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Apontamentos de NEE 2011

1. DOENÇAS CRÓNICAS
ASMA
Características:
A palavra significa "ânsia" ou ofegante. É uma doença crónica dos brônquios e pulmões
caracterizada por obstrução, inflamação e hiper-reactividade das vias aéreas.
Fases: Tosse, dispneia e obstrução brônquica grave

Durante um ataque de asma as vias respiratórias ficam inflamadas e são revestidas de um


excesso de “muco”; os brônquios estreitam e verifica-se uma dificuldade no controlo da entrada e da saída de ar.
Durante uma crise de asma, a inflamação piora e os músculos que rodeiam as vias aéreas entram em “espasmo”
provocando a diminuição do tamanho da via respiratória (obstruída pela camada de muco desenvolvida). Esta obstrução
causa, tosse, falta de ar, aumento da frequência respiratória, colapso das costelas, pescoço e clavículas; Pode
igualmente criar “aperto no peito” e dificuldade em articular palavras.

Causas:
As crises também podem ser motivadas por:
i. Alergia a substâncias (alimentos, pólen das plantas, pelos dos animais)
ii. Condições emocionais (stress escola/exames, ansiedade, situação complicada)

Quando uma crise ocorre, as crianças podem:


i. Tomar medicamentos para relaxar os músculos dos pulmões - Inalador;
ii. Controlar a respiração;
iii. Manter a calma e tranquilizar a criança.
Efeitos colaterais da medicação (ex: utilização excessiva dos broncodilatadores) – Pulso acelerado aumento dos
batimentos cardíacos, pressão arterial alta, irritabilidade

Etiologia
Asma é causada por uma interacção complexa de factores ambientais e genéticos que ainda não totalmente
conhecidos.
Factores ambientais: Fumo do tabaco, por exemplo, no caso de mães fumadoras; fraca qualidade do ar; poluição; stress
psicológico.
Alergia a substâncias: certos alimentos, pólen, poeira da casa, pêlo de animais.
Antibióticos administrados precocemente parecem estar relacionados com um aumento da incidência de asma.

Asma provoca uma constrição das vias respiratórias:


i. Broncoconstrição - diminuição do tamanho das vias respiratórias nos pulmões devido à constrição dos
músculos lisos
ii. Broncoinflamação - condição de asma resultante da resposta do sistema imunitário a alergénios; nos
asmáticos essas defesas activam a parte humoral do sistema imunitário

Exercícios respiratórios
A maioria das pessoas asmáticas fazem uma respiração incorreta (trabalho excessivo dos músculos
superiores do peito e dos intercostais e, abaixo do esperado a nível do diafragma);
Maiores dificuldades na expiração que na inalação;
Devem ser ensinados 2 tipos de respiração (costal/superficial ou Profunda/diafragmática);
Jogos que melhoram a expiração: atividades de sopro (corrida de bola ping-pong ou tentar apagar a vela…);
atividades que usam os músculos abdominais (rir continuamente máx. tempo)

Avaliação respiratória
Avaliação da eficiência pulmonar é feita com um espirómetro sendo o teste mais comum é o volume da
expiração forçada. (rapazes 500-4500cc e raparigas 350 a 3400cc) estes valores encontram-se alterados
sempre que existe obstrução branquial.

Implicações para as AFD’s


AFD's ajudam no mecanismo de broncodilatação; Mesmo quando exista asma crónica:
 o exercício ajuda a combater os sintomas;
 os alunos com asma devem ser

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o incentivados a participar nas AFD's;


o ensinados a controlar a respiração;
o responsabilizados pelo controlo do esforço e entendimento do corpo;
o sensibilizados para os benefícios de um estilo de vida activo e saudável combatendo o sedentarismo;
o e educados a adoptar hábitos de AF e alimentação saudável;

Relação entre ataque de asma e actividade física


 pode ser induzido pelo exercício por causa da relação entre níveis de ventilação e ar frio e seco Ex: a corrida
em espaços exteriores e ambiente seco e frio;
 em ambiente controlado - piscina aquecida – com ar húmido e quente, é menos provável que aconteça um
ataque de asma induzido pelo exercício;

O Tratamento da asma inclui a prescrição de corticosteroides, que, por sua vez têm Efeitos secundários (combate
inflamação e reduz inchaço das vias respiratórias):
i. aumento do apetite,
ii. ganho de massa gorda,
iii. desregulação da glicémia
iv. perda de massa óssea;

Precauções a ter para impedir um ataque de asma durante exercício:


1. Um bom aquecimento inicial, intensidade moderada, prolongado (15/30minutos);
2. em manhãs frias, com agasalho e um lenço na boca de modo a aquecer o ar inspirado;
3. uso do broncodilatador 15/20 minutos antes do início da actividade;
4. assegurar-se que o "inalador" está perto e disponível;
5. no caso de ser necessário, não exagerar a dose (2/3 vezes em cada 3 horas ) e esperar pelo efeito antes de
reiniciar o exercício;
a. o uso excessivo causa taquicardia, subida de tensão e outros efeitos que nas palavras dos que
adoptam este método "não são tão maus quando comparados com a falta de oxigénio";
6. Actividade de intensidade intermitente – 5 min. de actividade intensa seguido de 5min. ou menos de descanso;
7. Educar os alunos para o auto-controlo durante as actividades é CONTEÚDO DE ENSINO!

Actividades Recomendadas
 Exercícios “body and mind”, ioga;
 Actividades desportivas que exigem "fragmentos" aeróbios de curta duração como voleibol, ténis aos pares,
luta, basebol ou softbol;
 Caminhadas;
 Natação – de preferência em piscinas sem cloro por este ser considerado um alergénio;
 Outras, de acordo com os gostos e as preferências (ajudar os alunos a fazerem escolhas adequadas);

Actividades contra-indicadas
 Todas as actividades de intensidade elevada e duração contínua como basquetebol, corridas de longa distância,
etc.
 Mergulho; Escalada; Caminhadas em altura; Ski;

EPILEPSIA
A epilepsia é uma condição crónica do sistema nervoso central caracterizada por contracções musculares que ocorrem
quando há uma mudança súbita e breve da actividade eléctrica dos neurónios do córtex cerebral - crises epilépticas;
Durante a crise, a consciência da pessoa, o movimento, ou as acções alteram-se por um curto período de tempo, de
forma incontrolável;
A epilepsia é prevalente entre as crianças com deficiência intelectual (1/8), mas isso não significa que uma pessoa com
epilepsia tenha uma deficiência intelectual.

Características
A epilepsia é o conjunto de sintomas causados por uma actividade eléctrica anormal no cérebro;

Sinais de alerta:
i. “Brancas/apagões" ou memória confusa;
ii. Episódios de apatia inexplicável;
iii. Movimentos involuntários dos braços e pernas;

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iv. Desmaios seguidos de fadiga excessiva;


v. Sons estranhos, percepções distorcidas, sentimentos de medo episódico que não pode ser explicado;

Etiologia e prognóstico
As contracções são causadas por uma instabilidade na membrana celular provocada pelo desequilíbrio entre o sódio
(fora) e o potássio (dentro) da célula; Podem ser ou não acompanhadas de convulsões (súbitas e incontroláveis)

Tipos de Crises
i. Crise Generalizada Tónico-Clónica (Grande Mal);
ii. Ausência (Pequeno Mal);
iii. Crise só tónica ou só clónica;
iv. Crise Mioclónica (mais curta que a tónico-clónica ou só tónica ou só clónica);
v. Crise Atónica (tónus postural momentaneamente diminuído);
vi. Crise Parcial Simples (sem perda de consciência contração clónica numa parte do corpo);
vii. Crise Parcial Complexa (com perda de consciência);
viii. Estado de Mal Epiléptico

AUSÊNCIA – nas crianças


Paragem súbita, durante segundos; Parecem olhar para o espaço e ter um lapso de atenção; Por vezes acompanhada
por um pestanejar ou movimentos mastigatórios; Recuperação rápida, com amnésia para o episódio; Quando não
reconhecida, origina problemas na aprendizagem.
Não confundir com: Desatenção | Sonhar acordado | Ignorância deliberada das instruções dos adultos/desobediência.

A Epilepsia não é curável, mas é controlada por medicamentos (efeitos secundários adversos – alteração na
coordenação, concentração, tempo de reação baixo, sonolência, visão turva e irritabilidade).

