1. Reconhecer as complicações agudas e crônicas do diabetes mellitus;
As principais são: Cetoacidose Diabética: A deficiência de insulina faz com que o organismo metabolize triglicerídios e aminoácidos em vez de glicose para produzir energia. As concentrações plasmáticas de glicerol e ácidos graxos livres se elevam em decorrência da lipólise não controlada, assim como a alanina do catabolismo muscular. Glicerol e alanina fornecem substrato para a gliconeogênese hepática, a qual é estimulada pelo excesso de glucagon que acompanha a insuficiência de insulina. O glucagon também estimula a conversão mitocondrial de ácidos graxos livres em cetonas. A insulina normalmente bloqueia a cetogênese pela inibição do transporte de derivados de ácidos graxos livres na matriz mitocondrial, mas a cetogênese prossegue na ausência de insulina. Os principais cetoácidos produzidos, os ácidos acetoacético e beta-hidroxibutírico, são ácidos orgânicos fortes que causam acidose metabólica. A acetona derivada do ácido acetoacético acumula-se no sangue e é eliminada lentamente pela respiração. Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar: O estado hiperglicêmico hiperosmolar é uma complicação metabólica do diabetes mellitus caracterizada por hiperglicemia grave, desidratação extrema, hiperosmolaridade do plasma e alteração do nível de consciência. Com mais frequência, ocorre em pacientes com diabetes mellitus tipo 2, geralmente por ocasião de um estresse fisiológico. O diagnóstico de hiperosmolar hiperglicêmico é por hiperglicemia grave e hiperosmolaridade plasmática e ausência de cetose significativa. O tratamento se faz com solução fisiológica e insulina IV. As complicações incluem coma, convulsões e morte. + Risco aumentado de hipogonadismo hipogonadotrofico, doença hepática gordurosa não alcoólica, insuficiência renal em estagio terminal e amputações, câncer, doenças psiquiátricas, doença de Alzheimer e outras formas de demência, artrite, fraturas e outras condições incapacitantes ou fatais.
2. Apontar as metas do controle glicêmico para os pacientes diabéticos;
3. Compreender a relação da fisiopatologia do diabetes mellitus tipo 2 com o seu tratamento farmacológico; Como a DM2 pode ser originada a partir da resistência à insulina e/ou deficiência na produção de insulina pelas células beta e/ou produção excessiva de glicose no fígado por conta da resistência à insulina nesse órgão, os medicamentos atuam sobre algum desses pontos. Exemplos: A metformina diminui a produção hepática de glicose, através da ativação da AMP-quinase; As Sulfonilureias e as meglitinidas aumentam a secreção de insulina, através do fechamento dos canais KATP nas membranas plasmáticas das células β; As Tiazolidinedionas aumentam a sensibilidade à insulina, através da ativação do fator de transcrição nuclear PPAR-γ; E etc.: 4. Reconhecer as medidas não farmacológicas do tratamento do diabetes mellitus; Alteração no estilo de vida, optando por hábitos mais saudáveis: ● Acompanhamento nutricional: com dieta que supra as necessidades do paciente, mas não eleve os níveis glicêmicos de forma abrupta e frequente; ● Atividades físicas constantes: O exercício físico reduz a expressão e/ou atividade de proteínas intracelulares de efeito negativo sobre a via de sinalização da insulina, por exemplo, PTP1B, JNK, IKK e iNOS, e com isso aumenta a sensibilidade à insulina e melhora a captação de glicose na obesidade ● Interrupção do etilismo e do tabagismo, quando presentes; ● Educação do paciente e de sua família sobre a importância desse tratamento; OBS.: Alimentação saudável, atividade física. O DM1, até por ser mais delicado, pode ter complicações graves como a CAD. A cetoacidose pode surgir por transgressões à Diabetes. A dieta é tão importante quando a insulina. 