Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELÉM-PA
2006.
1 – IDÉIA CENTRAL DA OBRA
3 – OBJETIVO
4 – PALAVRAS CHAVE
Principio de Durkheim: estava convencido de que, enquanto o mundo do sujeito, o reino das
idéias, crenças e representações, se mantivesse fora do mundo do objeto, sua investigação
científica seria impossível. O princípio sobre o qual se baseava todo seu programa era a
consideração dos fenômenos sociais como "coisas" distribuídas ao longo de um contínuo que
ia desde a estrutura espacial da sociedade (morfológico ou estrutural) até as suas regras,
crenças e emoções (superestrutural). p. 134
Conflitos entre sociedades: Durkheim apelava para Darwin quando dizia que: à medida que
aumentavam os contatos entre sociedades tradicionais, se faziam mais prováveis os conflitos
derivados da atribuição de recursos escassos, conflitivos, que teriam que se resolver mediante
uma divisão do trabalho que as transformava em sociedades modernas. p. 135.
Os fenômenos sociais teriam que ser explicados como fenômenos sociais, e este era o tema
própria da nova ciência da sociologia, "Um objeto e que seria pertencente a si mesmo"
Uma sociologia com atitudes de ciência natural: O conceito sustentado Durkheim como uma
ciência autônoma lhe obrigava primeiramente a utilizar a mesma atitude com respeito aos
fenômenos sociais e naturais para garantir o status da sociologia como ciência; depois, para
extrair da natureza a esfera do ideal, busca-se explicar a sociedade em termos puramente
sociais, garantido autonomia da sociologia. p. 140.
A obrigação de Lèvi-Strauss para com Durkheim foi muito grande, porém sugeriu que a visão
de uma ciência social sustentada por Durkheim era demasiado exclusiva e que sua autonomia
estava concebida de modo equivocado.
Fundamentos de Mauss: o que Lèvi-Strauss resultava tão importante de Mauss era a clara
demonstração que fazia da necessidade de ir mais além do empírico para dirigir-se a até uma
realidade estrutural mais profunda, captando na significação particular e consciente dos
fenômenos sociais, mais sua significação universal e inconsciente. p. 146
Mauss (1970, 77) disse com toda a claridade que estava se ocupando de algo mais que um
conjunto de temas, de algo mais que elementos institucionais, incluindo algumas que sistemas
de instituições que se dividem em partes legais, econômicas e religiosos, se ocupa de
"sistemas em sua totalidade", que escutar "sua essência, sua atuação e seu aspecto vivo". p.
149.
O problema principal quanto ao conceito de domínio e estrutural de Mauss era, segundo Lèvi-
Strauss, organizar todos estes casos de modo que sua colação revelaria o domínio de onde se
havia derivado. Havia um problema secundário relacionado com este: proporcionar uma
explicação genuinamente redutiva dos fenômenos sociais, uma explicação que reduziria o
social (cultura) ao natural e que ao mesmo tempo manteria uma distinção clara entre os dois.
Mauss parte de duas proposições básicas: sempre que se dêem regras, podemos estar seguros
que se tenha alcançado já a fase cultural; deste se reduz que toda regra universal deveria
apresentar sem a maior habilidade as duas características nas quais reconhecemos ações
conflitivas de duas ordens mutuamente excludentes. O autor afirmou que a mais fundamental
dessas regras universais é a proibição do incesto. p. 150
Sistemas de Parentesco: Lèvi-Strauss afirmou que graças a sua obra sobre os sistemas de
parentesco "o que havia sido unicamente o cenário enorme e desordenado, se tem organizado
em termos gramaticais, que pressupõe uma carta coercitiva sobre todos os modos imagináveis
de estabelecer e manter o sistema de reciprocidade" (Strauss, 1967, 32).
O ENCONTRO ESTRUTURALISTA-MARXISTA
Transformações epistemológicas
Lèvi-Strauss define seu objeto de estudo como uma relação entre dois ou mais termos e logo
constrói todas abaixo e mutações e que podem se formar a partir deles. Atua desse modo,
porque a mente se enfrenta de modo necessário e imediato com as aparências manifestas do
mundo social, e sua tendência natural consiste simplesmente em operar com elas e produzir
variações. Lèvi-Strauss descreve esse paradigma categórico como la pesée sauvage, o
pensamento selvagem, um modo de pensamento que domina as sociedades primitivas,
rodeadas pela substância da história intentam conservar-se impermeáveis a ela. p. 169-170.
Estas oposições já haviam sido objeto de reflexão de Gaston Bachelar (1934), onde se
concebiam em dois níveis relacionados:
1) O nível das formas de conhecimento, através de uma dialética entre reverie e science. A
primeira representa o caráter parecido ao sono da experiência cotidiana e representa as
tendências naturais selvagens da mente. A segunda luta contra elas e ha de obrigar o homem a
romper com os interesses espontâneos da vida.
2) O nível das forma de existência, identificando uma dialética constante entre fenômeno e
relação. Em sua opinião todo fenômeno é um tecido de relações. p. para 170.
