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Faculdade Metodista Granbery

Prova de Psicofarmacologia Data 22/11


Curso Psicologia Período 7/8 Turma Bimestre 2º
Professor (a) Patrícia Teixeira Pereira Valor 10

Alunos: Jonas Henrique de Paula Souza Netto, Karina Leonor Cerqueira Ribeiro
Nota:

Atividade avaliativa da disciplina psicofarmacologia.


Para a realização desta atividade, vocês poderão utilizar os slides e artigos referenciados nas aulas.
A atividade pode ser realizada em dupla (ou individualmente).
O tempo máximo de envio da atividade será: quarta-feira, dia 22/11/2023 às 21 horas. O aluno terá o horário
da aula disponível para realizar a atividade (19h00min às 20h40min).
Ao concluir a atividade, o aluno deverá enviar para o e-mail patrícia.pereira5@granbery.metodista.br. Caso a
atividade tenha sido feita em dupla, o aluno que enviar a avaliação deverá colocar os nomes completos de
ambos elaboradores, salvar em formato Word e enviar em anexo.

Valor (3,5) Questão 01:


A partir das discussões realizadas em sala de aula, disserte sobre as questões que envolvem a
comercialização dos analgésicos na vida cotidiana.
(Mínimo 3 linhas e máximo 7 linhas)

Resposta:

Os analgésicos desempenham um papel importante no alívio da dor e na melhoria da qualidade de vida, mas seu uso
indevido destaca a necessidade de orientação médica. Além disso, é importante considerar os impactos econômicos
e éticos da indústria farmacêutica na promoção desses medicamentos. Se levarmos em consideração a quantidade
de pessoas que fazem o uso indiscriminado de medicamentos analgésicos teremos como resultado preocupante,
uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia em 2019 constatou que cerca de 77% dos brasileiros
tem hábito de se automedicarem, sendo que dentre os medicamentos mais utilizados, os analgésicos correspondem
a 50% do total de medicamentos utilizados. Ademais, vale ressaltar que o marketing dos analgésicos é um fator
extremamente importante, as estratégias usadas fazem do medicamento a solução para problemas causados pelas
dores, ligado ao bem-estar social, como por exemplo, render mais no trabalho, sair para uma festa ou se divertir com
a família.

Valor (3,5) Questão 02:


Silva et al (2012), no artigo intitulado “A explosão do consumo de ritalina”, discutem que:

“Após ter feito o diagnóstico baseado na descrição dos sintomas, o médico então escolhe o tratamento ao
qual paciente será submetido, e é nesse contexto que a medicação ganhará status colocando a psicoterapia
em segundo plano, e em muitos casos tornando-se o único tratamento prescrito. Seguindo essa lógica
científica calcada no positivismo, a psiquiatria e, também, a neurologia, tendo aprimorado seu maquinário,
de maneira que foram “descobrindo-se” muitas novos distúrbios, síndromes e transtornos e “surgindo”
novos psicofármacos para o seu tratamento, as vezes quase concomitantemente. Temos a disposição
psicofármacos dos mais variados, para todas as idades, que se propõe a tratar as mais diversas síndromes,
inventadas pela nossa época”.

Disserte sobre os efeitos dessa nova concepção psiquiátrica no cenário atual.


(Mínimo 4 linhas e máximo 7 linhas)
Resposta:
A abordagem contemporânea na prescrição de psicofármacos muitas vezes prioriza o tratamento medicamentoso em
detrimento da psicoterapia, o que pode resultar em uma medicalização excessiva de questões psicológicas. A
psicoterapia tem papel extremamente importante na condução do tratamento do cliente. Deve-se ser levado em
consideração que a medicalização é uma lógica fundada na mente coletiva de boa parte biologizante dos
profissionais da saúde mental, todavia, sabemos que para um tratamento eficaz, se faz necessário lançar mão do
tratamento psicoterápico, e não somente atuar na redução dos sintomas através dos medicamentos, o objetivo da
psicoterapia é encontrar a raiz do problema. Embora haja avanços na compreensão dos distúrbios mentais e no
desenvolvimento de medicamentos eficazes, é necessário equilibrar o uso de psicofármacos com abordagens mais
amplas e considerar os potenciais efeitos colaterais, a superdependência de medicamentos e as questões éticas
relacionadas aos interesses da indústria farmacêutica. Na atual conjuntura, apesar das grandes lutas dos
profissionais de psicologia pelo equilíbrio no tratamento, sabemos que ainda estamos remediando problemas.

Valor (3,0) Questão 03:


Com suas palavras, discuta a problemática que envolve a medicalização da infância.
(Mínimo 3 linhas e máximo 7 linhas)

Resposta:

A medicalização da infância envolve diagnosticar e tratar questões comportamentais e emocionais de crianças com
medicamentos, sem considerar as causas subjacentes. Isso pode levar a uma abordagem simplista, efeitos colaterais
e pressão social. Ainda hoje, questões que cercam o indivíduo não são avaliadas pelos profissionais de maneira
apurada, a medicalização de crianças, bem como o elevado número de diagnósticos indevidos tem provocado um
efeito colateral social e físico na vida delas. Pressões sociais e da família tem levado a um controle medicamentoso
das crianças, na ânsia de suprir as necessidades dos pais e da sociedade de “controlar essas crianças autistas que
não para quietas” (termo usado comumente pelo senso comum). É muita simplista e prático dopar uma criança de
medicamentos para que ela seja aceita na sociedade e pelos pais, sendo assim a problemática vai se tornando cada
vez maior e cada vez mais usada pelos profissionais. Quem ganha? A indústria farmacêutica. É importante adotar
uma abordagem mais holística, considerando fatores contextuais como família, situação socioeconômica,
escolaridade e até mesmo outras condições físicas adjacentes a criança, utilizando medicamentos apenas quando
estritamente necessário.

Boa avaliação!

Referências
Gravações das aulas:

18/10
https://metodistabr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/patricia_pereira5_granbery_metodista_br/
EXSktrW0mSZJhZg2_WzMSIcB6TyptKS6xJEXCOylia3snA

25/10
https://metodistabr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/patricia_pereira5_granbery_metodista_br/
EZUPXxollCBOrX8xaDWl-70B5v4OoRvmk8IxBRtoc6HF5Q
01/11
https://metodistabr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/patricia_pereira5_granbery_metodista_br/
EZBppLkENbtCtBhH6fq7xyIB-vYECjxiaCWn3GvWXCq3NQ

Artigos:

SILVA, Ana Carolina Pereira; LUZIO, Cristina Amélia; SANTOS, Kwame Yonatan Poli; YASUI, Silvio;
DIONÍSIO, Gustavo Henrique. A explosão do consumo de ritalina. Revista de Psicologia da UNESP, P44.
2012.

CARMO, M. M. DO., & Silva, P. J. C. da.. (2013) Uma solução mágica para a dor de viver: reflexões
psicanalíticas sobre o consumo de analgésicos. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental,
16(2), 318-334. https://doi.org/10.1590/S1415-47142013000200009

Slides disponíveis no moodle.

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