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anos, mas ela não faz ideia de que estou apaixonado por ela.
Eu sei que ela é a única para mim, mas posso ter que deixá-la ir...
À Melissa Erickson, obrigada por ser uma amiga incrível e
sempre me fazer rir. No entanto, Sean não é seu. Eu dedico isso
na verdade como uma prova de que ele não é. Assim, no caso de
você estar confusa, isso sou eu esclarecendo.
Sean
— Assim como?
Ela não tem ideia de que eu não sou o cara que estou lá
fora, tentando apenas acumular mulheres, mulheres que não
são... ela.
O único sonho que já tive foi jogar bola. Lidei com o abuso
de meu pai, a dor de perder minha mãe e a preocupação
constante com meus irmãos porque sempre tive beisebol na
minha vida.
Eu sorrio. — Certíssima.
— Estúpido?
Agora, porém, estarei muito mais perto dela, e sei que esses
sentimentos não irão embora, eles ficarão mais fortes.
— Sim. Você pode amar Oliver, mas ele não a deixa louca.
— Bom.
— Você é irritante!
— Estou bem.
Muito.
— Apenas fale comigo, Dev. Não há nada que você não possa
me dizer.
Ainda assim, não vou fazer isso com ele. Não vou concordar
com algo a mais quando tudo é mentira.
Eu cometi um erro.
— Não.
— Não, eu juro. Ele foi estúpido, e eu não falei com ele desde
então, mas eu queria te dizer. Eu sinto muito. Eu te amo. Eu me
odeio por ferir você e destruir o que nós temos. Eu desejo poder
voltar no tempo e dizer não a ele. Eu sinto muito, Oliver.
— Você o ama?
— E como é isso?
— Eu nos quebrei.
Negar isso é tudo que eu quero fazer, mas iria ser uma
mentira. Posso não amar Sean do jeito que ele pensa que amo,
mas eu o amo o suficiente para saber que se Oliver me fizesse
escolher, eu nunca deixaria Sean sair da minha vida.
— Mas você fez. Você o ama, mesmo que você nunca tenha
se permitido sentir. Talvez não até agora. A amizade que você tem
com ele é inquebrável, e eu estou sempre competindo pelo
primeiro lugar em seu coração... que pertence a ele.
— Eu sei.
— Você sabe?
— Ollie...
— Eu estou.
— Você precisa falar com ele. Confie em mim. Isso não vai
embora, e é melhor saber onde as coisas estão antes dele voltar
para a cidade e ficar na sua frente.
Meu telefone apita com uma mensagem.
— É, foi — eu confirmo.
Há uma tensão em sua voz, e eu sei que tenho que dizer algo
para salvar isso. — Estávamos bêbados e... há muita coisa
acontecendo para nós dois. Você é meu melhor amigo e não quero
perder isso.
— Tão cedo?
Elas não sabem sobre toda a merda que eu tenho que lidar,
com a minha mãe ou com o desejo que eu poderia estar fazendo
algo diferente com a minha vida.
— Estamos bem.
Sean Day.
Três dias antes, tenho que fingir que não revivi aquele beijo
estúpido e não percebi que estou apaixonada pelo meu melhor
amigo.
Super divertido.
— Para os estábulos.
Ela tem uma forte crença nos valores e fez o possível para
serem atribuídos a mim.
Não, eu faço tudo que posso para ficar bem longe de sua
censura.
Minha mãe move sua mão livre como se ela não pudesse ser
incomodada, e eu vou em direção ao celeiro.
— Sobre morar com ele por seis meses. Quer dizer, Connor
e Ellie se mudaram para a nova casa, Declan está morando com
Sydney e Sean está na cidade. Você poderia facilmente ficar
naquela pequena casa em que Dec morou.
Eu concordo. — Eu acho.
Seu sorriso é largo e faz com que a pele ao redor dos olhos
enrugue.
— Eu o trouxe.
— Sim, mas agora vou ter que ouvi-la falar o tempo todo.
— Às vezes.
— Bem, ela está animada assim como você que Sean está
vindo para ser seu treinador. Você não acha que ela pode estar
da mesma maneira?
— Eu também.
— Para mim?
— Aqui?
Aquele que está aqui por ela, que cuida dela quando eu...
bem, não posso. Mesmo assim, quero vê-la. Eu a terei de
qualquer maneira que eu puder.
— Eu cheguei.
— Digo o mesmo.
— Nunca!
Nada divertido.
— Claro!
— Claro.
— Sempre.
— Dev?
— Sim?
— Você tem um bebê para ser mãe agora, Syd, você não
precisa fazer isso comigo.
Ela ri uma vez e depois suspira. — Eu não sou sua mãe, ou,
pelo menos, eu estou tentando não ser. Estou apenas dizendo
que amá-lo, mais do que como um amigo, é do conhecimento
comum de todos, exceto de vocês dois. Ele estará aqui pelos
próximos cinco meses e meio, em seguida, quem sabe o que vai
acontecer?
— E se? Não posso jogar esses jogos, Syd. Eu não sou mais
criança. Tenho responsabilidades e desejos. Quero me casar, ter
filhos, ter uma vida... — DJ começa a se agitar e eu o coloco de
volta nos braços de sua mãe. — Eu te amo e sei que o que você
está dizendo vem da bondade do seu coração. Eu realmente
entendo. Mas Sean é meu melhor amigo. Sair dessa linha
destruiria não só meu coração, mas também minha alma. Se não
desse certo, nunca poderíamos ser amigos novamente. Nós
estávamos bêbados e nos beijamos, mas em poucos meses, ele
vai voltar para a sua vida, e eu para a minha.
Os olhos de Sydney olham para seu filho e depois de volta
para mim. — Sim, eu pensei nisso também. Boa sorte, minha
amiga.
— Eu estou bem.
— Oh?
— Um mês atrás, uma oportunidade dentro da empresa do
meu pai foi oferecida para mim. Eu estava relutante em aceitar.
— Errado?
— Sim, Ollie, era errado que você queria passar sua vida
comigo, mas não poderia me pedir para me mudar com você. Eu
nunca deveria ter feito você se sentir dessa maneira. Não é justo
com você. Eu sinto muito que por minha causa você estava
relutante em aceitar um emprego que iria ajudar em sua carreira.
Ele estava certo, eu não teria ido. Eu nunca iria tão longe.
Minha família está aqui e preciso estar perto por motivos
egoístas. Eles podem ser difíceis, mas me ajudaram quando eu
estava perdida.
Oliver pega minha mão. — Eu acho que será bom para nós
dois. Se eu for embora, não precisaremos nos preocupar em nos
encontrarmos ou com qualquer outro constrangimento.
Eu sorrio. — Não.
— Devney?
