnóstico de transtorno de ansiedade

105
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 58

DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Quanto ao diagnóstico de
transtorno de ansiedade, De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
o que adequa ao seu formação formação formação
estado atual:

N % N % N %

Nunca apresentei sintomas


102 12,5% 78 15,7% 119 17,4%
do transtorno de ansiedade

Já fui diagnosticado com


transtorno de ansiedade no
88 10,8% 50 10,1% 86 12,6%
passado, mas atualmente
não tenho a doença

Apresento sintomas do
transtorno de ansiedade,
mas ainda não estou em 260 31,8% 154 31% 211 30,8%
acompanhamento com
especialista

Tenho um diagnóstico
atual do transtorno de 72 8,8% 53 10,7% 58 8,5%
ansiedade, mas não trato

Tenho um diagnóstico atual


do transtorno de ansie-
295 36,1% 161 32,5% 211 30,8%
dade, trato e acompanho
com especialista

Total 817 100% 496 100% 685 100%

106
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Quanto ao diagnóstico de
transtorno de ansiedade, De 11 a 20 anos De 21 a 30 anos Mais de 30 anos
o que adequa ao seu de formação de formação de formação
estado atual:

N % N % N %

Nunca apresentei sintomas


98 20,4% 98 29% 173 38,2%
do transtorno de ansiedade

Já fui diagnosticado com


transtorno de ansiedade no
60 12,5% 35 10,4% 65 14,3%
passado, mas atualmente
não tenho a doença

Apresento sintomas do
transtorno de ansiedade,
mas ainda não estou em 169 35,2% 113 33,4% 144 31,8%
acompanhamento com
especialista

Tenho um diagnóstico
atual do transtorno de 28 5,8% 19 5,6% 10 2,2%
ansiedade, mas não trato

Tenho um diagnóstico atual


do transtorno de ansie-
125 26% 73 21,6% 61 13,5%
dade, trato e acompanho
com especialista

Total 480 100% 338 100% 453 100%

107
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 59

DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE POR HORAS TRABALHADAS NA


SEMANA

Quanto ao diagnóstico de transtorno de Até 40 horas Entre 41 e 60 horas


ansiedade, o que adequa ao seu estado atual: semanais semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas do transtorno


263 21,7% 262 20,6%
de ansiedade

Já fui diagnosticado com transtorno de


ansiedade no passado, mas atualmente não 155 12,8% 136 10,7%
tenho a doença

Apresento sintomas do transtorno de ansiedade,


mas ainda não estou em acompanhamento com 361 29,8% 407 32%
especialista

Tenho um diagnóstico atual do transtorno de


69 5,7% 97 7,6%
ansiedade, mas não trato

Tenho um diagnóstico atual do transtorno de


363 30% 369 29%
ansiedade, trato e acompanho com especialista

Total 1.211 100% 1.271 100%

108
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Quanto ao diagnóstico de transtorno de Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


ansiedade, o que adequa ao seu estado atual: semanais semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas do transtorno


114 18,2% 29 18,7%
de ansiedade

Já fui diagnosticado com transtorno de


ansiedade no passado, mas atualmente não 82 13,1% 10 6,5%
tenho a doença

Apresento sintomas do transtorno de ansiedade,


mas ainda não estou em acompanhamento com 225 35,8% 56 36,1%
especialista

Tenho um diagnóstico atual do transtorno de


56 8,9% 18 11,6%
ansiedade, mas não trato

Tenho um diagnóstico atual do transtorno de


151 24% 42 27,1%
ansiedade, trato e acompanho com especialista

Total 628 100% 155 100%

109
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 60

DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE POR TIPO DE TRABALHO

Quanto ao diagnóstico de transtorno de Trabalho apenas no


Funcionário de
ansiedade, o que adequa ao seu estado meu próprio negócio
Instituição de saúde
atual: (consultório/clínica)

N % N %

Nunca apresentei sintomas do transtorno


578 20% 90 23,9%
de ansiedade

Já fui diagnosticado com transtorno de


ansiedade no passado, mas atualmente não 316 10,9% 68 18,1%
tenho a doença

Apresento sintomas do transtorno de


ansiedade, mas ainda não estou em 945 32,7% 106 28,2%
acompanhamento com especialista

Tenho um diagnóstico atual do transtorno de


224 7,7% 16 4,3%
ansiedade, mas não trato

Tenho um diagnóstico atual do transtorno


de ansiedade, trato e acompanho com 830 28,7% 96 25,5%
especialista

Total 2.893 100% 376 100%

110
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Surgimento do transtorno de ansiedade nos últimos 12 meses

Para 32,4% dos médicos que tem o diagnóstico fechado de transtorno


de ansiedade, a doença surgiu no último ano, corroborando com a
tendência que vimos para a depressão.

111
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

C. Síndrome de Burnout
Quanto ao Burnout, vê-se que 62% dos médicos já tiveram ao menos
sintomas de Burnout.

Ainda assim, a prevalência do Burnout no público médico, atualmente, é menor se


comparado às doenças mentais anteriormente discutidas.

8,9%
dos médicos têm Burnout atualmente.

17,1%
tiveram Burnout no passado.

36%
apresentam sintomas de Burnout, mas ainda não buscaram ajuda, o que
indica a forte tendência de subdiagnóstico dessa condição.

Também se destaca a maior prevalência de Burnout entre funcionários de instituições


(em comparação aos autônomos), os mais jovens e menos experientes, e aqueles com
maior carga horária (> 60 horas de jornada de trabalho semanais).

112
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Diagnóstico da Síndrome de Burnout

113
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 61

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT POR GRAU DE FORMAÇÃO

Quanto ao diagnóstico
Médico em especia-
de Síndrome de Burnout,
Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
o que se adequa ao seu
na pós-graduação)
estado atual:

N % N % N %

Nunca apresentei sintomas


344 36% 108 30% 781 40%
de Burnout

Já fui diagnosticado com


Burnout no passado, mas
119 13% 65 18% 371 19%
atualmente não tenho a
condição

Apresento sintomas de
Burnout, mas ainda não 404 43% 155 43% 610 32%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico
atual de Burnout, mas
26 3% 16 4% 70 4%
não acompanho com
especialista

Tenho um diagnóstico atual


de Burnout e acompanho 55 6% 19 5% 101 5%
com especialista

Total 948 100% 363 100% 1.933 100%

114
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 62

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Diagnóstico da Síndrome
De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
de Burnout por tempo de
formação formação formação
formação

N % N % N %

Nunca apresentei sintomas


289 35,7% 136 27,7% 207 30,4%
de Burnout

Já fui diagnosticado com


Burnout no passado, mas
111 13,7% 99 20,2% 146 21,5%
atualmente não tenho a
condição

Apresento sintomas de
Burnout, mas ainda não 344 42,5% 200 40,7% 248 36,5%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico
atual de Burnout, mas
24 3% 19 3,9% 33 4,9%
não acompanho com
especialista

Tenho um diagnóstico atual


de Burnout e acompanho 42 5,2% 37 7,5% 46 6,8%
com especialista

Total 810 100% 491 100% 680 100%

115
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Diagnóstico da Síndrome
De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
de Burnout por tempo de
formação formação formação
formação

