Você está na página 1de 191

1

Meu primeiro contato mais intensivo com o tráfico tive


com 12 anos. Meu primo levou-me consigo para visitar
um “amigo”, como ele me disse. Mas como eu percebi
foi a casa de traficantes, uma boca de fumo, em que
fomos recebidos. E ele pagou dinheiro. Evidentemente
não para comprar novas drogas, mas para pagar uma
dívida.
Mas o pessoal não ficou satisfeito e eles brigaram com
ele. Ele deu pretextos e falou que pagaria o resto na
outra semana, mas não lhe foi concebido maior prazo.
Queriam ficar comigo de penhor para que ele logo
trazer mais dinheiro, mas ele nem com essa ameaça o
conseguiria. E assim forjaram uma outra solução mais
fácil: Faltaram R$ 180. Falaram que ele poderia pagar
a dívida comigo. Eu deveria chupar os dez rapazes da
banda dos traficantes presentes no local, e depois
seria desvirginada pelo chefe deles. Ganharia
chupando por pessoa R$ 10, e venderia meu cabaço
por R$ 80, podendo arcar assim com a dívida de meu
primo.
3

Falei que não o faria, mas os traficantes pegaram meu


primo e um deles segurou uma arma na cabeça dele.
Disseram-me que o matariam se não pagasse, e vi
que não tive outra escolha. Chupei, e depois
sacrifiquei minha virgindade. Porém, tive muito medo
que não conseguiria chupar direitinho e que eles não
conseguiriam gozar em minha boca por falta minha de
habilidade. Por isso me esforcei fechando bem os
lábios ao redor da carne quente enfiada em minha
boca e tentei usar a língua, mas na verdade foi muito
fácil e todos gozaram, alguns dentro de poucos
momentos, outros com mais trabalho e só porque eles
enfiavam com força, seguraram minha cabeça e me
deram algumas tapas.
Quanto à virgindade não chorei muito, porque menina
na favela sempre perde-a cedo. Pensei que pelo
menos não a perdi à toa, e perdi-a com um rapaz
importante e nem feio e não com um João Ninguém ou
um velhinho feio. Aguentei a dorzinha, mas menina na
favela não deve ser muito mole nessas coisas e
reclamar, como já sabia. Se o rapaz depois tivesse me
4

pedido para voltar mais para namorar com ele teria


aceitado numa boa, escapando assim de coisas
piores.
Na saída da boca de fumo pedi logo o celular de meu
primo para ligar para uma amiga, porque não queria
aparecer assim cheia de porra na casa de meus pais.
Eles poderiam ter descoberto a verdade e ter dado
uma surra em mim. Mas ele não quis emprestar-me o
celular. Falei: “Pelo menos poderia ser grato porque eu
te ajudei para escapar de ser morto. Por isso pelo
menos poderia me emprestar o celular, para começar
a pagar a dívida comigo.”
Ele não gostou do que eu disse e respondeu ríspido:
“Que dívida, menina. Que dívida? Não tenho dívida
nenhuma com você.”
Insisti, mas aí ele ficou aborrecido e levou-me a um
cantinho escuro. Mostrou-me seu celular e o vídeo que
ele conseguiu fazer mostrando me nua e chupando
com fervor paus de rapazes. Ele falou que iria mostrar
o vídeo na minha turma e aos meus pais, se eu seria
birrenta. Eu deveria ser generosa com ele para ele não
5

publicá-lo. Fiquei calada, pensei e vi que não tive


opção. Cedi e ele levou-me para a sua casa. Pude
tomar banho, mas tive que recompensar meu primo e
chupá-lo duas vezes. Depois consegui evitá-lo e só
uma vez, umas seis semanas depois do evento, ele
me encontrou sozinha e me obrigou chupá-lo mais
uma vez, sempre dizendo que eu deveria obedecer a
ele para ele não publicar o vídeo.
Não sei se ele quebrou a promessa de não mostrar o
vídeo ou se também os traficantes me filmaram ou se
as notícias se espalharam boca a boca. Pelo menos
um rapaz de uns 15 anos na minha turma da escola
com o nome Daniel começou a me assediar e falar
coisas sujas no meu ouvido, sobretudo me chamando
de chupadora e perguntando como me sinto quando
chupar vários paus de vez ou se eu gostava da minha
defloração. Ignorei o rapaz. Ainda mais, para escapar
do perigo, aceitei os convites de duas amigas e segui
a elas para a igreja delas, uma Assembleia de Deus
com uns 70 membros não muito longe da minha casa.
6

Gostei das músicas, das danças, da amizade, dos


estudos domingo cedo e comecei a frequentar a igreja.
Senti-me também mais protegida tendo amigas que
me acompanhavam nesse caminho. Assim passaram
uns meses e senti-me cada vez mais feliz. Muitas
vezes senti uma presença algo sobrenatural em mim
que entendi como a presença de Deus em meu
coração.
Quando a nossa escola promoveu uma festa junina
resolvemos contribuir com uma dança para a festa. Eu,
as duas meninas da minha igreja e mais outras
meninas de outras igrejas evangélicas. Era uma
música sertaneja combinando com o estilo da festa,
mas com um texto evangélico. Com a ajuda da mãe de
uma das meninas consegui uma saia meio-longa
parecida com as que as mulheres usavam
antigamente, e uma tia me deu botas de cano alto.
Botei um monte de batom vermelho nos lábios e nas
bochechas e assim fui para a festa.
A dança agradou e até Daniel, o rapaz que sempre me
chamava de chupadora, apareceu com um amigo e
7

elogiou-me sem falar palavras feias. Pensei que talvez


poderia mudar a malícia dele, quem sabe até
evangelizá-lo e por isso respondi com gentileza. Aí os
dois rapazes me convidaram para ver um carro muito
chique estacionado na garagem.
Não tive interesse para ver o carro, mas para fazer
média concordei. Já que o outro rapaz levou também
uma menina que estava em companhia dele me senti
segura. Descemos uma escada sem luz, e em baixo,
quase em plena escuridão, o rapaz abriu um portão
que leva a um tipo de despensa. Nunca imaginei que
poderia ter um carro neste lugar.
O outro rapaz e a menina dele ficaram atrás de nós,
mas a menina parou no meio da escada com medo da
escuridão. O rapaz falou que poderia voltar para a
festa e aí ela desapareceu. Fiquei com medo e não
entrei pelo portão, e aí o Daniel, que estive ao meu
lado, disse: “Entra, chupadora.”
Aí assustei ainda mais e quis voltar, mas ele me
segurou e o outro rapaz ficou no meio da escada como
para trancar a saída para mim. O primeiro repetiu
8

“Entra, chupadora”, e quando não reagi começou a


puxar-me para dentro. Mas me segurei com as duas
mãos na aldrava do portão. Este fechou e ficamos na
escuridão total. Senti como alguém agarrou minha
cintura e puxou, mas eu não soltei a porta. Aí senti
como ele ou quem sabe os dois juntos levantaram a
minha saia e a puxaram para cima até chegar quase
aos meus punhos, tendo por dentro meus peitos,
minha cabeça e os braços, enquanto a barriga, a
bunda e as pernas estavam nuas com exceção das
botas e da calcinha fio dental que mal protegia a
bucetinha.
De repente senti algo ao redor de meus punhos. Talvez
achassem uma corda ou usassem a própria bainha da
saia e amarraram-me assim os punhos um ao outro.
Nem assim soltei a aldrava, mas de repente senti algo
frio na minha bunda e logo cortaram minha calcinha e
ela caiu aos meus pés, e quase no mesmo momento
senti mãos e dedos na minha bunda e entre as minhas
pernas, abrindo meus lábios femininos tenros e dóceis
que vigiam a parte mais sagrada de uma menina.
9

Exploraram meus segredos por um tempo. Gemi, mas


meus guinchos foram abafados pelos tecidos da saia,
e quando gritei mais alto senti um braço enfiar-se entre
meus peitos e uma mão enfiou a minha calcinha em
minha boca. Em seguida senti algo bater contra
minhas portinhas que ofereci sem querer nessa
posição forçada para os rapazes e percebi que
queriam me estuprar. Desviei a bunda e fiquei de
cócoras. Assim não podiam transar, mas entre as
pernas fiquei aberta e desprotegida e os dedos e mãos
trabalharam com vigor e socaram tanto em mim que
apesar das dores e da vergonha molhei um pouco.
Tentaram puxar-me para cima pelos cabelos, mas
sempre quando me soltaram para transar me agachei
de novo. Aí pegaram meu grelinho entre os dedos e
me forçaram para me levantar de novo, mas quando
tentaram de enfiar o pau de atrás o grelinho deslizou e
escapou dos dedos, e antes de ser perfurada pelo pau
agachei-me de novo.
Em compensação recebi algumas palmadas na bunda,
mas eles perceberam que foi inútil e mudaram a tática.
10

Pegaram um lábio menor da minha bucetinha e


levantaram-me como alguns pais levantam um menino
malcomportado pela orelha. Gritei abafada pela
mordaça mas tive que ceder. Quando estive em cima
senti outros dedos puxando meu grelinho, e de repente
estes apertaram este pedacinho de carne mais
precioso e sensível com força, encravando também as
unhas como um alicate neste apêndice feminil
indefesa. Torci-me como uma serpente e soltei as
mãos para proteger minha vagina, mas com a saia
amarrada ao redor de meus braços nem consegui
alcançar o colo e abanei as mãos em vão no ar,
gemendo e me torcendo como em uma dança
excitadíssima.
Logo alguém pegou minhas mãos e puxou, e sem
enxergar nada caí e fui arrastada com a bunda nua
pelo chão. Tentei ajudar com os pés para não ser
escorchada, mas não consegui muito bem e levei
algumas arranhões. Pela violência a saia saiu por cima
de minha cabeça e ficou somente presa em meus
braços. Mesmo assim não vi nada e fui arrastada a um
11

cantinho e largada no chão. Entendi que não tive mais


chance e para não provocar e levar ainda mais
palmadas ou coisas piores abri logo as pernas quando
deitei de costas.
Aos poucos meus olhos se acostumaram ao ambiente
e vi o rapaz que sempre me chamava de chupadora, e
ele riu e disse: “Você é uma puta boa. Abre bem as
pernas para mim, chupadora. Mas antes quero ser
chupado.” Com isso se sentou em cima de um montão
de sacos e fez um gesto em direção de seu pau.
Entendi e me ajoelhei para atender.
Quando reparou a minha submissão e docilidade
soltou meus braços para eu puder usar também as
mãos em favor de carinho para com seu pau, e fiz o
que ele quis. Vi que ele me venceu e pelo menos
queria mostrar que sou uma menina boa e obediente.
Pelo menos não podia me filmar nessa escuridão.
Certamente iria-se gabar diante de seus amigos
contando que eu seria uma chupadora, mas
certamente melhor para uma menina se eles contam
12

que é uma chupadora excelente do que se falam que é


uma chupadora medíocre ou até ruim.
De repente a luz foi ligada. Um momento não vi nada
mas imaginei que fosse o outro rapaz, ou sozinho ou
talvez acompanhado por mais um ou dois amigos dele
para se divertirem. Quando uma menina cai em uma
festa os rapazes dividem-na muitas vezes
fraternalmente com amigos. Talvez o seu motivo seja
que esperam em receber o mesmo benefício em outra
oportunidade também pelos amigos. Mas talvez
queiram simplesmente humilhar e prostituir a menina.
Assim eles garantem também o silêncio da vítima,
porque nenhuma menina quer que os outros saibam
que ela transou com vários rapazes ao mesmo tempo.
Mesmo se fosse sem a anuência dela leva a fama de
ser uma puta. Por isso o prejuízo para ela é menor se
fala nada. Além disso não pode arriscar aborrecer
tantos rapazes de vez, e se são seis, oito ou mais
rapazes ela sabe que eles têm dezenas de primos,
amigos, parentes e ajudantes que poderiam travar
13

uma ação contra a menina por vingança, se ela


denunciasse os estupradores.
Se um rapaz estupra sozinho uma menina, a coisa é
diferente. Os outros se distanciam dele como se ele
fosse uma exceção doente e dizem que ele seja um
perverso maldoso que merece um castigo. Mas se são
muitos os amigos e parentes começam a pensar:
“Puxa, se foram tantos certamente a menina não era
tão inocente assim. Também conhecemos o fulano, ele
está tranquilo, não seria capaz de fazer um tamanho
mal se a garota fosse de bem e mostrasse claramente
que não gosta de ter sexo com eles.”
Eles não imaginam que uns rapazes são arrastados
pelos outros. Alguns se excitam na hora, vendo a
menina nua, outros querem aproveitar a oportunidade
pensando que não faz diferença para a vítima atender
a mais um, outros até sentem que fazem algo errado
mas temem ser considerados como covardes ou
desmancha-prazeres, outros querem transformar a
menina em uma puta para se sentirem superior a ela e
ajudam para sujar e humilhar a vítima, e alguns
14

poucos são mesmo perversos e querem ver a menina


sofrer.
Por todas essas razões continuei chupando obcecada
pela luz repentina. Queria mostrar submissão e
docilidade para pelo menos evitar tapas e violência
dos rapazes. Chupei sem levantar os olhos até ouvir
meu nome. Levantei minha cabeça assustada e vi
aquele meu primo a quem salvei da execução e mais
um outro rapaz amigo dele. Eles perguntaram o que
houve, mas o rapaz maldoso segurou minha face
contra o colo dele e respondeu em meu lugar: “Está
vendo, ela faz o que ela mais gosta.” E riu.
Meu primo mandou para eu me levantar e perguntou a
mim. Não sabia o que seria certa. Não queria falar mal
de ninguém, sendo eu agora uma evangélica e deveria
perdoar e fazer o bem aos outros. Também vi meu
algoz fazer sinais para mim para eu não o delatar.
Riscou com o dedo na garganta para mostrar o que
aconteceria comigo se eu falasse mal dele. Ao outro
lado não devemos mentir, e quando meu primo me
perguntou mais direto respondi: “Sim, ele me forçou
15

para entrar nesse lugar e me obrigou a fazê-lo,


batendo em mim.” Também contei que ele já antes me
perseguia e chamava de chupadora.
O rapaz alegou que tudo seria uma mentira e referiu-
se a minha ma fama, mas meu primo acreditou em
minha versão. Meu primo e seu amigo seguraram o
rapaz e convidaram a mim para castigá-lo. Quando
hesitei exortaram-me explicitamente para pisar entre
as pernas dele, mas eu não consigo fazer um tamanho
mal para ninguém. Por isso dei lhe só alguns tapas.
Mas meu primo não ficou satisfeito e boxeou várias
vezes no estômago do malfeitor até ele ficar no chão
rolando e gemendo. Obrigaram-no, a seguir, para tirar
a roupa e para beijar minhas botas e pedir desculpas e
prometer para nunca mais me molestar. O rapaz não
teve escolha e humilhou-se nisso, pediu desculpas,
prometeu de nunca mais me chamar de chupadora
mas de ficar longe de mim e beijou minhas botas.
Meu primo deu mais uns chutes ao malvado, passou a
roupa dele para mim e nós saímos. Antes de voltar
para a quadra onde a maior parte das festividades
16

aconteceu mostrou-me um grande recipiente de lixo e


abriu-o para mim. Joguei a roupa lá dentro e voltamos
para a festa.
Nesta noite tive que pensar em Daniel. Deliberei se ele
ainda estivesse lá, com medo de sair. Talvez tivesse
achado um saco para se cobrir e fugiu. Comecei a ter
dó dele. Também senti medo de encontrá-lo outra vez
sozinho, mas na escola ele me evitou ficando longe
assim de me ver. Teria tido vontade de falar com o
pastor ou pelo menos minhas amigas evangélicas
sobre o que acontecera, mas tive medo das reações.
Pensei em buscar uma igreja católica para confessar
anonimamente, mas tive medo de que tal
procedimento seria visto como pecado em minha
igreja. Pensei até em escrever uma carta ao rapaz
para lhe dizer que o perdoei. Mas não sabia se seria
certo pedir também desculpas por ele sofrer por minha
causa essa surra. Finalmente foi merecida. Pela
dúvida e pelo medo de fazer algo errado preferi de
fazer nada.
17

Finalmente chegou o dia de meu batismo. Meus pais


não se interessaram, mas uma tia, um primo e uma
irmã estavam presentes, além de várias amigas. Agora
virei evangélica de fato. Fiquei muito feliz de ter
tomado essa decisão, mas a felicidade só demorou
cinco dias. Foi numa sexta-feira à noite. Fiquei toda
arrumadinha para sair para a igreja, quando meu pai
apareceu e me disse que não seria para sair porque
ele me precisaria para resolver uma coisa. Meu pai
abandonou a nossa família quatro vezes, vivia com
outras mulheres, mas voltou sempre. Ele bate em mim
e em minha mãe e nas crianças menores, mas ele é
meu pai e por isso devo-lhe ser obediente, sobretudo
por ser agora uma moça evangélica. Tive também o
dever de ir à igreja, mas até o pastor disse uma vez
que a submissão aos pais ou ao marido teria
prioridade à submissão à igreja. Por isso fiquei triste,
mas não vacilei e segui ao meu pai.
Mas quando reparei que ele queria entrar naquela
casa, a boca de fumo, que já conhecia, não quis entrar
e disse que iria esperá-lo na rua. Mas ele insistiu para
18

eu entrar. Na casa encontraram-se só dois rapazes


maiores. Um deles reconheci da outra vez quando
salvara o meu primo. Os dois investigaram-me com os
olhos como alguém que escolhe uma prostituta. Sabia
que estive linda com meu vestido de igreja e toda
perfumada e maquiada, mas me senti nua.
Lembro-me que coloquei batom vermelho-cereja, um
pouco de maquiagem nos olhos e bochechas, coloquei
desodorante nas axilas e no rego e coloquei um
trisquinho de perfume no pescoço, no umbigo, na
bucetinha, no cuzinho e entre os peitinhos
principiantes. Fiz tudo isso para Deus e a igreja, mas
agora senti-me como uma prostituta que se enfeita
para seus clientes e seu cafetão. Senti um calafrio na
barriga e entre as pernas. Imaginei que os dois
rapazes se lembravam daquele dia quando ficara nua
e chupara a eles. Orei para eles não contar nada ao
meu pai porque ele bate muito quando irado.
O rapaz que já conhecia fez de sim com a cabeça.
Evidentemente concordou com meu pai, que se
mostrou aliviado. Não sabia de que se tratava, mas
19

meu pai recebeu um pequeno pacote. Só muito mais


tarde cheguei a saber que ele teve também muitas
dívidas. Mas agora ele estava lá para pagar as dívidas
segundo combinado com os traficantes. Ele saiu
aliviado que a trama foi aceita, e eu tive que ficar como
pagamento. Fui vendida como escrava.
No primeiro momento senti um baque tão profundo
que congelei toda, mas pouco a pouco me consolei
pensando que nem seria tão ruim assim ser escrava
de um chefe do tráfico. Ele iria transar comigo, seria
então também namorada ou esposa dele, um partidão
para qualquer menina pobre. Claro, ele é do mal e eu
evangélica, mas quem sabe seria meu dever de
evangelizá-lo ou pelo menos humanizá-lo um pouco
através de meu amor e um comportamento submisso,
meigo e educado.
Meu pai saiu e depois de resolver algumas ligações de
celular o chefe me levou para a cama. Abri-me de boa
vontade. Não queria ser forçada, porque não queria
ser considerada puta dele, mas namorada ou esposa.
Mas pela minha decepção ele desfrutou todos os meus
20

carinhos, mas não mostrou sentimentos e depois de


ser pronto comigo tive que tomar um banho e depois
deitar-me também com o outro rapaz.
Tomei outro banho depois e não achei mais as minhas
roupas. Falaram que seriam lavadas e me mostraram
uma outra muda de roupas. No entanto, o que recebi
parecia mais com roupa de prostituta em um
prostíbulo. Um sutiã, uma saia curta e sapatos de salto
alto. Pedi uma calcinha, mas eles nem reagiram, e
quando pedi de novo ouvi só: “Veste o que recebeu e
fica calada.”
Obedeci e me sentei no sofá, mas o segundo rapaz
me mandou limpar o corredor. Fui procurar os
petrechos, mas só limpei uma parte quando apareciam
oito rapazes e adolescentes entre 11 e 20 anos. O líder
chamou-me e disse aos rapazes: “Comprei essa puta
para vocês. Mas não briguem por causa dela e não
estraguem-na logo no primeiro dia.” Com essas
palavras ele levantou minha saia e tocou com as mãos
em minha bunda e bucetinha nuas.
21

Assustei muito e senti o gelo em mim, mas quando


eles começaram a discutir quem poderia me ter como
primeiro e fizeram uma sequência criei coragem,
coloquei me em pé na frente deles dizendo com voz
firme: “É verdade que meu pai me deixou aqui para
servir a vocês. Mas não sou prostituta nenhuma. Estou
trabalhando. Também posso ser a mulher de um de
vocês. Mas não posso ser a prostituta gratuita de
todos. Sou pobre mas não sou menina de rua. Tenho
escola, igreja e família e não sou uma vagabunda
qualquer. Peço que respeitem esses fatos. Com
licença.”
Com essas palavras voltei ao corredor para retomar
meu trabalho, mas o primeiro rapaz que é o chefe
deles chamou-me de volta e disse: “Vem cá, puta.
Comprei uma puta e não uma faxineira. Seu pai te
vendeu como puta, ele não te explicou? Ele deve mais
de dois mil. Você acha que estou gastando dois mil só
por ter uma faxineira? Além disso ele recebeu mais
mercadoria e vai receber mais ainda, e ele paga com
você.”
22

Respondi: “Sinto muito que meu pai fez tantas dívidas.


