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Copyright © 2018
Larissa Rocha
Capa/ Diagramação: Larissa Rocha
Revisão: Maristela Rafaela
Imagens via:

Quando nos conhecemos


Primeiro livro da Duologia Amor em Chicago
1ᵒ edição – 2018
- Brasil

Esta é uma obra de ficção.


Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da
imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e
acontecimentos reais é mera coincidência.

Todos os direitos reservados. São proibidos


o armazenamento e/ ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através
de quaisquer meios – tangível ou intangível – sem o
consentimento da autora. A violação dos direitos autorais
é crimes estabelecido na lei n 9.160/98 e punido pelo
artigo 184 do Código Penal.

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“Eu aprendi, que tudo o que precisamos,
é de uma mão para segurar e
um coração para nos entender.”
- Willian Shakespeare

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Sabe qual é o pior tipo de erro?
Quando você sabe que ele está ali, e simplesmente o ignora. E isso
pode ocorrer por diversos fatores, mas no meu caso, eu posso falar ao menos
um.
Sempre fiz o que a minha família queria, melhor dizendo a minha mãe e
minha avó. Elas juntas me criaram para ser o que considero uma boneca,
decidiam desde aulas que deveria frequentar a quem poderia manter amizade.
Acho que o fato de ter passado a vida simplesmente concordando com o
que era me dito, sem nunca dizer não, me torna tão culpada quanto elas.
Bom existe dois fatores, fui criada assim e ao contrário de que todos
acham e impor sua opinião não é tão fácil assim, ainda mais na minha família.
Mas nem tudo era horrível, como minha família era ligada ao mundo da
moda francesa.
Poucos meses depois do meu aniversário de quatorze anos, minha mãe
convidou a mim e a minha amiga Alyssa para encerramos o desfile.
Juiz Evans era frequentava minha casa a mais tempo do que conseguia
me lembrar, mas seu filho Josh mudou depois daquele desfile. Ele passou a
falar comigo e a frequentar minha casa.
Quando ele me chamou para sair, eu fiquei tão animada com aquilo. No
decorrer das semanas, passamos a nos ver diariamente. Final daquele mês me
tornei namorada dele.

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O namoro estava muito bom, quando decide ir para Chicago
estudar com a Alyssa, ele me apoiou. E bastou conseguir transferência
que se mudou, só para ficarmos perto um do outro.
Meu maior erro foi ter aceitado aquele, só não sabia não até o
nosso terceiro aniversário de namoro. Foi naquele dia que ele tomou
aquilo que vinha a muito tempo insistindo.
Daquela noite ele passou a exercer o controle na minha vida, se
não fosse do jeito dele, não era de jeito nenhum.
Demorei dois anos para enxergar que aquilo não era um namoro,
era uma prisão. A reação da minha família quando ficaram sabendo foi
totalmente o oposto do que eu podia esperar. Achei que teria apoio, mas
elas só disseram para voltar com Josh, porque éramos um casal feliz.
A ultima notícia que tive, foi que tinha um mês pra voltar com ele
ou a minha faculdade será cortada.

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Chicago, Illinois...

Selena
Chicago.
A cidade que me acolheu há seis anos, dizer que amo como se tivesse
nascido aqui não é exagero. Simplesmente sai do meu país com uma amiga.
Posso dizer que foram poucas vezes me senti livre. Enfim iria deixar de
depender da minha mãe para tudo. Há quatro dias quando recebi a ligação
dizendo que havia passado na seleção e que iria ser a nova secretaria do dono
da empresa, fiquei tão feliz que cheguei a cogitar comemorar ao estilo da Aly.
Trabalhar como secretaria em uma empresa ao grande e ainda estar tão
perto designers, ainda mais quando estava cursando o último período de
designer de joias.
O som do despertador tomou o lugar onde antes era apenas silencio.
Pela primeira vez em muito tempo estava incrivelmente descansada, apesar de
ter demorado a pegar no sono na noite anterior.
Levanto e faço minha higiene. No pequeno closet e visto a roupa que
havia separado para hoje, um vestido preto com decote quadrado com blazer
azul Royal, meia calça e scarpin preto. Na maquiagem faço algo simples, assim
que termino pego minha bolsa e depois vou para cozinha.
- Bom dia Sel.- diz Aly assim que entro.

