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Universidade de Lisboa

Faculdade de Motricidade Humana

Sebenta de Ténis

Docentes:

Bruno Pedro

Pedro Cartaxo
ÍNDICE

1. HISTÓRIA DO TÉNIS .................................................................................................... 5

2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS GESTOS TÉCNICOS .......................................................... 9

2.1. Pegas ................................................................................................................. 9

2.2. Posição de atenção .......................................................................................... 10

2.3. Serviço............................................................................................................. 10

2.4. Direita ............................................................................................................. 13

2.5. Esquerda a duas mãos ..................................................................................... 16

2.6. Esquerda a uma mão ....................................................................................... 19

2.7. Esquerda cortada ou em Slice .......................................................................... 21

2.8. Vólei de direita ................................................................................................ 23

2.9. Vólei de esquerda ............................................................................................ 25

2.10. Smash ............................................................................................................ 28

2.11. Lob ................................................................................................................ 31

2.12.Approach/bola de aproximação à rede ........................................................... 31

2.13. Passing shot ................................................................................................... 31

2.14. Amortie ......................................................................................................... 31

2.15. Half vólei ....................................................................................................... 31

3. CONTROLO DE BOLA ...................................................................................................... 32

3.1. Altura .............................................................................................................. 32

3.2. Direção ............................................................................................................ 34

3.3. Distância/Profundidade ................................................................................ 35

3.4. Rotação/Spin ................................................................................................ 36

3.5. Velocidade .................................................................................................... 37

4. PROGRESSÕES PARA O ENSINO DA TÉCNICA .................................................. 37

2
4.1. Progressões estáticas .................................................................................... 38

4.2. Progressões dinâmicas .................................................................................. 39

4.3. Mini-ténis ..................................................................................................... 40

4.4. Método sombra ............................................................................................ 40

5.REGRAS ................................................................................................................................ 41

5.1. O Campo.......................................................................................................... 41

5.2. Acessórios Permanentes .................................................................................. 43

5.3. A bola .............................................................................................................. 43

5.4. A raquete ........................................................................................................ 44

5.5. Pontuação num jogo ........................................................................................ 45

5.6. Pontuação num Set .......................................................................................... 46

5.7. Pontuação num encontro ................................................................................. 47

5.8. Servidor e Recebedor ....................................................................................... 47

5.9. Escolha do lado e do serviço............................................................................. 47

5.10. Mudanças de lado .......................................................................................... 48

5.11. Bola em Jogo ................................................................................................. 48

5.12. Bola a tocar na linha ...................................................................................... 48

5.13. Bola a tocar um objecto permanente ............................................................. 48

5.14. Ordem de serviço ........................................................................................... 48

5.15. Ordem de receber em pares ........................................................................... 49

5.16. O serviço........................................................................................................ 49

5.17. Execução do serviço ....................................................................................... 49

5.18. Falta de pé ..................................................................................................... 49

5.19. Falta no serviço .............................................................................................. 50

5.20. Segundo serviço ............................................................................................. 50

5.21. Quando servir e responder ............................................................................. 51

3
5.22. O “let” durante um serviço............................................................................. 51

5.23. O “let” ........................................................................................................... 51

5.24. Jogador perde o ponto ................................................................................... 51

5.25. Uma boa devolução ....................................................................................... 53

5.26. Estorvo .......................................................................................................... 54

5.27. Correcção de erros ......................................................................................... 55

5.28. Funções dos juízes de campo.......................................................................... 56

5.29. Jogo contínuo ................................................................................................ 57

5.30. Instruções/ “Coaching” .................................................................................. 57

5.31. Regras do Ténis sobre cadeira de rodas .......................................................... 58

6. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 68

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1. História do Ténis
O ténis tal como o conhecemos hoje teve influências de diversas épocas não existindo
certezas quanto à sua origem exata. Existem diversas referências para o seu início, tais
como os jogos de bola realizados pelos povos egípcios, romanos e gregos, estes últimos
com a designação de «Spharistiké».
O jogo romano «harpastsum», referido como uma das origens para o ténis, foi mais
tarde adoptado pelo País Basco Francês com o nome de «paume» dado que a bola era
batida com a palma da mão contra um muro de um campo rectangular. De modo a
proteger as mãos foram desenvolvidas luvas que posteriormente deram lugar a bastões
de madeira. No séc. XII, numa altura em que o jogo se popularizou em França, foram
introduzidas algumas alterações dando origem ao jogo «Longue-Paume», também
apontado como estando na origem da modalidade que conhecemos hoje. A grande
alteração foi a colocação de uma corda no meio de um rectângulo de 80 metros,
desaparecendo assim o muro que até então era utilizado. Este campo media 80 metros
de comprimento por 14 de largura (figura 1), podendo ser jogado por uma equipa de 6
elementos. Este jogo foi posteriormente substituído pelo «court-paume», que
necessitava de menores dimensões, 30 metros de comprimento por 10 da largura (figura
2) e jogado em recinto coberto.

Figura 1 – Jogo de «Longue Paume»

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Figura 2 – Jogo de «Paume»

A rápida popularização do jogo foi tal que as realeza Francesas Inglesas acolheram este
desporto, designado como Jeu de Paume e Real Tennis. O Real Tennis do século XVI ainda
é jogado nos nossos dias em quatro países. Em França conserva o seu nome original de
Jeu de Paume (jogo da palma). Na Austrália é conhecido como Royal Tennis, nos EUA
como Court Tennis e no Reino Unido como Real Tennis.
A raquete surge no séc XIV, começando assim o jeu de paume a ser jogado com
raquetes tornando-o menos violento para os jogadores.
Em 1874 Walter Wingfield, major do Exército Britânico em serviço na India introduziu
grandes alterações ao jeu de paume, bem como às características do campo. A este
major é atribuída a invenção do ténis moderno. O major aplicou ao seu jogo as regras e
o vocabulário do Ténis Real Francês utilizando o nome sphairistikè, nome que os gregos
utilizavam para os jogos com bola e também lawn tennis na patente de um jogo de bola
que registou em Inglaterra nesse ano de 1874. Pouco tempo depois o jogo passou a
chamar-se tennis, que se julga derivar do francês tenez, palavra que era proferida pelos
jogadores antes de colocar a bola em jogo. A divulgação pela Índia foi rápida e não foi
preciso muito tempo até ser introduzida em Inglaterra, tendo sido muitíssimo bem
acolhido pelas mulheres que podiam praticar a modalidade, o que não acontecia com o
«cricket» que era o jogo mais popular à época.

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A palavra raquete é proveniente do árabe rakhat, que significa palma da mão. A
palavra deuce vem do francês à deux le jeux, que significa jogo para ambos ou ambos os
jogadores têm o mesmo resultado.
A primeira vez que se jogou ténis nos Estados Unidos de forma oficial foi também em
1874 na residência de Mary Ewing Outerbridge, em Staten Island, Nova Iorque. Em 1868
foi fundado em Londres o All England Croquet Club, tendo sido alterado o nome do clube
para The All England Lawn Tennis and Croquet Club em 1875, quando foi introduzido o
ténis. Em 1877 realiza-se a primeira edição do torneio de Wimbledon.
Nos anos 70, nos Estados Unidos da América, foram adoptados os princípios básicos
do jogo. No entanto as regras não eram claras e o equipamento não estava
estandardizado, criando situações de confusas. Deste modo foi necessário criar uma
entidade que uniformizasse as regras e organizasse as competições. Surge assim a 21 de
Maio de 1881 a United States National Lawn Tennis Association, actual Associação
Profissional de Ténis dos Estados Unidos, a United States Professional Tennis Association
(USPTA) .
Também em 1881 realiza-se o primeiro encontro de singulares masculinos nos EUA a
nível nacional, jogado em Newport, Rhode Island. Hoje em dia este é o famoso torneio
US Open que conta com o maior estádio de ténis do mundo, o Arthur Ashe Stadium, com
capacidade para 23771 espectadores Também o conhecido torneio de Roland Garros,
um dos quatros Grand Slams, começou por ser um torneio nacional tornando-se mais
tarde no mais importante torneio realizado na terra batida. .
Em 1900 tem lugar a primeira edição da Taça Davis, uma competição entre selecções
de diferentes países, tornando-se na prova por equipas mais desejada e mais
importante. Esta é uma prova realizada anualmente em que cada federação de cada país
selecciona os melhores atletas para participar na prova. Os países são distribuídos em
zonas relacionadas com a sua localização geográfica (Europa, América, África, Ásia). Os
vencedores das diferentes eliminatórias vão-se defrontando até uma final mundial
onde se apura a nação vencedora da prova. Em 1905 a Australásia (Austrália e Nova
Zelândia) apresentou uma equipa para a prova, conquistando em 1907 o seu primeiro
troféu. Dois anos antes, em 1905 surge o actual Open da Austrália, também um dos
quatro grand slams, e que também se iniciou como uma prova nacional.

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A contínua massificação e popularização deste jogo impunha um organismo
regulador que definisse regras e a estrutura das competições. Neste sentido, em 1924
foi criada a International Tennis Federation, tornando-se a instituição reguladora do
lawn tennis ( ténis jogado em relva). Em 1977 passou a chamar-se Federação
Internacional de Ténis, que se mantém até aos dias de hoje, sediando-se em
Roehampton na zona sudoeste de Londres.
O ténis continuou a massificar-se e durante o torneio de Wimbledon de 1927, teve
lugar a primeira transmissão radiofónica de um evento de ténis. Nos anos 1930, o ténis
era a modalidade mais em voga praticada na Europa por estrelas inglesas como Fred
Perry e Don Budge e campeões internacionais como Henri Lacoste. O ténis era
maioritariamente um desporto de classes altas, para quem a tradição e as boas maneiras
eram da maior importância. Em Wimbledon mantêm-se até hoje, muitas das tradições.
Também o vestuário dos jogadores foi sofrendo grandes alterações ao longo dos
anos. Os vestidos e meias compridas usados pelas senhoras deram lugar a vestidos bem
mais confortáveis e práticos, as calças compridas utilizadas pelos homens evoluíram
para calções de material respirável e as raquetes foram-se tornado também mais
aerodinâmicas, facilitando a prática do jogo e simultaneamente aumentando a
velocidade e a potencia do mesmo. Em 1933 o norte-americano Bunny Austin chocou
as multidões por ser o primeiro a usar calções em Wimbledon, sendo que a última vez
que um homem usou calças compridas no torneio britânico foi em 1946. Um outro
jogador que chocou pela sua exuberância nos equipamentos foi André Agassi.
Patrocinado por uma marca desportiva bem conhecida – a Nike - marcou de forma
ímpar a sua geração. Hoje em dia as marcas desportivas pagam milhões aos tenistas
para utilizarem as suas roupas.
Em 1967 realizam-se as primeiras emissões televisivas a cores do torneio de
Wimbledon, momento em que em substituição às bolas brancas, surgem as bolas
amarelas, para que fossem mais visíveis na televisão.
Semelhantemente, devido ao grande poder económico das transmissões televisivas,
em 2005 os campos de ténis nos Estados Unidos passaram a ser de cor azul, permitindo
uma melhor visualização da bola pelos telespectadores. A última grande inovação neste
desporto está relacionada com a adopção de meios tecnológicos para determinar se a
bola foi dentro ou fora do campo, o olho de falcão (Hawk-Eye), introduzido em 2006 e

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que permite aos atletas recorrerem a um sistema electrónico para verificação das
chamadas da bola por parte dos juízes de linha e do árbitro de cadeira. Hoje em dia o
ténis é um desporto que atrai milhões de pessoas por todo o mundo, os melhores
jogadores são idolatrados e muitos representam uma inspiração para os mais novos.

2. Princípios Básicos dos Gestos Técnicos


Neste capítulo são abordados os princípios essenciais dos gestos técnicos de base do
jogo.

2.1. Pegas
Uma das formas mais simples para conhecer as pegas das diferentes pancadas é
utilizar o nó do dedo indicador como referência (figura 3), colocando-o em cima da
respectiva face do cabo da raquete (figura 4) para a pega pretendida.

Figura 4 – Faces do cabo da


Figura 3 – Nó do indicador.
raquete.

