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Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.

Disciplina: Estágio específico – Práticas Psicoterapêuticas.

Orientador: Juliane Moliner.

Acadêmica: Brenda Carina Germano.

HABILIDADES DO PSICOTERAPEUTA CLÍNICO.

A psicoterapia tem como finalidade tratar questões relacionadas à mente e os


problemas psicológicos enfrentados por um indivíduo, esses problemas psicológicos
podem ser: depressão, ansiedade, dificuldades em se relacionar ou dificuldades em
relacionamentos, conflitos em ambiente de trabalho, problemas familiares, entre outras
possibilidades. Sendo colaborativa, onde deve existir dedicação tanto do paciente
quanto do psicólogo. Dentro de todas áreas em que a psicologia pode atuar, a psicologia
clínica é um dos caminhos mais escolhidos pelos acadêmicos do curso, pois é uma das
áreas em que existe mais aproximação com o paciente.

Para que o processo psicoterapêutico seja assertivo e tenha êxito, existem


algumas habilidades que precisam ser desenvolvidas pelo psicólogo. O profissional
deve buscar relacionar suas habilidades teóricas e práticas, sendo extremamente
importante para que o psicólogo se sinta preparado ao longo do processo. Todo o
conhecimento é essencial que seja desenvolvido durante o estágio clínico, conhecendo
as práticas psicoterapêuticas e lidando diretamente com pessoas e em uma fase de
transição de aluno para profissional formado. (BARLETTA; FONSECA; OLIVEIRA,
2011).

O ambiente da psicoterapia deve ser de conforto e segurança para aquele que o


procura, sendo um profissional ético e com habilidades sociais para conduzir a
psicoterapia, tendo em vista que o processo psicoterapêutico se constitui das interações
sociais entre o psicólogo e o paciente. A boa relação entre ambos, faz com que o
processo psicoterapêutico tenha contribuição, seja favorável e assertivo, onde os dois
estabelecerão metas buscando soluções para as questões apresentadas pelo paciente.
(Araujo & Shinohara, 2002; Pert et al., 2013). O profissional deve abrir mão dos seus
julgamentos e de senso comum, se dedicando a escutar e auxiliar aquele que o procura.

Schaap e cols. (citado por Rangé & cols. 1998), pontuaram alguns dos
comportamentos que podem ser considerados como “indispensáveis” para o
psicoterapeuta, sendo alguns deles: compreensão, questionamentos de informações
relevantes, interpretação e empatia. Partindo disso, podemos analisar que o
psicoterapeuta deve estar aberto para o que o paciente pode lhe falar, atento aos
momentos em que receber oportunidade de questioná-lo, instigando a dar mais detalhes
e para isso, também deve saber interpretar as situações descritas.

Empatia, no ambiente psicoterapêutico, se torna essencial. Um olhar empático


sobre a descrição dos sentimentos do outro, é necessário em qualquer ambiente, sendo
em nossas relações pessoais, sendo com desconhecidos ou com qualquer pessoa. Nunca
saberemos dos sentimentos de outra pessoa sem que ela nos conte e ao sabermos,
devemos fazer com que a nossa escuta seja acolhedora, como dito anteriormente, livre
de julgamentos. Burleson (1985) pontua em contexto clínico que existe uma forma de
verbalizar sua empatia pelo outro, de uma forma maior e mais prestativa, se debruçando
nos sentimentos do seu paciente e abrindo mão da perspectiva do psicoterapeuta. Com
isso, o paciente terá maior adesão ao tratamento e comprometimento.

A ética por parte do profissional é indispensável também, pois o mesmo irá


saber detalhes íntimos da pessoa que pode ser que nem mesmo alguém de sua família
saiba. Existe desde agosto de 2005 o código de ética do psicólogo, lá são apresentados
alguns padrões que os psicólogos devem seguir, os profissionais devem se
responsabilizar por ações e consequências do exercício da profissão. De acordo com o
Art.9 do código de ética, se trata de um dever do psicólogo ser sigiloso, protegendo
assim a intimidade do seu paciente, sendo confidencial. O que uma vez dito ao logo do
processo psicoterapêutico, fica entre psicólogo e paciente.

Existem diversas habilidades que um psicoterapeuta clínico deve ter, algumas


foram apresentadas ao longo desse presente texto. O processo psicoterapêutico exige
que o profissional se doe e entre ao mundo do paciente, em busca de ajuda-lo com a sua
principal queixa e existem pacientes que a queixa, não é seu principal incomodo e cabe
ao psicólogo entender com ele e ir questionando-o, até encontrar. E isso, envolve uma
intensa mobilização psíquica. Tendo em vista que aquele paciente, é um ser humano
real, com qualidades e defeitos, buscando compreender e consequentemente melhorar
daquilo que lhe causa anseio na maioria das vezes. O psicoterapeuta deve se sentir
preparado e disposto, pois irá lidar com diversos assuntos que podem também ser um
gatilho para ele, pois o mesmo também se trata de uma pessoa com uma vida, com
qualidades e defeitos. O preparo se inicia ao longo da formação e no estágio que se
coloca em prática e nesse momento que o psicólogo saberá o que é real a prática. As
habilidades teóricas, práticas e sociais são essenciais para que o psicólogo consiga
contribuir positivamente na vida do paciente. Isso acarretará no sucesso do processo
terapêutico.

Referências:

BARLETTA, Janaína Bianca; FONSECA, Ana Lúcia Barreto da; OLIVEIRA, Maria
Inês de Santana de. Transcrição e observação como estratégias para aprimoramento
da competência clínica. Rer. Bras.ter.cong., Rio de Janeiro, v. 7, n.2, p 17-24, dez
2011. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1808-56872011000200004.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional dos


Psicólogos, Resolução n.º 10/05, 2005. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf.

MARTINS, Julia Santos; OLIVEIRA, Luna Singulani; VASCONCELOS, Rosa Cristina

da Costa; CARVALHO, Ana Lúcia Novais. Empatia e relação terapêutica na


psicoterapia cognitiva: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas, VOL. 14 Nº 1 - JAN. / JUN. DE 2018. Disponível em:
http://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=268.

FREITAS, Fernanda Andrade de; NORONHA, Ana Paula Porto. Habilidades do


psicoterapeuta segundo supervisores: diferentes perspectivas. Psic v.8 n.2 São Paulo
dez. 2007. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1676-73142007000200006.

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