Causas – fatores influenciadores


Fatores que podem agravar uma crise epilética:
 Falta de sono ou cansaço;
 Stress;
 Álcool | Drogas
 Luzes cintilantes | excesso de ruído
 Hiperventilação;
 Elevada alcalinidade ou baixa de açúcar no sangue;
 Prisão de ventre,
 Medicamentos,
 Hipertermia ou hiper-hidratação;
 Traumatismo.
É importante identificar os estímulos desencadeadores para prevenir as crises.

Implicações para a EF
A epilepsia pode interferir na capacidade da criança aprender; Se há uma criança com epilepsia na turma o professor
deve: estar informado sobre essa condição | efeitos da medicação, sobre o que fazer em caso de crise.

Durante: Manter a calma e verificar o tempo!


 ajudar a pessoa no chão: não mover a pessoa, colocar algo macio sob a cabeça, colocar a cabeça de lado, não
colocar nada na boca, tirar os objectos cortantes, libertar as roupas, afastar obstáculos, observar a crise;
 Manter as outras pessoas afastadas e pedir que chamem a ambulância se a crise durar mais de 5 minutos;
Depois: Rolar a pessoa para a posição de segurança, limpar o excesso de saliva, verificar a normalidade da respiração,
permitir que a pessoa descanse, minimizar qualquer constrangimento, permanecer com a pessoa até que esteja
totalmente recuperada e não dar qualquer alimento ou bebidas;

1) Pessoas com epilepsia podem e devem fazer AFD;


2) As actividades devem ser monitorizadas e ajustadas individualmente à tolerância de cada pessoa e de acordo
com a história médica.
3) Podem usar equipamentos de segurança em casos graves e crianças muito pequenas (capacete, joelheiras e
cotoveleiras)
4) Cuidado com a prática de desportos náuticos e as actividades que possam provocar contacto ou traumatismo;
5) As actividades que podem provocar quedas devem ser feitas aos pares ou em grupo;

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6) Atenção aos aspectos psicológicos e sociais da doença;

Em caso de crise:
Procedimentos de auxílio
 Manter a calma e controlar o tempo
 Afastar a criança de perigo
 Não restringir os movimentos
 Não colocar nada na boca
 Permaneça junto da criança até que recupere totalmente
Crises convulsivas
 Proteja a cabeça
 Observe a respiração
 Vire o aluno de lado
Chamar o 112
 Quando a crise dura mais de 5 minutos
 Crises sucessivas sem recuperação no seu intervalo
 Dificuldades respiratórias
 Ferimentos
 crise dentro de água

DIABETES
A diabetes de tipo 1 é uma desordem metabólica de etiologia múltipla, caracterizada por uma hiperglicémia crónica
com distúrbios no metabolismo dos glícidos, lípidos e proteínas resultante da segregação/ acção da insulina.
O corpo não consegue usar o açúcar e o amido como energia. Quando há demasiado açúcar no sangue, as crianças
sentem-se mal e podem perder a consciência. Sentimentos de cansaço, falta de concentração, sudorese excessiva,
dificuldade na leitura e na fala são alguns dos sintomas.
As crianças podem necessitar de injecções de insulina regular; Precisam de ter cuidado com o que comem e a
quantidade de exercício que realizam.

Características
Sinais de alerta:
 sede excessiva,
 micção frequente,
 sonolência ou letargia,
 açúcar na urina,
 alterações súbitas na visão,
 aumento do apetite/perda de peso repentina,
 odor doce ou frutado na respiração,
 respiração difícil ou pesada.

Causas
Os cientistas não sabem qual a causa da diabetes juvenil. Podem ser consideradas doenças auto-imunes, com carga
genética e/ou factores ambientais. O aparecimento de Diabetes Juvenil em algumas pessoas geneticamente
predispostas, pode estar associado a um vírus que estimula o sistema imunitário a lutar contra o pâncreas – o produtor
de insulina - comprometendo o uso adequado daquela.

Etiologia e prognóstico
i. São dependentes da insulina.
ii. Picam-se pelo menos 6 vezes ao dia
iii. Devem equilibrar a ingestão de alimentos numa dieta adequada;
iv. A AFD regular evita a hipoglicémia ou a hiperglicémia no quotidiano, contribuindo para o equilíbrio e o bem-
estar geral

Complicações:
 Retinopatia diabética
 Nefropatia
 Doenças Cardiovasculares
 Neuropatia

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Implicações para a EF
 AFD é indispensável e por isso deve ser incentivada;
 Devido ao aumento da utilização da glicose durante o exercício, existe o risco de hipoglicemia durante e após o
exercício (especialmente em quem toma insulina ou fármacos hipoglicémicos orais)
 Se a hipoglicemia acontecer durante a aula, deverá reconhecer os sinais e os primeiros socorros;
 Diabéticos devem realizar exercício com um parceiro ou sob supervisão, de forma a reduzir o risco de
problemas associados à hipoglicemia;
 Monitorizar a glicemia para a prevenção de hipo ou hiperglicemia, (antes e após o exercício sobretudo quando
estão sob efeito de medicação que aumenta a produção de insulina)
 Dieta equilibrada; Testes de glicose; Tomada de insulina adequada;
 Direito à privacidade;
 Assegurar a existência de um Plano de Emergência

Actividades recomendadas
Programa de combate à obesidade
 Estabelecer os níveis de AFD necessários e ajustados aquela pessoa;
 Actividades que envolvam grandes grupos musculares para induzir o gasto energético -caminhadas, ciclismo,
natação, dança, patinagem, basquetebol e futebol.
 30 a 45 minutos diários no mínimo;
 o gasto energético total, é mais importante que a intensidade da actividade;
 Actividades devem ser divertidas e motivantes.
 As actividades aquáticas são recomendadas para os obesos;
 Todas as que proporcionarem bem-estar e gasto energético.

Actividades contra-indicadas
 Nunca deixar uma criança com diabetes a realizar actividade física e desportiva sem supervisão;
 Exercícios vigorosos ou não planeados podem provocar emergência diabética.

Pessoas com diabetes com retinopatia:


i. risco acrescido de deslocamento da retina e hemorragias decorrentes em exercício vigoroso;
ii. para diminuir o risco evitar actividades que aumentem a pressão arterial, o exercício de intensidade vigorosa e
o treino de força;
Pessoas com diabetes e com nefropatia:
i. têm uma reduzida capacidade funcional;
ii. realizar exercícios de baixa a moderada intensidade, desencorajar actividades vigorosas quando a capacidade
funcional é baixa.

1. INFORMAÇÃO SENSORIAL E FUNCIONAL


 Recetores da informação externa:
- Recetores à distância (visão, audição, olfato, tato - termo receção)
- Recetores imediatos (tato – sentido cutâneo, gosto)
 Recetores da informação propriocetiva:
- Cinestesia
- Vestibular
 Recetores de informação mista:
- Tato + cinestesia = perceção háptica
 Recetores da informação interna:
- Informação com origem nas vísceras (orientação e equilíbrio do corpo no espaço em situações limite que
influenciam o sistema nervoso autónomo.

CARACTERISTICAS DA INFORMAÇÃO VISUAL


- Representação do mundo exterior
 Informação mais rápida e mais precisa na localização dos objetos e da sua posição relativa e distância criando
uma imagem de conjunto;
 Informação sobre atributos do meio relativos à cor, dimensão, forma, brilho e mobilidade;

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 Informação sobre a deslocação de um objeto e do tipo de movimento que realiza no espaço. Jogo de
seguimento que permite o primeiro estabelecimento da sua permanência;
 Reconhecimento das propriedades dos objetos baseada no jogo de discriminação;
 Velocidade de deslocação dos mesmos.
- Elaboração do sistema de orientação
 Informação instantânea e constante do local onde nos encontramos;
 Informação precisa sobre a posição relativa do corpo bem como das suas partes;
 Informação sobre a localização da horizontal, mudanças de posição relativa e distâncias;
 Informação sobre orientação do corpo em relação à gravidade, e verticalidade;
 Informação mais eficaz no controlo dos movimentos quando nos deslocamos no espaço.
- Integração Sensorial
 Contribuir para o processamento de informação tácteis e auditivas;
 Facilitar a organização dos conhecimentos tácteis e auditivos;
 Estimula e integra as outras informações sensoriais;
 Mediadora entre as diversas informações recebidas através dos outros sistemas sensoriais.
- Papel da Visão no desenvolvimento
 Jogo de seguimento (acreditar elementar permanência do objeto)
 Jogo de descriminação (identificação das propriedades dos objetos)
 Figura fundo
 Constância da Forma
 Posição e relação do corpo e dos objetos no espaço
 Coordenação visuo-motora
 Organização do gesto
 Organização do campo de ação
 Intencionalidade na ação

