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Linfoma
oncologia
1) Compreender a classificação das
neoplasias hematológicas conforme
OMS 2016. Neoplasias mieloides,
neoplasias linfoides, neoplasias com
diferenciação linfoide e mieloide
(subclassificar apenas as linfoides, as
mieloides vão ser classificadas em
outro problema).
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
Neoplasias linfoides
Estadiamento
• O sistema de estadiamento
anatômico, atualmente empregado e
endossado pela Associação Americana
de Câncer (American Joint Committe
on Cancer - AJCC)15, é o Sistema de Doença de Hodgkin
Estadiamento de Ann Harbor.
Epidemiologia
• Todos os pacientes devem ser
classificados quanto à presença (B)
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
• Nos EUA, cerca de 7.500 novos casos mediastinal é de mais de um terço, o
são diagnosticados a cada ano maior diâmetro do tórax em
(aproximadamente 2,9 por 100 mil). radiografia de tórax posteroanterior
Os homens são acometidos com (PA), o comprometimento
frequência ligeiramente maior do mediastinal é considerado maciço.
que as mulheres (M:F de 1,4:1). A Ocorrem sintomas B em 20 a 25% dos
doença de Hodgkin responde por casos.
cerca de 11% de todos os linfomas e
• A doença tende a começar nos
é quase tão comum quanto o mieloma
linfonodos cervicais (mais
múltiplo. Possui uma distribuição
comumente do lado esquerdo que do
etária bimodal, sendo o primeiro pico
lado direito) e avança para grupos
observado no final da segunda
contíguos de linfonodos. O baço
década, e o segundo pico, numa fase
constitui, com mais frequência, o
avançada da vida.
primeiro local intra-abdominal. Como
Fatores de risco o baço carece de linfáticos aferentes, o
seu comprometimento implica uma
• A etiologia não é conhecida. disseminação hematogênica.
Agricultores e pessoas que
trabalham com madeira e com carne • O fígado nunca é afetado, a não ser
apresentam um risco ligeiramente que o baço esteja acometido. O
aumentado. comprometimento do anel de
Waldeyer ou dos linfonodos
• Um pequeno aumento no risco está epitrocleares é raro. O
associado a um desequilíbrio da comprometimento extranodal
ligação HLA. A doença genética e a também é incomum; quando
ataxia-telangiectasia podem ser presente, a medula óssea, o fígado, o
complicadas pela doença de Hodgkin, pulmão, a pleura e o pericárdio
que ocorre com frequência constituem os locais mais comumente
aumentada em pacientes com Aids. acometidos.
O gêmeo idêntico de uma pessoa
acometida tem um risco 99 vezes • Em pacientes com sintomas B, o
maior de desenvolver a doença. padrão da febre pode ser
intermitente. A febre de Pel-Ebstein
• Foram observados casos agrupados descreve um padrão em que a febre é
em algumas áreas geográficas, e os observada de modo mais ou menos
estudos moleculares implicaram o contínuo por 1 ou 2 semanas, seguida
vírus Epstein-Barr (EBV) na de períodos afebris de duração
patogenia de alguns casos, semelhante. Entretanto, a febre de
particularmente na América Central e Pel-Ebstein é incomum. Quando
na América do Sul, bem como em presente, tende a ocorrer todas as
pacientes com histologia celular noites e cai enquanto o paciente está
mista. dormindo, produzindo sudorese
Quadro clínico noturna profusa.
Câncer de próstata
oncologia
1) Compreender anatomia, fisiologia e pela gordura retroperitoneal no
histologia da próstata. espaço retropúbico;
Histologia
• A próstata é um conjunto de 30 a 50
glândulas tubuloalveolares
ramificadas que envolvem uma porção
da uretra chamada uretra prostática.
A próstata tem três zonas distintas: a
zona central (cerca de 25% do volume
da glândula), a zona de transição e a
zona periférica (cerca de 70% da
glândula); seus ductos desembocam
na uretra prostática.
