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"Um dos piores sentimentos do mundo é quando você não pode amar outra pessoa, porque
seu coração ainda pertencente a quem quebrou."
Desligo o celular ao ler o pequeno texto, eu estava em um desses aplicativos de vídeos curtos,
não me julguem, eles são ótimos para passar o tempo.
E era isso que eu estava fazendo, meu noivo levou nosso filho para cortar o cabelo, enquanto
isso, eu esperava. Era para termos feito isso antes, porém estávamos ocupados com a
mudança.
Depois de 5 longos anos longe, eu finalmente estava voltando para Los Angeles. Tanta coisa
aconteceu... Eu consegui me formar, mas não foi fácil, logo no início descobri que estava
grávida, Brandon ficou feliz, mas naquele ano ainda estávamos na amizade, eu amava outra
pessoa...
Ele sabia disso, mas me ajudou muito e com o tempo eu fui criando um carinho a mais por ele,
fomos morar juntos e assim criamos o nosso filho.
Ele me tratava bem, era carinhoso, me fazia sentir a mulher mais feliz do mundo, então por
que não tentar construir uma vida com ele? Começamos a namorar e agora estamos noivos,
esses anos ao lado dele foram perfeitos. Além disso, temos um filho maravilhoso.
Liam tem cinco anos e é a cara do pai, Brandon é um pai babão e faz tudo que seu pequeno
clone quer. E agora chegou a hora de voltar para Los Angeles, espero que Marius cumpra o
acordo de me dar um emprego na empresa.
— Vamos amor —disse Brandon me chamando, ao seu lado Liam sorri e corre para me
abraçar.
Agora entendo o sofrimento de outras mães, a gente sofre muito durante a gravidez para o
filho nascer a cara do pai.
— Eu irei adorar.
Depois de um tranquilo almoço em família fomos terminar de arrumar nossas malas, eu estava
arrumando as coisas do Liam.
— Não queria ir embora —comenta meu filho— não quero deixar meus amigos.
— Você pode vir visitá-los —falei— e você poderá fazer novos amigos, vou te apresentar a
filha de uma amiga, o nome dela é Helena, tem os irmãos dela também, são da sua idade.
— Meninas são chatas —disse ele— ela só irá querer brincar de boneca.
— Não fala assim meu filho, você e Helena serão ótimos amigos —falei animada.
— Irei arrumar a lancheira dele, caso o mesmo sinta fome na viagem —beijei meu noivo nos
lábios e meu filho na bochecha.
Logo desço até a cozinha, deixo a lancheira sobre a bancada e dentro coloco alguns biscoitos,
iogurte e alguns salgadinhos, coloco também uma garrafinha de água, nunca se sabe quando
ele irá ficar com sede. Ao finalizar, pego uma bolsa pequena aonde guardo alguns remédios,
ele irá precisar? Talvez não, mas é melhor estar prevenida.
Me sento na mesa comendo uma maçã enquanto penso, o que será que essa viagem de volta
me reserva? Será que eu vou encontrá-lo?
Ele não se importa se eu fui embora ou se eu voltei, ele irá me ignorar como sempre fez.
Olho para onde ele estava agora a pouco, nunca escondi dele os meus sentimentos por...
enfim, ele disse que iria me conquistar e me fazer esquecê-lo, deu certo por um tempo.
Assenti subindo até o quarto do meu filho, o encontro sentado na cama de cabeça baixa.
— Eu sei querido, mas precisamos voltar —falei— você nasceu aqui, mas a mamãe e o papai
nasceram em Los Angeles, precisamos voltar... seus avós moram lá e estão loucos para te ver.
Nossa vida é lá, só vinhemos para cá para que eu terminasse a minha faculdade, seu pai veio
para me ajudar, e agora, chegou a hora de voltar.
— Você irá se acostumar, e com o tempo você irá ver como lá também é legal —falei
acariciando seu rosto.
— Liam não quer ir, mas já conversamos sobre isso —beijei a cabeça do meu filho e me
levantei— vamos levar o resto dessas malas.
Fiz uma rápida busca e vi que já tínhamos pegado tudo, tranquei todas as portas e andei até o
carro.
Iríamos até o aeroporto e de lá teríamos uma longa viagem até Los Angeles.
— Deixa que eu coloco —falo, procuro pela música que sei que ele mais gosta e sorriu quando
a canção "Old MacDonald Had a Farm" começa a tocar.
Ee i ee i o
Ee i ee i oh
Everywhere a moo-moo
Ee i ee i o "
Começamos a cantar todos juntos. Liam adora essa música, e sempre nos faz cantá-la.
O trajeto até o aeroporto foi bem divertido, e logo estávamos embarcando no avião.
Eu estou voltando...
Capítulo 2
Termino de fazer outra tatuagem. Esses últimos quatro anos serviram para colocar minha vida
de volta nos eixos, agora eu vivo bem, ainda continuo com os remédios e terapias, e isso me
ajuda a ter uma vida tranquila.
Minha relação com minha família está muito melhor, Victoria agora é minha amiga, ironia,
não? Contínuo trabalhando na empresa, e isso é bom, às vezes devido aos meus transtornos
fico com vontade de largar tudo, e Marius sabe muito bem controlar a situação, o mesmo me
dá um dia de folga e eu o gasto com a psicóloga, ficamos horas conversando, às vezes faço
atividades físicas ou alguma atividade diferente, isso me ajuda muito.
A três anos atrás fiz minha primeira tatuagem, eu me sentia inseguro devido às cicatrizes do
acidente, então comecei a cobrir elas com várias tatuagens. A maior que tenho é no braço
direito, o mesmo foi o mais afetado por causa do acidente, eram vários cortes e para cobrir
tive que tatuar o braço por completo, a mesma começa da ponta dos dedos e vai até boa parte
do meu peitoral, tenho de tudo um pouco, flores, pássaros, palavras, imagens de desenhos
animados que eu gostava quando era criança.
Depois que comecei não quis mais parar, encobri todas as cicatrizes e fiz mais algumas em
outros lugares, no pescoço, tatuei a frase "Live Like a Warrior" nas maçãs do rosto, e fiz até na
virilha.
Marius me chama de gibi ambulante, meus sobrinhos adoram ficar olhando elas e a Eliza não
liga, aquela chata. Eu amo muito os meus sobrinhos, sempre vou visitá-los e levo presentes.
Dylan, Herry e Ryan estão tão espertos, sem falar na Helena, aquela coisinha nem parece que
tem 6 anos, o tempo passa tão rápido.
Saiu do estúdio de tatuagem e sigo para minha casa, irei tomar um banho e ir à casa dos meus
pais. Continuo morando no mesmo apartamento, é um pouco longe da casa dos meus pais e
da empresa, mas eu gosto, o barulho da cidade e das pessoas no prédio me fazem não me
sentir sozinho, e quando quero ter um descanso dos grandes barulhos da cidade, vou para um
pequeno chalé nas montanhas.
Não tem muito tempo que comprei o chalé, e fui pouquíssimas vezes lá, mas garanto que é
extremamente relaxante.
Chegando no meu apartamento tomo um banho rápido, no começo era bem complicado
devido à prótese, mas agora peguei prática.
Saiu do banheiro com uma toalha na cintura e a outra secando o cabelo. Ando até o closet e
procuro por algo confortável, como hoje estava um pouco frio, resolvo vestir um conjunto de
moletom preto, nos pés opto por um tênis branco.
Já completamente arrumado, desço até o estacionamento e pego meu carro. Após uns 30
minutos chego na casa dos meus pais, de longe já ouço o barulho da creche do Marius.
Vejo quando Helena corre atrás dos irmãos pelo jardim com um coelho na mão.
— Olha —disse me mostrando o coelhinho— eles rasgaram tio, foi o papai que me deu... ele
irá ficar triste quando ver.
Seus olhinhos estavam cheios de lágrimas, Marius deu esse coelhinho quando ela era bem
pequena, e desde então nunca mais o largou.
— Tenho certeza que dá para consertar —falei— por que não leva para sua avó? Dona Crystal
fez curso de costura.
— Sério? —pergunta e eu confirmo— Obrigada tio Cris, vou levar para ela consertar.
Recebi um beijo na bochecha e logo a mesma correu para dentro de casa. Ando pelo jardim e
encontro meus três sobrinhos sentados de baixo de uma árvore.
— Estávamos brincando de jogar o coelhinho um para o outro, para ela tentar pegar, mas a
mesma acabou se aproveitando de um descuido do Ryan e os dois começaram a brigar pelo
bichinho —diz Herry.
— Não façam mais isso, Helena o levou para que minha mãe costurasse —falei— vai ficar tudo.
— Não, queria resolver uns assuntos da empresa com o pai de vocês —falei— onde ele está?
— Porque não brinca um pouco conosco enquanto eles voltam —diz Ryan— podemos comer
bolo de chocolate antes.
Fomos para dentro e depois brincamos por um tempo, logo Marius chegou e fomos conversar.
Era sobre um novo projeto que estávamos desenvolvendo, iríamos contratar algumas pessoas
para que o projeto fosse desenvolvido mais rápido. Fiquei lá por algumas horas e depois fui
embora.
[...]
No caminho de volta para casa acabei passando em uma lanchonete e comprando um lanche.
Eu não iria cozinhar, então isso serviria, levei tudo para o terraço da minha cobertura e me
sentei para comer.
A noite estava linda, apesar de não vermos estrelas, o céu estava muito bonito, os prédios
coloridos davam um certo charme, apesar de preferir ver as estrelas, as luzes dos vários
prédios não deixavam a desejar no quesito iluminação.
Levo o grande hambúrguer até a boca e dou uma grande mordida, estava uma delícia, tomo
um pouco do meu refrigerante. Já faz cinco anos que parei de beber, não consumo nada que
tenha álcool já que tomo remédios e pode cortar o efeito.
Eu gosto do dia por que é sempre barulhento, não me sinto sozinho, mas quando chega a noite
a solidão bate a minha porta. Todos em suas casas tem uma companhia, eu não, sempre
sozinho...
Desde do acidente não me envolvi com nenhuma mulher, acabo me sentindo inseguro devido
às cicatrizes e prótese.
Apesar das cicatrizes estarem cobertas com tatuagens, minha pele tem um aspecto diferente e
é isso que me deixa inseguro, simplesmente não consigo.
Mulheres adoram homens tatuados, e por isso sempre recebo olhares maliciosos, e até penso
em tentar, mas acabo desistindo.
Nunca pensei em arranjar uma namorada ou até casar... mas estou ficando velho, e não quero
ficar sozinho. Ficar sozinho é muito triste.
— Finalmente —digo assim que o carro para na frente da nossa nova casa. Desço do mesmo e
abro a porta de trás onde vejo meu pequeno dormir.
— Nosso anjinho —diz o observando— eu levo ele, depois volto e pego as malas.
Ando até a porta da casa e pego a chave que estava no vaso da planta, abro a porta e fico
segurando a mesma para que meu noivo passasse com nosso filho. Ele entra com Liam nos
braços, seguimos para o segundo andar e o colocamos no nosso quarto.
Brandon desce para pegar as malas e eu começo a retirar a roupa do Liam, deixo ele apenas de
cueca, o enrolo nos lençóis e me abaixo beijando sua testa.
Depois de alguns minutos nossas malas já estavam no nosso quarto, desci para a cozinha para
ver o que estava faltando para depois ir ao mercado comprar.
A casa já era toda mobiliada então não precisávamos nos preocupar com isso. A única coisa
que precisávamos fazer era a reforma do quarto do nosso filho.
Sinto mãos na minha cintura e um beijo no meu pescoço, viro de frente para Brandon e o olho
nos olhos, ele me coloca sentada na bancada e fica entre minhas pernas.
Sinto seu membro duro roçar na minha intimidade ainda coberta pelo short, ele se esfregava
em mim descaradamente, sua mão agarra meu cabelo e o puxa para trás, o mesmo lambe e
mordisca meu pescoço.
— Bran... —sou interrompida quando sua boca ataca a minha, um beijo quente e desejoso.
Gemi na sua boca e sinto sua mão apertar minha bunda fortemente, seguro sua nuca e
aprofundo o beijo.
Apenas confirmei e logo fui pegada no colo por ele, o mesmo sobe as escadas em direção ao
banheiro e logo nos despimos.
Entramos no box e sou rapidamente prensada contra o vidro, meus seios estavam sendo
esmagados enquanto ele segurava meu cabelo. Ele se aproxima do meu ouvido e sussurra.
[...]
Resmungo ao sentar no sofá, minha buceta estava super dolorido, assim como meu pescoço e
todos os meus músculos.
Vou até o quarto e vejo que Liam ainda estava dormindo, me deito ao seu lado e faço carinho
na sua bochecha gordinha.
— Sim, amor —falou passando a mão pelos seus cabelos castanhos claros.
O mesmo vem para perto de mim e enterra seu rosto entre meus seios, sua perna estava sobre
meu quadril, passo as mãos pelas suas costas e sinto sua respiração calma.
Ele nega.
— Seu pai saiu para ir ao mercado, ele irá trazer aqueles pãezinhos de mel que você tanto
gosta —falo.
Me levantei e segui com ele até o banheiro, o mesmo logo tomou banho e depois vesti nele
uma roupa bem quentinha.
Lucca é o melhor amigo do Liam, ele tem uma gêmea que se chama Luísa, eles se conheceram
na creche e depois foram para a mesma escola.
Logo meu filho começa a conversar com seu amigo e eu vou desfazer as malas. Aquilo iria dar
muito trabalho.
[...]
Depois que terminei de arrumar tudo, o Brandon chegou e fui ajudá-lo com as compras. Liam
pegou alguns carrinhos dele e foi brincar no quintal, nosso quintal era enorme, tinham várias
árvores e flores, piscina e até uma fonte.
— Não muito longe daqui tem uma, ela é muito grande e parece ser boa —diz ele.
— Vou me informar direito, é bom que é perto de casa —falo e ele concorda.
— E o seu trabalho? —pergunta ele.
— Por que não voltaria? —falo— Marius sempre foi um ótimo chefe, sempre me tratou bem,
não tenho o que reclamar dele.
— Não estou falando do Marius, eu sei que ele é uma boa pessoa —diz— estou falando do
irmão dele.
— Ah, mas eu fiz um acordo com Marius —digo— irei trabalhar lá independente daquele
homem estar lá ou não, eu não ligo, não mais.
Brandon é filho único de donos de uma construtora de carros, mas ele não tinha uma relação
muito agradável com eles, mas com a morte de seus pais, todos os bens de ambos passaram
para Brandon, seu único herdeiro.
— Amanhã irei fazer uma visita, talvez semana que vem eu assuma —diz.
Ando até ele e abraço sua cintura, deito minha cabeça sobre seu peito, ele beija meus cabelos
e me faz cafuné.
— Por que não vai tomar um banho e descansar? —diz— vou olhar Liam.
Lhe dei um selinho e subi pro quarto, enchi a banheira e coloquei alguns sais de banho, entro
na banheira e solto um pequeno gemido de satisfação ao sentir todos os meus músculos
relaxarem.
Após o banho volto pro quarto e procuro por uma roupa quente e confortável, escolho um
shortinho moletom e um casaco de lã. Me deito na cama e fico pensando em como será minha
vida de agora em diante, muitas coisas irão acontecer e mudar. Espero que pelo menos sejam
coisas boas.
Abotoo os botões da minha camisa social e visto apenas o colete, pego o blazer e saiu do meu
apartamento com ele na mão. Entro na minha lamborghini e sigo até a empresa, o que demora
alguns minutos, entrego a chave para o manobrista e sigo para dentro com o blazer ainda em
mãos.
Antes de tudo preciso passar na sala do meu irmão para pegar alguns documentos, hoje estou
um pouco atrasado, ontem acabei ficando sem sono e já fui dormir bem tarde. Sigo para o
elevador e vou até a sala de Marius, mas antes peço para a secretária levar um café na minha
sala.
Abro a porta de sua sala, mas um impacto me faz parar, sinto algo líquido descer pela minha
barriga e resmungo.
— Desculpa, irmão —diz Marius— acabei ficando ocupado com alguns documentos e meu café
acabou esfriando, eu iria levá-lo para trocá-lo por outro.
— Vou pedir para Ava ir em uma loja comprar uma camisa nova para você —disse saindo.
Deixo meu blazer sobre o sofá e começo a desabotoar meu colete, depois começo a retirar a
camisa social que por ser branca ficou manchada.
Ando até a mesa e em uma das gavetas pego uma caixinha de lenços, começo a limpar minha
barriga que estava molhada.
— Licença... —olho para frente e prendo a respiração quando vejo ela... Alisson estava na
porta me olhando, seu olhar estava em todo o meu corpo, a mesma olhava atentamente cada
parte, inclusive as tatuagens. A mesma tenta falar, mas nenhum som se forma, eu ainda estava
paralisado, ela estava linda... ela sempre foi linda assim?
— Oi... Marius —diz olhando pro meu irmão, mas logo virando seu olhar para mim novamente.
— Desculpa pela demora irmão, tive que descer, pois a Ava estava preparando seu café —disse
— a mesma mandou eu te entregar e falou que já voltava com sua camisa nova.
— Vou... É... Vou para minha sala —passei rapidamente por ela, mas seu cheiro me pegou em
cheio, respiro profundamente e sigo para minha sala. Sento na minha mesa e deixo a xícara
sobre a mesma, passo as mãos nervosamente pelo cabelo.
Ela voltou...
Mas preciso ir com calma, possivelmente ela ainda me odeia por tudo que fiz e falei para ela.
Pela manhã acordei decidida a ir à empresa falar com Marius, Brandon foi para a fábrica e
levou Liam.
Entrei na empresa decidida e com muita coragem, mas toda essa coragem foi por água abaixo
quando entrei na sala do Marius e encontrei ele... Cristian. Minhas mãos suaram frio e o burro
do meu coração acelerou, ele estava completamente diferente...
Tudo nele mudou, ele está quase irreconhecível, seu corpo agora musculoso e completamente
tatuado.
Droga.
Porra... penso no Brandon e me espanco mentalmente. Ele não merece isso. Graças aos céus,
Marius apareceu. Logo Cristian saiu e Marius ficou me encarando.
— Acabei derramando café na camisa dele —disse— então fui pedir para Ava comprar outra
nova, por isso eu não estava aqui e você acabou passando por isso.
— Sem problemas —falei andando em direção a sua mesa, ele me mandou sentar e assim
ficamos nos encarando.
— Que bom que está de volta —disse— está aqui para que eu cumpra com nosso acordo?
— Sim —confirmei.
— Que ótimo, por mim você já trabalharia até hoje mesmo —disse.
— Então fica para a próxima semana —disse ele— Victoria ficará feliz em saber que você
voltou.
— E os filhos?
— Estão tão lindos —disse pensativo, seu sorriso era enorme— Dylan, Herry e Ryan estão com
cinco anos, eles aprontam tanto, nos deixam de cabelos brancos, Helena tem seis anos e agora
quer se maquiar e usar os saltos da mãe.
— Certa vez peguei ela toda maquiada e com os saltos de Victoria, e como a mesma não sabia
usar a maquiagem, acabou estragando tudo, minha mulher ficou uma fera —disse, logo seu
rosto perdeu o brilho— mas outro dia a mesma chegou da escola falando que beijou um
colega, e eu quase infartei.
Começo a gargalhar.
— Eu estou feliz, tenho muitos motivos para isso —falei— logo irá descobrir.
Ele ficou confuso, mas não perguntou nada, ficamos conversando por mais alguns minutos e
depois fui embora.
[...]
Assim que chego em casa a encontro vazia, silêncio absoluto, resolvo cozinhar um pouco.
Faço uma macarronada que sei que eles vão amar, depois faço arroz e strogonoff.
Coloco a comida sobre a mesa e deixo tudo bonitinho, subo para tomar um banho rápido e
quando desço encontro eles olhando toda a comida.
— Fiz o almoço dos meus amores —falei— vão lavar as mãos para comer.
Os dois correram para a cozinha e depois de alguns minutos voltaram com as mãos limpas.
— Isso está cheirando ótimo —diz Brandon se aproximando de mim e abraçando minha
cintura.
— Fiz especialmente para você e nosso filho —falo colocando minhas mãos sobre seus
ombros.
Logo o mesmo se afasta e senta colocando sua comida, ajudo Liam a colocar a dele.
— Que bom que gostou, meu amor —falo olhando para ele com carinho.
— Irei sair para ver sua escola nova, mas quando eu voltar, podemos, sim, eu irei adorar —
falo.
— Vocês são os melhores pais do mundo —diz todo empolgado. Após nosso almoço descansei
um pouco e depois saí para ver como era a escola onde eu iria matricular Liam, era um local
bem espaçoso e seguro, as pessoas eram legais e fui muito bem recebida. Fiz a matrícula do
meu filho e depois fui embora.
O fim de tarde foi tranquilo, ficamos em família e nos divertimos muito. Às vezes Liam me
pedia um irmão, eu ficava completamente sem jeito. Brandon ficava feliz, mas dava para ver
em seu olhar que isso não era uma vontade dele, pelo menos não no momento, ótimo, pois
também não era a minha. Com o tempo ele não me pediu mais, deve ter cansado, vivemos
bem do jeito que estamos e não quero que nada mude.
Capítulo 5
Fiquei na minha sala com os pensamentos a mil, eu ainda não estava acreditando que ela
estava ali, e que chegou no momento em que eu estava sem camisa. Só de imaginar seu olhar
no meu corpo, já começo a me sentir excitado, a mulher me devorava com o olhar, e eu
gostei... não foi como das outras vezes, agora foi diferente.
Saiu dos meus pensamentos quando Ava vem me entregar a camisa, agradeço e logo me visto,
como meu colete estava sujo fiquei apenas com a camisa social, que agora era azul-claro.
Deixo os dois botões de cima abertos e dobro as mangas da camisa até o cotovelo, deixando
várias tatuagens a mostra.
Me sento na minha mesa e fico pensativo, ouço a porta sendo aberta e Marius passando por
ela.
— Alisson —responde.
— E é sobre isso que eu iria falar —diz se sentando de frente para mim.
— Ela será promovida —diz— Alisson agora trabalhará junto com a equipe que projeta os
software e ficará responsável por eles, isso incluí, supervisionar e ficar responsável por me
passar o que será preciso para que os projetos fiquem prontos.
— Mas isso é trabalho meu —falo confuso sem saber aonde ele quer chegar.
— E era exatamente nesse ponto que eu queria chegar —diz— vocês irão trabalhar juntos.
— Alisson se formou em engenharia de software —diz ele— ela será uma ótima profissional,
confio nela.
— Pelo contrário, confio muito em você, vocês dois serão uma ótima equipe —diz animado.
— Claro que vai, você irá poder se acertar com ela —diz— quem sabe vocês não se entendem.
Ele sorri.
— Duvido muito, pelo que fiz com ela a mesma deve me odiar —falo.
— E quem disse que será fácil? —diz ele— não irá, e você precisa correr atrás do perdão dela,
assim como fez com Victoria.
— Ótimo, posso aproveitar essa oportunidade de trabalharmos juntos para me aproximar dela,
e assim conseguir que ela me perdoe pelo jeito que tratava ela no passado —digo— e
conseguir mostrar a ela que sou uma nova pessoa.
— Perfeito, não desperdice essa oportunidade —disse se levantando— temos uma reunião em
cinco minutos.
Assim ele sai me deixando sozinho. Não irei deixar essa chance passar.
[...]
Dois dias se passaram desde o meu reencontro com Alisson, e eu não a vi mais. Isso acaba me
deixando ainda mais ansioso para vê-la na segunda. Hoje era sexta e eu iria ter consulta com
minha psicóloga, Marius sempre me dá a manhã de folga para que eu vá nas consultas. Eu já
estava voltando para casa, iria tomar banho para depois ir para a empresa, quando recebo
uma ligação de Victoria.
— Estou muito ocupada no escritório e o Marius está em reunião, Madison de folga e a Eliza
ocupada no trabalho —diz, ainda não sei aonde ela quer chegar.
— Claro, agora vou desligar por que o sinal abriu —me despeço dela e já vou em direção a
escola.
Chego no local em cinco minutos e já vejo algumas crianças saindo, fico esperando meus
sobrinhos saírem quando vejo um menino parado no portão tentando amarrar o sapato.
Sorriu.
— Sua mãe está certa, mas não vou te fazer mal —falo.
— Isso é o que uma pessoa que quer me fazer mal diria —diz.
— Certo —falo olhando para frente onde vejo meus sobrinhos correrem na minha direção.
— Não irei te fazer mal, agora que estamos na presença dos meus sobrinhos, posso amarrar
seu sapato? —pergunto, ele ainda desconfiado assenti.
Ando até ele e me abaixo na sua frente, amarro seu sapato e logo me afasto.
— Papai, esse moço legal amarrou meu sapato —diz o garotinho que agora descobri se chamar
Liam.
— Sou Brandon Ferrari, trabalhava no RH da sua empresa, Cristian fitzy —diz me encarando.
— Eu não trabalho mais lá, herdei uma fábrica de carros e agora estou me dedicando a ela —
diz.
— Que legal, foi bom revê-lo —falo sincero— agora preciso ir, adeus Liam.
O garotinho acena para mim e logo vai embora com o pai, ando com meus sobrinhos até o
carro e os coloco no banco de trás. Sorte que hoje vim com meu Maserati, o mesmo tem
quatro portas e é super espaçoso, só assim para conseguir levar a creche do meu irmão.
— Ela está ocupada no escritório e me pediu para pegar vocês —falo terminando de prendê-
los com o cinto— vou deixá-los na casa dos meus pais.
Deixo eles na casa dos meus pais e vou para minha cobertura, tomo um banho rápido e me
visto com um terno preto, logo vou para a empresa. Mas não esqueço aquele garotinho,
parece muito familiar... certo que o pai dele é o Brandon.
Eu o conheci antes quando trabalhava na empresa, ele era um cara legal, nunca tive amizade
com ele, mas também não tive nenhuma inimizade. Ele era na dele, e eu sempre estava
fazendo merda, tenho vergonha de mim mesmo ao lembrar do que fiz antes, porém, pessoas
evoluem e se tornam melhores. A vida é assim, não evoluímos apenas uma vez, evoluímos a
cada dia, isso é o que nos tornam melhores.
Capítulo 6
Estava sentada no sofá lendo alguns artigos sobre tecnologia quando ouço o som do carro de
Brandon estacionando. Alguns segundo depois meu filho entra pela porta correndo.
— Oi mamãe —diz ele deixando a mochila sobre o sofá e correndo na minha direção.
— Cristian fitzy —diz se sentando ao meu lado, Liam rapidamente senta em seu colo.
— O tio Cris amarrou meu sapato —diz meu filho mostrando seu tênis.
— Sério? —falo.
— Por falar nisso, preciso ver Victoria e apresentar Liam —falo enquanto começo a retirar o
tênis do meu filho, deixando ele só de meia.
— Você disse que tinha visto ele na empresa? —pergunta meu noivo.
— Ele não reagiu —falo indiferente— ele apenas me olhou e depois saiu.
— Não precisa ter ciúmes —me aproximo dele e beijo seus lábios.
— Impossível —diz— você já foi apaixonada por ele, sem contar que o cara agora só tem
músculos e parece um gibi com tanta tatuagem.
Por alguns segundos me pego imaginando aquele corpo... seu peitoral tatuado, o "V" bem
desenhado na sua barriga e aquela pequena tatuagem na virilha que quase não da para ver
devido ao cós da calça social...
Para Alisson.
— Vamos parar de falar sobre ele —falo tentando mudar de assunto— hora de um certo
menininho tomar banho.
— E o que você é? —pergunto fazendo cócegas na sua barriga, ele se encolhe nos braços do
pai.
— Verdade —concorda ele— então agora ele poderá tomar banho sozinho, ir dormir sem
historinhas e beijinhos.
— Tudo bem, eu sou o bebê —diz fazendo um biquinho fofo nos lábios.
Sorrimos.
— Vamos tomar banho meu bebê, depois você irá almoçar —falo.
— Deixa que o papai dar banho nele —diz Brandon se levantando com ele nos braços, antes de
sair ele se abaixa e beija minha testa.
[...]
Os dias se passaram e logo a segunda chegou, hoje seria meu primeiro dia de trabalho. De
manhã bem cedo me levanto e começo a organizar algumas coisas, depois que Brandon dá
banho em Liam, eu o arrumo para a escola, depois disso tomo banho e me visto com uma
roupa social, um terno preto feminino muito bonito, faço algumas ondas no cabelo e uma
maquiagem básica.
Tomamos nosso café da manhã e logo meu noivo sai para o trabalho, o mesmo leva nosso filho
para deixá-lo na escola.
Estamos com um carro alugado por que os nossos ainda não chegaram, a transportadora
responsável por transportá-los teve alguns problemas e resultou em um atraso de três dias,
está previsto para eles chegarem hoje, estou com tanta saudade do meu Porsche.
Pego um táxi e sigo para a empresa, ao passar pela porta de entrada ando pela recepção,
algumas pessoas me olham, eu reconheço algumas delas, já outras não. Entro no elevador e
sigo para o último andar, como é o meu primeiro dia, preciso pedir instruções ao Marius.
Entro na sala de Marius e o vejo sentado, na sua mesa vejo vários porta retratos com fotos de
Victoria e de seus filhos.
— Marius —falo chamando sua atenção— Bom dia.
— Não precisa, agora só me chama de Marius —diz— senti saudades de trabalhar com você.
— Victoria, quando soube que você estava de volta, ficou feliz e disse que quer te ver o quanto
antes —diz ele.
— Também quero vê-la, podemos marcar de sair no final de semana —falo— quero conhecer
seus filhos.
— Iremos fazer um piquenique no nosso jardim com nossos filhos, por que você não aparece
lá? —diz.
— Tudo bem, só me passa seu endereço —digo e ele logo anota em um papel e me entrega,
guardo na bolsa.
— Tudo bem, agora me fale sobre o que irei fazer hoje —pergunto sorridente.
— Você irá trabalhar com o Cristian, vocês dois irão dividir o trabalho —diz, meu coração
acelera— ele já está sabendo disso e te aguarda na sala dele.
Terei que trabalhar com ele, na mesma proporção em que estava nervosa acabo ficando com
raiva, ele já me humilhou tanto por ser apenas uma secretária, olha só agora, iremos trabalhar
juntos. Vou fazer ele engolir cada palavra que já me falou, agora chegou a minha vez.
Me despeço de Marius e sigo para a sala de Cristian. Entro em seu escritório de cabeça erguida
e uma postura impecável, ele estava de cabeça baixa lendo algum documento, mas logo
levantou a mesma e seguiu todos os meus passos.
Não deixo de reparar na sua aparência, ele estava com um terno cinza, mas não estava de
blazer, apenas calça social, camisa e o colete, as mangas de sua camisa estavam dobradas até
seus cotovelos e sua gravata estava frouxa.
Fico parada na sua frente e ele me olha de cima a baixo, o mesmo passa a língua pelos lábios
enquanto ainda me observa, me sento na sua frente cruzando as pernas. Seu olhar continua
sobre meu corpo, depois sobe para meu rosto onde ele encara meus olhos.
Sorriu de lado.
É hoje!
Hoje será meu primeiro dia trabalhando com Alisson, não vou mentir, estou muito nervoso.
Após levantar e tomar todos os meus remédios, tomo um banho e faço toda a minha higiene.
Olho para todo o meu closet, por fim acabo escolhendo um terno de três peças cinza-claro. De
manhã não gosto de comer muito, então apenas pego uma maçã e saiu para a empresa, ando
pelas ruas de Los Angeles com minha lamborguini preta, esses automóveis são fantásticos.
Chego na empresa e já vou diretamente para meu escritório, para esperar por ela... Ava vem
me entregar alguns documentos que Marius me mandou e começo a ler, já tinham se passado
alguns minutos. Olho para meu relógio e vejo que ela está demorando, retiro meu blazer e
afrouxo a gravata, dobro as mangas de minha blusa social branca até os cotovelos.
Respiro fundo e volto a ler. Depois de alguns minutos ouço a porta ser aberta. Olho para a
mulher na minha frente que anda de cabeça erguida, seu terninho valoriza todas as curvas de
seu corpo, e me faz imaginar como seria seu corpo sem ele. A mesma me olha em desafio e se
senta na minha frente, cruzando as pernas, olho todo seu corpo novamente antes de subir até
seu rosto e encarar seus olhos.
— Então, parceiro —diz ela com um certo tom de deboche na voz— por onde começamos?
Deixo os papéis sobre a mesa e me ajeito na cadeira, olho para ela que agora estava olhando
suas unhas como se fossem mais interessantes do que a minha presença.
— Quero que você vá até a sala onde os outros engenheiros estão trabalhando e supervisione,
quero que veja o que eles estão precisando e anote —falo ganhando sua atenção— depois me
traga as anotações, irei levar para Marius.
— Quer que eu faça mais alguma coisa? —diz se levantando— pelo que Marius me falou,
temos que dividir o trabalho.
— Não estamos não, pois enquanto eu saiu para supervisionar, você irá ficar aqui na sua sala,
sentado na sua cadeira que parece mais um trono —diz ela brava— se pensa que vou fazer
isso sozinha, está enganado.
Me aproximo dela.
— Ótimo —resmunga.
Arrumo toda minha roupa e visto meu blazer, assim que termino olho para Alisson que me
observa. Sorriu e ela revira os olhos.
Ela não diz nada, apenas anda para fora da sala resmungando algo. Sorriu enquanto ando atrás
dela. Aproveito a oportunidade para observar todas as suas curvas, ela sempre teve esse
corpo? Alisson é magra, mas tem curvas de tirar o fôlego, sua bunda bem marcada no seu
terno me deixa duro, literalmente, resmungo um palavrão enquanto desvio meu olhar do seu
rebolado.
— Alisson —ouço uma voz masculina chamar a morena ao meu lado, logo vejo todos
cumprimentarem ela.
Olho para a interação dela com todos, ela era tão amorosa e tratava todos bem, como eu tive
coragem de fazer uma pessoa assim sofrer?
Mas vou me redimir, irei convidá-la para um jantar e pedir desculpas pelo jeito que tratava ela
no passado. Será isso que vou fazer.
Começamos a andar por todo o cômodo observando todos trabalharem, na verdade, Alisson
que estava supervisionando, eu estava supervisionando ela. Observo o jeito que ela se move
calmamente, o jeito de como sorrir e de como conversa animadamente com todos.
Depois de quase uma hora naquela sala, finalmente voltamos para a minha, me sento na
minha mesa enquanto retiro meu blazer. Alisson se senta na minha frente tomando café e
lendo suas anotações.
— Irei falar com Marius sobre isso —pego meu telefone e ligo para Ava, peço para a mesma
me trazer um café.
— Tudo bem —diz deixando sua agenda de lado e pegando o celular. A mesma começa a usá-
lo, ela sorria para o mesmo enquanto digitava algo, seus olhos brilhavam e suas bochechas
ficaram vermelhas, ela pega uma mecha de seu cabelo e a leva timidamente para trás da
orelha. Sei que devo estar parecendo um louco olhando para ela agora, mas é impossível, é
como se ela tivesse um ímã que me puxasse para ela.
— Seu café, senhor Cristian —diz se abaixando na minha frente e deixando o café sobre a
mesa— trouxe alguns biscoitos.
Pego o pratinho onde eles estavam e entrego a ela, a mesma pega um e começa a comer, já eu
começo a tomar meu café.
— Deve ter sido apenas o que eu tinha pegado —diz ela, a mesma logo volta a usar o celular.
Após o café, deixo ela na minha sala olhando alguns documentos que eu estava finalizando e
vou até a sala de Marius.
— Papai leva para você —diz meu irmão— também te amo, coisinha rosa do papai.
— Vim aqui para te entregar essas anotações —falo deixando a agenda sobre sua mesa—
precisamos de dois computadores novos.
— Certo, amanhã mesmo irei resolver isso —diz— como está sendo trabalhar com Alisson?
— Normal —falo— ela é alegre, sempre anda com um sorriso no rosto e trata os outros super
bem...
— Sempre? —pergunto.
— Estou percebendo isso agora —falo— irei convidar ela para um jantar.
— Talvez —falo, eu nunca fui em um encontro, na verdade, eu nunca quis sair em um encontro
com ninguém... Mas com ela eu quero.
— No final de semana iremos fazer um piquenique com as crianças, ela irá —diz— você
poderia aparecer lá.
Me despeço dele e volto para a minha sala, mas com o pensamento em uma certa morena.
Estou ansioso, espero que nada acabe com meus planos.
Capítulo 8
Alisson Avellar narrando:
Mais um dia!
A cada dia, a cada minuto trancada naquela sala com Cristian me faz desejá-lo, eu não estou
conseguindo evitar, a todo momento a parte racional do meu cérebro me lembra que Brandon
não merece isso. Eu sou uma desgraçada... meu noivo não merece isso, mas é impossível de
evitar.
Eu tento tanto não olhar pro Cristian, sempre fico lembrando do jeito de como ele me tratava
e as noites que eu chorava me perguntando o que tinha de errado comigo...
Por que ele não gostava de mim? Por que ele não me desejava? Eu era feia? Ele olhava para
todas as mulheres e desejava elas... menos eu. Aquele filha da puta me ignorava e eu ainda
corria atrás dele como uma cachorrinha.
Cristian me humilhava devido à minha profissão, me ignorava, me tratava mal, me fez chorar
por ele... e eu sempre correndo atrás dele tentado buscar um mínimo de atenção. Mas preciso
parar com isso, quero o melhor para mim, e o melhor no momento é o Brandon.
Cristian nunca irá me tratar como mereço, ele nem gosta de mim... por que estou pensando
nisso?
