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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

Tema: Relações de Subordinação e Coordenação

Inês Cabongo Código: 708221244

Curso: Licenciatura em ensino de Biologia


Disciplina: Técnica de Expressão
Ano de frequência: 1º

Pemba, Julho de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura
Aspectos  Introdução 0.5
organizacionai
 Discussão 0.5
s
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise coesão textual)
 Revisão bibliográfica
e discussão nacional e internacional
2.0
relevante na área de
Estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................... 5

2.1. Relações de Subordinação e Coordenação............................................................................ 5

2.2. Subordinação......................................................................................................................... 5

2.3. Coordenação.......................................................................................................................... 5

2.4. Orações subordinadas ........................................................................................................... 6

2.4.1. Subordinadas substantivas .............................................................................................. 6

2.4.2. Substantivas menos prototípicas..................................................................................... 7

2.5. Outras orações subordinadas menos prototípicas ................................................................. 7

2.5.1. Adjectivas explicativas ................................................................................................... 7

2.5.2. Adverbiais consecutivas ................................................................................................. 7

2.5.3. Adverbiais modais .......................................................................................................... 8

2.6. Orações coordenadas............................................................................................................. 8

2.6.1. Orações coordenadas prototípicas .................................................................................. 9

2.7. Orações coordenadas alternativas e explicativas ................................................................ 10

2.7.1. Coordenadas explicativas e subordinadas adverbiais causais ...................................... 10

3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 13

3.1. Referência Bibliográfica ..................................................................................................... 14

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho enquadra-se na disciplina de Técnica de Expressão e tem como tema


“Relações de Subordinação e Coordenação”, a subordinação ocorre quando temos uma situação
de dependência entre duas orações. Nesse caso, uma das orações é a principal e a outra se
subordina a ela. A oração subordinada não possui sentido completo, ou seja, ela não é
sintaticamente independente.

Assim, o objectivo geral deste trabalho é Compreender as relações de subordinação e


coordenação. Constituem objectivos específicos: Conceituar as relações de Subordinação e
coordenação; Descrever as orações coordenadas e subordinadas e Fundamentar os tipos de
orações de subordinação e coordenação.

A metodologia adoptada para este trabalho está fundamentada em uma abordagem qualitativa, de
carácter descritivo e do tipo bibliográfico, isto é, foi realizado com base nas referências
bibliográficas.

O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo contempla a parte introdutória
onde inclui os objectivos e a metodologia; o segundo capítulo corresponde o desenvolvimento
onde são apresentados os diferentes conceitos e analisado o conteúdo relacionado ao tema; as
principais conclusões e referências bibliográficas estão apresentadas no terceiro e último capítulo.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Relações de Subordinação e Coordenação

Segundo Neves (1996), um período composto por coordenação é formado por orações
coordenadas; um período composto por subordinação é formado por uma oração principal e
outra (s) subordinada (s); e um período composto por coordenação e subordinação possui os
dois tipos de relações. (p.61).

2.2. Subordinação

De acordo com Decat (1995), a subordinação ocorre quando temos uma situação de
dependência entre duas orações. Nesse caso, uma das orações é a principal e a outra se subordina
a ela (p.38). A oração subordinada não possui sentido completo, ou seja, ela não é sintaticamente
independente.

Ex: Assim que a mãe chegou, a filha começou o dever de casa.

Percebe-se que a oração “assim que a mãe chegou” não possui sentido isoladamente. Ela
complementa a oração “a filha começou o dever de casa”, que é a principal. Dessa forma,
podemos dizer que se trata de uma oração subordinada. No caso, é uma oração subordinada
adverbial de tempo. Em outras palavras, ela exerce o papel de adjunto adverbial.

2.3. Coordenação

De acordo com Decat (1995), as orações coordenadas são independentes sintaticamente. Elas
indicam uma relação de complementaridade. Nesse caso, ambas possuem sentido completo e não
necessitam uma da outra para serem plenamente compreendidas (p.47).

Ex: Maria foi para Pemba e João ficou em casa.