Pega continental – Nó do indicador na parte superior da zona 2 – Pega usada para o


serviço, vólei, smash e slices.
Pega eastern de direita – Nó do indicador na zona 3
Pega semi-western de direita – Nó do indicador entre as zonas 3 e 4
Pega western de direita – Nó do indicador na zona 4
Pega eastern de esquerda – Nó do indicador na zona 1

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2.2. Posição de atenção
A posição de atenção é fundamental para que o jogador consiga reagir de forma
adequada ao batimento do adversário. Na figura 5, em baixo, nota-se uma descida do
centro de gravidade da jogadora - posição de atenção típica na resposta ao serviço , o
que permite reagir mais rapidamente. Para uma posição de atenção eficaz os seguintes
factores são importantes:
 Pés à largura dos ombros ou um pouco mais afastados.
 Peso do corpo ligeiramente deslocado para a frente.
 A raquete é segura à frente do corpo, geralmente utilizando-se a pega de direita,
a pancada mais usada no jogo.
 Olhar para a bola e para zonas do corpo/ raquete do adversário que possam
indicar a intenção táctica do adversário.

Figura 5 – Posição de atenção típica na resposta ao serviço

2.3. Serviço
O serviço é o gesto técnico que dá início ao jogo e é considerado o mais importante
nesta modalidade. Por ser o gesto técnico que dá início ao jogo e por, uma vez bem
consolidado, em fases mais avançadas de evolução, permitir começar a criar vantagem
no ponto, sobretudo no primeiro serviço.
A pega utilizada é a continental. Apesar de mais complexa para a execução do serviço
numa fase inicial, esta pega permitirá gerar mais velocidade na cabeça da raquete,
possibilitando também uma maior variação do serviço quanto aos efeitos (chapado,
topspin ou slice). Geralmente deve-se deixar ao critério dos alunos a pega por onde

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pretendem começar. O mais comum será os principiantes começarem por utilizar uma
pega eastern de direita, mudando progressivamente para a continental à medida que
vão tendo sucesso na execução do serviço.

a) Pega Continental – Nó do indicador na zona 2 (fig. 6).

Figura 6 – Pega
Continental Figura 7 – Posição Inicial do
Serviço

De seguida são apontadas algumas referências/ princípios para que os jogadores


adquiram um serviço biomecanicamente adequado:

Preparação/ Posição Inicial


 Os pés aproximadamente à largura dos ombros, o pé esquerdo na direcção do
poste do lado direito da rede e o pé direito atrás do esquerdo e paralelo à linha
de fundo.
 O tronco deverá estar numa posição perpendicular à rede
 Raquete e mão esquerda (segurando a bola) à frente do corpo direccionada para
a zona de serviço pretendida.

b) Preparação/Backswing
 Os dois braços iniciam o movimento em simultâneo, o braço esquerdo para a
frente, efectuando o lançamento em linha com o pé esquerdo e à frente do
corpo. O braço direito para trás e por baixo na direcção da vedação até a ponta
da raquete ficar apontada para cima.

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 Os dois braços deverão atingir o final desta fase simultaneamente, de modo a
criar um ritmo coordenado.
 O movimento inicia-se com o peso do corpo no pé da frente, é transferido para
o pé de trás durante o recuo e termina no pé da frente

Figura 8 – Preparação/Backswing

c) Fase de Batimento
 Após o lançamento a raquete realiza um movimento circular atrás das costas,
até atingir/ passar pela posição “de troféu” - imagem 5 fa figura 8.
 O tronco começa a rodar para a frente.
 O braço esquerdo mantém-se estendido o maior tempo possível.

 A raquete vai acelerando durante o movimento circular atrás das costas.


 Durante o contacto com a bola (última imagem), braço e antebraço estão
alinhados, geralmente batendo a bola no ponto mais alto possível.
 O contacto deverá ser realizado à frente do corpo.
 O peso do corpo deverá estar em ambas as pernas embora um pouco mais na
perna da frente.

Figura 9 – Fase de Batimento

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d) Finalização
 Após o batimento existe uma rotação interna do braço e pronação do antebraço
na fase inicial da finalização;
 A raquete termina, numa fase inicial, do lado não dominante;
 O peso do corpo é totalmente transferido para a frente, na direcção da bola.

Figura 10 – Fase de finalização do serviço

2.4. Direita
A pancada de direita é geralmente o primeiro gesto técnico a ser aprendido. É
também considerada a segunda pancada mais importante nesta modalidade a seguir ao
serviço, sendo o gesto técnico mais usado no jogo. A pega eastern de direita é
normalmente utilizada para principiantes, sendo que após algum tempo de prática os
jogadores geralmente, naturalmente, alteraram mais ou menos ligeiramente a pega
(semi-western ou western), em função das suas características e do contexto em que
jogam mais usualmente. Designadamente a superfície do campo. Para a pega eastern
de direita, a palma da mão é colocada atrás do punho, permitindo a extensão natural da
mão. Facilita o batimento de bolas mais baixas e a geração de maior potência no
batimento.

a) Pega eastern de direita (fig.11) – nó do indicador na zona 3.


Pega semi-western de direita (fig.12) – nó do indicador entre as zonas 3 e 4.
Pega western de direita (fig.13) – nó do indicador entre as zonas 4 e 5.

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Figura 11 – Pega western Figura 13 – Pega semi- Figura 12 – Pega
western eastern

b) Preparação1
 O jogador roda os ombros e ancas ficando numa posição aproximadamente
perpendicular à rede, e com o ombro esquerdo à frente (no caso de um jogador
dextro). Ombros rodam mais que as ancas criando um ângulo de separação entre
linha de ombros e ancas.
 Os pés ajustam-se lateralmente à linha de fundo, devendo estar
aproximadamente à largura dos ombros.
 A rotação dos ombros inicia o recuo da raquete até à ponta da raquete ficar
apontada para a vedação.
 A cabeça da raquete vai para trás num movimento circular, permitindo ajudar na
aceleração da raquete, baixando de seguida a uma altura inferior à da bola.
 O cabo da raquete aponta para a bola antes de esta tocar o solo.
 Flexão dos joelhos para assistir o posterior movimento ascendente durante a
fase de batimento.

1 Referências para destros. Para esquerdinos é idêntico com simetria inversa.


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Figura 14 – Fase de preparação da direita

c) Fase de Batimento
 O jogador avança para a bola com o pé esquerdo imediatamente antes do início
do movimento da raquete para a frente. Esta é uma posição de apoio fechada,
tradicionalmente um dos primeiros tipos de apoio a ser abordado2.
 O contacto com a bola deverá ser realizado à altura da cintura à frente do corpo,
com o braço e antebraço em quase extensão total (semi-flexão do antebraço)
 A face da raquete está perpendicular à rede no momento do impacto.
 O movimento é debaixo para cima.

Figura 15 – Fase de batimento da direita

d) Finalização
 Após o batimento a raquete acompanha a trajectória da bola num movimento
contínuo.
 O cotovelo termina aproximadamente à altura do ombro – o braço pode
terminar à frente do corpo ou flectido sobre o ombro, “abraçando” o pescoço.

2 Nem todos os aspectos técnicos têm que ser ensinados. Muitos os jogadores podem
fazê-lo naturalmente e nesse caso o treinador deve deixar “fluir” e avançar nas
aprendizagens. Nunca esquecer que o objectivo final é o jogo, sendo a técnica um meio
para que o jogador o possa efectuar com o menor número de limitações tácticas e
biomecânicas/ técnicas.
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Existem diversas formas de finalização do gesto. Geralmente, em fases iniciais,
incentiva-se os alunos a terminarem desta forma para acentuar e icentivar um
correcto acompanhamento da bola após o batimento.
 No final do movimento o pé esquerdo está apoiado no solo e o pé direito na
ponta do pé, numa posição equilibrada ou avança na sequência do batimento.
 O tronco e cintura terminam o movimento direccionado para o local do
batimento.

Figura 16 – Fase de Finalização Direita

2.5. Esquerda a duas mãos

a) Pega de esquerda a duas mãos – mão direita com pega eastern de direita (mão
descontraída, servindo somente de apoio, e mão esquerda (mão dominante) com
pega eastern de direita (fig.18).

b) Pega de esquerda a duas mãos/ falsa esquerda a uma mão – mão direita pega
continental (mão dominante) e mão esquerda pega eastern de direita (fig. 17)3.

3Referências para destros. Para esquerdinos é idêntico trocando somente a ordem das
mãos no posicionamento no grip.
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Figura 18 – Pega de Figura 17 - Pega de
esquerda com esquerda sem
mudança de pega da mudança de pega da
mão direita mão direita

c) Preparação
 Rotação dos ombros e cintura ficando numa posição aproximadamente
perpendicular à rede, com os ombros e as ancas a criarem um ângulo de
separação entre sí.
 A rotação dos ombros é simultânea com o recuo da raquete.
 Esta fase termina com a ponta da cabeça da raquete a apontar para a vedação e
o cabo mesma a apontar para a bola.
 Esta fase deverá estar concluída antes de a bola bater no chão.

Figura 19 – Fase de preparação esquerda

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d) Fase de Batimento
 O jogador ajusta-se à bola apoiando o pé direito antes do movimento na
direcção da bola4.
 O movimento é realizado debaixo para cima.
 O contacto é realizado à frente do corpo e à altura da cintura.
 No instante do contacto a face da raquete está orientada para a direcção em
que se pretende colocar a bola.

Figura 20 – Fase de batimento da esquerda

e) Fase de Finalização
 Após o batimento a raquete segue a trajectória da bola, terminando com a
raquete em cima do ombro contrário.
 O pé da frente termina o movimento bem apoiado no solo e o pé de trás fica
apoiado ponta do pé

Figura 21 – Fase de finalização esquerda

4 Referência para jogadores destros. Para esquerdinos é idêntico com a simetria


inversa.
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2.6. Esquerda a uma mão

a) Pega – pega eastern de esquerda (fig. 22). Nó do indicador na zona 1.

Figura 22 – Pega eastern de esquerda

b) Preparação
 Rotação dos ombros e cintura ficando numa posição aproximadamente
perpendicular à rede. A mudança de pega, para a pega de esquerda a uma mão,
é feita neste momento.
 Transferência do peso do corpo para o pé esquerdo.
 A rotação dos ombros inicia o recuo da raquete apoiada na mão esquerda.
 A ponta da cabeça da raquete termina esta fase apontando para a vedação e o
cabo da raquete apontando para a bola.
 Observação da bola por cima do ombro.
 Avanço e apoio da perna de apoio (a perna direita para destros).

Figura 23 – Fase de preparação esquerda a uma mão

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c) Fase de batimento
 Inicio da aceleração da raquete através da perna de apoio, quase em simultâneo.
 A bola é batida debaixo para cima.
 O contacto da bola é realizado à frente do corpo e à altura da cintura, ao nível
do centro de massa, com o braço dominante, senão em extensão completa,
praticamente em extensão completa.

Figura 24 – Fase de batimento da esquerda a uma mão

d) Fase de finalização
 Após o contacto com a bola a raquete acompanha a trajectória da bola,
terminando em função da intenção táctica, capacidade de controlo do gesto, etc.
 Rotação externa do braço que permita dar mais topspin à bola.
 O braço esquerdo segue a direcção oposta ao direito, terminando esta fase em
extensão.

Figura 25 – Fase de finalização da esquerda a uma mão

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2.7. Esquerda cortada ou em Slice

A esquerda cortada é muitas vezes utilizada como uma pancada secundária e em


situações de defesa. Contudo, os bons executantes técnico-tácticos podem retirar
bastantes dividendos deste batimento, criando variações de ritmo, colocando a bola
muito baixa, chamando o adversário para zonas pouco confortáveis do campo, etc.
As suas principais componentes técnicas são:
a) Pega Continental – Nó do indicador na zona 2 (fig. 26).

Figura 26 – Pega continental

b) Fase de Preparação
 Rotação dos ombros e cintura ficando numa posição perpendicular
relativamente à rede.
 A rotação dos ombros dá início ao recuo da raquete.
 Observar a bola pelo ombro dominante
 A mão esquerda leve a raquete para trás, pelo coração desta.

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Figura 27 – Fase de preparação da esquerda cortada

c) Fase de batimento

 A raquete descreve um movimento de trás para a frente.


 O peso do corpo é transferido para a perna da frente.
 O batimento é realizado à frente do corpo.

Figura 28 – Fase de batimento da esquerda cortada

d) Fase de finalização

 Após o contacto com a bola a raqueta acompanha a trajectória da bola.


 O pé da frente mantém-se totalmente apoiado no solo e o pé de trás apenas na
ponta do sapato, ou avançando de forma a garantir uma pancada “em bloco” e
boa transposição do peso do corpo para a bola.