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
• As glândulas produzem secreção e a Raça
armazenam para expulsála durante a
• A incidência do CaP é cerca de 70%
ejaculação. Da mesma maneira como a
maior em negros e 70% menor em
vesícula seminal, a estrutura e a
índios, quando comparada com a
função da próstata são reguladas por
frequência em brancos. Ademais, a
testosterona.
mortalidade pela doença é cerca de
• Pequenos corpos esféricos formados três vezes maior em negros,
por glicoproteínas, medindo 0,2 a 2 contribuindo para isso, não apenas
mm de diâmetro e frequentemente fatores genéticos, mas também menor
calcificados, são frequentemente acesso aos cuidados de saúde. No
observados no lúmen de glândulas da Brasil, índios da tribo Parkategê, do
próstata de adultos. Eles são Pará, apresentaram aumento
chamados concreções prostáticas ou expressivo da incidência do CaP
corpora depois de colonizados pelos brancos,
com dados sugerindo que a aquisição
• amylacea. Sua quantidade aumenta
de hábitos alimentares ocidentais
com a idade, porém seu significado não
possam ter sido responsáveis pelo
é conhecido.
fenômeno.
2) Elucidar a epidemiologia, fatores de
Dieta
risco e rastreamento/prevenção no
câncer de próstata. • A incidência do câncer da próstata é
muito alta em países escandinavos e
Epidemiologia baixa em países do Extremo Oriente.
• Nos EUA, a estimativa era de 238.590 De forma interessante, a doença é 11
homens com diagnóstico de câncer vezes mais comum em norte-
de próstata no ano de 2013, com americanos do que em japoneses que
29.720 mortes atribuíveis a esse residem no Japão. Essa frequência,
câncer. Essas estatísticas ressaltam contudo, iguala-se quando os
um paradoxo do câncer de próstata. japoneses passam a residir nos
Apesar de ser a segunda causa Estados Unidos, indicando que são
principal de morte por câncer em fatores ambientais ou dietéticos, e
homens nos EUA, apenas uma não a hereditariedade, os responsáveis
porcentagem relativamente pequena pelo fenômeno.
de homens com diagnóstico de câncer • Diferenças no consumo de gordura
de próstata morre dessa doença. animal talvez expliquem essas
• INCA: O câncer de próstata é o tipo variações geográficas, já que a ingestão
mais comum de câncer entre a de alimentos com alto teor de gordura
população masculina, representando é elevada na Escandinávia e baixa no
29% dos diagnósticos da doença no Extremo Oriente.
país. Dados do Instituto Nacional do História familiar
Câncer (INCA) apontam para 65.840
novos casos de câncer de próstata a • Indivíduos com antecedentes
cada ano, entre 2020 e 2022. Homens familiares de CaP têm maior chance
com mais de 55 anos, com excesso de de desenvolverem a doença. Os riscos
peso e obesidade, estão mais aumentam de 2,2 vezes quando um
propensos à doença. parente de 1º grau (pai ou irmão) é
acometido pelo problema, de 4,9 vezes
Fatores de risco quando dois parentes de 1º grau são
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
portadores do tumor e de 10,9 vezes rastreamento de PSA entre médicos e
quando três parentes de 1º grau têm a pacientes de 55 a 69 anos de idade.
doença. Nos casos hereditários, o
• Para homens que decidam se submeter
câncer manifesta-se mais
ao rastreamento, o PSA e o toque
precocemente, frequentemente antes
retal (TR) devem ser oferecidos a
dos 50 anos.
cada 1 a 2 anos. O rastreamento
Rastreamento/prevenção continuado é mais apropriado para
homens com expectativa de vida de
• Embora o rastreamento do PSA tenha
pelo menos 10 anos. Os fatores que
levado à detecção do câncer de
aumentam o risco de câncer de
próstata em estágios iniciais, não
próstata incluem ascendência
está bem claro se isso também levou a
africana subsaariana ou história de
melhores resultados nos homens que
câncer de próstata em um familiar
foram submetidos ao rastreamento.