N % N % N %

Nunca apresentei sintomas


159 33,3% 159 47,5% 283 62,7%
de Burnout

Já fui diagnosticado com


Burnout no passado, mas
88 18,4% 54 16,1% 57 12,6%
atualmente não tenho a
condição

Apresento sintomas de
Burnout, mas ainda não 190 39,8% 100 29,9% 87 19,3%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico
atual de Burnout, mas
15 3,1% 10 3% 11 2,4%
não acompanho com
especialista

Tenho um diagnóstico atual


de Burnout e acompanho 25 5,2% 12 3,6% 13 2,9%
com especialista

Total 477 100% 335 100% 451 100%

116
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 63

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Quanto ao diagnóstico de Síndrome de Burnout, Até 40 horas Entre 41 e 60 horas


o que se adequa ao seu estado atual: semanais semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas de Burnout 548 45,5% 445 35,3%

Já fui diagnosticado com Burnout no passado,


231 19,2% 213 16,9%
mas atualmente não tenho a condição

Apresento sintomas de Burnout, mas ainda não


340 28,2% 484 38,4%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico atual de Burnout, mas não


29 2,4% 50 4%
acompanho com especialista

Tenho um diagnóstico atual de Burnout e


57 4,7% 67 5,3%
acompanho com especialista

Total 1.205 100% 1.259 100%

Quanto ao diagnóstico de Síndrome de Burnout, Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


o que se adequa ao seu estado atual: semanais semanais

N % N %

Nunca apresentei sintomas de Burnout 197 31,7% 40 25,8%

Já fui diagnosticado com Burnout no passado,


97 15,6% 14 9%
mas atualmente não tenho a condição

Apresento sintomas de Burnout, mas ainda não


266 42,8% 79 51%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico atual de Burnout, mas não


26 4,2% 7 4,5%
acompanho com especialista

Tenho um diagnóstico atual de Burnout e


35 5,6% 15 9,7%
acompanho com especialista

Total 621 100% 155 100%

117
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 64

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE BURNOUT POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Quanto ao diagnóstico de Síndrome de Burnout, Funcionário de
meu próprio negócio
o que se adequa ao seu estado atual: Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Nunca apresentei sintomas de Burnout 1.047 36,5% 186 49,9%

Já fui diagnosticado com Burnout no passado,


482 16,8% 73 19,6%
mas atualmente não tenho a condição

Apresento sintomas de Burnout, mas ainda não


1.085 37,8% 84 22,5%
busquei ajuda

Tenho um diagnóstico atual de Burnout, mas não


102 3,6% 10 2,7%
acompanho com especialista

Tenho um diagnóstico atual de Burnout e


155 5,4% 20 5,4%
acompanho com especialista

Total 2.871 100% 373 100%

Surgimento da Síndrome de Burnout nos últimos 12 meses

Diferente do que observamos para as doenças mentais que apresentam maior croni-
cidade (depressão e ansiedade), para o Burnout, 67% dos diagnosticados indicam que
a síndrome surgiu no último ano, mostrando um possível forte reflexo da pandemia
e o caráter subagudo dessa condição.

118
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Fatores no trabalho atribuídos aos sintomas de Burnout

Aqueles que apresentam os sintomas ou têm o diagnóstico atribuem-no a estes prin-


cipais contribuintes para a síndrome:

47% 32,6% 30,6%


Excesso de horas Remuneração Falta de realização
de trabalho insuficiente profissional

Não espanta a falta de realização profissional surgir dentre os prin-


cipais fatores, dado que essa é, inclusive, um sintoma da síndrome.

119
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

120
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Essa atribuição também difere a depender do momento de carreira e tempo de


formado:

• Médicos em especialização atribuem seus sintomas de Burnout bem mais a excesso


de horas de trabalho do que as demais faixas, bem como ao excesso de tarefas
meramente burocráticas;

• Os generalistas apresentam maior diversidade de atribuições, permeando, inclu-


sive, fatores ligados ao sistema de saúde, como a impossibilidade de oferecer o
cuidado necessário ao paciente;

• Entre os especialistas, embora a queixa mais frequente ainda seja o excesso de


trabalho, esta queixa é bem menos atribuída quando comparamos com os médicos
em especialização, ambos, no entanto, atribuem o Burnout ao salário insuficiente
(35,1-36,4%) e ao excesso de horas trabalhadas (47,3-69,7%).

121
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 65

FATORES NO TRABALHO ATRIBUÍDOS AOS SINTOMAS DE BURNOUT POR GRAU DE


FORMAÇÃO

A que fatores no trabalho Médico em especia-


você atribui seus sintomas Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
de Burnout? na pós-graduação)

N % N % N %

Excesso de tarefas
133 27,7% 73 39,5% 189 24,5%
meramente burocráticas

Excesso de horas de
177 36,8% 129 69,7% 365 47,3%
trabalho

Salário insuficiente 123 25,6% 65 35,1% 281 36,4%

Aumento da informatização
11 2,3% 4 2,2% 41 5,3%
da prática médica

Pacientes muito difíceis


138 28,7% 30 16,2% 155 20,1%
de lidar

Impossibilidade de prover
ao paciente a qualidade do 146 30,4% 34 18,4% 171 22,2%
cuidado que precisa

Falta de realização
169 35,1% 33 17,8% 232 30,1%
profissional

Falta de autonomia no
60 12,5% 20 10,8% 110 14,3%
ambiente de trabalho

Falta de recursos para


135 28,1% 31 16,8% 168 21,8%
prover a melhor assistência

Dificuldade com chefia e/ou


92 19,1% 45 24,3% 154 20%
colegas de trabalho

122
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no trabalho Médico em especia-


você atribui seus sintomas Médico generalista lização (residente ou Médico especialista
de Burnout? na pós-graduação)

N % N % N %

Incapacidade de se
manter atualizado com
82 17% 31 16,8% 124 16,1%
as evidências atuais e
recomendações

Fadiga da compaixão
(exposição excessiva a
morte, violência, e/ou 72 15% 29 15,7% 106 13,7%
outros desfechos negativos
com pacientes)

Dificuldades com o
38 7,9% 9 4,9% 67 8,7%
empregador

Total 481 100% 185 100% 771 100%

123
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 66

FATORES NO TRABALHO ATRIBUÍDOS AOS SINTOMAS DE BURNOUT POR TEMPO DE


FORMAÇÃO

A que fatores no trabalho


De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
você atribui seus sintomas
formação formação formação
de Burnout?

N % N % N %

Excesso de tarefas
140 34,4% 81 32,1% 81 25,2%
meramente burocráticas

Excesso de horas de
190 46,7% 131 52% 154 47,8%
trabalho

Salário insuficiente 103 25,3% 82 32,5% 111 34,5%

Aumento da informatização
6 1,5% 6 2,4% 6 1,9%
da prática médica

Pacientes muito difíceis


118 29% 46 18,3% 67 20,8%
de lidar

Impossibilidade de prover
ao paciente a qualidade do 117 28,7% 75 29,8% 68 21,1%
cuidado que precisa

Falta de realização
111 27,3% 68 27% 119 37%
profissional

Falta de autonomia no
47 11,5% 34 13,5% 51 15,8%
ambiente de trabalho

Falta de recursos para


102 25,1% 0 26,2% 63 19,6%
prover a melhor assistência

Dificuldade com chefia e/ou


85 20,9% 54 21,4% 61 18,9%
colegas de trabalho

124
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no trabalho


De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de
você atribui seus sintomas
formação formação formação
de Burnout?