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Figura 29 – Fase de finalização da esquerda cortada

2.8. Vólei de direita


O vólei é uma pancada batida normalmente relativamente perto da rede, na zona
dos quadrados de serviço, sem ressalto da bola no chão. Ao contrário dos gestos
técnicos realizados do fundo do campo, este é caracterizado por um movimento curto
com pouca amplitude. A pega ideal para realizar este gesto técnico é a continental. No
entanto numa fase inicial poder-se-á utilizar a pega eastern de direita, como variante de
facilidade. Como veremos mais adiante esta pega facilita o vólei de direita dificultando
no entanto a execução do vólei de esquerda.

a) Pega Continental – Nó do indicador na zona 2 (fig. 30).

Figura 30 – Pega continental

b) Posição de atenção

 Pés à largura dos ombros;


 Pernas ligeiramente flectidas;

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 Raquete à frente do corpo, por baixo da linha dos olhos, cabeça da raquete
levantada;
 Peso do corpo na parte da frente dos pés;
 Comparativamente com a posição de atenção do fundo do campo, esta deverá
ser executada com o centro de massa um pouco mais em baixo, permitindo um
tempo de reacção mais rápido.

Figura 31 – Posição de atenção para o vólei.

c) Preparação
 Rotação dos ombros, mantendo a raquete à frente do corpo e com a face da
raquete orientada para a bola.
 O movimento da raquete é bastante reduzido.
 Peso do corpo é transferido para a perna direita/ perna de fora.

Figura 32 – Fase de preparação do vólei de direita

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d) Fase de batimento
 Avançar com o pé esquerdo (jogador dextro) na direcção da bola, numa linha
diagonal, ficando à frente do pé direito;
 Transferência de peso sobre a bola no momento do contacto
 Bloquear a bola à frente do corpo, num curto movimento da raquete com o pulso
firme;
 No final do movimento a face da raquete mantém-se orientada para o alvo.
 Manutenção do ângulo raquete-braço-tronco

Figura 33 – Fase de batimento do vólei de direita

e) Fase de Finalização/Recuperação
 Acompanhamento curto – variando mais ou menos de acordo com a posição
no campo onde são efectuados os vóleis;
 Regresso à posição de atenção

Figura 34 – Fase de finalização/recuperação

2.9. Vólei de esquerda

a) Posição de atenção
 Pés á largura dos ombros

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 Pernas ligeiramente flectidas;
 Raquete à frente do corpo, por baixo da linha dos olhos, cabeça da raquete
levantada;
 Peso do corpo na parte da frente dos pés;
 Comparativamente com a posição de atenção do fundo do campo, esta deverá
ser executada com o centro de massa um pouco mais em baixo, permitindo um
tempo de reacção mais rápido.

Figura 35 – Posição de atenção para o vólei de esquerda

b) Pega Continental – Nó do indicador na zona 2 (fig. 36).

Figura 36 – Pega continental

c) Preparação
 Rotação dos ombros, mantendo a raquete à frente do corpo, com a face da
raquete orientada para a bola;
 Raquete atrás da trajetória da bola
 O movimento da raquete é bastante reduzido.

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 Braço não dominante apoia a raquete segurando no coração desta;
 Manutenção do ângulo raquete-braço-tronco;
 Peso do corpo é transferido para a perna esquerda.

Figura 37 – Fase de preparação do vólei de esquerda

d) Fase de batimento
 Avançar com o pé direito (jogador dextro) na direcção da bola, numa linha
diagonal, ficando à frente do pé esquerdo. Efectua-se uma transferência de peso
da perna de fora para a perna de dentro.
 Bloquear a bola à frente do corpo, num curto movimento da raquete com o pulso
firme.
 No final do movimento a raquete mantém-se direccionada para o alvo:

Figura 38 – Fase de batimento do vólei de esquerda

e) Fase de Finalização
 Acompanhamento curto/ bloquear o gesto, variando de acordo com a
posição no campo onde é efectuado os vólei.
 A raquete mantém-se sempre numa posição frontal ao corpo.
 Recuperação da posição de atenção

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Figura 39 – Fase de finalização/recuperação do vólei de esquerda

2.10. Smash
O smash é um gesto técnico realizado por cima da cabeça, semelhante ao serviço e
geralmente realizado na zona da rede. As principais diferenças para o serviço prendem-
se com um movimento mais curto e com a necessidade de enquadramento com a bola.
Este é um batimento tipicamente finalizador dos pontos.
Tal como no serviço, numa fase inicial e no caso de o aluno ter dificuldade com esta
pega (continental), pode-se começar por utilizar uma pega eastern de direita.

a) Posição de atenção (idêntica à do vólei)


 Pés à largura dos ombros;
 Pernas ligeiramente flectidas;
 Raquete à frente do corpo, cabeça da raquete levantada, por baixo da linha dos
olhos;
 Peso do corpo na parte da frente dos pés.

b) Pega Continental – Nó do indicador na zona 2 (fig. 40).

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Figura 40 – Pega continental

c) Preparação
 Rotação dos ombros, ficando numa posição lateral relativamente à rede e à bola;
 Posicionamento do corpo por baixo e atrás da bola através de ajustes curtos e
rápidos;
 Manter o contacto visual com a bola;
 Preparação directa com ambos os braços – o braço da raquete sobe logo para a
posição de energia e o braço contrario aponta para a bola.

Figura 41 – Fase de preparação do smash

d) Fase de batimento
 Raquete realiza um movimento circular atrás das costas, subindo de seguida para
o contacto;
 No batimento em apoio, o ideal, os pés mantêm-se no solo até ao final do
movimento;

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 Braço esquerdo mantém-se a apontar para a bola até pouco antes do contacto
com a bola.
 Ponto de impacto à frente do corpo.

Figura 42 – Fase de batimento do smash

e) Finalização
 Continuação do movimento de rotação interna do braço
 Na sequência da rotação interna do braço existe uma pronação do antebraço
 O peso do corpo é totalmente transferido para o pé da frente.

Figura 43 – Fase de finalização do smash

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2.11. Lob
O lob é uma bola alta, normalmente usada como pancada defensiva quando o
adversário está na rede. Pode também ser utilizado como batimento ofensivo, quando
o adversário está no fundo, tirando o adversário para fora do campo.
Este gesto técnico pode ser realizado com o batimento de direita ou de esquerda, a
principal diferença prende-se com um maior movimento ascendente. Também pode ser
realizado com a pega continental, geralmente associado a um balão mais defensivo.

2.12.Approach/bola de aproximação à rede

O approach é realizado quando um jogador realiza uma aproximação à rede.


Acontece geralmente quando o jogador, normalmente através de uma bola mais curta
do seu adversário, verifica que tem uma oportunidade para subir à rede. Através de
uma direita ou esquerda, batida ou em slice. O objectivo principal desta situação não é
ganhar o ponto directamente mas sim ocupar uma boa posição na rede que permita
ganhar o ponto com o vólei ou smash.

2.13. Passing shot

O passing shot aparece como resposta a uma subida à rede. Esta acontece
geralmente através de um approach (ou logo após o serviço ou resposta) e neste caso o
jogador contrário procurará ultrapassar o jogador na rede com um passing shot ou com
um lob (ou balão).

2.14. Amortie

Um amortie é um gesto técnico que tem como objectivo colocar a bola logo após a
rede e com pouco ressalto dificultando a resposta do adversário. Tecnicamente é uma
variação do slice.

2.15. Half vólei

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O half vólei é gesto técnico que acontece quando a bola é batida imediatamente
após o ressalto. É normalmente de difícil execução devido à pouca altura com que a bola
é batida, logo após o ressalto, relativamente perto dos pés. Acontece mais usualmente
na subida à rede, podendo acontecer também no fundo do campo. Pode ser um
batimento de recurso mas também uma opção táctica com o intuito de ganhar tempo e
espaço (campo).

3. Controlo de Bola
Uma premissa para se conseguir jogar ténis é a capacidade para controlar a bola.
Numa fase inicial através de uma forma mais rudimentar, no entanto, a partir de um
nível mais avançado o aluno começa a desenvolver a capacidade de controlar a bola de
forma bastante eficaz, colocando-a no local pretendido. Desde cedo é importante
transmitir aos alunos os factores essenciais para o controlo da bola. Os cinco factores
primários para controlar a bola são: altura, direcção, profundidade, velocidade e
rotação. Para simplificar a aprendizagem os alunos que estão a iniciar deverão
concentrar-se primeiramente na altura, direcção e profundidade.

3.1. Altura
Uma das melhores forma para colocar a bola profunda é fazer a passar a bola bem
por cima da rede. Este é o primeiro objetivo em todas as execuções. Os bons jogadores
conseguem executar bolas bem altas por cima da rede dificultando o batimento ao
adversário e mantendo o adversário longe da rede, no fundo campo.

Figura 44 – Altura da bola por cima da rede

32
A altura da bola é determinada por:
1. ;A trajectória do movimento da raqueta;
2. O ângulo vertical da face da raqueta no impacto;
3. A velocidade da raqueta no impacto.
O efeito das mudanças do ângulo vertical da raqueta na altura está ilustrado em
seguida:

 Face da raqueta aberta. Esta posição envia a bola para


cima e transmite um efeito de rotação de recuo.

 Face da raqueta fechada. Esta posição envia a bola


para baixo e transmite um efeito de rotação de
avanço.

A altura da bola afecta directamente a sua profundidade.

 O ponto de contacto
O ponto de contacto afecta a direcção da bola. As três dimensões a ser consideradas
ao analisar o ponto de contacto são:
1. Altura da bola no contacto – alta/baixa;
2. Distância à bola no contacto – perto/longe;
3. Profundidade da bola no contacto – cedo/tarde.

33
3.2. Direção
A capacidade para mudar a direção da bola de acordo com a situação tática, é um
factor decisivo para o sucesso no ténis. Pancadas cruzadas são mais fáceis de executar
e mais seguras, sendo também mais fácil cobrir o campo após a execução. Pancadas ao
longo são normalmente mais decisivas mas mais difíceis de executar, quer pela altura
da rede que é mais alta junto das linhas laterais, quer pelo menor espaço existente. Esta
situação implica também, geralmente, uma maior distância para recuperar o centro do
campo após o batimento.

Figura 45 – Diferentes direcções da bola

A direcção em que a bola se desloca é determinada por:


1. O ângulo da face da raqueta no impacto
2. A direcção da bola recebida relativamente à bola enviada.
Existem quatro direcções base para a bola: Para a esquerda, para a direita, para
cima e para baixo.

O factor mais determinante para a direcção é o ângulo horizontal da face da raqueta


no momento do impacto, que é afectada por:
1. Alterações no ponto de contacto (por ex., bater a bola mais cedo tornará mais
fácil cruzar a bola;
2. Posicionamento do corpo (open stance/closed stance);
3. Alterações na posição do pulso cotovelo, etc.

34
O efeito das diversas alterações do ângulo horizontal da face da raqueta no
momento do impacto encontra‐se ilustrado em seguida:

 Pulso virado para a frente, voltando a face da raqueta


para a esquerda.

 Pulso virado ligeiramente para trás, voltando a face da


raqueta directamente para a frente.

 Pulso virado para trás, voltando a face da raqueta para


a direita.
Não pouco frequentemente, estas variações no ângulo do
pulso, acontecem sem que o jogador se aperceba das mesmas.

3.3. Distância/Profundidade
A profundidade da bola é um dos mais importantes objectivos na colocação da bola.
Uma bola colocada em profundidade (perto da linha de fundo) geralmente cria
dificuldade, sendo mais difícil de responder e limitando o ângulo para onde o adversário
pode jogar. Uma bola profunda permite também mais tempo de recuperação e de
preparação para a próxima pancada.
A distância/profundidade da bola é determinada por:
1. A altura da trajectória da bola;
2. A velocidade da bola ‐ quanto mais rápida for a bola com a mesma altura inicial,
mais longe irá;

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3. A rotação da bola ‐ bolas com top‐spin tendem a baixar mais cedo do que bolas
em slice ou chapadas, para um mesma velocidade. Os slices deslizam mais,
percorrendo uma maior distancia horizontal após o seu ressalto.