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- Bom dia Aly. – digo pegando a jarra de suco e me sento na cadeira enquanto
ela mexe no fogão.
Alyssa com seu um metro e setenta e cinco de altura, cabelo longo e
preto, olhos castanhos e um corpo típico de uma latina arrasava com corações
por onde passava. E não digo isso porque ela é minha amiga, pode confirmar
com a agencia na qual ela fazia parte. Sempre que alguma fazia uma proposta
eles cobriam o oferecido.
- Nervosa ou ansiosa?
- Um pouco dos dois.
- Fica calma, irá se sair bem.
- Assim espero.
- Não é só isso que está te deixando assim. E o Josh de novo, não é?
- Só queria que ele me deixasse em paz, já tem meses que terminamos.
Aly me entrega um prato com ovos mexidos e bacon enquanto se senta
na minha frente.
- Ainda acho que você deveria falar para alguém, sei lá, talvez ir à polícia.
- E dizer o que? Que meu ex – namorado não me deixa em paz? Enquanto ele
não fizer nada alem de ligações não tenho nada concreto contra ele. – faço
uma pausa. - E nós duas sabemos que ele é esperto o bastante para não fazer
nada e você sabe disso.
- Infelizmente sei.
Enquanto ela vai para o quarto, termino meu café e cuido da bagunça na
cozinha.
Quando estou quase de saída, encontro com Aly no sofá com roupa de
academia.
- Não era para você está indo para academia?
- Está cedo ainda, enquanto você dorme faço muita coisa. – diz rindo
- Não estou vendo graça nenhuma.
- Claro que não, bela adormecida.
- Começou cedo hoje, em.
- Vantagem de você está de pé cedo.
- Essa bela adormecida aqui já está de saída, não quer me atrasar.
- Boa ideia, afinal não queremos o chefe gato de vinte e sete anos pegando no
seu pé logo no primeiro dia. – e sorri.
- Como você... não acredito que pesquisou meu chefe no Google? – digo
abismada.

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- Claro que sim. Precisava saber se tinha cara de psicopata, não acredito que
não tenha pesquisado.
- Não tenho motivo para pesquisar ele, Aly. Vou ser a secretaria e não uma
perseguidora.
- Verdade, mas isso não vai mudar o fato dele ser lindo. – pisca para mim
enquanto se levanta e me abraça. – Tenha um ótimo primeiro dia.
- Obrigada. – ela me acompanha até a porta e quando está quase fechando me
lembro. – Ah Aly.
- Fala.
- Minha mãe me mandou uma mensagem dizendo que enviou algumas coisas
da nova coleção.
A duas gerações que minha família estava presente no mundo da moda
francesa. Sendo minha avó e minha mãe renomadas estilistas no universo da
alta costura.
- Ótimo, mas aposto que elas vêm com um preço. E por isso vamos aproveitar
em grande estilo.
- Imagino que sim, mas não vou ir a balada nenhuma.
- Você que pensa.
Chamo o elevador e vou para empresa.
O caminho até lá foi mais rápido do que imaginei, demorei alguns
minutos para achar a vaga que a senhorita Collins havia me dito que era minha
e vou em direção ao elevador.
Chegando ao andar onde a recepção fica vejo a recepcionista e me dou
conta de que não tinha ideia de qual era o andar onde iria trabalhar.
Ela nem parece me notar, mas imagino que a conversa com o homem
parado na sua frente esteja muito boa.
Me aproximo do balcão.
- Bom dia... gostaria de saber onde é a sala do senhor Collins?
- Bom dia, você deve ser a...
O homem a interrompe e vira na minha direção. Entendi na mesma hora
o motivo de não ter sido notada, o cara era lindo.
- Ele fugiu e você veio procurar no único lugar onde ele sempre está.
Esse cara só pode está de brincadeira.
- Não se trata disso, sou a nova secretaria dele. Então poderia me informar
qual é o andar?
Sei que fui um pouco rude, mas qual é a desse cara. Quando me ligaram
dizendo que a vaga era minha, fiz uma promessa. Não misturar trabalho com

