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BELÉM-PA
2006.
1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA
O texto “La explicación reflexiva en geografia” de Derek Gregory trata dos estudos da
geografía reflexiva, mostrando como essa forma de explicação tenta se firmar dentro da
disciplina. Gregory utiliza teóricos como Husserl, Schurtz, Hägerstrand e Tuan buscando os
conceitos a as noções mais evidentes empregadas por estes autores, afirma que muitos dos
estudos deixavam de lado uma explicação mais consistente para promover um ataque ao
positivismo.
3 – OBJETIVO
4 – PALAVRAS CHAVE
Geografia, espaço, fenomenologia, hermenêutica, reflexão.
Fragilidade da explicação reflexiva na geografia pela falta de uma base epistemológica forte:
Os primeiros encontros da geografia com a explicação reflexiva casaram uma reflexão
profunda, porém se desenvolveu de modo superficial. Foi sugerido e aprovado por interesse
tradicional que a geografia se interessa por lugares concretos e pela gente que vive neles: pelo
que Harvey (1974, 22) descreve como “elo do pensamento em que em seus melhores efeitos
produz uma sensibilidade aguda pelo lugar e a comunidade, pelas relações simbióticas entre
indivíduos, comunidades e ambientes”. p. 197.
Gouldner (1976, 48): As ideologias podem qualificar se mais ou menos do mesmo modo,
porque falam do mundo "com uma voz onisciente, como se o que falasse fosse o mundo e não
as pessoas. os discursos se deformam e se convertem em uma disputa em lugar de um
intercâmbio, onde o ideológico trata de impor uma imagem compulsivamente unilateral do
mundo.
Interpretar ações dos atores sociais: A intenção não é agora simplesmente esclarecer as
construções dos cientistas sociais, mas interpretar também as construções as quais recolhem
de modo rotineiro os mesmos atores sociais. Se estou disposto a aceitar a opinião de Schurtz
(1962) de que todas as explicações científicas do mundo social podem referi se ao significado
subjetivo das ações dos seres humanos, das quais se origina a realidade social, não se deduz
deste que considere de forma absoluta esse tipo de apreensão. p. 200.
Schurtz era contra uma preocupação quase obsessiva e às vezes exclusiva de Husserl por
descobrir as essências dos fenômenos sociais e em seu lugar proporia investigar sua ocultação
mediante madeixas de significados sociais tecidas intersubjetivamente. p. 201.
Schurtz (1976, 137): A questão mais séria com que se encontra o cientista social é a formação
de conceitos com objetivos e teorias objetivamente verificáveis de estruturas de significado,
assim as formulações de qualquer ciência teriam que incluir a formulação explícita de
relações determinadas entre um conjunto de variáveis, que teriam poder de ser verificadas por
qualquer pessoa disposta a fazer o esforço necessário através da observação, para poder,
assim, explicar uma classe bastante extensa de regularidades comprováveis empiricamente. p.
202.
HUSSERL E A FENOMENOLOGIA
O motivo fundamental da queixa de Husserl era que o cientista moderno não quer ver com
claridade que o fundamento constante de sua atividade pensadora reconhecidamente subjetiva
é o mundo da vida que o rodeia. p. 205.
A importância especial da obra de Husserl reside, pois, numa vigorosa refutação às formas de
aspirações e pressupostos do positivismo.
1. O “eu” pode conhecer o mundo de duas maneiras: como algo completo, constituído e
inquestionável; por outro lado, pela visão das operações intencionais da consciência que
assinalam a origem dos significados. Só assim, será possível ver o mundo de modo completo
e constituído. p. 215.
2. Em segundo lugar, isto lhe permite afirmar se as ações sociais estão limitadas até o futuro,
se executam dentro de um marco que está determinado por estes olhares reflexivos,
retrospectivas, projetos que se organizam por um sistema de tipificações, conjuntos de
construções fundadas em nossas experiências passadas inquestionadas que permitem antecipar
os significados de nossos encontros futuros com o mundo. P. 216.
Para poder construir a geografia moderna sobre estes fundamentos, era essencial saber que é
este sentido do espaço sobre o qual não só nos assentamos a uma geografia espacial de
considerável elegância, mas que, ademais, e isso é mais importante, é o sentido do qual
continuamos dependendo em nossas decisões e atos da vida cotidiana. p. 219.
Geografia temporal de Hägerstrand: tem como ponto de partida que os seres humanos estão
tratando sempre de alcançar objetivos, alguns imediatos e alguns mais distantes, alguns
individuais e alguns de natureza coletiva, sendo possível tanto para o ator como para o
observador agrupar os acontecimentos em grupos coerentes, representando cada grupo os
passos necessários para transladar até os objetivos. p. 223.
Busca de sentidos comuns entro o ator e seus companheiros: Schurtz afirma que se deve
construir cada terminologia em um modelo científico de ação humana, de modo que um ato
levado a cabo dentro do mundo da vida por um ator individual possa ser compreensível para
este e para o grupo em função da interpretação da vida diária. p. 227.
A HERMENEUTICA E A GEOGRAFIA
O que julgamos como uma interpretação adequada do mundo social depende de nossa
compreensão dos determinantes causais da ação social, quer dizer, das construções, tanto
leigas como técnicas, que estão incrustadas em nosso próprio marco de referência. p. 222.
CONCLUSÕES DO AUTOR
Até o momento, os movimentos interpretativos em geografia, de fato e com poucas exceções,
só tem servido para ocultar a atenção que existe entre um marco de referência e outro, as
ressonâncias e discordâncias profundas postas em vibração por agrupamentos de significado
superficialmente similares, e creio que a tarefa da hermenêutica há de consistir em faze-los
explícitos e em descobrir o que faz possível uma “imersão” tão vital. p. 233.