As duas orações possuem significado pleno. Quando se disser “Maria foi para Pemba”, entende-
se perfeitamente. A mesma coisa ocorre quando se diz que “João ficou em casa”. Isso ocorre,
porque as orações se conectam em uma relação de coordenação.

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2.4. Orações subordinadas

2.4.1. Subordinadas substantivas

Partindo dos critérios estudados, podemos afirmar que as orações subordinadas prototípicas são
as substantivas e, dentro delas, as subjectivas, uma vez que elas possuem todas as seis
propriedades. Em um período como:

Ex.: É bom que ele viaje.

Vemos que existe identidade de tempo, é possível reduzir a oração encaixada

(É bom ele viajar), há incorporação marcada gramaticalmente (de 1º grau, na qualidade de


argumento), existe ligação entoacional e a oração encaixada está dentro do escopo da oração
matriz. Se eu digo Não é bom que ele viaje, o não inclui a oração encaixada em seu escopo.

Segundo Dik, S. (1989), não há também iconicidade temporal, uma vez que podemos dizer
também Que ele viaje é bom. Esquematizando, teremos:

+ identidade de tempo e/ou sujeito


+ possibilidade de redução
+ incorporação marcada (lº grau)
+ ligação entonacional
+ 2ª oração dentro do escopo da lª
+ ausência de iconicidade
A partir desse esquema, criar uma escala de prototipicidade de 0 a 6, onde 6 representa o grau
máximo de propriedades formais associadas à subordinação, ou seja, a situação prototípica da
subordinação e os outros graus, situações menos prototípicas. O grau 0 representa a situação
prototípica da coordenação.

Segundo Alonso & Urena (1969), as orações substantivas subjectivas apresentam, portanto, grau
6 de prototipicidade. Depois das subjectivas, vêm as objectivas directas e indirectas com grau 5,
uma vez que muitas delas não permitem redução, como podemos ver nos exemplos a seguir:

 A meteorologia disse que o calor vai durar.


 A meteorologia disse o calor ir durar.
 Lembrei-me de que ela era viúva.
 Lembrei-me de ela ser viúva.
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As complectivas nominais apresentam grau 4, pois, embora possam ser reduzidas, apresentam
iconicidade e podem não ter identidade de tempo e/ou sujeito. Exemplos:

 A recomendação de que os motoristas usem o cinto de segurança não faz parte das
disposições do Contran.

2.4.2. Substantivas menos prototípicas

As substantivas menos prototípicas são as apositivas, aqui chamadas de típicas, uma vez que elas
não apresentam ligação entonacional, identidade de tempo e possibilidade de redução (Alonso &
Urena, 1969). Sua incorporação é periférica de 32 grau, não estão dentro do escopo da 1ª oração e
apresentam iconicidade temporal. Exemplos:

2.5. Outras orações subordinadas menos prototípicas

2.5.1. Adjectivas explicativas

Segundo Koch (1984), as orações explicativas não têm identidade temporal, não podem ser
reduzidas, não possuem ligação entonacional, não estão dentro do escopo da anterior, manifestam
íconicidade temporal (não podem preceder seus antecedentes) e são incorporadas periféricamente
3º grau (p.17).

Exemplo:

 As maçãs, que estão podres, serão jogadas no lixo.


 Que estão podres as maçãs serão jogadas no lixo.
Possuem, portanto, grau 2, na escala de prototipicidade.

2.5.2. Adverbiais consecutivas

Para Koch (1984), as orações adverbiais consecutivas não têm necessidade de identidade de
tempo/sujeito, não podem ser reduzidas, não têm ligação entonacional, não estão dentro do
escopo da anterior e apresentam íconicidade temporal.

Exemplos

 Ele correu tanto, que sofreu um acidente.


 Ele a maltratou tanto, que ela fugiu de casa.
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 Que ela fugiu de casa, ele a maltratou tanto.
 Ele a tratou tão bem, que ela não quis sair de casa.
Possuem, portanto, grau 1 na escala de prototipicidade.