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minha vida pessoal. E pelo modo que ele falou, já sei que as mulheres vêm até
aqui atrás do meu chefe.
Ele me olha de cima a baixo e o canto de sua boca forma um leve
sorriso.
- Um irmão se deu bem. Puto sortudo! – ele oferece a sua mão para mim. –
Alias, sou o Pietro.
Irmão? Só pode está de brincadeira. Se ele é assim não quero imaginar
o que me espera.
- Prazer, Selena. – aperto sua mão.
- Pode acreditar quando falo que o prazer é todo meu.
Se eu não tivesse certeza antes, nesse momento teria. Ele deixa claro
que está flertando com um sorriso safado que prefiro ignorar. Já sei que o
irmão do meu chefe é daqueles homens que exalam confiança, sabem que é
bonito e não jogam limpo.
Não que com esse conjunto fosse muito difícil. Ele e bem alto e aposto
que consegue todas apenas sorrindo assim e mostrando o par de olhos azuis
que tem.
Está bem Selena, vamos ter um pouco mais de foco aqui.
- Já estava prestes a subir e não será trabalho nenhum te mostrar onde vai
ficar.
- Se não for te atrapalhar, agradeço.
- E um prazer. – ele se vira para recepcionista. – Continuamos depois.
- Claro.
Sigo de volta para o elevador acompanhada dele, não demora muito e já
estamos dentro. Então Pietro aperta o 20ᵒ andar e se vira para mim.
- Preparada para enfrentar a fera?
- Enfrentar? Como assim? – ótimo com uma pergunta ele trouxe todo o medo
que tinha conseguido me livrar e de quebra ainda me assusta.
Durante a entrevista, senhorita Collins havia me avisado que o senhor
Collins era bastante exigente e não tolerava erros muito bem, mas daí enfrentar
uma fera não era um pouco exagerado demais?
Espero a resposta, mas ele fica calado me encarando.
- E modo de falar, meu irmão não... ele não é sempre fácil de lidar.
- Ele é tão difícil assim?
- Sim, mas desde que não faça nada para deixa-lo nervoso estará tudo bem.
Assim espero.

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Então a voz computorizada avisa que chegamos ao vigésimo andar e as
portas se abrem.
- Está entregue.
- Obrigada senhor Collins. – e saio.
- O prazer foi meu, e me chame de Pietro. – antes que as portas se fechem
completamente ele diz. – Bem-vinda a empresa.
O lugar estava completamente vazio. Havia duas portas e mais a frente
tinha uma mesa bem comprida que imagino ser a minha. Ao lado tinha uma
porta enorme onde deveria ser o escritório. E bem no final do lugar tinha outra
porta.
Em cima da mesa tinha um papel com instruções para a nova
secretaria.
Não vi o tempo passar, quando dei por mim estava terminando o último
item da lista a porta foi aberta. Um senhor com cabelos praticamente cinza
vestindo um terno escuro passa pela porta.
- Espero o retorno em breve.
Pode parecer brincadeira, mas eu juro que no momento que aquela voz
invadiu meus ouvidos, meus braços se arrepiaram.
- Trarei o mais breve possível, senhor Collins.
Esse e um daqueles momentos que você deveria deixar a curiosidade
bem longe, mas fiz exatamente o contrário. Olhei para a porta e pensei em
duas coisas.
A primeira era que bem no fundo eu torcia para que Alyssa estivesse
errada e que meu chefe não tivesse herdado beleza alguma. Já a segunda era,
por que Deus ele tinha que ser tão bonito.
- Bom dia senhorita. – disse o senhor quando olhou na direção que o chefe
estava olhando.
Ótimo, agora vou ser encarada por ele.
- Bom dia senhores.
Já que seria encarada, não faria mal fazer o mesmo, certo?
Errado, porque foi quando reparei que o meu chefe mais parecia um ator
de Hollywood, com aquele cabelo em um tom de loiro escuro, seus olhos eram
de um tom de azul escuros que nem pareciam reais e aquela barba. Isso só
podia ser uma daquelas pegadinhas que o universo prega.
Volto meu foco para a tela do computador e tento continuar meu
trabalho.
- Bem-vinda senhorita. – o senhor diz e vai em direção ao elevador sem
esperar minha resposta.

