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Sumário
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
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Contos Eróticos por Yolanda Carmesine
CAPÍTULO 01
Acordei tarde e pela primeira vez não procurei pelo meu marido ao meu
lado na cama. Ele não estaria mesmo e, depois da noite anterior, não me
importava mais onde e quando dormiria. Eu me levantei e passei pela sala
sem sequer olhar em sua direção, ao chegar ao banheiro, tranquei a porta e
me olhei no espelho. Meu rosto estava vermelho.
Tirei minhas roupas e comecei a tomar meu banho. Minha mente estava
completamente livre de qualquer pensamento, infelizmente, aquele episódio
em minha casa estragara todos os momentos com Xavier que, além de um
sonho de homem, era um sonho para mim... Não podia ficar com ele, era uma
mulher comprometida, por piores que fossem as atitudes do Alexandre, nada
mudava nossa troca de votos no altar.
Terminei o banho e como estava uma temperatura mais baixa, optei por
jeans, uma blusinha de manga e botas forradas de lã. Peguei minha bolsa,
celular e deixei a casa sem me despedir. Por sorte o ônibus passou rápido e,
por incrível que pareça, estava vazio. Sentei-me e peguei o celular para
conversar com a minha amiga Marcele, mas ela havia visto o celular somente
as 18h do dia anterior e desde então não respondeu. Provavelmente ela ainda
estava curtindo o encontro.
Guardei o celular na bolsa e deixei minha mente livre para ir onde
queria pela região. Ficava olhando a paisagem, quer dizer, não era bem
paisagem, mas os prédios, empresas, pessoas que iam passando de um lado
para o outro. Toda vez que a porta do ônibus abria, disfarçadamente prestava
atenção para ver se aquele rapaz entrava, mas, infelizmente, nunca mais o
vira... Tudo bem que não poderíamos brincar com o ônibus naquele estado,
mas... Seria bom recordar.
As lembranças do cara do carro também retornaram em minha mente
cansada, mas nem com ... Eu estava assim, sem esperanças, sem coragem
para enfrentar, sem vontade de mudar... quer dizer, eu havia tentado e ganhei
um tapa na cara... Foi a primeira vez que fora agredida em toda minha vida e
aquilo ter acontecido com Alexandre mostrou que realmente aquele não era
mais o homem que me casei.
Respirei fundo e senti as lágrimas minando em meus olhos. Não
conseguia pensar em Xavier e no estranho encoxador, mas conseguia pensar
e lembrar de Alexandre me agredindo, a imagem que mais queria esquecer,
simplesmente ia e vinha em minha mente o tempo inteiro. Era triste, mas
tinha esperança de ter um dia corrido de trabalho que me fizesse desviar os
pensamentos.
Como sempre, fui a primeira a chegar ao trabalho. Logo depois
chegaram os cozinheiros e atendentes e juntos preparamos o lugar para mais
um dia de correria.
Havia muitos clientes naquela tarde, mas assim que tive um tempinho,
peguei o celular e mandei uma mensagem para a minha amiga.
“Hoje à noite seu compromisso é comigo, venha me buscar, bjs”.
Depois disso, meti minha cabeça no trabalho e tentei não pensar em
mais nada que havia acontecido em minha vida nos últimos dias, o que deu
certo. As horas foram passando tão rapidamente que nem havia percebido
que horas eram. O que me tirou de meu estado de semi-sonolência foi a voz
que soara do outro lado da linha telefônica.
“Boa noite, Vanessa.” Era Xavier. Eu reconheceria aquela voz em
qualquer lugar. “Estou ligando por duas razões: uma, resolvemos agora e a
outra, quem sabe depois.”
Fiquei atônita por alguns instantes. Não sabia o que dizer, o que
pensar... Aquele boa noite Vanessa ecoava dentro de mim como uma
tempestade elétrica.
“Vanessa? Está aí?” Xavier me chamou para a realidade.