2.5.3. Adverbiais modais

Segundo Koch (1984), as orações adverbiais modais possuem incorporação marcada 2° grau
identidade de sujeito, aparecem sempre reduzidas, não apresentam íconicidade e estão dentro do
escopo da oração principal (p.77).

Exemplos:

 Ele chegou guiando o próprio carro


 Guiando o próprio carro, ele chegou
 Ele não chegou guiando o próprio carro
O não desse último exemplo tem como escopo a oração modal. É como se disséssemos: Ele
chegou, mas não guiando o próprio carro.

Como vemos, essas orações são altamente prototípicas, obtendo grau 5 na escala. Falta-lhes
apenas a ligação entonacional.

2.6. Orações coordenadas

As orações coordenadas costumam ser divididas, em português, em assindéticas (sem conjunção)


e sindéticas (com conjunção). A maioria das gramáticas classifica apenas as sindéticas, tomando
como base a natureza da conjunção. Algumas classificam também as assindéticas, a partir de uma
interpretação semântica que compara o sentido delas com os das anteriores. (Frieiro, 1981).
Dessa maneira, em uma fase como:

 Ela entrou disfarçada; ninguém reparou.


A oração grifada poderia ser classificada como adversativa ou explicativa.

É comum, também, nessas gramáticas, a atribuição de outros valores a conjunções coordenativas


e, em consequência disso, atribuir às orações encabeçadas por elas uma classificação diversa do
sentido original da conjunção. É o caso, por exemplo, de uma fase como:

 Fulano é rico e não paga as dívidas.


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Em que a conjunção e, que introduz a oração grifada, é considerada adversativa, ganhando a
oração essa mesma classificação.

O primeiro caso, que envolve uma oração assindética adversativa ou explicativa, de acordo com
alguns gramáticos, pode configurar, facilmente, um caso de oração em outro período. É como se
disséssemos:

 Ela entrou disfarçada Ninguém reparou


A interpretação adversativa ou explicativa acontece apenas no nível pragmático.

No segundo caso, a oração coordenada é, sintaticamente, uma aditiva. O entendimento de que é


adversativa ocorre, tal como no caso anterior, no nível pragmático. De qualquer maneira, como já
disse no início deste trabalho, começarei minha descrição pelo nível sintáctico e, por esse motivo,
tratarei especificamente das coordenadas sindéticas.

Para início dessa análise, podemos dizer que nenhuma delas é incorporada gramaticalmente e
também não pode ser reduzida por "oposition loss" (perda do tempo finito).

2.6.1. Orações coordenadas prototípicas

As mais prototípicas das orações coordenadas são as aditivas, as adversativas e as conclusivas,


todas elas com grau 0 de prototipicidade.

De acordo com Frieiro, E. (1981). Essas orações não precisam ter identidade de tempo e/ou
sujeito, não têm ligação entonacional, não estão no escopo da anterior, manifestam iconicidade
temporal e não estão dentro do escopo da oração coordenante. Exemplos:

2.6.1.1. Aditivas

 Túlio comprou uma passagem e tomou o avião


 E tomou o avião Túlio comprou uma passagem
 Túlio não comprou uma passagem e tomou o avião

2.6.1.2. Adversativas

 O presidente negociou com os partidos, mas a proposta governamental foi derrotada.


 Mas a proposta governamental foi derrotada, o presidente negociou com os partidos
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 O presidente não negociou com os partidos, mas a proposta governamental foi
derrotada

2.6.1.3. Conclusivas

 Ele viajou dez horas, logo deve estar cansado.


 Logo (ele) deve estar cansado, viajou dez horas.
 Ele não viajou dez horas, logo deve estar descansado.

2.7. Orações coordenadas alternativas e explicativas

Para Frieiro (1981), as orações alternativas e explicativas são menos prototípicas. Possuem grau 1
as alternativas não manifestam iconicidade, o que é típico das subordinadas. Exemplos:

 Ela ou cuida das enancas ou faz o almoço.


