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SINOPSE

Eloísa é uma brasileira que mora em Madrid e trabalha como babá de uma
garotinha de oito anos.

Ela só não imaginava que através do seu trabalho iria conhecer um certo
jogador tímido e sem muitas experiências sexuais que iria mudar sua vida
completamente do dia pra noite.
DEDICATÓRIA

“Para todas as safadas que cruzam as pernas quando estão lendo um bom
livro.

Ps: Eu sei o que vocês estão lendo, rs.

E para a minha mente perturbada que não sossegou enquanto não fez esse
livro acontecer.”
CAST
ELOÍSA TAVARES, 21 ANOS, BRASIL.

ABBY MARTÍNEZ, 21 ANOS, ESPANHA.

LOLA MOON, 20 ANOS, CORÉIA.

ALLANA MONTENEGRO, 19 ANOS, BRASIL.


PABLO MARTIN PAEZ GAVIRA, 19 ANOS, ESPANHA.

JUDE BELLINGHAM, 20 ANOS, INGLATERRA.

PEDRI GONZÁLEZ LOPEZ, 20 ANOS, ESPANHA.

JOÃO FÉLIX, 23 ANOS, PORTUGAL.


FERMÍN LÓPEZ, 20 ANOS, ESPANHA.
PRÓLOGO
ELOISA

Eu pensava que sabia o que era amor, mas tudo aquilo que eu sabia sobre ele, era mentira. Tudo na
minha vida foi uma mentira.

Sentia meu coração apertado, um nó na garganta terrível e uma vontade incontrolável de chorar feito
uma criança que acaba de perder seu brinquedo favorito.

Não conseguia respirar direito, era como se tudo à minha volta tivesse sumido, o mundo entrou no
mudo e eu sentia o ar sumindo lentamente dos meus pulmões.

Parecia que eu ia morrer.

Merda, fazia tempos que eu não sentia uma crise de ansiedade vim tão forte assim.

Escorreguei pela parede até meu corpo se chocar contra o gélido chão, encolhi minhas pernas e
abracei meus joelhos encostando minha testa neles.

Contava mentalmente até dez diversas vezes na tentativa de mandar esses sentimento para longe.

Mas eu não conseguia. Eu só conseguia pensar no quanto eu tinha errado, fui eu a culpa disso tudo, fui
eu a culpa dele está nessa situação.

Porra, se eu não tivesse fugido como a droga de uma covarde, nada disso estaria acontecendo agora.

Sem conseguir me controlar mais, sinto as lágrimas rolarem pelo meu rosto, molhando minhas
bochechas.

Eu sentia vontade de gritar, de espernear.

A minha roupa molhada, o sangue em minha camisa, o cheiro do perfume dele, tudo me fazia se sentir
pior do que já estou.

Isso não deveria ter acontecido com ele, era pra ser eu, eu quem deveria está entre a vida e a morte
nesse momento.

Mas que porra. Que merda.

Encosto minha cabeça na parede e levo minhas mãos até meu rosto soluçando.

Tudo isso é culpa minha, minha.

— Cadê meu filho? — escutei a voz da mãe dele desesperada

— Mãe, por favor, se acalma. — a voz de sua irmã fala por cima
Tirei as mãos do meu rosto e olhei para elas, sua mãe andava desesperada de um lado para o outro
gritando que queria vê o filho.

Foi então que seus olhos recaíram sobre mim e feito uma leoa, ela veio em minha direção.

— Aonde está meu filho? — ela pergunta parando em minha frente

Eu não conseguia formular uma palavra sequer, quando eu tentava abrir a boca para dizer eu algo, saia
soluços ao invés de palavras.

Sinto ela segurar meus braços e apertar me balançando.

— O que você fez? — ela pergunta furiosa gritando comigo

— Amor, pelo amor de Deus, olha o estado da menina! — seu esposo se aproxima a tirando de cima
de mim

Ela me solta com tudo e meu corpo se choca levemente com a parede.

Vejo ela ir para os braços de seu esposo chorando e falando que queria vê o filho.

Isso só me fez se sentir pior ainda.

Comecei a hiperventilar, sentindo meu coração diminuir a frequência de batidas, minhas pernas
fraquejaram e eu podia jurar que ia desmaiar.

Mas antes que isso acontecesse, sinto dois braços fortes me segurando.

— Opa, calma aí! — o escuto falar em meu ouvido me segurando firme

Eu sabia quem era, sabia perfeitamente quem era. Então apenas encostei minha cabeça em seu peito
sentindo sua mão alisar meu cabelo.

Por favor Deus, sei que nunca fui uma pessoa muito religiosa.

Mas eu te peço, aqui e agora, salva ele.

Ele é o amor da minha vida, não sei se suportaria viver em um mundo onde ele não exista.
CAPÍTULO UM
ELOISA

Hoje vai ser um dia bom. Eu vou sorrir e acenar e quando me perguntarem se está tudo bem, eu direi
que sim.

Afinal de contas, ninguém se importa de verdade se você realmente está ou não está bem, não é
mesmo?

Olhei meu reflexo no espelho e respirei fundo, até que eu não estou tão feia assim.

Tirando as manchas arroxeadas envolta dos meus olhos que revelavam minha noite mal dormida, eu
estava... Normal.

Calça jeans de lavagem mesclada, uma blusa simples branca de alças devido ao calor absurdo que faz
em Barcelona hoje e nos pés, sapatilhas, ah, como eu odeio essas sapatilhas.

Mais uma vez encarando meu reflexo no espelho, passei a alça da minha bolsa pelo ombro e fiz um
aceno com a cabeça para mim mesmo.

Você consegue, Eloísa, você consegue.

Saio do meu quarto e vou em direção a cozinha, quando entro dentro da mesma vejo Lola e Abby
conversando.

As duas são minhas amigas, nos conhecemos quando eu me mudei para Madrid e precisava de um
apartamento para ficar.

Elas tinham um quarto disponível e eu aceitei, desde então, não nos desgrudamos mais.

Quando elas me vêm, imediatamente param de conversar e o lugar é tomado por um silêncio
ensurdecedor.

Ambas olhavam pra mim e sem saber o que fazer, dei uma risada sem graça.

— Que caras são essas? Parece até que alguém morreu. — falei fazendo uma piadinha

Percebi as duas dando uma olhada uma pra outra e eu revirei os olhos indo até a geladeira.

— Você está bem? — escutei Abby pergunta

É claro que uma delas ia ser a primeira pessoa a me perguntar isso.

Respirei fundo e puxei a porta da geladeira.

— Por que eu não estaria? — tento parecer indiferente


— Bem... Lola e eu pensamos que... — não a deixei terminar de falar

— Pensaram errado! — respondo fechando a porta da geladeira com uma certa brutalidade

Olhei para Abby e dei um sorriso falso sem mostrar os dentes.

Fui até o armário e peguei um copo para poder beber um pouco de água, mas enquanto fazia isso
conseguia me sentir sendo observada pelas duas garotas.

Vai ser assim agora? Todo mundo mundo me tratando feito a droga de uma criança?

Coloquei o copo em cima da pia fazendo questão de fazer barulho e olhei para elas.

— Eu tô bem, tá legal? — o jeito que eu falei saiu meio grosseiro

— Elô... A gente sabe que você não tá bem. — Lola fala me olhando com pesar

— Você ficou trancada no quarto durante todos esses dias, não saia nem pra comer... Tem certeza que
está pronta para voltar à rotina? — Abby perguntou tocando meu braço

— Vocês duas precisam parar de ficar me tratando feito uma criança. — retiro a mão de Abby irritada

— A gente só está... — Lola suspira não completando a frase

— Preocupada com você. — Abby completa a frase dela

— Eu já disse, eu estou ótima e por favor, parem de me tratar assim. — bufei

Sem querer ouvir mais nada, sai da cozinha me sentindo completamente irritada com toda essa
situação.

Já não basta a minha mãe que fica me ligando de hora em hora pra saber como eu estou, tenho que
ficar aguentando essas duas agora, ah pronto.

Saio de dentro da casa e caminho em direção a garagem para pegar meu carro ainda me sentindo um
pouco irritada com a situação.

Destravei meu carro e entro dentro dele, coloco minhas coisas no banco do carona e toco no volante.

Mas assim que faço esse gesto, sinto meu peito apertar e o ar querer começar a sumir.

Não, de novo, não.

Respirei fundo por diversas vezes tentando mandar essa crise para longe, mas de nada adiantou.

A sensação de que o carro está cada vez menor aumenta e eu começo a entrar em desespero.
Merda, merda. Abro a porta e praticamente me jogo para fora do carro, me sentando no chão de
concreto da garagem.

Respiro fundo e levo minha mão trêmula até minha testa limpando o suor, não demora muito pra que
eu sinta a ponta do meu nariz pinicar e meus olhos começarem a marejar.

Encolhi meu corpo e abracei meus joelhos.

Fecho meus olhos com força tentando mandar para longe os pensamentos ruins.

Sinto meu corpo ser envolto em um abraço. Eu tremia, parecendo que estava com frio.

— Tá tudo bem... — escutei a voz de Abby

— A gente está aqui com você. — isso veio de Lola

As duas ficaram ali comigo embalada nos braços alisando minhas costas enquanto eu me acalmava.

Sabia que dirigir depois do que aconteceu não era uma boa ideia.

Há mais ou menos três semanas atrás eu perdi a minha irmã do meio em um acidente de carro.

Era uma dia de chuva, ela estava voltando do trabalho, quando parou em um sinal, um caminhão veio
sentido oposto e atingiu em cheio o carro dela.

Minha irmã não aguentou, morreu na hora pelo impacto.

Desde o velório, eu simplesmente não consigo pegar o carro e dirigir, tudo me faz lembrar ela e o que
aconteceu.

A polícia afirma que o motorista não estava bêbado, nem drogado, o mais provável de ter acontecido
foi ele ter cochilado ao volante.

Mas isso não importa, nada disso vai trazer a minha irmã de volta.

•••

Depois de ter me acalmado, pedi para que uma das meninas me levassem até meu trabalho, afinal de
contas, eu precisava voltar a minha rotina.

Mais uma semana em casa e eu tenho certeza que serei mandada embora.

Durante o caminho, fui encostada no vidro da janela, pensativa.

— Amiga... Sei que não é um momento fácil, mas conta com a gente pra tudo! Estamos aqui pra te
ouvir. — Abby fala olhando brevemente para mim

Não respondi nada, eu não queria conversar.


Tudo ainda era muito recente, tudo ainda doía muito.

Minha irmã era minha melhor amiga, mesmo que de longe, já que ela ainda morava no Brasil com
nossos pais.

A gente conversava sobre tudo, ela sabia todos os meus segredos e eu sabia os dela.

Tá sendo difícil me acostumar com a ideia de que não terei mais isso.

Fiquei tão perdida em meus pensamentos que quando dei por mim, Abby já estava parando o carro em
frente da casa onde eu trabalho.

Por alguns segundos ficamos nós duas, em silêncio dentro do carro, apenas escutando a respiração
uma da outra.

Antes que Abby diga alguma coisa, pego minha bolsa e desço do carro agradecendo pela carona.

Bato a porta e me viro indo até a fachada da casa, quando paro de frente com a porta, uso a chave
reserva que tenho e entro.

Os pais com certeza já devem ter ido trabalhar e a pequena Sofia, garotinha que eu tomo conta, ainda
deve está dormindo.

Amarrando meu cabelo, subo a escada e atravesso o corredor em direção ao quarto dela.

Como de costume, dou três batidas leves na porta e a empurro, entro no quarto e minha teoria se
confirma.

Sofia ainda dormia tranquilamente em sua cama.

Dou um sorriso casto e me aproximo da cama me sentando na beirada.

— Vamos acordar preguiçinha? — a chamei tocando levemente em seu rosto tirando alguns fios que
caia

Vejo a garotinha abrir os olhos preguiçosamente e coçar eles olhando para mim.

Mesmo que ela estivesse com uma chupeta na boca, pude vê-la abrir um sorriso.

— Lolo, você voltou. — ela fala sonolenta

Abro um sorriso e retiro a chupeta de sua boca, tocando na ponta de seu nariz.

— É claro que eu voltei, pensou que ia se livrar de mim, é?! — perguntei brincando e ela balançou a
cabeça negando

— Senti sua falta. — ela fala manhosa


— Também senti a sua pequena. — sorri

Me abaixei e dei um abraço nela que retribuiu me envolvendo com seus bracinhos.

A encho de beijos e a pequena começa a rir.

— Tá bom, Lolo, chega! — ela fala no jeitinho dela enquanto ria

— Tá bom, parei! — falei rindo — Agora a mocinha vai levantar, lavar o rosto e escovar os dentes
enquanto eu preparo seu café da manhã, tá bom?! — perguntei

Ela apenas balançou a cabeça concordando e saiu da cama indo em direção ao banheiro.

Aproveitei para abrir as cortinas e arrumar a cama.

Também ajeitei alguns brinquedos que estavam espalhados pelo quarto.

Eu trabalho como babá desde que me mudei para Madrid, já que ou era isso, ou era ser garçonete.

Como eu gosto de criança e tenho uma breve experiência por tomar conta dos filhos dos vizinhos
quando morava no Brasil, optei por ser babá.

A família de Sofia me acolheu muito bem, eles quase não param em casa, mas as vezes em que estão,
sempre fazem questão que eu me sinta parte da família. Mesmo que eu ache dona Almudena um
pouco nariz em pé.

Sofia é um amor de pessoa, quase não dá trabalho, fico responsável por ela das sete da manhã, até
meio dia, depois disso ela vai pra escola e fica lá até às cinco, aí eu a busco e fico com ela até às sete
da noite que geralmente é o horário que a mãe dela costuma chegar do trabalho.

No geral, eu até gosto de trabalhar aqui, o salário é bom e dá pra me manter.


CAPÍTULO DOIS
ELOISA

Quando eu era criança, tudo o que eu mais queria era ser adulta logo, porque na minha cabeça, adultos
podiam fazer tudo que criança não pode.

Por exemplo, gastar dinheiro com o que quiser sem precisar pedir a alguém, eu achava extremamente
irritante quando eu pedia dois reais para a minha mãe ou para o meu pai e eles falavam que não tinha.

Na minha cabeça eu ficava pensando como era possível um adulto não ter míseros dois reais.

Mas hoje em dia, sendo uma adulta, independente, morando em outro país.

Eu vejo perfeitamente que é possível sim um adulto não ter dois reais.

Suspiro frustrada ao pagar minha última conta do mês e ver meu saldo cair para um euro.

Se engana quem pensa que quem gasta em euro, tem mais vantagens de quem gasta em reais.

É tudo a mesma coisa, vão por mim.

Largo meu celular de lado e volto a prestar atenção na aula que a professora ministrava.

Minha mente está até em Nárnia, mas não está aqui.

Tudo que a professora falava, para mim parecia estar sendo falado em grego e o pior é que as últimas
provas do período se aproximam e se eu não for bem nelas, posso ir dando adeus a minha bolsa.

Eu faço faculdade de Relações Internacionais.

Não é um curso que eu faço porque gosto, confesso, faço mesmo só porque eu precisava de algo para
me manter estudando.

E como consegui uma bolsa nesse curso, decidi fazer, não estava fazendo nada mesmo.

Sai de casa com dezoito anos determinada a conquistar o mundo. Coitada, mal sabia eu.

Ah, se eu pudesse ter pelo menos cinco minutinhos de conversa com essa Eloísa, cheia de sonhos e
esperanças.

De princípio, eu me mudei para Portugal, afinal de contas, era mais fácil, não precisava aprender outra
língua.

Só que eu não consegui me adaptar a cidade, sei lá, algo me dizia que o meu lugar não era ali.

Foi então que eu me mudei para Londres, lugar incrível, cultura maravilhosa.
Mas, os dias sempre nublados e águas que mais parecia soda cáustica, não era pra mim.

Afinal de contas, eu sou brasileira, gosto de sol, de praia no final de semana, gosto de um calor
humano.

Coisa que lá, particularmente eles não gostavam muito.

A única coisa boa que Londres me trouxe foi uma certa pessoa.

Um metro e oitenta e seis, vinte aninhos, dono de um sorriso encantador e pretinho do jeito que eu
gosto.

E eu nem vou falar da foda sensacional que esse garoto tem.

Mordo meu lábio inferior só de me lembrar.

Jude Bellingham é o nome da emoção, como diria meu contemporâneo Galvão Bueno.

Sim, o famoso Bellingham, jogador do Borussia na época em que nos conhecemos.

Nos conhecemos através do Instagram, não sei como, mas ele me achou e atacante que só, me mandou
um direct respondendo meu story.

Quando vi que um verificado, com mais de quinze milhões havia me mandando mensagem, eu entrei
em Pânico.

Demorei dias pra responder a mensagem do coitado.

Mas depois que eu respondi, foi só ladeira abaixo também.

A primeira vez que nos encontramos foi em uma balada, ele disse que assim seria melhor, pois a
mídia não iria fazer muito alvoroço.

Foi muito incrível, nos divertimos demais e no final da noite não poderíamos ter terminado de outro
jeito, senão sem roupa, transando no apartamento dele.

"Ah, mas você transou no primeiro encontro?"

Lógico, porque assim eu já faço o teste logo, se a foda não for boa, eu nem quero um segundo
encontro.

E nem venham me julgar, homem faz coisa muito pior e todo mundo acha lindo.

Depois dessa vez, saímos outras vezes, mas então, Jude começou a vim com papo de querer coisa
séria.
Eu nunca fui uma garota de ter relacionamentos sérios, só tive uma vez quando tinha quinze anos e
me arrependo até hoje.

Tomei tanto chifre que nem sei como ainda passo na porta.

Fora que eu também já estava com planos de me mudar de Londres para Madrid.

Desde quando me mudei, o nosso contato um com o outro foi diminuindo cada vez mais até chegar ao
ponto de pararmos de nos falar.

Fiquei triste, afinal de contas, eu até gostava de conversar com ele. Ele era gentil e atencioso, sempre
me escutava com atenção e tinha ótimos conselhos.

Ouvi boatos de que agora ele mora aqui na cidade depois de ter assinado um contrato milionário com
o time local.

Isso me faz refletir seriamente a respeito de mandar um "oi, sumido" só para vê no que dá.

Sou tirada de meus pensamentos ao escutar o barulho do pessoal se levantando, mostrando que a aula
já havia acabado e eu sequer fiz uma anotação.

Ajeitei meu material e levantei colocando a alça da mochila sobre meu ombro.

Desci a escada que tinha entre as cadeiras seguindo o fluxo de pessoas, estava quase conseguindo
chegar na porta quando escutei a professora me chamar.

Merda. Será que ela percebeu que eu não prestei atenção em nada do que ela disse hoje?

Girei meus calcanhares em direção a ela e meio receosa me aproximei a vendo ajeitar seu material.

— Está tudo bem senhorita Munoz? — perguntei receosa

— Comigo está tudo ótimo, eu queria era mesmo saber como você está. — ela faz a pergunta que eu
mais tenho escutado nos últimos

Demorei alguns segundos, assimilando sua pergunta, abri e fechei a boca por diversas vezes, mas nada
saia.

— Ah, eu estou bem... Na medida do possível. — dei de ombros tentando parecer indiferente

— Que bom querida, mas caso queira alguém pra conversar... — ela toca em meu ombro — Saiba que
pode contar comigo.

Minha única resposta foi dar um sorriso fraco e acenar levemente com a cabeça em concordância.

Por que do nada as pessoas acham que viram psicólogas? Eu realmente quero fazer tudo, menos
conversar sobre isso.
•••

Eu e a meninas combinamos que depois da faculdade iríamos nos encontrar em uma nova boate que
abriu.

Afinal de contas, hoje é sexta-feira e a gente tá merecendo um dia de farra.

Então, chamei um táxi com destino a essa tal boate, as meninas já estavam lá, pois mataram o final da
aula.

Abby faz faculdade de moda. E Lola, faz faculdade de arquitetura.

Cada uma em uma área totalmente oposta uma da outra, não é atoa que nossas personalidade também
são bem diferentes.

Enquanto eu sou toda animada, toda alto astral, topo tudo sem nem pensar no amanhã.

Lola é mais centrada e certinha, gosta que tudo esteja organizado e em seus devidos lugares.

E Abby é a inimiga do fim, pra ela não tem tempo ruim, sempre tenta ver o lado bom das coisas.
Costumamos falar que ela é a Golden Retriever do grupo.

Vejo o táxi parar o carro em frente a boate e eu pago pela corrida logo em seguida descendo do carro.

O lugar parecia ser grande, na fachada um enorme letreiro vermelho neon escrito "HELL".

Por sorte a fila não estava tão grande, provavelmente por causa da hora, então eu consegui entrar fácil
assim que o segurança grandalhão colocou uma pulseira amarela neon em meu pulso.

Dentro do estabelecimento a música alta atingiu em cheio meus ouvidos, assim como o cheiro de
bebida atingiu o meu nariz.

As meninas disseram que estavam próximas do bar, então passando pelo mar de pessoas sendo quase
esmagada por elas, eu tentei me aproximar do bar.

Com muita dificuldade consegui chegar, encosto minhas mãos no balcão soltando um suspiro de
alívio. Meu Deus, nunca vi um lugar tão cheio.

Olhei envolta e mesmo com a pouca iluminação pude ver as meninas sentadas bebendo e
conversando.

Me aproximei delas e elas olharam animada pra mim.

— Finalmente você chegou! — Abby grita devido a música alta

— Pensávamos que você iria desistir. — Lola fala virando um shot

— Eu desistir de uma festa? Nunca! — respondo animada


Me virei para o barman e pedi três doses de tequila.

E não, não era uma dose pra cada uma, as três eram pra mim. Assim que ele me entregou sem eu ao
menos fazer careta virei todas de uma vez só.

Olhei envolta e a música alta já começava a me envolver.

Puxando as meninas para o meio da pista, comecei a balançar meu corpo no ritmo da música.

Tudo o que eu mais quero nessa noite é esquecer de tudo.

•••

Alguém me explica como de repente tequila começou a ter gosto de água? Porque eu já devo estar no
meu quinto ou sexto shot e aquela leve ardência que dá logo no começo, eu já não sinto mais.

Segurando um long neck pra cima, eu remexio meu corpo ao ritmo do Reggaeton que toca.

Saudades de uma festa brasileira onde tocam aqueles funks que em grande parte dele diminui as
mulheres, mas todo mundo não tá nem aí pra letra porque o importante é a batida envolvente que nos
faz descer até o show.

Viro um gole de cerveja em meus lábios e levo minhas mãos até meu cabelo fazendo uma dança.

A essa altura do campeonato eu já nem sei mais onde minhas amigas se encontram.

Provavelmente devem estar transando com algum desconhecido qualquer desse lugar lotado.

Eu tô de boa em relação a isso, todo homem que tentou se aproximar eu simplesmente os dei um belo
de um fora e voltei ao que mais importa.

Dançar e encher a cara.

Estava tão envolvida com a batida da música, que tomei um susto quando senti duas mãos tocarem
meu quadril e me puxar mais para si.

Me virei pronta para acertar um tapa no atrevido que ouso tocar em mim.

Porém, sou surpreendida pelo moreno de um e oitenta e seis que há mais ou menos um ano eu deixei
pra trás junto com a minha vida em Londres.

Jude Bellingham.

Ele olhava para mim com um sorriso de canto nos lábios, enquanto aparecia analisar meu rosto.

Respirei fundo e isso me deu a oportunidade de sentir seu cheiro, puta merda, quanto eu senti falta
disso.
Mordo meu lábio inferior.

— Finalmente te encontrei. — ele fala gritando em meu ouvido devido a música alta

Aí caralho, fico completamente fraca quando escuto esse sotaque britânico fodidamente delicioso.

— E você estava me procurando? — faço uma piadinha e ele dá uma risada

Sua risada grave e rouca fez todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, engulo em seco reprimindo
todos os pensamentos impuros que se passaram pela minha cabeça agora.

— O tempo todo, desde quando você me largou. — ele responde em um tom de voz divertido

— Gatinho... Eu já disse... — me solto dos seus braços — Não sou passarinho pra viver presa. Gosto
de ser livre. — finjo um brinde antes de levar a cerveja até meus lábios

— Certo... Mas que tal só por essa noite, a gente relembrar os velhos tempos? — ele morde o lábio
inferior

Esse gesto me fez olhar para seus lábios, puta merda, como que resiste? Me fala.

Com um sorriso sacana em meus lábios me aproximei mais dele, fazendo nossos corpos se roçarem
um contra o outro.

Levei minha mão até o bolso da sua calça e puxei de lá exatamente o que eu queria.

Ergui a sacolinha no ar e balancei mostrando a ele.

— Pelo velhos tempos? — sorri de um jeito pervertido

Jude não disse nada, apenas pegou a sacolinha da minha mão e a abriu tirando um dos papelzinho lá
de dentro.

Coloquei minha língua pra fora e olhei para ele de um jeito sexy, ele deu uma risada e colocou o
papelzinho em minha língua.

Quando a coloquei de volta dentro da boca fiquei observando Jude fazer o mesmo.

Envolvo meus braços envolta do seu pescoço e mordo meu lábio inferior mais uma vez olhando para
seus lábios.

Segurando uma mão em minha cintura e outra colocando dentro do meu cabelo, ele deu início a um
beijo.

Nossas línguas disputavam por espaço e o seu gosto de whisky com bala de menta só me fazia querer
mais.
E tenho certeza que não vai demorar muito pro LSD fazer e efeito e nós dois acabamos chapado
transando dentro do banheiro.

Que delícia. Era tudo o que eu precisava pra essa noite.


CAPÍTULO TRÊS
ELOISA

Sabe aquela sensação de que um trator passou por cima de você e logo em seguida ele deu ré só pra
ter certeza de que te matou? Pois é, era exatamente assim que eu estava me sentindo nesse momento.

Amaldiçoado seja a pessoa que esqueceu essa cortina aberta.

Fui despertada com o sol batendo em meu rosto e lentamente vou abrindo meus olhos ainda me
acostumando com a claridade.

Minha cabeça doía e todo meu corpo também, de fato parecia que um trator havia passado por cima
de mim.

A noite de ontem não passa de um vulto, não consigo me lembrar de nada.

Minha última lembrança é de Jude fazendo um body shot nos meus seios, depois disso, tudo não se
passa de um grande vazio.

Sinto um peso em minha cintura e olhei para baixo vendo ser um braço, não tinha dúvidas sobre quem
era o dono desse braço.

Me remexi na cama e me viro para ele o vendo dormir em um sono pesado, chega o mesmo babava.

Acabei dando uma risada.

Levantei da cama e um pouco cambaleando caminhei em direção ao banheiro, acendo a luz e encarei
meu reflexo no espelho fazendo uma careta.

Eu estou horrível, meu cabelo parece um ninho de passarinho, meu rímel está borrado e um dos cílios
postiços que usava ontem, estava grudado em minha bochecha.

Pelo meu pescoço havia marcas de chupões e de dedos. Conhecendo Jude do jeito que conheço, sei
muito bem o porquê dessas marcas dos seus dedos, mordo meu lábio inferior só de pensar.

Odeio não conseguir me lembrar de nada disso.

Nos cós dos meus seios também havia marcas de chupões.

Pelo visto, nada mudou, nem mesmo a velha mania de Jude de sair marcando o corpo alheio.

Revirei os olhos e fui até o box entrando na mesma hora, liguei o registro e deixei a água cair sobre
meu corpo fazendo todos os meus músculos tensos relaxarem.

Por sorte, hoje é sábado e eu não trabalho.


Como meu cabelo estava uma tremenda bagunça, resolvi lavar, afinal de contas, as coisas para cabelo
de Jude são melhores que os meus. Embora seja tudo para cabelos cacheados.

Mas quem se importa? O cheiro é ótimo.

•••

Banho tomado, saio de dentro do box voltando para frente do espelho, pego a escova de cabelo e
comecei a desembaraçar meus fios.

Cantava uma música mentalmente enquanto fazia isso. Só eu que odeio pentear cabelo?

Jude não usa secador, então o jeito vai ser ter que deixar meu cabelo secar ao natural.

Peguei a escova de dentes dele e escovei os meus dentes.

Eu poderia ter procurado pelas escovas de dentes reservas que eu sei que ele sempre deixa guardado,
mas qual é, minha boca já esteve envolta do pau dele, então o que é compartilhar uma escova.

Cuspi a pasta, faço enxágue bucal e pronto. Sem mau hálito, graças a Deus.

Saio de dentro do banheiro e Jude ainda dormia que nem uma pedra em sua cama.

Comecei a olhar em volta reparando seu novo quarto, é bem maior do que o outro de quando ele
morava em Londres.

E está bem mais a cara dele, paredes na cor preto chumbo, com alguns detalhes em dourado, uma
televisão de sessenta polegadas pendurada em um painel branco.

Pelas paredes alguns pôster de filmes da Marvel a qual ele é viciado.

Isso me fez lembrar uma vez de que marcamos de fazer algo e ele queria me obrigar a ver em ordem
cronológica todos os filmes desses super-heróis.

Mas é claro que não vimos filme algum, já que antes mesmo dos primeiros vinte minutos, eu me
encontrava sem roupa em cima dele.

Na parede onde ficava a cama, havia três quadros com camisas dentro, uma camisa era do Borussia, a
do meio era da seleção inglesa e a outra era do seu atual time, Real Madrid.

Esse lugar não poderia estar mais a cara dele.

Parando de olhar o lugar, olhei pelo chão à procura de algo para vestir.

Encontrei o vestido que eu usava ontem e um pedaço de pano rasgado que eu deduzo ser minha
calcinha. Ótimo.

Sem opção, peguei uma blusa dele que estava jogada em cima da cadeira do computador e a vesti.
Percebi ser a camisa do time dele. Até que eu fiquei bonitinha.

Eu poderia voltar pra cama e esperar Jude acordar, mas minha barriga roncava mostrando que
precisava de comida.

Acho que ele não vai se importar de eu descer e tomar café da manhã.

Então, vou em direção a porta e saio de dentro quarto, atravesso o corredor e enquanto fazia isso pude
reparar mais quadros espalhados, dele jogando, dele com o irmão, dele com os pais.

A propósito, eu fiquei chocada quando vi uma foto do pai dele pela primeira vez, os dois não tem
absolutamente nada em comum, a começar pela melanina. Enquanto Jude é preto, seu pai é tão branco
quanto uma folha A4.

E graças a Deus, por isso, porque é como já diz aquele áudio do tiktok:

"Qual o estilo de homem que te atrai?"

"Os pretos!"

Não é por nada não, mas um pretinho é um pretinho.

Desço a escada e levemente arregalei os olhos ao vê o tamanho desse lugar, tudo bem, eu vou
conseguir encontrar.

Seguindo a minha intuição e de acordo com as vozes da minha cabeça, segui em uma direção que eu
deduzia ser a cozinha.

E bingo, eu estava certa, realmente era cozinha.

Fico de queixo caído ao ver o tamanho dela, fora os eletrodomésticos tudo de última linha.

A geladeira duas portas, preta, reluzente, com certeza era o charme.

Vou até os armários e começo a vasculhar, praticamente tudo vazio, acho que alguém está precisando
fazer o mercado do mês.

Mas depois de muito procurar, encontrei uma caixa de cereal, a tomei em mãos e abri os armários a
procura de qualquer coisa que desse pra colocar dentro.

Encontrei uma vasilha de fundo, a coloquei em cima do mármore da ilha junto com a caixa de cereal e
fui até a geladeira.

Segurei as alças e puxei as portas, tomei um susto quando a mesma começou a falar.

"Bom Dia, Bellingham! Hoje o dia está fazendo trinta graus, recomendo que beba bastante água e use
protetor solar."
Ca ra lho. Eu definitivamente quero uma geladeira dessa.

Será que ela me responde qual o número de algum famoso?

Peguei o leite e fechei a geladeira tomando cuidado, vai que eu arranho, né.

Volto para a ilha com o leite em mão e coloco os flocos do cereal na tigela, logo em seguida
colocando o leite.

Não é um grande café da manhã, mas é alguma coisa, eu até faria uma café, mas Jude sendo o bom
britânico raiz que é, prefere tomar chá.

Então nem adianta fazer só pra mim tomar.

Comia tranquilamente em pé apoiada na ilha ouvindo apenas o som dos passarinhos que entravam
pela janela e o barulho dos meus dentes quebrando os cereais.

Na direção que estou, tem uma porta de vidro onde eu consigo enxergar uma maravilhosa piscina.

É, devo admitir que a virada de chave na vida de Jude foi das grandes.

Antes seu apartamento mal cabia nós dois e isso porque ele morava com os pais e o irmão mais novo.

Viajei tanto nesses pensamentos que sou trazida de volta com duas mãos envolvendo meu quadril e
um cheiro no meu pescoço.

Quando foi que ele entrou na cozinha?

— Bom dia! — escutei sua voz rouca de quem acabou de acorda ao pé do meu ouvido

Hm... Se normalmente esse sotaque britânico já me deixa doida, assim mais rouco, consegue ser mais
sexy ainda.

Mordi meu lábio inferior e me virei para ele colocando meus braços em volta do seu pescoço.

— Bom dia, gatinho. — sorri para ele

Jude aproximou nossos lábios e me deu um beijo daqueles que só ele sabe.

Suas mãos foram até minha bunda a apertando e dando impulso para que eu conseguisse sentar em
cima da ilha.

Sinto seus dedos correrem por minhas coxas nuas brincando com a barra da camisa.

Ele estava no meio das minhas pernas, então apenas as entrelacei envolta do seu quadril o puxando
mais para mim.
Mordo meu lábio inferior e fecho meus olhos sentindo seus lábios descerem para o meu pescoço.

Cedo demais para um foda na cozinha?

Parecendo adivinhar meus pensamentos ele se afastou dando uma risada fraca.

— Conseguiu encontrar algo pra comer? — ele pergunta se afastando

Me encontrava ofegante e excitada e o filho da puta sabe muito bem disso.

— Ah, tô comendo a única coisa que achei nessa casa, né. — comentei suspirando frustrada

Peguei a tigela e levei uma colher cheia de cereal até a boca.

— Tô precisando fazer o mercado, desde quando me mudei ainda não comprei nada. — ele comenta
se servindo com um copo d'água

— Percebi... — comentei com ironia

Ele olhou pra mim parecendo me analisar e se aproximou colocando seus braços um de cada lado.

Olhando para os meus lábios eu poderia jurar que ele ia me beijar novamente e finalmente me fazer
lembrar da noite de ontem me fudendo aqui, bem em cima dessa ilha.

Mas não, ele apenas comeu meu cereal.

— Vai pro inferno, Bellingham! — falei e ele riu de boca cheia

— Não é que eu não queira, gatinha, é só que eu tenho treino daqui meia hora. — ele fala

E pela primeira vez desde quando começamos a conversar, notei que ele estava usando uma roupa
casual.

— Dá pra fazer muita coisa em meia hora. — comento com malícia e ele ri

— Você só pensa nisso, né, safada! — ele aperta meu rosto com uma certa força

— Eu não lembro de nada do que aconteceu ontem a noite... — bufei e ele solta meu rosto

— Sendo bem sincero, nem eu. — ele comenta em um suspiro

— Ficamos tão chapados assim? — dei uma risada fraca

— É um dos efeitos colaterais do LSD, né. — ele fala dando de ombros

Ele odeia falar sobre isso. Até porque, apesar de usar, ele sabe que não é o correto.
E é por isso que eu me lembrei do porque me afastei dele, Jude é uma pessoa boa demais para uma
pessoa quebrada como eu.

Desci da ilha e o dei um sorriso fraco.

— Vou pegar minhas coisas e vou embora. — o aviso

— Espera... Que? — ele fala — Não, que isso! Eu já tô de saída, eu te deixo em casa. — ele sugere

— Jude, a menos que nesse meio tempo em que nos paramos de falar você tenha tirado a carteira...
Creio que isso não será possível. — o lembro dando uma risada

— Putz... É verdade, eu tinha esquecido desse detalhe. — ele bate a mão no rosto

— Tá tudo bem, eu pego um táxi, sério. — toquei em seu rosto dando um sorriso fraco

— Ou você pode pegar o carro que tá na minha garagem, me deixar o CT do Real e ir pra sua casa,
depois eu peço alguém pra buscar o carro. — ele sugere

Só de ouvir a palavra dirigir, senti meu peito apertar e meu brilho sumir.

— Não! — respondo mais seca do que eu esperava

Vejo a expressão de Jude ficar confusa, mas eu apenas balancei a cabeça negando.

— Elo, tá tudo bem? — ele pergunta preocupado

— Tá, tá tudo bem! Eu só... — suspirei — Vou lá em cima pegar minhas coisas tá bom? — falei
mudando de assunto

Antes que ele me perguntasse mais alguma coisa, eu saí do seu campo de visão.

Eu sei que uma hora vou ter que encarar esse medo de voltar a dirigir.

Mas por hora, eu prefiro não tentar, pra não acontecer o mesmo que ontem.

Talvez no mês que vem, quem sabe.


CAPÍTULO QUATRO
ELOISA

Depois que cheguei da casa de Jude, meu plano de ser mais uma inútil para o país entrou em ação.

Eu simplesmente fui para o meu quarto e me tranquei dentro dele pelo resto da manhã.

Quando deu por volta de meio dia, meu estômago começou a pedir por comida e por sorte ao sair do
quarto e ir até a cozinha, Abby já preparava o almoço.

Fiz questão de ensinar para as duas como se faz o bom e velho arroz com feijão.

Até porque, eu não sou uma grande fã de sushi igual Lola e nem muito fã de temperos fortes igual
Abby.

Mas no final, elas acabaram se adaptando bem à culinária brasileira e hoje em dia a gente só almoça
arroz e feijão.

Durante o almoço aproveitei para contar a elas sobre meu reencontro com Jude.

As duas quase caíram pra trás quando me escutaram dizer isso, já que elas são as maiores apoiadoras
desse "casal" desde quando contei para elas toda a história.

Conversamos também sobre a noite louca de ontem, Abby disse que ficou com um brasileiro e que o
mesmo conseguiu fazê-la ter um orgasmo.

Quase me engasguei com minha comida ao escutar ela dizer isso.

Lola disse que não transou com ninguém ontem e que ficou apenas nos pegas e com bobas com um
carinha que chegou nela.

Quando eu digo que nossas personalidades são totalmente diferentes, é porque realmente são.

Diferente de mim, as duas trabalham ao sábado.

Abby ajuda na empresa do pai e Lola trabalha em um escritório de arquitetura.

Então pelo resto da tarde eu fico sozinha, intercalando entre assistir filmes e séries.

•••

Tomando vergonha na cara, me enfiei dentro do meu quarto mais uma vez e comecei a estudar para as
provas que estavam chegando.

Como eu perdi três semanas de aula, eu não tenho a mínima noção do que pode vir a cair nessa merda,
então, o que me restou foi estudar todo o conteúdo do semestre.
Gosto de estudar fazendo anotações e colar post it com coisas que eu não posso esquecer de jeito nem
um na minha parede.

Só que chegou um ponto, que eu já não aguentava mais ler uma linha sequer, minhas vistas já estavam
doendo, minha bunda estava doendo de ficar tanto tempo sentada na mesma posição.

Resumindo, tudo estava doendo. Eu precisava de uma pausa.

Tirei os óculos do meu rosto e esfreguei meus olhos cansada, as noites mal dormida começava a me
cobrar.

Escutei o toque do meu celular, me mostrando que alguém me ligava.

Me surpreende ao vê o nome de Antony brilhando na tela.

E não, não é o Antony, jogador, gostoso e milionário. Infelizmente.

É só o bocó do meu irmão mais velho.

Antes que a chamada caísse, eu deslizei meu dedo pela tela atendendo e levando o celular até minha
orelha.

— Que demora pra atender essa porra! — é a primeira coisa que Antony me fala

Revirei os olhos e levantei da cadeira indo até minha cama me jogando de costas na mesma.

— O que você quer? — perguntei sendo direta

— Sabe se você tá viva, né caralho, tem quase duas semanas que você sequer responde minhas
mensagens. — ele fala visivelmente irritado

— Não tenho entrado muito em minhas redes sociais nos últimos dias. — falei calmamente

— É, mais custa pelo menos dizer um, "oi, tô viva, tá?". — ele fala em uma tentativa de imitação
ridícula da minha voz

— Eu não falo assim! — faço uma careta

— Ah, você fala! E para de tentar mudar de assunto. — ele diz percebendo minha estratégia

— O que você quer que eu diga, Antony? — suspirei pesado já sabendo onde essa conversa iria nos
levar

— Tem saído de casa esses últimos dias? Tem se alimentado? Bebido água? — ele pergunta e eu dei
uma risada

Às vezes meu irmão parece o nosso pai falando e isso é engraçado.


— Sim, Antony, eu tenho feito tudo! Inclusive já até voltei trabalhar ontem. — falei totalmente
desinteressada no seu drama de irmão mais velho

— Isso é bom, sinal de que você está conseguindo reagir ao luto. — ele toca no assunto

Por alguns segundos eu fiquei em silêncio e ele também, acho que percebeu o que havia acabado de
falar.

Desde quando tudo aconteceu, eu me recuso a falar sobre isso com qualquer pessoa que seja.

No velório, eu fiquei o tempo todo em silêncio, chorando.

Odiava quando as pessoas vinham me abraçar, porque é sempre aquela mesma velha ladainha de dizer
que "Deus sabe de todas as coisas."

Mas a verdade é que eu nunca vou entender do porque justo a minha irmã.

Ela nunca fez mal para ninguém, sempre uma garota alto astral e que cativava a todos em sua volta.

Bianca era uma parte de mim e ela se foi. Pra nunca mais voltar.

Ao todo éramos cinco, agora... Somos quatro.

Antony é o mais velho, tem vinte e cinco anos, engenheiro agrônomo, casado com Patrícia, uma
grande empresária, dona de um salão de beleza e os dois juntos têm uma filha de três anos. Helena.

Tem os gêmeos Bianca e Carlos, com vinte e três anos.

Bianca tinha acabado de se formar na faculdade de contabilidade, ela estava tão feliz por ter
conseguido seu primeiro emprego.

Ah, Bi... Porque?

Carlos é administrador, se formou no ano passado e hoje trabalha com nosso pai na empresa da
família.

David, meu outro irmão, tem vinte e dois anos, atualmente está fazendo faculdade de medicina
veterinária. Costumamos brincar que ele é o nerd da família, literalmente, o garoto vive com o nariz
enfiado nos livros.

E por fim, vem eu, Eloísa, vinte e um anos, que apenas tenta continuar viva.

— Elo, desculpa, eu não queria... — meu irmão fala depois de um tempo

— Tá tudo bem, Antony... — suspirei — Como a mamãe e o papai estão? Ela me liga todos os dias e
diz que está bem, mas tenho certeza de que ela mente. — falei
— Ah, o papai você sabe como é, né?! Ele tem todo aquele jeitão de durão dele, finge que nada o
abala, mas a mãe disse que uma noite dessas o pegou dentro do quarto da Bia vendo algumas fotos...
E a mamãe é aquilo, um dia ela tá bem, no outro dia ela já tá mais na dela. Diz ela que a força dela
vem de nós que ainda estamos aqui e da Helena. — meu irmão conta

— Odeio ver eles sofrendo. — comentei e sinto um nó em minha garganta

— Eu também... — ele faz uma pausa e eu sinto que vem algo.

Já até sabia o que Antony iria dizer e minha resposta estava na ponta da língua.

— Não começa! — falei antes mesmo dele dizer algo

— Mas eu nem disse nada. — ele dá uma risada fraca

— Mas eu sei muito bem que iria dizer. — falei já levemente irritada

— Certo... Certo... Então, não existe mesmo a possibilidade de você voltar? — ele suspira pesado

— Não! — respondi firme — Eu não quero voltar pro Brasil, Antony, minha vida é aqui, em Madrid.

— Elo, os pais sentem a sua falta! E agora que a Bia... — o interrompi

— Para! Não use esse argumento na tentativa de querer colocar algo na minha cabeça. — falei já
totalmente irritada

— Mana... Por favor, você precisa entender que os nossos pais precisam do apoio de toda a família
nesse momento. — ele argumenta

— Não é só porque estou longe que não estou dando apoio, ligo para a mamãe todos os dias. —
respondo me sentindo atacada e até mesmo um pouco ofendida

Antony estava mesmo querendo dizer que eu não sou uma boa filha por não está por perto depois que
a minha irmã morreu?

— Eu sei, eu sei... É só que... — ele suspirou parecendo pensar em suas próximas palavras

— Olha... — dessa vez eu quem soltei um longo suspiro — Tenho que desligar tá bom?

— Elo, não... — o interrompi

— Antes de você me ligar eu estava estudando para as provas e preciso voltar pros estudos, diz para a
Patrícia e pra Helena que eu mandei um beijo. — falei dando um sorriso fraco mesmo que ele não
pudesse vê

— Certo... Eu mando e Elô, por favor, se cuida. — ele fala

— Tchau, Tony. — falei


— Tchau, Elô. — ele me responde

Encerrei a chamada e joguei o celular ao meu lado encarando o teto.

Sempre que converso com Antony ele tenta colocar na minha cabeça que eu deveria voltar pro Brasil
e ajudar nos negócios da família.

Mas se antes da Bia morrer, eu já não queria voltar, imagina agora.

Voltar para a casa dos meus pais nesse momento seria como dar murros em ponta de faca.

Pensativa, peguei meu celular e me preocupei entre meus contatos pelo número dele.

Digitei uma mensagem rápida perguntando se ele topava fazer alguma coisa e não demorou muito
para que Jude me respondesse.

Então marcamos de nos encontrar no seu apartamento daqui meia hora.

Ótimo. Estou mesmo precisando aliviar a cabeça e nada melhor do que sexo casual com um gostoso.
CAPÍTULO CINCO
ELOISA

O domingo passou tão rápido que eu nem vi. Passei o dia todo estudando.

E quando dei por mim já era segunda-feira de manhã e eu estava sendo acordada pelo meu
despertador tocando alertando que já estava na minha hora de ir trabalhar.

Abri os olhos meio sonolenta, não dormi quase nada essa noite, fiquei rolando na cama de um lado e
para o outro.

Encarava o teto do quarto esperando minha alma voltar para o meu corpo.

Jesus, o tanto que eu odeio ter que acordar cedo não está escrito em lugar algum.

Mesmo já sendo quase dois anos nessa rotina, eu ainda não consegui me acostumar em ter que acordar
cedo e acho que nunca vou.

Sem ter outra opção, levantei da cama me arrastando e me dirigi até o banheiro.

Acendi a luz e encarei meu reflexo no espelho. Horrível.

Prendo meu cabelo em um coque e retiro meu pijama, vou até o box e entrei dentro do mesmo ligando
o registro permitindo a água cair sobre meu corpo.

É, vamos para mais um dia de luta. E só de pensar que minhas provas começam hoje, sinto vontade de
chorar.

Quando foi mesmo que a vida virou só pagar conta e chorar?

•••

Para hoje, escolhi como sempre o básico, só que dessa vez optei por uma calça legging preta, junto
com uma blusa branca de manga curta como de costume.

Sem sapatilhas hoje, decidi usar as boas e velhas havaianas, que inclusive eram novinhas, já que eu as
trouxe dessa última vez que fui ao Brasil para o velório da minha irmã.

Uma grande mudança de cultura que me pegou muito foi o fato de que nem em Portugal, nem em
Londres e muito menos aqui em Madrid, absolutamente ninguém usa chinelos de dedo.

Na maioria das vezes eles usam slides e eu acho isso muito engraçado, porque quando eu saio na rua
de chinelos havaianas, todo mundo fica encarando meus pés.

Tive que ensinar as meninas a usar chinelo, já que quando elas me viram usando, quiseram usar
também.
Foi muito engraçado vê-las usando pela primeira vez, as mesmas andavam na ponta do pé. Ou se não,
o chinelo ficava escorregando.

Peguei minha bolsa e saio de dentro do meu quarto, atravesso o corredor e desço a escada vendo
algumas coisas no meu celular.

Tinha mais de dez mensagens só do Antony, Deus me livre, meu irmão é um desesperado e isso
porque nem é tão velho assim.

Depois da Bia, Antony é o segundo irmão com quem eu mais tenho contato, já que ele faz questão de
todos os dias me mandar uma mensagem pra saber como eu estou.

Sem brincadeira alguma, no natal do ano passado ele me enviou um áudio de cinco minutos as duas
horas da manhã, podre de bêbado, falando que me amava muito e que sentia minha falta.

Já fazem três finais de anos que eu não passo em casa, o primeiro ano foi difícil, eu estava em
Portugal, passei a noite de natal sozinha na pequena kitnet que eu havia alugado, maratonando os
filmes clichês de natal da Netflix.

Meu natal em Londres já foi um pouco melhor, a cidade fica extremamente encantadora, coberta de
neve e toda decorada. Fiz meu primeiro boneco de neve.

Esse natal eu passei com Jude, foi simplesmente incrível. Ele fez ser especial.

Agora, vamos ver como vai ser o meu natal aqui em Madrid. Espero que seja bom.

Mas voltando ao assunto, meus irmãos, como eu disse, eu era bem mais ligada à minha irmã.

Até porque, não era nada fácil sermos duas mulheres no meio de três homens. Quatro se contarmos
com nosso pai.

Lembro até hoje a primeira vez que a Bia levou o primeiro namoradinho lá em casa aos quinze anos.

Enquanto minha mãe estava toda animada e orgulhosa por ver a menina dela namorando, meu pai e
meus irmãos pareciam que estavam em um velório.

Até mesmo David que costuma estar mais na dele, naquele dia estava todo nervosinho.

E quando o menino chegou, foi como se ele estivesse acabado de entrar no batalhão para se alistar pro
exército.

Meu pai e meus irmãos fizeram tantas perguntas para o coitado, que eu pensei que ele ia desistir na
hora de continuar com a minha irmã.

Porém, eu estava completamente enganada, Henrique foi um anjo na vida de Bianca.

Era visível o quanto os dois se amavam, ele tratava ela como uma princesa.
Não é atoa que no ano passado, os dois ficaram noivos. Ele havia feito uma surpresa pra ela no dia da
sua formatura.

Bianca ficou tão feliz, lembro como se fosse hoje da carinha dela ao ver o anel de noivado.

Todos os dias quando fazíamos chamada de vídeo ela fazia questão de ficar se exibindo com o anel.

O casamento estava previsto para acontecer ano que vem, mas infelizmente, os planos mudaram.

Henrique estava arrasado no velório, ele não saiu do lado do caixão por sequer um minuto, ficava toda
hora fazendo um carinho no rosto da minha irmã e dizendo que a amava muito e que eles ainda iriam
se encontrar em outras vidas.

E na hora do enterro, dava dó de olhar para ele.

Andei perguntando dele para minha mãe esses dias e ela disse que mesmo diante toda a dor ele está
tentando seguir a vida dele.

Tem ido aos treinos e no primeiro jogo depois do fático acidente, ele marcou um gol e homenageou a
minha irmã com uma camisa.

Minha mãe até me mandou fotos e confesso que fiquei emocionada.

Ele é jogador de futebol, joga pelo Corinthians, ainda é garoto de base, mas minha irmã sempre dizia
que um dia ele ia se tornar um grande jogador e que pra ela, ele já era o melhor do mundo.

Quando eu comecei a sair com o Bellingham, Bia contou pra ele e Rique simplesmente surtou,
praticamente me implorou por uma camisa autografada.

Então no natal, eu fiz esse favor pra ele e mandei a camisa autografada junto com um vídeo onde Jude
dava um recado para ele.

Bia gravou um vídeo mostrando a reação dele e foi simplesmente hilária, no outro dia ela me disse
que ele havia dormido com a camisa.

São momentos como esse que eu quero guardar na minha memória, por isso evito tanto falar sobre a
morte dela.

Dei um grande suspiro e entrei na cozinha, vendo só Lola sentada à mesa tomando café.

— Bom dia! — falei e ela olhou pra mim

— Ah, bom dia! — ela sorriu

— Cadê a Abby? — perguntei indo até a geladeira


— Parece que a mãe dela caiu da escada ontem a noite e ela teve que ir pra casa dos pais. — Lola
explica

— Meu Deus, mas a mãe dela está bem? — olhei para ela preocupada

— Bem, pela mensagem que Abby mandou no nosso grupo, sim... Foi só um susto. — Lola fala
tranquila

Sei que essa fala dela foi só para me dar uma alfinetada sobre o fato de eu nunca olhar as mensagens
do nosso grupo.

Eu só entro nele quando a gente sai juntas e eu preciso avisar alguma coisa.

Como hoje eu iria de ônibus para o trabalho, até porque eu estou precisando economizar, tomei um
rápido café da manhã e me despedi de Lola.

O ponto de ônibus não era muito longe, e graças a Deus as ruas de Madrid pela manhã são bem
tranquilas.

•••

Trinta minutos depois e eu já me encontrava em frente a casa da família Gavira, me aproximei da


porta e usei a chave reserva que fica comigo.

Entrei e logo de cara estranhei o fato de ouvir barulhos de alguma coisa vindo da cozinha.

Será que Sofia já acordou?

Caminhei em passos lentos até a cozinha estranhando, geralmente a essa hora já não tem mais
ninguém além da Soso em casa.

Quando cheguei na porta da mesma, meus olhos se arregalaram e eu levei minhas mãos até a boca de
queixo caído.

Puta merda, imediatamente me virei de costas envergonhada.

— Caralho! — escuto a voz dele

Sai praticamente correndo da cozinha sentindo meu coração acelerado.

Estava me preparando para subir a escada quando senti alguém segurar meu braço.

— Me solta! — gritei no susto o acertando um tapa

— Eloísa, calma! Eu posso explicar. — ele fala ofegante

— Explicar o que? Que você estava traindo a sua esposa dentro da própria casa dela? — perguntei
puta da vida
Pois é, eu simplesmente acabei de pegar o senhor Olavo, esposo da Senhora Almudena, transando
com outra mulher na cozinha.

Sem conseguir esconder eu olhava para ele com uma certa cara de nojo.

— Olha... — ele suspirou passando a mão no cabelo — Não era pra você ter visto, foi tudo um grande
mal entendido...

— Ah, claro... — dou uma risada sarcástica — Já pensou se tivesse sido a Sofia a ter visto essa pouca
vergonha? O que ela ia pensar de vê o pai dela comendo outra mulher que não é a mãe dela? — falei
deixando toda minha raiva transparecer

— Você tá certa e eu sei que estou errado, mas por favor, não conta nada pra minha esposa. — ele
implora

Olhei para ele tentando controlar toda a raiva que eu sentia, respirei fundo por diversas vezes.

Passei a mão em meu cabelo jogando meus fios loiros para trás.

Incapaz de conseguir dizer qualquer coisa que não fosse ofensiva para ele nesse momento, eu apenas
subi a escada em direção ao quarto de Sofia.

Realmente homem é a raça mais nojenta e sem noção que existe.

O cara casado, com uma filha e simplesmente trai a mulher dentro da própria casa deles.

Impressionante. Impressionante.
CAPÍTULO SEIS
ELOISA

Eu simplesmente odeio com todas as minhas forças ter que fazer prova. Quem inventou essa merda de
forma avaliativa tem vaga direto para o inferno sem direito a revogar.

Nunca concordei com essa forma de avaliar o aluno. Afinal de contas, eu sou bem mais do que minhas
notas.

Prova só serve para deixar o aluno ansioso. Porque ele até pode saber o conteúdo, mas chega na hora
de fazer a prova, pronto, simplesmente esquece tudo.

E levando em consideração o fato de que a minha cabeça ainda estava girando em torno do que
aconteceu hoje mais cedo no meu trabalho, eu não sei se estava realmente pronta para encarar uma
prova hoje.

Passei a tarde todinha refletindo se eu deveria contar o que eu vi para a dona Almudena. Afinal de
contas, a coitada precisa saber que está sendo corna.

Mas quando eu paro pra pensar que ela pode ficar ao lado do marido e me mandar embora, eu tenho
arrepios.

Não posso ser mandada embora justo agora, seria mais um motivo para o meu irmão tentar me arrastar
de volta para o Brasil.

Estou na merda de um beco sem saída, conto ou não conto? Eis a questão.

Batia meu pé de uma forma nervosa no chão enquanto assistia a professora passar de mesa em mesa
entregando a folha da prova.

Juntei as mãos aproximando meus dedos dos meus lábios.

Tentava me auto convencer de que eu sabia o conteúdo, e era só ficar calma que ia dar tudo certo.

Respirei fundo quando a professora depositou a folha sobre a minha mesa.

Peguei e passei brevemente meus olhos pelas questões que estavam ali na frente.

Mas sem sombra de dúvidas o meu primeiro desafio foi saber que dia era hoje. Ótimo, já começamos
bem.

Fiquei torcendo mentalmente para que alguém estivesse com essa mesma dúvida que eu e perguntasse
a professora.

Porém, isso não aconteceu. Então eu apenas chutei um número que deduzi ser o dia de hoje.
Logo parti para as questões objetivas, eu sempre faço as questões por ordem eliminatórias, vou
eliminando as respostas que claramente eu sei que não são.

Só que tem um porém, eu sou ótimo em chutar, mas chutar a questão errada.

Respondia as que eu sabia e as que eu ficava em dúvida deixava para tentar resolver depois.

Quando chegou nas discursivas eu senti vontade de chorar, eu simplesmente odeio questões de
justifique a sua resposta.

Me dá vontade de colocar porque eu simplesmente achei que era essa a resposta e escrevi. Euem.

Discursivas prontas e eu voltei a tentar as questões que eu tinha deixado para o final, porque umas eu
não sabia as respostas e outras eu estava em dúvida.

Fiquei tão nervosa e tão centrada na minha prova, que nem mesmo vi a hora passar.

Até mesmo me assustei quando ouvi a professora falar em voz alta.

— Faltam trinta minutos para o final da prova! — ela alerta olhando em seu relógio de pulso

Mas já? Parece que eu literalmente acabei de pegar minha prova.

Tentando manter a calma, voltei a focar nas questões e não deu outra, tive que partir para o famoso
"uni, duni, tê".

Só espero que dê certo.

Marcando minha última questão, revisei minhas respostas tanto discursivas quanto objetivas e rezei
para que desse tudo certo.

Levantei e sentindo meu coração bater forte no peito caminhei em direção a mesa da professora
deixando minha prova ali.

Ela olhou pra mim e deu um sorriso fraco que eu retribui.

Saio de dentro da sala sentindo minhas pernas trêmulas.

Deus, eu só preciso de mil pontos, será que é pedir demais? E o pior é saber que amanhã tem mais
dessa sessão de tortura.

O que eu fiz pra merecer isso senhor?

•••

Passei no supermercado e fiz algumas comprinhas, coisas básicas, como morango, chantilly, calda de
chocolate e um vinho branco.
Depois de passar minhas compras no caixa, paguei e sai de dentro do supermercado.

Caminhava pelas ruas de Madrid com as sacolas nas mãos sentindo o vento soprar em meu rosto
bagunçando meu cabelo.

Minha cabeça ainda está a mil por horas por causa da prova e por causa do meu patrão que é um
escroto.

Por que isso tinha que acontecer justamente comigo? Por que logo eu tive que ver aquela cena
desprezível?

Não que eu nunca tenha visto duas pessoas transando antes. Até porque, quantas vezes já compartilhei
quarto com amigas.

Comecei minha vida sexual com dezessete anos, diferente do que nos filmes, séries e novelas
romantizam, a primeira vez é uma porra.

Sei que cada pessoa tem uma experiência totalmente diferente. Mas a minha foi horrível.

O cara era até gente boa, era um ficante meu da época, ele fez de tudo para que eu me sentisse
confortável e a vontade, mas de nada adiantou.

Doeu e doeu pra um caralho, os cinco primeiros minutos são os piores, quando você sente entrando é
como ir ao céu e voltar. E não é no sentido bom.

Até mesmo tive um pequeno sangramento, mas nada demais.

Mas o perigo vem depois da primeira vez, ao invés de ficar traumatizada com a dor, não, você quer
mais.

Eu particularmente não tenho tabu nem um ao falar sobre sexo, inclusive amo falar sobre isso e mais
ainda praticar.

Já transei com caras de todos os tipos, ricos, pobres, nerds, badboys, até mesmo tentei experimentar
sexo com outra mulher e sexo a três.

Na minha gaveta da mesa de cabeceira tem vários tipos de vibradores.

Eu também adoro uns brinquedinhos na hora do sexo, confesso.

Minha vida sexual é uma loucura daquelas e acho que foi por isso que Jude e eu nos demos tão bem.

Ele sempre compra minhas ideias malucas.

Fora da cama, eu adoro passar uma vibe de mulher empoderada, que não dependo de macho pra porra
nem uma.

Mas na cama, é só me chamar de "minha" que eu me derreto na hora.


Em frente ao prédio de Jude, entrei e passei pelo porteiro já indo direto pro elevador.

Ao entrar dentro da grande caixa de metal, apertei o botão com o número do andar dele e quando as
portas se fecharam aproveitei para olhar meu reflexo no espelho ajeitando meu decote e meu batom
vermelho.

Não demorou muito para que as portas se abrissem e eu sai de dentro do mesmo indo até a porta do
seu apartamento.

Fecho o punho e dou três batidas na porta.

Logo escuto a mesma ser destravada e ele a abrir, meus olhos percorrem pelo seu corpo o vendo
apenas de toalha na minha frente.

Não fez sentido mas que beleza visão.

— Elô? Tá fazendo o que aqui? — ele pergunta confuso

— Vim te ver, por que? Não posso mais? — faço biquinho e ele riu

— Não, não é isso! É só que eu não esperava. Mas entra. — ele fala me dando espaço

Passei por ele e quando cheguei no meio da sala me virei para encará-lo.

— Trouxe umas coisinhas pra gente. — mostrei a sacola em minhas mãos

— Deixa eu adivinhar... — ele finge pensar — Morangos e chantilly? — dei uma risada

— Sou tão previsível assim? — perguntei revirando os olhos

— É... — ele fala fazendo um falso desdém

— Eii! Não faz assim. — fingi estar brava e ele riu

— Vou só lá colocar uma roupa e já desço pra gente conversa, pode ser? — ele fala e eu ergo uma
sobrancelha

— Não sei pra que colocar roupa, não dou nem vinte minutos pra elas estarem fora do seu corpo
novamente. — falei com malícia

— Meu Deus, garota, você é muito pervertida. — ele brinca e eu dou de ombros

Me jogo no sofá e ele dá uma risada anasalada indo em direção a escada.

Retiro as coisas que eu comprei de dentro da sacola as colocando em cima da mesa de centro.

Levantei e fui até a cozinha para pegar duas taças de vinho.


Sim, eu já estava me sentindo em casa depois de duas noites passadas aqui.

•••

Encho a minha taça pela terceira vez, já começava a sentir o álcool falar por mim a cada gota.

Jude e eu estávamos sentados no chão rindo horrores de antigas lembranças.

Conversamos sobre tudo, ele me contou como está sendo a adaptação no novo time e eu o contei
como está sendo minha vida de universitária.

O poupando da triste história de ter perdido a minha irmã e enfim.

— Eu peguei o meu patrão transando com outra mulher que não era a esposa dele hoje. — falei de
repente e escuto Jude se engasgar com o morango que acaba de colocar na boca

— Espera, que? — ele pergunta dando leve batidas no peito

— Pois é, e agora eu não sei se conto pra minha patroa e arrisco perder o empregou ou se fico na
minha e finjo que não sei de nada. — suspirei

— Nossa... Uau... Eu realmente não sei o que te dizer. — ele fala

Olhei para ele e ele olhou pra mim, nós dois em silêncio apenas escutando a respiração um do outro.

— Tá afim de ficar chapado? — perguntei aleatoriamente

— Que? — ele deu uma risada nervosa

Peguei minha bolsa que estava em cima do sofá e a abri tirando de dentro dela seda e erva.

Sempre compro com um colega da faculdade e deixo guardado na minha bolsa para ocasiões
especiais.

Comecei a bolar o cigarro na frente de Jude que apenas me encarava.

Passei a língua lentamente e de uma forma sexy sobre a seda fazendo questão de olhar para ele,
atraindo seus olhos para meus lábios.

Cigarro feito, peguei o isqueiro e acendi levando até meus lábios dando um trago.

— Toma! — falei com Jude

— Elô, eu não sei se é uma boa ideia. — ele fala receoso

— É só maconha, Ju... Te garanto que é menos pesado do que o LSD. — falei soltando a fumaça no ar
Ele suspirou e pegou o cigarro da minha mão dando um trago, logo em seguida começando a tossir.

Acabei dando uma risada e peguei o cigarro de volta quando ele me devolveu.

Não demorou muito para que a brisa começasse a bater e junto com ela a fome.

Peguei um dos morangos que ainda tinha e o enchi de chantilly levando até minha boca, deixando um
pouco cair.

Lambi meus dedos e conseguia sentir Jude olhando pra mim, ele também já tinha entrado na onda.

— Tá sujo aqui. — ele fala aproximando sua mão

Sinto seu dedão tocar o canto inferior dos meus lábios e deslizar o mesmo lentamente pela região.

Enquanto ele fazia isso ficamos nos encarando por alguns minutos.

E em fração de segundo eu segurei seu rosto juntando nossos lábios dando início a um beijo quente
onde nossas línguas brigavam por espaço dentro da boca um do outro.

Subi em seu colo sentando especificamente em cima de seu pau.

As mãos deles vagaram por minha cintura indo parar em minha bunda a apertando com força me
fazendo roçar em seu colo.

Gemi entre seus lábios e eu sinto ele descer a boca para o meu pescoço deixando alguns chupões ali.

Tombei minha cabeça para trás apoiando minhas mãos em seus ombros largos.

Fiz questão de eu mesmo tirar minha blusa e ficar apenas de sutiã de renda em sua frente.

Ele desce seus lábios para meus seios deixando uma leve mordida em minha clavícula.

Mordo meu lábio inferior subindo e descendo em seu colo.

Eu me sinto quente e faminta.

Ofegante ele se afasta um pouco e estende a mão para pegar algo, quando ele volta com a mão
percebo que era a lata do chantilly.

Sorri maliciosa já sabendo no que isso ia dar. Ou melhor dizendo, que eu ia dar.
CAPÍTULO SETE
ELOISA

Geralmente depois de uma foda com Jude, eu costumo dormir bem e levando em consideração o fato
de que eu estava chapada, pensei que iria ajudar mais ainda.

Só que não ajudou. Passei a noite toda pensativa no que eu tinha visto no trabalho.

E a verdade era que eu não sabia se conseguiria continuar mantendo esse segredo da dona Almudena.

Ela sempre me tratou tão bem, sempre foi muito gente boa, eu não posso simplesmente fingir que não
sei que o marido dela a anda traindo debaixo do próprio teto.

Fiquei tão pensativa nisso que acabei adormecendo.

Acordei com meu despertador tocando, eu odiava esse som irritante.

E levando em consideração o fato de que eu não fazia a mínima ideia de onde meu celular havia ido
parar, foi mais de meia hora com o maldito som pelo quarto.

Jude até mesmo reclamou rolando na cama e colocou um travesseiro na cabeça tentando evitar o som.

Quando finalmente encontrei meu celular, desliguei o despertador soltando um suspiro aliviada.

Me joguei na cama, encarando o teto pensativa.

— Eu consigo fazer isso... — falei para mim mesma

Tentando ser confiante, levantei novamente da cama e me dirigi até o banheiro do quarto de Jude.

Entrei no box e liguei o registro deixando a água cair sobre meu corpo.

Deslizava a bucha cheia de sabão pelos meus braços cantarolando uma música qualquer que ouvi no
meu tiktok esses dias.

Me assustei quando escutei a porta do box ser aberta. Claro que sabia quem era, mas eu não estava
esperando por isso.

Sinto suas mãos segurarem meu quadril e ele me girar em sua direção me fazendo dar um grito
surpresa e logo em seguida ri.

Enrosquei meus braços envolta do seu pescoço e dei um sorrisinho.

— Bom dia... — ele fala retribuindo meu sorriso

— Bom dia, gatinho. — falei descendo meus olhos para seus lábios
Entendendo muito bem o recado, ele enfiou uma mão dentro do meu cabelo e tomou meus lábios para
si dando início a um beijo intenso e quente.

Arfei quando suas mãos apertaram fortemente meu quadril e ele me fez se chocar contra a parede
gelada.

Se afastando, ele segurou meu queixo com uma certa força e me fez o encarar dando um sorriso
cafajeste de canto enquanto eu o olhava ofegante, inebriada pelo tesão.

O senti beijar meu pescoço e descer com a língua até um de meus seios, gemi quando o senti sugar
levemente meu bico e raspar os dentes ali, fazendo todo meu corpo se arrepiar.

— Bellingham... — gemi pelo seu apelido

Eu sabia que isso o fazia ficar maluco e respondendo da forma que eu queria, ele se ajoelhou em
minha frente, sinto o ar ser tomado pela expectativa.

Meu pulso está acelerado e fica mais ainda quando o sinto ergue uma de minhas pernas e colocá-la em
seu ombro.

Ele a todo momento olhava para mim fazendo questão de ver cada expressão de prazer em meu rosto.
Cafajeste.

Sinto sua língua deslizar para dentro de mim e eu gemi surpresa sentindo meus peitos subir e descer.

Minha garganta seca e eu fecho os olhos mordendo meu lábio inferior enquanto sinto sua língua
deslizar de uma forma lenta e provocadora por meu clitóris.

Aproveitando o momento, sinto todo meu corpo relaxar, toda aquela tensão e nervosismo que eu
estava sentindo antes acaba de ir embora diante da boca de Jude me chupando de uma forma delirante.

Levei minhas mãos até dentro do seu cabelo e puxei seus cachos para cima com uma certa força.

Isso fez ele reagir e me sugar de uma forma mais forte, gemi e abri os olhos olhando para ele que me
encarava entre minhas pernas.

Se existe uma visão melhor do que essa, eu desconheço.

Dei um sorrisinho malicioso e mordi meu lábio inferior puxando meu lábio de uma forma lenta
olhando para ele.

O sentir dá uma risada e então ele aperta minhas coxas deslizando as mãos por minha bunda me
trazendo mais para os seus lábios.

Tombei minha cabeça para trás deslizando minhas mãos até meus próprios seios os estimulando.

Sinto todo meu corpo reagir de forma rápida, ficando mais fraco ao sentir que eu gozei em sua boca.
Minha respiração estava ofegante e eu me sentia embriagada.

Ele se levanta e olha pra mim limpando o canto da boca, fazendo questão de levar o dedo até a mesma
o chupando.

— Eu te odeio! — falei ofegante e ele riu

Me joguei em seus braços o beijando, sentindo meu próprio gosto em sua boca.

Novamente ele me colocou contra a parede e eu pude o sentir roçar contra minha entrada.

Mas antes que ele me fodesse aqui mesmo contra essa parede gelada, debaixo dessa água.

Infelizmente eu tive que o impedir.

— Gatinho... — falei me afastando de seus lábios — Não dá tempo, tô atrasada.

O escuto suspirar frustrado, então encosta a testa na minha ofegante.

— É sério? E como fica a minha situação? — ele pergunta quase em um sussurro

Dou um sorrisinho e deslizo minhas mãos por seu peitoral até chegar em seu pau.