Mas não é minha culpa. Não pode ser que eu tenho
que pagar por todas as dívidas dele.”
“Não pode ser que eu tenho que pagar por todas as
dívidas dele”, remedou o chefe e alguns riram. “Quem
você acha que deve pagar pelas dívidas dele. Será
eu? Será alguém dos outros? Será que sou filho dele?
Se fosse, pagaria. Mas a filha dele é você. É verdade
que você é filha dele?”
“Sim, mas...”
“Você sabe que ele te vendeu como puta para mim?”
“Você me o disse, mas...”
“Porque você então não obedece?”
“Porque não sou puta.”
“Bom, se o erro está nisso... seu pai te vendeu como
puta então tem que virar puta para vocês cumprirem o
contrato. Vamos lá. Tirem a roupa dela.”
Entrei em pânico, implorei, chorei, barafustei,
estrebuchei, mas nada adiantou e pouco depois estive
nua segurada por quatro rapazes. O chefe levantou-
se, pegou meus braços, torceu-os nas minhas costas e
23

para cima e forçou-me assim em uma posição em pé,


mas com o abdômen na horizontal, expondo assim a
bunda nua. Ele segurou meus punhos com uma só
mão e com a outra tirou o cinto da sua calça, deu dois
golpes em minha bunda e perguntou: “Quer ser nossa
puta ou não?”
As duas marcas arderam como fogo, mas disse: “Eu
vou ser obediente, mas não posso ser puta. Sou
evangélica e não vagabunda.”
Aí ele passou o cinto a um outro rapaz e segurou-me
firmemente com as duas mãos. Senti um arrepio
sentindo a força do homem que me desvirginara mais
de um ano antes e senti toda a minha nudez na frente
dele. Imaginei como ele me viu, nua, bonita e languida,
prostrada diante dele e pensei que ele iria ter piedade
comigo e tudo sairia bem, mas acordei logo deste
devaneio quando senti o próximo golpe. Ficando o
rapaz em uma posição mais favorável podia bater com
mais força e o cinto abraçou minha carne tenra como
uma serpente venenosa e cruel. Logo começaram
todos a gritar, aplaudir, incentivar e levantar uma
24

algazarra como em briga de barzinho ou culto de Igreja


Universal. Distingui palavras como “puta” e “cadela” e
entendi frases como “bate a puta” e “acaba com ela”
ou “bate forte”, e várias vozes exigiam: “Deixa eu”,
“Deixa eu bater”.
Nem vi, mas pelo jeito diferente de bater deve ter
acontecido que passaram o cinto para diversos
rapazes e eles se tentaram em serem torturadores de
uma menina inocente que nos olhos deles deveria virar
puta. Depois de uns oito golpes perguntaram: “Virou já
puta?” Não respondi e sem nem esperar por uma
resposta alguém disse: “Deixa ver.” Ele colocou as
mãos entre minhas pernas e esfregou com força
comentando: “Não está molhadinha, então ainda não
virou puta. Deixa-me bater, sei como bater em puta
que não quer.”
Meu corpo todo estava em chamas, mas não podia
torcer-me com os braços presos para cima. Pelo
contrário, tive que oferecer a bunda aos golpes
terríveis. E de novo alguém falou: “Deixa ver agora,” e
enfiou os dedos entre meus lábios esfregando a mão.
25

Será que ele nem sabia onde uma mulher molha


primeiro, porque ele esfregou meu grelinho e meu
cuzinho, mas deixou o lugar mais provável de lado.
Nem queria fazer nada, mas percebi que tentei abaixar
a bunda para apertar a vagina mais contra a mão
esfregadora que me fomentava. Talvez fosse porque
pensei que seria um pouco molhadinha e queria
mostrá-lo, talvez fosse porque queria mostrar me
obediente, talvez quisesse simplesmente abreviar o
proceder. Mas talvez fosse simplesmente um reflexo
automático de uma menina que quer ser boa e
educada e fazer a vontade dos outros. Nem eu mesma
entendi o que aconteceu, mas a dor em meus ombros
e braços interrompeu esse gesto de rendimento e me
forçou para cima de novo, e no tumulto alguém me deu
um golpe de cinto ainda antes de o outro rapaz afastar
as mãos e este recebeu parte do cinto por cima dos
braços e mãos e protestou irado.
Quando outra vez apalparam minha bucetinha abri as
pernas com mais jeito e orei para eles me acharem
molhadinha logo. E quando alguns minutos depois
26

ficaram satisfeitos e o líder abaixou lentamente as


suas mãos, arriei junto com ele. Ajoelhei, depois sentei
na bunda e quando ele me soltou caí nas costas e abri
logo as pernas para todos saberem que me rendera.
Mostrei que fui agora realmente a puta deles.
Os rapazes me penetravam com força animal, jamais
antes senti um rapaz com tanto fervor e excitação
entre as minhas pernas. Nesse momento sabia que
era realmente uma puta e a escrava deles, e abri as
pernas ao máximo para sinalizar que aprendi a lição e
queria servir desde agora a eles, com minha
bucetinha, com meu corpo em geral e com todo tipo de
serviço que iriam exigir de mim. Senti o primeiro rapaz
enfiando com trancos violentos, fundo nas entranhas,
até se esvaziar em mim, ríspido e tremulando todo.
Ele se retirou, e eu fechei os olhos e mantive as
pernas abertas como uma águia com asas
amplamente abertas em um voo demorado para
mostrar-lhes a minha sujeição, rendimento e
submissão, e depois de pouco senti outro rapaz entre
as pernas. E foi assim que continuou a noite toda,
27

deixando-me num devaneio, pairando meio


inconsciente nessa nova condição de escrava e
prostituta, sendo sugada, enchida de porra, violada,
usada, prostituída, escravizada cada vez mais e mais.
Não contei os rapazes. Muito provável que cada um se
aproveitou da puta nua em sua casa duas ou mais
vezes, pode ser também que trouxeram amigos. Perdi
a noção. Fui escrava e puta e uma escrava ou puta
não se importa com os detalhes mas simplesmente
obedece e serve com o que ela tem ou sabe fazer.
Uma dona de casa que limpa a louça sabe que tem
uma quantidade determinada de louça, e ela espera
acabar com tudo em determinado tempo para depois
cuidar de si mesma ou de outras tarefas. Uma escrava
que lava louça em um restaurante que fica aberta o dia
todo lava sem contar nem os pratos nem o tempo
porque o trabalho nunca termina. Tudo vira igual. Ela
fica reduzida a essa única função de lavar louça. Se
ela trabalha bem, não acontece nada e ela continua a
vida inteira, e se ela relaxa será açoitada. Quem sabe
será açoitada também se trabalha bem, como medida
28

preventiva para ela nem começar a relaxar ou pensar


em algo errado, mas ela não tem como evitar os
corretivos e se resigna. O único que ela pode fazer é
ser boa no que ela faz.
Isso é também a única liberdade de uma puta. Ser boa
no que ela faz. E assim até perde um pouco da
escravidão, fazendo de contas como se gostasse do
que faz e fizesse-o por livre vontade.
Todos os rapazes pareciam extasiados. Eram quentes
e suados como se cada um tivesse me açoitado
sozinho e com toda a força e se jogasse agora
ofegante depois da lida em cima de meu corpo.
Arquejando e soltando grunhidos estranhos afundaram
em mim, e quase todos me xingaram de puta,
cadelinha, cadela, vaca e piranha. Nem sei se foram
realmente xingações ou se eram elogios, finalmente
ele queriam que eu fosse uma puta e o tom das
palavras pairava muitas vezes no indeciso entre
desdém, nojo e admiração.
Um deles ficou com os olhos bem perto dos meus e
furou a sua vista em minha. Depois de uns segundos
29

perguntou: “Você é uma cadelinha muito gostosa.


Gosta de ser puta? Quer ser minha puta agora?”
Falei de sim. Ele soltou um sorriso estranho, traçado
entre estranheza, desdém, triunfo e respeito. Levantei
a cabeça e cobri a boca dele com a minha, suguei,
entrei com a minha língua pequena, e aí ele reagiu,
invadiu a minha boca e eu abri tudo para ser a puta
dele, boa, meiga, escravizada e gostosa. Minhas
mãos, até este momento esquecidas aos dois lados
como se eu fosse crucificada no chão, se acharam nas
costas dele e segurei-o em cima de mim, apertando-o
contra o meu corpo como para cobrir a minha nudez.
Pela manhã seguinte podia me levantar, mas assim
que saí do banheiro eles me chamaram e tive que
sentar em vários colos, enquanto eles faziam comigo o
que quiseram. Tive que sentar sempre com as pernas
abertas e as mãos deles jamais deram trégua. Em
tendência pode-se dizer que quanto mais novo mais
perigoso para mim.
Teve lá dois adolescentes, ou melhor, meninos que
brincaram comigo como se eu fosse um brinquedo de
30

divertimento bárbaro. Lembrei de meninos que


sequestram a boneca da irmã e enfiam agulhas,
arrancam os cabelos ou até os braços e pernas.
Também tem meninos que fazem o mesmo com
moscas, sapos, passarinhos, gatos ou outros animais.
E uma puta para eles é uma espécie de animal muito
interessante por causa do que ela esconde entre as
pernas.
Eles puxavam e enfiavam, e fiquei sempre muito feliz
quando um dos maiores me chamava para si, porque
eles queriam esfregar minha buceta porque eles
gostavam da sensação de dominar o corpo de uma
mulher ou menina, mas estes menores queriam brincar
e testar e não sabiam os limites.
Às vezes apareceram também outras garotas e
mulheres. Uma até poderia ser a tia ou quem sabe a
mãe do chefe, porque ela manda em certas coisas. A
minha presença não atrapalhou a nenhuma delas
como se uma menina nua ou seminua, com as pernas
e a bucetinha abertas e invadidas pelas mãos
31

atrevidas dos rapazes fosse a coisa mais normal do


mundo.
Uma vez trouxeram uma moça bem puta pelo visual e
pediram a ela para fazer um show. Tive que deitar em
uma mesa e ela mostrou com grande habilidade e
conhecimento tudo o que se pode fazer com um corpo
de uma puta escravizada. Cooperei em tudo sabendo
que resistência seria inútil e me traria um castigo
certamente bem doloroso. Os rapazes gostavam e
depois estupraram-me com os corpos quentes e
fervorosos como no primeiro dia após de eu ter
recebido de cinto.
Certa vez fiquei sozinha em casa com os dois meninos
mais novos. Eram bem mais novos do que eu mas
queriam sentir-se como adultos e não pararam de
assediar-me. Olhávamos televisão, e as mãos deles se
encontraram o tempo todo em meu corpo.
De repente um trovão interrompeu a gente, seguido
por alguns puxos de vento forte. Levantei-me e fechei
a porta e as janelas. Os meninos chamaram-me de
volta para o sofá. Sentei-me no meio deles assim
32

como antes e eles sorriam e começaram de novo. Mas


outras lufadas de vento desciam e trouxeram chuva,
que dentro de um minuto se transformou em um toró
furioso. Os meninos começaram a brigar sobre o canal
de televisão e eu aproveitei a deixa para me levantar.
Já sábia das três goteiras na cozinha, na área e perto
da entrada e coloquei baldes e bacias para a água não
pingar no chão. Voltei para o sofá, mas os meninos
brigaram ainda se engalfinhando para ganhar o
controle remoto. Era uma brincadeira para eles, e eu
fiquei feliz em vê-los distraídos e desapareci
inventando um trabalho na cozinha para escapar dos
abusos assíduos. Depois de uns minutos a gritaria
aumentou e as vozes tornaram-se mais agastadas;
parece que aconteceu algo.
Evitei, no entanto, olhar para a sala para não chamar
atenção. Queria que os meninos se esquecessem da
minha presença. Orei para Deus mandar um filme ou
programa tão interessante que eles só assistiriam ao
tv.
33

O céu estava tão escuro que liguei a luz, mas não


consegui. Abri a geladeira e vi que estava desligada.
Estávamos com apagão. Por isso os meninos brigaram
até então, porque cada um culpou o outro de ter
estragado o tv com a briga pelo controle. Eu poderia
ter ido para a sala para esclarecê-los de que
estávamos sem energia, mas pensei que quanto mais
eles brigassem tanto mais tempo eu ficaria livre deles.
Mas o vento fustigava as janelas e de repente a porta
abriu e a chuva começou a molhar o saguão. Tive que
sair da cozinha e fechar a porta. Nesse momento vi
como os dois meninos engalfinhados por causa do
televisor que não funcionava se empurraram cada vez
mais forte e de repente um deles deslizou e bateu
contra o tv tão forte que este caiu do console. Se antes
não foi, agora mesmo o televisor ficou estragado.
Senti um arrependimento. Era em parte minha culpa.
Se eu tivesse informado os meninos de que a gente
teve um apagão teriam parado de brigar e não
destruiriam o tv. O tv era de meu patrão. Eu sou
escrava dele. Mas mesmo se fosse a mulher ou
34

namorada dele seria certamente meu dever cuidar


bem dos bens dele, ajudar a ele em tudo. Quanto mais
como escrava. Queria sempre mostrar que sou uma
escrava e puta boa e gostosa para ele, para ele confiar
em mim e, quem sabe, me liberar dos abusos, mas
agora fiz um mal.
O tv estragou porque eu não avisei os meninos. E não
avisei-os porque pensei egoisticamente só em mim.
Não queria ser abusada, e pensando em minha
vantagem estraguei o tv de meu patrão. Fiquei triste
comigo mesma. Corri para pegar um pano para limpar
o chão do saguão da água. Os meninos ligaram a luz
para investigar os estragos feitos e repararam que
estávamos sem energia e caíram em si. Não sabiam
que eu já sabia bem antes do apagão e por isso não
reclamavam, mas chamaram-me para o sofá.
Consolaram-se com a ideia de que talvez o tv ainda
funcionaria, mas por enquanto era impossível fazer um
teste e por isso exigiam para serem chupados.
Acho que nem sentiam prazer ainda, mas gostaram de
sentir o poder sobre mim. Assim como os meninos
35

mais novos gostam de fumar, não porque gostam, mas


porque se sentem como adultos, assim eles também
querem ser chupados. Sabia que tive que obedecer.
Depois de ser pronta com os dois um deles acendeu
uma vela. Tive que sentar no meio do sofá e abrir as
pernas. A luz ofusca caiu por cima de minha barriga,
peitos e na vala entre os lábios de minha xaninha que
eles povoaram com seus dedos curiosos. Mandaram
para eu afastar os lábios com as mãos. Aproximaram a
vela. Meu grelinho saiu do seu capuz levantando a
cabecinha, e na frente dele perfilava por cima a chama
do pavio da vela, assim como um dançarino
experiente, bom e galante fica em frente de uma
menina tímida e encaramujada para pedir a próxima
dança. De repente um pingo de cera caiu na parte
interior da minha coxa.
Assustei pela dor e fechei as pernas. Eles me
repreenderam e mandaram para manter as pernas
abertas a qualquer custo. Obedeci e eles ficavam
satisfeitos, mas em seguir queriam provar a minha
obediência pingando em minha pele, primeiramente na
36

barriga e nas coxas, depois na própria bucetinha e


finalmente também na cabecinha hipersensível de meu
grelinho. Mordi os lábios e bochechas para não gritar
muito alto, mas consegui manter as pernas e a
bucetinha abertas, mas não consegui reter as
lágrimas.
Mas com as brincadeiras desta maneira a vela acabou
e estávamos na escuridão. Sem fazer nada eles
mandaram para eu chupar mais, e assim como estive,
com a cera em cima das queimaduras e nas fendas da
minha bucetinha, causando um sentimento bem
desagradável com cada movimento, ajoelhei-me para
chupar de novo.
Quando estive pronta com os dois a luz voltou. Eles
testaram logo o tv, e ficaram aliviados quando ele
funcionou, embora que a imagem tivesse uma linha
ziguezagueada, mas não sabíamos se fosse por causa
da queda ou por causa da tempestade. Voltaram a
assistir, e no mesmo tempo brincavam com meu corpo.
Brincaram com muita violência, puxando meus lábios
da xaninha, o grelinho, beliscando meus mamilos e
37

mais, como é costume deles, mas eu aguentei tudo


sem reclamar. Pensei que fosse até um castigo
merecido para mim por não ter avisado o apagão a
eles e estragado assim quase o tv de meu patrão.
Finalmente saiu toda a cera e um menino se agachou
em minha frente entre as minhas coxas e tentou enfiar
uma mão em mim. Neste momento senti uma raiva
súbita em mim, levantei-me e disse que ninguém pode
enfiar uma mão em mim porque meu útero iria estragar
e eu seria escrava do chefe e teria guardar-me para
dar à luz os bebês dele. Com isso me levantei e foi
para cozinha.
Os meninos ficaram surpreendidos. A chuva demorou
e os outros não voltaram ainda, talvez esperassem o
fim da tempestade em um lugar seguro. Depois de um
tempo os meninos seguiam para a cozinha e
começaram de por as mãos outra vez entre minhas
pernas, mas eu os mandei para fora da cozinha.
Pensei que uma linha mais dura iria estabelecer
limites. Quem sabe, com o tempo conseguiria uma
forma de respeito, por menor que seja. Mas minha
38

esperança não demorou muito, porque um dos


meninos ligou simplesmente para o chefe e contou que
eu proibiria a eles de entrar na cozinha. O chefe disse
que estaria de volta à pouco e resolveria o caso.
Demorou uma hora, em que os meninos olharam tv.
Fiz um jantar para eles para mostrar-me como menina
boa e gentil, mas não adiantou. Eles contaram ao
chefe que eu desobedecera a eles e até mandara-os
para fora da cozinha. Ele perguntou também a mim,
mas só podia contar, com muita vergonha, que eles
tentaram enfiar a mão em mim. Inventei que meu
ginecólogo teria dito que eu teria um útero sensível e
por isso não poderia aguentar objetos maiores
enfiados. O chefe perguntou se eu tivesse comunicado
esse fato aos meninos. Respondi de não.
O chefe julgou: “Ela merece uma lição. Peguem um
cinto e castiguem-na vocês mesmos.” Tive que deitar
me nua com a barriga na mesa. Os pés estavam no
chão e a minha bunda ficou exposta para ser açoitada.
Dois rapazes seguraram meus braços.
39

Os dois meninos voltaram com um cinto, olharam para


o chefe e perguntaram: “Quantos?” Ele respondeu:
“Para decidir o tamanho exato do castigo teria que
saber mais detalhes. Mas não tenho tempo agora,
tenho que resolver outras coisas. Vocês estiveram
presentes aqui e devem saber quanto a puta merece.
Fiquem a vontade.”
Ele saiu e os dois meninos brigaram quem começaria.
Até resolver essa questão fiquei nua na mesa e alguns
rapazes colocaram a mão na minha bunda nua e
falaram com admiração ou dó fingidas: “Que pena,
uma bunda tão bonita,” ou “Que bunda deliciosa.
Parece que ela é feita para essas coisas.”
Finalmente começaram a bater, sem dó, espalhando
fogo em toda a minha bunda. Mas o fogo se alastrou
como um incéndio para o resto do corpo, as coxas, as
costas, a barriga, a bucetinha. Às vezes tive a
impressão que a ponta do cinto fosse ao redor da coxa
e batesse contra a barriga ou no meio da xaninha, mas
deve ter sido uma sensação errada, porque deitei na
barriga.
40

Esperneei, mas não adiantou, eles acharam a minha


bunda sempre. E quando me torci com mais força eles
buscaram duas cordas e fixaram meus pés em duas
pernas da mesa. Assim fiquei quase imóvel, e a
xaninha meio aberta tremia de medo temendo a ponta
do cinto que poderia cair por acaso exatamente nesse
lugar mais sensível. Por isso fiz de tudo para encolher
as pernas na medida do possível, dentro da folga que
as cordas deixaram ainda.
Mas os rapazes malvados repararam nisso e
colocaram um travesseiro em baixo de minha bacia ou
melhor em baixo da minha vagina. Assim levantaram a
bacia e com ela a bunda e a margem para eu me
mexer encolheu.
O rapaz que colocara o travesseiro entrou
acidentalmente em contato com minha bucetinha e
gostou da sensação. Por isso ele deixou a mão entre o
travesseiro e minha bucetinha, alegando que assim
garantiria que minha bunda ficasse mais alto. Eu
também não podia mais deslizar aos lados, porque a
mão ficou na vala entre os lábios feminis e me fixou.
41

Fiquei como cavalgando na mão e chorei de vergonha.


Não queria mexer-me mais, mas os açoites forçaram a
minha bunda a dançar e causaram contrações
involuntárias de minha xaninha e cuzinho, que causou
risadas e comentários maldosos dos rapazes.
Pensei que tudo isso fosse o castigo por minhas faltas
na tarde, quando fugi por motivos egoístas dos dois
meninos e nem avisei a eles que tivéramos um
apagão. Por isso orei para Deus me perdoar se tivesse
cometido um pecado. Mas sabia também que Deus
perdoa, mas a gente tem que pagar as dívidas com o
mundo.
Senti a mão do rapaz entre as minhas pernas, e
reparei que a estimulação de minha xaninha diminuía
as dores na bunda. Não sei se foi por desviar a
atenção. Acho que em geral na excitação sexual uma
menina aguenta dores com mais facilidade. Por isso
apertei a xaninha contra a mão. De repente o rapaz
comentou: “Quente e molhadinha. A xaninha da puta
está toda molhadinha e quente, queimando a minha
mão.”
42

“Deixa ver”, gritaram vários rapazes e ouvi até uma


voz de menina entre eles. E logo senti varias mãos e
dedos curiosos avançando e investigando as áreas
entre as minhas pernas, e finalmente o rapaz tirou a
mão dele de em baixo da minha vagina e um outro
assumiu o lugar dele. Enfiou logo um dedo na minha
xaninha para me segurar melhor e já começaram a
açoitar-me mais.
Chorei sem parar agora, apertando a bucetinha contra
a mão que me segurava como um alicate, e se não
fosse molhada antes, agora senti sair o líquido entre a
mão e a minha xaninha, virando um pantanal, sendo
fomentado em minha pele, até que minhas coxas,
xaninha e cuzinho rebrilhavam pela umidade. Foi tanto
líquido que desconfiei que tivesse solto xixi na minha
agonia. Mas não foi assim, foi a minha xaninha que me
traía e transpirava essa seiva abundante, causa para
mais zombaria maldosa, maior divertimento, mais atos
de safadeza e maior aplauso e gritaria incentivador
que implicava em um maior número de açoites, porque
43

os meninos se sentiam os heróis e estavam no centro


da atenção.
Lembrei-me de repente que cometi mais um pecado
neste dia. Inventei a história com o ginecólogo que
tivesse me proibido de enfiar objetos maiores. Era uma
mentira que eu travara contra meu próprio patrão,
chefe e dono. Queria enganá-lo procurando minha
própria vantagem. Fiquei mais desconsolada ainda
quando descobri essa outra falta minha. Estava aqui
para ajudar ao meu chefe mas estava fazendo o
contrário. Será que Deus permitiu que eu fosse punida
assim porque eu fui tão fraca e má?
Os dois rapazes que seguravam meus braços e mãos
apertavam com uma mão meu braço contra a mesa, a
outra pegava a minha mão. Revidei o aperto porque
não tive outra pessoa mais amigável para me segurar,
e assim parecia que eles me consolavam ou que eu
apertava-lhes a mão por gratidão. Estes dois rapazes
ficavam calados e talvez por isso gostasse deles e
segurasse sem ter consciência disso as mãos deles.
Mas os outros continuavam com as maldades e a
44

gozação e divertiam se muito. Um deles falou a uma


menina presente: “E aí, Nanda, você molha também
tanto quando você apanha?” Ela respondeu rindo:
“Qual é, como poderia. Ela é uma puta. Você pensa
que todas as mulheres são iguais a esta puta?”
Todos riram e o menino que estava batendo em mim
gritou alegre: “Toma aí, puta” e bateu com todo o
ânimo e força. Foi neste momento que o chefe voltou e
mandou os meninos pararem. Senti como ele passou
por perto de minha bunda. Nem tive certeza, mas tive
a sensação de que ele passou levemente com a mão
por cima de meus globos, que certamente estavam
vermelhos como os lábios de uma puta barata. Mas
eles ardiam tanto que não tive certeza se foi uma mão
ou somente uma lufada de vento. Chorei ainda e não
orei, porque ainda não sabia orar o dia todo. Na
verdade, sabia nada da vida de uma evangélica,
porque até então não passei por situações
semelhantes desde que virei evangélica, e fui
inexperiente e estúpida. Até pensava às vezes que
45

seria uma ofensa orar com as pernas abertas e


molhadinha deste jeito.
O chefe falou: “Vocês conhecem a Lídia, netinha da
dona Rosa, né. Pois é, ela ganhou no ano passado
uma boneca quando a gente distribuiu aqui brinquedos
arranjados na semana antes de Natal, lembram?
Sabem o que ela fez com a boneca?”
Ninguém respondeu e assim ele continuou: “Estragou-
a em duas só semanas. Brincou de prostituta com ela,
e para poder transar com os bonecos ou bichinhos dos
amigos e amigas furou-lhe um buraco entre as pernas.
Se a boneca não transava bem ou não arranjava
clientes suficientes, apanhava. Bateu nela com uma
grosa de seu tio-avô. A boneca teve que ficar nua e foi
golpeada sem dó. Também torturou a boneca com um
isqueiro e o plástico dela derreteu em alguns lugares
deixando cicatrizes na pele e dois buracos. Duas
semanas depois do Natal ela veio a minha mãe pedir
outra boneca. A boneca dela teve todas as pernas e
braços arrancados ou quebrados e a cabeça solta.
Minha mãe quis dar outra boneca, mas falei para não
46

dar. Se ela trata uma boneca assim que nem sobrevive


três semanas também não merece de outra.”
Ele fez uma pausa, e quando esta se prolongou alguns
falaram: “Certo. Fez muito bem, chefe.” Aí ele
continuou: “Por isso também não vou comprar outra
puta para vocês se a estragarem em pouco tempo.”
Senti que os rapazes soltaram meus braços e depois
meus pés, e o chefe me atingiu no braço e me
levantou. Chamou os dois meninos e fixou-os. Logo
um deles antecipou: “Você falou para castigá-la como
quisermos.”
Mas o chefe esclareceu: “Jamais falei para castigá-la
como quiserem. Falei: ela merece uma lição. Peguem
um cinto e castiguem-na vocês mesmos. Vocês devem
saber melhor do que eu quanto ela merece. Mas em
vez de medir um castigo certo estão estragando a
menina. Entenderam?”
“Sim, chefe.”
“Então me digam: quantos uma menina assim
merece?”
“Mas ela não é uma puta?”
47