Figura 46 – Profundidade da bola

3.4. Rotação/Spin
A rotação/ spin da bola é um factor chave para o controlo da bola. Uma correcta
utilização do top spin aumenta significativamente a margem de erro e o ressalto da bola.
Em todas as pancadas existe alguma rotação, mesmo nas pancadas mais chapadas.
Contudo, é a quantidade de top spin produzida pela trajetória da raquete no instante
do impacto que determina em grande medida o voo e o ressalto da bola. O top spin é
criado pelo movimento ascendente da raquete durante o impacto, sendo o Backspin/
slice de direita ou de esquerda criado pelo movimento descendente da raquete durante
o impacto.

A rotação é determinada por:


1. O movimento da raqueta – quanto maior a inclinação mais rotação é gerada;
2. A velocidade da cabeça da raqueta no impacto;
3. O ângulo da face da raqueta no impacto.

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Movimento da raquete para o top spin

3.5. Velocidade
A velocidade é uma importante variável nas pancadas do ténis, colocando mais
pressão no adversário e consequentemente menos tempo para preparar a pancada. À
priori quanto maior a velocidade mais difícil será de controlar a bola. A velocidade é
primariamente determinada pela velocidade da cabeça da raquete no momento do
impacto, que por sua vez é influenciada por:
1. A distância que a raqueta viaja antes e depois do impacto;
2. A continuidade e velocidade do recuo e do movimento para a frente (forças
angulares) combinado com a transferência de peso (força linear);
3. Coordenação (timing, acertar no centro da raqueta, etc.).
A velocidade da bola recebida, os materiais da raqueta, assim como as condições
atmosféricas também afectam a velocidade da bola jogada.

4. Progressões para o ensino da técnica


Para que a aprendizagem da técnica seja consolidada de uma forma eficaz, deverão
ser utilizados métodos progressivos que promovam o desenvolvimento do aluno, tendo
em conta o seu nível no momento. Os métodos deverão de ter em conta a idade, o
número de alunos na aula, o nível de compreensão dos alunos e o material disponível
para a aula.

37
Desde cedo os alunos deverão desenvolver duas capacidades fundamentais:
 Habilidades de recepção – a capacidade de ler correctamente a trajectória da
bola e as suas componentes (altura, velocidade, efeito, direcção, etc.) e
deslocar-se de uma forma eficaz para executar um determinado gesto técnico .
Isto requer a focalização da bola e do seu movimento.
 Habilidades de projecção – esta é a capacidade de desenvolver as técnicas
necessárias para atingir a bola e enviá-la para uma determinada zona alvo.

Para desenvolver estas habilidades algumas sugestões numa fase inicial são realizar:
 Perícias e manipulações com a bola, sem raquete, utilizando somente as mãos.
Permitindo assim desenvolver a noção de ressalto da bola, receção e projeção
de forma facilitada. Estes exercícios poderão ser realizados sozinhos ou em
cooperação.
 Perícias e manipulações com bola utilizando a raquete, sozinho e em cooperação
1X1 e mais tarde com oposição (competição)

• Princípios do controlo de bola (sozinho):


‐ Direcção;
‐ Distância;
‐ Altura.

De modo a promover as habilidades de recepção e projecção existem as chamadas


progressões estáticas e progressões dinâmicas.

4.1. Progressões estáticas


As progressões estáticas são muito proveitosas para aperfeiçoar os gestos técnicos,
podendo estes ser divididos nas suas partes fundamentais (capítulo 2). Permite aos
alunos desenvolver a sua técnica de uma forma eficaz e num ambiente mais controlado.
Um aspecto menos positivo deste método é que pouco estimula as habilidades de
recepção e de movimentação, pois o aluno encontra-se parado e o treinador coloca a
bola à mão de forma a facilitar a execução da tarefa. Deste modo, não é aconselhável
exagerar neste tipo de progressões, podendo também tornar-se entediante para os
alunos, se usado de forma excessiva.

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Operacionalização das progressões:
• Bola largada com a mão junto ao aluno;
• Bola lançada com a mão (sem rede);
• Bola lançada com a mão (por cima da rede);
• Lançamento da bola com raqueta (por cima da rede);
• Lançamento da bola com raqueta (simulando movimentação de jogo);
• Controlando a bola para o vólei do treinador (simulando movimentação de jogo);
• Controlo do fundo (simulando movimentação de jogo);
• Situação de Jogo.

4.2. Progressões dinâmicas


Estas progressões trabalham em simultâneo as habilidades de recepção e projecção.
Os exercícios incluem movimentação do aluno tendo como objetivo bater na bola com
diferentes direcções, alturas e efeitos, tornando mais complexo a execução dos gestos
técnicos. Este método permite um maior desenvolvimento da componente tática. Estas
progressões deverão ser introduzidas desde cedo, normalmente com o campo reduzido
permitindo assim logo desde as primeiras aulas os alunos começarem disfrutar do jogo.
Uma boa estratégia desde as primeiras aulas é os alunos realizarem jogo em campo
reduzido com as mãos.

Exemplo de uma operacionalização de progressões:


No mini-ténis em cooperação o aluno:
 Lança a bola por cima da cabeça para o parceiro, alternado as mãos e
recepcionando/ agarrando a bola com ambas as mãos.
 Lança a bola por baixo alternando as mãos e agarra a bola com as duas mãos.
 Ajusta/ dá um toque de controlo com a mão deixando a bola ressaltar no solo, e
bate a bola com a mão, alternando as mãos para bater na bola, em cooperação
com o colega ou com o treinador.
 Com raquete, ajusta/ dá um toque de controlo e bate na bola em cooperação
com o colega ou com o treinador.
 Em cooperação com o colega sem ajuste/ toque de controlo.

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 Joga pontos realizando os exercícios anteriores (começando a desenvolver a
componente táctica e lúdica/ competitiva.

No fundo do campo o aluno:


 Troca a bola com o treinador que está na rede.
 Em cooperação com um colega ou treinador troca a bola do fundo do campo.
 Joga com oposição. Situação de competição de singulares (1x1), sem pontuação;
 Jogos condicionados;
 Jogo formal

4.3. Mini-ténis
O mini - ténis consiste basicamente na redução das dimensões do campo utilizando
material adaptado às crianças de modo a iniciarem o ténis com maior facilidade. O
material adaptado inclui bolas com menor pressão, raquetes mais pequenas e redes
mais baixas. Este método dinâmico possibilita a exploração táctica desde muito cedo,
promove um método de descoberta guiada da componente técnica não limitando o
jogador quanto ao seu padrão de jogo ou estilo de jogo. Este método promove
simultaneamente uma interacção dos alunos de forma mais activa, tornando as aulas
mais dinâmicas e simultaneamente mais divertidas. Um dos aspectos mais particulares
é o facto de os alunos terem a possibilidade de solucionar os desafios técnicos/ tácticos
com uma menor intervenção do treinador, estimulando a sua criatividade e o seu estilo
de jogo/ padrão de jogo individual.

4.4. Método sombra

Uma outra forma de aprendizagem técnica é o aluno desenvolver a capacidade de


realizar o movimento sem bola. Este método designado por método sombra permite
que o aluno ganhe uma maior consciência do movimento tendo em conta as
componentes técnicas fundamentais do mesmo. Após o aluno ter consciência do
movimento que terá que realizar, introduz-se a bola permitindo ao aluno comparar as
duas situações.

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5.Regras
5.1. O Campo
O campo é um rectângulo de 23,77 m de comprimento por 8,23 m de largura, para
os encontros de singulares. Para os encontros de pares, o campo terá 10,97 m de
largura. O campo é dividido ao meio por uma rede suspensa através de uma corda ou
cabo metálico cujas extremidades passarão por cima ou estarão fixas à parte superior
de dois postes a uma altura de 1,07 m. A rede estará completamente esticada de forma
a ocupar a totalidade do espaço entre os dois postes e deverá ter uma malha
suficientemente pequena para que a bola não possa passar por ela. A altura da rede no
centro será de 0,914 m, onde será mantida tensa por uma cinta. Uma banda deverá
cobrir a corda ou o cabo metálico e a parte superior da rede. A cinta e a banda serão
completamente brancas.
• O diâmetro máximo da corda ou cabo será de 0,8 cm.
• A largura máxima da cinta será de 5 cm.
• A banda terá de cada lado entre 5 cm e 6,35 cm.
Nos encontros de Pares, o centro dos postes da rede estarão situados a 0,914 m fora
do campo de pares de cada lado.
Para os encontros de Singulares, se for utilizada uma rede de singulares, o centro dos
postes da rede estarão situados a 0,914 para fora da linha de singulares. Se for utilizada
uma rede de pares, então a rede será suportada, a uma altura de 1,07 m, por dois
“sticks” de singulares, cujo centro estará a 0,914 m para fora da linha de singulares.
• Os postes da rede não terão mais de 15 cm2 ou 15 cm de diâmetro.
• Os “sticks” de singulares não terão mais de 7,5 cm2 ou 7,5 cm de diâmetro.
• Os postes da rede e os “sticks” de singulares não ultrapassarão em 2,5 cm a parte
superior do cabo da rede.
As linhas que limitam os fundos do campo denominam‐se linhas de fundo e as linhas
que limitam os lados do campo denominam‐se linhas laterais. Duas linhas paralelas
serão traçadas entre as linhas laterais, a uma distância de 6,40 m de cada lado da rede.
Estas linhas designam‐se por linhas de serviço. De cada lado da rede, a área entre a linha
de serviço e a rede, designada quadrado de serviço, será dividida em duas partes iguais,

41
pela linha central de serviço. A linha central de serviço será traçada paralelamente às
linhas laterais de singulares e equidistantes às mesmas.
Cada linha de fundo será dividida ao meio por uma marca central, com 10 cm de
comprimento, desenhada dentro do campo e paralela às linhas laterais de singulares.
• A linha central de serviço e a marca central terão 5 cm de largura.
• As outras linhas do campo terão entre 2,5 cm e 5 cm de largura, excepto as linhas
de fundo que poderão ter até 10 cm de largura.
Todas as medidas do campo serão feitas pela parte exterior das linhas e todas as
linhas serão da mesma cor, cor essa que terá que contrastar claramente com a cor da
superfície do campo.
Não é permitida publicidade no campo, rede, cinta, faixa, postes da rede ou “sticks”
excepto o estipulado no Apêndice III.

42
5.2. Acessórios Permanentes
Os acessórios permanentes do campo incluem os fundos e as laterais, os espectadores,
as bancadas e assentos para espectadores, todos os outros acessórios à volta e sobre o
campo, o árbitro de cadeira, os juízes de linha, o juiz de rede e os apanha bolas quando
nas suas respectivas posições.
Num jogo de singulares jogado com uma rede de pares e “sticks” de singulares, os
postes da rede e a rede situada entre os “sticks” e os postes são acessórios permanentes
e não se consideram postes de rede ou parte da rede.

5.3. A bola
As bolas, que sejam aprovadas para jogar de acordo com as Regras de Ténis, devem
obedecer às especificações do Apêndice I.
A Federação Internacional Ténis decidirá se qualquer bola ou protótipo cumpre as
especificações do Apêndice I ou se é de outra forma aprovada, ou não, para jogar. Esta
decisão poderá ser tomada por sua própria iniciativa, ou por solicitação de alguém que
tenha um interesse genuíno no jogo, incluindo qualquer jogador, fabricante de
equipamentos, Federações ou seus associados. Essas decisões e solicitações serão
tomadas de acordo com os Procedimentos de Revisão e Audição aplicados pela
Federação Internacional de Ténis (ver Apêndice VI).
Os organizadores de eventos devem anunciar antecipadamente o seguinte:
a. O número de bolas a utilizar no jogo (2, 3, 4 ou 6).
b. O sistema de mudança de bolas, se algum.
A mudança de bolas, se as houver, deverá ser feita da seguinte forma:
I. Depois de um número determinado de jogos impar, em cujo caso, a primeira
mudança de bolas terá lugar dois jogos antes que o das restantes mudanças na
partida, para ter em consideração o desgaste provocado durante o aquecimento. Um
“tie‐break” conta como um jogo para a mudança de bolas. Não se procederá a mudança
de bolas num início dum “tie‐break”. Neste caso, a mudança de bolas será atrasada até
ao início do segundo jogo do “set” seguinte; ou
II. No início de um “set”
Se uma bola se romper durante o jogo, o ponto será repetido.

