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Obesidade:
Problema de saúde mundial, alcançando proporções epidêmicas em algumas regiões
“Globesidade”
Atinge todas as faixas etárias e qualquer classe econômica
Ocorre quando os mecanismos homeostáticos que controlam o balanço calórico
apresentam alterações ou são suplantados.
Ao longo da nossa evolução, desenvolvemos mecanismos para armazenar qualquer
excesso de energia latente de produtos alimentares no tecido adiposo, como triglicerídeos
ricos em energia, de tal modo que estes possam ser facilmente mobilizados quando o
alimento estiver escasso.
Fatores relacionados a obesidade sedentarismo, cultura, acesso irrestrito a alimentos,
genética
Definição – obesidade:
Doença em que a saúde é afetada adversamente por excesso de gordura corporal
Distúrbio multifatorial do balanço calórico, no qual a aquisição de calorias, em longo prazo,
excede o gasto de energia
IMC > ou = 25 sobrepeso
IMC > ou = 30 obesidade
Em geral, morrem mais pessoas no mundo por estarem acima do peso ou obesas (com
síndrome metabólica) do que por estarem abaixo do peso.
Controle alimentar:
Diversos hormônios estão relacionados ao controle da fome e
saciedade. 2 principais hormônios: um deles produzido no
intestino: Grelina e outro no tecido adiposo que é a Leptina
eles atuam no núcleo arqueado do hipotálamo.
No núcleo arqueado do hipotálamo temos o polo orexígeno que
quando ativado causa sensação de fome, e polo anorexígeno
que quando é ativado causa redução da fome e sensação de
saciedade.
Depois de uma refeição, quando o TGI está cheio, existe uma redução do hormônio grelina.
Quando esse hormônio diminui, ele deixa de agir na região do hipotálamo responsável por
uma ação orexígena. Então, se há diminuição de grelina temos o aumento da saciedade.
A Leptina produzida no tecido adiposo atua no centro anorexígeno no núcleo arqueado.
Quando presente, esse hormônio estimula o centro anorexígeno que vai diminuir a fome e
aumentar a saciedade. Está relacionada a redução do peso.
Pacientes obesos provavelmente tem excesso de leptina pois tem excesso de tecido
adiposo, porém essa leptina tem uma resistência no núcleo arqueado do hipotálamo no
centro anorexígeno.
Além disso temos o Hormônio Incretina GLP-1. Hormônio semelhante ao glucagon. Ele
estimula a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e diminui a secreção de
glucagon por ter ação semelhante, além disso ele retarda o esvaziamento gástrico sensação
de saciedade. Um de seus efeitos adversos é perda ponderal.
Balanço calórico:
A ingestão alimentar balanceada é o gasto calórico. Está relacionada com o metabolismo, a
atividade física e a termogênese (produção de calor). Os aspectos metabólicos dos gastos
calóricos incluem entre outras coisas, o trabalho cardiorrespiratório, reações enzimáticas, etc.
A atividade física aumenta todos eles, bem como aumenta o gasto calórico pelos músculos
esqueléticos. Os efeitos termogênicos da alimentação podem fornecer proteção parcial contra
o desenvolvimento de obesidade.
Fisiopatologia da Obesidade:
Suscetibilidade genética, geralmente por mutações no receptor da melanocortina MC4
Quantidade e qualidade alimentar muitas vezes associado ao sedentarismo
Resistência à leptina (pacientes obesos tem excesso de leptina por terem maior
quantidade de tecido adiposo, no entanto essa leptina tem uma resistência) – Essa
resistência pode ocorrer por defeitos no transporte de leptina ou nos receptores de
leptina no hipotálamo ou na sinalização pós-receptor.
Cirurgia bariátrica:
Mais eficaz que os fármacos licenciados até o momento
Limitação da capacidade gástrica
Promoção de efeitos na resposta dos hormônios do intestino à alimentação, atuando, por
exemplo, para produzir saciedade precoce
Tratamento farmacológico:
Anorexígenos proscritos (NÃO SÃO USADOS – efeitos adversos são maiores que os
benefícios):
Dinitrofenol (DNP)
Anfetaminas
Dexfenfluramina
Fenfluramina
Sibutramina:
Inibe a captura de 5-HT (serotonina) e de norepinefrina nos pontos hipotalâmicos que
regulam a ingestão alimentar
Consequentemente traz aumento da saciedade com redução da ingesta alimentar
Ela também leva ao aumento do gasto energético pelo aumento da termogênese. Leva a
perda ponderal dose-dependente e está relacionada com a diminuição da circunferência
abdominal (diminui riscos cardiovasculares)
Diminui VLDL e TGs e aumenta HDL. Também tem efeitos benéficos no metabolismo da
glicose
Muito mais eficaz quando combinada com modificação no estilo de vida.
Tem ação semelhante a alguns fármacos antidepressivos que inibem a recaptação de
serotonina (sertralina e fluoxetina). No entanto a sibutramina inibe a recaptação de
serotonina e norepinefrina (semelhante a venlafaxina, duloxetina – ISRSN)
Sibutramina NÃO TEM EFEITO ANTIDEPRESSIVO, SÓ É SEMELHANTE.
Ela foi retirada do mercado em vários países pois seus riscos são maiores que os benefícios
Fármaco proscrito
Orlistate:
Único fármaco atualmente licenciado no Reino Unido para o tratamento de obesidade
Inibidor irreversível das lipases gástricas e pancreática impede a degradação da gordura
da dieta e ácidos graxos e glicerol. Reduz a absorção e causa eliminação fecal da gordura
da dieta (esteatorreia) No intestino, o orlistate reage com resíduos de serina nos sítios
ativos das lípases gástrica e pancreática, inibindo irreversivelmente essas enzimas e, assim,
impedindo a degradação da gordura da dieta a ácidos graxos e gliceróis. Portanto, ele
reduz a absorção de gordura e correspondentemente aumenta sua eliminação fecal.
Não induz alteração no gasto energético
Eficaz em pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, reduz os níveis de leptina e da
PA, retarda o esvaziamento gástrico e secreção gástrica
Uso eficaz concomitante com alimentação e exercícios físicos
Farmacocinética do Orlistate:
Totalmente eliminado nas fezes (97%)