Deslizo lentamente meus dedos por sua base fazendo um movimento de vai e vem.

Ele ergue a mão a apoiando na parede atrás de mim enquanto gemia.

Eu amava isso, amava escutar os gemidos, ver as expressões de prazer, sentir o desejo da pessoa em
gozar e principalmente de me sentir envolta do seu pau.

Pra mim isso às vezes valia mais do que a penetração em si.

Já que foi raro as vezes em que um homem conseguiu me fazer ter um orgasmo de verdade.

É por isso que a minha foda e a de Jude da tão certo, a gente sabe exatamente o ponto fraco um do
outro.

Dou um sorriso satisfeita quando sinto seu líquido quente e um pouco pegajoso ser despejado em
minha mão.

Ele olhou pra mim e suas íris estavam tomadas pelo prazer.

Céus, que ódio não poder sentir esse homem dentro de mim nesse exato momento.

•••
Sem muita opção, tive que vir para o trabalho de táxi hoje, já que a "brincadeirinha" com Jude no
banheiro me ocupou bastante tempo.

E vim de ônibus me faria chegar mais do que atrasada.

Antes de abrir a porta, eu estava pronta e decidida que iria pedir demissão.

Vim o caminho todo pensando nisso e vi que é o certo ao se fazer, já que tenho certeza de que não
conseguirei esconder o que sei da minha patroa.

Meio cautelosa entrei dentro da casa e fechei a porta atrás de mim, estranhei o fato de novamente
escutar barulhos vindo da cozinha.

Não é possível. Mas que falta de respeito é essa?

Pisando forte, caminhei em direção a cozinha pronta para dar um esporro daqueles no senhor Olavo e
naquela amante de quinta categoria dele.

Mas sou surpreendida ao entrar no cômodo e ver que era a dona Almudena.

Ela falava ao celular andando de um lado para o outro, parecendo montar o café da manhã de Sofia
que já se encontrava sentada à mesa vendo um de seus desenhos bobos no ipad.

Suspirei aliviada me sentindo até um pouco envergonhada.

— Lolo! — Sofia falou anunciando que eu estava ali

Mesmo no celular, Almudena olhou para mim e deu um sorriso fraco sussurrando um bom dia, que eu
retribui.

Aproximei da mesa e dou um beijo na Sofia que abriu um sorriso toda boba.

— Olha, eu fiz um desenho pra você! — ela fala animada pegando uma folha que estava sobre a mesa

Tomei aquela folha em mãos e me senti emocionada, era um desenho meu de mãos dadas com ela. Os
traços típicos de crianças, mas não deixava de ser fofo.

— Ah, obrigada, Soso. — a beijei novamente

— Finalmente você chegou! — escutei dona Almudena falar

Olhei para ela que finalmente havia encerrado sua ligação.

— Está tudo bem, senhora? Você já costuma estar no trabalho uma hora dessas. — comentei

— Tá tudo ótimo querida! — ela fala no seu típico bom humor — Eu só tirei um dia para trabalhar em
casa e ficar mais um pouco com a Soso. — ela fala apertando as bochechas da filha que sorriu
Almudena era uma mãezona e tanto, Sofia vive falando o quanto ama sua mãe. Coisa que não a escuto
falar muito do pai.

— Já tomou café? — ela faz a pergunta direcionada a mim

— Sim! Tomei. Obrigada. — respondi sem jeito

Na verdade, não, eu não tinha tomado café da manhã. Já que eu tive que sair praticamente correndo do
apartamento de Jude caso contrário chegaria muito atrasada.

Mas eu que não falaria pra ela que eu não comi.

— Querida, quero te fazer um pedido especial. — ela fala comigo se sentando à mesa junto da filha

— Claro, pode dizer.... — respondi meio desconfiada

— Como você bem sabe, as férias de verão estão chegando e eu resolvi tirar férias junto com a Sofia,
para podermos passar mais tempo juntas, sabe? — balancei a cabeça concordando — Então eu decidi
que vamos passar as férias em Barcelona, na casa da minha irmã.

— Ah... — foi a única coisa que eu disse

Não estava conseguindo entender aonde ela queria chegar com essa conversa.

— Bem, mas o que eu realmente estou querendo dizer é que eu quero te fazer um pedido e esse
pedido seria pra você nos acompanhar nessa viagem. O que me diz? — ela perguntou animada

Espera, o que? Ela está querendo que eu vá junto com ela e a filha para Barcelona e ficar na casa da
sua irmã?

Isso não deveria ser algo de família?!

E nem vamos falar do fato de que até antes de abrir aquela porta eu estava determinada a pedir
demissão.

— Senhora Almudena, eu não sei se isso seria uma boa ideia... Deveria ser algo de família, não?! —
perguntei sem jeito

— Que nada boba! E além do mais, você é da família. — ela diz do jeito eufórico dela

— Agradeço, mas eu realmente acho... — ela me interrompe

— E eu prometo que te pagarei por fora do seu salário, duzentos reais por dia. — ela fala com um
sorriso no rosto

Mentalmente já começo a fazer um breve cálculo de quanto isso daria ao final do mês.

Seis mil euros. Caramba.


Eu ganho mil e quinhentos pra passar oito horas por dia com a Soso no final do mês.

— O que me diz? — ela pergunta e eu suspiro

— Para que dia é a viagem? — perguntei já me dando por vencida

— Segunda-feira que vem. — dona Almudena responde animada

— Certo, se eu não ficar com notas vermelhas na faculdade, aceito ir com vocês. — falei

Dona Almudena comemora falando um "yes" e eu suspirei derrotada.

Eu sou uma fraude, até meia hora atrás estava convicta de que ia pedir demissão.

E agora acabo de dizer sim para uma viagem de trinta dias para casa de uma pessoa que eu não faço
ideia de quem seja.

Olha só que coisa boa. Que maravilha.


CAPÍTULO OITO
ELOISA

O resto do dia foi extremamente produtivo por incrível que pareça. Almudena não quis que Sofia
fosse para a escola hoje, porque queria passar o dia inteiro com a filha.

Estranhei muito isso e algo me diz que tem coisa por detrás disso.

Quando cheguei na faculdade para fazer a prova de hoje eu já me sentia mais tranquila do que ontem.

Tanto que fui até uma das primeiras a terminar.

Ao deixar a prova na mesa do professor ele me deu um sorriso fraco e me desejou boa sorte.

Sai de dentro da sala e resolvi ir para a lanchonete comprar algo para mim comer, afinal de contas, eu
estava faminta.

Comprei um sanduíche natural e uma lata de refrigerante zero. Não que eu seja muito ligada ao meu
corpo e essas coisas, afinal de contas, graças a genética abençoada da minha família, peso nunca foi
problema.

É só questão de gosto mesmo. Parece que o refrigerante zero tem um sabor melhor.

Me sentei em uma das mesas que tem espalhadas perto da lanchonete e desembalei o sanduíche, logo
em seguida abrindo a lata do refrigerante.

Dou uma mordida e pego meu celular que eu havia guardado dentro da bolsa antes de começar a
prova.

Vejo que tinha um milhão de mensagens, eu realmente preciso parar de ignorar as pessoas.

Começo a responder pelos mais importantes, minha família e logo em seguida o grupo das meninas.

Meu queixo cai ao vê que Abby tinha mandado uma foto de visualização única onde claramente ela
está pelada e tem um cara deitado em seus seios.

Na legenda ela dizia: "ocupada, não liguem, tô viva."

Mas que mulher safada. Acabei deixando uma risada escapar por meus lábios.

Sinto uma presença se aproximar de onde eu estava sentada e quando ergo a cabeça me surpreendi ao
vê quem eu menos esperava ver por aqui.

Jude.
Ele tinha um sorriso de canto, uma jaqueta de couro e dois capacetes em mãos, ergui uma sobrancelha
curiosa.

— O que faz aqui? — perguntei

— Pensei em te fazer uma surpresa. — ele fala apoiando as mãos na mesa e aproximando o seu rosto
do meu

— O que as pessoas vão achar de ver um jogador famoso saindo da faculdade com uma garota
desconhecida?! — perguntei de uma forma provocativa descendo meus olhos para os seus lábios

— Eu não estou nem aí pro que as pessoas dizem. — ele fala me dando um selinho e eu sorri entre
seus lábios

Olhei pra ele o analisando quando o mesmo se afastou.

— Então... Veio só pra me dá esse beijo ou... — falei sugestiva

— Tenho algo pra você. — ele fala me estendendo o capacete

— Você está pilotando? — perguntei sem acreditar

— Só é crime, se eu for pego pela polícia. — ele pisca

— Você é maluco! — ri

Levantei e peguei o capacete da sua mão, joguei o resto do sanduíche no lixo junto com a lata de
refrigerante no caminho.

Saímos de dentro do campus da faculdade e lá estava a moto estacionada, novamente eu ri sem


acreditar.

Jude subiu primeiro colocando o capacete e olhou para mim esperando uma reação.

Quer saber? Que se foda, se der merda é história pra contar.

Coloquei o capacete e subi na garupa apoiando minhas mãos envolta da sua cintura.

E o escutei ligar a moto rangendo o motor.

— Se segura firme! — ele fala alto para que eu conseguisse ouvir

Fazendo o que ele pediu, apertei mais ainda meus braços envolta do seu corpo.

Arrancando com a moto, Jude começou a pilotar pelas ruas de Madrid feito um piloto de fuga.

Eu conseguia sentir a adrenalina correndo em minhas veias e o vento batia em meu rosto devido a
viseira aberta.
Paramos em um semáforo e ele trouxe sua mão para trás alisando minha coxa em um carinho.

Confesso que eu estava morrendo de frio e meu corpo inteiro estava arrepiado por causa disso.

Sinal abriu e novamente ele pisou no acelerador. Eu só quero saber pra onde esse menino está me
levando.

Encostei minha cabeça em suas costas abraçando o seu corpo curtindo o momento.

Agora eu lembrei outro motivo de ter me afastado, ele me faz querer sentir.

Me faz pensar no "e se..."

Fiquei tão distraída nesses pensamentos que quando dei por mim, ele estava parando com a moto.

Me afastei do seu corpo e olhei envolta surpresa ao vê que tínhamos parado em frente a um estúdio de
tatuagem.

Desço da moto e retiro o capacete ajeitando meu cabelo.

— O que viemos fazer aqui? — perguntei quando ele desceu da moto

— Mas não é óbvio? Eu vou fazer uma tatuagem. — ele deu uma risada

Ergui uma sobrancelha olhando pra ele sem acreditar.

— Quem é você e o que fez com aquele Jude que morava em Londres? — perguntei chocada

Ele se aproximou segurando minha cintura e eu olhei para cima devido ao seu tamanho.

Aproximando nossos lábios, ele me beijou lentamente. Gemi entre seus lábios.

Nos afastamos e de mãos dadas caminhamos até a entrada do estúdio, ele abriu a porta e me deixou
passar na frente, agradeci.

Por dentro o lugar era estranhamente aconchegante, as paredes em um tom marrom rústico, mesa de
sinuca e uma moto velha que provavelmente nem funciona mais.

Era possível escutar o barulho do motorzinho da máquina que era usada para fazer esses rabiscos na
pele.

Eu tenho uma pequena, mas visível tatuagem de lua nas minhas costas, eu a fiz quando me mudei para
Portugal.

Na minha cabeça aquilo queria dizer que assim como a lua, eu estava entrando na minha nova fase.

Novamente segurando em minha cintura, Jude me beijou.


— E Ai, Yuri, qual a boa?! — Jude fala

O cara grandalhão todo tatuado olha pra gente descendo a máscara que cobria seu rosto, mas mesmo
com ela era visível sua enorme barba peluda.

— Olha só se não é ele, o famoso, o homem, Bellingol! — o tal Yuri fala fazendo Jude rir

— Pelo amor de Deus, não começa! — percebi em seu tom de voz que ele ficou envergonhado

Bellingol? Então era assim que estavam o chamando?

Confesso não ser uma grande fã de futebol, tanto que não é atoa que quando Jude me mandou
mensagem, eu não fazia nem ideia de quem ele era e da fama dele.

Eu só sabia que ele era alguém conhecido por causa do verificado e da quantidade de seguidores.

Até me surpreendi com sua mensagem na época, afinal de contas, meu perfil é composto por seis
fotos minhas postadas há quatro anos atrás. E sou seguida por mil pessoas que eu nem sei de onde
vieram.

— Qual vai ser a boa de hoje? — o tatuador perguntou voltando sua atenção para o cliente que já está
atendendo

— Não sei exatamente o que vou querer, o que me sugere? — Jude fala

Ele ainda estava com os braços envolta da minha cintura em um abraço e eu estava com minha cabeça
encostada em seu peito.

— Que tal algo para homenagear o Madrid? — Yuri sugere

Vejo Jude ficar pensativo.

Confesso que essa não era a ideia de date que eu imaginava, mas acho que vou gostar.

•••

Eu estava sentada observando a bela visão de Jude sem camisa deitado em cima da maca do tatuador.

O ambiente era tomado pelo som da maquininha e uma trap americano.

Jude não quis me deixar ver qual tatuagem ele iria fazer, dizendo que era pra ser uma surpresa e isso
só me deixou mais empolgada do que eu já estava.

Vejo uma mulher de cabelo cor de rosa, cheia de piercing e tatuagens espalhadas pelo corpo sair de
dentro de algum lugar que ficava escondido por uma cortina preta.

Ela se aproximou de Yuri, abaixou a máscara dele e o beijou.


Sinto Jude olhar pra mim e ergue as sobrancelhas diversas vezes brincando e eu acabei dando uma
risada.

— Tá ficando bom! — a moça comenta olhando pra tatuagem de Jude

— Claro que tá, sou eu que tô fazendo. — Yuri se gaba voltando a concentração na tatuagem

— E você? — ela olhou pra mim e eu franzi a testa confusa

— O que que tem eu? — perguntei e ela riu

— Bora fazer uma tatuagem?! — ela fala sugestiva

Mordo meu lábio inferior pensativa, até o exato momento essa ideia não tinha se passado pela minha
cabeça.

— Eu topo! — respondi firme

— Caralho, aí sim! Senti firme em. — ela comenta e Yuri ri

Levantei do lugar onde eu estava sentada e segui a moça de cabelo rosa até atrás das cortinas pretas.

Percebi que era só um lugar que era reservado para mulheres.

Já que até a decoração era diferente desse lado.

Me sentei na maca e meus pés balançavam no ar devido a altura.

— E então... O que vai ser? — ela pergunta colocando as luvas

Olhei pro lado pensativa e entortei a boca de um lado pro outro. Acho que já sei.

Aviso a ela o que eu quero e ela riu me chamando de maluca e corajosa.

Durante todo o processo a gente ficou conversando, descobri que ela se chama Lilian.

Ela acendeu um baseado e perguntou se eu queria e sem nem pensar duas vezes eu aceitei.

Pensei que o que eu iria fazer iria doer mais, só que até que a dor foi suportável.

Quando terminamos, Lilian ergueu um espelho na minha direção para me mostrar o resultado.

Abri um sorriso e ela riu.

— Muito corajosa você! — ela repete


Dei de ombros e coloquei minha blusa novamente sem o sutiã, já que por recomendação de Lilian
devo ficar por alguns dias sem usá-lo.

Saímos de dentro da parte dela do estúdio rindo.

E pelo visto, Yuri também já tinha terminado com Jude. Os dois estavam comendo pizza e
conversando.

— Filho da puta, nem esperou! — Lilian fala com o namorado

— Foi mal gata, tava só na larica. — ele responde de boca cheia

Lilian se aproxima e pega um pedaço de pizza levando até a boca dando uma mordida.

Jude olhou pra mim parecendo procurar pela "tatuagem" e ao não encontrar nada pelo meu corpo, ele
ergueu uma sobrancelha.

— É... Yuri, vamos ali comigo?! — Lilian pergunta ao namorado e eu percebo o jogo dela

Ela queria me deixar a sós com Jude, provavelmente para que eu pudesse mostrar meus mais novos
acessórios.

Por sorte, Yuri entendeu o recado e os dois saíram.

Me aproximei de Jude e ele segurou em meu quadril me puxando para mais perto.

— E então, cadê? — ele pergunta curioso

— Cadê a sua? — ergui uma sobrancelha e ele riu

Me mostrando seu antebraço, eu pude ver que ali ele tinha feito ele mesmo, usando o uniforme do seu
atual time e em sua pose de comemoração.

— Não precisava ter ficado sem camisa pra isso. — falei e ele novamente riu

— Bem... Não, mas eu sabia que isso ia te deixar maluca. — ele fala dando um sorrisinho de canto

— Desgraçado! — acertei um tapa em seu peitoral

— Mas então, cadê a sua? — novamente ele pergunta

Dei uma risada e levei minhas mãos até a barra da minha blusa puxando para cima.

Os olhos de Jude recaíram sobre meus seios e seu queixo caiu não acreditando no que ele via.

Eu escolhi colocar um piercing nos meus seios.

— Puta merda! — ele fala ainda olhando para os meus seios hipnotizado
— Gostou? — perguntei olhando pra ele mordendo meu lábio inferior

— Se eu gostei? Mano, isso ta... — ele não consegue terminar a frase

Dou uma risada e levei minhas mãos até seu rosto aproximando nossos lábios o dando um beijo
quente e intenso.

O empurrei fazendo encosta na maca e subi em cima dele levantando a saia que eu usava.

Suas mãos deslizaram por minhas coxas e eu inclino meu corpo para frente o beijando novamente.

Gemi entre seus lábios quando sinto suas mãos entrarem por dentro da minha saia e apertarem minha
bunda.

Levei minhas mãos até o cinto da calça que ele usava e abri a fivela logo em seguida o botão e o zíper.

Mordi meu lábio inferior olhando para ele com malícia.

Vejo o cafajeste colocar as mãos atrás da cabeça flexionando seus músculos os deixando à vista.

Desci sua calça pelo seu quadril junto com sua boxer.

Já falei que eu tenho aversão por calcinha? As achos extremamente desconfortáveis e apertadas.

Só que nesse momento, agradeci como nunca por esse fato.

Levei seu pau até a minha entrada e apenas rocei sua glande ali para que ele apenas sentisse o quanto
eu estava molhada.

O escutei arfa e perdendo um pouco a paciência Jude trouxe sua mão até meu pescoço me enforcando
levemente, sorri pervertida com isso.

Nos encaixei e deixei um gemido rouco escapar por meus lábios quando o senti me preencher.

Fiquei parada apenas sentindo ele dentro de mim por alguns minutos.

Até sentir suas mãos em minha bunda e ele começar a me movimentar para cima e pra baixo.

Ele segurava firme em meu quadril me fazendo sentar de uma forma rápida, porém incrivelmente
deliciosa.

Tombei a cabeça para trás fechando os olhos com força apoiando minhas mãos em seu peitoral.

O sinto dar um tapa estralado em minha bunda fazendo arder o local onde fui atingida.

— Gostosa! — o escuto falar entre gemidos


Aproximei nossos lábios o beijando, mas não durou muito, após um gemido sair por meus lábios o
sentindo entrar e sair dentro de mim mais fundo.

Sinto seus dedos adentrarem o meio de minhas pernas e ele começar a estimular meu clitóris com eles.

Merda. Sentia minha pulsação acelerada.

Apertei minhas pernas envolta do seu quadril sentindo que estava prestes a gozar.

— Elô... — ele geme pelo meu apelido

Comecei a sentar de uma forma mais rápida e nossos gemidos se misturavam.

Sinto meu corpo amolecer e meus músculos se contraem ao chegar em meu orgasmo.

Ofegante eu olhei para ele sorrindo maliciosa, vendo o prazer em seu rosto e vendo o seu esforço em
não gozar dentro de mim.

Saio de cima dele e ele levanta da maca pegando sua carteira de dentro do bolso da calça.

Vejo ele tirar uma camisinha lá de dentro e rasgar a embalagem apressado e envolvendo seu pau com
o látex.

Me inclino na maca apoiando meus braços ali ficando de quatro.

Olhava para trás sentindo a expectativa aquecer o ar.

Logo o sinto me preencher de novo e começar com estocadas rápidas e precisas, me fazendo gemer.

Suas mãos seguravam firme em meu quadril me fazendo deslizar por suas extensão.

O sentir puxar meu cabelo me fazendo encara o teto, dei uma risada, risada essa que foi interrompida
por um gemido de dor quando o senti acerta mais um tapa em minha bunda.

Dessa vez ele quem riu. Desgraçado.

Não demorou muito pra que eu o escutasse gozar.

— Puta merda, loira. — ele fala ofegante

Ele ainda fica alguns segundos dentro de mim, apenas me sentindo envolta do seu pau, ofegante.

Se deslizando para fora de mim, ele me virou em um único giro e segurou meu rosto me beijando.

Acho que eu nunca vou me cansar disso.


CAPÍTULO NOVE
ELOISA

Bem que Lilian me avisou que essa merda era dolorida. Mal consegui dormir à noite porque não
conseguia achar uma posição correta.

E infelizmente eu gosto de dormir de bruços.

Acordei como sempre pelo som do meu despertador.

Ontem, depois que saímos do estúdio de tatuagem Jude me levou em um drive thru. E comemos
nossos lanches em frente a praia.

Foi uma noite muito agradável, confesso.

Quando olhei meu celular vi que tinha uma mensagem dele me desejando um ótimo dia e que ele iria
passar o dia todo pensando em mim.

Isso me fez sorri que nem uma idiota pro celular.

Mas automaticamente me repreendi, sai fora, não quero compromisso sério.

Sempre foi só sexo e vai continuar sendo.

Levantei da cama e caminhei em direção ao banheiro já tratando de puxar minha blusa do pijama para
cima.

Olhei meu reflexo no espelho, olhando diretamente para os meus seios. Assim como Lilian disse,
estavam um pouco mais avermelhados que o normal e um pouco inchados também.

Mas, isso só conseguiu me deixar mais gostosa do que já sou, puta merda.

Amarrei meu cabelo em um coque frouxo e desci o short do pijama pelas minhas pernas.

Entrei no box, liguei o registro e deixei a água cair pelo meu corpo e enquanto eu tomava banho,
novamente me peguei pensando em Jude e nesses dias em que estamos passando junto, tem sido tudo
tão incrível.

Pena que como eu disse, eu sou uma desgraça ambulante. Eu só trago problemas para as pessoas que
estão à minha volta.

Eu não mereço uma pessoa como Jude, ele é bom demais pra mim.

Uma vez em Londres, me encontrei com a mãe dele, passamos a tarde toda juntas conversando e ela
me contou dos planos e objetivos que tinha para os filhos.
O jeito doce que ela falava de Jude, me fez perceber que ele não merecia uma pessoa como eu por
perto.

Sou toda errada, antes de me conhecer ele sequer tinha experimentado álcool e agora até LSD usa.
Isso pra um atleta é uma merda.

Dou um suspiro. Acho que ficar esse mês longe dele, vai ser bom pra nós dois.

Vai fazer uma semana que nos reencontramos e eu já consegui bagunçar a vida dele de novo. Ele não
merece isso.

Banho tomado, sai do banheiro enrolada na toalha e fui até meu closet vendo o que eu tinha de opção
para hoje já que não posso usar sutiã.

Sem muitas escolhas, optei por um vestido de lastex branco, coloco um short legging por baixo do
mesmo já que eu passo a manhã toda correndo atrás de Sofia.

Faço uma maquiagem básica pra esconder minhas olheiras, passo creme hidratante, perfume e encerro
tudo com um gloss.

Calço minhas havaianas, pego minha bolsa, meu celular e saio de dentro do meu quarto, atravesso o
corredor respondendo as mensagens do meu irmão.

Antony havia me mandado um vídeo de Helena me mandando um beijo. Meu Deus, ela tá crescendo
tão rápido.

Não vou negar, sinto falta de casa, mas ao mesmo tempo eu sinto que já não faço mais parte daquele
lugar.

Minha família gosta do agro, gosta de morar em cidade pequena, acordar cedo, junto com as galinhas
como dizem os mais velhos.

Diferente de mim, que sempre odiei mato, animais de grande porte como vacas e principalmente ter
que acordar cedo, aí, não. Isso definitivamente não é pra mim.

Entrei na cozinha vendo as meninas sentadas à mesa conversando e rindo de algo.

— Bom dia! — falei com elas que olharam pra mim

— Bom dia! — as duas responderam juntas

— Abby, pensei que nem ia dormir em casa. — comentei puxando uma cadeira pra me sentar

— Você sabe que eu não durmo na casa dos caras. — ela comenta mordendo um pedaço de pão

Ah, é, eu havia me esquecido dessa regra. Abby nunca passava a noite, ela conseguia ser ainda pior do
que eu nesse quesito de só querer sexo de uma noite e mais nada.
O lance dela é realmente uma boa foda e tchau. Eu pelo menos ainda fico pro outro dia.

— E você? Não pense que não vimos você chegando com o gostoso do Bellingham tarde da noite. —
Lola comenta maliciosa e Abby sorri

— Ah... Eu e o Jude, a gente é só sexo casual. — dei de ombros

— Onde foram ontem? — Abby pergunta

— Transaram? Quer dizer, é óbvio que transaram, vocês só fazem isso. — Lola fala e ela juntamente
de Abby rir

Isso me fez pensar que é muito verdade, Jude e eu na maioria das vezes não conseguimos passar nem
duas horas inteira apenas conversando.

Não rola diálogo entre a gente.

— A gente foi em um estúdio de tatuagem. — comentei pegando um pedaço de pão

— Ele fez uma tatuagem? Ainw... Deu até calor. — Abby brinca fingindo se abanar com a mão

Olhei pra ela com um olhar de tédio e ela riu da minha cara.

— Sim, ele fez uma tatuagem. E eu também fiz uma coisinha. — falei bebendo um pouco de suco

— O que você fez? — as duas garotas perguntaram juntas e eu ri

Como o vestido é frouxo na região dos seios, eu apenas abaixei o tecido mostrando os piercing, um
em cada bico.

O queixo de ambas caiu e eu ri subindo o vestido novamente.

— Gostaram?! — perguntei sarcástica

— Você é maluca garota. — Abby fala rindo

— Isso deve tá doendo pra caramba. — Lola fala

— Pior que tá, mas o importante é que eu fiquei uma grande gostosa. — pisquei um olho só pra elas

— Quem deve ter amado foi o Bellingham. — Abby comentou

— Ah, ele amou, isso eu posso garantir. — falei mordendo meu lábio inferior me lembrando da transa
no estúdio

— E pela cara, já até estrearam. — Lola fala rindo

— Mas é claro, com a gente não tem perca de tempo. — respondo


— Ai que inveja, queria eu tá dando pra um gostoso daquele todo dia. — Abby fala e eu ri

— Primeiro, que se você transar com o mesmo cara já é milagre. Pode pedir música no fantástico. —
a lembrei e ela balançou a cabeça concordando

— Fazer o que se figurinha repetida no meu álbum não cola. — ela fala dando de ombros

— Queria ter a vida sexual tão ativa quanto a de vocês, mas infelizmente, aqui já não entra mais nada
faz um mês. — Lola diz fazendo eu e Abby a olhar indignada

— Você está há um mês sem transar? — perguntei

— Como? E aquele carinha com quem você tava saindo? — Abby pergunta

— Não deu certo e eu também não consegui sentir nada sexual por ele. — ela bufa

— A gente precisa resolver isso. — falei

— Urgente! — Abby concorda comigo

— Então a senhorita já sabe o que isso significa não é?! — perguntei pra Lola animada

— Que vamos a caça. — ela fala tentando parecer indiferente e eu e Abby comemorarmos

Quando falamos que vamos "a caça" estamos nos referindo a sairmos juntas pra algum lugar bacana,
fazer uma análise e escolher a vítima da noite.

Fazemos isso toda vez que uma de nós está a mais de um mês sem sexo ou quando percebemos está
ficando apaixonada.

Apesar de pensarmos diferente em muitas coisas, a única coisa que pensamos igual é o fato de que
nem uma das três quer compromisso sério.

Somos três ferradas no amor, então vamos curtir tudo que tem pra curtir.

•••

Cheguei no trabalho e dessa vez hoje não tinha ninguém além da pequena Sofia.

Já cheguei a acordando como de costume, dona Almudena sempre pede para que ela acorde bem cedo
pra começar o dia bem.

Essa menina tem uma agenda mais agitada que a minha.

Algumas colegas de escola dela vieram passar a manhã aqui e isso significa que eu tenho além da
Sofia, a responsabilidade de tomar conta de mais duas outras meninas.
Elas estavam se divertindo na piscina enquanto eu preparava um lanche para elas.

Sinto meu celular vibrar no bolso e eu o tomo em mãos vendo ser uma mensagem de Jude.

Automaticamente sinto um sorriso crescer em meus lábios. Merda.

Entrei na mensagem e vi que era uma foto de visualização única, então já até imaginava do que se
tratava.

Apertei em cima da foto e lá estava ele, usando nada além de uma toalha escondendo algo que eu já
conheço muito bem.

Na legenda dizia que ele havia acabado de sair do banho e durante ele pensou em mim.

Mordi meu lábio inferior ao me vim na cabeça a imagem dele se tocando no banho pensando em mim.

Puta merda. Apertei minhas pernas uma na outra.

— Elô! — escutei Sofia me chamar

Isso me fez tomar um susto que quase fez o celular cair das minhas mãos. Caralho.

Respirei fundo e guardei o celular no bolso deixando para responder ele depois.

Peguei a bandeja com os sanduíches e a jarra de suco que eu havia feito levando pra fora onde as
meninas estavam.

— Aconteceu alguma coisa, Sofia? — perguntei pra garotinha

— Não, nada! Eu só queria te mostrar a borboleta que tinha pousado na mesa. — ela fala dando um
sorriso

É impressionante a educação e inteligência dessa menina de apenas oito anos.

Coloquei a bandeja na mesa e as três meninas atacaram rapidamente os sanduíches.

Horas passadas e estava se aproximando do horário delas irem pra escola, então as mães das meninas
vieram buscá-las.

Uma delas já foi, só estávamos ao aguardo da mãe da outra garotinha que enquanto esperava, assistia
desenho na televisão junto com Sofia.

Eu estava sentada no outro sofá mexendo no celular, conversando com Jude.

Até que ouvi a campainha tocar, logo a garotinha se animou já sabendo que era sua mãe.

Peguei as coisas dela e fomos até a porta, quando a abri o sorriso que eu tinha em meu rosto sumiu.
Assim como o da mulher à minha frente.

— Mamãe! — a garotinha fala animada chamando a atenção da mãe

— Ah... Oi meu amor, você se divertiu? — ela perguntou intercalando o olhar entre mim e a filha

— Muito! A Elô é muito legal. — ela fala e eu finjo um sorriso

— Que bom filha, agora se despende da Sofia e da tia. — ela fala

A garotinha se despediu da amiga e enquanto ela fazia eu olhava para a mulher em minha frente como
se estivesse vendo o próprio diabo.

Ela era ninguém mais, ninguém menos do que a outra.

Sim, a amante do senhor Olavo, pai de Sofia e marido de dona Almudena.

Quando as duas foram embora, eu fechei a porta me sentindo um pouco atordoada.

Meu Deus, ele tá pegando a mãe de uma das colegas da própria filha.

Isso consegue ser mais nojento do que eu pensei.


CAPÍTULO DEZ
ELOISA

Última prova do período concluída com sucesso. Quando respondi a última questão, dei um suspiro
aliviada.

Finalmente havia me livrado dessas malditas. Eu realmente odiava fazer prova.

Entreguei a mesma para o professor e sai da sala caminhando pelos corredores da faculdade rumo ao
banheiro.

Vou me encontrar com as meninas na boate, então eu vou direto da faculdade.

Adentrei o banheiro e fui em direção ao espelho vendo meu reflexo, solto meu cabelo que estava
preso e passo a mão no mesmo tirando as ondas que haviam se formado.

Faço uma rápida maquiagem com as coisas que trouxe dentro da bolsa que eu vou levar junto comigo
pra boate e encerro com um batom vermelho.

Viro vendo como estava o vestido que eu usava nas costas e conferindo que tudo estava em seu devido
lugar, sorrio satisfeita.

Uma grande gostosa senhoras e senhores.

Saio dos campus da faculdade e chamo um táxi que não demorou muito pra chegar.

Entrei e passei o endereço da boate, íamos em outra diferente da que fomos aquela vez.

Durante o trajeto digitei uma rápida mensagem para as meninas dizendo que eu estava a caminho.

Tinha uma mensagem de Jude também, como sempre, mas eu a ignorei.

Estou decidida que por essa noite eu não vou pensar nele, vai ser uma noite de caça pra mim também.

Preciso arrumar algum jeito de me livrar de Jude e nada melhor do que transar com outro cara.

O táxi estacionou em frente a boate, eu pago pela corrida e o agradeço descendo do carro.

Me aproximei da entrada e o segurança colocou a pulseira em meu pulso liberando minha entrada,
dessa vez a pulseira era rosa neon. Amei.

Já fui logo procurando pelas meninas com os olhos enquanto ia caminhando em direção ao bar.

E lá estavam elas, cada uma com um copo de bebida na mão olhando envolta provavelmente já
começando a colocar o plano em prática.
Me aproximei delas e elas olharam pra mim sorrindo animada.

— Graças a Deus você chegou! — Abby fala

— Estamos em dúvida entre aquele ou aquele. — Lola fala apontando disfarçadamente para dois
rapazes

Olhei para ambos e caramba, elas não estão de brincadeira.

Um era loirinho, cabeludinho, olho verde, pele bronzeada, parecia até um surfista.

O outro era moreno, olhos azuis, branco feito uma a4 e tinha um ar misterioso.

— Se eu fosse você, ia no loirinho. — falei

— Eu disse pra ela, mas ela tava tentando me convencer de que o moreno também pode ter algo a
mostrar. — Abby diz

— Não... Ele não tem cara de ter uma boa pegada... — falei analisando o cara de quem estávamos
falando

— Agora o loiro, eu tenho certeza que ele vai ser capaz de te levar ao céu minha cara amiga. — Abby
completa minha fala

— Certo... — Lola fala nervosa — Então tá decidido, vai ser o loiro. — ela sorri animada

Me virei pro barman e pedi três shot de tequila.

Quando ele me serve, entrego os copinhos junto com o pedaço do limão para as meninas.

Colocamos um pouco de sal nas costas das nossas mãos e fizemos uma mini rodinha.

— ¡Arriba, abajo, al centro, y adentro! — falamos juntas

Lambemos o sal que estava em nossas mãos, logo em seguida viramos o shot e depois chupamos o
limão.

É meio que um ritual que a gente faz antes de irmos para a caçada.

— Tá bom, eu vou lá! — Lola fala

— É isso aí garota! — Abby fala animada

— Mostra quem manda! — acertei um tapa em sua bunda

— Arrasa amiga! — Abby continua o incentivo

Lola olhou pra gente dando uma risada e se afastou indo em direção ao garoto.
De longe ficamos a observando, assim que ela se aproximou o sorriso do garoto cresceu e ele olhou
para ela de cima para baixo e logo em seguida passou a língua nos lábios.

Puta merda, ele gostou dela. Eu e Abby nos entreolhamos animadamente.

Foi então que percebemos Lola entrar em ação, primeiro ela fez o truque do cabelo, depois o
triângulo, logo em seguida o toque sutil no braço dele.

E bingo. Logo vimos o garoto enfiar a mão dentro do cabelo dela e a beijar com tudo.

— Arrasamos! — falei erguendo a mão pra Abby

— Arrasamos! — ela ri batendo na minha mão

Pedi uma cerveja ao barman que logo me entregou uma long neck.

Agora que o problema de Lola estava resolvido eu precisava resolver o meu problema.

•••

Fiquei extremamente chocada ao escutar músicas brasileiras tocando nessa boate.

Tudo bem que era só as mais famosinha no tiktok.

Mas quem se importava? Era funk e era tudo o que eu mais precisava.

Ao ritmo da música minhas mãos estavam apoiadas no meu joelho enquanto eu tinha minha bunda
rebolando em um quadradinho.

Embora eu tenha dito que ia sair a caça também, até agora todo homem que chegou em mim eu
recusei.

Merda, Bellingham, que porra você fez comigo pra eu não conseguir te tirar da cabeça?

Quando a música trocou eu respirei fundo endireitando minha postura passando a mão em minha testa
limpando o suor que escorria.

Eu estava sozinha no meio da pista dançando, Abby havia encontrado uma pessoa pra ela também e
foi pro ataque.

Lola finalmente conseguiu sair da seca, já que vimos o exato momento em que o loiro a arrastou para
outro canto.

Claro que ficamos preocupadas quando isso acontece, mas ela mandou uma mensagem falando que
tava tudo bem.

Percebendo que minha cerveja tinha acabado, resolvi ir buscar mais no bar.
Me aproximei do balcão e chamei o barman. Ele se aproximou com um sorriso de canto.

— O que vai querer agora? — ele pergunta simpático

Olhei pra ele o analisando e até que ele era uma gracinha, pele bronzeada, barba bem feita, cabelo
perfeitamente alinhado, olhos castanhos e um corpo delicioso.

Abri um sorrisinho e mordi meu lábio inferior me inclinando mais para frente fazendo questão de
deixar meu decote à vista.

Ele deu uma risada anasalada já entendendo. Então apoiou suas mãos no balcão e se aproximou do
meu rosto.

Isso fez com que eu olhasse para os seus lábios.

— Minha pausa é daqui meia hora. — ele sussurrou contra meu rosto

Virei a cabeça um pouco para o lado o analisando e dei uma risada anasalada.

Acho que acabei de encontrar minha vítima da noite.

•••

Sinto meu corpo ser jogado contra a parede e eu gemi. Logo em seguida sentindo sua mão dentro do
meu cabelo e seus lábios tomando os meus em um beijo rápido e preciso.

As mãos dele agarraram meu quadril me roçando contra sua ereção evidente.

O senti morder meu lábio inferior e ele segura meu rosto deslizando seus dedões por meus lábios.

Sinto ele colocar dois dedos dentro da minha boca indo até o fundo da minha garganta, envolvo minha
língua envolta dos mesmo os sugando.

Escuto ele arfar. Eu olhava para ele com um olhar desafiador.

Meu vestido já tinha subido o suficiente, tomando meus lábios pra si novamente ele me beija.

Gemi entre seus lábios sentindo ele me penetrar os dedos que eu havia acabado de chupar.

Paramos o beijo e eu me contorcia na parede sentindo seus dedos me estimulando.

Enquanto seus dois dedos entravam e saiam de dentro de mim, ele pressionava meu clitóris com o
dedão.

Gemia loucamente o deixando mais doido.


Abri os olhos e o vejo concentrado enquanto fazia isso, mordendo os lábios e soltando alguns
palavrões.

Sinto até uma leve vontade de rir.

Retiro a mão dele dali e o empurro sobre as grades de garrafas que tinha ali fazendo ele cair sentado.

Mordendo meu lábio inferior de uma forma sedutora me sentei em seu colo apoiando minhas mãos em
seus ombros.

Levei minhas mãos até a fivela do seu cinto o abrindo, logo em seguida abrindo o botão e o zíper.

Ele olhava pra mim na expectativa e eu amava isso. Puta merda.

Retiro o pau dele de dentro da cueca e mordo o lábio inferior dele.

— Tem camisinha? — perguntei

— Claro! — ele responde ofegante

Ele retira a embalagem prateada do bolso e me entrega, rasguei a embalagem e retirei o látex lá de
dentro.

Envolvi sua base com a camisinha e nós dois olhávamos o gesto.

Subi mais um pouco minha saia e nos encaixei, nós dois gememos ao mesmo tempo.

As mãos dele agarraram minha bunda me incentivando a começar os movimentos.

E foi o que fiz, comecei a deslizar por toda sua base, subindo e descendo.

— Caralho... Gostosa! — ele fala gemendo em meu ouvido apertando minha bunda

Envolvo minhas mãos envolta do seu pescoço sentando com mais precisão.

Só que antes mesmo de eu sequer pensar em sentir algo, o senti aperta minha cintura mais forte e
geme alto.

E quando fui descer de novo, ele já estava normal.

Ah, não. Isso só pode ser brincadeira com a minha cara.

Como assim ele já gozou?

— Desculpa, gata, é que você é muito gostosa. Não aguentei. — ele fala parecendo perceber minha
reação

Típica fala de homem broxa. Ótimo.


Isso só pode ser karma do Bellingham, puta que pariu.

•••

Bêbada, era assim que eu me encontrava dentro do táxi a caminho do apartamento dele.

E como se já não bastasse a humilhação da embriaguez, eu me encontrava chorando enquanto contava


minha história pro pobre motorista.

Tenho certeza que ao chegarmos em frente ao prédio, ele agradeceu aos céus mentalmente por isso.

Desço do carro cambaleando e segurando meus saltos e uma garrafa de vodka em mãos.

Entrei no prédio andando mais pra lá do que pra cá, entrei no elevador apertando o número do seu
andar.

Sentei no chão enquanto esperava, eu estou um lixo. Meus pés estão me matando.

As portas do elevador abriram e eu levantei quase caindo, mas consegui manter o equilíbrio.

Fui até a porta do apartamento dele e comecei a bater feito uma maluca.

Não demorou muito para que ele abrisse, com a cara amassada de sono, sem camisa, usando apenas
uma bermuda para dormir.

Gostoso. Como isso é possível?

— Eloísa? O que você... — não o deixei terminar de falar

— Foi ocê não foi? Pode falar! Eu sei que foi. — falei o acusando e ele fica confuso

— O que exatamente foi eu? — ele pergunta

— Jogou praga pro cara que eu transasse essa noite broxasse. — falei e o vejo se segurar pra não rir

— Você está muito bêbada, vem, entra. — ele me segurou pela cintura e me colocou pra dentro

O empurrei e segui sozinha até o sofá me jogando no mesmo, colocando meus saltos e garrafa de
vodka ao meu lado.

— Eu só queria conseguir transar em paz com outra pessoa que não fosse você. — choraminguei

— Então quer dizer que você transou com outro cara? — ele pergunta se sentando na minha frente

— Não, eu tentei transar com outro cara, mas ele gozou na primeira sentada. — falei embolado e Jude
não se aguentando riu
— Olha... Isso é frustrante. — ele fala zombando

— Vá se fuder, Bellingham! — falei mostrando meu dedo do meio pra ele

— Se tivesse vindo transar comigo... — ele passa suas mãos por minha coxa — Seu orgasmo era
garantido, gatinha. — ele sussurra em meu ouvido

E logo sinto todo meu corpo se acender. Inferno.

Segurei seu rosto e tomei seus lábios pra mim o beijando. Mas logo ele cortou.

— Você está bêbada. — ele fala tirando minhas mãos do seu rosto

— Quem se importa? — falei

— Eu?! Não vou transar com você nesse estado. — ele fala sério

Feito uma criança, cruzei os braços e bufei irritada.

Ótimo. Tem como essa noite ficar pior?

Ah, espera. Acho que falei isso cedo demais.

Já que logo em seguida escutei voz de mulher vindo da escada.

— Bebê, volta pra cama. — ela fala

Olhei pra Jude e logo em seguida me afastei do sofá pra conseguir vê a perua.

Ela era um pouco mais baixa que eu, cabelos longos e pretos, branca e olhos claros.

— Elô, eu posso explicar... — ele ia começar a falar

— Não! Eu não quero ouvir nada. — falei o interrompendo

Levantei do sofá quase me desequilibrando, peguei meus saltos e garrafa de vodka.

Jude se levantou junto comigo.

— Aonde você pensa que vai?! — ele pergunta me olhando preocupado

— Embora! Vou deixar você voltar a transar em paz. — dei uma risada amarga

— Não, você não vai sair daqui nesse estado, Eloísa. — ele fala sério

— Você não pode me impedir. — falei

— Como só não posso, como eu vou. — ele fala autoritário


Olhei em seus olhos e percebi que ele realmente estava falando mais do que sério. Ele não iria me
deixar ir embora.

Frustrada, irritada e cansada, me joguei de volta no sofá me deitando no mesmo e encolhendo meu
corpo.

Tudo o que eu precisava pra encerrar essa noite de merda.


CAPÍTULO ONZE
ELOISA

Como diria dona Hermínia, personagem do grande e saudoso Paulo Gustavo, que descanse em paz
onde estiver: passei nessa merda gente.

Pois é, como já era de se esperar, já que modéstia parte eu sou uma pessoa muito inteligente. Eu
consegui tirar notas o suficiente para passar em todas as matérias.

Nunca fui triste e se algum dia falei que era, não me lembro mais.

E como prometido para dona Almudena, cá estou eu arrumando minhas malas para ir viajar com ela e
sua família para Barcelona.

De carro é uma viagem de mais ou menos seis horas, então quero ficar o mais confortável possível.

Por isso optei por usar um short jeans básico de lavagem escura, junto com uma blusa do Madrid que
eu meio que roubei de Jude. Qual é, a blusa é muito confortável.

E por falar em Jude, desde o vexame que dei sexta-feira ao aparecer na porta do seu apartamento às
três horas da manhã, podre de bêbada, a gente não se falou mais.

Não por falta de tentativa dele, acreditem, ele me mandou mensagens, ligou e até mesmo as meninas
disseram que ele chegou a vim aqui, só que graças a Deus eu não estava em casa.

Acho que o que aconteceu foi o gatilho que faltava para mostrar que devemos manter distância um do
outro.

Todo aquele sentimento que eu deixei pra trás quando me mudei de Londres, parece ter voltado com
toda força com esse nosso reencontro. E eu não quero isso.

Mas voltando ao foco da questão aqui, eu moro em Madrid a quase um ano e meio e eu nunca fui para
Barcelona. Acredita?

O mais próximo da cidade Catalunha que eu cheguei foi nas praias de Mallorca, onde uma vez junto
com a família de Abby passamos o dia inteirinho na lancha da família Martinez.

Aquele dia foi incrível a propósito, saudades.

Coloco as últimas peças de roupas que faltava e fechei minha mala dando um suspiro.

Sinto meu celular vibrar no meu bolso e eu o tomei em mãos, quando o visor acendeu percebo ser
uma mensagem de Bellingham.

Na mensagem dizia que ele queria me encontrar pra gente conversar.


Me sentindo em um beco sem saída, entrei na mensagem e o respondi com uma rápida mensagem.

"Estou indo pra Barcelona hoje, volto daqui trinta dias, se ainda quiser me ver, a gente conversa."

Depois disso, não quis nem vê a resposta dele, apaguei a tela do celular e o coloquei no modo avião.

Já tinha avisado todo mundo que precisava saber sobre minha viagem, então que se dane.

Tirei a mala de cima da cama e a coloquei no chão, era uma mala considerada pequena e eu espero
que dê pros trintas dias, caso contrário, ficarei tendo que andar pelada pela casa dos outros.

Arrastando a mala sai de dentro do meu quarto atravessando o corredor, com uma certa dificuldade
descia a mala pelos degraus.

Vejo Abby e Lola paradas no meio da sala parecendo esperar por mim.

— Nem acredito que não vamos passar o verão juntas. — Abby choraminga

— Ah, amiga... O próximo a gente passa. — dei uma risada e fui até ela a abraçando

— E eu nem acredito que você vai me largar com essa desmiolada da Abby. — isso veio de Lola que
me fez rir novamente

A puxei para o abraço dando um abraço triplo.

Nós tínhamos combinado que iríamos pra casa de praia da família de Abby nesse verão, mas acontece
que eu preciso do dinheiro e não podia recusar essa proposta da dona Almudena.

Me afastei das meninas olhando pra elas um pouco emocionada, serão só trinta dias, mas parece que
estou indo embora de vez. Credo.

Escutamos o barulho da buzina de um carro e eu já sabia que era minha patroa vindo me buscar.

— Vem, me ajudem com a mala! — as chamei

Ajudar foi uma palavra muito forte, já que fui eu quem levou a mala até o lado de fora da casa.

O carro de dona Almudena estava estacionado em frente a nossa casa e ela estava do lado de fora dele
me esperando com o porta-malas aberto.

— Bom dia, Elô! — ela fala gentil

— Bom dia, senhora! — sorri

— Corta essa de senhora, quantas vezes já te pedir pra me chamar apenas de Almudena. — ela retira
os óculos de sol do rosto revirando os olhos

— Força do hábito. — dei uma risada sem jeito


Ela me ajudou com a minha mala e fechou o porta-malas.

— Pronta?! — ela perguntou animada

— Acho que sim... — tentei parecer confiante

— Então vamos... Tchau meninas. — ela fala com Abby e Lola indo pra dentro do carro

Me virei para as meninas e as abracei novamente. Vou sentir falta dessas malucas.

Aproximei do carro e abri a porta traseira, onde dei de cara com Sofia sentada em sua cadeira e como
de costume segurando seu iPad.

— Lolo! — ela fala animada ao me vê

— Vem na frente, Elô! — Almudena fala

Estranhei esse fato, já que eu estava esperando vê o senhor Olavo no volante e não a própria
Almudena.

Inclusive, nem no carro ele estava.

Seguindo seu pedido, fui até a porta do carona e entrei, fechei a porta e puxei o cinto de segurança.

— O senhor Olavo não vai com a gente? — perguntei não conseguindo segurar minha língua

— Ah, ele vai depois. — ela responde de um jeito indiferente

E foi aí que eu senti que tinha coisa por trás. Ela anda muito suspeita nos últimos dias.

Querendo passar mais tempo com a filha, viagem só as duas.

Minha intuição me diz que vem um divórcio pela frente.

E geralmente minha intuição não costuma falhar.

•••

Saímos de Madrid por volta das oito horas da manhã, já estamos na estrada faz cinco horas e meia, eu
já não aguentava mais.

No início, viemos animadas conversando e rindo, até as clássicas músicas de viagem a gente cantou.

Mas agora, estava estampado no rosto das três que tudo o que mais queríamos era chegar logo ao
nosso destino.

Almudena me contou um pouco sobre sua irmã, no caso a dona da casa pra onde estamos indo.
Ela me disse que a mesma tem dois filhos, uma menina de vinte anos e um menino de dezenove.

A menina faz faculdade de pedagogia e o menino é jogador de futebol famoso do time principal da
cidade de Barcelona.

Ótimo. Tudo que eu mais queria no momento é outro jogador na minha vida.

Mas é claro que eu não disse nada. Afinal de contas, ninguém do meu convívio além das meninas
sabem sobre Jude.

Quando faltava pouco para finalmente chegarmos em Barcelona, Almudena disse que ia fazer uma
rápida parada para abastecer e comprar alguns petiscos.

Fiquei sozinha com Sofia dentro do carro, destravei meu cinto e olhei para trás.

— Animada para vê sua tia? — puxei assunto

— Claro! Eu amo vim pra Barcelona, o primo Pablo sempre me deixa jogar no videogame dele e a
prima Aurora sempre me ajuda com as atividades de verão. — a garotinha fala empolgada

— Sofia... Tem algo que eu precise saber antes de chegar lá? — perguntei meio sem jeito

Qual é, eu sei que ela só tem oito anos. Mas é melhor do que nada.

— Não! A tia Aurora e o tio Pablo são muito legais, eles sempre fazem um jantar incrível para receber
a gente. — ela fala

Espera, Aurora e Pablo não era o nome dos primos dela até agora a pouco?

Mas antes que eu pudesse perguntar, sua mãe retorna para o carro.

— Nem acredito que finalmente estamos chegando. — ela comenta

— Nem eu... Minhas pernas já estão doendo. — confessei dando uma risada fraca

— Na volta, a gente reveza o volante. — ela fala ligando o motor

Ao escutar isso sentir borboletas no estômago, como eu digo a ela que eu não estou dirigindo mais?

Simples, não dizendo.

Eu apenas dei uma risada fraca como resposta colocando meu cinto novamente.

Não sei em que momento exatamente isso aconteceu, mas acho que cochilei e quando acordei foi no
exato momento em que Almudena parou o carro em frente a uma casa enorme.

— Chegamos! — Sofia fala animada


— Graças a Deus. — escutei minha patroa suspirar aliviada

Ela buzina para chamar a atenção das pessoas que estavam dentro da casa e retirou o cinto descendo
do carro.

Não aguentando mais ficar sentada, retirei meu cinto e também desci do carro.

Fui até a porta de trás para ajudar Sofia a sair da cadeirinha.

— Vocês chegaram! — escutei a voz animada de uma mulher

— Depois de seis horas, finalmente chegamos! — Almudena fala rindo

Observo as duas se abraçando animadas. Provavelmente essa deve ser a sua irmã, até porque, as duas
são iguais.

Desço Sofia do carro e ela vai praticamente correndo em direção a mulher.

— Tia, Aurora! — ela grita animada pulando nos braços da mulher

— E aí, pequena! Meu Deus, como você cresceu. — ela fala girando a garotinha no ar

Toda sem jeito, de ombros encolhidos e com as mãos nos bolsos do meu short me aproximei da
família me sentindo como um peixe fora d'água.

— Ah, Aurora, essa é Eloísa. Ela é babá da Soso, mas já é quase da família. — Almudena fala me
apresentando

— É sério que você trouxe a babá da sua filha?! Almudena! — ela fala repreendendo a irmã

Isso me fez ficar mais sem jeito ainda.

— É... — cocei a garganta — É um prazer te conhecer. — falei

— Ah, querida, desculpa é só que eu não me conformo com algumas certas atitudes da minha irmã.
Mas também é um prazer te conhecer. — ela me puxa para um abraço

Retribui o abraço toda sem jeito.

Ela nos chamou para entrar e assim fizemos, por dentro a casa era mais magnífica ainda.

— Aurora, Pablo, desçam, elas chegaram! — a irmã de Almudena grita

Com isso, comecei a escutar barulho de passos vindo da direção da escada.

Meu campo de visão é tomado pelo casal de irmãos que desciam os degraus implicando um com o
outro rindo de algo.
A menina era mais baixa do que eu, cabelo longo e castanho, seus olhos eram um de cada cor e ela era
a cópia fiel da mãe.

Enquanto o menino, era alguns centímetros maior do que eu, cabelos castanhos claros, da cor dos seus
olhos que por falar nisso, meu Deus, acho que nunca vi olhos mais expressivos do que esse.

Os dois se aproximam sendo esmagados pela tia que deixou a marca de beijo no rosto de ambos.

A menina se aproximou de mim estendendo a mão com um sorriso simpático nos lábios.

— Ei, sou Aurora! — ela fala

Aurora? Mas esse não é o nome da sua mãe?

Estendendo minha mão peguei a dela abrindo um sorriso.

— Eloísa, muito prazer. — respondo no mesmo tom simpático que o dela

Olhei para o menino que segurava sua prima no colo, seu olhar recaiu sobre mim, especificamente em
minha blusa.

Vejo ele enrugar a testa e seu semblante fechar. Logo em seguida virando a cara fingindo não notar
minha presença.

Opa, mas o que foi isso? Euem. Garoto estranho.


CAPÍTULO DOZE
ELOISA

Pensei que eu iria ter que dividir quarto com Sofia, mas me surpreendi quando Aurora, dona da casa,
disse que eu iria ficar com um quarto só pra mim.

Então quando ela me mostrou o mesmo, eu disse que queria descansar um pouco pois a viagem tinha
sido muito longa.

Dentro do quarto, coloquei minha mala em um canto qualquer e me joguei na cama não demorando
muito pra que eu pegasse no sono.

Quando acordei, acordei meio assustada e sem saber onde eu estava, mas foi questão de segundos para
eu recobrar a consciência.

Cocei os olhos e percebi o quarto todo escuro, a única iluminação que tinha era a luz da lua que
entrava pela enorme janela de vidro que ia do teto ao chão.

Procurei pelo meu celular e quando o encontrei acendi a tela vendo que agora já era sete e meia da
noite.

Nossa, eu dormi tanto assim?

Meio sonolenta levantei da cama e fui em direção ao banheiro, acendi a luz e foi uma péssima
escolha.

Fechei os olhos na mesma hora sentindo a sensibilidade.

Aos poucos fui me acostumando com a claridade e pude ver meu reflexo no espelho, cara amassada,
cabelo parecendo um ninho de passarinho. Eu estou horrível.

Puxei a blusa que eu usava para cima a tirando do meu corpo, logo em seguida retirando meu short
jeans.

Entrei no box e liguei o registro deixando a água cair sobre meu corpo tentando mandar o resquícios
de sono que ainda restavam.

Aproveitei pra lavar meu cabelo, no banheiro já tinha shampoo e condicionador, o que
particularmente eu achei tudo pra minha carreira.

Banho tomado, me enrolei no roupão que estava pendurado atrás da porta e peguei uma toalha
enrolando no meu cabelo.

Saí de dentro do banheiro e fui até o interruptor acendendo a luz do quarto.


Como eu estava tão cansada, nem reparei o quanto esse cômodo é enorme, paredes brancas, com um
painel na parede onde tinha uma revisão de sessenta polegadas.

A cama era enorme e já posso confirmar que é muito confortável.

Peguei minha mala e a coloquei sobre o colchão e abri procurando algo para eu usar.

Escolhi novamente um short jeans, junto com uma blusa curta branca.

Ainda não estou podendo usar sutiã devido aos piercing, então apenas vesti uma calcinha de renda
preta e coloquei a roupa que havia escolhido.

Tiro a toalha do meu cabelo e pego a escova desembaraçando os fios.

Vou deixar secar ao natural, se até antes de dormir não tiver secado totalmente eu uso o secador.

Passo hidratante corporal e um pouco de perfume.

Calço meus chinelos, pego meu celular e saio de dentro do quarto.

Desde que pegamos a estrada, meu celular ainda estava no modo avião, então ao desligar o mesmo,
meu celular começou a receber uma notificação atrás da outra. De todos os aplicativos possíveis que
eu tenho.

Mas, a que mais me chamou atenção claramente foi a mensagem em resposta ao que eu disse de Jude.

"Não acredito que você vai fugir de novo! Mas tudo bem, se é assim que você quer, que seja do seu
jeito então."

Como assim fugir de novo? Dei uma risada desacreditada.

Apenas escolhi ignorar essa mensagem dele e fui responder as meninas e a minha família.

Quando desci a escada, fui andando em direção a cozinha, onde era possível escutar o som de risadas
e pessoas conversando.

Ao adentrar o espaço, todos da família estavam à mesa ou melhor dizendo, quase todos, já que
Aurora, dona da casa estava no fogão cozinhando.

— Boa noite... — falei sem jeito e todos olharam pra mim

— Lolo! — Sofia gritou empolgada

— Então você deve ser a famosa, Eloísa! — um homem se aproxima me estendendo a mão simpático

— Bem, famosa eu não sei... Mas a Eloísa, sou eu sim. — dei uma risada pegando na mão dele

— Sou Pablo, muito prazer. — ele fala


Calma. Pablo? Mas o nome do menino também não é esse gente? Tô entendendo mais nada.

— Ele é meu cunhado, Elô, marido da minha irmã. — Almudena explicar

Não falei nada, apenas dei um sorriso fraco e me aproximei da mesa me sentando na cadeira vazia que
tinha ao lado de Sofia.

O problema é que quem estava sentado de frente para essa cadeira era justamente o garoto.

Ele olhou pra mim e assim como da outra vez, fingiu não se importar com a minha presença.

Não conseguindo disfarçar, eu franzi a testa confusa.

— Não ligue pra ele, deve está de TPM. — escutei alguém falar

Pude perceber ser Aurora, a filha no caso, ela estava sentada ao meu lado na mesa tomando uma taça
de vinho.

Ao lado dela tinha um rapaz que a deduzir pelo jeito que os dois estão sentados com ela quase no colo
dele, é o namorado dela.

— É, ele é meio temperamental. — o rapaz ao lado dela fala zoando e os dois riram

— Já foram se fuder hoje?! — escutei a voz do garoto a minha frente

— Pablo! — isso veio da sua mãe que o acertou um tapa no pescoço — Isso é jeito de falar com a sua
irmã?

— Tá vendo, né, mãe? Briga com ele. — Autora fala claramente fazendo drama

Ela olhou pra mim e deu uma piscada, acabei dando uma risada com isso.

O que fez o garoto mais uma vez me olhar com cara de bunda. Mas o que é que esse menino tem em?

— Aceita vinho querida?! — Almudena me pergunta

Hesitei por alguns segundos, afinal, eu tenho leve problemas com vinho. Já que na maioria das vezes,
sempre acaba comigo transando com alguém.

Mas aceitei, uma taça não vai fazer mal a ninguém.

Quando ela me serviu, tomei a taça em mão e a aproximei dos meus lábios tomando um gole.

E enquanto fazia isso, consegui sentir o olhar do rapaz sentado à minha frente sobre mim.

Olhei pra ele por cima da taça e o mesmo tentou disfarçar desviando o olhar e coçando a nuca sem
jeito.
Me segurei para não dar risada.

Até que se tirar a má educação e a cara de bunda, ele é um gatinho.

Visivelmente ele é uma atleta, levando em consideração seu corpo definido, certeza que por debaixo
dessa camisa deve haver um maravilhoso tanquinho.

Mordo meu lábio inferior reprimindo meus pensamentos e coloco a taça novamente em cima da mesa
coçando a garganta.

Gatinho, mas tem uma carinha de quem oferece perigo. Melhor manter distância.

•••

O jantar foi extremamente agradável, dona Aurora preparou uma macarronada com almôndegas
magníficas.

E olha que eu nem sou muito fã de almôndegas.

No final de tudo ainda tinha sobremesa, uma maravilhosa torta holandesa.

Sofia acabou dormindo, então a mesa agora só resta os mais velhos que conversavam e riam de
besteiras ditas.

O gatinho raivoso se retirou da mesa ao receber uma ligação, curiosa que sou, até tentei ver quem era,
mas não consegui ver o nome, só vi que o contato estava salvo com um coração na frente.

Será que tem namorada? E se tiver, ela está precisando dar pra ele urgente, vê se mandar todo esse
mal humor pra longe.

Meu celular estava em cima da mesa, então vejo o exato momento em que a tela dele acende com uma
mensagem de David. Estranho, ele nunca me manda mensagem.

— Licença, já volto! — falei com todos a mesa empurrando a cadeira e levantando

Tomei meu celular em mãos, junto com minha taça de vinho e me retirei da cozinha indo até a sala de
estar.

Abri a mensagem e vi que era uma foto dele e de uma garota, na foto os dois se beijavam e ela
mostrava o anel pra câmera.

Meu Deus. Não acredito.

Apertei em cima do áudio que ele havia mandado junto com a foto começando a escutar.

"Elooo, tô namorando! Dá pra acreditar nisso? Ela é linda, não é mana? Você precisa vir pro Brasil a
conhecer."
Não conseguia esconder o meu sorriso e o quanto eu estava feliz pelo meu irmão. Justo ele que
sempre foi o mais quieto da família, quem diria.

Respondo a foto com um emoji de coração e respondo ao áudio dele falando que mal posso esperar
pra conhecer minha nova cunhada.

Estava tão distraída que me assustei quando alguém passou por mim esbarrando no meu ombro
fazendo todo o vinho se derrama em minha blusa.

— Caralho! — soltei em português

Levantei o olhar vendo quem foi o responsável por isso e é claro que não podia ter sido outra pessoa.

— Ops, desculpa! — ele fala cínico

Olhava para ele ainda meio em estado de choque. Quem ele pensa que é?

— Que porra garoto, por que você fez isso? — perguntei furiosa

— Foi sem querer. — ele revira os olhos

— Sem querer um caralho, impossível que você não me viu aqui. — apaguei a tela do meu celular e o
coloquei no bolso do short

— Não, eu não vi e se tivesse visto, teria feito questão de fazer de propósito. — ele fala e eu dou uma
risada sem acreditar

— Você tem quantos anos, cinco? — falei indignada

Ele olhava pra mim de um jeito cínico e irônico, parecendo está se divertindo com meu
aborrecimento.

Olhei para a taça em minha mão e vi que ainda tinha restado um pouco do vinho ali e sem pensar duas
vezes, joguei em cima dele que assim como eu, também usava uma camisa branca.

Pronto, agora estamos empatados.

Ele intercalava os olhos entre mim e a camisa parecendo não acreditar.

— Ficou maluca porra? — ele praticamente grita

— Ops, foi sem querer, acredita? — falei usando todo o meu sarcasmo

— Tem noção do quanto essa camisa custa? — ele pergunta levando as mãos até a barra da camisa

Abri a boca para o responder, mas então, ele tirou a camisa ficando sem a mesma na minha frente.
Me fazendo fechar a boca na mesma hora e engolir em seco, deslizei meus olhos pelo seu peitoral
sarado. Eu estava certa, realmente ele tem um tanquinho maravilhoso.

Percebendo meu olhar, vejo ele... Corar? Como assim ele ficou com vergonha?

Na maioria das vezes, um homem iria adorar ter uma mulher o encarando sem camisa.

— Eu deveria fazer você pagar por outra. — ele comenta tentando voltar a pose de durão

— Ah, é? Então você também vai me comprar outra blusa. — falei apontando pro meu corpo
encharcado do líquido roxo

Isso chamou a atenção dos olhos dele para os meus seios, que como o vinho fez minha blusa ficar um
pouco transparente, os piercing marcavam.

Erguendo o olhar de volta para o meu, vejo ele engolir em seco.

— Foda-se. — ele bufa

Saindo pisando firme, ele se afasta de mim e eu dou uma risada, antes eu estava puta, mas agora...

Acho que essa viagem pode ser mais interessante do que eu imaginei.
CAPÍTULO TREZE
ELOISA

O mal de casa grande, é o silêncio absurdo que ela tem. Durante a noite, fiquei revirando na cama
agoniada com o silêncio.

Só dava pra escutar o barulho dos grilos cantando do lado de fora. E isso já estava me aborrecendo.

Passei horas no meu celular remexendo em minha galeria, até que eu achei a pasta "Jude", é onde eu
guardei todas as fotos que tiramos juntos até agora.

Quando passei pelas fotos que foram tiradas no natal do ano passado, foi impossível não sorrir e sentir
saudades daquele dia.

Contei a ele que seria meu segundo natal longe da minha família e que sentia saudades deles, então
Jude fez de tudo para que eu me sentisse bem.

Adormeci com o celular nas mãos vendo as fotos.

No dia seguinte acordei com o meu despertador tocando, merda, eu esqueci de desativar ele.

Deslizei o dedo pela tela do celular desligando e bufei frustrada.

Virei pro lado e tentei voltar a dormir, mas de nada adiantou. Meu sono já tinha ido pra puta que pariu.

Levantei da cama e olhei envolta pensando em algo que eu poderia fazer, então tive uma ideia.

Fui até minha mala que estava aberta no chão e tirei de dentro dela um maiô branco tomara que caia.

A casa fica de frente para a praia. Então nada melhor do que uma boa caminhada à beira mar e quem
sabe até um mergulho.

Entrei no banheiro tirando meu pijama e fui até o box ligando o registro tomando um banho.

Não consigo trocar de roupa sem tomar banho, mesmo que seja para ir à praia.

Quando terminei de tomar o meu banho, dentro do banheiro mesmo vesti o maiô e coloquei o short
jeans que usei ontem no jantar.

Sai do banheiro e vou até a mesa de cabeceira onde eu tinha deixado meu desodorante, passando o
mesmo.

Peguei só meu celular o colocando dentro do bolso do short, calcei meus chinelos e sai do quarto.

Atravessei o corredor e desço a escada tentando fazer o mínimo de barulho possível, agora são seis e
meia da manhã, acho muito difícil ter alguém acordado a essa hora.
Saio de dentro da casa e fecho a porta com cuidado.

Como eu disse, a casa é literalmente em frente a praia, basta atravessar a rua. E foi o que fiz.

Atravessei a rua e antes de pisar na areia tirei meus chinelos.

Sinto meus pés entrar em contato com a areia fofa e eu começo a andar em direção próxima da água.

Quando eu morava no Brasil, eu amava ir à praia, ver o pôr do sol com os meus amigos da época do
colegial.

Mas desde quando me mudei para Europa, vir à praia tornou-se algo quase raro.

Pensativa, comecei a andar pela areia da praia sentindo as ondas se quebrando em meus pés.

Tento ao máximo evitar pensar em Bianca, mas quando estou só eu e meus pensamentos, a saudades
dela fala mais alto.

Não consigo entender o porquê e acho que nunca irei.

Retirei meu celular do bolso e entrei no aplicativo de ligações, procurei pelo contato dela e apertei em
cima.

Chamou... Chamou e chamou.

Por alguns segundos meu coração até pareceu esquecer do ocorrido e sentia que ela iria atender a
chamada no terceiro o quarto toque igual sempre fazia.

Mas não, a chamada cai em sua caixa postal e logo em seguida me emociono ao ouvir sua voz.

"Oii, aqui é a Bianca, desculpa não ter atendido, mas deixe seu recado que assim que puder eu
retorno."

Escutei o barulho do pi e os minutos para deixar o recado começar a contar.

— Eu sinto sua falta, sabia? Você era tudo o que eu tinha. Se eu pudesse, teria tido só mais cinco
minutos com você, só pra dizer o quanto te amo e o quanto você é importante pra mim. — falei

Sinto uma lágrima escorrer e eu desliguei a chamada passando a mão em meu rosto limpando o choro.

Parei de andar e coloquei meu chinelo na areia me sentando em cima dele.

Observava o mar e escutava o barulho das ondas quebrando enquanto sentia o vento soprar em meu
rosto bagunçando meu cabelo.

Fechei os olhos apenas aproveitando o momento.


Talvez eu estava precisando de um pouco de calmaria nessa minha vida agitada.

•••

Por volta das oito horas, eu decidi voltar para casa, provavelmente já deveria ter alguém acordado e
Almudena também poderia precisar de mim.

Acabou que eu nem entrei no mar, mas provavelmente entraria naquela piscina enorme que tem na
casa uma hora ou outra, já que o calor absurdo que está fazendo em Barcelona não é normal.

Entrei dentro da casa e como eu disse, já havia pessoas acordadas, pois era possível escutar o barulho
de gente conversando vindo da cozinha.

Caminhei em direção ao cômodo e quando cheguei perto da porta vi que era dona Aurora e
Almudena.

As duas riam de algo juntas enquanto preparam o café da manhã provavelmente pra todos da casa.

— Bom dia! — falei entrando por completo na cozinha e as duas olharam pra mim

— Bom dia, querida! — Almudena falou sorrindo simpática como sempre

— Mas já está de pé? Tinha pulgas na cama? — dona Aurora perguntou brincando

— Ah, acho que é um pouco costume da rotina — dei de ombros — Vocês precisam de ajuda? —
perguntei

— Que nada, não é muito difícil passar pasta de amendoim e geleia de morango em pães. —
Almudena responde rindo

— Sofia já acordou? — puxei uma cadeira me sentando

— Ainda não! Mas daqui a pouco vou lá acordar aquela dorminhoca. — ela responde rindo

— Aqui todo mundo acorda tarde se deixar, mas se até antes do meio dia ninguém levantar, eu faço
panelaço. — dona Aurora falou me fazendo rir

— E o pior é que ela não está brincando — escutei a voz de Aurora entrar na cozinha — Bom dia! —
ela fala com todas

— Bom dia! — a gente responde juntas

Ela foi até a mãe e deu um beijo na lateral da cabeça, sorri com isso ao lembrar da minha mãe.

