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FACULDADE SÃO LUIZ

CURSO DE FILOSOFIA

DAUGMAR ZEITZ KRAUS, ELTON RODRIGO THEISS, FELIPE MAIA E


FILIPE JOSÉ POTTER

CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA PARA GALILEU GALILEI

BRUSQUE
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 3

1. VIDA DE GALILEU GALILEI ................................................................ 4

2. CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA PARA GALILEU GALILEI...................... 6


2.1. Influência da ciência aristotélica no tempo de Galileu Galilei .............................. 6

2.2. Concepção e características da ciência galileana ............................................... 7

2.3. As qualidades primárias são mensuráveis .......................................................... 9

3. CONCLUSÃO ........................................................................................ 9

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 11
INTRODUÇÃO

Galileu Galilei é uma das figuras de maior relevância para a história da ciência,
sobretudo no período da modernidade. Sempre se dedicou aos estudos e ao ensino
universitário, especializando-se em matemática e astronomia e, ao longo do tempo,
criando várias invenções e formulando experiências científicas. Ao sustentar que o
conhecimento científico deve ter autonomia em relação à religião, acabou defendendo
teorias que receberam a desaprovação das autoridades eclesiásticas da época e
tornou-se alvo da Inquisição. Sua principal contribuição para a ciência foi a integração
da teoria com a prática, criando o método experimental, onde se observam os
fenômenos com o auxílio de instrumentos e realiza-se o procedimento matemático
para precisar os dados. Ao tornar a ciência realista e objetiva, Galileu retira o homem
do universo da física e exclui as causas finais, deixando apenas as causas mecânicas
e eficientes, caracterizando o universo como determinista e mecanicista, e não
ordenado para o homem.
1. VIDA DE GALILEU GALILEI

Galileu Galilei nasceu em Pisa, 1564. É um dos principais precursores da


Ciência Moderna, de extrema importância para o pensamento daquele período,
contribuindo com o conceito de natureza. Estudou em um mosteiro florentino, sempre
tendo facilidade para a matemática e mecânica. Aos 17 anos entrou na Universidade
de Pisa para estudar medicina e filosofia aristotélica, sob o desígnio de seu pai. Depois
de não demonstrar desejo pelo estudo da medicina, focou seus estudos em
matemática, pela qual se interessava; anos depois, lecionou esta disciplina em Pisa,
onde também ensinou astronomia ptolomaica, que defendia que o Sol e os planetas
orbitavam ao redor da Terra. Com 25 anos ele se aprofundou no conhecimento
astronômico e começou a contrariar as ideias aristotélicas de movimento, escrevendo
o livro De Motu (Sobre o Movimento), lançando-se como um líder na reforma científica.
Ao longo de sua experiência como professor, em algumas universidades italianas,
criou diversas invenções como a bomba de elevação de água, compasso geométrico,
fez experiências com pêndulos, movimento dos corpos em queda livre, e em grande
parte deles publicava suas teorias e as apresentava em palestras ousadas. Uma de
suas criações mais marcantes foi o telescópio, capaz de observar mais nitidamente o
universo e os astros. Ganhou notoriedade como filósofo, além de matemático (Cf.
BAUAB; CONFORTIM, [s.d.], p. 2-3).
Foi um defensor do ideal que os conhecimentos científicos têm autonomia em
relação à fé, porque eles buscam descrever o mundo; os dogmas e crenças religiosas,
no entanto, não buscam questões naturais, mas transmitir uma mensagem de
salvação das almas. Não se deve fazer uma relação de ou-ou, mas de e-e, pois,
ciência e fé são compatíveis porque são incomensuráveis. O discurso científico é
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controlável em termos empíricos, fazendo com que o homem compreenda o


