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MÓDULO 15 - DIABETES

A Diabetes Mellitus é uma complexa doença crônica, que se caracteriza


pela diminuição ou ausência de insulina na corrente sanguínea, levando a uma
diminuição da glicose dentro da célula. O pâncreas é o órgão responsável pela
produção do hormônio denominado insulina. Este hormônio é responsável pela
regulagem da glicemia (nível de glicose no sangue). Para que as células das
diversas partes do corpo humano possam utilizar a glicose como fonte de
energia é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto as células
possuem receptores de insulina, que quando acionados “abrem” a membrana
celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha
na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue, já que
esta última não é devidamente dirigida ao interior das células.
Hoje no Brasil a população diabética corresponde a 10,4% da população
total e em 2025 estima-se que esse número passe para 19,7% (crescimento de
88%)
Termos relacionados ao Diabetes:
 Hipoglicemia: Baixo nível de glicose no sangue.
 Hiperglicemia: Aumento da glicose no sangue.

A Diabetes na História
O termo foi aplicado originalmente no século II, por Areteu da Capadócia,
ao observar que os doentes tinham muita sede, tomavam muito líquido e
urinavam demasiadamente. A doença parecia forçar o líquido a ser eliminado do
organismo e a esta afecção deu o nome de Diabetes, que em grego significa
“sifão”, expressando que a água entrava e saía do organismo do diabético sem
fixar-se nele. Ainda no século II Galeno, também se referiu à Diabetes,
atribuindo-a a incapacidade dos rins em reter água.
Após um longo intervalo, em 1679, Thomas Willis, fez uma descrição
magistral da Diabetes, que fica reconhecida por sua sintomatologia. Foi ele
quem, reparando que juntavam formigas na urina do diabético decidiu prová-la
e descobriu que ela era doce, daí deu-lhe o nome de Diabetes Mellitus (sabor de
mel).
Em 1788, o inglês Jonh Rollo, atribuindo a doença a uma causa gástrica,
conseguiu melhorias notáveis com um regime alimentar rico em proteínas e
limitado em carboidratos.
Em 1848, o francês Claude Bernard descobriu o glicogênio no fígado e
provocou a aparição da glicose na urina. Estes estudos provaram a relação da
obesidade e da vida sedentária na origem da Diabetes e traçou normas para o
tratamento dietético. Em 1889 ele realizou experiências de pancreatectomia
(remoção parcial ou total do pâncreas) em cães em busca do suposto hormônio
produzido pelas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas descritas em 1869
por Paul Langerhans.
Somente em 1921 os canadenses Frederick Banting e Charles Best
conseguem isolar a insulina, extraída do pâncreas de um cachorro, e
demonstrar seu efeito hipoglicêmico. Esta descoberta se tornou umas das
maiores conquistas médicas do século, porque transformou a expectativa de
vida dos diabéticos.
Ainda no século 19, depois que os pesquisadores perceberam que o corpo
precisa da insulina para utilizar a glicose como energia, os médicos tentaram
maneiras diferentes de reiniciar a produção de insulina nas pessoas com
Diabetes tipo I. Alguns médicos até tentaram alimentar seus pacientes com
pâncreas frescos, retirados de animais.
Em 1922 os primeiros pacientes tratados com insulina foi um menino de
quatorze anos chamado Leonard Thompson, e uma adolescente de quinze anos
chamada Elizabeth Evans. Comprovados os benefícios, a indústria farmacêutica
produziria insulina em grande escala.
Posteriormente, o transplante de pâncreas passou a ser considerado uma
alternativa viável ao uso da insulina, para o tratamento da Diabetes Mellitus do
tipo I. Uma linha mais recente de pesquisa tem buscado fazer o transplante
apenas das Ilhotas de Langerhans. O primeiro transplante foi realizado em
1966. O procedimento é simples, tem poucas complicações e exige uma
hospitalização de curta duração. O grande problema é a obtenção das células,
que são originárias de cadáveres. São necessários em média três doadores para
se conseguir um número razoável de células. O primeiro transplante de Ilhotas
de Langerhans ocorreu em 2004, feito no hospital Albert Einstein, em São
Paulo. O Brasil é considerado líder nas pesquisas desta linha de tratamento.