Eu preciso saber o que foi isso. Será que ela disse a ele?
Não por causa de meu pai, mas por tudo que perdi.
— E eu beijei você.
— Não.
— Não o quê?
Oh Deus.
E é tudo.
Sean.
— Talvez não, mas isso não significa que não seja real.
— Isso é diferente.
— Como assim?
— Desculpe?
Não, não há. E Oliver merece uma mulher que vai cair a
seus pés. Alguém que não sonhe com um beijo e tem um friozinho
na barriga por outro homem. Eu não sou esse tipo de garota. Sou
eu que penso nele como um copo de leite quente – estabelecido,
estável e confiável.
— Não sou eu que estou errada aqui. Fiz o meu melhor por
ela! Todas as dores de cabeça que esta família suportou porque
ela não pode ser a garota que eu criei.
Ela deve estar com dores no pescoço por ter que olhar tão
longe do pedestal em que está empoleirada. — Eu sou aquela
garota. Acredito em todos os valores e crenças que sempre tive.
Eu o amava, e eu pensei que ele gostava de mim. Ele mentiu para
mim sobre ser casado. Ele jurou que sairia da universidade e se
casaria comigo. Tudo isso me destruiu, mas o pior foi como você
me tratou desde então. Não estava orgulhosa do que fiz. Fiquei
mortificada e envergonhada, mas você passou os últimos seis
anos, desde que terminei a faculdade, me fazendo reviver tudo
isso. Eu transferi de faculdade. Me mudei para longe dele e dos
meus erros. Por que você não pode simplesmente ver o meu lado?
— Você acha que as mulheres que você tem por perto não
tem esqueletos em seus armários? O perdão e a aceitação não
estão incluídos nos sermões que você ouve nas manhãs de
domingo, enquanto todos vocês se sentam e discutem as
maneiras de salvar a cidade?
— Indo aonde?
— Não, mas não sei por que você quer que eu diga como você
e seus irmãos fazem.
— Não, não. Você pode argumentar sobre por que isso é uma
má ideia depois de parar de chorar. Por enquanto, vamos colocar
suas coisas para dentro. Há três quartos vazios e eu tenho
cerveja. Éramos amigos muito, muito antes de nos beijarmos,
então vamos colocar todas as outras merdas de lado e ser Devney
e Sean que sempre fomos.
Não tenho certeza se tenho forças para explicar a ele por que
não há como simplesmente deixar isso de lado, mas preciso do
meu melhor amigo. Sean era realmente a única pessoa para
quem eu queria correr, e preciso de um amigo.
— Relaxe e conversaremos.
Eu sigo o primeiro comando, me jogando no sofá novo,
esfregando minha mão contra o tecido macio. — Eu não quero
falar.
— Que pena.
Ele sorri e sua mão roça minha nuca. — Você pode contar
comigo, Devney. Eu não vou deixar você cair. Eu nunca deixei, e
eu não planejo deixar isso acontecer agora. Portanto, confie em
mim e me deixe estar aqui para ajudá-la.
— Não.
— Não.
— Sim.
Eu corri. Não me permiti voltar para aquela época, e não
vou, mas aquela vergonha era tão intensa que não conseguia
pensar direito.
— Eu queria falar com você, mas tem sido difícil para nós,
Sean.
— Dev...
— Eu também.
— Especialmente eu.
— Sua mãe está com raiva de si mesma e ela nunca foi boa
em lidar com isso.
— O quê?
Hazel ri. — Ele parece estar lidando bem com isso. Além
disso, ele voltou há um mês e elas mantiveram distância.
Eu olho de volta para o bando de donas de casa
desesperadas, e ele está dando a elas um daqueles sorrisos
deslumbrantes. É exatamente por isso que eu nunca poderia
pensar em namorar com ele. É parte do seu trabalho ser
encantador. E ele é excelente nisso, eu nunca seria capaz de lidar
com isso sabendo que esta é a forma como ele iria passar noites
longe de mim.
— Talvez.
— Não achei que ele tivesse qualquer interesse em se
estabelecer — ela diz com indiferença. Mas eu conheço minha
cunhada, e não há inocência em sua pergunta. — Quer dizer, eu
não sei nada sobre ele além do que você me disse. Ele
simplesmente não teve muitos relacionamentos, não é?
Não seria o mesmo com Sean. Sua vida não é dele. Ele vive
e morre de acordo com sua agenda. E eu entendo. É assim que
ele ganha a vida.
— Mãe!
Ele ri. — Sim, mas está chegando mais cedo do que você
pensa.
— De verdade.
— Vê o quê?
— Oh, é divertido.
E agora, sabendo que Oliver não existe mais e ela está tão
perto de mim, estou determinado a compartilhar mais com ela, o
que é absolutamente estúpido.
— Foi um beijo.
Ele ri. — Foi muito mais do que isso, meu irmão.
Parece que Declan quer dizer algo mais sobre Devney, mas
ele não diz, o que significa que não vou deixar Syd viúva hoje.
O tempo todo eu sabia que ele seria um ótimo pai. Ele tem
sido um bom irmão. Sempre disposto a proteger nós três e fico
feliz que ele esteja feliz. Ele lutou contra isso por tanto tempo, se
afastou de tudo o que precisava, se isso significasse que
poderíamos ter uma vida melhor.
O carro dela ainda está na frente, então sei que ela está
aqui.
— Sem chance.
— Por que não?
— Não. Você vai ficar aqui por quanto tempo você quiser.
— E?
— Sim?
Ele falou?
— Sobre?
— Nu?
— Estou bem.
— Nem um pouco.
— Duas semanas?
— Sim. — Ele me dá um tapinha no nariz com o bacon. —
Duas semanas até você finalmente admitir que quer pular sobre
mim e não é mais capaz de resistir.
— E se você ganhar?
— Combinado.
— Desafio aceito.
Eu vou perder.
Sean
Meu irmão caçula sendo pai ainda é algo que não consigo
superar. Hadley é o seu mundo e estou realmente feliz por ele.
Ele parece ter tudo. Dois filhos incríveis e a vida que eu sempre
soube que ele se encaixaria, mesmo quando ele não sabia.
Aqui estou eu, ainda tentando descobrir minha merda.
— Ellie.
Ele concorda.
— Bem, ele é muito legal, mas se não fosse por mim, ele não
teria o melhor cavalo de todos os tempos, então isso meio que
significa que eu também dei o cavalo para você.
Embora ele fosse seis anos mais velho, nos tornamos amigos
e, quando o acampamento acabou, Zach e eu mantivemos
contato. Quando eu estava pronto pra escolher uma faculdade,
ele me ajudou escolher a melhor, a que iria me dar uma chance
com as grandes ligas. E então, quando ele foi chamado, eu estava
torcendo por ele. Depois que uma lesão no ombro destruiu sua
carreira, ele voltou para casa, mas parece feliz.