CARACTERISTICAS DA INFORMAÇÃO AUDITIVA


- Informação sonora
 Descontínua;
 Proveniente de qualquer direção;
 Sempre presente desde que exista uma fonte sonora;
- Contribuição para o sistema de orientação
 Informação sobre a distância e a direção da fonte sonora;
 Localização de objetos e lugares com sons próprios;
 Estabelecimento da posição relativa do indivíduo em relação a esses objetos e lugares através do eco assim
como das dimensões dos objetos.
- O som mede-se em 2 dimensões
 Frequência Hertz (Hz)
 Intensidade decibéis (dB)
- Audição aumenta progressivamente desde o nascimento e atinge os valores do adulto
 Aos 4-5 anos frequências de 10.000Hz
 Aos 8 anos frequências entre 2000 e 4.000Hz
 Aos 10 anos entre 400 e 1.000Hz
 Aos 7 é mais sensível do que o adulto para frequências de 20.000Hz e vai perdendo com a idade
 A intensidade da fala ronda os 50 dB
 Aprende a localizar o som em primeiro lugar na horizontal e mais tarde na vertical

CARACTERISTICAS DA INFORMAÇÃO TÁCTIL/CINESTÉSICA


- Inclui o sentido cutâneo
 Pressão;
 Vibração;
 Temperatura;

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 Dor
- E a cinestesia
 Posição relativa e movimento das partes do corpo entre si (proprioceção)
 Para outros a proprioceção é o conjunto da cinestesia com o sentido vestibular
 Informação háptica informação recolhida pelo tato e o movimento efetuado simultaneamente (ex: Braille)

CARACTERISTICAS DA INFORMAÇÃO VESTIBULAR


- Localização no ouvido interno informa sobre a Posição da cabeça e compõe-se 2 partes
 Utrículo estático (aceleração linear)
 Labirinto cinético, outros movimentos da cabeça em diferentes planos
- Relação com os movimentos oculares permitindo manter a fixação visual quando a cabeça se move
- O uso eficiente da informação vestibular depende do desempenho de atividades motoras que combinam o
input vestibular com o visual propriocetivo e táctil.

CARACTERISTICAS DA INFORMAÇÃO OLFATIVA


- Informação relativa aos atributos químicos do meio ambiente
 Provenientes de qualquer direção
 Presente quando existe um odor especifico de uma fonte determinada no local onde nos encontramos
- Contribuição para o sistema de orientação
 Localização de objetos e lugares com odores próprios
 Criação de pontos de referência na deslocação de um indivíduo

CACARTERISTICAS DA INFORMAÇÃO GUSTATIVA


- Informação relativa aos atributos químicos do meio ambiente
 Menos discriminatória
 A boca fornece informação sobre a qualidade da textura contornos e tamanho
 Localização na mesma zona cerebral do olfato

2. DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Sistema Auditivo: o ouvido divide-se em 3 partes – ouvido externo, médio e interno.
- Ouvido externo serve para recolher o som e o levar por um canal ao ouvido médio (constituído pela orelha +/- 2cm e
pelo tímpano);
- Ouvido médio transforma a energia de uma onda sonora em vibrações internas da estrutura óssea do ouvido médio e
finalmente transformar estas vibrações em uma onda de compressão (bigorna, martelo e estribo);
- Ouvido interno serve para transformar a energia da onda de compressão dentro de um fluido em impulsos nervosos
que podem ser transmitidos ao cérebro (trompa de Eustáquio, cóclea, canais semi circulares e nervo auditivo).

Surdo – descreve uma pessoa com perda parcial ou total da capacidade de ouvir, sem ajudas auditivas;

Um compromisso na audição, quer seja permanente ou temporário, afecta negativamente o desempenho escolar de
uma criança.

 Entende-se por SURDEZ uma deficiência auditiva tão severa que não permite o processamento da informação
linguística, através da audição sem ou com ampliação afetando a sua performance educativa.
 Entende-se por HIPOACUSIA uma deficiência auditiva que afeta a performance académica mas permite
parcialmente o processamento da informação linguística, através da audição.

Grau de deficiência
 Perda auditiva ligeira 20 a 40 dB
 Perda auditiva moderada 41 a 60 dB (41 a 54 dB e 55 a 69 dB)
 Perda auditiva severa 61 a 90 dB ou 70 a 90 dB
 Perda profunda >= 90 dB
70dB é o critério aceite para marcar a diferença entre surdez e hipoacusia
Surdez adquirida: antes da aquisição da fala < 2 anos; no período de aquisição 2-3 anos e, após aquisição fala > 3 anos

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Classificação Desportiva
 Perda auditiva pelo menos 55dB no melhor ouvido avaliado em três tons 500, 1000 e 2000 Hz, ISSO 1969
standard;
 Entre 55e 65 dB exame mais cuidadoso;
 Próteses auditivas e implantes cocleares ou outro tipo de ajudas não são permitidas na competição ;
 A competição não pode ser orientada pelo som.

Características
As pessoas com deficiência auditiva podem experimentar as seguintes situações:
 Qualidade de voz abafada e/ou voz monótona;
 Reacção aos ruídos em vez de reacção às palavras;
 Inibição na interacção social/emocional - retiram-se das conversas;
 Recorrem à imitação dos comportamentos que vêem nos outros para obter a sua atenção;
 Podem usar sinais para comunicar;
 Podem procurar diferentes posições da cabeça para ouvir melhor;
 Apresentam dificuldade para entender palavras pedindo a outros para falar mais devagar e mais alto;
 Têm necessidade de mais tempo para processar a informação, falta de atenção, evitando a participação oral;
 Têm dificuldade em seguir instruções;
 Apresentam um atraso no desenvolvimento que se manifesta na aprendizagem, no discurso e na interacção
com os outros.

Causas
i. O ruído contribui para o desgaste e dano da cóclea
ii. Hereditariedade
iii. Má formação congénita
iv. Traumáticas (Ferimento durante o nascimento ou desenvolvimento inadequado do interior do ouvido;
Traumatismo crânio-encefálico; Queda com traumatismo)
v. Exposição crónica a ruídos ao longo do tempo
vi. Orifício no tímpano ou acumulação de cera
vii. Infecções do ouvido ou existência de fluido
viii. Razões desconhecidas

Doenças que podem levar a uma perda auditiva individual: rubéola, osteoesclerose, meningite, doença de Meneire,
escarlatina, meningite, sarampo, ototoxicidade.

Etiologia e prognóstico
A perda auditiva pode ocorrer antes do nascimento ou depois; A lesão da cóclea é a mais frequente e pode acontecer
em momentos diferentes do desenvolvimento.

Três tipos de perda auditiva principais:


1) Condutiva - Problema com o ouvido externo ou médio (doença ou obstrução); Otites; Afecta todas as
frequências do som
2) Neurosensorial - Destruição da cóclea ou das células sensoriais auditivas/nervo óptico que não permite a
conexão com o cérebro
3) Mista – combinação de ambas
O prognóstico de perda de audição de um indivíduo depende das lesões e sua localização.
Ajudas auditivas: próteses auditivas, implantes cocleares, remoção da cera

Implicações funcionais - Comunicação


 A audição (total, parcial ou quase nula)
 O conhecimento da língua oral (semântica) falada e escrita.
 O conhecimento da leitura labial
 O conhecimento da língua gestual nas crianças surdas.

Comportamentos específicos
Uma pessoa com hipoacusia pode experimentar:
- Qualidade de voz abafada e ou voz monótona

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- Dificuldade para entender palavras, pedindo a outros para falar mais devagar e mais alto
- Necessidade de mais tempo para processar a informação, falta de atenção, evitando a participação oral
- Dificuldade em seguir instruções
- Reage aos ruídos em vez de reagir a palavras
- Atrasa a interação social e emocional, retira-se das conversas
- Atraso no desenvolvimento que se manifesta na aprendizagem, no discurso e na interação com os outros
- Pode imitar os outros para obter a atenção
- Pode usar sinais para comunicar e ou colocar a cabeça em posição para ouvir melhor ou devido ao
desconforto

Implicações para a Atividade Motora


 Pessoas com deficiência auditiva podem praticar quase todas as actividades;
 podem apresentar dificuldades ao nível: (1) do equilíbrio estático e dinâmico, (2) aptidão física, (3) atraso na
aquisição da motricidade grosseira e fina, (4) da força e (5) coordenação.
 Pequenas adaptações são suficientes para a prática de AFD's;
 Ambiente favorável: tranquilo, sem ruído excessivo;
 Instruções claras e muitas rotinas;
 Sensibilizar os alunos da turma para a problemática: promover a aceitação, realizar actividades de simulação

PESSOAS CEGAS-SURDAS
A surdocegueira é a incapacidade total ou parcial de audição e visão, simultaneamente.