N % N % N %

Incapacidade de se
manter atualizado com
74 18,2% 31 12,3% 44 13,7%
as evidências atuais e
recomendações

Fadiga da compaixão
(exposição excessiva a
morte, violência, e/ou 67 16,5% 40 15,9% 38 11,8%
outros desfechos negativos
com pacientes)

Dificuldades com o
26 6,4% 15 6% 30 9,3%
empregador

Total 407 100% 252 100% 322 100%

A que fatores no trabalho


De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
você atribui seus sintomas
formação formação formação
de Burnout?

N % N % N %

Excesso de tarefas
43 19% 31 25,6% 19 17,4%
meramente burocráticas

Excesso de horas de
99 43,8% 54 44,6% 43 39,4%
trabalho

Salário insuficiente 88 38,9% 43 35,5% 42 38,5%

Aumento da informatização
7 3,1% 16 13,2% 15 13,8%
da prática médica

Pacientes muito difíceis


48 21,2% 25 20,7% 19 17,4%
de lidar

125
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no trabalho


De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de
você atribui seus sintomas
formação formação formação
de Burnout?

N % N % N %

Impossibilidade de prover
ao paciente a qualidade do 47 20,8% 18 14,9% 26 23,9%
cuidado que precisa

Falta de realização
66 29,2% 37 30,6% 33 30,3%
profissional

Falta de autonomia no
35 15,5% 14 11,6% 9 8,3%
ambiente de trabalho

Falta de recursos para


58 25,7% 20 16,5% 25 22,9%
prover a melhor assistência

Dificuldade com chefia e/ou


49 21,7% 24 19,8% 18 16,5%
colegas de trabalho

Incapacidade de se
manter atualizado com
74 18,2% 31 12,3% 44 13,7%
as evidências atuais e
recomendações

Fadiga da compaixão
(exposição excessiva a
morte, violência, e/ou 67 16,5% 40 15,9% 38 11,8%
outros desfechos negativos
com pacientes)

Dificuldades com o
26 6,4% 15 6% 30 9,3%
empregador

Total 226 100% 121 100% 109 100%

126
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

TABELA 67

FATORES NO TRABALHO ATRIBUÍDOS AOS SINTOMAS DE BURNOUT POR


ESPECIALIDADE

A que fatores no
trabalho você atribui Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
seus sintomas de cirúrgicas Obstetrícia
Burnout?

N % N % N % N %

Excesso de tarefas
meramente 23 31,5% 43 33,1% 37 30,8% 16 23,5%
burocráticas

Excesso de horas de
38 52,1% 75 57,7% 76 63,3% 40 58,8%
trabalho

Salário insuficiente 30 41,1% 55 42,3% 46 38,3% 28 41,2%

Aumento da
informatização da 4 5,5% 3 2,3% 4 3,3% 3 4,4%
prática médica

Pacientes muito
difíceis 8 11% 18 13,8% 16 13,3% 12 17,6%
de lidar

Impossibilidade de
prover ao paciente a
15 20,5% 30 23,1% 29 24,2% 5 7,4%
qualidade do cuidado
que precisa

Falta de realização
21 28,8% 40 30,8% 29 24,2% 25 36,8%
profissional

Falta de autonomia
no ambiente de 10 13,7% 14 10,8% 9 7,5% 12 17,6%
trabalho

Falta de recursos
para prover a melhor 15 20,5% 0 16,2% 26 21,7% 10 14,7%
assistência

127
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no
trabalho você atribui Especialidades Ginecologia e
Cardiologia Clínica Médica
seus sintomas de cirúrgicas Obstetrícia
Burnout?

N % N % N % N %

Dificuldade com
chefia e/ou colegas 11 15,1% 28 21,5% 20 16,7% 15 22,1%
de trabalho

Incapacidade
de se manter
atualizado com as 15 20,5% 19 14,6% 20 16,7% 14 20,6%
evidências atuais e
recomendações

Fadiga da compaixão
(exposição excessiva
a morte, violência, e/
9 12,3% 15 11,5% 28 23,3% 3 4,4%
ou outros desfechos
negativos com
pacientes)

Dificuldades com o
7 9,6% 13 10% 4 3,3% 3 4,4%
empregador

Total 73 100% 130 100% 120 100% 68 100%

128
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no
Medicina
trabalho você atribui
de Família e Pediatria Psiquiatria
seus sintomas de
Comunidade
Burnout?

N % N % N %

Excesso de tarefas
meramente 48 30% 24 22,2% 17 27,9%
burocráticas

Excesso de horas de
61 38,1% 71 65,7% 29 47,5%
trabalho

Salário insuficiente 40 25% 35 32,4% 15 24,6%

Aumento da
informatização da 9 5,6% 7 6,5% 5 8,2%
prática médica

Pacientes muito
difíceis 37 23,1% 24 22,2% 20 32,8%
de lidar

Impossibilidade de
prover ao paciente a
57 35,6% 21 19,4% 14 23%
qualidade do cuidado
que precisa

Falta de realização
41 25,6% 29 26,9% 10 16,4%
profissional

Falta de autonomia
no ambiente de 33 20,6% 7 6,5% 9 14,8%
trabalho

Falta de recursos
para prover a melhor 46 28,8% 23 21,3% 12 19,7%
assistência

129
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

A que fatores no
Medicina
trabalho você atribui
de Família e Pediatria Psiquiatria
seus sintomas de
Comunidade
Burnout?

N % N % N %

Dificuldade com
chefia e/ou colegas 38 23,8% 20 18,5% 14 23%
de trabalho

Incapacidade
de se manter
atualizado com as 18 11,3% 13 12% 12 19,7%
evidências atuais e
recomendações

Fadiga da compaixão
(exposição excessiva
a morte, violência, e/
21 13,1% 11 10,2% 14 23%
ou outros desfechos
negativos com
pacientes)

Dificuldades com o
12 7,5% 9 8,3% 4 6,6%
empregador

Total 160 100% 108 100% 61 100%

130
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Diagnóstico de doenças mentais e Burnout por especialidade


médica
TABELA 68

DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS MENTAIS E BURNOUT POR ESPECIALIDADE MÉDICA

Psiquiatria x outras Especialidades Ginecologia e


Cardiologia Clínica Médica
especialidades cirúrgicas Obstetrícia

N % N % N % N %

Tem diagnóstico de
31 15,6% 53 18,6% 86 32% 34 21,9%
depressão

Tem diagnóstico de
48 24,5% 76 27% 104 39% 40 26%
ansiedade

Tem diagnóstico ou
77 39,7% 132 47,3% 122 46,4% 68 44,7%
sintomas de Burnout

Tem outras doenças


4 2,1% 5 1,8% 13 5% 8 5,3%
mentais

Medicina
Psiquiatria x outras
de Família e Pediatria Psiquiatria
especialidades
Comunidade

N % N % N %

Tem diagnóstico de
92 27,1% 62 25,4% 51 26,7%
depressão

Tem diagnóstico de
137 40,8% 72 29,9% 83 43,9%
ansiedade

Tem diagnóstico ou
163 48,7% 109 45,6% 61 32,4%
sintomas de Burnout

Tem outras doenças


15 4,5% 6 2,5% 24 12,8%
mentais

Maior Menor
percentual entre as especialidades percentual entre as especialidades

131
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Excesso de horas trabalhadas como um fator para o Burnout

Motivos do não tratamento da Síndrome de Burnout

Olhando para os médicos que afirmaram ter o sintoma ou o diagnóstico da Síndrome de


Burnout, mas ainda não tratam, os principais motivos pelos quais ainda não iniciaram
o tratamento são:

63% 52,1% 20%


Falta de tempo Falta de motivação Medo de que o trata-
mento impacte em sua
atividade profissional

132
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

D. Diagnóstico de outras doenças


Além da depressão, ansiedade e Burnout, outras doenças ou condições estão asso-
ciadas ao estresse ocupacional e à baixa qualidade de vida. Sendo assim, buscamos
entender que outras doenças relacionadas ao estresse são prevalentes entre os
médicos brasileiros.