43
Caso 1: Se uma bola estiver mole no final de um ponto, deverá esse ponto ser
repetido?
Decisão: Se a bola estiver mole, mas não rota, o ponto não será repetido.
Nota: Toda a bola usada num torneio jogado de acordo com as Regras de Ténis, terá
que estar incluída na lista oficial de bolas aprovadas pela ITF e publicadas pela Federação
Internacional de Ténis

5.4. A raquete
As raquetes, que sejam aprovadas para jogar de acordo com as regras de ténis, terão
que estar de acordo com as especificações do apêndice II.
A Federação Internacional Ténis decidirá se qualquer raquete ou protótipo cumpre
as especificações do Apêndice II ou se é de outra forma aprovada, ou não, para jogar.
Esta decisão poderá ser tomada por sua própria iniciativa, ou por solicitação de alguém
que tenha um interesse genuíno no jogo, incluindo qualquer jogador, fabricante de
equipamentos, federações ou seus associados. Essas decisões e solicitações serão
tomadas de acordo com os procedimentos de revisão e audição aplicados pela
Federação Internacional de Ténis (ver apêndice VI).
Caso 1: É permitido mais de um conjunto de cordas na superfície de batimento da
raqueta?
Decisão: Não. A regra menciona um conjunto (não conjuntos) de cordas cruzadas.
(Ver apêndice II).
Caso 2: É o conjunto de cordas de uma raqueta considerado como uniforme e plano
se as cordas estiverem em mais de um plano?
Decisão: Não
Caso 3: Podem ser colocados dispositivos anti‐vibração nas cordas de uma raqueta?
Se sim, onde podem ser colocados?
Decisão: Sim, mas esses dispositivos só poderão ser colocados fora da área do
cruzamento das cordas.
Caso 4: Durante um ponto, um jogador acidentalmente parte as cordas. Pode ele
continuar a jogar outro ponto com essa raqueta?

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Decisão: Sim, excepto quando seja expressamente proibido pelos organizadores do
evento.
Caso 5: Pode um jogador em qualquer momento usar mais de uma raqueta durante
o jogo?
Decisão: Não
Caso 6: Pode incorporar‐se numa raqueta uma bateria que altera as características
do jogo?
Decisão: Não. Uma bateria é proibida porque é uma fonte de energia, como sejam
pilhas solares e outros dispositivos semelhantes.

5.5. Pontuação num jogo


a. Jogo normal
Num jogo normal a pontuação utilizada é a que se segue com o resultado do servidor
a ser indicada em primeiro lugar:
Sem pontos – “0” (Zero)
Primeiro ponto – “15”
Segundo Ponto – “30”
Terceiro Ponto – “40”
Quarto Ponto – “Jogo”
Excepto se cada jogador/equipa tiver ganho três pontos o resultado é “Vantagem Nula”
(Deuce). Após esta vantagem nula, o resultado é “Vantagem “ para o jogador/equipa
que ganhar o próximo ponto. Se o mesmo jogador/equipa também ganhar o ponto
seguinte, o jogador/equipa ganha o Jogo. Se for o jogador adversário a ganhar o ponto
seguinte, o resultado é outra vez “Vantagem Nula” (Deuce). Um jogador/equipa terá
assim de ganhar dois pontos consecutivos após a “Vantagem Nula” para ganhar esse
jogo de serviço ou resposta.

b. Tie-Break
Os pontos no tie-break são “zero”, “1”, “2”, “3”, etc. O primeiro jogador/equipa a ganhar
sete pontos, com dois pontos de diferença do adversário, ganha o “jogo” e o “set”. Se

45
for necessário o “tie-break” continuará até que se verifique uma diferença de dois
pontos entre os jogadores/equipas.
O jogador a quem corresponder servir, deverá servir o primeiro ponto do “tie-break”.
Os dois pontos seguintes serão servidos pelo adversário/s (em pares, o jogador da
equipa adversária que tenha a sua vez de servir). Depois disto, cada jogador/equipa
servirá alternadamente dois pontos consecutivos até ao fim do jogo do “tie‐break” (em
pares, a rotação do serviço dentro de cada equipa continuará a ordem mantida durante
o “set”).
O jogador/equipa que sirva no primeiro ponto do “tie‐break” será o recebedor do
primeiro jogo do “set” seguinte.
Outros sistemas alternativos de contagem aprovados podem ser encontrados no
apêndice IV.

5.6. Pontuação num Set


Existem diversos métodos de contagem num “set”. Os dois principais métodos são o
“Set longo” e “Set com tie‐break”. Qualquer um destes métodos poderá ser usado desde
que o método usado seja anunciado antes do início da competição. Se o método do “Set
com tie‐break” for usado, terá que ser igualmente anunciado se o último “set” será
jogado com “tie‐break” ou não.
a. “Set longo”
O primeiro jogador/equipa a ganhar seis jogos ganha esse “set”, desde que tenha
dois jogos de diferença sobre o adversário (s). Se necessário, o “set” continuará até que
se alcance essa diferença.
b. “Set com tie‐break”
O primeiro jogador/equipa que ganhe seis jogos ganhará esse “set”, desde que tenha
dois pontos de diferença sobre o adversário (s). Se o resultado alcançar os seis jogos
iguais, jogar‐se‐á um jogo com “tie‐break”.
Outros sistemas alternativos de contagem aprovados podem ser encontrados no
apêndice IV.

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5.7. Pontuação num encontro
Um encontro poderá ser jogado à melhor de 3 “sets” (o jogador/equipa necessita
ganhar 2 “sets” para ganhar o encontro) ou à melhor de 5 “sets” (o jogador/equipa
necessita ganhar 3 “sets” para ganhar o encontro).
Outros sistemas alternativos de contagem aprovados podem ser encontrados no
Apêndice IV.

5.8. Servidor e Recebedor


Os jogadores/equipas devem colocar‐se em lados opostos da rede. O servidor é
aquele jogador que põe a bola em jogo para o primeiro ponto. O recebedor é o jogador
que está pronto para devolver a bola servida pelo servidor.

Caso 1: Pode o recebedor posicionar‐se fora das linhas que limitam o campo?
Decisão: Sim. O recebedor pode colocar‐se em qualquer posição dentro ou fora das
linhas desde que se encontro no lado da rede destinada ao recebedor.

5.9. Escolha do lado e do serviço


A escolha do lado e a escolha para servir ou receber no primeiro jogo será decidida
por sorteio antes do aquecimento começar. O jogador/equipa que ganhar o sorteio
poderá escolher:
a. Ser servidor ou recebedor no primeiro jogo do encontro, em cujo caso o outro
jogador/equipa escolherá o lado do campo para o primeiro jogo do encontro; ou
b. O lado do campo no primeiro jogo do encontro, em cujo caso o outro
jogador/adversário escolherá ser servidor ou recebedor no primeiro jogo do encontro;
ou
c. Decidir que será o adversário a escolher uma das opções anteriores.
Caso 1: Terão ambos os jogadores/equipas o direito a novas escolhas caso o
aquecimento seja interrompido e os jogadores abandonem o campo?
Decisão: Sim. O resultado inicial do sorteio mantém‐se, mas novas escolhas poderão
ser feitas por ambos os jogadores/equipas.

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5.10. Mudanças de lado
Os jogadores devem mudar de lado no final do primeiro, terceiro e todos os
subsequentes jogos ímpares de cada “set”. Os jogadores igualmente mudarão de lado
no final de cada “set” excepto se o número total de jogos desse “set” for par, situação
em que os jogadores mudarão de lado no final do primeiro jogo do “set” seguinte.
Durante a realização de um “tie‐break”, os jogadores mudarão de lado após cada 6
pontos.
Outros sistemas alternativos aprovados podem ser encontrados no Apêndice IV.

5.11. Bola em Jogo


Excepto se uma falta ou um “let” for chamado, a bola estará em jogo desde o
momento em que o servidor serve, e continua em jogo até que o ponto seja decidido.

5.12. Bola a tocar na linha


Se uma bola tocar uma linha, será considerada como tendo tocado o campo limitado
por essa linha.

5.13. Bola a tocar um objecto permanente


Se uma bola em jogo tocar um objecto permanente depois de ter batido no lado
correcto do campo, o jogador que bateu a bola ganha o ponto. Se a bola em jogo toca
num objecto permanente antes de bater no solo, o jogador que bateu a bola perde o
ponto.

5.14. Ordem de serviço


No final de cada jogo, o recebedor passa a servidor e o servidor será o recebedor do
ponto seguinte.
Em pares, a equipa que tiver que servir no primeiro jogo de cada “set” decidirá qual
o jogador que o fará em primeiro lugar. Similarmente, antes do início do segundo jogo,
os adversários decidirão que jogador irá servir nesse jogo. O parceiro do jogador que
serviu no primeiro jogo servirá no terceiro jogo e o parceiro do jogador que serviu no
segundo jogo servirá no quarto jogo. Esta rotação manter‐se‐á até ao final do “set”.

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5.15. Ordem de receber em pares
A equipa que tiver que receber no primeiro jogo de um “set” decidirá qual o jogador
que recebe o primeiro ponto desse jogo. Similarmente, antes do início do segundo jogo,
os adversários decidirão que jogador receberá o primeiro ponto desse jogo. O parceiro
do jogador que recebeu o primeiro ponto do jogo receberá o segundo ponto e esta
rotação manter‐se‐á até ao final do jogo e do “set”.
Depois do recebedor ter devolvido a bola, qualquer jogador de uma equipa poderá
golpear a bola seguinte.
Caso 1: Em pares é permitido que um jogador jogue sozinho contra a equipa
adversária?
Decisão: Não

5.16. O serviço
Imediatamente antes de começar o movimento do serviço, o servidor deve colocar-
se com os ambos os pés fixos atrás da linha de fundo e dentro dos prolongamentos
imaginários da marca central de serviço e a linha lateral.
O servidor lançará então, com a mão a bola ao ar em qualquer direcção e golpeará a
bola com a raqueta antes que esta toque no chão. O movimento do serviço considera‐
se concluído no momento em que a raqueta do jogador bate ou falha a bola. Um jogador
que apenas possa usar um braço, pode utilizar a raqueta para lançar a bola ao ar.

5.17. Execução do serviço


Ao servir num jogo normal, o servidor deverá colocar‐se alternadamente atrás da
metade direita e esquerda do campo, começando em cada jogo pela metade direita.
Num jogo de tie‐break, o serviço será feito alternadamente atrás da metade direita e
esquerda do campo, sendo o primeiro serviço efectuado na metade direita do campo.
O serviço terá que passar por cima da rede e cair no quadrado de serviço
diagonalmente oposto, antes de ser devolvida pelo recebedor.

5.18. Falta de pé
Durante o movimento do serviço, o servidor não poderá:
a. Mudar a sua posição andando ou correndo, ainda que pequenos movimentos do
pé sejam permitidos; ou

49
b. Tocar com os pés a linha de fundo ou o campo; ou
c. Tocar com os pés a área fora da extensão imaginária da linha lateral; ou
d. Tocar com os pés a extensão imaginária da marca central.
Se o servidor infringir esta regra será uma “Falta de Pé”
Caso 1: Num jogo de singulares, pode o servidor servir atrás da linha de fundo na área
compreendida entre as linhas laterais de singulares e pares?
Decisão: Não
Caso 2: Pode o servidor ter um ou ambos os pés no ar?
Decisão: Sim

5.19. Falta no serviço


O serviço será falta se:
a. O servidor infringir as regras 16, 17 ou 18; ou
b. O servidor falhar a bola ao tentar fazê‐lo; ou
c. A bola servida tocar num objecto permanente, “sticks” de singulares ou poste da
rede antes de bater no chão; ou
d. A bola tocar no servidor ou no seu parceiro, ou em algo que qualquer um deles use
ou transporte.
Caso 1: Depois de lançar a bola ao ar para executar o serviço, o servidor decide não
batê‐la e em vez disso apanha‐a. É isto uma falta?
Decisão: Não. A um jogador, que lance a bola ao ar e depois decida não a bater, é
permitido apanhá‐la com a mão ou com a raqueta, ou deixá‐la cair no chão.
Caso 2: Durante um jogo de singulares jogado num campo com postes de rede e
“sticks” de singulares, o serviço toca no “stick” de singulares e entra no correcto
quadrado de serviço. É isto uma falta?
Decisão: Sim.

5.20. Segundo serviço


Se o primeiro serviço for falta, o servidor deverá sem demoras servir de novo atrás
da mesma metade do campo de onde executou a falta, excepto se, por engano, o serviço
anterior tiver sido efectuado na metade errada.