“Ela é. Mas quantos uma puta assim merece?” Depois


de uma pausa um deles propôs quarenta, o outro
trinta. O chefe disse: “E quantos deram a ela?”
“Uns em.”
“Se eu não tivesse acabado com isso bateriam ainda
agora e a gente ficaria semanas sem puder usar a
puta.” Ele apertou meu braço em direção da saída e fui
andando. Na porta ele se voltou para os dois meninos
e disse: “Até domingo vocês dois são proibidos de usá-
la. Não vão se aproximar dela, até domingo.
Entenderam?”
“Sim, chefe.”
Ele levou-me para seu quarto e mandou para tomar
banho e deitar na cama dele. Deitei na barriga porque
a bunda e as costas doíam, e mergulhei na cova da
cama. Queria ficar para sempre na cama de meu dono
e imaginei que fosse a namorada dele. Cheirei os
cobertores com o cheiro dele. Quase consegui cochilar
um pouco quando ele chegou. Ele perguntou se eu
queria ficar de bruços ou nas costas. Estranhei que
ele, um chefe, me deixou a escolha, mas preferi de
48

costas, porque caso contrário ele deitaria em cima de


minha bunda inflamada. Abri as pernas em submissão,
mas também com vontade sincera de senti-lo enfiar
em mim. Sabia que ajuda contra as dores se uma
menina foda, mas também já virei escrava e sabia que
para uma escrava ou puta é sempre um privilégio
quando o dono transa com ela. Sabia que uma
escrava sempre deve pensar em seu dono e pedir que
ele transe com ela, mas sem palavras. Ela exprime o
desejo só com a atitude e comportamento submissos
diante dele.
Ele foi meigo e carinhoso comigo. Transou três vezes
comigo e perguntou-me três vezes se eu queria ser a
sua puta e escrava e sempre respondi de sim. Na
primeira vez ele disse: “Me mostra.” Aí o beijei com
todo o fervor, o abracei e entrelacei minhas pernas ao
redor das dele até que sentir que ficou duro de novo. E
ele começou a ser mexer e me fez a sua namorada
por mais meia hora.”
No outro dia acordei só às 11 horas. Ninguém me
acordara. Assustei porque temia um castigo pela
49

preguiça. Mas quando o chefe me vi quando saí do


banho ele me sentou no seu colo, colocou as mãos em
meu colo como para tomar posse de meu tesouro e
perguntou: “Gostou da noite?”
“Sim, gostei muito e agradeço...”
“Quer ser sempre uma puta e escrava boa assim?”
“Sim, quero.”
“Então seja uma puta gostosa para todos os meus
homens. Obedece a eles e trata-os com a mesma
gentileza como você trata a mim. Entendeu.”
“Sim, entendi.” Ele me tratara tão bem nesta noite,
mas no outro dia me largou como um lixo, com a maior
naturalidade. Mas a partir desta noite sonhei que um
dia tudo mudaria, que ele me queria para sempre
como sua mulher. Tive desde então um sonho, uma
esperança que parecia mais real do que as promessas
da Bíblia de melhorar a minha vida, e com isso já não
me senti tão humilhada quando os outros me viram e
chamaram e colocaram suas mãos entre minhas
pernas para sentir o calor da minha buceta e fazer me
gemer de susto, dores ou até excitação. Humilhei-me,
50

mostrei-lhes submissão e subserviência não somente


porque queria ser uma menina boa, gostosa,
obediente e dócil, mas também porque meu chefe me
mandara fazê-lo, e quis conquistar a atenção, a
benevolência ou até a admiração dele, sendo lhe uma
escrava boa e útil.
Meus dias foram puxados. Geralmente dormi com
alguém. Eles determinavam com quem ficaria na noite,
e por isso nem possuía uma cama própria. Quando
uma vez não foi chamada por ninguém dormi na
cozinha no chão em baixo da mesa. Muitas vezes foi
na madrugada quando os últimos rapazes se
retiravam, e normalmente um deles me levava para
cama, transava comigo e dormiu. Nas primeiras
semanas deitei por horas com olhos abertos nos
braços dele sem puder dormir, mas com o tempo e
pelo cansaço me acostumei.
Às vezes fui tão cansada que adormeci já enquanto
ele transava comigo, e alguns ficavam ofendidas e me
acordavam com tapas ou beliscos. Mas a maioria não
51

se importava, esvaziava-se e sucumbia rolando ao


meu lado ou dormindo logo em cima de mim.
Também acontecia que o rapaz acordava na noite e
transava mais comigo sem eu acordar. Abria as pernas
dormindo e não sabia nada disso na outra manhã, só
sei disso porque acordava algumas poucas vezes
quando ele gozava. Às vezes um dos outros rapazes
ficava com tesão em meio da noite ou na madrugada e
ele pedia ao que estava comigo na cama licença e
transava comigo. Até acontecia que ele me fazia
levantar-me e segui-lo para a cama dele, e eu devia ter
feito tudo dormindo. Pelo menos nas outras manhãs
acordava às vezes e me encontrava em uma outra
cama e não sabia como chegara para lá.
A mãe do chefe costumava levantar-se mais cedo, e
era um dos meus deveres ajudar a ela. Por isso tinha
que levantar-me sem acordar meu respectivo parceiro,
tomar banho e fazer o café. Queria ser uma menina
boa e fazer o café antes de ela se levantar, mas muitas
vezes acordei tarde demais e corri logo para cima,
onde ela morava. Mas ela sempre dizia para eu tomar
52

banho e fazia o café sozinha. Não sei se sentiu nojo de


mim porque sabia que dormia com dois ou mais
rapazes numa noite e não queria que eu mexesse com
alimentos antes do banho, ou se teve piedade de mim.
Sempre olhava para mim com olhos grandes, e não
sabia se ela me perscrutava com olhos exploradores
de uma mãe que quer se verificar se a menina presta
como companheira ou mesmo escrava ou puta para
seu filho, ou se ela me olhava com desdém, ou, quem
sabe, dó. Pode ser também que os olhos pretendiam
repreender-me por atrasar ou por transar com seu filho
ou por transar com todos ou sei lá. Jamais tive
coragem para perguntar a senhora.
Bebíamos o nosso café juntas, mas sem conversar, e
depois ela me mostrava os trabalhos. Ela mesma
limpava a sala e alguns quartos, mas os banheiros, a
cozinha, o corredor e os quartos em baixo e no lado
posterior do terraço ficavam por minha conta. Não era
costume de inundar tudo com água. Era para limpar
tudo com pano, e em baixo das camas e armários se
53

encontrava muito pó e tinha que abaixar-me muitas


vezes.
Já que tinha que ficar sempre de saia sem calcinha
para os rapazes tiverem sempre acesso, minha bunda
e até o cuzinho e a xaninha foram expostas, se a saia
era curta. Não adiantava evitar ficar de joelhos com o
busto curvado para o chão. Também se só agachei as
partes apareciam em baixo da saia. Por isso minhas
horas mais felizes eram de sete até as nove ou dez,
quando limpava o corredor, a cozinha e os banheiros,
porque neste horário os rapazes ainda dormiam.
Depois tive que limpar os quartos deles, mesmo com
eles ainda dormindo. Alguns dormiam até o meio-dia.
Era muito comum que me deitei ou abaixei para limpar
em baixo de uma cama, e de repente uma mão de um
rapaz que eu julgava dormindo se enfiava entre
minhas pernas ou me deu tapas na bunda nua. Tinha
dias em que já fui estuprada cinco ou seis vezes até o
almoço.
Desta maneira atrasava muitas vezes no trabalho e
corria risco de ser punida se não conseguia me liberar
54

do assédio dos rapazes à tarde para limpar os quartos.


A mãe do chefe controlava a limpeza de vez em
quando, e se faltou algo reclamou com o chefe e este
falou com alguém para me castigar. Sempre tive
esperança para que ele me chamasse para a cama
dele como depois de eu ter sido castigada pelos dois
meninos, sobretudo se fui castigada com mais
crueldade, mas ele possuía também namoradas e teve
para mim só de vez em quando uma hora à tarde,
quando não teve nada a fazer. Então me chamava, me
usava e depois largava de novo como um lixo, igual às
camisinhas que as prostitutas e clientes largam depois
de um programa. Mesmo assim essas horas eram o
auge da minha existência que me nutriam cada vez
com uma esperança de que um dia tudo mudaria e eu
seria também uma namorada e não só uma puta e
escrava.

A tarde foi o tempo mais difícil. À noite os rapazes


saíram muito, ficando só um ou dois na casa, mas à
tarde muitas vezes a maior parte estava presente e
55

eles costumavam de “brincar” comigo o tempo todo.


Toda hora alguém transou comigo. Mesmo assim
esperavam que eu resolvesse os trabalhos como fazer
café, lavar louça e mais.
Ficou só melhor quando teve um jogo de futebol ou um
filme bom. Então todo mundo assistia e meu serviço
virou menos intenso. Ou me fizeram ajoelhar e chupar
ou tive que sentar no colo de alguém, geralmente com
as pernas abertas para ele poder brincar com minha
bucetinha ou com meus peitinhos. Se o filme ou o jogo
eram bons, a mão quedou no meu colo, esquecida da
nudez e vulnerabilidade de minha vagina. Mas se o
filme ou o jogo foram enfadonhos, eles inventaram
dezenas de formas para se divertirem comigo, e fiquei
muito humilhada. Mas o mais humilhante foi sempre
quando apesar de toda a vergonha comecei a gemer e
a molhar na frente de todos.
Várias outras meninas frequentavam a casa. Algumas
foram levadas para ficar com um dos rapazes, às
vezes consideradas mais como putas, outras viraram
namoradas e continuavam por mais tempo com o
56

mesmo rapaz. As mais putas não tinham respaldo em


seus parceiros, mas nenhuma foi tratada com tanto
desdém como eu. Pelo contrário, até as garotas me
tratavam com soberba e altivez e me judiam quando
puderam.
Dois rapazes tiveram o tempo todo as mesmas
namoradas, e estas eram duas moças na minha idade
animadas e espevitadas, mas uma era bem negra, e a
outra loira. As duas olhavam e tratavam-me desde o
início com desdém e soberba. Elas enxergaram em
mim uma provocação. Ao outro lado contribuíam para
eu aparecer de um jeito escandaloso.
Depois do almoço elas muitas vezes ajuntam as
louças na mesa assim que causa o maior trabalho
para mim. Colocam os copos usados dentro de uma
panela para eles ficaram sujos de molho e gordura.
Quando alguém sujava o chão com sapatos sujos ou
com comida e queria pedir desculpas ou limpar o chão
elas costumavam falar: “Não tem problema, aqui tem
uma escrava para isso.” Se alguém pingava algo no
chão chamavam-me e mandavam para eu limpar o
57

chão em frente de todos, embora que sabiam que


minha saia curta não escondia minhas partes
deliciosas.
Uma vez a negra pingou molho de salada em seu
shortinho e nas coxas dela. A loira me chamou para
limpar a negra. Peguei um guardanapo de papel e um
pano levemente molhado e limpei o shortinho como
puder melhor e depois a coxa. Teve um fio de molho
do meio da coxa até o shortinho. Comecei no meio da
coxa e quando cheguei até o shortinho levantei
também a barra uns milímetros para ver se o molho
correu para baixo do tecido. A negra me deu um tapa
no rosto e falou: “Safada.”
O namorado dela perguntou o que acontecera, e a
negra não falou, mas a loira disse: “A puta tentou
enfiar um dedo no shortinho dela.” O namorado dela
me mandou tirar a roupa, levou-me para um quarto e
me deu vinte de cinto. Depois tive que voltar nua para
a sala para pegar minha roupa, mas antes de
consegui-lo alguém me pegou e em seguida todos me
estupraram com muita excitação como acontece
58

quando rapazes estupram uma menina recentemente


açoitada ou punida de forma semelhante. Quando eles
acabaram comigo a loira me mandou limpar o resto na
coxa da negra. Fiquei agachada em frente dela e ela
levantou a mão para esbofeteá-me assim que
cometesse outra ousadia ou safadeza, como ele
explicou. Por medo das tapas concentrei-me muito,
mas mesmo assim ela me passou a mão alegando que
eu teria apertado a coxa dela mais do que deveria.
Com tudo isso não reparei como a porra saiu de minha
bucetinha e pingou ao chão. Por isso levei outra
bronca e mandaram para eu limpar a sujeira no chão
com a minha língua. Quando me abaixei e lambi o
assoalho, um rapaz me xingou como porca e me deu
um chute na bunda, que me derrubou e estatelou no
chão, sujando ainda mais partes do assoalho com a
porra fluindo entre minhas pernas. Por isso gritaram
comigo, bateram em mim e tive que limpar tudo com a
língua.
Outra coisa que aconteceu foi quando um cinzeiro
estava cheio. Eu estive com um rapaz no quarto
59

servindo a ele com meu corpo, por isso nem podia


saber que o cinzeiro era cheio. Mas quando ele era
cheio alguém jogou lá dentro um cigarro fumado e não
pôde apagá-lo porque o recipiente estava tão cheio.
Alguém disse: “Parece que nesta casa não há
ninguém que cuida da limpeza.”
Respondeu a loira: “Tem, mas é uma piranha bem
preguiçosa.” Pediu o rapaz, que nem pertencia à
equipe da casa: “Então chama ela.” E a loira disse:
“Ela está transando.”
“Tá bom”, disse o rapaz. “Então me diz onde posso
achar outro cinzeiro ou onde posso esvaziar este.” Aí
cortou a negra: “Precisa não. Pode jogar tudo no chão
para essa piranha aprender cuidar melhor de nossas
coisas.”
Ela entornou o conteúdo em baixo do sofá e me
chamou. Quando o rapaz estava pronto comigo atendi
logo e elas me mandaram limpar o chão. Quando
estava com a cabeça em baixo do sofá a loira levantou
minha saia. Logo abaixei-a, mas ela levantou-a de
novo. Preferi deixá-la assim porque temia uma surra
60

se enfrentasse uma das meninas. Tive que ficar por


bastante tempo assim até encher a pá com as cinzas.
Tentei encurtar a exposição de minhas partes que
causou também comentários cínicos dos outros,
sobretudo porque fiquei molhada e suja por ter sido
estuprada pouco antes pelo rapaz. Por isso me
levantei assim que ajuntei uma parte das cinzas na pá
e levei-as para o lixo. Quando voltei abaixei-me para
continuar com meu trabalho do outro lado do sofá,
longe da loira. Mas não adiantou, porque logo uma
outra mão levantou a minha saia.
Depois tive que voltar duas vezes com um pano
molhado, e sempre alguém levantou a minha saia. E a
quarta vez a mão desconhecida não somente levantou
a minha saia expondo minha vagina úmida e o cuzinho
pequeno e firme, mas também me deu três tapinhas
na bunda nua. No entanto, todos gostavam do que
viram, e por isso virou costume de levantar muitas
vezes minha saia quando me pegaram limpando o
chão de joelhos.
61

Certa vez caiu durante o almoço um vidro com molho


de tomate no chão e quebrou. Fui uma porcaria,
sujando a área em baixo da mesa, de cadeiras e do
sofá. Tive que limpar tudo e logo eles levantaram
minha saia. A negra estava de mal humor e começou
logo de me xingar por causa de minha suposta
lentidão. E ela bateu com o colher dela em minha
bunda.
Todos riram e outros também batiam com seus
colheres em minha bunda e até tentaram acertar
minha parte mais tenra entre as pernas.
Finalmente um rapaz tirou o colher grande de madeira
de uma panela e me deu algumas batidas tão
dolorosas que gritei e caí de bruços, com a barriga e a
face no molho. Sujei a roupa e levei uma bronca e
algumas tapas. Tive que tirar a roupa suja e ficar nua,
e de castigo tive que limpar o chão lambendo o molho
com a língua. Nisso todos me xingaram de cadelinha,
alguns batiam de novo com colheres ou picaram
minhas partes com garfos, e alguém me deu mais três
golpes bem cortados com o colher de madeira.
62

Depois outro rapaz bem brincalhão pediu o colher, mas


em vez de me bater ele me enfiou o cabo no cuzinho.
Assim servi de muita zombaria. O colher teve uns 35
centímetros, e depois de um tempo um rapaz amarrou
ao redor da cabeça do colher ainda uma fita cor-de-
rosa. Eles gostaram tanto do que fizeram que depois
de ter limpado tudo me mandaram de continuar meu
trabalho desse jeito: nua e com o colher e o laço.
Embora que fosse extremamente humilhante trabalhar
assim teve também uma vantagem. Tirei a mesa e
lavei a louça, mas continuei suja de molho, e por isso
ninguém me puxou para seu colo nem transou comigo.
De atrás o colher me protegeu também de tentativas
de tocar meu sexo.
Os dois meninos mais novos contaram às duas
namoradas que eu tivesse contado que um médico
proibiu para enfiar objetos grandes em minha
bucetinha. Elas logo contestaram minha história, e
quando foi entrevistada por elas e uns rapazes
curiosos, elas puxaram meu grelinho com força,
cravando as unhas na carne hipersensível para o
63

lóbulo torturado não escapar por entre os seus dedos.


Não aguentei as dores e confessei que inventei a
história. De castigo tive que mostrar a todos que posso
muito bem aguentar coisas maiores: eu mesma tive
que enfiar uma garrafa vazia de coca-cola, de 300
mililitros, em minha vagina, nua e em frente de todos.
Depois desse dia os rapazes brincaram com menos
cuidado e eles mesmos enfiaram às vezes uma
garrafinha em minha bucetinha, e sobretudo os dois
meninos mais novos gostavam de enfiar a mão inteira
em mim, apalpando meu interior com a curiosidade de
meninos foguentos.
Uma vez quando fiquei humilhada de uma maneira
semelhante meu pai apareceu. Em todos os meses
tivera só um contato com ele em que implorara a ele
chorando para me salvar da minha escravidão cruel,
mas ele só prometera coisas vagas e senti logo que
ele não faria nada por mim. Quando ele me viu desta
vez, humilhada e com a bucetinha e a bunda nuas e
expostas, ele fez de contas como não reparar a minha
presença.
64

Muitas vezes me lembrei de que fui evangélica antes


de ser vendida e tentei orar, mas a vergonha era tão
grande. Claro que conhecia prostitutas que eram
evangélicas, mas pensei neste tempo que prostituta
faz algo regular, organizada e com certos limites. Por
isso pensei que eu seria muito mais suja e desprezível.
Sobretudo pedi uma orientação de Deus o que eu
deveria fazer. Seria certo obedecer em tudo como se
espera de uma menina boa e submissa, ou deveria
tentar fugir dos acessos permanentes às minhas
partes. Ou será que teria que fugir deste lugar. Mas
para onde? Os rapazes me achariam em qualquer
lugar. Finalmente implorei: “Deus, sei que sou uma
puta e muito suja. Não sei se posso ser ainda a sua
filha, deste jeito. Queria até me matar. Mas se Tu
continuas comigo nesta miséria, levarei a minha cruz
sem lamentar. Carregá-la-ia com a maior alegria. Mas
manda-me uma sinal, ó Deus, porque virei tão fraca
que não ouço mais a sua voz.”
Nem falei amém, tão fraca que me senti e chorei um
pouco, mas fiz a oração no chuveiro e não pude
65

demorar para não arriscar um castigo. Foi pouco antes


do almoço, e alguns rapazes apareceram para comer.
Tive que estar limpa para servir. Também se eles
quisessem apalpar-me entre as pernas como o
costume deles não poderia ser pegajosa. Por isso era
sempre importante tomar um banho pouco antes do
almoço.
A tarde todos saíram menos um rapaz, que se
entreteve com seu celular. Tive tempo para limpar a
casa com mais detalhes. Quando limpei o corredor
reparei como uma formiga ficou presa em um pedaço
de teia de uma aranha. A formiga estava de volta de
um trabalho, carregando uma migalha e ficou com as
pernas presa em uns fios da teia meio destruída, que
penduravam no chão. Já a aranha saiu de seu
esconderijo em um buraco na parede para morder a
formiga. Tive dó da formiga e tentei liberá-la, e logo
que me viu a aranha fugiu.
Tentei tirar a formiga para fora da teia, mas os fios
seguiram-na. Coloquei-a na palma da minha mão e
soprei para afastar os fios finíssimos, mas nem obtive
66

sucesso. Peguei a formiga com cuidado e segurei os


fios contra a pele de minha mão. Puxei a formiga com
cuidado até que a teia rasgou. Mas a formiguinha teve
dificuldade de mexer as pernas dianteiras. Não
consegui ver se foram prendadas por restos ocultos da
teia ou se ficaram até feridas com o processo. Fiquei
com dó do bichinho e coloquei-o em um vidro vazio.
Coloquei uma tampa de folha de plástico em que
piquei com uma agulha, fazendo furinhos para a
formiguinha puder respirar. Coloquei-lhe a sua migalha
lá dentro e uns grãos de açúcar. Mas ela não queria
comer e ficou só sentada triste.
Quando limpei o armário no banheiro onde teve pastas
de dentes e outras coisas reparei pela terceira vez
uma formiga. Ela estava dentro do armário. Era
sempre a mesma porque uma antena estava mais
curta e assim deu para reconhecê-la. O que ela queria
neste lugar? Não teve comida para ela buscar nesse
lugar. Será que foi viciada nos odores? De qualquer
forma uma formiga bem diferente. Pensei que daria
para uma companheira à outra, capturei-a e coloquei-a
67

também no vidro. Observei como elas se


cumprimentaram, mas logo me lembrei de meus
deveres e voltei para limpar o banheiro. Nesse
momento lembrei-me da minha oração. Será que as
formigas foram o sinal de Deus, de que pedi?
Formigas são animais que cada criança conhece dos
desenhos da escolinha dominical. Será que Deus me
mandou os bichinhos para me consolar? Ou será que
queria me dizer que importa fazer um bom trabalho,
cada um em seu lugar, assim como as formigas?
Nem pensei em ficar por muito tempo com eles. Mas
com o tempo comecei a amá-las, já que não tive a
ninguém de quem poderia realmente amar sem ser
humilhada e rejeitada. Escondi o vidro no início na
cozinha, mas depois pensei que as formigas deveriam
sofrer cheirando o tempo todos os alimentos sem
puderem pegá-los. Por isso tirei o vidro da cozinha e
coloquei-o no banheiro, bem no fundo do armário onde
achei a segunda formiga. Imaginei que ela seria feliz
tendo agora sempre o cheiro de que ela gostava.
68

Mas elas não pareciam muito felizes e achei que não


comiam porque o açúcar me parecia ainda ter a
mesma quantidade como no início. Joguei também
dois mosquitos mortos no vidro, mas também não
foram comidos. Resolvi liberar as formigas se não
comessem até o domingo.
Mas no sábado veio de repente a namorada loira, que
já outras vezes me tinha judiada e me mostrou o vidro
perguntando para que serviria “aquela coisa nojenta”.
Falei a verdade porque sempre é pecado mentir e
expliquei que queria salvar uma formiga.
A loira disse que formigas podem ser portadores de
doenças e que eu teria colocado o vidro perto das
escovas de dentes e outros materiais de higiene
colocando em risco a saúde das pessoas. O chefe não
estava presente e ela agiu come se ela fosse seu
substituto dizendo que eu precisaria de uma lição e
incentivou os outros para definir o castigo.
Não era uma novidade e vários rapazes nem
participaram, mas os que participaram exigiam o cinto.
A negra, no entanto, falou: “Ela deve se enfiar as
69

formigas na xaninha.” Mas um rapaz disse: “Essas


formigas não merecem tanto divertimento.” E ele
pegou o vidro, abriu-o, colocou um guardanapo de
papel nele e acendeu o papel queimando as
formiguinhas juntas. Depois mandaram para eu me
despir e me colocaram com a barriga na mesa,
amarraram meus pés nas pernas da mesa como já
fizeram outras vezes e colocaram um pano como
mordaça na minha boca. Depois começaram a bater
com um cinto em mim.
Depois dessa decepção parei de orar. Cumpri meus
deveres com cada vez mais perfeição e tentei ser boa
e submissa no sexo quando eles me estupravam para
ser pelo menos algo gostoso nos olhos deles.
Um dia o chefe trouxe um toca-discos e uma coletânea
de discos de vinil que ele confiscara de algum devedor.
O aparelho parecia de boa qualidade, mas ele não
funcionava. Depois de tentar algumas coisas ele
perguntou se alguém sabia mexer com esse aparelho
ou conhece alguém que saiba consertá-lo. Ninguém
70

respondeu e de repente falei: “Posso tentar se o


senhor o permitir.”
Não queria falá-lo, as palavras saíram sem querer. Já
mexi com um aparelho assim, porque meu pai furtara
um em uma escola e a gente estava doida para ouvir
os discos, e eu e meu primo conseguimos concertar o
aparelho até ele tocar. Mas só pensei nisso, não podia
acreditar que abri realmente a boca, porque uma
escrava não deve atrair atenção a si mesma. Mas
agora era tarde demais e o chefe me pediu
explicações. Disse que não entenderia muito mas
poderia dar uma olhada. O chefe disse se eu não
entendesse nada teria sido melhor para uma puta calar
a boca. Mas se eu só queria dar uma olhada teria um
minuto para fazê-lo e consertar o aparelho.
Assustei. Sabia que iria receber um castigo, mas
primeiramente obedeci e olhei o aparelho. Ele estava
sem agulha. Vi isso logo. Não deu como saber se
tivesse mais defeitos, mas falei que faltava a agulha. O
chefe não entendeu, mas um rapaz explicou que teria
realmente agulhas em toca-discos. Agora o chefe
71

lembrou-se do saco com utensílios e o rapaz tirou um


pano, um pincel, uma rodinha de plástico e uma
caixinha com um aparelho que ele reconheceu como
uma agulha de reserva. Perguntou se eu soubesse
fixá-la e eu disse que sim e montei-a. O chefe disse
até “Muito bem, menina”. Mas quando vi a face da loira
reparei que ela estava passando raiva. Abaixei logo os
olhos e fui embora.
Um dos rapazes seguiu-me e me chamou da cozinha.
Foi Lucas, um negro bem escuro e sempre alegre de
uns 18 anos. Ele talvez gostasse um pouco de mim.
Pelo menos não bateu em mim. Segui-o para um
quarto, tirei obedientemente as roupas, deitei-me e
abri as pernas. Ele deitou se em cima de mim e
perguntou-me como era o costume dele: “Quer ser a
minha puta?” E eu respondi como sempre de sim. Ele
continuou: “Gosta der ser a nossa puta?” Desta vez
falou “nossa”. Antes sempre falou “minha”. Qual seria a
resposta certa? Eu deveria dizer de sim mostrando a
minha submissão total, ou seria melhor dizer de não
para acentuar que gostaria mais ser só dele?
72

Finalmente fiz como não ter ouvido essa diferença:


“Sim, eu gosto de ser a sua puta.” Ouvi a resposta de
sempre: “Então me mostra-o!” E eu o beijei com muito
fervor e apertei a minha bucetinha condizente com o
comportamento de um puta boa, dedicada e submissa.
Nas primeiras semanas pensei que poderia namorar
com este rapaz. Talvez avançaria de escrava para
namorada. Às vezes o rapaz até me chupava. Mas
ficou sempre nisso. Nunca perguntou se eu o amasse,
e eu não o perguntei porque uma escrava não pode
perguntar tais coisas a um homem superior.
Mas naquele dia em que consertara o toca-discos ele
estava diferente. Talvez visse em mim de repente uma
menina, que sabe algumas coisas, e não somente uma
puta e escrava sem méritos além de sua bucetinha.
Parecia-me que acariciou minha pele com certo
carinho. Interrompeu o movimento de sua bacia três
vezes para olhar em meus olhos e me beijar de novo.
Concentrei-me para apertá-lo com minha bucetinha
para mostrar-lhe o meu amor, e abracei-o. Claro que
fazia tudo isso também com os outros rapazes para
73

ser uma escrava e puta boa, gostosa e obediente, mas


de certo forma fi-lo ainda mais intensivo com Lucas e
esperei que ele o reparasse.
Lucas foi embora com cinco outros rapazes e voltei
para a cozinha, mas antes deparei com a loira. Olhei
logo para baixo, mas ela perguntou: “Transou bem,
puta?” Não sabia o que dizer e quis ir para a cozinha
mas ela repetiu a pergunta e por isso respondi: “Fiz
tudo o que o rapaz pediu.”
Ela perguntou: “Foi gostoso? Gostou de abrir as
pernas para Lucas?” Não entendi a intenção da
pergunta e não queria dar uma resposta errada que
me causaria um novo castigo. Se falasse que não
gostava poderia significar que não sou uma escrava e
puta boa. Se dissesse que gostava poderia fazer com
que ela me xingaria de safada e puta ou diria: então,
se você gostou tanto disso, abre as pernas também
para fulano, ou iria inventar outra coisa ruim para mim.
Por isso respondi: “Sou a escrava de vocês e quero
ser uma escrava boa. Por isso gosto de tudo que
vocês fazem comigo.”
74

Mal que acabei de falar reparei o erro. A loira sorriu e


falou: “Então vem comigo.” Levou-me para a sala onde
se encontraram ainda alguns rapazes e três moças e
mandou para eu tirar a roupa. Depois pediu os rapazes
de amarrar-me na mesa. Quando estive amarrada com
as pernas e braços nas quatro pernas da mesa me
perguntou: “Está gostando do que nós fazemos com
você?”
O que poderia responder sem sair mal? Se falasse de
sim, ela diria que iria receber do que gostava. Se
respondesse de não, ela diria que eu teria mentido
antes quando dissera que gostaria de tudo que
fizessem comigo. Falei então: “Não gosto de sofrer por
nada, mas se vocês me punem para me educar fico
grata porque assim posso aprender ser uma puta e
escrava mais submissa e útil.”
A loira disse: “Então você fica grata se pode aprender
ser uma puta e escrava submissa e útil?”
Não tive outra escolha do que confirmar essa
conclusão. Logo ela continuou: “Então você gosta de
ser a nossa puta e escrava?” De novo tive que dizer de
75

sim, e ela continuou: “E você gosta de tudo o que


fazemos com você?” Também agora tive que
confirmar.
Ela enfiou a mão entre as minhas pernas abertas,
procurou o meu grelinho tão tenro e sensível, puxou-o
para fora do capuz dele e beliscou. Gritei, e ela
perguntou: “Está gostando do que faço com você?”
Repeti: “Não gosto de sofrer por nada, mas se vocês
me punem para me educar fico grata porque assim
posso aprender ser uma puta e escrava mais
submissa e útil.”
Ela refutou: “Se você é grata, no fundo você gosta.
Gosta, puta?” Quando não respondi apertou mais
cruelmente o belisco: “Está gostando, puta?” E no
desespero gritei: “Sim.” “Bom, puta, então vou
continuar, já que você gosta.” E ela apertou com força
bruta, encravando suas unhas terríveis na minha carne
mais sensível, e eu ofeguei e gritei sem jeito,
estrebuchando onde não tive folga para minhas pernas
e braços, chorando onde ninguém se condoía de
minhas lágrimas, implorando para ter piedade e parar.
76

Ela diminuiu a força e perguntou: “Não está gostando?


Quer que eu pare?”
Disse de sim, e ela concluiu: “Viram como ela é
mentirosa. O que vocês fariam com uma menina que
mente?” Um menino respondeu: “Cinto.” Todos riram e
a loira perguntou: “Quantas?” – “Umas dez.”
“Certo. E se a mentira não saiu da boca de uma
menina normal, mas de uma escrava, quantas
merece?” – “Vinte.”
“E se essa escrava não é uma escrava comum, mas
uma puta, quantos merece?” Alguns disseram de
trinta, outros de quarenta ou cinquenta. A loira disse:
“Então vamos dar essas cinquenta para esta puta e
escrava mentirosa.”

Depois do castigo jogaram-me para o chão e


estupraram-me no meio da sala, sob o aplauso das
moças. Os rapazes foram quentes e excitadíssimos
como sempre depois de tais castigos, e alguns me
estupraram quatro vezes.
77

Mas às dez horas da noite tudo parou. Os rapazes que


saíram à tarde voltaram, mas três deles, entre eles o
Lucas, estavam mortos. Tiveram um confronto com um
bando concorrente na periferia do território controlado
pelos nossos. Fiquei muito triste por causa do Lucas, e
fiquei mais triste ainda quando reparei, que senti
apesar de uma certa simpatia com o Lucas uma
alegria, porque as mortes causaram um susto e uma
confusão tão grandes que ninguém pensou em mim e
eu podia me retirar e dormir em um cantinho da
despensa. Como era ruim o meu coração que pude ser
alegre apesar das mortes. Mas não orei a Deus para
melhorar meu coração porque andava intrigada com
Deus e não quis orar mais.
Meu chefe, ou melhor nosso chefe, teve um tio ou tio-
avô velho e doente. Foi viúvo há dois anos e muito
resignado. O chefe confiou em minhas qualidades o
que me era um consolo e me deu forças, esperança e
alegria, e por isso me levou para o seu tio e me
mandou para servir a ele por umas horas como puta e
escrava para ele sentir novamente alegria. Não
78

andava bem com Deus, mas era ainda evangélica e


gostei logo da chance de fazer uma obra boa em
benefício de uma pessoa sofrida. Imaginei que ele
fosse bem feio e velho, e até ranzinza e chato, mas eu
queria ser o anjo dele, dando-lhe nova alegria,
revitalizando as forças dele e dando lhe carinho e
amor. Dei de tudo, e quando algumas horas mais tarde
o chefe me veio buscar, o velhinho sorriu. Fiquei muito
feliz, e também o chefe me elogiou e comprou-me um
sorvete.
Quando chegamos em casa fui para a cozinha, mas
uns rapazes me chamaram e tive que sentar no colo,
com as pernas bem abertas, e eles se divertiram
comigo. Passaram lá alguns traficantes pequenos
como acontecia muitas vezes. São muitas vezes
dependentes que financiam seu vício vendendo drogas
em escolas ou perto das escolas, barzinhos ou em
outros lugares. De repente avistei o meu antigo
seviciador Daniel, que recebera uma surra de meu
primo e desde esse dia me deixara em paz. Ele sorriu,
quando viu que era eu e se aproximou. Perguntou se
79

poderia sentar também no sofá. Explicou que me


conheceria da escola e já tivesse feito muita
sacanagem “com a puta”.
Os outros não responderam e assim ele se sentou no
cantinho do sofá e estendeu a sua mão e pegou um
dos meus peitinhos. “Cresceu, putinha, está
piranhando muito, né?” Mas neste momento o chefe o
chamou e perguntou o que ele queria no sofá. Ele
disse que queria cumprimentar uma velha amiga dele,
mas o chefe disse: “Ela não é mais amiga de ninguém,
ela é agora puta.”
Daniel disse que sabia que sou uma puta, mas
justamente queria brincar com a puta porque já a
conheceria e acharia muito gostosa. O chefe explicou
que eu seria para uso exclusivo dos rapazes do
gangue. Decepcionado o Daniel perguntou se não teria
possibilidade nenhuma de “brincar um pouco” comigo.
O chefe riu da cara triste dele e perguntou: “Quanto
ganhou neste mês?” Daniel respondeu: “R$ 1080”. -
“Bom, se ganha no mês que vem R$ 3 mil, poderá
fazer por duas horas com ela o que quiser.”
80

Daniel ficou entusiasmado e perguntou logo: “E se


ganhar R$ 4 mil?” O chefe riu de novo e disse
generosamente: “Se ganhar 4 mil poderá tê-la por três
horas.”
Daniel ficou todo feliz, entregou os R$ 1080 e se foi,
despedindo-se com um sorriso triunfal para mim como
se ele já tivesse cumprido a parte dele.
Nas próximas semanas fizemos mais visitas ao tio
velho, e eu me acostumei à pele cheia de rugas do
ancião. Fiquei feliz de fazer alguém realmente feliz, e
ele não bateu em mim. Virou meu melhor dia na
semana quando visitamos o tio.
Mas logo na segunda visita aconteceu um imprevisto.
Quando o chefe quis arrancar o carro ele só zuniu e
depois não disse mais nada. O chefe tentou por várias
vezes, mas a bateria parecia ser vazia. O chefe disse
para eu sentar no volante e ele e mais dois rapazes
que estavam ainda na casa iriam empurrar o carro
para ele arrancar. Eu não sabia dirigir, mas não tive
coragem de me negar quando o chefe me mandou
sentar no volante.
81

Neste momento apareceu a loira e perguntou o que


significaria essa troca. Ouvindo a explicação falou mal
de mim e disse que eu iria bater o carro contra o muro.
O chefe não gostou de perder seu tempo com
conversas assim e disse para ela ajudar empurrar. Ela
esnobou: “E será que é certo eu empurrar enquanto
uma puta preguiçosa senta no volante? Sabe uma
coisa, se você acha que ela sabe fazer tantas coisas:
ela é evangélica. Porque você não manda a puta orar
para o carro voltar a funcionar.”
Esperei que o chefe nem entrasse nessa discussão,
mas ele pegou fogo e finalmente a loira recebeu
licença para levar o negócio para frente. Ela disse:
“Você é evangélica. Liga o carro. Vamos ver se Deus
te ajuda.” Falei: “Deus ajuda quando ele quer. O que
Deus ganharia se o carro arrancasse?” Ela falou:
“Tudo bem, vou lhe dar um motivo. Se o carro arrancar
você vai ter o direito de ir domingo pra seu culto. Mas
se ele não arrancar, vai receber 80 de cinto. Agora
vamos ver se Deus quer você no seu culto ou se deixa
que você recebe as oitenta.”
82

Fiquei estarrecida. Iria morrer de dores com oitenta.


Fui incapaz de orar e pensei somente gemendo: “Ó
meu Deus...” E logo caí em profunda depressão
porque sabia que estive longe de Deus e não poderia
contar com ele, mesmo se existisse a possibilidade
que ele se envolvesse em problemas com carros. Não
sei quanto tempo passou, acordei de minha
resignação pelos gritos da loira para eu arrancar o
carro. Jamais arranquei um carro antes, mas de
repente alguém me colocou uma mão no ombro direito
e falou algo no meu ouvido direito, e de repente meu
corpo sabia de tudo como se ele tivesse tomado posse
de meu corpo dirigindo meus membros. Pisei o pedal
esquerdo e virei a chave, e como a coisa mais normal
do mundo o motor arrancou. Tirei a marcha e saí
tremendo da poltrona, e no mesmo momento o chefe
soltou uma risada. Fiquei com medo dele, mas logo
reparei que ri do rosto estupefato da loira. Chamou-me
de feiticeira, mas disse isso com sorriso e mandou-me
sentar ao seu lado e se sentou no volante e fomos.
83

Quando fiquei na casa do tio ele se animou tanto que


transou comigo, mas depois ele sucumbiu e
adormeceu. Deitei ao lado dele e comecei a refletir
sobre o que acontecera. Aquela coisa com a ignição
do carro. Será que foi coincidência? O chefe tentou
antes e o carro nem soltou ruído sequer. Poderia ter
sido um mal contato. Mas teve ainda o fenômeno que
alguém me tocou no ombro e me disse o que fazer.
Não teve ninguém no carro, e mesmo se tivesse um
rapaz escondido, ele não conseguiria tomar o poder de
meu corpo desse jeito. Foi claramente uma coisa
sobrenatural.
Mas pode ter sido o próprio Deus? Antes quando orei
sempre ele nunca ajudou com milagres. Ele poderia ter
impedido com facilidade os açoites e outras maldades
que os outros cometiam contra mim, somente tocando
nos corações deles. Mas ele não o fez.
Antes orei por um sinal. Será que Deus demorou tanto
com a resposta? Sei que se fala que Deus resolve
tudo no tempo dele, que para nós parece muitas vezes
muito demorado. Mas será que ele não sabe que uma
84

pessoa como eu pode perder a fé, e assim ele perderia


uma seguidora. Ou será que nem se importa com
seguidores, mas quer ensinar-me para ter paciência e
ser fiel também no sofrimento?
Quem sabe foi outra aparição sobrenatural. Por
exemplo, o espírito de Lucas. Quem sabe ele me
ajudou. Será que existe essa possibilidade? E será
que um espírito de um morto pode fazer tais coisas? E
será que o Lucas se importa realmente comigo?
Quebrei a cabeça mas não achei uma resolução. Aí
tomei uma decisão e comecei a orar de novo. Pedi
desculpas porque estive nua e suja, mas de repente
senti um calor e reconheci os mesmos sentimentos
como quando antes alguém me tocara no ombro
algumas horas antes. Senti que me queria dizer que a
minha nudez e minha condição não lhe importavam.
Senti um grande amor e comecei a chorar.
No mesmo dia trouxeram mais um dos nossos rapazes
mortos. Ao que ouvi teve problemas com um gangue
que controlava uma área na vizinhança. Por isso o
chefe aceitou vários rapazes novos para reforçar o
85

grupo, e eu tive que atender a todos eles. Também


teve dois rapazes feridos por balas.
Certo dia apareceu na casa um estrangeiro, que falou
português com um sotaque esquisito e era em tudo
diferente. Mas foi recebido como amigo do chefe. O
chefe apresentou entre outras coisas suas também
sua escrava que era eu. Para demonstrar a minha
escravidão levantou minha saia e mostrou a minha
nudez. O estrangeiro, que teve o nome Harold ou algo
parecido, falou: “Muito bonito. Excelente gosto.” Disse
isso como elogiaria um produto de arte ou artesanato.
Quando mais tarde sentamos juntos e os rapazes me
forçaram a sentar nos colos deles e abriram minha
bucetinha e mexiam com ela e nela, e também com
minhas outras partes que acharam mais deliciosas, o
Harold não participou mas observou-me o tempo todo
como se ele fosse um cientista que estuda as reações
de uma cobaia.
Quando ele se retirou para dormir o chefe ofereceu:
“Quer uma escrava para sua cama?” Falou assim
como se tivesse mais escravas, e o estrangeiro sorriu
86

com galanteio, fez uma vênia e disse: “Com muito


prazer.”
Ele falou comigo como se tivesse interesse em minha
vida. Perguntou como era a minha infância e como
virei escrava. E sempre elogiou a minha beleza e meu
comportamento. Ele parecia bondoso, e por isso
perguntei por que ele acha meu comportamento
comemorável. Ele disse: “Você não briga se os outros
te judiam mas carrega seu destino com elegância,
atitude e em perfeita feminilidade. Você é uma flor
semiaberta, uma floresta virgem.” Sorri e disse que na
verdade seria o contrário de uma virgem porque teria
que abrir as pernas para todos. Ele disse que também
pela floresta passam onças e cobras e jacarés e
papagaios e muitos outros animais, mas mesmo assim
ela continua uma floresta virgem.
Não entendi muito bem, mas ele me sentou no seu
colo como uma criança e explicou: “Muitos animais até
comem a floresta. Comem as folhas, os botões das
flores, as gramíneas, mas justamente assim a floresta
se renova e fica cada vez mais seivosa e viçosa. Uma
87

puta boa é assim como uma floresta virgem. E os


homens que passam por ela são as onças, tigres,
serpentes, elefantes e outros animais que espevitam a
puta para ser cada vez mais seivosa e viçosa.” –
“Seivosa? Espevitar? Que que é isso?”
Ele colocou seus dedos entre os lábios de minha
bucetinha e explicou: “Seivosa é uma menina ou uma
planta se contém ou solta muito suco e tem muito
vigor. Seiva é o líquido das plantas que transporta as
vitaminas e minerais vitais, mas significa também
energia, vigor. Uma puta boa deve ter seiva entre as
pernas e no coração. Está entendendo?”
“Sim. Então o senhor quer que eu seja uma puta
seivosa, né? Mas o que é espevitar?”
“Quem espevita uma vela, um candeeiro ou outra luz,
ou então uma moça bonita igual a você, incentiva e
promove-a, aviva, estimula, excita, acirra, acorda,
esporeia e anima-a. Se fala em espevitar sobretudo
quando se corta o morrão de uma vela ou de um
candeeiro à óleo, ou quando se repuxa a torcida de
candeeiros e candeias onde existe esse dispositivo. Ao
88

contrário do que se pensa esse ato não diminui a


claridade e efetividade da luz, mas aumenta o brilho e
a força, então o vigor. O mesmo acontece se rapazes
espevitam uma puta. Eles a educam e cortam aqui e
ali um galho ou uma folha supérflua ou nociva, e assim
ela vira uma puta cada vez mais animada e gostosa.”
“Então se corta a torcida da vela para dar mais luz?”
“Isso mesmo. Se o pavio da vela virar muito comprido,
sai uma fumaça preta e a chama vira agitada e gasta a
vela com mais rapidez, mas não brilha como antes.
Por isso devemos cortá-lo com uma tesoura. O mesmo
problema se dá com o cordão de um candeeiro ou
outras lamparinas com óleo. Só se a gente espevita,
que é cortar as luzes, eles resplandecem com todo seu
brilho. E é assim que a gente têm que proceder
também na educação de meninas como você. Quem
quer putas realmente brilhantes, gostosas e exímias
deve cortar-lhes as asinhas, podá-las e reprimi-las.
Você teve certamente uma educação rígida, porque
você é uma pérola preciosa entre as mulheres, um
89

verdadeiro anjo que alumia e lustra os espíritos ao seu


redor.”
Fiquei sem jeito ouvindo tanto elogio e desconversei:
“O senhor sabe muitas coisas. Deve ter muita
experiência com velas, candeeiros, ... e também com
meninas.”
“Não precisa-se de experiência própria, basta observar
o mundo. Por exemplo acontece muito em igrejas que
as velas começam a deitar fumaça, e logo vem um
ajudante e corta o pavio. Eles até usam tesouras
dedicadas só para esse fim.”
“O senhor é de qual igreja?”
“Eu não tenho igreja não, mas já vi-o. Por que?”
Pensara que ele talvez fosse evangélico e assim a
gente teria algo em comum, mas assim emudeci e abri
mais as pernas quando senti a pressão dos dedos dele
entre minhas pernas. Sentindo isso ele enfiou um dedo
e curvou com o dedo médio da outra mão ao redor de
meu grelinho falando: “Mesmo assim tem uma coisa
nessa alegoria que não condiz. Se a gente quer
90

espevitar uma menina, a gente pode estimular o


grelinho. Veja como você vira molhadinha agora.”
Gemi levemente para dar-lhe o sentimento que ele
realmente teve sucesso com seus esforços, assim
como uma puta boa e gostosa há de se comportar
quando é estuprada. Ele continuou: “Mas se a gente
corta o grelinho de uma menina, como é costume em
muitos países da África, acontece o contrário. O brilho
das meninas diminui, elas ficam menos seivosas,
menos excitadas e com o tempo mais apagadas em
geral. É interessante, não é?”
Falei obedientemente de sim, embora que não entendi
muito do que o homem falou. Ele me beijou e disse:
“Você é uma menina muito boa. Faria sucesso na
Europa. Deveria trabalhar uns anos em puteiros na
Europa, aí conheceria o mundo. Depois casará com
um cliente e ficará lá. Você merece uma vida melhor.”
Falei obrigada, mas não sei se ele o ouviu, porque
fechou minha boca com um beijo, deitou me na cama
e me comeu. Eu apertei-o com meus braços, pernas e
91

bucetinha assim como eu aprendi para mostrar que


sou uma puta boa e submissa.

Certo dia apareceu Daniel e trouxe exatamente R$ 3


mil. Ele parou de consumir drogas e se esforçou para
vender dia e noite, correndo a cidade inteira e
conseguiu R$ 2800. Alado pela vontade de ganhar o
prêmio prometido ele emprestou R$ 200 para
completar os 3 mil e entregou a soma no dia
combinado ao nosso chefe. Ninguém esperava que o
Daniel iria consegui-lo, sobretudo porque ele mesmo
era dependente e é muito raro um viciado deixar o
vício para alcançar um objetivo maior. Quem consegue
mexer com as drogas sem consumi-las faz carreira e
vira um traficante maior. Os próprios chefes não são
viciados e nem confiam em viciados. O que vale para
eles é só o dinheiro que se ganha com as vendas.
No entanto, o sucesso de Daniel valeu-me duas horas
de torturas, porque fora-lhe prometido que ele poderia
ter-me por duas horas se ele conseguisse aumentar o
lucro para 3 mil.
92

Assim teve a oportunidade de vingar se de tudo o que


meu primo lhe fizera. Tive que tirar a roupa, lamber
seus pés e de pedir desculpas pelo mal que eu teria
feito contra ele. Não tive outra opção do que obedecer
em tudo. Depois Daniel mandou para eu deitar nas
costas e abrir a minha buceta com as mãos pedindo
de novo desculpa e pedir por uma punição. Ele
perguntou como eu queria ser punida. Sabia que meu
chefe não deixa que alguém me fere seriamente, e por
isso pedi para me dar vinte tapas com a mão. Ele
perguntou onde eu queria recebê-los e eu disse: “Para
onde você quiser.”
Ele sorriu diabolicamente e falou: “Vai receber vinte no
rosto, vinte nos peitos, vinte na bunda e vinte na
xaninha.” Para se esquentar me deu vinte nos peitos,
mas não de uma vez, mas de três em três batidas ele
interrompeu para chupar e beliscar meus peitinhos ou
roçar seu pau neles. Depois recebi vinte na bunda nua
e logo depois tive que ficar de quatro e ele comeu meu
cuzinho, encostando com força em minha bunda
inflamada. Depois tive que chupá-lo e para chupar
93

mais animada segurou-me pelos cabelos e tratou me


com palmadas. Quando gozou enfiou seu pau fundo
na minha garganta, segurando minha cabeça com as
duas mãos.
Os tapas na minha xaninha ele me deu bem devagar,
roçando entre os lábios torturados depois de cada tapa
por muito tempo para sentir o calor e para saber se eu
já começasse a molhar. Quando finalmente terminou
estuprou-me com novo vigor. Depois deitou-se
ofegante e mandou para eu lhe chupar pau e cuzinho
até acabar o tempo de duas horas. Na saída o chefe
lhe confirmou que teria-me por três horas, se
trouxesse R$ 4 mil. Daniel perguntou o que seria se
ele trouxesse outra vez 3 mil, mas o chefe disse que o
prêmio seria só uma vez. Daniel disse que ele faria de
tudo para trazer 4 mil e perguntou logo o que seria se
trouxesse 5 mil. O chefe prometeu-lhe que me teria por
quatro horas neste caso.
Na outra semana os nossos rapazes conseguiram um
golpe contra o outro gangue que estava combatendo
os nossos. Falaram que mataram sete rapazes e
94

restabeleceram seu domínio por cima da região


disputada. Mas não demorou nem uma semana e mais
um rapaz nosso foi achado morto. Embora que
ninguém soubesse, todos imaginavam que os outros
ainda não “aprenderam a lição”. O nosso gangue
cresceu e eu tive que atender a todos esses rapazes
de graça.
Apesar das tensões fomos para visitar o tio do meu
chefe uns dez dias depois, mas ele não estava.
Normalmente visitamos o tio uma ou duas vezes por
semana. A mulher que cuida da casa dele mora na
vizinhança, mas não o viu sair, mas algumas crianças
falaram que ele saiu com uma mochila. O chefe ficou
preocupado porque o tio não saiu da casa desde a
morte da esposa. Perguntamos a mais pessoas, nos
barzinhos, lojas e na rua, mas as respostas não
ajudaram muito. Depois de duas horas buscas
infrutíferas o chefe falou com a senhora que cuida do
tio e disse para ligar logo quando tiver notícias dele.
Para não fornecer seu número a pessoas que não têm
nada a ver com seus negócios comprou um celular por
95