133
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Necessidade de internação por doença mental

Os quadros de doenças mentais de extrema gravidade podem culminar na internação.


Diante disso, perguntamos aos portadores de doenças mentais se já precisaram ser
internados para tratamento da doença.

134
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

Necessidade de afastamento do trabalho por doença/


condição mental

Mesmo que o quadro grave seja raro, o impacto laborativo ainda é grande para estes
profissionais portadores de doença mental. Quando olhamos para a necessidade de
afastamento do trabalho:

24,8% 18,6%
afirmaram já ter precisado se precisaram fazer isso fora do
ausentar do trabalho período de férias habitual, ou
seja, um afastamento que não
foi programado

135
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Diagnóstico da saúde mental

136
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

137
07. Uso de drogas e psicoativos

O psicoadoecimento também leva ao consumo de drogas e psicoativos, seja como


estratégia de tratamento, com a correta indicação e acompanhamento por profissionais
habilitados, ou mesmo através da automedicação e do abuso de substâncias lícitas
e/ou ilícitas.

Quase 50%
dos médicos fazem uso de alguma droga psicoativa.

41% 15,9% 9,7%


Antidepressivos Benzodiazepínicos Anfetaminas e
(as mais usadas) psicoestimulantes

Vale destacar que os opioides, medicamentos de costumeiro abuso nos Estados Unidos,
não são amplamente adotados no Brasil, seja como tratamento ou como substância
de abuso.

138
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

A. Uso de drogas psicoativas

139
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 69

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Você faz uso de alguma De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


droga psicoativa? formação formação formação

N % N % N %

Benzodiazepínicos
(Diazepam, Lorazepam,
134 16,8% 69 14,3% 96 14,4%
Clonazepam,
Clordiazepóxido)

Barbitúricos (Gardenal,
2 0,3% 0 0% 3 0,5%
Veronal, Nembutal)

Antidepressivos
(Fluoxetina, Sertralina,
365 45,6% 211 43,6% 273 41,1%
Escitalopram, Amitriptilina,
Bupropiona, Venlafaxina)

Anfetaminas e
psicoestimulantes
(Anfepramona,
113 14,1% 59 12,2% 69 10,4%
Lisdexanfetamina
[Venvanse], Metilfenidato
[Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona,
8 1% 4 0,8% 3 0,5%
Morfina, Metadona)

Não. Não faço uso de


369 46,1% 238 49,2% 340 51,1%
drogas psicoativas

Total 800 100% 484 100% 665 100%

140
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

Você faz uso de alguma De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


droga psicoativa? formação formação formação

N % N % N %

Benzodiazepínicos
(Diazepam, Lorazepam,
67 14,3% 60 18,2% 80 18%
Clonazepam,
Clordiazepóxido)

Barbitúricos (Gardenal,
0 0% 0 0% 1 0,2%
Veronal, Nembutal)

Antidepressivos
(Fluoxetina, Sertralina,
187 39,9% 131 39,7% 142 32%
Escitalopram, Amitriptilina,
Bupropiona, Venlafaxina)

Anfetaminas e
psicoestimulantes
(Anfepramona,
43 9,2% 19 5,8% 7 1,6%
Lisdexanfetamina
[Venvanse], Metilfenidato
[Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona,
4 0,9% 2 0,6% 0 0%
Morfina, Metadona)

Não. Não faço uso de


246 52,5% 172 52,1% 253 57%
drogas psicoativas

Total 469 100% 330 100% 444 100%

141
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 70

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR ESPECIALIDADE

Você faz uso de


Especialidades Ginecologia e
alguma droga Cardiologia Clínica Médica
cirúrgicas Obstetrícia
psicoativa?

N % N % N % N %

Benzodiazepínicos
(Diazepam,
Lorazepam, 25 13,4% 36 13,2% 46 17,8% 15 10,1%
Clonazepam,
Clordiazepóxido)

Barbitúricos
(Gardenal, Veronal, 0 0% 0 0% 2 0,8% 0 0%
Nembutal)

Antidepressivos
(Fluoxetina,
Sertralina,
Escitalopram, 57 30,5% 79 29% 120 46,3% 51 34,2%
Amitriptilina,
Bupropiona,
Venlafaxina)

Anfetaminas e
psicoestimulantes
(Anfepramona,
Lisdexanfetamina 7 3,7% 25 9,2% 20 7,7% 11 7,4%
[Venvanse],
Metilfenidato
[Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona,
0 0% 2 0,7% 0 0% 0 0%
Morfina, Metadona)

Não. Não faço uso de


117 62,6% 162 59,6% 123 47,5% 86 57,7%
drogas psicoativas

Total 187 100% 272 100% 259 100% 149 100%

142
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

Você faz uso de Medicina


alguma droga de Família e Pediatria Psiquiatria
psicoativa? Comunidade

N % N % N %

Benzodiazepínicos
(Diazepam,
Lorazepam, 52 15,8% 33 14% 32 17,1%
Clonazepam,
Clordiazepóxido)

Barbitúricos
(Gardenal, Veronal, 0 0% 1 0,4% 1 0,5%
Nembutal)

Antidepressivos
(Fluoxetina,
Sertralina,
Escitalopram, 138 41,9% 95 40,3% 89 47,6%
Amitriptilina,
Bupropiona,
Venlafaxina)

Anfetaminas e
psicoestimulantes
(Anfepramona,
Lisdexanfetamina 23 7% 16 6,8% 29 15,5%
[Venvanse],
Metilfenidato
[Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona,
3 0,9% 1 0,4% 1 0,5%
Morfina, Metadona)

Não. Não faço uso de


169 51,4% 119 50,4% 86 46%
drogas psicoativas

Total 329 100% 236 100% 187 100%

143
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 71

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Entre 41 e 60 horas
Você faz uso de alguma droga psicoativa? Até 40 horas semanais
semanais

N % N %

Benzodiazepínicos (Diazepam, Lorazepam,


191 16,1% 204 16,5%
Clonazepam, Clordiazepóxido)

Barbitúricos (Gardenal, Veronal, Nembutal) 2 0,2% 4 0,3%

Antidepressivos (Fluoxetina, Sertralina,


Escitalopram, Amitriptilina, Bupropiona, 511 43% 491 39,6%
Venlafaxina)

Anfetaminas e psicoestimulantes
(Anfepramona, Lisdexanfetamina [Venvanse], 92 7,7% 114 9,2%
Metilfenidato [Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona, Morfina, Metadona) 5 0,4% 8 0,6%