de primeiro grau antes dos 65 anos
• Muitos cânceres detectados por de idade. Em homens que apresentam
rastreamento podem ser cânceres esses fatores de risco, o rastreamento
incidentais que nunca teriam deve ser iniciado aos 40 anos.
produzido sequelas clínicas durante a
TOQUE RETAL (TR)
vida do indivíduo. Tendo em vista essa
falta de evidências claras, a • Embora a maioria dos casos de câncer
Preventative Service Task Force, dos de próstata seja detectada por meio de
EUA, recomendou recentemente que o rastreamento do PSA, outros são
rastreamento de rotina do PSA não diagnosticados com base no TR
seja realizado, concluindo que anormal, na presença de níveis
“muitos homens são prejudicados em normais de PSA. Tanto o PSA quanto
consequência de um rastreamento para o TR devem ser incorporados no
câncer de próstata, enquanto poucos ou processo de rastreamento. Um
nenhum têm benefício”. nódulo palpável ou uma área
endurecida isolada no TR devem levar
• Essa recomendação deparou-se com
a uma suspeita, exigindo avaliação
forte resistência por parte das
imediata mais pormenorizada.
comunidades urológicas e oncológicas.
Esses grupos assinalam a dificuldade
de interpretar os estudos de
rastreamento do PSA, tendo em vista
os altos níveis de contaminação, e
que essa recomendação geral pode não
se aplicar a homens sadios jovens.
ESCORE DE GLEASON
• A graduação histológica do câncer de
próstata é descrita com o uso do
Fatores prognósticos sistema de graduação de Gleason.
Esse sistema atribui dois escores
• A oitava edição (2017) do manual da numéricos ao carcinoma. Em virtude
American Joint Committee on Cancer da heterogeneidade frequente
(AJCC), combina informações sobre a observada no câncer, o primeiro escore
extensão do tumor (T), número de descreve o padrão dominante, e o
linfonodos acometidos (N), presença segundo, o padrão secundário. Por
de metástases à distância (M), com exemplo, uma pontuação de Gleason 3
nível sérico do PSA e o grupo + 4 indica que o padrão primário é 3.
histológico do tumor primário para Um escore de Gleason 4 + 3 indica
classificação desses pacientes em predomínio do maior grau. Isso é
grupos prognósticos de acordo com o clinicamente importante, visto que o
risco de recorrência. prognóstico está relacionado
significativamente com o escore de
Graduação Histopatológica
Gleason primário.
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
• Na discussão do estadiamento do • Gleason de 2 a 4: existe cerca de 25%
câncer de próstata, a soma do escore de chance de o câncer disseminar-se
de Gleason, isto é, a soma das para fora da próstata em 10 anos, com
pontuações individuais, é comumente dano em outros órgãos, afetando a
fornecida com referência. Embora a sobrevida.
soma de Gleason seja uma das
• Gleason de 5 a 7: existe cerca de 50%
características prognósticas mais
de chance de o câncer disseminar-se
importantes, os escores primário e
para fora da próstata em 10 anos, com
secundário também devem ser
dano em outros órgãos, afetando a
relatados, visto que podem refinar o
sobrevida.
prognóstico do paciente. Por exemplo,
a soma de Gleason de 3 + 4 e 4 + 3 são • Gleason de 8 a 10: existe cerca de
ambas 7; porém, o câncer com a 75% de chance de o câncer
última soma tem prognóstico menos disseminar-se para fora da próstata
favorável. em 10 anos, com dano em outros
órgãos, afetando a sobrevida.
• Na ausência de câncer de próstata,
existem outros achados histológicos
comuns que justificam uma
consideração. A proliferação atípica
de pequenos ácinos (ASAP)
representa, com frequência, um
carcinoma com coleta
inadequadamente realizada, que
escapa de um diagnóstico definitivo.
