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Ética e Deontologia Profissional Do Professor

1. Introdução

O presente trabalho de Educação para visa fazer uma reflexão e discussão sobre a ética e
deontologia profissional do professor, sobretudo no contexto escolar moçambicano.

A ética é um princípio que norteia a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para o
garante da socialização. Por isso que no mundo profissional, a ética se associa à
deontologia que é a base fundamental da execução e prática profissional de um
profissional, o que ele deve ser dentro do seu sector. É neste contexto que surge o estudo
da ética e deontologia do profissional do professor para averiguar a sustentabilidade
destes conceitos na aplicação pratica da vida do professor.

A ética se ocupa em dizer que os profissionais deve ser competentes e responsáveis no


exercício da sua função. Neste contexto, constata-se que a missão do professor é
transmitir o conhecimento científico, como também valores e experiências culturais, e
cumprir com as normas e princípios éticos e deontológicos na sua actividade e nas suas
relações interpessoais.

O objectivo geral do trabalho é de analisar a ética e deontologia profissional no contexto


escolar moçambicano. E quanto aos objectivos específicos são:

 Diferenciar a ética da deontologia;


 Mencionar princípios da deontologia profissional;
 Conhecer o Estatuto Geral dos Funcionarios e Agentes do Estado;
 Mostrar valores éticos e deontológicos de um professor;
 Perceber o Código de Conduta dos Professores em Moçambique;

Por tanto, para a realização deste trabalho, o autor baseou-se nas referências bibliográficas
actualizadas, leitura do módulo e vários compêndios pela internet. Para Lakatos &
Marconi (2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

O presente trabalho obedece a seguinte estrutura, primeiro apresenta-se a introdução


incluindo objectivos e metodologia usada, em seguida tem o desenvolvimento do tema
em estudo e finalmente apresenta-se a conclusão e bibliografia usada na durante a
elaboração do trabalho.
2. Diferença entre a ética e deontologia

A ética, sendo uma das disciplinas práticas desenvolvidas por Aristóteles, na sua obra
“Ética a Nicómaco”, deriva originariamente do grego “ethos” significando dois sentidos,
um como “hábito, costume, uso (éthos). Por outro lado, e no sentido restrito, entendia-se
que agia segundo os preceitos morais aquele que na sua conduta observasse as regras de
acção não de uma maneira inquestionável, isto é, dogmática, mas que se tivesse
habituado, pelo seu conhecimento e pela sua reflexão, a praticar o bem exigido (êthos).
Este éthos significou, então, carácter, atitude básica da virtude, ou seja, conduta ou acção
resultante da interioridade do próprio agente (VIEGAS e CHIHULUME, 2011).

Analisando este conceito, verifica-se a obrigatoriedade do ser humano assumir uma


postura adequada, baseada em princípios correctos e de uma convivência sã. O postulado
também se esquia na esteira de quão importante é o sujeito ser portador de uma conduta
pessoal e profissional dignas, o que a prior se pode aprender na escola da vida.

Olivares (2009) considera a ética como uma ciência que estuda os valores e virtudes do
homem estabelecendo um conjunto de regras de conduta e de postura a serem observadas
para que o convívio em sociedade possa se dar de forma ordenada e justa. Por isso, vários
estudiosos na matéria afirmam que a ética não é uma opção, mas uma necessidade, visto
que ninguém pode viver sem uma normativa ética.

A ética se ocupa em dizer que os profissionais devem ser competentes e responsáveis no


exercício da sua profissão. Neste contexto, viver e conviver com ética não é exclusivo de
um determinado grupo de profissionais, logo o professor no exercício da sua profissão
deve pautar pelos princípios éticos.

Sempre que o âmbito da ética se circunscreve ao exercício de uma profissão fala-se de


deontologia.

O termo deontologia vem das palavras grega déon e logos. A palavra déon quer dizer
dever, o que se deve fazer. A palavra logos quer dizer discurso, doutrina ou tratado. Então,
deontologia vai significar doutrina, tratado ou ciência do dever ou do que deve se fazer.
Em outros dizeres a deontologia é um estudo dos deveres especiais de uma situação das
diversas profissões. Ou ainda a teoria dos diferentes deveres profissionais (MBAMBI,
2003).
Este conceito, também mereceu um tratamento interessante por parte de Doran e Parot,
que analisam “... este termo designa a teoria dos deveres, particularmente os diferentes
deveres profissionais” (MBAMBI, 2003).