Tipos de Diabetes
Diabetes Tipo I
Ocorre a destruição das células beta, que produzem a insulina,
geralmente ocasionando deficiência absoluta de insulina (pâncreas para de
produzir insulina), necessitando fazer uso de insulina diariamente. É de
natureza autoimune. Esta forma de Diabetes resultante da ausência de insulina
representa de 5 a 10% dos portadores de Diabetes. Poucos casos têm relação
com hereditariedade. Surge mais frequentemente em crianças e adultos jovens.
A evolução clínica é rápida se não for tratada prontamente com insulina.
Diabetes Tipo II
É a forma de Diabetes com graus variados de resistência á ação da
insulina e uma deficiência relativa de insulina (o pâncreas diminui a produção
da insulina e/ou a insulina produzida não é bem absorvida). Está relacionada a
fatores genéticos, obesidade e efeitos do estilo de vida (sedentarismo). Estima-
se que 60% a 90% dos portadores são obesos e é cerca de 8 a 10 vezes mais
comuns que o tipo I. A incidência é maior após os quarenta anos, porém com o
aumento de crianças e jovens obesos está havendo uma incidência maior em
faixas etárias mais baixas. Geralmente tratada com dieta e medicamentos
orais. Algumas pessoas demoram a perceber os sinais e sintomas mais agudos
da Diabetes tipo II e, com o tempo o elevado nível de açúcar no sangue
conduzem a complicações muito perigosas.
 À medida que o nível de glicose no sangue aumenta, a diurese aumenta
também, pois o excesso de glicose age como um diurético nos rins, fazendo o
portador da doença urinar frequentemente, desidratando, e com isso
estimulando o reflexo da sede.
 Por outro lado as células ficam pedindo por “combustível” (glicose), o que
dá a sensação de fome, estimula o apetite, fechando um círculo vicioso, porque
o paciente come mais e se torna mais obeso.
 O excesso de glicose interfere no sistema imunológico do organismo,
assim os cortes e ulcerações levam muito tempo para cicatrizarem. Enquanto
isso germes e bactérias se alimentam da glicose extra que há no sangue,
causando infecções.
 Coceira e dormência nas mãos e pés são sintomas comuns em diabéticos
porque a glicose danifica os nervos.
 Outros sintomas incluem vista turva e disfunção erétil.

Diabetes Gestacional
Surge em mulheres grávidas que não eram diabéticas, em torno de 2 a
5% das gestações, devido a alterações na tolerância à glicose. Geralmente,
desaparece quando a gravidez chega ao fim, porém existe maior risco de
desenvolvimento do tipo II, cerca de 20 a 50% dos casos. Geralmente tratada
com dieta saudável, exercícios físicos e acompanhamento médico.

Outros tipos de Diabetes

Hoje são conhecidos mais de 20 tipos de enfermidades, que cursam com


hiperglicemia, e embora menos frequente são classificadas como Diabetes
Mellitus. Entre elas: Diabetes tipo LADA; Diabetes relacionada a anormalidade
da insulina; Diabetes secundária a doenças pancreáticas, etc.

As complicações da Diabetes
Com o passar do tempo, outras graves complicações derivadas da
Diabetes e de seus tratamentos sobrevêm, tais como:
 Doenças do coração: Muitos pacientes da Diabetes tipo II já passam pelo
alto risco de contrair uma doença do coração por causa do sobrepeso. O
sistema vascular também é afetado com o aumento do açúcar no sangue.
 Neuropatia diabética: É a complicação mais severa da Diabetes. O dano
causado ao sistema nervoso é também parcialmente responsável pelo pé
diabético, por problemas nos olhos e no sistema digestivo.
 Pé diabético: Trata-se de uma complicação crônica, consequência da
perda da sensibilidade, da sensação tátil dos pés e pernas provocado pela
neuropatia. Como é comum sofrermos lesões nos pés (por bolhas e feridas
provocadas por calçados, acidentes, etc.), com a má circulação que os
diabéticos têm, essas lesões evoluem para casos mais sérios, infecções graves
dos tecidos e ossos, que necessitam de cirurgia, além de antibióticos.
 Doença dos rins: A Diabetes é responsável por quase metade dos casos
de insuficiência ou falência dos rins.
 Alterações dermatológicas: Uma alteração muito comum é o
ressecamento na pele que favorece o aparecimento de feridas que podem se
transformar em úlceras (feridas abertas). Isso acontece porque os nervos que
controlam a produção de óleo e umidade estão danificados. Por isso é
necessário que o diabético utilize hidratantes específicos com frequência.
 Retinopatia diabética: É uma doença caracterizada por alterações
vasculares; são lesões que aparecem na retina, podendo causar pequenos
sangramentos, como consequência, a perda da qualidade da visão. Se não for
tratada a retinopatia diabética pode resultar, eventualmente, em cegueira.
 Coma hiperosmolar: Níveis de açúcar extremamente altos no sangue
podem conduzir a uma complicação aguda chamada Síndrome Hiperosmolar ou
Coma Hiperosmolar, uma forma ameaçadora á vida, que acompanha a
desidratação decorrente dos altos níveis de glicose no sangue, como resultado
da hiperglicemia que não foi tratada.