“Sim.” Me senti uma tonta completa. “Sim... Sim! Estou. É que fiquei
pensando no que disse. Gostaria de fazer algum pedido?”
“Sim.” Respondeu ele, com aquela voz pausada e grave. “Qual o lanche
que você mais gosta?”
“Bom... Eu confesso que nunca comi nenhum de nossos produtos.”
“Como assim?” Ouvi Xavier rindo e lembrei daqueles belos dentes.
“Vende algo que nunca experimentou?”
“Pra falar a verdade e, cá entre nós, não ganho tão bem quanto
gostaria... O meu salario vai todo em casa e não tenho como pagar pelos
nossos preços, acho muito caro.”
“Mas os donos não liberam nenhum mini-burguer para comer de
graça?”
“Bom, eles nunca disseram que poderíamos ou não... mas aqui tem
câmeras também... Então já viu né.”
“É por causa das câmeras que nunca comeu nenhum, às escondidas?”
“Xavier, por que você está me perguntando essas coisas?”
“Curiosidade apenas... Você poderia responder só para matar minha
curiosidade?”
“Não costumo pegar o que não é meu, simples assim!” Eu queria
continuar aquela conversa, ouvir aquela voz em minha orelha me causava
sensações que há muito tempo não sentia. “Xavier?” Agora foi minha vez de
chamar sua atenção. “Qual será seu pedido? Não posso demorar muito no
telefone”.
“Esses seus patrões devem ser um verdadeiro porre.” Disse ele,
gargalhando.
“Não sei qual é a graça.” Comentei, contagiada pela gargalhada
gostosa. “Quem sofre com eles sou eu.”
“Tudo bem... Bom, então faz o seguinte, escolhe o que você gostaria de
comer e me traga dois. Terei uma visita e gostaria de oferecer algo gostoso
para ela. E também...”
“Entendido, Xavier.” Ao ouvir ela, senti meu coração se despedaçando
pedaço por pedaço. Minha alegria sumiu tão rápido quanto apareceu. “Bom,
vai demorar um pouquinho porque o nosso motoqueiro saiu com algumas
entregas. Tudo bem?”
“Não posso esperar, Vanessa.” Respondeu ele, seriamente. “Será que
você não poderia fazer a gentileza de entregar?”
Sair do meu posto estava fora de cogitação.
“Eu posso pedir para algum dos cozinheiros, se não se importar.”
“Me importo, sim. Gostaria que você me entregasse.”
“Não posso sair daqui, o seu pedido será o último e assim que
terminar de atendê-lo terei que fechar o caixa e a hamburgueria.”
“Em quanto tempo você fecha o caixa?”
“Em quinze minutos, mas tenho que fechar a loja, também.”
“Pede para o cozinheiro ir fechando enquanto você faz a última
entrega.”
“Não sei, Xavier.”
“Por favor. Tive um dia extremamente estressante e estou precisando
comer alguma coisa...”
Mais uma vez, não sabia o que dizer. Senti meus olhos enchendo de
lágrimas pelo nervosismo. O tapão no meu rosto não deixou marcas por fora,
mas com certeza deixou por dentro.
“Farei o possível.” Eu disse.
“Que bom!” Disse ele, mais animado. “Preciso do meu pedido em 15
minutos. Obrigado.”
Xavier desligou o telefone de uma maneira tão brusca que mal tive
tempo de agradecer ou me despedir. Aquilo me deixou pensativa, e a tristeza
acabou retornando para meu coração.
Os lanches não demoraram muito tempo. Nem havia conseguido
fechar o caixa quando o ajudante de cozinha trouxe o pedido. Dei uma olhada
na calçada e o motoqueiro não havia voltado.
Não havia escapatória. Teria que ser eu mesma a fazer aquela entrega.
“Henrique?” Eu chamei. O chefe de cozinha colocou a cabeça pela
abertura que separava a cozinha do salão. “Vou ter que fazer uma entrega
aqui na rua e volto já, pode ir fechando.”