Na verdade, ele está querendo saber como anda minha "relação" com o Cristian. Ele meio que
surtou um pouco quando soube que iríamos trabalhar juntos, não julgo ele, se fosse eu no seu
lugar, faria o mesmo. Imagina saber que o homem pelo qual sua noiva foi apaixonada agora
passa o dia todo ao lado dela... os dois fazem tudo juntos vinte e quatro horas por dia. Eu
entendo o lado dele.
— Que ótimo amor, seus olhos chegam a brilhar quando fala do seu trabalho —diz ele, o
mesmo está colocando suco de laranja em um copo, Brandon não gosta muito de café, não sei
qual a graça que é tomar suco de manhã, para meu dia começar com muita energia necessito
de café, uma xícara enorme.
— Estou trabalhando em algo que gosto —falo sorridente— impossível não ficar feliz assim.
— Fico feliz por saber disso —diz ele— você poderia levar o Liam hoje para escola?
— Claro que levo, amor —falo— mas, o que você irá fazer que não poderá levar ele?
— Vou me encontrar com um novo sócio —diz— ele irá viajar ainda nessa manhã e perguntou
se poderíamos nos encontrar antes de sua viagem, iremos assinar alguns documentos que
faltam. Isso era para assinar só depois, mas o mesmo disse querer deixar tudo finalizado,
segundo ele, o mesmo irá viajar pelo mundo com a esposa e não quer que nada atrapalhe.
— Que fofo da parte dele, mas precisava ser assim tão cedo? —falo— sei que ele irá viajar,
mas poderia deixar que algum advogado dele resolvesse isso.
— Pensei o mesmo, mas se quero que minha fábrica cresça e se torne uma das maiores,
preciso fazer de tudo para não perder possíveis sócios e investigadores.
— Você está certo, boa sorte —digo enquanto lhe dou um selinho.
O mesmo termina de tomar seu suco e logo se vai, termino de tomar meu café e vou em
direção ao quarto do meu filho. Como ainda era cedo, o mesmo ainda estava dormindo.
Começo a acordá-lo, mesmo com muita preguiça ele vai pro banho, depois o ajudo a vestir o
uniforme e deixo ele tomando seu café da manhã.
[...]
Após deixar meu filho na escola, sigo para a empresa, eu estava cinco minutos atrasada. Assim
que chego no meu local de trabalho já vou diretamente para a sala de Cristian, não tinha
ninguém, estranho.
— Cristian não vem hoje pela manhã —diz— o mesmo teve alguns assuntos pessoais para
resolver e só virá a tarde.
— Certo, irei ver se o pessoal da sala 5 estão precisando de alguma coisa —falo.
A empresa é muito grande, então é dividida em muitas salas, cada uma tem seu número de
identificação, a sala 5 é onde o pessoal que desenvolvem os softwares ficam. Tem várias outras
áreas, tipo a sala de manutenção, onde fazem os teste e várias outras.
— Depois que você voltar, quero que vá até a sala de testes para ver o nosso novo programa
—diz ele— Clark está dando os toques finais.
[...]
A manhã passou muito rápido, logo tivemos nossa pausa pro almoço, e quando terminei subi
diretamente para a sala do Cristian, como ele ainda não tinha chegado, aproveitei para ligar
pro Brandon. O mesmo iria pegar Liam na escola e depois levá-lo na fábrica, meu filho adora ir
para lá, e se diverte muito quando o pai o leva para ver as grandes máquinas construindo os
automóveis.
— Não esquece do remédio dele —falo para Brandon, meu filho acabou ficando gripado e
estou dando remédios para que o mesmo melhore logo.
— Claro que ganha meu amor, mas o seu é diferente —sorriu maliciosa— nos vemos a noite.
Olho para a porta e tomo um susto ao ver Cristian parado ali, rapidamente me despeço de
Brandon e desligo.
— Ouvir a conversa dos outros é feio —falo enquanto guardo meu celular na bolsa.
— Você está na minha sala —diz andando até sua mesa e sentando.
— Mas você ficou na porta ouvindo, poderia ter falado algo para que eu saísse, mas não ouvir
minha conversa —falo brava.
— Vai cuidar da sua vida —falo me levantando— agora irei até o Clark, o mesmo quer me
mostrar algo sobre o software.
— Espera —diz se levantando e andando até a mim, ele para na minha frente e fica me
encarando.
— Eu... sei que fui um babaca com você no passado... —antes dele continuar, o interrompo.
— Não quero saber, já sofri demais por causa disso e não quero mais —falo olhando em seus
olhos.
Dou as costas para ele, mas paro quando o mesmo segura meu braço e me faz virar de frente
para ele novamente.
— Alisson, por favor —diz me olhando intensamente— eu mudei, não sou mais aquele
moleque de antes... quero te mostrar que agora eu sou diferente.
— Você não acha que agora é tarde demais? Já se passaram cinco anos, e agora eu tenho uma
vida nova. Não tem espaço para você.
— Eu quero fazer diferente, aceita jantar comigo? —diz confiante, seu rosto estava bem
próximo do meu, sua respiração batia contra meu rosto.
Se ele soubesse o quanto eu esperei para ouvir isso... Se ele soubesse o quanto eu esperei por
esse convite. Mas tudo isso foi no passado, a Alisson de hoje não é mais aquela garota boba,
aquela menina que se derretia por ele. A Alisson de hoje sabe o seu valor, e não será um
simples convite que irá me fazer mudar de ideia. Ele terá que fazer muito mais para que um
dia eu o perdoe.
— Não quero, tenho coisas mais importantes para fazer —puxo meu braço de seu aperto e
saiu da sua sala.
Ele fez o que eu sempre quis... pena que agora é tarde. Agora eu tenho noivo e um filho,
Brandon merece o devido respeito. Se um dia eu achar que não damos mais certo, antes de
qualquer coisa, irei falar a verdade para ele, é assim que pessoas de caráter fazem.
Ele me respeita e eu irei dar o devido respeito para ele, também não posso fazer nada
precipitado, porque no meio dessa bagunça toda existe uma criança, e eu preciso pensar no
Liam.
— Não quero, tenho coisas mais importantes para fazer —diz e logo saí me deixando sozinho.
Passo as mãos pelo cabelo nervoso, ela me deu um fora... certo, eu merecia isso. Mas não irei
desistir, ela de alguma forma está despertando algo em mim. Nesses três dias que estamos
trabalhando juntos, eu estou vendo um lado dela que me encanta. Sei que ela tem a mesma
personalidade de cinco anos atrás, mas eu estou vendo esse lado agora... meu eu idiota do
passado não me permitiu ver isso.
Eu sempre soube que ela era apaixonada por mim, e quanto mais ela corria atrás de mim me
dando atenção, mais eu gostava, eu fingia que não ligava para vê-la correndo atrás de mim,
aquilo deixava meu ego nas alturas. Eu sei, eu era um completo idiota.
Hoje falei sobre ela para minha terapeuta, a mesma me disse que é bom para mim e para
minha recuperação buscar o perdão dela. Eu ainda tenho um peso sobre as costas do que a fiz
passar, se eu tentar buscar seu perdão, mesmo que a gente não se torne amigos um dia, vou
ficar mais leve e sem nenhum peso na consciência. Mas irei lutar por ela, não fiz isso no
passado, mas vou fazer agora, e dessa vez não vou perdê-la, vou lutar nem que seja por
migalhas que ela resolva me dar.
Não posso ir rápido demais, preciso fazê-la ver o quanto eu mudei e o quanto estou
arrependido por tudo que fiz. Irei começar amanhã mesmo, no domingo terá o piquenique dos
meus sobrinhos e ela irá, vou tentar me aproximar ainda mais dela. Será isso que vou fazer.
[...]
Quinta-feira.
Chego bem cedo na empresa e já vou diretamente para minha sala, vejo a mesa de Alisson que
foi colocada do outro lado da minha sala.
Essa mesa foi especialmente comprada para que Alisson trabalhasse junto comigo, ela só ficará
responsável pela decoração da mesma. Começo a fazer uma pequena mudança, coloco sua
mesa bem próxima da minha, mas para isso tive que mudar o sofá de lugar e uma pequena
estante com livros.
Olho as horas no relógio e vejo que ela já deve estar chegando, descido pegar um café para
ela. Saiu a procura da máquina de café, nunca precisei descer para pegar, então não sei onde
fica.
— Se o senhor quer café, poderia ter me pedido —diz ela— vou pegar pro senhor.
Agradeço Ava e sigo em direção a minha sala. A morena já estava na sua mesa, ela colocava
algumas coisas sobre para que ficasse mais decorada, com o tempo ficará do jeito que ela
quer. Ando até ela e deixo a xícara na sua frente, a mesma para de fazer o que estava fazendo
e fica olhando a xícara desconfiada.
Alisson pega a xícara de café e olha para a mesma bem de perto, depois cheira a mesma e logo
me encara.
— Você colocou alguma coisa aqui dentro? —pergunta encarando o líquido escuro e quente.
— Não sei, por que está me tratando assim? —pergunta— me trazendo café e sendo legal.
— Aí que está, você nunca fez isso antes —diz ela já um pouco alterada— por que isso agora?
— Eu só quero mostrar que mudei, e que me arrependo —falo calmamente— você pode ficar
com raiva, mas não irei desistir.
— Espero que quando você descobrir a verdade, você desista dessa ideia idiota —fala.
Que verdade?
Ela está escondendo alguma coisa, mas independente do que seja, não irei desistir, a menos
que eu veja ser uma causa perdida, até lá, vou lutar com todas as forças que tenho.
Me sento na minha mesa e começo a ler alguns documentos que já estavam ali, Marius tem
tantos desses para ler e assinar que às vezes não da conta e me manda algumas para que eu
possa ajudá-lo. Olho disfarçadamente para Alisson e vejo a mesma cheirar o café antes de
tomá-lo. Ela dá um sorrisinho e toma outro gole, sorriu internamente e volto aos meus
documentos.
Sinto um cheiro ótimo e olho para Alisson, a mesma estava com um potinho, no mesmo tinha
um pedaço de bolo bem grande. Parecia ser bolo de cenoura com cobertura de cream cheese.
Meu preferido.
Acho que ela sente meu olhar sobre ela e me olha no mesmo momento.
Ouço o barulho de seus dedos batendo na mesa, já fazia alguns minutos que ela estava assim.
— Você quer, sim, vem pegar um pedaço —diz ela— não irei conseguir comer sabendo que
alguém está com vontade.
Sorriu.
— Tudo bem —me levanto e ando até sua mesa, paro ao seu lado e pego um garfo que tinha
dentro do recipiente. Corto um pequeno pedaço e o levo até a boca, como o mesmo e suspiro
ao sentindo seu delicioso sabor. Olho para Alisson que me encarava, o canto de sua boca
estava sujo de cream cheese, o limpo com meu polegar e depois o levo até minha boca.
— Delicioso —falo encarando sua boca, vejo suas bochechas ficarem vermelhas.
Como mais um pequeno pedaço e depois volto para minha mesa, voltando a ler os
documentos, mas às vezes desviava meu olhar para ela. A mesma parecia uma criança
comendo aquele pedaço de bolo, se sujava toda e sorria como se estivesse fazendo uma
travessura. Sorriu olhando para ela, mas logo volto ao trabalho.
Capítulo 10
Sexta-feira.
Hoje o dia está sendo uma correria só, mal cheguei na empresa e já fui diretamente para uma
reunião com Marius. Não vi Alisson, mas sei que ela ficará responsável por supervisionar a
equipe. Nosso novo projeto está finalizado, e como não ficamos parados, iremos começar um
novo projeto. Alisson estará na frente de tudo, mas terá uma ajuda de Clark por ser seu
primeiro projeto.
Às vezes vejo Clark olhar para ela de um jeito diferente, e por isso sempre fico de olho nele,
quando os dois estão trabalhando juntos.
Olho as horas no relógio e vejo que são quase meio-dia, Alisson deve estar com Clark essa
hora... será que eu devo me preocupar?
Quando finalmente a reunião acaba, saiu da sala de reuniões com o telefone em mãos, peço
para a moça da lanchonete me mandar alguns lanches. Irei comer na minha sala, e se eu der
sorte, não irei fazer isso sozinho.
Passo pela Ava que parecia estar discutindo com alguém no celular, dou de ombros e entro na
minha sala. Vejo ela toda concentrada em seu computador.
Me aproximo dela e fico atrás de sua cadeira, olho bem para a tela do computador e me
surpreendo com os detalhes.
— Isso está ótimo, estou impressionado —falo, ela abre um sorriso enorme.
— Obrigada, irei fazer mais algumas mudanças —diz— esse é meu primeiro projeto, quero que
saía perfeito.
— Já está perfeito, aliás, tudo que você faz é perfeito —comento, suas bochechas
imediatamente ficam vermelhas e ela sorri tímida.
Era Ava.
— Seu pedido, Sr. Cristian —diz deixando uma sacola enorme com minha comida sobre a
mesa.
— Já comeu alguma coisa? —pergunto para a morena que ainda estava concentrada no seu
trabalho.
— Aqui tem muita comida, não irei conseguir comer tudo —falo, abro a sacola e começo a
retirar todos os lanches, tinha hambúrguer, batata frita e milk shake.
Pedi tudo em dobro, então coloco o dela sobre sua mesa e volto para minha, onde me sento
comendo uma batata.
— Está mesmo, quase não tenho tempo, então preciso de algo rápido para comer, sempre
peço um lanche —falo— é rápido e prático.
— Como consegue manter esse corpo musculoso? —pergunta, mas logo fica tímida ao
perceber o que falou.
— Eu sou assim, não preciso me matar em uma academia para ter o corpo malhado —falo—
posso comer tudo e não engordo.
— Sorte sua —diz, a mesma levanta para jogar a caixinha do hambúrguer no lixo, o mesmo
estava perto de mim.
Vejo que o canto de sua boca está sujo de molho, pego um lenço de papel e antes que ela se
afaste de mim, seguro seu braço. Ela me olha confusa, me aproximo com o lenço, limpo
calmamente sua boca enquanto ela me olha atentamente, sua respiração quente batia contra
minha mão.
Me aproximo ainda mais e fico bem próximo do seu rosto, sua respiração fica acelerada. Olho
para sua boca, vejo ela lamber os lábios e fico hipnotizado, seus lábios vermelhos me fazer ter
certeza que eles tem gosto de morango. Quando vou beijá-la, a mesma se afasta bruscamente.
— Você não pode fazer isso —diz brava andando até sua mesa.
— Por quê? —pergunto— eu estava com vontade, e você parecia estar gostando.
Olho para ela que pegava seu telefone na bolsa, o mesmo estava vibrando e parecia ser uma
ligação urgente. Ela se afasta ainda mais de mim e atende a ligação, a mesma parecia
preocupada, rapidamente ela anda até sua mesa onde pega sua bolsa e sai da sala sem falar
nada. Fico confuso olhando a porta ser fechada, o que aconteceu?, resolvo ir atrás dela, mas
assim que passo pela porta da minha sala, a vejo entrando no elevador.
Diz ele saindo na frente, eu o sigo. Entro na sua sala e me sento, ele faz o mesmo e fica me
encarando.
— O que você quer me falar? —pergunto.
— Você gosta mesmo dela? —pergunta ele— por que se você não gostar dela o suficiente para
lutar, é melhor nem tentar, ela já sofreu tanto e agora tem muito a perder.
— Eu... Eu quero tentar com ela —falo— isso é tudo novo para mim, eu nunca senti isso por
alguém antes.
— Ela me faz sentir coisas que nunca senti antes por nenhuma outra mulher, o frio na barriga e
o nervosismo para encontrá-la, eu agora vejo que sempre senti isso por ela —falo— mas... Eu
gostava tanto do jeito que ela me dava atenção, eu achava que se eu retribuísse, a mesma iria
me dar menos atenção, pois já teria ganhado tudo que queria de mim.
— Que bobagem, ela iria te dar mais atenção ainda —diz meu irmão— e ela nunca iria
embora.
— Eu quero que ela me perdoe pelo passado, para que eu possa tentar ter um futuro diferente
com ela —falo.
— Tem certeza disso? —pergunta— irmão, todo mundo segue em frente após termos uma
desilusão, tenho certeza que ela seguiu, então eu só te peço, se você não tem certeza dos seus
sentimentos, não tenta se aproximar dela romanticamente, busca só a amizade.
— Por que você está falando assim? Por acaso você está sabendo de algo que eu não sei? —
pergunto.
— Eu só estou te alertando, já vi ela sofrer por você uma vez, não quero vê-la sofrer de novo
—disse.
— Pode ficar tranquilo, não vou fazer nada para mágoa-lá —falo.
— Assim espero —diz, mas sinto que ele sabe de alguma coisa.
— No quarto —diz.
Subo as escadas correndo com meu noivo logo atrás. Entro no nosso quarto e vejo meu filho
enrolado nos lençóis, coloco a mão sobre sua testa e vejo que ainda está bem quente. Quando
eu estava na empresa recebi uma ligação do Brandon falando que tinha levado Liam no
hospital, ele também me falou que o mesmo já estava melhor, mas teve que tomar remédio,
pois sua febre estava bem alta.
— Um dos investidores chegou na fábrica querendo falar comigo, deixei Liam com Ashley para
que eu pudesse conversar com o homem em particular —diz ele— durante a nossa conversa
minha secretária entrou na minha sala falando que Liam estava com febre e dizendo que
estava com sono, quando fui ver meu filho, o mesmo estava ardendo em febre. A primeira
coisa que fiz foi pegá-lo e levá-lo para o hospital.
— Sim, ela disse que nosso filho tinha apenas febre, ele ainda não estava totalmente curado da
gripe —disse ele— a mesma passou um remédio para que a febre baixasse, e disse que não
precisava me preocupar. Acho que fiz uma tempestade em um copo de água.
— Menos mal —falei— mas que bom que mesmo não sendo nada de mais você o levou até o
hospital, nunca se sabe quando pode ser algo grave, pelo menos ficaremos mais tranquilos.
— Sim, quando eu vi ele sonolento e quentinho me deu um aperto no peito —diz ele se
abaixando e beijando a testa do nosso filho— não pensei em mais nada, só o peguei nos
braços e corri pro hospital.
— Fez certo, você é o melhor pai —falei sorrindo para ele que me encarou sorrindo de volta.
— Liguei para ele depois, o mesmo disse que entendia, era uma emergência familiar e ele disse
que faria a mesma coisa se fosse um dos filhos dele —disse.
— Que ótimo, fico feliz por você —sorriu acariciando seu rosto.
— Irei estudar a noite —diz ele— depois que sair da fábrica. Eu resolvi estudar por que não
estendo muito de mecânica, e como agora tenho uma fábrica de carros, tenho que entender o
que estou fazendo. Isso também ajudará em possíveis projetos que quero fazer no futuro.
— Muito bom, estou feliz por você —beijo seus lábios mais uma vez— sabe, eu não queria
chegar a isso, mas acho que teremos que contratar uma babá para ficar com Liam, pelo menos
na parte da tarde quando ele sair da escola.
— Acho que isso irá nos dar uma ajuda e tanto —diz ele— trabalhamos o dia inteiro, Liam
estuda de manhã e a tarde está livre, ele pode ficar comigo na fábrica, eu adoro ter a
companhia dele, mas acho que não é muito saudável para uma criança viver no trabalho dos
pais, com a babá, ele poderia descansar depois da escola e brincar muito, isso é o que crianças
fazem, fora que ele estará seguro em casa.
— Concordo, amanhã irei colocar um anúncio de procura-se babá —falo, me deitando ao lado
de Liam e o puxando para mim.
— Eu não troco nenhum dos dois —diz meu filho se aconchegando entre nós dois— eu amo os
dois igualmente.
— Onde você aprende falar tão bem assim? —pergunto beijando sua bochecha gordinha.
— Certa vez peguei ele conversando com Ashley sobre a importância de dividir —diz meu
noivo— minha secretária estava comendo um cookie, ele já tinha comido o dele e queria pegar
o dela.
— Você queria comer os cookies da tia Ashley —falei fazendo cócegas nele.
— Você que comeu todos, seu danadinho —diz Brandon fazendo cócegas nele também— e
ainda fez Ashley ir pegar mais.
— Por que ela ama crianças e faz tudo que você quer —diz Bran.
— Na casa do Marius e Victoria fitzy —digo— quero apresentar vocês para todos.
— Você terá quatro amiguinhos para brincar —falo para meu filho— Helena, Dylan, Harry e
Ryan.
— Quatro filhos —diz Brandon— tenho certeza que Marius ainda queria ter mais filhos,
porém, não tem por que Victoria não quer.
— Que tal você tomar um banho e a gente ir assistir filme —diz meu noivo para nosso filho.
— Hoje teremos uma tarde em família —diz Brandon, Liam que agora estava em seus braços
comemora.
Sorriu e logo desço para a cozinha, faço muita pipoca e depois sigo em direção a sala, arrumo o
sofá e deixo o baldinho de pipoca sobre a mesa de centro. Ligo a televisão e começo a procurar
um filme que sei que Liam irá gostar. Coloco "Toy Story" e dou pause, me sento mexendo no
celular enquanto espero eles descerem, o que não demora muito. Logo eles se sentaram ao
meu lado e fomos assistir, foi uma tarde agradável e cheia de risadas.
Capítulo 12
Hoje era domingo, dia do piquenique na casa do meu irmão. Desde que a Alisson saiu correndo
da empresa na sexta, não a vi mais, também acabei tendo uma crise do meu transtorno. Olho
para minha mão enfaixada, eu acabei me machucando para evitar machucar outra pessoa.
Tudo aconteceu ontem, eu tava na empresa, Ava não estava trabalhando por que era sábado,
mas eu tive que ir para terminar de assinar alguns documentos, era coisa rápida, então pedi
para que outra pessoa me trouxesse um café. Infelizmente não estava do jeito que eu queria, a
raiva foi me consumindo, como uma pessoa não sabia fazer um café? Eu estava cego de raiva,
iria jogar a xícara na pobre mulher, quase fiz isso, mas consegui me controlar.
Segurei a xícara com tanta força que a mesma quebrou na minha mão, acabei me cortando, e
isso foi o que me fez parar. Infelizmente naquela manhã acabei esquecendo de tomar meus
remédios... Preciso ficar mais atento a isso, não sei o que aconteceu... nunca esqueci de tomá-
los. Se bem que ultimamente minha cabeça anda muito distraída por causa de uma certa
morena. Mas se quero me aproximar dela, preciso estar controlado, isso não pode mais
acontecer.
Estaciono minha lamborguini na frente da casa dos meus pais e sigo andando pela calçada até
a casa de Marius. Assim que chego no Jardim já encontro uma grande mesa de piquenique
toda decorada, tinham muitas comidas e brinquedos para meus sobrinhos.
— Você está acabada —falo, minha irmã estava ficando mais magra e tem olheiras enormes.
— Tava de plantão no hospital —diz bocejando— consegui dormir um pouco quando cheguei,
mas não foi o suficiente.
— Por que não vai para casa dormir? —falo passando meu braço por cima de seus ombros, a
mesma choraminga e me abraça de volta, deitando a cabeça no meu peito.
— Prometi para as crianças que viria, mas não irei demorar muito —diz enquanto se afasta de
mim— preciso dormir por um dia inteiro para recuperar as energias.
— Terei um plantão de quarenta e oito horas —diz— ser a melhor pediatra da cidade não é
fácil.
— Não, a Joana irá também —fala— se eu ainda não fiquei louca, foi por causa dela.
— E eu pensando que você tinha vindo porque estava com saudade de mim —diz Vic.
— Coitada —diz minha irmã— acabei de sair de um plantão de setenta e duas horas, dormi
pouco e estou com olheiras enormes.
— Por que você não vai para casa descansar? As crianças irão entender —diz Victoria
preocupada.
— Daqui a pouco eu vou —diz— vou só ver as crianças um pouquinho e esperar sua amiga
chegar para conhecê-la.
— Irmão, poderia me ajudar a pendurar esses enfeites? —pergunta Marius— só preciso que
segure a escada.
Ando até ele e seguro a escada para o mesmo subir, sinto um pequeno desconforto na minha
perna, preciso ir ao médico para que ele veja se está tendo algum problema, já tem alguns dias
que a prótese está começando a incomodar.
— Um pequeno desconforto na minha perna —falo— será que amanhã eu poderia tirar o dia
de folga para ir ao médico?
— Sim, não foram cortes profundos —falo— passei remédio para não infeccionar e também
tomei remédio para dor, logo minha mão estará completamente recuperada.
Logo ele desce e saí para guardar a escada, vejo meus sobrinhos virem correndo na minha
direção e abraço eles. Me sento na mesa ansioso para que Alisson chegue logo, minha irmã
junto com Victoria e Marius estavam sentados ao meu lado, meus sobrinhos estavam
brincando.
Ouço o som de um carro e logo os vejo descendo de uma BMW, o que Alisson faz com
Brandon e o pequeno Liam?
Olho confuso para eles que se aproximam, o pequeno menininho segura na mão de Alisson
que sorri para ele.
— Você está diferente, mais bonita —diz deixando a morena com as bochechas vermelhas.
Olho para Brandon que me encara, logo seu filho o faz tirar seu olhar de mim para dar atenção
a ele. Liam parece tímido, e agora está segurando na mão de seu pai.
— Ele trabalhava na empresa, você deve ter visto ele lá e agora não lembra —diz Alisson.
— Deve ser isso mesmo —diz Victoria sorrindo amigável.
— Tudo bem, cara? —pergunta Marius apertando a mão de Brandon. Eu e Eliza estávamos
afastados deles ouvindo a conversa, na verdade, eu estava ouvindo, minha irmã estava quase
dormindo em pé.
— Estou bem —diz Brandon sorrindo pro meu irmão— olá, Cristian.
— E quem é esse príncipe? —pergunta Victoria olhando para Liam que estava segurando a
mão de seu pai.
Filho?
— E esse é o meu noivo, Brandon —diz ela abraçando ele de lado, o pequeno Liam fica entre
eles.
Uma família.
Todos andam em direção a mesa de piquenique e Marius andam na minha direção. Ele abraça
meus ombros e me tira dali.
— Por isso você ficou me perguntando todas aquelas coisas —falo me afastando dele— por
que não me disse antes? Iria me poupar de passar por isso.
Respiro fundo.
— Ela me pediu para não falar, me fez prometer —diz— agora você vê como ela está feliz, se
você não tem certeza que gosta dela o suficiente, por favor irmão, deixe ela ir.
— Ela já foi, ela está noiva de outra pessoa —falo— o que posso fazer?
Marius me olha com pena.
— Vou embora, diz pros meninos que depois venho aqui para vê-los e brincar um pouco com
eles —falo dando tapinhas no ombro do meu irmão e logo saindo.
Sigo para meu carro quando ouço passos apressados. Na esperança de ser Alisson, olho para
trás sorrindo. Meu sorriso vai morrendo aos poucos ao ver que é minha irmã.
— Então me leva para sua casa —diz abrindo a porta do carro e entrando— só quero um lugar
para dormir.
— Por que não dorme na casa dos nossos pais ou na do Marius? —falo entrando no carro.
— Esqueceu que nossos pais não estão em casa e que eu não tenho a chave —diz— não irei
conseguir dormir na casa do Marius devido ao barulho das crianças.
— Sim, você não tem filhos e seu apartamento é bem silencioso —diz— vamos irmão, pé no
acelerador. E é o que eu faço, ando o mais rápido possível para chegar na minha casa.
Quero tomar um banho e tentar esquecer o que passei hoje... ela já está em outra, por isso
não cedeu a nenhuma das minhas tentativas e ainda rejeitou meu convite pro jantar.
Ela seguiu em frente... e eu não posso culpa-lá por que fui eu que rejeitei ela, ela me quis e eu
a rejeitei. Eu já tive ela antes, mas como um belo de um idiota, a deixei escapar.
Capítulo 13
Nos sentamos e logo vejo os filhos de Victoria se aproximarem, os mesmos olham para Liam.
— Oi, você quer conhecer nosso quarto? —pergunta um dos meninos timidamente— a gente
tem muitos brinquedos.
Meu filho olha para mim e eu concordo com a cabeça, o mesmo sorri e anda até os meninos.
— Antes de irem, quero apresentar vocês para a tia Alisson —diz Victoria— amiga, esse são
Dylan, Herry e Ryan.
— Nossa, como você cresceu —sorriu olhando para a menininha de cabelos escuros e incríveis
olhos azuis— está tão linda.
— Vou aproveitar essa oportunidade e ir também —diz Eliza— foi um prazer conhecer você, e
me desculpa por não demorar mais, acabei saindo de um plantão de setenta e duas horas e
estou exausta.
— Aceita um whisky? —pergunta Marius para Brandon que assenti. Eles saem conversando,
olho para Victoria que está ao meu lado.
— Vou ver o que os meus irmãos estão aprontando —diz Helena saindo.
— Você me pegou de surpresa com essa história de noivo e filho —diz Vic me olhando curiosa.
— Na época em que descobri que estava grávida também foi uma surpresa para mim —falo.
Sorriu.
— Claro que posso falar —digo— eu tinha acabado de chegar em Nova Jersey para começar
minhas aulas de engenharia de software, foi um grande susto.
— Imagino, tive o mesmo susto quando descobri que estava grávida de Helena —diz— mas
isso não vem ao caso agora, continua.
— Bem, a primeira coisa que fiz foi contar pro Brandon —falo— e ele me surpreendeu quando
apareceu na porta da minha casa em Nova Jersey falando que estava lá para me ajudar.
— No começo eu não quis, ele iria largar emprego e a vida dele aqui em Los Angeles —falo me
explicando— naquele tempo tínhamos saído apenas como amigos, e acabou rolando algo a
mais, não imaginava que apenas uma única noite iria mudar minha vida.
— A gente sempre foi mais amigo, sabe, parceiros, e eu acabei descobrindo que ele era super
rico —falo— os pais dele eram donos de uma fábrica de carros, meu noivo não se dava muito
bem com os pais, mas mesmo assim eles deixavam uma grande quantia em dinheiro na conta
do filho, todo mês eles depositavam. Foi assim que ele soube como usar o dinheiro, ele não
queria para ele, mas viu naquilo a oportunidade de criar nosso filho, e foi o que ele fez, veio
mora comigo e me ajudou a cuidar de Liam enquanto eu estudava.
— Estou sem palavras —diz ela sorrindo boba com meu relato.
— Eu vi o homem perfeito que ele era... E comecei a desenvolver sentimentos por ele —sorriu
— foi quando decidimos namorar, com o tempo noivamos.
— Meu Deus, amiga —diz ela— vejo que você superou... você sabe quem.
— Eu tive que seguir em frente, se ele não me queria, tinha quem quisesse —falo— mas
ultimamente minha cabeça está uma bagunça.
— Trabalhar ao lado dele vinte e quatro horas por dia, a semana toda, é muito estressante —
suspiro.
— É difícil esquecer alguém que você amou, mesmo ela tendo quebrado seu coração —falo.
— Aí que está, eu não sei... Eu achava que amava, ou amo ainda, depois que voltei para Los
Angeles minha vida virou essa bagunça.
— O certo é você pensar com calma, você acabou de voltar amiga, siga sua vida, o destino fará
você seguir o caminho certo —diz.
— E qual será o caminho certo? —pergunto, se eu soubesse seria tão mais fácil.
— Acho que no momento certo você saberá, até lá, você irá só seguir sua vida e deixará o
resto com o destino —fala.
— Por que isso tem que ser tão complicado? —pergunto suspirando cansada.
— Tudo que é fácil não é valorizado —diz— por isso quase tudo na nossa vida não é fácil, para
no momento em que a gente conquistar, sabermos valorizar.
— Vejo isso nos seus olhos, eles brilham —falo sorridente, por mais que eu ame Brandon,
tenho a sensação de que nunca sentirei isso.
Um amor que me consuma, quero viver intensamente. Acho que todo mundo quer um amor
assim, um que te faça sentir uma montanha-russa de emoções, um amor avassalador que te
consuma, mas que mesmo assim te acalma.
Estava perdida nos meus pensamentos quando ouvi o barulho das crianças, olho e vejo os
cinco correndo na nossa direção.
— Mamãe, estamos com fome —diz um dos trigêmeos, acho que deve ser o Bryan, ele é calmo
e bem tímido.
Assim sua filha sai e logo volta puxando seu pai pela mão, Brandon logo aparece sorrindo e
senta ao meu lado, Liam se senta em seu colo. Começamos a comer entre conversas e risadas,
as crianças faziam palhaçadas e nos tiravam risadas, foi uma manhã super agradável.
[...]
Chegamos em casa exaustos, já passavam das quatro horas da tarde, Liam dormiu no carro e
Brandon subiu com ele para colocá-lo no quarto. Nossa casa irá passar por uma reforma, o
arquiteto virá fazer uma avaliação amanhã, ele irá reformar o quarto de Liam. Não é muita
coisa, será bem rápido.
— Preciso urgentemente de um banho —diz meu noivo entrando no quarto tirando a camisa.
— Também estou precisando —falo, começo a desbotar a minha calça, retiro toda minha
roupa e fico apenas de peças íntimas.
— Foi um dia muito agradável —comenta ele— Liam fez novos amiguinhos.
— Ele ainda é pequeno, logo nem lembrará mais —diz ele, o mesmo já estava completamente
nu.
— Abre meu sutiã? —peço virando as costas para ele, o mesmo logo anda até a mim e abre o
mesmo.
Já completamente nua, ando até o banheiro com ele atrás de mim, entramos no box e
tomamos banho sem malícia nenhuma, apenas rindo e conversando.
Capítulo 14
Já eram sete da noite, Eliza ainda dormia no quarto de hóspedes. Desço até a cozinha para
preparar alguma coisa para comer, dormi a tarde toda e quando acordei fiquei um bom tempo
pensando na bagunça que minha vida está se tornando.
Ela está noiva e tem um filho com o noivo dela... Ele parece ser bom com ela, coisa que eu não
fui. Mas eu não posso desistir de seu perdão, mesmo que ela não queira se aproximar de
mim... Eu não posso desistir.
Resmungo irritado pegando uma tigela e colocando cereal, coloco leite dentro e me sento
comendo. Ouço passos nas escadas e vejo minha querida irmã aparecer vestida na minha
camisa. Eliza mal chegou na minha casa e já foi diretamente para meu closet procurar por uma
camisa, a mesma estava reclamando da sua que estava apertada.
— Esse apartamento está com uma energia negativa —diz ela se sentando ao meu lado e
tomando meu cereal.
— Você devia parar de fazer tatuagens —diz ela com a boca cheia— e será que dá para você
vestir uma camisa?
— Será que dá para você parar de ser chata? —falo pegando meu cereal de volta— estou na
minha casa, se eu quiser posso andar até pelado.
— Já está na hora de você ir para sua casa —falo enquanto levanto a perna da minha calça
moletom e retiro minha prótese. Faço uma careta de dor, vejo a área avermelhada e com
algumas bolinhas. Amanhã irei ao médico para tratar disso, está insuportável usar a prótese
com isso machucando.
— Nossa, que mau-humor —diz ela pegando uma colher e começando a comer do meu cereal,
reviro os olhos e começo a comer também, dividindo com ela.
— Custa você desabafar com sua irmãzinha? —pergunta— você não pode guardar todos os
problemas só para você.
— Ela está noiva de outro —falo— se um dia eu tive alguma chance com ela, ficou no passado.
— Que você está completamente apaixonado por ela, mas não percebe seu idiota —diz ela
toda amorosa como sempre.
— O que foi agora? —pergunta, a mesma já tinha tomado posse do meu cereal.
— E desde quando filho segura um relacionamento? —pergunta— se fosse assim, metade dos
casais do mundo ainda estavam juntos.
— Você só irá saber se tentar —diz— se você a ama, lute por ela. Caso contrário, deixe ela ir.
— Acontece que ao contrário de você, eu gosto de homens —diz, acho que ela fala isso mais
para ela do que para mim. A algum tempo atrás acabei ouvindo uma conversa de Victoria com
Eliza, elas falavam sobre os sentimentos da minha irmã por Madison. O assunto deixou minha
irmã bem irritada.
Madison não trabalha para Victoria a alguns meses, não sei por onde ela anda e nem o que
está fazendo.
— Um conselho de uma pessoa que já errou muito no passado para outra que está indo no
mesmo caminho —falo encarando ela— valorize enquanto ainda é tempo, porque depois pode
ser tarde demais, e não terá mais como voltar atrás.
— Você fala mal de mim, mas é igualzinha —falo— depois não vem se lamentar.
— O assunto aqui é você, não eu. Então podemos voltar para você —diz tentando mudar de
assunto.
— Não quero mais conversar —falo colocando novamente minha prótese e em seguida me
levantando.
— Tudo bem —diz andando atrás de mim— poderia me levar para casa.
— Obrigada, irmão, te amo —se aproxima de mim beijando minha bochecha e me abraçando.
— Espera, isso é uma tatuagem do meu rosto? —pergunta olhando para meu abdômen.
Apenas visto uma camisa e espero Eliza descer, demora alguns minutos e logo a mesma
aparece. Seguimos até o estacionamento subterrâneo e entramos na minha lamborguini. O
trajeto foi bem rápido e tranquilo, ou quase. Eliza ficava toda hora falando da maldita
tatuagem. Juro que passou pela minha cabeça apaga-lá, mas eu vejo que ela só estava feliz.
Deixo ela em seu apartamento e volto pro meu, o trajeto foi calmo e bem silencioso, as ruas
estavam pouco movimentadas. Deixo o carro no estacionamento e sigo para meu
apartamento, passando pela porta noto a solidão que se encontrava ali. Fico em silêncio
olhando ao redor, não tinha barulho de nada. Somente eu e a solidão que me fazia companhia.