funcionamento do mundo; já o discurso religioso se preocupa com o sentido da vida e
das coisas que circundam sua existência (Cf. ANTISERI; REALE, 2005, p. 204).
Seus descobrimentos e criações foram aceitos e elogiados pela Igreja
Católica, porém, algumas de suas interpretações não foram apoiadas. Ao publicar a
obra Cartas sobre manchas solares, defendeu a ideia de um universo heliocêntrico,
como Copérnico, e se tornou alvo de ataques e da Inquisição, tendo que ir a Roma
para esclarecer suas afirmações e lá sendo contado como alguém que praticava
ciência ruim por um conselho de teólogos. Manteve uma boa relação com os papas
Paulo V e seu sucessor Urbano VIII, mas apesar de não ser condenado, foi duramente
advertido para apresentar as teorias copernicanas como apenas hipóteses, pois eram
contrárias à Bíblia. Chegou a ser condenado à prisão perpétua por defender as teorias
de Copérnico, mas teve sua pena abrandada à prisão domiciliar em Siena, guardado
por um de seus ex-alunos, o arcebispo Ascânio Piccolomini, que o encorajou a retomar
seus escritos; sua vida seguiu assim até o próximo ano, quando Roma descobriu o
tratamento preferencial que ele estava recebendo e o enviou a outra residência,
próxima a Florença, onde ele se reaproximou da filha Virginia, que adoeceu e faleceu
logo depois, deixando-o muito abalado. Contudo, conseguiu retomar os trabalhos
escrevendo a obra Duas novas ciências, finalizada em menos de um ano, porém a
publicação foi impedida. Poucos anos depois, Galileu perde a visão e passa os últimos
anos de sua vida em Arcetri, falecendo a 8 de janeiro de 1642 (Cf. BAUAB;
CONFORTIM, [s.d.], p. 3-6).
Durante sua vida, organizou uma Academia de Refugiados, composta de
homens que vinham de diversas partes da Itália para Veneza, onde podiam continuar
seus estudos e discutir suas ideias de forma aberta; ali também ele apresentava e
explicava seus inventos. Galileu deixou inúmeras contribuições para a humanidade
reconhecidas posteriormente, tendo sido homenageado por Albert Einstein (Cf.
BAUAB; CONFORTIM, [s.d.], p. 3-6).
O Papa João Paulo II, em 1979, demonstrou sua preocupação com a
condenação e instaurou uma comissão para reabrir e estudar o caso, que iniciou seus
trabalhos em 1981. Em 31 de outubro de 1992, ano em que se comemorou os 350
anos da morte de Galileu, a Pontifícia Academia das Ciências apresentou os
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resultados de suas investigações, que tiveram o auxílio de especialistas vários


especialistas. O Papa elucidou como o caso de Galileu simbolizou uma suposta
rejeição da Igreja ao progresso da ciência, o que reforçou a imagem que mantinha a
ciência em um lado, e no lado oposto a fé. Foi admitido que o erro dos teólogos da
época foi assumir que o conhecimento do mundo físico seria imposto pelo sentido
literal da Bíblia (Cf. DISCORSO DI GIOVANNI PAOLO II AI PARTECIPANTI ALLA
SESSIONE PLENARIA DELLA PONTIFICIA ACCADEMIA DELLE SCIENZE, 1992).

2. CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA PARA GALILEU GALILEI


2.1. Influência da ciência aristotélica no tempo de Galileu Galilei

A concepção aristotélica sobre a ciência, no tempo de Galileu Galei, está


firmada no senso comum; o observador passivo age contemplando a realidade e
esmiuçando-a, para adquirir conhecimento preciso e verdadeiro. O método utilizado
por Aristóteles é o método dedutivo, segue-o para confessar a realidade como ela é.
Durante toda a história da filosofia posterior a Aristóteles, temos várias interpretações
de sua extensa filosofia, estendendo-se não somente pelo vasto arsenal de seus
escritos, mas entendendo-se pelo tempo, atravessando séculos (Cf. PERCURSOS
DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, 2021, p. 23-31).

Aristóteles escreveu uma Poética, uma Retórica, um livro de Dialética


(os tópicos) e dois tratados de Lógica (Analítica I e II), além de duas
obras introdutórias sobre linguagem e o pensamento em geral
(Categorias e Da Interpretação) [...] (CARVALHO, 1996, p. 33).

O método de Aristóteles caminha pela dialética, utilizando como


complemento a lógica formal como meio de verificação para chegar a um
conhecimento.

[...] Na distinção estrita operada pelos gregos e mantida pelos


medievais entre episteme (ciência) e techne (técnica). Segundo essa
distinção, à episteme correspondia o mais elevado grau de
conhecimento certo, necessário e demonstrável, ou seja, ciência
apodítica ou ciência em sentido estrito, enquanto à techne
correspondia o conhecimento prático, o saber fazer, as artes e as
técnicas em geral (MARICONDA, 2006, p. 273).
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Esse processo de conhecimento aristotélico é entendido como demasiado


teórico pelos modernos, e agora busca o conhecimento verdadeiro através do
racionalismo prático, verossímil pela experiência (Cf. PERCURSOS DA
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, 2021, p. 53).