Indica-se biópsia repetida.
• A neoplasia intraepitelial prostática
(NIP) de alto grau é comumente
encontrada em biópsia de próstata. O
significado desse achado é Classificação ISUP
controverso. A prática-padrão exige
monitoramento rigoroso e contínuo • A partir do Escore de Gleason, a
e nova biópsia desses pacientes. Sociedade Internacional de
Patologia Urológica (ISUP)
• A invasão perineural (IPN) é um enquadrou os indivíduos em cinco
achado frequentemente relatado em grupos de risco (Grau ISUP), de acordo
homens que apresentam câncer de com o padrão primário e secundário,
próstata. Alguns pesquisadores o que irá determinar se corresponde a
acreditam que isso esteja associado a um baixo, intermediário ou alto risco,
um maior risco de disseminação de acordo com outras informações de
extraprostática do tumor; porém, estadiamento.
tem sido um achado inconsistente.
• ISUP 1 = Escore de Gleason (3 + 3)
• ISUP 2 = Escore de Gleason (3 + 4)
OUTRAS OPÇÕES
Crioterapia
• O nitrogênio líquido, aplicado através
de sondas no períneo guiadas por
ultrassonografia transretal, foi usado
no tratamento do câncer de próstata
localizado. Esse procedimento foi
aprovado pela Food and Drug
Administration (FDA) e está sendo
utilizado nos EUA. Sua eficácia e
segurança estão bem menos definidas
do que as técnicas de cirurgia ou
radioterapia já mencionadas, tendo em
vista a falta de dados suficientes de
acompanhamento em longo prazo.
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
Câncer de cólon
oncologia
1) Compreender epidemiologia, fatores esporádica e não familiar. Os estudos
de risco (inclusive a sequência epidemiológicos realizados
adenoma-adenocarcinoma e síndromes demonstram risco aumentado de
genéticas), rastreamento e prevenção câncer colorretal nas seguintes
do câncer de colón. condições/características:
Síndromes hereditárias
• Menos de 10% dos cânceres de colo
estão associados a predisposição
herdada reconhecida a esse câncer. As
síndromes hereditárias mais comuns
são a polipose adenomatosa familiar
(PAF) e o câncer de colo sem
polipose hereditária (CCSPH). As
mutações do gene MYH também
estão associadas a uma predisposição
hereditária ao câncer de colo.
ESTADIAMENTO
• O processo de estadiamento do câncer
de colo baseia-se no sistema TNM do
American Joint Committee on Cancer
(AJCC) e substitui os sistemas
anteriores de Duke e de Astler-Collier.
Vias de disseminação
• A disseminação tumoral é um processo
complexo e não de todo esclarecido,
que pode ser dividido em cinco etapas:
1) invasão e infiltração de tecidos
subjacentes por células tumorais,
dada a permeação de pequenos vasos
linfáticos e sangüíneos; 2) liberação
na circulação de células neoplásicas,
tanto isoladas como na forma de
pequenos êmbolos; 3) sobrevivência
dessas células na circulação; 4) sua
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retenção nos leitos capilares de invade inicialmente os linfonodos
órgãos distantes; 5) seu mediastinais e, em seqüência, os
extravasamento dos vasos linfáticos supraclaviculares e cervicais. O
ou sangüíneos, seguido do mesmo se verifica com o câncer de
crescimento das células tumorais mama, que invade inicialmente os
disseminadas. linfonodos axilares homolaterais, só
posteriormente estendendo-se aos de
outras cadeias linfáticas
supraclaviculares, infraclaviculares,
cervicais, mediastinais e axilar
contralateral.