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5.21. Quando servir e responder
O servidor não pode servir sem que o recebedor esteja pronto. Contudo, o recebedor
deverá respeitar o ritmo do servidor e deverá estar pronto para receber quando o
servidor estiver pronto para servir.
Um recebedor que tente devolver o serviço será considerado como estando pronto.
Se for provado que o recebedor não estava pronto, então o serviço não pode ser
considerado como uma falta.

5.22. O “let” durante um serviço


O serviço é “let” se:
a. A bola tocar na rede, cinta ou tela, e entrar no quadrado respectivo; ou, depois de
tocar a rede, cinta ou tela, toca no recebedor ou no seu parceiro ou em algo que eles
usem ou transportem antes de tocar no solo; ou
b. A bola é servida quando o recebedor não está pronto.

No caso de um serviço “let”, esse serviço não será considerado, e o servidor deverá
servir de novo, mas um serviço em “let” não anula uma falta prévia.
Outros sistemas alternativos aprovados podem ser encontrados no Apêndice IV.

5.23. O “let”
Em todas as situações em que um “let” é considerado, excepto quando se trata de
um “let” no segundo serviço, todo o ponto será repetido.
Caso 1: Uma bola está em jogo quando outra entra no campo. É considerado um “let”.
O serviço anterior tinha sido em falta. Tem o servidor direito a um primeiro ou segundo
serviço?
Decisão: Primeiro serviço. Todo o ponto tem que ser repetido.

5.24. Jogador perde o ponto


O ponto é perdido se:
a. O jogador cometer servir duas faltas consecutivas; ou
b. O jogador não devolver a bola em jogo antes de esta bater duas vezes consecutivas
no chão; ou

51
c. O jogador devolver a bola em jogo de tal forma que esta toque o solo, ou um
objecto, fora do campo correcto; ou
d. O jogador devolver a bola em jogo de forma, que antes do ressalto, ela bate num
objecto permanente; ou
e. O recebedor devolver o serviço antes de este tocar o chão;
f. O jogador deliberadamente transportar ou apanhar a bola em jogo com a raquete
ou deliberadamente a toque com a raquete mais de uma vez; ou
g. Em qualquer altura em que a bola esteja em jogo, o jogador ou a raquete, na sua
mão ou não, ou qualquer coisa que ele use ou transporte, toque na rede, postes, “sticks”
singulares, corda ou cabo metálico, cinta ou tela, ou no campo adversário; ou
h. O jogador bata na bola antes de ela ter passado a rede; ou
i. A bola em jogo tocar o jogador ou em qualquer coisa que ele use ou transporte,
exceptuando a raqueta; ou
j. A bola em joga tocar na raquete quando o jogador não a tem segura; ou
k. Quando a bola estiver em jogo, o jogador deliberadamente e materialmente mudar
a forma da raqueta; ou
l. Em pares, ao devolverem a bola, ambos os jogadores a tocarem.
Caso 1: Depois de efectuar um primeiro serviço, a raquete salta da mão do servidor e
toca na rede antes de a bola ressaltar. É isto um serviço em falta, ou o servidor perde o
ponto?
Decisão: O servidor perde o ponto porque a raqueta toca na rede enquanto a bola
está em jogo.
Caso 2: Depois de efectuar um primeiro serviço, a raquete salta da mão do servidor e
toca a rede depois da bola ter ressaltado fora do correcto quadrado de serviço. É isto um
serviço em falta, ou o servidor perde o ponto?
Decisão: Este é um serviço em falta porque quando a raqueta tocou na rede a bola já
não estava em jogo.
Caso 3: Num jogo de pares, o parceiro do recebedor toca na rede antes de a bola
servida cair fora do correcto quadrado de serviço. Qual é a decisão correcta?
Decisão: A equipa recebedora perde o ponto porque o parceiro do recebedor tocou
na rede enquanto a bola estava em jogo.

52
Caso 4: Perde o jogador o ponto se antes ou depois de bater na bola atravessar uma
linha imaginária na extensão da rede?
Decisão: Em nenhum dos casos o jogador perde o ponto desde que não invada o
campo do adversário.
Caso 5: É permitido a um jogador saltar por cima da rede para o campo adversário
enquanto a bola está em jogo?
Decisão: Não. O jogador perde o ponto.
Caso 6: Um jogador atira a raqueta à bola em jogo. A raqueta e a bola caem no campo
do adversário não sendo o adversário capaz de devolver a bola. Que jogador ganha o
ponto?
Decisão: O jogador que atirou a raqueta à bola em jogo perde o ponto.
Caso 7: Uma bola servida toca no recebedor ou em pares no parceiro do recebedor
antes de tocar no solo. Que jogador ganha o ponto?
Decisão: O servidor ganha o ponto, excepto se o serviço for “let”.
Caso 8: Um jogador colocado fora do campo bate na bola ou apanha‐a antes que esta
ressalte e reclama o ponto porque a bola iria certamente para fora do campo correcto.
Decisão: O jogador perde o ponto, excepto se for uma boa devolução, em cujo caso a
jogada continua.

5.25. Uma boa devolução


Uma devolução é boa se:
a. A bola tocar a rede, postes/”sticks” singulares, corda ou cabo metálico, cinta ou
tela, desde que passe sobre qualquer uma delas e bater no solo dentro do campo
respectivo; excepto como previsto na Regra 2 e 24 (d); ou
b. Depois de a bola em jogo ter tocado dentro do campo correcto e se um efeito ou
o vento a fizer retroceder por cima da rede para o campo contrário, o jogador a alcança
acima da rede e joga a bola para o campo correcto, desde que ele não viole a Regra 24;
ou
c. A bola é devolvida por fora dos postes, quer acima ou abaixo do topo da rede,
mesmo tocando nos postes da rede, desde que toque no solo dentro do campo correcto;
excepto como previsto nas Regras 2 e 24 (d); ou

53
d. A bola passar abaixo do cabo da rede entre o “stick” de singulares e o poste da
rede adjacente sem tocar nem na rede, cabo da rede ou poste da rede e bater no campo
correcto, ou
e. A raqueta do jogador passar por cima da rede depois de ele ter batido na bola no
seu lado e a bola bater no campo correcto; ou
f. O jogador bater na bola em jogo, que bateu noutra bola deixada dentro no campo.
Caso 1: Um jogador devolve uma bola que depois de bater num “stick” de singulares
cai no campo respectivo. É esta uma boa devolução?
Decisão: Sim. Contudo, se for um serviço a bater no “stick” de singulares será uma
falta no serviço.
Caso 2: Uma bola em jogo bate noutra deixada dentro do campo correcto. Qual é a
decisão correcta?
Decisão: O jogo continua. Contudo, se não for claro que a bola em jogo foi devolvida,
um “let” deverá ser decidido.

5.26. Estorvo
Se um jogador ao jogar um ponto for estorvado por um acto deliberado do adversário
(s), ele ganhará esse ponto.
Contudo, o ponto deverá ser repetido se o jogador for estorvado de jogar o ponto
por um acto não intencional do adversário (s), ou algo fora do controle do próprio
jogador (excluem‐se os objectos permanentes).
Caso 1: É um golpe duplo involuntário considerado um estorvo?
Decisão: Não. Ver também a Regra 24 (f)
Caso 2: Um jogador reclama ter parado de jogar porque pensou que o seu adversário
(s) tinha sido estorvado. É isto um estorvo?
Decisão: Não, o jogador perde o ponto.
Caso 3: Uma bola em jogo bate num pássaro voando sobre o campo. É isto um
estorvo?
Decisão: Sim, o ponto tem que ser repetido.
Caso 4: Durante um ponto, uma bola ou outro objecto que se encontrava no chão no
lado do jogador, desde o início do ponto, estorva esse jogador. É isto um estorvo?
Decisão: Não.

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Caso 5: Em pares, onde é que parceiro do servidor e o parceiro do recebedor poderão
se posicionar?
Decisão: O parceiro do servidor e o parceiro do recebedor podem ficar em qualquer
posição no seu respectivo lado, dentro ou fora do campo. Contudo, se um jogador criar
um estorvo ao adversário (s), a regra do estorvo deverá ser usada.

5.27. Correcção de erros


Como princípio, quando um erro referente às Regras de Ténis é descoberto, todos os
pontos anteriormente jogados mantêm‐se. Os erros descobertos serão corrigidos da
seguinte forma:
a. Durante um jogo normal ou num tie‐break, se um jogador servir da metade errada
do campo, o erro deverá ser corrigido assim que o erro for detectado e o servidor deverá
servir da metade correcta do campo de acordo com o resultado. Uma falta marcada
antes da descoberta do erro manter‐se‐á.
b. Durante um jogo normal ou num tie‐break, se o jogador estiver no lado do campo
errado, o erro deverá ser corrigido assim que o erro for detectado e o servidor deverá
servir no lado do campo correcto de acordo com o resultado.
c. Se um jogador servir fora de vez num jogo normal, o jogador que originalmente
deveria ter servido, deve servir assim que o erro for detectado. Contudo, se um jogo for
completado antes que o erro seja detectado, a ordem de serviço manter-se‐á tal como
foi alterada. Neste caso, qualquer mudança de bolas que deveria ser feita após um
acordado número de jogos, será realizada um jogo mais tarde do que o previamente
previsto. Uma falta cometida pelo adversário antes do erro ser descoberto não se
manterá. Em pares, se um jogador de uma equipa servir fora da ordem, qualquer falta
cometida antes do erro ser descoberto manter‐se‐á.
d. Se um jogador servir fora da sua vez num tie‐break e o erro for descoberto depois
de se ter jogado um número par de pontos, o erro é corrigido imediatamente. Se o erro
for descoberto depois de se ter jogado um número impar de pontos, a ordem de serviço
manter‐se‐á alterada. Uma falta efectuada pelo adversário antes do erro ser detectado
não se manterá. Em pares, se um jogador de uma equipa servir fora da ordem, qualquer
falta cometida antes do erro ser detectado manter‐se‐á.

55
e. Em pares durante a realização dum jogo normal ou de um “tie‐break”, se existir
um erro na ordem de receber, ele deverá manter‐se até ao final do jogo em que o erro
foi descoberto. No próximo jogo desse “set” em que forem recebedores, os parceiros
deverão retomar a ordem de recepção original.
f. Se por erro se iniciar um “tie‐break” aos 6 jogos iguais, quando tinha sido
previamente anunciado que esse “set” seria jogado à melhor de dois jogos, o erro
deverá ser imediatamente corrigido se apenas um ponto foi jogado. Se o erro for
descoberto após se iniciar a disputa do segundo ponto, o “set” continuará com a
marcação do sistema de “tie‐break”.
g. Se por erro se iniciar um jogo normal aos 6 jogos iguais, quando tinha sido
previamente anunciado que esse “set” seria jogado com “tie‐break”, o erro
deverá ser imediatamente corrigido se apenas um ponto foi jogado. Se o erro for
descoberto após se iniciar a disputa do segundo ponto, o “set” continuará como um jogo
à melhor de dois jogos até que se atinja o resultado de 8 jogos iguais (ou um numero
par mais alto), altura em que se jogará o “tie‐break”.
h. Se por erro se iniciar um “jogo normal” ou um “jogo tie‐break”, quando tinha sido
previamente anunciado que esse “set” seria jogado com um “tie‐break decisivo”, o erro
deverá ser imediatamente corrigido se apenas um ponto foi jogado. Se o erro for
descoberto após se iniciar a disputa do segundo ponto, o “set” continuará até que um
jogador ou equipa ganhe três jogos (e portanto o “set”) ou até que o resultado atinja 2
jogos iguais, altura em que se jogará o “tie‐break decisivo”. Contudo, se o erro for
descoberto depois do quinto jogo se ter iniciado, o “set” continuará como um “jogo tie‐
break” (ver Apêndice IV).
i. Se as bolas não forem mudadas na sequência correcta, o erro deverá ser corrigido
quando o jogador/equipa que deveria ter servido com bolas novas voltar a servir. A
partir daí as bolas deverão ser mudadas de forma que o número de jogos entre a
mudança de bolas seja aquele originalmente acordado. As bolas não serão mudadas
durante um jogo.

5.28. Funções dos juízes de campo


Nos encontros em que juízes sejam designados, as suas funções e responsabilidades
podem ser observadas no apêndice V.