R$ 10 de um menino que ofereceu cinco celulares na


rua, deu-o para mim e forneceu o número para a
velha.
Senti-me muito valorizada e imaginei como seria
quando os rapazes me abusam e estupram e o celular
tocaria. Eles me dariam uma trégua para eu atender
porque trataria se de uma coisa importante de nosso
chefe. Aí eles veriam que não sou só uma puta, mas
também um ser humano que poderia resolver mais
coisas do que só abrir as pernas.
Quando passamos de carro para casa tive uma visão
parecida com um déjà vu. Parecia-me como viesse o
tio entrar numa casa de esquina, mas quando pisquei
viu mais ninguém. Mas a sensação fora tão forte que
gritei sem querer: “O tio.”
O chefe, animado por uma esperança, perguntou o
que tivesse visto, mas não pude explicar bem, porque
a porta da casa estava o tempo todo fechada. Mas
pelo sim pelo não o chefe parou o carro e saímos. Aí
senti um sentimento tão estranho que me puxou para a
casa. Bati a porta. Não teve reação, mas uma vizinha
96

confirmou que teria alguém em casa. Bati mais, e


finalmente uma mulher apareceu na janela do segundo
andar.
O tio chegou umas duas horas antes para a esquina,
todo exausto. Quando ajudaram a ele respondeu que
queria visitar seu sobrinho “que tem uma moça
bondosa e bonita”. Ele sentiu a nossa falta já que na
semana antes não fizemos a visita por causa dos
ataques. Mas o tio nem se lembrou mais do caminho,
nem do nome de seu sobrinho. Teve um branco quase
total, e por isso a senhora levou-o para a sua casa e
esperava para ele se recuperar. O tio dormiu, quando
chegamos, mas quando acordaram-no viu a mim e se
animou logo. Quando a senhora nos perguntou como o
achamos, o chefe mostrou para mim, e eu animei me e
disse com orgulho: “Foi Deus que me o avisou quando
passamos a rua.”
Voltamos com o tio, e para maior segurança o chefe
deixou-me por um dia com ele, o que foi muito bom
para mim. Agradeci muito a Deus por esse favor que
me deu uma folga do meu dia-a-dia pesado e brutal. O
97

chefe agradeceu depois desse dia a mim, comprou na


volta outro sorvete para mim e disse que queria que
ficasse por mais tempo com o tio, quem sabe, por um
dia inteiro por semana. Fiquei muito feliz com essa
perspectiva. Seria um dia muito menos pesado do que
na casa do chefe onde fui o dia inteiro vítima de
abusos e estupros e muitas vezes fui punida ou
judiada em vez de elogiada.
Alguns dias depois mais um de nossos rapazes foi
achado morto. Nossos rapazes saíram para procurar o
confronto, mas quando voltaram teve dois feridos, e
eles não sabiam se conseguiram matar alguém. O
chefe tentou aumentar o grupo mais ainda, mas
também não queria aceitar a todos. Por exemplo, o
Daniel, que se destacou no mês anterior nas vendas,
queria ser membro também, mas o chefe não o
chamou porque um mês não basta para criar
confiança. Para conseguir as vendas ele conseguiu
abster-se das drogas, mas ninguém sabia quando teria
uma recaída.
98

Mas Daniel manteve-se bem e continuava fazendo


vendas muito boas. No próximo mês ele aproveitou o
conhecimento que ganhou no mês anterior, procurou
lugares cada vez mais favoráveis e conseguiu vendas
por 5 mil.
Em consequência da solicitude do rapaz fui entregada
a ele e por quatro horas ele podia fazer comigo o que
quiser, a não ser ferir-me de uma maneira que limitaria
“o uso da puta para os próximos usuários.”
Ao que parecia teve a vontade de largar o vício de
drogas de vez para virar um traficante sério, porque
assim teria o direito de abusar-me sempre. Fiquei até
feliz que ele largou o vício através de mim, mas tremi
de medo pensando na possibilidade de ele virar
membro de nosso gangue tendo a chance de me judiar
todos os dias. Iria formar um trio perverso com as duas
garotas e eles iriam incentivar com seus exemplos e
ideias muitos outros também a cometer maiores
perversidades contra mim.
Quando meu pai me vendera as suas dívidas foram
anuladas. Não sei se ele recebia uma mensalidade
99

através de meu serviço, mas acho que não, porque


sou uma escrava para eles, e uma escrava é paga só
no dia da compra. Se fosse uma puta comum, poderia
ser que a família recebe um tipo de aluguel
mensalmente. Se uma tal puta não criar dívidas, pode
um dia voltar para a família. Essa possibilidade não
tenho, ao que saiba.
Seja como for, fato é que certo dia ouvi que meu pai já
estava novamente endividado. Ele consumia drogas,
mas não vendia, vivendo só de bicos. Muitos em lugar
dele já tivessem levado um tiro para servir como
exemplo para outros, mas o nosso chefe mostrou-se
generoso e aceitou mais uma vez uma negociata: meu
pai vendeu também minha irmã Sofia, que é quase
dois anos mais nova do que eu.
Ela não é muito bonita, mas o chefe deve ter resolvido
ser bondoso com meu pai e aceitar a menina como
forma de pagamento por minha causa e porque eu
sempre fui uma escrava obediente e uma puta gostosa
e dedicada. Ela era ainda bastante magrinha como
muitas pré-adolescentes. As pernas eram até muito
100

bonitas, sem cicatrizes como muitas meninas nas


favelas têm, com uma cor de bronze e sem manchas.
As canelas e coxas foram bem formadas, e apesar da
magreza já prometeram futura gostosura. Os pés
foram de tamanho médio e bem cuidados, apesar da
pobreza em casa. Um problema dela era a coluna
curvada demais. Por isso andava com a bunda para
fora o que era até excitante e atraente, mas acabou
com a harmonia de sua beleza corporal. Se ela
andasse mais reto teria um jeito muito mais nobre
como certas negras de tribos africanas que andam
nuas e mesmo assim parecem rainhas ou princesas.
Dessa maneira o peito foi sempre curvado para frente
como se quisesse oferecê-los para serem apalpados,
mas ainda quase não teve substância para apertar. E o
pior foi que ela não sorria, mas andava com um rosto
apático como meninas que são abusadas pelo pai ou
outro parente ou sofrem outro trauma. Se sorrisse
mostraria dentes perfeitos e olhos brilhantes, mas
infelizmente poucas pessoas conheciam essas pérolas
dela.
101

Mas depois de o chefe pessoalmente ter testado Sofia


na cama e ela ter recebido roupas de prostituta igual
às minhas, de saia curta e sem calcinha, o chefe
chamou-me e disse: “Ela é ainda muito jovem e
despreparada. Mas precisamos de vocês para os
rapazes. A maioria nem tem namoradas, e para serem
fortes na luta e na defesa de nosso bairro eles
precisam se distrair na folga, precisam simplesmente
de meninas para transarem. Você sozinha não dará
mais conta, porque precisamos infelizmente nestes
dias de mais rapazes. Precisamos da ajuda da Sofia.
Quero que você explique tudo a ela. Ensina-a como
uma aprendiza. Vai conseguir fazê-lo?”
Beijei a mão do chefe e disse que me sentia muito
honrada e agradecida. Mas ao que pensava não me foi
dada muita oportunidade. Fiquei nem uma hora
sozinha com minha irmã. Expliquei as tarefas na
cozinha e na limpeza para começar com o mais
simples, e depois perdemos um tempo quando ela me
contou as novidades da casa. E de repente fomos
102

chamados. Só pude dizer para ela imitar tudo o que eu


faria.
Mas foi tudo diferente. A sala estava cheia de rapazes.
O chefe explicou que comprou mais uma puta e
mandou a Sofia para se mostrar e depois tirar a roupa.
Cochichei “Obedeça” para ela e para o meu alívio ela
reagiu e despiu-se. “Muito bem”, disse o chefe. “Pode
vestir-se de novo.”
Começou aos poucos. Primeiramente tivemos que
chupar. Fi-lo animada, alegre e com muita dedicação
para dar à minha irmãzinha a sensação que não seria
uma punição mas uma brincadeira normal e até
divertida. Os rapazes foram até pacientes, observaram
como ela aprendeu aos poucos e mexiam só com sua
cabeça para corrigir a posição, mas não bateram nela.
Mas depois sentamos nós duas em diversos colos e
eles brincaram com nossas partes até não aguentarem
mais de tanto tesão. Só então começaram os estupros.
Deitei-me com as pernas bem abertas para dar um
bom exemplo para Sofia, mas ela não me imitou e
fechou as pernas. Estendi minha mão, peguei-a dela e
103

apertei-a para lhe dar coragem. E realmente, quando o


primeiro rapaz abriu as pernas dela com as mãos, ela
obedeceu. Mas pela minha surpresa o rapaz não
transou logo, mas começou a chupar a bucetinha lisa e
pequena dela, sem vergonha dos outros presentes na
sala. A bucetinha de Sofia deve ter sido bem doce e
ele confirmou-o com seus comentários. Quando Sofia
começou a reagir, fiquei feliz por ela. No início estava
chorando miúdo, mas depois começou a respirar mais
rápido, depois gemeu, e quando o rapaz enfiou um
dedo lentamente em seu cuzinho ela soltou gritinhos
agudos que excitavam a todos. O rapaz não conseguiu
deter-se por mais tempo e estuprou-a.
Apertei o tempo todo a mão de Sofia para ela saber
que eu estive com ela, mas agora soltei-a e falei-lhe:
“Aperta o rapaz, Sofia. Aperta seu cavaleiro.” E ela
obedeceu, chorando, ofegando, gemendo em uma
mistura ousada e poética, e seu corpo todo sacudiu
com os trancos e também com os arquejos e soluços,
e cada minuto a metamorfose progrediu transformando
uma menina boba e simples em uma puta. Pensei de
104

repente no nascimento, quando um bebê em um ato


doloroso luta e luta para transformar-se de uma parte
da mãe em uma pessoa separada, passando da
barriga aconchegante para este mundo. Será que
assim será também quando passamos através da
morte deste mundo para o mundo eterno, sendo
transformados em seres espirituais?
Para eu tiver tempo para ensinar minha irmãzinha tive
que levantar-me bem cedo e acordá-la também. Tive
que procurar para descobrir quem dormiu com ela para
tirá-la do respectivo parceiro da noite. Preparamos o
café e limpamos a casa. Logo no primeiro dia dois
rapazes acordaram cedo e queriam comer minha irmã,
mas depois o chefe mandou para deixar-nos em paz
até às dez horas da manhã para conseguirmos os
nossos afazeres. Assim consegui ensinar a minha
irmã.
Expliquei a ela que ser puta não é uma coisa sem
valor mas uma tarefa muito importante e gostosa para
todos os rapazes e homens. Descrevi como o vigor e a
combatividade de um rapaz aumenta se ele tem como
105

satisfazer-se com meninas boas, submissas e


gostosas. Falei para Sofia não se sentir como algo de
pouco valor, mas como uma menina importante que
faz uma coisa útil e gostosa para os outros.
“Uma mulher ou menina que não é submissa jamais
vai ser completamente feliz, porque ela pretende
mandar por cima dos homens e nunca consegue ser
realmente reconhecida como chefe. Também não é
saudável para ela e destrói a sua beleza, porque ela
teria que ser dura e categórica em vez de dócil e
meiga. Com feminidade combinam docilidade,
meiguice, brandura, submissão e obediência.
Nós evangélicos devemos saber que não precisamos
ser monges ou pastores ou padres para servir a Deus,
mas que todas as pessoas na sua profissão podem
agradar a Deus da mesma forma, trabalhando bem,
cumprindo seu dever em obediência e com dedicação
e amor, prestando amor e respeito para com seus
superiores e tratando com amor e bondade seus
súditos.”
“Mas eles não tratam a gente com bondade.”
106

“Claro que não. Eles não são homens bons. Eles não
sabem que temos que ser bons, bondosos, pacientes
e obedientes. Mas isso é o problema deles. Se alguém
deles quiser virar bom ou até evangélico deveria ser
ensinado a ele. Nós, porém, devemos ser diferentes.
Não podemos, nesta situação de escravidão, falar
muito de nossa fé, mas podemos viver assim que
outros perguntam por nossa fé.”
“Mas eu não sou evangélica.”
“Sei. É uma pena. Assim você não tem o consolo que
eu tenho.”
“Não quero consolo. Quero justiça. Fomos vendidas
como escravas embora que seja proibida no Brasil.”
“É proibida, mas eles pagaram. Imagina se você
comprasse um papagaio e se delicia na beleza e com
o que ele faz todos os dias, mas depois de alguns
meses vem um policial e confisca-o alegando que a
venda desse animal no Brasil seria proibida. Você
ficaria triste e sentir-se-ia enganada, né. É certo
castigar o que te vendera o papagaio, mas também
107

você levaria um prejuízo embora que não cometesse


mal nenhum.”
“Cometi o mal de comprar o papagaio, contribuindo
assim para sustentar o tráfico de animais.”
“É verdade. Mas em nosso caso nosso pai nos
vendeu, e o dinheiro foi usado para acabar com as
dívidas dele. Claro que ele fez coisas erradas tomando
drogas e vendendo as suas filhas. Mas o chefe, que
nos comprou, fez até uma coisa boa, porque ele não
matou o nosso pai mas aceitou um outro pagamento.
Ele mesmo nem tem muitas vantagens nesse conluio,
mas ele pensou que beneficiaria seus colegas. Si você
tivesse a escolha queria que ele tivesse matado o pai
em vez de aceitar você como forma de pagamento?
Conseguiria viver com a consciência de que ele foi
morto porque você não quis virar escrava dos
traficantes?”
“Claro que não. Mas mesmo assim é tudo uma
injustiça.”
“Claro. Toda a vida é uma injustiça. Hoje, quando
discutimos aqui, serão mortos por causa de sua fé uns
108

cem cristãos, e são cometidos mais de 10 mil estupros


contra mulheres e meninas cristãs por causa da fé.
Além disso são também cometidos torturas e muitos
atos cruéis, e não somente contra cristãos, embora
que nós cristãos somos as vítimas preferidas dos
maus.”
“Pois é. Por isso não consigo entender porque você
fala bem de Deus. Existe tanta injustiça e ele não faz
nada.”
“Olha, Deus é Deus, e na verdade nem compete a nós
dizer se Deus é bom ou mal. Se ele fosse injusto, a
gente teria que se arranjar com esse fato. Se ele, por
exemplo, tivesse anunciado por um profeta ou pela
Bíblia que todos os negros devem servir aos brancos
como escravos, não adiantaria opor-se, porque a
gente deve se submeter a ele sabendo que a
sabedoria e o conhecimento de Deus é muito maior.
Poderia ser que ele amasse os negros mais e
quisesse tê-los no céu e partisse do princípio que um
escravo negro pecaria pouco, enquanto o patrão
branco pecaria muito batendo os negros e estuprando
109

as moças negras. A gente não saberia os motivos, mas


seria prudente obedecer a Deus, porque ele é quem
sabe as coisas.”
A porta abriu e a mãe do chefe apareceu. Paramos
para tomar café, e depois sobrou pouco tempo. Tive
que explicar as coisas mais importantes a Sofia.
Coisas que aprendi no tempo que já vivia nessa
escravidão e que aprendi na maioria comigo mesmo,
sem ninguém me instruir. Algumas coisas podia achar
também no internet, porque teve oportunidades raras
que quase todos saíram e quem estava em casa de
vigia tomou banho ou adormeceu ou estava também
no internet, e para mim não foi proibido o uso do
internet.
Outras dúvidas resolvera perguntando as prostitutas
que às vezes estavam aqui. Aconteceu que um ou
outro rapaz namorava com uma ou que o chefe trouxe
umas para agradar os colegas. Teve também meninas
que se prostituíam no bairro e pagavam uma taxa ao
chefe.
110

Por isso sabia muitas coisas, porque sempre quis dar


o melhor aos rapazes para ser gostosa e útil para eles.
Já sabia de cor a frase que o apóstolo Paulo pediu aos
escravos e escravas cristãos: “Obedecei em tudo aos
vossos senhores na terra, não só sob o seu olhar,
como se os servísseis para agradar aos homens, mas
com simplicidade de coração, por temor de Deus.” E
em outras traduções: "Obedeçam em tudo aos vossos
senhores aqui na terra, não apenas quando eles vos
estão a vigiar e só para lhes agradar, mas com um
coração sincero e temente a Deus. Sirvam a eles
como serviriam a Cristo. Considerem a se mesmos
como escravos. Façam o seu trabalho com amor e
dedicação. Obedeçam em tudo aos seus donos. Não
somente aos que são bons e humanitários, mas
também aos que são maus e duros.”
O que mais tocou em mim foi a frase “Considerem a se
mesmos como escravos”. Realmente, muitas meninas
em situação de escravidão, prostituição ou exploração
consideram a si mesmas uma dama, que somente
temporariamente e contra toda a justiça é obrigada a
111

obedecer a um superior ruím quem nem merece o


respeito e a obediência. Pensando assim vão ser
sempre profundamente infelizes porque acham que no
fundo não deveriam obedecer ao seu superior. Com o
tempo viram amargas e depressivas em vez de cada
vez mais submissas e dóceis, e assim perderão a
graça e também a beleza, porque o espírito rebelde e
doente enfraquece o corpo.
Têm jogadores de futebol que jogam na segundona e
são muito felizes porque chegaram tão longe e viraram
jogadores profissionais, um sonho para milhares de
meninos. Outros, na mesma situação são infelizes
porque não jogam na primeira divisão.
Conheço de uma esposa de um médico que vive
reclamando que seu marido é só um médico simples,
não ganha muito e não lhe pode dar a vida de dondoca
como sonhou. Eu, no lugar dela, com certeza seria
muito feliz ter um médico como marido, mostraria
minha felicidade a todos e seria lhe submissa em tudo.
Uma prostituta em poder de uma organização forte
como a máfia russa não deve ver os lados negativas e
112

reclamar da falta de liberdade, das frequentes torturas


e castigos, do trabalho infindo e do salário insuficiente,
mas deve ver os lados positivos e agradecer pela
educação rigorosa, pelo cuidado requintado e o tempo
que os cafetões e adestradores investem nela, pela
chance de fazer uma boa carreira como prostituta, pelo
privilégio de fazer seus donos ricos, pela oportunidade
de servir aos seus próximos e de fazer a muitos
felizes, e pela oportunidade de ser útil e de servir a
muitos homens e beber muito leitinho.
Assim também nó deveriamos ver sempre os lados
positivos e agradecer por eles para sermos mais
felizes.
Vistoriávamos também páginas no internet que dão
dicas práticas e resolvi dúvidas com as prostitutas. No
tempo curto que nos sobrou depois de fazermos a
limpeza ensinei a Sofia como tratar sua bucetinha.
Depois de fazer xixi lavamo-la com cuidado com sabão
de pH neutro, depois com um pouco de sabão
cheiroso, depois com uma solução de mel com água, e
finalmente enxaguamo-la e colocamos um pinguinho
113

de perfume. Também ensinei como chupar assim que


um rapaz mais gosta, usando bem a língua, lambendo
antes bem ao redor do pau e o saco, cariciando o cu
do homem com um dedo para concluir das reações
dele se ele gosta ser chupado também no cu ou se ele
gosta de sentir um dedo de uma menina nele.
Expliquei a ela porque é importante uma menina
aguentar se o homem segura os cabelos ou a cabeça
da menina com as mãos ou as coxas, e que receber
tapas no rosto quando chupar não significa sempre
que o homem queria ser chupado de outra forma mas
queria simplesmente aumentar o prazer dele.
Mostrei-lhe como uma menina, e sobretudo uma
escrava ou puta, aprende a sentir prazer na submissão
total e na consciência de que ela é uma escrava e puta
sem vontade própria, mas em tudo submetida à
vontade de outros. Expliquei que devemos considerar
os estupros como um privilégio ou benefício, sabendo
que meninas boas, dóceis e gostosas são estupradas
sem dó por homens maus, cruéis e muitas vezes feios.
Ensinei a ela que a gente deve pensar só no bem-
114

estar do homem, à forma de a gente sentir com os


sentimentos dele com tanta empatia que a gente se
excita com a excitação dele. Assim um tapa recebido
não tira a concentração e diminui o prazer no sexo,
mas excita a escrava.
Os rapazes já batiam na porta do banheiro onde
preparei a minha irmã e também a mim mesma. Não
teve outro lugar seguro, onde podia falar com ela, mas
já uns 15 minutos para dez uns rapazes procuraram a
gente. Tive medo em atrasar e prontifiquei-me mais
rápido. Assim terminamos dois minutos antes de dez e
esperamos atrás da porta fechada, enquanto os
rapazes batiam assiduamente na porta e perguntavam
se a gente já fosse pronta. Segurei a mão de Sofia,
beijei os lábios secos dela e senti o seu medo.
Abracei-a e assim ficamos esperando os segundos
passarem. Às dez horas em ponto abri a porta, de
mãos dadas ficamos no vão da porta, em pé, de
minissaia, sem calcinha, prontas para servirem a eles.
Senti a minha irmã tremer uns segundos, depois fomos
separadas e levadas para lugares diferentes.
115

Na outra manhã, às 3 horas e pouco, chegou a notícia


que mais um rapaz foi morto e dois feridos. Logo todos
saíram falando em vingança. Logo procurei a Sofia e
abracei e beijei-a. Ela era ainda quente e exalava o
cheiro do rapaz com quem ela dormiu e se apertou ao
encontro de mim, apertando seus mamilos contra
meus peitos. Perguntei como ela estava e ela disse
que não morrera e que isso já seria muito. Disse que
todos os rapazes a comiam, uns até duas vezes, e
assim ela foi estuprada umas trinta vezes.
Investiguei-lhe a bucetinha e achei-a avermelhada e
um pouco inchada, mas nada de grave. Queria saber
como ela se sentiu, se ela conseguiu identificar-se com
seu trabalho de escrava e puta. Ela contou: “Imaginei
que fosse uma princesa muito bonita de um povo
antigo. Meu pai, o rei, costumava assaltar os outros
países, e voltava sempre com tesouros e com meninas
bonitas que foram distribuídas ou vendidas ao nosso
povo como escravas. Um dia todos esses povos se
reuniram e venceram meu pai e conquistaram o nosso
116

país. Eu fui presa e eles se vingaram por tudo que


meu pai e nosso povo cometera, estuprando e
torturando-me sem fim. Sabia que a um lado era agora
uma escrava e puta que tem o dever de fazer tudo
para satisfazer seus seviciadores, mas ao outro lado
continuava princesa, porque uma princesa não pode
perder sua qualidade por mais que a sujem. Se fosse
liberada poderia casar com um príncipe e virar um dia
rainha.”
“Isso mesmo, Sofia. E para Deus você sempre
continua uma princesa linda.”
“Deus não existe”, comentou, mas eu nem ouvi a
resposta porque lembrei-me de nossos deveres.
Começamos logo com a limpeza para aproveitar o
tempo. Depois o café já estava pronto e depois Sofia e
eu ficamos sozinhas na cozinha. Ela disse: “Pensei
sobre tudo que você me falou sobre Deus, mas pode
muito bem ser que Deus nem existe.”
Fiquei surpreendida: “Como você pode pensar que
Deus não exista? Quem você acha fez o mundo?”
“É possível que o mundo exista já desde sempre.”
117

“Bom, os cientistas falam que o mundo teve um


começo. Mas é claro, cientistas não podem provar a
existência de Deus. Mas você conhece muitas
pessoas que conhecem a Deus. Não confia no
testemunho deles?”
“Como posso confiar em outros? Alguns falam que
Deus não existe e outros falam que ele existe. Como
vou saber quem tem razão?”
“Mas você é muito bobinha, Sofia. As pessoas que
falam que Deus não existe não tem a menor
experiência com Deus e falam sobre o assunto sem
saber nada. Pensa bem. A quem você acreditaria em
um outro assunto? Aos que têm experiência própria ou
aos que não sabem nada?”
“Como assim? Não entendo a sua argumentação?”
“Imagina que a discussão seria sobre se existem ainda
verdadeiros reis, princesas, rainhas e príncipes. Alguns
falariam: são coisas inventadas para contar a pessoas
bobas e para incentivar o turismo. Outros falam: eles
existem, e muitos deles dizem: eu já fui na Europa, já
118

vi uma princesa, já falei com um rei. A quem você


acreditaria?”
“Claro, nesse caso só confiaria naqueles que negam a
existência, se eles também fossem para a Europa,
investigando os palácios. Por exemplo, se tivesse
alguém que falasse: Fui para Europa, entrei
clandestinamente em um palácio e vi que o rei e a sua
família eram só bonecos, feitos para enganar o povo.
Aí, sim, acreditaria também nele. Mas por enquanto
acredito àqueles que dizem que já falaram com um rei
ou uma princesa e confirmam que eles responderam e
evidentemente existem de verdade.”
“Muito bem, Sofia. Seria justo. Vamos então fazer o
mesmo a respeito de Deus?”
“Como assim?”
“Se tivesse alguém que falasse: Entreguei minha vida
a Deus, orei falando e conversando com ele, pedi
algumas coisas e recebi às vezes respostas e até
aconteciam coisas milagrosas, mas depois descobri
que foi tudo um engano. Um clube secreto de cristãos,
que querem enganar os outros, tinha instalado
119

microfones em minha casa para saber de minhas


orações e quando pedi certas coisas eles correram e
influenciaram tudo assim que acabei ganhando o que
pedi. Fizeram isso para a gente pensar, que Deus
exista, mas descobri que era tudo só um engano. Aí,
sim, acreditaria neles. Mas ninguém descobriu uma
coisa assim, e por isso acredite naqueles que dizem
que já falaram com Deus e confirmam que ele
responde e que ele evidentemente existe, assim como
você acreditaria naqueles que falam que já viram reis e
rainhas.”
“Se eu conhecesse pessoalmente uma pessoa de
confiança que me garantisse que falou com Deus e
recebeu respostas...”
“Eu sou uma delas. Embora que ainda não fui
beneficiada por um milagre muito considerável
aconteciam coisas que sem dúvida foram
sobrenaturais, em resposta a minhas orações. Você só
precisa acreditar em mim. Pensa bem: eu teria um
motivo para te enganar? Quero o melhor para você.
Desde que entreguei a minha vida a Deus, sinto a
120

presença dele em mim e isso alivia muito a minha vida.