“Beleza.” Respondeu ele, voltando para seus afazeres.
O meu nervosismo não me permitia pensar. Apenas na metade do
caminho eu me dei conta que estava indo entregar com a touca da loja e meu
jaleco.
A rua estava vazia e, ao chegar próxima do ponto, eu me lembrei do
tarado da noite anterior. Fiquei com medo e entrei correndo no prédio do
Xavier.
Diferente do sombrio lado de fora, a decoração no hall era elegante e
clean, como dizem os designers de interiores. Havia apenas um sofá preto ao
lado esquerdo, alguns quadros nas paredes e a mesa onde estava o segurança.
“Ele está aguardando.” Disse o segurança. “Suba três lances de escada
e chegou à sala do senhor Xavier.”
“Obrigada.” Respondi, seguindo meu caminho o mais rápido que
podia. Nos primeiros dois andares haviam diversas portas, mas no terceiro
andar havia apenas uma, dessas que eram de madeira mesmo, com adornos
entalhados à mão. Tive até um arrepio ao baixar a maçaneta dourada.
O local de trabalho de Xavier era praticamente o andar inteiro.
Quando cheguei ele estava ao celular e parecia bravo. Não consegui ouvir
muita coisa, pois ele havia visto meu reflexo nos vidros.
“Quero tudo em ordem para amanhã, então faça como se ela estivesse
presente. Estarei acompanhando. Não esqueça.”
Ele desligou o celular e colocou sobre a mesa, então caminhou em
minha direção arrumando as mangas de seu blazer. Eu estava paralisada em
meu lugar, abismada por tanta beleza. Alguém elegante como Xavier
combinava com a opulência daquelas mobílias caras, mas eu não podia
fantasiar demais. Certamente sua companhia secreta combinava em igual
medida.
“Muito obrigado por atender meu pedido tão tardio.” Ele pegou o
pacote de minhas mãos e colocou na mesa. “Você vai ficar parada aí? Está
parecendo uma estátua! Venha. Preciso te pagar.”
Estava sem graça. Era um lugar tão lindo que me sentia uma invasora
com a minha simplicidade. Entrei lentamente e olhando para tudo ao meu
redor, principalmente para os vasos de orquídea e esculturas. Comecei a
pensar se era Xavier que sentava diante daquela janela, me vigiando.
“Quando estou lhe devendo?”
“Setenta e cinco reais.” Respondi.
Ele tirou mais uma nota de cem reais.
“Pode ficar de troco. Pela entrega.”
“Não cobro as entregas aqui na rua, Xavier.”
“Então fique de caixinha.”
“Não posso aceitar.”
“Pode sim. E vai... Me ofenderei se não aceitar.”
“Tudo bem.” Eu respondi, derrotada. Ele estendeu o dinheiro para
mim de sua mesa e me aproximei para a única parte da sala que estava bem
iluminada. Ele ficou me olhando enquanto pegava o dinheiro,
inesperadamente, vi seu cenho franzir e aquele belo rosto pareceu nervoso.
Ele se levantou, segurou meu braço e me puxou para baixo de uma
das inúmeras luzes sobre sua mesa. Eu parecia uma boneca sendo levada por
sua mão forte. Uma delas segurou delicadamente meu queixo e inclinou para
uma melhor incidência de luz em minha bochecha. Ele olhou atentamente e
notei a expressão de fúria que brotou em seu rosto.
“Perdão... Perdão...” Disse Xavier com um semblante completamente
diferente, agora parecia mais acolhedor, mais carinhoso. Ele se aproximou e
senti as pontas de seus dedos deslizando sobre onde meu marido me acertara
na noite anterior. Pensei ter escondido o suficiente com a maquiagem.
Ele fechou os olhos por um instante e lentamente foi se aproximando
como se quisesse me beijar. Confesso que fechei os olhos esperando pelo
beijo, mas tudo que senti foi um selinho delicado, morno e carinhoso no local
onde levara o tapa. Senti Xavier se distanciando e voltando para sua cadeira.