2.2. Concepção e características da ciência galileana

A concepção de Galileu sobre a ciência está firmada em uma revolução do


conhecimento, quebrando com o senso comum, utiliza-se de um novo método para
aplicação de suas experiências individuais. Essa mesma ciência é conhecida como
física clássica, buscando estudar os fenômenos naturais através de uma lei
matemática e, por conseguinte, o seu método tem como caráter investigar na natureza
aquilo que pode ser expresso matematicamente, em construção das ditas leis da
natureza, para conferir a veracidade por meio de atividades experimentais (Cf.
PERCURSOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, 2021, p. 18-19).
A grande mudança de pensamento galileano para ciência, fora a integração
da ciência teórica com técnica, isto é, com a prática. Clarificando o pensamento de
ciência, do tempo de Galileu, como simplesmente um conhecimento teórico, e
estudada somente nas universidades, deixando a técnica em outros ambientes. A
crítica de Galileu a esse modelo de ciência é pela reclamação excessiva da rigidez
teórica, aspecto abstrato e especulativo, sem a possiblidade de controle. Essa crítica
levou-o a criar um método experimental (Cf. MARICONDA, 2006, p. 274-276).
Deste modo, o seu método tem uma ligação estrita com a ciência e com a
técnica, olhando para os fenômenos observados, realizando procedimento
matemático para obter os dados cada vez mais precisos. É de grande importância
ressaltar a necessidade do uso instrumental na aplicabilidade de seus procedimentos.
O método galileano, por colocar o uso de instrumentos, é caracterizado por três partes:
teoria, instrumento e técnica (Cf. PERCURSOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA,
2021, p. 20-21).
Na teoria ele pontua o uso da ciência Aristotélica para a formulação das
teorias, contudo, essa teoria não deve ser levada ao nível muito abstrato, como tivera
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criticado, mas simplesmente usado como base explicativa da técnica. Devido ao uso
da teoria, não tem uma divisão, mas as duas trabalham em conjunto, em todo
momento da aplicação do método referente aos fenômenos, ligada sempre com o
instrumento usado como intermédio para obtenção dos resultados (Cf. MARICONDA,
2006, p. 273-275; PERCURSOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA, 2021, p. 21-23).
O crédito do instrumento para Galileu é de extrema importância, pois com o
uso e aperfeiçoamento da ferramenta pode conseguir dados cada vez mais preciso e
objetivos sobre as relações dos fenômenos (Cf. MARICONDA, 2006, p. 274-275), “[...]
saber com exatidão como se comportam certos fenômenos particulares, de modo que
possamos saber como agir quando nos confrontamos com esses fenômenos”
(MARICONDA, 2006, p. 275).
Da importância do uso, levou Galileu criar alguns instrumentos, como balança
hidrostática, usada para mensuração de grandeza física, “[...] o peso específico dos
materiais, tal como definido pelo divino Arquimedes em seu tratado dos corpos
flutuantes” (MARICONDA, 2006, p. 270) e o compasso geométrico-militar, que fora
uns dos primeiros a vir com um manual, com suas instruções de uso (Cf.
MARICONDA, 2006, p. 270).

[...] uma régua de cálculo que permite cômputos rápidos e variados de


distâncias, de profundidades, de altitudes, de espessuras de muralhas
e resistência de vigas, muros de arrimo e sustentação etc [...]
(MARICONDA, 2006, p. 270).

Com Aristóteles existem dois movimentos naturais, no espaço supralunar e o


movimento da queda dos corpos, no espaço sublunar (Cf. STIRN, 2006, p. 37). Os
lugares naturais dos corpos, das coisas leves é no alto e o lugar das coisas pesadas
é embaixo; toda matéria sendo feita de quatro elementos estão no espaço, ar e fogo
corpos leves cujo lugar natural está acima, terra e água corpos pesados estão
embaixo. (Cf. BANFI, 1981, p. 109-118).
Galileu colocou em xeque as ideias de Aristóteles, utilizando a luneta (mesmo
com uma resolução pequena), sendo uma delas a lua, mostrando que a lua em si não
era polida circularmente. (Cf. ABRUNHOSA; LEITÃO, [s. d.], p. 30).
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2.3. As qualidades primárias são mensuráveis

A ciência utilizada por Galileu é uma ciência realista e objetiva. Realista por
conta do cientista acreditar que as teorias científicas possam alcançar e descrever a
realidade, e objetiva por descrever as qualidades mensuráveis e objetivas, definidas
como qualidades primárias. Galileu divide as qualidades entre primárias (forma, figura,
número e movimento) que são objetivas, e secundárias (cor, odor e sabor), que são
subjetivas. Recorda-se aqui, que a ciência, para Galileu, é objetiva, pelo fato de não
se empenhar na busca das essências ou nas qualidades secundárias que são
subjetivas (Cf. ANTISERI; REALE, 2005, p. 191).