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Cometi o erro de olhar novamente para porta, meu chefe ainda estava
parado me encarando enquanto segurava a maçaneta da porta.
- Você deve ser a senhorita Laurent. – confirmo com a cabeça e ele continua. –
Entre, temos que conversar.
Ele entra no escritório enquanto me levanto e ajeito minha roupa.
É só uma conversa, só continuar respirando que tudo vai dar certo.

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Selena

- Feche a porta e se sente.


Ao me sentar, fiz de tudo para que minha respiração parecesse o mais
normal possível, uma tarefa que não estava sendo fácil com todo aquele
silencio e ele me olhando.
Deveria ter se passado apenas alguns minutos, mas para mim fora
como horas.
- Estive olhando seu currículo. Está no ultimo semestre do curso, correto?
- sim, senhor.
- Senhorita tem um ótimo currículo, fala três línguas. Entendi o motivo da minha
irmã tenha te contratado.
- Desculpa senhor, mas não estou entendo.
- E simples, quando eu não precisar de você ira ficar com ela na joalheria.
- Espera, você... desculpe o senhor esta dizendo que vou desenhar?
- Ela vai conversar sobre isso com a senhorita, agora preciso que me traga
minha agenda de hoje.
- Sim, só um instante. – me levanto e pego a agenda que estava sobre a mesa
e retorno enquanto a abro no dia certo. – Tem uma vídeo conferencia com o
fornecedor da África as 15horas.
- Está bem, deixe a sala pronta. – ele pega alguns papeis e estende na minha
direção. – Providencie copias desses papeis e peça o meu irmão para subir o
mais rápido que ele puder.

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- Sim. – pego os papeis e saio da sala.
Verifico o telefone dele e ligo, a secretaria que atende pede um
momento.
- Vou repassar a ligação.
- Obrigada.
No momento seguinte já estou com ele na linha.
- Senhor Collins, seu irmão pede que compareça o mais rápido possível a sala
dele.
- Senhorita Laurent, já com saudades? – diz rindo. – Não disse para me
chamar de Pietro?
- Sim, mas me sinto mais confortável assim.
- como desejar. Diga a ele que não vou demorar . – e encerra a ligação.
Ligo para sala do senhor Collins que atende no segundo toque.
- Senhor, ele ira subir em breve.
- Ok, peça meu almoço. Basta ligar no restaurante o telefone esta na agenda e
não quero ser interrompido quando ele chegar.
- Claro, senhor.
Coloquei o telefone no lugar e peguei a agenda e vasculhei atrás de um
numero. No final havia um numero circulado Bakery Restaurant.
Liguei e pedi que entregassem o de sempre na Collins Designer e fui
para sala de copias.