Classificação
 Indivíduos surdos profundos >= 90dB e cegos totais
 Indivíduos surdos totais e baixa visão AV =< 0.1
 Indivíduos com baixa audição 70 a 90dB e que são cegos
 Indivíduos coom baixa visão 0.05 =< AV =< 0.1 e audição 70 a 90dB
Causas
 Permaturidade
 Rubéola
 Símdromes down, usher, trissomia 13, charge, síndroma fetal alcoólico
 Hidrocefalia, microcefalia
 Abuso de drogas pela mãe
 Disfunções pré-natais congénitas (SIDA, toxoplasmose, herpes, sífilis)
 Causas pós-natais (asfixia, traumatismo craniano, encefalite, meningite)

Atividades Recomendadas
 Basquetebol; Golfe; Futebol; Ténis; Voleibol; Luta/Judo.

Actividades contra-indicadas
 Natação - a pressão da água pode comprometer ainda mais a audição

Estratégias de ensino mais eficazes


1) Ambiente educativo seguro, livre de obstáculos e tranquilo;
2) Trabalho a pares ou em pequenos grupos;
3) Utilizar alguns sinais básicos e comunicação expressiva;
4) Manter uma atitude positiva;
5) Falar de frente para os alunos para facilitar a leitura labial;
6) Usar mensagens ou outro método que facilite a comunicação;
7) Adoptar rotinas: colocação na sala, deslocamentos, sinais;
8) Proporcionar actividades gratificantes.

Gestão positiva de comportamentos


1) Controlo da turma, das situações, das interacções e conhecimento das personalidades dos alunos;
2) Gestão eficaz dos tempos;
3) se ocorrerem situações conflituosas, determine as causas para as resolver antes que se transformem num
problema maior;
4) Negociar e estabelecer ritmos de aprendizagem;
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5) Incentivar a participação e a superação;

3. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Deficiências/Atrasos ou Dificuldades de Desenvolvimento - é o termo genérico que engloba as deficiências


intelectuais e outras deficiências que se tornam conhecidas na infância.

As deficiências de desenvolvimento podem ser de ordem física ou cognitiva ou ambas as coisas. Aparecem até aos
22 anos de idade e geralmente são para o resto da vida.
A deficiência intelectual é uma deficiência que se encontra relacionada com o processo cognitivo. Em muitos casos
coabita com a deficiência motora.
Aproximadamente 20% das pessoas com DI têm epilepsia.

Dificuldades de desenvolvimento – Sinais de Alarme


Linguagem falada
 Não diz mamã aos 18 meses
 Não reconhece o nome de objectos simples aos 2 anos
 Não repete canções/ritmos aos 3 anos
 Não utiliza frases aos 4 anos
 Não é compreendida por pessoas fora da família aos 5 anos
 Fala de forma diferente das outras crianças da sua idade

Compreensão da Linguagem
 Não reage ao seu nome com 1 ano
 Não identifica partes da cara aos 3 anos
 Não segue histórias simples aos 3 anos
 Não responde a perguntas simples aos 4 anos
 Não segue as instruções que lhe são dadas aos 5 anos
 Quando comparada com outras crianças da mesma idade parece ter dificuldades em compreender o que se lhe
diz

Leitura e Escrita (5 anos)


 Tem dificuldade em copiar círculos ou quadrados
 Não faz puzzles
 Não reconhece as letras depois de as ter visto
 Não recorda 5 números ou palavras na ordem correta imediatamente depois de lhe terem sido ditas

Comportamento
 Não toma atenção ao que a rodeia
 Fraca memória das coisas
 É hiperactiva, apática ou indiferente

Jogos e Brincadeiras
 Não gosta de brincar com 1 ano
 Não brinca com objectos de uso diário (colher) aos 2 anos
 Não brinca com as outras crianças aos 3-4 anos
 Há diferenças nas brincadeiras em relação às da sua idade

Motricidade
 Não se senta sozinha aos 10 meses
 Não anda aos 2 anos
 Não se equilibra num só pé aos 4 anos
 Coordenação pobre e a sua motricidade é diferente das crianças da sua idade

Def. Intelectual
i. É a mais comum das deficiências;
ii. É diferente de doença mental;
iii. Algumas dificuldades só são identificadas à entrada da escolaridade;

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iv. Grande variabilidade no desenvolvimento;


v. Estigmatizante.

Dificuldade Intelectual e Desenvolvimental – Caracteriza-se pela existência de limitações significativas ao nível do


funcionamento intelectual e do comportamento de adaptação ou adaptativo, expressas nas capacidades conceptuais,
sociais e práticas e que se manifestam antes dos 18 anos de idade.

O funcionamento intelectual também chamado de inteligência diz respeito à capacidade de aprender, raciocinar e de
resolver problemas etc.
O comportamento adaptativo refere-se a muitas das competências sociais e “práticas” do dia-a-dia.

INTELIGÊNCIA – Define-se como a competência genérica para resolver problemas, que envolve a capacidade de
raciocínio, perceber e estabelecer relações e analogias, calcular e aprender depressa. Capacidade de lidar com as
mudanças no nosso envolvimento. O envolvimento influencia o seu desenvolvimento. O critério mais utilizado para
medir o funcionamento intelectual são os testes de quociente de inteligência (QI).
QI – Média 100 e desvio padrão 15 (Ou seja, QI NORMAL entre 85 e 115, 70 para baixo Def.intelectual). Pode variar
consoante a idade e o teste usado. Apresenta nível de correlação elevado em qualquer dos casos. (QI = IM/IC)
Classificação Desportiva DI
1º Critério - QI abaixo dos 70/75;
2º Critério - Comportamento adaptativo
 Competências conceptuais – Linguagem (compreensão e expressão), literacia, gestão do dinheiro e de saber
definir o que quer para a sua vida e organizá-la.
 Competências sociais (relações interpessoais, capacidade de seguir regras, obedecer a leis, responsabilidade
social, auto-estima)
 Competências práticas (actividades do dia a dia, higiene, deslocação, competências de ocupação, utilização do
dinheiro e do telefone, cumpri rotinas, horários e normas de segurança)
3º Critério -idade inferior a 18 anos
Outros critérios do contexto do individuo podem ser incluídos: forma como se comportam, comunicam e movimentam,
diversidade linguística e cultural.

Perfil de funcionalidade
• Valorizar o comportamento adaptativo (Visão do desenvolvimento humano);
• As limitações devem ser consideradas de acordo com o contexto em que o indivíduo se insere (Reforçar a interacção
com o contexto);
• As pessoas têm limitações mas também têm capacidades;
• A descrição das limitações tem como objectivo a conquista de apoios;
• Estabelecer os apoios necessários para a sua participação;
• Os apoios determinam a melhoria da funcionalidade.
• Uma avaliação válida tem de considerar a diversidade linguística e cultural, tal como as diferenças observáveis na
comunicação, na visão, na motricidade e na adaptação.

Causas
i. Condições genéticas (síndrome de Down - trissomia 21)
ii. Problemas durante a gravidez (ex: rubéola)
iii. Problemas no nascimento (ex: anoxia)
iv. Problemas de saúde (ex: meningite, traumatismo)
v. Causas sócias e afectivas (ex: maus tratos, subnutrição)

Aptidão Física
Características:
1) Tendência para a obesidade
2) Diferença 2|4 anos em relação aos pares no que respeita: Força, Flexibilidade, Resistência e Agilidade
Estratégias
1) Programa de AF adequado ao perfil;
2) Aumento gradual do nº de repetições;
3) Acompanhamento nutricionista;
AFD's - Natação; Dança; Caminhadas e Programa de AF diária

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Competências motoras
Características - Dificuldades
1) Equilíbrio;
2) Conhecimento e domínio do corpo;
3) Motricidade Global (grosseira);
4) Agilidade;
5) Lançar e receber;
6) Velocidade de reacção e de execução
Estratégias
1) Construir e implementar um programa de melhoria do desenvolvimento motor de acordo com o perfil de
funcionalidade;
2) Trabalho aos pares e em pequenos grupos
AFD's
1) Exercícios de equilíbrio, gímnicos, ritmo;
2) Aprendizagem das rotinas;
3) Instrução cuidada;
4) Actividades de lazer;
5) Tarefas para casa