Eu sorrio. — Tenho certeza que ela está feliz por estar lá.
— Bem, foi mais ou menos isso. Foi para mãe de Ellie e para
a nossa. Estou feliz porque fomos capazes de homenagear as
duas. — Ele solta um longo suspiro e sei onde está sua mente.
— Eu não sei, cara. Ela diz que isso irá nos mudar, e vai
mudar. Ela diz que não pode me perder, o que ela não vai.
— Eu também te amo!
— Sim, eu posso!
Ela dá de ombros.
— Sim?
— Desafio você!
— Umm.
— Mas está tão legal. E meu cavalo está tão feliz. — Hadley
diz com um beicinho.
Não está legal, está congelante aqui fora.
— Não.
— Nada, hein?
Bem, eu tenho certeza que não, mas não posso dizer nada.
Não preciso ver isso.
Talvez.
— Entendo.
— Mas nada que seja quebrado está além do reparo. Tudo
que você precisa é de um vínculo, amor e muita paciência. Ela
me ensinou isso. Nós tivemos de passar dezessete anos
descobrindo tudo isso antes que pudéssemos ser tudo o que
somos agora. Não há nada neste mundo que eu não faria por ela
– por nós. Você vê, isso é a amizade. No centro de tudo isso, ela
é, e sempre foi a minha melhor amiga.
Tem sido dois dias desde que Zach esteve aqui, e desde
então, Sean fez de sua missão me deixar louca. Noite passada,
ele disse que precisava lavar roupa, que significava tirar tudo o
que ele estava vestindo com exceção da sua cueca.
Trocadilho pretendido.
— Não?
— Não.
Sem essa coisa, de sem camisa. É assim que tem que ser.
Porém fui abatida por um abdômen.
Isto é impossível. Não posso fazer isso com ele porque vai
acabar em desastre e já estou farta disso.
— Você não sabe se podemos ser mais. Isso pode ser... o fim
de nós. Pode ser o prego em nosso caixão, e prefiro nunca passar
por isso.
— Não foi isso que eu disse. Você perdeu pessoas que você
ama, mas é diferente quando você entrega seu coração. Perder
sua mãe não é a mesma coisa, e você sabe disso.
— E o outro?
— Que significa?
No meu coração, eu sei que ela está certa. Quando ele for
embora, eu não serei a mesma e nem a nossa amizade. Eu sei
como é sentir seus lábios nos meus e ouvir os sons que ele faz
quando agarro seu cabelo. Nada disso pode ser apagado.
— Ele torna isso difícil de pensar. Quando ele está por perto,
eu luto comigo de uma maneira que não fazia em anos. Esse
sentimento, a inquietação e incerteza, é o que me faz querer
correr.
— Eu sei disso.
— Você sabe?
— Idiota.
Eu rio porque ela está cem por cento certa. — Ele sabia que
te amava o suficiente para não querer te machucar.
— Você é um terror.
— O quê?
Tudo neste momento está certo. Ele. Nós. O fato de que nós
estamos fazendo isso.
— Como o quê?
Eu olho por cima do ombro para ele. — Você sabe que isso
não significa que perdi a aposta. Você me beijou.
Sean ri no meu ouvido. — Bem. De qualquer forma, estou
ganhando tudo – seu coração, seu corpo e as palavras. Do
contrário, nossa amizade não é o que sempre pensei que fosse.
Não sei o que diabos ele quer dizer com isso. Nossa amizade
sempre foi forte. Se não durmo com ele, não é por falta de desejo,
mas por uma abundância de autopreservação. Idiota arrogante.
— Então, você está dizendo que ou eu dou o que você quer ou
não somos amigos?
É confiança.
E a confiança é tudo.
— Fodidamente horrível.
Ela aponta para nós três. — Vou ver Ellie e Devney, vocês
não fiquem aqui fora muito tempo ou irão ficar doentes.
— O quê?
— Não é.
Por alguma estranha razão, Devney não vai deixar
Sugarloaf. Eu não entendo. Eu realmente nunca entendi isso. Ela
estava feliz ou parecia estar, então por que ela ficou não era da
minha conta. Agora, porém, tenho que forçá-la.
— Sim, mas... ficar aqui por Jasper? Por favor. Nós quatro
sabemos sobre ser próximos de irmãos, e eu não ficaria perto de
nenhum de vocês, filhos da puta — disse Connor.
— Talvez o pai dela não esteja bem. Ela sempre foi muito
próxima a ele. — Declan diz.
Pode ser isso. Por mais que ela odeie sua mãe, seu pai é o
seu ponto fraco. Se há algo acontecendo com ele e ninguém sabe,
isso explicaria tudo.
Nós três não temos direito para julgar alguém por cortar o
contato com os pais. Saímos há nove anos sem olhar para trás
com nosso pai. Claro, ele era um bêbado que batia em nós.
Cada vez era uma fatia de algo diferente, então puro ódio
contra o homem jorrava mais. Não havia bondade nele. Não
depois que a mamãe morreu, pelo menos. Foi como se ela tivesse
tirado toda a bondade que viveu nele e enterrou com ela.
— Eu também, irmão.
— Sim?
— Por quê?
— Me diga o porquê.
— Não?
— Por quê?
— Então me ame.
Meu coração começa a bater tão forte que sei que ele deve
ouvir. — O quê?
— Eu te amo.
Ele puxa meu cabelo para trás e sorri. — Você nunca vai me
perder, não importa o que aconteça. Bem, você não vai se você
ainda me quiser depois de tudo isso. Eu quero te contar tudo e
deixar você escolher. Não quero esperar alguns dias, semanas ou
meses para você descobrir tudo isso e ficar desapontada.
— Ok.
Ele me solta e se senta na cama. — Isso aconteceu na noite
em que Connor se formou.
— Eu estava no Colorado.
— Seu carro?
As palavras estão bem ali. Elas estão tão perto que posso
sentir o gosto. Eu poderia contar tudo a ele, confessar que meus
sentimentos por ele são tão fortes que dá medo. Se eu fosse
corajosa como ele, admitiria isso e tudo mais. Mas não sou
corajosa. Eu sou uma mentirosa assustada.
Meu coração está batendo forte. Abro a boca, mas ele coloca
o dedo sobre ela, me fazendo calar.
Eu sei que ela está com medo. Eu vejo em seus olhos cor de
café, mas vou protegê-la. Vou fazer de tudo para que ela veja que
não vou decepcioná-la.
E eu faço.
— E se você se arrepender?
— Positivo.
Jesus.
Uau.
Sim.
Porra.
— Sean...