Diagnóstico
Há várias maneiras de confirmar o diagnóstico de Pré-Diabetes e Diabetes. Os
exames mais usados pelos profissionais da saúde são:
 Teste de Glicemia em Jejum: Medição dos níveis de açúcar no sangue
(glicemia) após pelo menos oito horas de jejum.
 Teste Oral de tolerância a Glicose: A medição da glicose no sangue é feita
em dois momentos, após 8 horas de jejum e após duas horas da ingestão de 75
gramas de glicose diluídas em água.
 Hemoglobina Glicosilada: Realizado através da coleta sanguínea, sem
necessidade de jejum, indica a média da glicose no sangue durante os dois ou
três meses anterior. (Neste teste, para se fechar o diagnóstico da Diabetes e
necessário associação a uma glicemia superior a 200 mg/dl e sintomas como
perda de peso excessiva, visão turva, sede frequente, etc).
Devido a facilidade de utilização do método, a boa aceitação por parte
dos pacientes e ao baixo custo, estes exames são os mais utilizados para
diagnosticar a Diabetes.
No caso de alteração, como indicado abaixo, recomenda-se a repetição do
exame, respeitando o mesmo tempo de jejum, no dia seguinte.
 Glicemia em jejum entre 100 mg/dl e 125 mg/dl confirma o pré-
Diabetes. Isto significa que o indivíduo está mais propenso a desenvolver a
Diabetes tipo II.
 Glicemia em jejum igual ou superior a 126 mg/ml, confirmada por
repetição do teste, é diagnosticada a Diabetes.

Tratamentos
O tratamento da Diabetes Mellitus tem os mesmos objetivos para o tipo I
e II, que são: promover o controle metabólico, incluindo níveis glicêmicos nos
períodos pós prandiais (após refeição), manter o bem-estar físico e psíquico do
paciente, evitar as complicações crônicas e aumentar a expectativa de vida.
São fases do tratamento a terapia nutricional (a dieta), atividade física, a
insulinoterapia (tratamento com insulina), que podem ser aplicadas juntas ou
isoladamente, dependendo de cada caso.

Insulinoterapia
É preciso uma boa disciplina e disposição para seguir uma terapia com
insulina sem correr riscos. O tipo de tratamento mais fácil de ser seguido é a
injeção diária, única, de insulina de ação intermediária. No entanto este
esquema proporciona um controle mínimo sobre a concentração sérica de
açúcar. Um controle mais rígido é obtido pela combinação de dois tipos de
insulina (a de ação rápida e a de ação intermediária) em uma dose matinal,
uma segunda injeção pode ser aplicada na hora do jantar ou na hora de dormir.
Já um controle mais rigoroso pode ser obtido pela insulinoterapia intensiva,
com a injeção de baixa dose de insulina de ação rápida e de ação intermediária
pela manhã e ao entardecer, juntamente com várias injeções adicionais de
insulina de ação rápida durante o dia.
A principal complicação da insulinoterapia, principalmente quando intensiva, e a
hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue). Quando a glicemia está
abaixo de 60mg/dl (hipoglicemia) podem ocorrer sintomas de uma reação
hipoglicêmica: sensação de fome aguda, dificuldade de raciocinar, sensação de
fraqueza com um cansaço muito grande, sudorese, tremores, sonolência,
confusão mental que podem caminhar para a perda de consciência, até o coma.

