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Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus é uma doença de caráter metabólico que surge de vários fatores e é
causada pela falta de insulina no corpo humano ou pela incapacidade da insulina de
desempenhar suas funções de maneira eficaz. O pâncreas é responsável pela secreção de
insulina, que ajuda a regular o metabolismo da glicose; sem ela, surge um déficit no
metabolismo da glicose, levando ao diabetes. Um estado permanente de hiperglicemia é
uma marca registrada dessa condição.

A DM é composta por inúmeras variantes, incluindo:

 Este tipo específico, conhecido como diabetes tipo 1, surge como resultado da
destruição das células produtoras de insulina pelo próprio sistema imunológico.

 Este tipo específico de diabetes, conhecido como Tipo 2, surge devido a uma
combinação da diminuição da sensibilidade do corpo à insulina e da produção
inadequada de insulina pelo pâncreas.

 O diabetes gestacional é uma condição caracterizada por uma capacidade reduzida


de tolerar a glicose na gestação. É possível que esta condição continue após o parto,
mas não acontece em todos os casos.

Dados epidemiológicos

Entre os anos de 2018 e 2022, o diabetes mellitus teve um aumento anual em todo o
país, sendo documentados nada menos que 124 mil novos casos. A região Sudeste do
Brasil apresentou o maior número de casos notificados, enquanto a região Centro-Oeste
teve a menor quantidade de casos registrados. De todos os casos confirmados, a
população idosa foi a mais impactada, constituindo 52,22%.

Vale ressaltar que a perda de massa e força muscular comumente observada nesta fase
da vida, é um fator contribuinte para a elevada incidência de diabetes. Isso ocorre
porque os músculos desempenham um papel fundamental no consumo de glicose e na
regulação do açúcar no sangue. A sarcopenia e a atividade física insuficiente causam um
aumento da massa gorda, o que resulta num aumento da resistência à insulina e, em
última análise, leva ao DM tipo II . Baseando-se ao sexo, os homens apresentam maior
incidência de diabetes devido a fatores fisiológicos e genéticos.

Independentemente da localização, a diabetes é um problema de saúde significativo que


está a aumentar em importância em todo o mundo. A população global atual contém um
número significativo de indivíduos com idades entre 20 e 79 anos, com uma contagem
estimada de 424,9 milhões. Se os padrões atuais persistirem, estima-se que uma parte
significativa da população terá diabetes, especificamente milhões de indivíduos. Prevê-
se que, até 2045, a quantidade de casos aumente para 628,6 milhões. A esmagadora
maioria destes casos, cerca de 79%, situa-se dentro das fronteiras nacionais.

Principais complicações:

Um quadro de hiperglicemia pode causar diversas complicações bem como sérios danos
à saúde:

 A retinopatia diabética refere-se ao aparecimento de lesões na retina do olho.


Essas lesões podem resultar em sangramento menor, o que pode levar à diminuição
da acuidade visual.
 A condição conhecida como nefropatia diabética ocorre quando os vasos
sanguíneos localizados nos rins sofrem alterações, resultando na perda de proteínas
pela urina. Como resultado, a funcionalidade do órgão diminui gradualmente e, por
fim, cessa completamente.
 A neuropatia diabética é uma condição em que os nervos são incapazes de
transmitir e receber mensagens de e para o cérebro com eficácia. Isso pode resultar
em uma variedade de sintomas, incluindo formigamento, queimação e dormência
nos pés, pernas e mãos. Outros sintomas podem incluir dor localizada, dificuldade
de equilíbrio e fraqueza muscular.
 O pé diabético é uma condição que surge quando uma úlcera se desenvolve devido
a uma infecção ou lesão nos pés.
 A hiperglicemia pode acabar resultando em infarto do miocárdio e em acidente
vascular cerebral isso porque órgãos vitais, como o coração e o cérebro, irão sofrer
com uma obstrução devido aos efeitos nos grandes vasos sanguíneos.
 A presença de excesso de glicose no corpo pode causar danos ao sistema
imunológico, ampliando assim a probabilidade de contrair certas infecções
Tratamento

Indivíduos com diabetes tipo 1 devem receber injeções de insulina diariamente para
manter níveis saudáveis de glicose na corrente sanguínea. A administração de insulina é
feita por injeção subcutânea. Não existem comprimidos disponíveis para terapia com
insulina devido à incapacidade da insulina de ser decomposta pelo ácido estomacal e
posteriormente absorvida.

Numa base individual, os seguintes compostos farmacêuticos podem ser prescritos para
pessoas com diabetes tipo 2:

 Os inibidores da alfa-glicosidase funcionam para dificultar o processo de digestão


e assimilação de carboidratos no intestino.
 As sulfonilureias são um tipo de medicamento que tem o efeito de estimular as
células pancreáticas a gerar mais insulina.
 O mecanismo de ação das meglitinidas envolve a estimulação da produção de
insulina pelo pâncreas.

Relação entre a doença e o idoso

O idoso pode sofrer com as mesmas complicações do diabetes que um jovem, no


entanto possui uma diferença crucial: o risco das complicações cardíacas e vasculares
possui uma maior probabilidade uma vez que a idade se torna um agravante. Outro fator
que deve ser levado em consideração, é que o idoso diabético muitas vezes pode fazer o
uso de outras medicações relacionadas ou não a outras doenças comuns da idade
avançada, pode apresentar dificuldade na deambulação, problemas cognitivos, dores
crônicas, dentre outras fatores.

Partindo do exposto fica evidente a necessidade de um cuidado individualizado, pois da


mesma forma em que há pessoas idosas que se encontram saudáveis mesmo com a
doença, também existem pessoas que se encontram fragilizadas e dependentes de
cuidados. Nessa segunda classe de pessoas, o principal objetivo sem duvida é tratar o
diabetes e suas mais variadas complicações evitando ao máximo episódios de
hipoglicemia, e de hipotensão, além de voltar uma atenção especial para possíveis
interações entre medicações distintas.
Um aspecto crucial do controle do diabetes em idosos é implementar modificações no
estilo de vida. Freqüentemente, pessoas com mais de 60 anos tendem a levar um estilo
de vida sedentário devido a vários fatores, como deficiência visual, problemas ósseos e
articulares, depressão ou insegurança. Porém, é imprescindível que pratiquem atividades
físicas sob orientação de profissional qualificado e com alimentação adequada para
melhorar seu quadro diabético. Estudos indicam que pacientes mais velhos podem
melhorar seu diabetes de forma mais significativa através de alterações no estilo de vida
do que pacientes mais jovens. Curiosamente, os idosos têm vantagem quando se trata de
tratamentos não farmacológicos.
SANTOS SEGUNDO, Ademir Esperidião; DA SILVA PIN, Lucio Fernando; MOREIRA NEVES DOS SANTOS, Elvins
Eugênio; RANGEARO PERES, Carlos Alberto. EPIDEMIOLOGIA DA DIABETES MELLITUS NO BRASIL DE 2018 A
2022. Revista de Patologia do Tocantins, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 67–71, 2023. DOI: 10.20873/10.20873/uft.2446-
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