Sim, eu já ouvi isso antes, mas por algum motivo, nunca dei
muito crédito a isso. Sou rico, famoso e uma conquista para a
maioria das garotas, mas ela não vê isso. Inferno, eu não acho
que ela sequer percebe o tanto de dinheiro que eu tenho, ou o
montante do último contrato. Não, em vez disso, ela tentou me
fazer concordar em deixá-la pagar aluguel por morar aqui. Ela
comprou seus próprios mantimentos, mesmo quando já abasteci
a casa, e ela nunca menciona meu trabalho.
— Eu te disse.
— Então me tenha.
— Você se arrependeu?
— Sem chance.
— Bom.
Ele sorri. — Bom.
E então me ocorre.
Ele traz seus lábios aos meus para o beijo mais doce e terno
que já tive.
— Sim?
— Feliz Aniversário.
Ele olha para mim com tanto afeto que eu poderia chorar.
— Você é o melhor presente que já ganhei.
Eu rio mais uma vez. — Melhor do que o bastão que dei a
você?
— Oh, sim?
— É uma habilidade.
— Eu fiz também!
Isso tudo é real? Tem que ser porque há uma dor muito
nítida em minhas extremidades inferiores, e minha pele tem a
pequena sensação de formigamento que você só tem depois de
um sexo realmente fantástico. E foi maravilhoso. Não há uma
possibilidade no inferno que a minha mente iria criar sensações
tão vivas. Toco meus lábios, me lembrando das palavras que ele
disse, desejando poder memorizá-las.
— Você.
— Eu?
— Eu estou.
— Então o quê?
— Estou feliz.
Eu me inclino mais perto e o beijo. — Agora, eu tenho um
presente para você e então precisamos ir para o pasto.
— Dev?
— Por quê?
— Justo.
— Ei.
— Significado?
Houve amor.
E houve perdão.
— Você entende?
O que me preocupa é que eles vão tentar me prender aqui
de alguma forma. Eu quero vender minhas terras. Eu tenho zero,
porra nenhum desejo de ficar em Sugarloaf. Minha vida está na
Flórida. Meu trabalho é lá, e mesmo que eu quisesse ficar, eu não
teria a grandeza de fazer isso como Connor e Declan o fizeram.
— É possível.
Não posso dizer que não estou gostando que ele o irrite. —
Bom.
— Touché.
Ela ri. — Oh, bem, você está indo muito bem então.
— Sarcasmo não é bem-vindo neste carro.
— Pronta?
— Estamos prontos.
— Para o jantar.
— Onde eu sento?
— É tão bonito.
1 Bolinho de chuva típico de New Orleans. Um donut frito geralmente polvilhado com açúcar de
confeiteiro.
Eu aperto sua mão. — Obrigada. Obrigada por se importar
e pensar em algo assim. É um pouco... demais... mas significa o
mundo para mim.
Sim, sim, sim, ele disse e ele estava certo. Ainda assim eu
não vou admitir, apesar de tudo.
— Então, jantar?
— E depois a sobremesa.
— Será que vamos voltar esta noite? — Não fiz uma mala,
porque não sabia que poderia precisar dela.
— Eu lembro.
— Tipo insetos?
Sim, ele é uma coisa muito atraente que me faria querer ir,
mas há motivos pelos quais a minha saída de Sugarloaf não vai
acontecer.
— Digo o mesmo.
Eu rio. — Entendo.
Sean balança a cabeça. — De qualquer forma, quando ele
abriu este lugar, vim apoiá-lo. Você está prestes a descobrir por
que essa é a melhor comida de toda Nova Orleans.
— Fabuleux! Venha.
— Eu avisei.
— É incrível.
— Eu limpo.
Ele traz seus lábios aos meus em um beijo doce que não tem
nada a ver com a sobremesa.
— O quê?
Oh meu Deus.
— Você é ok.
— Ok? Acho que você pode fazer melhor do que isso. — Ele
se aproxima de mim, o sorriso travesso firmemente em seus
lábios. — Não me faça devorá-la aqui na rua, querida.
— Por quê?
— É perturbador.
— Muito.
— Foi bom. Quer dizer, muito bom. Você sabe quando é tão
bom que você começa a se preocupar?
Ela ri e balança a cabeça. — Na verdade, não. Não desse
jeito, pelo menos. Vamos lembrar de como o último ano foi para
mim.
Eu concordo.
— Não pense demais. Vocês têm algo que pode parecer bom
demais para ser verdade, mas se parece desse jeito é porque é o
certo.
Ela sabe que não falei com ele ou com minha mãe desde que
saí de casa, mas essa é a primeira vez que ela me dá sua opinião
sobre o que devo fazer. Minha mãe pode ser horrível, mas ela nem
sempre foi dessa maneira. Já vi uma família desmoronar e não
quero que seja assim com ela também.
— Oi, Devney. Já faz muito tempo que não ouço sua voz.
Não tenho ideia de por que ele está ligando, mas ele
estendeu a mão, então eu deveria lhe dar uma chance. Além
disso, eu sinto falta dele. — Eu sei. Sinto muito não ter ligado
antes.
— Eu estou bem.
Não deve ter sido fácil para ele dizer tudo isso. Passamos
por muita coisa como família, e papai teve alguns sustos de saúde
nos últimos anos. Ele só quer que sua família se cure e volte a
ser como era antes. Só não sei se isso é possível. Minha mãe é
quem tem problemas. Não eu. Eu me perdoei por meus erros. Ela
ainda está segurando isso e tornando impossível seguir em
frente. Ainda assim, por ele, farei o que ele pedir.
— Você e Sean...
— Tudo bem.
— Eu te amo, papai.
— Eu te amo mais.
— Eu preciso disso.
— Por que diabos você quer este carro? Quer dizer, é lindo.
Realmente é. Eu não posso acreditar o quão legal este Camaro é.
Tem que ser esse carro. Não é da mesma cor, mas é a mesma
marca e modelo do que Sean costumava dirigir.
— Combinado.
— Ok.
Eu o amo. — Eu sei.
— Ele era bom e tudo, mas ele não era certo para você.
Ainda assim, ele era inofensivo.
— E eu?
Meu peito aperta com a ideia de fazer isso. — Você acha que
eu deveria lhe dizer a história toda?
— Nós vamos sentir sua falta também, mas agora nós temos
uma desculpa para ir para a Flórida, certo?
— Eu sei.
— Meu pai.
— E?
Tudo o que ela sempre quis foi que eles estivessem próximos
um do outros e fossem gentis com os outros.
— Provavelmente não.
— Feito. — Essa vai ser a parte que Sean vai insistir, mas
eu tenho que fazer isso. — Mas não quero contar a ninguém sobre
isso até três semanas antes de você partir.