Não. Não faço uso de drogas psicoativas 593 49,9% 636 51,3%

Total 1.189 100% 1.239 100%

144
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


Você faz uso de alguma droga psicoativa?
semanais semanais

N % N %

Benzodiazepínicos (Diazepam, Lorazepam,


75 12,3% 35 23,2%
Clonazepam, Clordiazepóxido)

Barbitúricos (Gardenal, Veronal, Nembutal) 0 0% 0 0%

Antidepressivos (Fluoxetina, Sertralina,


Escitalopram, Amitriptilina, Bupropiona, 243 39,9% 63 41,7%
Venlafaxina)

Anfetaminas e psicoestimulantes
(Anfepramona, Lisdexanfetamina [Venvanse], 88 14,4% 16 10,6%
Metilfenidato [Ritalina, Conserta])

Opioides (Oxicodona, Morfina, Metadona) 4 0,7% 4 2,6%

Não. Não faço uso de drogas psicoativas 319 52,4% 67 44,4%

Total 609 100% 151 100%

145
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

B. Uso de drogas psicoativas por prescrição


x automedicação
Quanto à origem da prescrição destes medicamentos, é um tanto quanto alarmante
pensar que quase 1/3 dos médicos se automedicam, sem uma correta avaliação e
acompanhamento. Sendo isso uma possível consequência do estigma que a doença
mental ainda carrega e que os previne de se exporem para outros profissionais (nesta
situação, colegas de profissão).

Algumas classes de psicoativos são o alvo preferencial da automedicação, possivel-


mente por serem utilizados mais frequentemente como substâncias de abuso:

62% 48% 41%


Opioides Benzodiazepínicos Anfetaminas e
psicoestimulantes

146
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

147
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 72

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR PRESCRIÇÃO X AUTOMEDICAÇÃO POR ANOS DE


FORMAÇÃO

De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


Uso do medicamento
formação formação formação

N % N % N %

Prescrito 296 69% 148 60,2% 219 67,6%

Automedicado 133 31% 98 39,8% 105 32,4%

Total 429 100% 246 100% 324 100%

De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


Uso do medicamento
formação formação formação

N % N % N %

Prescrito 133 59,6% 93 58,9% 107 56%

Automedicado 90 40,4% 65 41,1% 84 44%

Total 223 100% 158 100% 191 100%

148
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 73

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR PRESCRIÇÃO X AUTOMEDICAÇÃO POR


ESPECIALIDADE

Especialidades Ginecologia e
Uso do medicamento Cardiologia Clínica Médica
cirúrgicas Obstetrícia

N % N % N % N %

Prescrito 43 61,4% 63 57,3% 94 69,1% 42 66,7%

Automedicado 27 38,6% 47 42,7% 42 30,9% 21 33,3%

Total 70 100% 110 100% 136 100% 63 100%

Medicina
Uso do medicamento de Família e Pediatria Psiquiatria
Comunidade

N % N % N %

Prescrito 107 66,9% 82 70,1% 55 54,5%

Automedicado 53 33,1% 35 29,9% 46 45,5%

Total 160 100% 117 100% 101 100%

149
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 74

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR PRESCRIÇÃO X AUTOMEDICAÇÃO POR HORAS


TRABALHADAS NA SEMANA

Entre 41 e 60 horas
Uso do medicamento Até 40 horas semanais
semanais

N % N %

Prescrito 387 64,9% 379 63%

Automedicado 209 35,1% 223 37%

Total 596 100% 602 100%

Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


Uso do medicamento
semanais semanais

N % N %

Prescrito 189 65,4% 40 48,2%

Automedicado 100 34,6% 43 51,8%

Total 289 100% 83 100%

TABELA 75

USO DE DROGAS PSICOATIVAS POR PRESCRIÇÃO X AUTOMEDICAÇÃO POR TIPO DE


TRABALHO

Trabalho apenas no
Funcionário de
Uso do medicamento meu próprio negócio
Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

Prescrito 904 64,4% 92 55,1%

Automedicado 500 35,6% 75 44,9%

Total 1.404 100% 167 100%

150
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

C. Uso de drogas não terapêuticas


Quanto ao uso de drogas não terapêuticas:

48,5% 10,1% 6,2%


Álcool Tabaco Drogas ilícitas

151
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 76

DROGAS QUE USA POR TEMPO DE FORMAÇÃO

De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


Drogas que faz uso
formação formação formação

N % N % N %

Uso álcool 469 58,9% 237 49,4% 351 52,9%

Uso tabaco 108 13,6% 49 10,2% 79 11,9%

Uso drogas ilícitas 97 12,2% 36 7,5% 44 6,6%

Não uso nenhum tipo de


296 37,2% 226 47,1% 275 41,4%
droga

Total 796 100% 480 100% 664 100%

De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


Drogas que faz uso
formação formação formação

N % N % N %

Uso álcool 198 42,4% 127 38,5% 160 36%

Uso tabaco 38 8,1% 21 6,4% 26 5,9%

Uso drogas ilícitas 8 1,7% 10 3% 1 0,2%

Não uso nenhum tipo de


249 53,3% 185 56,1% 266 59,9%
droga

Total 467 100% 330 100% 444 100%

152
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 77

DROGAS QUE USA POR ESPECIALIDADE

Especialidades Ginecologia e
Drogas que faz uso Cardiologia Clínica Médica
cirúrgicas Obstetrícia

N % N % N % N %

Uso álcool 84 44,9% 156 57,4% 136 52,7% 87 58,4%

Uso tabaco 10 5,3% 29 10,7% 16 6,2% 14 9,4%

Uso drogas ilícitas 1 0,5% 12 4,4% 12 4,7% 9 6%

Não uso nenhum tipo


97 51,9% 105 38,6% 117 45,3% 56 37,6%
de droga

Total 187 100% 272 100% 258 100% 149 100%

Medicina
Drogas que faz uso de Família e Pediatria Psiquiatria
Comunidade

N % N % N %

Uso álcool 136 41,6% 88 37,3% 88 47,3%

Uso tabaco 22 6,7% 15 6,4% 22 11,8%

Uso drogas ilícitas 14 4,3% 6 2,5% 9 4,8%

Não uso nenhum tipo


182 55,7% 140 59,3% 86 46,2%
de droga

Total 327 100% 236 100% 186 100%

153
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

D. Consumo de drogas nos últimos 12 meses


Os médicos se mostraram bem divididos ao informar sobre seu consumo de drogas
nos últimos 12 meses:

1/3 1/3 1/3


Aumentou o consumo Se manteve Diminuiu o consumo

154
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

E. Consumo por tipo de droga


Quando olhamos para o tipo de droga consumida, no entanto, destacamos que o con-
sumo do tabaco foi o que mais aumentou nos últimos 12 meses, segundo a avaliação
dos próprios tabagistas.

TABELA 78

CONSUMO POR TIPO DE DROGA

Consumo de drogas nos


Uso álcool Uso tabaco Uso drogas ilícitas
últimos 12 meses:

N % N % N %

Aumentou muito 182 12% 73 23% 41 21%

Aumentou um pouco 282 18% 80 25% 37 19%

Se manteve 550 36% 83 26% 54 28%

Diminuiu um pouco 258 17% 46 15% 30 15%

Diminuiu muito 261 17% 35 11% 34 17%

Total 1.533 100% 317 100% 196 100%

155
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

F. Consumo médio de álcool por semana


Para quantificar o consumo médio de álcool por semana, seus consumidores informaram
a quantidade de doses-padrão consumidas em média:

1 dose de álcool
350 mL de 150 mL de 45 mL de
cerveja vinho destilado
(1 lata) (1 taça) (1 dose)

= =

80% 14,7% 7%
consomem até 7 consomem entre 7 e consomem mais de 14
doses por semana 14 doses na semana doses na semana

Este último grupo é o mais problemático, dado que se encaixa na categoria de uso
abusivo da substância.