Arthur

Quando Eliza me informou que havia contratado uma estudante de


designer para ser minha secretaria, fiquei recioso, mas não tive muita opção.
E o modo como ela ficou empolgada com a contratação, passou horas
dizendo que com as notas e a dedicação que Selena demonstrou, Elisa iria
transformar ela em nossa nova desenhista.
Para isso ela me fez prometer liberar a minha secretaria ao menos uma
vez na semana para que fosse moldando ao modo que se era trabalhado na
joalheria.

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Normalmente eu chegava a empresa perto das dez da manha, mas hoje
tinha uma reunião com um comprador, que gostava de fazer negócios bem
cedo.
A reunião demorou mais que o de costume. O acompanhei até a porta, o
que não era uma atitude comum, mas a curiosidade de como era a nova
secretaria estava me matando.
Não acreditei no que vi. Robert a cumprimentou e depois foi embora.
Ela entrou no momento que pedi, mas enquanto olhava para ela, pensei
no problema que seria manter Pietro longe dela.
Tivemos uma breve conversa, então ela saiu da sala. Minutos depois a
porta e aberta.
- Entra, ao que parece a sala e sua.
- E algum problema? Porque se for, estou fora.
- Que problema Pietro?
- Coisas minhas mano, nada haver com a empresa.
- Quero saber da campanha de marketing para a reunião.
- A campanha está pronta, só estou dando uns retoques.
- Ótimo.
- Agora vamos falar da sua sorte, vamos combinar que secretaria é essa. – fala
com sorriso enorme no rosto. – Quer trocar?
- Fica bem longe dela, não estou brincando. – digo, enquanto ele me encara
como se não estivesse acreditando.
- Qual é mano. Está falando serio?
- Está avisado Pietro.
- Não estou te reconhecendo, por que essa proteção toda com ela?
- Estou cansado de você se envolver com a minha secretaria e dos problemas
que vem com isso, sendo que no fim acabo tendo que contratar outra.
- Está bem senhor certinho. Tem mais alguma coisa?
- Não.
- Então vou nessa.
No momento que ele abre a porta, vejo Selena parada com uma bandeja
nas mãos. Ele da espaço para que ela entre e vai embora.
- Sei que pediu para não interromper, mas seu almoço chegou.
- Sem problema, senhorita. – me levanto e pego a bandeja e coloco na mesa
do canto. – Pode ir almoçar se desejar.
- Sim.

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Sai da sala, mas volta em seguida.
- As copias que me pediu.
No momento que pego ela começa a se afastar.
- Senhorita Laurent?!
- Sim? – diz ao se virar.
- Se meu irmão te incomodar me avise. – digo a encarando e deixando claro
que estou falando serio.
- Não precisa se preocupar, mas obrigada.
- Pelo contrario, preciso sim, ele tem o péssimo costume de não deixar minhas
secretarias em paz.
Percebo seu corpo ficando tenso.
- Irei informar, caso ele tente alguma coisa.
- Bom. Não vou precisar de você a tarde, Eliza quer te mostrar a joalheria.
- Joalheria?
- Sim, fica no décimo quinto andar.
Ela confirma com a cabeça e passa pela porta e depois a fecha.

Selena

Almocei no restaurante da empresa, o mesmo que havia feito o pedido


para o um chefe. Agora estava no elevador indo para a tal joalheria.
Fiquei o almoço todo imaginando o que poderia ser, e cheguei à
conclusão de que deveria ser onde era feito os desenhos das peças.
No momento que a voz anuncia o andar e as portas se abrem, vejo Eliza
Collins cruzando uma porta.
- Imaginei que seria você. Pronta para conhecer o local?
- Sim.
- Ótimo, vem comigo. – então começa a andar m direção a sala que havia
saído.
- Bom essa é o que chamamos de joalheria, nada mais é que o estúdio de
criação.