Isso é o principal, e não os milagres.”
“Mas por que então muitos falam que Deus não exista
se eles nem sabem nada de fato sobre Deus?”
“Pois é. Também não sei. Você deveria perguntar a um
psicólogo. Deve ser uma reação inconsciente das
pessoas que não tem convivência com Deus. Se
reconhecessem que Deus existe sentir-se-iam
discriminadas porque eles não tem a mesma
convivência. Por isso fazem o mesmo como os
contemporâneos há 800 anos quando Marco Polo
viajou o mundo e contou de países exóticos como a
China. Muitos falavam simplesmente: isso não existe,
é tudo invenção do Marco Polo.”
“Será que foi Deus, que mandou os rapazes para a rua
porque ele viu que minha bucetinha está doendo e que
preciso de uma pausa? Quando deu o alarme o rapaz
que partiu o colchonete comigo estava prestes para
estuprar-me mais uma vez, embora que sou toda
assada.”
121

“Sofia, a gente quase nunca sabe se é o dedo de Deus


ou mera coincidência ou, quem sabe, obra do diabo ou
de outros. Neste caso, eu pessoalmente não acredito
que Deus manda vinte rapazes para a rua, onde eles
provavelmente vão matar e ferir pessoas e talvez vão
sofrer feridas e mortes, só para proteger a bucetinha
assada de uma menina sem importância, que nem é
ainda a sua filha declarada nem sequer pediu em
oração uma intervenção dele.”
“Mas como alguém chega a conhecer a Deus?”
“Primeiramente você entrega a sua vida a Deus.
Depois você sente a presença dele como algo
aconchegante ao redor de você e em seu coração.
Pode demorar até Deus morar em seu coração,
porque este tem que ser limpo para ele. Mas é um
sentimento gostoso. Você ora e sente algo como
resposta, mas sempre fica com a dúvida se não é só
um engano, um sentimento errado de uma alma aflita,
uma fantasia que você mesma inventou. Mas a gente
deve confiar nos testemunhos dos outros. Um dia a
maioria dos cristãos é privilegiado por um milagre.
122

Pode ser algo sem importância, mas você deve se


lembrar sempre dele, porque desde então não
precisará mais ter dúvidas quanto à existência de
Deus, mas só ainda dúvidas sobre qual é o
comportamento certo e mais agradável a Deus.”
Terminamos a limpeza absortas em pensamentos, e
depois tive tempo para mais instruções práticas.
Ensinei a Sofia como ela deveria cuidar de seu
cuzinho: “Você deve fazer cocô sempre no mesmo
horário. Para nós seria o melhor depois do café da
manhã e da limpeza, antes de transarmos com os
rapazes. Depois toma banho e enfia o chuveirinho no
cuzinho e limpa-o com água morna, mas sem sabão.
Esvazia a água suja no vaso e repete o processo três
vezes. Depois lava-o por fora com sabão. Pode
também entrar com o dedo, mas não se precisa
colocar sabão no fundo de seu cuzinho. Enxagua e
lava o com água com mel. Coloca um creme no
cuzinho e massageia-o, e depois coloca um pinguinho
de perfume.
123

Assim você fica o dia inteiro gostosa e não ofende os


rapazes. Deve aprender controlar sua digestão, porque
nada mais vergonhoso para uma puta meiga e boa se
o rapaz a enraba e depois suja seu pau ou seu dedo.
Também acontece que o rapaz enfia o pau ou dedo
sujo na boca da puta e isso não é bom para a higiene
bocal e falta de consideração pelo próximo rapaz que
beija a puta.”
Sofia entendeu tudo e foi uma aluna boa e obediente.
Depois comecei a ensinar a Sofia sorrir, rebrilhar os
olhos e olhar com expressão. “Os rapazes devem
sentir que você é uma puta gostosa, boa, meiga,
generosa, bondosa e submissa já através de seu olhar.
Não olhe diretamente na face deles, porque seria
ousado e não é jeito de escrava. Mas também não
olha para o chão, porque você pareceria apagada e
seus olhos não brilhariam. Olha para o peito do rapaz
e abre bem os seus olhos para as pestanas não
apagarem o brilho. O olho aberto mostra também que
você presta atenção só no que o rapaz fala.”
124

Quando treinamos a posição certa reparei que a


coluna recurvada demais atrapalhou e resolvi começar
um treinamento. Sofia deitou nas costas e eu tentei
apertar a bacia inteira contra o chão até a coluna ficar
reta. Inventamos exercícios e depois achamos outros
no internet. Reparei que uma menina, quando
estuprada no chão duro, pode aproveitar o peso do
rapaz em cima dela para um efeito parecido que
melhoraria aos poucos a coluna.
No outro dia quando acordei a Sofia reparei ainda mais
calor do que no dia anterior. Sem dúvida teve febre.
Tirei-a da cama e coloquei-a em cima de uma toalha
na cozinha. Beijei-a e perguntei se tivesse dores, mas
ela disse que só sentiria as dores comuns na
bucetinha, boca e cuzinho, devido aos abusos, embora
que transasse menos do que no dia anterior porque os
rapazes voltaram tarde em casa. Ninguém dos nossos
morrera, mas falaram que mataram membros do outro
grupo.
Fiz um chá para Sofia e coloquei um pano frio na
cabeça dela. Ao mesmo tempo tive que cuidar da
125

cozinha. Mas quando a mãe do chefe chegou colocou


a mão na testa de Sofia e confirmou que estava com
febre. Ela deu um remédio a ela e mandou deitá-la no
sofá do quarto dela. Ela ficou na cozinha o tempo todo
e eu olhei de vez em quando pela Sofia. Uma vez
Sofia me disse: “Queria tanto ser cristã como você.”
Falei que seria fácil e que já expliquei como entregar a
vida a Deus, mas ela disse: “Não sei falar com Deus.
Ora você comigo.”
Aí me ajoelhei ao lado dela, peguei a sua mão e pedi
com poucas palavras para o Senhor aceitar a vida
dela. Falei que até agora infelizmente não cuidou da
sua alma e está vindo com nada na mão, uma puta
escravizada sem experiência de igreja e nem
conhecendo a Bíblia. Mas ela queria conhecer a Deus
e aprender ser filha dele. Sofia começou a chorar e eu
pedi que Deus a ajudasse para carregar o seu destino
pesado, em que fomos jogados por nosso pai.
Pedimos também que Deus perdoasse o nosso pai e
tirasse-o das drogas para não fazer um mal igual aos
outros irmãos e irmãs menores. Disse mais uma vez
126

que a Sofia sabe que é uma pecadora mas pede que


Deus a aceite mesmo assim, purifique seu coração e
tome posse da sua vida, dirigindo-a como verdadeiro
dono de nós, segundo a sua vontade. Falei amém,
mas continuei segurando-lhe a mão até que percebi
que adormecera.
No horário do almoço a mãe me mandou levar uma
comida para Sofia, e quando entrei ela acordou e já se
sentiu melhor. Falou que queria deitar no chão para a
coluna ficar mais reta. Sugeri para ela dormir mais um
pouco, mas ela fez o treinamento, depois tomou um
banho, preparou-se assim como aprendeu de mim e
entrou na sala dizendo: “Agradeço pela folga que me
deram. Sarei e estou voltando para servir novamente a
vocês.” Falou com voz doce e bonita, olhou para baixo,
mas abriu bem os olhos para parecerem eles maiores
e sorriu do jeito como aprendemos. Aí percebi que ela
era bonita. Faltava só corrigir a coluna e seria uma
puta prometedora e gostosa.
Dois dias depois um negrinho de uns 14 anos foi
apresentado ao chefe. Ele queria ser revendedor de
127

drogas. Além disso ele teve uma fama de chupador.


Diziam que ele seria capaz de levar qualquer menina
ao orgasmo em poucos minutos. Alguns gritaram logo
“Mostra” e o chefe deixou generosamente que ele
demonstrasse o seu dom. Tive que deitar-me de
costas na mesa e abrir as pernas. Destarte o negrinho
podia chupar a vontade e na vista de todos. Encolhi as
pernas e abri-las obedientemente.
Parecia que ele teve duas línguas. Como uma
máquina atacou minha buceta, sugando e cutucando
ao mesmo tempo. Seria um sonho se não fosse a
minha posição tão constrangida, ficando nua e aberta
em frente de todos. Não me detive e comecei a mexer
com a bacia, e quando senti essa boca em cima de
meu grelinho comecei a gemer e o sentimento foi tão
gostoso que lhe abri a minha xaninha com as mãos.
Senti como o molho seivoso começou a se acumular
em minha vagina. Senti-me como em um delírio e gemi
alto, e já o fluído saiu da minha bucetinha e o orgasmo
me arrebentou como uma onda forte no mar que cai
em cima da gente na arrebentação.
128

Segundo os meninos foram apenas quatro minutos, e


a seguir Sofia foi colocada em meu lugar. Prometeram-
lhe que ganharia um sorvete se gozasse mais rápido
do que eu ou uma surra, se demoraria mais, mas
mesmo assim ela não conseguiu relaxar e levou sete
minutos. Se soubesse antes da consequência para
Sofia teria feito de tudo para não gozar logo, mas
agora era tarde e ela foi amarrada na mesa e recebeu
uma surra. Como sempre os rapazes se esquentaram
muito com o castigo e depois caíram por cima dela
para estuprá-la com muito fervor e força brutal.
Os dias ficaram mais tensos, todos falaram em guerra
com a outra facção. Os dias em que todos sentavam
só nos sofás olhando TV ficaram mais raros. Para nós
foi melhor, porque tais dias eram sempre os piores
para nós, sobretudo quando o programa de TV era
pouco interessante.
Eles costumavam forçar a gente para sentar no colo
de um ou outro, com as pernas escanchadas. Ficamos
de saia, mas como sempre sem calcinhas, mas às
vezes ficamos também completamente nuas.
129

Sentamos nuas em meio de todos esses rapazes, e


muitas vezes teve também outras moças presentes,
que foram bem tratadas porque eram namoradas.
Muitas delas participavam até nas judiações feitas em
nós.
Tentei sempre imaginar outra coisa, como se eu fosse
também uma namorada ou pelo menos uma prostituta
paga pelo seu serviço, mas agora podia ver Sofia
sentada da mesma maneira, escancaradamente
aberta, com mãos atrevidas fuçando e furando entre
suas pernas e brincando com os peitinhos e qualquer
outra parte do corpo. Vi como ela estava aberta e
entendi que essa posição e a falta da possibilidade de
defender-se excitavam os rapazes cada vez mais.
Vendo a Sofia podia imaginar como outros viam a mim:
uma puta e escrava, um mero brinquedo e objeto, nua,
aberta, submissa e infinitamente humilhada.
Às vezes me deitavam de bruços por cima de três ou
quatro pessoas sentadas em um sofá. A primeira
pessoa teve minha cabeça para eu chupá-la. Às vezes
este rapaz olhava TV e não se preocupava comigo,
130

mas alguns outros me deram carinhos, brincando com


meus cabelos e acariciando minhas bochechas e
minha nuca. Outros, pelo contrário, eram violentos,
seguravam minha cabeça, enfiavam brutalmente em
minha garganta, puxavam os cabelos etc. Os outros,
que ficavam com meu busto ou minhas pernas,
sentavam no sofá e mexiam com minha bunda,
cavavam entre as minhas coxas e preocupavam-se
também com as outras partes de meu corpo.
Vendo isso geralmente os que sentavam no outro sofá
e tinham a Sofia deixavam-se inspirar e forneciam o
mesmo trato à minha irmãzinha. Assim podia mais
uma vez observar como excitante deve ser uma
menina escravizada e nua deitada assim no colo de
rapazes vestidos.
A posição mais vulnerável é se a menina deita nas
costas. Um rapaz brinca com a cabeça, que deita no
colo dele, dá um dedo para chupar ou mexe com os
cabelos. Os outros têm os peitos, a bucetinha, as
pernas, e se a menina levanta as pernas também o
cuzinho fica bem acessível. E geralmente a menina
131

não tem outra escolha do que levantar e encolher as


suas pernas, senão os meninos forçam muito para
enfiar dedos na bucetinha. Também acontece que eles
simplesmente ordenam para encolher as pernas.
Assim ficamos, e eles brincam e judiam, abrindo a
bucetinha, mexendo com tudo e socando com dedos,
garrafinhas e outros objetos em nossos buracos.
Certa vez vi que minha irmã colocou a canela atrás
dos ombros do rapaz que teve sua bunda em seu colo,
na nuca dele. Não vi se ela o fez ou se o rapaz
colocou a perna assim. A outra perna, solta, ficou
suspensa no ar, mexendo-se com os socos e
movimentos que os rapazes aplicaram a sua
bucetinha. Não queria que ela sofresse sozinha nessa
posição e coloquei a minha canela também na nuca do
rapaz no meio do sofá. Logo senti que fiquei assim
ainda mais aberta e vulnerável, e o rapaz agradeceu a
oportunidade e enfiou a mão inteira.
Quando Daniel chegou a próxima vez para prestar
contas apresentou o resultado sensacional de R$ 7 mil
o que lhe garantiu o direito de ficar seis horas comigo.
132

Como sempre tive que pedir perdão pelo mal que lhe
fizera quando ele recebeu uma surra de meu primo, e
jurei que futuramente queria ser sua puta e escrava
obediente e boa. Tive que enfiar uma garrafinha de
Coca-cola em sua frente e ele me abusou de todas as
formas.

Reparei que ele é inteligente, porque fez também uma


brincadeira perversa comigo em que ele me fez
espontaneamente várias perguntas, cujas respostas
ele conhecia. Antes me amarrou com as pernas
abertas na mesa, mas não com a bunda para cima
como quando receber de cinto, mas com a barriga
para cima. Amarrou meus braços e pernas nas pernas
da mesa, e assim fiquei com as pernas abertas e
totalmente indefesa.
Falou que queria testar se eu prestara atenção na
escola. Disse que uma puta sempre deve prestar
atenção no que os outros dizem, e por isso deveria ter
prestado atenção também na escola. Na escola
prestara sempre atenção e fui uma aluna comportada,
133

mas em minha casa não tive condições para fazer


tarefas, e por isso nunca fui uma aluna muito boa.
Ele perguntou coisas de português, matemática,
geografia e de todas as outras matérias. Se ele
reparou que eu sabia a matéria, mudou para outra.
Perguntou, por exemplo, as capitais dos estados e
países. Dos estados brasileiros sabia pouco mais da
metade. Respondi São Paulo, Belo Horizonte e São
Salvador, mas já para Piauí não sabia a capital. Foi a
alegria dele e se postou ao lado da mesa, curvou se
de lado para ficar em cima de meu corpo nu e aberto,
alvejou a minha bucetinha semiaberta e bateu com a
palma da mão nela que deu um estalo que repercutiu
em meu corpo inteiro e explodiu na minha cabeça.
Gemi e chorei, mas não adiantava e já veio a próxima
pergunta.

Depois de algumas palmadas entre as pernas me


soltou, ofegando e quente, e me estuprou com fervor.
Depois tive que subir de novo na mesa e oferecer os
braços e pernas para serem amarrados. Essa
134

brincadeira se repetiu algumas vezes, e ele precisava


cada vez de mais palmadas para ficar novamente tão
excitado que não aguentava mais e me soltava e
estuprava. Quando as seis horas acabaram quase não
consegui andar mais, porque minhas pernas ficaram
amarradas nessa posição forçada por muito tempo e a
bucetinha queimou como de fogo.
Na outra manhã ela estava ainda avermelhada e
levemente inchada e minha irmã me perguntou como
foi minha tortura. Ela se impressionou sobretudo que
eu mesma oferecia os braços e pernas para serem
amarrados. Ela disse que choraria e faria de tudo para
não ser amarrada pela segunda vez. Expliquei que
seria um grande erro. Uma tal desobediência traria
maiores castigos. Na dúvida o Daniel chamaria os
outros e reclamaria a falta de subserviência. Eles iriam
me amarrar à força e permitir ao Daniel de bater-me
até que me submeteria. E nesse caso poderia bater
mais forte, porque se sairia ferida seria minha culpa
por ter sido tão teimosa.
“Mas ele te feriu mesmo assim.”
135

“Não, uma inchação leve é tolerada, mas se ficasse


com feridas feias ou cicatrizes o chefe iria brigar com o
Daniel, porque diminuiria o prazer dos outros.”
“Mesmo assim. Eu simplesmente não conseguiria
abaixar os braços e pernas se deitasse nessa mesa
em frente a um perverso. O medo seria maior.”
“Por isso deveria pedir sempre a Deus para te dar a
mansidão suficiente para conseguir ser obediente,
dócil e submissa também em situações extremas. É
uma experiência que você faz, virando cada vez uma
escrava e puta mais preciosa. Também ajuda imaginar
que você seria o rapaz que te tortura, tentando sentir o
prazer de abrir, submeter e humilhar uma menina nua,
transformando-a em uma puta totalmente escravizada.
Imagina que seu cérebro fosse invadido pelo espírito
dele, como se ele tivesse um aparelho para dominar
seu cérebro e te teleguiar como um carrinho ou
aviãozinho de brinquedo que voa teleguiado por um
rapaz que tem o aparelho.”
“Você fala como se fosse fascinante chegar a esse
ponto e fazer tais experiências.”
136

“É fascinante porque você conhece seus limites e


aprende que seus limites estão muito mais amplos do
que pensa. Se uma menina pode virar através de tal
educação rígida uma puta e escrava perfeita, poderia
virar também sob impacto de uma educação
semelhante dançarina, pianista, cientista, médica ou
esportista. Tem muitos dons que Deus colocou em nós
que jamais descobrimos porque não recebemos uma
educação neste sentido e sozinhas quase nunca
tomamos essa iniciativa de desenvolver e treinar um
dom com tanta dedicação.”
“Mas talvez meu ou seu destino fosse ser médica. E
agora somos forçadas a serem escravas e putas. Não
é muito injusto?”
“Conheço uma pianista que casou com um delegado.
Ele foi para a Amazônia, e ela não teve como trabalhar
como pianista neste lugar. Mas ela não desanimou e
tentou outras coisas. Começou a aprender flauta e a
reger coral. Com muita dedicação chegou a formar um
coral municipal e um conjunto de flautas. Também tem
pessoas aleijadas, que talvez quisessem jogar futebol,
137

mas não tem jeito. Mas não entregam o jogo e


praticam um outro tipo de esporte ou dedicam-se a
uma outra atividade. Uma das maiores poetisas que
escreveu hinos evangélicos era aleijada, segundo
aprendi na igreja.
Sempre descobrimos um outro dom em nós, se
trabalhamos com sinceridade e amor. Talvez
tivéssemos o dom para sermos médicas. Mas Deus,
ou então o destino ou a sorte, levou-nos para sermos
putas e escravas. E por isso tento ser boa nesta área.”
No outro dia mais três rapazes viraram membros de
nosso gangue, e entre eles foi Daniel. Ele me passou
com olhares triunfantes, quando saiu pela primeira vez
com uma arma na mão. Desde então teria que servir a
ele todos os dias, se bem que ele teria que dividir o
privilégio com todos os outros rapazes. Por isso teve
que esperar três dias até conseguir ficar comigo na
noite, eu dormindo em baixo do mesmo cobertor e no
mesmo colchonete como ele. A noite inteira tive que
ser boa, meiga e educada para com ele e ele foi
grosso, cínico e perverso comigo. Cuspiu na minha
138

boca e fez outras coisas para me humilhar e me


mostrar “o meu lugar”. Era mais uma noite em que tive
que reagir ao ódio ou desprezo com amor, humildade e
bondade. Tentei empatia com ele, pensar como ele,
identificar-me com ele, virar ele, e descobri que a fonte
de seu comportamento vil não fui eu mas está dentro
dele, algo que pesa nele, que cobre o coração dele
como gelo e faz que ele me trata com crueldade e
desdém. Uma parte dele me desprezava, mas a outra
parte dele me amava.
Quando senti como a alma dele é açoitada, cheia de
cicatrizes e torta abri-me com ainda mais amor para
ele para salvá-lo dessa aflição. Eu sabia que fui fraca e
não tive direito nenhum, mas a solução seria vencer a
crueldade e o ódio dos fortes com o amor de uma
escrava fraca, abusada e desprezada. E no sono ele
se agarrou a mim, uma mão entre as minhas pernas,
outra apertando meus peitos. Deitei ao lado e ele me
abraçava de atrás, o pau duro batendo contra minhas
nádegas.
139

Na outra manhã minha irmã acordou antes de mim e


me acordou. Fizemos o café e começamos a limpar.
Depois tomamos o café. Ela perguntou se eu sofrera
muito na noite, mas falei que não era tão difícil como
pensara. Tentei sorrir para ela para ela não perceber a
minha tristeza e minhas dúvidas. Mas de repente Sofia
sorriu e me beijou e disse obrigada. Estranhei e ela
explicou: “Você é uma irmã maravilhosa. Te amo.”
“Te amo também, Sofia. Você está bem?”
“Estou muito bem. Quero te agradecer porque você me
falou de Deus. Nesta noite senti a presença dele pela
primeira vez. Foi maravilhoso.” Vi como ela virou
bonita. A coluna estava já mais reta pelos exercícios e
com ela todo o corpo virou mais reto e equilibrado.
Mas sobretudo o rosto mudou. Ela aprendeu sorrir, e
com isso seus olhos escuros recebiam luz e brilhavam
tão belos que tocou cada coração. Perguntei: “O que
aconteceu?”
“Nada. Tentei orar mais uma vez, e de repente tive a
sensação de que alguém estivesse comigo. E ouvi
uma voz dizendo que eu deveria ter paciência e para
140

eu não desesperar, e que um dia eu seria mesmo


assim médica.”
Fiquei muito emocionada. Mas tive também as minhas
dúvidas: “Será que foi mesmo Deus? A gente falou
recentemente sobre sermos médicas. Pode ser que foi
uma reflexão própria sobre o tema, uma ideia que seu
cérebro produziu. Não devemos confundir os nossos
pensamentos com mensagens de Deus. Senão vai
acabar como um velhinho evangélico de uma igreja
bem simples que passa um ponto de ônibus e vê uma
jovem de minissaia e pernas muito bonitas e sente um
tesão. Ele pensa: se sinto de repente algo em mim
deve ter sido o Espírito Santo. E ele volta e tenta
namorar com a jovem, mas ela ri dele.”
Sofia riu e disse: “Pode deixar, eu não sou esse
velhinho. Deus me mostrou o lugar onde eu
trabalharei. Só quando um dia chegar a esse lugar e
reconhecer que seria o mesmo do sonho, saberei que
realmente era uma mensagem profética de Deus.”
“É verdade. Deus é assim. A gente só conhece a obra
dele se abrir os olhos e analisar com calma o que
141

aconteceu. Senão você vai ser ou como o velhinho


entusiasta ou como um ateu que tenta convencer o
mundo que algo não existe só porque ele não o
conhece. Te desejo que um dia aches esse lugar que
Deus te mostrou, e nesse dia a sua fé vai ser
confirmada. Vai ser médica, ganhar dinheiro e pensar
em muitas coisas, mas jamais deveria esquecer desse
milagre, porque Deus não faz milagres toda hora.”
Abracei e beijei Sofia por muito tempo até ouvirmos os
passos da mãe de nosso chefe.
Lembro-me até hoje desse dia. Fiquei tão feliz que
minha irmã virou realmente cristã, que não me importei
com os abusos, judiações e estupros. Na minha
cabeça caíram algumas músicas evangélicas, que
conhecia, e de longe ouvi que teve um culto em uma
casa. Tentei ouvir o que o pregador disse. Ele usava
um alto-falante, mas mesmo assim só ouvi algumas
palavras. Deitei com as pernas abertas em baixo de
um rapaz que me estuprava, mas não teve vergonha
disso e participei na mente desse culto.
142