156
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

TABELA 79

CONSUMO MÉDIO DE ÁLCOOL POR SEMANA POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Consumo médio de álcool De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


por semana formação formação formação

N % N % N %

Até 7 doses por semana 383 81,8% 184 78% 279 79,7%

Mais de 7 doses e até 14


68 14,5% 36 15,3% 46 13,1%
doses por semana

Mais de 14 doses e até 21


15 3,2% 11 4,7% 21 6%
doses por semana

Mais de 21 doses por


2 0,4% 5 2,1% 4 1,1%
semana

Total 468 100% 236 100% 350 100%

157
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

Consumo médio de álcool De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


por semana formação formação formação

N % N % N %

Até 7 doses por semana 149 76,4% 97 77% 109 69%

Mais de 7 doses e até 14


28 14,4% 17 13,5% 31 19,6%
doses por semana

Mais de 14 doses e até 21


13 6,7% 8 6,3% 11 7%
doses por semana

Mais de 21 doses por


5 2,6% 4 3,2% 7 4,4%
semana

Total 195 100% 126 100% 158 100%

G. Uso de drogas ilícitas


Quanto às drogas ilícitas, dentre aqueles que as consomem:

78,5% 39,5%
Maconha Anfetaminas e psicoestimulantes
(êxtase, LSD, MDMA etc.)

10,3% 9,7%
Cogumelos Cocaína e derivados de
opioides

158
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Uso de drogas e psicoativos

159
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

160
08. Satisfação profissional

O estresse ocupacional, a incidência de doenças mentais e a qualidade de vida fora


da profissão são importantes parâmetros em que o médico se baseia para avaliar sua
satisfação com a profissão.

Sendo assim, perguntamos aos médicos o quanto estão satisfeitos com a profissão,
utilizando uma escala de 1 a 5, onde 1 é “Nada satisfeito” e 5 “Muito satisfeito”. A
maior concentração de médicos (“moda”) assumiu uma posição neutra de satisfação:

42,4% 21,8%
Médicos satisfeitos Médicos insatisfeitos

161
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

A. Satisfação com a profissão médica


TABELA 80

SATISFAÇÃO COM A PROFISSÃO MÉDICA POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Satisfação com a De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


profissão médica formação formação formação

N % N % N %

1 44 5,5% 36 7,6% 45 6,8%

2 127 16% 89 18,7% 125 18,9%

3 324 40,9% 193 40,5% 249 37,7%

4 228 28,8% 114 23,9% 177 26,8%

5 70 8,8% 44 9,2% 65 9,8%

Total 793 100% 476 100% 661 100%

Satisfação com a De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


profissão médica formação formação formação

N % N % N %

1 32 6,9% 14 4,3% 17 3,9%

2 78 16,9% 47 14,4% 32 7,3%

3 169 36,7% 99 30,3% 96 22%

4 120 26% 97 29,7% 158 36,2%

5 62 13,4% 70 21,4% 134 30,7%

Total 461 100% 327 100% 437 100%

162
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

TABELA 81

SATISFAÇÃO COM A PROFISSÃO MÉDICA POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Satisfação com a Entre 41 e 60 horas


Até 40 horas semanais
profissão médica semanais

N % N %

1 62 5,3% 73 6%

2 162 13,8% 207 16,9%

3 388 33% 455 37,1%

4 363 30,9% 338 27,6%

5 201 17,1% 152 12,4%

Total 1.176 100% 1.225 100%

Satisfação com a Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


profissão médica semanais semanais

N % N %

1 42 7% 10 6,7%

2 96 16% 33 22,1%

3 241 40,1% 46 30,9%

4 155 25,8% 36 24,2%

5 67 11,1% 24 16,1%

Total 601 100% 149 100%

163
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

TABELA 82

SATISFAÇÃO COM A PROFISSÃO MÉDICA POR TIPO DE TRABALHO

Trabalho apenas no
Satisfação com a Funcionário de
meu próprio negócio
profissão médica Instituição de saúde
(consultório/clínica)

N % N %

1 170 6,1% 18 5%

2 446 16% 52 14,4%

3 1.052 37,6% 78 21,7%

4 775 27,7% 119 33,1%

5 352 12,6% 93 25,8%

Total 2.795 100% 360 100%

B. Mudança na satisfação com a profissão


médica nos últimos 12 meses
Por outro lado, quase metade dos respondentes declarou que a satisfação com a
profissão médica diminuiu no último ano, e apenas 15% tiveram a percepção de ter
aumentado a sua satisfação no mesmo período.

164
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

C. Satisfação com a especialidade médica


Em relação à satisfação com a sua especialidade médica, a maior concentração de
respostas (“moda”) também foi neutra e, assim como para a profissão, nota-se:

40,5% 32,4%
médicos satisfeitos com a médicos insatisfeitos com a
especialidade médica especialidade médica

165
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

TABELA 83

SATISFAÇÃO COM A ESPECIALIDADE MÉDICA POR ESPECIALIDADE

Satisfação com a
Especialidades Ginecologia e
sua especialidade Cardiologia Clínica Médica
cirúrgicas Obstetrícia
médica

N % N % N % N %

1 7 3,8% 20 7,4% 23 8,9% 7 4,7%

2 14 7,6% 42 15,6% 52 20,2% 22 14,9%

3 49 26,5% 68 25,3% 74 28,7% 48 32,4%

4 59 31,9% 76 28,3% 81 31,4% 41 27,7%

5 56 30,3% 63 23,4% 28 10,9% 30 20,3%

Total 185 100% 269 100% 258 100% 148 100%

166
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

Satisfação com a Medicina


sua especialidade de Família e Pediatria Psiquiatria
médica Comunidade

N % N % N %

1 41 12,7% 15 6,5% 10 5,4%

2 58 17,9% 35 15,1% 12 6,5%

3 103 31,8% 59 25,4% 43 23,2%

4 62 19,1% 67 28,9% 52 28,1%

5 60 18,5% 56 24,1% 68 36,8%

Total 185 100% 269 100% 258 100%

D. Mudança na satisfação com a especia-


lidade médica
Em comparação com o último ano:

45,8% 15,6%
mantiveram a satisfação com aumentaram a satisfação com
sua especialidade médica sua especialidade médica

167
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

E. Mudança de algo na formação


Apesar da satisfação com a profissão médica e com a sua especialidade não ser alta,
conseguimos observar muitos médicos insatisfeitos:

51,7% 27,2% 21,1%


declaram que se declaram que a declaram que
pudessem voltar medicina continuaria teriam seguido
no tempo, não sendo sua escolha, outra carreira que
mudariam em nada porém mudariam de não a medicina
a sua formação especialidade