Tipos de Insulina
Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento da
Diabetes e elas se diferenciam pelo tempo em que ficam ativas no corpo, pelo
tempo que levam para começar a agir e de acordo com a situação do dia em
que elas são mais eficientes.
A insulina humana (NPH e Regular) utilizada no tratamento da Diabetes
atualmente é desenvolvida em laboratórios, a partir da tecnologia de DNA
recombinante. A insulina chamada de “regular” é idêntica á humana na sua
estrutura. Já a NPH (Neutral Protamine Hagedorn) é associada a duas
substâncias (protamina e zinco) que promovem um efeito mais prolongado.
A insulina não pode ser tomada por cápsula ou pílula, pois os sucos digestivos
presentes no estômago interferem em sua eficácia.
As insulinas mais modernas chamadas análogas (ou análogos de
insulina), são produzidas a partir da insulina humana e modificadas de modo a
terem ação mais curtas (Lispro (Humalog), Aspart (NovoRapid) ou Glulisina
(Apidra) ou ação mais prolongada Glargina (Lantus), Detemir (Levemir) e
Degludeca (Tresiba).
As insulinas também podem ser apresentadas na forma de pré-misturadas. Há
vários tipos de pré-misturas: Insulina NPH + Insulina Regular, na proporção de
70/30, análogos de ação prolongada + análogos de ação rápida (Humalog Mix
25 e 50, Novomix 30).
As insulinas podem vir em frascos ou canetas. Os frascos são de 10 ml's
(para uso com seringas de insulina) e o refis, são de 3 ml´s (usado em canetas
de aplicação de insulina), assim como podem vir em canetas de aplicação
descartáveis. Outra forma de aplicação de insulina é a bomba de insulina.
Independentemente do método, é importante entender alguns conceitos:

Unidades de Insulina
A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades por
mililitro (ml) de líquido no frasco. O paciente deve sempre respeitar o número
de unidades prescritas pelo médico.

Insulina Basal e Bolus


O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus. Como
basal entende-se uma secreção constante de insulina que permanece em níveis
baixos no sangue o tempo todo e é produzida em forma de “gotas contínuas”,
mantendo a liberação de glicose para as células do organismo; enquanto o
termo bolus, se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na
circulação sanguínea em momentos de maior necessidade, como por exemplo,
as refeições, ou quando há aumento de açúcar no sangue.
As insulinas de ação rápida encontradas em farmácias são utilizadas para
proporcionar ação semelhante a esses bolus de insulina.
Já as injeções de insulina de ação intermediárias (NPH) e lenta
(análogos) atuam de forma semelhante ao fornecimento basal e são aplicadas
em uma ou duas aplicações diárias (Glargina, Levemir e NPH), ou até três vezes
ao dia (NPH), a fim de proporcionar o componente “basal” da insulinização.
A tabela abaixo descreve as características dos tipos de insulina
existente. O início da ação é a velocidade com que a insulina começa a
trabalhar após a injeção; o pico é à hora em que a insulina atinge o ponto
máximo no que diz respeito á redução de glicemia e a duração é o tempo em
que a insulina age no organismo. A referência para os dados abaixo é a insulina
humana U-100.

INÍCIO
TIPO PICO DURAÇÃO HORÁRIO DA INJEÇÃO
DA AÇÃO
BOLUS
Ultrarrápida (Análogos
Ultrarrápidos): Apidra
10 - 15 Utilizada imediatamente antes das
(Glulisina) / Humalog 1-2 Horas 3-5 Horas
Minutos refeições.
(Lispro) / NovoRapid
(Asparte)
Rápida (Insulina
Utilizada junto às refeições. Deve
Humana Regular):
30 Minutos 2-3 Horas 6 Horas ser injetada entre 30 e 45 minutos
Humulin e Novolin
antes do início das refeições.

INÍCIO
TIPO PICO DURAÇÃO HORÁRIO DA INJEÇÃO
DA AÇÃO
BASAL

Frequentemente a aplicação
Ação intermediária começa uma vez ao dia, antes de
Até 18
(NPH - Humana): 1-3 Horas 5-8 Horas dormir. Pode ser indicada uma ou
Horas
Humulin N e Novolin N duas vezes ao dia. Não é específica
para refeições.