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A Sala era enorme, tinha quatro grandes mesas espalhadas, mas só
uma estava sendo usada. Havia folhas e lápis espalhados por toda ela.
- Como pode reparar não sou a mais organizada, mas minha criatividade
funciona melhor assim.
- Eu entendo.
- Bom, no momento estamos trabalhando apenas com uma designer, que sou
eu. A outra esta de licença.
- Imagino que deva estar bastante...
- Ocupada. – ela completa.
- Isso.
-Sei que ainda não se formou, mas adoraria ver seus desenhos.
- Posso trazer amanhã.
- Ou você poderia desenhar um.
- Sem problema. – digo olhando os croquis na mesa.
- Bom fique a vontade.
Pego um deles.
- Gostou?
- Ele é lindo.
- Adoro esse desenho, apesar de estar a quase um, mas terminando ele.
- Mas nunca acha que esta completa, falta alguma coisa.
- Exatamente, as vezes acho que falta outra opinião.
- Posso?
- Por favor.
- Imagino que queria realçar os detalhes em perola, certo?
- Sim.
- Se você trocar os diamantes por uma pedra que tenha uma cor mais forte, por
exemplo, a Atacamita. O verde dela vai realçar o corte das perolas. E você
pode simplesmente usar o diamante em outro modelo.
Ela pegou o croqui e começou a colorir de verde.
- Você tem uma visão única. – abriu um sorriso. – Agora assina aqui, seu nome
vai estar nessa peça.
- Não precisa, só dei uma ideia.
- Que valorizou uma peça, vem.

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Assinei meu nome a baixo do dela. Depois ela disse para me sentar em
uma das mesas e criar uma peça. Escolhi criar uma pulseira para fazer
conjunto ao colar.
Horas depois ela estava com o croqui nas mãos e dizendo que iria me
colocar na joalheria mais vezes e então me liberou.
No caminho para casa não pude acreditar em como o dia tinha sido e
muito menos que havia feito um desenho que entraria para o catalogo da
empresa.
Não vi Alyssa chegar naquela noite, pouco depois de eu me deitar ela
enviou uma mensagem avisando que ainda estava terminando um trabalho e
que não precisava esperar acordada.

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Selena

Já estava trabalhando na Collins há duas semanas. Passava pelo


menos parte da tarde na joalheria, Eliza como gostava de ser chamada,
adorava quando eu chegava e sempre pedia minha opinião em alguma peça.
Falando em peça, quatro desenhos meus haviam ganhado lugar no
catalogo.
Se eu estava feliz? Imagina, estava mais que isso. O próprio senhor
Collins tinha elogiado o designer.
Era quinta feira, senhor Collins estava em um reunião e me liberou para
a joalheria. Eliza e eu estávamos fazendo uma pausa para tomar o café que
sua secretaria, Cibele tinha providenciado.
- Você não fala muito da sua família. Se eu não tivesse feito uma pequena
pesquisa nunca iria saber de quem você é filha e neta.
- Se queria saber algo bastava perguntar, te economizaria tempo.
- Então me conta como é ter tanto envolvimento com a moda?
- Confesso que tem suas vantagens, sempre sei o que estará na moda, mas há
desvantagens aqui não sou assediada pela mídia como sou lá.
- Eu te entendo.
- As vezes até esqueço que basta digitar meu nome completo no Google que
consegue saber da minha vida. Por isso gosto daqui, passo despercebida.