Sigo para meu quarto onde tomo um banho e em seguida caiu na cama sem roupa mesmo.
Com o celular em mãos, ligo pro doutor fauster e marco uma consulta pela manhã. Irei ficar
com o resto do dia livre e irei descansar, tentar colocar meus pensamentos em ordem. Na
terça continuarei a tentar me aproximar de Alisson. Mas agora tenho uma mudança nos
planos, irei me aproximar como amigo, se ela realmente ainda tiver sentimentos por mim, aí
eu irei avançar na minha conquista.
Agora, caso ela não tenha mais sentimentos por mim, apenas me contentarei com sua amizade
e deixarei ela ir. Irei assistir sua felicidade de longe com outra pessoa, mas mesmo assim
estarei feliz por ela.
Capítulo 15
Chego na empresa desejando não encontrar Cristian. Foi o que realmente aconteceu. Entrando
na sua sala, a encontro vazia. As coisas de Cristian sequer estão mexidas, significa que ele não
chegou.
Me sento na minha mesa e ligo o computador, começo a ver se está tudo certo com meu
projeto. Já tinha se passado quarenta minutos, nada de Cristian chegar. Resolvo ir até Marius,
irei perguntar o porquê de seu atraso. Cristian chega dificilmente atrasado, então deve ter
acontecido alguma coisa.
Passo pela Ava que parecia estar discutindo com alguém no celular, dou de ombros e sigo até a
sala de Marius.
— Bom dia —diz sorridente, esse homem nunca está de mau-humor— algum problema?
— Só vim perguntar se o Cristian vem hoje, ele está muito atrasado —falo olhando as horas no
relógio.
— Desculpe, falei para Ava te avisar, mas ela deve estar muito ocupada —fala— Cristian não
vem hoje, ele iria ao hospital.
— Como ele não irá vir hoje, você não precisa ficar sozinha na sala. Pode ficar com o pessoal da
equipe, por que não se junta com Clark para avaliarem o andamento do projeto? —diz.
— Reunião? —pergunto.
— Não, Victoria estava passando mal e me pediu para comprar um remédio, irei comprar e
levar para ela —diz ele, seu rosto dava para notar a preocupação— volto em uma hora.
— Diga para Victoria que mandei um beijo e que desejo melhoras —falo sorrindo.
Vou em direção a sala de Cristian para pegar o pendrive onde fica o projeto e sigo para a sala
5. Marius também saiu apressadamente, espero que Victoria não esteja sentindo nada grave e
que logo melhore.
[...]
— Trabalhar com você é divertido e super produtivo —diz Clark super relaxado, trabalhar com
ele também é divertido.
— Digo o mesmo de você —sorriu.
Pegamos o elevador e descemos até o primeiro andar. Seguimos até onde fica o local de
descanso, os funcionários podem vir aqui para tomar um café e descansar um pouco, achei
super legal. Pegamos nossas xícaras de café e nos sentamos, essas pausas são ótimas para
descansar. O funcionário vem aqui e toma um cafezinho, descansa, e volta 100% pro trabalho.
Olho pro Clark que me encara, o encaro de volta e vejo ele sorrir. Clark é um homem muito
bonito. Ele é ruivo dos olhos incrivelmente verdes, o mesmo tem sardas e um corpo malhado.
— Olha Clark, antes de você começar quero te dizer que não estou interessada —falo— sou
noiva.
— Você... me desculpe —diz ele— você sempre sorridente e gentil comigo me fez pensar que
você estava interessada.
— Não confunda gentileza com interesse. Sou gentil porque sou educada, não porque estou
interessada em você —falo, ele me olha envergonhado.
— Tudo bem, mas não faça mais isso —falo— a única coisa que quero de você é amizade.
Ele ainda envergonhado sorri, logo terminamos de tomar nosso café. Depois disso ele voltou
para a sala 5 e eu fui para sala de Cristian que também é minha. E como meu "parceiro" de
trabalho não veio, tive que ajudar Marius com alguns documentos. Passei a tarde toda na sala
dele o ajudando.
[...]
Assim que cheguei do hospital já fui diretamente para meu quarto, retirei toda minha roupa e
fiquei apenas de cueca boxer branca. Retiro minha prótese e a deixo sobre a cama, ao meu
lado, pego uma sacolinha e de lá retiro um tubo de pomada. A prótese estava deixando minha
perna com algumas bolinhas, por isso estava incomodando tanto. O doutor me recomendou
que não usasse a prótese até que as bolinhas estivesse sumido, então irei ficar uma semana
sem ir trabalhar, também terei que usar moletas. Passo a pomada por toda a parte da minha
perna com pequenas bolinhas, em seguida refaço todo o curativo da minha mão machucada.
Me deito na cama para descansar um pouco, mas antes disso resolvo ligar para Marius e falar
sobre meu recesso no trabalho.
— Oi, irmão —diz ele ao atender a ligação.
— A prótese estava me deixando com algumas bolinhas na perna, o médico passou uma
pomada para que elas sumissem e disse que eu teria que ficar uma semana sem usar a prótese
—falo— estou te ligando para falar que só irei voltar a trabalhar na próxima semana.
— Sim, estou bem —falo— durante esses dias terei que usar muletas.
Ouço a voz de Helena, ela fala algo com Marius e depois pega o celular.
— Você não ficou pro piquenique —diz, imagino ela fazendo biquinho— e nem veio brincar
comigo.
— Tio Cris está machucado —falo— quando eu melhorar prometo te visitar para brincar de
boneca com você.
— Queria te dar um beijinho para você ficar melhor —diz— quando eu caí de bicicleta papai
me deu beijinho para sarar.
— Queria muito um beijinho seu para melhorar —falo— irei pedir para sua mãe deixar você vir
me visitar.
— Também te amo pequena —falo e a mesma entrega o celular pro seu pai.
Marius me disse que estava em casa porque Victoria teve um mal-estar, ele comprou um
remédio para ela e teve que ir em sua casa entrega-lá, mas o mesmo disse que ela já estava
melhor e que ele já estava voltando para a empresa. Depois que terminamos nossa conversa,
deixo o celular de lado e finalmente vou descansar.
Capítulo 16
Eu estava sentada na minha mesa quando vejo Cristian aparecer com dois copos de café na
mão. Não tinha visto ele desde o dia do piquenique, Marius me falou que o mesmo estava de
licença por uma semana, fiquei preocupada, mas ele me disse que seu irmão estava bem, não
era nada grave.
— Bom dia —diz ele deixando um dos copos de café na minha frente.
Ele não deveria agir assim, não após descobrir que estou noiva de outro e que tenho um filho.
— Estou sim —diz, depois disso ele não fala mais nada e se concentra no trabalho. Foco no
meu trabalho, tenho muito o que fazer para que o projeto fique perfeito, ainda terei que
apresentá-lo. Sinto um friozinho na barriga ao lembrar disso. Minha vida de certa forma está
indo bem, Brandon começou a estudar e toda noite chega bem tarde em casa. Ainda estamos
nos adaptando a essa rotina. A babá do Liam se chama Hope, ela já trabalhou para Victoria
quando os trigêmeos eram pequenos. Liam amou sua nova babá, a mesma é divertida e super
carinhosa. Confesso que fico muito mais tranquila agora para deixar meu filho com ela, sei que
ele estará em boas mãos.
Meu relacionamento com Brandon está bem, apesar de não nos vermos com frequência já que
só nos vemos de manhã antes do trabalho e a noite quando ele chega, nada mudou. Liam às
vezes vai visitá-lo na fábrica a tarde, não todos os dias, mas ele sempre vai porque fica com
saudade do pai. Mesmo que eu não veja Brandon com frequência, mesmo que às vezes
estejamos ocupados com outras prioridades, sempre arranjaremos um tempo para nós.
Às vezes discutimos, mas sempre sabemos o momento certo de parar e repensar nas nossas
atitudes. Acho que isso se chama maturidade. Eu tenho um relacionamento adulto e saudável.
Ele levanta e traz sua cadeira para meu lado, o mesmo se senta e fica me encarando.
— Acho que minha vida particular não é da sua conta —falo, não queria ser grossa, mas acabei
sendo.
— Você está certa, mas iria me poupar de estar correndo atrás de você feito um idiota —diz.
— Você é um idiota —falo, mas me arrependo quando ele me olha decepcionado.
— Eu entendo, mas tudo que quero é mostrar que mereço uma segunda chance —fala—
Victoria me deu isso, e olha só, somos amigo hoje. Sem ressentimento.
— Tudo bem, vou deixar o passado de lado e te dar uma segunda chance —falo— mas como
amiga.
— Tudo bem, mas já que estamos discutindo sobre isso, quero te perguntar uma coisa —fala.
— Pergunte.
— Cristian... Eu segui em frente —falo— eu estou com um cara legal, que me respeita e acima
de tudo me ama.
— Não —respondo, quero por um ponto final nessa história. Cristian foi meu primeiro amor,
mas pessoas conseguem amar novamente, e eu amo Brandon agora.
— Eu já te amei, mas isso só me machucou —falo— talvez uma parte de mim ainda acha que
te ama, e se iludi com a atenção que você está me dando agora... mas eu não vou deixar que
isso acabe com o que eu venho construindo a cinco anos.
— eu perdoo você —falo— se é isso que você quer, mas a única coisa que posso te dar daqui
para a frente é a minha amizade. Você irá encontrar alguém que irá te amar e você irá ama-lá
igualmente, eu sei que vai.
Me levanto e ando até ele, em seguida o abraço. Como ele estava sentado, seu rosto ficou na
minha barriga.
— Não —me afasto e seguro seu rosto entre minhas mãos— não quero que espere por mim,
quero que siga em frente e seja feliz, assim como eu estou sendo com Brandon.
— Por que não me interessei por você antes? Por que eu não tentei ficar com você antes? —se
lamenta.
— Porque eu não era importante o suficiente para você —falo— mas isso não importa mais,
agora eu estou feliz, você deveria tentar ser.
Ele apenas sorri e nega.
Ele apenas assentiu e voltou para sua mesa, depois disso ele não me olha mais e não fala nada,
apenas o necessário sobre o trabalho.
O restante do dia passou rapidamente. O dia chegou ao fim e eu finalmente pude voltar para
casa. Jantei com meu filho e Hope, conversamos sobre o dia do Liam, e ela me falou tudo que
ele fez e comeu. Mas logo Hope foi embora e fiquei sozinha com meu filho, assistimos
desenhos por um bom tempo até que ele dormiu.
Coloquei ele no seu quarto que já tinha sido reformado e em seguida lhe dei um beijinho de
boa noite. Fui para meu quarto onde tomei um banho e me deitei lendo um livro, queria
esperar o Brandon chegar. Mas como eu sabia que ele iria demorar um pouco, desci para sala
com meu livro e abri uma garrafa de vinho. Então fiquei ali, bebendo e esperando ele chegar.
— Acordada ainda —diz deixando sua mochila do outro lado do sofá e andando até a mim.
Deixo o livro de lado e o abraço, beijo seus lábios com desejo e ele se deita sobre meu corpo.
— Pensando sobre?
— Já está na hora da gente marca a data do nosso casamento —diz— já estamos noivos a dois
anos, acho que chegou a hora de oficializarmos.
— Também acho que já está na hora —falo, eu andava muito indecisa depois que voltei, mas
agora tenho certeza absoluta do que quero. Não quero que nada do que construí mude, quero
que fique exatamente como está.
— Irei ver quais datas estão disponíveis para poder marcar —diz— se você não se importar,
queria o mais breve possível.
— Não me importo —falo— acho que depois desse tempo todo que estamos juntos, a gente
merece isso.
— Eu amo ouvir você falar isso —diz— que tal eu subir para tomar um banho, e quando eu
voltar te fazer uma massagem bem gostosa?
— Eu iria adorar —sorriu para ele que se afasta, o mesmo beija minha testa e logo sobe em
direção ao quarto. Pego minha taça de vinho e me aconchego no sofá. Então suspiro
apaixonada, é isso que eu quero. Para o resto da minha vida.
Capítulo 17
Depois que ela me falou aquelas coisas eu fiquei sem rumo, eu acho que perdi ela de vez.
Quando finalmente eu pude ir embora, só queria algo que tirasse tudo isso da minha cabeça,
então fiquei dirigindo pelas ruas de Los Angeles até que avistei uma boate. Estava tocando
música e tinha algumas pessoas dançando. Paro meu carro e resolvo entrar para beber alguma
coisa, nada alcoólico.
Entro no local e passo entre as pessoas, algumas já bêbadas. Vou até o bar e peço uma cerveja
sem álcool, fico ali tomando enquanto observo as pessoas dançarem. Todos ali tem seus
problemas, mas naquele momento ninguém estava lembrando. Peço outra cerveja e fico ali
curtindo o som, as pessoas pulavam e dançavam. A alguns anos atrás eu estaria no meio
daquelas pessoas, dançando e bebendo sem moderação. Mas hoje não, eu não sinto falta
disso, apesar de ser divertido. Eu só quero ficar quieto no meu canto, tomando minha
cervejinha e depois ir para casa.
— Cristian fitzy —ouço uma voz embargada ao meu lado, era Joana.
— O que está fazendo aqui? —pergunto, vejo ela rir enquanto tenta se sentar— está caindo de
bêbada.
— Não, traz um suco para ela —falo pro barman que assenti.
— Mas vai tomar —falo— por que está bebendo tanto assim? Hoje ainda é segunda.
— Quero esquecer a merda da minha vida —diz, sorrindo triste— pelo menos hoje, eu quero
esquecer meus malditos problemas.
— Não —fala— me deram um dia de descanso depois que um dos médicos não pode ir por
que estava doente, e eu o substitui em um plantão de quarenta e oito horas.
Pelo menos é responsável nesse requisito, não irá ressacada para um hospital atender
crianças.
— Ainda é cedo e você já está caindo de bêbada —falo— quer ir para casa? Eu te levo.
— Então não irei te deixar sozinha, bêbada desse jeito, alguém pode querer se aproveitar —
falo fazendo ela sorrir.
— Você é o melhor —diz, terminando de tomar o suco, a mesma levanta— dança comigo?
— Você que sabe, está perdendo uma ótima dança com a melhor dançarina de Los Angeles —
diz me encarando.
Ela logo anda para o meio da pista e começa dançar. Ela dança bem, mas às vezes tropeçava
nos próprios pés devido à bebida que ela tinha ingerido. Aquilo me rendeu várias risadas.
Certo momento da noite um homem se aproximou dela e falou algo em seu ouvido, percebi
que seu corpo ficou levemente tenso. Resolvi agir. Tomei um último gole de cerveja e andei
até eles.
Sinto braços ao redor da minha cintura e vejo que é Joana, a mesma me abraça como se
estivesse assustada.
— Quem é você? —pergunta o homem. Ele não parece ser muito velho, parece ter a mesma
idade de Joana. Olho para Joana que encarava o homem, olho para ele e vejo que eles tinham
uma leve semelhança. O aperto que Joana está me dando me diz que ela não está gostando
nada da aproximação desse cara.
— Como você consegue ser amigo de uma mulher que se veste e dança igual uma put... —
antes dele terminar a palavra, me afasto de Joana e dou um soco nele.
O mesmo cai no chão como um saco de batatas, vejo o mesmo limpar seu nariz que começou a
sangrar. Olho para Joana que olhava a cena com as mãos sobre a boca.
— Ela pode dançar como quiser, se vestir como quiser —falo de frente para ele, o olhando nos
olhos— o único puto que estou vendo aqui é você.
Ouço as pessoas ao meu lado gritarem, não muito alto, mas o suficiente para que eu veja a
atenção que estávamos chamando. O homem ainda estava caído no chão limpando seu nariz,
ando até Joana e seguro sua mão.
Abro a porta do carro para ela que rapidamente entra, sento no banco do motorista e logo
saímos daquele lugar.
— Virando a direta você segue até o final da rua, estou morando no último prédio —diz ela.
Enquanto eu seguia até o local indicado por ela, vi a mesma retirar seu sapato que tinha um
pequeno salto, e jogar sua pequena bolsinha sobre o painel do carro. Ela suspira e esfrega seus
olhos, a mesma parecia tentar processar o que estava acontecendo, por que ela bebeu tanto
para ficar nesse estado?
Assim que chegamos na frente do seu prédio, paro minha lamborguini e ela rapidamente já vai
descendo. Pego sua bolsa e os sapatos que ela tinha esquecido, desligo o carro e corro atrás
dela.
Coloco sua bolsa no meu ombro e seguro seu sapato em uma das mãos, a outra mão livre
seguro na dela.
Joana estava tão bêbada que não estava conseguindo, seguro sua mão e ajudo ela. Por sorte
realmente era seu apartamento. A porta se abre e entro com ela, deixo sua bolsa e seus
sapatos sobre o sofá, pergunto onde fica seu quarto e depois a levo. A mesma se deita na
cama e eu enrolo ela com um lençol, quando olho vejo que ela já estava dormindo.
Saiu de seu apartamento e volto pro meu carro, pego o mesmo e vou embora. Amanhã preciso
pedir o número de Joana a Eliza para perguntar se a mesma está bem. Não perguntei a ela por
que pelo seu estado a mesma não lembrava mais nem o seu nome.
Chegando no meu apartamento tomo banho e me deito, fico pensando no que aconteceu na
boate. Joana estava assustada com aquele homem, e ele parecia conhecer ela.
Penso no que ela me falou. Será que aquele homem tem alguma coisa a ver com isso? Ou será
apenas uma coincidência?
Capítulo 18
Chego na empresa e vou diretamente para minha sala, organizo algumas coisas e depois
resolvo ligar para Eliza.
— Eu sei que você quer alguma coisa, você é igualzinho ao Marius —diz— anda logo que quero
voltar a dormir.
Olho para a porta onde vejo Alisson entrar, a mesma me encara e depois olha para sua mesa,
onde ela se senta e começa a organizar suas coisas.
Ouço o som de notificação e vejo a mensagem da minha irmã, com o número de Joana.
Rapidamente adiciono e lhe mando uma mensagem.
" Bom dia Joana, aqui é Cristian. Fiquei preocupado com você e queria saber se acordou bem?
"
— Seu café Senhor Cristian —diz deixando sobre minha mesa— O seu Senhora Alisson.
— Não, por favor —diz Alisson sorridente— sem o Senhora, me chame só de Alisson.
Minha secretária assenti sorrindo e sai. Meu telefone vibra e vejo ser uma notificação de
mensagem.
" Oi Cristian, bom dia. Eu estou bem, mas acordei com uma ressaca muito forte." " Queria te
agradecer por cuidar de mim ontem, não lembro de muita coisa, mas sei que você cuidou de
mim muito bem.”
" Não precisa agradecer, espero que fique boa logo. "
Envio para ela que me responde com um emoji de coração. Desligo o celular sorrindo e olho
para Alisson que estava me encarando.
— Estou muito bem —falo— daqui a pouco teremos uma reunião com a equipe da sala 5.
— Sim, todos irão fazer uma avaliação, depois disso iremos apresentá-lo para um grupo de
pessoas que irão decidir se irão investir no software.
[...]
A reunião foi um desastre, trabalhar em equipe é bom, mas nem todos irão concordar em algo.
Foi o que aconteceu. Algumas pessoas da equipe não estavam concordando em alguns dos
designs do projeto. Eles davam suas opiniões de como ficariam melhor. Alisson já estava
estressada, e eu tentava controlar a situação.
Para que nada saísse do controle, resolvi fazer uma votação, se deveríamos mudar ou deixar
com está. No final a maioria votou para deixar como está, foi bem melhor. O projeto estava
bom daquele jeito, não precisava mudar.
Saí da sala de reunião com Alisson ao meu lado irritada. Eu também estava um pouco, mas não
igual ela. Tínhamos ficado naquela sala por quase três horas. Ficamos discutindo, na maioria
do tempo algumas pessoas se alteravam e tínhamos que fazer uma pausa para que eles
esfriassem a cabeça. Aquilo não iria levar a lugar nenhum, mas ali naquela sala tinham pessoas
falsas que estavam criticando o projeto por que elas que queriam ter produzido. Elas queriam
estar no lugar da Alisson, tinham pessoas que trabalhavam ali a anos e nunca tinham pegado
um projeto desses para fazer.
Porém, tem uma explicação óbvia para isso, eles não tinham maturidade suficiente para um
projeto desses, eles trabalham bem em equipe, mas sozinhos para projetar algo não. Por isso
sempre colocamos eles em projetos feitos somente em equipe, e com Clark supervisionando e
ajudando eles.
— Aceita almoçar comigo? —pergunto, ela me encara— como amigos e colegas de trabalho.
— Tudo bem —fala— preciso sair um pouco para distrair a minha cabeça, essa reunião foi
super estressante.
— Foi mesmo, já fui em muitas reuniões, mas essa foi a que mais me deixou cansado de tanta
discussão.
Descemos até a saída da empresa e o manobrista rapidamente chegou com meu carro, abri a
porta para Alisson que entrou, dei a volta e entrei também. Fomos até um restaurante que
ficava bem próximo da empresa, esse restaurante era brasileiro. Quando eu tinha tempo de
comer fora da empresa, sempre ia lá comer feijoada e churrasco, uma delícia.
Tem pouco tempo que descobri o sabor da culinária brasileira, mas depois que provei, me
apaixonei. Mas isso não significa que eu não goste mais da culinária americana, pelo contrário,
gosto das duas igualmente.
— Por que tem folhas dentro? —pergunta Alisson, a moça que trouxe a comida olha para ela e
sorri.
— São folhas de louro, além de deixar a feijoada mais saborosa, ela ajuda na digestão do
alimento e ameniza as cólicas intestinais.
— Prova —falo para ela que rapidamente pega uma colher e come.
— Que delícia —diz— acho que quando acabar esse irei pedir mais.
Sorriu concordando.
Depois que saímos do restaurante, pegamos o carro e fomos embora. As ruas estavam com
uma movimentação maior, então tive que ir devagar.
Tradução:
Olho pro som e depois pra rua novamente, ouço o barulho dela se mexendo desconfortável no
banco.
— Sim... —diz, mas sei que ela irá continuar a falar, só está buscando palavras.— Brandon irá
marcar a data do nosso casamento.
— Quero —diz.
Foi a única coisa que falei, logo chegamos na empresa e cada um foi para seu canto fazer seu
trabalho.
Capítulo 19
Passo pelas portas da casa dos meus pais e encontro meus sobrinhos sentados no sofá
comendo, o único momento em que eles ficam quietos.
— Tio Cristian —diz Helena correndo na minha direção, me abaixo para abraça-lá.
Me afasto dela e ando até os meninos, falo com eles e bagunço seus cabelos.
Ontem Marius teve a ideia de fazermos um churrasco, hoje era domingo e como nunca mais
tínhamos feito um programa em família, todo mundo aceitou a ideia de bom grado. Ando pelo
Jardim e encontro Marius com nosso pai arrumando a churrasqueira.
— Eu moro aqui ao lado, significa que o mais lindo já estava aqui —diz Marius.
Depois daquela noite na boate, digamos que nos aproximamos um pouco. Ela é uma ótima
amiga.
— Eu convidei a Alisson e o Brandon —diz Victoria— as crianças queriam brincar com o Liam
também.
— Você irá amar ela, amiga —diz Victoria— Alisson é um amor de pessoa.
Ficamos por algum tempo ali e depois fomos nos sentar em baixo das árvores, tinham várias
mesas por ali, o jardim também era enorme. Avisto Alisson e Brandon caminhar na nossa
direção, eles estavam de mãos dadas. Liam corre na frente deles.
— Liam meu filho, não corra —diz Alisson para ele que rapidamente para de correr e começa a
caminhar.
— Você não mudou nada —diz ele andando até ela que também andou até ele, os dois se
abraçaram.
— Não acredito —diz Victoria levando as mãos a boca— eu sabia que estava te conhecendo de
algum lugar, mas eu achei ele um pouco diferente.
— Você também mudou bastante —diz ele— não acredito que reencontrei vocês.
— Nos conhecemos quando éramos pequenos —diz Victoria— Brandon era vizinho da Joana e
aprontava horrores com a gente. Bran costumava esconder nossas roupas quanto íamos tomar
banho no lago, tínhamos que voltar para casa nos escondendo nos arbustos.
Depois que minha cunhada falou isso o clima ficou estranho. Brandon limpou a garganta e
sorriu sem graça.
— Bem, deixa eu te apresentar uma pessoa —fala— essa é minha noiva, Alisson, e esse é meu
filho, Liam.
— Agora que todos foram apresentados, vamos nos divertir —diz Victoria.
— Já temos carne assada —diz minha mãe aparecendo com um prato cheio de carne cortada
em pedaços— as cervejas estão na geladeira, preciso que alguém vá pegá-las.
— Eu vou —falo.
— Estou doida para pular na piscina —diz a morena animada ao meu lado, ela estava
prendendo seu cabelo em um coque frouxo— você irá entrar também, não é?
— Não, prefiro ficar olhando —falo abrindo a porta da geladeira e pegando algumas
garrafinhas de cerveja.
— Qual é, vai ser legal —diz— não precisa ficar muito tempo, só um pouquinho.
Olho nos olhos dela e por alguns segundos me perco no seu brilho. Ela me encara tímida
enquanto eu a olho hipnotizado.
— Vocês foram fazer as cervejas? —ouço o grito de Eliza e rapidamente saiu do transe. Sorriu
envergonhado, desviando meu olhar dela.
— Vamos? —pergunta.
— Que demora —diz Eliza tomando uma garrafa de cerveja das minhas mãos e abrindo a
mesma.
Joana faz o mesmo, ela retira seu short e sua camiseta ficando apenas com um pequeno
biquíni lilás.
Durante todo esse tempo nunca me aproximei de Joana. Eu a via quase todos os dias, pois a
mesma além de ser melhor amiga da minha cunhada e amiga da minha irmã, ainda trabalhava
junto com Eliza. E durante esses quatro anos nunca imaginei que ela seria uma ótima amiga,
estou gostando disso.
Capítulo 20
Paro ao lado de uma espreguiçadeira, retiro minha camisa e depois minha calça moletom,
ficando apenas de sunga. Não tinha certeza se iria entrar na piscina, mas vim prevenido caso
mudasse de ideia, também trouxe uma roupa reserva no carro. Me sento e começo a retirar
minha prótese, fico com vergonha porque nunca tirei ela na frente de outras pessoas sem ser
meus pais e irmãos.
— Mas somos todos amigos —diz ela— sem essa de sentir vergonha.
Sorriu quando finalmente retiro, olho para Joana que sorri me encarando.
— Quero —falo.
— Então pula, eu te seguro se você não se equilibrar —diz apertando minha cintura— lembre-
se, não irei te soltar.
Andamos até a borda da piscina, nervosamente olho para a água, Joana aperta minha cintura
me passando confiança.
Quando ela falou três, rapidamente pulamos, a água fria da piscina arrepiou todos os meus
pelos. Tento buscar apoio, mas não estava conseguindo, o piso da piscina estava um pouco liso
e isso dificultava meu equilíbrio em apenas uma perna. Sinto braços ao redor da minha cintura
e logo sou levantado. Joana, que estava de frente para mim, me olha e sorri.
— Sim —respondo enquanto passo a mão tirando todo o excesso de água do rosto.
Uma mecha de seu cabelo cai sobre seu rosto e rapidamente o tiro, colocando o mesmo atrás
de sua orelha. Olho nos seus lindos olhos claros, eles têm um brilho que eu nunca tinha visto
antes.
— Você é linda —falo para ela que imediatamente fica com as bochechas coradas. Aproximo
meu rosto do dela, sua respiração rápida bate contra meu rosto e sorriu ao perceber que ela
está nervosa, me aproximo ainda mais e quando vou beijá-la, uma enxurrada de água vem na
nossa direção.
Me afasto de Joana e olho para ver quem tinha pulado na piscina, vejo quando Alisson sobe
até a superfície e sorri.
— Desculpa —fala, a mesma nada até a borda da piscina onde Brandon está sentado tomando
uma cerveja. Olho para Joana que sorri tímida e se afasta um pouco, como a borda da piscina
não estava muito longe, nadei até ela e me segurei. Joana olha uma última vez para mim antes
de mergulhar e depois subir para a superfície do outro lado da piscina, onde minha irmã
estava. Fico ali por alguns minutos e depois resolvo sair, Marius já estava ali e me ajudou a
levantar e andar até a espreguiçadeira onde estava minha prótese, o chão estava molhado e
eu estava com receio de escorregar.
Meu irmão me entrega uma cerveja sem álcool e fico ali bebendo, mas depois de um tempo
resolvo passar protetor solar. Passo nos braços, barriga e pernas, quando iria passar nas costas
a Joana se aproxima.
— Claro —sorriu virando as costas para ela. A mesma se senta atrás de mim e depois de alguns
segundos sinto suas mãos macias passarem pelas minhas costas. Me sinto envergonhado
quando sinto ela contornar minhas cicatrizes com a pontinha do dedo. Mesmo com as
tatuagens ainda tenho a marca das cicatrizes, porém só dá para vê-las se olhar bem de perto.
— Você é lindo —diz baixinho, sorriu. E pela primeira vez tenho certeza que minhas bochechas
ficaram vermelhas.
— Sim —diz me entregando o protetor. Olho ao nosso redor e vejo todos distraídos, com
exceção da Alisson. Ela nos encarava, mas quando percebeu que eu estava olhando para ela, a
mesma desviou o olhar.
— Você pode desamarrar meu biquíni? —pergunta— irá ficar melhor de passar por todo o
comprimento das minhas costas e ela ficará bem mais protegida.
Joana segura a parte da frente de seu biquíni enquanto eu passo o protetor por todas suas
costas, sua pele é tão macia. Me concentro em terminar logo, mas acabo não resistindo e me
aproximo dela, coloco seu cabelo mais pro lado e cheiro seu pescoço, vejo seus pelos se
arrepiarem.
— Licença —me afasto de Joana quando vejo Alisson parada ao nosso lado.
— Vocês podem me emprestar o protetor solar para que eu possa passar no meu filho? —
pergunta ela, olho pro Brandon que estava com Liam em seu colo. O garotinho estava apenas
de sunga.
— Claro —diz Joana— Cris, pode colocar um pouco na sua mão para que eu possa passar no
meu corpo?
Assinto colocando uma grande quantidade na minha mão, em seguida entregando o protetor
para Alisson que rapidamente sai. Joana me pede para amarrar novamente seu biquíni, com
um pouco de dificuldade por ainda está com o protetor na mão, consigo amarrar. A morena ao
meu lado passa o protetor que estava em minha mão no seu rosto, braços e por cima dos
seios. Fico apenas observando.
— Vamos —falo me levantando. Joana se levanta e entrelaça seu braço no meu. Andamos até
a mesa onde minha mãe tinha acabado de deixar um prato cheio de carne.
Nos sentamos um ao lado do outro, pego uma cerveja que tinha ali e levo aos lábios, mas não
consigo tomar porque sou impedido por Joana.
Agora com a cerveja certa, começo a tomar a mesma enquanto entro em uma conversa
divertida. Foi um dia agradável e super divertido. Me diverti muito.
Mas como tudo que é bom acaba rápido, o dia chegou ao fim.
— Irmão, eu irei dormir na casa dos nossos pais, hoje —diz Eliza— você poderia levar a Joana
para a casa dela?
— Engraçado —diz minha irmã me encarando— ela você leva de boa, mas quando sou eu,
você faz um drama.
— Até depois gente —diz a morena— foi muito divertido passar o dia com vocês.
Todo mundo abraçou ela, até meus sobrinhos fizeram uma fila para abraça-lá. Agora só estava
a família. Alisson e Brandon já tinham ido embora a algum tempo atrás.
Quando chegamos no meu carro, abri a porta para ela que entrou sorrindo e logo depois
saímos. Depois de quase 10 minutos finalmente estaciono em frente seu prédio, ficamos em
silêncio até que ela se vira para mim.
Chego na empresa e assim que entro no elevador, ouço alguém pedir para segurar.
Era Alisson.
Ficamos em silêncio enquanto subíamos até o último andar, ouço o som de notificação do meu
celular e o pego. Era Joana me desejando bom dia, sorriu e desejo o mesmo para ela. Guardo
meu celular novamente no bolso e olho para Alisson que me encarava.
Dou de ombros e logo as portas se abrem, seguimos até nossa sala para mais um dia de
trabalho.
Na maioria do tempo fiquei revisando alguns documentos enviados por Marius para que eu
avaliá-se. Mas em pequenos intervalos de tempo eu dava uma pausa para responder Joana.
Não sei como chegamos nesse ponto, mas aos poucos conversar com ela está se tornando a
melhor parte do meu dia.
— Está conversando com quem? —pergunta Alisson como se não quisesse nada.
— Joana —falo.
— Eu nunca tinha visto você com ela, de repente vocês começaram a andar juntos e a todo
momento trocando mensagens —comenta.
— A gente não andava junto, mas eu acabei ajudando ela e de repente a gente se aproximou
tão rápido —falo— nós temos uma conexão... e ela está se saindo uma ótima amiga.
— Do jeito que vi vocês ontem na casa dos seus pais, vocês pareciam bem mais que amigos —
diz.
— Legal —murmura.
— Pode —diz.
— Pois parece que sim —falo— ontem quando eu estava próximo da Joana, você sempre fazia
algo para nos interromper, seja pulando na piscina ou pedindo nosso protetor solar.
— Queria —falo.
— Tudo bem, eu não quero discutir sobre isso —fala passando a mão sobre o rosto— já basta
minha discussão ontem com Brandon.
— Você precisa fazer uma escolha —falo— ou me escolhe e me deixa tentar te fazer feliz, ou
escolhe seu noivo e me deixa tentar encontrar alguém que irá me fazer feliz.
— Não foi você que falou que eu iria encontrar alguém que iria me fazer feliz, assim como você
estava sendo —falo virando para ela e encarando seus olhos negros— já estou ficando
cansado disso, você diz que quer ele, mas quando eu tento me aproximar de outra pessoa
você fica atrapalhando.
— Vamos acabar com isso agora Alisson —falo— quem você escolhe?
Ela fica um tempo calada como se estivesse perdida nos seus pensamentos, mas seu olhar
continuava em mim.
— Anda Alisson, fala —fico de frente para ela com as duas mãos sobre sua mesa.
Aquilo doeu, mas eu já sabia que talvez ela não me escolhesse. Já fiz muito mal a ela e a
mesma parece que não quer deixar o passado para trás. Acho que para ela eu sempre vou ser
o cara que quebrou seu coração... E agora que ela fez sua escolha, estou livre para seguir em
frente e tentar buscar alguém que realmente queira me amar.
Mesmo sendo uma pessoa que já errou muito, uma pessoa que sofreu a consequência dos
seus atos malvados. Eu também mereço ser amado. Eu quero ter uma namorada, depois uma
noiva, e finalmente uma esposa. Quero uma família, quero ter filhos. Dois filhos. Acho que dois
está de bom tamanho.
— Que você seja muito feliz com ele —falo voltando para minha mesa.
"Aceito."
[...]
Paro em frente à porta do apartamento de Joana, ela me falou que iria cozinhar especialmente
para mim.
— Oi Cris, desculpa, eu estava cozinhando e acabei me atrasando —diz ela olhando para sua
própria roupa— vou trocar de roupa rapidinho.
Eu estava usando uma roupa simples, calça jeans com uma camisa branca e um moletom preto
por cima, meu tênis também era preto.
Entro no seu apartamento e observo tudo ao meu redor, percebo que na última vez que vim
aqui não olhei para nada.
— Não é nenhuma cobertura luxuosa igual à sua, mas é o meu cantinho —diz.
Sorriu.
Me aproximo lentamente dela que me olha atentamente, a cada centímetro que me aproximo
sua respiração ficava mais pesada. Tiro alguns fios de cabelo que caíram de seu coque sobre
seu rosto e os coloco atrás da sua orelha. Aproximo meu rosto do dela e beijo sua bochecha,
bem perto da sua boca. Sinto os músculos dela tensos.
— Obrigado pelo convite —falo— eu estava com vontade mesmo de comer algo bem gostoso.
A mesma se afasta de mim rapidamente e corre para a cozinha. Sorriu para seu ato, ando até a
mesa que tinha ali e me sento. Joana logo volta com uma travessa de lasanha e depois com
outra cheia de pedaços de bife, tinha também batata frita, purê de batata e salada.
Ela sorri largamente e se senta ao meu lado. Nos servimos e logo começamos a comer
enquanto conversávamos. Joana tinha esse dom de deixar qualquer ambiente em que ela
esteja divertido, eu não sou de sorrir muito, mas depois que me aproximei dela esse ato ficou
mais frequente.
Quando terminamos de comer, tiramos tudo e levamos para a cozinha. Me sento no sofá de
sua aconchegante sala de estar e ela logo se junta a mim, a mesma deixa sobre a mesa de
centro uma garrafa de vinho sem álcool. A mesma me disse que escolheu esse porque sabia
que eu não podia beber com álcool, fiquei muito feliz em saber que ela pensou em mim ao
escolher e que ainda se preocupou pelo fato de eu não poder beber.
Ela se serviu e ficou sentada ao meu lado tomando o mesmo em uma taça, aproveito para
observá-la. Levo minha mão em direção ao seu rosto e faço um leve carinho, Joana me olha,
ficamos em silêncio nos encarando.
Tiro a taça de sua mão e a deixo sobre a mesa de centro, volto para a mesma posição de antes
e olho em seu rosto. Joana morde seus lábios e esse pequeno ato não passa despercebido por
mim, olho para sua boca e a mesma parece me chamar.
Não conseguindo mais resistir, me aproximo dela e tomo seus lábios nos meus. Joana
rapidamente retribui. Aquilo era tão bom, tudo aquilo parecia tão certo.