“Sente-se, por gentileza, Vanessa.”
Eu abri meus olhos e vi Xavier ocupando uma das duas cadeiras que
ficavam na frente de sua mesa.
“Não posso ficar. Não consegui fechar o caixa.”
“Tudo bem... Você poderia tirar...” Ele fez um sinal circular sobre a
cabeça indicando minha touca e depois o avental.
“Não posso ficar, Xavier... Por mais agradecida que esteja...
Desculpe, mas, tenho que ir. Preciso resolver as pendências na loja.”
Xavier se levantou e parou ao meu lado, pegou uma de minhas mãos e
me levou até a janela. Olhei para o ponto lá embaixo, estava completamente
deserto.
“Não é para o ponto que quero que olhe, Vanessa.” Xavier estava de
frente para a hamburgueria, já com as luzes apagadas e a grade metálica presa
ao chão. “Viu, eles já fecharam. Fique despreocupada.”
Xavier voltou para onde estava sentado e abriu a embalagem de seu
hambúrguer.
“O cheiro está muito bom. Estou morrendo de fome.”
“Mesmo assim, não posso ficar, Xavier.”
“A loja está fechada... Você pode fechar o caixa amanhã quando
chegar.”
“Mas você tem um encontro!” Lembrei. “Você disse algo sobre ela...”
Xavier começou a rir gostosamente. Não pude resistir e ri também.
“Que foi... Não estou achando graça alguma!” Eu disse, apesar das
risadas.
“Você lembra do momento que disse ela e não lembra do meu
segundo pedido. Impressionante como são as mulheres.”
Era verdade. Estava tão chateada com o tal de ela que nem me
incomodou o segundo pedido que até aquele momento, era um mistério. Não
sabia o que aquele homem poderia querer de mim.
“Você não quer saber qual é o meu outro pedido?” Xavier mexeu no
painel sobre a mesa e ligou a música ambiente, uma valsa.
Eu não sabia o que responder, então só fiquei paralisada enquanto ele
abria a segunda embalagem.
“Coma comigo, por favor.”
“Mas... mas e ela?” Eu gaguejei, nervosa.
Percebendo que eu continuava assustada como um coelho diante dos
faróis de um carro, Xavier começou a rir.
“Quando disse ela, não era bem outra pessoa, mas sim, você. Tire o
avental e aprecie uma refeição comigo. É tudo o que desejo.”
Xavier começou a comer seu lanche. Até comendo ele era lindo.
Eu sorri e acabei fazendo o que ele havia pedido. Tirei a touca, o
avental e sentei na cadeira ao lado. Confesso, estava me sentindo feliz, muito
feliz naquele momento.
“Experimente o seu produto.” Disse ele com a boca cheia. “É muito
bom.”
Eu ri mais uma vez e então saboreei um daqueles hambúrgueres de
gente rica. E realmente era delicioso. Comemos em silêncio, tudo o que eu
via era o reflexo de Xavier em sua janela. Sua companhia era tão agradável
que acabei me esquecendo do tempo.
Dane-se o último ônibus, dane-se a pilha de louça suja que me
aguardava, e, principalmente, dane-se o meu marido imprestável.
“O que achou?” Perguntou Xavier enquanto limpava seus lábios
cuidadosamente.
“Uma delicia!”
“Não vale o preço?”
“Sim... Vale, mas sinceramente? Não é algo que me mataria caso
nunca tivesse comido.”
“Você deve ser uma boa funcionária, Vanessa. Por isso nunca mais vi
os donos por aqui.”
“Você os conhece?”
“Sim. Fomos nós que desenvolvemos o programa que você mexe no
computador.”
“Nossa...” Estava impressionada. “Sério? Foi você que fez tudo
aquilo?”
“Na verdade, não fiz, apenas projetei e planejei... Geralmente pago
pessoas para fazer o trabalho pesado por mim... mas... Me conte o que
aconteceu ontem, em sua casa? Seu marido...”