5. Descrever o tratamento farmacológico com suas características de classes, exemplos de classes, mecanismo de ação, principais efeitos colaterais (biguanidas, sulfonilureias, inibidores da DPP4, glinidas, glitazonas, inibidores da αglicosidase, inibidores do cotransportador 2 de sódio e glicose, agonistas do receptor do GLP1); Iniciar com Metformina e, após 3 meses, se não houver melhora, utilizar também outros tipos. NO SUS: Metformina, sulfonilureias. SABER AS INDICADAS PARA PERDA DE PESO EM OBESOS, HIPERTENSOS, CARDIOPATAS, ETC. Cardiopatas: Inibidores da α-glicosidase (acarbose), Agonistas do GLP-1 (Incretinomiméticos), inibidores da SGLT2 (Gliflozinas); Hipertensos: inibidores da SGLT2 (Gliflozinas); Obesos: Agonistas do GLP-1 (Incretinomiméticos), inibidores da SGLT2 (Gliflozinas); Glitazonas; Principais: SULFONILUREIAS É um tipo de antidiabético muito eficaz. Estimulam a liberação da insulina pelas células beta do pâncreas. As sulfonilureias (SU) são secretagogos de insulina. Diminuem a glicose plasmática através do seguinte mecanismo de ação: 1. Sulfonilureias bloqueiam os canais de K+, 2. Despolarização da membrana das células beta; 3. Abertura dos canais de Ca+ voltagem-dependentes; 4. Aumento dos níveis intracelulares de Ca+; 5. Liberação das vesículas contendo insulina; 6. Maior secreção de insulina pelas células beta das ilhotas pancreáticas; A maior liberação de insulina, inclusive, pode melhorar a função periférica e a sensibilidade hepática à insulina, reduzindo a toxicidade da glicose. Efeitos adversos: ● Hipoglicemia; ● Efeito dissulfiram; ● Hiponatremia (↓ [Na] no sangue) Exemplos: ● Clorpropramida; ● Glibenclamida; ● Glicazida; ● Glipizida; ● Glimepirida; BIGUANIDAS A metformina aumenta a resposta periférica à insulina. É o fármaco de primeira escolha para DM2. O principal exemplo são as BIGUANIDAS. Trata a resistência insulínica (facilita GLUT4), diminui a gliconeogênese (ajuda nos níveis de colesterol - níveis de lipídeos). OBS.: Ela não estimula a liberação da insulina. As Metformina: ● Reduzem a glicemia plasmática por diminuírem a produção hepática de glicose (gliconeogênese e glicogenólise), através da ativação da AMP-quinase; ● São sensibilizadoras periféricas à insulina, mas seu estímulo sobre a captação periférica de glicose pode ser simplesmente resultado de redução de glicose decorrente de seus efeitos hepáticos; ● Aumentam a atividade da Tirosinoquinase do receptor de insulina, estimulando a translocação de GLUT-4 e a atividade da glicogênio sintase; ● Diminuem os níveis de lipídios; ● Podem diminuir a absorção de nutrientes no trato gastrointestinal; ● Podem aumentar a sensibilidade das células beta das ilhotas pancreáticas à glicose circulante; ● Podem reduzir as concentrações do inibidor do ativador de plasminogênio 1 e, dessa forma, exercer efeito antitrombótico; Efeitos adversos: ● Gastrointestinais; (diarreia, dor abdominal); ● Akkermansia muciniphila; ● Deficiência de Vit. B12 E Acidose lática (RARAS); ● Desidratação; ● Hipoxia; PIOGLITAZONA: Mecanismo de ação: Aumentam os receptores periféricos de insulina, após o estímulo de um fator de transcrição presente no núcleo da célula (PPAR-y) Obs.: também aumentam o HDL INIBIDORES DA Α-GLICOSIDASE: Arcabose é um inibidor competitivo da enzima alfaglicosidade. A alfa-glicosidade ajuda na absorção da glicose ingerida nas refeições promovendo uma maior concentração no sangue. Com a inibição dessa enzima, além de reduzir a hiperglicemia, o alimento leva mais tempo para concluir a digestão e diminui a necessidade de novas refeições. Desse