Nós não tínhamos um passado conturbado, não tínhamos ressentimentos, mágoas. Com ela
era bom, calmo.
Enquanto ainda nos beijávamos, desço minha mão pelo seu corpo em direção a sua bunda,
mas não consigo chegar lá porque Joana se afasta rapidamente. Um silêncio desconfortável se
instalou, os músculos de Joana estavam tensos e ela se afasta mais um pouco.
— Tudo bem? Eu fiz alguma coisa errada? —pergunto preocupado— você não gostou do
beijo?
Seu olhar me diz que ela esconde algo, e por alguma razão estou sentindo que não irei gostar
nada do que ela irá falar.
— Podemos deixar isso para depois... esse assunto é muito complicado e ainda me afeta —diz.
— Claro —sorriu pegando o controle de sua televisão, ligo a mesma e começo a procurar por
um filme de ação. Não sou de assistir filmes, então não sei qual é bom ou ruim, coloco o
primeiro que encontro e espero que seja bom. Me aconchego no sofá e começo a assistir, olho
para Joana de canto de olho e vejo que ela me observa.
— Se você se sentir bem e não ficar desconfortável, por mim tudo bem —falo.
A mesma coloca um travesseiro sobre meu colo e deita sua cabeça. Me aconchego ainda mais
no sofá e continuo a assistir, certo momento começo a fazer cafuné em seus cabelos, mas
lembro-me que ela pode não gostar e paro.
Sorriu e volto a acariciar seus cabelos. Começo a pensar em como ela ficou depois do nosso
beijo, ela parece ficar assustada quando tocam nela com segundas intenções. Isso me faz ter
minhas próprias conclusões do que pode ter acontecido.
[...]
Acordo e ainda de olhos fechados sinto que estou em uma posição desconfortável, também
sinto algo sobre minhas pernas. Abro meus olhos e percebo que o peso sobre minhas pernas
era Joana, a mesma dormia calmamente com a cabeça no meu colo. Sua televisão ainda estava
ligada, acabamos dormindo durante o filme.
Passo as mãos sobre o rosto e em seguida olho as horas no relógio, arregalo meus olhos ao ver
que já está tarde e estou atrasado para o trabalho.
Quando ela percebe que estava ainda deitada sobre meu colo, a mesma dá um pulo do sofá e
olha para o relógio de parede que eu só percebi agora.
— Sim —falo me levantando e me espreguiçando— preciso ir, irei passar no meu apartamento
para trocar de roupa e ir para a empresa.
— Queria que você pudesse ficar mais... tomar café comigo —diz, suas bochechas ficam
vermelhas.
— Obrigado pelo jantar, foi uma noite agradável —falo— até mais.
[...]
Passo pelo meu apartamento e tomo um banho rápido, visto um terno e já sigo para a
empresa. Marius com certeza irá querer saber o porquê do meu atraso.
Vou para minha sala e a encontro vazia, Alisson não estava ali. Vou até a sala de Marius e
encontro o mesmo concentrado no celular.
— Finalmente apareceu —diz ele— o que aconteceu para você se atrasar tanto assim?
Está vendo, um belo de um fofoqueiro! Tenho certeza que ele irá falar para Victoria no
momento em que eu sair por aquela porta.
— Dormi fora —falo— acabei me atrasando, pois tive que passar pelo meu apartamento antes
de vir.
— Tenho certeza que quando eu te falar, você irá ligar para sua mulher e contar para ela —falo
— você não consegue esconder nada dela, muito menos guardar um segredo.
— É claro que eu consigo —diz me olhando sério— eu não conto tudo para ela.
— Duvido, se você vai ao banheiro, você diz para ela —falo encarando ele.
— Ela pode não saber onde estou e ficar me procurando —diz como se fosse óbvio.
— Acredito —sorri— eu jantei ontem com a Joana e depois fomos ver um filme, acabamos
dormindo no sofá e só acordamos agora de manhã.
— A Joana? Melhor amiga da minha mulher? —pergunta me encarado, suas duas mãos
estavam na sua cintura.
— Sim, mas a gente é só amigo —falo— não é para falar para a Victoria.
Isso não é nenhum segredo, não me importo se ele contar, só quero ver até onde ele
consegue.
Mas eu realmente não iria sair, fiquei atrás da porta para ver por quanto tempo ele ficará sem
falar sobre isso com a Victoria. Marius parece estar em um conflito interno consigo mesmo, ele
olha pro celular e passa a mão pelos cabelos.
— 1,2... —conto baixinho, mas paro quando meu irmão pega o celular rapidamente e liga para
sua esposa.
— Amor, você não sabe de uma coisa... —diz ele assim que Victoria atende o celular.
Meu irmão é um pau-mandado da sua esposa, literalmente qualquer coisa que ele irá fazer, o
mesmo tem que falar para ela. Tenho certeza que a roupa dele é ela que escolhe.
Vou ser carinhoso um dia com minha futura esposa, mas agir como um cachorrinho adestrado
que só obedece a sua dona, nunca!
Lembro-me que falei que na próxima ela que iria jantar na minha casa, vou caprichar em um
jantar para ela. Posso aprender a cozinhar e fazer eu mesmo o jantar para ela. Eu já sei
cozinhar, mas não é nada que seja digno de um verdadeiro jantar.
Alguns dias já tinham se passado desde o meu jantar com Joana, e eu não a vi por que a
mesma anda muito ocupada com seu trabalho. Alisson a dois dias atrás contou para todos que
a data de seu casamento estava marcada, não ouvi para quando, mas parece que Brandon
quer que aconteça logo.
Ela parece feliz e agora só fala nisso. Tipo agora, parece que ela está falando com alguém sobre
seu vestido de noiva.
— Queria marcar um horário para ver seus vestidos, e como sei que você é uma mulher muito
ocupada, inclusive eu também, queria perguntar seus horários disponíveis? —pergunta ela
para a tal mulher do outro lado da linha.
A mulher lhe diz algo e isso faz com que Alisson perca um pouco do sorriso que ela tinha.
A mesma desliga seu telefone e logo volta a seus afazeres. Seu projeto já tinha sido finalizado e
apresentado para algumas pessoas, essas pessoas iriam avaliar e se elas gostassem, as mesmas
iriam investir para que pudessem ser lançados para outras pessoas usarem.
Foi muito melhor do que esperávamos, o projeto foi bem aceito e aprovado por todos que
aqui estavam. Nosso projeto era um software para pessoas com deficiência visual, um
aplicativo para pessoas com essa deficiência se comunicarem. O mesmo teve todo um
planejamento e um desenvolvimento detalhista, assim não iriam deixar nada a desejar aos
seus usuários.
— Irmão, pode vir aqui na minha sala para conversarmos? —diz e eu assinto.
Deixo Alisson fazendo seu trabalho e sigo para a sala do meu irmão, quando chego lá encontro
Helena sentada sobre sua mesa desenhando.
— Tio Cris —diz ela deixando o que estava fazendo de lado e correndo para me abraçar. Hoje
minha sobrinha não tinha aula, então veio para a empresa com seu pai.
Nos afastamos e me sento, Helena senta no meu colo e pede meu celular. Tiro o mesmo do
meu bolso e entrego para ela que sorri, a pequena começa a procurar joguinhos de princesa
para jogar.
— Ela irá acabar com a memória do seu celular —diz meu irmão.
— Ela não conseguiria —falo beijando os cabelos de Helena, os mesmos têm cheiro de
morango.
— Ela conseguiu acabar com a do meu celular, e com o da mãe dela —diz.
— Tá bom titio —diz se deitando sobre meu peito enquanto tem sua total atenção no celular.
— O que você queria falar comigo? —pergunto.
— São duas coisas —diz ele— a primeira é por que quero que você me substitua em uma
reunião.
— Tudo bem, mas por que você não pode ir? —pergunto.
— Aí que vem a segunda coisa —fala— Victoria está preparando um jantar para a família,
inclusive é para você ir, sem essa de falar que não vai.
— Bem, minha mulher quer que eu ajude ela a organizar algumas coisas, pois ela está um
pouco indisposta.
— Por falar nisso, Victoria está bem? —pergunto— fiquei sabendo que ontem ela passou mal.
— Ela está bem, fomos ao hospital e ela fez alguns exames —diz, seu rosto pareceu se iluminar
— está tudo bem.
— Que bom —falo— pode ir ajudar sua dona, eu vou para a reunião.
— Minha dona... digo, minha mulher está me ligando —diz olhando pro seu celular sobre a
mesa, o mesmo pega e atende— Oi amor da minha vida, razão do meu viver...
Sorriu, cachorrinho.
— Tem que vestir e maquiar a princesa —diz ela— toma, arruma ela.
Começo a arrumar a maldita princesa, até que eu levava jeito para isso.
— Tio, você passou batom no olho dela —diz minha sobrinha tomando meu celular.
— Homens, não sabem fazer nada —diz ela colocando a mão sobre a testa e negando com a
cabeça— vou te ensinar a fazer maquiagem.
Durante cinco minutos fiquei tendo aula de como se maquia uma princesa. Mas logo depois
tive que voltar para minha sala e pegar alguns documentos para que eu pudesse ir para a
reunião.
[...]
Estava terminando de me arrumar quando ouço meu celular tocando. Era Joana.
— Oi Cris —diz com sua voz delicada— você já está indo para o jantar na casa da Victoria?
— Estou terminando de me vestir para ir, por quê? —pergunto.
— Tudo bem, irei te esperar, até daqui a pouco —diz encerrando a ligação.
Termino de abotoar minha camisa e me olho no espelho. Eu estava de calça preta e blusa
branca social. Já devidamente pronto, desço para o estacionamento e pego meu carro, indo
em direção ao apartamento de Joana. Marius me falou que o jantar seria só a família, mas
Joana é melhor amiga da minha cunhada e não poderia ficar de fora.
Dez minutos depois eu estava parado na frente de seu prédio esperando por ela. A mesma
apareceu vestida em um vestido preto, salto também preto e seus lindos cabelos soltos, seus
lábios estavam pintados de vermelho, e fora isso, não tinha mais nenhum requisito de
maquiagem.
Linda naturalmente.
— Uau, você está linda —falo para ela que sorri tímida.
— Obrigada, você está lindo, muito lindo —fala observando todo meu corpo.
Me aproximo dela e beijo sua testa, ao me afastar vejo seus olhos brilharem.
Depois disso seguimos caminho conversando sobre nosso dia, ela me falou várias coisas sobre
seu trabalho. Como não tínhamos nos visto, tínhamos muito assunto.
— Não liga para ela, Jojô —falo segurando sua mão— Eliza é muito intrometida.
— Que bom que você veio amiga —diz Victoria— preciso falar com você.
Solto a mão de Joana, que rapidamente segura na mão da minha cunhada, e as duas saem
conversando.
— Eu gostava da ideia de ter você junto com Alisson —diz Marius— mas com certeza, você e
Joana é muito melhor.
— Vocês dois juntos parecem ser mais leve —diz ele— com Alisson não, acho que o passado
sempre irá assombrar vocês dois... e ela parece não conseguir esquecer.
— Bem, eu não tenho mais nada a ver com isso —falo— ela irá se casar, e eu irei seguir em
frente.
Olho para Joana e nossos olhares se encontram, ela sorri desviando o olhar.
— Talvez eu já tenha um novo destino —falo olhando pro Marius que me observava.
Meu irmão sorri colocando seu braço sobre meus ombros, abraço sua cintura.
— Espero que você seja feliz, assim como eu sou com minha Victoria —diz ele todo
apaixonado.
Assim espero.
Capítulo 24
— Queremos fazer um comunicado —diz Marius se levantando com Victoria ao seu lado
fazendo o mesmo.
— Vamos ter mais um integrante na família —diz meu irmão colocando a mão sobre a barriga
de Victoria.
— Mais um? —pergunta Eliza— Jesus, vocês gostam mesmo de fazer filhos.
— Eu queria ter muitos filhos —diz Marius— mas Victoria disse que esse será o último.
— Vocês terão cinco filhos —diz Joana— isso se não vier mais, lembram que a última gravidez
foi de trigêmeos.
— Estamos tão felizes —diz minha mãe indo abraçá-los, meu pai fez o mesmo.
— Parabéns meu filho —diz meu pai— o que esses dois aí não me deram, você me deu.
Meu pai olha para mim e para Eliza, é bom que não precisamos mais suprir a necessidade dele
de ter muitos netos, só o Marius sozinho já fez isso.
— Que bom que temos o Marius, não é, irmão —diz Eliza para mim.
As duas se abraçam, em seguida todos os meus sobrinhos vão em direção a sua mãe e
abraçam ela.
— Eu também quero uma menina dessa vez —diz Victoria— mas não está no nosso desejo,
vamos ter que esperar e descobrir.
Joana volta para o meu lado e logo todos voltamos a nos sentar e terminar o jantar. Depois
que terminamos, Victoria acabou ficando enjoada e subiu para o quarto com Joana, Eliza e
minha mãe.
Me sentei no sofá ao lado de Marius e meu pai, eles estavam tomando whisky, eu fiquei
apenas no suco que minha cunhada fez.
— O jeito que vocês se olham diz outra coisa —fala tomando um gole da sua bebida.
— Os olhos de vocês brilham... e parece que vocês têm uma conexão —diz ele— ela me parece
ser uma ótima moça, deveria investir.
— Eu apoio a ideia —diz meu irmão— mas assim como todos nós, ela tem um passado, espero
que você converse bem com ela sobre isso.
— Bom, você terá que esperar ela te contar —diz— ela demorou muito para se abrir com
minha mulher...
— Você sabe de alguma coisa, por que não me fala? —pergunto curioso.
— Não estou totalmente por dentro do assunto, pois Victoria disse que é somente um segredo
dela com sua amiga —fala— mas minha mulher me disse algumas coisas, e sobre o tempo que
levou para sua amiga desabafar com ela. As duas passaram por coisas horríveis, eu sei tudo
que minha mulher passou e queria muito mudar isso. Não surte quando ela te falar, apoie ela.
— Fiquei até assustado —comento— mas irei manter a calma se ela realmente me falar.
— Voltamos —diz minha cunhada andando até meu irmão e sentado no seu colo.
Não sou de invejar nada, mas o amor desses dois e de fazer qualquer um sentir inveja. Eles são
perfeitos juntos.
— Claro — falo.
Joana se despede dos trigêmeos e da sua afilhada, depois se despede dos outros e vamos
embora.
— Victoria sempre quis uma família grande —comenta Joana— parece que ela conseguiu
realizar seu maior desejo.
— Quatro filhos e esperando outro —falo sorrindo— meu irmão também desde mais novo
falava que queria uma família grande.
— Eles são almas gêmeas —diz ela sorrindo— fico feliz pela minha amiga, já sofreu tanto no
passado e agora está feliz.
— Acho que todos temos um momento de muito sofrimento na vida —falo— temos um
momento em que chegamos no fundo do poço.
Lembro de tudo que já passei, e que já faz cinco anos que tento me reconstruir.
— Mas também chega um momento em que todo esse sofrimento é recompensado —falo—
para alguns isso chega mais cedo... para outros, demora um pouco mais.
— O que isso significa? —pergunto— você sempre sorridente, duvido que já passou por coisas
terríveis.
— Quer conversar sobre? —pergunto segurando sua mão que estava sobre sua perna, volto
meu olhar para a rua enquanto ainda dirijo.
— Victoria me aconselhou a conversar com você sobre isso —diz incerta— ela é a única que
sabe e tem me ajudado desde então. A mesma disse que eu preciso superar isso, e que
segundo ela, como eu estou me aproximando de você, eu tenho que te contar sobre meus
traumas.
Confirmo.
— Sério? —pergunta.
— Sim, pedi ajuda a minha mãe para me ensinar a cozinhar uma das receitas da minha avó —
falo.
— Nossa, que honra —diz colocando a mão sobre o peito me olhando— irei aguardar isso
ansiosamente.
Continuamos a conversar até que chegamos a seu apartamento, descemos do carro e ela se
virou para mim.
— Eu quero fazer uma coisa —diz.
Joana se aproxima de mim e me beija, quando vou segurando sua cintura, lembro-me que ela
tem receio ao toque com segundas intenções e pode se afastar, mesmo que eu não esteja
tocando ela nesse sentido. Então deixo ela comandar. Suas mãos seguravam meu rosto
delicadamente, elas de jeito nenhum desciam pelo meu corpo, e mesmo eu não a tocando,
dava para sentir seu corpo levemente tenso.
Ela queria muito, e mesmo sem nenhuma intenção, seu corpo entrava na defensiva.
A mesma sorri para mim e sai em direção a portaria de seu prédio. Volto pro carro sorrindo
igual um idiota e logo vou embora. Mas enquanto eu voltava para casa, meus pensamentos
voltavam para o que Joana tinha para me falar. Já não estou gostando nada disso, sinto que
algo de ruim está por vir.
Capítulo 25
Quando cheguei em casa depois de mais um dia exaustante de trabalho, encontro Brandon
sentado no sofá mexendo no celular.
Estranho.
— Oi amor —ando até ele beijando seus lábios. —você não deveria estar indo para a faculdade
nesse horário?
O mesmo bate com a mão ao seu lado no sofá e me sento, ele deixa seu celular sobre a
mesinha de centro e depois me olha.
— Ouve um pequeno engano entre as datas, parece que já tinham um casamento marcado na
mesma data do nosso —diz ele— o problema é que todas as datas depois já estão todas
ocupadas, me ligaram perguntando se eu não me importaria se acontecesse antes.
— Falei que por mim não tinha problemas —disse— mas que eu precisaria conversar antes
com minha noiva. Você se importaria se fosse antes do previsto?
— Não me importo —falo— eu escolhi você, se fosse para casar amanhã eu iria.
— Claro —falo— difícil vai ser organizar tudo isso em tão pouco tempo.
Brandon me empurra em direção ao sofá e fica sobre meu corpo, olho nos seus olhos e faço
um carinho em sua bochecha.
— Prontíssimo —fala— prometo ser o melhor marido para você. Vou sempre estar do seu
lado, querida.
— Prometo ser a melhor esposa, mesmo tendo erros e sendo complicada... prometo ser
sempre fiel a você —falo colando nossas testas.
Ouço um barulho de trovão, olho para fora e no mesmo momento um grande clarão aparece,
vai chover.
— Parece que vai chover —falo enquanto passo meus dedos entre os fios de cabelo de
Brandon. Meu noivo fecha os olhos aproveitando, o mesmo adora quando faço isso.
— Acho melhor irmos ver como está nosso pequeno —diz Brandon saindo de cima de mim.
Liam tem medo de trovão e raios, sempre que chove ele dorme com a gente.
Nos levantamos e seguimos até o quarto onde meu bebê estava dormindo, mais cedo pedi
para Hope deixá-lo dormindo na minha cama mesmo, às vezes deixamos ele dormir com a
gente, mas não todos os dias. Meu pequeno estava encolhido no meio da cama, coberto por
vários lençóis. Brandon se deita de um lado e eu do outro, puxamos a coberta sobre nossos
corpos.
— Que isso cara —diz Brandon passando a mão sobre os cabelos de Liam— não pode ter
medo, você é muito corajoso.
— A gente também te ama —falo beijando sua testa, em seguida beijo os lábios de Brandon
em um selinho.
— Minha prova de vestido é na próxima semana —falo— Ainda temos que escolher o sabor do
bolo, a decoração...
— Calma, amor —diz Brandon— vai dar tudo certo, vou te ajudar em tudo.
Victoria irá me ajudar muito mais, pois ela já é casada, a mesma saberá me instruir em cada
passo. Eliza também irá me ajudar, quem sabe aquela amiga delas não vem me ajudar
também...
Me sinto uma estúpida ao lembrar que agi feito uma idiota naquele dia na casa dos fitzy.
Cristian estava certo em tentar seguir em frente, afinal, desde o começo sempre deixei claro
que queria Brandon e que não iria acontecer nada entre a gente. Mas a parte que ainda existe
em mim que mesmo depois de tudo, ainda tem um certo sentimento por ele, me deixou cega.
E o pior de tudo, agi daquele jeito na presença de Brandon...
Naquela noite, quando chegamos em casa, Brandon me questionou sobre o que tinha sido
aquilo. Ele me questionou sobre meu jeito de agir, ele disse que eu estava desrespeitando ele
e ao nosso filho, pois eu estava agindo daquele jeito na frente deles. Eu estava sem palavras,
eu tentava me explicar, mas eu estava errada. Tivemos uma briga feia, mas no final nos
entendemos.
Brandon passou alguns dias estranho, ele falava comigo normalmente, mas eu via que ele
estava magoado comigo. Mas agora estamos de bem e não quero mais magoá-lo, vamos nos
casar e vamos ser muito feliz.
Enquanto estava perdida em meus pensamentos, sinto meu estômago revirar. Levanto
rapidamente e corro pro banheiro onde me abaixo de frente pro vaso começando a vomitar.
Sinto a mão de Brandon passar pelas minhas costas e logo meu cabelo ser segurado.
— Acho que comi alguma coisa que me fez mal —falo— tenho certeza que foi algo que comi.
— Pior que não, comi o mesmo de sempre —falo, outro enjoou vem e quase coloco minhas
tripas para fora.
— Vamos, vou pegar um remédio para você —diz Brandon me levantando e me deixando de
frente para a pia onde lavei o rosto. Voltei para a cama me deitando ao lado do meu filho, o
mesmo me olhou preocupado e grudou em mim. Brandon desceu e logo voltou com um
remédio para enjoo e um copo de água.
— Um pouco —falo.
Ele deixa o copo sobre o criado mudo e se deita me puxando para seu peito, Liam se move
para o outro lado deixando seu pai no meio, Brandon nos abraça e ficamos naquela posição
até dormir.
Capítulo 26
Me olho no espelho, eu estava de calça social preta e camisa polo branca, meu tênis também
era branco.
Dou uma voltinha na frente do espelho e passo a mão pelos meus cabelos, meu corte estilo
militar está precisando de um retoque.
Desço até a cozinha onde coloco nosso jantar para esquentar, digamos que eu estava bem
ansioso e fiz cedo demais. Mas isso também foi planejado, caso eu falhasse na cozinha e o
jantar fosse estragado, dava tempo pedir em um restaurante.
Joana deve está chegando, eu me ofereci para pegá-la, mas a mesma me disse que vinha de
táxi. Enquanto ela não chega, dou uma volta pelo meu apartamento observando, olhando se
não tem nada errado ou fora do lugar.
Ouço o som do micro-ondas me avisando que o tempo ajustado já tinha acabado, vou em sua
direção e desligo o mesmo, retiro a travessa de dentro e a levo até a mesa. A campainha toca e
sei que é Joana, rapidamente retiro as luvas que tinha usado para não queimar as mãos e as
jogo em uma das gavetas do armário da cozinha. Vou em direção a porta arrumando minha
roupa, paro em frente à mesma e abro.
Olho para a linda mulher na minha frente, ela estava muito bonita. Joana usava um vestido
vermelho justo no seu corpo, o mesmo tinha algumas partes em renda que deixava bem a
mostra sua pele branca. Sua maquiagem era simples, mas seu batom vermelho se destacava
em seus lábios carnudos. Joana usava um salto alto na cor prata, uma combinação muito
bonita.
— Entra —dou espaço para ela entrar, fecho a porta e me viro para a linda mulher que olhava
tudo encantada.
— Você está incrivelmente bela —falo me aproximando dela e parando ao seu lado.
— Você também está muito bonito —fala— e seu apartamento é incrível, olha essa vista, que
espetáculo.
— Prefiro olhar para outro espetáculo, um muito mais bonito —falo olhando para ela.
As bochechas de Joana ficam vermelhas igual seu vestido, ela arruma seu lindo cabelo atrás da
orelha e me olha nos olhos.
Porra!
Por que nunca reparei nela antes? Quatro anos sempre encontrando ela e nunca me
interessei... Acho que tudo acontece no seu tempo, não adianta correr e querer fazer tudo dar
certo antes do tempo, pois quando é para dar certo, acontece mesmo sem a gente esperar.
— Será que dá para ver a lua daqui? —pergunta se aproximando dá grande janela.
— Quem precisa ver a lua quando se tem o brilho dela nos seus olhos —falo vendo ela virar de
frente para mim.
Puxo a cadeira para ela que se senta, vou até a cozinha e pego um vinho, volto para a mesa e
coloco sobre.
— Eu cozinhei para a gente um prato francês que se chama tartiflette. Minha avó veio de uma
família de franceses e cozinhava isso para a gente. Minha mãe aprendeu com ela e como já
não tenho mais minha avó, pedi ajuda a minha mãe.
— Estão, essa comida tem um significado muito importante para você —diz— que honra poder
desfrutar disso.
— Você é a primeira pessoa para quem cozinho —falo— aprendi ela especialmente para esse
momento.
— Você é incrível —fala sorridente— me sinto muito honrada. Como era o nome da sua avó?
— Helena —falo.
— Exatamente —sorriu.
— Hummm —murmura— está uma delícia, qual o segredo para ficar assim tão bom?
Abro o vinho e coloco em sua taça, ela agradece, me sirvo e logo começamos a jantar. Quando
terminamos de comer, vou até a geladeira e pego a sobremesa.
— Espero que você goste —falo deixando sobre a mesa— se chama crème brûlée, é uma das
sobremesas mais famosas da França, minha avó amava e me fazia comer todos os dias. Agora
não como com frequência.
— Isso é muito bom —diz— nossa, acho que vou começar a comer comidas francesas, são tão
boas.
— Mas você também precisa provar a brasileira —falo— você vai amar.
— Ansiosa para experimentar —diz enquanto pegava uma colher cheia e levava até a boca.
Ficamos ali conversando e comendo, logo depois pego o vinho com as duas taças e levo até a
área da piscina.
— Acho que já me acostumei tanto com isso que acho sem graça —comento— sempre a
mesma coisa, nunca muda.
— Claro que muda, você só precisa prestar bem atenção —fala— toda vez que você sair aqui
fora, irá ter algo diferente, mesmo que seja algo pequeno que você julga insignificante.
— Tudo bem, a partir de agora irei prestar bem atenção em tudo, cada mínimo detalhe.
Andamos até a borda da piscina e nos sentamos com os pés dentro da água, claro que eu não
coloquei a prótese dentro, fiquei apenas com um pé na água.
Coloquei o vinho nas nossas taças e ficamos em silêncio bebendo. Estava tudo calmo, até que
ela começou falar.
— Naquela noite na boate, era meu primo —fala desviando o olhar para a água enquanto
balançava seus pés calmamente.
— Por que ele falaria daquele jeito com você? —pergunto lembrando das palavras daquele
idiota.
— A cinco anos atrás, quando fui morar no Texas para terminar meus estudos, eu estava
ficando na casa dos meus avós —diz ficando tensa— eu gostava de ficar lá por que eles eram
super carinhosos e tudo mais... até que meu primo se mudou para lá.
Ouço tudo atentamente, tiro a taça de sua mão e seguro ela lhe passando confiança.
— O que ele fez? —pergunto, mesmo já desconfiando o que seja— Joana, o que ele fez?
Capítulo 27
— Joana... — puxo ela para meus braços e abraço ela apertado. Aquilo foi algo que a fez
desabar, a mulher se encolhe em meus braços e chora ainda mais.
— Ele... abusou de mim —diz baixinho e sofrido— ele disse que eu merecia isso porque eu era
muito enxerida e que eu estava metendo meu nariz onde não era chamada.
— Vou matá-lo —falo passando minhas mãos pelas suas costas fazendo um leve carinho.
— No computador dele tinha várias fotos de crianças... era nojento aquilo tudo —fala, sinto
meu estômago revirar com tudo isso— eu falei que iria denunciá-lo por pedofilia... por isso ele
fez isso comigo, para me calar. Mas eu não me calei, fui à delegacia e contei tudo, meus pais
ficaram sabendo e entraram com um processo contra ele... Mas infelizmente Kylian foi mais
esperto e conseguiu dar fim as imagens. Mas ele não ficou livre do que fez comigo, o mesmo
foi condenado... Mas como você mesmo viu, já foi solto.
— Meu Deus —falo imaginando tudo que ela passou, deve ter sido aterrorizante.
— Isso ainda fica pior... —diz chorosa— algumas semanas depois descobri que estava grávida.
— Eu já estava sofrendo tanto... Eu não iria conseguir gerar aquela criança... eu estava em uma
depressão profunda e só chorava —diz com a voz falhando— com a ajuda dos meus pais, eu
fui em uma clínica e fiz um aborto... não me julga por favor.
Ela começou a chorar ainda mais, suas mãos seguravam minha camisa fortemente.
— Nunca que eu iria te julgar por isso —falo passando as mãos pelo seu cabelo— você é muito
forte, não mereceu nada disso que te aconteceu.
Beijo sua testa enquanto ela soluça. Joana chorou tanto que acabou não aguentando e dormiu
nos meus braços, mesmo com toda dificuldade consegui subir com ela para meu quarto e
deitei ela sobre minha cama. Seus olhos estavam inchados devido ao choro, seu nariz também
estava bem vermelho.
Desço para sala e me sento no sofá, fico pensando no que Joana me contou... nunca imaginei
que ela tinha passado por tudo aquilo. Ela sempre sorridente, pelo menos sempre estava
quando eu encontrava ela.
Por isso Marius veio com aquela conversa... Joana deve ter falando com Victoria que de
alguma maneira contou ao marido. Só de imaginar que se eu não tivesse naquele dia na boate,
ele poderia ter feito algum mal para ela...
Aquele monstro nunca mais irá chegar perto dela novamente, não irei permitir.
Fico ali sentado no sofá refletindo sobre tudo que estava acontecendo e acabo dormindo ali
mesmo. Acordo bem cedo pela manhã, ainda bem que meu sofá é macio, se não eu iria
acordar com dor nas costas. Me levanto e sigo para meu quarto, Joana ainda dormia escolhida
na casa, a mesma estava enrolada nos meus lençóis e isso me deixou com um sentimento
bom, ela segurava nos mesmos e parecia calma como se nada de mal pudesse afetar ela
naquele momento.
Ando até meu closet onde pego um conjunto de moletom e em seguida entro no banheiro.
Fico ali por alguns minutos e quando saiu encontro Joana sentada na cama esfregando seus
olhos.
— Bom dia —responde— desculpa por ter te dado trabalho ontem, além de ter te falado
aquelas coisas, ainda dormi e você teve que me carregar.
— Não se desculpe, eu fico feliz que você tenha confiado em mim para me contar sobre isso —
falo enquanto me sento ao seu lado, mantendo uma distância considerável— por isso naquele
dia em que te beijei você se afastou e disse aquelas coisas de que o problema era com você, e
que eu não tinha feito nada de errado.
— Durante esses cinco anos eu venho tentando superar isso, Victoria tem me ajudado
bastante —diz— eu de certa forma estava conseguindo seguir em frente, não pensava mais
tanto no que tinha acontecido... Mas desde aquele dia na boate, tudo voltou a tona, comecei a
ter pesadelos com aquele monstro, e sabendo que ele está na cidade isso só me deixa ainda
pior.
— Se depender de mim, ele nunca irá chegar perto de você —falo fazendo ela sorrir sem
mostrar os dentes.
Depois disso descemos para a cozinha onde ela se senta e eu vou até o armário. Pego uma
caixa de cereal e coloco em uma tigela, depois acrescento leito e deixo na frente dela que me
olha atentamente.
— Meio-dia —diz.
— Irei ligar para avisar que você não vai, a gente acabou entrando em um assunto que te
deixou mal —falo— quero que hoje a gente faça algo que irá fazer você se sentir melhor.
— Eles irão me demitir —fala— se não posso ir pro hospital, preciso de um atestado médico
afirmando que não estou em condições para trabalhar.
— Que se foda o atestado, se eles fizerem qualquer coisa para te prejudicar —falo sério— eles
terão que enfrentar a ira de Cristian fitzy.
Entrego meu celular para ela que rapidamente adiciona o número, ligo pro diretor do hospital
que ao ouvir meu sobrenome não questionou nada do porquê a Joana não iria trabalhar, a
morena sentada ao meu lado comia seu cereal enquanto me encarava fixamente.
Avisei a ela que vestisse roupas leves, pois iríamos nos divertir bastante. Depois de alguns
minutos ela aparece de banho tomado, vestida em uma blusa branca e uma jardineira, nos pés
ela usava um tênis também branco.
— Obrigada —diz.
— Vamos? —pergunto.
Assim fomos até o carro e seguimos rumo a um dia super divertido, quero animar e fazê-la
esquecer pelo menos um pouco de tudo que vem acontecendo e do que já aconteceu com ela.
— Claro, eu adoro parques —diz empolgada— eu não vou em um desde que eu era pequena.
— Eu costumava vir aqui até os meus dez anos —comento— Marius sempre vinha comigo,
mas depois ele foi ficando mais velho e começou a ir para a empresa com o nosso pai, não
tinha mais graça vir sozinho.
— De certa forma sim —diz— não nos víamos todos os dias, na época da escola, sim, mas
depois que terminamos, não. Ela tinha problemas com o pai, às vezes não saia de casa para
evitar desentendimento com o mesmo, mas sempre que dava ela estava na minha casa,
dormíamos juntas às vezes... tenho saudade desse tempo, pelo menos do lado divertido.
— Eu vou estar do seu lado —diz— lembre-se, eu nunca vou te deixar cair.
— Pelo resto da minha vida —diz sorrindo, a mesma segura minha mão e dá um leve aperto—
vamos?
Assinto e seguimos rumo ao brinquedo de mãos dadas, comprei nossas entradas e nos
sentamos na frente. Joana quis pegar os primeiros assentos por que diz que é mais
emocionante e radical.
Quase tenho um infarto quando o carrinho começa a subir e para bem no alto. Sinto a mão de
Joana na minha, seu aperto era firme e me passava confiança. Até que o carrinho desce em
alta velocidade, gritávamos iguais loucos, era incrível e super assustador toda aquela
velocidade, mas o melhor de tudo foi que ela não soltou minha mão em nenhum momento.
— Isso foi incrível —diz empolgada andando na minha frente, eu andava atrás dela ainda me
recuperando.
— Não lembrava como isso era tão rápido —falo— nunca mais subo novamente em uma
montanha-russa.
— Dá para irmos em um brinquedo menos rápido —falo— é que eu vi a minha vida passar
diante dos meus olhos a mais ou menos dois minutos atrás.
— Mas antes da gente ir, podemos comprar alguns acessórios? —pergunta empolgada.
Se arrependimento matasse, eu estaria morto por ter concordado. Três minutos depois eu
estava de peruca loira com chapéu e uma gravata que pisca.
— Nada disso, já me basta essa humilhação na frente dessas pessoas —falo— não quero
provas desse constrangimento.
— Só uma, por favor —diz fazendo um biquinho— eu não mostro para ninguém.
— Para que tudo isso? —falo emburrado, mas faço exatamente o que ela mandou.
— Ficou muito bonito —diz segurando a risada— quero mostrar pros outros isso aqui.
— Se você mostra para alguém, eu vou ficar chateado —falo cruzando os braços e virando de
costas para ela. Ouço sua risadinha e em seguida sua mão no meu ombro me fazendo virar de
frente para ela.
— Não irei mostrar para ninguém, seu bobo —diz— vai ficar apenas para mim.
— Promete? —pergunto.
— Prometo —diz.
Depois de entrarmos no carrinho, eu estava no volante e Joana emburrada por que queria
dirigir, começamos a nos movimentar.
— Loiras no volante são um perigo —diz um menino batendo na gente, ele parecia ter onze
anos.
— Pelo menos eu sou uma loira bonita, já você pica-pau —zombo dos seus cabelos vermelhos.
Ouço a gargalhada de Joana e logo uma pancada forte no nosso carro, eu vou pegar esse
moleque. Ficamos ali fazendo uma guerra com aquela criança, e depois saímos quando a mãe
dele veio brigar conosco.
— Você viu que ele começou me chamando de loira e que sou um perigo no volante —falei
cruzando os braços, emburrado.
— Estou de mal com você —falei virando as costas para ela e cruzando os braços.
— O que posso fazer para você voltar a ficar de bem comigo? —pergunta segurando meus
braços por trás e deitando a cabeça no meu ombro.
Olho para a frente onde vejo uma barraquinha de tiro ao alvo, onde o prêmio é um bichinho
de pelúcia.
Aponto com o dedo para a barraquinha e ela se afasta de mim, a mesma fica ao meu lado.
— Sabe que tenho uma péssima mira —diz ela— mas por você irei tentar.
Joana segura minha mão e me puxa em direção a barraquinha, ela dá cinco dólares pro
homem que lhe entre três argolas.
Sobre uma mesa tinham várias garrafas numeradas, o homem nos explicou que a garrafa
acertada, o número que tem nela será o prêmio, atrás dele tem vários bichinhos de pelúcia
também numerados.
Ela jogou a primeira argola e errou feio, a mesma resmungou irritada, mas logo se posicionou
para jogar novamente. Novamente ela erra, mas esse passou bem perto, acabou acertando na
boca da garrafa e indo para fora.
A pequena argola bate na boca da garrafa e pula para outro lado, mas não vai para fora, a
mesma cai na garrafa de número nove. Ouço a comemoração de Joana, o homem entrega a
ela um panda de pelúcia. Ela anda até a mim e me entrega.
Assim saímos do parque e seguimos até o carro para irmos em direção a algum restaurante. A
mulher ao meu lado sorria lindamente, acabei sorrindo também porque sua alegria era
contagiante.