Como se pode verificar, a teorização deste conceito data de muito longe (1834). O mesmo
chama a atenção para o estrito cumprimento dos deveres pessoais e colectivos,
fundamentalmente os profissionais. A relevância da deontologia é ainda salientada pelo
facto de normalmente existir uma organização profissional que se constitui como a
instancia de referência na elaboração, aplicação das regras éticas.

Quando estas regras se encontram formalizadas dão origem aos códigos deontológicos ou
de conduta, tendo muitas vezes objetivo principal fazer salientar um padrão de conduta
(MBAMBI, 2003).

No entanto, percebe-se que a deontologia assenta numa ética baseada na noção do dever,
na rectidão ou em direitos contrastando com os sistemas éticos baseados na ideia de
atingir um certo estado de coisas ou nas qualidades de carácter necessárias para viver
bem.

Para o caso da profissão de Professor, no âmbito deontológico deve obedecer as regras


plasmado no Código de conduta dos professores em Moçambique elaborado pela
Organização Nacional dos Professores (ONP), Estatuto do Professor conjugado com o
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado (EGFAE).

3. Princípios da deontologia profissional

Segundo Landmann (1985 citado por Samuel, 2012) os princípios da deontologia


profissional são:

a) Legalidade – Agindo sempre em conformidade com a lei, os regulamentos


internos, e as instruções emanadas dos órgãos da instituição no âmbito do sistema
interno de controlo;
b) Independência – o indivíduo tem direitos e as autoridades que exercem o poder
sobre o indivíduo tem obrigações;
c) Confiança – uma pessoa age de acordo com as regras;
d) Sigilo profissional - tratar toda a informação com rigor e não divulgar qualquer
informação não destinada ao público;
e) Honestidade - agindo, em todas as circunstâncias, com rectidão e integridade,
respeitando os superiores e abstendo-se de aceitar de terceiro qualquer
compensação, favor ou vantagem por acto praticado ao serviço desta e recusando
intervir na gestão de situações em que haja, ou possa haver, colisão de interesses,
pessoais e institucionais;
f) Solidariedade profissional – acto de bondade e compreensão, uma união de
simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo;
g) Responsabilidade - assumindo a responsabilidade por todos os actos, assim como
de todos os documentos produzidos e honrando os compromissos junto de
terceiros.

4. Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado

O Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente designado por


EGFAE, define as normas jurídico-laborais e estabelece o regime geral dos funcionários
e demais agentes do Estado. No entanto, a lei que aprova este estatuto é a lei no 14/2009,
de 17 de Março.

Segundo artigo 1 da Lei no 14/2009, o EGFAE é aplicável aos funcionários e aos demais
agentes do Estado que exercem actividades de administração pública no País ou no
Exterior, e aos funcionários e agentes da administração autárquica.

De acordo com artigo 2 da Lei no 14/2009, os princípios gerais são: legalidade,


imparcialidade, incompatibilidade e exclusividade.

Os deveres gerais dos funcionários e agentes do Estado segundo artigo 38 da lei no


14/2009 são:

 Respeitar a Constituição, as demais leis e órgãos do poder do Estado;


 Participar activamente na edificação, desenvolvimento, consolidação e defesa do
Estado de direito democrático e no engrandecimento da Pátria;
 Dedicar-se ao estudo e aplicação das leis e demais decisões dos órgãos do poder
de Estado;
 Defender a propriedade do Estado e zelar pela sua conservação;
 Assumir uma disciplina consciente por forma a contribuir para o prestígio da
função de que está investido e o fortalecimento da unidade nacional;
 Respeitar as relações internacionais estabelecidas pelo Estado e contribuir para o
seu desenvolvimento;
 Promover a confiança do cidadão na Administração Pública e na sua justiça,
legalidade e imparcialidade.

Por outro lado, os direitos gerais dos funcionários e agentes do estado segundo artigo 42
da lei no 14/2009:

Exercer as funções para que foi nomeado;

Receber o vencimento e outras remunerações legalmente estabelecidas;

trabalho e de meios
adequados à protecção da sua integridade física e mental, nos termos a regulamentar;

ctivo de trabalho;

térios justos de
desempenho nos termos a regulamentar;

função do preenchimento dos requisitos, da experiência e dos resultados obtidos na


execução do seu trabalho;

nomeadamente através da atribuição de


prémios, louvores e condecorações;

rios em caso de
deslocação para fora do local onde normalmente exerce as suas funções, por motivo de
serviço;
transporte, para si e para os familiares a seu cargo e respectiva bagagem em caso
de colocação, de transferência por iniciativa do Estado e da cessação normal da relação
do trabalho com o Estado, nos termos do presente EGFAE;

adaptação a ser fixado pelo governo, por período de três


meses, em caso de transferência por iniciativa do Estado para fora do local onde
normalmente presta serviço;

amiliares a seu cargo,


prevista em legislação específica;