À tarde os nossos saíram para um golpe contra o


gangue rival. Quando eles voltaram falaram de uma
vitória. Ninguém dos nossos ficou ferido. Mas eu e
minha irmã ganhamos assim uma folga na tarde,
porque o único rapaz que ficou na casa só transou
conosco e depois olhou televisão e deixou a gente em
paz.
Ensinei mais algumas coisas a Sofia. Senti que ela
ainda teve dificuldades de ser realmente só puta, de se
identificar com essa tarefa, de se sentir bem com ela e
de se sentir assim como benfeitora e anjo de seus
próximos. Por isso contei-lhe de uma outra fantasia
que uso para ter mais empatia com meus estupradores
e para atender a eles com mais amor, docilidade e
submissão.
“Talvez parece muito louco, mas tenho uma fantasia
que me ajuda para sentir me escrava e puta boa.
Ouça-me sem rir e tenta sentir o que eu sinto, embora
que seja difícil porque não é uma comparação fácil.
Veja só: Imagina que um rapaz forte e com pau forte e
grande te bota de quatro e enfia seu pau em sua
143

bucetinha apertadinha e firme. Ele te estupra, transa


com força e você começa a molhar e de se excitar,
querendo ou não. De repente sente como você
encolhe com cada tranco. Seu corpo diminui e a
tensão de sua vagina ao redor do pau de seu
conquistador aumenta cada vez mais até você virar
praticamente uma carne só com ele. O pau não se
mexe mais em você mas você mexe-se por inteiro com
ele. Você está no pau do rapaz mais ou menos como
uma camisinha, que se confunde com o pau. Você
seria uma camisinha mais grossa, mas se confunde
com o pau porque você é da mesma carne e vira uma
coisa só com ele.
Aí o rapaz coloca suas mãos ao redor de seu tronco, e
já que você virou pequena ele te segura como um pau
grande, e ele mexe a bacia e você desliza por suas
mãos. Aí ele sente prazer como quando antes bateu
uma punheta, porque você virou parte dele, você virou
o pau dele. Agora ele tem um pau bem grande, e
quando ele masturba aperta seus peitos e eles
deslizam com os movimentos da bacia dele por suas
144

mãos. Você tornou-se o pau dele, e pelo vaivém


permanente seus peitos viram duros e firmes, mas
seus braços são apertados ao encontro de seu corpo e
com o tempo eles viram uma carne só com seu corpo,
encravados em seu torso.
Seus joelhos e pernas, que penduraram para baixo na
posição inicial de quatro, viram moles e se
transformam e são agora o saco dele. Se o rapaz se
deita nas costas as pernas caiem moles aos dois lados
como um saco de um rapaz, e se ele se toca na região
entre o pau e o saco sente ainda o seu grelinho e o
início dos lábios e por isso ele mesmo sente como
você uma excitação nisso.
Agora ele tem um pau grande e forte e vira uma
personagem importante na escravatura branca,
transformando meninas em putas que depois
trabalham em puteiros brasileiros ou são vendidas
para outros países. E ele também trabalha na Europa,
transando com meninas russas, africanas, europeias,
asiáticas e mais que chegam para os puteiros
europeus pelas máfias e outros traficantes e têm que
145

ser acostumadas, educadas e castigadas por um


homem com pau forte, que as estupra até eles
aceitarem seu papel de putas e escravas.
Você é o pau desse homem e mergulha em todas
essas meninas, nas vaginas delas, mas também em
cuzinhos e bocas. Você sente o cheiro e gosto de
todas essas meninas gostosas, e quando você desliza
em uma bucetinha para cima e para baixo estende os
ombros para sentir os músculos jovens e firmes da
moça ainda mais e para enchê-la mais e mais,
ajudando a submetê-la, fazendo dela uma escrava e
puta. Muitas vezes abre a boca, e a seiva quente da
garota enche a sua boca, e você deita a língua para
fora e lambe as putas de dentro.
Mas o auge é quando o rapaz goza. A enxurrada
passa suas entranhas e você vomita a porra branca
através de sua boca por dentro da menina, porque sua
boca é agora a ponta do pau onde sai a porra. O
melhor para você é se o rapaz te enfia fundo em uma
garganta de uma das putas e você vomita sua porra
dentro da garganta dela.
146

Também quando o rapaz mija, ele segura-te por dentro


do urinol, apertando seus peitos, e você vomita o mijo
pela sua boca no urinol ou vaso. Às vezes ele mija
também no mato, e algumas vezes em cima ou na
boca de uma puta, para educar ou castigá-la, ou
simplesmente para ela se sentir mais puta. Este é
sempre um momento muito especial para você, e você
treme de excitação e tensão.
Com sua ajuda o rapaz consegue transar por muitas
vezes sem cansar, e ele submete muitas meninas e
mulheres. Meninas aliciadas por promessas falsas,
meninas pobres que esperam ganhar um dinheirinho,
meninas forçadas por máfias e outros grupos de
traficantes de meninas, mulheres vendidas por seus
próprios maridos, meninas vendidas por seus pais ou
irmãos, meninas de orfanatos russos e de certos
outros países, meninas cristãs e de outras religiões
sequestradas, estupradas e vendidas por
muçulmanos, meninas da prostituição em templos da
Índia, meninas que já nasceram escravas de regiões
onde existe ainda escravidão, meninas simplesmente
147

sequestradas para serem vendidas e finalmente


meninas que se entregam à prostituição por
curiosidade ou por pensar que possam ganhar dinheiro
fácil.
Todas elas, quando caírem nas mãos de cafetões, são
estupradas, humilhadas e às vezes também torturadas
até serem transformadas em putas e escravas
humildes, boas, meigas, obedientes, submissas e
gostosas que nunca mais pensam em rebeldia mas só
em transar, chupar e se dar em benefício dos clientes
e seus donos. Você entra nos corpos de todas essas
moças, meninas, mulheres, putas ... e passo a passo
você entende o prazer imenso que o rapaz sente em
humilhar, estuprar e transformar meninas em putas.”

Terminei o meu discurso, e sentamos em silêncio até


Sofia pegar a minha mão. Apertou-a, beijou-a e falou
finalmente: “Agora começo a entender a grande
felicidade dos homens em humilhar-nos.”
“Pois é”, respondi. “E o único que uma puta pode fazer
é identificar-se com esse incentivo, sentir as mesmas
148

coisas como seu adestrador, dono ou outros


superiores e começar a sentir prazer nisso. O prazer
de ser gostosa, meiga e submissa, uma puta e escrava
que vira um anjo e vive só em função de seu dono. Se
você aprende essa arte, sobreviverá, e até viverá com
certa felicidade, porque a sua felicidade será fazer
seus donos felizes e bem sucedidos no trabalho
deles.”
Na noite começou a chover. Um vento levou o frio até
por dentro da casa, e os rapazes que saíram voltaram
molhados. Quando se retiraram para dormirem um
negro bem alto me exigiu para a sua cama. Ele é um
cara esquisito que nunca olha na cara da gente. Ele só
disse “Vem” e puxou-me pelo punho consigo. Quando
transava também não olhou para mim, mas transou
por bastante tempo, sempre esperando de vez em
quando. Depois de gozar se embrulhou em seu
cobertor, virou para o lado e dormiu. Fiquei ao lado
dele, nua e sem cobertor. Mas preferi aguentar o frio
do que levantar-me, porque se me levantasse alguém
poderia-me ver e chamar para transar.
149

Queria estar sozinha, pensar um pouco, orar e dormir.


Cochilei um pouco, mas de repente senti um puxo em
meus cabelos. O rapaz que dormiu ao outro lado de
mim reparara que estava sozinha e puxou-me para o
seu colchonete. Acordei e tentei virar-me depressa
obedecendo à mão agarrada em meus cabelos,
porque ele puxou aos poucos com mais força
causando-me dores. Transou comigo e depois
mandou-me de volta. Fiquei a noite inteira sem
cobertor ao lado desse negro que transara antes
comigo. Acordei toda gelada e pensei que seria melhor
ficar com um rapaz do que ficar tão gelada. Sentei-me,
mas todos os rapazes dormiram. Aí levantei-me para
procurar um cobertor, mas não achei nada.
Pensei em acordar um rapaz e oferecer-me para
dormir com ele, só para puder desfrutar o calor dele,
mas não sabia se fosse bem vinda. A única pessoa
que sempre estava atrás de mim foi o Daniel. Vacilei,
mas finalmente pensei que talvez até mudaria a atitude
dele para comigo se me oferecesse voluntariamente.
Fui para onde ele dormiu, levantei o cobertor dele e
150

me apertei contra o corpo dele. Ele acordou e sem


perguntar, como se tivesse esquecido do fato que
adormeceu sozinho, virou me nas costas e me
possuiu. Depois dormiu mais, mas eu podia ficar
agarrada a ele em baixo de seu cobertor, segura no
calor dele.
Na madrugada acordei, foi para a cozinha e fiz o café,
mas antes de os rapazes acordarem ouvimos tiros e
jogamo-nos no chão. Os rapazes saíram, e ouvimos
mais tiros. Demorou nem uma hora, e ouvimos
homens entrarem a casa. Eram policiais e nós todas
fomos presas e transportadas em carros diferentes
para a delegacia. Fiquei algemada e transportada na
porta-malas, e quando chegamos minha minissaia
estava deslocada e todos viram que estive sem
calcinha.
Na entrevista queriam saber porque estive na boca-de-
fumo e perguntaram sobre o meu trabalho e a minha
função no gangue. Pensei que seria ruim para o chefe
se contasse que fui forçada a ser puta para eles. Não
queria falar mal dele, porque certamente agora já teve
151

bastante problemas. Sabia que muitos rapazes foram


presos, inclusive o chefe. Claro que queria salvar-me,
mas também não queria ser mandada se volta em
casa. Não sabia o que meu pai faria. Na dúvida não
falei nada.
Os policiais ameaçaram e fizeram muitas perguntas.
Quando não respondi perguntaram minha idade,
nomes de meus pais, e finalmente perguntaram se eu
fosse homem ou mulher. Continuei emudecida o tempo
todo, sobretudo depois da última pergunta, porque
muitos já viram a minha bucetinha no carro e quando
fui investigada.
Mas alguém disse: “Tudo bem, se ela não responde,
quem sabe amanhã coopera melhor”. Levaram-me
algemada pelos corredores, e um policial respondeu:
“Aposto que amanhã sabe pelo menos se é macho ou
fêmea.” Todos riram.
Colocaram-me em uma cela, tiraram as algemas e
fecharam a grade com barulho. Vi logo que fui a única
menina ou mulher em uma cela com mais de vinte
homens. Eles tiveram algumas camas em forma de
152

beliches, algumas cadeiras e uma mesa. Ninguém me


disse se uma das camas ou cadeiras seria minha, mas
também não vi nenhuma cama ou cadeira livre.
Parece que eles ficavam também surpreendidos por
serem beneficiados com uma jovem na cela deles,
porque comentaram que ficavam admirados de alguém
mandar uma “coisinha deliciosa assim” para eles.
Finalmente alguém me levou pelos ombros e me
empurrou por perto da mesa, onde alguém que sentou
na mesa estendeu o braço ao redor de minha bunda e
me puxou para o seu colo.
Tentei resistir, mas sem chance caí no colo do homem,
abrindo as pernas para não cair ao lado, a sainha
subiu e logo todos descobriram que fiquei sem
calcinha. Logo levantou-se uma gritaria, e em meio do
alvoroço vários homens se levantaram das camas e
cadeiras e foram ao encontro de mim para tomar
posse de minhas partes com as mãos. Teve um
tumulto, cada um queria ser o primeiro, e começaram
a empurrar, brigar e até boxear e engalfinhar-se.
Finalmente caí no chão e o homem em cujo colo
153

sentara começou a gritar fortemente e com ajuda de


dois outros homens fortes e troncudos reestabeleceu a
ordem.
Deitei no chão com as poucas roupas que tinha
rasgadas. O homem em cujo colo sentei antes me
levantou e empurrou em direção de uma cama. Tive
que me deitar e o homem se deitou com todo seu peso
de uns cem quilos em cima de mim. Assustada abri as
pernas.
Chegou a noite, mas na cela continuava a algazarra de
antes, alguns jogaram baralho, outros olhavam como
eu fui estuprada de cada vez mais criminosos. Virou 23
horas até que o último da cela se esvaziou em mim, a
maioria homens que há tempo não tiveram a
oportunidade a gozar em uma menina. E sem pausa
começou o segundo turno, todos me estupraram mais
uma vez, e às 3 horas da manhã começou o terceiro
turno. Deitei em diversas camas ou no chão, com as
pernas e a boca abertas, e muitos usavam também
meu cuzinho, seja para enfiar só um dedo enquanto o
pau socava em minha xaninha, ou seja que eles me
154

levantaram as pernas ou viraram de bruços ou de


quatro para me enrabarem. Cedo da manhã chegou o
café, mas eu não recebi nada, porque os homens não
queriam perder tempo e começaram a quarta ronda.
Deitei toda exausta, todo o corpo doía e me sentia
como uma boneca com quem eles faziam como
quiserem. Não falei nada, não apertei-os, tudo
aconteceu tão rápido e com tanta força que quase
sufoquei em baixo dos corpos pesados. Senti-me mais
e mais não como uma puta, mas como uma boneca de
borracha que certas empresas vendem para homens
transarem com elas. Não fui capaz de chorar sequer.
Quando chegou o almoço já estavam na sexta volta,
mas nem contei mais. Deitei com os olhos fechados,
ou mesmo com os olhos abertos, mas sem enxergar
nada. Também não senti nada a não ser uma dor no
corpo inteiro, mas senti-o como atrás de um véu,
quase como se fossem as dores de uma outra pessoa.
Foi somente à tarde quando me levantaram e me
tiraram da cela, e fui colocada em baixo de um
chuveiro. Continuei com os olhos fechados porque não
155

queria ver os homens lavando meu corpo nu. Mãos


alheias vestiram-me e levaram-me para outro lugar.
Foram policiais e um deles disse que deveria acordar e
me preparar porque iria receber visita de meu
advogado. Até me deram café e um pão e aos poucos
consegui organizar minha cabeça. Não sabia de onde
viria um advogado para mim.
Quando fui levado para ver o advogado ouvi alguém
falar para ele: “Está toda tonta. Deve ter recebido
drogas por outras presas. Infelizmente todas elas são
assim. São presas por causa do tráfico e aqui
continuam do mesmo jeito.”
O advogado era um advogado de meu chefe, e ele
perguntou como eu estive e se realmente tomei
drogas. Respondi que se fosse drogada só poderia ser
porque outros me teriam-na induzido sem eu perceber.
Pensei que talvez no meio dos estupros teriam me
dado uma droga. Mas hoje acho que foi simplesmente
uma invenção dos policiais que não queriam que eu
contasse que fiquei com os homens. Se tivesse
156

contado algo que culpasse os policiais teriam alegado


que eu fosse drogada contando fantasias no delírio.
Mas ainda não sabia se poderia confiar no advogado e
não falei muito. Ele disse: “A primeira coisa que vou
fazer para você é que você receberá uma cela só para
você. Agora me conta sobre o que você contou aos
policiais na entrevista.”
Quando ele ouviu que falei nada ficou muito satisfeito
e me disse que meu chefe iria me recompensar.
Repetiu várias vezes que eu não deveria dizer nada.
Deveria falar que seria somente faxineira da mãe do
chefe e não saberia nada dos negócios. Falou que
meu chefe mandou para eu dizer assim e recomendou
para eu obedecer: “Você sabe melhor do que eu: se
não obedecer e dizer coisas erradas, ele poderia se
vingar, castigando-te sem dó, e ele poderia também
fazer um mal a sua família. Não quero dizer que ele
fará-lo, mas você sabe como são os costumes no
tráfico. E com certeza não quer ser responsável pela
morte de seus irmãos menores ou seja estupros ou
outros castigos.”
157

Prometi de fazer tudo assim como meu chefe achar


por melhor e o advogado foi embora. Recebi uma
solitária e o jantar. Comi e depois dormi, e quando
acordei outra vez vi o café e o almoço. Devo ter
dormido um dia sem parar. Acordei por barulho no
corredor, e quando me levantei apareceu um rapaz
distribuindo já o jantar. Comi mas não achei nada para
beber a não ser o café frio da manhã. Não teve
ninguém para perguntar, mas a sede foi tão grande
que bebi a água da torneira sem filtro. Depois deitei-
me de novo. Vi que estive com roupas de uma outra
pessoa, que os policiais colocaram em mim, e com um
cobertor. Aos poucos dormi e acordei só na outra
manhã.
Senti-me muito melhor, revigorada e aliviada, tomei um
café quente que me parecia uma coisa de um hotel de
luxo, comi o pão e me sentei no beliche de concreto,
forrado só com um colchonete ridículo. Não teve nada
para fazer, e por isso comecei a limpar com água e um
pedaço de papelão da tampa do marmitex do jantar a
cela, que estava muito suja. Tirei as roupas para
158

poupar e lavá-las e limpei a cela nua. Demorou o dia


inteiro, mas virei cada vez mais feliz e me senti melhor.
Por isso comecei a cantar músicas evangélicas que
conhecia de cor. E quando cantei a segunda música
ouvi de repente uma outra moça cantando comigo.
Parecia que a voz veio de muito longe, mas as
paredes de concreto são tão grossas que talvez
estivesse perto de mim sem a gente saber. Cantei o
dia inteiro, com pausas, e às vezes ela cantou junta, e
algumas vezes ouvi até uma terceira voz bem
fraquinho. Aí me senti reunida com irmãs, mesmo que
desconhecidas, na fé e no amor.
À tardezinha, quando a cela esteve já limpa, recebi
visita de dois policiais. Trouxeram um bilhete de meu
chefe. Ele escreveu que ele e mais oito rapazes foram
presos e dois mortos. Esperava que eu fosse feliz com
meu advogado. Finalmente escreveu para eu ser gentil
com os dois policiais, porque eles seriam confiáveis.
Para agradecer eu deveria transar com eles. “Oferece
se a eles para eles verem que você é uma menina
boa.”
159

Dobrei o bilhete, olhei para baixo para suprimir um


soluço, mas logo depois já consegui controlar meus
sentimentos e me levantei e tirei as roupas.
Os policiais chegaram quase todos os dias, e na
maioria das vezes trouxeram alguma coisa que meu
chefe mandou, um suco, biscoitos, leite ou até uma
fruta, o que é um luxo na prisão. Já descobrira que a
moça evangélica que cantava comigo morava em uma
cela não muito longe. Uma vez vi-a passar no corredor,
quando foi levada para um lugar. Era uma negra
pequena, mas bonita, e ela me contou que já era
cantora de louvor, mas depois caiu nas drogas por
causa de seus irmãos e primos. Ela conseguiu jogar
uma corda até a minha fenda no concreto, por onde
entrou ar e um pouco de luz, e com esse negócio que
os presos chamam de “tereza” podia dividir os meus
pequenos tesouros recebidos dos policiais com essa
irmã na fé.
Falamos pelas fendas, mas a gente teve que gritar, e
os policiais proibiram essas conversas, mas mesmo
assim oramos juntos, e os policiais não intervieram.
160

Ela possuía também leitura, sobretudo revistas da


Assembleia de Deus e da Igreja Adventista sobre
determinados temas. Li sobre os dons que a gente
deve ser sempre preparado para usá-los. Por isso
devemos cuidar de nossos dons, treinar e crescer
neles. Por exemplo, se alguém tem uma voz, deve
treiná-la até ela ficar cada vez mais bonita, deve
aprender ler notas musicais e mais para cantar cada
vez melhor em sua igreja e, quem sabe, um dia cantar
até sozinho.
Por isso levantei-me cedo para fazer ginástica e
massagear meu corpo, sobretudo as pernas, a bunda,
os peitos, os pés e os braços. Sabia que a beleza de
uma menina é um dom de que ela deve cuidar, não
somente quando ela é puta, mas ainda mais quando
ela é esposa, e mesmo se ela é solteira, porque pode
sempre ser que ela casa ou vira puta ou tem que
agradar a outras pessoas, como em muitas profissões
como aeromoça, vendedora, cantora e mais.
Mas sabia que tenho que cuidar também de meus
outros dons como as diversas formas da inteligência,
161

porque nunca se sabe de que precisamos no futuro.


Quem sabe um dia vou ter uma outra profissão, ser
esposa, ser mãe, ter um cargo na igreja... Por isso li
cada dia por oito horas as revistas e decorei todos os
versos bíblicos que achei nelas. Não tive papel para
escrever algo, mas tentei treinar meu cérebro também
fazendo cálculos matemáticos e outros exercícios que
inventei.
Á tarde fazia mais ginástica e massagem em mim, e
na maioria das vezes os dois policiais chegaram na
tarde. Geralmente um ficava comigo para transar e o
outro se detinha por perto para evitar visitas
imprevistas de outros policiais ou outras pessoas.
Depois os dois trocavam. Mas além de transarem eles
também conversaram, às vezes os dois sentaram na
minha cela e falavam sobre futebol, os problemas
deles nos casamentos e outros temas.
Eles não eram pessoas perversas nem cruéis e me
tratavam bem. Só buscaram o sexo que lhes foi
prometido e assim um direito deles, e certamente eles
ajudaram por isso aos presos do nosso grupo
162

possibilitando os contatos entre eles através de


recadinhos e celulares clandestinos. Imaginei que
recebera a visita do advogado por causa da ajuda
deles. Também foram eles que me deram notícias dos
outros inclusive da minha irmãzinha.
Logo depois do jantar fazíamos culto. Cantávamos,
orávamos e depois cada um estudava em sua cela
uma revista. Cada uma estava isolada em sua cela,
mas sentimos-nos reunidas no espírito. Em soma eram
dias felizes para mim. Vivia muito melhor do que fora
da prisão. Foram como férias para mim e agradeci a
Deus por essa folga.

Depois de quatro semanas os policiais me trouxeram


um bilhete mais longo. Meu chefe escreveu que os
advogados dele conseguiam que eu fosse liberada por
ser jovem, sem precedentes e sem indícios de
envolvimento no tráfico. Ele disse que não sabia
quando ele seria liberado. A coisa seria feia, mas “você
sabe que tenho as minhas possibilidades. De qualquer
163

forma espero que você seja fiel e espere a minha


volta. Não seria bom voltar a seus pais. Os rapazes
mais confiáveis todos estão presos. Sua irmã,
infelizmente, falou algumas bobagens na entrevista
com os policiais, e por isso pode demorar algumas
semanas até ser liberada. Até minha mãe foi presa,
acredita.
Por isso quero que você procure o Daniel. Ele é o mais
inteligente e deve ser o único que seja capaz de
proteger a você e aos outros. Espero que continue
sempre a menina gostosa, obediente e boa que você
é. Obedece em tudo a ele até eu voltar.”
Na noite orei muito, pedindo uma orientação. Mas
orando também meditei sobre a minha situação e
sabia que não tive alternativa. Não podia voltar em
casa, porque meus pais me venderam. Não tive outros
lugares. Poderia fugir para uma outra cidade, sem
dinheiro, então a pé, ou de carona, transando com os
motoristas para pagá-los pelo favor. Viraria puta em
uma outra cidade. Ou então menina de rua, mas
menina de rua quase sempre tem que ser puta, e além
164

disso tem que abrir as pernas pelos homens que vivem


na rua. Então seria melhor entregar se logo a um
puteiro. Talvez o dono me trataria com menos
crueldade se viesse como voluntária.
Mas viveria sempre no medo de que um dia meu chefe
me descobrisse e exigisse de volta, e assim perderia
tudo. Os traficantes se conhecem e fazem negócios
entre si, e alguém poderia contar de mim. Aí seria
castigada sem fim. Também poderia acontecer que o
Daniel e os rapazes puniriam minha família se eu
fugisse. Pensei em minhas irmãs mais novas, crianças
lindas e ainda inocentes. E aí sabia já a resposta e
parei de orar. Mas depois comecei de novo a orar, e
pedi forças para o meu caminho difícil, pedi também
pela minha irmã, a família, e todos os que estavam
presos.
Três dias depois os mesmos dois policiais buscaram-
me para eu ser liberada. Despedi-me deles
agradecendo pela ajuda e falei: “Que Deus os
abençoe. A paz do Senhor.” Um deles assustou e
perguntou: “Você é evangélica?” “Sou, sim, senhor.”
165

“Me desculpe, mas não sabia que é evangélica. Ouvi


você cantar hinos evangélicos, mas não imaginei que
você fosse realmente evangélica.” Falou isso com
tristeza. Perguntei: “Por quê? Não gosta de
evangélicos?”
“Não, pelo contrário, sou evangélico também. Mas se
soubesse que é evangélica não transaria com você,
mas te ajudaria de graça.”
Realmente não sabia o que uma menina educada e
boa deve responder em tal situação. Pela dúvida disse
“Obrigada”.

Pela minha surpresa foi recebida por meus pais.


