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erradicar a doença mental. A diabolização da doença mental era comum e existiam encarceramentos,
acorrentamentos, castigos corporais, defendidos por Heinroth (1773-1843).
- Hospital como comunidade – doentes e profissionais convivem num ambiente promotor de saúde
- Rotinas
- Espirito comunitário
- Relação médico-doente
Tratamentos:
- Administração de laxantes: desde a Idade Média até à primeira metade do século XX
- Tratamento da psicose pela febre: malariaterapia; Wagner von Jauregg (1917) - Inoculação do
parasita da malária em doentes psicóticos (especialmente doentes com “paralisia geral do insano” =
neurossífilis)
- Terapia de sono: “curas” de sono prolongado com dos Brometos (fins século XIX e início século XX)
- Terapia pelo coma: anos 30 até 60, século XX; Manfred Sakel (1933) - Coma insulínico
- Terapia convulsivante: anos 30, século XX; Meduna (1935) - Cânfora, metrazol; Cerletti e Bini (1938) -
electrochoque (início da ECT)
- Leucotomia fronto-temporal / Lobotomia: anos 30, século XX; Egas Moniz (1936)
- Psiquiatria Social e Comunitária: após II Guerra Mundial; “… Não eram os genes nem a infância do
doente que o tinham feito adoecer, mas sim a comunidade circundante”. O tratamento deve incluir o
contexto social do doente e a totalidade das suas relações sociais. Ênfase num ambiente comunitário
terapêutico:
• Psicoterapias de grupo
• Clubes terapêuticos
- Técnicas psicanalíticas
• Música
• Drama
• Expressão corporal
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PSIQUIATRIA I INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS EM PSIQUIATRIA I AULA 1
Em linhas gerais, existem 3 vertentes das intervenções terapêuticas na Saúde Mental: vertente
biológica, vertente psicológica e vertente de reabilitação
1. TRATAMENTOS BIOLÓGICOS
- Antidepressivos - Iproniazida - derivado da isoniazida (Crane e Kline, 1957) - descoberto este efeito AD
depois de se observar que os doentes com tuberculose tratados com este fármaco se apresentavam
menos depressivos (inibidor da MAO)
- Sais de lítio - em 1840 aplicados em Medicina e em 1873 na Mania, redescobertos em 1949 por Cade
- Antipsicóticos de segunda geração (atípicos) - Clozapina, 1971 (na esquizofrenia resistente por Kane et
al., 1988) - menos efeitos extrapiramidais
NEUROQUÍMICA
DOPAMINA
A cloropromazina foi o primeiro fármaco a ser identificado como bloqueador dos receptores D2. A dopamina está
ligada ao prazer - um comportamento que nos dá prazer, faz disparar a dopamina e isso influencia o nosso
comportamento. Por exemplo, consumir chocolate ou uma groga, como a cocaína, faz disparar a dopamina isso
condiciona o comportamento -voltar a consumir.
2. Mesolímbica: pensa-se que está envolvida na produção de delírios e alucinações; pensa-se que em doentes
psicóticos há um estado hiper-dopaminérgico nesta via
3. Mesocortical: pensa-se que está relacionada com os sintomas negativos (dificuldade de antecipar coisas, de
resolver problemas); pensa-se que em doentes psicóticos há um estado hipo-dopaminérgico nesta via
Haloperidol: antipsicótico com acção muito potente nos recetores D2. É um bom antipsicótico, não tem efeitos
anticolinérgicos (na condução cardíaca, gastrointestinais ou oculares, como glaucoma) - por isso é bom para dar
em doentes idosos; não tem efeitos anti-histamínicos importantes (não é muito sedativo). MAS tem muitos efeitos
adversos da sua ação nos recetores D2 (tremor, galactorreia…) - vias nigro-estriada e tubero-infundibular
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SEROTONINA
A serotonina atua em feixes que partem do tronco cerebral e se projetam aos níveis subcortical e cortical. Está
muito relacionada com a ansiedade e depressão, evitamento do perigo, comportamentos de freezing e fight or
flight. Pouco envolvida na psicose, apesar de que os antipsicóticos mais recentes têm uma ação na serotonina,
equilibrada com a ação na dopamina, o que os torna mais “suaves” e minimiza os efeitos acessórios relacionados
com o movimento (parkinsonismo).
Projecções:
2. Núcleo mediano da rafe - na protuberância - estas estruturas projectam-se praticamente em todas as áreas
cerebrais, mas cada uma em proporções diferentes
Protuberância:
- Locus Coeruleus - projectam-se para córtex, sistema límbico, tálamo e hipotálamo, cerebelo
A inibição dos receptores da acetilcolina, a nível central, provoca muitas vezes efeitos acessórios ao nível da
cognição e, ao nível periférico, efeitos parassimpáticos (obstipação, hipertensão intraocular, retenção urinária).
