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Semiologia em

Psicopatologia
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Semiologia em Psicopatologia

• Semiologia = estudos dos sinais e dos sintomas


• Semiotécnica = técnicas e procedimentos
específicos de observação e coleta de sinais e
sintomas, assim como da descrição de tais sintomas
• Semiogênese = é o campo de investigação da
origem, dos mecanismos de produção, do significado
e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas.

Dalgalarrondo (2018)
Semiologia em Psicopatologia
• Signos para a Psicopatologia:
• Estudo dos sinais e sintomas das enfermidades, incluindo identificação de alterações
físicas e mentais, ordenação de fenômenos observados e formulação de diagnóstico.

• Sinais e sintomas são signos da psicopatologia:

• Sintomas – são subjetivos e aparecem nas queixas dos pacientes:


• Ex: Dor, escuta alucinatória, sentimento de tristeza.

• Sinais - Comportamentos objetivos e verificáveis:


• Ex.: Flexibilidade cérea, solilóquio, semblante de tristeza
“Querido, tenho certeza de que estou
enlouquecendo de novo. Sinto que não podemos
passar por outra daquelas terríveis fases. E desta
vez não ficarei curada. Começo a ouvir vozes, e
não posso me concentrar.” – Virginia Woolf
Semiologia em Psicopatologia

• Não existem sintomas patognomônicos


em psicopatologia, mas a totalidade dos
dados clínicos momentâneos e evolutivos
conduz ao diagnóstico.

• O diagnóstico psicopatológico, muitas


vezes, só é possível com a observação do
curso da doença.
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Sinais e Sintomas

● Tristeza ?
● Alucinação ?
● Comer compulsivo ?
● Delírio ?
● Medo irracional ?
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Sinais e Sintomas

TB II
TEPT
● Tristeza
EDM e TDP (distimia)
● Alucinação (...)
● Comer compulsivo
● Delírio
● Medo irracional
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Sinais e Sintomas

EDM c/ s.p.
● Tristeza TOC c/ s.p.
Esquizofrenia
● Alucinação
Transt. Psicóticos
● Comer compulsivo Uso de subs (alucinógeno)
(...)
● Delírio
● Medo irracional
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Sinais e Sintomas

● Tristeza
EDM
● Alucinação TCA
● Comer compulsivo Bulimia
● Delírio Alotriofagia
● Medo irracional (...)
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Sinais e Sintomas

● Tristeza
● Alucinação Esquizofrenia
● Comer compulsivo TOC c. s/p
EDM c. s/p
● Delírio
Uso de sub. (alucinógeno)
● Medo irracional Uso de sub. (maconha)
(...)
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Sinais e Sintomas

● Tristeza
● Alucinação
● Comer compulsivo Hipocondria
● Delírio Ansiedade Social
● Medo irracional Fobia específica
T. Pânico
(...)
Sofrimento psíquico como Teoria dos humores (fleuma, Possessão demoníaca
castigo dos deuses sangue, biles)
Doença do espírito. Kraepelin: Doenças psiquiátricas
Insanos vistos como Pinel: Loucura como doença causadas por desordens
fracos. Exclusão. a ser tratada; Manicômios. genéticas.
Freud: O sofrimento pode Síndromes: demências precoces
ser amenizado pela fala. (esquizofrenia)
Outras formas de tratar; 1954 – Clopromazina Fenomenológica-descritiva;
Desenvolvimento de Aumento de pessoas com ateórica
medicamentos. diagnósticos e usando
medicação.
Etiologia dos transtornos mentais
• Afirmar que uma doença mental é causada por uma alteração no funcionamento do
cérebro, ou por condicionamento, ou por mecanismos de defesa inconscientes, é
aceitar um modelo linear um uni-dimensional, “que tenta traçar as origens do
comportamento a uma única causa” (Barlow & Durand)

• Modelos mais contemporâneos buscam interpretar as alterações do comportamento


como resultantes de múltiplas influências;

• Perspectiva sistêmica: “implica que qualquer influência particular contribuindo para a


psicopatologia não pode ser considerada fora do contexto [que], nesse caso, refere-se
à biologia e ao comportamento do indivíduo, bem como ao ambiente cognitivo,
emocional, social, e cultural”
CLASSIFICAÇÃO
DOS
PSICOFÁRMACOS
Aspectos gerais
Psicofármacos Etapas de tratamento:
•São substâncias que alteram a •Início
atividade psíquica, aliviando sintomas •Estabilização
de transtornos psiquiátricos ou •Manutenção
promovendo alterações na percepção •Retirada
e no pensamento.
CLASSIFICAÇÃO
Grupo 1: estimulantes do SNC Grupo 2: depressores do SNC
São fármacos que produzem um estado de Depressores ou psicolépticos são fármacos
alerta e aumento da vigília. que diminuem ou inibem a atividade do
Segundo a OMS, produzem alterações de SNC.
comportamento, humor e cognição, possuindo Geralmente estão associados a alguma ação
grande propriedade reforçadora, sendo, analgésica.
portanto, passiveis de autoadministração Exemplos: álcool, tranquilizantes ou
(indivíduos usam para o seu próprio prazer, sem
indicação médica). calmantes, soníferos, inalantes, solventes
(cola de sapato, tinta, removedores) e
Exemplos: anfetamina, cocaína e cafeína. opiáceos (morfina).
Grupo 3: perturbadores do SNC
Também conhecidos como psicoticomimeticos, psicodélicos ou psicometamorficos não
alteram o cérebro de forma quantitativa, não ativam e nem inibem o SNC;
eles promovem uma mudança qualitativa do funcionamento, provocam uma ação
perturbadora e o cérebro passa a funcionar de maneira desordenada.
Exemplos: mescalina, ecstasy e maconha.
PRINCIPAIS
CLASSES DE
PSICOFÁRMACOS
PRINCIPAIS CLASSES DE PSICOFÁRMACOS