— Não preciso dos próximos três meses para saber que nada
vai mudar. — Sua voz é segura e não há dúvida em seus olhos.
— Eu sei o que quero, Sean, mas não acho que tomar uma
decisão tão transformadora de vida quando estamos
extremamente felizes seja uma boa escolha. Vamos brigar porque
você é um idiota. E você vai ficar com raiva de mim porque posso
ser uma desleixada. Agora estamos no momento perfeito. Contar
a eles só vai acrescentar mais... coisas. Eu não quero mais coisas.
Eu só quero você e o que nós estamos fazendo agora.
Ele suspira. — Então você sabe que isso é o que você quer?
Eu sei que isso é o que eu quero, mas estamos apenas mantendo
em segredo.
— Basicamente, sim.
— Parece idiota.
— Vou tentar.
Sem chance.
Sean
— Tudo bem, Austin, quero que você mude seu peso para
frente e para trás e esteja pronto para aparecer a qualquer
momento.
— Estou pronto.
— Você é tendencioso.
— Estou feliz que você não fez. Ele foi muito bem e eu queria
que ele conseguisse isso antes do torneio em alguns dias.
— Talvez.
Eu ri. — Cara, nunca deixe sua mãe para trás. Ela é quem
traz comida e planeja as coisas. Se você vai deixar alguém para
trás, nunca deveria ser ela.
— Exatamente.
— Bem, não estou convencida do por que ele não deveria ser
deixado para trás. Ele tem muito poucas habilidades, e eu sei
disso por causa do número de vezes que tive que salvá-lo quando
éramos crianças. Ele definitivamente não é engraçado. Não me
lembro a última vez que ele me fez rir, a menos que você conte as
vezes que eu ri dele. Sabemos que ele não pode planejar porque
disse que precisava que sua mãe empacotasse lanches para ele,
e você consegue adivinhar quem faz isso por ele agora? — Seus
olhos levantam e ela aponta para si mesma. — Quero dizer, se
estamos falando sobre alguém que devemos deixar para trás, é
muito claro quem é a escolha.
— Eu te amo.
— Eu te amo.
— Você me tem.
Sean agarra meus quadris e inclina meu corpo para que ele
possa chegar mais fundo. Meus dedos agarram seus ombros,
precisando segurar porque sinto que estou desmoronando. É
muito. A pressão, selvagem e caótica, começa a crescer
novamente.
Um.
Dois.
— Sim.
— Sim?
— Isso é bom.
Dormir é bom.
Hazel: Por favor, nos deixe saber que você está bem. Nós
estamos chegando no torneio agora.
— Tem certeza?
Eu concordo. — Ok.
Voltar para casa vai ser outra história. Nós dois saímos e
entramos.
Ambas concordam.
— Imaginei.
— Todos os jogadores têm algo que lhes traz sorte. Você tem
que descobrir qual é o seu e sempre tê-lo perto de você.
— Ele é.
— Pelo quê?
— Então, por que você não pode fazer isso agora? Somos
apenas nós, querida.
— É apenas... eu não posso fazê-lo em um hotel, ou no
carro.
Não vai ser assim que vou lhe contar tudo, mas eu preciso
deixá-lo saber a verdade de alguma forma.
— Certo.
— Devney...
Jasper sorri. — Não é uma coisa ruim. Estou feliz que ela
finalmente vai se abrir com você.
— Tudo bem.
— Quem é?
— Minha mãe.
— Atenda.
— É o seu pai.
— Por que eles ligariam para você?
— Estamos a caminho.
— Aconteceu um acidente.
Devney
— Houve um acidente.
— Quem?
E aqui estamos.
— Você é a Sra. Maxwell? — O policial pergunta quando
entramos na sala.
— Sim.
— Obrigado.
— Nós agradecemos.
Eu concordo. — Certo.
— Certo.
— O quê?
— Devney, não.
— Eu sei.
— Mãe...
Sean retorna com uma xícara de café para mim e chá para
minha mãe. Mais alguns minutos se passam e meu pai entra.
— Alguma novidade?
— Nada ainda.
— Austin! — Eu grito.
— Ele precisa que eu esteja lá. Ele não pode ficar sozinho.
Ele não pode acordar sozinho!
Ele pega meu rosto em suas mãos. — Ok. Nós iremos, mas...
— Não, ele não pode. Ele tem que ouvir isso de nós. Ele vai
ficar tão assustado. — As lágrimas caem como chuva.
— Eu preciso de você.
— Você me tem.
Ele diz sem saber que toda a minha vida mudou em apenas
algumas horas. Eu tenho que fazer ele entender que eu não estou
mais livre. Austin é tudo que importa.
— Sean...
Primeiro, tenho que partir seu coração e rezar para que meu
amor seja forte o suficiente para ajudar a curá-lo.
Ele concorda.
Por mais que eu queria ver seus olhos, não quero. Quando
ele acordar, ele vai ter perguntas, e as respostas não são o que
eu quero dar.
— Eu sei.
Eu levo sua mãozinha aos meus lábios. Ele está bem. Eu sei
que tudo ao nosso redor está ruim, mas neste segundo, eu me
permito sentir um pouco de alegria por Austin não ter partido
também.
— Mamãe? Papai?
— Ele disse que eu tinha que lutar. Eu tinha que ser forte.
Ele disse que assim que a ajuda chegasse, estaríamos bem. Por
quê? Por que ele não está bem?
Meu irmão deve ter lutado até o fim. Ele nunca iria permitir
que Austin se sentisse sozinho ou com medo se ele pudesse
ajudá-lo. Eu imagino meu irmão e Austin presos no carro
amassado, sem conseguir se mover, mas ele diz a ele como ele é
corajoso e para permanecer forte. Jasper teria dito ou feito
qualquer coisa para impedir Austin de perder a esperança.
— Esse garoto nunca mais vai ser o mesmo. — Ele diz sem
se virar para mim.
— Claro.
Eu toco nela? Seguro sua mão? Será que ela me quer perto
dela? Eu me faço um milhão de perguntas enquanto nós fazemos
nosso caminho de volta para a sala de espera. Até uma hora
atrás, essas não eram coisas sobre as quais eu me perguntava.
Eu simplesmente sabia.
Ela não pode ser sua mãe. Não é verdade... Jasper e Hazel...
— Sim.
— Ele é meu filho biológico, mas não, porque ele não é meu
filho. Ele era filho de Jasper e Hazel.
— Entendo.
— Não foi fácil. Na verdade, foi a coisa mais difícil que já fiz.
Houve tantas noites em que peguei o telefone para ligar para você.
Eu só consegui conectar a chamada uma vez, mas eu estava tão
chateada que me acovardei e acabei contando outra mentira do
porque eu estava tão quebrada. Você lembra?