HISTAMINA
GLUTAMATO
- Recetores GABA B
O efeito de tolerância das BZDs relaciona-se com a ativação dos recetores GABA A, que leva ao aumento da sua
expressão - passa a haver mais recetores, pelo que são precisas doses maiores de fármaco para os inibir a todos.
As BZDs são medicamentos inibitórios - causam sonolência, relaxamento muscular; quando se para a inibição,
há uma ativação - ou seja, quando se para subitamente as BZDs todos os recetores que estavam bloqueados
passam a estar ativos e desencadeia-se uma excitabilidade anormal. Por este motivo, a privação de BZDs
desencadeia alucinações, tremor, insónia, agitação, ou até mesmo um quadro confusional. Trata-se com BZDs.
O álcool também é uma droga inibitória / sedativa - a paragem súbita do álcool (que estava a inibir as vias) leva
também a uma ativação caótica do SNS, com tremor, alucinações, sudorese, ativação autonómica das funções
vegetativas (aumenta a TA e a FC), ou até convulsões. A privação de álcool trata-se com BZDs.
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ANTIPSICÓTICOS
- Atípicos (2ª geração) - menos efeitos acessórios (essencialmente extrapiramidais), mas menos eficazes
- Clozapina, amisulpride, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona, zotepina, paliperidona
- 3ª geração - tentativa de aumentar a dopamina mesocortical e diminuir a dopamina límbica; muito bem
tolerados, mas menos eficazes (uso limitado nas fases agudas de doença)
- Aripiprazol (agonista parcial dos recetores da dopamina)
CLASSES FARMACOLÓGICAS
- Butirofenonas - haloperidol
- Dibenzotiapina - quetiapina
- Quinolinona - aripiprazol
FARMACOCINÉTICA
- Semi-vida ronda as 20 horas (com excepção da quetiapina – 3horas) – dose única diária
Vias de Administração:
- Per Os: via mais frequente
- EV
- IM - minimiza os picos de concentração e, por isso, os efeitos acessórios; facilita a adesão à terapêutica
- Veículo aquoso
- Veículo lipídico – formulação “Depot”
- Absorção lenta do fármaco durante muitos dias. Injecções repetidas de 15-15 ou 30-30 dias
- A potência do efeito antipsicótico está relacionado com a potência do bloqueio dos receptores D2 da dopamina
- Nos antipsicóticos atípicos pensa-se que o efeito antipsicótico depende da relação entre o bloqueio dos
receptores da serotonina e o bloqueio dos receptores da dopamina
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EFEITOS ADVERSOS
Os AP são seguros, com baixa mortalidade em intoxicação. Os EA podem ser neurológicos e não neurológicos.
NÃO-NEUROLÓGICOS
- Farmacológicos:
- Sexuais: anorgasmia nas mulheres, disfunção eréctil e ejaculatória
- Cardio-vasculares: hipotensão, ECG: prolongamento QT, depressão ST, ondas U. Mais frequente com
clorpromazina e tioridazina
- Pele: rash; fotosensibilidade com clorpromazina; pigmentação mais escura nas áreas expostas
- Sangue: granulocitopénia e trombocitopénia raras com os típicos, mecanismo alérgico ou tóxico; clozapina
provoca neutropénia em 2-3% dos casos - desde o início até 6 meses do tratamento, em média às 8S;
independente da dose e da duração do tratamento; fazer hemogramas semanais (++ primeiras 18S)
- Olhos: aumento da pressão intra-ocular em pessoas com glaucoma de ângulo fechado; fenotiazinas causam
depósitos no cristalino e córnea a longo prazo; tioridazina em altas doses (>600mg) e longos períodos -
retinopatia pigmentar – cegueira (Melleril foi retirado do mercado)
- Gerais: sedação, obnubilação, torpor. Depressão? - a depressão pode fazer parte do quadro de esquizofrenia -
50-60% dos doentes internados apresentam sintomas depressivos e 25-30% podem apresentar depressão
major após a psicose aguda. Lentificação subjectiva, falta de interesse e iniciativa e ineficiência do pensamento
relacionados com as acções extrapiramidais. Diminuem o limiar convulsivo e favorecer convulsões. Maior risco
com clorpromazina (1%) e clozapina (4%). Hipotermia, principalmente com clorpromazina
NEUROLÓGICOS - EXTRA-PIRAMIDAIS
Dois grandes síndromes: hipercinético e bradicinético. Em relação ao início podem ser: agudos (horas-dias),
intermédios (semanas-meses) e tardios (meses-anos)
- Acatisia - actividade forçada de inquietação motora (o doente está em atividade involuntária permanente).