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- Ser parte da família Laurent deve ser emocionante.
Se com emocionante quer dizer viver de aparências. E uma emoção
atrás da outra. Penso.
- E podemos dizer que sim.
- E ainda tem as festas incríveis para frequentar.
- Para algumas pessoas deve ser mesmo, mas não costumo ficar muito ou ir a
muitas.
- Reparei isso, fiquei pensando você não gosta de festas?
- Não é isso, as festas que você esta falando são um tanto... vazias.
- Acho que posso imaginar.
Terminamos o café e Cibele avisou que o senhor Collins precisa de mim.
- Parece que vou ter que contratar outra pessoa para meu irmão, assim fico
com você tempo integral.
- Desenhar o tempo todo? – sorrio.- Iria adorar.
- Melhor subir, você ainda não o viu nervoso e não queremos isso.
- Não mesmo. - me despedi e fui para o elevador.
Quando o elevador abriu as portas, senhor Collins estava parado ao lado
da minha mesa falando ao telefone, e pelo tom de voz de poucos amigos, a
conversa não estava saindo muito bem.
- Já disse que não quero você na minha casa.
Comecei a me aproximar devagar.
- Chega, sai agora. – grita. – Estou falando serio, não chega perto de mais
nada que tenha a ver comigo.
Seja quem for não o deixou muito feliz. E paro a poucos metros dele.
- A segurança esta avisada, você não tem mais acesso ao condomínio. –
desliga e vira na minha direção.
- Precisa de mim, senhor Collins?
- Sim, não encontrei o relatório do ultimo trimestre.
- Irei procurar.
- Quando achar leve na minha sala. – e entra para o escritório.
Ainda não tinha visto o modo raivoso dele, mas preferia ficar sem
conhecer.
Demorei quase quarenta minutos para encontrar o tal relatório. Não tinha
documento digital no sistema e a sala de documentos ainda estava uma
bagunça.
Bato na porta antes de entrar.

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- Aqui está, me desculpa a demora. O arquivo não esta no sistema.
- Não tem problema, pode ir para casa. Descanse nos vemos amanhã.
Começo a arrumar as coisas, quando dou de cara com Pietro.
- A garota que estava procurando.
- Precisa de algo, senhor Collins? – me endireito.
- O que acha de um jantar?
- Não posso, já tenho compromisso.
- Mas nem disse o dia.
- Bom sou uma pessoa ocupada.
- Qual é? – e começa a acariciar meu braço. - Você tem que comer mesmo, por
que não aproveitamos a companhia um do outro?
- Não estou interessada. – tiro a mão dele de mim. - Agora se você puder não
fazer mais isso eu agradeço.
- Selena...
- Ela disse não Pietro.
Quando viro para ver, vejo Arthur parado na porta.
- Entra Pietro, quero conversar com você. – então olha para mim. – Pode ir,
cuido do resto.
- Como quiser, Sr. Collins.
Assim que Pietro passa ele fecha a porta. Termino de arrumar tudo,
pego minha bolsa e vou embora.
Vou direto para o meu quarto onde encontro um bilhete em cima da
cama. Aly só mandava mensagens quando não conseguia escrever bilhetes
era uma mania fofa que ela tinha.
Sel, não tenho hora para chegar. Provavelmente será bem tarde
então não se preocupe e nem me espera. Nos falamos amanhã. – Beijos
Aly
Com a casa só para mim, tomei banho enquanto decidia o que iria
comer. No momento em que termino de vestir decido por pedir um lanche e
peço para entregarem.
Enquanto espero deito no sofá e ligo a televisão, passo por vários canais
até parar em um que está passando “O diabo veste Prada”.
Depois de um tempo o porteiro interfona avisando que minha entrega
tinha chegado, agradeço e digo que irei descer.
Pago o rapaz e me viro para chamar o elevador.
- Selena, já ia me esquecendo. Chegou esse envelope a quinze minutos.

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Pego, mas não tem remetente. Mais um penso.
- Obrigada.
No ultimo mês vinha recebendo alguns envelopes assim nunca tinham
remetentes. A maioria até agora era flertes que por sinal não gostava.
Deixo na mesa do canto e volto para o filme acompanhada da comida.
Após o filme acabar limpo tudo e vou para o quarto.
Estou quase pegando no sono quando lembro do envelope. Corro na
sala e pego e volto abrindo-o para o quarto. Tiro de lá um papel dobrado.
Sempre estou de olho, não aprendeu ainda?
Solto o papel como se fosse fogo e cubro a boca em seguida.
- Merda.
Olho para o envelope. Levo minha mão na direção varias vezes e
desistindo no meio, antes de finalmente pegar e o virar na cama.
Varias fotos caem de dentro, olho uma por uma e todas são minhas.
Saindo do prédio, no mercado, com a Aly, caminhando no parque e no carro
entrando e saindo do trabalho.
Nem me assustava por estar com o rosto molhado pelas lagrimas, aquilo
era demais. E iria a delegacia logo de manhã.
Jóquei tudo dentro do envelope e me deitei olhando para o teto.