Ambos estavam lá para assinar os documentos. Não
entendi o que acontecera, mas depois cheguei a
informações de que os traficantes mandaram-nos para
assinar os documentos e conseguir minha libertação.
Eles estavam com um rapaz que dirigiu um carro. Este
levou meus pais em casa e disse que eu poderia logo
ficar no carro e ele me levaria para o Daniel. A não ser
166

que eu queria pegar algo em casa. Respondi que não


teria nada em casa e assim fomos embora.
Daniel morava em uma outra casa que tinha
transformada na nova boca-de-fumo provisória.
Esperei por três horas e só então fui chamada. Daniel
esteve junto com um rapaz que não conhecia e com a
moça negra que conhecia muito bem. Como saberia
mais tarde a colega loira dela foi presa naquele dia,
mas ela estava fora do bairro e escapara da prisão e
virou namorada de Daniel. Este não me convidou para
me sentar. Fiquei em pé e ele fez várias perguntas
sobre a prisão, a polícia, as entrevistas e os
advogados. Finalmente falou:
“Fico muito feliz que você voltou, muito feliz mesmo.
Esperava que você iria voltar. Uma puta boa não foge
mas busca servir aos seus donos.” Ele sorriu e olhou o
outro rapaz que confirmou logo dizendo “Isso mesmo.”
Daniel continuou: “Não se preocupe, vou cuidar bem
de você. Você vai ser a puta mais gostosa do bairro.
Você gosta de ser nossa puta, né? Gosta?”
167

Olhei para baixo e disse que sim. Ele disse: “Então


mostra-o.”
“Sim, senhor.”
Ele esperou e reparei que queria algo de mim.
Pensava que queria me advertir para sempre mostrar
minha alegria de ser a puta deles. Mas evidentemente
esperou uma reação imediata. Por isso me ajoelhei.
Ele disse: “Se você fosse uma puta e escrava
realmente boa teria cumprimentado a gente com muito
mais entusiasmo, gratidão e humildade. Já te ensinei
como deve me cumprimentar, né?”
“Desculpa”, falei e engatinhei para frente para beijar-
lhe os pés. Depois ele me mandou para beijar também
os pés do outro rapaz e da negra. Nisso ouvi as
palavras de Daniel: “A mãe do chefe está presa. Por
enquanto ela aqui vai ser seu chefe. Se você não
obedece em tudo a ela vai ser castigada sem dó,
entendeu, puta?”
“Sim.”
“Para cumprimentar um de nós três você sempre deve
se ajoelhar e beijar os pés. Futuramente vai ser sem
168

calcinha. Por isso você levanta ao beijar a saia para


mostrar que você é uma menina boa e está sem
calcinha. Entendeu, cadelinha?”
“Sim.”
“Outra coisa: uma escrava há de dizer sempre “sim,
senhor” e “sim, senhora”. Por que você não o faz?”
“Desculpa, mas esqueci-o.”
“Posso te ajudar para nunca mais esquecê-lo, com
uma boa sessão de cinto em sua bunda nua. Você
quer ser castigada sem dó para virar uma puta e
escrava melhor?”
“Olhei rapidamente para cima e vi o brilho de seus
olhos e o triunfo gravado na face dele, e logo sabia
que deveria ser melhor para mim de responder “Sim,
senhor.”
“Outra coisa: por que você está de calcinha?”
Expliquei que rasgaram a minha roupa e que a polícia
me dera essa roupa. Mas ele me interrompeu: “Você
esperou aqui por mais de duas horas. Teve tempo
suficiente para se preparar devidamente para me
169

encontrar em condições adequadas, né? Duas horas


não são suficientes para uma escrava se preparar?”
“São.”
“Então, por que não tirou a calcinha?”
“Esqueci. Desculpa, senhor.”
“Você quer que te ajude para nunca mais esquecer
seus deveres? Pede por outro castigo? Quem sabe
mais uma sessão de cinto em outro dia?”
Sabia que não adiantaria discutir. Só iria agravar
minha punição . Por isso respondi assim como
esperaram de mim: “Sim, senhor.”
“Quem sou eu para você, puta?”
“Meu senhor.”
“E mais?”
“Meu chefe, meu superior, meu amo e meu dono.”
“E quem é ela para você?”
“Minha senhora, minha superior, minha chefa.”
“E quem é você?”
“Sou sua escrava e puta.”
170

“Uma puta e escrava precisa de castigos, né. Quanto


mais ela apanha, mais ela ama seus chefes, é
verdade, puta?”
“Sim, senhor.”
“Uma puta vira cada vez mais bonita quanto mais ela é
castigada, humilhada e submetida. Vi isso na sua irmã.
Ela era bem feia, mas desde que virou nossa puta
ficou cada dia mais bonita. Reparou-o também, puta?”
“Sim, senhor. O chefe me pediu para ensiná-la e
mandei-a fazer ginástica e aprender sorrir, e ...
também a orar.”
Teve um silêncio, e depois Daniel disse: “Não quero
que você fala assim como fosse seu mérito. Se alguém
pergunta responde que ela virou tão bonita porque ela
é agora uma escrava e puta e tem donos que cuidam
dela devidamente. Diga que foi o efeito do açoite.
Entendeu?”
“Sim, senhor.”
“Meninas dessa laia abrem a alma como flores se são
açoitadas devidamente. Foi isso que aconteceu com
ela. Escravas e putas são assim. Aliás, quero também
171

as outras meninas de sua família. Ainda são


pequenas, mas daqui a pouco quero as aqui. Você vai
me ajudar nisso, puta?”
“Sim, senhor.”
“Muito bem, puta. Às vezes você já entende direitinho.
Tenho um presente para você que vai gostar. Três
anéis. Dois para seus mamilos e um para seu grelinho.
Para você sempre sentir que é uma escrava e puta. Eu
mesmo vou furar seus mamilos e depois seu grelinho e
depois enfiar o anel. Vai ser muito bonita assim, e mais
fácil de prender se você se esquecer de sua educação.
Gostou do presente, puta?”
“Sim, senhor, muito obrigada.”
“O anel vai ter uma gravura informando que a
portadora é a puta deste bairro.”
“Obrigada.”
“Além de ser nossa puta você vai ser também a puta
do bairro inteiro. Quero fazer trabalho social para o
bairro. E ganhar dinheiro para os colegas na prisão.
Você vai ajudar nisso. Cada dia você vai ficar a
disposição do povo por quatro horas. Eles podem te
172

usar, pagando uma pequena taxa de R$ 5. E para


você ficar cada vez melhor vou te dar cada noite uma
surra. Digamos uns trinta. Mas por cada cliente
receberá um a menos. Se transar bem, vai receber
uma surra bem menor. Gostou da ideia, puta?”
“Sim, senhor.”
“Vou pendurar um cinto neste prego. Você mesma vai
contar os clientes. Depois pega o cinto e procura-me
ou um de meus substitutos e pede o número de golpes
que você merece. Depois, sem a gente falar, tira logo a
roupa e se coloca na mesa com braços e pernas nas
quatro pernas da mesa. Se você é uma puta boa a
gente nem precisará amarrar-te, porque vai ficar nesta
compostura exemplar de puta e escrava submissa.
Entendeu, cadelinha?”
“Sim, senhor.”
“Pelo resto do tempo você ficará à disposição dos
rapazes. Não queremos moleza para uma escrava.
Seja boa para eles se divertirem muito com você.”
“Acho que eles vão gostar muito da cadelinha”, falou a
negra. “Sobretudo quando o corpo dela está quente
173

depois dos açoites.” Todos riram e ela continuou:


“Cedo da manhã vai limpar a casa, como sempre.
Controlar-te é por minha conta. Para economizar
panos você vai usar uma bacia e sua calcinha, que
não precisará mais vestir. Vai limpar o chão de joelhos,
e se eu ficar perto de você vai levantar a saia para eu
te puder incentivar com golpes em sua bunda nua
quando você relaxar e virar lenta ou se você trabalhar
superficialmente ou esquecer um detalhe. Entendeu,
cadelinha?”
“Sim, senhora.”
Teve uma pausa, e ouvi a voz de meu novo dono:
“Pode-se levantar.” Fiquei em pé diante deles e ele
continuou: “Pensei em agradecer ao seu pai pela
cooperação de tirar-te da prisão e para eu depois
pegar também suas outras irmãs. Vou deixar que ele
te possa usar sempre de graça. Se você deitar em
baixo dele com as pernas abertas vai saber que não é
mais a filha dele mas somente nossa escrava, puta e
uma cadelinha.”
174

Ele olhou-me com triunfo sob minha humilhação total e


esperou minha reação. Talvez quisesse ver minhas
lágrimas. Mas só olhei meio para baixo, exprimindo a
minha submissão total de escrava e puta. Finalmente
Daniel disse: “Agora tira a sua roupa.” E lentamente
mexi as mãos e tirei a minha roupa.

(Estima-se que mais de sete mil meninas na América


Latina vivem como escravas sexuais de gangues de
traficantes. Elas foram vendidas ou confiscadas,
principalmente por causa de dívidas. Elas têm entre 9
e 23 anos de idade.)
175

Sobre a autora:
Petala Parreira vive no Estado Espírito Santo perto
da capital Vitória. Começou a se prostituir
regularmente com 14 anos, incentivada por
“amigos“ e primos, principalmente para pagar
dívidas deles com o tráfico. Jamais considerava
sua profissão um mero bico ou suplício, mas
sempre procurava um desempenho bom,
trabalhando com dedicação e amor, e sempre
travou muitas amizades com outras prostitutas,
também através da internet. Compartilhava das
ONGs APROSMIG (Associação de prostitutas
Minas Gerais) e “Hookers for Jesus” (Piranhas de
Jesus) e conheceu biografias comoventes,
lancinantes e cruciais de prostitutas de vários
países e se interessou por seus destinos muitas
vezes cruéis e tristes, mas às vezes também
encorajadores. Publicou os relatos em
comunidades de prostitutas na rede Orkut para dar
voz a quem não tinha voz. Escreveu também
sobre meninas sequestradas por milícias
muçulmanas (Nuas nas mãos do Boko Haram) e
sobre uma menina brasileira que foi forçada a ficar
na prisão masculina e torturada e abusada com
conivência e permissão da polícia (Sozinha na
prisão masculina). Seu primeiro livro “Contos de
Prostitutas” é uma coletânea com histórias de
prostitutas forçadas e meninas prostituídas de
todo o mundo.
Sempre tenta mostrar que prostitutas também são
176

seres humanas com coração, sentimentos,


desejos, sonhos e esperanças por uma vida
melhor para si e principalmente por seus
familiares. Outros temas são a violência, os
abismos psicológicos na mente do ser humano e o
sofrimento e a submissão das vítimas.
177

Livros e contos de Petala Parreira:

Contos de prostitutas
Meninas novinhas, obrigadas a se venderem,
contam as coisas mais incríveis de suas vidas.
Prostitutas e putas de vários países contam como
foram seduzidas, exploradas, estupradas,
escravizadas, abusadas e castigadas sem dó e
relatam como viraram escravas e putas totalmente
obedientes. Essa coletânea publica material
confidencial de meninas presas no comercio do sexo
e de organizações mafiosas. Você vai ler coisas, que
você jamais imaginou. Com 147 páginas e mais de
50 fotos que ilustram como meninas novinhas são
sacrificadas e exploradas na prostituição. Conheça
um mundo que é fechado à maioria das pessoas.
Muitos usam prostitutas, mas não conhecem seu
coração, sua alma e a luta da vida delas. Entre
centenas de relatos e destinos Petala Parreira
escolheu os melhores para essa coletânea.

Puta
Uma jovem tailandesa tenra, frágil, bonita e
submissa nas mãos da organização mais dura e
rigorosa do mundo: a máfia russa. Leia como na
Tailândia as meninas, desde pequenas, são
preparadas para a prostituição, como elas são
defloradas, vendidas, prostituídas, exploradas,
178

endividadas, torturadas e vendidas e como a máfia


russa as trafica, treina, explora e tortura até alcançar
a submissão absoluta de suas putas.

Nua nas mãos do Boko Haram


(Com fotos explícitas) Conheça o inferno incrível
das meninas cristãs caçadas e capturadas pelo Boko
Haram e outras milícias e grupos muçulmanos.
Estupros em massa, humilhações, prostituição,
açoitamentos, fome, tortura, crucificações e outras
coisas horríveis acontecem a essas jovens infelizes,
que caem vivas e nuas nas mãos do Boko Haram.
Um livro que você jamais esquecerá.

Sozinha na prisão masculina


Policiais vingativos colocam uma jovem em uma
cela lotada com vinte homens...

Escrava de favela
Petala Parreira, prostituta, puta e membro de
“Piranhas para Jesus” publicou seu novo livro
“Escrava de favela”, em que ela narra a vida
horrível de uma menina vendida por seu pai em
troca de drogas ao traficante local. O fenômeno de
vender filhas a traficantes já bateu na justiça por
várias vezes, mas raramente alguém foi preso por
escravidão e prostituição forçada. Petala quer
confrontar os leitores com o destino dessas meninas
boazinhas e obedientes, que são vendidas por pais
irresponsáveis e transformadas em putas e escravas
179

para divertirem os homens do tráfico.

Gramática portuguesa para putas


Gramática portuguesa para putas, prostitutas e
outras garotas expertas e seus fãs e admiradores.
Com esse livro atrevido, divertido e safado a leitura
vira um prazer e a gramática aprende-se na
diversão. Tudo sobre a língua portuguesa, aprovado
por uns dos melhores gramáticos do Brasil, mas
aplicado em exemplos engraçados, cheios de
safadeza e apimentados com sexo e malícia. Assim
aprender as regras complicadas vira um passatempo
divertido e estimulante. 344 páginas com textos e
fotos escolhidos por Petala Parreira, segundo muitos
a prostituta mais gostosa do Brasil.

Puta perfeita
(Livro autobiográfico) Desde pequena me
acostumei que prostituição é uma coisa normal e
bacana, e que meu futuro poderia ser puta ou
prostituta. Já com cinco anos colocavam às vezes
roupas bonitas em mim e me elogiavam: “Que
putinha bonitinha!” Assim imaginei que putinha é
uma coisa gostosa, boa e elogiável. Aprendi ser puta
já brincando com bonecas e com minhas amigas.
180

As melhores enquetes do Orkut


As melhores enquetes, comentários, relatos e
confissões íntimas da internet. Salgadas, safadas,
atrevidas. Sobre putas, sexo, meninas, mulheres,
negras, mulatas, políticos, escola, gatas, cadelinhas,
piriguetes, sociedade, evangélicas, buceta,
submissão e muitos outros assuntos polémicos.

Contos avulsos:
Confissões forçadas de empregadas evangélicas
novinhas
Amealhando uma novinha negra evangélica
Abraão e Isaquinha – versão moderna de um
episódio bíblico

Desenhos animados:
Estado Islâmico (ISIS) Volume 1 até 16
O sofrimento das meninas cristãs, yazidis e de
outras minorias nos Estado Islâmico

Livros de Petala Parreira se encontram em


grande parte gratuitos na internet, por exemplo
em:
https://portugues.free-
ebooks.net/search/petala+parreira

https://aindiaromance.blogspot.com/2019/03/roman
ce-historico-da-epoca-da.html
181

http://petalaautora.blogspot.com/

http://petalap.blogspot.com

https://www.google.de/search?hl=pt-
BR&tbo=p&tbm=bks&q=inauthor:%22Petala+Parr
eira%22

https://openlibrary.org/authors/OL7283999A/Petala
_Parreira

Pétala, a puta mais submissa e gostosa do ES:


http://petalaparreira.webnode.com/

Piranhas para Jesus:


Hookers for Jesus em Wikipédia, a enciclopédia
livre
• •
Contos de prostitutas Sozinha na prisão
masculina


Gramática portuguesa para
putas •
Nua nas mãos do Boko
Haram
183


Escrava de favela


Puta
184

Petala Parreira

Puta
O destino cruel
de uma menina
tailandesa jovem,
tenra e submissa no
poder da máfia
russa
185

Quando o traficante veio pela primeira vez em


nossa casa, tive dez anos de idade. Tive que tirar
as roupas e que mostrar o meu corpo. Nessa época
ainda não tive peitos e minha xaninha era
fechadinha. Conhecia essa situação de contos de
amigas e parentes e abri as minhas pernas e
nádegas sem chorar. Ele ofereceu R$ 300 na hora
na mão de meu pai pelo direito de me levar com
doze anos ou R$ 150 pelo direito de me levar com
13 anos. Meu pai hesitou, olhou a minha mãe,
pensou e falou afinal de contas: “Doze anos é bem
pouco. Ela ainda não desenvolveu.”
O traficante falou: “Vocês que sabem. Só quero
ajudar a vocês e a ela.”
“Você vai tratá-la bem? Quando ela poderia voltar?”
“Claro que tratamos todas as meninas muito bem.
Elas são uma mercadoria muito preciosa e muito
depende da boa saúde delas. Elas aprendem e são
ensinadas segundo as necessidades de cada uma.
Depois de virar boa vai ganhar dinheiro, vai mandar
dinheiro, e um dia vai visitar a vocês e trazer muitos
presentes, se ela é uma filha boa e obediente. Ela é
boa e obediente?”
“Sem dúvida, ela é. Mas ela vai ser levada assim
que fazer 12 anos?”
“Sim. Ela vai ser orgulhosa e feliz de poder ajudar à
família.”
“Não pode ser um pouco mais tarde?”
“Olha, vou fazer uma oferta especial para vocês;
venho quando ela faz 12 anos e meio e pago hoje
R$ 200 para vocês.”
186

Meu pai olhou de novo a minha mãe. Viu logo nos


olhos dela que ela preferiu essa solução.
“É uma oferta só para vocês, não contem às outras
famílias. Mas considerem que além de perder R$
100 terão de sustentar a menina por mais seis
meses.”
“Pois é”, disse meu pai.
“Mas ela ajuda também. Trabalha o dia todo sem
reclamar e cuida dos irmãozinhos.”
“Mas cuidado se ela trabalhar no arroz o dia todo.
Depois terá pés largas de camponesa,” disse o
traficante. “Para ela será uma bênção poder ir para
uma cidade quanto antes.”
“O que você acha?” meu pai perguntou a minha
mãe. “Será que vai ser melhor ir logo com doze
anos?”
Minha mãe olhou triste e fez de não. Eu não
entendi essa tristeza. Estive com vontade de fazer
a minha parte, de trabalhar fora e de melhorar a
pobreza da minha família. Imaginei as coisas que
iriam melhorar com o dinheiro obtido.
“Bom”, disse meu pai devagar. “Acho melhor aceitar
a sua oferta.”
“Tudo bem, é sua decisão. De qualquer forma vai
ser uma ajuda e bênção enorme para todos.”
Tentei imaginar as bênçãos, mas não pensei nesse
momento no traficante, em outros traficantes,
cafetões e malandros que seriam os maiores
beneficiados, mas somente em minha família e
também um pouco em meu próprio futuro. Pensei
que poderia ganhar dinheiro, e quando eu casar
187

com um dos meninos mais lindos da minha escola,


já teria feito uma economia e a gente poderia abrir
uma venda ou um outro negócio e viver feliz.
Imaginei como meu marido seria feliz e grato e me
amaria para sempre.
Depois desse dia me tratavam com certo respeito.
Meus pais receberam R$ 200 por minha causa, e
parecia que enxergavam de repente que tinham
uma pedra preciosa em casa.
Mas também minha visão da vida mudou. Vi o meu
ambiente com olhos diferentes. Sabia que teria que
me despedir do riacho, da vila, das amigas, da
casa, da família e de tudo depois de poucos meses,
e assim comecei a valorizar o que tinha. Parece
que minha vida virou mais intensiva, as cores mais
fortes, os gostos e sensações mais presentes e
reais.
Muitos pais na Tailândia vendem as suas filhas,
sobretudo se são famílias de fazendeiros pobres do
norte do país. Se a colheita é ruim, uma menina
custa entre R$ 100 e 200. O pai é feliz por ter uma
pessoa a menos para alimentar, e recebe o dinheiro
como crédito já um ou dois anos com antecedência.
A coisa é considerada normal, e o fato não é
escondido dos vizinhos; pelo contrário, todos
parabenizam a família e a menina e encorajam-na.
Os R$ 200 chegaram a um momento difícil para a
minha família e todos ficaram muito felizes. Minha
mãe foi muito carinhosa comigo, e me explicou
mais ou menos como seria meu trabalho de garota
de programa e massagista. E ela me incentivou
188

para treinar o meu cuzinho para não sofrer muito


depois de virar prostituta. Ela me mostrou como
fazer uma massa oleosa e saudável que uma
menina novinha aplica ao seu cuzinho antes de
enfiar um dedo ou um objeto. E uma vizinha
emprestou uma garrafa de vidro que tem um
gargalo bem fina e curto, que se alarga aos poucos
até chegar ao tamanho da garrafa. Depois de ter
treinado por alguns dias com o dedo e uma vara de
madeira, que meu pai cortou e preparou para o
meu cuzinho, me ajoelhei de dois em dois dias em
cima da garrafa, e deixei o gargalo entrar no
cuzinho. No início doeu muito, mas não falei a
respeito para meus pais não pensarem que eu
seria inábil para ser prostituta. Acostumei-me, e já
depois de algumas semanas podia enfiar o gargalo
todo e começar a dilatar o meu cuzinho. Pensei na
palavra de uma amiga, que disse que existem
homens com paus do tamanho de um antebraço de
uma menina, e conclui que deveria treinar até um
pau desse tamanho entraria sem eu sangrar e sujar
o cliente. Resolvi procurar um objeto adequado
com essa grossura, o que, aliás, nunca achei, mas
treinei incentivada por essa imaginação.
Quando os traficantes buscaram a minha melhor
amiga, pensei que ela iria pra frente e que a gente
se reencontraria depois numa cidade grande
vivendo uma vida melhor. A despedida foi bem
calorosa e depois fiquei ainda mais ansiosa para
também seguir o caminho dela. Comecei a decorar
na minha mente as flores, as casas, o murmurar da
189

natureza, o chilrear dos pássaros e tudo, para


poder levar as lembranças para a minha grande
viagem. Pena que a gente não sabia o dia exato
quando iriam buscar-me. Mas meus pais já tinham
se preparado e me deram lembranças bonitas
quando chegou o traficante para me buscar. Eram
dois homens, e nove meninas, que viajaram juntas.

Viajamos por muitas horas em um trem, e o homem


sentou ao meu lado e me deu carinho. Achei
estranho, mas não falei nada, tentando ser em tudo
uma menina boa, como meus pais me ensinaram.
Finalmente chegamos à capital, e nós fomos
levadas para um prédio perto da estação, onde se
encontravam mais ou menos 25 meninas novinhas
igual a nós.
Fomos mandadas para tirarmos as roupas e
tomarmos banho, sempre duas meninas juntas, e
sob os olhos de um dos dois homens, que nos
vigiou para ver se todas as meninas se lavassem
bem, também entre as pernas. Fomos todas
suadas e precisamos mesmo do banho. Depois não
recebemos as roupas de volta, disseram que
seriam lavadas. Sentamos nuas como também as
outras meninas. Aos poucos chegaram homens.
Mandavam para ficarmos de pé e olharam nós de
todos os lados, apalpando os braços e pernas para
testar a firmeza dos músculos, dedilhando os
peitinhos, que na maioria das meninas foram ainda
pouco desenvolvidos, mandando abrir a boca para
ver se os dentes estiveram boas e se a menina não
190

criasse hálito, e finalmente investigando as


bucetinhas e cuzinhos, perscrutando com os dedos,
cheirando e olhando.
Todas as meninas menos duas foram virgens, o
que agradou aos homens. Um dos homens
comprou a mim e a uma outra menina quase um
ano mais nova do que eu e quase ainda
completamente sem peitos. Ele nos deu uma roupa
bem curta e ridícula e levou-nos para um
apartamento. Aí pediu para nós tirarmos a roupa e
abrirmos bem as pernas, sentadas no sofá. E assim
ele conhecia as nossas bucetinhas. Cheirou,
dedilhou e finalmente começou a me lamber.
Fiquei com vergonha, que um homem adulto teria
que ficar com a sua cabeça tão perto de minha
bucetinha, mas ele não parou e me mandou por
várias vezes abrir bem as pernas. Finalmente
começou a me chupar. Fiquei quente de passar
vergonha, achei que era uma humilhação para um
homem adulto lamber a xaninha de uma menina,
deveria ser do contrário, eu deveria estar ajoelhada
em frente desse homem evidentemente rico e
poderoso.
Finalmente me resignei, e quando relaxei, comecei
a me excitar. E o homem fez de tudo para fazer
gostoso, ele queria mesmo que eu molhasse na
boca dele. Tive medo que ele iria me bater, se eu
sujá-lo, mas ele não parou. Não consegui mais ficar
quieta, gemi e me torci, e depois de muito tempo
molhei mais e mais. Pensei que nem era difícil a
vida de uma puta, se fosse isso o que os homens
191

querem.
Depois o homem fez o mesmo com minha colega.
Ela era mais tensa, e
demorou até relaxar.
Talvez nem molhou, mas
o homem, com o tempo,
molhou-a com sua saliva,
e nem deu para saber o
que era dela e o que era
do homem. Depois o
homem perguntou, se
nós sentimos algo
gostoso, e falamos de
sim, já pela educação.
“Que bom,” disse. “Agora
aprenderam como se
chupa. E assim vocês
vão desde agora fazer
com os homens.”

Viaje com a menina


tailandesa novinha pela
Índia e o Afeganistão
para a Rússia e aprende com todos os detalhes,
como a máfia russa adestra, treina, explora e
pune as suas prostitutas. Adquira o livro “Puta”
de Petala Parreira
Busque no internet ou entre no site

Você também pode gostar