Aparecimento a partir da segunda semana. 80 a 90% dos casos até às 10 semanas. Neurofisiologia: bloqueio
das vias dopaminérgicas mesocorticais? Terapêutica: redução do antipsicótico, propranolol ou BZD
- Distonia tardia: é um distúrbio do movimento com apresentação semelhante às distonias idiopáticas familiares
(ex. blefarospasmo ou torcicolo) mas induzido pelos antipsicóticos. O tratamento é insatisfatório - as opções
são: clozapina ou injecção de toxina botulínica no grupo muscular afectado
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- Há mais de um século (antes de existirem antipsicóticos) que uma situação de psicose, febre, sinais
neurológicos (catalepsia e rigidez), disfunção autonómica (taquicardia, diaforese e PA lábil) com evolução fatal, é
descrita como mania de Bell, catatonia mortal, mania delirante aguda. Stauder (1934) designa-a como
catatonia letal
- Clínica:
- Alterações motoras: contração muscular generalizada (rigidez) que se pode acompanhar de disfagia e
dispneia
- Laboratório:
- Leucocitose
- Complicações:
- Pneumonia
- Tromboembolismo
- Mortalidade de 10%
- Terapêutica:
- Dantroleno - relaxante muscular também administrado na hipertermia maligna da anestesia (esta síndrome
também pode ocorrer depois da administração de certos anestésicos)
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS
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2. TRATAMENTOS PSICOLÓGICOS
O grande fundador das psicoterapias foi Sigmund Freud, um neurologista austríaco. Naquela altura havia
um grande interesse sobre os “quadrso histéricos” (cegueiras histéricas, paralisias histéricas, mutismos
histéricos, etc.) - a população mais afetada eram as mulheres. Freud começa a desenvolver uma
conceptualização teórica de uma manifestação de uma energia reprimida e desenvolve a psicanálise, que
mais tarde originou diversas correntes.
Depois da 2ª GM, surgiu uma nova raiz de psicoterapias, inspirada nos trabalhos de Pavlov
(condicionamento animal). O centro do prazer condiciona muito o comportamento, e tem um papel muito
importante nas dependências (a substâncias ou mesmo a comportamentos). As terapias
comportamentais trabalham sobre essas motivações e esses estímulos, reduzindo a sua acção -
descondicionamento. Hoje em dia as terapias comportamentais são um pouco mistas – cognitivo-
comportamentais.
Classificação segundo a técnica: Classificação segundo o número de doentes a participar:
- Eclética
- Terapia individual
- Psicodinâmica
- Terapia de casal
- Cognitivo-comportamental
- Terapia familiar
- Outra
- Terapia de pequenos e grandes grupos
- Cuidados moderadamente complexos e fornecido pela maioria dos profissionais de saúde mental:
inclui uma terapia cognitivo-comportamental mais simples e breves psicoterapias dinâmicas. Estes
tratamentos são geralmente parte de uma abordagem que inclui fármacos e intervenções sociais
A psicoterapia pode atuar ao nível da consciência (1), comportamento (2) e emoções (3):
1. T. verbais: 2. T. comportamentais: 3. T. emocionais:
- Consciencialização
- Estímulos condicionados
- Vinculação
- Catarsis
(Reforço negativo/positivo)
- Exteriorização
1. Das duas pessoas em relação, o terapeuta deve ser o mais congruente / emocionalmente saudável
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PSICOTERAPIA INTERPESSOAL
Foi desenvolvida por Klerman et al. (1984) para abordar as relações interpessoais dos doentes
deprimidos. Ajuda o doente a reconhecer que a depressão é uma doença e que ele ele sofre dela. O
tratamento está altamente estruturado. Apresenta boa evidência de resultados adolescentes e adultos
deprimidos, distimia e bulimia nervosa.
Aborda 4 áreas:
- Luto e perda
- Conflito de papéis e Transição de papéis: os doentes são ajudados a identificar as questões na disputa,
bem como as diferenças entre seus valores e os valores dos outros. São ajudados a reconhecer as
suas contribuições para problemas que atribuem a outra pessoa
- Usada para ajudar uma pessoa a lidar com certas dificuldades, como doença mental ou física grave,
ser cuidador de um doente perto da morte,…
- Elementos básicos: relação terapêutica de confiança e suporte, ouvir com atenção e respeitar as
preocupações do doente, informar e aconselhar o doente no timing certo, de forma gradual e ao seu
ritmo, promover a libertação e aceitação de emoções, encorajar a esperança de forma realista e
persuasão para ajudar o doente a tomar decisões ou fazer ações difíceis mas necessárias.
- O tema central do pensamento psicanalítico foi-se modificando - o instinto, impulso e líbido foram
substituídos pelos afectos
- A ansiedade e depressão são os afectos dolorosos + comuns que levam os doentes a procurar ajuda
- Grupos de auto-ajuda podem dar um suporte importante a alguns doentes e parentes de forma muito
eficaz porque a ajuda vem de outras pessoas que sofreram com os mesmos problemas.