Depois do almoço fomos para minha casa, Marius tinha me ligado falando que precisava de
uma foto de um dos documentos que eu tinha levado para meu apartamento. Como meu
irmão disse que era urgente, fomos diretamente para meu apartamento, eu tiraria a foto,
enviaria para Marius e em seguida iria deixar Joana em seu apartamento. Enquanto eu resolvia
o problema do meu irmão, Joana recebeu uma ligação e saiu para atendê-la. Mas logo voltou
rapidamente.
— Acabei de receber uma ligação e falaram que meu apartamento está vazando água por
debaixo da porta, e tenho certeza que o motivo foi que eu acabei deixando a torneira do
banheiro ligada.
— Vamos —falo rapidamente, eu já tinha tirado a foto e enviado para meu irmão. Joana
concorda e rapidamente corremos para meu carro e seguimos rumo ao seu apartamento.
Assim que chegamos a seu apartamento já vimos o corredor molhado, espalhadas pelo local
haviam placas avisando que o chão estava molhado. A porta do apartamento estava aberta,
Joana corre para dentro e já vê o caos que ali se encontrava.
— Senhor Mouris —diz ela se aproximando de um homem que tinha acabado de sair do
banheiro que tinha ali perto da cozinha— o que aconteceu?
— Certo, eu... vou arrumar minhas roupas em uma mala —diz Joana saindo para o quarto. Sigo
ela e a vejo tentando tirar a mala de uma das prateleiras de seu closet, como era alto a mesma
estava com dificuldade, me aproximo e pego para ela.
— Obrigada —diz andando até a cama e deixando a mala aberta para que ela pudesse colocar
seus pertences.
— Não sei —diz suspirando— meus pais estão viajando, talvez eu peça para ficar com Eliza, ou
peça para ficar com Victoria...
— Nunca incomodaria —falo— eu fico sempre sozinho naquele apartamento enorme, ter você
me fazendo companhia será ótimo.
— Sendo assim, eu aceito —diz— obrigada, por tudo que você está fazendo por mim.
— Vou levar sua mala para o quarto de hóspedes —falo para ela que assenti. Subo para o
quarto e deixo sua mala lá, volto para a sala e encontro a mesma no celular. Ela desliga o
mesmo e suspira se sentando no sofá.
— Eliza me mandou uma mensagem avisando que amanhã a tarde terei que voltar pro hospital
—diz— o trabalho chama, pelo menos não é um plantão tão longo.
— Depois do dia incrível que você me proporcionou? É claro que sim —diz sorrindo— não
terminou do jeito que queríamos devido ao meu apartamento, mas pelo menos não aconteceu
nada grave. Eu me diverti tanto, acho que nem lembro quando foi a última vez em que me
diverti assim.
— Ficou feliz que você tenha gostado —falo— sempre que eu puder fazer algo para te fazer
sorrir, irei fazer.
— Você é especial —diz se aproximando de mim e beijando minha bochecha— vou subir para
arrumar minhas coisas, nos vemos daqui a pouco.
Assim ela sobe me deixando sozinho com um sorriso no rosto e uma cara de bobo.
[...]
Ouço a campainha e vou abrir, era o entregador com a comida. Pago o rapaz e volto para a
mesa de jantar com nossos lanches, ouço os passos de Joana descendo a escada.
— Nosso jantar —falo— hoje não temos comida francesa, mas temos hambúrguer e batata
frita.
— Se sirva —falo para ela que rapidamente se senta e pega seu hambúrguer, Joana logo dá
uma mordida enorme e geme em satisfação.
Aquele pequeno som que saiu de seus lábios me deixou excitado, senti meu pau querer reagir
e rapidamente me sento ao seu lado. Agora não é hora, Cristian Jr.
Ficamos ali comendo nossos lances e depois fomos ver um filme, Joana que insistiu, irei passar
todo esse tempo observando ela.
— Cris —diz ela depois de um tempo, já tinham se passado quase cinquenta minutos de filme.
— Você tem certeza? —pergunto e ela afirma— já faz cinco anos que me envolvi com alguém
também, desde o meu acidente.
— Antes de tudo quero fazer uma coisa —falo segurando sua mão e puxando ela em direção
ao meu quarto. Paramos ao lado da cama e solto sua mão, vou até meu closet e pego uma
gravata. Joana me olha estranho quando me aproximo dela.
— Antes de começarmos, quero que você amarre minhas mãos —falo para ela que me olha
confusa.
— Espere um pouco —deixo a gravata sobre a cama e retiro minha camisa, em seguida me
deito na cama. Coloco meus braços sobre a cabeça, Joana me encara, mas seu olhar agora
descia pelo meu corpo.
— Quero que amarre minhas mãos —falo— antes de tocar você, quero que você me toque.
Mesmo relutante, ela pega a gravata e amarra minhas mãos na cabeceira da cama.
Ela assentiu e se aproximou ainda mais de mim, sinto a pontinha do seu dedo contornar a
tatuagem que tenho sobre meu peitoral. Respiro fundo e mando ela continuar. Seu dedo
desce entre meus peitos e passa pela minha barriga, o mesmo para abaixo do meu umbigo
bem próximo da barra da minha cueca que estava amostra por que a calça tinha descido um
pouco para baixo.
Suspiro já sentindo meu pau ficar duro. Isso é uma sacanagem, fiquei duro com apenas um
toque dela. Essa mulher irá me levar a loucura.
Capítulo 30
Sinto a mão dela passar por toda minha barriga, logo seu dedo contorna o "V" bem desenhado
no meu abdômen e para com as pontinhas do dedo dentro da minha cueca. Acabo soltando
um gemido misturado com um suspiro.
— Senta sobre ele —falo para ela que encara meu pau já marcado na calça— lembre-se, você
que está no controle.
Ela assentiu e rapidamente sobe na cama, a mesma coloca uma perna de cada lado do meu
quadril e se senta sobre meu pau. Impossível não soltar um gemido, mesmo com as roupas
dava para sentir o calor de sua parte íntima sobre a minha.
— Você... é tão grande —diz se remexendo sobre mim, queria muito segurar sua cintura para
fazê-la parar, mas eu estava com as mãos presas.
— Você é tão lindo —diz se inclinando para frente. Sinto seu corpo sobre o meu e sua
respiração quente bater contra meu rosto. Seu nariz encosta no meu e sinto seus lábios bem
próximos, suas mãos sobem até meu rosto e o segura firmemente.
— Me beija —peço.
Joana ataca minha boca em um beijo quente, enquanto isso ela se esfrega em mim, me
deixando ainda mais duro do que eu já estava. Tento soltar minhas mãos, mas não consigo, ela
se afasta de mim e desce beijos pelo meu pescoço.
Joana estava me levando ao ápice da loucura, seus beijos molhados e quentes desceram pelo
meu peitoral e barriga. Ela contorna algumas cicatrizes e beija minhas tatuagens, a morena me
olha e sorri de lado. Sinto suas mãos desamarrando a gravata que prendiam as minhas, e
mesmo sedento por ela, me controlei, olho nos seus lindos olhos claros e vejo desejo, nenhum
sinal se receio ou que está desconfortável.
— Posso? —pergunto.
— Sim.
Levo minha mão ao seu rosto e faço um leve carinho, ela fecha os olhos e aproveita a
sensação, logo desço minha mão pelo seu pescoço onde vejo sua pele arrepiar. Minha mão
passa sobre seu seio ainda cobertos pela sua blusa e sinto o bico do mesmo enrijecido, os dois
estavam assim e dava para ver devido ao tecido fino. A mesma estava sem sutiã.
Joana se remexe sobre meu colo e rapidamente levo minhas mãos a sua cintura fazendo ela
parar. A mesma choraminga tentando se mover, ela estava muito excitada.
Sua pele branca e seus deliciosos seios com seus biquinhos rosados apontam para cima, eles
estavam enrijecidos e bastante deliciosos. Aproximo meu rosto do seu pescoço e inalo seu
cheiro, ouço ela suspirar quando meu nariz passa pelo local. Beijo seu ombro e vou trilhando
um caminho até seus seios, beijo seu biquinho e logo o cubro com meus lábios, passo minha
língua ao redor e ouço ela gemer enquanto leva suas mãos até meus cabelos e os segura forte.
Joana se remexia em meu colo enquanto eu devorava seus seios, suas mãos passeavam pelos
meus cabelos e arranhavam minhas costas com suas unhas, uma verdadeira gatinha. Viro a
deixando deitada sobre a cama com meu corpo sobre ela, a mesma abre ainda mais suas
pernas para que eu possa me acomodar entre elas.
Faço uma investida nela que geme jogando a cabeça para trás, ainda estávamos com nossas
roupas de baixo, mas nada que atrapalhasse nossos atritos. Beijo seu pescoço e mordo ele,
vejo o mesmo ficar roxo e sorriu ao ver que deixei minha marca nela.
— Nada disso, amor —falo lhe dando um selinho— quero te proporcionar uma noite
inesquecível.
Beijo seu queixo e assim desço beijos carinhosos entre seus seios, sigo pela barriga até chegar
na barra de seu short.
— Posso? —pergunto para ela que assenti. Sem esperar mais, puxo seu short para baixo e me
surpreendo ao ver que ela estava sem calcinha.
— Sem calcinha —falo olhando para sua bucetinha levemente avermelhada e completamente
molhada.
Me levanto e retiro minha calça junto com a cueca, meu membro já ereto fica apontando para
cima quando eu seguro o mesmo, olho para Joana que me observava atentamente. A mesma
lambe os lábios enquanto desce seu olhar pro meu pau. Me aproximo dela que olha pro meu
membro como se nunca tivesse visto nada igual.
Ela assentiu envergonhada. Passo a ponta do meu dedo entre seus seios descendo pela sua
barriga, o mesmo passa pela sua coxa onde eu seguro e abro suas pernas. Contemplo aquela
deliciosa visão. Puxo ela para a beirada da cama e me ajoelho entre suas pernas, beijo sua coxa
enquanto ouço os suspiros dela.
— Isso mesmo, amor —falo com a voz rouca— geme meu nome.
Enfio minha língua em sua entrada e com os dedos estimulo seu clitóris, Joana se contorce, a
mão livre que ficou deixo sobre sua barriga para que ela ficasse no lugar. Suas mãos
seguravam meus cabelos fortemente, eu passava minha língua por toda sua fenda enquanto
ela gemia alto, penetro ela com dois dedos e faço movimentos rápidos, sinto seu interior se
contrair e logo seu mel vem em meus dedos. Levo os mesmos até minha boca e os chupo
enquanto ainda olho em seus olhos, as bochechas dela estavam vermelhas.
Me levanto e retiro minha prótese, me deito por cima dela e sinto suas pernas ao redor do
meu quadril, meu pau roça em sua entrada e no mesmo momento me lembro da camisinha.
Me afasto dela que me olha confusa.
— A camisinha —falo.
Seguro meu membro e o levo até sua entrega molhada e quente, a penetro lentamente, sinto
centímetro por centímetro do meu comprimento alargando seu interior. Era alucinante e
completamente delicioso estar dentro dela.
Eu investia duro e forte dentro dela enquanto suas unhas passavam pelas minhas costas, suas
pernas ao redor do meu quadril me apertando enquanto o único som era de seus gemidos e
das minhas estocadas.
Acordo sentindo uma respiração quente bater contra meu pescoço, como uma gatinha
manhosa, vejo Joana aninhada a mim com sua perna sobre meu quadril. Passo minhas mãos
pelas suas costas nuas e ouço seu suspiro, Joana me aperta ainda mais entre seus braços e em
seguida levanta seu rosto para olhar nos meus olhos.
Joana solta uma risadinha e esconde seu rosto no meu peito, levo minha mão até seus cabelos
e faço um carinho.
— A gente precisa levantar —falo beijando sua testa— já deve ser quase horário de você ir
para o hospital.
— Vou olhar —me solto dela e me estico para pegar meu celular que estava sobre o criado
mudo. Ligo meu celular que estava desligado e vejo que já é quase meio-dia.
— Já são quase meio-dia —falo para ela que geme em frustração e me abraça.
— Então vamos tomar um banho e comer alguma coisa? —pergunto enquanto dou vários
selinhos nela— irei te deixar no hospital e de lá irei à empresa conversar com Marius.
— Gosto de cada pedacinho seu —diz se levantando e estendendo a mão para que eu
segurasse. Sinto meu coração acelerado e sorriu segurando sua mão, me levanto e seguimos
até o banheiro. Tomamos um banho relaxante, lavei os cabelos dela e ela os meus,
conversávamos sobre coisas banais e sorriamos muito um para o outro.
Quando terminamos, segui até o closet e vesti uma roupa social, apenas calça e blusa, nada de
blazer. Quando sai do quarto vejo Joana vestida em seu jaleco, o mesmo tinha alguns
desenhos, mas nada tirava o fato dela estar extremamente sexy.
— Estou tendo um ataque cardíaco —falo levando a mão ao peito— preciso de uma médica
para me salvar.
— Sendo assim, claro que atenderia —diz se aproximando de mim e me dando um selinho.
Seguro sua mão e descemos para a cozinha onde fritamos bacon e ovos, fizemos alguns
sanduíches e café, já que gosto muito e Joana também. Depois que comemos, a morena subiu
para pegar seu celular e algumas coisas de trabalho. Depois saímos e fomos em direção ao
hospital.
Era um beijo calmo, mas, ao mesmo tempo, cheio de sentimentos, nos afastamos depois de
mais alguns selinhos.
Dou-lhe um último selinho e ela sai do carro, a mesma acena para mim e entra no hospital.
[...]
Assim que cheguei na empresa já fui diretamente para a sala do meu irmão, chegando lá
encontro ele lendo alguns papéis.
— Boa tarde, irmão —falo alegremente me sentando na sua frente. Ele me olha e por alguns
minutos fica me analisando.
Que marca?
Pego meu celular e olho através da tela, vejo uma grande marca roxa no meu pescoço e
arregalo meus olhos.
— Por acaso essa garota se chama Joana? —pergunta, me encarando com a mão embaixo do
queixo.
— Não —diz.
— Certo, só não machuca ela —diz— Joana é melhor amiga de Victoria, se você machucar ela,
minha mulher irá ficar triste, e eu terei que quebrar sua cara.
— Calma —falo levantando as mãos em rendição— nunca que irei machucar Joana, eu só
quero o melhor para ela.
— Certo —diz— agora que você está aqui, quero que me ajude a terminar essa documentação.
Ficamos revisando enquanto ele me falava sobre a gravidez de Victoria e de como ele está
ficando louco com os desejos da gravidez.
Enquanto meu irmão fala, fico imaginando se algum dia serei eu a estar passando por isso. Eu
queria que acontecesse, imagina minha mulher carregando um filho meu, sentir o beber
mexer...
Estranhamente, ao pensar nisso, imagino sendo Joana com um barrigão… Uma sensação boa
me atingi, será que ela iria querer?
Quando deu meu horário sai da empresa e fui para meu apartamento, arrumei algumas coisas
que estavam bagunçadas e fiz o jantar.
As doze horas fui buscá-la no hospital, ao me ver ela sorri e corre na minha direção. Joana me
beijou e sorriu ao se afastar.
— Eu também estava —diz me olhando com seus lindos olhos claros brilhando.
Abro a porta do carro para ela que entra, dou a volta também entrando e assim vamos para
casa. Hoje foi a primeira vez que fiz uma rotina diferente, digamos que eu gostei muito, não
me incomodaria em vir buscá-la no hospital depois de sair da empresa. Eu estava amando o
que estava acontecendo.
Capítulo 32
Hoje será o casamento de Alisson, durante essas semanas que se passaram, não vi ela com
muita frequência, Marius deu a ela algumas semanas de recesso para que a mesma pudesse
organizar os preparativos do casamento.
Victoria, Eliza e Joana estão ajudando, e por falar em Joana, a gente se aproximou muito
ultimamente, muito mesmo. Depois daquela noite que tivemos, Joana sempre que pode vai
dormir na minha casa, e eu sempre vou buscá-la no hospital. Isso acabou se tornando uma
rotina que estou gostando muito. Normalmente ela sai de onze para doze horas, e eu sempre
passo em uma lanchonete onde compro lanches para ela e também passo em uma floricultura
para comprar flores, a gente vem todo o trajeto rindo e conversando coisas aleatórias.
E agora, nesse momento, eu estou indo pegar a Joana na casa do meu irmão, as mulheres
estão se arrumando lá, inclusive Alisson também está, a Victoria insistiu que todas elas se
arrumassem juntas.
Estou vestido em um smoking preto, meu corte de cabelo militar está recém cortado, assim
como minha barba que foi feita.
Estaciono meu carro na frente da casa do meu irmão e vou andando em direção a mesma,
toco a campainha e rapidamente minha cunhada atende a porta.
— Cris, a Joana está terminando de se vestir no quarto de hóspedes, Helena está com ela, fica
a vontade enquanto espera —diz me dando espaço para entrar.
— Sim, só que hoje está sendo bem corrido —diz passando a mão pela barriga que tem um
pequeno volume— e esse pequeno ser está me deixando três vezes mais cansada.
— Está ótimo, mas o pai dele não —diz sorrindo— Marius está cada dia mais doido querendo
saber o sexo do nosso pequeno.
— Meu irmão é tão dramático —falo me afastando dela e me sentando no sofá. Meu irmão
está se arrumando junto com Brandon e os outros amigos do noivo, já que eles irão ser
padrinhos, eu também irei ser, irei entrar junto com Joana. Mas ao contrário dos outros,
preferi me arrumar na minha casa mesmo.
— Ela já foi junto com Eliza, Marius daqui a pouco irá vir me pegar —diz— você irá com Joana,
e Alisson irá com o motorista.
— Certo.
Victoria diz que irá ver como Alisson está e enquanto isso, eu fico ali sentado esperando. Ouço
passos descendo as escadas, pensava que era Joana, mas era minha cunhada novamente.
— Sim?
— Alisson queria conversar com você e pediu que você fosse no quarto conversar com ela,
será rápido pelo que ela disse —diz.
— Você... uau —falo assim que entro no quarto e a vejo vestida de noiva.
Ela sorri.
— Eu achei esse vestido chique demais —diz ela— queria algo mais simples, porém as meninas
me fizeram vesti-ló.
— Está linda —falo— Victoria disse que você queria falar comigo?
— Sim, vou ser rápida —diz se sentando na cama, ando até ela me sentando ao seu lado.
— Prossiga —falo.
— A partir de hoje irei começar uma nova vida, uma nova fase da minha vida —diz— e não
quero levar nenhum problema meu para essa nova fase, quero deixá-los no passado, e para
isso, eu preciso resolver esses assuntos pendentes.
— Durante essas semanas eu pensei muito na minha vida e vi que todos os meus "problemas"
começam por você —diz ela calmamente— depois da rejeição e do meu tempo morando fora,
eu fiquei com raiva de você e voltei para Los Angeles com um desejo de vingar todas aquelas
humilhações. Agora percebi que estava fazendo com você o mesmo que fez comigo, e isso
estava me deixando cega. Não consegui enxergar o quanto você mudou, mas agora eu vejo.
— Acho que por isso não iríamos dar certo juntos, eu sou muito vingativa, e guardo rancor,
futuramente se ficássemos juntos, e tivéssemos alguma discussão, eu iria jogar tudo que você
fez comigo na sua cara, isso não é saudável —diz— iríamos sofrer, e o melhor para a gente é
seguir nossos caminhos com pessoas que irão nos fazer bem, e sei que a pessoa certa para
você é Joana, assim como o homem certo para mim é o Brandon.
— Eu nunca te culpei ou fiquei com raiva de você pelo jeito que me tratava —falo— eu posso
ter ficado um pouco magoado, mas, eu achava que aquele seu modo de agir era consequência
dos meus atos.
— Acho que foi um pouco disso, mas, também tem culpa minha nisso, se eu fosse diferente
não teria agido igual —diz— o que importa é que a gente se perdoe para que finalmente
possamos seguir nossa vida sem nenhum ressentimento ou culpa pelo nosso passado.
— Vamos deixar o que passou no passado e seguir nossos caminhos. Sem ressentimento? —
pergunta.
— Sem ressentimento —falo, puxo ela para um abraço que rapidamente é retribuído.
Eu estava mais leve, como se agora finalmente minha vida fosse tomar um rumo, um rumo
certo.
Depois dessa conversa, me despeço de Alisson desejando que ela seja feliz e saiu do quarto.
Na sala encontro Joana, a mesma estava linda com um vestido rosa bebê, todas as madrinhas
iriam se vestir assim.
— Vamos, querida —dou meu braço para ela que rapidamente entrelaça com o seu, e assim
saímos rumo a igreja.
Capítulo 33
Chegamos na igreja e rapidamente nos posicionamos para entrar. Fomos entrando de casais, e
ao chegar no altar, as madrinhas ficavam de um lado e os padrinhos do outro. Brandon já
estava ali esperando Alisson, e não demorou muito para que a música tradicional de entrada
soasse e as portas da igreja se abrissem.
O corredor por onde Alisson passava estava todo decorado com flores, no chão também
tinham muitas pétalas. Logo ela chega de encontro com Brandon e segura sua mão, a mesma
olha em direção a algumas pessoas que estavam nos bancos sentadas, devem ser seus
familiares, Alisson acena e depois eles viram de frente para o padre.
O casamento acontece rapidamente, mas minha atenção não estava na noiva, mas sim na
madrinha, Joana olhava atentamente os noivos, seus olhos brilhavam.
Depois dos votos, o padre pediu que eles trocassem as alianças, o Liam era o pajem, o mesmo
entrou com as alianças e andou até seus pais. Já como as alianças em mãos, eles trocam
palavras bonitas e logo o padre os declaram casados. Eles se beijam e finalmente vamos para a
festa.
O local reservado era um salão de festas, estava muito bonito, Joana que segurava minha mão
olhava tudo encantada.
— Claro que sim, desde criança eu me enrolava nos lençóis brancos e fingia ser meu vestido —
diz sorrindo— e meu noivo era meu urso de pelúcia.
Sorriu.
— Relaxa, me divorciei dois dias depois e casei com o irmão dele —diz— aí novamente me
separei e casei com o Ken, não conta para a Barbie.
— Você conhece muito bem —diz ela virando de frente para mim e segurando minha gravata
— ele é moreno dos olhos azuis, tem tatuagens por todo o corpo, e quem não o conhece diz
que ele tem uma aparência altamente duvidosa.
— Vamos —seguro a mão dela e andamos em direção a Brandon e Alisson que conversavam
com alguns convidados.
— Parabéns —falo estendendo minha mão para Brandon que rapidamente a pega.
— Obrigada —diz Alisson ao se afastar de Joana, a mesma fica ao lado de seu marido e segura
sua mão.
Olho para a mão deles e sinto alguém segurar a minha, olho para Joana que está ao meu lado
sorrindo lindamente.
— Desejamos que vocês também sejam felizes —diz Brandon, o mesmo olha para Alisson e
sorri— vamos brindar.
Um garçom passa ao nosso lado com algumas taças e o paramos para pegar as nossas.
— Atenção! —Diz Alisson com a voz alta para todos ouvirem— peguem suas taças, iremos
fazer um brinde.
— Um brinde ao amor. Pois quando menos esperamos, Deus nos manda algo que era muito
mais do que imaginávamos, que esperávamos. Enfim, brindemos o amor. Pois ele é o centro
do universo.
— Quero —diz segurando minha mão e me puxando pro meio do salão. A mesma coloca suas
mãos ao redor do meu pescoço e eu coloco as minhas na sua cintura. Nos movemos no ritmo
da música que naquele momento era lenta, Joana deita a cabeça no meu ombro e
continuamos a dançar.
Quando a música finalmente acaba, Alisson anuncia que irá jogar o buquê, várias mulheres se
juntam para tentar pegar.
Ela sorri e corre para o meio das outras mulheres. Me aproximo um pouco daquele pequeno
tumultuo e observo Joana saltitante. Ouço Alisson contar até três e logo jogar seu buquê com
força, continuo prestando atenção em Joana, mas de repente sinto algo bater na minha
cabeça, seguro o objeto e vejo que era o buquê.
As mulheres reclamarem e pedem para Alisson jogar o buquê novamente, mas a mesma nega
dizendo que homem também vale pegar. Joana se aproxima de mim sorrindo.
— Irei aguardar seu pedido —falo jogando meu cabelo imaginário para trás enquanto ainda
seguro o buquê— mas não me fale quando for fazer isso, gosto de me surpreender.
Ela solta uma gargalhada gostosa, ouço outra risada e vejo ser Eliza.
— Segunda vez pegando o buquê —diz minha irmã— se você não for o próximo a se casar, eu
aposto que não casará mais nunca, irá ficar para titio. Lembro-me que no casamento de
Marius eu também peguei o buquê, fecho a cara e ouça a risada delas.
— Tudo bem —ela sorri para mim e logo sai. Eliza também sai me deixando sozinho, me sento
em uma das mesas que tinha ali perto e deixo o buquê sobre ela.
Já tinha se passado alguns minutos e Joana não tinha voltado ainda, penso que ela, às vezes,
pode ter parado pelo caminho para falar com alguém e resolvo procurá-la.
— Ela não está com você? A última vez que vi ela, a mesma tinha ido ao banheiro —diz.
— Certo, vou atrás dela —minha irmã diz que vai comigo e seguimos rumo ao banheiro. Assim
que paramos na frente da porta, Eliza diz que irá entrar e ver se ela estava ali. Mas antes de
minha irmã entrar, ouvimos uma conversa atrás da porta e tinha alguém chorando.
Abro a porta e vejo o mesmo cara da boate apontando uma arma para Joana que chorava
encolhida no chão. Sem pensar duas vezes corro até ela e abraço a mesma, agora eu também
estava na mira daquela arma. Joana, ao ver que era eu, me abraça forte enquanto chora
compulsivamente, seu rosto estava vermelho.
Eu vou matá-lo!
Capítulo 34
Durante um bom tempo eu fiquei com raiva de Cristian, não me julguem, quando Victoria me
falou anos atrás o que ele fez com ela, fiquei com raiva. Só que com a convivência as coisas
foram mudando, Cristian foi mostrando que tinha mudado e que não era mais o mesmo. Eu
ainda não era próxima dele, só nos víamos quando todos marcavam de se encontrar, e mesmo
assim com esses poucos encontros, eu já percebia a nova pessoas que ele estava se tornando.
Cristian soube do meu terrível passado e cuidou de mim... lembro-me do dia no parque de
diversão que ele me levou só para me animar. O mesmo me convidou para ficar na sua casa
quando a minha estava em vistoria devido ao alagamento.
Os dias que passei em sua casa foram perfeitos, a companhia dele é adorável.
Cristian atencioso.
O Cris tem me feito tão bem... ele cuida de mim e é sempre tão amoroso. Já fazem algumas
semanas que quase todos os dias vou dormir em seu apartamento, e ele faz questão de ir me
pegar no hospital. Cristian cozinha para mim e também começou a me dar flores sempre.
Hoje seria o casamento de Alisson, confesso que fiquei com receio depois que soube que ela já
foi apaixonada por Cristian. Porque eu também já estava gostando dele e fiquei com medo de
me machucar, mas ela escolheu ficar com seu noivo, que por ironia do destino foi o garoto por
quem fui apaixonada na minha infância.
Na hora de jogar o buquê, o Cristian me convenceu a ir, mas no final quem pegou foi ele.
Dançamos muito e depois de tanto beber acabei ficando com vontade de ir ao banheiro, deixei
Cristian me esperando e fui.
Fiz xixi e enquanto lavava as mãos, vi um reflexo atrás de mim no espelho, levanto a cabeça
lentamente e sinto meu coração parar. Minha respiração começa a ficar desregulada e começo
a suar frio.
— O que você está fazendo aqui, seu monstro —falo me afastando o máximo dele.
— Vim te ver, e olha que foi bem complicado conseguir isso —fala— tive que arquitetar todo
um plano, mas valeu a pena, olha só eu aqui frente a frente com você.
— Investiguei tudo e todos ao seu redor, descobrir sobre o casamento e sabia que você estaria
aqui, então fingi que iria casar e que eu já tinha data marcada, foi bem difícil convencê-los, eles
tiveram que antecipar o casamento dessa tal de Alisson. Eu estava ansioso para te ver, tocar
você — diz me encurralando na parede sem deixar nenhum espaço para eu fugir— assim eu já
teria o dia certo de te encontrar e colocar meu plano em ação. Eu investiguei tudo mesmo, até
onde seria a festa para que eu pudesse te encontrar, afinal, estamos em um salão cheio de
pessoas dançando e bebendo, se alguém sumir, ninguém irá perceber, pelo menos vai
demorar um bom tempo para isso.
— Você já destruiu a minha vida quando fez aquilo comigo —falo com a voz falha— me deixa
em paz... por favor.
— Oh minha linda —diz limpando minhas lágrimas— você que começou isso tudo quando
resolveu mexer no que não te interessava. E foi você que acabou com minha vida, eu tive que
passar cinco anos preso, e poderia ter ficado muito mais, por sorte, meu advogado conseguir
minha liberdade.
— Você mereceu isso —falo olhando em seus olhos— você é nojento, um monstro.
Após essas palavras ele me puxa fortemente pelos braços e me dá um tapa forte no rosto, me
desequilibro e acabo caindo no chão. Começo a chorar compulsivamente enquanto me arrasto
pelo chão, me encosto na parede abraçando meus joelhos.
— Essa cena me deixa nostálgico —diz ele— lembro-me do dia em que nos conhecemos
intimamente, e que quando acabamos você ficou nessa posição, o som de seu choro era
delicioso.
Começo a chorar ainda mais, ouço a porta do banheiro sendo aberta e poucos segundos
depois braços ao meu redor. Mas não fiquei assustada, eu conhecia aquela sensação, o calor
daqueles braços.
Era Cristian.
— Olha que bonitinho, o amigo dela protegendo ela novamente —fala, olho para ele que tem
uma arma apontada para nós dois.
Quando ele pegou aquela arma? Eu devia estar tão assustada que nem percebi.
— Não vai não, tenho assuntos pendentes com você também —fala— ainda não esqueci
aquele soco que você me deu, e se tem alguém que irá morrer aqui é você, e essa vadia aí.
Seguro sua mão e aperto ela levemente, o mesmo me olha e nego com a cabeça. Estávamos
em desvantagem ali, a qualquer momento aquele louco poderia atirar na gente.
— A Eliza estava comigo —diz ele— ela não entrou, mas viu o que estava aconteceu e correu
para chamar ajuda, alguém virá nos ajudar.
Concordei ainda com lágrimas nos olhos, mas já não estava chorando.
— Separa, Joana minha querida prima —diz me olhando com aquele seu olhar nojento—
quero que venha até a mim.
Olho para Cris que me aperta em seus braços e não me solta de jeito nenhum.
Sua arma se move na direção de Cristian. Não posso deixar nada acontecer com ele, esse
problema é meu, Cristian está pagando por algo que ele não tem nada a ver.
Uma lágrima escorre dos meus olhos, se vou morrer agora, ele precisa saber dos meus
sentimentos por ele.
— E é porque eu te amo que não posso deixar nada de ruim acontecer com você —me afasto
dele e dou passos na direção de Kylian. Mas paro no meio do caminho ao ouvir a porta ser
arrombada.
Olho para trás e vejo vários policiais, olho novamente para Kylian que tem sua arma mirada em
mim.
— Se vou ser preso, pelo menos vou ter me vingado —assim ele aperta o gatilho e um alto
barulho é ouvido.
Então apenas espero, mas sinto algo na frente do meu corpo que acaba sendo afastado para
trás. Quando abro meus olhos, vejo Cris na minha frente. Ele estava de costas para mim, mas
logo cai de joelhos no chão.
Começo a chorar enquanto o pego nos meus braços, ele tinha uma mancha de sangue sobre o
peito.
— Porque eu te amo.
Capítulo 35
Colo nossas testas enquanto choro, ouço outro disparo e quando olho, vejo Kylian com a mão
sobre a barriga que estava suja de sangue. Logo o mesmo cai no chão, jogando a arma para
longe.
Sinto uma não no meu ombro e ao olhar para cima, vendo Marius.
— Precisamos levá-lo pro hospital —diz ele— irei levá-lo no meu carro.
Cristian resmunga nos meus braços quando tento me afastar para que Marius possa pegá-lo
nos seus braços.
Marius pega ele nos braços e começa a andar em direção a saída, mesmo com as pernas
bambas pelo medo que tinha acabado de passar, levanto e sigo ele. Atrás de mim vem sua
família, ao passar pelo salão vemos alguns convidados nos olhando.
Alisson corre em direção a Victoria que começa a falar com ela, deve ser explicando o que
tinha acontecido. Ao chegarmos no carro de Marius, sento no banco de trás e o mesmo coloca
Cristian ao meu lado com a cabeça no meu colo. Começo a fazer carinho em seus cabelos
quando percebo minhas mãos sujas de sangue.
— Os outros irão em seus carros —diz Marius ligando seu carro — coloque o cinto.
Rapidamente coloco o cinto e Marius sai em alta velocidade, faço um esforço até que consigo
retirar seu colete e o coloco sobre a marca do tiro, e o pressiono para estancar o sangue.
Cristian resmunga e me desespero pedindo para Marius ir mais rápido.
— Isso tudo é culpa minha —falo enquanto pressiono o tecido do colete contra seu ferimento.
— Não é culpa sua —diz Marius— foi você que atirou nele?
— Não —falo.
— É culpa minha no momento em que eu trouxe ele para minha vida e passei para ele os meus
problemas —falo.
— Todo mundo tem problemas na vida, o Cris sabe mais que qualquer um o que é ter
problemas —diz— se meu irmão está do seu lado e tomou um tiro para te salvar, é porque a
última coisa no mundo que ele se importa é com seus problemas. Ele gosta de você.
Olho para Cristian que tem sua testa suada e resmunga de dor, faço carinho na sua bochecha e
sorriu.
— Que bom —diz, sinto o carro parar e vejo que chegamos— agora vamos salvá-lo.
Rapidamente tiramos ele do carro e entramos no hospital.
[...]
Já fazem duas horas que estamos aqui na sala de espera, todos os fitzy reunidos em um lugar
só.
Nesse momento estou ao lado de Victoria que faz carinho na sua barriga.
— Quando irá fazer o ultrassom para saber o sexo? —pergunto, eu precisava falar sobre
alguma coisa para não surtar, toda essa espera estava me deixando ansiosa.
— No próximo mês —diz— bem, nesse mês eu tentei, mas não dei sorte, então no próximo
mês terei quatro meses completo e se der sorte, iremos descobrir.
— Se for menino, pensamos em chamá-lo de Lucca, se for menina, Luna —diz sorrindo—
queria que fosse menina, Helena quer tanto uma irmã.
— Tirando os trigêmeos, todos queremos uma menina —falo, toco sua barriga durinha— qual
é a sensação?
— Não vou falar que é mil maravilhas, porque não é —diz sorrindo— a sociedade romantiza
muito a maternidade, dizem que é perfeito, que é mágico. Por um lado é, você está gerando
uma vida, isso é incrível. Mas também tem a parte das dores, das noites mal dormidas e o
sofrimento para achar uma posição para dormir.
Ela suspira.
— Dói pra caralho, tem dias que você só quer chorar... é complicado. Eu amo ser mãe, amo
meus filhos, e não me arrependo de nenhuma das minhas gestações. Mas para isso, você terá
que ter paciência, coragem e muita força. Porque naquele momento, será você por você.
— Sim, irei fazer uma pequena cirurgia para não poder engravidar —diz— conversei muito
com Marius sobre isso, e ele disse que em qualquer escolha que eu fizer, ele irá me apoiar.
— Vocês são meu casal favorito —falo fazendo ela soltar uma pequena gargalhada.
Não quero mais esconder os meus sentimentos, eu o amo e ele disse que também me ama, e
nesse momento só quero encontrá-lo e nunca mais sair de perto dele.
— Eu quero que você seja feliz, minha irmã —diz me abraçando— quem diria, crescemos
juntas e agora vamos realmente fazer parte da mesma família.
— Rapaz sortudo ele —diz nos encarando— a bala que atingiu Cristian passou bem perto do
coração, felizmente nada aconteceu, Cristian fez a cirurgia para a remoção da bala e agora está
bem, o mesmo ficará aqui para recuperação por dois dias e depois poderá ir embora.
— Sou eu —falo.
— Ele quer falar com você —diz— depois os outros familiares podem ir ver o paciente.
Todos eles assentiram, o médico me pediu para segui-ló e assim fiz. Paramos em frente uma
porta e abro a mesma, ao entrar no local vejo meu Cristian deitado olhando seu curativo.
— Oi amor —diz abrindo um lindo sorriso— não irá se livrar de mim tão fácil, querida.
Corro até ele e o abraço, tomando cuidado com seu ferimento, abraço ele carinhosamente
enquanto coloco meu rosto na curva de seu pescoço. Choro baixinho.
— Fiquei com medo de te perder —falo— você não poderia ter feito isso.
— Claro que poderia, eu te amo —diz beijando a pontinha do meu nariz— por você eu tomaria
quantos tiros fossem possíveis.
Capítulo 36
Joana me abraça ainda chorosa. Quando ela disse que me amava e se afastou de mim para que
Kylian não me machucasse, naquele momento eu percebi que também a amava. E não pensei
duas vezes antes de entrar na sua frente e tomar um tiro por ela.
Me afasto um pouco para que ela se deite na cama junto comigo, a mesma deita sua cabeça
sobre meu peito, do lado que não está machucado. Faço carinho em seus cabelos enquanto
ela passa a mão carinhosamente pela minha barriga.
— Eu também não quero —falo— sei que eu deveria ser mais romântico, e que aqui não é
local apropriado para isso... mas, você aceita namorar comigo?
— Você acabou de tomar um tiro por mim —diz— se isso não for romântico eu não sei o que
é. E respondendo sua pergunta, sim! Eu aceito namorar você.