168
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

TABELA 84

MUDARIA ALGO NA FORMAÇÃO POR TEMPO DE FORMAÇÃO

Mudaria algo na sua De 0 a 3 anos de De 4 a 5 anos de De 6 a 10 anos de


formação formação formação formação

N % N % N %

Sim, teria feito outra


165 21% 124 26,3% 167 25,5%
carreira que não a medicina

Sim, teria feito medicina,


mas teria escolhido outra 139 17,7% 127 26,9% 193 29,5%
especialidade

Não, não mudaria nada 482 61,3% 221 46,8% 294 45%

Total 786 100% 472 100% 654 100%

169
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

Mudaria algo na sua De 11 a 20 anos de De 21 a 30 anos de Mais de 30 anos de


formação formação formação formação

N % N % N %

Sim, teria feito outra


101 22% 54 16,8% 47 10,9%
carreira que não a medicina

Sim, teria feito medicina,


mas teria escolhido outra 143 31,1% 117 36,4% 130 30,2%
especialidade

Não, não mudaria nada 216 47% 150 46,7% 253 58,8%

Total 460 100% 321 100% 430 100%

TABELA 85

MUDARIA ALGO NA FORMAÇÃO POR ESPECIALIDADE

Mudaria algo na sua Especialidades Ginecologia e


Cardiologia Clínica Médica
formação cirúrgicas Obstetrícia

N % N % N % N %

Sim, teria feito outra


carreira que não a 23 12,5% 70 26,2% 56 22% 23 15,5%
medicina

Sim, teria feito


medicina, mas teria
40 21,7% 50 18,7% 81 31,8% 40 27%
escolhido outra
especialidade

Não, não mudaria


121 65,8% 147 55,1% 118 46,3% 85 57,4%
nada

Total 184 100% 267 100% 255 100% 148 100%

170
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

Medicina
Mudaria algo na sua
de Família e Pediatria Psiquiatria
formação
Comunidade

N % N % N %

Sim, teria feito outra


carreira que não a 79 24,6% 36 15,7% 42 22,7%
medicina

Sim, teria feito


medicina, mas teria
111 34,6% 76 33,2% 22 11,9%
escolhido outra
especialidade

Não, não mudaria


131 40,8% 117 51,1% 121 65,4%
nada

Total 321 100% 229 100% 185 100%

TABELA 86

MUDARIA ALGO NA FORMAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS NA SEMANA

Entre 41 e 60 horas
Mudaria algo na sua formação Até 40 horas semanais
semanais

N % N %

Sim, teria feito outra carreira que não a


234 20,2% 254 20,9%
medicina

Sim, teria feito medicina, mas teria escolhido


309 26,7% 331 27,2%
outra especialidade

Não, não mudaria nada 614 53,1% 630 51,9%

Total 1.157 100% 1.215 100%

171
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Satisfação profissional

Entre 61 e 90 horas Mais de 90 horas


Mudaria algo na sua formação
semanais semanais

N % N %

Sim, teria feito outra carreira que não a


134 22,4% 35 23,5%
medicina

Sim, teria feito medicina, mas teria escolhido


160 26,8% 48 32,2%
outra especialidade

Não, não mudaria nada 304 50,8% 66 44,3%

Total 598 100% 149 100%

172
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

173
09. Discussão e Conclusão final

Discussão
O cenário encontrado nesse estudo contrasta com outras investigações acerca do estilo
de vida e saúde mental de médicos ao redor do mundo. Em janeiro de 2022, Bagget
e Martin publicaram no periódico virtual Medscape um relatório acerca desse tema.
No inventário americano, mais de 10 mil médicos, em pelo menos 29 especialidades,
contribuíram com respostas para a pesquisa.

• O primeiro grande contraste ocorre em relação à felicidade. Para os médicos ame-


ricanos, cerca de 59% se percebem muito feliz ou algo feliz (em uma tradução livre),
enquanto a percepção de qualidade de vida no Brasil entre profissionais médicos
não passa de 36,9% para os dois estratos superiores de nossa investigação.

• Muitos fatores podem explicar esse contraste encontrado. Entre os fatores indivi-
duais, o estilo de vida é algo que é significativamente diferente entre essas duas
populações. Enquanto os médicos americanos relatam sono suficiente 49% das
vezes como uma estratégia para manutenção da felicidade e saúde mental, somente
cerca de 30% dos médicos brasileiros referem uma noite de sono reparadora
sempre ou frequentemente;

• Enquanto mais de 60% dos médicos americanos relatam lazer como uma estra-
tégia para manutenção da felicidade e saúde mental, com atividades como: passar
tempo com amigos e família (68%) ou prática de hobbies (66%), no Brasil, apenas
1/3 dos médicos relatou ter tido atividades de lazer nas duas semanas anteriores à
pesquisa sempre ou frequentemente.

• De mesmo modo, enquanto 63% dos médicos americanos reportam atividade


física como uma estratégia adotada por eles para manutenção de felicidade e saúde

174
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

mental, entre os brasileiros, 70,7% relatou não realizar atividades físicas regular-
mente nunca, quase nunca ou eventualmente.

• Ainda pensando em valores individuais como estratégia de enfrentamento, entre


os médicos americanos, o consumo de toxinas também parece menor, a maior
parte dos médicos (24% dos homens e 30% das mulheres) referiram um consumo de
álcool menor do que uma dose por semana. Já no Brasil, entre os médicos, 48,5%
feriu consumo de álcool, e 30% desses entrevistados relataram que seu consumo
aumentou muito (12%) ou um pouco (18%) no último ano.

• Quando vamos mudando o padrão de comparação para fatores mais relacionados


a aspectos institucionais, também percebemos esse contraste. Médicos ameri-
canos parecem ter mais tempo de férias do que médicos brasileiros. No inventário
americano, 60% dos participantes relataram ter pelo menos três semanas de férias
por ano, sendo que 40% dos médicos tiram entre três e quatro semanas de férias
anuais. Por outro lado, no Brasil, nosso inquérito identificou o relato de que 64,4%
dos médicos tiram até duas semanas de férias por ano.

O mesmo periódico virtual americano, Medscape, ainda em janeiro de 2022, publicou,


sob autoria de Kane, outro relatório, dessa vez acerca de Burnout, depressão, estresse,
ansiedade e raiva entre médicos. Nesta pesquisa, mais de 13 mil participantes médi-
cos em mais de 29 especialidades médicas contribuíram com respostas. Nos Estados
Unidos, a medicina de emergência (60%), medicina intensiva (56%), ginecologia e obs-
tetrícia (53%), infectologia (51%) e medicina de família e comunidade (51%) foram as
especialidades que mais relataram o diagnóstico de Burnout entre seus integrantes que
responderam à entrevista. Já no cenário brasileiro, medicina de família e comunidade
(48,7%), especialidades cirúrgicas (47,3%), clínica médica (46,7%), pediatria (45,6%) e
ginecologia e obstetrícia (44,7%) foram as que mais relataram o diagnóstico entre seus
participantes.

Quando questionados acerca dos fatores atribuíveis à causa desse transtorno, os


médicos americanos relataram:

• Muitas atividades burocráticas como o principal fator associado (60%);

175
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

• Falta de respeito dos gestores/empregadores, colegas ou chefes (39%);

• Muitas horas de trabalho (34%);

• Falta de controle/autonomia sobre a vida (32%);

• Insuficiência de remuneração (28%).