Ansiolíticos e hipnóticos
Antipsicóticos
Antidepressivos
Estabilizadores do Humor
Antipsicóticos

• Também conhecidos como neurolépticos;


• São substâncias químicas, em geral sintéticas, capazes de atuar seletivamente sobre as células nervosas que regulam
os processos neuroquímicos

São medicamentos inibidores das funções psicomotoras (excitação e agitação)

Atenuam distúrbios psicóticos

delírios alucinações
Antipsicóticos
Classificação

• Antipsicóticos típicos
-sedativos → principal efeito sedação.
Indicação: agitação psicomotora

-incisivos → principal efeito remoção de delírios e alucinações.  capacidade de sedação.

• Antipsicóticos atípicos
• menor risco de efeitos neurológicos
• melhor eficácia em relação aos sintomas negativos
• eficaz em pacientes que não respondem aos típicos
Antipsicóticos - classificação

Típicos incisivos Típicos sedativos Atípicos


FLUFENAZINA CLORPROMAZINA AMISULPRIDA
HALOPERIDOL LEVOMEPROMAZINA CLOZAPINA
PENFLURIDOL SULPIRIDA OLANZAPINA
PIMOZIDA TIORIDAZINA QUETIAPINA
PIPOTIAZINA TRIFLUOPERAZINA RISPERIDONA
ZUCLOPENTIXOL ZUCLOPENTIXOL
ZIPRASIDONA
Outros efeitos

Antipsicóticos – efeitos colaterais


Autonômico secura da boca e da pele, constipação intestinal,
dificuldade de acomodação visual, retenção urinária
Cardiovascular Hipotensão
Endócrino Produção elevada de prolactina (hiperprolactinemia)
Gastrintestinal Constipação intestinal
Dermatológico Rash cutâneo, fotossensibilização,
aumento da pigmentação
Oftalmológico Depósito de pigmentos no cristalino por
Clorpromazina
• O acúmulo destas drogas no núcleo da base e no hipotálamo,
produz uma síndrome extrapiramidal complexa, caracterizada
por:

• a) Alterações do psiquismo (redução da iniciativa, aumento do


tempo de respostas aos estímulos perceptivos).
Impregnação
neuroléptica • b) Alterações da motricidade (hipocinesia global,
incoordenação motora, tremores de extremidade).
(Toxicidade)
• Alterações neurovegetativas (hipertermia, amenorréia na
mulher, retardamento da ejaculação no homem, inversão no
ritmo sono-vigília).