56
5.29. Jogo contínuo
Por princípio, o jogo deve ser contínuo, desde o momento em que o jogo inicia
(quando se executa o primeiro serviço) até que o encontro termine.
a. Entre pontos, é permitida uma paragem máxima de 20 segundos. Quando os
jogadores mudam de lado no final de um jogo, é permitida uma paragem máxima de 90
segundos. Contudo, depois do primeiro jogo de cada “set” e durante um jogo “tiebreak”,
o jogo deverá ser contínuo e os jogadores mudarão de lado sem paragem. No final de
cada “set” haverá uma paragem máxima de cento e vinte segundos. A contagem do
tempo vai desde o momento em que um ponto termina até ao momento em que é feito
o primeiro serviço do próximo jogo. Os organizadores dos circuitos profissionais podem
solicitar à ITF a extensão do período de noventa (90) segundos permitidos na mudança
de lado e a extensão do período de cento vinte (120) segundos permitidos no final de
cada “set”.
b. Se, por razões fora do controle dos jogadores, vestuário, sapatos ou outro
equipamento necessário (exceptuando a raqueta) se danificar ou necessitar de ser
substituído, ao jogador poderá ser permitido um razoável tempo extra para resolver o
problema.
c. Não será dado tempo extra a um jogador que lhe permita recuperar a sua condição
física. Contudo, quando um jogador sofrer de uma lesão recuperável poderá ser
autorizado uma paragem de 3 minutos para o tratamento dessa lesão. Um número
limitado de idas à casa de banho ou de mudanças de vestuário poderá ser igualmente
permitido, se tal for anunciado antes do início do evento.
d. Os organizadores de eventos poderão permitir um período de descanso de dez (10)
minutos se tal for anunciado antes do início do evento. Este descanso poderá existir no
final do 3º “set” nos encontros à melhor de 5 “sets”, ou no final do 2º “set” nos
encontros à melhor de 3 “sets”.
e. O tempo de aquecimento será no máximo de cinco (5) minutos, excepto se de
outra forma for decidido pelos organizadores do evento.

5.30. Instruções/ “Coaching”


As instruções são consideradas quando haja comunicação, conselhos ou instruções
de qualquer tipo, audíveis ou visíveis, a um jogador.

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Nos eventos por equipas quando existe um capitão de equipa sentado no campo, o
capitão poderá dar instruções ao jogador (s) durante a paragem de “sets” ou quando os
jogadores mudam de lado no final de um jogo, mas não quando os jogadores mudam
de lado após o final do primeiro jogo de cada “set” ou durante a disputa de um “tie‐
break”.
Em todas os outros encontros, as instruções não são permitidas.
Caso 1: Pode um jogador receber instruções, se as mesmas lhe forem transmitidas for
sinais duma forma discreta?
Decisão: Não.
Caso 2: Pode um jogador receber instruções quando um jogo é suspenso?
Decisão: Sim

5.31. Regras do Ténis sobre cadeira de rodas


O ténis sobre cadeira de rodas segue as Regras de Ténis da ITF com as seguintes
excepções:
a. A Regra dos Dois Ressaltos
Ao jogador em cadeira de rodas é permitido que a bola tenha dois ressaltos. O
jogador tem que devolver a bola antes que ela toque no solo pela terceira vez. O
segundo ressalto poderá ser dentro ou fora das linhas que limitam o campo.
b. A Cadeira de Rodas
A cadeira de rodas é considerada como parte do corpo e todas as regras que se
aplicam ao corpo de um jogador serão aplicadas à cadeira de rodas.
c. O Serviço
i. O serviço deverá ser executado da seguinte forma. Imediatamente antes de iniciar
o serviço, o servidor tem que estar numa posição parada. Ao servidor será então
permitido um impulso antes de golpear a bola.
ii. O servidor deverá durante a execução do serviço não tocar com nenhuma das
rodas, qualquer área que não seja aquela atrás da linha de fundo e aquela dentro do
prolongamento imaginário da marca central de serviço e a linha lateral.
iii. Se os métodos convencionais para o serviço forem fisicamente impossíveis para
um jogador quadraplégico, então o jogador ou outra pessoa poderá largar a bola para
esse jogador. Contudo, o mesmo método de serviço terá sempre que ser usado.

58
d. Jogador Perde o Ponto
Um jogador perde o ponto se:
i. O jogador falhar a devolução da bola antes que esta toque no solo três
vezes; ou
ii. Sujeito à regra e) o jogador usa qualquer parte do seu pé ou extremidades
inferiores como travões ou estabilizadores enquanto executa o serviço, golpeia a bola,
gira ou pára contra o solo ou contra qualquer roda enquanto a bola está em jogo; ou
iii. não manter uma das nádegas em contacto com a acento da sua cadeira de rodas
enquanto golpeia a bola.
e. Impulsionar a cadeira com o pé
i. Se devido à falta de capacidade um jogador não poder impulsionar a cadeira de
rodas através da roda então ele pode impulsionar a cadeira de rodas usando um pé.
ii. Se conforme a regra e) i. anterior é permitido a um jogador impulsionar a cadeira
usando um pé, nenhuma parte do pé do jogador poderá estar em contacto com o solo:
a. Durante o movimento de execução da pancada, inclusivamente enquanto a
raqueta golpeia a bola;
b. Desde que se inicia o movimento do serviço até que a raqueta golpeia a bola
iii. Um jogador que não cumpra esta regra perderá o ponto.
f. Ténis em Cadeira Rodas/ Ténis em Pé
Quando um jogador em cadeira de rodas joga contra um jogador em pé em singulares
ou pares, as Regras do Ténis em Cadeira Rodas serão aplicadas para o jogador em
cadeira de rodas enquanto as Regras do Ténis serão aplicadas ao jogador em pé. Neste
caso, ao jogador em cadeira de rodas é permitido dois ressaltos enquanto ao jogador
em pé somente lhe é permitido um ressalto.
Nota: A definição de extremidades inferiores é: os membros inferiores, incluindo as
nádegas, anca, coxa, perna, tornozelo e pé.

ANEXO 1
A BOLA
• A bola deverá ter uma superfície exterior uniforme consistindo numa cobertura
felpuda e deverá ser branca e amarela. Caso tenham costuras deverão ser sem
pespontos.

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• Existe mais de um tipo de bola. As bolas deverão estar de acordo com os valores de
peso, tamanho, ressalto, deformação constantes da tabela de características das bolas
aprovadas pela International Tennis Federation (ITF).
• Todos os testes de ressaltos, tamanho e deformação serão feitos de acordo com os
regulamentos existentes.
Caso 1: Que tipo de bola deve ser usado em que tipo de superfície de court?
Decisão: 3 diferentes tipos de bolas são aprovados para jogar de acordo com as regras
de Ténis, contudo:
• Tipo de Bola 1 (velocidade elevada) é destinado a courts com superfície lenta.
• Tipo de Bola 2 (velocidade média) é destinado a courts com superfície média ou
rápida.
• Tipo de Bola 3 (velocidade reduzida) é destinado a courts com superfície rápida.
ANEXO II
A RAQUETE
• A superfície de batimento, definida como a área principal do encordoamento
delimitada pelos pontos de entrada das cordas no aro raqueta ou pontos de contacto
das cordas com o aro da raqueta, deverá ser plana e consistir num conjunto de cordas
cruzadas ligadas ao aro da raqueta e alternadamente entrelaçadas ou ligadas onde se
cruzam. O encordoamento tem que ser na generalidade uniforme e em particular não
ser mais denso no centro que em qualquer outra área. A raqueta será desenhada e
encordoada para que as suas características sejam idênticas em ambas as faces. A
raqueta deverá estar livre de objectos de protuberâncias e outros acessórios com
excepção dos utilizados única e exclusivamente para limitar ou prevenir deterioração ou
vibração ou no caso do aro da raquete para distribuir o peso. Estes objectos
protuberâncias e acessórios devem ser razoáveis em tamanho e localização.
• O aro da raqueta não deverá exceder 73,7cm em comprimento total incluindo o cabo.
O aro da raqueta não deverá exceder 31,7cm em largura total. A superfície de batimento
não deverá exceder 39,4cm em comprimento total e 29,2cm em largura total.
• O aro incluindo o cabo e as cordas deverão estar livres de qualquer dispositivo que
torne possível alterar materialmente a forma da raqueta ou alterar a distribuição de
peso na direcção longitudinal da raquete o qual alteraria o momento de inércia do
movimento de rotação, ou alterar deliberadamente e fisicamente características alterar,

60
afectar a performance da raquete durante o ponto. Nenhuma fonte de energia que de
alguma forma altere ou afecte as características de jogo de uma raquete pode estar na
raqueta ou afixada a esta.

ANEXO III
PUBLICIDADE
• Publicidade na rede é permitida desde que esteja localizada na parte da rede dentro
dos 0,914m contados a partir do centro dos postes e seja produzida de maneira a não
interferir com a visão dos jogadores ou com as condições do jogo.
• Publicidade ou outros materiais promocionais localizados nos topos ou lados do court
serão permitidos desde que não interfiram com a visão dos jogadores ou com as
condições do jogo.
• Publicidade ou outros materiais promocionais localizados na superfície do court fora
das linhas é permitida desde que não interfiram com a visão dos jogadores ou com as
condições do jogo.
• Apesar dos pontos 1,2,3 qualquer publicidade ou material promocional localizado na
rede, nos topos, nas laterais, ou na superfície do court fora das linhas não pode conter
branco ou amarelo ou outras cores claras que interfiram com a visão dos jogadores ou
com as condições do jogo.
• Publicidade ou outros materiais promocionais não são permitidos na superfície do
court dentro das linhas deste.
ANEXO IV
SISTEMAS ALTERNATIVOS DE CONTAGEM NO JOGO
Método de contagem sem vantagens (No‐Ad)
Este método alternativo de contagem pode ser usado.
No método de contagem sem vantagens a pontuação é contada da seguinte forma,
sendo a pontuação do servidor chamada primeiro:
• Sem ponto – “Zero”;
• 1.º Ponto – “15”;
• 2.º Ponto – “30”;
• 3.º Ponto – “40”;
• 4.º Ponto – “Jogo”.

61
Se ambos os jogadores ou pares tiverem ganho 3 pontos cada a pontuação é “iguais” e
será jogado um ponto decisivo. O recebedor escolherá a metade onde receberá o
serviço, do lado direito ou do lado esquerdo do court. Em pares os jogadores da equipa
recebedora não poderão mudar a sua posição de receber neste ponto decisivo. O
jogador/par que ganhar este ponto decisivo ganha o “Jogo” .

CONTAGEM NO SET
• SETS CURTOS
O primeiro jogador/par que ganhar 4 jogos ganha o Set, desde que exista uma diferença
de 2 jogos relativamente ao(s) adversário(s). Se a pontuação atingir 4 jogos iguais deverá
ser jogado um “Tiebreak”.
• JOGO DE TIE‐BREAK DECISIVO (7 PONTOS)
Quando a pontuação num encontro está 1 Set igual, ou 2 Sets iguais num encontro à
melhor de 5 Sets, um Tie‐break será jogado para decidir o encontro. Este tie‐break
substitui o último e decisivo Set. O jogador/par que primeiro ganhar 7 pontos será o
vencedor do jogo de tie‐break decisivo e do encontro, desde que exista uma diferença
de 2 pontos relativamente ao(s) adversário(os).
• SUPER TIE‐BREAK (10 PONTOS)
Quando a pontuação num encontro está 1 Set igual, ou 2 Sets iguais num encontro à
melhor de 5 Sets, um “Super Tie‐break” poderá ser jogado para decidir o encontro. Este
“Super Tie‐break” substitui o último e decisivo Set. O jogador/par que primeiro ganhar
10 pontos será o vencedor do “Super Tie‐break” decisivo e do encontro, desde que
exista uma diferença de 2 pontos relativamente ao (s) adversário(os).
Nota: Quando é usado o Jogo de Tie‐break decisivo ou o “Super Tie‐break” para
substituir o último Set:
• A ordem original do serviço mantém‐se (regras 5 e 14);
• Em pares, a ordem de servir e receber da equipa pode ser alterada desde que seja no
início de cada Set (regras 14 e 15);
• Antes do início do Jogo de “Tie‐break” decisivo ou do Super “Tie‐break” deverá ser
concedido uma pausa de Set de 120 segundos;
• As bolas não devem ser trocadas antes do início do Jogo de Tie‐break decisivo ou do
“Super Tie‐break”, mesmo que esse fosse o momento da troca de bolas.