Esse era um assunto que não queria tocar. Xavier percebeu no mesmo
instante minha mudança de humor, e eu quase morri de vergonha por isso.
Sorri sem graça e baixei minha cabeça por um instante, mal percebi
uma lágrima furtiva rolando pelo meu rosto.
“Vamos conversar sobre outra coisa então.” Sugeriu ele.
“Não. Acho que preciso falar um pouco sobre ontem. Alexandre
nunca agiu dessa maneira... Sinceramente, não sei o que passou pela cabeça
dele.”
“Bom, certas coisas são impossíveis de prever... Mas, me diz, você o
ama?”
“É...” Não sabia exatamente o que responder. Alguns meses antes
essa resposta sairia em um átimo de segundo, agora... “Acho que nosso amor
se desgastou demais nos últimos meses.”
“E por que você não se separa dele... Começa de novo. É uma mulher
tão atraente.” Fiquei vermelha e ele percebeu. “Não fique com vergonha, a
verdade deve ser dita. Te acho uma mulher muito linda, sabia? Seu marido é
um idiota por não te tratar como merece.”
“Ele não é tão mau assim.” Devolvi.
Indignado com a minha resposta, Xavier segurou os lados do meu
rosto. Pensei que quisesse me fazer gemer de dor, apalpando a parte aflorada
da minha bochecha, mas o que ele fez foi aproximar nossos rostos e grudar
nossos lábios.
Por um segundo eu me rendi, fui ao céu e voltei. E então eu lembrei
da realidade e me afastei dele, chocada.
“Me perdoe, Vanessa...” Disse ele aparentemente constrangido. “Quis
fazer isso desde o primeiro instante que a vi.”
Naquele momento eu estava retornando ao planeta terra. Os lábios
macios e adocicados de Xavier iniciaram um incêndio terrível que foi se
espalhando por todo meu corpo. Sim, eu pensei em meu marido, nos votos de
casamento e em tudo mais que você possa imaginar, mas, infelizmente, havia
em mim uma força ainda maior que a lealdade.
E foi esta força que me fez agarrar Xavier e beijá-lo novamente.
Meus pensamentos desapareceram. Não havia reprovação e muito
menos culpa. Tudo que pensava era no fervor da união de nossas bocas.
Sentir aquela língua explorando a minha, aquelas mãos me puxando,
apertando, protegendo... Aos poucos fui sentindo um calor intenso, meu
corpo inteiro tremia de tesão. Xavier percebeu, deixou-se levar e beijou-me
com mais volúpia, largou meus lábios e senti o calor de sua boca descendo
pelo meu pescoço arrancando arrepios e gemidos que não conseguia
controlar.
Quando dei por mim, estava sentindo suas mãos macias e fortes
deslizando pelas minhas costas. Meu corpo tremia, desejava, queria,
precisava daquilo. Era uma sensação maravilhosa. De repente Xavier parou
de me beijar. As coisas estavam ficando quentes demais para nós dois. Ele
ficou apenas me olhando, mas não era um simples olhar, me senti sendo
contemplada por aquele homem perfeito.
Senti seus dedos deslizando novamente sobre meu rosto, fechei meus
olhos ao sentir e inclinei a cabeça para sentir com mais força. Xavier meneou
a cabeça negativamente, ele parecia mais abalado do que eu por causa
daquela violência. E, de repente, ele se afastou de mim.
“Acho melhor pararmos...”
Sua boca dizia para pararmos, mas observei em seu olhar aquele
desejo quase ferino. Xavier me queria e pela primeira vez em toda minha
existência, queria uma pessoa com toda minha vontade. Que queimasse no
inferno por ele! Queria senti-lo, amá-lo, tê-lo em mim pelo menos uma vez...
Poderia me arrepender um dia, mas preferia me arrepender por ter feito, do
que apenas ter imaginado.
“Eu não acho.” Respondi, sustentando aquele olhar que já tirara
minhas roupas.