Mas o que raios anda acontecendo comigo? Ultimamente ando bem sentimental.

— Por que vocês duas não vão lá pra área da piscina que quando ficar pronto, levamos os
sanduíches?! — Almudena sugeriu
Aurora olhou pra mim comendo um muffin e eu dei de ombros. Então ela saiu andando na frente.

Empurrei a cadeira e levantei a seguindo até a área externa da casa. Aurora se deitou em uma das
espreguiçadeiras.

Fui até a outra vazia ao seu lado e tirei meu short ficando apenas com o maiô. Vou aproveitar e pegar
um sol que eu não sou boba.

— Então, você é de onde? — Aurora perguntou puxando assunto

— Ah, eu sou do Brasil. — respondi

— Sério? Meu sonho conhecer lá um dia, acho um lugar maravilhoso. — ela fala empolgada

— Bem, se você conhecer os lugares certos realmente é. — dei uma risada sem jeito

Pronto. Saber que eu moro no Brasil foi mais do que motivo o suficiente para Aurora começar a falar
pelos cotovelos.

Ela é meio doidinha, mas até que é gente boa.

•••

Dez horas e todo mundo na casa já estava acordado, até mesmo o tal Pablo, filho da mãe que derrubou
vinho em mim ontem.

Ele estava na mesa conversando com seu cunhado que apareceu por aqui do nada.

Sofia também já tinha acordado e como Almudena ia ajudar dona Aurora a preparar o almoço, ela me
pediu para ficar de olho na filha.

A pequena estava dentro da piscina usando aquelas bóias de braços e óculos de natação.

Embora mantinha o foco nela, conseguia sentir o olhar do tal Pablo sobre mim parecendo analisar
cada gesto meu.

Virei o rosto na direção dele e ele descaradamente manteve o contato visual, revirei os olhos.

Ao meu lado escutei Aurora rir.

— Da um desconto pro Gavi, foi uma temporada difícil. — ela fala

— Mas isso não lhe dá direito de ser um pau no cu. Ele derramou vinho em mim ontem, acredita?! —
falei indignada e ela novamente riu

— Ele não foi com a sua cara, provavelmente por causa da blusa que você chegou aqui usando ontem.
— ela fala e eu franzi a testa confusa
— O que tem demais na blusa? Era só uma blusa de time. — falei sem entender nada

— Não é um time qualquer, né, gata! Era o Madrid, maior rival do time do meu irmão e ele
simplesmente detesta qualquer coisa que esteja relacionada aquele time. — Aurora explica

Ah, agora faz sentido do porque a cara feia quando olhou pra mim e para a blusa.

Mas isso ainda não dar o direito dele ser um babaca comigo.

— Lolo, entra aqui comigo! — Sofia grita me chamando

Sorri para a garotinha e desci aceitar seu convite, afinal de contas eu estava morrendo de calor.

Levantei da espreguiçadeira e fui em direção até onde estava a escada, especificamente ela ficava de
frente para onde os meninos estavam sentados.

Quando me aproximei da borda olhei por cima do meu ombro e podia sentir Gavi me secando.

Será que até quando ele consegue manter essa raivinha besta por causa de um time?

Eu não dou uma semana. Podem anotar rs.


CAPÍTULO QUATORZE
PABLO GAVI

Senti Ana arremessar meu corpo contra o colchão me fazendo cair sentado no mesmo. Olhando para
mim mordendo o lábio inferior de uma forma sedutora, ela se sentiu no meu colo.

Por contra própria ela segurou minhas mãos e as levou até sua bunda.

Não sabendo exatamente o que fazer eu apenas as deixei ali enquanto ela segurou meu rosto com as
duas aproximando nossos lábios dando início a um beijo.

Sua língua entrou dentro da minha boca pedindo passagem e eu deixei.

A sentia deslizar pelo meu colo subindo e descendo tentando me estimular, mas sendo bem sincero, eu
não estou conseguindo sentir porra nem uma.

Parecendo perceber que eu não estava muito no clima, Ana bufou irritada e saiu de cima de mim se
jogando na cama ao meu lado.

Suspirei e olhei pra ela que encarava o teto frustrada.

— Desculpa, gata... É que hoje eu não tô no clima. — comentei passando a mão no meu cabelo

— Não só hoje, como em todos os outros dias durante esses um ano, né, Gavi. — ela fala
visivelmente irritada

— É que eu... — fico sem saber o que dizer

Afinal de contas, ela não estava mentindo.

Estamos saindo há quase um ano e até hoje eu não consegui transar com ela. É que sei lá, não me bate
a vontade.

Nunca fui uma pessoa muito ligada ao sexo, só perdi a minha virgindade porque achei que tinha que
perder pra não ser zoado pelos caras do time.

Fora isso, eu nunca vi o sexo como uma necessidade.

Diferente de muitos homens por aí que se passar de uma semana sem transar só falta subir pelas
paredes.

Ps: isso foi uma crítica ao meu trio de amigos Pedri, Félix e Fermín.

Os caras são maníacos por sexo, toda semana é uma garota diferente na cama deles.
O Félix eu até entendo coitado, depois de ser corno três vezes, até eu iria querer aproveitar do melhor
da vida nessa fase solteira.

Agora o Pedri e o Fermín? Aqueles dois são dois tarados, isso sim.

São incontáveis as vezes que eles chegaram em mim falando que na noite anterior transaram com tal
menina.

Não sei como conseguem confiar em qualquer uma assim, acho que eles esquecem que existe muita
mulher oportunista nesse mundo que só fica esperando a oportunidade certa pra conseguir dar o golpe
da barriga.

Já ouvi cada relato de outros amigos jogadores sobre isso que faz até medo.

Sendo bem sincero, eu literalmente vejo o sexo como algo bem íntimo, algo além do carnal, do sexual
sabe?

Pra mim tem que ter ligação entre eu e a outra pessoa. Não basta só querer.

— Você podia ao menos fingir, né. — escuto a voz de Ana me trazer de volta para a realidade

Fingir? Como eu conseguiria fingir um pau duro? Meu cérebro pensa, mas não foi isso o que eu falei.

— Como? — perguntei

— Sei lá, Gavi, dá seus pulo, toma um remédio. — ela sugere

Olhei pra ela com a testa franzida juntando minhas sobrancelhas.

Ela está mesmo me dizendo para tomar Viagra? Porra, isso é coisa de velho, eu só tenho dezenove
anos.

— Não vou tomar Viagra. — falei indignado

— Tá bom, tá bom! Ou pelo menos então use a boca, os dedos, sei lá... Só me faça gozar. — ela
sugere novamente

Isso me faz ficar pensativo. Eu nunca fiz nada parecido com isso antes e se eu fizer e ela não gostar?!

Ficamos alguns minutos em silêncio apenas escutando a respiração um do outro.

— Tá afim de ver um filme? — perguntei e ela deu uma risada

— Claro! — a escutei responder sem muito ânimo

Peguei o controle da televisão e deitei ao seu lado, era visível o quanto Ana estava frustrada e
chateada com a situação.
Mas eu não a culpo, não mesmo. Eu no lugar dela também estaria.

•••

Depois de sair da casa de Ana, dirigia pelas ruas de Barcelona em direção à casa de Pedri.

Ele me mandou mensagem mandando eu dar uma passada lá, já que os meninos também estavam.

Quando cheguei em frente a casa dele, estacionei o carro, tirei o cinto e desci do mesmo acionando a
trava.

Toquei o interfone e a moça que trabalha na casa dele quem atendeu liberando a minha entrada.

Entrei e fui até o corredor que dá acesso a área externa da casa, já sendo possível escutar o som de
risadas e música alta.

Me aproximando mais, vi que os meninos que Pedri se referia eram os de sempre.

Félix e Fermín.

Depois que o Félix entrou pro time a gente meio que adotou ele.

E pensar que quando éramos de times opostos, só faltavamos se matar em campo.

— Olha só quem chegou! — escutei Pedri falar

— E aí, de boa?! — perguntei me aproximando dele e fizemos um toque

— Tranquilo. — ele fala

— Que cara é essa de quem comeu e não gostou?! — Fermín pergunta

Nossa, está tão visível assim?

— Nada demais, tô vindo da casa da Ana. — respondo dando de ombros

Em conjunto os meninos soltam um "uh", no sentido malicioso e eu revirei os olhos.

— E você tá com essa cara de velório por que então meu parceiro?! — Félix pergunta

Como eu digo pra eles que ela quer transar, mas eu não quero, sem parecer que eu sou broxa?

Simples. Não dizendo.

— Ah, cansei, né... Sabe como é. — minto dando uma risada forçada

— Mano, tava pensando da gente ir numa baladinha hoje, que que cês acham? — a proposta vem de
Fermín
— Cara, você só pensa em festa?! — perguntei e os meninos riram

— Pow, tem que aproveitar que estamos de férias. Por que depois que a temporada voltar, vocês
sabem como o Xavi é chato com essas paradas. — ele responde

Eu, Pedri e Félix concordamos ao mesmo tempo balançando a cabeça em sinal positivo.

— E aonde iríamos?! — Pedri pergunta

— Não sei, El Fuego? — Fermín sugere

— Boa pai! — Félix e ele fazem um toque de mão

Não respondi nada, afinal de contas nem sei se quero ir.

Sempre que saí só nós quatro, eu acabo sozinho no camarote enquanto eles saem sabe Deus pra onde
com garotas que acabaram de conhecer.

É uma merda ser o único amigo do grupo que não bebe e não pega mulher. Acreditem.

A propósito, sim, eu não bebo e piorou o fumo.

Já os meninos são totalmente ao contrário de mim, costumamos brincar que Fermín não bebe, ele
entorna.

Qualquer tipo de bebida ele tá mandando pra dentro sem nem querer saber de nada e no final do rolê é
sempre o primeiro a da PT.

E como eu sou sempre o único sóbrio, sempre acaba sobrando pra mim ser o motorista da noite.

— Gavi?! — escutei eles me chamando e os três olhavam pra mim

— Que que tem eu?! — perguntei perdido no assunto

— Você vai, não vai?! — Pedri pergunta

— Não sei mano, tô com minha tia e minha prima lá em casa... Não sei se seria legal sair tarde pra
chegar tarde. — tentei arrumar uma desculpa

— Ah, para! Isso aí tá parecendo mais história pra boi dormir. — Félix fala

Às vezes eu não entendia nada do que esse cara falava. Sério.

Ele misturava um espanhol com o português sinistro.

— Também tô achando. — Fermín fala


— Vocês são esperto, só querem que eu vá pra terem um motorista particular. — comentei

— Não meu parceiro, nada disso, a gente quer que você vá porque tá na hora de sair dessa seca. —
Fermín fala tocando em ombro e olhando nos meus olhos

— Eu não tô na seca, eu estou com a Ana. — respondo

— Exatamente, já vai fazer um ano que você tá com a mesma mulher, meu parceiro. Tá na hora de
conhecer novos ares. — ele fala

Como assim conhecer novos ares? Pensei.

— Não, valeu, tô de boa com a Ana. — dei de ombros

— Você sabe que ela sai com outros caras, não sabe?! — Pedri fala e eu olhei pra ele com a testa
franzida

— Não, ela não sai! — respondi firme

— Sim, ela sai. Sinto em lhe informar parceiro, mas esses dias mesmo o Eric falou que os dois
andaram saindo algumas vezes. — Pedri dá uns tapinhas em meu ombro

— Ih, irmão! Bem vindo ao clube. — Félix fala zoando

Eu tentava processar a nova informação que Pedri acabou de me dizer.

Como assim a Ana está saindo com outros caras? Eu pensava que éramos exclusividade um do outro,
mesmo que não fosse oficialmente um namoro.

Será que a falta de sexo a afeta tanto assim ao ponto de precisar sair com outros?

Então por que caralhos ela ainda está comigo?

•••

Fui pra casa pensando no que Pedri havia falado sobre a Ana e o Eric, não sei se foi só papo pra me
convencer a ir pra balada junto com eles ou o que.

Só sei que meu cérebro está fritando com essa nova informação.

Logo o Eric, porra? Tanto cara por aí, mas logo um ex -colega de equipe.

Tudo bem que até onde eu saiba, antes de eu entrar na vida dela, os dois estavam trocando uma ideia.

Mas que se foda. Isso não lhe dá o direito de sair pegando ele por aí.

Cheguei em casa com a cabeça pensando nisso ainda, estacionei o carro na garagem, tirei o cinto e sai
do mesmo.
Entrei dentro de casa e estranhamente o lugar estava silencioso demais.

Geralmente é sempre muita conversa vindo da minha mãe e da minha irmã, pensem em duas mulheres
que falam.

Subi a escada atravessando o corredor em direção ao meu quarto, mas antes que eu pudesse fazer isso,
dei de cara com a tal Eloísa.

Ela acaba de sair de dentro do seu quarto usando nada além da maldita camisa do Madrid que ela
usava quando chegou aqui.

Colocando uma mão na cintura ela olhou pra mim com um sorrisinho cínico.

Mas que desgraçada, ela fez isso de propósito.

— Dá pra me dar licença?! — perguntei tentando manter a calma

— Você é bem nervosinho, né?! — ela perguntou implicando comigo

— Você não imagina o quanto. — falei entre os dentes e ela riu

— Será que tem essa marra na cama também ou cachorro que late não morde?! — ela falou me
desafiando sussurrando em um tom de voz sexy

Por alguma razão, senti todos os pelos do meu corpo se arrepiar.

— Dá licença?! — pedi novamente

Dessa vez, me obedecendo, ela ergueu as mãos em sinal de redenção e saiu da minha frente.

Em um tom irônico a agradeci e passei por ela trombando em seu ombro, a escutei dar uma risada.
Essa menina é maluca.

Abri a porta do meu quarto e entrei dentro do mesmo, fechando logo em seguida.

Quem essa garota pensa que é? Vem na minha casa, usando camisa do time que eu mais odeio nesse
mundo e acha que pode ficar fazendo esses tipos de joguinhos de sedução comigo.

Mas ela está muito enganada se pensa que eu vou cair na sua lábia, mas está mesmo.
CAPÍTULO QUINZE
ELOISA

Saber que o único fato do tal Pablo, Gavi, sei lá, tanto faz também. Mas voltando ao que eu estava
dizendo. Saber que o único fato que faz ele não gostar de mim foi porque eu simplesmente estava
usando uma camisa do seu time adversário, só fez as coisas se tornarem ainda mais interessantes pra
mim.

Todos na casa saíram pra ir na praia e como eu já tinha ido hoje de manhã, disse que se pudesse queria
ficar em casa.

Estava deitada na cama lendo um livro quando escutei o barulho de carro chegando e eu sabia que era
ele, já que o mesmo foi o único que saiu de carro.

Então, rapidamente tirei a roupa que eu estava usando e coloquei a camisa do Madrid.

Fiquei só esperando o momento certo e quando ele apareceu no corredor, fiz questão de aparecer em
sua frente usando a camisa.

A parte mais engraçada, é que ele fica sem graça com as minhas atitudes, ao invés de rebater.

Não me surpreenderia se ele ainda fosse virgem. Porque cara que é, tem.

•••

Durante a parte da noite, eu fiquei brincando um pouco com Sofia na sala enquanto dona Aurora e
Almudena preparavam o jantar.

Aurora e o namorado se trancaram no quarto e eu até posso imaginar o que aqueles dois estão
aprontando. Quem dera eu.

Estava sentada no chão da sala com Sofia quando escutei passos vindo da escada, olhei curiosa pra vê
quem era e era ele.

O mesmo usava uma calça cargo clara e uma blusa pólo preta um pouco justa que deixava seus bíceps
bem marcados.

Mordi o lábio inferior deslizando meus olhos por todo seu corpo. Gostoso.

- Para de me olhar desse jeito garota. - ele fala revirando os olhos e dei uma risada

- Que jeito?! - perguntei me fazendo de cínica

- Desse jeito aí... Como se fosse me devorar. - ele responde e dessa vez eu dei foi uma gargalhada

Era fofo e ao mesmo tempo sexy vê ele ficando todo sem jeito sobre o meu olhar.
Como eu disse, com certeza deve ser virgem.

- Está vendo coisas onde não tem, Gavi. - usei o nome que escutei sua irmã o chamar hoje mais cedo

Vejo o garoto engolir em seco e desviar o olhar coçando a nuca. Dou um sorriso de canto satisfeita, é
bom saber que eu causo alguma coisa sobre ele.

- Ué, vai sair meu filho?! - sua mãe pergunta saindo de dentro da cozinha vendo o filho todo arrumado

- Vou mãe, vou sair com os meninos. - ele responde a dando um sorriso fraco

- Ah, tá bom! Só tome cuidado viu? E juízo. - ela fala indo até ele e o dando um beijo em sua
bochecha

Agora tá explicado esse jeito todo esquisito e mimadinho dele.

Ele se despede da mãe, mas antes de sair em direção a porta da frente, seu olhar recai sobre mim
novamente.

Fiz questão de dar um sorrisinho sem mostrar os dentes e mandei um beijo no ar, fingindo não ter
gostado ele revirou os olhos e saiu.

Dei uma risada balançando a cabeça negando.

Novamente escutei barulho de passos vindo da escada, só que dessa vez era Aurora e o seu namorado,
que desciam de mãos dadas.

Ergui uma sobrancelha intercalando o olhar entre os dois.

Quando terminaram de descer a escada os dois deram um selinho e ele saiu em direção a cozinha e ela
veio até onde eu estava com Sofia se sentando no sofá.

- O Pablo saiu?! - ela perguntou olhando pra mim

- Afinal de contas... É Pablo ou é Gavi?! - perguntei e ela riu

- É Pablo, mas Gavi é o nome artístico, nome de jogador sabe? - ela me explicar

- Ah, tipo o Jude que todo mundo só chama de Bellingham. - falei sem pensar e Aurora ergueu uma de
suas sobrancelhas perfeitamente feita

- É... Uma comparação um tanto curiosa, mas é. - ela fala rindo

Sinto minhas bochechas corarem de vergonha pelo o que eu havia dito.


Como já falei, absolutamente ninguém além de Lola e Abby sabe sobre Jude. Minha irmã Bianca e
meu cunhado Henrique também sabiam, mas eu os fiz prometer que não iriam contar pra mais
ninguém.

Eu gosto de ter Jude como o meu segredinho.

Não por vergonha dele ou algo do tipo, até porque, por favor né, quem teria vergonha de assumir que
está ficando com um gostoso daquele?

É algo mais só por cautela mesmo, não quero que ele pense que estou com ele por causa da sua fama.
Ou algo do tipo.

- Então... O seu irmão é jogador de futebol. - puxei assunto curiosa

Eu precisava saber algo além do seu nome. Ou melhor dizendo, eu precisava saber se ele tinha
alguém.

- Sim, ele joga desde muito novo, mas que tá no time principal do Barça vai fazer três anos. - ela
comenta parecendo orgulhosa do irmão

- Deve ser incrível, né?! Vocês devem ganhar ingresso para todos jogos. - comentei e ela riu

- Isso é verdade, mas a gente quase não vai muito ao estádio, na maioria das vezes preferimos assistir
de casa. - Aurora dá de ombros

Em Londres, eu fui assistir umas três partidas do Jude pelo Borussia, não entendia absolutamente
nada.

Só ia na onda da galera, quando eles ficavam putos eu também ficava e quando eles comemoravam eu
também comemorava.

No final, só sei que as partidas acabaram comigo e com Jude no apartamento dele. Como sempre.

O lugar mais inusitado que a gente já transou com certeza foi aquele dia no estúdio de tatuagem.

Embora com a gente não tenha essa de lugar certo e hora certa, se bater a vontade, que se dane onde
estamos.

- Trouxe vinho pra gente. - o namorado de Autora fala surgindo na sala

Ele entrega uma taça de vinho pra namorada e uma pra mim. Agradeci.

Ao ver o vinho foi impossível não me lembrar da cena de ontem, até dei uma risada anasalada.

- Gavi saiu? - o namorado de Aurora perguntou

- Saiu, deve ter ido se encontrar com a Ana. - Aurora responde dando um gole em seu vinho
— Ana? Namorada dele?! — perguntei antes mesmo que eu pudesse pensar

Quando Aurora me olha um tanto quanto curiosa, percebendo meu interesse sobre seu irmão, eu
encolhi os ombros.

— É complicado... — ela fala — Não chega a ser namoro, porque nunca rolou um pedido de fato, mas
os dois estão saindo há quase um ano. — explicou

— Ah... — foi tudo o que eu falei

Percebendo Aurora me olhar de um jeito diferente, como se estivesse me analisando, levei a taça de
vinho até meus lábios tomando um pouco do líquido.

Interessante saber dessa nova informação, então ele não tem uma namorada, mas está ficando com
uma garota há quase um ano.

Seria engraçado, se não fosse parecido com a minha história.

•••

Depois do jantar, enrolamos um pouco mas logo cada um subiu para o seu quarto exausto pelo dia
agitado.

Fiz toda minha rotina noturna corretamente e deitei na cama mexendo no meu celular.

Qual será o Instagram desse garoto?

Curiosa que sou, escrevi o nome Pablo na minha barra de pesquisar e logo de cara o primeiro
Instagram que apareceu foi o dele.

Caraca, 16,2 milhões de seguidores. Isso é gente pra caramba.

Mas, só para tirar uma dúvida, rapidamente fui até o perfil de Jude para fazer uma pequena
comparação e vi que o meu gatinho tinha 17,6 milhões de seguidores.

Acho que temos um preferido pelo povo.

Logo voltei para o perfil do tal Gavi analisando suas fotos, todas elas sem exceção eram fotos suas em
jogo.

Cliquei em cima da primeira publicação e era um carrossel de fotos dele em sua última partida pelo
seu time.

Mordi meu lábio inferior analisando ele nas fotos, quem vê essa carinha, não imagina o quão
arrogante é.

Dou uma risada com esse pensamento.


Rolei a tela do celular analisando foto por foto e devo fazer um comentário sobre esta incrédula com o
tamanho dessa bunda.

Tudo bem que vê pessoalmente é até melhor, mas mesmo assim, até nas fotos é possível reparar isso.

Após ver literalmente todas as fotos postadas em seu perfil, entrei em seus destaques.

Mais fotos de jogo. Revirei os olhos.

Esse menino não tem vida fora do campo de futebol? Porque não é possível.

Fui passando, passando, até chegar na última foto do último destaque.

Essa não era uma foto dele em campo, era uma foto dele parecendo estar aqui, em sua casa,
especificamente na área externa da piscina.

Sem camisa, usando uma bermuda preta.

Virei um pouco a cabeça pro lado observando melhor a foto e mais uma vez mordi meu lábio inferior
gostando do que eu estava vendo.

Tendo uma ideia, eu larguei meu celular de lado o colocando em cima da mesa de cabeceira e levantei
da cama.

Saindo do quarto onde estou ficando, tento ao máximo não fazer barulho, caminhei em direção ao
quarto dele.

Acho que depois de ontem, alguém está me devendo uma camisa nova, não acham?

Segurei a maçaneta e empurrei a porta e para a minha sorte, não estava trancada.

Entrei dentro do cômodo deixando a porta meio aberta, meio encostada.

Olhei envolta mesmo com tudo escuro, sendo iluminado apenas com a luz da lua que entrava pela
janela.

Até que finalmente achei a porta que deduzir ser do seu closet, caminhei em direção ao mesmo.

Olhando envolta, procurei por alguma de suas camisas de time e encontrei uma com listras azuis e
vermelhas, atrás continha o nome "Gavi" e o número "30".

Dei um sorrisinho satisfeita e aproximei a camisa do meu nariz cheirando, está com o cheiro do
perfume dele.

Tirei o pijama que eu estava usando e o substituí pela camisa. Ficou parecendo um vestido. Amei.

Voltei para o quarto e olhei para a sua cama pensando, por que não aproveitar?
Me joguei de braços abertos no colchão e dei uma risada. Coringando.

Acho que alguém vai ficar muito puto quando me vê acordando amanhã usando sua camisa.

Sinto meu sorriso sumir aos poucos quando meus pensamentos são tomados por minha imaginação
fértil.

Pego pensando se essa marrinha toda é só fingimento ou se na cama também é assim. Mesmo que eu
ainda acredite fielmente que ele seja virgem.

E se essa marra toda for na cama também, puta que pariu, sinto todo meu corpo arrepiar só de
imaginar.

Antes mesmo que eu pudesse ter o controle da situação, sinto minha mão ir em direção ao meio das
minhas pernas.

Ergo as pernas, apoiando meus pés sobre o colchão e arfei sentindo o contato dos meus dedos gélidos
em meu ponto sensível no meio das minhas pernas.

Me contorcia sobre o colchão, mordendo meus lábios tentando não deixar um gemido escapar
enquanto me estimulava.

Arfei erguendo um pouco minha coluna do colchão, tombando minha cabeça para trás de olhos
fechados.

Porém, me assusto ao escutar o barulho de algo caindo.

— Merda! — escutei a voz rouca dele falar em um sussurro

Abrindo os olhos, olhei para o lado e pude ver que era ele. O próprio dono do quarto.

E pelo jeito da sua respiração ofegante e da ereção evidente em sua calça, acho que ele não chegou
agora.
CAPÍTULO DEZESSEIS
PABLO GAVI

Como já era de se imaginar, não foi uma boa ideia ter saído com os meninos. Já que o final, é sempre
o mesmo.

Eu sozinho, em um canto bebendo uma coca zero, enquanto eles estão transando em algum canto
qualquer, com uma garota que acabou de conhecer.

De saco cheio, resolvi ir embora e só mandei uma mensagem no nosso grupo avisando que estava
indo.

Quando entrei dentro do meu carro suspirei, estranhamente me sinto cansado.

Liguei o motor e pisei no acelerador saindo do estacionamento da boate começando a dirigir pelas
ruas de Barcelona.

Minha cabeça está doendo e acho que o remédio para isso acabou lá em casa, então passei em uma
dessas farmácias vinte e quatro horas e comprei.

Ao voltar para o carro e voltar a dirigir, meus pensamentos viajaram em uma certa loira dos olhos
verdes que está hospedada na minha casa.

Não sei o que aquela garota tem, mas ela consegue me tirar do sério só de olhar pra mim.

Pensei que não tinha ido com a cara dela por ter visto a usando aquela camisa ridícula do Madrid, que
como se não bastasse ser do time rival, ainda tinha o nome e o número do Bellingham atrás.

Mas agora consigo enxergar que tem algo a mais que não me faz gostar dela.

Cheguei em casa e estacionei o carro na garagem tentando fazer o mínimo de barulho possível, afinal
de contas, tenho certeza de que todos devem estar dormindo a essa hora.

Entrei com cuidado e fui em direção a cozinha, pegando uma garrafinha de água na geladeira pra
tomar junto com o remédio.

Depois disso, sai de dentro da cozinha e caminhei em direção a escada subindo a mesma doido para
me jogar na minha cama e dormir.

Atravessei o corredor e quando eu cheguei perto da porta, estranhei o fato dela estar semiaberta. Eu
não a deixei assim.

Empurrei um pouco a porta desconfiado e senti minha garganta secar quando me deparei com a loira
deitada em minha cama, com as pernas pra cima e suas mãos no centro delas se estimulando.

Como ela estava de olhos fechados, ela não me viu e então continuou a fazer o que estava fazendo.
Eu continuava parado no mesmo lugar, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo.

Senti minha pulsação acelerar e a cada movimento dela, o morder de lábios, a forma em que ela se
contorcia, estranhamente me fazia sentir algo.

Quando a escutei deixar um gemido escapulir pelos seus lábios, eu não aguentei, porra. Por que isso é
estranhamente excitante?

E deslizando meus olhos brevemente pelo seu corpo, pude notar que ela usava uma de minhas blusas
de time.

O que só me deixou ainda mais eufórico e quando dei por mim, algo entre minhas pernas já estava
bem animado.

Passei a língua nos lábios e fui dar um passo pra frente, mas nesse meio tempo acabei me
atrapalhando e tropecei na cômoda que fica perto da porta.

Ela parou os movimentos e abriu os olhos olhando em minha direção.

Mas ao invés de se sentir envergonhada ou algo do tipo por ter sido pega, a vi abrir um sorrisinho
sarcástico nos lábios parecendo ter gostado de ter sido pega no flagra.

Pisquei voltando para a realidade e entrei de uma vez no meu quarto.

— O que caralhos você está fazendo no meu quarto?! — perguntei e ela deu uma risada

— Pensei que fosse óbvio... — ela responde sarcástica

— Sai do meu quarto. — falei apontando em direção a porta

Ela apenas me olhou com uma sobrancelha erguida como se estivesse me desafiando.

Tentava ao máximo manter a minha pose, levando em consideração que ela ainda estava deitada em
minha cama com as pernas abertas e se eu chego só mais um pouco pra lá...

— Qual é, vai dizer que não estava gostando do show, baby boy?! — ela da uma risada pervertida

— Não, não estava! — respondi tentando ser firme

Mas nem eu acreditava nessa mentira que acabei de contar.

Ela fechou as pernas e levantou da cama vindo em minha direção me deixando em alerta.

— Que pena... — ela aproxima os lábios do meu ouvido — Porque eu estava fazendo isso pensando
justamente em você. — a escuto sussurrar
Todos os pelos do meu corpo se arrepiam e algo dentro da minha calça começava a incomodar mais
ainda.

Arfei e a segurei pelos braços, a puxando em direção a porta.

— Boa noite, Eloísa! — falei entre os dentes a "jogando" para fora do quarto

Fechando a porta em sua cara, eu respirei fundo encostando minha testa na madeira. Passei a língua
nos lábios e fechei os olhos.

E agora? O que que eu faço pra resolver a minha situação? Fazia tempos que eu não tinha uma ereção.

Mas que porra, eu juro que algum dia essa garota me paga.

Tirando minha blusa e minha calça, caminhei em direção ao banheiro, tirando minha boxer antes de
entrar no box.

Liguei o registro e senti a água gelada cair sobre meu corpo, fechei o punho e o encostei na parede
junto com a minha testa respirando fundo.

Tentei pensar em várias outras coisas que me ajudassem com o meu problema.

Mas de nada adiantou, só conseguia pensar naquela maldita e na cena que vi minutos atrás.

A forma que ela estava deitada na cama, seu corpo envolto com a minha camisa, sua mão trabalhando
de forma ágeis no seu ponto mais sensível e as expressões de prazer em seu rosto.

Caralho.

Sem conseguir ter autocontrole, quando dei por mim, minha mão já estava envolta da base do meu
pau fazendo um movimento de vai e vem enquanto alguns gemidos saiam por meus lábios se
misturando com o barulho da água caindo.

Repito, aquela garota um dia ainda me paga. Ah, se vai.

•••

No dia seguinte, acordei antes mesmo do sol nascer. E sendo bem sincero, eu quase não consegui
dormir, se dormir duas horas foi muito.

Tudo isso porque eu não conseguia parar de pensar na Eloísa e no que eu fiz no banheiro enquanto
pensava nela.

Como eu disse, nunca tive necessidade do sexo, nunca foi algo que me fez falta, inclusive, ontem foi
uma das poucas vezes em que tive uma ereção.

O que por um lado agradeço, até eu já estava começando a achar que sou broxa.
Levantei da cama frustrado e fui até meu closet e vesti uma camisa moletom sem manga.

Calcei um tênis de corrida, pego meu airpods junto com meu celular e saio do quarto.

Atravessei o corredor e ao passar em frente a porta do quarto que ela estava ficando eu hesitei por
alguns segundos.

Mas logo balancei a cabeça negando e segui o meu caminho.

Desci a escada e sai de dentro da casa colocando os meus fones de ouvido e escolhendo minha playlist
no Spotify no modo aleatório.

Coloquei o capuz e comecei a correr pela orla da praia.

Precisava de algo para gastar minhas energias e que me ajudasse a parar de pensar naquela diaba loira.

Enquanto corria sentia meu coração acelerado e minha respiração ofegante.

Mas os meus pensamentos ainda não saiam dela. Merda.

Corri tanto que estava sem fôlego, parei colocando minhas mãos em meus joelhos tentando recuperar
o fôlego. Tirei o capuz e olhei pra cima.

Endireitei a postura e levei minhas mãos até a minha lombar.

Me virei e olhando o mar em minha frente, pensei, por que não?

Retiro meus tênis e caminho pela areia, ao me aproximar mais, tirei minha blusa também.

Entrei na água gelada sentindo o vento também soprar contra meu corpo.

Vejo uma onda vindo e mergulho pegando "carona" na mesma.

Depois de alguns minutos dentro da água, sai de dentro da mesma voltando pra areia e me sentei
apenas observando o mar apreciando o silêncio.

O que que essa mulher fez comigo?

Peguei meu celular e entrei no meu Instagram, vi que os meninos haviam postado melhores amigos,
eram vídeos da noite de ontem.

Ambos no mesmo quarto, cada um com uma garota. Fiz careta. Sério que eles compartilharam um
quarto?

Esses caras são malucos. Sério.

Passei o story e o próximo era de Ana, melhores amigos também, ela estava em uma festa com
algumas amigas e segurava um copo de bebida enquanto balançava a cabeça ao ritmo da música.
Foi rápido, mas consegui ver o exato momento em que Eric se aproximou dela para falar algo em seu
ouvido.

Então não era mentira dos meninos, os dois estão mesmo saindo.

Bufei irritado e joguei meu celular na areia.

Tudo isso por causa de sexo? Será que é tão difícil pra um ser humano conseguir ficar sem isso?

Levantei e peguei minhas coisas, começando a caminhar para fora da areia e voltando pra orla.

Como eu tinha feito uma boa corrida, foram dez minutos andando até voltar pra minha casa.

Eu já tinha até me secado. Entrei dentro da casa e escutei vozes vindo da cozinha.

Ao olhar a hora percebi que eram oito horas da manhã.

Fui até a cozinha, a fim de beber água e ver quem era, embora eu tenha quase certeza de que é minha
mãe.

Ela sempre levanta cedo pra fazer o café da manhã.

Mas sou surpreendido ao vê que não era ela e sim Eloísa junto de Sofia.

— Gavi! — Sofia fala animada ao me vê

O olhar de Eloísa vem de encontro ao meu e ela desceu seus olhos pelo meu corpo descaradamente, a
camisa estava mais grudada devido a umidade.

Fiz o mesmo com ela, percebendo que ela ainda usava minha camisa, só que dessa vez com um short
por baixo.

— Bom dia! — ela fala me tirando do transe

— Bom dia! — respondi indiferente

— Quer comer alguma coisa? Eu posso preparar. — ela fala

E por alguns segundos, se passou uma resposta bem errada pela minha cabeça.

— Anh... Não, valeu, tô de boa. — minto

Mas sou dedurado pelo meu estômago que fez questão de roncar alto.

Eloísa ergueu uma sobrancelha olhando pra mim.

— Senta, te faço um sanduíche. — ela ri


Como ela está conseguindo agir normalmente assim? Como se nada tivesse acontecido?

Puxei uma cadeira e me sentei ao lado de Sofia.

Desbloqueio meu celular e entro no meu aplicativo de mensagens mandando uma mensagem rápida
para Ana.

"Podemos nos ver hoje?"

Sei que ela deve está dormindo pela hora, já que a mesma sempre acorda por volta das dez horas da
manhã.

Mas é bom que ela vai me responder assim que acordar.

Escutei o barulho do prato sendo colocado em minha frente e ao erguer o olhar percebi que Eloísa já
havia feito o sanduíche e de "brinde" me deu uma xícara de café.

— Valeu! — agradeci sem jeito

— Espero que tenha lavado as mãos. — ela fala no duplo sentido dando uma risada sarcástica

Olhei pra ela que piscou um dos olhos pra mim.

Senhor, me dê forças pra aguentar ficar um mês debaixo do mesmo teto que essa mulher.
CAPÍTULO DEZESSETE
ELOISA

Acordei hoje com Sofia entrando no meu quarto dizendo que havia perdido o sono. Meio sonolenta eu
levantei da cama e disse pra ela descer e me esperar na cozinha que eu iria descer e preparar o café da
manhã pra ela.

Fui até o banheiro e fiz toda minha higiene pessoal, pulando o banho hoje, vou deixar pra tomar
depois.

Coloquei um short por baixo da blusa de Gavi que eu ainda usava.

Eu não esperava o ter como plateia ontem, mas pela forma que ele agiu, tenho certeza de que ele
adorou o show.

Dei uma risada fraca e balancei a cabeça negando.

Saio do banheiro e peguei meu celular que havia deixado passar a noite carregando, logo em seguida
saindo de dentro do quarto.

Atravessei o corredor e desci a escada indo em direção a cozinha e vendo que Sofia me aguardava
sentada a mesa pintando.

Deixei um beijo sobre sua cabeça e fui preparar o seu café da manhã que costumo fazer todos os dias.

Enquanto fazia isso, Soso ficou conversando comigo coisas aleatórias de criança e eu apenas
concordava e entrava na dela.

Até que a escutei do nada no meio da conversa chamar pelo apelido de seu primo.

Confusa me virei e lá estava o moreno, parado na porta da cozinha apenas observando o que
acontecia.

Desci meus olhos por seu corpo vendo que ele estava molhado, acho que alguém foi na praia.

Percebendo meu olhar, ele faz o mesmo comigo parando seus olhos sobre a camisa que eu usava.

Abri um sorrisinho de canto e só para o provocar perguntei se ele queria que eu fizesse algo pra ele
comer.

Quando ele hesitou em responder por alguns segundos, até consegui imaginar os pensamentos
sórdidos que se passavam pela sua cabeça.

A princípio ele negou a minha oferta, mas o seu estômago roncando alto dedurou que o mesmo estava
com fome.
Fiz questão de preparar o seu café e quando me aproximei dele para o entregar, é claro que eu não
poderia deixar a oportunidade passar.

— Espero que tenha lavado as mãos. — sussurrei próximo ao seu ouvido o provocando

Vejo os pelos da sua nuca arrepiar e ele se remexeu desconfortável na cadeira.

Acho que alguém foi dormir pensando em mim ontem.

Me afasto dele com um sorrisinho satisfeita em meu rosto. Até o final do mês, eu faço esse homem
estar aos meus pés.

Pode anotar o que eu estou falando.

•••

Meu Deus, acho que o sol esqueceu que existem outros países e se instalou aqui em Barcelona, porque
o calor que está fazendo não é normal.

Quando me disseram que o calor Europeu era fora do normal, eu não acreditei, afinal de contas, eu
sou brasileira nascida e criada no RJ, o sol nunca foi um incômodo.

Já que era só o sol dizer "oi" que sem nem pensar duas vezes, já estávamos na praia.

Mas esse calor que está fazendo aqui, não é o mesmo calor do Brasil não, puta que pariu.

Estamos todos na área da piscina esperando o almoço sair, o senhor Pablo decidiu fazer churrasco.

Tenho certeza que o churrasco daqui é totalmente diferente do que fazemos no Brasil, mas vamos vê o
que sai.

Eu e Aurora estávamos deitadas nas espreguiçadeiras tomando sol, mas o tempo todo ela reclamava
do fato de que se ficasse por mais um tempo, seu corpo iria ficar com a marca do biquíni, coisa que
ela odeia.

Diferente de mim, que tudo o que eu mais queria era pegar uma marquinha de biquíni, até coloquei
um próprio para isso.

Nunca vou entender esse preconceito das mulheres europeias em ficar com a marca do biquíni, elas
preferem colocar os seios para jogo do que ficar com a marquinha.

Não vou me esquecer nunca da primeira vez que fui em uma praia e literalmente todas as mulheres
estavam sem o sutiã do biquíni tomando sol e a praia lotada de homens.

Me senti um pouco envergonhada porque além do cenário que eu estava prestigiando, ainda estava
sendo julgada pelo biquíni que eu usava. Já que os biquínis brasileiros são totalmente diferentes dos
que vendem aqui.
Porém, depois de um tempo, acabei me acostumando e quando tô afim, também fico sem o sutiã do
biquíni.

Estava de olhos fechados apenas aproveitando o sol depois de me entupir de protetor solar, já que eu
sou branca igual uma folha a4 e no final do dia se eu não usar, fico mais vermelha que um camarão.

Até que escutei barulho de vozes conversando e não era as vozes das pessoas da casa a qual eu já
estava me acostumando.

Era vozes de homens. Abri os olhos e desci meus óculos de sol olhando por cima dele.

Gavi, que havia saído, acaba de chegar na companhia de mais outros três garotos.

— São amigos de time do Gavi. — escutei Aurora falar ao meu lado de olhos fechados

— Mas eu nem falei nada. — dei uma risada voltando os óculos ao meu rosto

— O moreno, pele bronzeada, barba por fazer, Pedri Gonzalez, vinte anos, solteiro, o outro, mais
magrinho, cabeludinho, João Félix, vinte e três anos, depois de ser corno três vezes pela mesmo
garota, finalmente está solteiro e por fim, o loirinho, bombadinho, cabelo duro de tanto gel que usa,
Fermín Lopez, vinte anos, solteiro, mas, vai ser o cara mais hétero top que você vai conhecer na sua
vida. — ela me fala fazendo a lista completa dos rapazes

Mesmo diante de tantas novas informações, minha atenção era exclusiva e única para uma só pessoa.

Gavi.

O moreno usava uma bermuda preta e uma camisa estilo havaiana aberta mostrando seu peitoral
sarado, a correntinha em seu pescoço era o charme sem sombra de dúvidas. E no rosto um óculos
escuro.

Mordi meu lábio inferior olhando pra ele de cima a baixo. Esse estilo playboyzinho acaba comigo.

— Mas pelo o que vejo... Seu foco é o meu irmão. — escutei Aurora falar dando uma risada

— Que? Não! Não viaja. — tento disfarçar

— Nem adianta querer mentir, toda vez que você olha pra ele, parece que está vendo uma bolsa
último lamento da Prada. — ela fala e eu ri

— Tá comparando o seu irmão a uma bolsa da Prada?! — perguntei

— Não mude de assunto... — ela fala subindo os óculos e olhando pra mim — Não te culpo por está
atraída por ele, afinal de contas... Não dá pra negar que aquele cabeçudo é atraente, só que o Gavi
ele... — Aurora suspira — É difícil explicar, mas acho que a nossa mãe o mimou demais, ele tem um
temperamento difícil, sabe?

Apenas balancei a cabeça concordando com o que ela havia dito.


Não entendi direito onde ela quis chegar com essa conversa, só sei que ela conseguiu me deixar ainda
mais instigada no seu irmão.

Os rapazes pegaram uma bola e foram em direção da futmesa que ficava ali no jardim.

Enquanto eles faziam isso, percebi os três olharem para mim e eu acenei para todos dando um
sorrisinho de canto.

Percebi Gavi revirar os olhos não gostando dos amigos babando em cima de mim.

Se ele soubesse que tem toda minha atenção, não se preocuparia tanto.

•••

Até que o churrasco foi melhor do que eu pensei, claro que os completos não eram tão gostosos
quanto um feijão tropeiro, um vinagrete, essas comidas típicas brasileiras.

Mas no fim, tava tudo gostoso igual.

Resolvi fazer uma caipirinha pra mim e no final, eu tava fazendo caipirinha pra família inteira. Eles
adoraram a mistura de limão, com cachaça e gelo.

A família Gavira tem um bar muito maneiro com todos os tipos de bebidas.

O senhor Pablo até quis experimentar a caipirinha com tequila, bem, eu não provei, mas de acordo
com ele, ficou melhor do que com cachaça.

O dia já começava a ir embora e o calor graças a Deus ia diminuindo, mas todos ainda estávamos
envolta da piscina.

A música rolava de fundo enquanto os adultos riam alto e jogavam truco. Até me chamaram pra
participar, mas eu nem sei jogar esse trem, meus irmão que são viciados, mas nem deles tiveram a
paciência de me ensinar.

Eu ainda estava sentada na espreguiçadeira, tomando meu terceiro copo de caipirinha observando os
meninos jogando.

Eles não cansam? Só pararam na hora de almoçar e depois voltaram.

Dois deles tentaram chegar em mim jogando conversa, mas eu apenas ignorei.

Quem não gostou nada do que viu foi Gavi, que toda vez que via um de seus amigos tentando se
aproximar, olhava para eles com cara feia.

— Quer jogar, Elô?! — escutei um deles perguntar me trazendo de volta para a realidade

— Que? Não! Se ela entrar, não forma time. — Gavi se apressa em dizer
— Para de ser chato, eu saio. — o mais magrinho, o tal João, falou repreendendo o amigo

Sabia que Gavi não queria que eu jogasse, porque não me queria perto dos amigos.

Abri um sorrisinho cínico olhando pra ele.

— Acho que eu quero jogar sim. — falei

Levantei e rodei a piscina indo em direção até onde eles estavam e como ele havia dito, Félix saiu
para que eu pudesse entrar, sendo assim, acabei sendo dupla do moreno de barba por fazer, Pedri se
não me engano.

Então, ficou eu e ele contra Gavi e o loirinho, o tal Fermín.

— Você sabe jogar?! — escutei Pedri pergunta

— Se eu sei jogar?! — dei uma risada olhando pra ele analisando seu rosto vendo seus olhos
desceram para os meus lábios — A gente começa. — dei um sorriso de canto pra ele

Como a bola estava com Gavi, ele mais uma vez revirou os olhos e jogou a bola para mim que a
peguei no ar.

— Melhor de cinco? — perguntei pra todos

Eles se entreolharam e concordaram, então, como eu havia pedido, o jogo começou por mim e pelo
Pedri.

Foi impagável a cara de todos os quatros quando eu fiz o saque perfeito. Isso vai ser bom.

Ao chegar no último set, eu daria de tudo pra poder tirar uma foto da cara do Gavi nesse momento.

Ele não conseguia acreditar que estava perdendo pra mim e isso o estava deixando irritado.

Sentia vontade de rir ao ver a cara dele a cada ponto marcado por mim.

O problema dele foi me subestimar. Afinal de contas, eu vim do Rio, altinha no final de tarde na praia,
entre os meus amigos, era de lei.

E devo o mérito de ter ficado boa, ao idiota do meu ex, que apesar dos chifres, me ensinou a jogar.

Fermín faz o saque e a bola da vez fica com Pedri que repassa pra mim que já devolvo pros meninos
adversários.

Três toques depois e eles devolvem fazendo a bola entrar na nossa área, o que me fez ir pra cima da
mesma.
Bola devolvida e vejo o exato momento em que Gavi vai tentar fazer uma jogada de peito e a bola
bate em seu braço.

— Braço! Ponto pro outro time. — Félix que tinha se denominado o juiz da partida fala

— Que? Ficou maluco cara?! — Gavi fala puto

Pedri e eu olhamos um pro outro fazendo um toque de mãos comemorando e ele me abraça, me
segurando pela cintura e me tirando do chão.

Quando nos afastamos ele ficou olhando pra mim de um jeito estranho, ah, não.

Me afastei e empurrei seu ombro o fazendo voltar para realidade dando uma risada sem graça.

Gavi ainda discutia com Félix o ponto que ele nos deu.

— Aceita que dói menos, Gavi. — falei o provocando

Vejo ele olhar pra mim com uma cara de quem estava a ponto de me jogar dentro da piscina e afogar.

Dei uma risada sarcástica e mando um beijo no ar para ele.

•••

Confesso que eu já estava cansada do dia. E devo admitir que foi tudo muito divertido.

Estava jogada na espreguiçadeira procrastinando, os meninos já haviam parado de jogar e agora


estavam sentados em volta da piscina com os pés dentro da água.

Vi o exato momento em que o tal Pedri, garoto que foi minha dupla na altinha, se levantou e
caminhou em direção a casa.

Tendo uma ideia, eu levantei ajeitando minha saída de praia e olhando para Gavi antes de sair o dei
um sorriso cínico quando ele me olhou de volta.

Entrei dentro da casa a tempo de ver Pedri subindo a escada, provavelmente indo em direção ao
quarto do amigo.

O seguindo, atravessei o corredor e fui até o quarto de Gavi deixando a porta entreaberta.

Pedri estava no banheiro, então me sentei na beirada da cama apoiando minhas mãos no colchão e
cruzando as pernas.

Ontem, por estar muito escuro, não consegui notar o quanto esse quarto é todo organizado.

Nada fora do lugar, ele tinha uma pequena estante de livros e todos estavam alinhados por cores e
tamanho.
E na parede, poster dos filmes do Harry Potter. E levando em consideração que em cima do painel tem
aqueles bonecos feitos de biscuit, acho que alguém aqui é fã da saga.

Voltei para a realidade quando escutei o barulho da descarga e a porta sendo aberta.

— Elô? O que tá fazendo aqui? — Pedri pergunta ao me vê confuso

— Ah... Nada demais, só tava te esperando. — falei dando um sorrisinho

— Me esperando? Por que? — mais perguntas me segurei para não revirar os olhos

— Não acha que eu não percebi o jeito que me olhou o dia todo e depois de termos ganhado no
futmesa. — falei descendo um oitavo tentando deixar minha voz mais sexy

— Ah... — ele fala coçando a nuca sem graça

Levantei caminhando em sua direção e ele desceu seus olhos pelo meu corpo.

Em um movimento rápido, invertido nossas posições, o joguei sentado sobre a cama.

— O que você... — coloquei meu dedo em indicador sobre seus lábios o silenciando

— Menos papo e mais ação, jogador. — o provoquei

Levei minhas mãos até a barra da minha saída da praia a puxando para cima ficando apenas de
biquíni.

Subi em cima do colo de Pedri mordendo meu lábio inferior olhando pra ele, tombando a cabeça um
pouco para o lado.

Seus olhos estavam vidrados em mim e suas pupilas estavam dilatadas ocupando toda sua íris.

Apoiei minhas mãos em seus ombros e ele sem nem pensar duas vezes aproximou suas mãos das
minhas coxas as deslizando por minha pele.

Sem mais delongas aproximei nossos lábios tomando os dele em um beijo sem muita afobação, mas
muito preciso.

Me mexo em seu colo o deixando mais instigado a querer mais.

Sua língua pediu passagem e a minha sedeu sentindo sua mão entrando dentro do meu cabelo e puxar
levemente meus fios.

Corto o beijo e o empurro na cama fazendo ele deitar, o mesmo se ergue um pouco se apoiando nos
braços olhando pra mim.

Levei a mão até o laço do sutiã do meu biquíni e quando eu ia retirá-lo, fomos interrompidos.
— Mas que merda é essa?! — escutamos a voz de Gavi

Pedri olhou para o amigo com os olhos arregalados. Enquanto eu revirei meus olhos saindo de cima
do garoto.

— Duas pessoas que iam transar se você não tivesse chegado e estragado tudo. — respondo ele que
me olha incrédulo

— Vocês iam transar na minha cama? — ele se exalta

— Qual o problema?! — dei uma risada sarcástica — Pelo menos ela ia ser inaugurada.

Peguei minha saída de praia que estava jogada no chão e passei por ele fazendo questão de esbarrar
em seu ombro.

Era só um plano pra deixar ele puto mesmo, mas confesso que depois daquela pegada do seu amigo.

Fiquei com uma puta vontade de experimentar.


CAPÍTULO DEZOITO
PABLO GAVI

No final do dia eu estava morto de cansaço depois de ter passado o dia todo jogando futmesa com os
meninos.

Mas além disso, sem sombra de dúvidas o assunto mais comentado foi exclusivamente um.

Eloísa.

A loira realmente tem o dom de atrair todos para ela e isso é inegável, os meninos ficaram babando
nela.

E até vi o momento em que Fermín e Félix tentaram dar em cima da mesma, porém ela cortou a graça
de ambos.

O que estranhamente eu gostei.

E me permitindo ser um pouco egocêntrico, tenho certeza que os motivos desses fora tem meu nome e
sobrenome, já que a loira não tirou os olhos de mim hoje por sequer um minuto.

É estranho ter alguém me olhando como se eu fosse um objeto em exposição, mas ao mesmo tempo é
excitante.

Quando deu por volta das sete e meia da noite falei com os rapazes que ia subir pro meu quarto e me
arrumar pois ainda iria me encontrar com Ana pra gente jantar hoje.

Como fui eu que os trouxe, então eles iam ter que me esperar se arrumar, a menos que quisessem
pegar um táxi.

Subi a escada e atravessei o corredor em direção ao meu quarto e mais uma vez a porta do mesmo
estava entreaberta e lembranças da madrugada de hoje invadiram minha memória.

Balancei a cabeça negando. O que essa garota tá fazendo comigo?

Torcendo para que Pedri já tenha terminado de usar meu banheiro, terminei de empurrar a porta e
quase caí pra trás com a cena que eu vi.

Eloísa estava sentada em cima de Pedri prestes a retirar a parte de cima do seu biquíni.

Mas antes que a mesma pudesse fazer isso, eu os interrompi.

Na minha cama não. Euem.

— Que merda tá acontecendo aqui? — perguntei claramente irritado


Puta da vida ela revirou os olhos e saiu de cima de Pedri que olhava com os olhos arregalados para
mim.

— Duas pessoas que iam transar se você não tivesse chegado e estragado tudo. — ela me responde na
maior naturalidade e eu a olhei incrédulo

— Vocês iam transar na minha cama? — me exaltei subindo o tom de voz

— Qual o problema?! — ela deu uma risada sarcástica — Pelo menos ela ia ser inaugurada.

Sem esperar por minha resposta, ela pegou sua saída de praia que estava jogada no chão do quarto e
passou por mim trombando de propósito em meu ombro saindo de dentro do quarto.

A sós, olhei para Pedri e cruzei os braços esperando uma justificativa plausível para a cena que acabei
de presenciar.

— Olha, em minha defesa foi ela quem me agarrou! — Pedri fala erguendo as mãos em sinal de
rendição

— Ah, claro! Como se uma garota de um metro e meio de altura tivesse mais força que você... — dei
um risada sarcástica — Fora que você tem boca, sabe dizer não. — falei de uma forma áspera e vi
Pedri erguer uma sobrancelha

— Espera... Você está com ciúmes? — ele pergunta em um tom de voz para me provocar

— O que? Mas é claro que não! — me apresso em responder

— Meu Deus, você está com ciúmes! — Pedri fala rindo da minha cara

Bufei irritado e passei a mão em meu rosto.

— Vaza do meu quarto, Pedri! — apontei pra porta

Ainda rindo, ele se levantou e foi em direção a porta obedecendo o que eu disse.

Mais que porra. Eu estou com ciúmes?

Por que confesso que não gostei nem um pouco em ver um dos meus amigos beijando ela.

Não. Isso não é ciúmes, é só raiva por saber que eles iriam usar o meu quarto como motel. É, é isso,
raiva.

Vê se pode uma coisa dessas, ainda bem que cheguei a tempo de impedir essa pouca vergonha e falta
de respeito com a minha pessoa.

Banho tomado, arrumado e já dentro do carro pronto pra levar os meninos cada um em sua casa, eu
não conseguia parar de pensar no meu jantar com Ana.
Quero deixar tudo em pratos limpos essa noite, sem segredos.

Preciso ouvir da boca dela que ela está mesmo saindo com Eric, mesmo a gente já estando juntos há
quase um ano.

Eu entendo o quanto ela fica frustrada quando não consigo transar com a mesma, só que porra,
precisava mesmo está saindo com um ex parceiro de equipe meu?

Suspirei frustrado e parei o carro em frente da casa de Pedri, ele era o último.

Ao sair do carro ele bateu na janela pedindo para que eu abaixasse o vidro e assim eu fiz, olhando
para ele que se apoiou ali.

— O que tá pegando?! — ele perguntou

— Esperou sair do carro pra poder perguntar? — falei em um tom sarcástico e ele deu uma risada

— Sei lá, vai que você tá assim porque me viu com a Eloísa e tenta me matar. — ele responde e dessa
vez eu que ri

— Cara, eu realmente não ligo se você ficou com ela. — dei de ombros

Mentira, no fundo, no fundo, isso estava me incomodando sim. Eu só não sabia exatamente o porquê.

— Então o que te aflige meu parceiro? — ele pergunta novamente

— Anita... — respondi dando um suspiro logo em seguida

— Ah... Olha, eu realmente não queria que você soubesse, mas se você tinha que saber, deveria ser de
um de nós, então só por isso que eu te contei. — ele responde

— A quanto tempo vocês sabem disso? — ergui uma de minhas sobrancelhas

— Bem... Tem mais ou menos uns três meses que o Ferran me contou e tem mais ou menos um mês
que eu contei para os meninos. — eu olhei para ele indignado

— Até o Ferran sabe?! — falei me sentindo ofendido

— O Eric contou pra ele cara. — Pedri responde de defendendo

Suspirei e olhei para frente com as mãos no volante e balancei a cabeça negando.

— Tchau, Pedri! Tenho que ir porque já estou atrasado. — falei

— Tudo bem, se cuida irmão. — ele fala dando uns tapinhas no carro

Quando ele se afastou eu subi a janela e voltei a dirigir pelas ruas de Barcelona rumo a casa de Ana.
Não era muito longe da casa de Pedri, então com menos de meia hora eu já estava parando o carro em
frente da mesma.

Peguei meu celular e lhe enviei uma mensagem avisando que havia chegado e estava esperando por
ela.

A sua resposta veio de imediato, dizendo que só estava terminando de fazer uma coisinha e que já
vinha.

Enquanto isso, fiquei dentro do carro com a cabeça encostada no assento um pouco pensativo.

Com o celular em mãos, entrei no Instagram e minha curiosidade falou mais alto.

Só que o problema, é que eu só sabia o nome dela.

Então foi só isso que eu digitei na barra de pesquisas e olhei conta por conta.

Até achar uma que condizia com ela, na foto de perfil, ela usava uma blusa cinza e olhava para o lado.

E no feed apenas quatro publicações.

Só que tinha um pequeno e maldito problema, a conta era privada. Puta que pariu, quer me deixar
nervoso é conta privada.

Isso acaba com a vida do fofoqueiro gente.

Anos de convivência com Pedri dá nisso, me tornei um fofoqueiro igual a ele.

Mas outra coisa que me chamou atenção, foi o fato de ninguém mais, ninguém menos do que Jude
Bellingham seguir ela.

Eu até mesmo apertei em cima para ver se era o próprio e sim era.

Isso só fez minha curiosidade sobre saber quem ela realmente é aumentar mais ainda.

Eloísa é um enigma pra mim e acho que isso é uma das coisas que mais me fazem ficar maluco por
essa mulher.

Mas, eu ainda vou conseguir resolver esse "enigma", caso contrário eu não me chamo Pablo Gavira.

— Oi, vidinha. — escutei Ana entrando dentro do carro

Isso me fez tomar um susto e até mesmo deixei o celular cair da minha mão.

Acho que fiquei tão distraído em meus pensamentos que não vi ela se aproximar e muito menos abrir
a porta do carro.

Percebi ela olhar para mim confusa.


— Que susto, Ana! Merda. — falei levando a mão até o peito

— Mas o que foi gente, o que estava vendo de tão confidencial nesse celular?! — ela da uma risada
puxando o cinto de segurança

— Nada! — bufei e procurei pelo meu celular

Ele havia caído embaixo do banco e quando o encontrei, coloquei o mesmo embaixo das minhas
pernas.

Ligando o carro e saindo de frente da casa de Ana, eu apenas a escutava reclamar o quanto o dia de
hoje foi chato e que eu deveria ter a chamado para ir lá em casa. Já que a mesma viu o story dos
meninos que eu tanto falei pra não postarem.

Mas eles são um bando de filhas da puta e não me ouviram.

Chegamos em frente ao restaurante e ela ainda falava enquanto mexia em seu celular.

Descemos do carro e eu passei na frente com ela vindo atrás de mim.

Entramos e eu me aproximei da hostess que abriu um sorriso simpático.

— Reserva pra dois, no nome de Pablo Gavi. — falei

Olhando rapidamente no ipad que havia em sua mão, ela confirmou a reserva e pediu para que nós a
acompanhasse.

Nos levando até nossa mesa, puxei a cadeira para Ana sentar e ela se sentiu me agradecendo. Logo em
seguida me sentei em sua frente.

O maitre se aproximou da nossa mesa junto com o garçom e nos entregou o cardápio falando quais
eram os pratos mais saídos e com qual vinho cada prato combinava.

No final eu pedi um risoto com filé mignon e Ana pediu um espaguete ao alho e óleo que eles
colocavam o queijo em cima na hora.

Para beber, pedimos um famoso e clássico Chardonnay.

Tanto o maitre quanto o garçom se retiraram nos deixando a sós. Só que o problema era que ela não
largava o maldito celular.

— A conversa realmente deve está muito boa. — comentei e ela olhou pra mim dando uma risada sem
jeito

— Desculpa, é que eu estou fechando um trabalho novo. — ela responde apagando a tela do celular e
o colocando sobre seu colo
— Sério? Do que vai ser o trabalho? — perguntei curioso

— Ah, vai ser pra uma loja de roupas nova que vai abrir em Sevilha. — ela fala animada

Então, ela começou a falar sem parar sobre o seu novo projeto. E enquanto ela falava, eu só conseguia
pensar no fato dela estar me "traindo" com o Eric.

Qual é, ele é tão sem graça. Sou mil vezes mais eu.

Nossos pratos chegaram e durante o jantar ficamos em silêncio, apenas aproveitando a companhia um
do outro.

Ao final, pedimos uma sobremesa e quando terminamos de comer ficamos enrolando por mais alguns
minutos até que eu a chamei para irmos.

Fui até o caixa para pagar a conta e enquanto esperava o atendente ligar a maquininha de cartão, olhei
para Ana por cima dos ombros e novamente ela estava no celular.

Maluquice minha pensar que ela está conversando com ele enquanto está aqui comigo?

•••

Ela agarrou a gola da minha blusa e tomou meus lábios para si, me beijar e fomos andando até entrar
dentro do seu quarto.

Fechei a porta com o pé e eu segurava firme em sua cintura a beijando.

No meio do quarto Ana olhou para mim com um brilho malicioso nos olhos e levou suas mãos até a
barra da minha camisa a puxando para cima.

Logo em seguida levando suas mãos até o botão e o zíper da minha calça, arfei quando senti seus
dedos quentes envolta da base do meu pau.

Ainda por dentro da cueca ela começou a me estimular fazendo um movimento de vai e vem, olhando
para mim.

Segurei seu rosto colocando minha mão dentro do seu cabelo e lhe dei um beijo afobado.

Caminhamos em direção a cama e caímos juntos nela, claramente, não joguei todo meu peso.

Levei minha mão pela lateral do seu corpo indo até sua coxa apertando levemente, escuto ela arfar
entre meus lábios.

Desci meus lábios para o seu pescoço deixando alguns beijos pela região.

Por conta própria ela leva sua mão até o zíper do vestido que usava e o retira de seu copo jogando ele
em qualquer canto desse quarto escuro.
Voltando a me beijar ela enrosca suas pernas envolta da minha cintura.

— Você tem certeza disso? — a escutei perguntar um pouco ofegante

— Claro que eu tenho. — respondo meio indiferente

Ela apenas pareceu concordar e voltou a me beijar arranhando suas unhas em minhas costas.

Abri o fecho do seu sutiã e o retirei do seu corpo jogando para longe, logo em seguida retirando sua
calcinha.

Desci minha calça junto com minha boxer pelas minhas pernas me sentindo nervoso.

Faz tanto tempo que eu não chegava nessa parte que eu nem sei mais exatamente o que fazer.

— Camisinha, Gavi... — Ana fala apontando pra sua mesa de cabeceira

— Ah, claro! — falei como se fosse o óbvio

Saindo rapidamente de cima dela, rolei na cama e abri a gaveta ficando até mesmo um pouco chocado
com o tanto de camisinha que ela tinha ali.

Peguei uma e voltei para a cama ficando em cima dela entre suas pernas.

Abri a camisinha e vendo o látex levemente arregalei os olhos. Que merda eu faço com isso.

Escutando Ana suspira, ela tomou a mesma da minha mão e tateando sinto as suas mãos entrar em
contato com meu pau.

Franzi a testa fazendo uma careta quando a senti colocar a camisinha em mim. Nossa, que sensação
horrível.

Ela segura meu rosto e me beija tentando me fazer ficar calmo.

Mas sei lá, não tava fluindo como deveria fluir, algo não estava certo. A começar que eu ainda nem
tinha uma ereção.

A senti segurar a base do pau e nos encaixar me fazendo gemer e agarrar o colchão com uma certa
força.

— Agora você tem que se mexer, Gavi. — ela explica

Me mexer? Mas... Meu Deus. Eu estou dentro dela, meu pau está dentro dela.

Perdendo a paciência, Ana inverteu nossas posições ficando por cima de mim.

Apoiando suas mãos em meu peitoral, ela começou a se movimentar para cima e para baixo, me
arrancando alguns gemidos.
Levei minhas mãos até o seu quadril sem saber o que fazer com elas.

— Ana... — gemi pelo seu apelido

Isso fez ela aumentar o ritmo e começar a se movimentar mais rápido em cima de mim.

Não conseguindo resistir, apertei seu quadril mais forte e gemi mais alto sentindo todo meu corpo
parecer entrar em colapso.

Então essa é a sensação de ter um orgasmo?

— É sério, Gavi?! — escutei Ana pergunta parecendo inconformada

O que? Mas o que que eu fiz de errado?

Bufando ela saiu de cima de mim se jogando ao meu lado na cama.

— Eu não entendo, o que eu fiz de errado?! — perguntei confuso

— Nada, é só que... — ela suspirou — Foi rápido demais.

Rápido demais? Meu Deus, isso costuma demorar mais? Quanto tempo?

Minha cabeça parecia girar em torno dessa nova informação me fazendo ficar confuso.

•••

Depois que saí da casa de Ana, dentro do carro eu não conseguia parar de pensar no o que que deu
errado.

E no final das contas, nem consegui conversar com ela sobre a mesma está saindo com Eric.

Frustrado, cheguei em casa e coloquei o carro na garagem, descendo do mesmo e ativando o alarme.

Entrei sem fazer barulho e o lugar era um silêncio total, todos já devem estar no trigésimo sono.

Pensativo e cansado, subi a escada atravessando o corredor pretendendo ir até o meu quarto.

Mas ao passar pela porta do quarto onde Eloísa está ficando, uma ideia maluca passou pela minha
cabeça.

Respirei fundo e antes que eu perdesse a coragem, dei três toques na madeira.

Não demorou muito para que ela fosse aberta e a loira apareceu em meu campo de visão com os
cabelos emaranhados e a cara amassada de quem estava dormindo.

Ao me vê ela faz uma careta.


— O que você quer? São duas horas da manhã, cara. — ela fala com a voz meio rouca

E só isso foi o suficiente para me fazer despertar algo. Merda.

Engolindo em seco e ignorando todos os avisos que meu cérebro me enviava falando que o que eu ia
dizer era a maior loucura que eu poderia fazer na vida.

Respirei fundo e tomei coragem.

— Eu quero que você me ensine a fazer sexo. — falei de uma vez por todas

Percebo o sono sumir do corpo de Eloísa quando ela arregala os olhos me olhando como se eu tivesse
acabado de dizer uma coisa terrível.

Mas logo em seguida, vejo um sorriso malicioso crescer em seus lábios.

Caralho, já estou começando a me arrepender de ter pedido essa merda.


CAPÍTULO DEZENOVE
ELOISA

Depois de ter saído do quarto de Gavi, fui para o quarto onde estou ficando tomar um banho para tirar
o cloro do meu corpo e do meu cabelo.

No começo era só pra ser uma provocação para Gavi, mas depois daquele beijo tudo o que eu mais
queria era ter transando com o seu amigo.

Fui pro banho com a cabeça a mil.

Banho tomado, sai do banheiro e coloquei meu pijama, estou morta de cansada.

Conversei um pouco com as meninas no grupo, elas estão na casa de campo da família de Abby.

Estava tão cansada, que dormi mexendo no celular.

Acordei assustada com alguém batendo na porta do quarto. Mas que porra é essa?

Eu espero que a casa esteja pegando fogo, porque se tem uma coisa que eu odeio é ser acordada por
nada.

Olhei a hora em meu celular e vi que agora eram duas horas da manhã. Ah, eu realmente espero que
essa casa esteja pegando fogo.

Porque se não estiver, vai pegar agora.

Levantei meio cambaleando, bêbada de sono indo em direção a porta. Quando abri a mesma dei de
cara com um Gavi de olhos arregalados, cabelos bagunçados e bochechas coradas.

Acho que alguém transou. Que bonitinho, perdeu a virgindade.

Mas isso não anula o fato de eu estar puta com ele por ter me acordado, quem ele pensa que é?

Faço uma careta ao olhar pra ele.

- O que você quer? São duas horas da manhã, cara. - falei me sentindo com a voz mais rouca

Afinal de contas eu estava dormindo e mesmo que dessa vez eu não tenha feito nada intencional, vejo
o garoto em minha frente engolindo em seco.

Nossa, eu sabia que causava algo sobre ele, mas só de ouvir minha voz?

Antes que eu pudesse falar alguma gracinha, sou pega de surpresa ao escutar ele falando palavras que
eu nunca imaginava escutar na minha vida.
Principalmente de homem nem um.

- Eu quero que você me ensine a fazer sexo. - Gavi fala encolhendo os ombros

Arregalei os olhos levemente olhando pra ele tentando processar suas palavras.

Como assim ele está querendo que eu o ensine a fazer sexo?

Se ele está querendo transar comigo, não seria bem mais fácil só falar? Então, abrindo um sorriso
malicioso de canto olhando para ele.

Percebendo o mesmo ficar mais tenso do que já estava.

- Baby boy, se está querendo fazer sexo comigo, é só falar. - coloquei uma mão na cintura

- Que?! Não, não é nada disso! - ele se apressa em responder

- Ah, não? Porque é exatamente isso que está parecendo. - dei uma risada sarcástica cruzando meus
braços

— Olha... — ele suspirou — Eu só preciso de umas dicas, nada demais. — ele dá de ombros

— Procura na internet, tchau. — eu ia fechar a porta mas ele me impede

— Espera.... Tudo bem, vou te contar o que está acontecendo, mas tem que me prometer que não vai
me zoar. — ele fala me deixando curiosa

— Você tem cinco minutos. — dei espaço para ele entrar no quarto

Afinal de contas, se alguém resolve levantar e vê nós dois em plena madrugada conversando no meio
do corredor iriam nos chamar de loucos.

Gavi passou por mim e eu pude sentir o cheiro do seu perfume, nada muito forte, mas nada muito
fraco. Delícia.

Quando ele entrou por completo, fechei a porta e vejo ele olhar levemente desconfiado para mim.

— Que foi garoto?! — perguntei

— Não vai me atacar, né?! — ele pergunta e eu acabei deixando uma risada escapar

— Que? Tá achando que eu sou algum bicho? — perguntei erguendo uma sobrancelha e indo até a
cama

— Sei lá, o jeito que você me olha... Parece que está sempre prestes a me atacar e tirar minhas roupas.
Feito uma hiena fêmea. — ele fala e eu franzi a testa

— Está me comparando a uma hiena? — perguntei incrédula


— É porque as hienas fêmeas... — ele olha pra mim que olhava para ele de braços cruzados — Ah,
deixa pra lá. — ele desiste de sua explicação

— Te restam quatro minutos. — falei olhando em meu celular

— Certo... Há mais ou menos um ano eu saio com uma garota, mas o problema é que eu nunca
consegui transar com ela e ontem descobri que essa garota está procurando sexo em outros homens.
— ele fala tudo de um vez

Fiquei em silêncio por alguns segundos assimilando o que ele disse.