• Disseminação sangüínea - As
• As vias pelas quais o tumor dissemina metástases por via hematogênica têm
são: transcavitária, linfática e seu início quando células tumorais
sangüínea. invadem os vasos sangüíneos. As
veias e vênulas, por possuírem paredes
• Disseminação transcavitária - As mais frágeis, são mais facilmente
metástases transcavitárias (ou penetradas do que artérias e
transcelômicas) ocorrem quando arteríolas. As metástases por via
células de um tumor maligno arterial podem ocorrer, por exemplo,
penetram alguma cavidade corporal quando células metastáticas cruzam o
e aí crescem e disseminam-se. Na leito capilar pulmonar, quando
prática, as cavidades mais afetadas atravessam comunicações
são a peritoneal e a pleural, porém a arteriovenosas ou quando as próprias
pericárdica, subaracnóidea e articular metástases pulmonares funcionam
podem também ser atingidas. como foco de novas células tumorais
• Disseminação linfática - As capazes de metastatizar.
metástases linfáticas são geralmente o • Em todo o organismo, os órgãos que
padrão inicial de disseminação das mais são comprometidos por esse tipo
neoplasias de origem epitelial, de disseminação são, obviamente, os
podendo ser utilizada por outros tipos mais vascularizados: pulmão e fígado,
de tumor. Elas seguem a drenagem em parte por receberem,
linfática normal da área do tumor respectivamente, grande volume de
primário, ocupando os linfonodos sangue procedente das circulações
mais próximos e que recebem maior cava e porta, ossos e cérebro.
número de vasos linfáticos aferentes.
Exemplo disto é a disseminação • Os locais mais comuns de metástases
linfática do câncer de pulmão, que do CaCR são as cadeias linfáticas das
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artérias mesentérica superior e mobilidade e comprimento que
mesentérica inferior. Fígado, facilitem sua exteriorização pela
pulmões, ossos e SNC são os sítios parede abdominal (ROCHA, 2011).
mais comuns de metástases por via
hematogênica. O tumor também pode
disseminar-se por contiguidade,
invadindo o peritônio parietal
(carcinomatose peritoneal), a bexiga, a
vagina e outros órgãos vizinhos.
Estomia intestinal
• As estomias intestinais, dependendo
• As estomias intestinais são as mais da localização, podem apresentar
conhecidas entre as de eliminação, as características peculiares ao segmento
quais podem ser temporárias ou do intestino em que foi realizada,
permanentes/definitivas. São podendo ser classificadas conforme
temporárias quando o problema que apresentado no Quadro 3.
levou à sua confecção é sanado e
possibilita a reconstrução do
trânsito intestinal ou a reversão do
trato digestório cirurgicamente. Por
sua vez, as permanentes/ definitivas
são as que apresentam o segmento
distal do intestino grosso, na porção do
colo ascendente e sigmoide e o reto,
impedindo o restabelecimento do
trânsito intestinal (NASCIMENTO et
al., 2011).
Câncer de mama
oncologia
1) Debater sobre fatores de risco, câncer de mama. A exposição
rastreamento/prevenção de câncer de prolongada a estrogênios está
mama. (BRCA1 e BRCA2, recomendações associada a aumento do risco de
de prevenção baseadas no status câncer de mama. A exposição a
genético, discutir BIRADS da estrogênios é maior com menarca
mamografia). precoce, menopausa tardia e
nuliparidade ou primeira gestação
Fatores de risco após os 30 anos. O aleitamento
materno tem efeito protetor sobre o
• Aproximadamente metade das
risco de câncer de mama.
mulheres diagnosticadas com câncer
de mama apresentam fatores de risco • Nas pacientes pós-menopáusicas, a
identificáveis além de faixa etária e principal fonte de estrogênios é a
sexo. Há fatores hormonais e desidroepiandrosterona (DHEA),
reprodutivos específicos que produzida nas suprarrenais e
aumentam o risco de câncer de mama. subsequentemente metabolizada a
Além disso, alguns fatores ligados a estradiol e estrona. Nas mulheres
modo de vida, dieta e ambiente pós-menopáusicas, níveis mais altos
também são capazes de aumentar o de estrogênios mantêm correlação com
risco de câncer de mama. risco aumentado de câncer de mama.