Seguro seu queixo e aproximo meu rosto do seu, tomando seus lábios em um beijo.
Terminamos o beijo com vários selinhos, seu rosto ainda estava bem próximo do meu, sua
respiração batendo contra meu rosto.
Ouço uma batida na porta e me afasto de Joana, mando a pessoa entrar, no caso são as
pessoas, toda minha família entra no pequeno quarto o deixando com pouco espaço.
— Pelo menos essa será por alguma coisa boa —falo— essa aqui eu não irei cobrir com
tatuagem, vai ficar a mostra para todos verem que fiz isso para salvar o amor da minha vida.
Olho para Joana que me encara com os olhos brilhando, dou um selinho nela e a mesma fica
com suas bochechas coradas.
— Caralho —ouço Eliza falar, olho para frente e vejo toda minha família me encarando. Meu
irmão e minha cunhada tinham sorrisos em seus rostos, meus pais e irmã estavam de boca
aberta.
— Meu casal —diz Eliza saltitante— minhas duas amigas são minhas cunhadas.
— Meus filhos fizeram ótimas escolhas —diz minha mãe orgulhosa— estou orgulhosa de todos
vocês, só falta Eliza agora.
— Eu não irei arranjar alguém tão cedo —diz Eliza.
— Fala isso por que a única pessoa que te interessava não quer mais saber de você —diz
Victoria.
— Nada, mamãe —diz minha irmã— Victoria que fica remexendo o passado.
— Não tem nada para saber —diz Eliza— quero apenas focar na minha carreira de pediatra, e
vamos mudar de assunto por favor.
— Você irá ficar dois dias no hospital para se recuperar, aí, sim, você poderá ir embora —diz
minha mãe.
Lembro-me do tempo em que fiquei internado devido ao acidente com Victoria, no qual eu
perdi uma parte da perna. Durante dois meses fiquei trancado em um quarto de hospital
olhando apenas as paredes brancas, e os únicos que me visitavam eram meus pais...
Olho toda minha família reunida ao meu redor enquanto tenho Joana ainda sentada ao meu
lado segurando minha mão.
Dou um leve aperto na mão de Joana e em seguida a levo até meus lábios a beijando. A
mesma tem seus lindos olhos em mim e suas bochechas ficando vermelhas.
— Agora que Cristian está fora de perigo, precisamos ir amor —diz minha cunhada pro meu
irmão— as crianças ficaram com Alisson, inclusive a mesma ficou super preocupada e te
mandou melhoras.
— Ele foi atingido com um tiro na barriga, passou por cirurgia e está se recuperando, o mesmo
está sendo vigiado pela polícia —diz meu pai— quando ele se recuperar, será levado
diretamente para a cadeia.
— Ou sairá de lá morto —diz meu pai— abusadores e pedófilos na cadeia morrem cedo.
— A gente já está indo —diz meu irmão— virei te visitar depois irmão.
— Não, irei ficar com você —diz se deitando ao meu lado e colocando sua cabeça sobre meu
peito. Faço carinho nos seus cabelos e depois os beijo.
— Duvido —diz ela— com o tempo você irá enjoar de mim e minha posição de melhor coisa
que te aconteceu irá caindo.
— Nunca —falo, tento lhe dar um selinho, mas acabo gemendo de dor, Joana olha para mim
com a cara feia, me repreendendo com o olhar— eu te amo.
— Tem certeza que irá ficar aqui com esse vestido apertado? —pergunto.
— Meu apartamento é bem longe daqui, mas creio que deve ter alguma loja aqui por perto
onde poderei comprar uma roupa mais confortável —diz— o único problema é o dinheiro que
não trouxe.
— Isso é o que menos importa —falo— minha carteira está no sofá junto com meu smoking do
casamento que foi retirado, pegue meus cartões e compre quantas roupas quiser.
— Sério? —pergunta— não irei negar, e depois faço questão de te pagar de volta.
— Não quero que negue, faça bom proveito —beijo sua bochecha fazendo ela sorrir— e não
quero que me pague, quero mimar você.
Ela se aconchega em mim e não aguento de tanta felicidade. Estou namorando a mulher mais
perfeita desse mundo, parece até um sonho.
Capítulo 37
Hoje finalmente irei para casa, não aguentava mais ficar nesse hospital. A única parte boa era
que Joana não foi trabalhar e ficou comigo.
Porém, amanhã ela voltará para o trabalho e terá que fazer horário extra para recompensar a
pediatra que cobriu ela em seu plantão.
Quero aproveitar o dia com ela. Pedi que Victoria arrumasse alguém para organizar meu
apartamento e pedi que Marius comprassem alianças de compromisso. Joana merece mais
que um simples pedido no hospital, ela merece tudo.
Meus pais vinheram mais cedo me ver, assim como meus irmãos, Victoria e meus sobrinhos.
— Vamos princesa —ando até ela e seguro sua mão. Saímos do hospital e seguimos até meu
carro que Marius deixou no estacionamento para que eu pudesse ir embora. Joana se senta no
banco do passageiro e sigo até o do motorista, assim fomos embora.
O trajeto foi bem rápido e logo chegamos no meu apartamento, abro a porta do carro para ela
que desse sorridente e logo segura minha mão. Entramos no prédio e seguimos para meu
apartamento, quando paramos na frente da porta, peço que ela vá à frente.
Meio desconfiada, ela abre a porta e anda pela entrada, parando bem em frente à mesa que
estava repleta de coisas gostosas. Ela não estava sobre a mesa, mas tinham outras coisas
gostosas também.
— Nosso primeiro café da manhã como namorados —falo andando até ela e tirando a
pequena caixinha do meu bolso. Marius tinha me entregado pela manhã quando foi me visitar
no hospital, Victoria me disse também que tinha preparado nosso café da manhã.
— Tenho que fazer as coisas direito —falo fazendo ela dar uma risadinha— aceita namorar
comigo?
— Aceito —diz, deslizo a aliança pelo seu dedo e dou um beijo por cima. Me levando e lhe dou
um selinho, Joana pega a outra aliança que estava na caixinha e coloca no meu dedo.
— Vamos alimentar o meu monstrinho —falo fazendo ela soltar uma gargalhada.
Ela se senta e eu mesmo sirvo ela, faço um prato enorme de comida para ela que sorri já
começando a comer quando eu o deixo na sua frente. Me sento ao lado dela e também faço
meu prato, tinha panquecas, bolo, salada de frutas, também tinha suco de laranja e uma
enorme garrafa de café, ainda bem que Victoria não esqueceu desse detalhe, minha cunhada é
a melhor.
Nos alimentamos e depois de deixar toda a bagunça na cozinha, fui me sentar no sofá por que
meu ferimento começou a doer, tenho certeza que algum ponto inflamou.
— Tiro a camisa, tiro a calça, fico nu se você quiser —falo sorrindo malicioso.
— Nem sentindo dor você sossega —diz me repreendendo— vou passar o remédio sobre seu
ferimento, vi as caretas de dor que você estava fazendo.
— Tem certeza que não quer me ver sem camisa devido à belezura do meu corpo? —pergunto
sorrindo.
— Tira para mim —peço enquanto bato a mão no meu colo para ela se sentar. Ela se senta em
apenas uma perna minha, seguro sua outra perna e a puxo, fazendo ela ficar com uma perna
de cada lado do meu quadril. Esse pequeno movimento me fez soltar um pequeno gemido de
dor.
— Olha o que você fez —diz me repreendendo— não pode fazer esses movimentos bruscos.
A mesma segura na parte de baixo da minha camisa e a puxa para cima, Joana retira o
pequeno curativo que tem sobre meu ferimento e o observa.
— Esse último ponto está bem vermelho —diz— temos que cuidar bem dele para que não
inflame.
Fico observando ela enquanto a mesma pega um pequeno frasquinho onde contém um líquido
avermelhada, ela passa cuidadosamente o medicamento por cima do meu ferimento. Olho sua
face bem concentrada, algumas vezes ela morde o lábio inferior. Minha imaginação me leva
longe, acabo imaginando ela vestida de médica sexy enquanto cuida de mim.
Sinto meu pau endurecer, Joana para o que estava fazendo e seu olhar se encontra com o
meu. Meu autocontrole vai pro espaço quando ela se remexe sobre meu pau o apertando, o
calor de suas partes íntimas me fazem gemer rouco.
Joana desce do meu colo e se posiciona entre minhas pernas, ela vai fazer o que eu estou
pensando?
— Levante seu quadril para mim, amor —diz me olhando nos olhos.
Como se estivesse hipnotizado, ergo o quadril para ela, que puxa minha calça junto com a
cueca para baixo. Meu pau completamente ereto pula para fora ficando sobre minha barriga,
Joana passa a língua sobre os lábios e logo sinto sua mão macia segurar meu comprimento.
Acatando minhas ordens, ela passa a língua por todo meu comprimento e logo me coloca por
completo dentro da sua boca úmida e quente. Solto um gemido quando sinto meu membro
tão fundo na sua boca que chego a sentir sua garganta apertada.
Seguro seus cabelos e ajudo ela nos movimentos, Joana me chupa com vontade, ela me baba
todo, me levando a loucura. Sua deliciosa boquinha me chupa como se fosse um pirulito, ela
chupa minhas bolas enquanto me masturba.
— Eu vou... —paro de falar quando ela me enfia na sua boca indo bem fundo na sua garganta.
Preencho toda sua boquinha com meu esperma e ela engole tudo.
Completamente ofegante e suado, vejo Joana se levantar plena enquanto arruma seus
cabelos.
Jogo minha cabeça para trás ainda viajando nas sensações que ela acabou de me proporcionar.
Já se passaram quatro meses, Joana mora mais no meu apartamento do que no dela, já pedi
para ela se mudar definitivamente pro meu, mas ela disse que ainda é muito cedo. Minha vida
mudou muito, eu reclamava tanto da solidão do meu apartamento... e agora tenho
companhia.
Amo o som da risada de Joana por todo meu apartamento, amo ouvir a voz dela me chamando
do segundo andar para fazer alguma coisa ou pegar algo que está muito alto. Amo quando nos
juntamos na cozinha para cozinhar, fazemos a maior bagunça, a gente faz até guerra de
farinha.
Meus dias com Joana são simplesmente incríveis, a companhia dela é maravilhosa, a mesma
me entende em várias coisas, e o melhor de tudo, ela curte qualquer tipo de programa e está
aberta a ver e fazer coisas novas. E hoje estamos indo para meu chalé nas montanhas, Joana
recebeu férias do hospital e irei aproveitar para passear com ela.
Faz tanto tempo que fui no meu chalé, lá devia estar uma bagunça, por isso paguei para uma
equipe de limpeza para limpar tudo. E como estamos no inverno, está nevando nas
montanhas, quero mostrar tudo para Joana, talvez eu ensine ela a patinar no lago congelado
da minha propriedade. Ela sempre me disse que queria aprender.
Como irá fazer muito frio devido à neve, fomos comprar roupas quentes, Joana comprou
diversos casacos, calças mais grossa, cachecóis, tocas, luvas e botas.
— Sabe que iremos passar somente uma semana lá, não é? —pergunto.
— Claro que sei, mas eu amei tanto minhas roupas novas que quero usar todas —diz— me
ajuda?
Pede fazendo um biquinho fofo. Me aproximo dela e a puxo pela cintura grudando nossos
corpos, tomo a boca dela em um beijo quente e apaixonado. Me afasto dela ofegante, ela
coloca a mão sobre o peito e respira fundo.
— Eu sei que gosta, por isso sempre faço isso —dou um tapa na bunda dela e pego sua mala—
agora vamos.
— Amor —diz correndo atrás de mim e entrelaçando nossos dedos. A mala dela estava um
pouquinho pesada, ainda bem que a minha já estava no carro.
— Você irá me ensinar a patinar, não é? —pede fazendo uma carinha fofa enquanto deita sua
cabeça no meu ombro.
Como posso falar não para isso?
— Claro que vou, amor da minha vida —falo beijando a pontinha do seu nariz.
Ela sorri e me dá um selinho. Assim que o elevador para, saímos do mesmo e seguimos para
meu carro, arrumo sua mala junto com a minha e assim fomos embora. Mas antes tivemos que
passar em uma loja para comprarmos os patins.
[...]
— Que lugar incrível —diz Joana empolgada olhando o nosso chalé— isso aqui parece mais
uma mansão do que um simples chalé.
Realmente aquele imóvel era muito grande, mas eu prefiro chamar de chalé do que casa na
montanha, chalé é mais fofinho.
— Já faz um bom tempo que vim aqui —falo— já tinha esquecido desse lugar.
— Como a pessoa consegue esquecer que tem uma mansão na montanha? —pergunta
indignada.
— Acontece —falo.
— Vamos entrar, está muito frio aqui fora —falo, ela assentiu andando na frente. Sigo ela
puxando as malas.
[...]
Já era noite, como chegamos a tarde não saímos, apenas fomos descansar e amanhã iremos
levantar bem cedo para irmos aproveitar nosso dia.
Joana estava sentada ao meu lado no sofá tomando um chocolate quente enquanto a grande
lareira nos esquentava. Eu estava procurando algo na televisão para assistir, acabo
encontrando um canal que estava passando um jogo de futebol. Sempre gostei de futebol,
porém com a correria do dia a dia ficava bem difícil de assistir.
— Nunca consegui entender como isso funciona —diz Joana olhando para a televisão.
— Não, mas também nunca parei para assistir e aprender sobre —fala— gostaria de me
explicar?
Uma das coisas que mais gosto nela, sempre está pronta para aprender algo novo, mesmo que
ela não goste, ela procura entender.
— Isso que acabou de acontecer se chama escanteio —falo mostrando o jogador posicionando
a bola no canto do campo enquanto sua equipe entra na área e o time adversário faz a
marcação— isso acontece quando a bola é lançada para fora do campo, pela linha de fundo,
por um jogador da equipe que defende essa linha.
— Então se for um jogador do outro time que não defende essa linha, chutar a bola por ela,
não acontece nada? —pergunta.
— Sim, isso se chama tiro de meta, a bola vai para o goleiro que decide se quer sair com os
zagueiros que são os defensores da área, ou se ele chuta para a frente em direção aos
atacantes —falo— o goleiro geralmente chuta para a frente quando seus zagueiros estão
marcados ou quando quer fazer um contra-ataque rápido.
— Interessante —diz.
Começo a explicar mais sobre o futebol para ela, a mesma ouvia tudo atentamente.
— Agora você escolhe um time e torce por ele —falo para ela.
O futebol mostra a loucura do fanatismo, e Joana pareceu mostrar o dela. A mulher ficou
louca.
Olho para ela que está parada em pé de frente para a televisão, a mesma gesticula com os
braços apontando para onde o jogador devia chutar, olho pro seu pé que mexe
freneticamente. Às vezes até parece que ela quer chutar uma bola imaginária, que na cabeça
dela é a bola do jogador. A mulher ficou possuída pelo espírito do futebol.
Sorriu beijando sua bochecha, mas tomo um susto quando ela se afasta de mim e começa a
gritar e pular.
Olho para a televisão onde o time que ela escolheu conseguiu virar o placar, o time dela no
começo estava perdendo de 2x1, agora eles ganhavam de 2x3. Joana dançava animadamente
pela sala, e eu sorria olhando sua felicidade.
Observo Joana dormir serenamente ao meu lado, seu corpo nu enrolado nos lençóis brancos e
seus cabelos espalhados pelo travesseiro. Seu rosto está calmo e seus lábios formam um
biquinho, olho para a parede de vidro do nosso quarto e vejo tudo lá fora completamente
branco devido à neve.
Prometi a Joana que iria ensinar ela a patinar, e ela só fala nisso, então irei acordá-la para
tomar nosso café da manhã e sairmos. Levo minha mão em direção ao seu rosto onde faço um
carinho na sua bochecha, retiro também alguns fios de cabelo que estavam sobre seu rosto.
Me aproximo dela e fico com meu rosto bem próximo do seu, sua respiração calma e quente
batendo contra meu rosto.
Coloco meu rosto na curva do seu pescoço e começo a dar vários beijinhos, ela começa a se
mexer e logo ouço sua risadinha.
— Faz cócegas amor —diz me olhando com um lindo sorriso nos lábios.
— Estava cansada —diz me abraçando e deitando sua cabeça no meu peito. Faço carinho nas
suas costas nuas e quentes, sinto a mesma se arrepiar.
— Eu te amo —diz beijando meu peito, suas mãos me puxam mais para perto dela e a mesma
me abraça apertado.
— Então vamos levantar para tomar nosso café e em seguida nos agasalhar para irmos —falo e
ela assenti se levantando. O lençol caí e deixa seu corpo nu a mostra, olho para ela com
admiração, essa mulher é perfeita.
Me sento na cama e coloco minha prótese, em seguida me levanto e ando até ela, eu também
estava nu. Seu olhar passa por todo meu corpo e para no meu pau que está ereto, ereção
matinal.
Puxo ela pela cintura para perto de mim deixando nossos corpos colados, sinto o biquinho dos
seus seios duros contra meu peitoral, ela esfrega seu quadril em mim, meu pau que estava
entre nossos corpos dói em excitação, e ela sabe disso, a safada sorri ainda se esfregando em
mim.
— Claro —diz se afastando de mim, a mesma sai desfilando em direção ao banheiro rebolando
aquela bunda gostosa. Sigo atrás dela balançando o rabinho como se fosse seu cachorrinho.
Depois disso tivemos uma rapidinha no banheiro e depois descemos para comer. Tivemos que
nos agasalhar bem por que estava fazendo muito frio.
Seguro em sua mão e assim começamos a caminhar em direção ao lago, como tinha nevado a
noite, tive que usar o carrinho de neve para poder abrir um caminho até o lago, pois a neve
estava bem alta.
— Tem vários paraísos espalhados pelo mundo —falo— um dia irei te levar para conhecer
todos.
— Você é incrível, sábia? —diz colocando os braços ao redor do meu pescoço, seguro sua
cintura possessivamente.
Isso acabou se tornando um costume nosso, uma forma carinhosa nossa. Sempre dou
beijinhos na pontinha do seu nariz.
— Eu que sou sortudo de te ter —falo fazendo ela abrir um lindo sorriso— agora vamos que
estou doido para te ver cair no gelo.
— Que namorado romântico eu tenho —diz enquanto voltamos a caminhar de mãos dadas—
não é para rir de mim se eu cair.
— Então vou torcer para você cair também, para que eu possa rir de você —diz.
Ela sorri e seguimos caminho, chegamos no lago e logo colocamos nossos patins, como tenho
prática, levanto e dou algumas voltas pelo gelo. Solto uma gargalhada quando vejo Joana
quase em pé, porém sua posição estava bem engraçada, ela tinha sua bunda para cima
enquanto suas mãos estavam no chão.
— Não tem nada de engraçado aqui —diz brava— me ajuda a ficar de pé.
Ainda sorrindo seguro na sua cintura e ajudo ela a ficar de pé, Joana abraça minha cintura
forte com medo de cair.
— Não estou rindo, vida —falo ficando sério, tentado disfarçar meu divertimento.
Seguro na mão dela e monstro para ela como se move, lentamente ela vai se movendo e assim
começamos a patinar. Joana às vezes queria cair, mas eu segurava ela, ficamos um bom tempo
patinando e depois fomos fazer bonecos de neve.
Certo momento ela me acerta com uma bola de neve e em seguida uma guerra começa.
Voltamos pro chalé completamente sujos de neve, Joana tremia o queixo devido ao frio. Então
decidi preparar um banho quente para a gente.
Encho a banheira com água quente e coloco alguns sais de banho, quando está tudo pronto
chamo por Joana. Ela aparece e sorri ao ver o que eu tinha preparado, em questão de
segundos, nos despimos e entramos na banheira. Joana se senta entre minhas pernas e se
deita sobre meu peito.
— Qualquer dia ao seu lado fica incrível meu amor —falo, não estou vendo seu rosto, mas sei
que ela está sorrindo.
— Você sempre falando coisas incríveis e me deixando igual um pimentão de tão vermelha —
diz.
— Você merece ser sempre elogiada meu amor —falo— todo elogio no mundo é pouco para
você.
— Para de ser fofo —diz se levantando e se sentando sobre meu colo— eu não aguento tanto
amor.
— Eu te amo —falo.
Assim ficamos um bom tempo discutindo sobre quem amava mais, e depois fizemos as pazes
fazendo um delicioso sexo na banheira.
Capítulo 40
Hoje é nosso último dia no nosso chalé, fizemos muitas coisas e nos divertimos muito. Joana é
uma ótima companhia, impossível ficar triste perto dela, a mesma tem uma energia
contagiante que deixa qualquer um que está do seu lado feliz.
Mas hoje Joana acordou diferente. Eu estava dormindo quando senti um movimento brusco ao
meu lado, o lençol foi jogado em cima de mim e passos rápidos correram pelo quarto. Olho
pro lado e vejo Joana entrando no banheiro rapidamente, me levanto da cama colocando
minha prótese e logo sigo em direção ao banheiro. Vejo ela ajoelhada em frente o vaso, Joana
estava vomitando.
Me agacho ao seu lado e seguro seus cabelos enquanto faço carinho nas suas costas.
— Você está bem? —pergunto assim que ela se senta ao lado do vaso e abaixa a tamba, dou
descarga e me sento ao seu lado.
— Sim, só foi um mal-estar, acho que aquele queijo de ontem a noite me fez muito mal —diz.
— Agora não tem o que fazer —diz— vou procurar um remédio para enjoo.
Me levanto e estendo a mão para ela que segura e se levanta, a mesma anda até a pia onde
lava seu rosto e pega sua escova para escovar os dentes.
— Vou descer para preparar alguma coisa para você comer —falo para ela que assenti.
Desço para a cozinha e começo a cortar algumas frutas, pego o iogurte na geladeira e deixo
tudo sobre a mesa. Joana logo aparece e se senta com o rosto um pouco triste, seus lábios
estavam pálidos. Ando até ela e abraço por trás, beijo seus cabelos e sinto ela buscando mais
contato.
— Tomei, sim, mas ainda não fez efeito —diz com a voz manhosa.
Me abaixo e beijo sua bochecha, puxo uma cadeira e me sento ao seu lado. Fico fazendo
carinho no seu cabelo enquanto ela come lentamente suas frutas e toma seu iogurte.
— Vamos nos deitar —falo para ela que ainda tem o rosto um pouco pálido— prometo passar
o dia todo te mimando.
Sei que ela gosta quando trato ela assim, Joana está doentinha e merece ser bem cuidada e
mimada.
Seguro na mão dela e a levo até o sofá, me deito no mesmo e puxo ela para meu lado, Joana
coloca sua perna sobre meu quadril e deita sua cabeça no meu peito. Pego o controle remoto
e ligo a televisão, coloco em um filme aleatório e volto a dar atenção ao meu amor. Faço
carinho nas suas costas e ela se aconchega em mim como uma gatinha manhosa.
— Sim?
Sorriu grandiosamente, era isso que eu queria. Sempre pedi que ela morasse comigo, mas ela
nunca aceitava, agora finalmente ela aceitou.
— Sabia que você iria aceitar —falo— você não consegue viver sem mim.
— Convencido —fala.
— Você não vive sem meus carinhos, sem meus beijos... sem meu amor —falo enchendo seu
pescoço de beijos.
— Realmente eu não vivo sem você —falo beijando a pontinha do seu nariz quando ela levanta
o rosto para me olhar.
— Sobre? —pergunto.
— Sobre eu não viver sem você —diz me apertando entre seus braços— não consigo imaginar
a minha vida sem você.
— Também não consigo imaginar a minha vida sem você —aproximo meu rosto dela e esfrego
nossos narizes um no outro— sempre que penso em você, eu te imagino casada comigo, na
nossa casa com um belo jardim e nossos dois filhos brincando por ele.
— Para um fazer companhia pro outro quando a gente estiver namorando —falo lhe dando um
selinho.
— Eu também imagino tudo isso com você —diz, suas bochechas ficando vermelhas— imagino
como será nossos filhos, eu quero que eles tenham os seus olhos.
— E eu quero que eles tenham o seu sorriso —falo vendo ela abrir o sorriso que sou
apaixonado— imagina, se os nossos filhos forem a sua cara, tiverem os meus olhos e o seu
nariz? Se os nossos filhos tiverem o seu sorriso? Eu vou ser tão feliz.
— Desculpa por vomitar na pia, foi o lugar mais próximo que eu encontrei —diz— não iria dar
para aguentar chegar até o banheiro do quarto.
— Tudo bem, amor —faço carinho nos seus cabelos enquanto ela toma a água.
— O enjoo voltou novamente —diz se encostando na pia e suspirando, ando até ela e abraço a
mesma. Joana deita sua cabeça no meu ombro e fico acariciando suas costas, acho que se ela
tivesse nesse estado devido ao queijo de ontem a noite, já teria passado...
Esses enjoos constantes dela está me fazendo lembrar da Victoria quando a mesma estava...
Será?
— Você está grávida? —pergunto no automático fazendo ela se afastar um pouco de mim.
— Não... Eu estou tomando remédios e... —ela fica pensativa— a minha menstruação veio...
Ela para e fica pensando, acho que está fazendo as contas de quando seu período veio.
Abro um sorriso de orelha a orelha. Se ela estiver mesmo grávida, eu vou ser o filha da puta
mais feliz do mundo.
— Vamos ao hospital para termos certeza disso —falo segurando seu rosto entre minhas mãos
e beijando seus lábios.
— Você está feliz? Irá ficar feliz se for verdade? —pergunta um pouco receosa.
— Você não imagina o tamanho da minha felicidade —falo não contendo um sorriso enorme,
faço um carinho na sua barriga e ela olha para baixo acompanhando o movimento— se aqui
tiver um bebê, nosso bebê, será minha felicidade eterna.
— Vamos arrumar nossas coisas, vamos voltar o mais rápido possível —beijo sua testa e nos
afastamos.
Vejo ela subir as escadas na minha frente e me pego imaginando se aquilo tudo é realmente
real.
Quando voltamos para a cidade já fomos diretamente para o hospital. Eu estava ansioso,
muito mesmo. Joana veio o trajeto todo enjoada, tive que parar algumas vezes para que ela
vomitasse.
Eu tinha falado que não tinha problema se ela acabasse vomitando no carro, afinal, o carro é
só um objeto, o importante é o bem-estar dela. Mas Joana, teimosa como é, sempre me
mandava parar, eu só seguia as ordens dela.
— Estou nervosa —diz ela segurando minha mão enquanto entrávamos no hospital.
— Eu também estou —falo— mas temos que nos acalmar, você tem que se acalmar devido ao
bebê.
— Você é pediatra, sabe que é ruim ficar nervosa estando nesse estado —falo para ela.
— Eu sei que faz mal —fala— eu só... não tô acreditando no que está acontecendo.
— Você não quer ter um bebê comigo? —pergunto parando de frente para ela.
— Que pergunta é essa? —diz ela segurando meu rosto entre suas mãos— é claro que quero
ter um bebê com você, é só que depois do que aconteceu comigo... Eu fiquei com muito medo
de engravidar novamente.
— Eu entendo seu medo de engravidar, você ainda tem traumas pelo que aconteceu, mas
agora é diferente, completamente diferente —falo beijando a pontinha do seu nariz.
Ela sorri, então ficando na pontinha dos pés, ela se estica e me dá um selinho.
Andamos até a recepção e a mulher que estava atendendo nos encaminhou até o laboratório,
Joana tirou sangue e a médica disse que o resultado sairia em cinco minutos. Como estamos
com fome, fomos até a lanchonete do hospital e comemos alguns lanches, foi bom que o
tempo passou bem mais rápido. Logo voltamos para o laboratório e tivemos que esperar a
médica voltar com o resultado, o que não demorou muito.
— Desculpem pelo atraso —diz a médica— aqui está o resultado do exame, irei dar
privacidade para vocês.
Joana pega o exame e agradece a médica, com as mãos trêmulas vejo minha mulher abrir o
papel e começar a ler. Certo momento seus olhos se enchem de lágrimas e seu lábio treme.
Meus olhos se encheram de lágrimas, a primeira reação que tive foi abraçar ela e chorar em
seus braços.
— Estou tão feliz —falo me afastando dela, seguro seu rosto entre minhas mãos e a olho nos
olhos— eu te amo.
Me ajoelho na sua frente e toco sua barriga que está plana, mas daqui a alguns meses vai estar
enorme e com meu filho dentro.
— Papai já te ama muito, meu filho —beijo sua barriga e ouço o fungado de Joana.
— Não vou ter maturidade para ver você conversando com nosso bebê —diz limpando seu
nariz que já estava vermelho.
— Estou ansioso para te ver com um barrigão —me levanto e abraço ela.
— Podemos fazer igual o Marius —falo— fazemos um jantar a damos a notícia, mas para
ninguém desconfiar, fingimos que o jantar é por que finalmente iremos morar juntos e
queríamos comemorar.
— Boa ideia —diz ela— irei pedir para minha mãe e Eliza me ajudarem já que a Victoria não
pode, vamos pegar todos de surpresa —falo animada.
Minha cunhada já está com seus oito meses de gravidez, dessa vez será uma menina, Luna
fitzy.
Meu irmão é uma babação na sua esposa, Victoria não pode nem espirar que o homem fica
louco.
— Não sei, mas independente do que vinher, será muito amado —falo abraçando ela e
beijando sua testa— agora precisamos ir embora, você precisa descansar. Temos sua mudança
para fazer também.
— Acabei esquecendo que vou morar com você —diz— podemos fazer uma pequena mudança
na cobertura, e fazer o quartinho do nosso bebê.
— Vamos pensar sobre isso, mas eu queria me mudar, irmos morar em uma casa com mais
espaço pro nosso filho brincar —falo.
— Parece uma ótima ideia —diz— por que você não conversa com Marius ou com o seu pai,
talvez tenha uma casa desocupada no mesmo condomínio deles.
— Sim, irei falar com eles ainda essa semana —falo— se não tiver, posso tentar no condomínio
vizinho.
Saímos do hospital e fomos para meu apartamento, Joana tomou um banho quente e deitou
na nossa cama. Me deitei ao lado dela que tinha sua barriga a mostra, ela usava apenas
calcinha e sutiã.
Deito minha cabeça sobre sua barriga e fico imaginando como será nossa vida daqui pra
frente. Cuidar de uma criança não é fácil, vamos ter que amá-lo, educá-lo para ser uma pessoa
de bem, quero que meu filho seja diferente do que fui.
Não posso apagar meu passado, mas posso fazer um futuro diferente, já estou fazendo um.
Estou com o amor da minha vida e vamos ter um filho. Eu vou fazer o possível e o impossível
para fazê-los felizes.
Vou fazer eles se orgulharem de mim. Quero que quando eu for pegar meu filho na escola, ele
ou ela fale para seus amiguinhos, "Aquele ali é o meu pai, o melhor pai do mundo".
— O que tanto você pensa? —pergunta Joana fazendo carinho nos meus cabelos.
— Em como será nossa vida de agora em diante —falo— não será uma tarefa fácil.
— Realmente não será, mas teremos um ao outro —diz— será assim para sempre.
Viro meu rosto o imprensando contra a barriga dela e inalo seu cheiro, em seguida levanto
meu rosto encarando os olhos dela.
— Sim? —falo.
— Pode ir à cozinha pegar aquele pote de biscoito de chocolate para mim —pede fazendo um
biquinho.
— Eu te dou quantos beijos você quiser —diz colocando os braços ao redor do meu pescoço.
Ela sorri e me dá vários selinhos, para finalizar eu ataco sua boca e dou um beijo nela de tirar o
fôlego.
Me levanto da cama e desço para a cozinha onde pego o bendito pote de biscoitos.
Quando volto pro quarto, Joana me olha com os olhos brilhando e toma o pote de mim,
começando a comer todos os biscoitos, a mesma se sujava toda e sorria como uma criança.
Se passou alguns dias desde que descobri que estava grávida, Cristian tem me mimado
bastante. Também já me mudei para seu apartamento, meu namorado começou as buscas por
uma casa no condomínio em que seus pais e irmão moram. E ele conseguiu encontrar o
imóvel, porém o proprietário está viajando e teremos que esperar ele voltar. Cristian já
conversou bastante com o advogado do homem e o mesmo garante que a compra do imóvel
acontecerá o mais rápido possível.
Estou tão ansiosa para falar para todos que estou grávida, essa semana vi Victoria algumas
vezes e foi muito difícil ver ela falando sobre sua gravidez e não poder falar sobre a minha. Por
isso resolvemos marcar um jantar para toda a família hoje, minha mãe e Eliza irão vir me
ajudar a tarde, minha cunhada disse que talvez minha sogra viria ajudá-las também, Vic ficou
triste, pois queria ajudar, mas infelizmente ela nem está conseguindo ficar muito tempo em pé
por que seus pés incham.
E hoje pela manhã teremos um programa diferente, Cris e eu iremos à médica para fazer nossa
primeira consulta e ver se nosso bebê está bem.
— Você está linda —diz Cristian entrando no nosso quarto e me vendo na frente do espelho,
me viro para ele e sorriu— não vejo a hora de te ver com um barrigão.
— Vai demorar um pouco, confesso que também estou bem ansiosa —falo virando de frente
pro espelho e olhando minha barriga que ainda não tem nenhum sinal de gravidez— será que
vou ser uma grávida bonita?
— Que pergunta é essa, amor? —diz me abraçando por trás— você será a grávida mais linda
do mundo.
— Ei —diz me virando de frente para ele e segurando meu rosto entre suas mãos— eu vou te
amar de qualquer jeito, sou louco por você.
Abraço ele fortemente enquanto sinto meus olhos marejados, os hormônios já estavam
começando a me deixar louca, e isso era apenas o começo.
[...]
— O bebê de vocês está bem —diz— e você está com cinco semanas.
Cristian me abraça colocando seu rosto no meu pescoço enquanto chora, impossível não
chorar também. Foi emocionante.
— O bebê de vocês está muito saudável, quero que continue se cuidando —diz a doutora, ela
também tinha seus olhos marejados, porém, logo tratou de limpá-los— vocês foram o casal
mais emocionante que passou por aqui, espero que sejam felizes e nos vemos na próxima
consulta.
— Irei deixá-los um momento a sós, vou preparar a gravação do ultrassom para vocês
lembrarem desse momento —diz ela nos deixando sozinhos.
— Foi tão emocionante —diz ele— parece que estou vivendo um sonho.
— Então nós dois estamos sonhando —falo me sentando, puxo seu corpo e o deixo entre
minhas pernas. Cristian segura meu rosto entre suas mãos e me beija carinhosamente.
Ficamos esperando a doutora voltar, não demorou muito, logo eu estava com a gravação no
meu celular. Não resisti e acabei ouvindo uma segunda vez. Eu nunca iria me cansar de ouvir o
coraçãozinho do meu bebê.
Depois de alguns minutos saímos do hospital, recebi uma ligação da minha mãe falando que
ela já estava indo em direção ao meu novo apartamento, Eliza também já tinha falado que iria
para lá e que sua mãe, minha sogra, também iria.
Falei com Cris e disse que todas elas já estavam indo para nossa casa, ele disse que iria me
deixar lá e iria à empresa resolver alguns assuntos com Marius.
[...]
Quando cheguei no prédio todas já estavam lá, me despedi de Cristian e subi com elas. Minha
cozinha foi dominada pela minha mãe e minha sogra que se deram super bem, as duas não
deixaram que nem eu, nem Eliza nos aproximarmos. Então subimos para meu quarto onde
comecei a organizar algumas coisas por lá.
Victoria estava com a gente em chamada de video, a mesma estava com os pés inchados e
sentindo algumas dores nas costas, o médico disse que ela precisava ficar de repouso por que
era uma possibilidade nossa pequena Luna nascer antes do tempo.
— Você tem certeza que dará para vir hoje a noite? —pergunto para Vic— se você não
conseguir vir, eu entendo my boo.
— Claro que consigo —diz— mas não prometo demorar muito, essa garotinha está esgotando
todas as minhas energias.
— E como anda seu relacionamento com o Cristian? —pergunta Vic— quando irão nos dar
sobrinhos?
Acabo me engasgando com a saliva e rapidamente Eliza levanta e começa a dar tapinhas nas
minhas costas.
— Foi só uma pergunta —diz ela— não tem nada de mais, tenho certeza que você também
quer sobrinhos vindo da parte do Cristian.
— É claro que quero —diz minha cunhada— não sendo bebês meus, eu aceito que vocês
engravidem muito.
— De mim você terá apenas os que já tem, Luna será a última e a fábrica será fechada —diz Vic
— quer sobrinhos, peça a Joana.
— Acho que essa daí não nos dará sobrinhos tão cedo —diz Eliza.
Esse era o plano, mas infelizmente falhei. Só espero chegar a hora do jantar para contar a
novidade.
Capítulo 43
Estávamos todos os adultos sentados à mesa, já tínhamos jantado e agora estávamos apenas
conversando animadamente sobre coisas banais do dia a dia.
— Filho, como anda as negociações do seu novo imóvel? —pergunta meu pai.
— Quase tudo certo, só precisamos esperar o proprietário voltar de viagem para finalizar a
compra —falo— irei algum dia dessa semana dar uma última olhada no local.
— Quando você for me avise, irei com vocês —diz meu pai.
— Por que você decidiu comprar uma casa, meu filho? —pergunta minha mãe— não que eu
não queira que você vá morar perto da gente, pelo contrário, eu quero muito, porém você
sempre gostou de morar aqui.
— Agora tenho motivos para querer algo mais calmo e menos movimentado, tipo uma casa
em um condomínio —falo— uma cobertura no meio da cidade está me parecendo menos
adequado.
— Não estou entendendo —diz minha mãe— qual o motivo disso tudo?