Um ano com a mesma garota sem transar com ela? Olha, eu realmente não a julgo de está transando
com outros caras.

— Você é virgem?! — perguntei querendo matar minha curiosidade

Qual é, eu que não ia perder a oportunidade de saber o que venho pensando desde quando bati os
olhos nele.

— Não! — ele se apressa em responder — Perdi minha virgindade com dezesseis anos, só que... — o
escuto suspirar e se sentar ao meu lado na cama — Eu acho que eu só sou inseguro. Tenho medo de
não saber o que estou fazendo, igual aconteceu hoje. — ele encara as próprias mãos

— O que aconteceu hoje? — minha curiosidade gritou

— Se não se importar, não quero falar sobre isso... Eu só quero esquecer essa noite de merda. — ele
se joga na minha cama deitando encarando o teto

Mais que folgado. Se realmente a cama fosse minha, com certeza eu o mandaria levantar.

Suspirei pensando no seu pedido.

Tudo bem que eu amo sexo, nunca neguei fogo pra ninguém e de quebra teria o prazer de ter uma
noite com esse gostoso.

Mas, eu não sou exatamente uma exper em sexo. Como vou ensinar aquilo que nem eu mesma sei.

Sexo pra mim se aprende na prática, dia a dia. Não com alguém te dizendo o que tem que fazer ou
deixar de fazer.

— Tá, eu posso até aceitar... — vejo ele me olhar esperançoso — Mas quero que me responda com
sinceridade uma coisa...

— O que? — ele pergunta afobado com a ideia

— Por que, eu? Não seria mais fácil pedir a essa garota com quem você tá saindo? — falei e
novamente o escutei suspirar
— Porque eu não quero estragar as coisas entre a gente, eu quero chegar e saber exatamente o que eu
tô fazendo... E sobre do porque ser você... — ele fica alguns minutos em silêncio

Sinto seus olhos descerem por meu corpo coberto por meu pijama de seda justo que marcavam meus
seios.

Isso, estranhamente ou não, me fez sentir toda coisada. Meu Deus.

É até um pecado um homem desse não saber foder uma mulher.

— Então... — peço pra que ele continue a sua justificativa

— Não sei porque, mas você consegue despertar algo em mim que nem uma outra mulher consegue,
nem mesmo essa garota que eu estou saindo... Naquele dia em que eu peguei você se tocando no meu
quarto, eu... — ele para de falar ficando envergonhado

O meu Deus. Que fofo. Acabei deixando uma risada fraca escapar, o fazendo ficar ainda mais com
vergonha.

— Se tocou também pensando em mim. — respondo por ele que apenas balançou a cabeça
concordando

Vejo ele esconder seu rosto entre as mãos corando. Meu Deus, é muito estranho eu estar achando tudo
isso muito fofo?

Dei uma risada fraca e tomando iniciativa subi em cima dele.

Fazendo ele tirar as mãos do rosto e olhar para mim inebriado.

— Eu só não te beijo agora, porque eu tava dormindo até meia hora atrás... — vejo ele analisou meu
rosto

— Você é maluquinha sabia?! — ele dá uma risada fraca

Sinto suas mãos repousar em minhas coxas e eu mordi meu lábio inferior, merda, senhor me dá forças.

— Certo... — suspirei — Nossas aulas começam a partir de amanhã, você tem quinze dias para
aprender a como foder uma mulher.

— Que horas?! — ele pergunta descendo seus olhos para os meus seios

O piercing estava marcado em minha blusa e era exatamente isso o que estava chamando sua atenção.

— Todos os dias depois que todo mundo for dormir. — respondo

Virei minha cabeça um pouco pro lado levando minhas mãos até a barra da minha blusa puxando a
mesma para cima ficando sem ela na sua frente.
— Puta merda... — ele fala olhando para os meus seios

— Primeira lição, Gavi, se uma mulher fica nua na sua frente, você age. — sussurrei contra seu
ouvido

Isso foi o suficiente para sentir sua ereção contra minha intimidade.

Ótimo, sinal que alguém aqui funciona.

•••

Acordei no outro dia com o sol invadindo meu quarto, quando foi que eu deixei essa cortina aberta?

Estava tão cansada que parece que estou de ressaca, Gavi e eu passamos a madrugada toda apenas
curtindo a companhia um do outro.

Foi meio estranho, afinal de contas, nunca compartilhei o quarto com um outro homem sem que a
gente transasse.

Nem sei em que momento da nossa conversa eu dormi, mas ao abrir os olhos hoje de manhã.

Gavi ainda dormia tranquilamente em minha cama com o rosto virado na minha direção.

Deslizei meus olhos analisando cada traço seu, esse filha da puta além de ser um gostoso é muito gato,
né?!

Com cuidado, levantei da cama e fui até o banheiro, tirei meu pijama e entrei no box ligando o
registro deixando a água correr.

Tomei um banho consideravelmente longo, eu amo tomar banho. Sério.

Sai do banheiro enrolada na toalha e vi que Gavi ainda dormia. Que horas são?

Fui até minha mala e tirei um vestido de dentro dela, como ele estava dormindo não me importei em
me trocar no próprio quarto.

Deslizei o vestido por meu corpo e foi só tempo de descer ele que escutei alguém coçar a garganta.

Me virei para ele dando um sorrisinho e ergui uma sobrancelha.

— Sabia que é feio espiar?! — o provoquei

— E quem disse que eu estava espiando?! — ele pergunta cínico

Dei uma risada e balancei a cabeça negando.


Terminei de me arrumar, peguei meu celular e o avisei que ia descer pra tomar café antes dele, se não
era capaz das pessoas da casa estranharem.

Sai do quarto e no meio do corredor eu acabei deixando um sorrisinho escapar.

Descia a escada ainda com esse sorriso idiota no rosto.

Entrei na cozinha e todos já estava a mesa tomando café, até mesmo Javi, namorado de Aurora, já que
ele passou a noite aqui.

— Bom dia! — falei com todos presente

— Bom dia! — todos responderam

Puxei uma cadeira e me sentei pegando as coisas para que eu pudesse comer enquanto ouvia as
conversas dos demais.

Minutos depois, Gavi entra na cozinha de cabelo molhado e roupa diferente da que ele estava antes.

— Bom dia! — ele fala com todos igualmente eu fiz

— Bom dia! — todos menos eu responde

Ele puxa a cadeira de frente para a minha e se senta me olhando de relance.

— Dormiu na Ana, filho? Passei no seu quarto hoje de manhã e você não tava. — sua mãe pergunta

— Ah... Sim! Eu dormi lá depois do nosso jantar. — ele mente na maior cara dura

Mordo a parede interna da minha bochecha me segurando para não rir.

Aurora, parecendo perceber a tensão no ar, intercalou seus olhos entre mim e o irmão com uma
sobrancelha erguida desconfiada.

Hoje sem sombra de dúvidas vai ser uma das melhores coisas que eu vou fazer na minha vida.

Ensinar a esse gostoso como se transa. Isso pode ser divertido.


CAPÍTULO VINTE
ELOISA

Gavi e eu passamos a manhã inteira tentando fingir que nada estava acontecendo entre a gente, ainda
mais levando em consideração que Aurora parecia nos vigiar.

Hoje como foi mais um dia de calor absurdo, fomos todos para a praia depois do almoço.

Optei por um biquíni vermelho, colocando apenas um short jeans branco por cima.

Todo mundo pronto, Sofia segurou minha mão e saímos de dentro da casa atravessando a rua. Eu acho
isso de morar perto da praia um máximo, quando eu tiver dinheiro pra comprar uma casa própria eu
quero uma casa assim.

Quando pisamos na areia escolhemos um lugar para se instalar e assim fizemos.

Como é uma parte privativa da praia, isso significa que é apenas para os moradores do condomínio, o
lugar estava pouco movimentado.

Geralmente no verão, as pessoas costumam ir para Ibiza, bem, assim pelo menos me disseram Abby e
Lola.

Já que esse é o meu primeiro verão na Espanha, eu ainda não vi muita coisa.

Tudo ajeitado, tirei meu short e logo pude sentir uma certa pessoa me olhando na maior cara dura.

Olhei para ele que estava sentado um pouco atrás de mim e me olhava por cima dos óculos escuros.

Dei uma risada fraca e balancei a cabeça negando me sentando em cima da canga junto com Sofia.

A garotinha havia trazido seu livro de pintar e eu estava ajudando a finalizar o desenho.

Sinto uma presença ao meu lado e quando olhei para ver quem era, percebi ser Aurora.

— O que tá rolando entre você e o meu irmão? — ela pergunta sendo direta

— Que? Do que você está falando? — me faço de sonsa

— Ah, para! Não pensem que eu não estou vendo essas trocas de olhares, fora que o Gavi só falta de
comer com os olhos. — ela fala sem travas na língua

Isso me fez olhar para ele por cima do ombro, vendo que o mesmo conversava com seu cunhado.

Parecendo sentir o meu olhar sobre ele, Gavi olha pra mim que rapidamente desviei minha atenção.

— Não viaja! — falei com Aurora


— Olha, eu realmente não me importo de que vocês dois estejam transando! Eu só te peço pra tomar
cuidado pra não acontecer de nem um dos dois sair ferido. — ela suspira

— Aurora, relaxa... Não está acontecendo nada entre eu e o seu irmão. A gente se odeia. — falei
dando um sorriso fraco pra ela

Depois disso ela não disse mais nada e qual é, eu não menti. Não está mesmo rolando nada entre eu e
ele.

Ainda.

Porque depois dessa noite, vai rolar de tudo entre a gente. Meu cérebro me provoca.

Depois de um tempo, todo mundo resolveu ir pra água, menos eu que apenas observava todos da
areia.

Estava tomando um sorvete enquanto isso, já era o meu segundo em menos de dez minutos. Meu
Deus, Barcelona parece que vai pegar fogo a qualquer momento com esse calor absurdo que está
fazendo.

Vejo o exato momento em que Gavi sai da água caminhando em direção aonde eu estava sentada.

Imediatamente minha mente faz uma piadinha referente aquele programa brasileiro onde os ex saem
do mar.

Quanto mais Gavi se aproximava, mais eu me sentia tentada, seu cabelo molhado, as gotas de água
caindo pelo seu peitoral sarado.

Merda, acho que estou começando a gostar mais ainda dessa possibilidade de transar com ele.

Apertei minhas coxas uma na outra mexendo meus pés, enquanto mordo meu lábio inferior.

— Então... — ele se senta ao meu lado — Começamos hoje? — o escuto perguntar

É a primeira vez que nos falamos hoje desde quando acordamos.

— Sim, começamos hoje, baby boy. — falei olhando para ele

Passo minha língua lentamente sobre o sorvete atraindo seus olhos para os meus lábios.

Vejo ele desviar o olhar e ficar envergonhado. Meu Deus.

— Gavi... — segurei seu rosto trazendo seu olhar de volta para o meu — Se quer fazer isso da certo, o
primeiro passo é perder essa vergonha. — falei

— Desculpa, é que eu... — ele suspira — Sempre fui muito tímido, desde novinho.
— E eu entendo perfeitamente, mas comigo e de mim, você não precisa ter vergonha. — o dei um
sorriso fraco tentando o passar confiança

Sou apenas dois anos mais velha que ele, mas estava me sentindo como se eu fosse uma prostituta de
anos e ele uma novata.

Levei o sorvete até seus lábios e ele riu tomando ele da minha mão. O vejo passar a língua pelo
mesmo e todo meu corpo reage.

Acho que nós dois enlouquecemos um ao outro.

Ficamos em silêncio por alguns minutos apenas observando sua família brincando na água.

— Eu quero que você faça uma lista. — falei aleatoriamente e ele me olha confuso

— Lista? De que? — perguntou curioso

— Coisas que te excitam e coisas que não. — falei e o vejo arregalar os olhos

— E como eu vou fazer isso? — olhei pra ele dando uma risada anasalada

— Como assim você não sabe o que te deixa excitado? Gavi, você é homem, deveria ficar de pau duro
só de olhar para um rabo de saia. — comentei

Vejo ele fazer uma careta. Talvez eu não tenha me expressado corretamente, mas ele entendeu o que
eu quis dizer.

— Você me deixa excitado. — o escuto dizer baixo ficando com vergonha logo em seguida

Novamente dei risada olhando para ele.

— Ótimo, levando em consideração que sou eu quem vai ter que transar com você, o mínimo é uma
ereção. — falei e ele deu uma risada fraca

— A gente vai transar?! — ele pergunta e mais uma vez eu o olhei meio incrédula

— Sim?! — respondi como se fosse o óbvio — Como você quer que eu te ensine sexo, sem a gente
transar? — perguntei e ele pareceu por alguns segundos pensar

— Quando eu te fiz a proposta, eu não tinha pensado nisso. — ele fala

Tirei o óculos de sol do meu rosto só para ele me ver revirando os olhos pelo o seu comentário.

Eu me recuso a acreditar que um homem seja tão inocente assim.

Sinto seu olhar descer para os meus lábios e inconscientemente passei minha língua neles.

Vejo Gavi fazer uma certa careta e morder seu lábio inferior.
Já estava começando a sentir a expectativa aquecer o ar junto com sua respiração batendo contra meu
rosto.

Mas foi então que a gente caiu na real, se lembrando de onde a gente tava. E com quem estávamos.

— Merda... — o escutei sussurrar

Abri um sorriso fraco e passei a mão em meu rosto. Acho que nunca tive tanto autocontrole igual
estou tendo nesses últimos dias.

Sempre fui muito clara quando eu quero alguém.

E esses últimos dias com Gavi tem me mostrado que sou uma guerreira que está conseguindo resistir a
as minhas vontades. Principalmente de beijá-lo.

Mas só de pensar que essa noite tudo mudaria. Me sinto até mais animada.

•••

A noite chegou e durante todo o jantar eu senti Gavi tenso, ele mal tocou em seu prato, até mesmo sua
mãe perguntou se ele estava bem e o mesmo apenas respondeu com um sim.

Meu Deus, eu realmente estou me sentindo uma prostituta.

Diferente dele, eu comi e ainda repeti, já que quando eu fico ansiosa eu desconto tudo na comida.

Ele foi o primeiro a se retirar da mesa dando boa noite para todos e subir para seu quarto.

Isso fez com que Aurora ficasse ainda mais desconfiada de que tinha alguma coisa rolando por trás.

Um por um cada um foi indo para os seus quarto e quando eu entrei no quarto onde eu estava ficando,
fui pega de surpresa com Gavi sentado na beira da cama com o celular em mãos.

Rapidamente fechei a porta e olhei pra ele confusa.

— O que você tá fazendo aqui?! — perguntei e ele olhou pra mim

— Você não disse que iríamos começar hoje? — ele pergunta parecendo uma criança animada para ir
ao parque de diversões

Não deixava de ser algo divertido, mas ele tinha que maneira. Afinal de contas, ninguém podia saber
sobre esse nosso acordo.

E sua irmã já estava desconfiada de tudo.

— Sim, mas depois que todos já estivesse dormindo, Pablo. — o chamo pelo nome e ele faz uma
careta
— Pelo amor de Deus, não me chama de Pablo! Me chama só de Gavi ou de Gavira. — ele pede e eu
dou uma risada fraca

Me aproximei dele e segurei seu rosto jogando os fios do seu cabelo pra trás.

— Baby boy! — falei e deixei um beijinho sobre sua testa

Me afastando dele, ele olhou pra mim e deu de ombros.

— Aonde você vai? — ele pergunta me vendo caminhar em direção ao banheiro

— Tomar banho... — levei minha mão até a barra da blusa que eu usava a puxando para cima — Quer
vim? — perguntei olhando pra ele por cima do ombro

Eu sabia que sua resposta seria não, mas mesmo assim foi engraçado o vê hesitando antes de dizer.

Rindo, eu entrei no banheiro já retirando o short que eu usava. Se tem uma coisa que eu não consigo,
é dormir sem tomar banho.

Banho tomado, enrolada na toalha voltei para o quarto vendo Gavi deitado na cama mexendo no
celular.

— Qual o seu Instagram? — ele pergunta e eu ergui uma sobrancelha

— Por que?! — perguntei e ele olhou pra mim

— Pra eu te seguir, ué. — ele fala como se fosse o óbvio

— Não vão achar estranho um jogador com mais de dezesseis milhões seguir uma garota anônima
assim, do nada? — falei indo até minha mala

— Bem... — ele parece pensar

— eloisatvares, sem o "a" depois do T. — falei procurando por algum pijama limpo

Será que eu já usei todos? Impossível, tem só uma semana que chegamos.

— Por que o Bellingham te segue? — o escutei perguntar

Senti o sangue sumir das minhas veias por alguns segundos e eu fiquei imóvel, parada no mesmo
lugar pensando em uma resposta plausível.

Me sentindo em um beco sem saída, encontrei finalmente um pijama e endireitei minha postura, me
virando pra ele.

Deixei a toalha cair sobre meu corpo e o senti ficar tenso, desviando o olhar envergonhado. Dou uma
risada.
— Sem perguntas pessoais, baby boy. — falei vestido o pijama

Vestida, me joguei na cama ao seu lado e ele olhou pra mim.

— Qual é... Se vamos transar, devemos saber pelo menos o mínimo um do outro. — ele fala

— Você saber o mínimo da pessoa é saber quantos anos ela tem, não isso. — falei de um jeito que ele
pudesse sentir que era algo pessoal

E entendo meu recado e ele apenas se confirmou e vi o exato momento em que ele pediu para me
seguir.

Meu celular que estava em cima da mesa de cabeceira acendeu a tela mostrando a nova solicitação.

Depois eu aceito ele. Agora, meu foco é outro.

— Fez a lista? — perguntei

— Fiz! Olha. — ele fala deslizando o dedo pela tela do celular

Ele tinha feito a lista pelo bloco de notas. Repito, que fofo.

— Cadê? — perguntei curiosa

Gavi me entregou seu celular e eu o tomei em mãos passando os olhos pela lista que ele havia criado.

Sendo rápido e didático, ele citou cinco coisas que o excitam e cinco coisas que não.

Acho que alguém aqui tem TOC. Ele é todo organizadinho.

Totalmente diferente de mim que sou uma bagunça em todos os sentidos.


CAPÍTULO VINTE E UM
PABLO GAVI

Passei o dia todo só pensando nas aulas que eu teria com Eloísa sobre sexo e até ela me dizer hoje na
praia que iríamos ter que transar um com o outro, eu ainda não tinha me tocado disso.

Meu Deus, eu acho que nem sei se dou conta de uma mulher como ela.

Durante o jantar minha cabeça estava viajando nisso, sequer toquei na minha comida, minha mãe até
perguntou se eu estava bem, ainda mais levando em consideração que eu tenho um apetite que se
deixar como até os reboco da parede.

Não aguentando mais, fui o primeiro a me retirar da mesa, dou boa noite pra todos e saio da cozinha.

Subo a escada e vou em direção ao meu quarto, apenas para buscar uma coisa.

Camisinha.

Depois de pegar uma, saio do meu quarto e entro no quarto onde Elô está ficando.

Me sentei na cama e abri meu bloco de notas para terminar a lista que ela tinha me pedido pra fazer.

Tomei um leve susto quando escutei a porta sendo aberta, mas suspirei aliviado quando vi que era ela.

Que também se assustou ao me ver ali.

— O que você tá fazendo aqui?! — ela perguntou e a encarei

— Você não disse que iríamos começar hoje? — respondi dando um sorriso fraco

Sei que devo parecer uma criança empolgada com um brinquedo novo ou algo do tipo. Mas a verdade
é que eu sou muito ansioso e quero as coisas rápidas.

— Sim, mas depois que todos já estivesse dormindo, Pablo. — ela me chama pelo meu nome e eu
faço uma careta

Eu odiava que me chamasse de Pablo, os únicos que me chamavam assim eram os meus pais e na
maioria das vezes pra me dar uma bronca daquelas.

— Pelo amor de Deus, não me chama de Pablo! Me chama só de Gavi ou de Gavira. — pedi e ela deu
uma risada fraca

A observei se aproximar mais de mim e segurar meu rosto jogando os fios dos meus cabelos para trás.

— Baby boy! — ela fala e deixa um beijinho sobre minha testa


Dei um sorriso fraco logo em seguida dando de ombros, não era a primeira vez que ela me chamava
assim e confesso que já estou até me acostumando.

A vejo caminhar em direção ao banheiro e quando a perguntei sobre o que ela ia fazer, ela retira a
blusa dizendo que ia tomar banho.

Deslizei meus olhos pelas suas costas nua pousando meu olhar sobre sua tatuagem de lua próxima ao
ombro.

Ela me pergunta se eu quero ir tomar banho com ela e eu respondi depois de alguns segundos um não,
mas morrendo de vontade de dizer sim.

Enquanto ela tomava banho fiquei deitado sobre a cama apagando e escrevendo coisas na lista.

Me senti um pouco envergonhado ao colocar ela em primeiro lugar.

Sim, eu literalmente escrevi seu nome ali.

No final de tudo minha lista tinha ficado uma coisa meio caótica.

Coisas que me excitam:

• Eloísa
• sussurro no ouvido
• beijo no pescoço
• unhas na nuca
• piercing no peito

Confesso que essa última foi exclusivamente para a Elô também, ao me lembrar dos piercings nos
seus seios que ela me mostrou ontem.

Coisas que NÃO me excitam:

• porno
• beijo
• boquete
• pressão
• esfrega-esfrega

Dou um sorriso satisfeito com a minha lista. Até que não ficou ruim.

E eu terminei ela ao mesmo tempo em que a loira saiu do banheiro enrolada na toalha, ela realmente
não tinha problema nem um com seu corpo.

Já que não se importava com absolutamente nada em relação a ele.

Indo até sua mala ela parecia procurar por algo, foi então que eu resolvi dar um de desentendido e
perguntar qual era seu user no Instagram.
A princípio ela não quis falar, mas logo em seguida disse e eu aproveitei a deixa para tentar matar a
minha curiosidade do porque Bellingham a seguia.

Mas ela para fugir do assunto, simplesmente deixou a toalha cair sobre seu corpo. E eu envergonhado
desviei o olhar.

Vestida, ela se jogou na cama ao meu lado, isso me fez a encara fitando cada detalhe do seu rosto.

— Qual é... Se vamos transar, devemos saber pelo menos o mínimo um do outro. — falei dando uma
risada fraca

— Você saber o mínimo da pessoa é saber quantos anos ela tem, não isso. — ela fala de um jeito para
que eu pudesse sentir que era algo pessoal

E entendendo o recado, achei melhor deixar esse assunto para lá. E isso também me fez pensar que eu
não sei quantos anos ela tem.

Na verdade, como eu já disse, não sei absolutamente nada sobre a Elô.

Apertei em cima do botão azul escrito "seguir" em seu Instagram e ela deu um sorriso fraco olhando
pra mim.

— Fez a lista? — ela pergunta

— Fiz! Olha. — respondi deslizando o dedo pela tela do celular

— Cadê? — ela perguntou curiosa

Abri a lista e entreguei meu celular para que ela pudesse ler, enquanto a mesma lia cada item
concentrada eu só conseguia olhar para os seus lábios e sentir uma vontade absurda de dar um beijo.

Não sei o que anda acontecendo comigo, eu nunca fui assim, mas Elô está despertando algo que nunca
pensei sentir antes.

A escutei dá uma risada anasalada.

— Não gosta de boquete porque nunca recebeu um meu. — a escuto falar parecendo mais pra si
mesma do que pra mim

E minha mente por alguns segundos viajou imaginando como seria ter seus lábios envolta do meu
pau. Merda.

Só a ideia já me fez sentir animado. Acho que boquete já não é mais um dos itens que não me deixam
excitado.

— A gente vai começar pelas coisas que não te deixam excitado. — ela fala me devolvendo o celular
— Como assim? — perguntei confuso

— Vamos vê se você realmente não fica excitado com essas coisas ou se você só nunca fez com a
pessoa certa. — ela fala

— Tá... Acho que eu entendi... — falei — E por qual ítem vamos começar hoje então? — perguntei
me sentindo animado

— Você está mesmo gostando dessa ideia de ter aulas sobre sexo, né?! — ela pergunta rindo fraco

— Talvez... — respondi sem jeito

— Vamos começar com o beijo, é o menos pesado dessa lista. — ela deu uma risada fraca

— Certo... — respirei fundo

— Mas antes, o que seria esfrega-esfrega? — ela pergunta confusa e eu quem deu uma risada fraca
dessa vez

— Ah, é tipo ficar deslizando no meu colo sabe?! — falei e ela ergueu uma sobrancelha

— Definitivamente você não é deste mundo, baby boy! Todo homem sem exceção fica excitado com
isso. — ela fala

Dei de ombros sem saber o que responder.

Acompanhei com os olhos ela se levantar da cama e ir até o interruptor apagando a luz, ao se
aproximar de novo, ela acende o abajur que ficava ali em cima da mesa de cabeceira deixando o
quarto apenas com essa iluminação.

— Senta! — ela fala

Obedecendo ao seu pedido eu me sentei encostando minhas costas na cabeceira da cama.

A senti subir no colchão e logo em seguida em meu colo levando as mãos até meu ombro.

Senti minha garganta secar e minha pulsação acelerada sentindo a expectativa aquecer o ar.

— Você sabe onde coloca a mão?! — ela pergunta

— Bem, eu... — ela não deixa eu terminar de responder

— Não é pra falar, Gavi, é pra mostrar. — ela explica calma

Ah... Certo. Mostrar, né?! Pensei.

Levando minhas mãos até sua cintura a escutei suspirar, sua pele estava gelada devido ao banho
recente.
— Para uma menina que não tá na má intenção, isso é bom. Mas se ela já tiver demonstrado sinal de
que quer algo além de uns beijos e uns amassos, você leva as mãos aqui. — ela fala me instruindo

Arregalei os olhos levemente ao sentir ela levar minhas mãos até sua bunda.

— Isso não seria... — novamente ela me cala, dessa vez colocando seu dedo indicador em meus lábios

Sinto meu coração bater mais rápido quando ela segura meu rosto e logo sinto sua respiração bater
contra meus lábios mostrando sua aproximadamente.

Passei a língua nos lábios sentindo a necessidade disso.

— Eu não vou tomar a iniciativa, baby. — ela sussurra de uma forma sexy contra os meus lábios

Enfiei uma das minhas mãos dentro do seu cabelo e sem nem pensar duas vezes aproximei nossos
lábios a beijando de uma forma quente e feroz.

Minha língua pediu passagem e ela cedeu prontamente onde eu pude sentir seu gosto ser derramado
em minha boca.

Como eu imaginei, ela tinha gosto de gloss de cereja e chiclete de Tutti frutti.

Sinto ela levar as mãos para dentro do meu cabelo puxando meus fios para cima.

Seguro em sua bunda a apertando levemente e escutei ela arfar entre o beijo e envolver seus braços
envolta do meu pescoço, Elô começa a se mover em meu colo.

Indo para cima e para baixo. Desgraçada, ela está tentando me mostrar que sua teoria está certa.

Eu ainda segurava em sua bunda, então inconscientemente a ajudei com os movimentos.

Mordo levemente seu lábio inferior e ela dá uma leve chupada em minha língua abrindo um sorrisinho
antes de voltar a me beijar.

Sentia todo meu corpo pegar fogo e estranhamente eu queria mais, eu precisava de mais.

Subi minhas mãos por sua coxa sentindo sua pele arrepiar, adentro minha mão em sua blusa fazendo
um certo carinho em sua cintura.

A puxando mais para mim, eu ainda a sentia se movimentar em meu colo e logo algo dentro da minha
calça moletom despertou.

Novamente ela abre um sorrisinho, provavelmente satisfeita por ter acabado de tirar dois itens de uma
só vez da minha lista.

Levando suas mãos até a barra da minha camisa, ela a puxou para cima tirando do meu corpo e
jogando em algum canto desse quarto.
Ela deixa breves selinhos por meus lábios antes de novamente adentrar com a língua em minha boca.

Sem conseguir me controlar mais, ergui um pouco sua cintura e joguei levemente seu corpo contra a
superfície macia do colchão ficando entre suas pernas.

Passeava livremente minhas mãos por suas curvas, intercalando com suas coxas.

A sinto se roçar contra mim querendo mais e quando a senti levar suas mãos até a barra da minha
calça eu segurei seus pulsos.

— Elô... — gemi pelo seu apelido entre seus lábios

Escutei ela suspirar um pouco frustrada, afastando nossos rostos encostei minha testa na dela
passando meu nariz pelo o seu deixando um breve selinho em seus lábios antes de rolar para o seu
lado me deitando na cama ofegante.

Ficamos alguns minutos em silêncio apenas ouvindo a respiração um do outro.

Procurei pela sua mão e quando a encontrei segurei a mesma fazendo um carinho em seus dedos.

— Foi uma boa primeira aula. — isso veio dela seguida de uma risada fraca

— Boa?! Isso foi ótimo. — falei

— Calma, também não é assim... Se emociona não. — ela responde rindo

Novamente o quarto é tomado pelo silêncio e a gente encarava o teto.

A sinto virar o rosto e me encarar como se estivesse me analisando, sua mão toca o meu rosto me
fazendo olhar para ela.

Sinto ela se aproximando e passando a língua nos lábios, ela me beija de novo.

Tudo bem. Talvez o beijo realmente também já não seja mais algo que não me deixa excitado.

•••

Outros beijos aqui, umas mãos bobas ali e no final de tudo Eloísa tinha dormido em meu peito.

Já é a segunda vez que ela dorme comigo, ontem enquanto conversávamos ela dormiu no meio da
conversa.

Eu encarava o teto enquanto deslizava meu dedo por seu braço pensativo.

Se só o beijo dessa garota já conseguiu me desmontar, imagina quando a gente finalmente chegar lá.
Meu Deus.
Encostei minha cabeça na sua deixando um beijo ali.

— Boa noite, loira. — sussurrei mesmo que ela não pudesse me ouvir

Ela se remexeu apenas se ajeitando no meu peito. Suas pernas estavam enroscadas mas minhas, ela
realmente estava dormindo me abraçando.

Com a cabeça encostada na dela, meus olhos começaram a pesar e o ritmo das minhas piscadas foram
diminuindo.

A intenção não era passar a noite, mas acabei pegando no sono aqui mesmo, com ela em meus braços.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
ELOISA

Meu Deus. É a única coisa que eu consigo falar, eu sabia que beijar ele ia ser uma coisa boa, mas não
imaginava que seria tanto.

Ontem fui dormir até mais feliz, embora eu quisesse que tivéssemos pulado tudo e já tivéssemos
transado.

Mas eu tenho que entender que ele tem que ir no tempo dele. E é até engraçado pensar isso levando
em consideração que na maioria das vezes é a mulher que é a inexperiente da relação.

Quando acordei hoje, diferente de ontem, ele já não estava mais na minha cama e confesso que fiquei
levemente frustrada com isso.

Levantei e fiz tudo o que tinha que fazer. E quando peguei meu celular, entrei no meu Instagram para
poder aceitar a solicitação para seguir dele.

O seguindo de volta logo em seguida.

Mordi meu lábio inferior dando um sorrisinho.

Porém, meu sorriso some ao ver Antony me ligando, ah, não.

Respirei fundo e no terceiro toque eu atendi a chamada levando o celular até a minha orelha.

— O que você quer, Antony?! — perguntei

— Tá viva, né, porra! — ele fala bravo

— Nem vem, conversamos todos os dias. — revirei os olhos

— É, mas desde ontem você não me responde. — ele fala fazendo drama

— Ah, para, Antony! Já tá chato isso. Eu já não namoro pra não ter que dar satisfação pra homem. —
falei e ele riu

— Você não namora porque ninguém te quer, trem feio. — ele fala e eu quem ri dessa vez

— Ficaria surpreso se soubesse que isso é mentira. — me gabei

Escutei a porta do quarto ser aberta e olhei para a mesma vendo que era Gavi, franzi a testa confusa.

— Já te falei que você precisa arrumar alguém e sossegar. — ele fala e eu faço uma careta

— Credo, Antony, falou igual a mamãe agora. — respondi e meu irmão riu
— Mas é verdade, você nunca namorou, nunca trouxe alguém aqui pra gente conhecer... A não ser o
Tia... — não deixo ele terminar

— Cala a boca, não fala o nome desse idiota. — bufei e meu irmão novamente riu

Ele sabia que eu odiava falar sobre o meu ex que me meteu mais chifres que um gado todo.

Gavi se sentou em minha frente e eu olhei pra ele dando um sorriso fraco, levei minha mão
desocupada até seu rosto e aproximei nossos lábios dando um selinho nele.

Vejo ele abrir um sorriso bobo, ficando sem graça.

— Tá, por mais que eu ame implicar com você, não liguei pra isso... Liguei pra saber se você vai
conseguir vir no aniversário da Helena esse ano. — ele fala

— Aniversário da Helena? Mais já? — perguntei

— É, ué! Aniversário até onde eu sabia é uma coisa comemorada anualmente. — meu irmão fala
irônico e eu revirei os olhos

— Idiota! — falei — Mas respondendo a sua pergunta, não sei se vai dar pra ir Tony, você sabe que
eu já gastei dinheiro com passagem esse ano... — suspirei

— Eu sei, eu sei... Mas tenta fazer um esforço pra vim, pela sua sobrinha e afilhada. — meu irmão usa
todo seu drama

— Vou vê e te falo, tá bom?! — falei querendo desligar rápido

Gavi ainda estava sentado na minha frente fazendo um carinho em minha coxa com uma mão
enquanto mexia no celular com a outra.

— Tá bom, mas é pra tentar de verdade Eloísa. — meu irmão fala

— Tá bom, Antony! Agora tchau, tenho que ir, beijos. — falei apressada

— Tchau, beijos e se cuida. — ele fala

Rapidamente desliguei a chamada e joguei meu celular em cima da cama segurando o rosto de Gavi
dando início a um beijo o pegando de surpresa.

Ele se afasta rindo de nervoso.

— Desculpe, não tava esperando. — ele fala

— Bom dia! — falei com ele que deu um sorriso fraco

— Bom dia! — ele responde


Subo em cima do seu colo envolvendo meus braços envolta do seu pescoço, ele enfia a mão dentro do
meu cabelo e toma meus lábios pra si dando início a um beijo.

Eu estava usando vestido, então quanto mais eu me movimentava em seu colo, mais sentia sua ereção
contra minha região sensível.

Ele me deita na cama ficando por cima de mim entre minhas pernas e sinto seus dedos apertarem a
pele da minha coxa.

Arfei entre seus lábios sorrindo logo em seguida.

— Tá legal... Tá legal, eu não vim aqui pra isso. — ele suspira

— E veio pra que? — perguntei mordendo levemente seu lábio inferior

— Vê se você já tava acordada e perguntar se queria fazer alguma coisa?! — ele fala sem jeito

— Aow... Que fofo! — falei o deixando ainda mais sem graça

— Não tem graça, Eloísa! — ele revira os olhos

Quem vê assim, nem parece que a gente tava se matando até ontem, literalmente.

Eu tava até gostando do nosso joguinho de provocação, vou mentir não.

— Como assim fazer algo? — perguntei brincando com a correntinha em seu pescoço

Mordo meu lábio inferior imaginando mil e uma coisas com essa correntinha e todas elas envolvia ela
batendo na minha cara.

— Não sei, vê um filme?! — ele pergunta

— Baby boy... Eu não sou mulher de vê filme, acredite, na maioria das vezes o filme nunca passa dos
vinte minutos. — falei irônica

— Por que? — ele pergunta na inocência e eu ri

Fiquei olhando pro rosto dele e algo se passou pela minha cabeça, sei que combinamos de só ter aulas
à noite.

Mas o que eu pretendo fazer, não envolve muito a aula em si.

— Já masturbou alguém? — perguntei sendo direta

Vejo o garoto à minha frente de branco, fica tão vermelho quanto um pimentão.

— Que? Por que essa pergunta do nada?! — ele fala rindo todo sem graça
— Responda, Gavi... Você já fez isso? — pergunto novamente

— Não... — ele responde

— Ótimo... — dou um sorriso maliciosa

Tomei seus lábios para mim o dando um beijo intenso, invertendo nossas posições na cama, subi em
cima dele sem quebrar o beijo.

Me sentando em cima do seu pau, sentia suas mãos deslizar por minhas coxas fazendo todo meu corpo
se arrepiar.

Nos afastei dando uns breves selinhos em seus lábios.

— Não tem muito segredo, mas a dica é não se afobar e ficar mexendo como se tivesse fazendo uma
coisa bruta. Tem que ser com jeito. — explico

— Do que você está falando? — ele pergunta ofegante

— Sexo não é só penetração, você tem dedos? Use! Você tem boca? Use! — falei

— Elô... Não tá muito cedo pra isso, não? — ele pergunta e eu ri

— Nunca é cedo, baby. — sussurro em seu ouvido vendo seus pelos se arrepiar

Pegando sua mão, abaixei os outros dedos o indicando que deveria ficar com apenas o do meio e o
anelar.

Fiz ele aproximar os mesmos dos seus lábios e ele ficou mais confuso ainda.

— Chupa! — falei e ele arregala os olhos

Mas sem me questionar, ele levou os dedos até a boca os chupando.

— Pra que isso? — ele pergunta retirando os dedo da boca

— Lubrificação! — respondo sorriso satisfeita

— Mas pra que?! — mais perguntas

Não respondi nada, eu o mostrei.

Levando sua mão até o meio das minhas pernas eu a coloco em meu centro, arfei ao sentir o contato
dos seus dedos ali.

Ele olhava pra mim parecendo desesperado.


— Baby, agora é só mexer com carinho. — passei minha mão em seu cabelo

Vejo ele engolir em seco e balançar a cabeça concordando.

Gemi quando o senti começar a movimentar os dedos dentro de mim, de início ele começou bem
tímido sem muita experiência.

A gente olhava um pro outro enquanto ele fazia isso e eu tentava não gemer alto mordendo meus
lábios e apertando minhas mãos em seus ombros.

Fechei os olhos e tombei minha cabeça para trás sorrindo satisfeita enquanto sentia seus dedos
entrando e saindo de dentro de mim.

Eu conseguia sentir sua ereção embaixo de mim e isso só me deixava ainda mais excitada.

Abri os olhos olhando pra ele e sorrindo satisfeita tirei sua mão dali, eu não o daria o gostinho de
gozar em seus dedos tão rápido assim.

— Da pra melhorar... — deu uma risada fraca — Mais pra uma primeira vez, foi ótimo. — deixei um
beijo casto em seus lábios saindo do seu colo

— Merda garota, você ainda vai me deixar doido. — ele bufou frustrado

Dou uma risada fraca e caminho em direção a porta. Estou morrendo de fome.

E acho que alguém vai precisar de alguns minutos no banheiro.

•••

Deitada no sofá da sala assistindo desenho com Sofia, eu já estava quase dormindo. Dona Aurora,
Almudena e o senhor Pablo foram até o centro da cidade, parece que está tendo alguma festividade
para lá e eu não quis ir, nem Sofia. Então ficamos as duas passando o resto da manhã juntas na sala
vendo sequência dos desenhos preferidos dela.

Aurora foi pra casa do namorado e Gavi saiu com os amigos.

Sofia acabou dormindo deitada em minhas pernas e eu com dó, nem me mexia.

Deslizava meu dedo pela tela do meu celular vendo meu Instagram quando vejo a notificação de uma
mensagem.

Me surpreendi ao vê que se tratava de Jude, não nos falamos desde quando eu cheguei aqui.

Entrei no aplicativo de conversa e vi que era um print de algo com a seguinte mensagem.

"Mas que porra é essa, Eloísa? O Gavi começou a te seguir?"

Abrindo a foto, vi que meu nome estava rodando em páginas de fofocas no twitter.
Na publicação dizia que que Gavi havia me seguido e as pessoas se perguntavam se seria eu uma
possível nova affair.

Dei uma risada sincera com isso.

Digitei uma rápida e breve mensagem para Jude o deixando esperto.

"Eu não te devo satisfações, Jude, não temos nada."

Mandei a mensagem e apaguei a tela do meu celular escutando alguém chegar em casa.

Fiquei olhando para vê quem era e percebi ser Gavi junto dos seus amigos os mesmo que vieram aqui
aquele dia.

Até aquele moreno gatinho que eu dei uns beijos.

— Cadê todo mundo? — Gavi pergunta

— Shiu, fala baixo! A Sofia tá dormindo... — briguei com ele — Seus pais foram no centro e sua irmã
foi pra casa do namorado. — respondi

— Ah... — foi tudo o que ele disse

Chamando os meninos eles começaram a subir a escada, Pedri olhou pra mim e me mandou uma
piscada.

Acenei para ele e dei uma risada logo que ele sumiu do meu campo de visão.

Pelo menos eu não acabei com uma amizade.


CAPÍTULO VINTE E TRÊS
ELOISA

MEU DEUS, que calor é esse? Eu já não aguentava mais. Estava me sentindo dentro de um
microondas.

Agora já são cinco horas da tarde e está esse calor absurdo, não tem cabimento uma coisa dessas.

Quando a senhora Aurora, Almudena e o senhor Pablo chegaram em casa, eles chegaram cheios de
sacola dizendo que eram ingredientes pra fazer o famoso Paella. Comida típica aqui da Espanha.

Já ouvir falar muito sobre esse prato, mas nunca de fato provei, até porque, modéstia a parte frutos do
mar não são muito meu forte.

Me ofereci para ajudar elas a fazerem o jantar, mas as duas disseram que não precisavam.

Só que falando bem a verdade, é que eu já estou começando a ficar entediada.

Pelo menos lá em Madrid eu ia trabalhar pela parte da manhã, ia pra faculdade a noite durante os dias
da semana e nos finais de semana saia pra algum lugar com as meninas.

Nunca fui muito fã de ficar dentro de casa vinte e quatro horas por dia sem fazer nada.

E desde quando chegamos aqui, tudo o que eu faço são programas que envolvam a família Gavira.

Eu tô precisando beber, encher a cara, tô precisando de um porre daqueles que você acorda no outro
dia com uma ressaca daquelas, mas saber que a noite valeu a pena só por isso.

Poderia também estar passando esse tempo ensinando algumas coisinhas pra Gavi só para me
aproveitar um pouquinho, mas acontece que ele já está a mais de não sei quantas horas enfiado dentro
do quarto dele fazendo sabe Deus o que com os meninos.

Sem muitas escolhas, eu estava deitada na cama do quarto onde estou tentando ler um livro que trouxe
junto nas minhas coisas, só o que acontece é que a minha mente não consegue ficar na leitura.

A cada linha que leio, eu me pego lembrando da noite de ontem e da manhã de hoje que tive com
Gavi.

Mordi meu lábio inferior olhando pro nada pensativa nisso.

Bufei e completamente frustrada coloquei o livro em cima da cama ao meu lado pegando meu celular.

Entrei em meu Instagram e vi que as meninas haviam postado melhores amigos, as duas pareciam
estar em uma boate bebendo e dançando horrores.

Se a inveja matasse, elas estariam mortas agora. Porque puta merda, está igual a elas era tudo o que eu
mais queria agora.
Deslizei meu dedo pela tela e quando me deparei com uma postagem de uma página de fofoca
consideravelmente grande, não acreditei.

Na postagem mostravam o meu perfil e mostravam aos seus seguidores que eu havia sido seguida
recentemente pelo jogador Pablo Gavi e que além dele o jogador Jude Bellingham também me seguia
e perguntaram se seria eu uma possível nova affair.

Agora isso explica a mais de não sei quantas solicitações novas para me seguir. Meu Deus, o que o
Gavi foi arrumar pra minha vida.

Curiosa que sou, fui abrir os comentários para ler o que as pessoas estavam falando sobre mim.

Os comentários estavam bem divididos entre pessoas falando que eu era muito gata e que era muita
areia pro caminhão dos dois. E a outra metade estava me chamando de interesseira.

Interesseira? Mas que porra. Aonde que eu sou interesseira gente? Interesseira eu seria se estivesse
com o meu perfil aberto e fazendo questão de postar fotos e vídeos com os jogadores que me apontam
como ser uma nova "affair" deles.

Bufei irritada e sai do aplicativo apagando a tela do meu celular passando a mão em meu rosto.

Cansada, entediada e agora irritada, levantei da cama e sai do quarto logo em seguida indo até o
quarto de Gavi.

Sem ao menos bater, entrei dentro do mesmo vendo os quatro garotos ali. Dois deitados na cama e
dois sentados no chão.

Fazendo o que? Jogando videogame.

Revirei os olhos ao vê a cena, seria bem mais interessante ver os quatro se pegando.

— Sai do meu quarto, Eloísa! — Gavi fala concentrado no videogame

— Nossa, é assim que se trata os outros? — cruzei os braços

— Não tá vendo que só tem homens aqui? Cai fora. — ele fala e novamente eu revirei os olhos

— Como se eu me importasse em só ter homens aqui. — dei uma risada fraca

— O que você quer? Fala e vaza. — mais uma vez Gavi fala

Franzi a testa confusa não conseguindo entender essa grosseria toda, nem parecia o garoto que até
hoje de manhã estava quase me fudendo dentro do quarto.

— Eu quero sair dessa casa, ir pra alguma balada, sei lá! — suspirei

— Opa, falou em balada é comigo mesmo. — escutei Fermín dizer


— Eu animo, em! — isso veio de Félix

— Pow, eu também. — foi a vez de Pedri falar

— Ótimo, vamos todos hoje, depois do jantar. — falei animada

— Não, você não vai! — Gavi fala e eu dei uma risada

— Quem você pensa que é? — perguntei

— A pessoa que está falando que você não vai sair com a gente. — ele repete

Não disse nada, apenas dei uma risada anasalada e sai do quarto fazendo questão de fechar a porta
com força.

Qual é a porra do problema desse menino? Pensei que depois das aulas ele ia parar com essa merda de
joguinho de desinteresse.

Quase soltando fumaça, entrei de volta no meu quarto e fechei a porta com força também.

Babaca. Idiota. É exatamente isso que ele é e eu sou uma besta por ter caído na sua lábia.

Mas vamos vê se eu não vou nessa balada junto com eles.

Afinal de contas, o convite já está feito, não é mesmo?

•••

O jantar foi ótimo e realmente o famoso Paella é uma delícia, mas eu estava mesmo era animada para
o que vinha depois. A festa, a curtição.

E eu avisei aos meninos que eu iria sim, Gavi goste ou não, ele não tem nada a ver com a minha vida.
Euem.

De quebra, só pra ele ficar ainda mais puto sua irmã e seu cunhado decidiram ir juntos também.

Então depois do jantar, subi apressada para o quarto onde estou ficando, fui até minha mala vendo
minhas opções entre as roupas que eu trouxe justamente para ocasiões como essa.

Mas no final, optei pelo básico e simples, um vestido justo branco meio pólo de gola alta sem mangas.

Tirei a roupa que estava usando e deslizei o vestido por meu corpo, vestida encarei meu reflexo no
espelho gostando que estava vendo.

Faço um penteado simples que basicamente se resume a prender duas mechas da parte da frente do
seu cabelo atrás e deixar o resto solto.
No rosto, não exagerei, usei apenas o básico, principalmente corretivo para poder esconder as
manchas arroxeadas enorme envolta dos meus olhos.

Encerrando tudo com um gloss de brilho, passo meus lábios um no outro espalhando.

Para calçar, decidi ir com um salto baixinho para que eu pudesse aproveitar a noite sem dor nos pés.

Peguei uma bolsa apenas para completar o look e eu estava pronta, coloquei um de meus chicletes
sabor Tutti frutti na boca e sai de dentro do quarto.

Atravessei o corredor e quando fui descer a escada me senti dentro de um filme com todos tendo sua
atenção em mim.

Fiquei até com medo de tropeçar, segurei no corrimão. Credo.

Gavi tinha seus belos olhos grandes e castanhos vidrados em mim, acompanhando meus passos. Só
faltava babar.

Mas quem sou eu pra julgar, uma gata como eu.

Terminei de descer a escada e fiz questão de dar uma voltinha dando um sorrisinho.

— Então, como estou? — perguntei

— Com todo respeito, tá uma grande gos... — Gavi não deixa seu amigo terminar a frase

— Pelo amor de Deus, Fermín. — ele fala revirando os olhos

— Uma grande gostosa? É, eu sei. Obrigada. — pisquei para o loiro que ainda me secava

— Agora que o showzinho acabou, podemos ir? — Gavi perguntou rabugento

Todos concordaram e saímos de dentro da casa indo para a garagem. Mas agora o problema era.

Um carro, para sete pessoas.

— Se resolvam, eu vou dirigindo mesmo. — Gavi fala destravando o carro e indo em direção ao
mesmo

Ele entra dentro do carro nos deixando ali pra resolver o BO, afinal de contas teria que todo mundo ir
no mesmo querendo ou não.

— Os meninos vão sentado e eu vou no colo do Javi. — Aurora sugere

— Eu vou no carona! — Pedri se apressa em responder

Então só restava decidir o que eu iria fazer, passei os olhos pelos meninos e dei um longo suspiro.
— Félix, eu vou no seu colo, pode ser? — perguntei e vejo o garoto ficar sem jeito

— Pode... — ele responde coçando a nuca

— Então bora meu povo, que hoje eu me embriagar! — Fermín fala animado

Do jeito que ficou combinado então, Pedri entrou no carona do lado de Gavi e os três rapazes
entraram primeiro.

Logo em seguida Aurora e eu entramos e nos sentamos no colo deles.

Por mais que fosse engraçado, eu rezo por tudo que é mais sagrado para que esse menino não tenha
uma ereção justo agora. Porque eu tenho certeza de que ele irá morrer de vergonha.

Vejo Gavi olhar pelo retrovisor e erguer uma sobrancelha.

— A Eloísa vai no colo do Félix?? — ele pergunta não conseguindo se aguentar

— Não era como se tivéssemos muita escolha aqui. — respondo entre os dentes

— Por que não veio no carona e o Pedri foi no colo de alguém?! — Gavi rebate

— Epa, me respeita que eu sou macho rapaz! Até parece que eu ia sentar no colo de outro cara. —
Pedri se manifesta

— Ai gente, pelo amor de Deus, só vamos logo e acabar com isso que tá apertado aqui atrás. —
Aurora fala irritada

— Por favor... — escuto Félix sussurra

Meu Deus. Deve estar sendo sofrido para o pobre garoto.

Gavi finalmente liga o carro e sai de dentro da garagem começando a dirigir pelas cidades de
Barcelona.

Estávamos todos em silêncio apenas escutando as músicas da playlist de Gavi.

A maioria era tudo reggaeton, esse menino tá precisando conhecer música de verdade.

Quando passamos em um quebra mola eu fechei os olhos e suspirei pelo pobre João Félix que estava
embaixo de mim.

— É hoje que o Félix morre. — escutamos Fermín falar arrancando risada de todos menos é claro de
Gavi

— Vai dormir até mais feliz o menino. — isso veio de Pedri

— Vão se fuder vocês. — escutei Félix falar


Por cima do meu ombro olhei para ele que encarava a janela, provavelmente tentando pensar em mil e
uma coisas que não fosse eu sentada em cima do seu colo. Coitado.

Mas é claro, que eu sendo eu, tive que dar aquela provocada de leve, então me remexi no seu colo me
"ajeitando", o escutei suspirar.

— Ajuda também, né, Elô. — ele fala em um sussurro só pra que eu pudesse escutar

— Desculpa, não resistir! — falei em português achando que ele não iria entender

— Então depois não reclama se eu revidar. — ele me responde em português

Olhei pra ele confusa, como assim gente? Vejo ele me olhar com um sorriso cínico de canto.

Pelo sotaque, é português de Portugal. Mas que desgraçado.

Dei uma risada fraca e balancei a cabeça negando. Mas meu sorriso vacila quando sinto suas mãos em
minha coxa.

Engoli em seco entendendo o recado dele sobre revidar. Mordi meu lábio inferior tentada a vê onde
isso poderia dar.

Ainda mais que Gavi olhava de um em um minuto pelo retrovisor para a minha cara.

Quando ele fez isso de novo, abri um sorrisinho malicioso.

É hoje que ele aprende que nunca deve me destratar.

Me permitindo ser mais ousada novamente, me mexo no colo de João que arfou apertando sua mão
em minha coxa nua.

— Porra, Eloísa! — novamente ele fala em português e eu ri

Tudo bem, pelo bem da saúde mental dele eu vou parar. Por enquanto.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
ELOISA

Tá pra nascer alguém que ame mais festas do que eu. Pode me chamar pra ir em absolutamente tudo,
até festa de aniversário do seu cachorro eu vou. E sem reclamar.

O importante é se divertir e ser feliz com o álcool correndo nas veias.

Viemos a uma boate chamada "El Fuego" e eu estou simplesmente chocada com esse lugar, não só
pela estrutura em si e sim pelas pessoas que frequentam ele.

Eu posso jurar que vi um dos jogadores da seleção brasileira meia hora atrás se agarrando com uma
loira na porta do banheiro. Agora só não me perguntem qual jogador, afinal de contas, eu não sei o
nome de nem um.

Por ter vindo com os meninos, estamos na área do camarote, mas eu particularmente estou achando
um saco.

Gosto mesmo é de estar no meio do povo, sentindo a energia caótica de todo mundo dançando ao
mesmo tempo. O calor humano.

Agora aqui em cima, é um porre, só fico escutando as garotas que se denominam acompanhantes de
luxo, jogando ideia dos caras.

Só nessas horas que estamos aqui, já vieram umas três em cima dos garotos.

E o pior é que elas não respeitam nem os que estão acompanhados, o que eu acho uma puta falta de
respeito e tanto com as mulheres deles.

É por isso que eu falo, boate não é lugar de homem casado e muito menos lugar de casal.

Claro que o casal pode ter ali o seu momento, mas tanto lugar maneiro, quer ir logo pra boate? Lugar
onde tá cheio dos perigos e os caralho.

Aí não dá, né. Hoje em dia, toda cautela é pouco.

Próxima a barra de ferro que tinha no camarote, eu balançava meu corpo ao ritmo da música
observando as pessoas lá embaixo. Eu juro que mais um copo e eu desço.

Em minha mão eu segurava um drink que eu não fazia a menor ideia do que era, só sei que Aurora me
disse que era pra experimentar e eu estou tomando.

Gostei tanto que já estou no meu terceiro, o drink é gostoso, tem sabor de morango e é docinho.

Ainda observando as pessoas lá embaixo, eu me sentia cada vez mais tentada para descer e dançar.

Não que não dê para dançar aqui, no camarote, mas como eu disse, não é a mesma emoção.
— Tá curtindo?! — escuto Félix perguntando em português chegando perto de mim

— Tô! Mas poderia está curtindo mais se tivesse lá embaixo. — gritei para que ele pudesse me ouvir

— Pow, vamos descer então. — ele sugere

Olhei pra ele com um sorriso animada sentindo meus olhos brilhar com a proposta. Segurei sua mão e
comecei o puxar para fora do camarote junto comigo.

Descemos a escada e logo já estávamos no meio das pessoas, puta merda, isso.

Puxei Félix para o meio da pista e olhando pra ele comecei a remexer meu corpo ao ritmo da música.

Ele parecia hipnotizado enquanto olhava pra mim fazendo seus típicos passinhos masculinos de
homem hétero.

Dei uma risada e envolvi meus braços envolta do seu pescoço.

Sinto suas mãos segurarem meu quadril e eu remexi o mesmo no ritmo do reggaeton que estava
tocando.

Mordi meu lábio inferior balançando minha cabeça fazendo meus cabelos voarem de um lado para o
outro.

Ele apenas olhava pra mim sem conseguir reagir muito.

Desde que chegamos, ele está tentando ao máximo me fazer se entrosar, um querido ele.

A música parou e eu olhei para ele já ofegante.

— Era disso que eu tava falando! — falei vibrando animada e ele riu

Quando ele abriu a boca para me responder o mesmo foi interrompido ao ouvirmos a voz de uma
garota claramente irritada.

— Já falei que não quero, me deixa em paz! — a garota fala

Olhamos em direção de onde vinha a voz e vimos uma garoto um pouco a frente da gente sendo
importunada por um cara que insistia em puxá-la pelos braços.

— Me larga! — a garota pede novamente

Me afastando de Félix sem nem pensar duas vezes, me aproximei da garota fazendo questão de a
puxar das mãos do cara e a coloquei pra trás de mim.

— Ta surdo porra? Não tá ouvindo ela falar que não quer? — enfrentei o cara que me olhou de cima a
baixo
Sinto meu estômago embrulhar com nojo do jeito que ele me olhou. Eca.

Dá pra sentir o cheiro de bebida forte de longe e não precisa de muito para saber que o cara também
se encontrava drogado.

— Ninguém te chamou na conversa. — ele me rebate

— Mas a partir do momento em que você está assediando uma garota, eu mesma me convido para a
conversa. — falei firme peitando ele

— E quem você pensa que é? — ele pergunta dando uma risada sarcástica

— Alguém que vai te dar um chute tão forte nisso que você chama de pau, que você ficará incapaz de
se reproduzir se não cair fora! — dei um passo pra frente ficando quase cara a cara com ele

O homem à minha frente me olhou parecendo que iria me desafiar. Ele é bem maior do que eu e
claramente mais forte, mas eu estava pouco me fudendo pra isso.

Vejo que ele ia dar um passo pra frente em minha direção, mas recua ao vê Félix entrar em sua frente.

— Vaza daqui cara! — João fala olhando sério para o cara

Olhando para ele, o cara grandalhão dá uma risada como se estivesse debochando e ergue as mãos em
sinal de redenção.

— Foda-se também, ela nem é tudo isso. — o cara sai falando

Fico observando vendo ele se afastar e quando não o tenho mais em meu campo de visão, suspirei
aliviada.

Me virei para a garota que tinha um olhar assustado.

— Tá tudo bem? — perguntei colocando minhas mãos em seus braços

— Não, não está nada bem! Tá tudo uma merda. Eu vim com as minhas amigas e elas simplesmente
me deixou sozinha e como se já não bastasse isso, esse idiota ainda veio me encher o saco. — a garota
falava sem pausa para respirar e em português

— Tá tudo bem... Você precisa de alguma ajuda? — perguntei em português também

— Ela tá legal?! — escutei João pergunta se aproximando da gente

— Olha, o que acha de ir ficar lá no camarote com a gente? — perguntei dando um sorriso fraco

— Sendo bem sincera? Pra mim essa noite já deu, eu só quero ir pra casa, mas meu celular acabou a
bateria. — ela bufou
— Quer usar o meu? — perguntei

— Quero! — ela responde prontamente

Faço um aceno com a cabeça e a pedi para esperar só um segundo. Então me virei para Félix que
estava um pouco distante para nos dar liberdade de conversar de mulher pra mulher.

— Vou ali na área de fumante com ela, pra ela usar meu celular, tá bom? — falei com ele

— Tá bom! Tomem cuidado. — ele fala dando um sorriso fraco

Segurei em seu rosto e deixei um beijo casto perto dos seus lábios dando um sorriso quando me
afastei.

Voltando minha atenção para a garota, a chamei para irmos até a área de fumante da boate porque
geralmente costuma fazer menos barulho.

Então, passando pelo mar de pessoas que estavam na pista, nos dirigimos até a porta que dava acesso
a essa área.

Depois de uma luta, conseguimos chegar.

— Caramba, esse lugar está lotado. — ela fala rindo

— Né menina? Nunca vi tanta gente assim. — eu ri junto com ela

— A propósito, sou Allana. — ela me estende a mão

— Eloísa! — peguei na mão dela

— Brasileira? — perguntou e eu sorri

— Sim, sou! — respondi e ela quem abriu um sorriso

— Também sou, você é da onde? — ela pergunta

— Sou do Rio de Janeiro capital e você? — perguntei enquanto procurava meu celular na bolsa

— Sou de São Paulo, capital também. — ela da uma risada fraca

— É bom de vez em quando conversar na minha língua materna. — falei

— Menina, nem me fala, moro aqui a quase três anos e ainda não me acostumei com esses Espanhol
doido que eles falam. — ela fala e eu ri

— Aqui, pode usar. — a entreguei meu celular

— Obrigada! — ela fala o pegando


Discando o número da pessoa que ela queria ligar, eu me afastei um pouco dando privacidade.

Tinha umas grades de cerveja por ali, então me sentei nas mesmas.

Não demorou muito para que Allana viesse me devolver meu celular. Olhei para ela que suspirou.

— Mais uma vez obrigada, por tudo... Pelo o que fez lá dentro enfrentando aquele cara e pelo celular.
— ela fala

— Que isso, não tem nada o que agradecer, eu faria isso por qualquer mulher que estivesse sendo
assediada por um babaca. — sorri fraco

— Se quiser voltar lá pra dentro e continuar de onde parou com aquele gatinho... — ela fala
insinuando algo e eu dou uma risada

— Não tô de boa, eu espero seu... — deixo a frase no ar

— Motorista particular. — ela responde

— Eu espero com você seu motorista particular chegar. — falei

— Tem quanto tempo que mora aqui? — ela pergunta puxando assunto

— Na verdade, eu moro em Madrid... Vim pra Barcelona junto com a minha patroa passar as férias de
verão da filha dela. — respondi

— Ah, pensei que morasse aqui em Barcelona, já tinha te convidar para fazermos algo juntas, acho
que tô te devendo uma. — ela fala

— Que nada! Pode ir parando. — falei balançando a cabeça negando

— Olha, pega meu número e amanhã a gente combina de fazer algo juntas, o que acha? — ela sugere

— Ah... Tá bom. — dei de ombros

A gente literalmente acabamos de nos conhecer e estamos nos tratando como se nós conhecêssemos a
anos.

Definitivamente não tem nada melhor do que um homem escroto para unir duas mulheres.

•••

O motorista de Allana veio buscar ela, então eu finalmente voltei para dentro da boate.

Decidi subir para o camarote novamente pra pegar mais bebida, a única parte boa de lá é isso, a
bebida à vontade.
Quando subi, vi que Félix tinha subido novamente e nem Pedri e nem Fermín se encontravam.

O que me surpreendeu mesmo foi ver Gavi com uma garota sentada em seu colo.

A olhei de cima para baixo, ela era do meu tambor, cabelos longos e castanhos e tinha a pele
bronzeada.

De onde essa garota surgiu? E pelas mãos bobas e risadinhas de flerte, esses dois já se conhecem.

— E aí, tá tudo bem com ela? — escutei Félix pergunta me trazendo de volta pra realidade

— Tá, ela foi embora. — respondi o dando um sorriso fraco

— Peguei mais um drink pra você, imaginei que quando voltasse poderia querer. — ele fala erguendo
o corpo

Olhei pra ele e peguei o copo da sua mão agradecendo. Realmente um fofo.

Quer saber, que se foda, eu vou aproveita tudo que tenho pra aproveitar.

Virei o drink de uma vez só sentindo Félix me olhando.

— Eita, vai com calma. — ele riu

Olhando pra ele, segurei a gola da sua camisa e o puxei para mim tomando seus lábios no meu dando
início a um beijo que a princípio o pegou de supresa.

Mas logo senti sua mão entrar dentro do meu cabelo e corresponder ao meu ato.

Sua língua pediu passagem e eu prontamente cedi. Ele tinha gosto de Jack Daniels e bala de menta.

Encerrei o beijo mordendo seu lábio inferior levemente.

— Tá afim de transar? — perguntei sendo direta

Vejo ele levemente arregalar os olhos e olhar para o amigo, mas eu seguro em seu queixo trazendo sua
atenção de volta pra mim.

— Elô, sei não... Você e o Gavi... — ele hesita

— Não temos nada! Euem. — revirei os olhos

— Tem certeza? Ele não tirou os olhos de você essa noite. — ele fala dando uma risada

— Foda-se o Gavi, a questão é, você quer ou não quer? — perguntei novamente

E mais uma vez ele hesitou, respirei fundo perdendo a paciência e o puxei pela mão.
No camarote tem um corredor que dá acesso aos banheiros e passamos por ele indo até o banheiro
feminino.

O empurrei pra dentro do mesmo e tranquei a porta.

Indo em direção a ele, olhei em seus olhos e lá estava a expressão que eu mais amo na vida. O êxtase
do prazer.

Suas pupilas estavam dilatadas, mostrando seu interesse no que íamos fazer.

— Tem certeza de que é... — não o deixei terminar

Colocando meus lábios contra os dele, dou início a outro beijo, dessa vez mais intenso e cheio de
segundas intenções.

Andamos juntos sem cortar o beijo, até que eu sinto minha bunda se chocar contra a pia e logo em
seguida ele me ergue me colocando em cima da mesma.

Suas mãos vão até minha coxa apertando fortemente a região, me fazendo gemer entre seus lábios.

Tombei a cabeça para trás sentindo ele beijar meu pescoço.

Atrás dele havia outros espelhos, então eu conseguia vê tudo, abri um sorriso gostando disso.

Gemi quando senti seus dedos entrarem em contato com a minha intimidade me estimulando, ele olha
para mim e eu abro um sorriso malicioso.

Deixando os gemidos escapulir pelos meus lábios enquanto o sentia entrar e sair com os dedos dentro
de mim, conseguia vê a excitação dele aumentar mais ainda e não falo isso só pela ereção evidente
marcando em sua calça.

Falo isso pela forma em que ele morde os lábios me assistindo se contorcendo de prazer em seus
dedos e sua respiração mais afobada.

Levei minha mão até o botão da sua calça e o abri junto com o zíper.

Mordi meu lábio inferior de uma forma sexy olhando para ele.

— Você tem camisinha? — perguntei ofegante

Ele balançou a cabeça inebriado pelo prazer apenas concordando e retirou a carteira do bolso da calça
pegando a camisinha lá de dentro.

Peguei a embalagem prateada da sua mão e a rasguei tirando o látex lá de dentro.

Descendo sua calça junto da sua boxer pelo seu quadril, eu levei a camisinha até seu pau e a coloquei
nele que arfou.
Me aproximei mais da beirada da pia e o senti em minha entrada.

Gemi quando o senti se afundar dentro de mim de uma forma lenta.

Mas logo ele começou um ritmo mais acelerado fazendo movimentos de vai e vem segurando firme
em meu quadril.

Encostei meu queixo em seu ombro gemendo e arranhei suas costas por debaixo da camisa branca que
ele usava.

— Puta merda... — o escutei falar entre gemidos

Olhando a cena pelo espelho, eu dei um sorriso satisfeita.

Acho que uma certa pessoa não vai gostar nada, nada em saber que mais um amigo caiu na minha
lábia.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
PABLOGAVI

Desde o primeiro momento em que pisamos o pé dentro dessa boate, minha atenção estava na loira.
Principalmente depois de ver minha irmã entregando seu primeiro drink.

Eu não desviei a minha atenção dela por sequer um minuto, vi completamente tudo, vi o jeito que ela
olhava pra pista de dança querendo descer, vi ela fazendo uma dança minimalista, vi quando ela
pegou o seu terceiro drink e principalmente vi quando Félix se aproximou dela falando algo no seu
ouvido e logo em seguida os dois desceram juntos.

Bufei irritado e passei a mão no meu rosto, é uma merda você vim pra esses tipos de lugares e não
beber.

Não é que eu não beba, tipo nunca, até porque eu sou um admirador de vinho e tanto.

Mas diferente dos meninos que gostam de entornar, eu bebo no máximo duas cerveja e paro.

De bebida mais forte o que eu costumo tomar é Coca-Cola com vodka, os meninos ficam me zoando
por isso, mas eu realmente não ligo.

Pedri e Fermín estavam se agarrando com duas garotas que chegaram nele enquanto eu estava sentado
no meu canto batendo meu pé no chão ao ritmo da música que tocava.

Me sentindo agoniado, levantei me aproximando do vidro olhando para a pista de dança. E mesmo em
meio a esse mar de gente eu consegui localizar Eloísa e o João, os dois dançavam juntos e riam.

Revirei os olhos dando gole na minha bebida.

Fiquei em alerta quando vi o exato momento em que Elô parecia estar brigando com um homem duas
vezes maior e mais forte do que ela por causa de uma garota.

Sem nem sequer pensar duas vezes eu estava pronto pra descer e ir tirar ela do meio dessa situação.

Mas meu campo de visão é tomado por Ana, o que me fez ficar confuso.

Ela abriu um sorrisinho e se aproximou de mim segurando meu rosto me dando um beijo logo em
seguida.

— Ana? O que tá fazendo aqui? — perguntei confuso quando ela se afastou

— O Pedri me chamou! — ela fala sorrindo

Olhei para Pedri que ainda estava sentado no sofá se agarrando com a mesma garota. Filho da puta, eu
juro que ele ainda me paga.

— Ah... Você quer tomar alguma coisa? — perguntei sem saber o que fazer
— Claro, o que você tá tomando? — ela perguntando pegando o copo da minha mão

Antes que eu pudesse responder o que tinha ali dentro, ela já havia levado o mesmo até os lábios
tomando um gole e fazendo uma careta.

— Meu Deus, que coisa horrível. — ela fala me devolvendo o copo

Qual é, não é tão ruim assim. Pensei.

Suspirei frustrado e me aproximei novamente do vidro vendo que toda a situação já tinha sido
resolvida e nem ali mais eles estavam.

Eu juro por tudo que é mais sagrado que o Pedri ainda me paga por isso.

Não tendo outra alternativa, o jeito foi ficar ali com Ana enquanto ela conversava com minha irmã.

Sendo bem sincero eu estava sem ânimo algum, doido pra ir pra casa e dormir.

Me assustei com a Ana subindo no meu colo e envolvendo seus braços envolta do meu pescoço.

— Você tá um gato hoje sabia?! — ela sussurra no meu ouvido

Olhei pra ela e como resposta apenas a dei um sorriso fraco, sinto a mesma aproximar seus lábios do
meu pescoço deixando alguns beijos ali.

— Ana... No meio de todo mundo, não. — falei e ela me olhou frustrada

Vi Félix subi para o camarote de novo e ao olhar pra mim ele deu um sorriso sem mostrar os dentes
apertando os lábios. De cabeça baixa ele se dirigiu até o bar.

Mas na minha cabeça só se passava uma pergunta, cadê a maluca da Eloísa?

Sou pego de surpresa com Ana segurando meu rosto e tomando meus lábios para si em um beijo. Que
que deu nessa garota hoje?

Porém, eu correspondi ao seu ato enfiando minha mão dentro do seu cabelo dando mais intensidade
ao beijo.

Nos afastamos e ela sorriu mordendo o lábio inferior tentando ser sexy, mas a real, é que eu não senti
nada com esse beijo.

Olho pra trás de Ana vendo Eloísa voltar ao camarote, percebo seus olhos recair sobre mim e a
morena sentada em meu colo. Merda.

E mais uma vez Félix se aproximou dela, os dois conversaram alguma coisa antes dele entregar um
outro drink.
Drink esse que ela bebeu de uma vez só antes de puxar ele para um beijo. Mas que porra é essa?

— Gavi... Eu estou aqui. — Ana estala seus dedos na frente do meu rosto

— Ah, desculpa... Você falou alguma coisa? — perguntei olhando pra ela

— Perguntei sobre o que você acha da gente sair daqui e ir pra algum canto com menos... Pessoa. —
ela fala maliciosamente

Ela está querendo transar? Pensei que ela tivesse odiado aquela vez e que nunca mais ia querer ter
relações sexuais comigo.