— Não era para ser. Foi naquela noite que eu decidi dar ele
para o meu irmão. Eu estava... eu não sei, eu simplesmente não
conseguia lidar com as emoções.
E por ela, eu tenho que lidar com as minhas agora. Ela está
quebrando, em um mar de dor e incerteza, e não serei a razão
dela cair ainda mais. Eu a quero mais do que qualquer coisa
neste mundo, e quero que ela confie em mim. — Você vai me
contar tudo?
Lágrimas caem pelo seu rosto enquanto ela corre para meus
braços. Eu a seguro com força, beijando o topo de sua cabeça e
inalando tudo o que é Devney.
— Continue. — Eu insisto.
Fazer isso com qualquer garota é nojento, mas com ela... era
injusto. Devney é tudo de bonito neste mundo, e como um
homem, ele deveria ter estado lá para ela.
— Dev...
— Oh, querida.
— Jesus. Não sei o que dizer. Por que você não me contou
antes disso?
— Sua mãe?
— Sim. Ela estava tão dividida sobre isso, mas Jasper e
Hazel precisavam de Austin, e eu precisava deles.
— E agora?
Ela é sua mãe, mas Austin não sabe. Ela é sua mãe e agora
enfrenta a necessidade de passar por uma situação inteiramente
nova.
— Por quê? Por que você está fazendo com que seja
diferente?
— Eu irei aceitar.
— Eu estou chateado.
Connor se aproxima.
— Eu sei disso.
Talvez seja o caso, mas também sou o cara que não quer
nada mais do que embrulhar Devney e levá-la embora. Esse não
é o homem que ele precisa respeitar.
— Você sabe, não há nada dizendo que ela não irá até o
final. Você tem o que? Pouco menos de três meses para ser o
homem que ela e Austin precisam.
— Deus, não!
— Exatamente! Portanto, não me diga que de repente você
está ciente do que ela fará. Você não é um leitor de mentes, você
é um cara, e muito burro nisso.
— Culpa?
Austin está indo para viver comigo, mas eu não tenho uma
casa. Vou ter que ser sua mãe ou melhor, sua tia que na verdade
é sua mãe, só que ele não sabe disso. Por que tudo tem que ser
tão malditamente complicado?
— Bem? — Mamãe pressiona.
— Eu não sei.
— Estou ciente.
— Eu também.
— E para você?
Eu concordo. — Extremamente.
— Eu não vou.
Ela diz isso, mas suas ações mostram algo diferente. Mas
agora, eu não estou no clima para argumentar com ela. É mais
fácil deixar quieto e rezar para que esta... versão mais gentil de
minha mãe veio para ficar.
— Eu o criando?
— Mãe...
— Não deveríamos ter que fazer isso. Isso nunca deveria ter
acontecido.
— Obrigada.
— Isso dói.
— E vai doer.
— Podemos?
— Tudo bem, mas vamos ter que voltar para casa em algum
momento. — Como quando Sean voltar para a Flórida.
— Eu sei.
Passar por isso é demais. Eu não posso tirar sua dor. Tudo
o que posso fazer é segurar sua mão e tentar ajudá-lo a passar
por isso. Na última noite, ele caiu no sono nos meus braços,
molhando minha camisa quando ele chorava pelo meu irmão. Eu
não pude fazer nada além de segurá-lo e chorar ao seu lado. Em
algum momento Sean entrou, mudou Austin e me carregou para
nossa cama.
Nós todos sabíamos que hoje iria ser difícil, mas isso tem
sido uma agonia. Eu afasto o cabelo castanho escuro de Austin.
Mas aconteceu.
— Tenho certeza que sim. Mas acho que nossas mães podem
nos assistir e se certificar de que estamos bem. Provavelmente há
momentos em que elas estão aqui conosco, mesmo que não
possamos vê-las.
— E a tia Devney?
— Ela, com certeza, também ajudou. Ela sempre estava por
perto quando eu precisava, assim como ela sempre estará por
perto para você. Assim como eu sempre estarei por perto para
você. Se você precisar falar, chorar ou jogar bola porque está com
tanta raiva que não consegue aguentar, eu estou aqui. Sou seu
amigo, e amigos sempre ficam juntos. Vai ter dias que vai doer e
outros em que não vai ser tão ruim. Mas nunca tenha medo de
falar comigo ou com sua tia se precisar, ok?
E estou tão apaixonada por este homem que não tenho ideia
do que vou fazer quando ele for embora.
Sean
— Espaguete.
— Eu não sei.
— Se importa se eu assistir?
— Não.
Ele acena com a cabeça uma vez. — Eles eram. Eles riam
muito e dançavam o tempo todo. Era nojento.
Claro que ela fez. — Ela adora saber coisas que eu nunca
disse a ninguém. — Eu aceno e dou a ele um pequeno sorriso. —
Eu tentei impedi-los. Eu pensei que se eu pudesse dormir mais
tarde ou mais cedo ou dormir com algo que eu amava, isso iria
parar, mas não parou. Não imediatamente.
— Sim?
— Os sons estão muito altos e acho que está acontecendo
de novo. — Esse garoto precisa de uma pausa. Eu odeio que ele
esteja lidando com tanto em uma idade tão jovem.
— O inferno se eu sei.
Dev dá de ombros.
— Por quê?
— Certo?
— Vê? — Eu grito. — A criança não se importa. Esta árvore
parece boa?
— Viu? Ele não gosta dessa. Ele está apenas tentando ser
legal. Agora, vamos andar e encontrar a árvore perfeita.
— Isso importa.
Nós andamos por mais dez minutos até que ela toca meu
ombro. Eu estaciono e tento limpar o meu nariz, mais isso
realmente dói. Eu me pergunto se meleca pode congelar. Se sim,
a minha congelou.
— Essa aqui.
— É torta.
Ele ri. — Tia Devney, acho que devemos pegar uma que não
caia.
— Eu amo isso.
— Você ama?
— Você acha que eu posso ficar com isso como você faz? —
Seus olhos castanhos se arregalam e seus lábios se abrem. —
Como aquele que Sean tem para seu amuleto de boa sorte?
Ela concorda.
— Sean.
— Eu te amo.
Essa é a única coisa que sei que não mudou. Ela me olha
com mais amor a cada dia. Eu posso ver como isso é difícil para
ela. Talvez a coisa certa a fazer seja tirar o estresse adicional
sobre decidir e deixá-la ir. Mas eu não posso. Eu já vivi uma vida
sem ela, e eu não vou desistir agora.
Ela encheu meu mundo com cores que nunca vi antes e tons
suaves que são do que eu quero estar cercado.
— Eu te amo. — Digo a ela.
— Me mostre.
Eu vou lutar.
Eu vou me render.
— Eu também.
— Você fez?
— Tia Devney?