No momento em que me levanto com Joana ao meu lado, todos têm seus olhos e sua atenção
na gente.
— A família irá aumentar —falo colocando minha mão sobre a barriga de Joana.
— Eu vou ser avó de novo? —pergunta minha mãe com os olhos brilhando de felicidade.
Meu pai e meu sogro vem me parabenizar, enquanto minha mãe e sogra vão até minha
mulher. Vejo Marius andar até a mim com um sorriso enorme no rosto.
Olho para a Joana e vejo Victoria e Eliza abraçarem a mesma, minha cunhada tem um sorriso
enorme enquanto olha para sua melhor amiga.
— Amor é melhor você se sentar —diz Marius se aproximando da sua mulher— você já está há
muito tempo em pé.
— Querido, eu estou bem —diz passando a mão sobre sua barriga que está enorme.
Meu irmão trata Victoria como se a qualquer momento ela fosse quebrar.
— Minha vida... —começa ele tentando argumentar, mas fica quieto quando Victoria olha para
ele brava.
— Amor, eu estou ótima —diz— eu estou grávida, não aleijada, só estou em pé a três minutos,
se eu sentir algo eu vou me sentar. Agora para de me perturbar e vai se sentar.
Victoria aponta para o sofá onde Helena está sentada usando o celular, Marius resmunga e sai
com um bico enorme nos lábios. Meu irmão senta emburrado ao lado de sua filha, a mesma
olha pro pai e da de ombros como se já fosse acostumada a ver aquela cena.
— Queria tanto comer cookies —ouço Joana falar e rapidamente olho para ela.
— Eu vou buscar para você —falo saindo as pressas da sala e indo em direção a cozinha.
Rapidamente encontro um pacote de cookies que eu tinha comprado no supermercado e levo
para ela. Joana sorri e beija minha bochecha. Vejo minha mulher toda feliz comendo, saiu dali
e vou para onde meu irmão está.
— Oi princesa —beijo os cabelos de Helena, a mesma sorri para mim e volta sua atenção pro
celular. Meu irmão estava com uma cara de bravo então nem ousei falar com ele, andei até
meus sobrinhos que estavam sentados no sofá e pareciam estar bem entretidos em uma
conversa.
— Isso é inveja deles —diz Dylan— ela disse que gosta de mim.
— Na verdade, ela disse que queria namorar vocês três —diz Helena se intrometendo na
conversa— eu tentei abrir os olhos dela, mas parece que está cega.
— Porque ela é minha amiga —diz fazendo cara de nojo— e só fala nos meus irmãos.
— Vocês sabem que só tem seis anos, não é? —falo para eles— vocês têm que brincar e não
falar em namorar.
— Eu nunca vou namorar —diz Helena— vou ser uma mulher rica, independente e que não
precisa de homem.
— Meu orgulho —diz Marius pegando sua filha no colo e beijando a mesma. Helena fica toda
boba quando seu pai começa a encher ela de carinho, minha sobrinha adora ser tratada como
criança, mas só pelo pai, nem Victoria faz isso.
— E vocês irão parar de falar em namoro, vão focar nos estudos e na infância de vocês —falo
— namorar só quando forem mais velhos.
— Não quero saber se é um pequeno ou um grande enjoo —falo— quando sentir qualquer
coisa, quero que me fale, mesmo que seja alarme falso.
— Me preocupo com você e quero acompanhar sua gravidez em todos os sentidos, mesmo
que seja para te olhar vomitar —falo— então, me fale se sentir qualquer coisa mesmo.
— Ótimo, se estiver melhor, podemos descer e nos despedir dos outros —falo acariciando seus
cabelos.
— Irei escovar os dentes para tirar o gosto ruim da boca e podemos descer —diz ela andando
até a pia.
Me encosto na parede e fico observando ela, eu gosto de ficar olhando tudo que ela faz, e isso
ficará melhor quando ela estiver com um barrigão andando por todos os cômodos.
Descemos lá para baixo e tivemos alguns minutos de conversa com nossa família até que eles
decidiram ir embora. Todos estavam felizes com o mais novo integrante da família, e eu estava
mais feliz ainda. Tudo que estava acontecendo parecia um sonho, e desse sonho eu nunca
quero acordar.
Capítulo 44
Estaciono meu carro na frente do hospital e vejo Joana rapidamente vir na minha direção.
Assim que ela entra e se acomoda no banco ao meu lado, pego no banco de trás um buquê de
rosas-vermelhas e uma caixa de chocolate.
— Te amo —entrego para ela que rapidamente já tem seus olhos cheios de lágrimas.
— Te amo —diz ela limpando as lágrimas— esses hormônios me fazem chorar por tudo, hoje
derrubei um cupcake e comecei a chorar.
— Não —diz— só tinha um, e como eu estava em horário de trabalho não pude comprar.
— Então vamos comprar cupcakes para você —falo ligando o carro e saindo.
Joana insistiu falando que não precisava, mas eu iria comprar para ela, eu compraria o mundo
para ela. Ao encontrar a primeira loja de doces, deixo Joana no carro e vou até o local. Pedi a
vendedora uma caixa de cupcakes. A mulher me entregou o que foi pedido e rapidamente faço
o pagamento, voltando pro carro entrego a caixa para Joana.
Minha mulher ao ver os doces, seus olhos brilham tanto quanto a lua, um sorriso enorme
surge em seus lábios.
— Eu te amo tanto —diz pegando um cupcake e rapidamente comendo, sua boca ficou
completamente suja de cobertura.
— Eu falei com os cupcakes —diz minha mulher me fazendo fechar o sorriso que tinha.
— Foi legal —diz— atendi muitas crianças hoje, e sempre que elas entravam pela porta eu
ficava pensando no nosso bebê, quando for nossa vez de levá-lo ao pediatra, ou para outros
lugares.
— Eu também pensei muito nisso, quando eu estava voltando da empresa e passei por um
parque cheio de criança e só pensava em quando formos levá-lo para se divertir —falo.
— Acho que teremos que ir com calma nos nossos pensamentos —diz sorrindo— minha
barriga ainda nem cresceu e a gente já está fazendo planos de passeios com nosso filho.
— Vamos ser piores que o Marius e Victoria no sentido babação nos nossos filhos —diz ela.
— Eu falava tanto do Marius e agora estou igual ele, se não pior —falo fazendo Joana rir.
Me lembro de outra coisa que está no banco de trás e rapidamente mando Joana pegar.
— Pega essa pasta de documentos que está no banco de trás —falo para ela que mesmo
confusa o pega.
— Isso é...
— Sim, a gente agora oficialmente tem uma mansão —falo— o proprietário voltou ontem de
viagem e entrou em contato comigo para finalizarmos a compra.
— O mais rápido possível —falo— mas antes precisamos contratar alguém para fazer a
limpeza, pois o imóvel estava fechado a meses e está bem sujo.
— E eu irei falar com um arquiteto para fazer o quarto do nosso filho —falo— ainda não
sabemos o sexo, então podemos fazê-lo em tons claros e quando finalmente descobrirmos, aí
iremos decorar.
— Achei perfeito —diz— estou ansiosa para poder começar a comprar os móveis, as roupinhas
e os brinquedos.
— E a gente vai com calma, mas se não começarmos a arrumar as coisas agora, podemos nos
atrasar e quando o bebê nascer ainda poderá faltar muitas coisas —diz— a gente pensa que
nove meses é muito tempo, mas rapidinho passa.
— Certo, você me ganhou no argumento —falo fazendo ela sorri— que tal hoje a noite a gente
assistir um filme enquanto eu faço massagem nos seus pés?
— Eu iria adorar —fala— caminhei muito hoje e estou realmente precisando de uma
massagem.
— Se é uma massagem que você quer, é uma massagem que você vai ter —falo acelerando o
carro para rapidamente chegarmos na nossa casa.
[...]
Saiu da cozinha com um copo enorme de suco natural de laranja, Joana sorri quando entrego a
ela. Laranja tem muitas vitaminas e Joana precisa delas para continuar saudável e nosso filho
crescer forte.
— Sim, antes de ir fazer seu suco eu tinha ido no quarto para tomá-los —falo.
— Que ótimo —diz, me sento ao seu lado e ela logo coloca seus pés no meu colo. Retiro suas
meias e começo a massagear seus pés, na televisão passava um filme da Marvel, acho que era
o homem de ferro. Joana gosta muito de filmes de ação.
Fico massageando seus pés por alguns minutos e depois beijo o mesmo, olho para Joana que
tem seus olhos em mim. Sorriu de lado e me movo para cima dela, aproximo meu rosto do
dela e tomo seus lábios em um beijo urgente. Sinto meu pau endurecer e latejar de desejo por
ela.
— Abra as pernas para mim, amor —falo sussurrando no seu ouvido— seu homem quer entrar
em você.
Mordo sua orelha e ouço o gemido dela. Joana abre suas pernas me deixando entre elas, como
a mesma estava com uma camisola, percebi que ela estava sem calcinha. Isso facilitou tanto o
meu trabalho. Baixo as alças de sua camisola deixando seus seios a mostra, eles estavam bem
grandes.
Tomo um de seus seios na boca e o chupo eroticamente, Joana enlaça suas pernas ao redor do
meu quadril e me puxa mais para perto, isso faz com que meu pau pressione na sua bucetinha
quente e molhada. Não aguentando aquela doce sensação, abaixo minha calça moletom e
puxo meu pau para fora, em seguida o levo para sua entrada que escorria excitação.
— Claro baby.
Seguro meu membro e pincelo sua entrada, logo pressiono o mesmo naquele pequeno
lugarzinho apertado e deslizo lentamente para dentro dela. Suas paredes vaginais me
apertavam a cada centímetro dentro dela, era uma sensação enlouquecedora.
Comecei a penetrar duro e forte enquanto tinha um de seus seios na minha boca, Joana
passava suas unhas nas minhas costas como uma verdadeira gatinha.
Depois de fodê-la por alguns minutos, saiu de dentro dela e peço para ela montar em mim.
Assim ela faz, Joana me monta de costas e puxo seu quadril em direção ao meu rosto.
Tomei sua bucetinha na minha boca enquanto ela também começou a me chupar.
Fodi ela naquela noite de diversas maneiras, de quatro, no chão, em cima do tapete, na mesa
de jantar e até na sacada.
Joana é insaciável.
Capítulo 45
Saiu do banheiro enrolada em uma toalha, ou quase enrolada, minha barriga enorme não me
permite ficar totalmente coberta. Desisto de tentar me cobrir e saiu andando pelo quarto nua,
Cristian que estava deitado na cama larga o celular e segue todos os meus movimentos.
O mesmo se senta na borda na cama e ando até ele ficando entre suas pernas. Sinto as mãos
de Cristian na minha barriga.
Ao ouvir a voz do pai, nosso filho começa a mexer, minha barriga forma uma grande elevação
do lado direto e Cristian rapidamente beija o local.
— Ansiosa para hoje? —pergunta ele ainda acariciando minha barriga, nosso filho mexe sem
parar.
— Sim, espero que finalmente hoje possamos ver o sexo do nosso filho —falo.
Estou com cinco meses, mas ainda não sabemos se é menino ou menina, na última vez o bebê
estava de pernas fechadas e não conseguimos. Mas hoje estamos com esperança de que
finalmente vamos conseguir.
— Preciso me vestir —falo fazendo uma careta— bebê, pare de chutar a mamãe.
Dou um selinho no Cristian e sigo pro closet para procurar uma roupa. Fico lembrando da
primeira vez que nosso filho mexeu, eu estava com quatro meses e algumas semanas,
demorou bastante, mas o médico disse que era normal. Eu liguei desesperadamente para
Cristian que estava na empresa, ele largou tudo e veio correndo para casa. Infelizmente o bebê
não mexeu mais e ele ficou triste, porém passou a noite toda observando minha barriga na
esperança de vê-la mexer.
E ele conseguiu, Cristian me acordou no meio da madrugada chorando por que sentiu o bebê
mexer. Depois disso foi um grude só, Cris não desgrudou mais de mim, nosso bebê também
ficou bem apegado no pai e fica louco quando ouve a voz do mesmo.
Depois de alguns minutos de procura, finalmente encontro um vestido que ficará bem em
mim. O mesmo é branco com alças finas, ele também é colado no corpo e marca bem a minha
barriga. Nos pés coloco um tênis branco, uso alguns anéis, um lindo par de brincos e colar,
deixo o cabelo solto mesmo. Passo um batom claro e só isso, não passo mais nada de
maquiagem.
Vejo meu lindo e gostoso namorado entrar no quarto apenas de toalha, seus cabelos estavam
molhados e alguns pingos de água caíam sobre seu peitoral e descia pela sua barriga. Esfrego
minhas pernas uma na outra para aliviar a sensação de formigamento na minha buceta.
Cristian para e me olha, logo abre um sorriso malicioso ao perceber meu desejo por ele.
— Gostou amor? —pergunta se aproximando de mim.
— Meu desejo por você triplicou nessa gravidez —falo mordendo meu lábio quando sinto ele
beijar meu pescoço.
— Estou adorando seu fogo —sussurra no meu ouvido— adoro mais ainda apagá-lo.
[...]
— Estamos atrasados —falo quando entramos no carro para irmos pro hospital.
— Você estava insaciável hoje —diz passando a mão pelo cabelo, noto a grande marca roxa no
seu pescoço— você praticamente me atacou.
— E você gostou —falo tocando minha barriga sentindo meu bebê se mexer.
— Acordou o bebê do papai? —diz ele, isso faz com que nosso filho se mexa ainda mais.
— Ainda bem que só acordou agora —falo lembrando do que fizemos a alguns minutos atrás.
Cristian dar uma risadinha, ele retira a mão da minha barriga para trocar a marcha do carro e
logo coloca a mão novamente na minha barriga. Toco sua mão sobre minha barriga e sorriu,
amo esses momentos.
— Daqui a alguns minutos saberemos se teremos uma filha ou um filho —comento— estou
nervosa.
— Também estou —diz— tivemos que esperar cinco meses para descobrir, esse danadinho ou
essa danadinha já está deixando a gente louco.
— Teremos tantos momentos de emoções daqui para frente, já tivemos tantos antes, e agora
teremos mais ainda —falo.
[...]
— Seus exames estão ótimos —diz a doutora Marie— o peso do bebê está ótimo também.
— Eu tenho me alimentado muito bem, também tenho feito bastante exercício —falo.
— Doutora, hoje dará para ver o sexo do bebê? —pergunta Cristian ansioso.
— Veremos isso agora mesmo —diz— Joana, deite na maca e levante o vestido.
Assim faço, a doutora coloca sobre meu quadril um paninho para me cobrir e em seguida
começa a passar o gel sobre minha barriga.
— Seu bebê está bem ativo —diz a doutora sorrindo ao sentir o bebê se mexer— isso é ótimo.
Assim ela começa a ultrassonografia, ela estava bem concentrada olhando as imagens na tela
do aparelho enquanto passava aquele pequeno objeto pela minha barriga.
— Olha só, finalmente você nos deixou ver —diz a doutora sorrindo.
Sinto meus olhos se encherem de lágrimas, olho para Cris que tem seus olhos também cheios
de lágrimas.
— Eu... Vou ser pai de menina —diz com a voz falha, ele rapidamente se abaixa e me beija—
obrigado meu amor, por tudo.
— Eu que te agradeço por tudo meu amor —falo chorosa— minha vida só melhorou depois
que você apareceu nela.
— As duas mulheres da minha vida —diz ainda emocionado— prometo sempre fazê-las felizes.
— Doutora, está tudo bem mesmo com a minha filha? —pergunta Cristian.
— Está tudo ótimo —diz— vou passar mais alguns exames para Joana fazer, só para ter
certeza.
[...]
Ando até ela e me ajoelho para tirar seu tênis, deixando a mesma apenas de meia. - Vou fazer
algo para a gente comer —falo beijando sua testa e seguindo para a cozinha.
Enquanto faço nossa refeição, penso na minha filha, eu vou ter uma garotinha. Minha filha
será linda, mas também com os pais que ela tem como não irá ser linda. Tenho certeza que ela
terá cabelos escuros e lindos olhos azuis.
Mas com esse pensamento também vem o ciúme, malditos garotos que irão querer namorar o
meu bebê.
— Calma, Cristian, ainda não é momento de surta —falo para mim mesmo.
Minha filha ainda terá uma infância toda pela frente, ela irá me maquiar, me fazer brincar de
casinha com ela e até brincar de boneca.
Sorriu feliz.
Estou esperando isso ansiosamente.
Capítulo 46
Chegamos na casa dos meus pais para tomar café da manhã com eles, ontem Joana e eu
ficamos offline, não usamos telefones e nem nada de comunicação. Ficamos apenas nós dois
na nossa casa aproveitando nosso momento em família. Até pensamos no nome da nossa filha,
bem, estamos em dúvida entre dois nomes, mas creio que logo iremos nos decidir.
— Que bom que vocês chegaram —diz minha mãe— não deram notícias ontem, fiquei
preocupada.
— Vamos esperar o Marius chegar para contar a novidade para todos —falo.
— Está de plantão —diz minha mãe— talvez nem vejamos ela hoje.
— Tadinha —diz Joana— esses plantões são tão cansativos, sei por que já fiz muitos, mas com
a gravidez estou passando pouco tempo no hospital.
— Às vezes quando vejo Eliza, a mesma está com grandes olheiras —diz minha mãe— a
menina mal se senta e já está dormindo.
Trabalhos onde você terá que fazer plantões ou ter que ficar muito tempo trabalhando é
cansativo demais, você terá que ter muita força de vontade para continuar.
— Tio Cris —ouço a voz de Helena e logo a mesma abraça minha perna.
— Tia Joana —diz ela animadamente correndo até minha mulher e tocando sua barriga.
Joana sorri enquanto acaricia os cabelos da afilhada, Helena não chama ela de madrinha, e sim
de tia.
Vejo meu irmão entrar com a pequena Luna em seus braços, Victoria aparece logo atrás com
os trigêmeos. Ando até meu irmão e vejo minha sobrinha de perto, a mesma estava dormindo
toda comportada. Luna vestia uma roupa azul bebê, todas as suas vestimentas e a manta eram
azuis, minha sobrinha também tinha um pequeno lacinho nos seus pequenos cabelinhos
escuros.
Dou um cheirinho nela e sinto seu cheirinho de bebê, imagino quando for minha vez de estar
com minha filha nos braços.
— Desculpem já ir chegando assim —diz ela— Luna chorou muito durante a noite e quase não
consegui dormir.
— Amor, traz a Luna para ela mamar —pede Victoria, meu irmão rapidamente anda até ela.
— Vamos nos sentar para tomar café —diz minha mãe— Victoria e Marius se juntaram a nós
daqui a pouco.
Todo mundo andou até a mesa e nos acomodamos, toco a barriga de Joana e sinto minha filha
mexer, sorriu. Olho para onde meu irmão e minha cunhada então, Luna mamava enquanto
meu irmão tinha sua cabeça deitada no ombro de Victoria e acariciava os cabelos de sua filha.
Eles sorriam enquanto conversavam sobre algo.
Beijo a bochecha de Joana que me olha sorrindo, sussurro que amo ela e a mesma sorri
sussurrando de volta que me amava.
— Teremos mais uma mulher na família —falo tocando a barriga durinha de Joana.
— Ainda não, a gente já pensou nisso, mas ainda estamos na dúvida sobre qual escolher —diz
Joana.
— Espero que escolham logo, não podemos chamar ela de bebê para sempre —diz minha
mãe.
— Irmão, amanhã teremos uma reunião importantíssima, não falte —diz Marius assim que nos
sentamos a mesa para terminar nosso café da manhã.
Dia seguinte...
Joana dorme serenamente, a mesma estava enrolada em um lençol branco, mas mesmo assim
consegui ver sua barriga mexer. Puxo seu lençol de lado deixando sua barriga a mostra, beijo a
mesma onde minha filha mexe.
Entro na minha lamborguini e em menos de cinco minutos já estou passando pela entrada.
Vou diretamente para minha sala e me surpreendo ao ver Alisson ali.
Alisson não estava trabalhando porque a mesma ganhou bebê a alguns meses atrás, e estava
cuidando de seu filho. Sim! Ela teve outro menino, Noah.
— Sim, mas a cada cinco minutos ligo para a babá do Noah para perguntar como ele está —diz.
— Está ótimo, virou melhor amigo dos seus sobrinhos e agora só vive me pedindo para brincar
com eles —diz sorrindo.
— Fiquei sabendo que será pai —diz— parabéns, que vocês sejam muito felizes e que seu bebê
venha com muita saúde.
— Obrigado. Vou ser pai de uma menina —falo fazendo ela abrir um sorriso enorme.
— Vocês ainda terão um tempinho para pensar com calma —diz— fala para a Joana que
desejo para ela toda sorte do mundo, que seu parto seja rápido e que ela e a bebê fiquem
bem.
— Obrigado —agradeço— agora tenho que ir, Marius está me esperando para uma reunião.
— Tudo bem, depois quero falar com você sobre o novo projeto —diz.
— Certo, nos vemos depois —falo pegando alguns documentos na minha mesa e seguindo
para a sala do meu irmão.
Rever Alisson e ver que nós dois estamos felizes é muito bom, a gente seguiu nossos caminhos
e construímos nossas próprias famílias.
Ando pelo quartinho da minha princesa Maya. Esse será o nome da minha pequena
princesinha, Maya fitzy.
O mesmo entrou em pânico, sei que foi bem assustador para ele, mas para mim foi engraçado.
Depois tive que explicar para ele que era apenas urina, o homem estava pálido, não quero
nem pensar em quando a Maya realmente for nascer.
— Você está cada dia mais linda —diz andando na minha direção.
O quarto da nossa filha era pequeno, então o Cristian ficava duas vezes maior do que já era,
fico excitada ao lembrar que logo verei esse homem enorme sem camisa segurando um bebê.
Não me julguem, tenho um fetiche por homens com bebês nos braços, eu acho bonito e sexy.
— O que você está pensando? —pergunta ele— do nada começou a me olhar como se eu
fosse um pedaço de carne e começou a lamber os lábios. Não está pensando em me comer,
não é?
— Isso é um sim? —falo colocando minhas mãos dentro da sua calça moletom e alisando sua
bunda durinha, ele estava sem cueca.
— Por agora, sim, mas depois a gente irá conversar sobre isso direitinho —falo descendo
minha mão pela sua bunda e parando bem na sua entrada.
— Joana, amor... —diz ele, mas coloco meu dedo sobre seus lábios o impedindo de falar.
— Depois a gente conversa —falo no seu ouvido e em seguida passo a língua pelo seu pescoço.
— Você está tão fogosa —diz dando um tapa na minha bunda quando me afasto dele e viro as
costas pro mesmo.
— São os hormônios que me deixam louca obcecada por você —falo olhando para ele com
cara de safada.
— Que pena que você está tão sensível por estar no final da gravidez —diz— se não fosse isso
eu iria te comer aqui nesse chão, iria me enfiar nessa sua buceta gostosa tão forte que você
iria passar uma semana me sentindo dentro de você.
Cristian diz sussurrando no meu ouvido, impossível não gemer ao imaginar a cena de nós dois
no chão fodendo como dois loucos. Pego sua mão dele e levo até minha intimidade que já
estava completamente molhada, eu estava usando um vestido azul bebê soltinho, não estava
usando calcinha porque me incomodava.
— Tão molhada —diz passando o dedo pela minha carne molhada e quente— tão gostosa.
Sussurra no meu ouvido. Seguro seu ombro fortemente quando ele me penetra dois dedos,
Cristian sai e entra em mim com seus dedos lentamente. Mordo meus lábios e acabo
prendendo meu gemido, Cristian para e me olha. Resmungo rebolando em seus dedos
querendo mais contato.
— Não prenda seus gemidos —diz— gosto de saber que esses sons saem da sua boca porque
eu estou te proporcionando prazer.
Confirmo com a cabeça e ele logo continua a me penetrar. Depois de alguns minutos derramo
meu prazer em seus dedos, meu lindo namorado leva seus dedos até sua boca e os chupa me
olhando nos olhos.
— Gostosa —diz ele, logo em seguida se afastando de mim e me olhando com carinho.
— Estou com vontade de comer milho-verde —falo quando sinto um desejo absurdo de comer
aquilo— milho-verde em conserva.
Saiu desesperada em direção a despensa que fica no andar de baixo na cozinha. Nossa
dispensa é enorme, tem muitas prateleiras e todo tipo de comida, parece até um
supermercado. Procuro pelo milho em conserva e o encontro depois de alguns minutos, o
mesmo estava em um potinho de vidro. Ando até a cozinha e o abro, pego uma colher e me
sento na mesa comendo direto do potinho. Mas eu comi apenas uma colher antes de Cristian
tomar o pote das minhas mãos.
— Melhor não amor, você sabe que faz mal —diz fechando o pote e o deixando sobre a pia.
— Se quiser posso comprar milho-verde fresco e cortamos os caroços, ou você pode comer ele
cozido que é muito melhor, e poderá comer sem medo —diz se aproximando de mim e
beijando meus cabelos.
Cristian pega a chave do carro e sai para comprar o milho, estou desejando tanto comer milho
que sou capaz de entrar em alguma plantação e roubar as espigas. Fico ali na cozinha por um
tempo, mas o milho em conserva sobre a pia estava me deixando na tentação de comê-lo.
Então resolvo ir tomar um banho para que o tempo passe mais rápido e Cristian chegue logo.
Depois do banho vesti um vestido branco soltinho e desci para a cozinha, aquele pote de milho
estava me fazendo cair na tentação, então o guardei na despensa e voltei para a cozinha. Dez
minutos depois o Cristian volta com algumas espigas de milho, minha vontade de comer foi tão
grande que acabei pegando uma e comendo crua mesmo.
— Você fica comendo essa espiga enquanto eu vou cozinhar essas outras aqui —diz meu
homem.
Apenas assenti.
Não desgrudei daquele sabugo de milho por nada, comi todos os caroços e ainda queria mais.
— Aqui está amor —diz Cristian colocando as espigas de milho cozidas na minha frente. O
cheiro estava uma delícia, não pensei duas vezes antes de pegar uma e voltar a comer. Cristian
sorri puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado, o mesmo toca minha barriga enquanto
me acabo de comer o milho.
Meu namorado passou o dia todo me mimando, ele fazia tudo que eu queria, e eu mal podia
falar que queria comer algo que ele já falava que iria comprar. Eu o amo tanto, amo com todo
o meu ser.
Acho que uma única vida não será suficiente ao seu lado, irei precisar de mais.
Capítulo 48
Eu estava no meu escritório que construí para que eu pudesse trabalhar de casa, Joana já
estava na reta final da sua gravidez, ou seja, ela poderia entrar em trabalho de parto a
qualquer momento. E eu, como um pai e namorado preocupado, não poderia deixá-la em casa
sozinha, então trouxe meu trabalho para casa.
Subo correndo pro nosso quarto e passando pela porta vejo ela olhando para baixo. Nos seus
pés tinha uma poça de água, suas pernas também estavam molhadas.
Meu sorriso morre na hora, arregalo meus olhos e olho para ela desesperado.
— Ai meu Deus —diz ela me olhando brava— me tira daqui e me leva pro banheiro, preciso de
um banho antes da gente sair.
— E se nossa filha nascer no banheiro? —pergunto— eu terei que fazer o parto, e eu sou
formado em engenharia de software, não em medicina... Eu vou desmaiar.
Ando até ela e seguro seu braço, ela me pede para levá-la pro banheiro, e mesmo receoso, eu
a levo.
— A Maya não irá nascer agora —diz ela— as contrações não estão muito fortes.
— Não, para ser mais rápido, pegue as coisas da Maya no quarto dela e leva pro carro —diz—
quando você voltar, irá me ajudar a vestir uma roupa, com esse barrigão e essas contrações
será complicado.
Vou até o quarto da minha filha e pego as bolsas dela, Joana já tinha arrumado todas as
coisinhas dela na semana passada. São no total três bolsas, nelas possuem roupas, fraldas e
produtos de limpeza. Depois de levar tudo pro carro e já deixá-lo estacionado na frente da
nossa casa, sim! A gente já se mudou para nossa nova casa a mais ou menos seis meses atrás,
é do jeito que a gente queria, e ainda tem um jardim enorme para nossa filha brincar.
Volto pro quarto e vou até o banheiro, pego uma toalha e ando até Joana, a mesma já tinha
terminado o banho, então ajudei ela a se secar e fomos pro closet. Minha mulher escolheu um
vestido e rapidamente ajudei ela a vestir, como suas contrações aumentaram, tivemos que sair
de casa as pressas.
Liguei para a família para avisá-los quando já íamos em direção ao hospital. Joana gemia de
dor e eu ficava desesperado por que não podia ajudá-la, eu só queria tirar a dor dela. Dirigi o
mais rápido que pude até o hospital, chegando lá já levaram ela em direção a sala de parto, me
deram uma roupa para vestir e em seguida me levaram até ela.
Minha mulher já estava toda suada e gritando de dor, me aproximei dela e segurei sua mão,
Joana me deu um aperto tão forte que quase quebrou meus dedos.
— Ela ainda não está pronta —diz a médica que irá fazer seu parto— iremos esperar mais.
Como assim esperar mais? Jaona já está sentindo muita dor, até eu estou sentindo dor, olho
pros meus dedos que já estão começando a ficar roxos.
— Você está com 4 cm de dilatação —diz a médica— vamos ver como você irá dilatar nas
próximas horas.
As próximas horas foram traumatizantes, eu não estava mais sentindo minhas mãos, e ainda
estava desesperado ao ver Joana chorar de tanta dor.
Quase nove horas depois a Maya veio ao mundo, foi o momento mais feliz da minha vida. Ver
minha filha e ouvir seu choro fez com que todo sofrimento vivido durante tantas horas
valessem a pena. A médica perguntou se eu queria cortar o cordão umbilical, e é claro que
aceitei, separei minha filha da minha mulher e a peguei nos braços.
Ando até Joana, que chora enquanto nos olha, me abaixo e entrego Maya para ela. Minha
mulher acaricia seu rosto e já percebemos a semelhança entre elas.
Prendo a respiração quando minha filha abre seus olhos e eles são azuis.
— Ela tem seus olhos —diz Joana emocionada— ela é tão perfeita.
Beijo a testa de Joana e em seguida a da nossa filha, a enfermeira fala que irá levá-la, mas que
logo trará ela de volta. Joana também precisava fazer alguns procedimentos antes de ir pro
quarto, então eu saí para avisar a família de que a minha filha finalmente nasceu.
Vejo todos sentados apreensivos, minha mãe é a primeira a me ver e correr na minha direção.
— Ainda bem que você apareceu meu filho —diz minha mãe preocupada— minha neta, como
está?
— A Maya está bem, nasceu forte e é muito linda —falo sorrindo ao lembrar dela— Joana
também está bem, as duas logo irão pro quarto.
Conversei com todos que estavam ali e falei sobre Maya, todos estavam ansiosos para
conhecê-la.
— Não, cheguei tem pouco tempo, mas o Marius e seus pais estavam aqui, a Eliza também
estava, porém, recebeu uma ligação do hospital em que ela trabalha e precisou sair —diz—
eles ficaram me atualizando sobre tudo.
— Que bom —falo— agora irei ver como a Joana está, logo vocês irão vê-la.
[...]
Observo minha filha dormir tranquilamente no berço ao lado da cama de Joana, minha mulher
também dormia calmamente. Já fazem quase três horas que elas vinheram pro quarto, meus
pais e meu irmão junto com a Victoria fizeram uma passagem rápida para vê-las, Eliza disse
que viria aqui a noite, ela sabia que agora a Joana iria descansar.
Passo a mão suavemente pelos cabelinhos escuros da minha filha, tão perfeita.
Passei muito tempo perdido no mundo sem ter um rumo na vida, eu não sabia o que
realmente era o amor. Olho para Joana e em seguida para nossa filha. Agora eu sei.
Olho para a fralda na minha mão e em seguida para minha filha, a mesma acabou de sair do
banho e Joana saiu para atender uma ligação. Eu falei que conseguia colocar a fralda, e assim
minha mulher confiou em mim para fazer isso.
Agora estou arrependido de ter falado aquilo. Minha filha me olha enquanto tem suas
pequenas perninhas para cima e resmunga alguma coisa.
Maya já está com quatro meses, e agora que a gente está conseguindo dormir por algumas
horas. Agora eu entendo quando pessoas falam que a gente só entende o que outras pessoas
sentem, quando a pessoa passa pelo mesmo que a outra passou.
Cansei de ver Marius chegar na empresa e quase dormir em sua mesa, minha cunhada não era
diferente, a mesma tinha grandes olheiras. Agora eu entendo o que eles sentiam, mas pelo
menos o meu é só um, meu irmão e minha cunhada passaram por isso muitas vezes, e ainda
sofreram o triplo com os trigêmeos.
— Não é não —diz— o papai não sabe trocar fralda, não é, meu amor?
Joana rapidamente coloca a fralda em Maya e pega a mesma no colo, me aproximo da minha
mulher e beijo seus lábios, pego minha filha nos braços e a mesma rapidamente deita sua
cabeça no meu ombro.
— Ela está com sono —diz Joana passando a mão pela testa de Maya retirando alguns fios de
cabelo que tinha ali, nossa filha estava com seus olhinhos fechados.
— Posso colocar ela para dormir —falo passando a mão carinhosamente pelas costas dela,
ouço o pequeno suspirar de Maya.
— Ela precisa mamar —diz Joana— já faz um bom tempo que ela fez isso, deve está com fome,
e meus seios estão cheios.
Olho pros seios de Joana e os mesmos estão enormes, a mesma teve que comprar sutiãs
maiores e roupas mais largas devido a disso.
— Me dá ela aqui —Joana rapidamente pega Maya que resmunga sem querer ir. A mesma
anda até a cama que tem no quarto da nossa filha e se deita ali com ela, Joana retira sua blusa
ficando com seus seios a mostra, Maya rapidamente abocanha um de seus seios e começa a
mamar rapidamente.
Me deito do outro lado dela e fico observando minha filha, em algum momento meu olhar foi
diretamente para o seio livre de Joana, o mesmo estava vazando.
— Droga, pior que não posso limpar porque Maya começou a mamar agora —diz ela, olho
para minha filha que suspira baixinho enquanto mama calmamente.
— Qual o gosto? —pergunto olhando pro líquido branco que sai de seu seio.
— O sabor não é tão bom —diz— eu já provei e não gostei, porém, Maya ama, se quiser
provar para ter sua própria opinião.
Assenti um pouco envergonhado e passei o dedo sobre uma gota de leite que desceu pelo seu
seio, levei até a boca e apesar do gosto ser diferente, não era ruim.
Querendo provar mais daquilo, levei minha boca até seu seio e comecei a sugar, o líquido
descia pela minha garganta e me fazia desejar muito mais.
Sinto a mão de Joana nos meus cabelos e fechei os olhos para aproveitar o carinho.
— Você é fofo —diz ela, levanto meu olhar para ela e a olho nos olhos.
Retiro minha boca de seu seio e esse ato acaba causando um pequeno estalo. Joana solta uma
risadinha.
— Eu gostei —falo apertando seu seio, fazendo com que seu leite comece a vazar.
— Então mama —diz ela— como eu produzo muito leite, Maya só consegue esvaziar um seio,
o outro eu uso a bombinha, muitas vezes jogo fora.
Acabo ficando um pouco bravo quando ela fala que joga meu leite fora.
Meu?
— Se tá mamando em mim é meu bebê —diz sorrindo— se não é meu bebê, então não irei
deixar mais tomar leite.
Olho para minha filha que dormia, ela já não mamava mais, sua boquinha estava suja de leite e
a mesma ficava fazendo movimentos com a boca como se estivesse mamando.
Joana coloca Maya em seu berço e a mesma ameaça chorar, minha mulher faz alguns
barulhinhos com a boca enquanto balança a mesma, rapidamente nossa filha volta a dormir.
Ajudo Joana a ligar a babá eletrônica e logo vamos para nosso quarto.
Vou ao banheiro rapidamente e quando volto, vejo Joana completamente nua sobre a cama,
meu olhar vai até seus deliciosos seios.
— Você quer tetê —diz ela com vozinha de criança— vem meu bebê.
— Amor, para de me tratar como criança —falo me deitando ao lado dela enquanto seguro
meu tet... o seio dela.
— Tudo bem, agora termina de esvaziar meu seio que já está começando a doer —diz.
Sem pensar duas vezes começo a sugar seu seio, seu leite enchia minha boca e descia pela
minha garganta, aquilo era viciante. Nunca na minha vida me imaginei fazendo isso... mas acho
que isso é nossa intimidade, é bom para nossa relação e acho que isso nos fará ficar ainda mais
ligados um ao outro.
— Eu te amo —falo embolado devido ao seu seio entre meus lábios, Joana solta uma risadinha
e volta a acariciar meus cabelos.
Puxo o lençol para nos cobrir e ficamos ali juntinhos, apenas nós dois em silêncio,
aproveitando a companhia um do outro. Esses pequenos momentos são tão especiais, isso me
faz ficar ainda mais apaixonado por ela. Se é que isso é possível.
Capítulo 50
Maya está apenas de fralda e calcinha, ela solta alguns gritinhos e segura suas perninhas.
— Claro que sei, mas quanto mais eu falo, mais ela vai se acostumando —falo— não é, meu
amor?
Cheiro sua barriguinha e a mesma segura meus cabelos fortemente com as mãos e os puxa.
Maya está tão gordinha, a coisinha mais linda do mundo. Meus sobrinhos sempre vêm visitá-
la, Helena passa horas brincando com ela, assim como Luna, mas elas são apenas bebês e não
entendem ainda o que é brincar.