“Tem certeza disso, Vanessa? Não te chamei aqui com essas
intenções. Acredite.”
Então me aproximei de Xavier, passei minhas mãos sobre seu blazer e
comecei a tirar.
“Acredito em você, Xavier. Não te conheço como gostaria, mas algo
me diz que você é uma boa pessoa... Quanto à minha certeza... Nunca tive
tanta certeza de alguma coisa. Me faça sua, Xavier, me ame como nenhum
homem nunca me amou.”
Xavier, estranhamente se distanciou de mim. Andou pela sala por
alguns momentos. Me arrependi e fiquei repassando minhas palavras em
busca de algo que poderia ter desencadeado aquela atitude. Então, ele
retornou para perto de mim e me olhou de uma maneira voraz, como se fosse
um animal diante de sua presa. Ele segurou com firmeza os meus ombros.
“Você tem certeza do que me pede?”
Fiquei com medo, mas, confiava nele e sentia que não me faria mal
algum. Fiz que sim com a cabeça e logo em seguida, lá estavam nossas bocas
coladas. Não posso dizer que estávamos nos beijando, naquele momento,
parecíamos que estávamos tentando nos devorar de alguma maneira. E minha
mente não estava longe, estava ali, registrando cada sabor e cada arrepio que
ia cortando meu corpo de maneira tão brusca.
Xavier parou se afastou e tirou a camisa, fiz a mesma coisa e tirei a
minha, ficando apenas de sutiã. Depois ele tirou os sapatos de verniz e riu
para mim. Eu percebi o começo de uma brincadeira então tirei meus sapatos,
depois veio as meias e a calça e lá estava eu, diante de um homem estranho e
seminu, enquanto eu vestia apenas calcinha e sutiã.
Ele se aproximou de mim e abraçou-me. Senti sua pele colando na
minha, o calor que achava que não poderia subir aumentou ainda mais.
Inesperadamente senti meu sutiã sendo aberto e caindo no chão, agora sentia
meus seios contra seu peito musculoso. Fechei os olhos e senti as pernas
cedendo, ele me segurou e, quando percebeu que estava firme, olhando para
meus olhos, baixou a única peça de roupa que lhe restava: sua cueca.
Eu me apoiei em seu ombro e fui tirando minha calcinha sem desviar
o olhar. Quando me soltei, senti suas mãos em minha cintura puxando-me de
encontro ao seu corpo. O calor úmido da cabeça do pau pressionou minha
vagina, que parecia irradiar todo calor que inflamava meu corpo. Senti nossas
respirações sincronizando, o corpo de Xavier estava quente como o meu, seu
pênis parecia uma pedra de tão rígido que estava. Subitamente, ele me beijou
avidamente e desceu para meu pescoço. Suas mãos passeavam pelo meu
corpo com leveza e destreza.
Dedos ágeis e experientes percorreram meus seios, descendo pela
barriga e tocando em meu sexo. Sentir a voracidade com que seus dedos me
abriam explodiu algo dentro de mim, me fazendo gozar intensamente,
pulsando contra a sua mão. Minha cabeça estava a mil e tudo que queria era
sentir aquele pênis entrando dentro de mim. Reuni toda minha coragem e
segurei-o em minha mão, era quente e grosso. Direcionei-o para minha
vagina, mas Xavier se afastou.
“Ainda não.”
Senti sua mão voltar para minha vagina. Ele brincava com ela, ora em
meu clitóris, ora nas lábias. O tesão me dominava por completo e eu estava
começando a achar que a qualquer momento morreria de tanto tesão. Mas
aquilo não era o bastante para me enlouquecer, Xavier queria mais. Com a
outra mão, segurou meu seio e começou a chupá-lo... Senti um tesão tão
grande que mordisquei sua orelha e, instintivamente, levei uma de minhas
mãos para segurar aquele pênis, queria senti-lo entrando em meu corpo, em
minha boca.