Competências cognitivas
Características
1) Vocabulário limitado;
2) Dificuldades na abstracção, memória e atenção;
3) Dificuldade na transferência de conceitos, de aprendizagens e comunicação
Estratégias
1) Usar exemplos concretos e pistas visuais;
2) Aumento das oportunidades de prática e demonstração em diferentes contextos;
3) Encorajar a verbalização
AFD's
1) Padrões motores fundamentais;
2) Actividades aos pares;
3) Exercícios dentro de água;
4) Jogos lúdicos de conceitos;
5) Tarefas para casa

Competências sociais
Características
1) Baixa auto-estima;
2) Tendem a imitar e a serem "seguidores"
Estratégias
1) Aumento das oportunidades de interacção social positiva;
2) Reforçar positivamente;
3) Actividades adequadas ao perfil de funcionamento
AFD's
4) Actividades cooperativas;
5) Jogos com regras estabelecidas;
6) Actividades de demonstração (saraus, encontros, etc)

Comportamentos inadequados
Características
1) Pouca resistência à frustração;
2) Fraco desempenho em situação stressante;
3) Agressividade;
4) Falta de motivação
Estratégias
1) Estruturar as actividades para assegurar o sucesso;
2) Reforçar comportamentos positivos;
3) Actividades de relaxação promotoras de auto-controlo;
AFD's

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1) Actividades lúdicas dinâmicas estruturadas;


2) yoga;
3) Actividades recreativas e de lazer.

4. SINDROME DE DOWN
Anomalias cromossómicas podem ser:
 Trissomia 21 - um cromossoma 21 extra em todas as células do
organismo (47) por erro na divisão celular designada "não disjunção";
90 a 95%
 Translocação – parte do cromossoma 21 está localizado noutro
cromossoma, possui 46 cromossomas; 3 e 5%
 Mosaicismo - erro na "não disjunção" após a fertilização; coexistem
células normais e trissómicas, algumas células têm 47 e outras têm 46 cromossomas; < 2%
Características
FÍSICAS: pequena estatura; dedos das mãos e dos pés curtos; alterações na proporção pernas/tronco; pescoço curto;
prega única nas palmas; obesidade;
FACIAIS: crânio pequeno; olhos amendoados, nariz achatado, ponte e cavidade bucal pequena; língua sulcada
MOTORAS: eventual dificuldade na locomoção; atrasos motores generalizados; os problemas de equilíbrio condicionam
o seu desempenho motor; tonicidade muscular pobre; hiperflexibilidade; os problemas cardíacos podem afectar a
actividade e os níveis de aptidão física.
COGNITIVAS: atraso nas competências cognitivas e/ou sociais mas são crianças escolarizáveis;
AFECTIVAS:
a) Teimosia e recusa em falar quando não compreendem completamente o que se espera deles, ou quando
tentam conquistar o controlo das actividades quotidianas;
b) Falar “consigo próprio” em situações que os incomodam ou quando se sentem confusos;
c) Meigos, dóceis.

CAUSA
Erro na divisão celular chamado “não disjunção”; 47 cromossomas em vez dos 46
habituais. Este cromossoma 21 tem um impacto significativo no desenvolvimento
motor, no cognitivo e na linguagem; "Mito da idade"

PROGNÓSTICO
 Problemas de audição e as doenças cardíacas podem afectar a actividade quotidiana e os níveis de aptidão
física ao longo da vida;
 Podem ter um processo rápido de envelhecimento (doença de Alzheimer);
 Podem ser afectados por distúrbios oculares – estrabismo (comprometimento das trajectórias e da visão
binocular);
 Esperança de vida inferior.

IMPLICAÇÕES PARA AS AFD's - O desempenho pode ser afectado por:


 problemas visuais;
 perda auditiva leve ou moderada;
 eventuais problemas cardiovasculares.
 instabilidade atlantoaxial (IAA) - mobilidade entre a primeira e a segunda vértebras cervicais, permitindo o
deslizamento das vértebras para fora do alinhamento;
 informar a escola e os professores EF antes de qualquer participação nas AFD's

Sugestões para a avaliação


1. Testes básicos de habilidade motora revisada (BMAT-R): crianças de 4-12.
a. Avaliar as respostas motoras fundamentais (coordenação olho-mão, destreza dos dedos, velocidade
mão, flexibilidade, força pernas, agilidade, equilíbrio estático, força braço e coordenação olho-pé)
2. Brockport teste de aptidão física: jovens dos 10-17.
a. Mede 3 componentes da aptidão física relacionadas com a saúde (funcionamento aeróbio,
composição corporal e função múscualo-esquelética).
3. Peabody desenvolvimento motor : crianças 0-6 anos.
a. Testes de habilidades motoras, movimento rápido e habilidades fundamentais;

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b. Ajuda a determinar se uma criança está atrasada na aquisição de competências e determinar se há


necessidade de intervenção

ACTIVIDADES RECOMENDADAS
Yoga
 benefícios para o sistema nervoso central;
 melhoria do equilíbrio, do conhecimento do corpo;
 contribui para a concentração e para a memória;
 ajuda a alongar, a tonificar e a fortalecer o corpo inteiro.
Caminhadas, dança, natação...

PARTICIPAÇÃO RESTRINGIDA:
 na ginástica, nos saltos, natação no estilo mariposa e em todas as actividades e exercícios que solicitem os
músculos do pescoço.

ESTRATÉGIAS DE ENSINO MAIS EFICAZES


Pré-escolar
i. Ensino individual em ambientes altamente estruturado
ii. Permitir tocar e sentir para aprender
iii. Usar espaço pequenos para as actividades de aprendizagem

1º, 2º e 3º Ciclos
i. Permitir ao aluno escolher algumas das actividades para ajudar na sua tomada de decisão
ii. Manter as rotinas organizacionais na turma e na escola
iii. Dar instruções objectivas, específicas e breves
iv. Demonstrar as habilidades pretendidas para que as façam por imitação
v. Desconstrução das tarefas em etapas mais pequenas e simples
vi. Promover o trabalho a pares;
vii. Usar estratégias positivas na gestão dos comportamentos

NOTA: devem-se usar os equipamentos mais leves e usar auxiliares visuais e auditivos

5. NECESSIDADES ESPECÍFICAS DOS ALUNOS CEGOS E COM BAIXA VISÃO (DEFICIÊNCIA


VISUAL)

Funcionamento Visual – As 7 funções visuais do Spectrum do funcionamento visual:


 Acuidade visual para perto e para longe;
 Campo visual;
 Sensibilidade ao Contraste (encontra-se correlacionada com a percepção da profundidade – uma boa
percepção da profundidade requer uma boa sensibilidade ao contraste);
 Sensibilidade à luz;
 Descriminação da cor;
 Controlo Oculo-motor (uso coordenado de ambos os olhos e mobilidade ocular)

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Acuidade Visual – Entende-se por acuidade visual o poder de discriminação do globo ocular, que se exprime pela
distância angular dos dois pontos mais próximos que pode distinguir ou capacidade que o olho humano possui de
distinguir pequenos intervalos entre zonas do campo visual.
É o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o
contorno dos objectos (Cones – Cor)
- Teste mais utilizado é a escala de Snellen; teste de Hyvarinem – aplicam-se em condições de luz standard ou
melhores condições de luz para o caso em estudo.

Campo Visual – Entende-se por campo visual o espaço que o olho humano é capaz de abranger visualmente quando se
está a olhar em frente fixando um ponto na linha do horizonte. Abrange na horizontal aprox. 180º e na vertical 130º
(Bastonetes- Movimento).

Hemianopsia/Hemiopia – Doença da vista que só deixa ver uma parte dos objectos.

Classificação desportiva - Pessoas com Deficiência Visual


Classe | Descrição
B1 | Ausência de percepção de luz nos 2 olhos,
|percepção de luz nos 2 olhos
|impossibilidade de reconhecer a forma da mão em qualquer direcção a qualquer distância

B2 |Capacidade de reconhecera forma da mão até 3 metros AV de 2/60 (0.03) e/ou um campo visual de 5º.

B3 |2/60 (0.03) < AV < 6/60 (0.1) e / ou um campo visual entre 5º e 20º.
(numerador indica a distância a que uma pessoa DV vê e o Denominador indica a distância a que um olho normal vê).