Franzi a testa confuso juntando minhas sobrancelhas.

— Você quer transar? Mas eu pensei que depois daquele dia... — ela colocou seu dedo indicador nos
meus lábios me silenciando

— Podemos fingir que aquele dia nunca aconteceu, eu sei que você pode ser melhor que aquilo, gato.
— ela fala sorrindo com um brilho perverso nos olhos

Novamente olhei para atrás dela e vi que Eloísa e Félix já não estavam mais ali. Pra onde esses dois
foram?

Suspirei frustrado e passei a mão em meu cabelo olhando pra Ana em minha frente.

— Acho que não tô afim, Ana. — respondi e vi ela revirar os olhos

— Qual é, Gavi, vamos... Vai ser divertido. — ela fala tentando me incentivar

Divertido? O que tem de divertido em colocar meu pau dentro dela? Absolutamente nada.

— Eu realmente não estou afim hoje. — respondi e ela bufou irritada

— Que maravilha. — ela fala irônica saindo do meu colo

Eu já falei que eu odeio essa pressão pra transar? E ela não vem só da Ana, vem da parte da grande
maioria da minha volta.

Principalmente dos meninos do time, até o Yamal que é mais novo que eu, tem um histórico que puta
que pariu. Me faz sentir um senhor de oitenta anos.

Só queria conseguir entender porque que eu sou assim.

•••

Quase duas horas depois eu ainda estava nessa bendita boate lutando contra minha vontade de ir
embora só por causa de uma certa pessoa.
Ela e Félix voltam quase uma hora depois de terem sumido e pelo jeito que os dois estavam, com
certeza transaram.

Observava ela no meio da galera dançando como se nunca houvesse um amanhã ao som de
"Gasolina".

Vejo o exato momento em que ela vai animada em direção ao DJ e fala alguma coisa com ele que
sorri.

Foi então que ela deu a volta pronta para subir na área dele. Merda.

Quase sendo esmagado pelas pessoas, eu tentava me aproximar o mais rápido possível da mesa do DJ.

Mas quando consegui chegar perto, já era tarde demais, Eloísa se encontrava em cima da mesa do
mesmo dançando de uma forma extremamente sexy.

Engoli em seco vendo a loira deslizando suas mãos pelo seu corpo as levando até seu cabelo.

Todos envolta gritavam animados a incentivando, puta merda, essa garota definitivamente é maluca.

Vejo seus olhos se encontrarem com os meus e ela dá um sorrisinho malicioso.

E como uma stripper ou algo do tipo, ela começa a dançar como se estivesse só nós dois aqui. Cruzei
os braços e passei a língua pelos meus lábios.

Pisquei voltando para a realidade, eu tenho que tirar ela dali.

Indo até a escada que dava acesso a mesa do DJ, eu subi ali indo até ela.

— Eloísa, pelo amor de Deus, desce daí. — falei segurando em seu braço

— Me solta, volta lá pra aquela morena sem graça. — ela fala empurrando minha mão

Ela estava completamente bêbada, meu Deus, quando foi que ela chegou a esse ponto?

— Por favor, desce daí! — pedi novamente

Me ignorando completamente como resposta, ela voltou a dançar, suspirei irritado.

Simplesmente não sei lidar com teimosias.

Por um segundo sinto meu coração parar de bater quando a vejo pisar em falso escorrendo e pensando
rápido me aproximei dela a segurando antes que seu corpo fosse com tudo contra o chão.

Ela olhava pra mim com os lábios entreabertos ofegante, provavelmente pelo susto.

Porra. Agora pra mim já deu.


Com ela em meus braços sai a segurando pelo meio da galera que me vaiava, querem vê show, vão
pra algum lugar que tenha mulheres que são pagas pra isso. Euem.

A loira gritava comigo me mandando a colocar no chão se debatendo em meu braço, isso só me fez a
segurar ainda mais firme.

— Me coloca no chão, Pablo! — ela fala claramente irritada com a situação

Do lado de fora, já no estacionamento da boate e próximo ao carro eu finalmente a soltei e ela olhou
pra mim furiosa me empurrando. Ou melhor dizendo, tentando, já que eu sequer saí do lugar.

Tirei a trava de segurança do carro e abri a porta do carona.

— Entra! — falei sério apontando pro carro

— Que? Não, eu não vou entrar. — ela riu sarcástica

— Ah, mas você vai! — falei em um tom de voz ameaçador

— E quem vai me obrigar? Você? — ela ergue uma sobrancelha me desafiando

Eu não vou entrar no joguinho dela. Ela está tentando me tirar do sério e não vai conseguir.

— Não quer entrar? Tudo bem, então vamos ficar aqui do lado de fora pelo resto da madrugada até
você decidir entrar — falei fechando a porta do carro — Porque lá pra dentro, você não volta.

Vejo ela cruzar os braços e bufar irritada feito uma criança. Me encostei no capô do carro e tirei meu
celular do bolso pra mandar uma mensagem avisando que ia embora.

O combinado é todo mundo vir junto, pra ir embora é cada um por si.

Me assusto sentindo o celular sendo tirado da minha mão, olhei pra frente e vi Eloísa balançar ele no
ar.

— Eloísa, me devolve. — tentei continuar calmo

— Quer de volta? — ela ergue uma sobrancelha — Vem pegar!

Meu queixo cai quando ela coloca meu celular no meio dos seus seios. Isso só pode ser sacanagem
com a minha cara.

Eu devo ter feito alguma coisa bem filha da puta nas vidas passadas pra está tendo que passar por isso
agora.

Suspirei e passei a mão no meu cabelo vendo ela olhar pra mim com a cabeça um pouco pro lado
mordendo o lábio inferior me olhando de cima a baixo com o seu olhar de medusa.
Já falei o quanto ela tem um olhar que puta que pariu, faz qualquer um cair na sua lábia? O jeito que
ela te olha te faz até se sentir desejado.

Ela se aproxima levando suas mãos até meu rosto tentando me beijar, mas eu virei o rosto não
deixando.

Inverti nossas posições e a escutei arfar quando a imprensei contra o carro.

Olhei para o seu rosto fitando cada centímetro dele, parando meus olhos sobre seus lábios
entreabertos.

— Porra garota! — resmunguei irritado

Nesse momento eu estava tendo que usar todo meu autocontrole para não esquecer de que ela está
bêbada e a beijar aqui e agora.

Ela passa a língua pelos lábios olhando pra mim.

— Gavi... Acho que eu vou... — ela não consegue terminar a frase

A vejo virar a cabeça pro lado e vomitar cortando totalmente o clima que estava se criando.

Faço uma careta e olho pro outro lado, odeio vê gente vomitando.

Suspirei e mesmo que eu não goste de ficar vendo, eu segurei seu cabelo a ajudando.

Depois de provavelmente quase ter colocado até seus órgãos internos pra fora, ela passa as costas da
mão na boca olhando pra mim.

— Acho que eu quero ir embora. — ela fala o que eu mais queria ouvir

Graças a Deus. A ajudei a dar a volta no carro e abri a porta para que ela entrasse. Quando ela se
ajeitou no banco, fechei a porta novamente e dei a volta indo até o lado do motorista.

Entrei no carro já fechando a porta e puxando o cinto, ligo o motor e piso no acelerador fazendo a
baliza pra sair do estacionamento.

O caminho de volta pra minha casa foi em silêncio, quando paramos em um semáforo eu percebi que
ela estava encostando com a cabeça na janela toda encolhida.

Vejo ela levar a mão até os seios e tirar meu celular de lá me devolvendo.

É exatamente por isso que eu não gosto de beber, a sensação de ressaca é terrível.

•••

Quando chegamos em casa, eu a ajudei a se manter em pé, já que ela estava trocando as pernas e
quando fomos subir a escada Eloísa tropeçou em uns três degraus.
Tive que me segurar pra não rir.

Abri a porta do quarto onde ela está ficando e entramos, fechei logo em seguida.

Fomos até a cama e ela por conta própria se jogou nela de braços abertos encarando o teto.

— Tá tudo rodando. — ela fala

— O que acha de tomar um banho? Dizem que ajuda. — comentei

— Tá querendo me vê pelada? — ela pergunta dando uma risada

— Eu não... Eu não quis... — me atrapalho nas minhas palavras

— Relaxa baby boy, tô brincando com você. — ela fala e suspirei aliviado

Vejo ela sentar na cama e logo em seguida se levantar. Olhando pra mim de um jeito pervertido,
Eloísa leva as mãos até a barra do vestido o puxando pra cima ficando nua na minha frente.

Desviei o olhar e escutei ela dar uma risada.

— Vou tomar banho. — ela fala

Fiquei olhando pro outro lado do quarto até escutar o barulho da porta do banheiro fechar. Suspirei.

Vou até a porta do quarto e saio do mesmo, atravesso o corredor e desço a escada indo até a cozinha.

Abri o armário e peguei a caixa de remédios pegando a cartela de comprimidos para dor de cabeça.

Enchi um copo com água e sai da cozinha volta a subir a escada. Mas antes de ir pro quarto dela
novamente, fui até o meu.

Também preciso de um banho, urgente, nem que seja rápido.

No quarto mesmo já tirei a roupa que estava usando junto com a minha boxer e caminhei em direção
ao banheiro.

Entrei no box e liguei o registro deixando a água cair sobre meu corpo.

Banho tomado, saio de dentro do banheiro com a toalha enrolada na cintura e vou até meu closet vesti
uma boxer limpa e uma bermuda preta para dormir.

Peguei o copo e o remédio que eu tinha deixado na escrivaninha e saio de dentro do meu quarto indo
até o quarto dela.

Quando eu entrei ela estava de frente pro espelho penteando o cabelo. Ao me vê ela se virou na minha
direção.
— Trouxe pra você. — mostrei o remédio e água

— Que gracinha, tá cuidando de mim. — ela fala

Ela, bêbada, consegue ser ainda mais safada do que já é naturalmente, impressionante.

Me aproximei dela e a entreguei o remédio, ela faz questão de até isso se transformar em algo sexy.
Dei uma risada.

— Você é impossível garota. — falei balançando a cabeça negando

Tomando a água ela me devolveu o copo e mostrou a língua pra mostrar que realmente tinha tomado o
remédio.

— Ótima garota. — falei e vejo seus olhos brilhar com isso

Sério? Nem foi em conotação sexual.

Ela foi até a cama e puxou as cobertas deitando. Me aproximei para apagar o abajur que estava acesso.

— Boa noite! — falei pronto pra me afastar mas ela me segurou

— Dorme aqui! — ela pediu

Suspirei pensativo.

— Tudo bem, mas não é pra você tentar nada espertinha. — respondo e a escuto ri

Entrando debaixo das cobertas com ela, me deitei ao seu lado e a sinto deitar em meu peito
encostando sua mão ali também. E suas pernas se enroscaram com as minhas, ela realmente tem essa
mania de dormir assim.

Fiquei fazendo um cafuné em seu cabelo até que o ritmo das minhas piscadas foram diminuindo e
minha respiração desacelerando.

Não demorou muito pra que eu apagasse, morto de cansaço.


CAPÍTULO VINTE E SEIS
ELOISA

Que ressaca do caralho. Puta merda. Eu nunca mais vou beber na minha vida, sequer lembro de
quantos drinks eu bebi.

Tudo o que eu me lembro é só até o momento em que eu e Félix voltamos pro meio das pessoas, fui
até o bar pegar mais um drink e depois disso a noite de ontem não se passava de lembranças vagas.

Eu dançando em cima da cabine do DJ, Gavi me segurando, depois eu vomitando no estacionamento.


Céus.

Abri meus olhos lentamente ainda me acostumando com a claridade, me sentei um pouco na cama
esfregando minhas mãos no meu rosto.

Percebi que estava usando meu pijama, eu tomei banho quando cheguei? Aliás, a pergunta principal é
como eu cheguei aqui.

Merda. O que foi que aconteceu ontem senhor?

Encarava o nada tentando me esforçar para lembrar nem que seja de como eu cheguei aqui. Suspirei
frustrada vendo que não ia rolar.

Ouvi a porta do quarto ser aberta e Gavi passa por ela segurando uma bandeja nas mãos.

Franzi a testa confusa. Ele estava sem camisa, usando apenas uma bermuda preta.

— Boa tarde, você finalmente acordou. — ele fala dando um sorriso enquanto fechava a porta

— Boa tarde? Que horas são? — olhei em volta procurando meu celular — Cadê meu celular? —
perguntei confusa

— Agora são quase duas horas da tarde. — ele fala se aproximando da cama

— Duas horas da tarde? — eu praticamente gritei

Mas logo em seguida me arrependi ao sentir minha cabeça latejar. Levei minhas mãos até ela
massageando minhas têmporas.

— Pois é, você dormiu mais que a cama. — ele riu e se sentou na minha frente

— Meu Deus, por que me deixaram dormir? — perguntei indignada

— Imaginei que você poderia está numa ressaca daquelas. — ele comenta

— E eu estou, minha cabeça parece que vai explodir. — comentei


— Foi por isso que eu trouxe um remédio e algo pra você comer, minha mãe sempre fala que não é
bom tomar remédio de estômago vazio. — ele sorri todo fofo

Percebo que na bandeja que ele trouxe havia um sanduíche de geleia com pasta de amendoim, um
copo de suco de laranja, melão cortado em cubos e o remédio.

Olhei pra ele achando isso fofo.

Mas não anula o fato de eu ainda estar com raiva pela forma a qual ele me tratou ontem na frente dos
seus amigos.

— Obrigada! — falei tentando parecer indiferente

Peguei o sanduíche e levei até os lábios dando uma mordida, enquanto comia sentia Gavi me
assistindo.

— Quer um pedaço? — perguntei de boca cheia e ele deu uma risada fraca

— Não, valeu... Ainda tô meio cheio do almoço. — ele comenta

Dei de ombros e voltei a comer meu sanduíche, passei a língua sobre os lábios sentindo eles sujos.

Gavi ainda me olhava. Ele não está bravo?

— Então... — falei coçando a garganta — Você tá bem? — perguntei e ele franziu a testa confuso

— Tô ótimo, por que não estaria? — ele responde

— Ah, sei lá, né... Eu meio que... Transei com o seu amigo. — tomei um gole do suco e ele riu

— E o que que tem? A gente não tem nada um com o outro, loira. — ele fala

— É que eu pensei... — deixei a frase morrer no ar

— Que ia conseguir me fazer ciúmes transando com o Félix? — ele riu mais uma vez — Me poupe,
né. — revirou os olhos

Sabia que ele não estava tão de boa assim com toda a situação. Dei uma risada fraca.

— Se você está dizendo... — respondo

Voltamos a ficar em silêncio enquanto eu terminava de comer.

— Eu só acho engraçado que... Por que justamente pegar um outro amigo meu. — ele fala e eu ergo o
olhar em direção aos dele

— Não sei... Deu vontade e eu fui lá e transei. — respondo sendo indiferente com ele
— Ah, claro! — ele riu amargurado

— Tá nervosinho é?! — o provoquei

— Vai pro inferno, Elô. — ele bufou

Virei a cabeça pro lado e mordi meu lábio inferior olhando pra ele que olhava pra porta em silêncio.

Coloquei a bandeja de lado e engatinhei até onde ele estava sentado.

Subindo em seu colo, coloquei minhas pernas cada uma de um lado da sua cintura me sentando bem
em cima do seu pau. O escutei arfar.

— Me destrata de novo e eu juro que faço pior da outra vez. — falei sussurrando no seu ouvido vendo
ele se arrepiar

— Então é sobre isso, vingança? — ele pergunta olhando nos meus olhos

— Vingança não, lição. — respondo prontamente

— De que exatamente? — ele ergue uma sobrancelha

— De que quando se tem uma mulher como eu na sua vida, você nunca deve agir de forma imatura.
— falei

— O que você quer? Desculpas? Então tá, me desculpa! Eu só fiz aquilo porque eu não quero que
ninguém saiba sobre a gente. — Gavi suspira e eu o olhei confusa

— Tem vergonha de mim? — dei uma risada falsa

— Que? Claro que não! É que eu só acho que quanto menos pessoas souberem, melhor. — ele
rapidamente responde

Olhei em seus olhos e percebi o quanto ele estava sendo sincero, e eu até entendo ele. Já que eu acho
que faço a mesma coisa com Jude.

Suspirei e passei a mão em seu cabelo jogando seus fios para trás.

Fui para o beijar, mas ele virou o rosto impedindo.

— Não dá pra resolver tudo assim, Elô. — ele fala

Que? Ele acabou mesmo de me negar? Dei uma risada sem acreditar nisso.

Saio de cima do seu colo puta e fico de pé indo em direção ao banheiro fechando a porta.
Bufei irritada e tirei meu pijama indo até o box, liguei o registro e deixei a água cair sobre meu corpo
aproveitando pra lavar meu cabelo que estava com cheiro de vômito.

Depois de um longo e relaxante banho, sai de dentro do banheiro e me surpreendi ao ver que Gavi
ainda estava ali meio sentado e meio deitado na cama mexendo no celular.

— Tá fazendo que aqui ainda? — perguntei indo até minha mala

— Te esperando... — ele responde

— Pra que? — deixei a toalha cair sobre o meu corpo

— Você precisa parar de ficar pelada na minha frente. — ele fala suspirando

— Por que? Você não nunca faz nada mesmo. — dei uma risada sarcástica

Me assustei com ele segurando minha cintura e me jogando contra a cama, olhei para ele um pouco
ofegante devido ao susto e o mesmo estava em cima de mim no meio das minhas pernas.

Ele olhou para o meu rosto analisando cada centímetro, até parar seus olhos sobre meus lábios.

— Se você soubesse o que se passa na minha cabeça toda vez que eu vejo você, começaria a repensar
nas suas falas, posso ser inexperiente, mas não sou bobo, loira. — ele fala descendo uma oitava
deixando sua voz mais rouca e sexy

Puta que pariu. Senti minha respiração acelerar e meus peitos subiam e desciam freneticamente.

Senti seus olhos descerem para os meus seios, ele realmente estava fascinado nos meus piercings.

Tentei novamente beijá-lo, mas antes que eu pudesse fazer isso, ele se afastou novamente dando um
sorrisinho.

Cretino. Ele está se vingando da noite de ontem, tenho certeza.

— O que acha da gente vê Harry Potter? — ele perguntou saindo de cima de mim

— Já disse, não gosto de vê filmes. — bufei frustrada me levantando

— Vamos, vai ser divertido. — ele insiste

— Tudo bem, só me deixe vestir uma roupa. — me dou por vencida

— Vou te esperar no meu quarto. — ele fala empolgado

Balancei a cabeça negando não acreditando nisso. Ele acabou mesmo de me dar o meu segundo fora
depois de me atiçar?

Ah, mas isso não vai ficar assim. Ele vai vê só na nossa aula de hoje.
•••

Meu Deus, eu não aguento mais ver Harry Potter, já estamos no quarto ou quinto filme, sei lá, só sei
que eu já não aguentava mais.

Enquanto Gavi mantinha seus olhos vidrados no filme. Realmente ele era um grande admirador da
saga.

Suspirei frustrada olhando pra cara dele tentando o fazer perceber o quanto eu estava entediada.

— Assiste, tá perdendo a melhor parte. — ele fala

— Gavi... É sério que comigo deitada aqui do seu lado, usando só sua camisa de time, você tá
pensando em assistir esse filme? — perguntei

— Sim, eu amo Harry Potter. — ele fala parecendo uma criança

— Seja sincero, você é gay? — perguntei e o vejo olhar pra mim com os olhos arregalados

— Que? Não! Da onde você tirou essa ideia? — ele perguntou indignado

— Olha, se for... Tá tudo bem, não tem problema ser gay no mundo futebol hoje em dia e... — ele me
corta

— Para de falar pelo amor de Deus, eu não sou gay só porque não quero transar com você agora. —
ele fala sério

— Se você tá dizendo... — dei de ombros

— Quer que eu prove? — o escutei perguntar e eu olhei pra ele animada

— Como? — mordi meu lábio inferior

Gavi dá uma risada ao vê minha animação.

— Deixa pra lá! — ele fala e eu bufei irritada

Peguei o travesseiro e coloquei sobre meu rosto soltando um gritinho.

— Você me paga, Pablo. — o chamei pelo seu nome só porque sabia que ele não gosta

— Vamos descobrir qual é a sua casa? — ele fala pegando o celular

Fiquei sem entender, até ele entrar no site oficial do Harry Potter e me dizer que era algo referente a
saga.

Puta merda. Esse menino ainda vai conseguir me matar.


Ele começou a me fazer algumas perguntas meio doidas e eu respondi de acordo com o que vinha na
minha cabeça.

— Aqui tá falando que você seria da Sonserina. — ele fala

— Hum, legal né... — respondo indiferente

Afinal de contas eu não fazia a menor ideia do que isso significa, logo em seguida ele me fala que é da
Grifinória e começa a me explicar todo o filme.

Embora eu esteja puta porque preferia está transando, era fofo ver ele explicando tudo empolgado.
CAPÍTULO VINTE E SETE
PABLOGAVI

Quando acordei hoje pela manhã, Eloísa ainda dormia tranquilamente ao meu lado em um sono
visivelmente profundo, já que sua respiração estava pesada.

Deixei um beijo sobre sua testa e levantei da cama tentando ao máximo não fazer barulho. Ao sair do
seu quarto, dei de cara com minha irmã saindo do dela.

Aurora olhou pra mim meio sonolenta coçando os olhos, mas logo em seguida arregalou os mesmos
levando a mão até a boca.

Merda. Não era pra isso ter acontecido.

Tentando fingir que nada aconteceu, segui em direção ao meu quarto e entrei no mesmo, mas é claro
que Aurora sendo ela, veio atrás de mim.

— Mas o que foi isso que eu acabei de vê, Pablo? — ela fala entrando no meu quarto

— O que você viu? — me faço de sonso e ela riu sarcástica

— Nem venha com essa pra cima de mim, eu vi muito bem você saindo do quarto da Eloísa. — ela
fala e eu suspirei

— Não aconteceu nada, tá legal? — falei e minha irmã cruzou os braços

— Vocês dois estão transando? Meu Deus, eu ainda perguntei a ela se estava rolando algo e ela disse
que não e... — eu interrompi a minha irmã

— Mas não está acontecendo nada entre nós mesmos... O que aconteceu foi que ontem ela bebeu
demais, vomitou e eu trouxe ela pra casa, só isso. — dei de ombros

— E precisava dormir no quarto dela? — minha irmã ergue uma das suas sobrancelhas me olhando
desconfiada

Mais que caralhos. Aurora já estava desconfiada e agora vai ficar mais ainda.

Suspirei passando a mão no meu cabelo olhando pra ela.

— Ela estava muito bêbada e se passasse mal durante a noite? — falei a primeira coisa que passou
pela minha cabeça

Aurora continuava olhando pra mim ainda desconfiada, mas apenas suspirou e soltou os braços ao
lado do corpo.

— Como eu já disse a ela, eu não ligo que estejam transando, só espero que nem um dos dois saiam
feridos disso... Porque convenhamos, Gavi, você não é uma pessoa fácil de lidar. — minha irmã fala
— Aura, não está rolando nada entre eu e a Eloísa, eu nem gosto dela. — finjo uma careta

— Ah, não? — minha irmã ri — Não foi isso que pareceu ontem na boate.

— E o que aconteceu ontem na boate? — perguntei confuso

— Você não tirava os olhos dela por sequer um segundo, Gavi. E nem venha me dizer que é coisa da
minha cabeça. — Aurora fala e eu revirei os olhos

— Mas é coisa da sua cabeça. — respondi

— Ah, para, Pablo! Nem mesmo com a Ana lá você tirou os olhos da Eloísa. — minha irmã dá uma
risada anasalada

— Por que... por que... — tento procurar uma desculpa — Quer saber? Eu não devo explicação nem
uma pra você. — falei e minha irmã me olha incrédula

— Viu?! É por causa desse jeito que eu realmente espero que você e ela não estejam tendo nada. Você
vai partir o coração dela. — Aurora fala puta

Antes que eu a respondesse, ela sai em direção a porta se retirando do meu quarto.

Mas eu nem falei nada demais, que saco.

Irritado fui até o banheiro tomar um banho pra mandar essa raiva embora.

Como assim eu vou partir o coração dela? É mais fácil a Eloísa partir o meu do que eu o dela.

Aquela garota é maluca, ontem ela simplesmente transou com um dos meus amigos sem dó nem
piedade, sequer pensou em como eu ia me sentir em relação a isso.

E Aurora vem me dizer que eu vou partir o coração dela? Ah, faça-me o favor.

Banho tomado sai de dentro do banheiro e fui até meu closet vestindo uma boxer limpa e uma
bermuda preta.

Sai do meu quarto atravessando o corredor mexendo no meu celular, entrei no meu Instagram e
estranhei o tanto de marcações que tinha.

Fui ver o que estava acontecendo e simplesmente estavam postando que o PSG estava querendo me
comprar nessa temporada. Que? Mais que porra é essa?

Rapidamente entrei no aplicativo de ligações e liguei para o número de Xavi, mas é claro, ele não me
atendeu.

Deve estar curtindo as férias em algum lugar com a família. Merda.


Desci a escada e fui em direção a cozinha tomar café da manhã.

Passei o resto da manhã com aquilo do PSG na minha cabeça, ainda sem acreditar nessa ideia maluca.

Nunca que o Barça me venderia. Ou venderia?

Tudo bem que a vida financeira do time não anda muito boa, mas pra chegar ao ponto deles querer me
vender? Não, eu não aceito isso.

As horas passaram em um piscar de olhos que eu nem vi, passei a manhã toda trancado no meu
quarto.

Estava deitado na minha cama quando escutei alguém batendo na porta.

— Entra! — falei com quem quer que seja

— Filho, a gente vai sair pra almoçar num restaurante no centro da cidade, quer ir? — minha mãe
pergunta colocando apenas a cabeça dentro do quarto

— Quero não mãe, tô meio cansado. — falei mentindo

— Tem certeza? — ela pergunta

— Tenho, podem ir só vocês. — dou um sorriso fraco

— Tá bom então, se você ficar com fome faz alguma coisa pra comer, a Eloísa também vai ficar, a
coitadinha ainda está dormindo. — minha mãe fala

— Tá bom mãe! — falei

— Beijo, se cuida. — ela fala saindo e fechando a porta

A casa todinha só pra mim e pra Eloísa? Acho que isso pode ser bom. Pensei.

Esperei alguns minutos e quando senti que todos já tinha saído da casa, levantei e sai de dentro do
meu quarto.

Atravessei o corredor e desci a escada indo até a cozinha.

Preparei um sanduíche com geleia de morango e pasta de amendoim, coloquei suco de laranja em um
copo e coloquei um pouco de melão cortado dentro de um tigela.

Resolvi colocar na bandeja um remédio para dor de cabeça e um copo d'água. Embora ela tenha
tomado ontem, provavelmente hoje ainda vai está doendo.

Com a bandeja em mãos, subi a escada indo em direção ao quarto dela.


Em frente a porta do mesmo, equilibrei as coisas em uma mão só e girei a maçaneta empurrando a
porta, quando entrei no quarto, Eloísa já estava acordada, sentada na cama olhando pro nada.

Olhei para ela e a mesma parecia confusa. E ela ficou ainda mais confusa ao me vê.

— Boa tarde, você finalmente acordou. — falei dando um sorriso enquanto fechava a porta

— Boa tarde? Que horas são? — ela olhou envolta provavelmente procurando por seu celular — Cadê
meu celular? — perguntou confusa

— Agora são quase duas horas da tarde. — falei me aproximando da cama

— Duas horas da tarde? — ela praticamente gritou

Na mesma o arrependimento de ter subido o tom da voz ficou estampado em seu rosto. Ela levou as
mãos até a cabeça massageando suas têmpora.

— Pois é, você dormiu mais que a cama. — dei uma risada fraca e me sentei em sua frente

— Meu Deus, por que me deixaram dormir? — ela perguntou parecendo indignada

— Imaginei que você poderia está numa ressaca daquelas. — comentei

— E eu estou, minha cabeça parece que vai explodir. — Eloísa responde fazendo uma careta

— Foi por isso que eu trouxe um remédio e algo pra você comer, minha mãe sempre fala que não é
bom tomar remédio de estômago vazio. — dei um sorriso fraco

Ela olhou para a bandeja que eu havia colocado sobre a sua cama, me agradeceu e começou a comer,
enquanto ela fazia isso eu mantinha meus olhos sobre ela.

Percebendo que eu a encarava demais a mesma me ofereceu um pedaço do sanduíche que


prontamente eu neguei mentindo que já havia almoçado.

A escutei me perguntar se eu estava bem e eu tinha certeza que ela estava falando isso referente ao
fato de ela ter transando com meu amigo ontem.

Tentei parecer indiferente com isso, mas no final, acabamos tendo uma leve discussão.

Mas no final, tudo ficou resolvido, ela tentou me beijar mas eu não deixei.

Não entendo porque ela sempre tenta resolver tudo a base do sexo, as vezes só uma conversa basta.

Irritada, ela saiu de cima de mim e foi para o banheiro tomar banho, enquanto eu ainda fiquei ali
deitado sobre sua fama mexendo no celular.

Toda vez que eu entrava no meu Instagram apareciam coisas referente a sobre minha possível ida ao
PSG. Mas que porra. Estou realmente começando a acreditar que isso pode ser verdade.
Mandei uma mensagem pro meu acesso perguntando que história era essa e o porquê as pessoas
estavam falando isso.

Eu sei que rolou o convite e tudo mais, só que eu nunca nessa vida cometeria o erro de trocar o
Barcelona que é o time da minha vida pelo PSG, eles até podem ter dinheiro. Mas é um time falido em
outros sentidos.

Bufei irritado passando a mão sobre meu rosto e escutei a porta do banheiro ser aberta.

— Tá fazendo que aqui ainda? — ela perguntou indo até sua mala

E eu deslizei meus olhos pelo seu corpo coberto apenas pela toalha. Mordi meu lábio inferior.

Mas o que porra tá acontecendo comigo? Eu não era assim e agora tudo o que eu mais penso é em
como seria nós dois transando.

Pisquei voltando para a realidade.

— Te esperando... — respondi

— Pra que? — ela deixou a toalha cair sobre o seu corpo

Eu sabia que ela fazia isso para me provocar e principalmente agora a mesma deve ter feito isso pra se
vingar do corte que a dei.

— Você precisa parar de ficar pelada na minha frente. — dei um longo suspiro

— Por que? Você não nunca faz nada mesmo. — a escutei dar uma risada sarcástica

Antes mesmo que eu pudesse raciocinar meus atos, segurei em sua cintura e a joguei contra o colchão
subindo em cima dela ficando entre suas pernas.

Ela olhou pra mim um pouco assustada com os lábios entreabertos ofegantes.

Olhou para o seu rosto analisando cada centímetro, até parar meus olhos sobre seus lábios.

Uso todo meu autocontrole para não a beijar.

Afinal de contas, talvez eu esteja sim um pouco puto por ela ter transando com Félix ontem.

— Se você soubesse o que se passa na minha cabeça toda vez que eu vejo você, começaria a repensar
nas suas falas, posso ser inexperiente, mas não sou bobo, loira. — falei descendo uma oitava em meu
tom de voz a deixanda mais rouca e sexy

Vejo Eloísa descer seus olhos pelos para os meus lábios inebriada.
Quando ela tenta se aproximar para me beijar, dou um sorriso de canto e me afastei saindo de cima
dela.

A escutei suspirar frustrada.

Como eu disse, posso não ter muitas experiências sexuais e nem apetite para praticar sexo, mas eu sei
muito bem como provocar alguém.

Afinal de contas, dentro de campo essa é a minha especialidade. Provocar os adversários.

Eu a convidei para ver um filme e após negar de primeira, ela acabou aceitando.

Ótimo. Vamos vê no que isso vai dar.

•••

Sou um grande admirador da saga Harry Potter, toda história do bruxo e dos seus amigos me envolve
de um jeito absurdo, então foram esses os filmes escolhidos para eu e Eloísa assistir.

Mas eu sabia que ela estava entediada e não aguentava mais só ver o filme. Já que a própria disse que
não era mulher de vê filme.

Percebi ela me olhando, a princípio eu ia apenas ignorar, mas só para dar aquela provocada de leve eu
tinha que dizer algo.

— Assiste, tá perdendo a melhor parte. — falei e a vejo revirar os olhos

Essa revirada de olhos que ela dá, me faz imaginar mil e uma coisas pervertidas. Senhor, tira isso de
mim.

— Gavi... É sério que comigo deitada aqui do seu lado, usando só sua camisa de time, você tá
pensando em assistir esse filme? — ela pergunta e eu me segurei para não rir

De fato estava sendo uma tentação em tanto ter ela ao meu lado, usando minha camisa do Barça, cheia
dos hormônios correndo em sua veia.

Mas eu queria te ensinar uma lição, ela não fez a mesma coisa comigo? Pois então agora aguente.

— Sim, eu amo Harry Potter. — respondi

— Seja sincero, você é gay? — ela perguntou e eu olhei pra ela com os olhos arregalados

— Que? Não! Da onde você tirou essa ideia? — perguntei indignado

— Olha, se for... Tá tudo bem, não tem problema ser gay no mundo futebol hoje em dia e... — não a
deixei terminar de falar
— Para de falar pelo amor de Deus, eu não sou gay só porque não quero transar com você agora. —
falei sério

— Se você tá dizendo... — ela deu ombros

Tendo uma ideia, eu abri um sorriso de canto malicioso olhando para ela.

— Quer que eu prove? — perguntei e ela me olha animada

— Como? — ela mordeu o lábio inferior

Isso chamou a atenção dos meus olhos para os seus lábios e senti como se uma onda elétrica tivesse
passado pelo meu corpo.

Eu amava a forma que ela mordia os lábios involuntariamente quase toda hora.

Mas só para a provocar mais ainda, eu disse que ia deixar pra lá a minha ideia.

Ri quando ela pegou um travesseiro e levou até o rosto soltando um gritinho histérico.

Agora, estamos empatados.

— Você ainda vai deixar maluca, Pablo! — ela fala

Odiava ouvir as pessoas me chamando pelo meu nome, mas quando ela dizia... Era como se fosse a
oitava maravilha do mundo.

Peguei meu celular e disse a ela que iríamos descobrir de qual casa ela seria em Harry Potter, a
princípio Elô me olhou confusa.

Mas entendeu quando me viu entrar no site oficial do filme.

Entediada, ela respondeu as perguntas e ao final do teste mostrou que ela seria Sonserina. Isso explica
muita coisa.

Comecei a explicar os filmes para ela que apenas fingia entender o que eu falava.

Só sei que no final, no começo do último filme, ela acabou pegando no sono deitada no meu ombro.

Mereço uma medalha, por ter assistido oito filmes com essa mulher do meu lado sem ao menos a
gente ter trocado uma mão boba. Ou um beijo.

Porque olha... Vontade não faltou.

Mas eu precisava restaurar o meu ego ferido. E consegui.


CAPÍTULO VINTE E OITO
ELOISA

No começo do último filme, eu acabei pegando no sono. Eu definitivamente sou a pior companhia
para ver filmes, ou eu vou dormir ou a gente vai acabar transando.

Mas como Gavi estava nessa vingança boba de me provocar e negar fogo por eu ter transando com
seu amigo ontem.

Acabou que não rolou nada e eu dormi.

E quando menos esperamos já era de noite, meu Deus, parece que os dias no verão passam muito
rápidos.

Quando sai do quarto de Gavi e fui para o que eu estava ficando, fui logo para o banheiro tomar um
banho.

Vesti um vestido bem fresco, até porque, embora esteja de noite, o calor absurdo não passa e
também... Hoje vai ser o segundo dia de aula com Gavi.

É normal eu estar me sentindo ansiosa?

Devido ao calor, estávamos todos na área externa da casa, haviam pedido pizza e todos estamos
esperando chegar.

Enquanto isso, eu, Aurora, Javi e Gavi estamos jogando uma partida de uno.

Dona Aurora, Almudena e o senhor Pablo estão tomando vinho nas poltronas próximas a piscina e a
pequena Sofia já se encontra dormindo depois de um longo dia brincando com os seus primos da sua
idade.

Eu estava do lado de Gavi de frente para Aurora e Gavi estava de frente para Javi.

Depois de algumas rodadas, decidimos jogar em dupla. O que foi uma péssima escolha, já que Gavi é
um péssimo perdedor e eu sou absolutamente tranquila em relação a qualquer coisa.

Por falar nisso, saudades de fumar uma verdinha depois de um longo dia cansativo.

— Comprem quatro! — Javi fala jogando a carta

— Ah, vai tomar no cu! — Gavi fala jogando as cartas dele em cima da mesa puto

Olhei pra ele com a testa franzida o vendo cruzar os braços e emburra feito uma criança, caramba, ele
realmente é competitivo.
Só fico pensando que se usasse toda essa raiva na cama, não teria medo de transar e precisaria que eu
o ensinasse a fazer isso.

— Olha a boca, filho! — escutamos a mãe dele falar de onde ela estava sentada

— Foi mal, mãe... — ele falou

— Tem que aprender a perder maninho. — Aurora o provoca

Gavi lança um olhar mortal para a irmã, me arrancando uma risada fraca.

Começamos outra partida, afinal de contas, Gavi se recusou a comprar oito cartas e todos para fazer a
vontade dele, decidiu voltar o jogo.

Sendo bem sincera eu já estava começando a ficar entediada com esse jogo. Prefiro jogar com álcool.

Vejo a tela do meu celular que estava em cima da mesa ascender, olhei rapidamente pra vê do que se
tratava e vejo uma notificação de mensagem.

E o nome "gatinho" brilhou na tela, mensagem de Jude? A gente não conversa desde ontem quando eu
o deixei no vácuo.

Quando ia pegar o celular pra responder, senti a mão de Gavi em minha coxa e ele a apertou, olhei pra
ele que estava rindo da cara do seu cunhado após ele ter feito o mesmo comprar.

Isso me fez perceber que a mão é sem malícia alguma, mas para mim, foi o suficiente pra me sentir
arrepiada.

Mordi meu lábio inferior apertando minhas pernas uma na outra, fazendo ele perceber que tinha
causado algo sobre mim.

Vejo ele me olhar e dá uma risada anasalada. Desgraçado.

Ele mal perde por esperar pra nossa aula de hoje, vou descontar todo esse tesão que ele está me
fazendo acumular.

— Compra, Gavi! — Aurora fala brigando com ele

— Não vou comprar! — ele fala feito uma criança

— Tá vendo, é por isso que não dá pra jogar com você! — sua irmã bufa irritada

— Vai começar de novo? Vou fazer igual criança em, se não pararem de brigar, vou tomar o uno. — a
mãe deles fala

Aurora olhou para o irmão o mostrando seu dedo do meio, Gavi fez a mesma coisa pra ela que revirou
os olhos.
— Você é insuportável garoto. — Aurora fala colocando as cartas dela em cima da mesa

— Eu? Você que é! — Gavi a rebate

Olhei para o rosto de Javi e ele olhou para mim levemente arregalando os olhos e pegando sua taça de
vinho levando até os lábios.

Esses dois me fazem lembrar de quando eu morava com a minha família. Vivíamos brigando.

Confesso que hoje em dia eu sinto falta de tudo, principalmente da Bianca ficando puta quando eu
pegava as roupas dela pra sair sem avisar.

Uma vez, peguei um vestido dela sem pedir pra se encontrar com um garoto. O filho da puta rasgou a
merda do vestido, Bianca ficou muito, mas muito puta comigo naquele dia.

Depois disso, nunca mais pensei em pegar roupas dela sem pedir.

Paz restaurada após pararmos com o jogo, conversávamos sobre a vida.

— Então Elô... Sente saudades do Brasil? — Aurora perguntou

— Ah... Sinto, principalmente da minha família. — encolhi os ombros

Falar da minha família era um tópico sensível pra mim, ainda mais depois da morte da Bia.

— Você tem irmãos? — Javi quem perguntou

— Tenho! Tenho qua... Três! — me corrigi dando um sorriso sem jeito — Somos quatro contando
comigo.

— Nossa, família grande! — Aurora fala

— Sim... E somos todos em ordem alfabética. — revirei os olhos

— Sério? Qual o nome dos seus irmãos? — isso veio de Gavi

— Tem o Antony, que é o mais velho, tem o Carlo que é o do meio, tem o David que é o outro do
meio e tem eu, Eloísa, a mais nova.— respondo

— Faltou a letra B aí. — Javi fala brincando e todos na mesa riram concordando

Por alguns instantes fico em silêncio olhando pro nada.

— Era a minha irmã Bianca, mas ela... morreu em um acidente de carro há quase um mês atrás. —
falei pesando o clima da mesa

— Putz... Foi mal, Elô, eu... — Javi fala todo sem jeito
— Tá tudo bem! Eu amo falar de como a Bi era em vida. Uma garota sempre muito alegre e
extrovertida, que cativava a todos em sua volta. Não tinha um dia ruim pra Bianca, ela sempre tentava
vê o lado bom das coisas. — falei dando um sorriso carinhoso ao me lembrar da minha irmã

— E o que aconteceu com ela? — Aurora pergunta

— Ah... Ela estava saindo do trabalho em um dia de muita chuva, voltando pra casa parou em um
semáforo... E foi quando um caminhão atingiu em cheio o carro dela, a perícia fala que ela morreu na
hora devido ao impacto. — contei

— Sinto muito. — Aurora fala

— Eu também... — Javi dá um sorriso fraco

— Que isso! Tá tudo bem, gente! — dou uma risada de nervoso tentando disfarçar — Eu já passei
pela fase do luto, agora prefiro lembrar das coisas boas que vive com ela em vida.

Peguei minha taça de vinho a levando até meus lábios tomando um gole.

Era estranho falar da Bia, eu estava evitando esse assunto desde o dia em que ela morreu.

Mas agora, não sei... Senti realmente muita vontade em falar.

Acabei contando outras coisas pra eles também, contei sobre a história dela com o Henrique. E Aurora
achou a coisa mais linda.

Enquanto conversávamos, a pizza chegou, o que eu agradeci, já que estava morrendo de fome.

Parecia que fazia horas que haviam pedido e não tinha chegado.

•••

Todos já tinham ido para os seus quartos, menos eu e Aurora que estávamos na cozinha terminando de
guardar a louça que nos oferecemos para lavar e guardar.

Conversamos coisas aleatórias sobre nosso dia a dia, ela me contou algumas histórias que passou
como professor da educação infantil.

E eu disse a ela que a mesma era muito corajosa de enfrentar uma sala de aula com mais de trintas
crianças durante o dia todo gritando no seu ouvido.

Terminamos de guardar tudo e eu enxuguei minhas mãos no pano de prato.

— Trabalho em equipe! — falei e fizemos um toque de mão

— Agora eu vou subir e tomar um belo de um banho. — ela fala

— Somos duas. — ri
Coloquei o pano de prato no lugar e saímos dentro da cozinha, ela apagou as luzes e caminhamos
juntas até a escada.

Atravessamos o corredor e quando chegamos em frente a porta do quarto onde estou ficando, sentia
que Aurora estava agoniada querendo falar alguma coisa.

— O que foi, Aurora? — perguntei e ela suspirou

— Sei que já tivemos essa conversa e nem adianta mentir dizendo que não está rolando alguma coisa
entre você e o meu irmão... — ela fala

— Não... — ela ergue a mão pedindo silêncio

— Só me escuta... Vou te dar um conselho e cabe a você ouvir ou não, até porque se conselho fosse
bom a gente vendia, não dava... Então a única coisa que eu te falo, é pra tomar cuidado com o Gavi...
Já te disse, ele é meio instável e temperamental, nunca se sabe quando pode chutar tudo pelos ares e
não querer mais... — ela fala

— Aurora, não se preocupe... Não vai acontecer nada. — toquei no ombro dela a dando um sorriso
fraco

— Eu realmente espero... Espero de verdade que ele não parta seu coração. — ela fala

Não estava conseguindo entender Aurora, ela fala do irmão como se ele fosse um babaca, destruidor
de corações alheios.

Mas tudo o que eu consigo enxergar nele é um garoto tímido e assustado. Um pouco ignorante,
confesso, mas que quando você se permite conhecer melhor... Consegue ver uma pessoa boa debaixo
da pose de marrento.

Aurora se despede e eu entrei dentro do quarto, como já era de se esperar, Gavi estava lá.

Deitado na minha cama com os braços abertos encarando o teto.

Fechei a porta trazendo a atenção dele para mim, o vejo abrir um sorriso de canto.

— Então professorinha... Qual vai ser a lição de hoje? — ele pergunta de um jeito malicioso

Suspirei ainda pensando nas palavras de Aurora.

— Antes da gente continuar adiante com tudo isso... Quero que me prometa uma coisa, Gavi. — falei
passando a língua nos meus lábios

— O que? — ele se senta na cama me olhando confuso

— Que nem um dos dois, vai se apaixonar pelo outro. — falei e ele ergueu uma sobrancelha
— Se apaixonar? — o escutei dar uma risada fraca — Certo, por mim tudo bem. — ele deu de ombros

Me aproximei dele na cama e ele ergueu a cabeça olhando pra mim.

— Temos um trato? — ergui a mão

— Temos um trato! — ele pega na minha mão a apertando

Com isso, olhei pra ele e abri um sorriso de canto me sentando em seu colo colocando minhas pernas
cada uma envolta da sua cintura.

Envolvi meus braços envolta do seu pescoço e sinto suas mãos tocarem minhas coxas deslizando seus
dedos por ela.

— Agora... Vamos riscar da sua lista de coisas que não te excita o boquete... E se prepara para receber
o melhor oral da sua vida, baby boy. — eu falei próximo ao ouvido dele

Vejo seus pelos loiros da nuca se arrepiar.

É agora que eu desconto toda a raiva que ele me fez passar durante o dia.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
PABLO GAVI

E quando eu pisquei os olhos já era noite. O dia passou tão rápido que eu literalmente nem vi, só
terminei de assistir ao filme e desliguei a televisão diminuindo a potência do ar para o quarto ficar
mais friozinho e apaguei junto com a Eloísa.

Acordei ouvindo barulho de conversa alta no corredor, provavelmente minha mãe e minha tia.

Olhei pro lado e a loira ainda dormia tranquilamente, ela dormindo nem parece a diaba que é em
pessoa quando tá acordada.

Para o jantar, meus pais pediram pizza e enquanto esperávamos pela mesmo, eu, Elô, minha irmã e
meu cunhado ficamos jogando uno.

Só que o problema é que eu não sei perder.

No final paramos de jogar, porque se não era capaz de eu afogar ela na piscina por cada carta que ela
me fizesse comprar.

Acho que a minha vida inteira eu fui assim, nunca me dei bem com a derrota em nada na minha vida.

Em campo mesmo, quando a gente perde um jogo, pra mim parece que o mundo vai acabar ali. Nem
mesmo de empatar eu gosto.

Eloísa nos contou um pouco sobre sua família e confesso que fiquei triste por ela quando soube de sua
irmã. Imagino que não deve ser nada fácil.

A pizza chegou e todo mundo comeu.

Quando deu a hora de cada um ir para o seu quarto, eu me sentia nervoso e ansioso pela aula de hoje.

Subi a escada pulando os degraus e entrei sorrateiramente no quarto onde Eloísa está ficando para
aguardar por ela, já que a mesma se ofereceu para lavar os pratos junto da minha irmã.

Estava deitado sobre a cama imaginando qual ítem ela iria me ajudar tirar da minha lista hoje, embora
eu já tivesse minhas dúvidas de qual ia ser.

E pela primeira vez, confesso que estava me sentindo ansioso por isso.

Nunca fui muito fã de sexo oral, acho meio pessoal e até um pouco nojento.

Mas só a ideia de ter aquela boca convidativa da loira que me deixa maluco envolta do meu pau, me
sinto até animado.

Escutei vozes vindo do corredor e pararem em frente a porta do quarto, conseguir decifrar que era a
voz da minha irmã e de Eloísa.
Como o bom curioso que sou, me aproximei da porta e encostei meu ouvido próximo a madeira para
escutar o que elas estavam falando.

E é claro, que minha irmã estava falando de mim.

— O que foi, Aurora? — escutei Elô perguntar

— Sei que já tivemos essa conversa e nem adianta mentir dizendo que não está rolando alguma coisa
entre você e o meu irmão... — minha irmã responde

Automaticamente eu revirei os olhos. Minha irmã precisa deixar de ser uma enxerida, isso sim.

— Não... — Eloísa ia falar mas a escuto se calar

— Só me escuta... Vou te dar um conselho e cabe a você ouvir ou não, até porque se conselho fosse
bom a gente vendia, não dava... Então a única coisa que eu te falo, é pra tomar cuidado com o Gavi...
Já te disse, ele é meio instável e temperamental, nunca se sabe quando pode chutar tudo pelos ares e
não querer mais... — minha irmã fala

E lá vem ela mais uma vez com essa história de um dos dois acabar saindo machucado. Qual é.

Aurora virou vidente agora e não me contou?

— Aurora, não se preocupe... Não vai acontecer nada. — escutei Eloísa

— Eu realmente espero... Espero de verdade que ele não parta seu coração. — Aurora fala suspirando

Percebendo tudo ficar quieto, corri imediatamente de volta pra cama me jogando nela na primeira
posição que eu pensei.

Olhava para o teto e as palavras da minha irmã rodavam na minha cabeça.

Ela está tão convicta que eu ou a Eloísa vai acabar saindo machucado disso tudo, que eu estou até
começando a ficar com medo.

Ouvi a porta sendo aberta e logo em seguida a loira entrou por ela olhando pra mim.

— Então professorinha... Qual vai ser a lição de hoje? — perguntei de um jeito malicioso tentando
disfarçar

Percebi Eloísa hesitando por alguns segundos, parecendo pensar em algo, provavelmente nas palavras
da minha irmã.

Sei bem como é, Aurora tem o poder de entrar na mente das pessoas.

— Antes da gente continuar adiante com tudo isso... Quero que me prometa uma coisa, Gavi. —
Eloísa fala e a vejo passar a língua nos lábios parecendo nervosa
— O que? — me sentei na cama olhando para ela um pouco confuso

— Que nem um dos dois, vai se apaixonar pelo outro. — ela falou e ej ergueu uma sobrancelha

— Se apaixonar? — dei uma risada fraca — Certo, por mim tudo bem. — dei de ombros

Ela se aproximou de mim na cama parando em minha frente e eu ergui a cabeça para poder olhar em
seu rosto.

Nossa, dessa visão ela consegue ficar ainda mais gata.

— Temos um trato? — ela ergueu a mão

— Temos um trato! — peguei na sua mão a apertando

Com isso, ela olhou pra mim e abriu um sorriso de canto se sentando em seu colo colocando cada uma
de suas pernas envolta da minha cintura.

Envolvendo seus braços envolta do meu pescoço e eu levei minhas mãos até suas coxas deslizando
meus dedos por elas.

— Agora... Vamos riscar da sua lista de coisas que não te excita o boquete... Se prepara para receber o
melhor oral da sua vida, baby boy. — ela sussurrou bem próximo ao ouvido dele

Sinto meus pelos da nuca se arrepiar.

Apenas isso foi o suficiente para eu começar a sentir uma ereção crescer dentro da minha boxer e ela
provavelmente também sentiu já que se mexeu no meu colo mordendo seu lábio inferior.

Ela enfiou as mãos dentro do meu cabelo puxando os fios para cima e aproximou os seus lábios dos
meus apenas os roçando uns contra os outros.

Já sabia que se eu a tentasse beijar, ela ia fazer a mesma coisa que eu andei fazer o dia todo, mas
mesmo assim eu tentei tomar seus lábios para mim.

A vejo abrir um sorriso e tombar a cabeça um pouco pro lado fazendo beicinho.

— Vem, levanta! — ela sai do meu colo

— Aonde vamos?! — perguntei um pouco confuso

Conseguia sentir meu pulso acelerado e o sangue correndo mais rápido em minhas veias.

— Sem perguntas, apenas obedeça! — ela fala

Levantei da cama e a segui até o banheiro, fiquei confuso mas não disse nada.
Nem mesmo quando a vi fechar a porta.

Vejo ela levar as mãos até a barra do vestido que estava usando e o puxar para cima ficando
completamente nua na minha frente.

E pela primeira vez quando ela faz isso, eu não desviei o olhar, pelo contrário, deslizei meus olhos por
cada região do seu corpo, gravando cada detalhe.

Até mesmo a pequena cicatriz que ela tinha na barriga perto da virilha.

Subindo os olhos novamente, os pousei em seus seios, eu realmente sou fascinado nesses piercings.
Puta merda, imagina... Deixa pra lá.

— Vai, tira a roupa! — ela fala rindo

— Que? Mas... — ela me corta

— Anda logo, Pablo! — ela faz questão de falar meu nome pausadamente

Vai se fuder. Que porra de poder essa mulher tem sobre o meu corpo?

Levei minhas mãos até a barra da blusa que eu estava usando e logo em seguida tirei a bermuda junto
com a boxer.

Me sinto exposto demais quando Eloísa desceu seus olhos para o meu pau, tombou a cabeça um
pouco pro lado e mordeu o lábio inferior abrindo um sorriso.

Vejo suas íris brilhar em expectativa.

Ela segura minha mão e me puxa para o boxer junto com ela.

Me sinto animado a cada passo nosso e no meu estômago parece ter mil borboletas nesse momento.
Credo.

— Você sabe que eu nunca tomo a iniciativa, baby boy. — ela fala em um tom de voz mais rouco

Sem nem pensar duas vezes enfiei uma mão dentro do seu cabelo e levei a outra até sua cintura
puxando mais para mim.

Desci meus olhos para os seus lábios antes de tomarem eles nos meus dando início a um beijo quente
intenso.

Deslizei minha língua para dentro da boca dela explorando cada canto, sentindo seu gosto ser
derramado em minha boca.

A encostei na parede gelada e a escutei arfar enquanto eu deslizava minhas mãos pelo seu corpo indo
até sua bunda apertando.
Me surpreendi quando senti a água ser derramada contra a gente me fazendo se afastar dela.

— Porra, tá gelada! — reclamei e ela riu

Invertendo nossas posições, ela me colocou contra a parede olhando pra mim com cara de quem ia
aprontar.

Arregalei meus olhos quando ela se ajoelhou em minha frente, sinto a expectativa aquecer o ar e olhei
para baixo.

Ela fazia questão de olhar pra mim, arfei quando sinto sua mão entrar em contato com a base do meu
pau o estimulando. Sua mão subia e descia em um vai e vem lento, porém gostoso.

Caralho, fechei os olhos com força me sentindo afobado, meu coração batia mais rápido do que nunca
sentindo a adrenalina correndo por minhas veias.

Abri os olhos e ela ainda olhava para mim enquanto trabalhava com suas mãos em meu pau.

Quase senti meu corpo entrar em colapso quando ela começou a deslizar o mesmo por sua boca, a
princípio só passando a língua pela minha glande, mas logo em seguida deslizou quase toda a
extensão do mesmo para dentro.

— Porra! — xinguei entre um gemido e outro

Fazendo um movimento de vai e vem, ela segurava em minhas coxas pegando intensidade.

Confesso que me peguei imaginando como seria isso, mas está vivendo, é bem melhor. Puta merda.

Automaticamente sinto minha mão entrar dentro do cabelo dela e a ajudar com os movimentos.

Fechei os olhos apenas aproveitando cada minuto, ela enroscava a língua e até mesmo só para me
deixar ainda mais doido raspava lentamente os caninos ali.

Segurei firme em seu cabelo movimento o quadril por conta própria entrando e saindo de dentro da
sua boca.

— Elô eu acho que vou... — falei não conseguindo terminar a frase

Ela tirou meu pau de dentro da sua boca e eu abri os olhos olhando pra ela ofegante e confuso.

— Termina você o serviço... — ela fala e eu franzi a testa confuso

— Que? Mas porque? Eu... — falei meio atordoado

Não estava nem conseguindo raciocinar direito quando a escutei dar uma risada.

— Mas goza aqui... — ela abre a boca colocando a língua para fora
Caralho. Porra. Vai se fuder. Que mulher insana é essa.

Levei minha mão até a base do meu pau me estimulado, enquanto ela continuava ajoelhada na minha
frente apenas esperando.

Gemi sentindo uma onda elétrica passar pelo meu corpo ao sentir que eu gozei.

Ela passa a língua em minha glande e levanta do chão limpando o canto da boca, mas fazendo questão
de chupar o mesmo.

— Você é maluca, sabia? — perguntei ofegante e ela riu

— Sabia! — respondeu

Ela segura meu rosto e toma meus lábios pra si me dando um beijo, levei minhas mãos até sua bunda
a puxando mais contra mim.

A sentir roçar sua intimidade contra o meu o meu pau me arrancando um suspiro pesado.

Lembrando da lição extra que ela me deu aquele dia, levei minha mão até o meio das suas pernas e a
escutei gemer quando toquei e seu clitóris massageando o mesmo lentamente.

Desci meus dedos até sua entrada penetrando dois deles fazendo um movimento de vai e vem.

Ela gemia olhando em meu rosto me fazendo ficar ainda mais maluco.

A vejo se contorcer de prazer em meus dedos enquanto por conta própria mexia o quadril. Eu poderia
gozar novamente só de assisti-la se contorcendo de prazer em meus dedos.

— Puta merda... — ela fala gemendo

Dou um sorrisinho satisfeito em sentir que ela estava prestes a gozar, mas ela tira minha mão do meio
das suas pernas me fazendo parar com os movimentos.

Olhei confuso, ela está se negando ao prazer?

— Preciso de mais do que só isso. — ela fala ofegante

Ela desliga o registro fazendo a água parar de cair e meio cambaleando ela me puxa pra fora do box,
logo em seguida para fora do banheiro.

Sem se importar que estávamos os dois encharcados.

A vejo se deitar na cama e puxar para a mesma junto com ela.

Me puxando pela nuca ela me beija e eu me posiciono no meio das suas pernas.

— Me chupa, baby! — ela sussurra entre os meus lábios


— Eu... Eu acho que não sei fazer isso. — falei apreensivo

— Tá tudo bem, isso aqui é uma aula se lembra? — ela fala mordendo meu lábio inferior

Nervoso, apenas balancei a cabeça concordando e engoli em seco.

Comecei beijando seu pescoço e fui descendo meus lábios por todo seu colo, até me aproximar dos
seus seios.

Olhei para ela como se estivesse pedindo permissão e ela balançou a cabeça prontamente.

Aproximei meus lábios de um de seus bicos e enrosquei minha língua ali o sugando levemente, a
escutei gemer e se mexer embaixo de mim.

Continuei a trilhar um caminho de beijos por toda extensão da sua barriga até chegar no meio das suas
pernas.

Ela se abriu mais para mim, me olhando em expectativa mordendo o lábio inferior.

— É só não usar os dentes. E fazer devagar. Sem pressa... — ela me auxilia

Suspirei e aproximei minha boca da sua boceta sugando levemente seu clitóris, só isso foi o suficiente
para arrancar um gemido dos seus lábios.

Trabalho com a língua nessa região e a todo momento eu olhava para a vendo se contorcer de prazer.
Seus peitos subiam e desciam ofegantes.

— Desce mais, baby boy... — ela fala gemendo

Atendendo ao seu pedido desci mais um pouco com a boca deslizando minha língua lentamente pela
região e eu já podia sentir ela encharcada e nem era pela água.

Senti sua mão entrar dentro do meu cabelo e ela me guiar da forma exata em que ela queria.

Apertei suas coxas e intensifiquei o ritmo da minha língua a vendo erguer as costas do colchão quase
afundando a cabeça dentro do mesmo.

— Gavi... Não para, eu estou quase lá. — ela anuncia

Se ela me deixou gozar na sua boca, nada mais justo do que ela gozar na minha, não é mesmo?

Então obedecendo ao que ela falou, continuei com meu ritmo acelerado sentindo ela quase explodindo
em prazer. Suas pernas estavam tremendo.

Vejo ela colocar um travesseiro sobre o rosto gemendo mais alto assim que atinge seu gozo.

Puta merda. Ela acabou de gozar na minha boca.


E o gosto é exatamente como o seu. Doce.

Subi entre suas pernas e ela tirou o travesseiro do rosto me olhando ofegante e com as pupilas
dilatadas.

— Não quer partir para a penetração logo não? — ela pergunta ofegante e eu ri

Balancei a cabeça negando e ela choramingou, aproximei nossos lábios segurando em seu rosto dando
um beijo calmo e lento.

Suas mãos foram até minhas costas arranhando.

Minha vontade mesmo é de tacar o foda-se e enterrar cada centímetro meu dentro dela enquanto a
escuto gemer meu nome.

Mas o medo de falhar igual falhei com a Ana naquele dia, falou mais alto.

•••

Cansados e pelados, a gente estava deitado na cama em silêncio apenas escutando a respiração um do
outro enquanto ela estava deitada no meu peito desenhando círculos imaginários.

Por mais que ela tenha tentando me convencer de que se a gente finalmente transasse seria melhor, eu
preferi ainda não me arriscar.

Então ficamos apenas no oral e nos beijos, eu deslizava meus dedos por suas costas nua em silêncio.

— Não foi ruim! — ela comenta quebrando o silêncio

— É... Não foi. — concordo

— Já tinha feito isso antes? — ela pergunta me olhando

— Já tinha recebido um, mas fazer... Foi a minha primeira vez. — respondo com honestidade

— Olha, devo confessar que você se saiu maravilhosamente bem pra uma primeira vez. — ela fala e
eu dou uma risada fraca

— Obrigado? — falei sem jeito

— Se quer realmente que eu seja sincera com você, o seu único problema é não ter confiança em você
mesmo. — ela fala

Não respondi nada, apenas suspirei e voltamos a ficar em silêncio.

Ela encostou a cabeça novamente no meu peito e não demorou muito para que eu a escutasse
bocejando, logo ela se aconchegou em mim do seu jeito de sempre.
Me abraçando e colocando suas pernas em cima das minhas.

— Boa noite, baby boy! — ela fala bocejando

— Boa noite, loira... — falei deixando um beijo sobre sua testa

Sinto ela respirar fundo e não demorou muito para que eu pegasse no sono.

E sendo bem sincero, eu também não demorei muito, apaguei logo em seguida.
CAPÍTULO TRINTA
ELOISA

A água gelada caía sobre meu corpo lentamente mandando embora todo o resto de sono que ainda
restava em meu corpo. Eu deslizava o sabão pelos meus braços e sinto um sorriso bobo crescer em
meus lábios me lembrando da noite de ontem.

Mordi meu lábio inferior e suspirei, cenas de Gavi entre minhas pernas me chupando de uma forma
lenta e deliciosa se passavam pela minha cabeça. Pra quem nunca fez isso antes assim como ele disse,
devo admitir que ele soube fazer perfeitamente bem aquilo.

Eu daria tudo pra que ele já tivesse mais segurança em si mesmo e tivesse me fodido em cima daquela
cama mostrando toda sua marra.

Arfei piscando voltando para a realidade.

Terminei meu banho e sai do box enrolando meu corpo na toalha, fui pra frente do espelho e peguei a
escova de cabelo e enquanto penteava meus fios, mais cenas da noite de ontem ainda passavam pela
minha cabeça.

Coloquei a escova de volta na pia e sai de dentro do banheiro, quando acordei, Gavi já não estava
mais na cama comigo.

O que foi uma pena, estava doida para repetir a dose de ontem logo pela manhã.

Vesti uma lingerie preta e logo em seguida vesti uma blusa simples e um short jeans.

Me sentei na cama passando hidratante por todo meu corpo e enquanto fazia isso, escutei a porta do
meu quarto ser aberta.

Olhei para a mesma e vi Gavi passando por ela, suado, usando um short de treino, regata e tênis de
corridas.

Acho que alguém estava treinando pra gastar as energias. Mordi meu lábio inferior olhando pra ele,
como é que pode conseguir ficar ainda mais gostoso assim?

Ele olhou pra mim e ficou meio sem graça como de costume.

— Bom dia! — ele fala

— Ótimo dia! — respondi levantando da cama

Fui até ele segurando em seu rosto e aproximei nossos lábios o beijando, sinto sua mão segurar meu
quadril e ele me pressionou mais contra o seu corpo.
Gemi entre seus lábios quando senti uma das suas mãos entrar dentro do meu cabelo e ele puxar meus
fios para trás.

— Opa... Opa... — ele fala se afastando e eu suspirei

— Meu Deus, você ainda vai me matar. — fiz drama me jogando na cama de braços abertos

— Você que é safada demais e só pensa em sexo. — ele responde dando uma risada

— E tem coisa melhor do que transar? — perguntei

— Tem! A propósito, vim te convidar pra ir na casa do Pedri comigo. — ele fala subindo em cima de
mim ficando entre minhas pernas

— O que vai ter lá? — olhei para o rosto dele

— Churrasco. O irmão dele quem vai fazer e olha, posso garantir que o Fer é um cozinheiro de mão
cheia. — Gavi responde aproximando seu nariz do meu pescoço

Sinto meu cérebro embaralhar, seu nariz descia por toda extensão do meu pescoço. Desse jeito fica
difícil se concentrar.

Passei a língua nos lábios arfando, sentindo ele apertar minha cintura.

— Depois não quer que eu só pense em sexo, desgraçado. — falei e escutei ele rir

— Então, quer ir? — ele pergunta olhando em meu rosto

— Só vou vê se sua tia não vai precisar de mim, se ela falar que não, eu vou. — suspirei

— Ótimo, saímos daqui meia hora. — ele fala

— Posso chamar uma amiga? — perguntei e ele ficou confuso

— E você tem alguma amiga aqui? — ele pergunta sarcástico e eu acerto um tapa em seu peito

— Idiota! E sim, eu tenho. — revirei os olhos

Gavi olha pra mim demorando alguns segundos pra responder, acho que ficou desconcertado com a
minha revirada de olhos.

— Acho que pode... É mulher, Pedri não vai ligar. — ele deu uma risada fraca

Ele deixa um selinho em meus lábios e me sinto triste quando ele sai de cima de mim.

Observo ele sair do meu quarto, passei a mão em meu rosto e levantei da cama passando a mão no
meu cabelo os jogando para trás.
Fui até a porta e sai de dentro do quarto pra ir a procura da dona Almudena.

Desci a escada e fui até a cozinha, onde ela estava junto da sua irmã conversando e rindo de algo.

— Bom dia... — falei sem jeito

— Ah, bom dia querida! — Almudena fala sorrindo

— Então... O Gavi me chamou pra ir com ele no churrasco que vai ter na casa de um amigo dele e eu
queria saber se.... — ela nem esperou eu terminar de falar

— Pode ir! — Almudena fala

— Tem certeza? — perguntei

— Claro! Você tem mais é que curtir mesmo querida, pode ir sem medo. — ela fala

Sorri sem mostrar os dentes e fiz um aceno com a cabeça me afastando delas pra sair da cozinha.

Mas antes que eu me afastasse por completo escutei a mãe de Gavi perguntar.

— Você acha que está rolando alguma coisa entre esses dois? — ela fala

— Não tenho certeza, mas acho que sim viu... — Almudena fala

Não fiquei para escutar o resto da conversa, embora minha curiosidade me gritasse pra que eu ficasse.

Subi a escada e fui direto até o quarto de Gavi, sem nem mesmo bater na porta entrei com tudo, a
tempo de vê-lo saindo de dentro do banheiro com a toalha enrolada na cintura.

Ergui uma sobrancelha e fechei a porta me encostando na madeira olhando pra ele de cima a baixo.

— Tá fazendo o que aqui garota? — ele dá uma risada fraca

— Vim te avisar que eu vou com você. — sorri

Vejo ele olhar pra mim analisando meu rosto e parando seus olhos, sou pega de surpresa com ele se
aproximando de mim e me puxando pela cintura com uma certa brutalidade.

Olhei em seus olhos e mordi meu lábio inferior ao olhar os lábios dele.

Enfiando a mão dentro do meu cabelo ele me beija, senti a gente começar a andar e meu corpo cair
contra a superfície macia do colchão.

Ele fica por cima de mim ficando no meio das minhas pernas. Sinto ele segurar em minha cintura de
forma firme e com força.

Fazia questão de me roçar contra ele, sentindo sua ereção entre minhas pernas.
Gavi desce seus lábios pelo meu pescoço deixando leve chupões ali me fazendo tombar a cabeça pra
trás fechando os olhos.

Senti ele levar as mãos dele até a barra da minha blusa e puxá-la pra cima me deixando apenas com o
meu sutiã de renda.

Arfei sentindo ele deixar um chupão em minha barriga próximo ao meu umbigo.

Minha garganta seca quando senti ele abrir o botão do meu short e descer o zíper.

— Posso tentar uma coisa? — ele pergunta ofegante

Incapaz de formular qualquer palavra nesse momento, apenas balancei minha cabeça confirmando
ansiosa pra saber o que ele iria fazer.

Senti ele deslizar o jeans pelas minhas pernas e o jogar no chão do quarto me fazendo ficar apenas de
lingerie.

Toquei seu rosto e ele me beijou, adentrando sua língua dentro da minha boca explorando todos os
cantos.

Gemi entre seus lábios quando ele deslizou sua mão pela minha barriga adentrando com ela dentro da
minha calcinha.

Me contorcia na cama diante dos seus dedos enquanto ele estimulava meu clitóris em movimento
circulares.

Apertava os lençóis da cama tentando ao máximo na gemer alto, quanto mais ele acelerava o ritmo de
seus dedos.

Senti minha pulsação acelerar quando ele me penetrou dois dedos fazendo um movimento de vai e
vem.

Involuntariamente deixei um gemido escapar, senti a mão de Gavi tocar meus lábios me silenciando.

Ele fazia questão de olhar em meu rosto enquanto fazia os movimentos,

Abri mais pernas permitindo que ele consiga mais intensidade em seus dedos.

— Baby, acho que se você... — arfei — Acho que se você tirar a calcinha... — sugeri

Entendendo o recado, ele desceu a calcinha de renda por minhas pernas me deixando apenas de sutiã.

Meus peitos subiam e desciam freneticamente quando ele voltou com os dedos para dentro de mim,
pressionando meu clitóris com o dedão.
Como eu não conseguia parar de me mexer sobre a cama, senti Gavi prender as minhas pernas com as
dele.

Sentindo que eu estava perto do meu gozo, o desgraçado dominou o ritmo dos seus dedos indo de uma
forma mais lenta, porém certeira.

Foi quando eu senti meu corpo parecer entrar em colapso, explodindo em prazer. Puta que pariu.

E meu corpo ficou tão relaxa e eu estava tão excitada, que pude eu me sentir molhada como se eu
tivesse feito xixi.

Mas eu sabia muito bem que isso não era xixi.

— Você fez xixi na minha cama? — Gavi perguntou com os olhos arregalados

Dei uma risada olhando pra ele ofegante.

— Baby, isso não é xixi, acredite em mim. — respondi

Antes que ele pudesse falar mais alguma segurei seu rosto tomando seus lábios pra mim.

Minha vontade era tirar essa toalha do seu quadril e montar em cima dele.