-se à entidade imediatamente superior sempre que se sentir prejudicado nos seus
direitos;

especial de assistência por acidente em missão de serviço desde


que a culpabilidade do acidente não lhe seja imputada, nos termos a regulamentar.

doença crónica gozem dos


mesmos direitos e obedeçam aos mesmos deveres dos demais funcionários nos termos a
regulamentar.

5. Valores éticos e deontológicos relacionados com a tarefa de educar

Os valores correspondem às concepções centrais sobre o que é desejável a nível individual


ou social e que servem como padrões ou critérios para orientar não só a ação mas também
a avaliação, as escolhas, as atitudes e as atribuições de casualidade. Os valores, por
comparação com às atitudes, são mais gerais e abstratos, transcendendo objetos e
situações, e tem um caráter normativo, que falta aas atitudes (OLIVARES, 2009).

A ética é um princípio que deve nortear a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para
o garante da socialização amena nas relações inter e intra-pessoais. Por isso, actualmente,
no mundo profissional, a ética se associa à deontologia que é a base fundamental da
execução e pratica profissional de um profissional, o que ele (profissional) deve ser dentro
do seu sector.
No que diz respeito a ética e deontologia profissional do professor pode se perceber que,
esta abordagem para o processo de ensino e aprendizagem, é um escultor de mentalidades,
sendo consequentemente um pastor. Escultor porque ele prepara, forma e transforma com
a sua influência as mentalidades e as consciências dos homens que anteriormente
consideradas acientífica ou do senso comum. Por outro lado, desenvolve na sua actividade
profissional uma tarefa fundamentalmente de pastor, de harmonia, de certeza e do uso da
razão na sua actividade profissional (VIEGAS e CHIHULUME, 2011).

Tomando em conta que a matéria prima na escola é o aluno, o professor deve servir de
modelo deste, para que o estudante ao sair da escola possa pôr em prática o que viu, sentiu
e estudou sempre com o objectivo de transformar a sociedade.

Neste contexto, segundo Monteiro (2004) é preciso motivar e estimular o aluno para que
ele possa realmente carregar os conhecimentos aprendidos para transformar a sociedade
em diversas perspectivas.

Para satisfazer este desejo, é inevitável que o professor cumpra com isenção, modéstia,
humildade, zelo com honra, brio profissional e com um elevado sentido de
responsabilidade esta dignificante tarefa que é de ensinar e educar. Isto é; de orientar o
conhecimento.

Portanto, em toda sua actividade profissional, o professor deve colocar em primeiro lugar
o brilhantismo, a ética e a deontologia profissional. Quando procede desta maneira, o
professor estará em condições de responder e de corresponder com a dimensão funcional
da sua tarefa. Neste sentido, o professor tem como dever transmitir claramente os
conhecimentos, as experiências e os valores culturais aos seus alunos assim como adquirir
as experiências dos mesmos que sempre têm alguma coisa para transmitir e aprender
(OLIVARES, 2009).

Como se observou nos conceitos, viver e conviver com ética não é exclusivo de um
determinado grupos de profissionais, logo o professor no exercício da sua profissão deve
pautar pelos princípios éticos.

O Professor não é aquele que afirma ser o detentor do conhecimento. O verdadeiro


professor é aquele cujo a sua maior convicção assenta-se principalmente na capacidade
ímpar de aprender incessantemente e de partilhar de forma simples e clara o conhecimento
por si apreendido, de modo a facilitar o processo de ensino - aprendizagem; e deve,
obviamente, ser um modelo de maturidade, decência e integridade para com os seus
alunos (MONTEIRO, 2004).

Nos dias de hoje, raramente encontramos professores com um nível ético recomendável;
muitos por ignorância própria e outros por não terem passado por uma instituição escolar
que o proporcionasse uma grelha curricular, em sua formação, contendo disciplina de
Ética ou similar.

O professor ético deve ser um modelo de virtudes, para que possa influenciar os seus
alunos a serem pessoas de bem e capazes de construir uma sociedade harmoniosa em
todos os aspectos.