Tipos de problema – Alterações da visão


i. Visão normal
ii. Visão turva catarata
iii. Visão tubular 20º
iv. Degenerescência macular/sem visão central

Causas
 Doenças Oculares - miopia, hipermetropia, albinismo, cataratas, glaucoma, retinopatias, atrofia óptica
 Prematuridade, fibroplasia retrolenticular
 Doenças infecciosas - rubéola, toxoplasmose, sifilis, HIV/SIDA
 Acidentes e traumatismos
 Intoxicações
 Doenças Gerias - diabetes, anemias, nefrite, esclerose múltipla
 Avitaminose A (fome) …
Prognóstico
 Grau de visão estável (ex. cataratas operadas, glaucoma operado e controlado);
 Perda progressiva da visão na degenerescência macular, glaucoma não controlado, retinopatia diabética;
situações mais difíceis (como prever a necessidade do Braille?).
 Distúrbios oculares – astigmatismo, insuficiência de convergência, nistagmos, estrabismo (alterações das
trajectórias e da visão binocular)

Uso da Terminologia
Consequências
 Deficiência visual aparece como dizendo respeito às incapacidades visuais e à deficiência, embora esta última
nem sempre leva à existência de uma incapacidade.
 Usa-se o termo deficiência visual para designar a cegueira e a deficiência visual propriamente dita.
 O termo incapacidade/deficiência tem por isso sido muitas vezes usado em vez do termo desvantagem
(handicap).
 O termo Baixa Visão/deficiência visual tem-se baseado em limitações que se julgam que impõe. Ex:
o Cegueira legal/industrial (EUA) determina que a pessoa não pode continuar a desempenhar o trabalho
que tinha.
o Cegueira para a condução que determina num país que a pessoa não pode conduzir mais.

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Diferenças Terminológicas entre Profissionais


i. Para os educadores e reabilitadores
a. Funcionamento visual e Visão Funcional relacionam-se com a capacidade de um individuo
desempenhar uma tarefa;
b. Funcionamento visual refere-se a um comportamento visual como fixar um objecto e segui-lo.
ii. Para os médicos e outros profissionais de saúde
a. Funcionamento visual refere-se às componentes orgânicas do olho e do sistema visual que podem ser
medidas clinicamente como a: Acuidade visual, Campo Visual e Sensibilidade ao contraste
(capacidades visuais para os educadores e reabilitadores)

BAIXA VISÃO
 Definições estabelecidas a partir de um ou mais factores tais como:
o Perda do funcionamento de um órgão
o Grau de visão disponível
o Participação nas tarefas da vida (AVDs)
 Visão Funcional a aplicação dos comportamentos e das competências visuais disponíveis nas diversas
actividades da vida diária.
Impacto: varia com a tarefa a desempenhar e com a intensidade e qualidade da luz em que esta se desenvolve. A
DV é por isso dependente da tarefa.

Crianças com baixa visão são aquelas que têm dificuldades em executar tarefas viduais sem prescrição de lentes
correctivas, mas que podem aumentar as suas habilidades para realizar tarefas, desde que sejam utilizadas estratégias
visuais compensatórias ou modificações no ambiente.
Quanto mais se estimula a criança para ver, quanto mais se exercita, mais imagens visuais conserva, mais elementos
associa e mais detalhes e características identifica nos objectos, facilitando a interpretação do que a criança vê.
Conhecer o grau de visão das crianças: Ministério da Saúde – nascença; 1º, 4º, 6º, 9º, 15º mês, 3 anos e antes da
escolaridade obrigatória. No entanto, 80% crianças pré-escolar não foram avaliadas; 54% até aos 14 anos nunca foram
ao oftalmologista e, estima-se que 20% das crianças apresenta erros refractivos – causa é a falta de preparação dos
médicos de família e pediatras.

Funcionamento Visual
i. A Avaliação da visão funcional é a base da maioria dos programas de educação e reabilitação.
ii. Visão Funcional - Visão usada para obter o input necessário para planear e desempenhar uma tarefa.
iii. Funcionamento visual - Comportamento visual ex: mudança de ponto de fixação ou exploração do
envolvimento.

Visão Foveal Vs. Visão Periférica


Visão Foveal: Obtenção de informação mais detalhada (orientação específica do objecto), focalização do objecto.
Visão Periférica: Extracção de informação do campo visual periférico – recursos atencionais estão dirigidos para outras
tarefas. Noção geral da identidade do objecto (inclusive a forma básica e a cor). Localização do objecto. Importante para
se caminhar num terreno com diferentes texturas, passar por cima de obstáculos ou evitá-los.

Eficiência Visual
 Ausência de limitações no funcionamento visual
 Capacidade de utilização da visão disponível
 Extensão com que cada um usa a visão disponível
Exemplo: 2 Pessoas com AV = 0.1 e CV = 30º podem usar de forma diferente a visão
1 faz decisões visuais rápidas, usa a visão para a maioria das tarefas e sente-se confortável nas deslocações de um
envolvimento para outro; O outro prefere usar o tacto e a audição para completar as tarefas e usa a visão para facilitar
a conversação e localizar marcas e pistas na deslocação de um lado para outro

Áreas prioritárias de observação


Na deficiência Visual (Baixa Visão) estão afectadas 4 áreas de funcionamento visual
 Interacção e Comunicação (contacto visual; expressões faciais e corporais; reconhecimento cara das pessoas)
 Orientação e Movimento
 Actividades da vida diária
 Tarefas apoiadas na visão de perto
NOTA: a visão é uma função que se aprende
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Desenvolvimento Psico-motor (Deficiência visual)


 Procura a origem do som 7 meses depois;
 Significado do som exige estimulação adicional para funcionar como uma pista – 1 ano;
 Senta-se aprox. na mesma idade mas não tenta apanhar objectos - Existem movimentos intencionais quando
solicitado;
 Não estabelece relação entre a voz e o contacto corporal – Ex: ao colo da mãe não associa a voz à pessoa que
lhe pega;
 Adquirem em idades semelhantes a posição de sentado; gatas; pé;
 Não inicia movimentos ou deslocações a partir dessas posições – demonstra tendência para a imobilização;
 Adquire a marcha independente por volta dos 19/20 meses;

Caracterização do Comportamento motor da criança Cega


 Imobilidade em contraste com a grande mobilidade da criança NV
 Passividade em contraste com a tomada de iniciativa para experimentar condutas exploratórias da criança NV
o Falta de controlo /domínio do meio circundante (Imobilidade)
o Medo e ansiedade (alteração do equilíbrio tónico)
o Dificuldades, compreender e organizar o espaço circundante (mais lenta na tomada de decisão)
 Alternância do comportamento lúdico
o Segurança  iniciativa de realização de condutas exploratórias

Desenvolvimento Psico-motor dos 2 aos 13 anos


 Tonicidade (Alterações do tónus)
o Paratonias (rigidez e lentidão de movimentos)
o Sincinésias (movimentos não intencionais sem relação com os grupos musculares necessários
implicados na tarefa que se encontra a realizar e que perturbam o bom desempenho)
o Maneirismos (movimentos estereotipados involuntários não intencionais correspondendo a padrões
patológicos que persistem dado o reforço positivo sensorial que fornecem. São o resultado de um
baixo ou elevado reforço social ou do envolvimento) Causas – prematuridade e retinopatia; restrições
ao movimento; hospitalizações; má condição física e atrasos no desenvolvimento sensoriomotor;
experiências motoras limitadas; atrasos vestibulares. Redução do problema – maturação; satisfação
das necessidades de movimento por oportunidade de movimento e AF vigorosa.
 Alterações no padrão de marcha
o Base de sustentação alargada (distância entre o apoio dos 2 pés)
o Pés em apoio formam ângulos assimétricos em relação ao sentido da marcha
o Desenrolar do pé no solo (pouca amplitude no movimento da articulação do tornozelo)
o Peso do corpo distribuído de forma muito assimétrica entre os 2 pés
o Amplitude da passada muito assimétrica entre os 2 pés (ex. sempre que o direito está em apoio a
passada é mais curta)
 Alterações da postura
o Assimetria na distribuição do peso do corpo pelos 2 pés
o Assimetrias ao nível da anca e do ombro
o Inclinação do corpo á esquerda / direita (conforme o pé onde se apoia preferencialmente)
o Flexão da cabeça á frente e recuo em relação á linha média do corpo
o Alterações na curvatura cervical, dorsal e lombar
o Posição do centro de gravidade do corpo
 Alterações no equilíbrio estático (Equilíbrio postural influência a mobilidade)
o Apoio a pés juntos
o Apoio nas pontas dos pés
o Apoio nos calcanhares
o Apoio pé á frente do outro (linha recta: calcanhar do pé da frente junto á ponta do pé de trás)
o Apoio num pé
 Alterações no Equilíbrio dinâmico (É considerado como um factor representativo da mobilidade)
o Andar em frente sem desvios numa trave / faixa com 50 / 30cm de largura
o Andar em frente sem desvios numa trave com 10 / 5 cm largura
 Noção de espaço e processo de orientação
o Imagem do corpo é a base desse processo
 Espaço próximo
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o Conceitos de espaço e do meio


 Localização
 Direcção
 Distância
 posição relativa (partes corpo entre si, do corpo em relação aos objectos dos objectos entre
si)
 Espaço próximo
 Espaço locomotor
 Espaço geográfico
(não existe correspondência directa entre a verbalização e a capacidade da sua aplicação na deslocação no espaço).
 Competências de Orientação espacial (Adquiridas mais tarde que na criança normo-visual)
o Deixam de ser um problema depois dos 10 / 12 anos
o não existe correspondência directa entre a verbalização e a capacidade da sua aplicação na
deslocação no espaço
o Adquirem-se numa idade semelhante ao da criança normal desde que os conceitos espaciais sejam
vivenciados e adquiridos através de experiências concretas e que façam parte de um todo com
significado e de um programa estruturado.