• Antecedentes pessoais ou familiares • Maior densidade mineral óssea e
de câncer de mama, assim como maior densidade da mama à
história de doença benigna da mama mamografia, talvez representantes de
também aumentam o risco de evolução maior exposição a estrogênios em
para câncer de mama. longo prazo, também foram associados
a maior risco de câncer de mama.
Rastreamento
• A maioria dos especialistas norte-
americanos recomenda rastreamento
de câncer de mama, com mamografia
com ou sem exame clínico da mama
anualmente para mulheres com
mais de 50 anos de idade, e a cada 1
a 2 anos para aquelas com idade entre
40 e 49 anos.
• A salpingo-oforectomia bilateral
(SOB) profilática também deve ser
oferecida às mulheres com mutação
em BRCA1 ou BRCA2. Além da
redução no risco de câncer de ovário
em 90%, demonstrou-se que a SOB
reduz o risco de câncer de mama em
aproximadamente 50% em
portadoras pré-menopáusicas de
mutação que não tenham sido
submetidas à cirurgia profilática.
• As pacientes que optem por não
realizar mastectomias profiláticas
devem ser acompanhadas de perto
com rastreamento para câncer de
mama. Em geral, as diretrizes para
portadoras de mutação sugerem
mamografias anuais com início
entre 25 e 30 anos de idade, exames
clínicos da mama duas vezes ao ano e
autoexame das mamas uma vez por
mês.
Fatores prognósticos
• Envolvimento de linfonodos – O
tecido mamário, normalmente, drena
para os linfonodos localizados na axila,
e o envolvimento canceroso desses
linfonodos é uma indicação de
probabilidade de disseminação do
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
câncer e de sua presença em órgãos ovarianas, mas até o momento não há
distantes. As pacientes com linfonodos evidências de eficácia obtidas em
positivos geralmente são tratadas com ensaios clínicos randomizados. A
quimioterapia, hormonoterapia ou hormonoterapia não é benéfica em
ambas, após tratamento local, mesmo pacientes com tumores negativos
quando o tumor tenha sido para receptores hormonais.
completamente removido. O tipo de
• Situação de HER2/neu – Ensaios
tratamento sistêmico a ser
para HER2/neu são realizados
recomendado depende de o tumor
rotineiramente no material tumoral. As
expressar receptores hormonais
pacientes com tumores invasivos e
e/ou a proteína HER2/neu.
hiperexpressão de HER2/neu são
• Tamanho e extensão do tumor – beneficiadas com o tratamento pós-
Além da situação dos linfonodos, o operatório com trastuzumabe, um
prognóstico de pacientes com câncer anticorpo monoclonal anti-HER2/neu.
de mama depende do tamanho do
• Idade e/ou estado menstrual – As
tumor, uma vez que os tumores
pacientes com menos de 50 anos de
maiores (< 2 cm) recidivam com mais
idade ou pré-menopáusicas por
frequência. Em alguns casos, a
ocasião do diagnóstico de câncer de
quimioterapia pode ser administrada
mama são mais beneficiadas com
antes da cirurgia para reduzir o
quimioterapia sistêmica adjuvante
tamanho de um tumor volumoso (> 5
do que as pós-menopáusicas. As pós-
cm) ou que tenha se estendido para a
menopáusicas têm menos benefício
parede torácica.
absoluto na redução do risco de
• Histologia – Há diversos tipos recorrência em comparação com as
histológicos de câncer de mama. pré-menopáusicas, mas ainda podem
Contudo, desde o ponto de vista do obter algum benefício com a
tratamento, a distinção mais quimioterapia adjuvante.
importante é entre tumores invasivos
e não invasivos (in situ). O
tratamento cirúrgico dos cânceres in
situ é semelhante ao dos invasivos,
mas em geral não se recomenda
dissecção de linfonodos axilares.