Procurando por horas para ver se havia algo que diria todas
as coisas que eu quero dizer.
Eu te amo.
— Abra.
— Uma chave?
Ambos concordam.
Eu rio uma vez e pego meu café. — Sério? Acho que a lista
que dei foi bem fácil.
Olham um para o outro e sorriem. — Quem precisa de uma
lista?
— E se eu disser não?
— Poderia ser...
— Obrigada, Jacob.
— A qualquer hora.
— Fique bravo, irmão, mas você não vai ficar com Sydney e
eu. — Dec acrescenta apenas para cavar a faca um pouco mais
fundo.
— Você sabe que eu nunca diria isso. — Ela sorri para ele.
— Definitivamente.
Jacob olha para mim. Ele não precisa dizer isso, eu sei o
que ele está pensando... é o que temíamos que acontecesse com
Connor. Cada vez que o telefone tocava enquanto ele estava em
uma missão, uma parte de mim queria vomitar. Nós três
odiávamos o medo que sentíamos.
Ellie pega sua mão. — Eu sei que você é muito bom com
seus fãs e por coincidência ele o é maior de todos. Sua mãe pegou
o emprego de orientação no conselho da escola, e quando ela
descobriu que eu era uma Arrowood, ela perguntou se talvez você
pudesse conhecer Sebastian. Eu não prometi nada.
— Por?
Além disso, Austin sabe o que é mais fácil para curar seu
corpo, então mais rápido ele estará de volta ao campo. Para uma
criança que só quer jogar bola, dizer a ele para pegar leve pode
ser uma opção a considerar. Ou eles vão rápido demais ou o
tratam como um bebê. Austin parece estar no último, o que é
uma coisa boa. Você pode forçar alguém a começar a fazer algo,
mas tentar pará-lo costuma ser um desafio.
— E o que é isso?
— Não importa.
— Isto é.
Em vez disso, Austin vai fazer isso sem ele. Sean pega minha
mão.
— Eu estou.
— Ele vai.
— Claro que é.
— Podemos entrar?
— Eu nasci pronto.
— Com certeza é.
Ele ri. — Papai disse que eu não poderia até que eu tivesse
quarenta.
— Está no PlayStation.
— Lindo.
Eu viro para olhar para ele, mas ele não está olhando para
fora da janela. Seus olhos treinados estão em mim. Eu sinto o
calor inundar minhas bochechas e me afasto. Eu o conheço
minha vida inteira, e não achei que ele alguma vez fosse me olhar
dessa maneira. Uma onda de tristeza me atinge porque não é
justo. Eu o amo. Ele me ama. Nós poderíamos ser tão felizes.
Temos todos os alicerces para um bom relacionamento e ele é
perfeito para mim. Eu posso ver a vida que compartilharíamos. A
maneira como seríamos uma família, porque Austin ama Sean, e
Sean o adora. Nós poderíamos ser mais, mas como?
Meu peito dói porque já sei que meu coração pode querer
Sean, mas minha cabeça sempre escolherá Austin. Não posso me
mudar para cá como uma namorada que vai tirar vantagens dele.
Tem de haver estabilidade financeira para mim, e ela não está
aqui, mesmo com a garantia de que ele poderia me ajudar a
encontrar um emprego.
Ela vai se levantar, mas eu pego sua mão. — Deixe ele ir.
— Ele vai ficar com raiva. Ele tem todo o direito de estar com
raiva.
— Eu não posso.
— Ele tem dez anos! Claro que ele quer ficar com você! Quem
não gostaria? Você é incrível, engraçado, doce, fantástico em cada
maldita maneira, e você joga beisebol. Você é o sonho, Sean. Você
é tudo que as mulheres pedem.
— Você está pronta para acordar? Você não precisa me ter
como um sonho, Devney. Eu sou a realidade e estou disposto a
lhe dar tudo.
Sua cabeça cai para trás enquanto ela olha para o teto.
— Por quê?
— Porque sim!
— Antes disso.
— O quê?
— Não, eu estou com raiva e medo, mas isso não foi apenas
algo que veio magicamente para mim. Eu quero me casar com
você. Acho que soube disso durante toda a minha vida, mas me
recusei a sequer pensar nisso. Isso não era apenas uma coisa de
seis meses para qualquer um de nós, isto é para sempre. Você
não anda para longe da pessoa que você está destinado a passar
sua vida. Quero me casar com você e vou me ajoelhar agora
mesmo, se for necessário.
— Bem, então por que você não está levando os desejos dele
em consideração? Ele não sabe a história completa, e ele está
perdido, porque ele acha que ele perdeu sua mãe quando ele não
perdeu.
— Então é isso?
Com isso, minha palma cai da porta e ela a abre. Sinto sua
perda, embora não a observe partir.
Não posso me mover até que tenha uma solução, e tem que
haver uma.
— Sean! Sean! — Dev grita com tanto medo em sua voz que
meu coração acelera e eu corro.
Devney
— O que você quer dizer com ele não está aqui? — Sean olha
em volta. — Austin? — Ele grita, mas não há resposta. — Austin!
— Nós nem sabemos quando ele foi embora! Deus! Ele pode
estar perdido!
Estou feliz que ele tenha tanta certeza. Eu olho, pego meu
celular e ligo para o número de Austin, apenas para ouvir o toque
vindo no sofá.
Ele pega meu rosto em suas mãos, nos segurando para que
possamos olhar nos olhos. — Vou encontrá-lo. Se ele voltar, me
ligue. Eu juro para você, Devney. Se ele estiver lá fora, eu o trarei
de volta.
—Olá?
— Ele não está aqui. Eu estou indo para a praia agora. —
Sean diz rápido e sem fôlego. — Eu deixei o pessoal aqui de aviso,
se ele aparecer eles irão cuidar dele e nos deixar saber. Eu acho
que você precisa ligar para a polícia.
— Syd...
— Me desculpe se eu te acordei.
Eu sei que ela faria. Sydney tem sido uma das melhores
amigas que alguém poderia pedir. Ela dá seu tempo e conselhos,
não importa o que aconteça, e sempre os dá com gentileza.
— Não é fácil jogar esse jogo, mas vamos fazer tudo o que
pudermos para o encontrar. Eu não tenho filhos, mas eu sou uma
tia também, e sei como eu me sentiria se fosse um deles.
— Obrigada.
Merda.
— Não, ela não está brava. Ela ficou aliviada em saber que
você está bem e provavelmente chateada, mas eu não acho que
ela está brava.
— Por quê?
— Como fugir?
— Sério?
Eu concordo.
— Estou bem.
— Sim, senhora.