 A mobilidade da criança cega congénita ou com resíduos de visão depende mais do que na criança normo-
visual da aquisição de:
o Conceitos espaciais
o Imagem do corpo
o Conceitos de posição relativa: das partes do corpo, do corpo em relação aos objectos, Dos objectos
entre si
o Padrões de movimento
o Competência da distribuição equitativa do peso do corpo nos dois pés durante a marcha
o Controlo dos momentos de equilíbrio e de desequilíbrio nas mudanças de posição e nos movimentos
locomotores
o Conhecimento do envolvimento
o Segurança na deslocação

DESENVOLVIMENTO PSICO-MOTOR
 Parece existir uma relação directa entre a capacidade de deslocação e de controlo do corpo no espaço
o Possibilidades de satisfazer as suas necessidades de movimento
o Controlo de Mecanismos e reflexos posturais
o Capacidade de localização dos objectos
o Conhecimento da posição relativa dos outros e dos objectos em relação a si próprio
o Imagem do corpo
 Organização do campo de acção sem visão exige maior desenvolvimento cognitivo

Pressupostos da Aprendizagem Motora


Na fase inicial de aprendizagem está em primeiro plano a informação visual em relação
 Cópia / imitação da execução de um gesto
 Controlo da execução do gesto
 Controlo do equilíbrio do corpo no espaço
 Controlo da posição relativa do corpo em relação aos elementos presentes no envolvimento
Na execução de gestos habituais está em primeiro plano a informação proprioceptiva em relação
 Controlo da execução do gesto
 Controlo do equilíbrio do corpo no espaço

Estratégias de ensino mais eficazes


 Dê instruções objectivas, específicas e breves
 Demonstre as habilidades pretendidas fazendo a mobilização passiva do aluno com DV
 Desconstrua as tarefas em etapas mais pequenas e simples
 descreva o gesto o mais possível
 Promova o trabalho a pares;
 Usar espaços bem delimitados para as actividades de aprendizagem

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 Usar estratégias positivas na gestão dos comportamento e


 Dá a mão ao Professor, outro adulto, ou 1 colega;
 Usa Bastão ou bengala;
 Ligação a um colega por uma corda, elástico com duas pegas;
 Guizos numa bracelete de elástico no braço de um colega que deve seguir encorajar constante da execução.

AUTISMO - Perturbações do espectro (do grego autos que significa próprio)


O autismo é uma perturbação do desenvolvimento que compromete a capacidade da pessoa COMUNICAR,
RELACIONAR-SE com os outros, INTERAGIR socialmente e RESPONDER de forma adequada aos diferentes contextos.

Leo Kanner, pedopsiquiatra austríaco residente nos EUA, 1943 – Estudo “Autistic Disturbances of Affective Contact”
Incidência: 5-15/10.000; Relação de Género: 4 ♂ /1 ♀ . O grau de autismo varia de pessoa para pessoa (alto, baixo)

Características
Perturbações:
Na interacção social
Na comunicação verbal/não-verbal
No jogo social
 Apresentam padrões de comportamento estereotipados, repetitivos;
 Podem evitar o contacto olhos nos olhos |afastar-se das pessoas | parecer surdos | desconhecedores dos
sentimentos das outras pessoas |ser defensivo em relação ao contacto;
 Podem ainda ser |ser sensível ao toque| fisicamente agressivos | ter explosões quando há alterações no
ambiente familiar habitual | ter resposta anormal aos estímulos externos, como som e luz;
 Podem brincar pouco | permanecer presos por longos períodos de tempo a uma actividade ou objecto |
lamber brinquedos/objectos;
 Podem envolver-se em gestos repetitivos (agitar as mãos; balançar ou sacudir objectos; revirar os olhos…)
 Podem não mostrar sensibilidade à dor (queimaduras, contusões)
 Podem não ter actividade criativa

Etiologia (estudo sobre as causas):


 Neurobiológica [e não ambiental como defendia Kanner em 1943 (Sherril, 1998)];
 Genética? Adquirida?
 A presença de sintomas ocorre antes dos 3 anos;
 Afecta o funcionamento dos indivíduos de diferentes maneiras:
o Nos casos graves, apresentam deficiência intelectual e atrasos consideráveis na linguagem;
o Outros têm nível alto de funcionamento, muito inteligentes e com um discurso normal.

Causa:
 A pesquisa procura determinar as causas do autismo, comparando o funcionamento das várias partes do
cérebro destas crianças com as das crianças típicas;
 Várias hipóteses formuladas pelos cientistas:
o Migração das células do cérebro para o lugar errado, afectando as habilidades de comunicação. (Área
parietal controla a comunicação)
o Alterações na amígdala em crianças autistas (amígdala - papel fundamental na memória; regula o
comportamento social e emocional)
o Níveis elevados do neurotransmissor serotonina, responsável pela passagem dos impulsos nervosos ao
cérebro (essas diferenças químicas podem alterar as sensações);

Prognóstico:
 Repto (desafio) para a ciência por não se conhecer ainda nem a cura nem a prevenção;
 Podem melhorar a sua forma de comunicação e socialização e ter uma vida independente;
 Prognóstico depende da severidade da sua deficiência e da terapia que recebem;
 A maioria tem comprometimento sensorial ao longo da vida - olfacto, gosto, visão ou audição;
 33% Pode ter epilepsia. O maior risco é para aqueles em que os deficits cognitivos coexistem com os motores
(Turkinson, 1999);
 Podem ter um estilo de vida activo e saudável e realizar AFD's. Promover a adopção de hábitos de vida activa é
indispensável para ajudar a controlar o peso, a resistência e a força muscular, a resistência cardiovascular, a
auto-estima e auto-confiança.

19 Filipa Parada – TD2 e Inês Ceia – ES1


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Implicações para as AFD’s:


 Comunicação - mediada por um sistema de comunicação por imagens que permitam realizar as escolhas de
AFD’s de forma não verbal;
 Avaliação inicial - determinar áreas fortes e fracas, recolher a informação necessária para a definição de
objectivos e construção de Programas Individuais;
 Durante a actividade - estabelecer rotinas e transições suaves durante as sessões de AF; actividades
desafiantes; podem necessitar de intervenção individual;
 Recursos /Equipamento - modificar para que os alunos possam ter sucesso; utilizar bolas que forneçam
informação sensorial; videogramas para imitarem os modelos ou seguir pistas visuais.

Actividades recomendadas:
OBJECTIVO: Funcionalidade das competências motoras e a recreação. Importante descobrir os interesses, os gostos e as
preferências dos alunos relativamente à Actividade Física.
 Actividades vigorosas para melhorar os níveis de aptidão física geral;
 Caminhadas;
 Andar de bicicleta;
 Natação - uma excelente actividade de baixo impacte que pode beneficiar a adopção de um estilo de vida
activo e saudável;
 Actividades que exijam o uso dos sentidos e lhes permitam relaxar;

Actividades contra-indicadas:
 Actividades que impliquem muito contacto físico;
 Passar muito tempo na mesma actividade, não oferecendo escolhas variadas (Block, 2003);
 A sobrestimulação (Block, 2003) - O espaço onde decorrem as actividades físicas não podem ter muito barulho,
muita luz ou muitos equipamentos para não interferir ou estimular excessivamente

Estratégias de ensino mais eficazes:


Espaços:
 sóbrios
 sem elementos distractores - ruído, cheiros, luzes;
 em ambientes ruidosos - tampões ou bolas de algodão para os ouvidos;
 música ambiente com volume baixo

Instrução e clima:
 Instruções curtas e adequadas à idade;
 Utilizar ajudas visuais |modelos;
 Estimulação sensorial para aumentar a capacidade de atenção;
 Exercícios aeróbicos vigorosos para manter o aluno na tarefa;
 FB não verbal e estímulos com visibilidade;
 Mostrar entusiasmo ao ensinar

Organização da Actividade
 Mobilização geral, actividades principais e actividade final;
 Organização por estações;
 Mudança de actividades regular;
 Estabelecer rotinas adequadas aos conteúdos;
 Ambientes estruturados e organizados;
 Transições suaves;
 Muito tempo de prática e bastantes repetições;

Pré-escolar
 Usar um sistema de recompensa com post-it ou com símbolos que dê visibilidade aos progressos;
 Realizar muitas situações de perícias e manipulação e deslocamentos e equilíbrio.