• Situação de receptores hormonais –
Os ensaios para detecção de
receptores de estrogênio (RE) e de
progesterona (RP) são rotineiramente
realizados por patologistas no material
tumoral. As pacientes com tumores
positivos para receptor hormonal serão
beneficiadas com tratamento
endócrino pós-operatório (p. ex., com
tamoxifeno) ou, nas pós-
menopáusicas, com inibidor da
aromatase (anastrozol, letrozol ou
exemestano). Para as pacientes pré-
menopáusicas, podem ser
consideradas ablação ou supressão
Yanina Sobolow – 4P Tutoria IV
3) Discutir hormonioterapia no câncer anual de recorrência do câncer de
de mama com efeitos colaterais. mama em cerca de 40% e o risco anual
de morte em 35% nas pacientes com
• A terapia hormonal tem como objetivo câncer de mama localizado RE-
reduzir o estrogênio e, positivo.
consequentemente, bloquear o
crescimento das células cancerosas • O tamoxifeno adjuvante seguido por
que requerem esse hormônio para sua inibidor da aromatase é uma das
proliferação. O câncer de mama opções padronizadas para pacientes
positivo para receptor (RE e/ou RP) pós-menopáusicas com câncer de
requer estrogênio para crescer, mama localizado RE-positivo e, é a
enquanto aqueles negativos para única opção aceita para as pacientes
receptor não dependem do hormônio pré-menopáusicas com câncer de
para crescer. Portanto, a terapia mama localizado RE-positivo.
hormonal só é efetiva nos casos de
• Inibidores da aromatase em
câncer positivo para receptor
pacientes pós-menopáusicas –
hormonal. Na terapia hormonal são
Diversos ensaios clínicos
utilizados:
randomizados com pacientes pós-
• Tamoxifeno – modulador seletivo do menopáusicas com câncer de mama
receptor de estrogênio (MSRE) localizado positivo para receptor
utilizado por via oral. hormonal demonstraram que o uso de
inibidores da aromatase como terapia
• Inibidores da aromatase (letrozol, adjuvante antes ou após uso do
anastrozol, exemestano) – usados tamoxifeno foi superior ao uso isolado
apenas em pós-menopáusicas. Nas do tamoxifeno e ao placebo em
pacientes pré-menopáusicas, esses termos de sobrevida livre da doença
medicamentos não são efetivos, uma e taxa de câncer na outra mama.
vez que a inibição da aromatase Assim, o uso de um inibidor da
resulta em feedback estrogênico aromatase está indicado como parte da
negativo ao nível de hipotálamo e terapia hormonal adjuvante em todas
hipófise, levando a aumento na as pacientes pós-menopáusicas com
secreção de gonadotrofina e aumento câncer de mama positivo para
na produção de estrogênios pelos receptor hormonal.
ovários.
• Efeitos colaterais da terapia
• Fulvestranto – Antiestrogênio puro hormonal – Entre os efeitos colaterais
injetável. estão queixas vasomotoras e
• Supressão da função ou ablação leucorreia e/ou atrofia vaginal.
ovariana – por meio de remoção Embora raramente, o tamoxifeno foi
cirúrgica dos ovários, irradiação dos associado a aumento do risco de
ovários ou administração de análogos câncer uterino, episódios
do hormônio liberador de hormônio tromboembólicos e acidentes
luteinizante (p. ex., goserelina ou vasculares encefálicos. Os inibidores
leuprolida). da aromatase também foram
associados à redução da densidade
• Benefícios da terapia hormonal – mineral óssea, aumento no risco de
Dados do Early Breast Cancer Trialists fraturas, dores musculoesqueléticas e
Collaborative Group (EBCTCG) aumento discreto do colesterol.
demonstraram que a administração de
tamoxifeno por 5 anos reduz o risco