Mas tudo bem, temos que ir no tempo dele não é mesmo.

Nos afastamos e eu me sentei na cama vendo os lençóis molhados, mas que garoto filho da puta.

Eu nunca tinha tido um squirt antes e ele conseguiu me fazer ter usando apenas a porra dos dedos.

•••

O combinado era a gente sair em meia hora? Pois é, acabou que a gente demorou quase uma hora pra
sair de casa.

Já que a brincadeirinha de Gavi me custou um novo banho.

Ele mandou eu colocar um biquíni, então coloquei um preto e por cima coloquei um short jeans de
lavagem clara e ele me emprestou uma blusa dele, ela era meio estilo social de manga curta, laranja
com detalhes em azul. No peito tinha o nome "Barça" e o brasão do time.

Estávamos dentro do carro a caminho da casa do seu amigo.

Apenas escutávamos as músicas que tocavam, eu tinha colocado minha playlist, então nesse momento
estava tocando Ludmilla.

Nós dois estávamos de óculos escuro e eles pareciam, até fiz uma foto.
Enviei a foto no grupo das meninas e elas simplesmente surtaram não acreditando que eu estava com
ele.

Vejo ele estacionar o carro em frente a uma enorme casa, tirei o cinto e abri a porta descendo.

Fomos até o portão e Gavi tocou o interfone, não demorou muito para que atendessem e liberar nossa
entrada.

Gavi segurou minha mão e me puxou por um corredor que dava acesso para áreas dos fundos.

Logo meu campo de visão é tomado pelos jogadores, mas dessa vez tinha um que eu não conhecia.
Um gato também.

— Finalmente chegou em, a gente já tava quase comendo. — Pedri fala e vejo Gavi revirar os olhos

— Vocês são uns pé no saco, eu ocupado e vocês me ligando, alguém morreu? — Gavi fala e isso
atrai o olhar dos meninos pra mim

A gente ainda estava de mãos dadas, então isso fez eles abrirem um sorriso malicioso.

— Então essa deve ser a famosa, Eloísa. — o garoto que eu ainda não conhecia falou

— Em carne e osso. — respondi sorrindo

— Ferran, muito prazer. — ele fala se aproximando me dando dois beijos na bochecha

Típico cumprimento espanhol.

— O prazer é todo meu. — sorri de canto

— E Gavira segue um dia sem ter paz. — escutamos Fermín brincar fazendo os meninos ri

— Ah, vão se fuder! — Gavi fala soltando minha mão

— Aí, alguém conhece uma tal de Allana? — um garoto que era a cara do Pedri disse aparecendo na
área externa colocando uma panela na mesa

— Sim! É uma amiga minha, espero que não se importem. — falei

— Imagina! Vou lá liberar o portão. — o garoto fala sorrindo

Ele saiu deixando apenas os meninos, olhei pra Gavi que havia se sentado e roubado um pedaço de
carne levando até a boca.

Olhei para Félix que percebendo, ergueu a cerveja que estava em sua mão acenando com a cabeça.

Logo em seguida olhando brevemente para Pedri.


Certo, que situação um tanto quanto engraçada.

— Nossa, essa casa é quase no fim do mundo em. — escutei a voz de Allana

Me virei em direção dela e sorri, a mesma se aproximou e nós nos abraçamos.

— Como você tá? — perguntei

Desde aquela vez na boate, estamos trocando mensagens e ela estava doida pra sairmos juntas.

Já que Allana disse ter rompido com quase todas suas amigas depois delas terem a deixado sozinha
naquela noite.

— Tô bem e... MEU DEUS! — ela quase grita olhando para os meninos — São os jogadores do
Barcelona. — ela leva a mão até a boca em choque

— Quem é a maluca? — escutamos Fermín perguntar e os meninos riram

— Maluca? — Allana ergueu uma sobrancelha

Fermín sinalizou fingindo um zíper nos lábios. Dei uma risada fraca.

Allana me contava eufórica sobre as coisas que estavam acontecendo na sua vida.

Ela é maluquinha. Eu só arrumo amiga doida igual a mim.


CAPÍTULO TRINTA E UM
ELOISA

Aproximei o copo dos meus lábios dando um gole em minha caipirinha, já devia estar na minha quinta
ou sexta, nem sei mais.

Não sei exatamente em que momento começou a descer feito suco, só sei que nesse momento eu me
encontrava dançando junto com Allana ao som de um bom e velho reggaeton.

Os meninos também já estavam levemente alterados, menos é claro, o moreno que anda ferrando com
o meu psicológico.

Sentia ele observar tudo de longe, desde que chegamos tudo o que ele tomou foi uma cerveja. Meu
Deus, esse menino é muito careta.

Até mesmo Fernando, irmão de Pedri havia entrado na onda.

O dia tinha passado tão depressa que agora já eram sete horas da noite.

Passamos a tarde toda curtindo, rindo alto, contando histórias engraçadas e é claro, jogando altinha.

Esses meninos são muito fominhas de bola, credo.

— Gente, trouxe karaokê pra gente. — Pedri anuncia

— Só pode ser putaria. — escutei Gavi reclamar

Eu e Allana gritamos empolgadas, pedi pra ligar a minha playlist na caixa de som e Pedri deixou.

Logo o local é tomado por um pagode alto, de longe escutei Félix dar uma risada e beber a sua bebida.
Ele era o único que ia entender o que falava nas músicas.

— Eu quero cantar o hino brasileiro. — Allana fala gritando

— Ah, eu também quero! Bora cantar juntas, eu sou o Xororó. — falei animada erguendo os braços

Procurei pela música em meu celular logo o toque da música começou, eu e Allana pegamos os
microfones e começamos a cantar junto com os cantores.

— Quando digo que deixei de te amar... É porque eu te amo... — Allana começou

— Quando eu digo que não quero mais você... É porque eu te quero... — cantei junto com ela

Continuamos a letra e quando chegou no coro, eu e Allana demos a vida. Cantando com todo ar de
nossos pulmões.
— E nessa loucura de dizer que não te quero... Vou negando as aparências... Disfarçando as
evidências... Mas pra que viver fingindo... Se eu não posso enganar meu coração... Eu sei que te amo!
— a gente cantou juntas colocando toda nossa potência vocal

Estávamos dando a nossa vida pela performance, enquanto os meninos olhavam pra gente rindo
achando engraçado.

— Que ainda você quer viver pra mim! — eu e Allana cantamos o final da música

Os meninos rindo bateram palmas pra gente e fizemos uma reverência agradecendo como se
realmente fôssemos artistas.

— Obrigada! Amo todos vocês, meus fãs. — falei mandando beijo

Entreguei o microfone para Pedri e Ferran que escolheram uma música do Quevedo.

Como estava conectado no meu celular, coloquei a música pra eles e caminhei em direção ao Gavi me
jogando em seu colo.

Ele colocou sua mão em minha coxa e olhou no meu rosto com resquícios de riso em seus lábios.

— Não acha que já bebeu demais, não? — ele pergunta

— Que? Mas eu nem tô bêbada. — falei rindo

— Ah, não? Quantos dedos eu tenho aqui então? — ele ergue os dedos

— Cinco! — respondi revirando os olhos dando um gole na minha bebida

— Então é melhor parar de beber antes de ficar. — ele tenta tirar o copo da minha mão

— Nem tenta Gavi. — falei séria

Ele ergueu a mão em sinal de redenção.

Tentei fazer ele provar um pouco da caipirinha, mas ele não quis.

Bom que sobra mais pra mim então.

Os meninos um por um foi no karaokê e foi até engraçado ver o João Félix cantando "Dona Maria", o
sotaque português fazia tudo ficar mais engraçado.

Quando foi a vez de Fermín cantar, percebi Allana olhando pra ele de cima a baixo e mordendo o
lábio inferior. Opa, acho que alguém gostou do que viu.

Ele até que é bonitinho, mas não faz meu tipo.

Cansados do karaokê, deixei a música rolando no modo aleatório da minha playlist de pagode.
Até que por coincidência começou a tocar uma que me fez rir.

— Baby, qual o número da sua camisa? — perguntei pra Gavi

Eu ainda estava sentada no colo dele enquanto ele tinha um copo de Coca-Cola diet em sua mão.

— Número seis, por que? — ele pergunta confuso

Apenas balancei a cabeça negando, a música que estava tocando simplesmente era "Camisa 10" da
turma do pagode.

E tinha uma parte da música que falava exatamente "se no Barcelona eu for camisa dez..."

E se eu me lembro bem, esse é o time dele.

— Amiga, tá afim de fumar uma verdinha? — Allana perguntou se aproximando de mim

— Que? Lógico! — respondi

Nossa, desde que vim pra Barcelona eu estava sedenta por um cigarro desse pra me ajudar a relaxar.

Sai do colo de Gavi e segui Allana até um outro canto, mais reservado, ela tirou o cigarro já bolado da
sua bolsa junto de um isqueiro.

Ela acendeu o mesmo e levou até seus lábios dando um trago e logo em seguida me deu. Fiz a mesma
coisa.

Soltei a fumaça no ar, nos sentamos nos puff que tinha perto da piscina compartilhando o cigarro.

— Vi você olhando pro Fermín... — comentei e ela olhou pra mim

— Não me julgue! Ele é um gatinho... — ela morde o lábio inteiro tombando a cabeça pra trás

— E por que não chegou nele? — perguntei soltando a fumaça no ar

— Ficou louca? Olha pra minha cara e vê se eu tenho cara de quem se humilha por macho? — ela ri e
eu também

Pensativa, olhei para os meninos que conversavam, sei que não vai demorar muito pra maconha
começar a fazer efeito.

Então é melhor eu agir logo.

— Tive uma ideia, vem comigo. — levantei

Allana me olhou confusa, mas não perguntou, apenas se levantou e me seguiu.


Peguei uma garrafa de cerveja que estava jogada na grama e me aproximei dos meninos que estavam
todos sentados na mesa.

— Verdade ou consequência! — falei colocando a garrafa no centro da mesa

— Opa, eu topo em! — Pedri fala animado

— Tô fora! — isso claramente veio do careta do Gavi

Revirei os olhos, mas já era de se esperar. Tirando ele, todos os outros meninos aceitaram.

E ficou combinado de quem não querer falar a verdade ou se recusar a fazer a consequência vai ter
que subir em cima da mesa e tirar uma peça de roupa.

Girei a garrafa e caí de Pedri para Ferran.

— Já sabe a pergunta meu consagrado. — Pedri fala rindo esfregando uma mão na outra

— Verdade! — Ferran fala dando de ombros

— Com quantas garotas você já ficou depois que terminou? — Pedri pergunta ao amigo

Ferran olhou pro nada coçando o queixo parecendo pensar, nossa, foram tantas assim? Pensei.

Ele começa a contar usando os dedos. Todo mundo riu.

— Para de enrolar porra! — Pedri apressa o amigo

— Cara, acho que umas dez. — Ferran responde

— Porra, dez garotas? — Pedri fala e todo mundo riu

A garrafa girou novamente e dessa vez caiu entre de Fermín para João.

— Verdade ou consequência? — Fermín pergunta

— Verdade! — João dá de ombros

— Quantas vezes sua ex namorada te traiu? — Fermín pergunta e todo mundo na mesa riu

Menos é claro, o próprio João que mostrou o dedo do meio para o amigo.

— Três vezes, seu idiota. — João revira os olhos

Jogo vai jogo vem, no final todo mundo só restavam algumas peças de roupas para serem tiradas.

Girei a garrafa e finalmente caiu no que eu mais queria. De mim para a Allana.
— Vamos lá gatinha, já sabe o jogo... — olhei pra ela batendo minhas mãos na mesa

— Só me restou consequência, né... — ela dá de ombros

A maconha já começou a fazer efeito, tanto eu quanto ela estamos nos sentindo flutuando.

— Eu te desafio, a sentar no colo do Fermín e dá um beijo daqueles de novelas nele. — falei

Vejo Fermín levemente arregalar os olhos, mas não me questiona.

Nem mesmo Allana fez isso, ela apenas levantou de onde ela estava e se dirigiu ao loiro.

Ela senta no colo dele colocando suas pernas cada uma de um lado, vejo Fermín olhar pra ela
parecendo ansioso para isso.

Allana segurou o rosto dele e pronto, lá estavam os dois se agarrando. Meu plano deu super certo.

Mania besta de acharem que só os homens têm que ter atitude.

•••

A maconha bateu e bateu com força, mas por sorte, eu já estava longe dos perigos noturnos deitada na
cama do meu quarto.

Estava deitada apenas de toalha na cama de braços abertos encarando o teto roda, rindo sozinha.

Eu estava vendo unicórnios brincando de correr um atrás do outro.

Ouvi a porta do quarto sendo aberta e era Gavi, ele já estava de banho tomado e usando apenas uma
bermuda.

— Imaginei que pudesse tá com fome. — ele fala

Então percebi o prato em uma de suas mãos e o copo de suco na outra.

— Ah, que fofo! — falei rindo

Gavi se aproximou e eu sentei na cama pegando as coisas da sua mão, coloquei o prato no meu colo e
peguei o sanduíche dando uma mordida nele.

Nossa, eu estava só na larica.

Ele se deita ao meu lado na cama mexendo em seu celular enquanto eu comia.

— Sabe... — falei de boca cheia olhando pra ele — Hoje foi bem divertido. — falei

— É, foi... — ele dá um sorrisinho


Terminei de comer e coloquei as coisas em cima da mesa de cabeceira me sentando em cima do colo
de Gavi.

Ele coloca suas mãos em minha coxa fazendo um carinha na mesma olhando pra mim.

— Eu ainda tô com fome sabia... — abri um sorriso mordendo meu lábio inferior olhando pra ele

— Ah, se você quiser eu... — o calei

Coloquei meus lábios contra os dele dando início a um beijo lento, porém perigoso.

Sinto ele apertar minhas coxas e eu me mexo em seu colo subindo e descendo em seu pau.

Escutei ele arfar contra os meus lábios.

Desci meus beijos pelo seu pescoço sugando a região, o senti subir a mão até minha bunda apertando.

A toalha escorregou do meu corpo quase me deixando nua.

Ele aproximou seus lábios do meu pescoço passando a língua lentamente na região me fazendo
tombar a cabeça pra trás.

Sinto ele girar nossos corpos me fazendo deitar na cama e ficando por cima de mim.

— Eu até tentaria algo, se você não tivesse chapada. — ele fala mordendo meu lábio inferior

— Que? Eu não tô chapada. — minto descaradamente e ele ergue uma sobrancelha

— Não, imagina. — ele deu uma risada fraca

Sinto ele sair de cima de mim e suspirei frustrada, esse menino é a minha perdição.

Vejo ele se afastar e logo em seguida levar as mãos até a barra de sua blusa, deslizei meus olhos pelo
seu corpo sarado.

Peguei um travesseiro e coloquei sobre meu rosto abafando meu grito.

— Qual a dificuldade em aceitar me comer garoto? — perguntei e ele riu

— Virou comida agora é? — ele pergunta sarcástico

— Eu sou qualquer coisa que você quiser, baby. — respondi

Ele apenas deu uma risada fraca e balançou a cabeça negando me entregando a sua camisa.

— Veste. — ele fala

Bufei e me sentei na cama tirando a toalha do meu corpo e vesti a camisa dele.
Me ajeitei na cama entrando embaixo dos lençóis e ele entrou junto comigo se deitando ao meu lado.

Como já de costume, deitei minha cabeça em seu peito e enrolei minhas pernas nas suas.

Não demorou muito para que eu sentisse minhas pálpebras pesarem e minha respiração diminuir.

Senti ele me dar um beijo na testa e logo em seguida eu apaguei.


CAPÍTULO TRINTA E DOIS
PABLOGAVI

Tem pessoas que amam tirar férias, já eu, simplesmente odeio. Definitivamente eu não consigo ficar
longe do futebol, sinto falta dos treinos, sinto faltas dos jogos, da sensação de frio na barriga antes de
entrar no campo, dos torcedores gritando seu nome quando você toca na bola.

E principalmente marcar um gol e comemorar junto dos meus parceiros de equipe. Sério, eu amo
comemorar gol.

Até porque, eu amo ganhar. Perder definitivamente não é uma opção pra mim quando estou em
campo.

Não só em campo, na minha vida no geral eu simplesmente odeio perder com todas as minhas forças.

Perder é sinônimo de que você é fraco, que você não se esforçou o suficiente para ganhar aquilo.

Eu fico para morrer quando algo não sai como eu planejei, eu me sinto a pior pessoa do mundo. Me
sinto um fracassado.

"Ah, Gavi, mas por que está falando sobre isso?"

Ontem a noite, eu dormi com Eloísa no quarto dela e como já é de costume, eu fui o primeiro dos dois
a acordar.

Como eu havia deixado meu celular em cima da mesa de cabeceira carregando ao lado do dela, eu
estendi a mão para pegar o aparelho.

Mas acabei acendendo a tela do celular dela e eu sei que é errado bisbilhotar algo que não é seu, mas
foi impossível não sentir curiosidade ao vê o nome "Jude Bellingham" na tela.

Ele havia mandando alguma coisa para a Eloísa no Instagram dela e por mais que no meu cérebro
tivesses piscando mil e um alertas de que isso era errado, eu acabei lendo a mensagem.

"Eloísa porra, você não vale nada né?! Não acredito que você me bloqueou no whatsapp."

Pelo tom da mensagem, ele parecia bem irritado com a loira.

Mas isso me fez questionar qual é o nível de intimidade dos dois, já que eu pensava até então que ele
só tinha a achado bonita e resolveu a seguir.

Só que para os dois terem o número de ambos, com certeza tem algo por trás disso tudo.

A senti se mexer e isso me fez largar imediatamente o celular, ao olhar para ela, Eloísa tinha apenas se
ajeitado na cama e continuava dormindo tranquilamente.
Suspirei aliviado e então sai da cama com cuidado, logo em seguida caminhando até a porta e saindo
de dentro do quarto dela para ir até o meu.

Quando entrei no cômodo soltei um longo suspiro passando a mão em meu cabelo.

A ideia de que Eloísa e Bellingham possam ter alguma coisa, estranhamente me faz sentir algo.

Eu só não sei dizer exatamente o que.

Mas é a mesma sensação que eu tenho quando a gente perde ou empatar um jogo.

Fui até o banheiro e tirei minha bermuda junto com a minha boxer logo em seguida entrando no box.

Liguei o registro e permiti a água gelada cair sobre meu corpo.

Enquanto tomava banho, eu não conseguia parar de pensar, podia sentir meu cérebro fritando.

Irritado encostei minha testa na parede e dei um leve soco na mesma.

Tanta mulher no mundo e eu tinha que pegar logo a mesma mulher de um dos caras que eu mais
detesto no mundo.

Quando dizem que a mídia não influencia em certas opiniões, é mentira. Ela influencia e influencia
muito.

Nunca sequer troquei uma ideia com Jude, única vez que nos vimos foi em uma premiação que
disputamos a mesma categoria. E é claro, eu ganhei.

Mas tem algo nesse cara que me tira totalmente do sério, talvez seja o seu jeito meio arrogante.

Fora que adoram encher a bola dele só porque o mesmo foi comprado pelo Real Madrid por cento e
cinquenta milhões de euros.

Grandes coisas. Dinheiro nem sempre é tudo, acreditem.

Terminei meu banho e sai do banheiro com a toalha enrolada em minha cintura.

Procurei pelo meu celular para poder fazer algo, mas aí me lembrei de que havia o deixado no quarto
de Elô. Porra.

Bufei e sem dar a mínima por está usando apenas uma toalha, sai de dentro do meu quarto e fui até o
dela.

Quando entrei dentro do mesmo, dei de cara com ela saindo de dentro do banheiro também enrolada
em uma toalha.

Ela me olhou de cima a baixo e ao vê que eu estava pelado, ela abriu seu típico sorriso malicioso de
canto que te faz esquecer até seu nome.
Balancei a cabeça negando. Diaba loira.

— Bom dia, baby boy! — ela fala ainda com o sorrisinho nos lábios

— Bom dia! — respondi indiferente

— Eita, dormiu com a bunda virada pra lua foi? — ela fala e eu franzi a testa confuso

— Que? — perguntei — Ah, deixa pra lá! — falei sem paciência — Só vim pegar meu celular que eu
esqueci. — falei

— A vontade... — ela deu de ombros

Vejo ela caminhar até sua mala que ficava no canto do quarto.

— Foda-se! — falei

Caminhei até ela e segurei em sua cintura a virando pra mim, assustada ela me olhou ofegante com os
lábios entreabertos.

Enfiei minha mão dentro do seu cabelo e a beijei, enfiando minha língua dentro da sua boca de uma
forma ligeira e um pouco bruta.

Puxei seu quadril contra o meu nos roçando, a escutei arfar entre os meus lábios e envolver suas mãos
envolta do meu pescoço.

A girei e fiz com que ela se deitasse na cama e eu fiquei por cima dela entre as suas pernas.

Desço minha mão até sua toalha a abrindo fazendo com que ela ficasse nua embaixo de mim.

Apertei sua cintura com força e ela gemia, desci meus lábios pelo seu pescoço deixando alguns
chupões ali.

Eloísa tombou a cabeça para trás fechando os olhos e mordendo os lábios.

Desço com a boca para um dos seus seios o sugando levemente raspando meu canino no seu bico.

A pele dela toda arrepia e a sinto se remexeu desconfortável.

Continuo a beijá-la seguindo um caminho por sua barriga deixando um leve chupão próximo ao seu
umbigo.

Ergo suas pernas a fazendo apoiar seus pés sobre o colchão e enfio minha cabeça entre elas.

— Gavi, o que... — ela tentar perguntar mas logo em seguida geme

Enfio minha língua em sua intimidade chupando de uma forma lenta, ela arfa.
Intercalava entre fazer movimentos circulares e um vai e vem subindo e descendo a língua em seu
clitóris.

Seus dedos entram dentro do meu cabelo e ela ergueu o quadril sobre meus lábios se contorcendo de
prazer.

Dando mais intensidade, penetrei dois de meus dedos fazendo um vai e vem enquanto mantinha
minha boca chupando seu clitóris.

Ela coloca o travesseiro sobre o rosto gemendo, deslizo minha mão pela sua barriga até chegar em seu
pescoço dando uma leve enforcada.

— Gavi... — ela chama pelo meu apelido

Sentia que ela estava prestes a gozar, então subi pelas suas pernas apenas para poder olhar em seu
rosto enquanto fazia isso, aumentei o ritmo dos meus dedos e o quarto era tomado pelo som deles
trabalhando dentro dela.

— Vamos, loira... Goze. — falei sussurrando em seu ouvido

Mordo levemente a região do seu pescoço.

Ela segura em meus ombros olhando pra mim com os lábios entreabertos gemendo.

Logo em seguida, sinto ela se derramar contra os meus dedos, que ficam lambuzados pelo seu gozo.

Abri um sorriso de canto satisfeito com isso levando meus dedos até seus lábios a fazendo os chupar e
sentir seu próprio gosto.

Eloísa sendo ela, abriu um sorriso travesso e chupou meus dedos como uma boa garota.

— Gavi, eu preciso de você dentro de mim. — ela fala ofegante

Sorri de canto e passei meus lábios contra os dela a ameaçando beijá-la, mas não fiz isso, apenas
mordi seu lábio inferior.

Tirei a toalha da minha cintura ficando nu entre suas pernas, segurei em minha base e passei apenas a
glande do meu pau em sua entrada sentindo sua umidade devido ao recém gozo.

A escutei arfar e olhar pra mim com expectativa.

Então, abrindo um sorriso de canto olhei para ela que olhava para mim sedenta por meu pau.

— Acho que não vai rolar... — falei saindo de cima dela

Vejo ela ficar confusa, sem entender absolutamente nada, depois de alguns segundos ela se senta na
cama olhando pra mim.
— Que porra foi essa Gavi? — ela pergunta claramente irritada

— O que? Eu não fiz nada. — falei cínico enrolando a toalha na minha cintura de novo

— Não fez nada? Porra, eu tô... — ela para de falar e bufa passando a mão no cabelo o jogando pra
trás

— Minha parte de te fazer gozar eu fiz. — falei

— Mas isso não é o suficiente. — ela olha pra mim e eu dei de ombros

— Posso fazer nada, vai ter que se contentar com isso. — falei

Me aproximei dela e deixei um beijo sobre sua testa enquanto ela ainda olhava pra mim sem acreditar.

Peguei meu celular e fui em direção a porta saindo de dentro do quarto.

Voltei para o meu e tranquei a porta por via das dúvidas de caso ela vim atrás de mim.

Não vou negar, estou de pau duro e puto, tive que usar todo o meu autocontrole para não me enfiar
dentro dela naquela hora em que a senti molhada por mim.

Mas eu não podia desperdiçar a chance de descontar a minha raiva naquilo que eu mais sei que a faço
ficar doida.

Desbloqueio meu celular e entro no aplicativo de chamadas, discando o número de Ana.

Vamos ver se dois dias de aulas já serviram pra alguma coisa.

•••

Tombei minha cabeça para trás sentindo Ana rebolar em meu colo.

Ela olhava pra mim mordendo os lábios subindo e descendo de uma forma lenta.

Apertei seu quadril a ajudando com os movimentos, escutava ela gemeu fechando os olhos e
apertando seus próprios seios levando as mãos até o cabelo.

Olhava pra ela gemendo. Porra.

Fechei os olhos e na minha cabeça só vinha cenas da loira hoje mais cedo se contorcendo contra a
minha boca.

Gemendo, implorando pra sentir meu pau dentro dela. Caralho.

Inverti nossas posições na cama ficando por cima de Ana, segurando em seu quadril e indo mais
fundo dentro dela em um ritmo acelerado.
— Não para... Estou quase lá. — a morena avisa

A cada estocada, eu lembrava das aulas, lembrava da sua voz, do seu cheiro, da sua boca envolta do
meu pau. Caralho.

Gemi sentindo todo meu corpo entrar em êxtase ao gozar dentro de Ana. Com camisinha é claro.

Ela gemeu anunciando que também havia gozado junto comigo.

Fiquei alguns minutos dentro dela antes de me jogar ao seu lado da cama exausto.

— Meu Deus... — ela fala ofegante — O que foi isso? — vejo ela olhar pra mim

Não respondi nada, apenas encarava o teto ofegante, sentindo meu peito subir e descer.

Tirei a camisinha dando um nó nela e levantei da cama para joga-la no lixo do banheiro.

Apoio minhas mãos no mármore da pia respirando fundo encarando meu reflexo no espelho.

Eu acabei mesmo de transar com a Ana pensando na Eloísa? Que porra tá acontecendo comigo? Eu
não era assim.

Aquela garota está me mudando aos poucos, acho que a pior coisa que eu fiz foi pedir essas aulas.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
ELOISA

Desgraçado. Filho de uma puta. Babaca.

Eu odeio esse garoto, meu Deus, que ódio. Como eu pude ser tão burra assim de ter caído na lábia de
bom moço que não sabe transar?

Ainda completamente sem acreditar que aquele desgraçado do Gavi me deixou na mão.

Mas isso não vai ficar assim, não vai me mesmo. Se ele pensa que pode me fazer de palhaça está
muito enganado, idiota.

Quando desci pra tomar café da manhã graças a Deus ele não estava em casa, estavam apenas seus
pais, dona Almudena, Sofia e sua irmã.

Aurora pareceu sentir que tinha algo de errado, porque até perguntou se eu estava bem e eu respondi
com um simples sim, mentindo.

Depois do café, ajudei com a louça e perguntei se Almudena precisava de ajuda com Sofia, ela me
respondeu que não, já que a pequena iria pra casa da sua outra irmã brincar com os primos de sua
idade.

Eu só precisava de alguma coisa pra me fazer parar de pensar naquele maldito.

Subi a escada soltando fogos e ia em direção ao quarto onde estou ficando, mas mudo de ideia e vou
até o quarto de Gavi.

Entrei e fechei a porta, me aproximei da sua estante de livros e peguei o primeiro livro da saga do
bruxo que ele tanto gosta. E eu até podia rasgar algumas páginas só de raiva.

Mas não, eu apenas me joguei na cama dele me ajeitando e abri o livro começando a ler as primeiras
páginas.

Faço qualquer coisa pra tirar ele da minha cabeça e o fato de estar frustrada por não ter conseguido
com que ele me fodesse.

Não sei quanto tempo eu fiquei lendo o livro, só sei que estava tão concentrada na leitura que me
assustei quando a porta do quarto abriu.

Olhei para a mesma e Gavi passa por ela com as roupas amarrotadas, cabelo molhado e bochechas
rosadas.

Filho de uma puta. Ele foi transar com outra.

Tentei ignorar a presença dele, embora eu estivesse em seu quarto, eu não dou a mínima.
Ele parecia fingir a mesma coisa, levou as mãos até a barra da camisa a puxando para cima e ficando
apenas de bermuda em minha frente.

Mordi meu lábio inferior escondendo meu rosto entre o livro. Escutei o desgraçado rir.

Apenas escutei o barulho da porta do banheiro se fechando e não demorando muito pra ouvir o
barulho da água caindo do chuveiro.

Suspirei e tentei voltar ao foco na minha leitura. Afinal, eu já estava quase acabando.

Mexo meus pés sobre o colchão enquanto lia as palavras tentando continuar o foco.

Depois de alguns minutos escutei a porta do banheiro ser aberta, mas eu uso todo meu autocontrole
para manter meus olhos sobre o livro.

— Gostando da leitura? — escutei o cretino perguntar

— Adorando! — falei sarcástica

— Já chegou na parte de descobrir que o professor Quirrell na verdade é o Voldemort? — ele


perguntou

De queixo caído olhei pra ele sem acreditar que ele me deu um spoiler desse tamanho.

Eu não dou a mínima se vimos os filmes aquele dia, até porque eu não prestei atenção em nada do que
se passava.

Diferente da leitura, que eu realmente me encontrava entretida com a história do bruxo e dos seus
amigos.

— Vai pro inferno, Pablo! — falei bufando

— O que? Pensei que se lembrasse dos filmes. — ele fala dando uma risada fraca

— Não! Eu não lembrava e agora, você acabou de deixar a leitura sem graça. Já estava quase
terminando. — era visível a minha irritação

Ele apenas olhou pra mim como se estivesse me analisando, mas não falou nada, apenas se dirigiu até
seu closet para vestir uma roupa.

Suspirei e senti meu celular que estava no meu colo vibrar, olhei para a tela e vi ser as meninas.

Elas haviam mandando áudios no nosso grupo. Que saudades eu estava sentindo.

Apertei em cima para escutar o áudio de Abby.

"Amiga, eu sei que você está aí curtindo ficar com esse boy gostoso e afins... Mas o que acha de irmos
pra Ibiza? Pede uma semana de folga pra tua patroa."
Olhei pro nada pensando, proposta tentadora essa de Abby em.

Digitei uma rápida mensagem perguntando quando seria e se eu fosse, poderia levar alguns "amigos".

Vejo Gavi voltar pro quarto, ligar o ar condicionado e deitar ao meu lado na cama.

— Menos bravinha? — ele pergunta me provocando

— Vai pro inferno! — falei dando um sorriso falso e ele riu

— Se eu for, pode ter certeza que eu te vejo lá... Afinal de contas, você é o próprio diabo. — ele fala e
sua voz sai mais sexy que o normal

Tentando o ignorar, vi que Abby havia me respondido falando que a viagem era pra semana que vem e
que amigos seriam esses que eu estava querendo levar.

Disse a ela que eram os meninos do time que eu tinha feito amizade aqui em Barcelona e ela então
concordou.

Agora só me resta pedir dona Almudena para me liberar.

Dei um sorrisinho animada. Isso pode ser divertido.

— A conversa tá boa em... — Gavi fala implicando comigo

— Você não faz ideia... — sorri piscando um olho só pra ele

Criei um grupo com os meninos e as meninas com o nome "Ibiza", nem mesmo sei se poderei ir. Mas
me sinto animada.

~ CHAT ON ~

GRUPO: I B I Z A 😈
pedri: que isso aqui boy?

félix: 👀👀
abby: ué, mas é que...

fermín: Ibiza??? quando??

lola: e precisava de grupo pra isso gente?

allana: não sei o que é, mas vamo!

eu (eloisa): vamos misamoresss!


félix: quem é a gatinha de cabelo cacheado? 🫣👀
abby: gatinha?? que intimidade é essa? nem te conheço 🙄
pedri: eita, receba esse bloqueio, Félix jajajaja

allana: nem sei quem é, mas já virei fã hahaha

fermín: podia ter dormido sem essa em meu consagrado

ferran: que gente toda é essa aqui meu pai? eu só fui tomar água 👀
lola: vocês conversam em! já tô toda perdida

eu (eloisa): amiga... é que você naturalmente já é pedida né ksksks

abby: queria concordar não, mas é verdade...

pedri: tadinha, fala assim com a pobrezinha não... (nem sei quem é, mas achei gatinha me adiciona

ferran: eita que pedroca largou o meio de campo pra ser atacante?!

Essa última mensagem de Ferran me fez dar uma risada alta, o que atraiu os olhos curiosos de Gavi
sobre mim.

Mas ele não disse nada, apenas tentou ignorar sua curiosidade.

fermín: impressão minha ou gavira não tá nesse grupo? 👀


pedri: ih rapaz, verdade em...

félix: tão sentindo? cherin de quem fez merda...

ferran: cem euros que ele aprontou alguma com a elô Jajá

abby: passa pra cá esse dinheiro, porque eu confirmo que ele fez merda.

aurora: eita caralho... Quem é essa gente toda aqui?

~ CHAT OFF ~

Sai das mensagens, acho que o pessoal se empolgou, mas agora o que me resta é uma única coisa.

Ir pedir permissão pra minha patroa, então levantei e caminhei em direção a porta do quarto saindo de
dentro do mesmo.
Atravessei o corredor e desci a escada indo até a cozinha, lugar onde eu sabia que iria encontrar dona
Almudena.

Ela estava sentada na mesa parecendo ler algumas papeladas.

— É... — cocei a garganta e ela olhou pra mim

— Ah, Elô... Tá tudo bem? — ela perguntou

— Então... Eu queria te pedir uma coisa... — fiquei sem graça

— Pode pedir querida. — ela leva a taça de vinho até os lábios

Respirei fundo tomando coragem e me sentei na cadeira em sua frente.

— É que minhas amigas me chamaram pra ir pra Ibiza com elas... Mas tipo assim, vai ser coisa de
uma semana e eu prometo que volto e... — ela me interrompe

— Você quer saber se eu deixo você ir, é isso? — ela fala indo direto ao assunto

— Sim... — encolhi os ombros

— Mas é claro que você pode ir querida... Me escuta... — ela olha pra mim tirando os óculos de
leitura — Quando eu te trouxe pra Barcelona, eu não queria realmente uma funcionária, queria te
ajudar!

— Como assim? — perguntei confusa

— Sei o quanto está sendo difícil lidar com a morte da sua irmã e eu senti que você precisava de
novos ares pra não acabar pirando. — ela da um sorriso fraco

Isso me pegou desprevenida e confesso que até me emocionei um pouco.

Desde quando sai de casa, nunca achei alguém que cuidasse realmente de mim e tivesse algum afeto.

E dona Almudena acabou de mostrar que tem isso. Afeto e empatia.

Abri um sorriso fraco pra ela que ainda me olhava.

— Obrigada... — falei

— Não tem nada pra agradecer, querida. Eu não poderia deixar você se afundar e talvez até entrar em
uma depressão, sua irmã não iria gostar. — ela fala dando um sorriso fraco

Ela acabou de ser sincera comigo e isso me fez questionar se eu deveria contar o que sei sobre seu
marido.
Pensativa a agradeci novamente e levantei da cadeira saindo da cozinha, pego meu celular entrando no
grupo e aviso que eu vou.

Subi a escada e fui em direção de volta ao quarto de Gavi, quero pegar o segundo livro da saga para
ler.

Entrei sem bater, como de costume e moreno ainda estava lá, deitado em sua cama assistindo
televisão.

— Como assim você fez um grupo com todos os meus amigos menos eu? — é a primeira coisa que
ele fala quando eu fecho a porta

Puta que pariu viu, homem realmente é um bicho fofoqueiro. Certeza que foi um dos meninos que já
fez a fofoca.

— Porque você é careta demais e sei que não vai querer ir. — de ombros indo até a estante de livros

— Quem te disse que eu não quero ir? — ele fala indignado

— Você quer? — perguntei deslizando meu dedo indicador pelos livros até achar o que eu queria

— Quero! Se todo mundo vai, eu também vou. — ele fala me fazendo rir

— E você virou todo é? — me virei pra ele

— Para de graça, você entendeu. — ele revira os olhos

Me aproximei da cama e me joguei ao seu lado, peguei meu celular e o adicionei no grupo.

~ CHAT ON ~

GRUPO: I B I Z A 😈
* você adicionou babyboy (gavi) *

pedri: parem de falar, o assunto chegou.

felix: ih... deve ter pedido desculpa.

fermín: ah, poxa! tava tão melhor antes.

abby: olha só se não é o desgraçado...

babyboy (gavi): ué gente, quem é que tá me chamando de desgraçado do nada?

eu (eloísa): abby, se controla!

ferran: se controla não, humilha mesmo!!!!


allana: mas gente... que que eu perdi? 👀
lola: 🫠🫠🫠
~ CHAT OFF ~

— Quem é essa menina e por que ela tá me chamando de desgraçado? — Gavi pergunta

— Não sei! — minto

Ele me olha com cara de tédio e eu dou de ombros abrindo o livro.

Contei para as meninas o que houve e Abby ficou tão puta quanto eu.

Então é provável que seja por isso que ela esteja o chamando de desgraçado.

•••

O almoço ficou pronto e descemos para comer, todos à mesa, Aurora comentava comigo que se sente
animada para ir pra Ibiza.

Nem acredito que vai ter tanta gente. Ainda bem que a casa da família de Abby é grande e vai caber
todo mundo.

Comia tranquilamente, Gavi estava sentado de frente pra mim e eu conseguia sentir seu olhar sobre
mim.

Olhei para ele que sustentou o olhar e deu um sorriso falso. Eu tô com vontade de esganar esse
menino, puta que pariu.

— Foi na casa da Ana meu filho? — a mãe dele pergunta

— Fui mãe! Ela te mandou um beijo. — ele responde

Sabia que essa resposta tinha sido mais para mim do que para a sua mãe. Já que ele fez questão de
olhar pra mim enquanto respondia.

Ah, mas esse desgraçado me paga. Ele mal perde por essa pra nossa aula de hoje.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
ELOISA

Bem, talvez Gavi tenha me influenciado a entrar no mundo de Harry Potter. Aquele desgraçado.

Sem muita coisa pra fazer, li os livros praticamente quase todos, restando apenas o último. Que eu
deixei para ler apenas amanhã, pra ter algo pra fazer.

Eu sempre fui muito fã da leitura, por isso a rapidez em ler os livros da saga e olha, queimei a língua,
a história do bruxo Harry e dos seus amigos realmente é muito envolvente.

Isso me fez pensar do porque nunca ter aceitado ler os gibis chatos da Marvel que Jude tentava me
forçar a ler.

Vai que eles são tão legais quanto esses livros.

Dando uma pausa na leitura, fui rever os filmes, impressionante como algumas coisas são bem
parecidas com os livros, enquanto outras não tem absolutamente nada.

Mas uma coisa que devo admitir é que a escolha do ator escolhido para fazer o personagem do Harry
foi um acerto em tanto. Ele era tão bonitinho quando criança.

Embora o cabelo da Hermione me dê uma leve agonia nos primeiros filmes, não sabiam se mantinham
o cabelo da coitada liso ou cacheado.

O pessoal no grupo estavam animados, embora eu não estivesse mexendo no meu celular podia vê
mensagens chegando disparadamente.

Não quis descer para jantar, embora tanto dona Aurora quanto dona Almudena tenham subido duas
vezes para me chamar. Mas eu estava meio sem apetite e sendo bem sincera, meu apetite era de outra
coisa.

Vingança contra aquele maldito que me deixou na mão hoje mais cedo.

As horas passaram voando e com ela, o horário da aula com Gavi se aproximava.

Consegui ouvir perfeitamente quando todos começaram a se ajeitar para irem pro seus quartos. Isso
era sinal de que logo menos Gavi estaria aqui no meu quarto.

Bem, pelo menos isso foi o que eu pensei. Mas os minutos foram se passando e nada dele aparecer.

Mas é como dizem o ditado, se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até a Maomé.

Levantando da minha cama, fui até o banheiro resolvendo tomar um banho e enquanto fazia isso
pensava no que exatamente faria para me vingar.
Terminei de tomar meu banho e me enrolei na toalha saindo de dentro do banheiro, peguei meu creme
hidratante e me sentei na cama espalhando o produto por todo meu corpo.

Modéstia a parte, eu amava o cheiro de morango dele. E eu tenho certeza que Gavi também o ama, já
que ele tem uma leve mania de ficar cheirando meu pescoço durante a noite antes de dormir.

Passei um body splash da Victoria Secret e escolhi uma lingerie vermelha, o sutiã era sem bojo
rendado e com uma rosa nos bicos.

Olhei dentre minhas opções de roupa pensando em qual eu usaria, mas, ao tocar em uma certa camisa,
abro um sorriso travesso tendo uma ideia.

Deslizei o tecido sobre meu corpo ficando apenas com ela, nada a mais.

Penteio meu cabelo jogando os fios para trás, passo meu bom e velho gloss de cereja que eu também
tenho certeza de que deixa ele doido e abro um sorriso diante ao espelho satisfeita.

Olhei para o livro em cima da minha cama e o tomei em mãos indo até a porta do quarto, saindo do
mesmo logo em seguida.

Antes de entrar, faço questão de bater na porta, coisa que normalmente eu não faria. Mas dessa vez
não, hoje não.

Mas é claro, não obtive resposta alguma, então segurei a maçaneta e a girei, a porta não estava
trancada, isso é um bom sinal.

Colocando apenas a cabeça dentro do quarto, olhei em volta procurando por ele, o barulho do
chuveiro invade meus ouvidos revelando que ele estava no banho. Ótimo.

Entrei dentro do quarto e tranquei a porta.

Me aproximei da cama me sentando apenas na beirada e abri o livro fingindo ler quando escutei o
barulho do chuveiro parar.

Depois de alguns minutos, vejo Gavi sair de dentro do banheiro com a toalha enrolada na cintura, puta
merda, seu peitoral sarado, o cabelo molhado, as gotículas de água escorrendo por todo seu corpo.

Céus, me dê forças para não esquecer o plano.

Sentindo seu olhar sobre mim, mordi meu lábio inferior fechando o livro, olhei para ele de volta,
tombando minha cabeça um pouco para o lado e abri um sorriso de canto.

Fiz questão de cruzar as pernas de uma forma exagerada, atraindo seus olhos para elas.

— O que faz aqui? — Gavi pergunta subindo seus olhos de volta para o meu rosto

— Bem... — fiz questão de levantar


Seus olhos percorreram por meu corpo e vejo sua feição mudar se transformando em algo mais
fechado, suas sobrancelhas se juntaram e seus lábios ficaram um pouco entreabertos e suas íris são
tomadas por toda sua pupila.

Revelando que ele não tinha gostado nem um pouco do que estava vendo.

— Eu vim devolver isso. — balancei o livro em minha mão

Caminhei lentamente até a estante de livros grudada na parede sentindo seu olhar queimar sobre mim.

— Para de mentir, veio revidar o que fiz hoje de manhã não foi? — ele dá uma risada sarcástica

— Mas o que foi que você fez hoje de manhã? — me faço de cínica

Como resposta, recebi o seu silêncio, ou melhor, o seu suspiro.

Olhei para ele por cima do ombro e vejo que ele passava a mão nos seus fios molhados. Gostoso.

Coloquei o livro de volta no lugar e virei pra Gavi cruzando os braços, mais uma vez ele passa seus
olhos pelo meu corpo parecendo não acreditar.

— Gostou do meu pijama essa noite? — perguntei dando uma voltinha

— Tá de sacanagem? — vejo ele cerrar os punhos — Vai pra merda, Eloísa. — Gavi fala entre os
dentes

Olhando pra ele todo nervosinho assim, eu comecei a rir enquanto ele olhava pra mim sem entender
nada.

Não precisei de muito para conseguir o tirar do sério, apenas uma camisa.

A maldita camisa do Real Madrid com o nome e número de Jude nas costas que estava usando quando
cheguei aqui.

Sabia que essa camisa o tirava do sério, então, nada melhor do que usar ela em uma ocasião como
essa.

— Você não foi até o meu quarto hoje pra nossa aula... Por que? — ergui uma sobrancelha e vejo ele
ficar confuso

— Porque eu pensei que depois de hoje de manhã, você... — ele para de falar

Nem ele mesmo conseguia acreditar no que tinha feito. Agora diante de mim não era o mesmo garoto
que estava se sentindo o fodão ao tentar me desafiar hoje de manhã.

Era o garoto tímido e acuado que me pediu para o ensinar algumas coisas sobre sexo.

— Pensou errado, Pablo... — faço questão de falar seu nome de uma forma lenta
Percebi ele engolir em seco através do seu pomo de Adão.

Caminhei em sua direção, vendo ele dar passos para trás ao decorrer em que eu me aproximava. Até
seus joelhos se chocarem contra sua cama e ele ficar sem espaço.

Perto dele, olhei em seu rosto analisando cada detalhe, apoiando minhas mãos em seu peito o
empurrei contra a cama o fazendo cair sentado.

Ele olhava para mim um pouco ofegante, isso era visível pela forma que seu peito subia e descia.

— Quer que eu tire a camisa ou quer fazer isso? — perguntei próximo ao seu ouvido

Me afasto para poder olhar pra ele e vejo sua expressão ficar levemente sombria.

Segurei em seu rosto e aproximei meus lábios de seu pescoço deslizando a língua lentamente pela
região e ele reage ao gesto se arrepiando.

Apoiando minhas mãos sobre seus ombros fortes e musculosos, me sentei sobre seu colo colocando as
pernas cada um de um lado.

Imediatamente suas mãos vem em contato com minhas coxas arrastando seus dedos pela minha pele
macia, sua mão era um pouco áspera o que me fez se arrepiar e ele gostando disso abriu um sorriso de
canto.

Ergui meus braços para o alto olhando para ele.

— Tire! — ordenei

Ele imediatamente me obedece e desliza a camisa sobre meus braços a puxando para cima me
deixando apenas de lingerie.

Vejo ele a jogar para longe e dou uma risada anasalada.

Passei minha mão sobre seu cabelo jogando seus fios para trás olhando em seu rosto o vendo
inebriado pelo prazer.

Embaixo de mim eu podia sentir sua ereção começando a crescer.

Passei minha língua em seus lábios apenas para que ele sentisse meu gosto, sinto ele apertar minhas
coxas mais forte e como resposta eu gemi.

Aproximei nossos lábios ameaçando um beijo, mas quando ele se inclinou para frente na tentativa de
tomar a iniciativa eu me afastei erguendo o dedo na frente do seu rosto o balançando negativamente.

Saio do seu colo e caminhei até o seu closet a procura de algo, olhava em volta e abri algumas gavetas
à procura do que eu queria.
Quando finalmente encontrei, voltei para o quarto e Gavi ainda estava na mesma posição.

Ele me olhou confuso e ofegante.

— Vamos fazer um jogo... — falei chegando mais perto

— Jogo? Que jogo? — ele pergunta

Sabia exatamente que ele era competitivo ao extremo e só de ouvir a palavra jogo iria despertar esse
seu lado.

— Você me deixa te amarrar e... Me assiste. — dei de ombros

— Te assisto? Fazendo o que? — ele pergunta

Vejo seus olhos descerem pelo meu corpo reparando na minha lingerie vermelha.

— Só vai descobrir se aceitar a brincadeira. — falei dando um sorriso diabólico

Ele olha pra mim e olha para a gravata em minha mão soltando um grande e logo suspiro.

Meus olhos brilham em animação quando vejo erguer os pulsos.

Sorrio vitoriosa e envolvi a gravata envolta dos seus pulsos o amarrando com um nó bem forte.

Geralmente, eu que costumo gostar de ser amarrada, mas ele não me pediu para ensinar? Então, é
exatamente isso que estou fazendo.

— Encosta na cabeceira. — mandei

Me obedecendo, ele se arrastou pela cama até seu corpo se chocar contra a cabeceira, Gavi me olhava
desconfiado.

— Elô, o que você... — ele iria me questionar mas o silêncio

— Calado! — falei entre os dentes

Fui até o interruptor e apaguei a luz, ele tinha aqueles ledes no quarto dele, então os ativei no modo
roxo.

Não sei porque, mas eu amo a cor roxa.

Me aproximei da cama e subi em cima dele me sentando em cima do seu pau.

— Não vai mesmo me dizer o que está aprontando? — ele pergunta em sussurro sexy

Excitada por isso, me mexi em seu colo e o escutei arfar.


Segurei seu rosto e aproximei meus lábios dos dele dando início a um beijo, sorrateiramente enfiei
minha língua dentro de sua boca derramando meu gosto na dele.

Lentamente eu girava a cabeça sentindo nossas línguas disputarem por espaço, enquanto eu o beijava
de uma forma lenta deixando leve mordidas em seu lábio.

Puxei com os dentes seu lábio inferior e abro um sorriso quando o sinto endurecer debaixo de mim.

— Quer saber qual vai ser o jogo? — perguntei

Mesmo com apenas a iluminação do led foi possível eu ver ele balançar a cabeça afirmando.

— Você vai ter que me escutar e assistir enquanto eu me toco. — sussurrei em seu ouvido passando
minhas unhas lentamente pelo seu pescoço

— O que? Mas... — o vejo entrar em desespero

— Suas mãos estão amarradas para você não sequer ousar tocar em mim ou até mesmo em você
próprio. — falei

— Eloísa... Pelo amor de Deus. — ele fala quase em uma súplica

Saio de cima dele e me deito na cama com as pernas virada pra ele, levo minhas mãos até a barra da
minha calcinha de renda vermelha e a deslizo sobre minhas pernas jogando na direção dele.

Apoio meu pés sobre o colchão e abri minhas pernas, levei dois dedos até minha boca os chupando
lentamente.

Levei esses mesmo dedos entre minhas pernas roçando meu ponto mais sensível deixando
propositalmente um gemido escapar.

Começo a movimentar meus dedos dentro de mim em movimentos circulares a todo momento
fazendo questão de gemer.

Sentia ele me assistindo de forma vidrada enquanto meus dedos trabalhavam pelo meu próprio prazer.

Me remexi na cama erguendo um pouco minhas costas do coxão me contorcendo em prazer.

— Ah, Gavi... — gemi seu apelido só para o provocar

— Porra, Eloísa... Caralho. — ele xinga e eu ri

Sabia que ele estava maluca, provavelmente querendo assumir o controle da situação ou até mesmo
quem sabe se tocar junto comigo, mas suas mãos presas o impediam de qualquer movimento que não
fosse apenas assistir.

Deslizei os dedos um pouco mais para baixo, até minha entrada os penetrando dentro de mim fazendo
um movimento de vai e vem. O quarto era tomado pelo barulho do movimento.
Gemia loucamente sem me importar com quem estivesse ouvindo.

— Não para, estou quase lá! — faço uma cena como se ele quem estivesse fazendo algo

— Pelo amor de Deus, me solta. — escutei Gavi suplicar

Como resposta, aumentei o ritmo dos meus dedos fazendo o barulho ficar mais alto.

Gemi mais alto ofegante gozando em meus próprios dedos, sentia minha pulsação acelerada, abro um
sorriso satisfeita.

Depois de alguns minutos, fechei as pernas e me sentei na cama indo até ele, tirando a toalha do seu
quadril olhando em seu rosto o vendo ofegante.

Levei minhas mãos até seu pau passando os dedos pela sua glande sentindo o molhado pelo seu pré
gozo.

Subo e desço a mão em um movimento de vai e vem num ritmo lento, porém o suficiente para o
arrancar gemidos.

— Porra! — ele fala

Percebo ele mexer os pulsos tentando se soltar, mas com o nó que eu dei só fazia ficar ainda mais
apertado.

Aumento o ritmo da minha mão e escuto ele gemer mais ainda.

— Imagina, como seria me sentir em volta do seu pau... O momento sucção... Me senti pulsando por
você... — sussurrei em seu ouvido

— Vai pro inferno! — ele fala puto

Dei uma risada e parei meus movimentos, abaixando meu tronco aproximei meus lábios de seu pau
passando a língua por toda sua base lentamente antes de enfiado dentro da minha boca.

Ao fazer isso, o faço ir até o fundo antes de começar um movimento de vai e vem e aquilo que não
cabia eu fazia questão de usar a mão.

Sinto ele mexer o quadril tentando dar impulso por si próprio.

— Caralho... — ele xinga ofegante

Ele estocava minha boca e eu podia sentir que ele estava prestes a gozar pelas suas expressões.

Então antes que ele pudesse fazer isso, o retirei da minha boca e limpei o canto dos meus lábios
olhando pra ele.
— Por que... Por que você parou? — ele pergunta atordoado

— Acho que não vai rolar, baby! — usei a mesma frase que ele usou comigo hoje de manhã

Dou um sorriso satisfeita e levantei da cama tirando a gravata dos seus pulsos.

— Loira, pelo amor de Deus... — ele fala

— Pede ajuda pra aquela tal de Ana. — dei uma risada debochada

Pegando a camisa que ele tinha jogado no chão, fui até a porta do quarto e sai de dentro do quarto
indo até o meu.

Abri a porta e entrei no mesmo apressadamente sentindo meu coração acelerado. Puta merda.

Isso estranhamente foi muito bom.

•••

Depois de um longo banho, eu me encontrava pronta para dormir. Puxei as cobertas e entrei embaixo
delas.

Como já de costume, me virei para o lado na intenção de abraçar algo ou melhor dizendo, alguém,
mas tudo o que encontrei foi o vazio.

Merda, eu esqueci.

Suspirei e peguei um travesseiro me contentando com ele por hoje.

Na minha cabeça, cenas do que tinha acontecido agora a pouco ainda se passavam.

Eu não aguento mais esperar, eu só queria que ele fodesse de uma vez por todas para acabar com essa
minha agonia.

Suspirei e fechei os olhos tentando dormir, mas de nada adiantou, rolei na cama de um lado para o
outro agoniada.

Choraminguei vendo que não teria outro jeito, merda.

Bufei e levantei da cama saindo debaixo das cobertas, caminhei até a porta e sai de dentro do quarto.

Fui até o quarto dele e entrei, rapidamente caminho até a cama me enfiando debaixo dos lençóis.

— Mas o que... — ele fala com a voz rouca de quem estava dormindo

— Cala a boca e volta a dormir! — falei

Ele não disse mais nada de fato. O que particularmente agradeci mentalmente por isso.
Deitei em seu peito o abraçando e joguei minhas pernas por cima das suas.

Me aconchego e abro um sorriso satisfeita, não demorando muito pra que eu pegasse no sono.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
PABLO GAVI

Quem foi o maluco que aceitou vir para Ibiza de carro? Puta que pariu. Se eu soubesse que seria uma
viagem tão cansativa assim, eu teria concordado quando minha irmã disse pra virmos de avião.

Saímos de Barcelona por volta das cinco horas da manhã e estamos na estrada há cinco horas. Pedri
veio dirigindo por três horas, quando ele cansou revezamos o volante.

Eloísa estava no carona e não dirigiu sequer uma palavra pra mim.

Desde aquele dia onde eu a provoquei e ela revirou a noite, não nos falamos direito mais.

Por escolha dela e eu que não vou ser o besta a dar o primeiro passo.

Os meninos dormiam no banco de trás todo encostado um no outro, enquanto a loira ao meu lado
mantinha seus olhos fixos na estrada parecendo até que era ela quem estava dirigindo.

Até mesmo a disse para dormir um pouco e ela me respondeu com um simples não. Depois disso, não
nos falamos mais.

Estava tão concentrado na estrada que tomei um susto quando escutei meu celular tocando, eu tinha o
conectado com o carro então atendi a chamada.

Logo a voz de Aurora invade nossos ouvidos e os meninos que estavam dormindo resmungaram.

— O que houve, Aurora? — perguntei mantendo meus olhos atentos a estrada

— Não tá dando mais, Gavi, vamos ter que parar! Carro tá na reserva e eu tô precisando usar o
banheiro. — minha irmã fala e eu solto um longo suspiro

— Tá bom, no primeiro posto de gasolina que a gente vê, paramos! — falei

Encerrei a chamada e revirei os olhos sentindo o olhar de Eloísa sobre mim. Não acredito que Aurora
vai nos fazer parar faltando apenas duas horas de viagem.

Será que não dá mesmo pra segurar pelo menos um pouco?

Não demorou muito e logo achamos um posto de gasolina que tinha uma loja de conveniência, liguei
a seta mostrando que iria parar e vejo o carro onde minha irmã estava me seguindo.

Escolhi uma vaga e estacionei desligando o motor.

— Momento de vocês usar o banheiro, comprar comida ou sei lá, é agora. — falei autoritário

Ao meu lado vejo pela visão periférica Eloísa revirar os olhos. Mas eu não posso evitar esse meu jeito.
Eu odeio perder o controle da situação e gosto que as coisas estejam sempre organizadas. De
preferência do meu jeito.

— Vou no banheiro! — escutamos Pedri falar abrindo a porta

— E eu vou comprar comida! — isso veio de Fermín

— Só vou sair do carro mesmo. — Félix fala seguindo os amigos

Com a saída dos meninos, ficaram apenas eu e Eloísa no carro, sem saber o que fazer, peguei meu
celular fingindo mexer em algo.

Afinal de contas, nem sinal direito tinha nessa merda de estrada.

Escuto ela tirar o cinto de segurança e descer do carro batendo a porta.

Quando ela sai soltei um longo suspiro apagando a tela do meu celular e passando a mão em meus
fios jogando eles para trás.

Vou confessar, não está sendo nada fácil lidar com a loira ao meu lado sem que ao menos trocássemos
algumas palavras um com o outro.

Mas eu não serei o primeiro a tomar iniciativa. Afinal de contas, foi ela quem começou com esse jogo
do silêncio.

Vejo ela entrar dentro da loja de conveniência e eu fico dentro do carro pensativo.

Talvez esses dias em Ibiza possam valer a pena em alguma coisa, quem sabe eu conheça alguma
garota legal e consiga de uma vez por todas esquecer essa diaba loira que se chama Eloísa.

Até porque, recentemente antes de embarcar nessa viagem, tive uma conversa com Ana e nós dois
concordamos que o que rola entre a gente não passa de uma amizade colorida. E que podemos ser
livres para ficar com outras pessoas, mas se bater a carência é só ligar.

Não estava com muita vontade de fazer xixi, mas desci do carro e fui até o banheiro que fica nos
fundos da loja.

Entrei e os meninos estavam lá dentro rindo e conversando sobre algo.

Me aproximei do mictório, seguindo a regra de pular um, já que Pedri estava utilizando um deles.

— O que estão conversando? — perguntei curioso

— Nada demais! — Pedri responde

— Sei... — falei irônico


— Se quer realmente saber, estávamos nos perguntando o que aconteceu entre você e a Eloísa?! —
Fermín admiti

Fiquei em silêncio por alguns segundos, pensando no que responder.

Sou sincero e conto que estamos há quase duas semanas nos pegando.

Ou minto dizendo que não tem nada rolando e é tudo coisa da cabeça deles.

— Não sei do que estão falando! — respondi

Claramente a segunda opção ganhou. Eles não precisam saber.

— Ah, para! Vocês não trocaram nem uma palavra direito um com o outro desde que pegamos a
estrada. — Pedri fala indo até a pia lavar as mãos

— Verdade! — Félix e Fermín falam juntos

— Talvez seja porque não temos assunto. — menti dando de ombros

Termino de usar o mictório, subo minha bermuda e vou até a pia tentando parecer indiferente.

— Conta outra, certeza que você apontou alguma. — Fermín diz

— Ei, por que o culpado sou eu? — falei indignado

— Todo mundo sabe do seu jeito explosivo de ser Gavi. — Pedri fala

— De não saber levar um não... — isso veio de Fermín

— E principalmente de não saber perder e de odiar não está no controle da situação. — Félix fala e os
meninos concordam

Nossa, era assim que eles me viam?

— Gente, eu já falei... — suspirei — Não está rolando nada entre mim e a Eloísa.

— Se ainda não rolou... Aposto cem pratas que vai rolar agora em Ibiza. — Fermín fala

— Aposto mais cem que vai ser no segundo dia. — isso veio de Pedri

— Aposto mais cem que a Elô vai provocar e no fim de tudo deixar o Gavira na vontade. — Félix dá
uma risada

Eles estavam mesmo apostando na minha frente? Qual é.

— E eu aposto duzentos que não vai rolar nada e vocês estão ficando malucos! — falei irritado
Saio do banheiro pisando firme e vou em direção ao carro, abri a porta e entro dentro no mesmo.

Percebo que Eloísa já tinha voltado.

Olho pra ela, mas minha atenção mesmo vai toda no urso de pelúcia que ela tinha em mãos.

Ele estava vestido como um aluno da Grifinória.

Vejo as bochechas da loira corar em vergonha e eu mordo a parede interna da minha bochecha para
não rir e a fazer ficar ainda mais envergonhada.

— Não fala nada! — escuto a loira falar

Não me aguentando, dou uma risada fraca e ergo as mãos em sinal de redenção.

Observo ela colocar o urso sobre as pernas e ela procurar algo dentro da sacola, nesse meio tempo
olhei para frente vendo se estavam vindo.

Era pra ser uma pausa de quinze minutos.

— Quer? — Eloísa pergunta

Olhei para ela e levemente arregalei os olhos não acreditando.

Jujubas azedas, são simplesmente as minhas jujubas favoritas nesse mundo.

Eu já falei que sou extremamente viciado em doces? Se eu pudesse, viveria só à base de chocolates,
balas, jujubas e essas coisas.

Mas a nutricionista do time nos faz seguir a dieta arriscada, principalmente durante a temporada.

Apenas nas férias nos permitimos sair um pouco da rotina, mas é claro sem exagerar.

Outra coisa também que eu sou viciado é em Mc Donalds. Puta merda. Quando eu era criança eu e
meus pais íamos todos finais de semanas comer um hambúrguer.

Amava receber os prêmios surpresas.

— Com certeza! São as minhas favoritas. — respondi a Eloísa estendendo a minha mão

Escuto ela dar uma risada fraca e então colocar algumas na palma da minha mão.

As levei até meus lábios e senti Elô acompanhar esse meu gesto, acho que ela não percebeu, mas vi o
exato momento em que ela mordeu o lábio inferior.

Uma coisa é fato e não dá pra negar, a tensão sexual que rola entre a gente é gigante até nas coisas
mais simples.
Escuto ela suspira e olha para frente comendo as jujubas.

Ficamos em silêncio, até que alguns minutos depois ouvimos a porta se abrindo e os meninos
entraram.

Notei que Félix não estava com eles.

— Ué, cadê o Félix? — perguntei colocando o cinto

— Ferran pediu para ele ir com ele, disse que não aguenta mais segurar vela pra sua irmã e o seu
cunhado. — Pedri respondeu

Tanto eu quanto Eloísa demos uma risada. Os meninos colocaram o cinto e eu liguei o motor pisando
no acelerador.

De volta a estrada, não é mesmo?

Durante o resto do caminho, vez ou outra eu olhava para Eloísa e o ursinho em suas pernas.

Ela andou lendo os livros, bem, pelo menos, eu acho que ela leu, né.

Será que consegui fazê-la virar uma fã da saga como eu? Seria bom ter alguém para com quem falar
sobre.

Vez ou outra até tentei puxar assunto sobre, mas meu orgulho falava mais alto e eu deixava pra lá.

Se ela quisesse falar comigo, falaria.

Então pelo resto da viagem seguimos em silêncio.

Quando finalmente chegamos em Ibiza, eu soltei um longo suspiro de alívio agradecendo aos céus por
isso.

Não via a hora de chegar e descansar, minhas costas doem e meus dedos também. E eu nem vou falar
das minhas vistas.

— Desliga o ar condicionado e abre as janelas, Gavi! — escutei Eloísa falar

Fazendo o que ela pediu, desliguei o ar e desci os vidros da janela.

A vejo colocar a cabeça para fora sentindo o vento soprar em seu rosto fazendo seu cabelo bagunçar.

Involuntariamente abri um sorriso com isso, olhei pelo retrovisor e Pedri olhava para mim com uma
sobrancelha erguida e um sorriso sarcástico.

Revirei os olhos e o escutei rir.

— Nem acredito que chegamos! — Elô fala eufórica voltando pra dentro do carro
— Nem eu... — pensei que tivesse falado baixo mas pelo jeito ela escutou

— É a sua primeira vez aqui, Elô? — Pedri pergunta

— Sim! Tem pouco tempo que me mudei para a Espanha. — a loira comenta

— Ah, é? Você morava aonde antes? — Fermín pergunta de boca cheia

Confesso que essa pergunta aguçou minha curiosidade. Mas é claro, não falei nada.

— Já morei em Portugal por um ano, depois morei em Londres por mais um ano também e no início
do ano me mudei para Madrid. — ela fala

— Caramba! — os meninos falaram juntos

Londres? Então talvez isso explique muitas coisas.

Primeiro ela morou em Londres, no período em que Jude jogava pelo Borussia e agora que ele joga
pelo Real Madrid, ela mora justamente em Madrid.

Coincidências demais para o meu gosto.

A observava olhando a cidade pela janela parecendo uma criança empolgada vendo um parque de
diversões.

O GPS indicou que havíamos chegado em nosso destino, então parei o carro em frente a uma casa
enorme. Puta que pariu.

Mil vezes maior que a minha casa. Que isso.

— Bem, de acordo com o GPS, é aqui... — falei

Arregalei os olhos sentindo Eloísa quase subir em cima do meu colo para poder apertar a buzina. Até
mesmo fiquei sem reação na hora.

Ela tira o cinto e abre a porta descendo do carro correndo até as outras duas meninas que deduzi serem
as amigas dela.

Eu e os meninos descemos do carro ainda admirados com a casa.

— Mano, que casa é essa? — Pedri fala

— Cabe dois do meu apartamento! — Fermín comentou

— Gente... — Ferran se aproxima — Estou me sentindo desprovido de dinheiro. — ele fala e a gente
ri
— Imagine eu... — Félix fala entrando na conversa

Sem saber exatamente o que fazer, todo mundo ficou esperando as três garotas terminarem de
conversar.

Até que parecendo se lembrar da gente, Eloísa virou na nossa direção.

— Meninas... — Eloísa fala fazendo suas amigas olharem pra gente — Esses são, Pedri, Fermín,
Félix, Javi, Ferran, Aurora, Allana e... — percebi ela fazer uma leve pausa e suspirou antes de dizer o
meu apelido — Gavi...

— Nem acredito que são eles mesmo. — a morena de cabelos cacheados fala empolgada

— Nem eu... — a outra garota quem fala

— Gente... Essas são Abby, dona da casa e Lola. — Elô apresenta as amigas

Depois disso, eu e os rapazes fomos até o porta malas dos carros para retirar as malas enquanto as
garotas conversavam.

Alguns minutos depois e a tal Abby nos convidou para entrar e puta que pariu meu parceiro.

Isso não é uma casa normal não.

— E eu pensando que éramos ricos. — Aurora comenta comigo

— Tô me sentindo pobre! — Ferran fala olhando envolta

— Pobre? Tô me sentindo humilhado mesmo. — Pedri diz

— Vou nem dizer o que estou me sentindo. — Fermín fala

Escutei Eloísa deixar uma risada escapar se divertindo com os nossos comentários.

Provavelmente ela já deve está acostumada com a riqueza da amiga.

— Deixem as malas aí, depois um dos funcionários leva — Abby diz — Vamos fazer um tuor.

— Ah, não! Eu tenho que ir junto? — Lola choramingou

— Tem! — Abby fala sorrindo

Atendendo o pedido dela, deixamos as malas e a seguimos pela enorme casa de dois andares.

Isso aqui tem o tamanho de um campo de futebol e eu nem tô brincando.

O primeiro lugar que ela nos mostrou foi a enorme piscina e seu quintal, a piscina era tão grande que
ela era dividida em camadas.
Ela nos fala algo sobre não transar na mesma e eu sinto meu olhar vacilar olhando para loira que
prestava atenção no que a amiga dizia.

Bem... Não posso prometer nada.

•••

A casa tinha um quarto pra cada um, o que é ótimo, porque eu amo ter o meu espaço.

Tirei um cochilo de algumas horas e quando acordei, acordei até meio assustado sem saber onde eu
estava. Mas não demorou muito pra que eu recobrasse a consciência.

Sentei na cama e cocei os olhos bocejando, levantei e fui até às cortinas abrindo elas para a luz do sol
entrar.

Como chegamos aqui por volta do meio dia, agora ainda deveria ser umas três ou quatro horas da
tarde.

Peguei meu celular pra vê as horas e minha dedução estava certa, três e meia da tarde.

Dou uma passada no banheiro e que por falar nisso, que banheiro é esse, senhor.

Uso o vaso sanitário e escovo os dentes.

Saio de dentro do banheiro e vou até a porta saindo de dentro do quarto, atravessei o enorme corredor
e desci a escada.

Eu tinha que ir buscar meu carregador no carro.

A casa era um completo silêncio, só se ouvia os cantos dos pássaros e era repleta de funcionários.
Estava me sentindo em um hotel.

Cheguei no estacionamento e fui até o carro tirando o alarme do mesmo, abro a porta e retiro o cabo
USB do carregador do carro.

Percebi o urso que Eloísa tinha comprado hoje mais cedo caído ali no chão. O tomei em mãos e abri
um sorrisinho malicioso vendo a oportunidade perfeita.

Voltei para dentro da casa e fui direto subindo a escada, dei uma rápida passada no quarto onde estou
ficando, procurando na minha mala pelo meu perfume.

Borrifei uma boa quantidade do mesmo sobre o urso.

Sai de dentro do quarto e fui até onde ela estava ficando, antes de entrar, dei três batidas na porta.

— Entra! — a escutei dizer


Girei a maçaneta e entrei dentro do quarto fechando a porta logo em seguida.

Vejo a loira deitada na cama, com o último livro da saga do Harry Potter em mãos.

Seu rosto estava vermelho, principalmente a ponta do seu nariz. Ela estava chorando?

— Elô, tá tudo bem? — perguntei confuso

— Ele finalmente teve o final feliz dele. — ela fala entre soluços

Me segurei para não rir. Então ela realmente estava lendo os livros.

— Olha... Eu só vim te entregar isso. — mostrei o urso

— Ah, você o encontrou! — ela fala passando a mão no rosto limpando as lágrimas

— Tava no chão do carro. — dou um sorriso fraco

Me aproximei da cama e a entreguei o bicho de pelúcia, percebi o exato momento em que ela sentiu o
perfume. Mas, apenas disfarçou com um sorriso fraco.

— Obrigada! — ela falou

— Qual vai ser o nome dele? — perguntei como quem não quer nada

— Ah, não sei... Estava pensando em chamá-lo de... — ela finge pensar — Pablo Potter.

Ela me olha com um sorriso de criança atentada e eu dei uma risada.