62
ANEXO V
FUNÇÕES DOS MEMBROS DA EQUIPA DE ARBITRAGEM
O juiz árbitro é soberano relativamente a todas as questões de direito e a sua decisão é
final. Em encontros onde está designado um árbitro de cadeira, este é a autoridade final
em todas as questões de facto durante o encontro. Os jogadores têm o direito a
chamarem o juiz árbitro ao court se estiverem em desacordo com a interpretação das
regras de ténis feita pelo árbitro de cadeira. Em encontros onde são designados juízes
de linha e juízes de rede, estes fazem todas as chamadas (inclusive a chamada da falta
de pé) relativas a essas linhas ou rede. O árbitro de cadeira tem o direito de corrigir um
juiz de linha ou um juiz de rede se estiver certo que um erro claro foi cometido. O árbitro
é o responsável por todas as chamadas de todas as linhas (inclusive a falta de pé) ou
rede quando não estão designados juízes de linha ou juízes de rede. Um juiz de linha
que não possa fazer uma chamada deverá assinalá‐lo de imediatos ao árbitro
de cadeira que deverá tomar a decisão. Se o juiz de linha não puder fazer uma chamada
ou se não houver juiz de linha, e o árbitro de cadeira não puder tomar uma decisão numa
questão de facto, o ponto deve ser repetido. Num evento de equipas onde o juiz árbitro
está sentado no court, este é também a última autoridade em questões de facto. O
encontro pode ser parado ou interrompido em qualquer altura que o árbitro decida que
é necessário ou apropriado. O juiz árbitro também pode parar ou suspender o encontro
em caso de escuridão, condições climatéricas ou más condições do court. Quando o
encontro é suspenso por escuridão, isto deve ser feito no final do set ou após um
número par de jogos ter sido jogado no Set em disputa. Após a suspensão do encontro,
a pontuação e posição dos jogadores no court mantém‐se quando o encontro recomeça.
O árbitro ou o juiz árbitro deverá decidir de acordo com as regras do jogo contínuo e
instruções, de acordo com o Código de Conduta aprovado e em vigência.
Caso 1: O árbitro de cadeira concede o 1.º serviço ao servidor após uma correcção, mas
o recebedor argumenta que deveria ser 2.º serviço uma vez que o servidor já tinha feito
uma falta.
Deverá o juiz árbitro ser chamado ao court para tomar uma decisão?
Decisão: Sim. O árbitro toma a 1.ª decisão sobre uma questão de direito (age de acordo
com a aplicação aos factos específicos). No entanto, se o jogador apelar relativamente

63
à decisão do árbitro de cadeira então o juiz árbitro deverá ser chamado para tomar a
decisão final.
Caso 2: A bola foi chamada fora, mas o jogador reclama que a bola foi boa. Poderá o juiz
árbitro ser chamado ao court para tomar uma decisão?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira é a autoridade final em questões de facto (age de
acordo com o que na realidade aconteceu durante o incidente especifico).
Caso 3: Um árbitro de cadeira poderá corrigir um juiz de linha no final do ponto se na
sua opinião tiver sido cometido um erro claro durante o ponto?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira só pode corrigir o juiz de linha imediatamente após
o erro claro ter sido cometido.
Caso 4: Um juiz de linha chama a bola fora e depois o jogador reclama que a bola foi
boa. Pode o árbitro de cadeira corrigir o juiz de linha?
Decisão: Não. O árbitro de cadeira nunca poderá corrigir por apelo de um jogador.
Caso 5: Um juiz de linha chama a bola fora. O árbitro de cadeira não consegue ver
claramente, mas pensa que a bola foi dentro. Pode o árbitro de cadeira corrigir o juiz de
linha?
Decisão: Não. O árbitro só pode corrigir quando tem a certeza que o juiz de linha
cometeu um erro claro.
Caso 6: Poderá um juiz de linha alterar a sua chamada depois de o árbitro de cadeira ter
anunciado o resultado?
Decisão: Sim. Se um juiz de linha se aperceber que cometeu um erro, a correcção deverá
ser feita o mais cedo possível desde que não resulte do protesto de um jogador.
Caso 7: Se um árbitro de cadeira ou juiz de linha chamar a bola fora e depois corrigir a
chamada para boa, qual é a decisão correcta?
Decisão: O árbitro de cadeira tem de decidir se a chamada original “fora” foi um estorvo
para algum dos jogadores. Se tiver sido um estorvo o ponto será repetido. Se não tiver
sido um estorvo o jogador que bateu a bola ganha o ponto.
Caso 8: A bola salta de volta sobre a rede e o jogador correctamente chega sobre a rede
para tentar jogar a bola. O adversário estorva o jogador. Qual é a decisão correcta?
Decisão: O árbitro de cadeira tem de decidir se o estorvo foi deliberado ou não
intencional e conceder o ponto ao jogador estorvado ou ordenar a repetição do ponto.
PROCEDIMENTOS DE INSPECÇÃO DE MARCAS

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• A inspecção de marcas só pode ser feita em courts de terra batida.
• Uma inspecção de marca requerida por um jogador/par será concedida apenas se o
árbitro de cadeira não conseguir determinar com certeza a partir da sua cadeira, quer
quando se trata de um ponto ganhador, quer quando um jogador/par pára de jogar
durante o ponto (a devolução é permitida mas depois o jogador tem de parar
imediatamente).
• Quando um árbitro de cadeira decidiu realizar uma inspecção de marca, deverá descer
da cadeira e fazer ele próprio a inspecção. Se não souber onde está a marca, poderá
pedir a ajuda ao juiz de linha relativamente à localização da marca, mas depois o árbitro
deverá analisá‐la.
• A chamada original ou a correcção permanecerão sempre que o juiz de linha e o árbitro
de cadeira não conseguirem determinar a localização da marca ou esta não for legível.
• A partir do momento que o árbitro de cadeira tem identificado e decidido
relativamente a uma marca esta decisão é final e inapelável.
• Num court de terra batida o árbitro de cadeira não deverá ser demasiado rápido a
anunciar o resultado a não ser que esteja absolutamente certo da chamada. Em caso de
dúvida, espera antes de chamar o resultado para determinar se é necessário proceder à
inspecção da marca.
• Em pares o jogador que apela tem de fazer o seu apelo de forma que ambos parem ou
o árbitro de cadeira pare a jogada. Se um apelo é feito para o árbitro de cadeira então
este tem de determinar se foi seguido o procedimento correcto para fazer esse apelo.
Se não foi correcto, ou foi tardio, então o árbitro de cadeira pode determinar que a
equipa adversária foi deliberadamente estorvada.
• Se um jogador apagar a marca antes do árbitro de cadeira tomar uma decisão final,
concede a chamada.
• Um jogador não pode atravessar a rede para analisar uma marca sem ser penalizado
por “conduta anti‐desportiva” prevista no Código de Conduta.

PROCEDIMENTOS PARA REVISÃO ELECTRÓNICA


• Em todos os torneios em que o sistema de revisão electrónica é usado deverão ser
seguidos os seguintes procedimentos em todos os jogos em courts em que este sistema
é usado:

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• Um pedido para uma revisão electrónica de uma chamada ou correcção por um
jogador/ equipa será apenas permitido ou num ponto ganhador ou quando o jogador/
equipa pára a jogada (a devolução é permitida mas depois o jogador tem que parar
imediatamente).
• O árbitro de cadeira deverá decidir usar a revisão electrónica quando há dúvidas
relativamente à validade da chamada ou correcção. Contudo o árbitro de cadeira pode
recusar a revisão electrónica se entender que o jogador está a fazer um pedido que não
é razoável ou que este foi feito fora do tempo razoável.
• Em pares o jogador que apela tem de fazer o seu apelo de forma que ambos parem ou
o árbitro de cadeira pare a jogada. Se um apelo é feito para o árbitro de cadeira então
este tem de determinar se foi seguido o procedimento correcto para fazer esse apelo.
Se não foi correcto, ou foi tardio, então o árbitro de cadeira pode determinar que a
equipa adversária foi deliberadamente estorvada.
• A chamada original ou correcção permanecerão sempre se a revisão electrónica não
estiver disponível, por qualquer razão para decidir naquela chamada ou correcção.
• A decisão final do árbitro de cadeira será com sequência da revisão electrónica e não
é apelável. Se for requerida pelo sistema uma escolha manual sobre a marca a analisar,
um árbitro aprovado pelo juiz árbitro deverá decidir qual a marca a ser revista.
ESQUEMA DO COURT
SUGESTÕES PARA MARCAR UM COURT
DESENHO
O seguinte procedimento é para o habitual court de singulares e pares. Primeiro escolha
a posição da rede, uma linha direita com 12,8m de comprimento. Marque o centro e,
medindo a partir daí em cada direcção marque:
A 4,11m os pontos a, b, onde a rede cruza as linhas laterais interiores.
A 5,03m as posições dos sticks de singulares.
A 5,48m os pontos A, B onde a rede cruza as linhas laterais exteriores.
A 6,4m as posições dos postes da rede (N, N), nas extremidades da linha original com
12,8m.
Insira cavilhas em A e B e fixe a estas as respectivas partes finais de duas fitas métricas.
Numa, a qual medirá a diagonal de meio court considere a medida de 16,18m e na outra
para medir a linha lateral considere o comprimento de 11,89m. Estas medidas

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encontrar‐se‐ão no ponto C, que é um dos cantos do court. Aplique o mesmo
procedimento para determinar o outro canto do court, D. Para verificar esta operação é
aconselhável verificar o comprimento da linha CD a qual, sendo a linha de base deverá
ter 10,97m; e ao mesmo tempo o seu centro J pode ser marcado assim como o exterior
das linhas laterais interiores (c, d), a 1,37m a partir dos pontos C e D. A linha central e a
linha de serviço serão agora marcadas através dos pontos F, H, G, os quais são medidos
6,4m a partir da rede através das linhas bc, XJ, ad, respectivamente. Procedimento
idêntico deverá ser seguido do outro lado da rede para completar o court. Se desejarmos
um court apenas para singulares não são necessárias linhas para além dos pontos a, b,
c, d, mas o court pode ser medido como indicado acima. Alternativamente, os cantos da
linha de base (c, d), podem ser encontrados se desejar, fixando as duas fitas métricas
nos pontos a e b em vez de A e B, e usando os comprimentos de 14,46m e 11,89m. Os
“sticks” da rede estarão nos pontos n, n, e uma rede de singulares com 10m deverá ser
usada. Quando é usado um court de singulares e pares, com rede de pares para um
encontro de singulares, a rede deverá estar apoiada nos pontos n, n, à altura de 1,07m
através de dois “sticks” de singulares, que não deverá ter mais de 7,5 cm de largura ou
diâmetro. O centro dos “sticks” de singulares deverá estar a 0,914m a partir do exterior
das linhas laterais de singulares.
Para ajudar a localizar os “sticks” de singulares é desejável que os pontos n, n sejam
ambos evidenciados com um ponto branco quando o court é marcado.
Nota:
Como guia para competições internacionais, a distância mínima recomendada entre as
linhas de base e os topos deverá ser de 6,4m e entre as linhas laterais e a vedação lateral
a distância mínima recomendada é de 3,66m. Como guia para ténis amador, a distância
mínima recomendada entre as linhas de base e os topos deverá ser de 5,48m e entre as
linhas laterais e a vedação lateral a distância mínima recomendada é de 3,05m. Como
guia, a altura mínima recomendada para tecto deverá ser 9,14m.

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6. Bibliografia
 Allen, J. Aprenda a Jogar Tenis. Rand Mcnally & Company. Chicago – New
York – San Francisco
 Applewhaite, C.; Moss, B. (1992). Tenis Completo. Editorial Hispano Europea,
S.A.
 Bahamonde, R. (2001) Biomechanics of the forehand stroke. ITF Coaching &
Sport Science review, pp. 1-19.
 Cook, C. (2007). Tennis. Murray Books, Austrália.
 Curso de Treinadores Nível 1 – Federação Portuguesa de Ténis.
 Elliot, B.; Reid, M. & Crespo,M. (2003). Biomechanics of Advanced Tennis. ITF
 Holden, A.G. & Gladman G. (1969). Lawnn-Tennis. Editorial Sintes, S.A. 3ª
Edição.Barcelona.
 ITF – Rules of Tennis 2014
 Regras do Jogo de Ténis – Federação Portuguesa de Ténis
 Vaz, M.F. (1973). O Ténis. Coleção Educativa. Série J N⁰9.

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