No Brasil, as principais causas atribuídas aos sintomas de Burnout pelos entrevistados


foram:

• Excesso de horas de trabalho (47%);

• Remuneração insuficiente (32,6%);

• Falta de realização profissional (30,6%);

• Excesso de tarefas burocráticas (27%).

Em ambos os cenários, as causas diretamente relacionadas à pandemia de covid-19


foram pouco relatadas, o que permite gerar a hipótese de que fatores anteriores à
pandemia e inerentes aos cenários de atuação médica preponderam na incidência
desses casos entre os médicos. Um fator contribuinte dessa hipótese é o fato de os
médicos americanos entrevistados apresentarem, em 43% das respostas coletadas,
a percepção de que as causas contribuintes do transtorno são alheias a seus traços
de personalidade e 23% não terem certeza. Em completa oposição, enquanto 29% dos
americanos citam meditação ou outras técnicas de meditação como estratégia de
enfrentamento, no Brasil, 70,6% dos médicos participantes nunca meditou.

Em reforço à evidência do impacto do suporte institucional no enfrentamento do


Burnout, as diferenças entre os cenários do Brasil e Estados Unidos podem ser demons-
tradas pela diferença de percepção de suporte em relação aos locais de trabalho para
redução do estresse e Burnout. Enquanto os médicos americanos percebem receber
esse apoio em 42% das respostas, os profissionais brasileiros relatam o apoio apenas
em 15,3% das respostas.

176
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

Conclusão
Este estudo deve ser compreendido no âmbito de suas limitações. Esta é uma pes-
quisa transversal, estando sujeita às limitações desse método, como, por exemplo,
a impossibilidade de avaliação de causa e efeito ou bem como outros vieses. Além
disso, a estratégia de coleta compôs uma amostra não-probabilística representativa
da população médica brasileira. Em relação aos diagnósticos de transtornos mentais, a
estratégia de coleta adotou um inquérito de autorrelato do diagnóstico, o que também
permite uma maior probabilidade de viés aos resultados obtidos.

Até o momento, do melhor conhecimento da equipe de pesquisa, esse é o maior estudo


brasileiro já realizado acerca de hábitos de vida e saúde mental dos médicos no Brasil.
Os resultados desse estudo, em associação com os achados de estudos anteriores
na literatura acerca da demografia médica no Brasil, permitem inferir o impacto da
pandemia do novo coronavírus sobre os resultados encontrados.

O perfil de hábitos de vida do médico brasileiro identificado neste inquérito é bas-


tante prejudicial à saúde e percepção de bem-estar. Esse impacto tende a ser maior
entre médicos com menor tempo de formação, em especialização, com jornadas
de trabalho superiores a 60 horas semanais, atuantes como generalistas ou em
especialidades de acesso direto e que trabalham em instituições de saúde e não
apenas em seu próprio consultório ou clínica.

Nos últimos anos, com a modificação do cenário de saúde em virtude da pandemia de


covid-19, os principais locais de trabalho do médico brasileiro também foram impacta-
dos. Dessa forma, parte dos resultados encontrados podem ser influenciados por essa
dinâmica. Além disso, a relação estabelecida com os locais de trabalho é um fator de
grande impacto também na percepção de estresse.

Os médicos do Brasil apresentaram uma alta percepção de estresse. Essa percepção


foi maior entre os médicos generalistas ou em especialização. Entre esses grupos, a
atribuição do estresse esteve associada à insatisfação com o sistema e condições
de trabalho no primeiro grupo e com o volume de trabalho no segundo. Importante

177
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

destacar que esses dois grupos são os mesmos com maiores jornadas de trabalho e
maior proporção de hábitos associados a piores desfechos de saúde mental.

As questões associadas aos aspectos institucionais parecem ser as mais preponde-


rantes no que diz respeito ao cenário de saúde mental e hábitos de vida dos médicos
brasileiros. Isso pode ser entendido tanto pela baixa percepção de apoio e suporte
dos médicos em suas instituições, pelas principais razões de atribuição de estresse,
pela baixa aplicação de mecanismos institucionais protetores e pela alta percepção
de impacto desses fatores na qualidade assistencial prestada por esses médicos.

Disso decorre a grande contribuição deste levantamento. A população médica do Brasil


possui hábitos de vida que potencializam o estresse e o adoecimento mental, porém
as condições de trabalho parecem estabelecer um vínculo bastante perigoso como
uma pressão ambiental que oferta risco para a prática médica e piora os desfechos de
saúde mental de sua força de trabalho. Essa análise permite pensar as possibilidades
de mudança desse cenário - que não é só brasileiro - não está apenas na governa-
bilidade individual, mas nos aspectos coletivos e institucionais. Medidas de controle
de jornada, equilíbrio de remuneração, abordagem formativa em relação a eventos
adversos na assistência à saúde, capacitação profissional corporativa, construção
de redes de apoio e suporte são exemplos de medidas institucionais protetoras em
relação à saúde mental da força de trabalho médica do Brasil.

178
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

Take-home messages
Estilo de vida
Os médicos brasileiros possuem um estilo de vida que é pouco
protetor em relação à saúde mental.

Impactos no estilo de vida


Médicos em formação ou generalistas parecem ser mais impactados
negativamente em relação ao estilo de vida.

Percepção de estresse ocupacional


A percepção de estresse ocupacional no Brasil entre médicos está
acima da encontrada em outros estudos da literatura.

Percepção de qualidade de vida


A percepção de qualidade de vida entre os médicos brasileiros é
predominantemente neutra.

Apoio institucional
Os médicos brasileiros se percebem pouco apoiados pelas instituições
em que trabalham em relação à saúde mental.

Impactos do estresse
Grande parte dos médicos brasileiros percebe que seu estresse impacta
em sua qualidade assistencial, inclusive provocando eventos adversos.

Diagnóstico de transtorno mental


A maior parte dos médicos brasileiros já apresentou algum tipo de
transtorno mental entre depressão, transtorno de ansiedade ou Burnout.

Uso de drogas não terapêuticas


Entre os mecanismos compensatórios para os transtornos, o uso de
substâncias foi recorrente, sendo o álcool o mais comum e com consumo
aumentado durante a pandemia.

179
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

Automedicação de drogas psicoativas


Grande parte dos médicos do Brasil utiliza ou já utilizou psicotrópicos, em
grande parte prescritos por outros médicos, com exceção dos opioides,
que são mais consumidos por auto prescrição.

Satisfação profissional
Embora a insatisfação com a profissão tenha crescido no último ano entre
os médicos brasileiros, a maior parte se sente satisfeita com a profissão.

Mudança de profissão
Mais da metade dos médicos não mudaria nada em relação à
profissão, apesar da insatisfação.

180
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Perfil do médico

181
Relatório da Pesquisa Saúde mental do médico >> Discussão e Conclusão final

182
Equipe

Autoria Diagramação
Eduardo Moura Danielle Menezes

Marcelo Gobbo

Renata Pedro Portal PEBMED


Luis Filipe Oliveira

Marketing e Comunicação Mariana Figueiredo

Barbara Thays Alves Santos Ribeiro Valentina Leite

Carolina Peres

Flávia Ottaviani

Julio Duarte

Olavo Albergaria

Rafael Villas Boas Albergaria

Renata Moreira Ramos

Thais Lima

Vivian Alves

Customer Experience (CX)


Larissa Alves

183
Referências Bibliográficas

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2020. 312 p.

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