modo, a arcabose é mais eficiente em reduzir a glicemia pós-prandial. Além disso, a acarbose auxilia reduzindo a relação LDL/HDL. É um hipoglicemiante oral, sendo um fármaco coadjuvante da metformina INIBIDORES DA DPP-IV Os inibidores da DPP4 (iDPP4) são pequenas moléculas que aumentam os níveis das incretinas endógenas e melhoram o controlo glicémico da DM2, por impedirem a desativação do GLP-1 no intestino, aumentando os níveis de GLP-1. Os iDPP4 são eficazes como monoterapia e em terapêutica combinada e reduzem a HbA1c sem causar hipoglicemia ou aumento do peso. Exemplos: sitagliptina INCRETINOMIMÉTICOS: Os incretinomiméticos são medicamentos peptídeos que mimetizam várias das ações do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) e têm demonstrado reduzir níveis de hemoglobina glicada (A1C) em pacientes com DM2. São administrados via subcutânea; Funções: inibe a secreção de glucagon, estimula liberação de insulina, estimula proliferação de células-β, controle da glicemia pós-prandial etc; Exemplos: exenatida e liragluita. INIBIDORES DA SGLT2: Os inibidores de SGLT2 (ISGLT2) são uma classe de medicamentos para tratamento de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), cujo mecanismo de ação é induzir glicosúria ao inibir o cotransportador de sódio e glicose tipo 2 existente nos túbulos primários do néfron, de modo totalmente independente da ação da insulina. Efeitos: ● Baixo risco de hipoglicemia, pois não estimula a secreção de insulina e tampouco amplifica seu efeito; ● Promove perda de peso de 2-3 kg, pois aumenta a excreção urinária de glicose com eliminação calórica moderada; ● Redução da pressão arterial sistólica de 4-6 mmHg, pois promove diurese osmótica (glicosúria) e, consequentemente, redução da volemia; ● Diminuição do risco cardiovascular; Contralaterais: ● Aumento de infecções genitais e do trato urinário, devido a glicosúria; ● Poliúria. VIA ORAL Exemplos: dapaglifozina, canagliflozina e a empaglifozina, INSULINOTERAPIA: Apenas em casos muito avançados de DM2. 6.Descrever os tipos de insulina e sua farmacocinética;
Durante a insulinoterapia no DM1 deve-se procurar ao máximo mimetizar os
padrões fisiológicos de secreção de insulina observados nos indivíduos saudáveis.7,8 A insulina é secretada continuamente em pequenas quantidades (insulinemia basal). Todas as vezes que nos alimentamos, eleva-se a glicemia e as células beta secretam agudamente insulina, com o intuito de manter a normoglicemia.7 É justo dizer então que, para realizar cada alimentação, é necessário aplicar uma dose de insulina rápida ou insulina prandial. A insulinoterapia intensiva visa repor a insulina basal e evitar os picos pós-prandiais de glicose, sendo por isso chamada de terapia basal-bolus. Além de procurar mimetizar o padrão secretório fisiológico da insulina (Figura 62.1), a terapia basal-bolus permite que o médico adéque a melhor terapia ao paciente, levando-se em conta as preferências pessoais, rotinas diárias do paciente, necessidades específicas a cada faixa etária, medicamentos disponíveis ao paciente por seu seguro-saúde ou pelo estado. O fato de a terapia de múltiplas doses com análogos de insulina e o SICI terem custo mais elevado tem sido um obstáculo à implementação do uso desses métodos em muitos países. Neste ponto, é justo lembrarmos que o DCCT intensificou a insulinoterapia utilizando as insulinas NPH e Regular (disponíveis no SUS), reforçando a possibilidade de uma terapia intensiva usando esses agentes. Insulina Regular A insulina Regular humana ainda é muito utilizada em nosso país. Tem início de ação entre 30 minutos e 1 hora após sua aplicação e seu pico varia entre 1 e 3 horas, com