1º, 2º e 3º Ciclos
 Sistema de recompensa p/ a participação nas actividades;
 Actividades de gestão/liderança da equipa, individuais e cooperativas;
 Trabalho aos pares;

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Apontamentos de NEE 2011

 Jogos | tarefas lúdicas Ex.: completar uma figura ou partes, cada vez que uma tarefa é concluída;
 Ensinar jogos/actividades que possam ser realizadas ao longo da vida;
 No Programa Individual prever actividades diversificadas |alternativas

Estratégias de gestão de comportamentos adequados


 Utilizar um programa de modificação de comportamento coerente;
 Estabelecer metas e expectativas realistas;
 Aumentar tempo de actividade e diminuir o de instrução e de transição;
 Sistema de recompensas para atitudes e comportamentos adequados;
 Envolvimento estruturado e rotinas significativas;
 Climas de aula positivo e com entusiasmo para todos;
 Assegurar que os alunos compreendem o que se espera deles;
 Regras coerentes e justas e compreensão das consequências do seu incumprimento;

Síndrome de Asperger
 Tipo específico de perturbação do desenvolvimento caracterizado por problemas na interacção social associada
a comportamentos repetitivos e a estereotipias com impacto funcional.
 Hans Asperger, pediatra austríaco, 1944 descreve um grupo de crianças com uma síndrome que designou
"autismo"; embora com características semelhantes, havia um grupo com picos de inteligência e linguagem
desenvolvida. O SA foi oficialmente classificado nos EUA como uma disfunção psicológica em 1994.

Características:
o Cognitivas
o Dificuldade na comunicação |no relacionamento social |no pensamento abstracto;
o Inteligência média ou acima da média;
o Os padrões da linguagem falada podem ser diferentes;
o Dificuldade em perceber as regras do diálogo;
o Interpretação literal das palavras;
o Transtorno obsessivo compulsivo
o Motoras
o Perturbações na coordenação motora - atar os sapatos, andar de bicicleta;
o A sua forma de andar é peculiar;
o Normal desenvolvimento da motricidade fina e grosseira;
o Desastrado/desajeitado (Clumsy)

Etiologia e Prognóstico:
 Os "aspies" podem ser/ter:
o Altamente funcionais e ter comportamentos muito adaptativos;
o Algumas limitações na interacção social entre os pares;
 A intervenção precoce é fundamental;
 Respondem bem às estratégias de ensino específicas;
 A maior parte dos casos está na escola e com apoio adequado e motivação apropriada, em casa e na escola,
podem fazer excelentes progressos e ter sucesso;

DOENÇA MENTAL

As doenças mentais (OMS 2001):


- Alterações do modo de pensar e das emoções;
- Desadequação ou deterioração do funcionamento psicológico e social;
- Resulta de factores biológicos, psicológicos e sociais.
As doenças mentais (transtorno, perturbação mental) implicam a existência de um conjunto de sintomas clinicamente
identificáveis ou comportamento associado na maioria dos casos a sofrimento e a interferência nas funções pessoais.
Pode afectar a maneira como uma pessoa pensa, se comporta e interage com outras pessoas.

Avaliação Motora
 TGMD2 – teste de avaliação das habilidades motoras grosseiras (habilidades deslocamento e de domínio de
objectos)
 Brockport Physical Fitness(Fitnessgram)

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Apontamentos de NEE 2011

 Peabody - Teste de Vocabulário por Imagens

Estratégias de Ensino eficazes


 Limitar a quantidade de estímulos no ginásio;
 Actividades que estimulem a interacção – trabalho aos pares ou em pequenos grupos;
 Reforço positivo;
 Evitar tempos de organização ou transição longos;
 Dar instruções directas e objectivas;
 Indicações táctil-quinestésicas;

6. IDOSOS E DEFICIÊNCIA

Idade e mudanças a nível COGNITIVO:


 Limitações na memória a curto prazo;
 Alterações da memória a longo prazo (detalhes);
 Perda de capacidade de processamento da informação
Consequências
 Diminuição da velocidade na tomada de decisões simples;
 Diminuição mais significativa da velocidade na tomada de decisões em tarefas complexas;
 Aumento do tempo para pensar e interpretar um cenário complexo;
 Maior dificuldade em fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo;
 Diminuição da capacidade de selecionar de forma eficiente a informação necessária do envolvimento no
momento preciso.

Caracterização da população idosa


A idade aumenta a heterogeneidade do desempenho cognitivo:
 Mantêm-se os resultados mais elevados
 A maioria não apresenta alterações cognitivas significativas (70-79)
 Aumenta o nº de indivíduos com resultados mais fracos (testes de memória e inteligência)
 Quanto mais velha é a população maior é o número de indivíduos com mudanças cognitivas ligeiras ou severas
 Primeiras alterações observadas relacionam-se com o processamento da informação
A idade cria discrepâncias nos níveis de desempenho entre tarefas habituais e não habituais:
 Não são afetadas as competências aprendidas por um longo período de tempo que continuam a ser praticadas
ao longo da vida
 Declina significativamente:
- A velocidade de aprendizagem de novas competências
- A eficiência na resolução de novos problemas
 Perdas sensoriais e motoras acentuam as discrepâncias observadas.

Idade e mudanças a nível SENSORIAL:


 Limitações no seguimento dos objetos em movimento
 Diminuição significativa da perceção da profundidade e da capacidade de avaliar a velocidade e a trajetória de
um objeto
 Diminuição acentuada do campo visual (55-75)
 Menor precisão nos juízos relativamente às cores
 Necessidade de maior iluminação e contraste
 Aumento do tempo de recuperação após exposição a um ambiente com brilho (16 anos 2” e aos 65 anos 9”)
 Perdas auditivas que produzem dificuldades a nível da conversação
 Aumento do esforço para ouvir em ambientes com baixos níveis de barulho de fundo contribuindo para uma
compreensão incompleta ou o esquecimento

Conclusões
A nível da pessoa idosa:
 Mais vulnerável em relação às características e às mudanças do envolvimento
 Necessidade de mais tempo de aprendizagem
Ao nível da intervenção:
 Contribuir para a autonomia implica:
- Criação de programas de intervenção que favoreçam a adaptação a novas aprendizagens

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Apontamentos de NEE 2011

- A construção de um ambiente sem barreiras


- A introdução de serviços e de novos procedimentos nas atividades do quotidiano relativos a diferentes
espaços de ação tendo em atenção as características do idoso (casa, lazer, atividades domésticas, trabalho
voluntário, AF).

Benefícios da AF
A nível SOCIAL
 Auto afirmação e participação (empowerment); aumento da inclusão social e cultural; aumento ou
estabelecimento de novas redes sociais, criação de novas amizades, manutenção ou estabelecimento de novos
papéis, aumento de atividades intergeracionas…
A nível PSICOLOGICO
 Redução do stress e ansiedade, relaxação, bem estar geral, melhoria da saúde mental e do funcionamento
intelectual, manutenção do desempenho e controlo motor, aquisição e manutenção de competências.

Idosos / Séniores > 65 anos


Grupos etários: entre 65 e 74; 75 e 84; 85 e 99; >100 anos

Doenças Crónicas mais comuns com a idade: Artrite, cancro, diabetes, doenças do coração, osteoporose.
Outras: Degenerescência da Mácula, Cataratas, Glaucoma.

Artrite
Existem mais de 100 tipos de artrite!
 Osteoartrite – perda da cartilagem nas articulações, uma das mais comuns, mulheres com mais de 45 anos.
- Anti-inflamatórios corticosteroides (efeitos colaterais osteoporose etc) ou non esteroide;
- Recomenda-se exercício com amplitude articular e aumentem a mobilidade e a força dos músculos
da articulação.
 Artrite Reumatoide – inflamação crónica da sinóvia articular liberta enzimas que afetam a cartilagem articular
(doença autoimune), na fase aguda não deve fazer exercício.

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