Frequentemente a aplicação
Lantus: Até
começa uma vez ao dia, antes de
Longa duração 24 Horas.
dormir. Levemir pode ser indicada
(Análogos lentos): Levemir:
uma ou duas vezes ao dia. Tresiba
Lantus (Glargina) / 90 minutos Sem Pico 16 a 24
é utilizada sempre uma vez ao dia,
Levemir (Detemir) / Horas.
podendo variar o horário de
Tresiba (Degludeca) Degludeca:
aplicação. Não é específica para
24 Horas
refeições.

INÍCIO
TIPO PICO DURAÇÃO HORÁRIO DA INJEÇÃO
DA AÇÃO
PRÉ - MISTURADA
10 a 15
minutos 30% da 30% da
(Insulina dose como dose como Aplicar junto a uma ou mais
Insulina pré-misturada
Regular - insulina R e insulina R e refeições ao dia. Deve ser injetada
regular: Humulin 70/30 e
R) + 1 a 3 70% da 70% da de 30 a 45 minutos antes do início
Novolin 70/30
Horas dose como dose como das refeições.
(Insulina insulina N insulina N
Isófana -N)

O número
Insulina Insulina
indica o
Ultrarrápida Ultrarrápida
percentual
e insulina N e insulina N
de
(de acordo (de acordo
Insulina pré-misturada ultrarrápida Aplicada junto a uma ou mais
com a com a
análoga: NovoMix 30 / na mistura, refeições ao dia. Deve ser injetada
proporção proporção
Humalog Mix 25 / Humalog o restante de 0 a 15 minutos antes do início
do produto: do produto:
Mix 50 tem perfil das refeições.
25, 30 ou 25, 30 ou
de ação
50% da 50% da
compatível
dose dose
com
ultrarrápida) ultrarrápida)
insulina N

Atualmente encontra-se no mercado equipamentos modernos, com


agulhas menores, que tornam a aplicação de insulina cada vez mais fácil e
confortável.
Canetas
Podem ser reutilizáveis, em que se compra o refil de 3 ml´s de insulina
para se carregar na caneta. Neste caso é importante observar que as canetas
são específicas para cada fabricação de refil.
Há também canetas descartáveis, que já vem carregada com insulina e ao
terminar seu uso são dispensadas, utilizando-se uma nova caneta, dispensa
portanto a troca de refis, tornando o uso ainda mais simples.
São fáceis de carregar e garantem a dose correta prescrita, já que diminui a
chance de erro de dose, o que é muito comum no dia a dia na terapia com
insulina. Em caso de insulinas misturadas utiliza-se canetas separadas para
cada insulina prescrita. As agulhas de caneta devem ser utilizadas apenas uma
vez, porque são muito finas e o reuso pode causar dor. Não deixe a agulha na
caneta, isto pode permitir vazamentos e entrada de ar no cartucho.

Seringas
As seringas têm atualmente agulhas muito menores. Elas permitem
aplicação com mínima dor. A aplicação de dois tipos de insulina no mesmo
horário pode ocorrer na mesma seringa.
Bombas de insulina
São um modo seguro e eficiente de fornecer insulina para o corpo. Elas
são usadas com mais frequência por pessoas que precisam de múltiplas
injeções ao longo do dia. O equipamento inclui um pequeno cateter, que é
inserido sob a pele. A “bomba” é usada externamente.

Armazenamento das Insulinas


 A insulina que ainda não foi aberta deve ser guardada na geladeira, entre
2º e 8º C.
 Depois de aberta, pode ser deixada a temperatura ambiente (menor que
30ºC) por até 28 dias.
 Não guardá-la na porta da geladeira, pois ocorrem variações de
temperatura. As insulinas devem ser guardadas nas prateleiras próximo a
gaveta de verduras e frutas.
 Não armazená-la próximo ao congelador, evitando assim que ela se
congele.
 Não aplique a insulina gelada.
 Descarte a insulina que ficou exposta a temperaturas maiores que 30ºC
ou congelada.
 Não use medicamentos após o final da data de validade.