— Sim? —falo.
— Pode pegar essa mala para mim —olho para ela que está na ponta dos pés e se estica para
tentar alcançar a mala.
— Não fala, vou acabar desistindo —diz olhando para nossa filha deitada na nossa cama, a
mesma grita e balança suas perninhas.
Joana e eu iremos fazer uma pequena viagem, iremos ver a aurora boreal na Finlândia. Depois
de todos esses meses sem dormir e cuidando da nossa filha, acho que merecemos um
descanso e um momento só nosso. Maya irá ficar com meus pais e os da Joana, eles irão ficar
dividindo os cuidados dela, minha mulher tirou várias mamadeiras de leite para Maya e as
guardou para nossa filha tomar enquanto estamos fora. Será apenas uma viagem de uma
semana, logo estaremos de volta e com nossa filha novamente em nossos braços.
— A gente merece isso, nunca mais tivemos um momento só nosso —falo abraçando ela por
trás e beijando seu pescoço.
Joana se aconchega em mim, abraço ela fortemente. Eu amo tanto essa mulher.
— A gente merece —diz virando de frente para mim e tomando meus lábios em um beijo.
Empurro seu corpo em direção a parede e seguro suas mãos as levantando até que as mesmas
estejam no alto da sua cabeça. Beijo ela com desejo enquanto me esfrego nela, meu pau já
estava ficando duro.
— Também estou —diz e em seguida solta um gemido quando mordo seu pescoço. Porém,
nosso pequeno momento é atrapalhado quando nossa filha começa a chorar.
— Filha, deixa o papai e a mamãe namorarem um pouco —resmungo me afastando de Joana
que sorri.
— Acho que ela não está aberta a negociações —diz quando Maya solta um grito enquanto
chora.
— O papai já está indo —falo andando até ela e a pegando no colo. Rapidamente ela se acalma
e deita sua cabeça no meu ombro, ando pelo quarto e paro em frente o espelho, Maya tinha
seus olhos fechados, porém suas bochechas estavam molhadas e a mesma tinha um biquinho
nos lábios.
— Prontinho, princesa, você está com o papai —falo balançando ela. Joana se aproxima da
gente e sorri beijando as costas da nossa filha.
— Ela se acalma rápido por que sente que é você —diz— na última vez que você estava na
empresa e eu tentei acalmar ela, a mesma chorou durante cinco minutos e finalmente ficou
mais calma.
— Irei voltar a arrumar nossas malas —diz me dando um selinho e em seguida se afastando.
[...]
Já estávamos da saída para o aeroporto onde o jatinho da nossa família nos esperava. Maya
dormia no carrinho, a mesma estava toda agasalhada por que estava muito frio.
— Podem ir, iremos cuidar muito bem dela —diz Stella, minha sogra.
— Certo, me liguem se acontecer qualquer coisa —diz Joana preocupada— iremos voltar o
mais rápido possível.
— Iremos comunicar vocês sobre qualquer coisa, agora vocês precisam ir —diz minha mãe.
Nos aproximamos da nossa filha e beijamos seus cabelinhos, a mesma estava dormindo e não
queríamos acordá-la.
— Cuidarei dela com minha vida, na verdade, ela é minha vida —abraço Joana de lado, a
mesma sorri lindamente.
Nos despedimos de todos e entramos no carro. Assim seguimos até o aeroporto onde o grande
jato dos fitzy estava nos esperando. Embarcamos no mesmo e nos acomodamos nos nossos
assentos, Joana a todo momento olhava o celular.
— Ela irá ficar bem —falo tirando o celular de sua mão e segurando a mesma.
— Eu sei, só que fico preocupada —diz— deveríamos ter trazido ela com a gente.
— Para onde vamos é muito frio, e não irá fazer bem para ela —falo— nossos pais irão cuidar
dela melhor que a gente, pode ter certeza.
O piloto avisa que irá decolar, desligo nossos celulares e olhamos se nossos cintos estão bem
fechados. Assim decolamos, foram longas horas sobrevoando vários lugares, até que
finalmente chegamos em solo finlandês. Nos hospedamos no Kakslauttanen Arctic Resort,
alugamos um chalé, no qual a área do quarto é envidraçada, e estilo iglu.
— Isso aqui é perfeito —diz Joana entrando no quarto todo envidraçado, a mesma olha toda a
paisagem do lado de fora e me olha sorrindo— obrigada por me apresentar essa maravilha.
Joana abre um sorriso lindo. Beijo a pontinha de seu nariz e logo tomo seus lábios em um beijo
apaixonado.
A mesma acaricia minha bochecha, deito minha cabeça na sua mão para obter mais carinho.
Joana sorri, aquele sorriso que sou apaixonado. A mulher que escolhi para minha vida e até o
fim dela. Será para sempre nós dois.
Capítulo 51
Sorriu enquanto observo Joana se vestir. Minha mulher está toda agasalhada com roupas de
frio, até cachecol ela está usando.
Sorriu puxando ela para mim e seguro sua bunda fortemente, Joana sorri maliciosa e toma
minha boca em um beijo quente e desejoso.
— Tem certeza que quer sair? —pergunta— iremos aproveitar muito mais aqui dentro, sem
roupa.
— Por mais que eu queira isso, a gente veio para se divertir e ver a aurora boreal, ficar
trancados trasando é bom, mas teremos o resto da noite para isso —falo me afastando dela.
— Certo, então vamos nos divertir e ver o espetáculo lá fora —diz sorrindo enquanto segura
minha mão.
— Vamos meu amor —falo apertando sua mão, Joana pega uma câmera que estava sobre a
mesa e coloca em seu pescoço, logo andamos até a porta e ao passar por ela, o ar gelado bate
contra nossos rostos.
Sigo seu olhar e vejo a festa de luzes coloridas no céu. Isso realmente é um espetáculo.
Começamos a andar enquanto observamos tudo que aquele lugar tinha a oferecer. Vários
casais passeavam por ali, todos com um único propósito, aproveitar aquela maravilha ao lado
do amor de suas vidas.
— Me dê a câmera, faça uma pose que eu tiro —peço a ela, a mesma me entrega de bom
grado e anda um pouco para a frente. Joana faz várias poses e sorri, aproveito todos esses
momentos para capturar em uma linda fotografia.
— Eu quero tirar uma foto nossa —diz enquanto olha ao redor— moça, tira uma foto nossa,
por favor.
Olho para um casal que passava ao nosso lado, eles pareciam ter a nossa idade e a moça tinha
uma linda barriga de grávida.
Entrego a câmera para ela e andamos um pouco para a frente, abraço Joana e a mulher logo
tira várias fotos. Em um momento de distração de Joana, faço um sinal para a mulher esperar
um pouco, retiro a caixinha do meu bolso e me ajoelho na neve, bem ao lado dela. Joana me
olha para ver o que estou fazendo, vejo seus olhos brilharem e rapidamente um lindo sorriso
surgir em seus lábios.
— Passei muito tempo da minha vida sem saber o que realmente era o amor, mas aí eu
encontrei você, e tudo fez sentido. Você significa amor, meu amor. Você me deu o melhor
presente que alguém poderia ganhar, que é nossa filha, não consigo imaginar a minha vida
sem você. Quero passar o resto dos meus dias ao seu lado, e durante um bom tempo imaginei
o momento perfeito para fazer esse pedido, e acho que agora é o momento.
— Joana Mouris, aceita se casar comigo? Passar o resto dos seus dias ao meu lado? —
pergunto abrindo a caixinha e mostrando o par de alianças.
— É claro que aceito —diz chorosa se ajoelhado de frente para mim e me abraçando. Ouvimos
aplausos e ao nos afastar, vejo várias pessoas ao nosso redor.
— Parabéns —diz o casal que estava tirando as nossas fotos— desejamos felicidades.
— Desejamos o mesmo para vocês e para o bebê —diz Joana pegando a câmera.
O homem toca a barriga de sua mulher e sorri agradecendo. Depois disso todos seguem seus
caminhos, ficamos um bom tempo vendo o espetáculo de cores e depois voltamos pro nosso
chalé.
[...]
Observo Joana vestida em uma lingerie sensual na cor vermelha, a mesma estava deitada
sobre a cama, como o quarto era todo de vidro, víamos a aurora boreal fazer seu espetáculo
no céu.
— Não sei para qual espetáculo eu olho, o que está acontecendo lá fora, ou para o que está
acontecendo aqui no quarto —falo parando aos pés da cama.
— Tenho certeza que o quê você tem aqui dentro é muito melhor —diz a mesma ficando de
quatro e mostrando aquele rabo gostoso para mim.
Me aproximo dela e passo a mão pela sua carne macia, Joana empina ainda mais para mim.
— Vai me deixar te comer por trás hoje? —pergunto acariciando seu lugar nunca explorado.
— Está esperando o quê? —diz ela sedutoramente— mas com uma condição.
— Qual? —pergunto.
— Amor —diz ela me repreendendo— essa calcinha era nova, e você rasgou.
— Compro quantas calcinhas você quiser, compro uma loja de lingerie para você —falo dando
um tapa forte na sua bunda, ouço ela gemer baixinho— agora me deixa te comer.
Me afasto dela e ando até nossas malas, pego um tubo de lubrificante e volto para a cama
onde Joana continua na mesma posição. Retiro minha cueca e meu membro completamente
ereto pulsa em desejo por ela. Seguro o tubo de lubrificante e coloco um pouco sobre meus
dedos, assim levo os mesmos até sua entrada e passo o líquido escorregadio por ela. Faço o
mesmo com meu membro e logo levo o mesmo até sua entrada, forço sua entrada e aquilo era
tão apertado.
Quando eu já estava dentro dela foi uma das melhores sensações que já tive, e o melhor, era
só meu. Fodo ela como uma mulher merece ser fodida, Joana gemia e pedia mais, eu a fodia
com força e desejo. Foram minutos deliciosos até que finalmente me libertei dentro dela,
Joana também chegou ao seu ápice porque enquanto eu a fodia por trás, eu a penetrava com
meus dedos.
— Você é tão gostoso —diz ela passando suas mãos pela minha bunda.
Fico apreensivo por que sei aonde ela quer chegar com isso.
— Sim —diz ela dando um tapa forte na minha bunda— mas irei experimentar uma coisa
diferente.
Rapidamente tenho minha resposta quando ela abre minhas bandas e logo sinto sua língua na
minha entrada.
Porra!
Estaciono o carro na frente da casa dos pais de Joana, a mesma rapidamente desce e corre em
direção a casa. Depois de uma semana relaxando na Finlândia, finalmente voltamos para casa,
aproveitamos bastante, Joana usou e abusou de mim.
Conheci um lado dela que nunca tinha visto antes, mas confesso que amei. Não importa
quanto tempo você passe ao lado de uma pessoa, você sempre aprenderá algo novo sobre ela.
Mas vale ressaltar que nem sempre serão coisas boas.
Desço do carro e entro na casa dos meus sogros, vejo Joana abraçada com nossa filha, Maya
está sorridente enquanto sua mãe enche ela de beijos.
— Cadê a princesa do papai? —falei, ao ouvir minha voz, Maya rapidamente começou a me
procurar.
Quando minha filha me viu, a mesma já esticou seus bracinhos para mim, sorri pegando ela
nos braços e beijando seu pescoço, a mesma deu algumas risadinhas.
— Papai tava morrendo de saudade do meu bebê —falo levantando ela no alto, a mesma sorri
balançando suas perninhas no ar.
— Foi maravilhoso, foi tudo tão incrível —diz sorrindo— Obrigada por ficarem com Maya para
que a gente pudesse ter esse pequeno momento especial nosso.
— Avós são para isso —diz ela— sempre que precisarem é só falar.
[...]
— Finalmente chegamos —diz Joana descendo do carro, Maya mamava em seu seio e tinha
seus olhinhos fechados, porém sei que ela não está dormindo.
— Estamos renovados e prontos para outra —falo abrindo o porta malas e retirando nossas
malas dali.
— Essa viagem foi tão especial —diz ela me olhando com carinho— sinto que estamos mais
conectados, mais íntimos. Me aproximo dela e lhe dou um selinho.
— Eu te amo —falo beijando a pontinha do seu nariz— eu amo você também princesinha do
papai.
Me abaixo beijando a bochecha de Maya, a mesma abre seus lindos olhinhos azuis e sorri
ainda com o seio de Joana em sua boca. Uma gota de leite desse pelo canto de sua boca, Joana
rapidamente pega um paninho e limpa a mesma.
Volto pro carro e continuo a retirar as malas, depois começo a levá-las para dentro, como
eram muitas, tive que voltar três vezes para finamente conseguir levá-las para dentro. Suspiro
deixando a última mala dentro do closet, saiu do mesmo e encontro Maya completamente nua
sobre a cama, a mesma estava com os cabelos molhados, então sei que ela saiu do banho
agora.
— Está frio amor —falo fazendo carinho em seus cabelos, eles estavam penteados e acabou
bagunçando um pouco.
— Voltei —diz Joana parando ao meu lado com uma fralda e uma roupinha. Maya sempre
toma banho no nosso banheiro, o mesmo sempre tem produtos de higiene dela e também no
nosso closet tem vários pacotes de fraldas, isso evita estar indo toda hora no quarto dela
pegar. Mas iremos mudar isso, Maya está crescendo e precisa usar o quartinho dela, mas por
enquanto ainda não, minha princesa ainda é um bebezinho.
— Pega o talco amor —pede Joana, vejo o mesmo sobre o criado mudo e rapidamente pego.
Joana veste Maya e depois penteia seus cabelos novamente, minha filha é muito fofa.
— Fica com ela para que eu tome um banho, quando eu terminar aí eu fico com ela e você vai
—diz me dando um selinho e já correndo pro banheiro.
— Você irá ficar com o papai —beijo a barriguinha dela por cima do seu pijama.
Como não iríamos sair, Joana disse que iria vestir um pijama nela, minha filha estava
confortável com seu pijama de estampa de animais, a mesma também estava usando meias.
Ligo a televisão e procuro por algum desenho, deixo no primeiro que encontro e logo o
personagem começa a cantar. Maya fica em silêncio encarando o desenho, passa diversas
coisas coloridas e isso deve chamar sua atenção. Minha filha não assisti televisão com
frequência, mas às vezes acabamos deixando, só que para isso tomamos alguns cuidados como
deixar ela bem distante para que o brilho da tela não prejudique sua visão.
Me deito ao lado dela e puxo a mesma para mim, entrego um brinquedo de morder a ela e a
mesma logo começa a mordê-lo. Olho pro desenho que estava passando e acabo dormindo.
Não sei quanto tempo se passou, mas sinto mãos passando pelo meu corpo e vou abrindo
meus olhos lentamente, na minha frente completamente nua e molhada, estava Joana.
Minha mulher começa a desabotoar minha calça e em seguida puxa a mesma para baixo, meu
pau já estava duro e pronto para ela.
— Sempre pronto para mim —diz mordendo seus lábios enquanto segura meu comprimento.
Fecho meus olhos e suspiro quando ela começa a me masturbar. Porra de mãos gostosas, só
perde para a boca e buceta dela.
— Você quer minha boquinha te chupando? —pergunta passando as mãos pelas minhas bolas
e logo subindo até minha glande.
— Eu quero —falo.
— Então pede —diz subindo em cima de mim e ficando com sua boquinha bem próxima do
meu membro.
— Depois você irá me chupar bem gostoso, —diz ela— e iremos transar na hidromassagem.
Ela sorri maliciosa e logo começa seu trabalho, Joana me chupa com maestria e isso me faz ver
estrelas.
— Você gosta quando te chupo assim? —pergunta antes de levar meu pau bem fundo na sua
garganta.
— Gosta quando faço isso? —pergunta chupando minhas bolas, ela passa a língua por todo
meu membro e logo em seguida o leva ao fundo da sua garganta novamente.
Diaba!
Entro no carro de Victoria e comprimento a mesma, logo em seguida comprimento Eliza que
está no banco de trás junto com Helena.
Hoje iremos fazer minha última prova de vestido, sim! Meu vestido de noiva. Irei me casar na
próxima semana e o nervosismo está tomando conta de mim.
— Ficou em casa com o pai, como ainda é cedo a mesma ficou dormindo —falo vendo a
mesma sorrir.
Minha afilhada estava com um lindo conjunto de moletom rosa bebê, seu tênis era branco e a
mesma estava com seus lindos cabelos escuros soltos.
— Luna também ficou dormindo —disse Victoria— Marius ficou com ela e os trigêmeos.
— Tia, por que você não tem um bebê? —pergunta Helena para Eliza que acaba se
engasgando.
Olho para minha cunhada que tem sua sobrinha batendo nas suas costas, Eliza se recupera e
olha para Helena.
— Que pergunta é essa, Helena —diz passando a mão sobre o peito— eu nasci para ser titia,
não mamãe. É aquela coisa, titia ama, titia cuida, mas se chorar titia devolve.
— Você irá pagar com a língua —diz Victoria— deixa só você encontrar a pessoa que você ama,
irá querer formar uma família com ela.
— Claro que pode, mas se o seu companheiro ou companheira quiser um filho, você irá pensar
no assunto, e talvez mude de ideia porque você irá querer agradá-lo.
— Bem, eu não tenho companheiro e nem companheira, então não preciso agradar ninguém
além de mim mesma —diz ela— também não estou procurando ninguém para me prender,
quero ficar solteira por muito tempo.
— Você pode não estar procurando alguém, acho que ninguém procura amor. O amor que
encontra a gente —falo— e quando menos esperamos, já estamos apaixonados e não
queremos ficar um segundo longe da pessoa amada.
— Vocês hoje tiraram o dia para me darem lição de moral —diz ela brava— vamos por favor
focar na Joana e no casamento dela que está se aproximando.
[...]
— Bom dia, Josie —falo para ela que rapidamente abre um sorriso para a gente.
— Sim —falo.
— Então podem entrar no meu ateliê, irei chamar a Jessie para ficar atendendo as clientes no
meu lugar —diz.
Assentimos e entramos no cômodo onde ela trabalha nos vestidos. Ali tinham diversos itens de
costura.
Nos sentamos no sofá que tinha ali, Helena acabou tendo uma pequena discussão com sua
mãe porque a mesma queria o celular. Minha amiga não deu o que sua filha quis, por isso a
mesma fez birra. Helena nem sempre é assim, mas o vício no celular e os mimos que o próprio
pai faz, a deixa desse jeito. Minha amiga, pelo contrário, sempre que pode, a proíbe de usar o
aparelho, e dar a ela somente o necessário quando ela precisa.
Vendo isso, faço uma anotação metal de ter uma conversa com Cristian sobre os mimos de
Maya. Não quero que minha filha cresça mimada.
— Pronta para sua última prova de vestido? —pergunta Josie entrando no ateliê.
— Nervosismo é normal —diz ela sorrindo, a mesma abre uma caixa e de lá retira meu vestido
— vamos querida, vista-se para fazermos logo os últimos ajustes.
Assinto pegando o vestido e indo em direção ao vestiário para vestir, pedi a ajuda de Victoria
por que estava um pouco complicado de vestir.
— Você está com belos peitos —diz Victoria arrumando meu decote— eu também tinha peitos
grandes, mas agora eles estão diminuindo.
— Eles estavam diminuindo —falo segurando meus seios— mas começaram a aumentar
novamente, acho que minha produção de leite está aumentando.
— Sorte sua, eu amava meus peitos grandes —diz ela— meu marido também.
Acabo sorrindo ao lembrar que Cristian também ama meus seios grandes, ainda mais quando
estão cheios de leite.
— Eu apertei de acordo com suas medidas, você deve ter engordado um pouco —diz parando
na minha frente olhando a parte da minha cintura— realmente está bem mais apertado.
— Agora que a Josie comentou —começa Eliza falando— estou te achando mais gordinha
mesmo, você está com a cintura um pouco mais larga.
— Sério? —pergunto parando na frente ao espelho e passando a mão pela minha cintura.
— Não se preocupe —diz Josie— posso aumentar a medida do vestido para que fique mais
folgado.
— Eu preciso disso, está tão próximo do casamento que não tenho certeza se irei perder peso
tão rápido assim —falo.
— Resolvo seu problema rapidinho —diz Josie— venha querida, vamos começar.
Ando até ela e subo em um pequeno banquinho, Josie primeiro começa com a parte de cima e
depois iria para a cintura do vestido. Meu vestido de noiva era tão lindo, era de cetim branco,
o mesmo era colado na parte dos seios e cintura, na parte de baixo era solto estilo vestido de
princesa mesmo.
Ele tinha pequenas alças que ficavam caídas nos braços deixando meus ombros a mostra,
também continha uma calda de quatro metros. O meu véu terá cinco metros e ficará preso na
cabeça com a ajuda de uma coroa, o véu irá arrastar pelo chão junto com a calda do vestido,
será um espetáculo.
— Você vai ficar tão linda —diz Victoria— já está linda, na verdade.
— Tia, você está parecendo uma princesa —diz Helena encantada me olhando.
Sorriu feliz.
Assim que entro no quarto encontro Joana sentada na cama, a mesma estava de pijama e
passando uma máscara sobre seu rosto. Maya estava dormindo no quarto dela, ainda era
cedo, mais precisávamos descansar, afinal amanhã é o dia do nosso casamento.
— Calma, ainda estou terminando de passar em mim —diz enquanto passa a máscara verde
sobre seu nariz.
— Super ansiosa —diz, como ela já tinha terminado de passar o produto sobre seu rosto, a
mesma pegou um pouco de algodão e em seguida o molhando e limpando meu rosto—
amanhã será um dia tão especial.
— Também estou bastante ansioso —falo— quero poder te chamar logo de minha esposa.
— Na prática, eu já sou sua esposa —diz ela— já moramos juntos, temos uma filha e um
relacionamento excepcional.
— Agora iremos casar na presença de Deus, para que ele continue abençoando nossa união —
falo.
Seguro a cintura dela, quando a mesma fica de joelhos na minha frente para alcançar meu
rosto e passar a máscara. Nossa diferença de altura é bem grande.
— Queria que a Maya fosse maior para a mesma levar nossas alianças —comenta ela.
— Futuramente podemos renovar nossos votos de casamento —falo— ela já estará maior.
Sorriu fechando meus olhos enquanto aproveito a sensação dos seus dedos delicados
espalhando o produto sobre meu rosto.
— Claro que pode —diz— só me deixa ver se a sua máscara já está seca, se não irei me sujar.
— Nada disso, vamos esperar um pouco —diz me fazendo cruzar os braços e formar um bico
nos lábios.
— Eu te amo, muito —diz sorrindo— agora vem mamar que sua máscara já secou e meus seios
estão cheios.
Ela tira sua blusa do pijama revelando seus peitões, lambi meus lábios enquanto admirava
aquelas duas obras de arte. Perfeitos.
— Peitões do Cristian —falo e em seguida abocanho o mesmo. Seu leite enche minha boca e
desce pela minha garganta, era tão bom. Suas mãos vão para meu cabelo e logo começam a
fazer cafuné. Ronrono em apreciação, isso era fantástico. Um momento tão simples, mas tão
cheio de sentimentos.
Puxo ela mais para mim e acaricio sua cintura, minha mão sobe pela sua barriga onde faço
desenhos imaginários. Começo a imaginar ela gravida novamente, sua barriga enorme com
meu filho dentro, sentir o bebê chutar pela primeira vez, saber o sexo e aguardar
ansiosamente para ver o rosto da pessoa que amamos sem nem ainda conhecer...
Lembro de alguns momentos da Joana grávida de Maya. Minha mulher amava dormir de
conchinha, mas eu que ficava dentro, ela era a concha e eu acordava com minha filha
chutando minhas costas. Esses pequenos momentos, irei levar na memória para o resto da
minha vida.
— Sim —respondo, depois desse pequeno momento acabei ficando bem manhoso.
— Vamos tirar a máscara, nossos rostos irão cair se ficarmos mais tempo com ela —diz.
Saiu de cima dela e me sento na cama, sinto os braços de joana ao redor do meu pescoço e
suas pernas ao redor da minha cintura. Sorriu e me levanto com ela nas costas, ando até o
banheiro onde deixo ela sobre a pia.
— Vou tirar a sua primeiro —assinto me aproximando dela e ficando entre suas pernas.
Joana começa a puxar a máscara, dói um pouco, mas é suportável. Após tirar a minha, ela tira
a dela. Lavamos o rosto com água fria e em seguida passamos o hidratante facial. Como Joana
passou em mim primeiro, fiquei observando ela passar o produto sobre seu rosto.
— Estava admirando sua beleza —falo segurando a cintura dela e sentando a mesma
novamente sobre a pia— você é tão linda.
— Você fica ainda mais linda com vergonha —falo sorrindo, abaixo minha cabeça deixando a
mesma na curva de seu pescoço e inalo seu delicioso perfume. Sabe quando você sente um
cheiro e se sente bem? Um cheiro que te acalma, te traz paz e te faz se sentir em casa? É isso
que um verdadeiro amor faz com a gente, traz esse cheiro, perfume de leveza.
— Vamos dormir —diz ela— quero acordar logo para finalmente amanhã poder te chamar de
marido.
Sorriu grandiosamente.
— E eu te chamar de esposa —falo fazendo ela abrir aquele lindo sorriso que sou apaixonado.
Joana enlaça suas pernas ao redor do meu quadril, seguro abaixo da sua bunda e ando com ela
até o quarto onde a deixo deitada sobre a cama.
— Já que não tivemos nossa despedida de solteiros, poderíamos fazer a nossa própria
comemoração, só nós dois —diz ela.
— A gente sempre faz isso, mas poderíamos ter uma noite diferente hoje —fala, ainda não sei
onde ela quer chegar— sei que hoje era para a gente descansar, mas eu quero tanto passar
nossa última noite como não casados transando em vários cantos dessa casa, e quem sabe
você ser o meu submisso.
— Joana...
— Nem venha com a história de que você não gosta —diz ela— na última vez que você ficou
submisso a mim, você adorou.
— Eu... droga —falo— certo, eu serei o seu submisso por essa noite.
— Vou pegar as coisas —diz ela animada se levantando e correndo pro closet.
Pego a caixinha onde guardo alguns itens que usamos para apimentar nossos momentos de
prazer. Volto pro quarto e vejo Cristian sentado na cama, paro ao seu lado e deixo a caixa
sobre a cama.
— Irei cuidar muito bem de você —falo segurando seu queixo e o fazendo olhar para mim.
Abro a caixa e retiro uma coleira onde tem meu nome, Cristian tem uma com o seu nome
também, e a gente sempre usa. Coloco a coleira em seu pescoço e me afasto olhando para ele.
Ele rapidamente começa a retirar sua calça moletom, era sua única peça de roupa. Enquanto
isso, retiro de dentro da caixa algemas e um chicote. Ando até o interruptor e desligo a luz, em
seguida ligo as luzes led deixando o quarto todo vermelho.
Me viro para Cristian que está completamente nu, seu pau já duro e pronto para mim. Começo
a andar lentamente na sua direção, seu olhar acompanhava cada movimento. Dou a volto ao
redor dele, enquanto passo lentamente o chicote pelas suas costas.
Ele virá seu rosto de lado para me olhar, dou uma chicotada nele e o mesmo rapidamente tira
seu olhar de mim.
Ando até ele e com as algemas prendo suas mãos na cama, vou até a caixa e pego mais uma
algema onde prendo seu pé. O pé que contém a prótese o deixei solto. Ele estava
completamente rendido a mim.
— Já volto —falo.
Vou até a cozinha onde pego uma forma de gelo na geladeira e novamente volto pro quarto.
Assim que passo pela porta do quarto, ele faz menção de me olhar, mas lembra que não o
permito fazer isso e continua olhando pro teto.
Bom garoto.
Pego um cubo de gelo e subo em cima de Cristian, sua atenção estava toda em mim, olho pro
seu pau completamente ereto sobre sua barriga. Coloco o gelo entre meus lábios e engatinho
por cima dele até que minha boca esteja bem perto de seu rosto, aonde eu começo a deslizar
o gelo.
Cristian fecha seus olhos e aproveita o momento, deslizo o gelo pelo seu pescoço e desço o
mesmo pelo seu peitoral. Ao chegar na sua barriga vejo o mesmo contrair, sua pele se arrepia
no mesmo minuto.
Sorriu internamente e contínuo descendo o gelo até seu pau, acaricio suas bolas e ouço o
gemido dele. Cristian força as algemas, mas nada acontece, ele está muito bem preso e só
sairá quando eu deixar.
— Minha senhora...
— Não adianta, você só irá sair quando eu deixar —falo me levantando e deixando o gelo na
forma.
— Vou ter um pouquinho de piedade e ir logo para o que interessa —falo sorrindo enquanto
deslizo meus dedos pela sua barriga, contornando suas tatuagens.
— Por favor...
— Minha senhora —diz fechando os olhos quando seguro seu pau firmemente na minha mão.
— Eu fico tão molhada quando você me chama assim —falo masturbando seu membro.
Ele apenas fecha os olhos e solta um gemido. Subo na cama ficando entre as pernas dele e
passo a língua pelos meus lábios ao ter seu membro grande e grosso bem perto da minha
boca.
Passo a língua pelo seu comprimento e o levo para dentro da minha boca, indo bem fundo na
garganta. Sinto cada centímetro seu alargando minha garganta, era desconfortável e, ao
mesmo tempo, muito bom.
Chupo ele como se fosse meu doce favorito, Cristian geme enquanto força as algemas. Acaricio
suas bolas enquanto chupo seu pau com maestria, desço meu dedo mais para baixo onde
acaricio sua entrada.
Sinto meu lindo noivo ficar com o corpo tenso.
Ele assentiu e sinto seu corpo relaxar. Volto a acariciar sua entrada e rapidamente começo a
penetrá-lo com meu dedo. Enquanto faço isso levo seu membro profundamente na minha
garganta, giro meu dedo dentro dele e quando Cristian solta um alto gemido, sei que achei seu
ponto de prazer.
Passo a trabalhar naquela área, meu noivo gemia e forçava as algemas, aquilo deve estar
sendo uma tortura para ele. Forço um segundo dedo para dentro dele e com os dois passo a
dar mais prazer a ele.
Seu alto controle vai pro espaço quando pressiono meus dedos na sua próstata e, ao mesmo
tempo, levo seu membro novamente ao fundo da minha garganta. Seu gemido alto toma
conta do quarto, sinto seus jatos na minha garganta e engulo tudo, até a última gota.
Retiro suas algemas e beijo sua bochecha, ele abre os olhos e sorri me olhando.
— Eu te amo... —paro de falar quando ele rapidamente me deita e sobe em cima de mim.
— Sim, meu senhor —falo ofegante quando sinto seus beijos e mordidas no meu pescoço.
Rapidamente faço o que ele manda e espero ansiosa pelo que ele irá fazer. Sinto uma dor na
minha bunda e olho para ele, Cristian está com o chicote em mãos e um sorriso sacana nos
lábios. Sinto outra ardência na minha bunda e fecho os olhos apreciando aquela dor gostosa.
Estava tudo uma correria. Depois da minha noite super quente com meu noivo, acabamos
dormindo tarde, ou seja, perdemos a hora e acordamos com Victoria tocando a campainha.
Quando ela percebeu que eu ainda estava dormindo, levei uma bronca daquelas. Agora estou
sentada de frente pro espelho enquanto arrumam meu penteado e minha unha ao mesmo
tempo.
— Finalizado —diz a moça que está fazendo minha unha— vamos só esperar secar.
— O penteado também está finalizado —diz a outra moça— só preciso da coroa para dar o
toque final.
Grito o nome dela e a mesma rapidamente entra com uma caixa enorme, Eliza vem logo atrás
com mais duas caixas, uma, um pouco grande e a outra mais pequena.
Ela sai e logo volta com a caixa, arregalo meus olhos ao ver que ela pegou a caixa errada.
— Safadinha —diz Victoria— olha Eliza, essa safada tem chicotes e algemas, e até coleira.
Acho que estou da cor de um pimentão. Me levanto rapidamente tomando a caixa de suas
mãos, as mesmas começam a rir do meu constrangimento.
— Nunca mais irei te olhar com os mesmos olhos —diz Eliza— mas só entre a gente, você
coloca essa coleira no meu irmão?
Ela estava bem perto de mim, então as duas moças que estavam me arrumando não ouviram.
— Vai ficar na curiosidade —falo me afastando dela e indo pro closet. Agora pegando a caixa
certa eu volto pro quarto.
— Vamos vestir o seu vestido primeiro —diz Victoria— depois colocamos a coroa com o véu, e
finalmente você estará pronta.
Eu já tinha feito tudo, cabelo, unha e maquiagem. Assim elas me ajudaram a me vestir, depois
de pronta ando até o espelho e sorriu ao ver o resultado.
As duas moças que ainda estavam ali também concordaram, eu estava tão feliz.
— Acho que devemos ir —diz Victoria— afinal, teremos uma viagem um pouco longa.
Meu casamento será nas montanhas, como ainda estávamos no período do inverno, as
mesmas estavam brancas de neve. A gente alugou uma área bem no topo da montanha, onde
víamos várias outras montanhas e árvores branquinhas de neve, foi tudo bem-adaptado e
ficou muito bonito.
— Sim, e nossos familiares já foram todos pro local —diz Victoria— só falta a gente.
Minha mãe levou Maya, minha filha estava toda agasalhada com roupas de frio. Cristian
também já me ligou algumas vezes, o mesmo estava muito nervoso.
— Então, sendo assim, é melhor a gente ir —falo— Cristian deve estar achando que desisti do
casamento.
— Com certeza ele já deve estar ficando louco —diz Eliza nos fazendo sorrir.
Como Victoria e Eliza já estavam arrumadas, a gente se despediu das meninas que me
arrumaram e já seguimos pro carro.
— Oi amor —falo assim que pego o celular, ouço seu suspiro nervoso.
— Não fale deles não, você será igual —diz Victoria e eu sorriu concordando.
Minha cunhada apenas nega e damos aquele assunto por encerrado, me concentro na estrada
enquanto a cada quilômetro percorrido o nervosismo aumentava.
Depois de alguns minutos finalmente chegamos ao local, Victoria e Eliza foram comunicar a
minha chegada. Fiquei no carro esperando meu pai, ele logo chegou, me deu um abraço e um
beijo na testa, o mesmo me desejou felicidade e disse que sempre estaria ali caso eu
precisasse, ele e minha mãe.
Então, de braços dados com meu pai, ando em direção ao meu futuro marido, o pequeno
percurso era de madeira, de cada lado tinham as filas de cadeiras onde os convidados estavam
sentados. No altar tinha um grande arco decorado com flores e folhas, meu lindo noivo estava
presente no centro, o mesmo sorria e seus olhos brilhavam.
A paisagem atrás era de tirar o fôlego, altas montanhas e árvores completamente brancas de
neve. Sorriu quando chego até Cristian e seguro sua mão, o mesmo cumprimenta meu pai e
logo viramos de frente pro padre.
[...]
— Cristian Noah fitzy, você aceita Joana Emily Mouris como sua legítima esposa.
— Aceito.
— Joana Emily Mouris, você aceita Cristian Noah fitzy como seu legítimo marido?
— Aceito.
No mesmo momento a Helena anda na nossa direção com a cesta das alianças, minha
sobrinha/afilhada estava muito linda.
A mesma nos entrega as alianças e logo colocamos um no dedo do outro, foi muito
emocionante.
A gente teria uma pequena comemoração só para a família, que séria no nosso chalé, não era
muito distante dali.
Assim todos seguiram para seus carros e fomos rumo a nossa pequena festa.
[...]
Todos estavam no chalé bebendo e comemorando, vi quando Joana pegou seus patins e
seguiu pro lago. Então peguei os meus patins e fui atrás dela.
Chegando lá encontro ela patinando lentamente pelo gelo, Joana ainda estava com seu vestido
de noiva e eu com meu terno. Retiro os sapatos e calço os patins, assim patino até ela.
— Eu precisava ficar um pouco sozinha, na verdade, queria ficar sozinha com você. E eu sabia
que se saísse você iria vir atrás de mim —diz me olhando com carinho.
— E em segundo que... a família irá aumentar —diz levando minha mão até sua barriga.
— Três dias depois da minha última prova de vestido, meu corpo estava diferente e eu sabia
que não poderia ignorar os sinais —diz sorrindo— seremos pais novamente.
Abraço sua cintura e a levanto, rodopio pelo gelo com ela em meus braços.
— Se eu tivesse que definir o quanto sou feliz quando estou ao seu lado, não encontraria
nenhuma explicação. É algo que vai além de mim, coisa de outro mundo. Tive a sorte de Deus
gostar muito de mim, e ter colocado você em meu caminho quando achei que minha vida não
seria nunca mais à mesma, e então você me fez acreditar que a vida é linda e perfeita. Se
existe um homem que hoje é feliz e completamente apaixonado, esse homem sou eu. Que seja
lindo do início ao fim. Obrigado por tudo que faz por mim, pelo bem que me faz. Por aceitar
seguir ao meu lado e escrever uma linda história de amor.
— Você foi minha salvação, minha redenção, Joana. Eu não era uma pessoa boa... mas tentei
mudar —falo me levantando e segurando seu rosto entre minhas mãos— e isso realmente só
passou a dar certo quando você entrou na minha vida. Eu te amo, para sempre.
Ouço aplausos e vejo meus pais, sogros, irmãos, cunhada e sobrinhos. Sorriu ao ver minha filha
toda agasalhada nos braços da minha sogra.
— Ela é o amor da minha vida, ela é a minha vida —grito para todos ouvirem.
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela
mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que
precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o
nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se
acabaram. Esse capítulo da minha vida chegou ao fim, e espero ansiosamente pelos próximos
que virão.
Fim.