— Pablo Potter? — ergui uma sobrancelha — Esse nome não me é estranho. — finjo pensar

— Eu gosto. — ela deu de ombros

Ficamos em silêncio por alguns minutos apenas nos encarando, passei a língua nos lábios nervoso e
vejo ela descer os olhos para eles.

— Bem... — ela fala me fazendo piscar e voltar para a realidade — Obrigada mais uma vez por ter
trazido o Pablo, agora de me dá licença, vou tomar banho.

Ela estava querendo me tirar do quarto, saquei.

— É... Tá bom, eu já vou indo. — apontei para a porta

Dou um sorriso fraco e faço uma aceno com a cabeça indo até a porta, abri a mesma e sai de dentro do
quarto dela.

No corredor solto o ar que nem eu mesmo tinha percebido que estava segurando.
Olha, definitivamente eu irei pro céu por está resistindo tanto a essa mulher. Diaba.
CAPÍTULO TRINTA E SETE
ELOISA

Depois de sete longas horas de viagem e com Gavi sendo o motorista, tudo o que eu mais precisava
era dormir.

Por sorte, essa casa é tão grande que tinha um quarto para cada um, então quando entrei no que eu iria
ficar a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho daqueles de lavar a alma, vesti uma roupa
daquelas bem mendigas e me jogar na cama.

Apaguei na mesma hora em que meu corpo entrou em contato com o colchão macio parecendo uma
nuvem.

Bem, nunca deitei numa nuvem, mas imagino que seja igual.

Dormi por aproximadamente umas duas horas e já me sentia renovada.

Peguei meu celular e respondi algumas mensagens da minha família e logo o larguei de lado indo até
minha mala pegando o livro que eu trouxe.

Era o último da saga Harry Potter, eu vim lendo algumas páginas durante a estrada, então já estou
quase acabando o mesmo.

Deitei na cama e comecei a ler, enquanto passava as páginas eu lembrei do ursinho que comprei hoje
mais cedo.

Olhei envolta e não o encontrei em lugar algum. Devo ter deixado o coitado no carro. Depois eu vou
lá dar uma olhada.

Quando estou lendo, eu esqueço de tudo e de todos, então estava tão concentrada na leitura, que
quanto mais ia chegando próximo do fim, me sentia emocionada.

Favor não me julgar, eu realmente tinha me apegado na história do trio de amigos.

Ao ler as últimas páginas, senti meus olhos se encherem de água me emocionando.

E lá estava eu, chorando que nem uma boba por causa de um livro de bruxos.

Me assustei quando escutei alguém bater na porta do quarto, merda.

— Entra! — falei sentindo minha voz embargada

Logo vejo a porta ser aberta, e quando olhei para a mesma vi que era Gavi.

Vejo ele ficar confuso ao me encontrar nesse estado.

— Elô, tá tudo bem? — ele perguntou todo confuso


— Ele finalmente teve o final feliz dele. — respondi entre soluços

Eu encarava o nada ainda esperando minha ficha cair pelo livro ter chegado ao fim.

Isso está doendo mais do que uma facada no peito. Acreditem.

— Olha... Eu só vim te entregar isso. — ele me mostra o urso

— Ah, você o encontrou! — falei passando a mão em meu rosto limpando as lágrimas

— Tava no chão do carro. — ele deu uma risada fraca

Gavi se aproxima da cama e me entrega o urso, ao ter ele em minhas mãos a primeira coisa que eu
sinto é o cheiro.

O perfume de Gavi estava por toda parte da pelúcia.

Mas que filho da mãe, ele fez questão de deixar o urso com o seu cheiro pra me fazer lembrar dele.

— Obrigada! — agradeci com um falso sorriso nos lábios

— Qual vai ser o nome dele? — Gavi pergunta

Finjo uma cara pensativa olhando para o moreno na minha frente, abro um sorriso de canto ao ter uma
ideia.

— Ah, não sei... Estava pensando em chamá-lo de... Pablo Potter. — falei e vejo ele levemente
arregalar os olhos

Olhei para ele sentindo um sorriso de criança atentada em meus lábios, Gavi deu uma risada.

— Pablo Potter? — ele ergue uma sobrancelha — Esse nome não me é estranho. — vejo ele fingir
pensar

— Eu gosto. — dei de ombros

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas olhando um para o outro, meus olhos são atraídos
para os seus lábios quando o vejo passar a língua por eles.

Provavelmente nervosos com a situação.

Estamos passando tanto tempo juntos, que já até consigo ler perfeitamente os sinais que Gavi dá,
principalmente quando está nervoso.

— Bem... — falei e vejo ele piscar voltando para a realidade — Obrigada mais uma vez por ter
trazido o Pablo, agora de me dá licença, vou tomar banho. — minto
A real, era que eu queria que ele saísse, porque mais um minuto e eu mandava o castigo do silêncio
que venho fazendo com ele pra casa do caralho.

— É... Tá bom, eu já vou indo. — ele aponta para a porta

O escuto dar uma risada fraca e fazer uma aceno com a cabeça indo até a porta, ele a abre e sai de
dentro do quarto.

Quando ele faz isso, finalmente solto o ar que estava prendendo sem ao menos perceber.

Meu Deus, até o final do verão, esse garoto vai ter me tirado toda minha sanidade.

•••

Todos ainda muito cansados da viagem, decidimos ficar em casa essa noite e fazer um programa leve.

Os meninos jogavam ping pong na mesa que Abby tem, enquanto nós, mulheres, estávamos sentadas
perto da área da piscina tomando vinho e colocando o assunto em dia.

Como eu estava sentindo saudades das fofocas diárias com Abby e Lola.

— Então, Elô... Como está sendo dar pra aquele gostoso? — Abby pergunta

— Aí, por favor, sem detalhes... Se não vou vomitar. — Aurora fala fazendo uma careta e a gente riu

— A gente não está transando! — respondi dando um gole em meu vinho

— Não? — isso veio de Allana

— Não! Só estamos nos... Pegando. — dei de ombros

— Eu sabia! — Aurora fala e eu fico sem jeito

— Não queríamos que ninguém soubesse, mas vocês são espertas. — falei diretamente para Aurora

— Até quem é daltônico consegue enxergar que rola algo entre vocês dois. — Aurora fala

— Verdade! Tem uma tensão sexual muito grande entre vocês. — Allana comentou

— E por que ainda não transaram? — Lola pergunta

Embora elas soubessem que estava acontecendo algo entre eu e Gavi, eu não tinha entrado muito em
detalhes sobre isso.

— Assunto dele, não posso falar... — suspirei — Mas tudo o que eu posso dizer é que estamos indo
com calma. — falei e tanto Abby quanto Lola riram

— Você indo com calma? — Lola fala entre risadas


— Quem é você e o que fez com a nossa amiga? — Abby diz e eu revirei os olhos

— Eu sei ir com calma quando eu quero, tá? — mostrei a língua em um aro infantil

— Ah, claro... E agora eu acredito em papai Noel. — Abby fala revirando os olhos tomando um gole
do seu vinho

— Não, é sério! Eu juro que a gente ainda não transou porque estou indo no ritmo dele. — falei séria

— Meu Deus, o milagre acontecendo! — Lola comenta

— Certeza que isso deve tá te deixando maluca! — Abby fala e eu suspiro

— E como... Me sinto como uma virgem inexperiente que tem medo de passar da fase dos beijos. —
falei levemente arregalando os olhos

— O meu irmão é assim mesmo, ele sempre foi mais devagar nas coisas... Por isso sempre digo que a
mamãe e o papai o deixaram muito mal acostumado. — Aurora comenta

— Não é culpa dele, ele só é muito inseguro... — dei de ombros

— Fora de campo, né? Porque quem assiste aos jogos do Barcelona, sabe muito bem como é o
temperamento do Gavira. — Allana fala

E isso me faz pensar que eu nunca assisti a algum jogo do Barcelona.

— Tenho que concordar com você! O meu irmão dentro do campo parece outra pessoa. Não tem nada
desse garoto tímido e na dele que costuma ser. — Aurora fala

— Ele precisa de alguém que o desafie igual seus oponentes dentro de campo. — comentei passando
meu dedo na borda da taça pensativa

— Ah, então ainda bem que ele tem você! — Abby fala

— Sim! Porque se tem alguém que é um desafio, esse alguém é você. — esse comentário vem de Lola

— Parem de me difamar assim... Desse jeito as meninas vão achar que sou uma maluca, ou sei lá... —
dei uma risada fraca

As meninas riram e eu dei uma risada fraca às acompanhando.

Continuamos a nos embriagar e fofocar, até que o vinho acabou.

— Deixa que eu pego outra garrafa! — falei já me levantando

Elas continuaram a conversa enquanto eu me afastava indo em direção a cozinha.


A adega de vinhos da casa era grande e repleta de vinhos de vários anos, de frente para ela, fiquei
confusa sobre qual ano pegar.

Mordo meu lábio inferior e escolhi pegar a do ano em que eu nasci, dois mil e um.

Só que tinha um pequeno detalhe, ela estava em um altura que eu não conseguia alcançar nem nas
pontas dos pés.

Estico os braços na tentativa de pegá-la de todos os jeitos, até dei alguns pulinhos, mas de nada
adiantou.

Merda. Que saco.

Fiquei irritada passando a mão em meu cabelo, até me assustar vendo um braço passar ao lado da
minha cabeça e pegar a garrafa que eu queria.

Só pelo cheiro do perfume eu já sabia quem era.

Me virei pra ele que analisava a garrafa do vinho.

— Dois mil e um?! — ele ergue uma sobrancelha

— Ano que eu nasci. — dou um sorriso fraco

— Finalmente descobri sua idade. — Gavi dá uma risada fraca

Isso me fez pensar que eu realmente nunca havia falado quantos anos eu tenho.

— Pois é, vinte e um aninhos de pura gostosura. — pisquei

Peguei o saca rolhas e ele me deu a garrafa.

— Você é dois anos mais velha que eu, injusto. — ele finge resmungar

— É por isso que eu te chamo de baby boy. — dou uma risada fraca abrindo a garrafa

Joguei a rolha dentro do enorme "aquário" que ficava ali na adega, tinha várias outras rolhas ali.

Peguei uma taça e coloquei um pouco do vinho dentro dela a entregando para ele.

— Obrigado! — ele pega a taça da minha mão

— É... Eu vou voltar para as meninas. — sorrio sem mostrar os dentes

Ia passar por ele, mas sinto o mesmo segurar meu pulso.

— Espera... — o escutei falar e logo em seguida suspirar


— O que foi? — me virei de volta para ele

Me pegando de surpresa, sinto sua mão entrar dentro do meu cabelo e ele tomar meus lábios para si
dando início a um beijo.

Sinto sua língua entrar dentro da minha boca e eu me desmancho em seus braços envolvendo os meus
envolta do seu pescoço.

Arfei quando ele apertou minha cintura e deu impulso me colocando sentada sobre a ilha.

Envolvi minhas pernas em seu quadril o puxando mais para mim sedenta por isso.

Minha vontade era jogar tudo pro ar e pedi para que ele me fodesse aqui e agora.

Mas eu me recuso a ser a primeira a dar esse passo.

Não deveríamos nem nos beijar.

Ao me lembrar disso nos afastei e o empurrei.

— Você não deveria ter feito isso. — tentei soar brava

Eu estava ofegante e um pouco desnorteada.

— Vai da uma de maluca agora e fingir que não queria?! — ele dá uma risada sarcástica

— Não, eu não queria! — desço de cima da ilha

— Ah, por favor, né, Eloísa! — o vejo revirar os olhos

— Me escute, Pablo, fique bem longe de mim! Tá me ouvindo? — apontei o dedo indicador em seu
rosto

Saindo pisando forte me afastei dele voltando para onde eu estava antes com as meninas.

Coloquei o vinho entre elas de uma forma agressiva e elas perceberam que algo tinha acontecido, mas
não disseram nada.

Sentei e levei minhas mãos até o meu cabelo puxando os fios para trás.

Eu tenho que ser forte e resistir a tentação. Custe o que custar.


CAPÍTULO TRINTA E OITO
ELOISA

Que comece então, a semana mais apocalíptica da minha vida. Primeiro dia em Ibiza e hoje todos
acordamos cedo para irmos passar o dia todo no iate da família Martinez.

E a noite, iremos pro famoso Ushuaia, já que Abby conseguiu pulseiras e ingressos vips pra gente de
graça.

Ao levantar hoje de manhã, como de costume tomei meu banho e fiz tudo o que eu tinha que fazer de
higiene pessoal, escolhi um biquíni verde com alguns degradê em amarelo.

Bem brasileiro.

Coloquei um short jeans e uma blusa curta de manga longa.

Tudo o que eu ia precisar usar coloquei dentro de uma bolsa de praia mesmo, calcei meus chinelos,
passei meu bom e companheiro gloss de cereja e sai de dentro do quarto.

Atravessei o corredor e desci a escada indo em direção a cozinha onde todos já se encontravam
presentes e muito animados para o dia.

Olhei com os olhos arregalados para os meninos vendo eles comendo parecendo um bando de presos
que não comiam a mais de um século.

Jesus, bem que dizem que atletas comem igual leões.

— Bom dia! — falei com todos

— Bom dia! — todos responderam juntos

Meu olhar recai sobre o moreno que estava com sua velha e clássica cara de poucos amigos sentado
mais afastado dos demais enquanto tomava seu café tranquilamente.

Ergui uma sobrancelha e dei uma risada fraca balançando a cabeça em sinal negativo.

Puxei uma cadeira e me sentei colocando a bolsa sobre meu colo.

— Animados pro dia de hoje? — perguntei pegando um copo

— Muito! Fazia tempo que eu não vinha para Ibiza. — Allana fala

— A gente vai aonde? Formentera? — Pedri pergunta de boca cheia

— Vocês quem sabe, querem ir pra lá? — Abby pergunta


Todos concordaram e eu apenas fiquei na minha, afinal de contas, não fazia a menor ideia de onde
ficava isso.

Me servi com uma xícara de café com leite quente e uma fatia de pão com doce de leite.

Vez ou outra eu olhava para Gavi que agora conversava e ria de algo juntamente com Ferran, quando
sinto sua atenção vim para mim, rapidamente desvio meus olhos deles.

Eu tenho que ser forte, eu tenho que resistir.

O caminho de Ibiza até a tal outra ilha de Formentera durou cinco horas de carro, se eu soubesse, não
teria vindo.

Parece que estou vivendo mais dentro de um carro do que em terra firme.

Chegamos em um certo ponto onde tivemos que deixar o carro em um lugar específico e continuar
nosso caminho a pé.

Estávamos sendo guiado o tempo todo por um dos funcionários de Abby.

O sol estava castigando e eu já não aguentava mais andar, até que finalmente chegamos nos cais onde
ficavam as lanchas e os iates.

Coloquei minha mão sobre meus olhos devido ao sol encarando o enorme iate a nossa frente.

— Tá legal, precisamos conversar sobre o qual pobre estou começando a me sentir. — isso veio de
Ferran

— Conheçam a Abby! — Abby fala animada sorrindo de orelha a orelha

— O Iate tem seu nome? — Félix deu uma risada

— Sim, porque ele é meu! Meus pais me deram de presente no ano passado. — Abby revira os olhos
para Félix

— Meu Deus, eu sou tão desprovido de dinheiro. — Pedri fala olhando para o iate

Todos estavam bem chocados com o tamanho, parecia mais uma casa aquática.

O funcionário de Abby avisou que já estava tudo certo para embarcamos, então, entramos pela parte
de trás do iate.

Estou começando a me sentir desprovida de dinheiro igual aos meninos.

Sabia que Abby era rica, mas a esse nível? Agora entendi porque ela quase nunca fala sobre sua
família.

— Sejam bem vindos! — Abby fala abrindo os braços


— Pow... Ia ser dahora refazer a cena do barco de 365 dias aqui em! — escutei Fermín comentar com
os meninos que riram

— Os quartos ficam lá em baixo, assim tal como a cozinha e os banheiros. — Abby explica

— Eu moraria tranquilo aqui. — Ferran comenta

— Oliver, onde está o helicóptero? — Abby pergunta para o seu funcionário

— Ah, seus pais precisaram dele senhorita. — o moço responde

— Certo... — Abby revira os olhos

Depois de Abby ter submetido todo mundo a uma tuor pelo iate, finalmente pudemos nos estabelecer
em algum lugar.

Enquanto nós mulheres ficamos nas espreguiçadeiras para tomar sol, os meninos ficaram na área de
baixo usando a mesa de ping pong.

Aproveitando que só estava a gente, Abby, Lola e Aurora aproveitam pra fazer topless para não
ficarem com a marca do biquíni.

Diferente de mim e de Allana que até bronzeado passamos pra justamente ficarmos com as
marquinhas.

Coloquei um boné na cabeça, o sol está tão forte que tenho certeza de que ficaria com dor de cabeça
mais tarde.

Os funcionários de Abby toda hora se aproximavam nos servindo drinks bem gelados, o que era uma
maravilha devido as circunstâncias.

Estava virada brusco de olhos fechados apenas aproveitando o sol.

No barco inteiro era possível se escutar Ludmilla, já que era a minha playlist que estava passando.

Meu maior desejo é algum dia ir no show dessa deusa e quando eu for ao Brasil, com certeza vou sem
nem pensar duas vezes.

Nem que eu tenha que dividir em cinco vezes no cartão de crédito.

— Meninos! — escutei Aurora resmungar

Abri os olhos e desci o óculos vendo o que estava acontecendo. Os meninos tinham subido para área
de cima.

E as meninas ainda estavam lá, todas com os peito pra jogo, dei uma risada fraca vendo elas se
apressarem em vestir o biquíni.
— Não se incomodem com a nossa presença garota. — Fermín fala malicioso

Por um lado, ele não estava tão errado, afinal de contas, elas ficam assim nas praias, na frente de um
monte de gente estranha.

— Ninguém vai vê os peito da minha namorada não, euem. — Javi fala fazendo uma careta

— E nem eu quero vê os peitos da minha irmã, obrigado! — Gavi fala também fazendo uma careta

— Mas o da Eloísa você quer né seu safado! — Aurora da uma risada

— Ih, me tirem fora dessa! — me prontifico virando de barriga pra cima

Os meninos se juntam a gente e voltei a fechar meus olhos balançando meus pés ao ritmo das músicas
que passavam.

Com todo respeito a Bruna, mas eu deixaria a Ludmilla fazer qualquer coisa comigo.

Que isso, essa mulher canta demais.

Me sento na espreguiçadeira e procuro pelo meu protetor solar, quando o encontrei, coloco uma boa
quantidade do produto em mão e o espalho por todo meu corpo.

Suspirei frustrada por saber que não conseguiria passar atrás sozinha.

— Alguém me ajuda a passar o protetor solar nas costas? — perguntei em alto e bom tom

Vejo os meninos tudo se encarando, sem dizer nada, Gavira se levantou e caminhou em minha
direção.

— Alguém que não seja você. — revirei os olhos

— Para de bobeira, Eloísa. — isso veio de Abby

Bufei e olhei para Gavi que tinha um sorriso de canto nos lábios, cafajeste.

Me virei de costas e ele se sentou na minha espreguiçadeira, joguei meu cabelo pro lado deixando
tudo livre atrás.

Engoli em seco quando senti ele desfazer o nó do meu biquíni, logo em seguida senti suas mãos
grande e grossas deslizar por minha pele.

Primeiro ele passa por toda extensão das minhas costas e eu escondo meu rosto entre meu braço
mordendo meu lábio inferior quando sinto ele descer as mãos pela minha bunda.

— Não vale ficar de pau duro em, Gavira! — Ferran fala e todo mundo rio
Até mesmo eu. Fechei os olhos aproveitando as mãos dele em meu corpo, imaginando mil e uma
coisas pervertidas.

Como seria bom sentir essas mãos em outra ocasião, onde estaríamos só nós dois em quatro paredes.

— Pronto! — escutei Gavi falar amarrando meu biquíni de volta

Poxa, agora que estava começando a ficar bom.

— Obrigada! — falei com a voz mais rouca que o normal

— Acho que quem ficou excitado não foi o Gavi. — Abby fala me provocando e o pessoal riu

Mostrei meu dedo do meio para ela que me mandou um beijo no ar.

Talvez ela não esteja tão errada, se eu fosse homem, com certeza agora estaria de pau duro. Merda.

•••

A essa altura do campeonato, todos estávamos levemente mais felizes do que o normal.

Não diria que bêbados completamente, até porque, temos que guardar energias para hoje a noite.

Combinamos de que iríamos vê o pôr do sol em alto mar e depois iríamos embora.

Estávamos todos sentados próximos a uma mesa que fica no deck do iate jogando baralho.

Na verdade, eu estava assistindo eles jogando, porque como já comentei, não sei jogar está merda de
jogo.

— Aí, cansei disso... — Lola comenta

— Pior que eu também. — Pedri fala

— Vamos jogar outra coisa... — Aurora fala

Abri um sorriso travesso de canto e virei a garrafa de vodka que estava em cima da mesa.

— Verdade ou consequência! — falei

— Isso não é jogo de criança?! — Abby deu uma risada

— Não se jogar do jeito certo! — pisquei

Chamei um dos funcionários de Abby e pedi a ele em seu ouvido para nos trazer uma garrafa de
vodka.

Não demorando muito, logo ele trouxe a garrafa e os copos de shot.


— Quem não quiser falar a verdade, bebe um shot, quem não quiser cumprir o desafio, bebe dois... —
enchi um copo grande com a tequila — No final, aquele que menos cumprir desafios e menos falar
verdade, tem que beber toda essa tequila e pular no mar... Pelado!

— Duas verdade e uma consequência? — Fermín pergunta animado

— Pode ser! — dei de ombros

Todos concordaram jogar, até mesmo Gavi, o que confesso me surpreendeu.

Girei a garrafa e logo de cara caiu de Javi para Pedri.

— Já sabe o jogo, Pedroca... — Javi fala batendo as mãos sobre a mesa

— Verdade! — Pedri fala virando um shot por conta própria

Javi pareceu pensar, até que Aurora sussurrou algo no ouvido do namorado que o fez abrir um sorriso
malicioso.

— Quem aqui dessa roda, você levaria pra passar cinco minutos no paraíso? — Javi pergunta

— Claro que o meu boy, né galera... — Pedri finge uma voz mais fina — Gavira. — ele pisca para o
moreno que faz uma careta

Todo mundo riu e Javi gira a garrafa fazendo ela cair entre Ferran e Félix.

— Verdade ou consequência? — Ferran pergunta

— Verdade vai... — Félix responde na maldade

Ele fez isso só porque sabe que a próxima pessoa que a garrafa cair, terá que pagar uma consequência.

— Você voltaria com a sua ex que te traiu? — Ferran brinca com as sobrancelhas as levantando e
abaixando

— Caralho em, vocês gostam de ficar me lembrando dos meu chifres! — Félix revira os olhos — E a
resposta é claro que não, eu não voltaria.

Irritado, Félix gira a garrafa novamente e dessa vez, ela cai entre Aurora e Abby.

— Me fudi! — Abby fala e todo mundo ri

— Como só te restou consequência... Eu te desafio a... — Aurora pensa olhando envolta — Beijar o
Félix. — ela fala

— Até parece! — minha amiga fala virando dois shot sem nem pensar
Vejo o pobre João revirar os olhos, acho que alguém queria esse beijo em.

Abby gira a garrafa e caí entre mim e Gavi, ele olha para mim com uma sobrancelha erguida.

— Verdade! — ele responde antes mesmo que eu fizesse a pergunta

Dou um sorriso malicioso e uma risada anasalada.

— Qual foi o maior tempo que você já durou na cama? — perguntei na má intenção

Vejo Gavi ficar sem graça e passar a mão em seu cabelo. Logo virando um shot.

— A gente te entende mano... Passou de três minutos vira podcast. — Ferran fala e todo mundo riu

Menos é claro, Gavi, que mostrou seu dedo do meio para o amigo.

Giro a garrafa e caí entre Allana e Lola.

— Verdade ou consequência? — Allana pergunta

— Consequência! — Lola fala

— Ai, senti firmeza! — falei rindo

— Bem... Eu te desafio a... — Allana pensa — Beijar o Pedri, por um minuto, sentada no colo dele.

Vejo Lola fica envergonhada com isso, até mesmo pensei que ela ia virar os shot.

Mas não, ela levantou e caminhou em direção ao moreno que olhava pra ela parecendo esperançoso.

Lola se senta sobre o colo de Pedri apoiando suas mãos nos ombros do jogador.

Fermín faz questão de ligar o cronômetro só para fazer encrenca.

— Valendo! — ele fala parecendo uma presentador de televisão

Logo os dois aproximam o rosto um do outro dando início a um beijo daqueles. As mãos de Pedri
agarram as coxas de Lola subindo e descendo.

Não demorou muito para que logo batesse o um minuto dado, mas os dois não pararam e ficaram por
mais quatro minutos se agarrando.

— Ou... Tá bom! Tá bom! Procurem um quarto. — Abby fala rindo

Os dois se afastando ofegantes e vejo Lola sair do colo de Pedri envergonhada voltando para o seu
lugar.

Garrafa girada, continuamos o jogo.


Depois de muitos shot, decidimos que iríamos jogar a última rodada, porque todo mundo já estava
começando a ficar bêbado.

A garrafa cai entre eu e Félix. Só me restava desafio.

— Manda... — falei e ele abriu um sorriso de quem ia aprontar

— Escolha qualquer pessoa aqui presente... Menos é claro, Javi ou Aurora... Pra você beijar em cima
da mesa. — ele fala desafiador

Dei uma risada fraca e balancei a cabeça negando, olhei para Gavi e vi os olhos dele brilharem em
entusiasmos e expectativa.

— Abby... — olhei para a minha amiga

Ela deu uma risada não acreditando, porém não negou.

Nós duas subimos juntas em cima da mesas ficando no meio dela, onde todos podiam nos ver.

— Você me paga! — ela fala só pra mim escutar

— Relaxa, eu beijo bem. — pisquei

— Beija mesmo viu... — isso veio de Félix

Coloquei minha mão no rosto de Abby e aproximei nossos lábios, pensei que ela não ia deixar eu
colocar a língua.

Mas a própria que tomou essa iniciativa, então quando sinto sua língua entrar em contato com a
minha, enfio minha mão dentro dos seus cachos dando mais intensidade.

Nos beijávamos de uma forma lenta, porém provocante.

Desço minhas mãos para sua cintura a puxando mais para mim, a sinto abrir um sorriso entre meus
lábios.

Quando paramos, dei uma leve mordida em seu lábio inferior e ela riu.

— Só eu que tô precisando ir no banheiro? — escuto Fermín perguntar

— Não! — praticamente todos os meninos respondem

Eu e Abby rimos e demos um rápido selinho antes de descemos da mesa.

Girei a garrafa e ela caiu entre Lola e Gavi.

— Verdade ou... — ele nem a espera terminar


— Consequência! — Gavi da de ombros

Lola parede pensar, até que Abby fala algo em seu ouvido olhando diretamente pra mim.

Ah, pronto. Vai sobrar pra mim.

— Bem... Eu te desafio a beber tequila no corpo da Elô. — Lola fala

Escondi meu rosto entre minhas mãos querendo gritar. Pra que inimigos com amigas como essa.

Pensei que Gavi não ia aceitar, mas ele aceitou, o que fez a situação piorar mais ainda.

— Vai ter que finalizar tudo, pegando esse shot da boca dela e virando. — Abby fala

Eu as odeio com todas minhas forças.

Suspirei fundo e subi em cima da mesa me deitando nela me sentindo um bicho em exposição no
museu.

— Abre a boca! — Abby fala

— Eu te odeio! — falei

Se divertindo com a situação, ela colocou o copo de shot em minha boca.

Vejo Gavi subi em cima de mim e olhar em meu rosto parecendo me analisar. Eu sei que no fundo no
fundo, ele estava amando ter que fazer isso.

Me remexi quando senti jogarem tequila próximo a calcinha do meu biquíni e subirem jogando o
líquido pela minha barriga.

Arfei quando senti a boca de Gavi sugar a região próximo a minha intimidade e lentamente subir com
a língua por toda região da minha barriga de uma forma lenta e provocante.

Como de costume, ele deixou um leve chupão próximo ao meu umbigo.

Sinto mais tequila ser despejada em meu corpo e dessa vez em meus seios, o jogador aproxima o rosto
entre eles e lambe o "V".

Puta merda.

Tequila é despejada em meu pescoço e rapidamente Gavi desliza a língua pela região, deixando ali um
chupão.

Desgraçado, ele estava marcando território.

— Pronto, agora quero vê algum cara chegar perto de você essa noite. — ele sussurra em meu ouvido
Pegando o copo de shot da minha boca com sua própria boca, ele vira o mesmo olhando pra mim com
um sorriso vitorioso.

Eu juro que esse garoto me paga.

No final de tudo, sem saber quem foi que menos fez "pontos", todo mundo bebeu do copo grande
cheio de tequila.

E nos jogamos do alto do iate pelados.

Todo mundo jogando água um no outro e rindo horrores.

Acho que essa foi uma das melhores tardes que eu já tive na minha vida.
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
PABLOGAVI

Nunca gostei de participar de verdade ou consequência. Sempre achei coisa de criança ou adolescente
que está desesperado para dar seu primeiro beijo na pessoa que gosta.

Mas quando a loira sugeriu essa brincadeira, foi impossível ficar de fora e na minha cabeça eu torcia
para que alguém me pedisse para fazer algo que a envolvesse.

Jogamos algumas rodadas e nada, já estava começando a ficar levemente irritado.

Até que a garrafa caiu entre Félix e Eloísa, ele sabia o quanto eu estava querendo isso.

E quando o ouvi dizer o desafio, senti uma esperança crescer.

— Escolha qualquer pessoa aqui presente... Menos é claro, Javi ou Aurora... Pra você beijar em cima
da mesa. — Félix fala

Escuto a loira da uma risada e balançar a cabeça negativamente, vejo seu olhar recair sobre mim e eu
puta merda.

Já começava a criar certas esperanças.

Mas que logo foram tiradas por Eloísa ao ela dizer outro nome que não era o meu, pegando a todos de
surpresa.

— Abby... — ela desvia seu olhar de mim olhando para a amiga

Abby deu uma risada e eu soltei um suspiro passando a mão em meu cabelo sem acreditar.

Vejo as duas subindo em cima da mesa ficando no centro dela onde todos nós pudéssemos as vê.

Abby sussurra algo rindo para Eloísa que logo a responde.

— Relaxa, eu beijo bem. — a loira pisca um olho só para ela

— Beija mesmo viu... — isso veio de Félix

Olhei para o meu amigo com uma certa carranca e ele deu de ombros.

Voltando a atenção para as garotas em nossa frente, todo mundo ficou em choque quando elas
começaram a se beijar.

Meu queixo caiu e eu senti minha pulsação ficar mais acelerada. Porra.

A mão de Eloísa entra dentro do cabelo de sua amiga dando intensidade ao beijo, as duas se beijavam
de forma lenta porém provocante.
Eu e os rapazes olhamos um pra cara do outro sem acreditar, enquanto as meninas riam da nossa cara.

Me remexi desconfortável sentindo algo acorda.

Ainda mais quando Elô puxou Abby pela cintura e as duas roçaram uma na outra.

Escuto suspiros quando as duas param de se beija, Eloísa ainda fez questão de deixar uma leve
mordida no lábio inferior de sua amiga.

— Só eu que estou precisando ir no banheiro? — Fermín perguntou

— Não! — todos nós rapazes respondemos juntos

As meninas riram e deram um breve selinho antes de saírem de cima da mesa e voltarem para os seus
lugares.

Eloísa girou a garrafa e ela caiu entre eu e sua outra amiga, a tal de Lola.

— Verdade ou... — eu nem espero ela terminar de falar

— Consequência! — dei de ombros

Tentava parecer indiferente, mas eu estava torcendo para que ela me pedisse pra fazer algo que
envolvesse a sua amiga.

Lola pareceu pensar, até que Abby se aproximou de seu ouvido e sussurrou algo olhando diretamente
pra Eloísa.

Sim, mil vezes sim. Finalmente.

— Bem... Eu te desafio a beber tequila no corpo da Elô. — ela fala

Dou um sorriso satisfeito e comemoro mentalmente, mas tento transparecer ao máximo que não
estava ligando tanto para o desafio.

Eloísa escondeu o rosto entre as mãos, eu sabia que ela estava me evitando durante todo o dia e agora
chegou o momento perfeito.

— Eu aceito o desafio! — falei e virei um shot

— Vai ter que finalizar tudo, pegando esse shot da boca dela e virar ele! — Abby falando enchendo
um dos copinhos

Conseguia sentir o ódio que Eloísa estava sentindo das amigas nesse momento.

A escuto suspirar e então a loira subiu em cima da mesa, deslizei meus olhos por ela deitada ali e se
passaram mil e uma coisas na minha cabeça.
Vejo Abby se aproximar dela e colocar o copinho de shot em seus lábios.

Quando ela se afastou, eu subi em cima da mesa ficando por cima da loira analisando cada centímetro
do seu belo rosto. Vou mentir não, eu tô adorando isso aqui.

Abby joga a tequila sobre o corpo da amiga, fazendo questão de o primeiro lugar ser na barra da sua
calcinha e logo em seguida ela sobe despejando o líquido pela barriga de Elô.

Desci o tronfo e aproximei meus lábios da região próxima a sua intimida lambendo lentamente a
bebida de seu corpo, a escutei arfa e todo seu corpo se arrepiar quando eu subo com a linha pela sua
barriga.

Fazendo questão de deixar um leve chupão ali.

Logo Abby despeja outra boa quantia de tequila no "V" dos seios da loira e eu faço questão de
aproximar meus lábios da região, passando minha língua ali.

Quando Abby jogou a bebida no pescoço de Eloísa, subi com a boca até lá e fiz questão de deixar um
chupão ali.

Vejo o queixo dela cair desacreditada e me aproximei do seu ouvido.

— Pronto, agora quero vê algum cara chegar perto de você essa noite. — sussurrei descendo uma
oitava em meu tom de voz

Aproximei nossos lábios e peguei o shot com a boca e eu abro um sorriso vitorioso virando a tequila.

Era extremamente incrível vê a íris dela brilhando em tesão.

No final de tudo, todo mundo teve que beber do copo grande cheio de tequila e se jogar no mar
pelados, já que ninguém contou quem se recusou mais a fazer as coisas.

Até que hoje não foi um dia ruim, deu pra se divertir bastante.

•••

Todo mundo tava morto de cansaço, mas ainda nos restavam ir para o famoso Ushuaia, já que Abby
conseguiu pulseiras e ingressos vips pra gente.

O caminho de volta para Ibiza foi em silêncio, todo mundo dormindo.

Quando chegamos na casa de Abby, todo mundo subiu para o quarto que tá ficando.

Ao entrar no meu quarto, olhei para a cama e pensei seriamente em me jogar nela e apagar.

Mas, solto um longo suspiro e me dirigi até o banheiro tirando a roupa que eu estava usando e
entrando no box, liguei o registro e deixei a água cair sobre meu corpo.
Enquanto tomava banho, minha mente viajava lembrando das cenas de hoje mais cedo, minha língua
vagando no corpo de Eloísa, ela se arrepiando como resposta. O beijo dela com Abby.

Porra.

Meu sangue começa a circular mais rápido e minha pulsação acelera, encostei minha testa na parede
gelada e fechei os olhos. Estou excitado, caralho.

Respirava fundo tentando pensar em outras coisas que não fosse isso, mas ficava cada vez mais difícil.

Antes mesmo que eu tivesse controle dos meus atos, seguro em minha base fazendo um movimento
de vai e vem me estimulando. Alguns gemidos escapavam por meus lábios enquanto eu tombava
minha cabeça para trás.

Eu nunca fui do tipo de cara que fica se tocando e em menos de três semanas, Eloísa já me fez fazer
isso três vezes pensando nela.

Aquela diaba loira. Eu odeio essa garota.

Me assusto quando escuto a porta do box ser aberta, virei e vejo que era ela.

Claro que ela, não poderia ser outra pessoa, se não a causa de todos os meus problemas.

Vejo seus olhos descerem e ela morder o lábio inferior vendo minha mão no meu pau.

— Precisa de uma ajudinha? — ela pergunta sarcástica

— O que tá fazendo aqui? — perguntei ofegante

— Precisava te agradecer por isso. — ela vira o rosto

O chupão que eu havia feito era evidente e eu dou uma risada fraca.

— De nada! — falei irônico

Eloísa me empurra contra a parede me fazer gemer devido ao impacto.

Sinto minha respiração acelerar quando vejo ela me encarar e começar a se ajoelhar na minha frente.

— Pede, Gavi! — ela fala toda mandona

Ela me olhava feito uma leoa faminta, mordendo o lábio e com as pupilas dilatadas.

— Me chupa, Elô! — saiu quase em um sussurro agonizante

Dando um sorriso satisfeita, ela segura a base do meu pau e o desliza para dentro da sua boca,
enroscando a língua na minha glande.
Gemi tombando minha cabeça para trás passando a mão no meu cabelo sentindo ela fazer um
movimento de vai e vem.

Levo minha mão para dentro do seu cabelo a ajudando com o movimento, fodendo de uma forma
mais rápida sua boca.

— Elô, eu... — ao invés de palavras saiu um gemido

Quando a senti me sugar mais forte. Porra.

Ela me retira de dentro da sua boca e assim como da primeira vez, ela fica esperando.

Levi minha mão até minha base terminando o que ela havia começado e gemi quando gozei em seus
lábios.

Abro um sorriso e a levantei do chão trocando nossas posições, a fazendo encostar na parede.

— Não queria distância? — perguntei ofegante olhando para os lábios dela

— E ainda quero... — ela ri e me empurra

Olhei para ela que saia do box se enrolando na toalha, sem acreditar.

Desligando a água, pego uma toalha e a enrolo na minha cintura saindo de dentro do banheiro vendo
ela sentada na minha cama.

Me aproximei dela e ela ergueu o olhar me olhando com falsa inocência.

Deslizei meu dedo por suas mandíbula até chegar em seus lábios e deslizei meu dedão por eles.

Empurrei Eloísa na cama e subi em cima dela ficando entre suas pernas. Ela olhava pra mim com
expectativa.

Abri a toalha que ela usava e deslizei minha mão por sua barriga até chegar em sua intimidade, ela
abre mais as pernas.

Escuto ela gemer quando começo a estimular em movimentos circulares, desço os dedos até sua
entrada fazendo um movimento lento de vai e vem.

Eloísa se contorcia embaixo de mim erguendo as costas do colchão gemendo.

— O que acha de fazermos... — ela geme — De fazermos uma aposta? — ela pergunta

Olhei para o rosto dela confuso sem parar meus movimentos.

— Aposta? — ergui uma sobrancelha


A loira inverte nossas posições ficando em cima de mim.

— Quem conseguir ficar com mais pessoas essa noite, vai poder fazer o que quiser com a outra
pessoa. — ela fala e morde lentamente meu lábio inferior

— Loira, você sabe que eu não... — a sinto deslizar em meu pau me arrancando um gemido

Desgraçada. Ela sabia exatamente meu ponto fraco.

— Baby, não queria que eu te ensinasse a fazer sexo? Então, pode considerar essa uma das nossas
aulas. — ela sussurra em meu ouvido

Olhei para ela e suspirei pensativo.

— Quantidade mínima de pessoas? — perguntei já sabendo que ia me arrepender

— Cinco! — ela fala sorrindo satisfeita

— Tudo bem... Eu aceito o desafio. — falei

— Perfeito... — ela passa a língua nos lábios

Invertendo nossas posições mais uma vez a coloquei embaixo de mim roçando nossos lábios.

— Mas se prepara, porque eu vou ganhar essa e você vai ter que me deixar fazer absolutamente
qualquer coisa que quiser com você. — sussurrei contra seus lábios a vendo se arrepiar e morder o
lábio inferior inebriada pelo tesão

Tomando eles para mim, enfiei minha língua dentro da sua boca dando início a um beijo quente e
cheio de desejo.

Algo me diz, que eu irei ganhar essa aposta. E digasse de passagem, que eu tenho até uma ideia de
quem vai ser a primeira garota da noite.

Ela pegou dois dos meus amigos, então nada mais justo, do que eu dá o troco.

Direitos iguais não é mesmo? Eloísa não perde por esperar.


CAPÍTULO QUARENTA
ELOISA

Encarava meu reflexo no espelho analisando se o vestido que eu havia escolhido estava bom.

Dou uma voltando olhando a parte de trás dele e mordo meu lábio inferior dando um sorriso malicioso
me lembrando do que aconteceu a poucos minutos atrás no quarto onde Gavi estava ficando.

Sabia que ele ia aceitar a ideia da aposta, afinal de contas, não tem nada mais que o motivo do que um
bom desafio.

Ele é um atleta, atletas gostam de ser desafiados.

Faço biquinho e tombo a cabeça um pouco para o lado gostando do que estava vendo. Meu vestido era
justo, curto, de cor amarela, tomara que caia.

Tinha uma fenda enorme na perna e a saia tinha babados.

No meu cabelo fiz apenas alguns cachos com o babyliss e de maquiagem passei apenas o básico,
destacando apenas meus lábios com um batom vermelho sangue. Nos pés um salto de tornozelo,
branco.

Me pergunto se estou simples demais para o lugar aonde estamos indo.

Afinal de contas, todo mundo que já foi nesse tal Ushuaia diz que o lugar é frequentado apenas por
gente que tem dinheiro.

Não gosto muito de falar sobre, mas a minha família digasse de passagem, não é exatamente pobre, a
gente sempre teve boas condições e nunca faltou nada dentro de casa.

Meu pai é do agro, sempre foi, até mesmo antes de se mudar para o Rio e conhecer a minha mãe e por
lá ter criado eu e meus irmãos.

Só que eu sempre gostei de ter a minha independência financeira, desde novinha sempre trabalhei pra
conseguir meu próprio dinheiro.

E não é atoa que sai de casa aos dezoito anos pra viver minha vida.

Dinheiro é bom, mas não quando se tem que ficar pedindo ele para comprar até uma bala.

Pisco voltando para a realidade quando escuto baterem na porta.

— Elô, esta pronta? — escuto a voz de Abby

Giro na direção dela e abro os braços dando um sorrisinho.


— Então... O que acha? — pergunto

— Gostosa, como sempre! — ela fala e eu dou uma risada

Pego meu celular que estava carregando e saio de dentro do quarto acompanhada por Abby,
atravessamos o corredor rindo.

Quando chegamos na escada e começamos a descer os degraus era possível escutar o som do pessoal
conversando.

Ao descermos o último, os meninos olharam pra gente babando.

Mas a única atenção que me importava, era a do moreno que me olhava parecendo um lobo faminto.

— Vocês tão umas tremenda gostosas. — Lola fala nos abraçando

— Você também não está nada mal. — pisco um olho só para a minha amiga

Lola usava um vestido preto de alcinha cheio de paetê, enquanto Abby usava uma calça preta junto
com um sutiã com brilhos. As duas estavam maravilhosas.

— Podemos ir? — Gavi pergunta

Todos concordaram e saímos de dentro da casa indo até a garagem, nos dividimos por carro e é óbvio
que eu fiz questão de ir com Gavira.

Ainda fui no carona, o que fez Pedri resmungar.

— Não aguento mais ir no banco de trás. — Pedri fala entrando no carro

— Quer ir dirigindo? — Gavi pergunta olhando para o amigo através do retrovisor

— Não, valeu! Até que tô gostando de ter um motorista particular. — Pedri fala mudando o tom da
voz

Dou risada e balancei a cabeça negando, olhei pela janela vendo o carro onde Abby estava ao lado do
nosso.

Ela olhou pra mim e piscou buzinando a mandei um beijo no ar.

— Pronta para perder a aposta, loira? — escuto Gavi sussurrar em meu ouvido

Abri um sorriso de canto e olhei para ele.

— Eu não cantaria vitória antes da hora, Pablo! — falo seu nome de uma forma lenta e provocante

O jogador revira os olhos e ligar o motor pisando no acelerador saindo de dentro da garagem.
Pelo visto, alguém aqui está mais animado do que eu. Vamos vê no que isso vai dar.

•••

Santo Cristo, não imaginaria que esse lugar estaria tão lotado de gente assim. Parecia um formigueiro
de tantas pessoas.

Os ingresso e as pulseiras que Abby conseguiu pra gente nos permita ficar em uma área reservada dos
demais separada no meio da pista do show.

Pelo o que ela falou, é o DJ David Guetta quem vai ser a apresentação principal aqui hoje.

Já estávamos aqui fazia quase uma hora e até então, estava tudo de boa, Gavi estava com os meninos
em um canto e eu com as meninas em outro, mas ainda assim.

Próximos o suficiente para fazermos trocas de olhares vez ou outra.

Em minha mão, eu tinha um copo de gin e balançava a cabeça ao ritmo da música que tocava.

Abby nos chamou para se juntarmos aos meninos e então fomos até eles, Gavi olhou pra mim e deu
um sorriso de canto.

— Vamos fazer um brinde! — Abby fala alto devido a música alta que tocava

— Ao que exatamente? — Lola pergunta também gritando

— A vida! — Abby fala animada

Todos levamos nossos copos ao centro e fizemos o brinde levantando eles.

Demos um gole em nossas bebidas e enquanto fazia isso, vi Gavi olhar para Abby por cima da borda
do seu copo.

Ergui uma sobrancelha já sacando qual seria a dele. Ele quer se vingar.

Me aproximei dele e ele olhou de cima a baixo pra mim, aproximo meus lábios do seu ouvido para
que ele consiga me escutar.

— Vamos iniciar o jogo. — falei alto pra que ele me escutasse

— Do que está falando? — ele pergunta também gritando

Seguro na gola da sua camisa e o puxo na minha direção colocando nossos lábios um contra o outro.

Minha língua entra dentro da boca dele pedindo passagem e ele prontamente cedeu segurando em
minha cintura colando nossos corpos um contra o outro.

Escutamos nossos amigos gritarem para a gente, nos fazendo se afastar.


Deixo um selinho em seus lábios e ele da uma risada fraca.

— Um a um... — falei sorrindo

— Cretina! — ele riu

Me afastei dele e pisquei, dou um gole na minha bebida erguendo o copo em sua direção como se
estivesse fazendo um brinde.

Olhei envolta por cima da borda do meu copo a procura da minha "vítima".

Dou um sorriso satisfeita quando avisto a pessoa perfeita para a situação, uma garota, ela estava
acompanhada das amigas e algo me dizia que ela também curtia ficar com outras meninas.

Me aproximei dela na maior cara dura e toquei em seu ombro a fazendo se virar pra mim.

A vejo me olhar de cima a baixo e abri um sorriso mostrando gostar do que viu.

— Curte mulheres? — perguntei no ouvido dela

— Com certeza! — ela rapidamente responde com um sorriso malicioso

— Posso te beijar? — perguntei dando um gole em minha bebida fazendo o flerte dos olhos

— Pode! — ela ri pela minha forma direta de fala

Enfio meus dedos dentro do cabelo dela e aproximo nossos lábios a beijando, sua língua entra dentro
da minha boca e eu pude sentir seu gosto de vodka com morango.

Terminamos o beijo dando um selinho, abro um sorrisinho.

— Beija muito bem! — falei e ela riu

— Obrigada, você também! — ela pisca um olho só

Tocamos nossos copos e eu me afasto, viro na direção onde Gavi estava assistindo tudo de queixo
caído.

— Dois a um! — gesticulo bem meus lábios para que ele pudesse me entender

O vejo ri e balançar a cabeça negando dando uma risada sem acreditar dando um gole em sua bebida.

Ele olha envolta e vejo seus olhos pararem em uma ruiva um pouco a frente dele, Gavi ergue uma
sobrancelha e caminha na direção da menina.

Fico apenas observando a cena de longe tomando meu gin.


Vi o exato momento em que eles trocaram algumas palavras e logo em seguida começaram a se beijar.

Filho da mãe. Ele realmente não tá pra brincadeira.

Mas eu sabia exatamente quem ele queria essa noite.

Quando ele se afasta da menina, olhou para mim erguendo seu copo fingindo um brinde.

Acho que ele está precisando incentivo para fazer o que está pensando desde quando eu o fiz essa
proposta.

Olhando para ele, me aproximei de Félix que estava de canto apenas curtindo o show com um copo na
mão.

Ao me vê se aproximando ele ergueu uma sobrancelha.

— Só entra na minha! — falei em seu ouvido

Sem o dá chances de falar alguma coisa, puxei a gola da sua camisa e coloquei seus lábios contra os
meus.

De início Félix se assustou, mas logo sua mão entrou em contato com a minha bunda a apertando e me
puxando para mais perto dele dando intensidade ao beijo.

Ele usava boné e fez questão de virar ele pra trás só para não atrapalhar o beijo.

Nos afastamos e ele morde levemente meu lábio inferior me fazendo abrir um sorriso. Nada mal.

— Tá querendo provocar o Gavi, né? — ele pergunta rindo

— Foi mal... — dei de ombros

— Que isso... Sempre que quiser, pode usar meu corpinho. — ele fala e eu ri

Troco mais algumas palavras com Félix antes de me virar e vê um Gavi de semblante fechado,
olhando feio pra gente.

Revirei os olhos e eu fui até Abby a puxando pelo braços.

— Ei... Que isso? — ela pergunta rindo

A coloquei de frente para Gavi que ergueu uma sobrancelha confuso se fazendo de cínico.

— É ela quem você quer não é? Então, vá enfrente! — falei com ele

Gavi me olhou confuso e eu ri balançando a cabeça negando.

— Tá querendo que a gente se beije? — Abby pergunta


— Eu não... Ele quer isso. — apontei para Gavi

Abby olhou para o jogador e ergueu uma sobrancelha o olhando de cima a baixo parecendo notar ele
pela primeira vez essa noite.

Tomando coragem, Gavi se aproximou mais dela.

— Posso? — ele pergunta

Minha amiga olha pra mim e eu dou de ombros como sinal positivo.

Vejo Gavi enfiar a mão dentro do cabelo dela a aproximar os lábios deles dando início a um beijo.

Eu estava na frente dos dois apenas observando a cena de camarote, observo ele descer a mão pra
cintura dela e a puxar mais ainda para o seu corpo os fazendo se roçar um no outro.

Mordo meu lábio inferior e tombo a cabeça um pouco pro lado.

Os dois se afastaram ofegante olhando um pro outro, dou uma risada e seguro o rosto de Abby a
dando um selinho satisfeita.

Olhei envolta procurando por ele, até que encontro Félix trocando ideia com Ferran.

Ele sente meu olhar sobre ele e olha para mim que o chamo com o dedo e ele vem na minha direção.

— Aproveita! — gritei no ouvido de Abby

A coloco de frente para Félix e ele da uma risada sarcástica, vejo Abby revirar os olhos antes de
deixar João segurar sua cintura e a beijar.

Olhei para Gavi e pisquei pra ele.

— Empatados! — Gavi comenta

Ergo uma sobrancelha e dou uma risada, o entrego meu copo que agora estava vazio e caminho em
direção a Ferran.

— Oi, licença... Vou te beijar, tá? — falei com ele

Antes dele responder algo, eu tomo seus lábios nos meus dando início a um beijo.

Suas mãos seguram minha cintura enquanto sinto sua língua dentro da minha boca.

Nos afastamos e eu abro um sorriso satisfeitam

Olhei para Gavi que riu balançando a cabeça negando.


E eu levanto minhas mãos mostrando três a dois com os dedos.

É Gavira, acho que infelizmente, essa você não leva.


CAPÍTULO QUARENTA E UM
ELOISA

Minha intenção nunca foi ganhar essa aposta. Eu só queria mesmo era vê Gavi saindo da zona de
conforto dele.

Enquanto ele se esforçava para beijar o máximo de garotas possível, eu fiquei na minha apenas
curtindo os show.

Para ter uma noção, nem beber direito eu bebi. Tomei apenas duas taças de gin e uma long neck.

Dessa vez confesso ter sido a mãe do rolê, já que todo mundo se encontrava bêbado e se pegando em
algum canto.

Fiquei surpresa quando vi que Abby e Félix tinha dado mais certo do que eu imaginei, desde aquela
hora os dois não se desgrudaram mais.

Lola e Pedri, Fermín e Allana. Pelo visto todos eles deram certo, já que não os vi ficando com nem
uma outra pessoa sem ser eles mesmo.

Até mesmo Ferran encontrou uma garota e sumiu.

Mexia meu corpo ao ritmo da música com o braço pra cima, que saudades sinto de uma festa
brasileira com um bom funk.

Pensando seriamente em ir pro Brasil nesse aniversário da Helena.

Saudades da família reunida, pagode e churrasco rolando até altas horas da noite.

As crianças correndo uma atrás da outra e minhas tias gritando pra elas sossegar. Nada melhor do que
uma típica reunião familiar brasileira.

Peguei meu celular para gravar um story meu, mas durante a gravação uma certa pessoa chegou perto
de mim segurando em minha cintura e grudando nossos corpos.

Ele está bêbado?

Parei de gravar e me virei na sua direção colocando meus braços envolta do seu pescoço.

— Doze garotas! — ele se gaba

Abro um sorriso satisfeita e ergo uma sobrancelha fazendo uma cara de cínica.

— Parei nos cincos... — falei dando de ombros

Gavi olhou pra mim confuso e vejo seu queixo cair depois de perceber algo.
— Diaba... Você nunca teve a intenção de ganhar essa aposta não é?! — ele fala e eu ri

Balancei a cabeça negando e abro um sorriso maliciosa olhando para os lábios dele.

Ele aproxima a boca da minha roçando nossos lábios um no outro lentamente me provocando.

Passei a língua nos meus lábios e encostei minha testa dele abrindo um sorriso e soltando um longo
suspiro.

— Você fode com a minha sanidade garoto. — falei de olhos fechados

Sinto ele segurar meu queixo levantando meu olhar de volta para ele, que aproximou seus lábios dos
meus e deslizou sua língua lentamente para dentro da minha boca.

Nosso beijo era lento e calmo, conseguia sentir perfeitamente seu gosto de vodka com menta.

Sua mão aperta minha cintura me fazendo envergar um pouco pra trás.

Dou um sorriso quando ele deixa alguns selinhos em meus lábios encerrando o beijo.

— O que acha da gente dá o fora daqui? — ele pergunta contra os meus lábios

Abri os olhos e mordi o lábio inferior balançando a cabeça concordando.

Segurando em minha mão ele começou a me puxar para longe das pessoas, estranhamente sinto
borboletas no meu estômago me sentindo ansiosa.

Nunca senti isso para transar com alguém, nem mesmo na minha primeira vez.

Depois de muita dificuldades devido a enorme quantidade de pessoas, conseguimos sair do hotel e
irmos até o estacionamento onde estava o carro.

Gavi tira o celular do bolso, provavelmente enviando uma mensagem no grupo pra avisar que estamos
indo embora.

Ele coloca o celular de volta no bolso e olha pra mim me colocando contra a lataria do carro.

Olhei pra ele com um sorrisinho sem mostrar os dentes mordendo meu lábio inferior.

— Você vai ter que dirigir! — ele fala e meu sorriso some

— Não! — respondo rapidamente

— Loira, eu bebi... Se a polícia nos parar... — o interrompi

— Eu também bebi, Gavi, eu não vou dirigir! — o empurrei para poder me afastar dele

Ficando alguns metro distante de Gavi, eu abracei meu próprio corpo olhando pro nada.
Não estou pronta para dirigir.

— Gata, que foi? — sinto sua mão em minha cintura

Olhei pra ele e suspirei fundo passando a mão no meu cabelo.

— Depois que a minha irmã morreu, eu não tive mais coragem de dirigir. — falei quase em um
sussurro

Vejo Gavi olhar em meu rosto analisando cada centímetro dele e então, ele abriu um sorriso fraco.

— Loira, imagino que deve ser muito difícil superar a morte de um ente querido... Mas você tem que
enfrentar o luto. — ele fala

— Eu já... — meu tom de voz subiu — Eu já enfrentei meu luto. — suspirei tentando voltar a ter
calma

— Ah, é? — ele ergue uma sobrancelha — Então prova! — o vejo colocar a chave do carro na frente
do meu rosto

— E se eu não conseguir? Da última vez que eu tentei, entrei em pânico, Gavi. — olhei pra ele

— Você vai conseguir, porque eu estou aqui com você. — ele abre um sorriso fraco

Ele coloca a chave do carro na minha mão e deixa um beijo no topo da minha cabeça caminhando em
direção ao carro.

Suspirei e o segui, ele entrou no carona e eu entrei no motorista, fecho a porta e puxo o cinto.

Coloco a chave na ignição e toco no voltante sentindo minhas mãos suando frio e minha pulsação
acelerada.

Não, de novo não. Merda.

— Gavi, eu não... Eu não vou conseguir. — falei em desespero

Senti a mão de Gavi tocar minha coxa e fazer um carinho na mesma.

— Respira fundo e se acalma, eu tô aqui... Vai dar certo. — ele continua a me incentivar

Fazendo o que ele disse, eu respiro fundo e engulo em seco balançando a cabeça em sinal positivo.

Piso no acelerador e olhando pelo retrovisor faço a baliza pra sair do estacionamento.

Logo em seguida começo a dirigir para fora do mesmo.

Meu Deus, não acredito.


— Eu tô dirigindo! — falei pensando em voz alta

Como um pai orgulho, Gavi abre um sorriso satisfeito ao meu lado.

Emocionada, comecei a rir sentindo meus olhos se encherem de água.

— Boa garota... — Gavi fala apertando minha coxa

Olhei brevemente pra ele erguendo uma sobrancelha e mordi meu lábio inferior.

Ao pegarmos estrada, piso fundo no acelerador indo a cento e quarenta quilômetros por hora.

Que saudades eu estava de pegar um carro.

•••

Nossos lábios estavam um contra o outro em um beijo apressado e cheio de desejo, sem separar
nossos corpos ele abriu a porta do quarto e nós entramos.

Com o pé ele a fecha e me direciona até a cama me jogando na mesma e ficando por cima de mim.

Sua boca desce para o meu pescoço e sinto sua língua deslizar pela região me arrancando um gemido.
Segurei seu rosto fechando os olhos e tombei a cabeça trás.

Estava bom, mas ele tava tentando fazer tudo rápido demais e de uma vez.

— Baby... — o chamei e ele olhou pra mim ofegante — Vai com calma, temos todo tempo do mundo.
— dei uma risada fraca

— Desculpa é porque eu nunca realmente quis fazer isso, mas agora... — ele suspira frustrado

Deixo um selinho em seus lábios e inverti nossas posições o jogando na cama.

— Senta! — ordenei

Em êxtase pelo tesão, ele me obdeceu e se sentou na beira da cama olhando para mim ansioso.

Fui até o interruptor e ativei o led deixando o quarto no vermelho, liguei a televisão e entrei no
Spotify colocando minha playlist preferida para momentos como esse. Criando um clima.

Voltei a ficar de frente para o jogador e ele ergueu o olhar me encarando. Mordo meu lábio inferior
com um sorrisinho.

Me sento em seu colo colocando cada perna uma de um lado do seu quadril.

Imediatamente suas mãos vem até minhas coxas e ele deslizar seus dedos pela minha pele me fazendo
arrepiar.
Sinto ele levantar a barra do meu vestido e começar a puxá-lo pra cima, ergo os braços para facilitar
seu trabalho.

Ao retirar o tecido do meu corpo ele o joga em algum canto qualquer desse quarto mal iluminado me
deixando apenas de lingerie.

Ele aproxima os lábios lentamente do meu pescoço e o sinto sugar a região me fazendo gemer e
tombar a cabeça pra trás.

Seus lábios descem até o "V" dos meus seios beijando cada parte, sinto ele da uma leve mordida em
minha clavícula.

Levo minhas mãos até o fecho do meu sutiã o abrindo e Gavi me ajuda a passar o mesmo pelos meus
braços.

Mesmo com a pouca iluminação vejo ele olhar para os meus seios com os lábios entreabertos
mostrando sua respiração acelerada.

Fecho os olhos mordendo meus lábios sentindo sua boca em um dos meus bicos, arfei quando ele o
sugou lentamente.

Olho para ele e passo a mão em seu cabelo jogando seus fios para trás.

Ele faz a mesma coisa com o outro bico.

Olhando para mim ele desliza sua mão entre minhas pernas e enfia seus dedos dentro da minha
calcinha.

Gemi quando o sinto me estimular, caralho.

Tombei a cabeça para trás aproveitando seus dedos dentro de mim, principalmente quando ele os
deslizou até minha entrada me penetrando.

Sinto ele começar um movimento de vai e vem como se estivesse me fodendo usando apenas seus
dedos.

Mexo meu quadril pra frente e pra trás dando mais intensidade no toque.

Fazia questão de olhar em seu rosto e vê que ele estava adorando me assistir se contorcendo de prazer
contra seus dedos.

Podia sentir que estava prestes a gozar, mas antes que eu pudesse fazer isso retiro seus dedos de
dentro de mim e os levo até meus lábios chupando os mesmos.

Gavi me olha ofegante.


Saio de cima dele com um sorriso malicioso e ele acompanha meu gesto, deito na cama e levo minhas
mãos até a barra da minha calcinha a deslizando pelas minhas pernas.

Jogo na direção dele e ele dá uma risada.

Virando, ele se aproximou de mim ficando por cima entre minhas pernas fazendo questão de se roçar
contra mim para que eu pudesse sentir sua ereção.

Seus lábios tomam os meus em beijo avassalador e extremamente quente. Ele estava tão sedentendo
por isso quanto eu.

Sua mão aperta minha cintura me erguendo um pouco do colchão.

Ele morde meu lábio inferior e desce com os lábios entre meus seios, descendo para a minha barriga.

Logo menos ele já estava entre minhas pernas, só para me provocar sinto sua respiração próxima de
onde eu o mais o desejava.

Agarro com força os lençóis quando senti sua língua deslizar para dentro de mim em movimentos
circulares, me afundava dentro do colchão me remexendo em prazer.

Caralho, eu acho que nunca vou me cansar disso.

Enfio meus dedos dentro do seu cabelo o direcionando mais para baixo e entendendo o recado ele
desce mais a boca me sugando de uma forma mais forte me arrancando gemidos.

— Porra... — xinguei

Senti ele segurar minhas pernas com força me forçando a parar de se mexer.

Não demora muito, sinto meu corpo se desmanchar sobre seus lábios quando gozo. Arfei.

O escuto da uma risada fraca e subi novamente entre minhas pernas e aproximar seus lábios dos meus
me beijando.

— Acho que nunca vou me cansar do seu gosto. — ele fala sussurrando em meu ouvido de uma forma
rouca e sexy

Dou uma risada e o giro na cama invertendo nossas posições.

Por que ele ainda está tão vestido enquanto eu estou completamente nua?

Levei minhas mãos até a barra da sua camisa a puxando pra cima e a jogo em qualquer canto desse
quarto.

Aproximo meus lábios do seus pescoço passando minha língua pela região subindo até sua orelha
deixando uma leve mordida na cartilagem.
Passo minhas unhas em sua nuca e o sinto se arrepiar.

Conseguia sentir perfeitamente sua ereção embaixo de mim e então me mexi em seu colo subindo e
descendo.

Ele segura meu quadril gemendo.

— Loira... — o escuto falar entre os gemidos apertando as mãos

Levei minha mão dentro da sua bermuda e da sua boxer tocando em seu pau, faço um movimento de
vai e vem o estimulando.

Gavi fecha os olhos com força ofegante.

Era incrível. O desejo, o prazer, a vontade incontrolável de gozar.

Aumento o ritmo da minha mão e ele geme mais apertando com força suas mãos em meu quadril. Ele
até mesmo as desceu um pouco para as minhas coxas.

Dou um grito surpresa quando ele me gira na cama ficando mais uma vez por cima de mim.

— Eu vou gozar... Mas essa noite eu vou gozar dentro de você. — ele fala em meu ouvido

Caralho. Pude até sentir minha pulsação ficar ainda mais acelerada.

Ele leva as mãos até a bermuda a puxando para baixo junto com sua boxer ficando completamente nu.

Olhei para baixo sentindo a expectativa aquecer o ar, tudo o que eu mais queria era isso.

Sentir ele dentro de mim. Puta merda.

— Eu tenho que pegar camisinha... — ele comenta

— Não... Não precisa... — falei ofegante — Eu uso DIU. — comento

Tudo o que eu menos queria nesse momento era que ele saísse de cima de mim.

— Tem certeza? — ele pergunta

— Tenho! — afirmo

Suspirando, sinto ele tomar meus lábios contra os seus me beijando com desejo.

Ergo minhas pernas colocando meus pés sobre o colchão fazendo questão de me abrir mais para ele.

Levei minha mão até a base do seu pau e o delizei pela minha umidade o direcionando até minha
entrada.
Escutei Gavi arfa.

— Você tá legal? — perguntei

— Tô... — ele responde meio afobado

— É só relaxa, baby... — toquei em sua mandíbula

Aproximei nossos lábios o beijando, mas logo o beijo é cortado quando o senti se deslizar pra dentro
de mim.

Levei minhas mãos até as costas de Gavi a arranhando. Puta merda.

Por alguns segundos ele apenas ficou dentro de mim, imóvel.

— Baby... — falei ofegante

Sem que eu ao menos dizesse outra coisa, ele começou a se movimentar dentro de mim fazendo um
vai e vem lento porém gostoso indo até o fundo.

O quarto é tomado pelo barulho da virilha dele se chocando contra a minha.

Quanto mais ele se mexia, mais ele aumentava seu ritmo apertando meu quadril.

Nossos gemidos se misturavam e eu podia sentir meu corpo pegando fogo, deslizo minhas mãos até
seus braços apertando seus bíceps.

Logo em seguida a deslizo novamente pelas suas costas descendo até sua bunda a apertando fazendo
ele ir mais rápido e mais fundo.

Suas estocadas eram duras e precisas.

Ele aproxima seus lábios do meu pescoço mais uma vez escondendo seu rosto ali.

— Loira... — ele fala ao meu ouvido

Sabia que isso era sinal de que ele estava muito perto de gozar, eu também não estava muito diferente.

Quando o sinto diminuir seu ritmo, eu gemi olhando pra ele.

Ele para completamente com os movimentos ficando dentro de mim apenas me sentindo pulsar
envolta do seu pau.

Logo meu corpo amolece e eu sinto uma onda de choque elétrico passar desde o meu último fio de
cabelo até às pontas dos meus dedos dos pés.

Revelando que eu havia gozado ou melhor, que havia atingido um orgasmo.


Não demora muito também para que eu sinta seu líquido quente escorrer por minha intimidade
revelando que ele também havia gozado.

Ele fica alguns segundos ainda dentro de mim antes de se jogar ao meu lado na cama ofegante.

Sentia minhas pernas tremendo, meu corpo todo tremia e meu peito subia e descia freneticamente.

Gavi encarava o teto parecendo não acreditar no que acabou de rolar.

Dou uma risada fraca e pego os lençóis cobrindo nossos corpos, me deito em seu peito apoiando
minha mão ali.

— Isso foi... — ele fica sem palavras

— Bom! — respondo por ele

Ele balança a cabeça concordando e eu rio fraco.

Nem acredito que finalmente aconteceu, o jejum acabou senhoras e senhores.


CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
ELOISA

Hoje pela manhã quando acordei, ainda estava deitada nos braços de Gavi enquanto ele dormia
tranquilamente ao meu lado. Seu peito subia e descia em uma respiração calma, acabei abrindo um
sorriso bobo e mordo meu lábio inferior me lembrando da noite de ontem.

Deslizo meus olhos pelo seu peitoral sarado e suspiro, nem acredito que ele finalmente sedeu.

E é estranho pensar isso. Me sinto um macho hétero alfa.

Aproximo meu rosto do seu e deixo um beijo sobre sua testa antes de levantar da cama e caminhar em
direção ao banheiro.

Meu corpo estava levemente dolorido, mas era um dolorido bom de se sentir.

Liguei o interruptor acendendo a luz e parei de frente encarando meu reflexo, no meu corpo, tinha
alguns roxos espalhados devido aos apertos que Gavi me dava.

No meu pescoço o chupão tinha ganhado mais destaque, eu juro que vou matar esse garoto.

Amarro meu cabelo em um coque frouxo e abro a porta do box entrando nele.

Liguei o registro permitindo a água gelada cair sobre o meu corpo relaxando todos os meus músculos.

Passo minhas mãos no meu rosto e pego a bucha a enchendo de sabão líquido.

Enquanto passava ela pelo meu corpo me assusto com o box sendo aberto, olho na direção dele que
desce seus olhos por todo meu corpo.

Subindo o olhar até os meus o vejo abrir um sorriso fraco.

— Bom dia! — ele segura em minha cintura e aproxima nossos corpos

— Bom dia, baby! — sorri envolvendo meus braços envolta do seu pescoço

Ele tenta me beijar mas eu afasto a cabeça negando com um sorriso nos lábios.

Gavi ergue uma sobrancelha me olhando medindo com os olhos cada centímetro do meus rosto.

— Você me deixou toda marcada! — comento

— Não é como se você também não tivesse deixado algumas marcas. — ele tá uma risada fraca

Se afastando de mim, ele se vira e me mostra suas costas toda marcada com arranhões, levo minha
mão até meus lábios abafando minha risada.
Ele se vira pra mim de novo e eu mordo meu lábio inferior.

Não resistindo envolvi meus braços envolta do seu pescoço e o puxei para mim tomando seus lábios
em um beijo.

Lento e calmo, porém visivelmente ardente.

Suas mãos vagavam pela minha pele deixando alguns apertos em minha cintura, intercalando com
minha bunda.

Arfei quando ele me coloca contra a parede dando mais intensidade ao beijo.

Sua mão entrar dentro do meu cabelo puxando meus fios, senti ele morder meu lábio inferior e em um
gesto rápido ele me vira.

Apoio as palmas das minhas mãos na parede gelada gemendo.

Mordo meu lábio inferior olhando pra ele por cima do meu ombro quando sinto sua mão agarrar meu
quadril com força.

Dou um sorriso malicioso quando sinto seu nariz se aproximar do meu pescoço e ele sentir meu
cheiro.

Ele enfia os dedos dentro do meu cabelo e o puxa com uma certa brutalidade me fazendo tombar um
pouco a cabeça para trás. Dou risada.

Faço questão de empinar me roçando em sua ereção e o escutei dar uma risada.

— Sabe... — ele aproxima seus lábios do meu ouvido puxando mais uma vez meu cabelo — Você
está fodidamente pronta para ser fodida por mim e confesso que é incrível te vê dessa visão, loira. —
ele sussurra descendo seu tom de voz

Sinto todos os pelos do meu corpo se arrepiar. Porra.

Tentei me virar, mas Gavi me aperta mais ainda contra a parede fazendo até mesmo meus seios se
chocarem contra ela. Arfei.

— Posso tentar uma coisa? — ele pergunta claramente inebriado pelo tesão

Arregalei os olhos levemente e engoli em seco ao se passar uma certa coisa pela minha cabeça.

— Depende... — dei uma risada nervosa

Gemi fechando os punhos e tricando a mandíbula quando de repente senti a palma da sua mão atingir
em cheio minha bunda, fazendo o local ficar ardido.