Medicamentos orais
A terapia nutricional (dieta) e as atividades físicas são fundamentais no
tratamento da Diabetes, porém existe uma resistência dos pacientes na adesão
a essas duas terapias, então, torna-se necessário associar o tratamento com a
prescrição de antidiabéticos orais para o controle glicêmico.
Existem vários grupos de antidiabéticos orais com mecanismos de ação
diferentes:
 Sulfonilureias: Agem diretamente nas células beta (responsáveis pela
produção de insulina no pâncreas) estimulando sua liberação e, com isso,
diminuindo a glicose no plasma. Encontrado nos seguintes medicamentos:
- Clorpropamida (Referência - Diabinese);
- Glibenclamida (Referência - Daonil);
- Gliclazida (Referência - Diamicron);
- Glimepirida (Referência - Amaryl);
- Glipizida (Referência - Minidiab).
 Biguanidas: Diminui a glicemia através da redução da produção de
glicose pelo fígado, sem estimular diretamente a célula beta, evitando que seja
liberada mais insulina. Este grupo diminui também a resistência para a ação da
insulina nos receptores que existem nas células e colabora para a redução de
peso na Diabetes tipo II. Encontrado nos seguintes medicamentos:
Metformina (Referência – Glifage / Similares: Diaformin, Dimefor, Glucoformin).
 Inibidores da Alfa glicosidase: Os Inibidores da Alfa glicosidase diminuem
a velocidade de absorção da glicose que vem dos alimentos, especialmente dos
carboidratos pelo intestino. Com isso, diminuem a glicemia pós-prandial ou
após a refeição. Encontrado nos seguintes medicamentos: Acarbose
(Referência: Glucobay / Similares: Aglucose).
 Tiazolidinedionas (Glitazonas): Agem, principalmente, diminuindo a
resistência para a ação da insulina e, consequentemente, reduzem a glicemia.
Encontrado nos seguintes medicamentos: Rosiglitazona (Referência: Avandia);
Pioglitazona (Referência: Actos).
 Meglinitidas: Estimulam a liberação de insulina pelas células beta e agem
de forma semelhante às sulfonilureias, só que em receptores diferentes.
Diminui a glicemia de forma mais rápida e tem um tempo de atuação mais
curto no organismo. Encontrado nos seguintes medicamentos:
- Repaglinida (Referência: Novonorm / Similares: Prandin, Posprand)
- Nateglinida (Starlix).

Vivendo com a Diabetes


Ainda não existe cura para a Diabetes. Mas o conhecimento sobre a
doença somado a um planejamento alimentar adequado (visando o controle de
peso), atividades físicas regulares e a medicação, são eficazes para controlar a
Diabetes. A normalização dos níveis de glicose no sangue, (70 a 100 mg/dl em
jejum ou igual a 140 mg/dl 2 horas após a refeição) não significa que houve a
cura do Diabetes ou que os medicamentos possam ser suspensos. Isto é sinal
de que o esquema proposto para o tratamento está dando certo.

Automonitoramento da Glicemia (Glicosímetros)


Manter o bom controle glicêmico é muito importante para ter qualidade
de vida e prevenir complicações decorrentes do Diabetes. Estudos mostram
que pessoas com Diabetes Tipo I que conseguem atingir níveis normais de
açúcar no sangue podem reduzir o risco de complicações – incluindo cegueira,
insuficiência renal e amputação – em até 76%. No caso de pacientes com
Diabetes Tipo II, o bom controle glicêmico diminui de 25% a 70% o
desenvolvimento de complicações. O ideal é monitorar a glicemia em diferentes
momentos do dia para ter uma ideia da eficácia do tratamento. A
recomendação das sociedades médicas é checar a glicose sanguínea em jejum,
além de antes e após duas horas das principais refeições (café da manhã,
almoço e jantar), antes de deitar e no meio da madrugada.
Atualmente, o mercado farmacêutico disponibiliza vários modelos de
monitores de glicemia. A escolha deve ser avaliada pelo profissional de saúde
em parceira com o paciente, de acordo com suas necessidades individuais e
estilo de vida.
Características importantes que devem ser consideradas na hora da compra:
 Resultados rápidos
 Necessidade de uma pequena amostra de sangue
 Tamanho do monitor
 Facilidade na leitura dos resultados
 Possibilidade de usar outros lugares do corpo, além dos dedos, para
medir a glicemia
 Gestão de dados (como controle de data e hora dos resultados)
 Fácil manuseio.