— Eu sei que você está com raiva, e você tem todo o direito
de estar. Mas também quero que saiba que fiquei em Sugarloaf
porque eu precisava estar perto de você. Eu tive muita sorte por
fazer parte da sua vida, ir aos seus jogos, abraçá-lo, ensiná-lo a
montar cavalo, e todas as coisas que nós fizemos juntos. Você foi
o meu mundo no momento que eu descobri que estava grávida,
mas às vezes fazer a coisa certa pelas pessoas que amamos é
deixar elas irem se isso for para o bem delas.
— Se ela não amasse você do jeito que amava, ela teria feito
escolhas diferentes que talvez significassem que você nunca
jogaria beisebol. Talvez você tivesse ficado no Colorado, e quem
sabe onde vocês estariam agora. Eu sei que você está com dor,
mas você tem o dom mais incrível de todos. Você teve dois pais
que amavam você como se fosse deles, e você tem sua mãe aqui,
podendo amá-la de todo o coração.
— Sim.
Incluindo eu.
Ela está sendo mãe dele como sempre foi, escolhendo o bem-
estar de seu filho em vez de si mesma.
— Ele está.
— Eu também não.
— Então me deixe amar você, Devney.
— Sean?
— Sim?
Não há nada que este homem não faria por mim, e sou uma
idiota por pensar em deixá-lo ir.
O problema é mantê-lo.
— Você.
Ele ri. — Isso é bom, querida, porque você vai me ter. Você
quer que eu faça você gozar?
— Sim.
— Isso é bom?
— Sim, querida?
— Eu te amo.
Eu abri minha boca para dizer isso, mas nada vem, e então
eu o vejo desmoronar. Ele grita ao gozar, e então o sinto me
deixar.
Sean
— Se deveríamos?
— Eu também não.
— Pelo quê?
— Por me amar.
Devney chega até a porta, abre e olha para mim mais uma
vez. Ela levanta a mão para acenar, cobre a boca e desaparece.
Não ouço ou percebo meu irmão vindo até mim. Eu apenas fico
ali, assistindo suas luzes traseiras desaparecer.
— É por isso que lutei contra isso antes. É por isso que eu
menti e me recusei a deixar meus sentimentos se tornarem mais
do que amizade. Porra! Eu sabia que isso era uma má ideia.
— Sim. Acabou.
— Eu não entendo.
— Eu também não
— É complicado.
— Então descomplique.
— Bem, por que não pensei nisso? — Eu pergunto
sarcasticamente. — Eu quero dizer... que brilhante, porra. Eu
deveria tornar as coisas mais fáceis para mim e Dev apenas
porque você mencionou isso. Agora, como tornar essa situação
melhor... alguma ideia, gênio?
— Eu também estou.
— Não é como se você não soubesse para onde ela está indo.
— Eu disse a ela.
— O quê?
— Foda-se.
— Eu sei disso.
— A propósito, ter sua filha armando isso tudo foi uma boa
jogada.
Tem sido duas semanas sem Sean, e eu estou vazia sem ele.
— Eu acho.
— A pior parte é que Sean era a minha pessoa. Ele foi minha
outra metade e me fazia sentir segurança. — Eu digo sem olhar
para ela. — Eu estava com medo de perder isso, mas arrisquei
mesmo assim, e veja onde estou agora.
— Sim.
— Eu sei. Eu só quero que você saiba que, seja o que for que
você decidir, Connor e eu estamos aqui para ajudá-la. Você não
está sozinha, e se tiver qualquer coisa que você precisar, não
hesite em falar.
— Obrigada, Ellie.
— Sem problemas.
— Sean!
Bom.
— Eu estive em reuniões.
— Foram produtivas.
— Obrigado, Ells.
Minha cabeça cai para trás, não esperava que ele fosse
honesto.
— Sean...
— Eu posso adivinhar.
— Você pode?
Eu concordo. Se ele se sente tão mal quanto eu, sei por que
veio. Ele não conseguiu se conter.
— Mas...
— Eu posso, e eu fiz.
— Que pergunta?
— Fez o quê?
— Como?
Espero ela dizer algo, mas ela apenas olha para mim, a
cabeça inclinando de um lado para o outro.
Ser feliz.
— Esse é o plano.
— Para sempre.
— Desculpe, Duckie.
— Eu amo o meu.
Os dois se viram para mim, os rostos mostrando seu
descontentamento como se fosse eu quem colocou os apelidos em
vez de Declan.
— Diga.
— Não.
Eu sorrio para meu irmão. — Vamos lá, você sabe que quer.
— Ele vira as coisas para mim.
— Dev?
— Oh, pelo amor de Deus. Ele quis dizer como se você fosse
um bloco de madeira na parede.
— O sentimento é mútuo.
Mas eu não sou aquele que fica no meio das coisas, por isso
eu me inclino para trás, deixando o fogo me aquecer enquanto
eles dois trocam farpas.
Eu ficaria quebrado.
— Devney!
— O que? Você não disse nada sobre dias! Você fez parecer
que estávamos saindo para um encontro!
— E quanto a Austin?
— Austin? O quê? Ele não pode simplesmente se alimentar?
— Estou calma.
— Meu amor.
— Se você merecer.
— Sim? — Eu provoco.
— Sim.
— Veremos.
— O prazer é meu.
— Sam? — Eu chamo.
— Vamos lá.
— Vamos.
— St. Lucia?
— Eu lembro.
— Onde?
— Sim, aqui.
Meu coração bate contra o meu peito quando ele enfia a mão
no bolso.
— Eu te amo.
— Sim, senhor.
Sean
— Você diz que somos idiotas, mas eu digo que você é idiota.
— Tanto faz.
— Eu?
Ele e uma outra atriz estavam muito sérios. Claro, ele não
disse a ninguém além de mim, já que Declan e Connor nunca
teriam entendido. Comigo foi diferente, eu entendia. Quando
perdemos nossa mãe, Jacob lidou com a situação terrivelmente.
Por fora, ele era um garoto durão, bonito, popular e levava tudo
na esportiva. A verdade era outra muito diferente. Ele estava uma
bagunça. Ele não queria comer e procurou maneiras de irritar
nosso pai e levar surras que ele achava que merecia. Melhorou à
medida que envelhecemos, mas sua dor sempre esteve lá.
Não foi até que conheceu a atriz que ele começou a mudar
sua vida. Ela era linda, engraçada e deu a ele a ilusão de amor
de que ele precisava. Quando ela o deixou pelo diretor, ele
quebrou.
— Você também.
Ele concorda.
— Vou fazer um bom trabalho, eu prometo.
— Minha mãe?
— Obrigado, Sean.
— Você não precisa me agradecer por ser tão fácil de amar.
Ele ri. — Isso significa que eu tenho que ser legal com
Hadley?
— Está na hora.
— Estou pronto.
— Eu vou.
— Oi.