Althusser afirma que Marx não considerou a relação entre o superestrutura e estrutura
econômica como algo direto e imediato, e que, ao contrário da totalidade expressiva de
Hegel, considerou essas relações como algo indireto remediado pelos diversos níveis de uma
totalidade "folhiada". Uma leitura sintomática de Marx revela três níveis possíveis: o
econômico, o político e o ideológico. p. 175
2) O valor do produto final do processo de trabalho se mede em função do trabalho que leva
incorporado, e este valor se transforma e de sua forma de mercadoria a sua forma monetária
mediante o processo de realização.
A segunda proposição constitui o ponto de partida da teoria do valor de Marx. Segundo essa
teoria, o valor incorporado no produto final do processo de trabalho está formado por três
componentes:
b) A perda máxima de valor que pode haver sofrido no processo está claramente
limitado pela quantidade do valor original agregado a ele, ou seja, pelo tempo de
trabalho necessário para produzi-lo. (capital constante).
Alienação: o trabalhador está separado dos meios de produção e, portanto, só dispõe para
ganhar a vida do seu poder de trabalho, o que significa que a mais-valia se pode extrair
mediante o mecanismo econômico montado ao redor do mercado de salários e trabalho. Se
deduz a isso mais dois componente:
Comentários críticos
A primeira reside no fato de que há muitos intentos no sentido de dissociar totalmente Marx
do estruturalismo e por criar objeções contra os elementos do modelo lingüístico que se supõe
incrustados na obra de Althusser, o qual estaria criando um mundo abstrato de estruturas e
incapaz de ser apresentado em termos históricos em função dos princípios da sincronia
propostos por Lèvi-Strauss.
Contudo, Althusser não divorcia a análise lógica da análise histórica, como faz Lèvi-Strauss,
nem tampouco os funde, como faz Hegel. Considera que um é requisito prévio do outro, de
modo que uma estrutura pode descrever-se fora do tempo, porém não sua estruturação. p. 182.
A segunda qualificação, em um nível diferente porém não menos fundamental, é que a teoria
do valor também está carregada dificuldades, como se assinala na afirmação de Hodgshon
(1976, 9) segundo a qual o conceito de trabalho incorporado é essencialmente idealista: que se
trata de uma pura construção mental e não de um conceito relacionado com um processo ou
relação identificável em algum modo de produção. p. 183-184
1) Nível econômico
a) Produção: reprodução dos meios de produção e dos objetos de trabalho.
b) Consumo: processo social de reprodução da força de trabalho.
c) Intercâmbio: transferência entre produção e circulação que só pode ser entendido pelos
elementos que o conectam.
2) Nível político
Consideração bipolar do aparato de estado que, ao mesmo tempo, exerce uma dominação de
classe e regula a crise do sistema a fim de preservá-lo.
3) Nível ideológico
Organização simbólica do espaço identificado como uma rede de signos cujos insignificantes
estão constituídos por formas espaciais e cujos significados são conteúdos ideológicos, a
eficácia está relacionada a seus efeitos sobre o conjunto da estrutura social.
Althusser afirma que, ao não seguir Marx e Hegel em sua redução da história a uma simples
essência que se desenvolve através do tempo, é impossível imaginar que o processo de
desenvolvimento dos diferentes níveis do todo tenha lugar no mesmo tempo histórico. Em
lugar disso se faz necessário assinar em cada nível um tempo peculiar ou “temporalidade”. Do
mesmo modo pode-se construir o conceito dos espaços de diferentes níveis, Lipietz (1975,
410) denomina "espacialidades". p. 187.
Estrutura espacial e estrutura social: A análise da estrutura espacial, expressada deste modo,
não deriva da análise da estrutura social nem é algo secundário em relação a ela, como sugeria
a problemática estruturalista; se trata muito mais de que cada um necessita do outro. portanto,
a estrutura espacial não é uma simples arena onde se expressam os conflito de classes, mas
também o domínio dentro do qual se constituem as relações de classe.
Outro argumento, proveniente de Hindess e Hirst, afirma que as estruturas espaciais não
podem ser teorizadas sem estruturas sociais, e vice-versa, da mesma forma uma não pode ser
praticada sem a outra. p. 190.
Avançando nas formulações de Sayer (1976): pode-se constatar que, em primeiro lugar, há
uma correspondência importante entre o estruturalismo de Piaget e Althusser, posto que o
primeiro reconhece explicitamente e o conceito de causalidade estrutural do segundo. Em
segundo lugar, Piaget desenvolve seu estruturalismo "autêntico" de modo tal que suas
intenções críticas partem da crença de que o homem pode transformar-se a si mesmo
transformando o mundo e pode estruturar-se a si mesmo construindo estruturas. p. 192.
6 – CONCLUSÕES DO AUTOR
O autor não define conclusões explícitas, mas deixa claro que o diálogo entre o
estruturalismo e a geografia não é algo definido de forma precisa e que não se
construiu alheio aos diferentes debates inerentes à estruturação das ciências sociais de
um modo geral.
A relação marxismo-estruturalismo teve a influencia decisiva de Althusser no sentido
de entender as relações entre a estrutura espacial e a estrutura social, permeada pela
influencia anterior de Lèvi-Strauss e Durkheim em seus postulados sobre a estrutura
social.