• Tratamento: anti-histamínicos/ anti-colinérgicos


Ansiolíticos
Ansiolíticos:
Os ansiolíticos, também conhecidos como tranquilizantes ou sedativos, são uma
classe de psicofármacos usados para tratar distúrbios de ansiedade.
Mecanismo de Ação: A maioria dos ansiolíticos age no sistema nervoso central,
afetando a neurotransmissão de substâncias químicas como o ácido gama-
aminobutírico (GABA), que tem um efeito calmante no cérebro.
Indicações: Os ansiolíticos são frequentemente prescritos para tratar
transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada (TAG),
transtorno do pânico, fobias sociais e transtorno de estresse pós-traumático
(TEPT).
Ansiolíticos
Efeitos Colaterais: Os ansiolíticos podem causar sonolência, tonturas, boca seca, problemas de
coordenação e, em alguns casos, dependência quando usados em excesso ou por um longo período.
Portanto, é importante usá-los estritamente de acordo com a prescrição médica.
Dependência e Uso Prolongado: Devido ao potencial de dependência, os ansiolíticos, principalmente as
benzodiazepinas, geralmente são prescritos apenas por curtos períodos. O uso prolongado pode levar à
tolerância e à necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito.
Interação com Álcool e Outras Substâncias: O uso de ansiolíticos com álcool ou outras substâncias
depressoras do sistema nervoso central pode ser perigoso e potencialmente fatal. Deve-se evitar o
consumo conjunto.
Monitoramento Médico: É essencial que os pacientes em tratamento com ansiolíticos sejam
acompanhados de perto por um profissional de saúde para avaliar a eficácia do tratamento, ajustar a
medicação conforme necessário e monitorar os efeitos colaterais.
Terapia Comportamental: Os ansiolíticos não devem ser a única abordagem no tratamento de transtornos
de ansiedade. S terapia cognitivo-comportamental (TCC), é frequentemente recomendada em conjunto
com a medicação para abordar as causas subjacentes da ansiedade.
Antidepressivos
Os antidepressivos são uma classe de medicamentos psicotrópicos
desenvolvidos para tratar transtornos de humor, com ênfase especial no
tratamento da depressão.
Mecanismo de Ação:
Os antidepressivos funcionam aumentando a disponibilidade de
neurotransmissores, como a serotonina, noradrenalina e dopamina, no cérebro.
Isso ajuda a melhorar o humor, reduzir a tristeza e aumentar a sensação de bem-
estar.
Antidepressivos
Indicações:
Os antidepressivos são prescritos principalmente para tratar:
Transtorno Depressivo Maior (depressão clínica)
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
Transtorno do Pânico
Transtorno Dismórfico Corporal (TDC)
Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)
Transtorno Afetivo Bipolar (em combinação com estabilizadores de humor)
Transtorno de Personalidade Limítrofe (em alguns casos)
Antidepressivos
Efeitos Colaterais:
Os antidepressivos podem causar uma série de efeitos colaterais, que variam de acordo com o
tipo de medicamento e a pessoa. Alguns efeitos colaterais comuns incluem náuseas, insônia,
sonolência, ganho ou perda de peso, diminuição da libido e boca seca.
Tempo de Resposta:
Os antidepressivos geralmente não produzem resultados imediatos. Pode levar algumas
semanas para que os efeitos terapêuticos se tornem evidentes. Os pacientes devem ser
informados sobre a importância de continuar tomando a medicação conforme prescrito, mesmo
que não vejam melhorias imediatas.
Antidepressivos
Uso a Longo Prazo:
Em muitos casos, o tratamento antidepressivo é recomendado a longo prazo para evitar
recaídas. A interrupção prematura do tratamento pode aumentar o risco de recorrência da
depressão.
Terapia Complementar:
Antidepressivos geralmente são usados em conjunto com a psicoterapia. A combinação de
medicamentos e terapia pode ser mais eficaz no tratamento da depressão do que qualquer uma
das abordagens isoladamente.
Monitoramento Médico:
O uso de antidepressivos requer acompanhamento médico regular para avaliar a resposta ao
tratamento, fazer ajustes de dosagem quando necessário e monitorar a ocorrência de efeitos
colaterais.
Estabilizadores de humor
Os estabilizadores de humor são uma classe de medicamentos usados para tratar o transtorno
bipolar, uma condição caracterizada por oscilações extremas de humor, que incluem episódios
maníacos (elevação do humor) e episódios depressivos (baixa do humor).
Indicações para Estabilizadores de Humor:
Os estabilizadores de humor são prescritos principalmente para estabilizar as flutuações de
humor e prevenir a ocorrência de episódios maníacos ou depressivos.
Eles também podem ser usados em combinação com outros medicamentos, como
antidepressivos ou antipsicóticos, dependendo da fase do transtorno.
Estabilizadores de humor
Tipos de Estabilizadores de Humor:
Lítio: O lítio é o estabilizador de humor mais antigo e amplamente utilizado. Ele é eficaz na
prevenção de episódios maníacos e depressivos.
Anticonvulsivantes: Medicamentos como valproato, carbamazepina e lamotrigina são
frequentemente usados como estabilizadores de humor. Eles ajudam a estabilizar o humor e
prevenir episódios maníacos.
Antipsicóticos Atípicos: Alguns antipsicóticos atípicos, como aripiprazol e quetiapina, também
têm propriedades estabilizadoras de humor e são usados no tratamento do transtorno bipolar.
Estabilizadores de humor
Efeitos Colaterais:
Os estabilizadores de humor podem ter efeitos colaterais, que variam de acordo com o medicamento.
Alguns efeitos colaterais comuns incluem ganho de peso, tremores, sonolência, tontura e distúrbios
gastrointestinais.

Uso a Longo Prazo:


O tratamento com estabilizadores de humor é frequentemente a longo prazo para manter os
sintomas sob controle e prevenir recaídas.

Terapia Complementar:
A psicoterapia e a terapia interpessoal, pode ser uma parte importante do tratamento do transtorno
bipolar em conjunto com medicamentos.
CHENIAUX Junior, Elie. Manual de
psicopatologia - 5. ed. - Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2015. Cap. 01

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e


semiologia dos transtornos mentais – 3.
REFERÊNCIAS: ed. – Porto Alegre : Artmed, 2019. Cap. 01

SADOCK, Benjamin James; SADOCK,


Virginia Alcott. Compêndio de psiquiatria:
ciência do comportamento e psiquiatria
clínica. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
Cap. 05 e 06

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