6. Código de conduta dos professores em Moçambique

Os Professores em Moçambique são representados pela Organização Nacional dos


Professores (ONP), e têm duas responsabilidades fundamentais: ensinar e promover a
divulgação do conhecimento científico. A par destas responsabilidades assumidas, os
professores em Moçambique crêm no valor e na dignidade do homem; reconhecem a
importância suprema da procura da verdade; encorajam o saber e defendem a promoção
da cidadania. Estes valores e objectivos só podem ser alcançados se a liberdade de
aprender e conhecer for protegida e a liberdade de ensinar garantida. Assim sendo, houve
necessidade de criação de Código de Conduta dos Professores, elaborado pela ONP, na
qual os professores reafirmam a sua responsabilidade em exercer a profissão em
conformidade com os mais altos padrões de ética (ONP, 2008).

Segundo ONP (2008), o Código de Conduta dos Professores é uma declaração pública
que estabelece os princípios que devem guiar e inspirar a prática profissional dos
professores moçambicanos. O mesmo código estabelece os valores fundamentais da
profissão; estabelece princípios que guiam o comportamento dos professores, individual
ou colectivamente, no seu exercício profissional; define os deveres fundamentais dos
professores no exercício das suas funções; defende a protecção da liberdade de aprender,
da liberdade de ensinar e da igualdade de oportunidades educacionais para todos.

Os princípios que guiam o comportamento dos professores segundo o Código de Conduta


são:
 Princípio 1: Compromisso Com os Alunos - A primeira obrigação profissional
dos professores moçambicanos é para com aqueles a quem ensinam, razão de
fundo do Ser Professor.
 Princípio 2: Compromisso Com os Pais e Encarregados de Educação - Os
professores reconhecem que o seu trabalho sairá mais enriquecido se houver uma
colaboração com os Pais e Encarregados de Educação, encorajando, por isso, a
sua participação na educação dos seus filhos.
 Princípio 3: Compromisso com a Sociedade - Os professores consideram a sua
profissão um compromisso de confiança e responsabilidade para com Sociedade,
sobretudo porque a sua missão consiste na preparação do Homem para a vida na
Sociedade.
 Princípio 4: Compromisso para com a Profissão - Tendo em conta que a
qualidade dos seus serviços influencia a Nação e os seus cidadãos, os professores
devem envidar todos os esforços para manterem e promoverem altos padrões
profissionais, promovendo um clima que encoraja o julgamento da qualidade
profissional e contribuindo para atrair os mais inteligentes para a profissão.
 Princípio 5: Compromisso de Integridade - Em Moçambique, mesmo que não se
possa generalizar, os professores são conotados com práticas desviantes como a
cobrança de subornos e rendas, o comércio de notas e ingressos, o assédio sexual
das alunas, muitas das quais acabam tendo gravidezes precoces e ficam sujeitas,
também, à contração do HIV. Eles sabem que essas práticas minam a qualidade
de ensino em Moçambique, comprometendo os esforços de desenvolvimento
sócioeconómico em curso.

6.1. Ética e Deontologia Profissional do Professor em Moçambique

Alonso (2008) fala da deontologia profissional como sendo os deveres e as obrigações do


profissional, aquilo que é preciso exigir de todo profissional no desempenho das suas
funções. O normal é que essas formas tenham sido regidas, compiladas em um código
escrito e aprovado pelo colectivo profissional. Nota-se aqui que o professor no contexto
moçambicano deve obedecer ao plasmado no Estatuto do Professor conjugado com o
Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
Para Monteiro (2008) a deontologia é cada vez mais crucial para distinção profissional
dos professores, por duas razoes: primeiro porque é um atributo maior do prestigio social
de uma profissão e em segundo porque a função docente não tem uma tradição
deontológica.

Por exemplo na formação dos professores, a disciplina de Ética e Deontologia


Profissional como tal é posta de lado, ou seja não consta no currículo de formação. Mas
na saúde, ela é primordial e privilegiada pelo facto de lidar-se com vidas humanas e que
certas enfermidades fazem parte da privacidade e sigilo profissional da suade para com
paciente. Ademais, o sigilo profissional dos profissionais da saúde é a base fundamental
da reputação do seu carácter.

Enfim, a questão deontologia reveste-se de particular complexidade para profissionais de


educação, suscitando resistência e dificuldades. Assim, os códigos de deontologia
profissional enunciam os princípios ou valores fundamentais vinculativos da profissão.

Golias (1993) diz que o nível de qualificação e formação de professores nos primeiros
anos após a independência era bastante baixo, em especial, para o ensino primário, onde
grande parte de professores possuía apenas a 4ª classe e com pouca ou quase nenhuma
formação profissional.