duração de efeito que se estende de 3 até 5 horas. Quando usada, deve ser aplicada de 20 a 30 minutos antes da refeição, podendo ser aplicada isoladamente ou em conjunto, na mesma seringa ou caneta, com a insulina NPH. Utiliza-se a insulina Regular 2, 3 e até 4 vezes/dia. Análogos de insulina de ação ultrarrápida Há basicamente três análogos ultrarrápidos injetáveis aprovados para crianças: as insulinas Aspart, Lispro e Glulisina. Todas apresentam alteração molecular específica, porém, em comum, não se observa diferença significativa de início de ação, de pico e de duração entre elas, tanto em adultos como em crianças. Há nítidas vantagens na utilização dos análogos de insulina sobre a insulina Regular, especialmente em crianças, como melhor controle glicêmico (incremento médio de 0,15% na redução da HbA1c) e maior flexibilidade no horário de aplicação, menor risco de hipoglicemia, bem como menor ganho de peso. Doses: Como comentado no início do capítulo, o esquema basal-bolus é a forma mais fisiológica de se tratar o paciente com DM1. A quantidade de insulina basal prescrita deve ficar entre 30% (ao usar a Regular) e 50% (ao usar os análogos de ação rápida) da quantidade diária de insulina. Via de regra: Dose de 0,5 a 1,0 U/kg/dia, com 30% de basal se usar regular para pós-prandial e 50% de basal de insulina de ação ultrarrápida (Aspart, Lispro e Glulisina) para pós-prandial.
7.Citar formas de correção da hipoglicemia.
A hipoglicemia é caracterizada por glicemias abaixo de 70mg/dl, geralmente acompanhada de alguns dos seguintes sintomas: tremor, suor, calafrios, confusão mental, tontura, taquicardia, fome, náusea, sonolência, visão embaçada, dor de cabeça, sensação de formigamento e em casos mais graves convulsões e inconsciência. A percepção dos sintomas é importante para detectar a hipoglicemia, mas a monitoração da glicemia é a única maneira de confirmá-la. Entretanto, na impossibilidade de medir a glicemia e na presença dos sintomas de hipoglicemia, faça o tratamento mesmo assim. Atualmente, a hipoglicemia é classificada em três níveis: ● Nível 1: valores entre 69 – 54 mg/Dl; ● Nível 2: valores < 54 mg/dl; ● Nível 3: hipoglicemia severa (independente do valor, gera comprometimento cognitivo grave que requer assistência (uso de glucagon / apoio hospitalar) Quando é possível administrar algum alimento via oral, a forma correta de corrigir a hipoglicemia é com 15 gramas de carboidrato simples, o que é equivalente a uma colher de sopa de açúcar (que pode ser diluída em água), uma colher de sopa ou 3 sachês de mel (não é permitido para crianças menores de um ano), 150ml de refrigerante comum (não dietético) ou suco de laranja integral ou de 3-4 balas mastigáveis. Após ingerir alguma das fontes de 15g de carboidratos de rápida absorção, aguarde 15 minutos para verificar novamente a glicemia. Se continuar baixa, repita o tratamento. Para prevenir outra crise de hipoglicemia, após normalização da glicemia (e se a próxima refeição não for acontecer no período de uma hora), faça um lanche / refeição. É importante destacar, entretanto, que para o tratamento da hipoglicemia os carboidratos simples devem ser consumidos isoladamente, sem associar fibras, proteína ou gordura, que podem retardar o esvaziamento gástrico e consequentemente a correção da glicemia (não é indicado consumo de leite, chocolates ou biscoitos recheados). É importante que o paciente disponha sempre dos alimentos para correção da hipoglicemia, carregando sachê de açúcar, mel ou balas, por exemplo.
Soluções para Diabetes e Hipoglicemia (Traduzido): Como preveni-lo e livrar-se dele naturalmente, sem medicamentos, mas adotando um estilo de vida saudável