Dei uma risada ofegante sem acreditar, olhei para ele por cima do meu ombro.
Ele me vira, mas ainda me mantém presa contra a parede, tento tocar seu rosto mas ele prende meus
pulsos com as mãos na parede.

Sinto ele aproximar seus lábios dos meus os roçando um contra o outro, passei a língua nos lábios
sedenta.

— Juro que se me fazer implorar, a vingança vai ser pior ainda. — falei e ele riu

— Estou doidinho pra vê você tentando. — ele sussurra contra os meus lábios

E então, o desgraçado me solta sem mais e sem menos.

Podia sentir minha pulsação acelerada assim como minha respiração ofegante, levei a mão até o peito
respirando fundo.

Me assusto quando ele me puxa pra debaixo da água fazendo meu cabelo molhar.

— Não! Poxa, Gavi... Eu não ia molhar o cabelo. — choramingo

Ele apenas riu e segurou meu rosto me dando um selinho, acerto um tapa em seu peito tentando fingir
está brava.

Mas logo minha marra vai pelo ralo com ele pegando o shampoo e jogando no meu cabelo, dou uma
risada e me viro de costas deixando ele lavar meu cabelo.

Claro que teve umas bobas aqui, outras ali. Mas no final, o banho foi estranhamente divertido.

•••

Quando descemos pra tomar café, tava todo mundo em silêncio e com cara de quem estava com uma
ressaca daquelas.

Eu nem imagino que horas eles devem ter chegado.

Como estava todo mundo de ressaca, ninguém quis sair hoje pela parte do dia, então como Gavi e eu
éramos os únicos que estávamos de boa, ele me disse que ia me levar pra conhecer a cidade.

Ajeitei algumas coisas pra levar e coloquei um biquíni, colocando apenas um short jeans.

O calor está insuportável. Que isso.

Tudo pronto, me dirijo até o estacionamento onde Gavi me esperava encostado no carro mexendo no
celular, usando uma camisa regata, uma bermuda, slides da Nike e óculos escuro.

Me aproximo dele e envolvi meus braços envolta do seu pescoço o pegando de surpresa. Mas logo ele
coloca suas mãos em minha bunda, dentro dos bolso do short.

— Aonde vamos? — perguntei animada


— Já disse, conhecer a cidade. — ele da uma risada fraca

Olho pra ele desconfiada e o senti deixar um selinho breve em meus lábios.

Ele me dá um tapa estralado na bunda e eu mordo meu lábio inferior reprimindo o gemido de escapar.

O desgraçado deu uma risada e nos afastamos.

Suspirei e puxei a porta do carona entrando dentro do carro, fechei a mesma e puxei o cinto de
segurança.

Gavi entrou no motorista, colocou o cinto e ligou o motor pisando no acelerador.

Enquanto ele dirigia pelas ruas de Ibiza, eu mexia em meu celular respondendo algumas mensagens.

Antony havia me enviado o convite para o aniversário de Helena, suspirei e Gavi olha brevemente pra
mim percebendo.

— O que foi? — ele pergunta curioso

— Meu irmão mais velho quer que eu vá para o Brasil pro aniversário da minha sobrinha. — o contei
apagando a tela do meu celular

— E por que não vai? — vejo ele ergue uma sobrancelha

Fico em silêncio por alguns minutos, eu sabia exatamente a resposta dessa pergunta, só não sei se
queria a dizer em voz alta.

— Não quero falar sobre isso... — olho pra janela encarando a estrada

Entendendo, Gavi não disse mais nada depois disso.

No interior do carro ficou um silêncio constrangedor, então liguei o som conectando minha playlist de
funk.

Mesmo sentada balançava meu corpo ao ritmo das músicas e Gavi ria balançando a cabeça negando.

Ele com certeza deve me achar uma grande maluca.

Quando chegamos no centro da cidade, peço para descer o vidro das janelas deixando o ar puro
circular pelo carro.

Ficamos mais de meia hora pra achar uma vaga de estacionamento, mas finalmente achamos e então
ele estacionou deixando o carro ali.

Descemos e Gavi ativa o alarme de segurança e demos as mãos começando a andar pela cidade.
Essa cidade está lotada, misericórdia.

Basicamente tudo o que eu via era enormes calçadões com várias lojas.

Puxei Gavi até uma barraca de vendedor ambulante vendo algo que me chamou atenção.

— A quanto tempo eu não via uma. — falei animada

Tomei a câmera digital em mãos a olhando. Meu Deus, isso me fez lembrar minha infância.

— Tá quanto? — escutei Gavi pergunta ao vendedor

— Cem euros. — ele responde

Gavi pega sua carteira para pagar o vendedor e quem sou pra reclamar não é mesmo?

O entregando o valor exato, agradecemos ao senhorzinho e voltamos a andar pela cidade.

Aproveitei para já estrear a câmera tirando fotos de várias coisas que eu via e gostava.

Compramos raspadinhas e apostamos pra vê quem bebia mais rápido, senti meu cérebro congelar e
nós dois ficamos rindo um do outro que nem dois idiota.

As horas foram passando em um piscar de olhos que quando dei por mim, meu estômago estava
roncando avisando que estava na hora de almoçar.

— O que acha de irmos comer? — perguntei pra Gavi

— Claro! Eu só preciso passar em uma loja antes... — ele comenta

Ergui uma sobrancelha, porém não falei nada, apenas segurei em sua mão e seguimos até a tal loja
onde ele queria ir.

Quando chegamos em frente dela, ela era toda preta com vermelho e tinha uma grande pimenta
pegando fogo como slogam.

Ao entramos dentro da loja, escuro o barulho de sino, olhei para cima vendo ele logo acima da porta.

Olhei envolta e meu queixo caiu ao perceber que estavamos dentro de um SexShop.

Mas o que caralhos estamos fazendo aqui?

Gavi já não estava mais ao meu lado, estava parecendo procurar por algo que eu não fazia a menor
ideia do que era.

Não que eu nunca tenha entrando em um antes, só estou achando curioso o fato de estarmos aqui.
Começo a andar pela loja vendo a variedade de coisas que tinha, ergo a sobrancelha vendo aqueles
mel estimulantes.

Peguei onze sachês deles, sempre tive curiosidade de experimentar.

Vou até onde Gavi estava e vejo que ele tinha uma cestinha em mãos, tentei vê o que que ele tinha
pegado, mas ele não deixou.

— Deixa de ser curiosa. — ele fala e eu revirei os olhos

Joguei os sachês dentro da cestinha e me afasto novamente, vi uma sessão de lingerie e vi umas
maravilhosas.

Comecei a olhar as opções e achei um conjunto rosa, mordo meu lábio inferior pensativa.

Até senti uma não segurar minha cintura.

— Acho que gostei dessa... — ele sussurra em meu ouvido

Dou um sorriso malicioso.

Me virei na direção dele e coloquei a lingerie dentro da cestinha. Afinal de contas, ele quem vai pagar
tudo mesmo.

No final, saímos da loja e eu não fazia a menor ideia do que Gavi havia comprado.

Escolhemos um restaurante a beira praia pra poder almoçar, as mesas ficavam e um deck ao ar livre de
frente para a praia.

O lugar era rústicos, mesas e cadeiras feitas de madeira.

Escolhemos uma mesa e nos sentamos de frente um para o outro, o cardápio já estava em cima da
mesa, o que facilitou muito.

Confesso que estou morrendo de saudade de comer um arroz e feijão.

— Então... — cocei a garganta olhando para o cardápio — Não vai mesmo me contar o que comprou?
— perguntei furiosa e ele riu

— Já disse que se souber esperar, em breve saberá. — ele responde e eu bufei

— Eu sou curiosa, Gavi... — choraminguei

— Sinto muito, baby... — ele me chama pelo o apelido que eu uso com ele

E estranhamente eu gostei de ouvir ele me chamando assim.

Chama o garçom e nós dois acabamos pedindo um rizoto, com um bom e velho vinho para combinar.
Pedidos feitos, o garçom se retirou pra levá-los pra cozinha.

— Você comprou melzinho do amor? — ele ergue uma sobrancelha olhando pra mim

— Comprei! Um pra cada casal da casa. — ri

— Casal? — Gavi pergunta confuso

— É... Eu e você, Abby e Félix, Lola e Pedri, sua irmã e seu cunhado, Allana e Fermín e... — faço
uma pausa

— O Ferran! — eu e ele falamos juntos caindo na risada logo em seguida

— Coitado... — balancei a cabeça negando

— Você ia ter gostado de conhecer a Sira. — Gavi comenta bebendo sua água

— Sira? — perguntei confuso

— A ex do Ferran, ela era maluquinha... — ele fala rindo

— E por que eles terminaram? — pergunto curiosa

— Bem... Ferran estava passando por uma fase difícil, sabe? Fora que ela também já estava quase
tudo certo pra ela se mudar de Barcelona pra Paris junto com a família. — Gavi explica

— E eles não queriam uma relacionamento a distância... — falei

— É, basicamente isso. — ele deu de ombros

— Até que ele beijar bem... — comentei pensando em voz alta

Vejo Gavi fazer uma careta e revirar os olhos, dei uma risada.

O senti pegar minha mão que estava apoiada em cima da mesa e fazer um carinho nos meus dedos
brincando com os anéis que estavam neles.

Será que tem como pausar o tempo nesse momento?


CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
ELOISA

Sabe aquele bom e velho ditado brasileiro que diz: "a felicidade do pobre dura pouco."

Era exatamente assim que eu estava me sentindo nesse momento, meu celular estava aberto no
Instagram e meu queixo caído.

A manhã com Gavi tinha sido extremamente adorável, nos divertimos bastantes e aproveitei para
fazer umas compras, que ele paciente me esperou em todas as lojas que entrei.

Mas ao chegar em casa, fui pega pelas meninas todas eufóricas até mesmo falando por cima das falas
uma da outra, fiquei sem entender nada.

Elas me levaram até o sofá e todas elas me mostraram a tela do celular ao mesmo tempo.

Pisquei diversas vezes sem acreditar no que estava vendo.

Não sei como, mas de alguma forma conseguiram tirar uma foto minha e de Gavi quase nos beijando
no estacionamento ontem e andando de mãos dadas por Ibiza hoje mais cedo.

"Segura que é do Brasil: meio-campista do time FC Barcelona, Pablo Gavi, mundialmente mais
conhecido como Gavi, é visto com loira misteriosa por Ibiza, pesquisas feita pela nossa equipe
descobriram que a gata é brasileira. Mas e aí, shippam o casal novo?"

Esse era o tema da postagem e na legenda faziam questão de falar sobre o Jude.

"Lembrando, que semanas atrás quando foi visto que o jogador seguiu a brasileira, foi notado que o
outro também jogador Jude Bellingham, mais nova estrela do Real Madrid (tive rival de Gavi)

👀
também seguia a gata no Instagram, mas após as fotos vazadas dela com Gavi, a parou de seguir.
Problemas no paraíso? "

Espera, como assim ele parou de me seguir? Porra.

Imediatamente peguei meu celular que havia deixado no modo avião para ninguém atrapalhar meu dia
e conectei ao wi-fi.

Logo meu celular é bombardeado por notificações, até no grupo da minha família estavam mandando
coisas.

Puta merda, me fudi.

Estavam chegando tantas mensagens que até mesmo meu celular deu uma trava, quando ele se
estabilizou, consegui entrar em meu aplicativo de mensagens.

Antony tinha me ligado um milhão de vezes, no grupo da família não se falava de outra coisa a não
ser isso.
Minha mãe me ligou. Caralho, tô muito fudida.

Rolando a tela a procura do contato de Jude, entrei na nossa conversa e enviei uma mensagem.

Não foi entregue, foto de perfil tinha sumido, assim tal como o recado.

Fui bloqueada. Puta que pariu.

Imediatamente fui até o meu instagram procurando pelo perfil dele, "usuário não encontrado".

Quero chorar. Ele também me bloqueou pelo insta.

— Alguém morreu? — Gavi pergunta entrando dentro da casa — Meu celular não para de chegar
mensagens.

— Mano, você e a Eloísa foram fotografados juntos. — Pedri fala mordendo uma maçã

Olhei para Gavi e o vejo ficar mais branco do que normalmente já é, parecendo que tinha visto um
fantasma.

— Ah, não! Vai começar o inferno tudo de novo, já não bastava a história que inventaram com a
princesa e depois com a Ana. — Gavi passa a mão no rosto

— Só queria saber como conseguiram essas fotos? — falei com um olhar perdido

— Bem vinda ao mundo da fama... — isso veio de Félix que olhava da porta da sala de jantar de
braços cruzados

— Não sei que milagre não tiraram fotos da gente se pegando. — Ferran comenta dando uma risada
fraca

— Quer saber? Eu vou tomar banho e descansar para podermos sairmos hoje a noite. — levantei do
sofá

Deixo eles conversando entre si e subo a escada atravessando o corredor, entro apressada dentro do
quarto onde estou ficando e fecho a porta.

Paro no meio do quarto com o celular em mãos e entro no aplicativo de lição discando o número dele.

Aproximo o celular do ouvido escutando chamar, chamou... chamou. Mas nada, caiu direto na caixa
postal.

— Porra, Bellingham. — xinguei irritada

Tentei ligar de novo umas três vezes, mas todas elas caíram na caixa postal, irritada, joguei meu
celular contra a cama.
Sentei no chão me encostando nela e passei a mão no meu couro cabeludo puxando os fios pra trás.

Não era pra isso ter acontecido.

Tudo bem que a gente não tem nada um com ou outro e nunca ligamos para com quem ficamos ou
deixamos de ficar mesmo estando "juntos".

Então não estou entendendo esse surto todo pra chegar ao nível de me bloquear em todas as redes
sociais.

Escutei o barulho da porta sendo aberta e levantei meus olhos em direção a ela vendo Gavi entrar no
quarto.

Vejo ele parar em pé na minha frente e cruzar os braços.

— Gavi, eu... — ia começar a falar mas ele me interrompeu

— Você não me deve satisfação, não temos nada um com o outro! — ele fala de um jeito ríspido

— Mas então, por que está com raiva? — dei uma risada sarcástica

— Quem disse que estou com raiva? — ele ergue uma sobrancelha

— Está estampado na sua cara que não gostou de algo. — suspirei

— Bellingham... — ele fala — Por que ele te segue? E nem venha tentar dizer mentiras, porque eu sei
que ele tem seu número, então com certeza vocês são íntimos... — eu franzi a testa confusa ao escutar
isso

— Como você... — pisquei confusa — Como você sabe que ele tem meu número? — levantei ficando
frente a frente com ele cruzando os braços

— Porque eu vi as mensagens, Eloísa! — ele bufa

— Você mexeu no meu celular? — eu me alterei

— Não, eu não... — ele suspira passando a mão no cabelo jogando os fios para trás não terminando a
frase

— Não acredito que você mexeu no meu celular, Pablo! — falei claramente irritada

— Para de tentar mudar o foco do assunto! — ele também começa a se alterar e eu dou uma risada
sarcástica

— Quer mesmo saber a verdade? — me aproximo mais dele — Eu e o Bellingham tivemos um


relacionamento de um ano, satisfeito? — joguei as palavras nele vendo seu semblante fechar

— E você não pensou em me contar que eu estava sendo amante? — ele fala claramente indgnado
Não aguentando, comecei a dar uma risada, ele acha mesmo que eu estava o usando como amante?
Impressionante.

Você acha que homem pensa?

Ele olhava pra mim de braços cruzados claramente irritado enquanto eu ria.

— Cansei dessa conversa, sai do meu quarto! — apontei pra porta

Gavi olhou no meu rosto parecendo me analisar, então dando uma risada sarcástica ele caminhou até a
porta saindo de dentro do quarto fazendo questão de a fechar com força.

Acabei soltando um grito irritada, tudo que tinha pra tá dando errado, deu.

Eu odeio a minha vida, eu não posso ter um dia de paz nessa merda de vida.

•••

Depois de ter me acalmado, tirei um tempo pra responder todo mundo da minha família que haviam
me mandado mensagem perguntando se era verdade.

O mais curioso, era que eles não estavam bravos ou algo do tipo, eles estavam felizes.

Meu pai até brincou falando que ia abrir uma cerveja pra comemorar e meus irmãos mandaram
mensagem falando que ia acender uma vela pra santo Antônio. Ridículos.

Mamãe me mandou um áudio de dois minutos emocionada falando que queria conhecer o novo genro
e já até de filhos ela falou. Meu Deus.

Acabando com a graça deles, fiz questão de deixar bem claro que Gavi e eu não temos nada sério.

Minhas família é engraçada demais, Antony começou a mandar áudio dizendo que eu tava de cao e
não queria assumir o menino.

Carlos mandou uma figurinha e David disse que tava indignado por eu está pegando um jogador
famoso e não ter falado nada. Já que ele é super ligado no mundo do futebol e se eu não me engano,
ele até torce para o time que Gavi joga.

Acabei dormindo no meio da conversa de tão cansada que eu estava, acordei com alguém me
chacoalhando.

Eu espero que tenha alguém morrendo, porque se não, vai morrer agora.

Abri os olhos e ainda meio bêbada de sono vi Abby toda embaçada na minha frente.

— Que é? Me deixa dormir. — resmunguei


— Vamos gata, reage, temos que sair daqui uma hora. — ela fala batendo no meu braços

— Não quero! — peguei o travesseiro e o abracei fazendo manha

Senti que o mesmo estava com o perfume de Gavi, já que ele dormiu com ele ontem a noite. Merda.

— Você não tem querer! — escutei Lola falar

Bufei irritada e finjo um choro olhando pra elas.

— Vocês são más. — suspirei

— A gente sabe, agora anda, levanta essa bunda daí e reage. — Abby fala me puxando

— Onde vamos essa noite? — perguntei me sentando na cama

— Abby não quis falar, diz ela que é uma surpresa. — Lola revira os olhos

Olhei para Abby com uma sobrancelha erguida, ela abre um sorriso de quem tem algo maquiavélico
em mente.

Tenho até medo, viu? Abby quando quer consegue ser mais doida do que eu.

Suspirei e olhando pra elas levantei da cama, escuto as duas comemorarem e eu dou uma risada fraca
revirando os olhos.

Caminhei em direção ao banheiro e fechei a porta retirando a roupa que eu usava. Entrei no box e
liguei o registro deixando a água cair.

Durante o banho, tudo o que mais conseguia pensar era na discussão que tive com Gavi. Quem ele
pensa que é pra vim querer me cobrar algum coisa?

Com quem eu fico ou deixo de ficar não é da conta dele e está longe de ser.

Terminei o banho e enrolei meu corpo na toalha saindo de dentro do banheiro, as meninas ainda
estavam lá.

Olhei para a cama e vi que elas tinha escolhido minha roupa.

— Ah, que fofas! — falei e elas olharam pra mim

— Se acostuma não! — Abby fala e eu dou uma risada fraca

Vou até a cama e na frente delas mesmo deixei a toalha cair sobre meu corpo ficando nua, quando vi a
calcinha que elas tinham escolhidos, ergui uma sobrancelha a tomando em mão.

— Sério? — balancei a cabeça negando e elas riram


— O Gavi vai se amarrar! — Lola fala e eu revirei os olhos

— A gente brigou! — contei deslizando a calcinha fio dental pelas minhas pernas

— Que? Por que? — elas perguntam juntas

—Jude... Ele queria saber sobre nós dois e eu falei. — dei de ombros

— Você contou pra ele sobre o Jude? — Abby quase grita

— Não exatamente... Contei de uma forma resumida e ele interpretou do jeito que quis. — respondo
simples

Deslizo a calça cargo preta que elas tinha escolhido pra mim pelas minhas pernas, logo em seguida
vestindo o top preto todo cortado.

Olhei meu reflexo no espelho grande que tinha no quarto.

— Por que toda de preto? — comentei me virando pra elas

— Você fica muito gata de preto! — elas falam

Dou uma risada fraca e elas vem até mim me puxando para se sentar na cadeira começando a arrumar
o meu cabelo.

Não tô entendendo, elas estão muito love. Quando a esmola é demais o santo desconfia.

Ao final de tudo, elas apenas fizeram uma chapinha no meu cabelo e amarraram uma bandana
também preta na minha cabeça.

Maquiagem leve, ressaltando apenas meus olhos com um delineado gatinho, nos lábios passei meu
gloss de cereja e para completar o look meio dark, calcei botas de coturno com salto grosso. Coloquei
alguns acessórios também e finalizei tudo com perfume.

Peguei meu celular e um chiclete o colocando na boca.

Saio de dentro do quarto e atravessei o corredor, descendo a escada, no meio dela já era possível
escutar o pessoal conversando.

Mas ao ouvirem o barulho das minhas pisadas, se viraram na minha direção me encarando.

Termino de descer o último degrau e abro um sorriso satisfeita abrindo os braços e dando uma
voltinha.

Faço questão de olhar para o moreno que tinha uma cara de poucos amigos, mas mesmo assim era
visível o quanto ele estava gostando do que via.

— Hoje... Vamos em carros superesportivos. — Abby fala batendo palmas animada


Ela entrega as chaves uma pra cada um.

— Meu Deus! Uma Porsche. — Pedri fala olhando pra sua chave

— Como os carros só cabem duas pessoas, vamos casal. — Abby sugere

— Injusto isso! — Ferran resmunga e todo mundo riu

— Vai com o seu amigo, eu vou sozinha! — falei

Vejo Abby e Lola me olharem confusas.

— Amiga, tem certeza? — Lola pergunta sem jeito

— Absoluta! — sorri confiante e estendi a mão para Ferran

O jogador colocou a chave na palma da minha mão e eu pude vê que era um Audi.

Tudo certo, começamos a caminha para fora da casa em direção a garagem onde estavam os carros.

O queixo de todo mundo caiu ao vê as máquinas todas alinhanhas por tamanho e cores.

— Não aguento mais ficar chocado com tamanha luxúria. — Ferran fala de queixo caído

— E ainda tem quem nos chame de rico, rico só se for saúde. — Pedri fala

— Nem isso... — Fermín fala

Abby deu uma risada pelos comentários dos meninos.

— Se divirtam. — ela fala abrindo os braços

Imediatamente cada um foi em direção ao carro que mostrava em sua chave, destravei o carro que eu
ia usar e quando escutei o barulho me virei em direção a máquina.

Puta merda, um audi r8, ele era lindo, todo preto fosco, combinando com a minha roupa.

Puxei a porta e entrei dentro do mesmo fechando ela logo em seguida, toquei no volante deslizando
meus dedos por ele.

Todo mundo pisou no acelerador e nos colocamos um do lado do outro escutando o barulho dos
motores.

Acho que acabei de descobri aonde Abby está nos levando.


CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO
ELOISA

Um racha. Exatamente o que eu imaginei.

Abby havia nos trazido em uma festa que fica no ponto mais alto da ilha, mas não era uma festa
normal.

Era uma festa onde as pessoas apostavam corridas de carros e confesso que fiquei admirada com cada
carro que eu vi.

E fiquei mais surpresa ainda ao vê que minha amiga conhecia grande parte das pessoas presente na
festa, já que por onde passávamos faziam questão de cumprimentar ela e ela cumprimentava de volta
na maior intimidade de todas.

Talvez não fosse a primeira vez de Abby aqui. O que me deixa muito surpresa, afinal de contas,
sempre soube que ela era meio doidinha.

Mas ao ponto de participar de corridas ilegais?

Ela nos apresentou a algumas pessoas, incluindo ao homem que organiza o evento. Os dois se
cumprimentaram como se se conhecessem a anos.

O que me fez ficar ainda mais curiosa pelo fato de como Abby conheceu isso aqui.

— Se tirarem fotos da gente aqui, estamos fudidos. — escutei Gavi comentar com os meninos

E estariam mesmo, afinal de contas, o que a mídia ia pensar de vê cinco jogadores do nível deles em
uma festa de corrida clandestina?

— Relaxa cara! — isso veio de Fermín

— Acho que isso pode ser divertido... — Pedri comenta

Escutamos o barulho de motores a todo vapor e logo em seguida uma grande quantidade de pessoas se
aglomeram envolta de algo.

De onde estávamos consegui vê perfeitamente quando uma Mercedes GT cinza parou no meio na
galera.

As portas se abriram e de dentro dele saiu uma mulher, um centímetro mais baixa do que eu, cabelos
longos e cumpridos castanhos, pele bronzeada.

Ela olha pra galera erguendo os braços gritando em um gesto de comemoração e todo mundo vibra até
mesmo jogando suas bebida pra cima.

— Definitivamente isso aqui vai ser divertido. — Ferran comenta olhando para a moça
— Aquela é a Lorena, ela é a melhor corredora da ilha. — Abby fala

— Como você conheceu esse lugar? — Félix pergunta aquilo que eu queria perguntar desde que
chegamos

Todo mundo olhou para ela esperando por uma resposta.

— Eu sou uma garota rica, com pais ausentes, precisava de algo... Radical. — ela ri sem jeito

— Algo ilegal você quis dizer, né? — Lola fala com os olhos levemente arregalados

— Só eu que tô achando um máximo? — Pedri pergunta

— Também curti em! — isso veio de Fermín

— Vocês só podem ter pirado, se fomos pego aqui, podemos ir dizendo adeus ao time. — Gavi fala
surtando

— Tenho que concordar com o Gavira... — Félix fala suspirando

— Ah, parem! Estão parecendo um bando de bebês chorão. — Allana revira os olhos

— Verdade! — Abby concorda com ela

— Olha só se não é a grande e poderosa, Abby Andréa Martinez que nos agracia com sua presença.
— escutamos alguém falar

Todo mundo olhou em direção a dona da voz e percebemos ser a tal Lorena, a corredora.

— Lorena! — Abby vai até ela e as duas se abraçaram

— Quanto tempo em... — Lorena fala e as duas se afastam

— Tive que dar um tempo... — Abby revira os olhos

— E quem são esses? — a Lorena pergunta olhando pra gente

— Ah... Esses são Eloísa, Lola, Allana, Aurora, Gavi, Pedri, Fermín, Javi, Félix e... — ele a
interrompe

— Ferran, muito prazer! — ele fala dando um passo a frente e estendendo a mão para ela

Lorena olha Ferran de cima a baixo e da uma risada pegando na não dele.

— Prazer... — ela fala ainda rindo — Mas e aí, vão competir? — perguntou olhando pra gente

— Mas é óbvio, estava morrendo de saudades das corridas. — Abby fala


— Qualquer um pode competir? — Aurora perguntou

— Gata... Aqui, não existe regras. — Lorena pisca um olho só para ela

— Acho que vou querer competir. — Ferran fala anestesiado olhando para a morena

Lorena olhou para ele com uma sobrancelha erguida e um sorriso desafiador nos lábios.

Olhei através dela vendo dois carros acabarem de sair pra competir, talvez isso aqui realmente possa
ser divertido.

•••

Pegamos cervejas e ficamos junto com a galera e embora estivéssemos um pouco distante um do outro
conseguia sentir perfeitamente o olhar de Gavi sobre mim a cada movimento que eu fazia.

O ambiente é tomado por CNCO e eu balançava meu corpo ao ritmo da música fazendo questão de
dançar olhando para ele.

Viro ficando de costas o dando visão privilegiada da minha bunda deslizando minhas mãos pela
lateral do meu corpo.

Conseguia sentir seu olhar queimando sobre mim e ele se controlando ao máximo para não se
aproximar.

Me viro novamente na direção dele e abro um sorriso falso o mostrando meu dedo do meio revirando
os olhos, vejo o desgraçado da uma risada fraca balançando a cabeça negando.

Dou um gole em minha cerveja continuando balançar meu corpo ao ritmo da música.

— Vocês vão mesmo ficar nessa? — escutei Abby pergunta

— Do que você tá falando? — me faço de sonsa e Abby ergue uma sobrancelha

— Ninguém tá reparando essa troca de olhares. — Lola fala sarcástica dando uma risada

— Vocês dois tão quase transando aqui no meio de todo mundo. — Aurora fala e as meninas riram

— Seu irmão é um grande pau no cu. — revirei os olhos

— É... Mas em quatro paredes não é isso que você fala né safada. — Allana fala com malícia e
novamente as meninas riram concordando

— Podem ir parando! Eu quero curtir, não ficar falando sobre ele. — bufei

As meninas fingiram fazer um zíper imaginário nos lábios, mas logo em seguida caíram no riso.
Balancei a cabeça negando tomando minha cerveja.

— Abby, sua vez de correr. — Maurício o organizador das corridas disse se aproximando

— Já? — Abby pergunta confusa

— Já, você contra a Lore, topa? — ele pergunta

— Óbvio! — Abby fala confiante

— Então vamos! — Maurício chama ela

Abby entrega seu copo de bebida pra Lola e sai seguindo Maurício pra ir pegar seu carro, a chaves
estava com Félix já que os dois vieram juntos.

Essa eu quero vê.

A gente se aproximou da galera que estava tudo reunida próxima a pista e vimos quando as meninas
colocaram os carros em posição.

Fazendo questão de pisarem no acelerador fazendo eles rangirem a todo vapor.

E todo mundo vibrou animados gritando.

Tinha até alguns caras fazendo apostas de quem iria ganhar.

Uma garota usando roupas extremamente curtas e salto altíssimos, se colocou entre os carros
segurando bandeiras xadrez.

A galera fez a contagem regressiva e ao sinal da garota, as duas saíram arrancando com o carro. Puta
merda.

— É a Abby que tá dentro daquele carro? — escutei Félix perguntar ao se aproximar

— É! — respondi animada

— Meu Deus, ela é maluca! — Pedri comenta rindo

— Aposto que ela ganha. — isso veio de Fermín

— Ela tá competindo contra a Lorena. — Aurora fala

— Ih... Sei não se ela leva então. — Ferran fala

— Eu acredito na minha amiga! — Lola diz confiante

— São quantas voltas? — Javi pergunta


— Duas voltas completa. — respondi

— Talvez dê pra Abby ganhar. — Félix comenta ao meu lado

Olhando para os carros, as duas estavam extremamente acirradas, Abby estava pouco metros distantes
e elas já estavam dando a última volta.

Foi quando Lorena pisou com tudo no acelerador e conseguiu passar a linha de chegada primeiro que
Abby por coisa de segundos.

Ela para o carro pouco a frente da linha de chegada e a galera vai com tudo pra cima dela
comemorando.

Abby parou o carro e desceu dele rindo indo até a morena, as duas se abraçaram.

— Esquece, ninguém supera a nossa campeã! — escutei gritarem

Todo mundo bateu palmas gritando animados, até mesmo a gente bateu palmas.

Vimos Abby se aproximar da gente eufórica.

— Isso é bom demais. — Abby fala gritando

— Deve ser mesmo... — comentei olhando para Lorena recebendo os holofotes

— Quero competir... — Ferran fala

Todo mundo olhou pra ele chocado.

— Tá falando sério? — Abby pergunta

— Ah, com certeza eu tô! — ele confirma

— Vou avisar o Maurício pra te colocar na lista então! Alguém mais vai querer? — Abby fala olhando
pra gente

Fiquei em silêncio por alguns segundos pensativa, então erguendo a cabeça e estufando o peito tomei
coragem.

— Eu também quero! — falei confiante

Vejo me olharem surpresos, principalmente Abby e Lola.

— Tem certeza, Elô? — Lola pergunta tocando meu braço

— Absoluta! Eu quero competir. — afirmei

— Gostei de vê garota! E quer saber? Eu contra você, se você ganhar, te dou o carro. — Abby fala
— O Audi? — ergui uma sobrancelha

— Sim! Mas não o preto que você veio, ele é o meu preferido... — ela riu

— Feito! — estendi a mão pra ela

Abby pegou minha mão apertando fechando nosso acordo. Agora mais do que nunca eu tenho que
ganhar, imagina, ter um Audi na garagem.

Ela se afastou para poder ir avisar Mauricio de que eu e Ferran iríamos competir.

Vejo Lorena se aproximar segurando um copo de bebida.

— E aí? Vão competir? — ela pergunta olhando pra gente

— Eu vou! — Ferran se apressa em responder

Ele ainda não desencantou? Meu Deus. Lorena dá uma risada fraca olhando pra ele parecendo ter
gostado.

— Bom... Muito bom! — ela fala

— Eu também vou! — comentei

— Vai? — ela pareceu surpresa

— Por que a surpresa? — ergui uma sobrancelha

— Ah, nada... É que você não tem cara de quem curte essas coisas. — Lorena comenta bebendo sua
cerveja

Dei uma risada sarcástica sem acreditar no que acabei de ouvir, cruzei os braços olhando pra ela.

— Não entendi... Por que eu não tenho cara que curto essas coisas? — faço questão de perguntar

— Ah, sei lá... — ela me olha de cima a baixo com ironia — Só não tem cara.

— Certeza que eu ganharia de você. — dei uma passo pra frente ficando cara a cara com ela

Lorena me olhou com um brilho nos olhos parecendo se divertir com minha ousadia em acabar de
desafiar a campeã.

— Beleza, vamos vê se você é tudo isso. — ela ri e entrega seu copo para Ferran que prontamente
segurou

Deixei meu copo com as meninas e segui Lorena até a pista.


— Ah, é galera! — ela chamou a atenção de todo mundo usando o assovio de cavalo — A gatinha
aqui... — apontou pra mim — Diz que consegue ganhar da campeã aqui. — ela apontou pra si mesma

Todo mundo que estava envolta riu achando graça. Revirei os olhos.

— Eu tô louca pra vê ela tentando e vocês? — ela pergunta colocando a mão no ouvido

As pessoas gritaram apoiando a competição e então Lorena olhou pra mim com um sorriso desafiador,
se aproximando de mim ela colocou seus lábios próximos ao meu ouvido.

— Boa sorte! — ela fala sarcástica

— Não, você quem é que vai precisar de sorte. — olhei para ela confiante

Parecendo gostar da minha atitude ela sorriu e me mandou um beijo no ar.

Ela se afastou indo até o seu carro enquanto eu caminhava até onde estava o Audi que vim.

— Elô, você pirou? — sinto alguém me segurar

Me virei e percebi que era Gavi, intercalo meu olhar com a mão dele em meu braço e seu rosto.

— Me solta! — puxei meu braço

— Tem noção do no que se meteu? — ele pergunta passando a mão no rosto

— Cuida da sua vida, Pablo! Você não tem nada a ver comigo. — falei ríspida

Sem querer discutir, sai caminhando em direção ao carro, tirei o alarme e puxei a porta entrando
dentro dele.

Fechei a porta e coloquei o cinto de segurança ligando o motor e pisando no acelerador.

Me aproximei da faixa de chegada ficando ao lado do carro de Lorena, ela olhou pra mim dando uma
risadinha e balançou a cabeça negando.

Outra garota se colocou no meio do carros dos carros segurando as bandeiras xadrez.

Pisava no acelerador rangendo o motor e quando foi dada largada, pisei com tudo no mesmo saindo
em disparada.

Conseguia sentir a adrenalina correndo em minhas veias ao ver o odômetro chegar 200km por hora.

Pelo retrovisor conseguia ver o carro de Lorena a poucos metros.

Abby estava certa, isso aqui realmente é muito divertido.


CAPÍTULO QUARENTA E CINCO
PABLO GAVI

Eu sabia! Sabia que Eloísa e Bellingham tinham alguma coisa, desde quando vi aquela mensagem que
ele havia mandado para ela aquele dia meu sexto sentido ficou em alerta.

Me sinto um completo idiota e o pior foi ouvir da boca da própria Eloísa que eles tinha um
relacionamento de um ano.

Porra, um ano.

É o mesmo tempo em que eu estava me relacionando com Ana, mas diferente dela eu fui sincero e
falei que tinha alguém, agora Eloisa mentiu, me enganou e me usou.

Como ela teve a coragem de me fazer ser amante sem que eu ao menos soubesse?

Respeito quem curte esse lance, mas eu não curto, até mesmo julguei horrores o Pedri quando ele me
contou que estava se relacionando com uma moça que namorava uma vez.

Na minha cabeça não entra você trair uma pessoa, se não está satisfeito com o relacionamento,
termina. É uma atitude bem mais nobre.

Os meninos ficam zoando o Félix por ter sido traído e tudo, mas sendo bem sincero eu fico mal por
ele cara.

Imagina, você amar uma pessoa e ela quebrar sua confiança assim?

Eu estava me sentindo realmente muito burro e usado.

Quando sai do quarto dela, fui para o quarto onde estava ficando, irritado fui tomar um banho para vê
se esfriava a cabeça.

Ao terminar o banho, sai de dentro do banheiro com a toalha enrolada na cintura, mexendo no meu
celular.

No meu feed só se falava sobre mim e Eloísa, as pessoas curiosas queriam saber se estávamos tendo
algo.

Qual é o problema das pessoas, em? É tão difícil assim cada um cuidar da sua própria vida?

Não é só porque sou uma figura pública que tenho que ficar indo na internet dar satisfação do que
faço ou deixo de fazer.

Me lembro até hoje quando na época de copa do mundo surgiram rumores de que eu estava
namorando com a princesa só porque simplesmente o pai dela me pediu para autografar uma camisa
da Espanha para presentear a filha.
Porra, era só uma camisa. Se fosse qualquer pessoa do mundo não iriam vê coisas onde não tinha, mas
só porque era a princesa quiseram inventar história.

Depois que essa poeira abaixou, dei graças a Deus, mas a felicidade dura pouco.

Já que logo menos, assim que eu comecei a me relacionar com Ana foram vazadas fotos minha e dela
saindo para jantar juntos em um restaurante.

Puta que pariu, a internet mais uma vez foi a loucura. Começaram a criar um monte de teorias
malucas que eu confesso que até ficava assustado com algumas.

Eu não podia sequer curtir uma foto da Ana que em menos de um minutos já estava em todas as
minhas páginas de fã clube.

Gosto desse carinho e atenção que recebo dos fãs diariamente, mas confesso que as vezes eles passam
do ponto. E isso me assusta.

Sempre fui um garoto muito tímido e reservado com quem não tenho intimidade, lembro até hoje do
desespero que foi quando fui reconhecido na rua pela primeira vez.

Afinal de contas, pensem comigo, qual garoto de dezessete anos vai se sentir bem de um dia pra noite
vê que você não é mais um Zé ninguém? Agora você é um jogador famoso, com mais de milhões de
seguidores em sua rede social e com mais de não sei quantos fã clubes pra você.

E que não pode nem sequer ir fazer uma caminhada na rua sem ser reconhecido.

Tudo bem, que assim que fechei o contrato com o time, fui instruído de que isso tudo iria acontecer,
que a minha vida ia vira uma bagunça.

Mas eu não esperava que ia ser tão rápido.

E não vou negar o meu desconforto por ser reconhecido apenas como um rostinho bonito.

Porra, isso machuca as vezes.

Porque só eu sei o quanto me esforço dentro de campo pra conseguir o meu espaço desde quando subi
para o profissional.

Mas só porque as garotas, e até mesmo alguns rapazes, me acham bonito, os haters ficam comentando
que eu não sei jogar bola e que minha fama toda é só por ser um branco com rostinho bonito.

Caralho, que culpa tenho eu de ter nascido bonito?

E olha que particularmente eu nem me acho tudo isso que dizem sobre minha beleza na internet, mas
isso aí eu não tenho nada haver, não posso controlar o que as pessoas falam.

Queriam que se importassem realmente com o meu futebol, não com quem eu estou saindo ou deixo
de sair.
Tem gente que sonha em ser famoso, mas acreditem que quiser, a fama é muito desgastante.

Lidar com certos tipos de comentários requer muito psicológico ou se não você se afunda.

Ferran coitado, xingavam tanto ele na temporada passada por não está jogando bem que precisou
começar a fazer terapia.

Fora essas rivalidades ridículas que ficam criando entre a gente e outros jogadores.

Nunca me importei, sei bem do meu valor.

Mas confesso que Jude foi o único a me afetar, desde o evento Bola de Ouro ele tem sido uma grande
pedra no meu sapato.

Já que grande parte das pessoas que me odeiam, começaram a comentar em peso que ele merecia ter
ganhado o prêmio mais do que eu.

Na copa do mundo isso só piorou, ainda mais pelo fato de eu ter marcado um gol e com isso ter me
tornado o terceiro jogador mais jovem a ter feito um gol na copa do mundo.

A mídia caiu em cima e começaram mais ainda os incentivos de competição entre mim e o
Bellingham.

Tentei ao máximo no início ignorar todos e quaisquer tipo de comentários relacionado a isso, mas o
ápice pra mim foi quando vi ele ser anunciado como o mais novo reforço do Real Madrid.

Porra. Tanto time bom por cara ir e ele vai logo para o maior rival do meu?

Isso com certeza era pessoal, não é possível.

E agora... Como se já não bastasse esses nossos problemas em campo e com a mídia, teríamos outro
problema entre nós dois.

E esse problema tem nome e sobrenome, um e sessenta de altura, olhos verdes, cabelo loiro e um
corpo escultural.

Eloísa. Ou como costumo a chamar, diaba.

Isso só pode ser algum tipo de pegadinha do universo com a minha cara, porque de tantas mulheres no
mundo, eu tive que me relacionar justamente com a mesmo mulher do meu rival.

É de fuder uma negócio desses.

Me joguei na cama de toalha mesmo e larguei o celular de lado soltando um longo suspiro.

Oh, Deus, sempre fui um bom garoto, onde foi que eu errei?
Perdido nesses pensamentos acabei pegando no sono, acordei com os meninos entrando no meu
quarto parecendo que a casa estava pegando fogo.

Mas eles só estavam era animados porque íamos sair essa noite.

Sendo bem sincero, eu nem estava animado, mas sem outra alternativa me arrumei.

Vesti uma bermuda meio marrom clara junto com uma camisa estilo social de manga curta preta e
como de costume calcei um tênis da Nike.

Coloquei um relógio passei perfume e estava pronto.

Sai de dentro do quarto, atravessei o corredor e descia a escada vendo que todo mundo já estava
pronto, menos é claro, ela. A diaba.

Trocava ideia com os meninos enquanto esperávamos por ela, até que ouvimos passos vindo da
escada.

Era ela, meus olhos deslizaram pelo seu copo e puta que pariu, essa mulher me tira do sério.

Mordi meu lábio inferior e ela termina de descer a escada abrindo um sorriso, fazendo questão de dar
uma voltinha.

Definitivamente essa mulher só pode ser o meu karma.

•••

Abby nos trouxe em um racha, eu fiquei simplesmente sem acreditar e achando tudo uma maluquice,
afinal de contas se fôssemos pegos, estávamos fudidos e poderíamos ir dando adeus a nossa carreira.

Nos dividimos em um grupinho só a gente os rapazes e as meninas ficaram entre elas.

Embora eu não quisesse, parecia um ímã, a cada passo que a loira dava involuntariamente meus olhos
a acompanhava.

E a desgraçada sabia perfeitamente disso, teve um momento em que a ordinária fez questão de fazer
um dança exclusivamente para mim.

Virando de costas me dando visão privilegiada da sua bunda.

Quando ela se vira pra mim novamente a vejo da um sorriso falso e logo em seguida me mostra se
dedo do meio, dei uma risada fraca balançando a cabeça negando dando um gole em minha bebida.

— Mano, vocês dois precisam transar. — Fermín fala

— Que? — olhei para ele confuso

— Vai ser insuportável se ficarem nessa até o fim da viagem. — Pedri fala
— E só estamos no segundo dia... — Javi completamente

— Não viajam! — balancei a cabeça negando revirando os olhos

— É até palpável a tensão sexual entre vocês dois. — Ferran fala bebendo sua bebida

— Podemos não falar sobre isso essa noite? — pedi

Os meninos concordam e mudam de assunto começando a falar sobre as corridas que vimos essa
noite.

Levando meu copo até meus lábios novamente vi o exato momento em que o cara que organiza as
corridas se aproximou das meninas falando alguma coisa com Abby, ela caminhou até a gente e pediu
a chave do carro que estava com João.

Depois disso todas as meninas também se direcionaram até a galera que estavam próximas a pista de
corrida.

— Acho que a Abby vai competir, vamos lá vê. — comentei

Saio na frente e os meninos me acompanham, até que quando finalmente conseguimos chegar nas
meninas, a corrida já tinha começado.

— É a Abby que tá dentro daquele carro? — Félix pergunta claramente preocupado

— É! — Eloísa quem responde

— Meu Deus, ela é maluca! — Pedri comenta rindo

— Aposto que ela ganha. — isso veio de Fermín

— Ela tá competindo contra a Lorena. — minha irmã falou

— Ih... Sei não se ela leva então. — Ferran fala

— Eu acredito na minha amiga! — Lola diz confiante

— São quantas voltas? — Javi pergunta

— Duas voltas completa. — Eloísa responde

— Talvez dê pra Abby ganhar. — Félix comenta passando a mão no cabelo nervoso

Olhei pra a pista vendo os dois carros, elas estavam bem próximas uma da outra, mas Abby estava
mais distante e ela estavam na segunda e última volta.
Lorena pisa com tudo no acelerador e consegue passar a linha de chegada primeiro que Abby, puta
merda.

A garota para o carro e assim que ela desce do mesmo, o pessoal vai em cima dela a pegando no colo
comemorando.

Que doidera.

Abby parou o carro e desceu dele rindo indo até a Lorena, as duas se abraçaram.

— Esquece, ninguém supera a nossa campeã! — um cara gritou erguendo o braço de Lorena pro alto

Todo mundo começou a aplaudir e assobiar, não ficando de fora também batemos palmas.

Vimos Abby se aproximar da gente eufórica.

— Isso é bom demais. — Abby fala praticamente gritando

Provavelmente ainda anestesiada pela adrenalina.

— Deve ser mesmo... — escutei Eloísa comentar

— Quero competir... — Ferran fala do nada

Todo mundo olhou pra ele chocado.

— Tá falando sério? — Abby pergunta

— Ah, com certeza eu tô! — ele confirma suas palavras

— Vou avisar ao Maurício pra te colocar na lista então! Alguém mais vai querer? — Abby perguntou
olhando pra gente

Logo de cara todo mundo negou, menos uma pessoa. Olhei para a loira que parecia pensativa, ela não
estava cogitando essa maluquice, estava?

— Eu também quero! — ela fala confiante

Todos nós a olhamos surpresos, principalmente eu, é sério isso? Ela só pode ter pirado de vez.

— Tem certeza, Elô? — Lola pergunta tocando no braço da amiga

— Absoluta! Eu quero competir. — ela afirma convicta de suas palavras

— Gostei de vê garota! E quer saber? Eu contra você, se você ganhar, te dou o carro. — Abby falou e
eu ergui uma sobrancelha

— O Audi? — Eloísa pergunta surpresa


— Sim! Mas não o preto que você veio, ele é o meu preferido... — Abby deu uma risads

— Feito! — Elô estende a mão pra ela

Abby pegou a mão dela e apertou selando o acordo. Meu Deus, ela com certeza deve ter batido a
cabeça em algum lugar para está cogitando fazer essa maluquice.

A morena se afastou para poder ir avisar Maurício de que Eloísa e Ferran iria competir.

Ia me aproximar de Eloísa pra falar com ela e tentar a fazer mudar de ideia, mas logo vimos Lorena se
aproximar da gente segurando um copo.

— E aí? Vão competir? — ela pergunta olhando pra gente

— Eu vou! — Ferran se apressa em responder

Olhei para o meu amigo confuso, é sério que ele estava querendo fazer isso para chamar atenção dela?
Francamente.

— Bom... Muito bom! — Lorena fala dando uma risada fraca

— Eu também vou! — Elô comenta

— Vai? — ela pareceu surpresa e eu franzi a testa sem entender

— Por que a surpresa? — escutei Elô a questionar

— Ah, nada... É que você não tem cara de quem curte essas coisas. — Lorena comenta bebendo sua
cerveja dando de ombros

Percebi o exato momento em que Eloísa fechou seu semblante parecendo não ter gostado nem um
pouco de ter ouvido isso vindo da morena.

Então ela dar uma risada sarcástica e cruza os braços olhando para ela.

— Não entendi... Por que eu não tenho cara que curto essas coisas? — Elô pergunta tirando satisfação

— Ah, sei lá... — Lorena olhou para ela de cima a baixo com ironia — Só não tem cara.

— Certeza que eu ganharia de você. — vejo Eloísa dar um passo pra frente ficando cara a cara com
ela

Lorena olhou para a loira com um brilho malicioso no olhar e com um sorriso de canto parecendo se
divertir com a ousadia da garota em a desafiar dessa maneira.

— Beleza, vamos vê se você é tudo isso. — Lorena ri e entrega seu copo para Ferran que prontamente
segurou
Eloísa deixa seu copo com Allana segue atrás de Lorena que vai até próxima da pista.

— Aew galera! — Lorena chamou a atenção de todo mundo usando o assovio para cavalo — A
gatinha aqui... — apontou para Elô — Diz que consegue ganhar da campeã aqui. — ela apontou pra si
mesma

As pessoas envolta riram achando graça, meu Deus, que que essa garota tá pensando.

— Eu tô louca pra vê ela tentando e vocês? — Lorena pergunta para o público colocando a mão no
ouvido

As pessoas gritaram apoiando a competição entre as duas, vejo Lorena olhar pra Eloísa com um
sorriso desafiador nos lábios e se aproximar da loira sussurrando algo em seu ouvido.

Eloísa a responde e então ela sorriu mais uma vez e mandou um beijo no ar para a adversária.

Lorena se afastou para poder ir até seu carro e vejo Eloísa ir até o Audi que Abby a emprestou por
essa noite.

Não me aguentando, caminhei o mais rápido que pude em direção a ela antes mesmo que pudesse
chegar no carrom

— Elô, você pirou? — perguntei segurando em seu braço

Ela se virou e ao vê que ela eu fez uma cara feia, intercalando seus olhos entre minha mão em seu
braços e o meu rosto.

Não gostando nada de eu está dando pitaco na sua vida.

— Me solta! — ela puxou o braço com uma certa força

— Tem noção do no que se meteu? — perguntei irritado passando a mão em meu rosto

— Cuida da sua vida, Pablo! Você não tem nada a ver comigo. — ela fala de uma maneira ríspida

Antes que eu pudesse a dizer mais alguma coisa, ela sai andando em direção ao carro.

Puta que pariu, eu odeio gente teimosa.

Vejo ela entrar dentro do carro e eu respiro fundo voltando até onde a galera estava.

— A Eloísa só pode ter enlouquecido. — Lola comenta suspirando

Pelo visto eu não era o único preocupado com a maluca.

— Gente, eu só fui ali e a Eloísa se meteu em um racha contra a Lorena? Puta que pariu. — Abby fala
se aproximando
Ouvir esses comentários só estava me fazendo ficar ainda mais nervoso e olha que nem sou quem vai
competir.

Vimos a loira aproximar seu carro o colocando ao lado do carro da morena, passei a mão no meu
cabelo preocupado em isso da merda.

Uma garota usando um vestido justíssimo, se colocou entre o carro das garotas segurando duas
bandeiras xadrez.

As duas pisavam no acelerador rangendo os motores mostrando toda a potência dos carros.

E quando foi dada a largada, Eloísa pisou com tudo no acelerador arrancando com o carro.

— Caralho! Essa mina é maluquinha. — Pedri comenta rindo

— Ela é... — esse comentário veio de Félix

— Até ontem ela nem tava dirigindo e hoje tá se enfiando num racha... — Abby comenta apreensiva

Exatamente. Ontem mesmo ela estava quase chorando porque não queria dirigir e hoje tá nessa, quase
arriscando sua vida.

Meu Deus, essa garota é muito doida.

Elas fazem a primeira volta e começam o início da segunda, todo mundo bastante apreensivo.

Podia sentir minha pulsação acelerada e minhas mãos suando frio de nervosismo.

Levei as mãos atrás da cabeça passando a língua nos lábios o sentido ressecar por causa do
nervosismo.

Depois do que pareceu horas, vimos os dois carros se aproximando da linha de chegada, era uma
disputa muito acirrada já que elas estavam literalmente uma do lado da outra.

Foi como se o mundo tivesse entrado no mundo e em câmera lenta quando uma delas cruzou a linha
de chegada.

Puta que pariu. Não é possível.

Minha audição voltou e eu pude escutar a galera gritando em êxtase.

— Nem fudendo! — isso veio de Abby

— Não é possível! — Fermín fala em êxtase

Por questão de milésimos, Lorena levou essa, mas as duas chegaram praticamente juntas à linha de
chegada.
Fica até difícil dizer se realmente a morena chegou primeiro.

Elas desceram do carro e ficaram frente a frente, Eloísa ria.

— Eu quase ganhei! — a loira fala

— Caralho garota, você é insana! — Lorena fala rindo

As duas fizeram um toque e se abraçaram. Nem parecendo que estavam se provocando minutos atrás.

O pessoal foram até elas animados e eu só conseguia pensar que graças a Deus tinha dado tudo certo.

Puta que pariu, levei a mão até o peito respirando aliviado.


CAPÍTULO QUARENTA E SEIS
ELOISA

Eu queria ter ganhando de Lorena, mas infelizmente a filha da mãe conseguiu ser mais rápida do que
eu.

Posso até não ter ganhado dela, mas ganhei de Abby, o que significa... Que o Áudio r8 é meu.

No final das contas, essa noite tinha válido muito a pena, nunca me divertir tanto.

E particularmente, é tão bom poder está dirigindo de novo, eu sinto dentro de mim que em algum
lugar minha irmã deve está orgulhosa de mim.

Cansada, avisei para o pessoal que ia embora, agora já se passavam das três horas da madrugada.

Não sei o que anda acontecendo comigo, antes eu virava madrugada bebendo e curtindo, mas de uns
dias pra cá, tudo que estou prezando é pelo meu cantinho e ter uma boa noite de sono.

Entrei no carro que eu vim, fechei a porta e coloquei o cinto de segurança. Quando eu ia dar partida
escutei alguém batendo na janela.

Olhei para a mesma e vi que era Gavi, franzi a testa confusa e desci o vidro.

— Me dá carona? — ele pergunta parecendo irritado

Hesitei por alguns segundos, ele não está merecendo minha caridade. Mas como eu sou uma boa
pessoa, destravei o carro permitindo que ele entrasse.

O vejo abrir a porta e se sentar ao meu lado no carona, olhei para ele e deslizei meus olhos pelo seu
corpo vendo sua camisa encharcada.

Ergui meus olhos até o rosto dele vendo claramente o quanto ele estava puto.

— O que rolou? — perguntei como quem não quer nada

— Uma garota bêbada esbarrou em mim e deixou toda bebida dela cair na minha camisa. — seu tom
de voz era ríspido

Dou uma risada fraca e balancei a cabeça negando, ligo o motor e piso no acelerador saindo do meio
dos outros carros.

Já pelas ruas de Ibiza, o clima era tranquilo, pessoas circulavam saindo de boates, já que o que não
falta nesse lugar são boates.

Tem para todos os tipos de gostos e eu nem estou brincando.


Parei o carro e um sinal vermelho e apoiei meu cotovelo na janela levando meus dedos até meus
lábios suspirando.

Com a visão periférica consegui vê perfeitamente o momento em que Gavi começou a desabotoar sua
camisa.

Ó Deus, por que faz isso comigo senhor?

Mordo meu lábio inferior e tento manter meus olhos atentos na estrada em minha frente.

E o que demoram segundos, pareceram horas com o jogador semi nu ao meu lado.

Apertei minhas coxas uma na outra desconfortável, quando o sinão finalmente abriu, pisei com tudo
no acelerador.

— Ei, pega leve! — escutei ele falar dando uma risada fraca

Não respondi, afinal de contas, não estou nada boa com ele para podermos ficar de conversinha fiada.

O trajeto até a casa de Abby demorou cerca de quarenta minutos, mas para mim pareceram horas.

Agradeço mentalmente quando coloco o carro dentro da garagem, destravo o cinto e me preparo para
descer, mas sou impedida com uma mão me segurando.

— Por que caralhos você está com raiva? Quem deveria está puto era eu. — escutei ele dizer

Olhei em seu rosto vendo seus grandes olhos castanhos olhar para mim, seus lábios estavam
entreabertos mostrando sua respiração ofegante, seu cabelo bagunçado e a aparência desleixada
parecia o deixar ainda mais gostoso.

Merda. Eu preciso controlar os meus hormônios.

— Com raiva de que, Pablo? — puxei abruptamente meu braços — Não temos nada um com o outro!
— dei uma risada sarcástica

Abri a porta do carro e bati a porta com uma certa força, eu preciso ir para o mais longe possível desse
garoto.

Caminhando em passos rápidos, entrei depressa dentro da casa enquanto escutava os passos dele
vindo atrás de mim. Droga.

Quando pisei no primeiro degrau, mais uma vez ele me segura.

Sinto seus dedos apertarem meu braços e me puxar fazendo com que eu olhasse para ele.

Me chamem de maluca, mas isso estranhamente me deixou excitada.


— Caralho, Eloísa! Porra, será que pelo menos uma vez da pra admitir que estava errada?! Não se
passou pela sua cabeça em como eu ia me sentir por saber sobre você e aquele... Aquele... — ele não
consegue falar

— Para de querer me cobrar alguma coisa, nós nos conhecemos só tem duas semanas, Pablo! — tentei
puxar meu braços mas ele apertou mais ainda

— Mas se você tinha um namorado, por que se envolveu comigo porra?! — ele estava começando a
se alterar

Dei uma risada achando graça, ele ainda estava fielmente acreditando nessa de que eu o fiz de
amante? Puta que pariu, homem realmente é um bicho irracional.

Meu riso é interrompido quando o sinto me puxar fortemente e nos colocar um contra o outro, gemi
em dor quando meu peito bateu contra o dele.

Gavi olhava para mim furioso, suas íris castanhas estavam tomadas pela suas pupilas dilatadas.

Sentia sua respiração batendo próxima ao meu rosto e seus olhos faziam o famoso triângulo,
intercalando seu olhar entre os meus olhos e os meus lábios.

Vejo ele repuxar com os dentes levemente seu lábio inferior e meus olhos involuntariamente
acompanha o gesto.

A expectativa aquecia o ar eu conseguia sentir que como se fossem dois imãs nossos rostos se
aproximavam lentamente um do outro.

Porém, antes mesmo que nossos lábios se tocassem, pisquei voltando para a realidade.

— Me solta! — apoio minhas mãos em seu peito e o empurro

Voltando para a realidade, Gavi pisca e olha para mim confuso.

— Fica bem longe de mim, Pablo! — apontei o dedo em seu rosto

— Já ouvi isso antes. — o escutei dizer com um certo sarcasmo

Comecei a subir os degraus em passos rápidos, atravessei o corredor e entrei no quarto onde estou
ficando.

Fechei a porta e me encostei na madeira soltando o ar que nem eu mesma percebi que estava
segurando.

Esse garoto anda fudendo mais com o meu psicológico do que outra coisa. Puta que pariu.

Levei a mão até o peito me sentindo ofegante e engoli em seco, balancei a cabeça negando mandando
para longe quaisquer pensamentos sórdidos que estão se passando pela minha cabeça agora.
Me afasto da porta e no meio do quarto retirei a roupa que eu estava usando. Preciso de um banho
para vê se acalmo os nervos.

Entrei dentro do banheiro já completamente nua e entrei dentro do box ligando o registro permitindo a
água cair sobre meu corpo.

Apoio minha testa na parede gelada e fechei os olhos respirando fundo.

Em minha cabeça, só conseguia lembrar de minutos atrás, a forma em que ele me olhou com tanto
desejo, o jeito firme em que ele segurou meu braço.

Porra. Definitivamente esse garoto já não era mais o mesmo garoto tímido e assustado de dias atrás
que havia me pedido para o ensinar a transar.

Gavi finalmente havia encontrado segurança em si próprio e estava sabendo a usar muito bem.

Mordo meu lábio inferior me sentindo irritada e frustrada sexualmente.

Esse garoto só pode ser o meu karma, puta que pariu.

•••

Deitei para dormir e como é de costume esperei o sono vir, mas ele não veio.

Me mexia na cama de um lado e para o outro, mas nada, até mesmo troquei de posição por diversas
vezes, mas de nada adiantou.

Eu me sentia quente, meu corpo parecia está pegando fogo e minha pulsação estava acelerada. Que
inferno.

Não conseguia para de pensar na transa com Gavi ontem, no nosso dia, no nosso quase beijo na
escada.

Ah, eu vou entrar em colapso a qualquer hora e ninguém vai entender nada.

Peguei o travesseiro e coloquei ele sobre meu rosto soltando um grito histérico. Porra.

Suspirei e tirei o travesseiro do meu rosto meu ofegante, de braços abertos encarando o teto.

Ergui minhas pernas pelo colchão e apoio meus pés sobre o mesmo, deslizo meus dedos entre meus
seios e coloco minha mão dentro do meu short.

Fechei os olhos e mordi o lábio inferior ao sentir meus dedos gélidos se mexerem dentro da minha
intimidade me estimulando.

Me contorcia sobre o colchão e imaginava outros dedos ali, dedos mais ágeis, os dedos dele.

Com esses pensamentos, deslizei os dedos até minha entrada me penetrando dois deles.
Sem querer deixei um gemido escapar, mas logo eu mesma me reprimi colocando a costas da minha
mão sobre meus lábios.

Ergo minha coluna um pouco em prazer, se eu não fosse tão orgulhosa, poderia me enfiar dentro do
quarto daquele filho da mãe e o fazer me comer nem que fosse na base da raiva.

Mas não, eu sou orgulhosa demais para isso.

Entre ter que pedi e eu mesma fazer, prefiro usar os meus próprios dedos para me aliviar.

Conseguia sentir meu gozo próximo a cada movimento de vai e vem que eu fazia, mas antes que eu
pudesse fazer isso.

Ouvi a porta do quarto ser aberta, senti meu coração gelar e eu congelei parando meus movimentos.

Abri os olhos e olhei em direção a ela, Gavi, ele me olha deitada na cama com as pernas abertas e
minha mão dentro do meu short.

Mas que porra.

Vejo um sorriso malicioso se acender em seus lábios e ele ergue uma sobrancelha.

— Precisando de uma ajuda? — ele comenta sarcástico

— Sai do meu quarto, Gavi! Eu disse que não queria você perto de mim. — tirei minha mão de dentro
do meu short

— Imaginei que você poderia não está conseguindo dormir igual eu. — ele comenta se aproximando
da cama

Rapidamente levantei me colocando de pé, ficando de um lado da cama e ele do outro.

Seus olhos deslizam pelo meu corpo e eu me sinto em chamas novamente, mordo meu lábio inferior.
Merda.

Eu tenho que ser forte, eu preciso ser forte.

— Sai do meu quarto! — pedi calmamente

O vejo cruzar os braços mostrando que não iria fazer o que eu estava pedindo, feito uma criança
birrenta.

— Tudo bem, se não sai você... Saio eu. — dou uma risada

Dou a volta na cama tentando passar por ele, mas antes mesmo que eu pudesse chegar perto da porta
sinto suas mãos me segurar.
Meu corpo é jogado com uma certa força contra a cama e ele sobe em cima de mim prendendo minhas
pernas com a dele.

Vejo seu olhar analisar simetricamente cada canto do meu rosto, mesmo que o quarto estivesse sendo
iluminado apenas com a luz da lua.

— Me diz... Me diz que você não me quer nesse momento tanto quanto eu te eu quero. — ele sussurra
em meu ouvido de uma forma rouca

Senti todos os pelos do meu corpo arrepiarem e algo entre minhas pernas pulsar.

— Não... Eu não... — suspirei — Eu não quero!

O escutei dar uma risada sarcástica, nem eu mesma acreditaria nas minhas próprias palavras.

— Mente... Fala que você não quer... Diz que sua boceta não está pigando nesse exato momento só de
está ouvindo a minha voz... — ele desliza sua mão entre meus seios e minha barriga lentamente —
Implorando para ser fodida feito uma vadia por mim. — engoli em seco

Sinto seus lábios deslizar pelo meu pescoço e eu eu arfei me remexendo desconfortável embaixo dele.

Fechei os olhos inebriada pelo tesão, minha respiração estava mais acelerada e meus lábios estava
entreabertos em gemidos roucos e baixo enquanto o sentia deslizar a língua pela região do meu
pescoço.

Ele desce os lábios para o "V" dos meus seios coberto pela blusa do pijama e deixa uma leve mordida
ali.

Sua mão aperta minha cintura nua e ele me faz roçar contra sua ereção me fazendo assim mais uma
vez arfar.

— Você queria saber o que eu comprei hoje mais cedo no sexshop... — ele fala em um tom de voz
mais seduzente

Abri os olhos olhando para ele que me encarava, o senti sair de cima de mim e eu me apoio nos meus
braços encarando ele.

Gavi leva a mão até o bolso da bermuda que usava e tira lá de dentro uma venda.

Franzi a testa confusa.

— Mas... — não consegui formular uma palavra

Estava exitada demais para isso. Tudo o que eu conseguia pensar era no quanto eu o desejava dentro
de mim agora.

— Você vai ter que confiar. — ele fala com um sorriso travesso
Passei a língua nos lábios e balancei a cabeça confirmando, o vejo abrir um sorriso vitorioso.

Ele da a volta na cama e sobe em cima do colchão se colocando atrás de mim, dou uma risada nervosa
quando o vejo colocar a venda na frente dos meus olhos.

Depois disso, tudo fica ainda mais escuro do que já estava.

Sentia meu coração batendo mais forte no peito em expectativa, o que será que esse garoto está
aprontando?

Dou um grito surpresa quando o senti me empurrar contra o colchão e subi em cima de mim mais uma
vez.

Sua perna desliza entre as minhas coxas e seu joelho se encontra com o meu clitóris e ele os roça
lentamente me arrancando um suspiro.

Senti sua mãos ir até a barra da minha blusa e ele a deslizar pelo meu corpo a tirando me deixando
seminua.

Arfei quando senti sua boca aproximar de um dos meus seios e ele sugar o bico lentamente,
enroscando a língua ali.

O piercing fazia essa sensação ficar ainda mais prazerosa.

Ele faz a mesma coisa com o outro seio e eu gemi.

Tentei tocar em seu rosto porém ele não deixou, segurando meus pulsos com uma mão só ele prendeu
minhas mãos acima da minha cabeça.

Me contorci quando seus lábios desceram entre meus seios e pela minha barriga.

Com uma mão só, senti ele puxar meu short para baixo e eu o ajudei levantando um pouco o quadril.

Deslizando o tecido pelas minhas pernas, ele me deixou completamente nua e vulnerável ao seu
toque.

— Não ouse tocar em mim, essa noite... Sou eu quem mando e você obdece feito a boa garota que é.
— o escutei falar

Balancei a cabeça concordando sentindo minha garganta secar.

Ele ergue minhas pernas em cima do colchão e eu posso sentir ele se colocar entre elas.

Mas sou pega de surpresa ao sentir uma leve sensação de queimação na minha intimidade, gemi, mas
logo quando sua boca entra em contato, a queimação é tomada por uma estranha sensação de
refrescância.
Gemi sentindo sua língua entrar e sair de dentro de mim, hora intercalando com movimentos
circulares.

Quando ele desceu a boca, mais uma vez senti a sensação, primeiro a queimação e depois a
refrescância.

Certeza que o filho da mãe comprou aqueles géis térmico.

Mordo meu lábio inferior me contorcendo toda em sua boca, ergo o quadril sentindo ele me sugar
mais forte.

Sei que ele pediu para não o tocar, mas foi impossível controlar as minhas mãos, quando dei por mim,
já estava com elas dentro do seu cabelo.

O que fez com que ele parede imediatamente de me chupar.

Não. Não. Por que?

Sinto ele subir entre minhas pernas e sua respiração mais próxima do meu rosto.

— Você tem sido uma garota muito desobediente nos últimos dias. — ele sussurra contra o meu
ouvido

— Eu... — ia falar mas ele não me deixa terminar

Tomando meus lábios no seu, ele da início a um beijo quente, sua língua entra dentro da minha boca
derramando seu gosto.

O gel provavelmente era de morango, já que é esse o gosto que seus lábios tem.

Sinto o exato momento em que tira sua bermuda e sinto meu corpo todo reagir, clamando por isso.

Abro mais minhas pernas, esperando que ele nos encaixasse.

Mas ele não faz isso. O que me deixou frustrada.

Sinto ele tirar a faixa do meu rosto e eu olho para ele um pouco atordoada e ofegante.

— Quero olhar nos seus olhos enquanto eu te fodo e você geme pelo meu nome implorando pelo meu
pau. — ele fala

Isso faz meu coração dar um salto e eu já podia me sentir pingando.

Sinto ele segurar em sua base e passar apenas sua glande em minha entrada pegando um pouco da
minha umidade, me fazendo arfar.

— Gavi... — choraminguei
O ordinário da uma risada e eu gemi sentindo ele se deslizar lentamente para dentro de mim. Escuto
ele gemer em meu ouvido enquanto segurava no meu quadril.

Com movimentos lentos, ele se mexe dentro de mim me fazendo ficar inquieta e querer mais.

Sabia que ele estava fazendo isso de propósito, ele queria me ouvir implorar.

— Acho que o Bellingham não estava te comendo direito, você continua aperta. — ele da uma risada
sarcástica

Mas que filho da puta. Ele tinha que deixar a dele.

Depois dessas palavras, ele aumentou seu ritmo me esticando de forma rápida e precisa.

Eu gemia pelo seu apelido, enquanto arranhava suas costas.

O barulho da sua virilha se chocando contra a minha, a cama batendo contra a parede. Porra.

Fechei os olhos com força aproveitando o momento, ele apertava firme em minha cintura enquanto
xingava alguns palavrões em meu ouvido.

Em um movimento rápido, ele me virou sobre a cama, me colocando de costas para ele.

— De quatro, loira... Empina essa bunda gostosa pra mim. — ele fala em meu ouvido

Obdecendo ao seu pedido, me coloco de quatro em sua frente ansiosa, percebi ele demorar um pouco
e olhando por cima do meu ombro percebi que ele estava admirando a visão. Desgraçado.

Dei uma risada sem acreditar.

Mas logo minha risada é cortada com ele deslizando seu pau pela minha bunda e o guiando até a
minha entrada.

Segurando firme em meu quadril, ele entrar de forma firme e dura dentro de mim me arrancando um
gemido.

Ele me fazia subir e descer em seu pau e o barulho da sua virilha se chocando contra minha bunda
invadia o quarto.

Gemi quando o senti dar um tapa ardido em minha bunda, até mesmo fechei as mãos em punhos
apertando minhas unhas nas palmas.

Palavras como "gostosa, porra, caralho..." saia dos lábios do jogador enquanto ele entrava e saia de
dentro de mim.

O sinto me ergue encostando minhas costas no seus peito sem parar seus movimentos.

Suas mãos deslizam pelo meu corpo, apertando meus seios, encosto minha cabeça em seu ombro.
Deitamos de lado na cama e ele não parou suas investidas.

Gemi mais anunciando meu orgasmos, me sentia pulsando envolta do seu pau ao mesmo tempo em
que pingava de prazer.

Sua mão aperta mais forte meu quadril e ele geme em meu ouvido.

— Porra! — o escutei xingar

Não demora muito para que minha intimidade seja toda lambuzada pelo seu orgasmo revelando que
ele havia gozado.

Se eu soubesse que era só o deixar irritado que ia ter uma das melhores fodas da minha vida.

Teria feito isso bem antes, acreditem.

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