Quando pensei nisso, senti a boca enchendo d’água e imaginei o gosto
que aquele pênis poderia ter. Fiquei imaginando chupando a cabeça e fazendo
desaparecer de um momento para o outro. Indo com meus pensamentos, senti
meu interior explodindo em um gozo que jamais havia sentido. Gemi e como
gemi. E tomada pela loucura, segurei Xavier pelos cabelos e puxei para um
beijo repleto de luxuria e desejo. Agora era minha vez de deixa-lo louco, mas
quando fui descer para chupá-lo, me impediu.
“Eu quero te chupar...” Eu lhe disse, estranhando o tom ousado da
minha própria voz. “Quero ser tua.”
“Tem certeza do que está falando?”
Eu fiz que sim com a cabeça. Lógico que queria, era o que mais
queria naquele momento.
“Posso fazer o que eu quiser e como eu quiser?” Ele insistiu, com o
olhar cada vez mais devasso.
Mais uma vez fiz que sim com a cabeça.
“Tem certeza? Peça-me novamente.” Provocou ele, ainda dedilhando
minha carne cada vez mais úmida.
E foi nesse momento que fiz a maior merda de minha vida, desculpe o
palavreado, mas você vai acabar entendendo.
Me aproximei do ouvido de Xavier e sussurrei:
“Neste momento sou tua mulher... Transe comigo com vontade.”
Xavier deu aquele sorriso de canto de lábio e disse.
“Não vou transar com você, Vanessa! Vou te comer como nenhum
outro homem te comeu em toda sua vida.”
Ao ouvir aquilo, meus olhos se arregalaram. Vi um Xavier vulgar e
acabei ficando com medo, mas não medo para sair correndo para longe dele,
pelo contrário, estava com medo de como as coisas seriam depois daquele
momento. Minha vagina encharcou mais uma vez só de ouvir a palavra
“comer”. Ele me segurou pela cintura e me fez sentar na beirada da mesa,
abriu minhas pernas e foi nesse momento que olhei para baixo e vi o pênis
que estava prestes a entrar em mim.
“Deixa chupar seu pênis, por favor?” Foi quase uma súplica.
“Chupar meu pênis?” Ele me fez ajoelhar. Mas quando fui abocanhar,
ele me deteve. “Isso não é um pênis. Pegue!” Atendi e segurei. Minha boca
enchendo d’água, eu podia sentir o aroma daquela coisa grande me enchendo
de loucura. “Isso não é um pênis... Não estamos na aula de ciências, isso é
um caralho. Diga.”
“O que? Diga o que você quer que eu diga. Sou tua.”
“Ainda não, mas será... Diga o que você quer fazer com esse caralho.”
“Deixa chupar esse caralho? Quero sentir essa cabeça deliciosa
roçando meus lábios e minha garganta.”
“Agora sim...”
Quando ouvi aquelas palavras, caí de boca naquele pên... digo,
naquele caralho enorme, mas só consegui roçar meus lábios na cabeça
deliciosa, Xavier me impediu.
“Agora sim, falou direito, mas não será hoje que poderá engolir isso
aqui.” Ele me puxou para cima contra minha vontade, eu queria tentar chupá-
lo, não queria desistir, mas ele me colocou sentada na mesa. “Hoje os únicos
lábios que sentirão meu pau entrando são os lábios da sua buceta gostosa.”
Então foi minha vez. Puxei-o para o meio de minhas pernas e senti a
cabeça de seu pau se chocando contra minha buceta, procurando se encaixar.
“Então vem, coma sua buceta... Enfia esse pau com força dentro de
mim... Me fode gostoso.”
E foi isso que Xavier fez. Senti a cabeça de seu pau procurando a
entrada, quando encontrou, entrou com dificuldade e vi estrelas e senti um
pouco de dor ao sentir o tamanho daquela vara abrindo minhas carnes. Era
quente, duro e grosso. Ele começou a entrar e sair de dentro de mim com
mais força, estava tão gostoso e maravilhoso que comecei a sentir o gozo
brotando de dentro de mim, mas quando estava prestes a gozar mais uma vez,
Xavier parou.
