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COMITÊ DE USO RACIONAL DE

MEDICAMENTOS MACRO OESTE


DS CIC – DS PORTÃO – DS SANTA FELICIDADE

USO RACIONAL DA GLICLAZIDA NO DIABETES TIPO 2

(GLIBENCLAMIDA X GLICLAZIDA)

Na Secretaria Municipal de Saúde de A redução do risco de hipoglicemia é


Curitiba estão disponibilizados alguns atribuída à curta duração da ação da
hipoglicemiantes orais, dentre eles dois Gliclazida(2) As Sulfoniluréias de ação
pertencentes ao grupo das Sulfoniluréias: a intermediária são as mais utilizadas na clínica,
Gliclazida e a Glibenclamida, esta última em especial a Glibenclamida devido ao seu
durante muitos anos a única padronizada baixo custo. (3)
representante do grupo. A partir de março de
Segundo o Formulário Terapêutico
2011, a Comissão de Padronização de
Nacional: “São medicamentos
Medicamentos Farmácia e Terapêutica da
intercambiáveis, preferindo a Glibenclamida
SMS introduziu a Gliclazida, por causar menos
por ser mais testada, no entanto, a
hipoglicemia e possuir maior segurança
Glibenclamida comparativamente à Glicazida,
cardiovascular, com as seguintes indicações:
está relacionada a maior hipoglicemia
para idosos com casos de hipoglicemia
sobretudo em idosos” (4). Segundo artigo
frequentes e/ou severas, acamados ou
Crespi Monjo M, Delgado Sanchez O,
vivendo em Instituições de Longa
Ventayol Bosch P, et al. foi realizado um
Permanência (ILPS).
estudo comparando o uso de ambos os
Atualmente observa-se maior medicamentos (Glibenclamida X Gliclazida)
consumo da Gliclazida nas UMS para em pacientes hospitalizados com DM2 e
pacientes jovens com idade inferior a 65 anos observou-se valores similares ao final de três
e consequente redução do uso da dias, porém, ao final de seis dias verificou-se
Glibenclamida. Ambas tem eficácia, uma maior diminuição da glicemia nos
toxicidade e farmacocinética similares, meia pacientes que utilizaram a Glibenclamida.
vida curta (de 3 a 5 horas) e seus efeitos Observou-se também que uma maior
perduram por 12 a 24 horas permitindo incidência de eventos cardíacos ocorreu no
apenas uma administração diária, facilitando tratamento com a Glibenclamida, mas
assim a adesão do paciente ao tratamento(1).
somente em pacientes com cardiopatia severas, acamados ou vivendo em Instituições
isquêmica prévia. (5) de Longa Permanência, para o tratamento ou
coadjuvante no tratamento do Diabetes
Mellitus tipo 2.
CONCLUSÃO

Conforme as evidências acima mencionadas,


REFERÊNCIAS
a prescrição da Glibenclamida é mais indicada
em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, 1- Natan D M. Some answers more
com idade inferior a 65 anos e sem controversy from United Kingdom Prospective
sobrepeso, em relação à Gliclazida, por ser Diabetes Study. Lancet 1998; 352-832.
uma medicação de baixo custo e mais
2- Owens D R, Zinman B, Bolli G B. Insulins
testada. Desta forma, não se justifica o uso
today and beyond. Lancet 2001; 358-739.
indiscriminado e o aumento no consumo da
Gliclazida em outras faixas etárias que não a 3- Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio
indicada pelo protocolo da SMS. Grande do Sul * Ano XV nº 08
Mai/Jun/Jul/Ago 2006.

4- Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência,


RECOMENDAÇÃO
Tecnologia e Insumos Estratégicos,
Deve haver uma indicação mais Departamento de Assistência Farmacêutica e
criteriosa na escolha do hipoglicemiante oral Insumos Estratégicos. 2 edição. Brasília, 2011.
Gliclazida X Glibenclamida, reforçando assim
5- Crespí Monjo M, Delgado Sánchez O
o protocolo da Secretaria Municipal de Saúde
Ventayol Bosch P, et al. Estudio prospectivo y
de Curitiba, que recomenda o medicamento
aleatorizado de intercambio terapêutico de
Gliclazida, padronizado na Farmácia
sulfonilureas em pacientes com diabetes
Curitibana, na dosagem de 60mg, para idosos
mellitus tipo 2. Farm Hosp (Madri) 2004;
com casos de hipoglicemia frequentes e/ou
28(6): 426-432.

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