Alimentação Açúcar X Adoçantes


Açúcar

O consumo de açúcar em grandes quantidades é um dos fatores que


provocam a Diabetes por facilitar a resistência insulínica do organismo e a
consequente Diabetes. O melhor é reaprender a sentir o gosto dos alimentos,
sem acrescentar nada. Eventualmente podemos utilizar mel ou açúcar natural
de cana, o mascavo, em pequenas quantidades. Os cereais integrais, as
frutas, os legumes, têm a capacidade de fornecer aquilo de que necessitamos.

Adoçantes
Há muita polêmica com relação ao uso de adoçantes, alguns estudos
indicam que o uso de adoçantes artificiais (como a sacarina sódica,
ciclamatos, etc.) são em muitos casos nocivos a saúde, mesmo em
concentrações preconizadas por órgãos de saúde. Porém não existe nenhum
pronunciamento das sociedades voltadas ao controle de obesidade ou
formadas por endocrinologista e nutricionistas que condenem o seu uso, assim
sendo, seu consumo pode ser feito por diabéticos com orientação de um
médico ou nutricionista.

Existem vários tipos de adoçantes, alguns não são encontrados para consumo
em farmácias e supermercados, mas entram na produção de alimentos
industrializados, bebidas, chicletes, etc.
 Aspartame: É um dos adoçantes artificiais descobertos mais
recentemente (em 1965), seu poder adoçante se aproxima ao da
sacarina. O gosto é agradável, parecendo com o açúcar branco. Muito
usado pela indústria alimentícia, principalmente nos refrigerantes diet.
Perde o sabor quando submetido a temperaturas superiores a 120ºC ou
a altas temperaturas prolongadas. Seu poder adoçante e 200 vezes
superior ao da sacarose, ou seja, para adoçar, basta uma dose 200
vezes menor que a de açúcar.
 Ciclamato: Descoberto em 1939, só entrou no mercado a partir da
década de 1950. Como a sacarina, é um edulcorante artificial,
largamente usado no setor alimentício, sendo aplicado em bebidas
dietéticas, geleias, sorvetes, gelatinas. Com menor poder adoçante, é
40 vezes mais doce que a sacarose. Estável diante de altas
temperaturas e meios ácidos.
 Frutose: É conhecida como o “açúcar para diabéticos”, é extraída do
açúcar das frutas, um edulcorante natural e de sabor agradável. A
frutose é utilizada para a fabricação de produtos para diabéticos, porém
o seu consumo deve ser controlado já que pode ser convertido em
glicose. Tem poder de adoçamento 173 vezes maior que a sacarose.
 Sacarina: Descoberta nos Estados Unidos em 1879, a sacarina sódica é
a substância mais vendida e consumida neste país, além de possuir o
melhor custo benefício. Tem o poder adoçante 500 vezes maior do que
a sacarose. Em altas concentrações deixa sabor residual amargo. Tem
fácil solubilidade em água e é termoestável.
 Stévia: Foi descoberta em 1905, esta planta é originária da fronteira do
Brasil com o Paraguai. Das suas folhas se extrai o steviosídeos,
edulcorante natural de sabor doce retardado e com poder adoçante 300
vezes maior do que o da sacarose. Tem boa estabilidade em altas ou
baixas temperaturas. Pode ser consumida sem nenhuma
contraindicação. Não produz cáries, não é calórica, não é tóxica. É um
adoçante natural, rejeitado por muitos por ter sabor forte e
característico.
 Sorbitol ou Álcool de açúcar: Tem efeito laxativo se for consumido em
excesso. É o adoçante geralmente utilizado nas gomas de mascar “sem
açúcar”, balas e groselhas diet. O sorbitol está naturalmente presente
em algumas frutas, como a ameixa, a cereja, a maça e o pêssego,
também nas algas marinhas. Não provoca cáries, não é tóxico, é
resistente, sem perder seu potencial adoçante aos processos de
aquecimento, evaporação e cozimento.
 Sucralose: Descoberta em 1976 em Londres. Trata-se de um
edulcorante sintético com poder adoçante 600 vezes maior do que o da
sacarose. Não é calórico e possui sabor agradável. É termoestável e
resistente a longos períodos de armazenamentos. Pode ser usada como
adoçante de mesa, em refrescos e sobremesas, em aromatizantes,
conservantes, temperos e molhos prontos.

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