 Ela ou faz o almoço ou cuida das crianças.
 As crianças ora se aglomeravam, ora se isolavam.
 As crianças ora se isolavam, ora se aglomeravam
As orações explicativas, apesar de manifestarem íconicidade temporal, sofrem um certo nível de
incorporação gramatical, uma vez que utilizam conjunções típicas de incorporação gramatical,
como que ou porque. Exemplos:

 Saia da sala, porque vou lavá-la.


 Porque vou lavá-la, saia da sala.
 Telefone logo, que eu estou preocupado.
 Que eu estou preocupado, telefone logo.
A partir desse momento, já é possível comparar, com mais precisão, algumas orações
coordenadas com outras subordinadas.

2.7.1. Coordenadas explicativas e subordinadas adverbiais causais

Muitas vezes se confunde uma coordenada explicativa com uma subordinada adverbial causal.
Do ponto de vista das propriedades estudadas, temos os seguintes esquemas para essas orações:

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2.7.1.1. Explicativas (grau 1)

- identidade de tempo e/ou sujeito


- possibilidade de redução
+ incorporação marcada
- ligação entonacional
- 2a oração no escopo da 1a
- ausência de iconicidade

2.7.1.2. Causais (grau 3)

- identidade de tempo e/ou sujeito


+ possibilidade de redução
+ incorporação marcada
- ligação entonacional
- 2a oração no escopo da 1a
+ ausência de iconicidade
Comparando os dois esquemas, podemos perceber que o motivo básico dessa confusão é o facto
de que a oração explicativa é a única entre as coordenadas que possui o traço da incorporação
marcada, o que produz a suspeita de que possa ser uma subordinada. Dois traços, entretanto,
podem excluí-la dessa classe: a possibilidade de redução e a iconicidade. Comparando as duas
orações abaixo:

 Não tenho ido à piscina, porque chegou o Inverno.


 Eu quero que você telefone logo, porque estou preocupado.
Ambas as orações grifadas são incorporadas gramaticalmente, mas apenas a primeira pode ser
reduzida e ser movida para uma posição inicial:

 Não tenho ido à piscina, por ter chegado o invemo.


 Por ter chegado o invemo, não tenho ido à piscina.
 Eu quero que você telefone logo, por estar preocupado.
 (?) Porque estou preocupado, eu quero que você telefone logo.
Logo, a primeira oração grifada é subordinada causal e a segunda, coordenada explicativa.

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Para compreender a estrutura sintáctica de uma frase, ou seja, a análise em relação à organização
da mesma, que é dividida em coordenação e subordinação; primeiramente deve-se entender o
que é frase; e, de acordo com Mattoso Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação
linguística, caracterizada do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser
suficiente pra defini-lo e do ponto de vista fonético por uma entonação que lhe assinala
nitidamente o começo e o fim” (Koch, 1984, p.59).

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3. CONCLUSÃO

Chegado ao fim deste trabalho, conclui-se que as orações coordenadas são independentes
sintaticamente. Elas indicam uma relação de complementaridade. Nesse caso, ambas possuem
sentido completo e não necessitam uma da outra para serem plenamente compreendidas.

As orações explicativas, apesar de manifestarem íconicidade temporal, sofrem um certo nível de


incorporação gramatical, uma vez que utilizam conjunções típicas de incorporação gramatical,
como que ou porque.

As orações adverbiais consecutivas não têm necessidade de identidade de tempo/sujeito, não


podem ser reduzidas, não têm ligação entonacional, não estão dentro do escopo da anterior e
apresentam íconicidade temporal.

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3.1. Referência Bibliográfica

Alonso A., Urena, P. H. (1969). Gramática castellana. 25.ed. Buenos Aires: Losada.

Decat, M. B. N. (1995). Relações adverbiais e género do discurso. Cadernos de Estudos


Linguísticos, Campinas.

Dik, S. (1989). The Theory of Functional Grammar. Dordrecht: Foris.

Frieiro, E. (1981). O diabona livraria do Cónego. São Paulo: Edusp.

Koch, I. G. V. (1984). Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez.

Neves, M. H. M. (1996). A Articulação de orações: reflexões de base funcionalista.

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