[...] Estas últimas qualidades, segundo Galileu, não residem no corpo


observado, mas no observador; como só possuem uma existência
assegurada pela subjetividade perceptiva, são apenas “nomes” para
sentimentos ou afecções sentidas pelo sujeito da percepção. Por outro
lado, as qualidades primárias que não podem ser eliminadas, pois
participam necessariamente do conceito de corpo físico, existem nele
como elemento racional passível de tratamento matemático
(MARICONDA, 2006, p. 282, grifo do autor).

Obviamente, quando o Galileu decide basear-se nas qualidades objetivas e


mensuráveis, surgem uma série de consequências. Uma das mais notáveis
consequências dessa escolha é que o homem não está mais no universo de estudo
da física e, ao excluir o homem do campo de investigação, Galileu exclui praticamente
todo o cosmo de objetos que foram idealizados e ordenados de acordo com a
necessidade do homem. Com isso, Galileu acaba excluindo as causas finais para que
as causas mecânicas e eficientes permaneçam (Cf. ANTISERI; REALE, 2005, p. 215).
Assim sendo, o mundo físico descrito por Galileu não é o mesmo que fora
descrito por Aristóteles, pois o universo, para Galileu, é determinista e mecanicista,
ou seja, o universo não é mais ordenado e hierarquizado em função do homem.

3. CONCLUSÃO

Conclui-se que, após uma densa análise de sua vida e obra, o pensamento
de Galileu Galilei gerou uma profunda revolução no que se refere a ciência, visto que
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o filósofo, de certa forma, rompeu com os paradigmas do senso comum e, a partir


disso, iniciou a prática de um método novo para aplicar suas experiências particulares.
E o meio escolhido para aplicá-las foi a física clássica que se ocupa em estudar os
fenômenos naturais à luz de uma lei matemática. E, obviamente, essa escolha trouxe
diversas consequências.
A grande contribuição de Galileu para a ciência e, por conseguinte, o início de
uma revolução, foi a união entre o aspecto teórico e prático da mesma. A principal
característica da crítica de Galileu à ciência, se dá por conta da extrema valorização
dada, pela mesma, ao processo teórico da pesquisa científica, sem progredir no
campo prático. E, para que esse problema fosse sanado, Galileu propôs um novo
método experimental, que se caracterizava pelo uso de instrumentos em sua
aplicação. Também não permitia que a ciência fosse somente um campo em que se
agisse rigorosamente pela teoria, mas que a prática estivesse também presente como
forma de obter, ainda mais, conteúdos precisos.
O pensamento galileano foi, de fato, revolucionário. Pois, ao propor um estudo
firmado sob as qualidades objetivas e mensuráveis, rompeu totalmente com o
universo proposto por Aristóteles (ordenado e hierarquizado), afirmando assim, que o
universo é mecanicista e determinista, mas não existe em função do homem.
REFERÊNCIAS

ABRUNHOSA, Maria Antónia; LEITÃO, Miguel. Filosofia moderna: Galileu e


Descartes. Rio Tinto: Edições ASA, [s. d.]. 11° ano de escolaridade.

ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. História da filosofia: do Humanismo a


Descartes. 2 ed. Tradução de Ivo Storniolo e revisão de Zolferino Tonon. São Paulo:
Paulus, 2005. v. 3.

BANFI, Antonio. Galileu. Tradução de António Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70; São
Paulo: Martins Fontes, out. 1981, [s. d].

BAUAB, Fabricio Pedroso; CONFORTIM, Sandra Maria Canesso. Ciência e natureza


em Galileu Galilei: uma contribuição para debate epistemológico da modernidade. [s.
d.]. Disponível em: http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Teoriay
metodo/Teoricos/33.pdf. Acesso em: 23 maio 2022.

CARVALHO, Olavo. Aristóteles em nova perspectiva: introdução à teoria dos quatro


discursos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1996.

DISCORSO DI GIOVANNI PAOLO II AI PARTECIPANTI ALLA SESSIONE


PLENARIA DELLA PONTIFICIA ACCADEMIA DELLE SCIENZE. 31 out. 1992,
Vaticano. Anais eletrônicos. Vaticano: Libreria Editrice Vaticana. Disponível em:
https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/it/speeches/1992/october/documents/hf_jp
-ii_spe_19921031_accademia-scienze.html. Acesso em: 24 maio 2022.

MARICONDA, Pablo Rubén. Galileu e a ciência moderna. Especiarias. Ilhéus:


EDITUS, v. 9, n. 16, p. 267-292, jul./dez. 2006.

PERCURSOS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. São Paulo: República do Livro, maio


2021- .
STIRN, François. Compreender Aristóteles. Tradução de Ephraim F. Alves.
Petrópolis: Vozes, 2006.

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