O baixo nível de formação de professores primários se verifica até nos dias actuais, pois
o nível de ingresso dos formandos até no ano passado era de 10ª classe, com todos
problemas e deficiências do sistema de educação e de formação de professores que torna
todo sistema de ensino memorizante e pouco ajustado aos objectivos.

Quando se fala da corrupção no sector de educação em Moçambique, o fenômeno é


directamente associado aos princípios éticos e deontológicos que norteiam a profissão
docente. O mesmo fenômeno de corrupção vai se aliar a questão de baixos salários sem
incentivos e consequentemente do suborno (MOSSE e CORTEZ, 2006).

Por isso mesmo, é que várias vozes da sociedade civil considera que salários baixos no
sector da educação são considerados um incentivo à prática da corrupção.

Constituem também grandes questões actuais quando se fala da ética e deontologia do


professor, aspectos inerentes ao aliciamento versus assédio sexual. Esses aspectos são
incontornáveis nos dias que correm na medida em que gozam de propriedades comuns no
nível da sua execução, isto ee são aspectos praticados pelos docentes assim com pelos
estudantes.
O assédio sexual está presente no meio acadêmico, sobretudo no ambiente escolar em que
professores aliciam as suas alunas em troca de notas, entretanto, em alguns casos, não
poucos, as próprias alunas é que propõem aos professores o envolvimento sexual para
que possam obter boas notas nos testes e exames (MONTEIRO, 2004).

7. Conclusão

Terminada a reflexão sobre a ética e a deontologia profissional do professor pode se


perceber que a ética não é uma opção, mas sim uma necessidade para qualquer um que
seja, pois, ninguém pode viver sem normas éticas.

Actualmente a questão da ética e deontologia do professor é um domínio que vem sendo


discutido com bastante visibilidade no seio pedagógico e sobretudo no seio acadêmico,
pois a decência é considerada como uma actividade essencialmente ética, quer pelas
finalidades da acção educativa, quer pela exigência de rigor profissional e moral no seu
desempenho. A dimensão ética da docência reside na contribuição prestada para a
formação de personalidade do aluno.

Subornos, baixos salários, assédio sexual e aliciamento soa questões que devem ser
traduzidas cautelosamente e com muito rigor ao nível da pratica docente, na medida em
que cada um destes aspectos vigoram na execução profissional e podem traduzir-se em
aspectos maligno quando enfermam a regra normativa dos profissionais.

Por isso que, o professor deve ser, deve fazer, deve conhecer e deve colabora
conjuntamente para consubstanciar naquilo que é mais desejado num profissional com
princípios éticos e deontológico. Neste contexto, sugere-se a integração da ética e
deontologia profissional não apenas como tema transversal, mas como uma disciplina
nuclear na formação de professor.
8. Bibliografia

ALONSO, Augusto Hortal. Ética das Profissões. São Paulo: Edições Layola, 2008.

GOLIAS, M. Sistema de Ensino em Moçambique: Passado e Presente. República de


Moçambique, Editora Escolar, 1993.

LAKATOS, E., & MARCONI, M. Fundamentos de Metodologia Científica (6ª ed.). São
Paulo: Editora Atlas, 2007.

Lei no 14/2009, de 17 de Março - O Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado


(EGFAE).

MAZULA, Brazão. Ética, Educação e Criação de Riqueza, uma Reflexão


Epistemológica. Maputo: Impressa Universitária, 2005.

MBAMBI, Carlos Maria Capita. As mutações Culturais numa Sociedade em Crise.


Primeiras Jornadas Filosóficas do Seminário Maior de Filosofia de Cabinda, Agosto,
2003.

MONTEIRO, A. Reis. Para uma Deontologia Pedagógica. Lisboa, Faculdade de


Ciências da Universidade de Lisboa, 2004.

MOSSE, Marcelo; CORTEZ, Edson, A pequena Corrupção no Sector de Educação em


Moçambique. Maputo: CIP, 2006.

OLIVARES, Jhanderson. Ética Profissional. Cabimas Editora, Bolívia, 2009.

ONP. Código de Conduta Profissional dos Professores Moçambicanos. Maputo, 2008.

SAMUEL, José. Ética e Deontologia dos Professores Moçambicanos. Maputo:


Universidade Pedagogica, 2013.

VIEGAS, Mário Alberto; CHIHULUME, Zefanias. Manual de Ética e Deontologia


Profissional. Maputo: UP-CEPE, 2011.

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