“Quero te comer de costas.” Ele me puxou pelo braço e me colocou
contra a janela de seu escritório. Senti o frio do vidro contra meus seios que
estavam pressionados ali. Ele abriu minhas pernas, abaixou-se, encaixou e
meteu com força. Eu sentia aquela vara deliciosa entrando e saindo de meu
corpo como se o possuísse há tempos.
Chegou um momento que não conseguia mais gemer, apenas sentir
aquele caralho entrando e saindo cada vez mais forte de dentro de mim. Era
uma loucura. Abri os olhos e olhei para o ponto que costumava pegar ônibus,
fiquei olhando para ele e pensando em como nunca fantasiei sobre isso, em
foder naquele prédio com o misterioso homem do cigarro.
“Eu quero gozar.” Disse Xavier ao meu ouvido.
“Pois goze.”
“Quero te ouvir implorar.”
“Goze em mim... Me encha com tua porra...” gritei e, tomada pelo
tesão, comecei a chocar meu traseiro com mais força naquela rola que
deslizava deliciosamente para dentro de mim. As mãos de Xavier se soltaram
de minha cintura e senti suas mãos abrindo minhas nádegas.
“Que cuzinho lindo você tem, Vanessa.”
Aquilo me deixou tão louca que comecei a colocar mais força ainda,
agora, para minha surpresa, fiquei imaginando como poderia ser fazer aquele
mesmo movimento, mas com aquele pau entrando e saindo de minha bunda.
Comecei a gemer mais alto conforme ia imaginando até o momento que
gozamos juntos.
Xavier permaneceu dentro de mim e acariciou minhas costas, com seu
pau ainda me alargando por dentro, fui sentindo-o amolecendo dentro de
mim, até que saiu por inteiro, senti meu corpo vazio e um líquido grosso me
descendo as coxas, mas minha alma estava cheia de felicidade e de amor.
Como precisava voltar para casa, Xavier e eu nos vestimos o mais
rápido possível, depois de alguns minutos estávamos nos pegando novamente
no estacionamento do prédio. Mas, estávamos apenas nos curtindo mais um
pouco, havia carinho naqueles beijos, um sentimento que, sinceramente, senti
que nós dois precisávamos há muito tempo. O caminho para casa foi
tranquilo e estávamos tão entretidos um com o outro que nem sequer lembrei
da noite anterior. Tinha plena certeza que não havia dito meu endereço para
ele.
Quando chegamos próximo de minha casa, nos beijamos brevemente
e nos despedimos com um até amanhã. Fui para casa pisando nas nuvens, me
sentindo apaixonada não somente por uma outra pessoa, mas pela vida.
Quando cheguei em casa e vi Alexandre com o laptop na barriga,
ainda jogando, a realidade gritou aos meus ouvidos, mas não quis ouvir, fui
para meu quarto e deitei-me do jeito que estava, sem cogitar um banho. O
creme grosso que ainda me recheava me fazia sentir mais mulher do que
nunca.
CAPÍTULO 06
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Professor Mistério
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Os boatos não podiam ser reais. Alguém certinho como o professor
Clayton não podia viver uma vida dupla!
Ainda assim eu precisava investigar, já pensou se fosse verdade e
aquele homenzão delícia trabalhasse como stripper à noite?
Eu vasculhei a internet e não demorei a encontrá-lo, despido e
gostoso esperando sua próxima cliente no site de cam boys.
Eu não deveria seguir adiante com isso.
Ele era o professor, e eu sua aluna.
Era simplesmente tão errado.
Mas o fogo do desejo falou mais alto, e o que começou como um
divertido jogo evoluiu para algo além do meu controle. A distância entre
nossos corpos tornou-se insuportável.
Ele me desejava e eu já não podia esperar por um novo showzinho,
desta vez ao vivo.