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TERAPIA COMPORTAMENTAL
- John Watson (1878-1958), norte-americano, fundador do comportamentalismo
- B.F. Skinner (1904-1990): o meio selecciona o comportamento através das suas consequências. Leis
do condicionamento operante: valor do reforço positivo e da extinção. A atenção é focada não nos
estímulos mas nas consequências
TERAPIA COGNITIVA
- A. T. Beck (1921- ): fundador da terapia cognitiva para a depressão e autor de duas escalas com
divulgação mundial – Escala de Depressão e Escala de Ansiedade de Beck
A integração da abordagem cognitiva com a terapia comportamental originou a TCC com fortes
argumentos:
- Duração breve
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
- Paradigma da Aprendizagem Social (A. Bandura, 1961) - importante paradigma de transição entre as
perspectivas comportamentalistas e cognitivas
- Modelagem cognitiva:
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- A modelagem não é imitação, é a aprendizagem de uma regra - um componente cognitivo abstracto.
Assim é possível a modelagem de um discurso interno. Modelagem é assumir como modelo algo ou
alguém ”ideal” com que nos queremos identificar e assimilar um conjunto de atitudes, postura,…
- Teoria da auto-eficácia: os julgamentos que as pessoas fazem acerca da sua eficácia pessoal são os
melhores preditores do seu envolvimento e persistência em diferentes tarefas
Estratégias terapêuticas:
1. Exposição de modelagem ou observação
Técnicas comportamentais:
- Treino de relaxamento: técnica comportamental muito simples, muito usada na ansiedade, insónia
inicial e hipertensão ligeira. No relaxamento progressivo, os doente são treinados a relaxar grupos
musculares individualmente, um a um, e a regular a respiração. Exige prática regular
- Inundação: o doente entra na situação mais temida desde o início, e fica lá até que a ansiedade
diminua. Este processo é repetido com outros estímulos igualmente ansiogénicos. Pouco usado.
- Exposição com prevenção de resposta: usado para os rituais obsessivos. A pressão para o ritual
diminui se o doente conseguir resistir por períodos de ~1 hora. Por exemplo, tocar numa maçaneta
‘contaminada’ e não lavar as mãos na hora seguinte, ou, num grau acima, limpar a casa sem lavar as
mãos. No início, o terapeuta acompanha o doente, mas depois este deve ser capaz de praticar sozinho.
- Treino de competências sociais: treinar o contacto visual, começar uma conversa,… através de
modelação, prática guiada, role-play, video-feedback,… Útil em epssoas com ansiedade social, para
aumentarem a auto-confiança, e ainda em adolescentes com autismo e Asperger. Inclui modalidades
como treino de assertividade e gestão de raiva.
Técnicas cognitivas:
4 métodos de restruturação cognitiva:
- Neutralização dos pensamentos que provocam ansiedade (exemplo: ‘o meu coração está a bater
rápido porque eu estou ansioso, e não porque tenho alguma doença’)
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- O terapeuta deve identificar as regras não verbalizadas, os desentendimentos acerca de quem faz as
regras e as formas de comunicação distorcidas.
- Por vezes usa-se o questionário circular - uma pessoa é convidada a comentar os relacionamentos dos
outros - por exemplo, a mãe pode ser questionada sobre como o marido se relaciona com o filho, e
outros são solicitados a comentar sua resposta. O objetivo é descobrir e esclarecer visões confusas ou
conflutuosas. Uma hipótese acerca do funcionamento da família é então construída e apresentada à
família, que deve considerá-la durante e entre as sessões. A família pode ser solicitada a tentar adotar
outros comportamentos. Às vezes, o terapeuta provoca mudanças com injunções paradoxais
destinadas a estimular a família a fazer mudanças. Injunções paradoxais são sugestões impossíveis ou
contra-intuitivas que forçam a família a confrontar as suas motivações ocultas ou inaceitáveis
- Um sistema tem interacções variáveis, mantendo um conjunto pelo jogo recíproco dos seus
elementos
3. TRATAMENTOS DE REABILITAÇÃO
Doentes com perturbações graves (como psicose ou doença bipolar) que alterem a sua integração na
sociedade, precisam de um programa de reabilitação, que consiste na tentativa de dar utilidade às
competências da pessoa, às suas características mais positivas. Desta forma, procura-se que a pessoa
tenha uma vida mais satisfatória e previna perdas decorrentes da doença. É uma modalidade
multidisciplinar: médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, psicomotricista, terapeuta ocupacional,
…
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Finalidades:
- Capacitar a pessoa para assumir um papel socialmente relevante
Meios:
- Acesso a cuidados de saúde
- Hospital de Dia
- Residências supervisionadas
- Apoio no domicílio
- Fórum socio-ocupacional
- Formação
- Requalificação profissional
- Emprego protegido
- Empresas sociais
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