ANTIPSICÓTICOS OU NEUROLÉPTICOS • Os antipsicóticos ou neurolépticos são classificados em tradicionais ou típicos, também chamados de primeira geração e atípicos ou de segunda geração.
• Esta divisão está relacionada com seu mecanismo
de ação - predominantemente bloqueio de receptores da dopamina (D) nos típicos, e bloqueio dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos (5HT) nos atípicos, o que acarreta um diferente perfil de efeitos colaterais, em geral melhor tolerados nestes últimos. • ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS: Bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2 (o bloqueio desses receptores acarreta melhora dos sintomas psicóticos positivos); têm maior efeito no controle dos sintomas positivos e maior freqüência de efeitos extrapiramidais (distonia aguda, acatasia, parkinsonismo, discinesia tardia, síndrome neuroléptica maliga). Além dos efeitos extrapiramidais, apresentam como efeito colateral conseqüentes disfunções sexuais, alterações menstruais).
• São exemplos de antipsicóticos típicos: Haloperidol
(Haldol®), Clorpromazina (Amplictil®). • ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS: Bloqueiam os receptores dopaminérgicos D2 (controle dos sintomas positivos) e os receptores serotoninérgicos 5HT2A (controle dos sintomas negativos), apresentando uma eficácia mais ampla em relação aos típicos, já que atuam tanto sobre os sintomas positivos como sobre os sintomas negativos. Seus efeitos colaterais são: ganho de peso, síndrome metabólica.
• São exemplos de antipsicóticos atípicos: risperidona,
ziprasidona, olanzapina, quetiapina, clozapina, aripiprazol. PRINCIPAIS PSICOFARMACOS
• Postula-se que a ação terapêutica dos antipsicóticos deva-se ao
bloqueio dos receptores dos sistemas dopaminérgicos mesolímbico e mesofrontal, podendo haver forte bloqueio de todos os subtipos de receptores (D1, D2, D3 e D4).
• A superatividade das vias neuronais de dopamina no nível do
sistema límbico cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia. O receptor mais importante dessas vias é o receptor dopaminérgico D2. Os antipsicóticos funcionam como antagonistas do receptor D2, diminuindo a sua ativação pela dopamina endógena. Os efeitos de controle sobre os sintomas da esquizofrenia surgem quando 80% dos receptores D2 estão bloqueados pelo antagonista. INDICAÇÕES
• Os antipsicóticos são indicados na esquizofrenia
(episódios agudos, tratamento de manutenção, prevenção de recaídas), nos transtornos delirantes, em episódios agudos de mania com sintomas psicóticos ou agitação, no transtorno bipolar do humor, na depressão psicótica em associação com antidepressivos, em episódios psicóticos breves, em psicoses induzidas por drogas, psicoses cerebrais orgânicas, controle da agitação e da agressividade em pacientes com retardo mental ou demência, transtorno de Tourette (haloperidol, pimozida, risperidona). AÇÃO CLÍNICA ESPERADA
• Atualmente, certos neurolépticos têm a capacidade de atuar nos
receptores serotoninérgicos, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico. • É importante lembrar que os neurolépticos são drogas sintomáticas. Não têm a função de curar uma doença psíquica. No entanto, na maioria dos casos, consegue-se eliminar os surtos de alucinações e ilusões, o que oferece ao paciente a possibilidade de distanciamento de sua própria doença, podendo, até mesmo, influenciar na acepção do seu estado doente. • Os neurolépticos não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente. Os neurolépticos atípicos podem melhorar a capacidade de concentração e de fala. Em algumas ocasiões, os neurolépticos, além de agirem antipsicoticamente, também mostram um efeito calmante. EFEITOS COLATERAIS E REAÇÕES ADVERSAS
• Efeitos Colaterais: Entre os efeitos colaterais provocados pelos
neurolépticos, o mais estudado é o chamado Impregnação Neuroléptica ou Síndrome Extrapiramidal. Essa situação é o resultado da ação do medicamento na via nigro-estriatal, onde parece haver um balanço entre as atividades dopaminérgicas e colinérgicas.
• Desta forma, o bloqueio dos receptores dopaminérgicos
provocará uma supremacia da atividade colinérgica e, consequentemente, uma liberação dos sintomas ditos extrapiramidais. Estes efeitos colaterais, com origem no Sistema Nervoso Central, podem ser divididos em cinco tipos: Reação Distônica Agúda; Parkinsonismo Medicamentoso; Acatisia: A Acatisia; Discinesia Tardia e Síndrome Neuroléptica Maligna: • Além dos efeitos adversos dos neurolépticos tradicionais sobre o Sistema Nervoso Central, são observados reflexos de sua utilização em nível sistêmico. São seis as principais ocorrências colaterais: Efeitos Autonômicos; Cardiovasculares; Endocrinológicos; Gastrintestinais; Oftalmológicos e Dermatológicos.
• Outros efeitos colaterais: Endócrinos por aumento dos níveis de
prolactina: aumento e dor nos seios, galactorréia, amenorréia e da lubrificação vaginal, desencadeamento de diabete cardiociculatórios por bloqueio de receptores -1 adrenérgicos: hipotensão ortostática, e taquicardia mais comuns nos tradicionais mais sedativos (clorpromazina, tioridazina, levomepromazina) ; centrais: sedação, sonolência, tonturas e ganho de peso especialmente com a clozapina e a olanzapina. Diversos: hipersalivação (clozapina), boca seca, visão borrada, constipação intestinal; disfunções sexuais diversas: ejaculação retrógrada, diminuição do volume ejaculatório, ejaculação dolorosa, diminuição da libido, disfunção erétil, anorgasmia e orgasmo retardado. OBSERVAÇÕES GERAIS
• Os antipsicóticos ou neurolépticos são
medicamentos inibidores das funções psicomotoras, a qual pode encontrar-se aumentada em estados, por exemplo, de excitação e de agitação.
• Paralelamente eles atenuam também os sintomas
neuro-psíquicos considerados psicóticos, tais como os delírios e as alucinações. São substâncias químicas sintéticas, capazes de atuar seletivamente nas células nervosas que regulam os processos psíquicos no ser humano e a conduta em animais. • Os neurolépticos são drogas lipossolúveis e, com isso, têm facilitada sua absorção e penetração no Sistema Nervoso Central.
• Os antipsicóticos têm sua primeira passagem pelo
fígado, portanto, sofrem metabolização hepática.
• A grande maioria dos neurolépticos possui meia vida
longa, entre 20 e 40 horas, e esse conhecimento é importante na medida em que permite prescrição em uma única tomada diária. Outra consequência desta meia vida longa é o fato de demorar aproximadamente cinco dias para se instalar estado estável da droga no organismo. • Por causa disso, o uso contínuo dos antipsicóticos resulta num acúmulo progressivo no organismo, até que o nível se estabilize depois de alguns dias.
• O equilíbrio ideal seria atingir uma situação
onde a quantidade absorvida seja igual à excretada. Neste momento ocorre chamado de Equilíbrio Plasmático.