Arthur

- O que eu te falei?
- Já olhou para ela sem bancar o bom moço? Não dá para evitar. – juro que se
não fosse meu irmão, já teria levado um soco.
- Não preciso olhar para saber que ela não é uma das garotas que você se
envolve.
- Chamar para jantar nunca falou antes.
- Sempre tem uma primeira vez. Pela ultima vez, fica longe.
- Ta acontecendo algo?
- Não, só fica longe.

22
Apesar de não ter ficado feliz, Pietro prometeu segurar a onda, mas
conhecendo meu irmão era melhor continuar de olho. Por mais que Selena
tenha conseguido lidar bem com ele.
Duas semanas que eu vinha observando ela e me segurando para não a
segurar em meus braços e beija-la como se o mundo fosse acabar.
O único detalhe era que Selena não abria nenhuma brecha, para
ninguém. Nos últimos dias a frequência que ouvia sobre funcionários que
tinham convidado para sair era enorme, e a resposta dela era sempre um
sonoro NÃO.
Estava minutos encarando minha caixa de entrada, sem conseguir fazer
nada alem de pensar nela. Então desliguei o computador e peguei minha
pasta. Passei na mesa dela, mas estava tudo arrumado.
Tirei o celular do bolso assim que o elevador começou a descer.
Precisava falar com alguém alem da Bette.
Jason atendeu na segunda ligação.
- Fala Arthur
- Está em casa?
- Sim, algum o problema?
- Conto quando chegar.
Antes de entrar no carro recebo a resposta do chefe de segurança,
avisando que as coisas com a Amanda estavam sob controle no condomínio.
Liguei o carro e fui na direção leste da cidade.
Toquei o interfone e na mesma hora Jason liberou a minha entrada.
Quando cheguei ao andar a porta estava aberta.
Fui entrando e o encontrei na cozinha.
- Acho que nunca vi você com a cara tão péssima. – disse ao se virar com duas
cervejas nas mãos e empurrando uma pelo balcão. – Qual o problema da vez?
- Mulheres. – assim que pego a cerveja vou em direção ao sofá.
O apartamento do Jason era como de qualquer outro solteiro. Moveis
escuros, televisão enorme, tinha ate alguns jogos espalhados na mesa. A única
diferença era que estava sempre limpo, ele era exigente nesse quesito,
provavelmente por ter sido criado por sua mãe e tias.
- Amanda de novo? – se sentou na outra ponta e parou a garrafa no ar. –
Espera, disse mulheres no plural?
- Pois é. Amanda colocou na cabeça que temos que voltar e a Selena não abre
uma brecha. – tomo um gole.
- Quem é Selena?
- Minha nova secretaria.

23
- Você ta afim da sua secretaria? – sentado na ponta do sofá. – Está dano um
e Pietro agora?
- Nem fala nele. Ele é um dos caras que não param de chamar ela para sair.
- Ele não perde tempo hein, mas já que ta afim, por que não a chamou para
sair?
- Ela diz não a cada convite.
- Talvez ela tenha namorado.
- Não vi aliança e duvido que se ela tivesse com alguém não a daria uma
aliança.
- Descobre se tem alguém, se não tiver investe.
- Não simples.
- Para de ser frouxo, Arthur. Chama ela para sair logo.
- Pode ser que tenha razão, só tenho que continuar me controlando para não
assustar ela.
- Não se esqueça de se livrar de vez da Amanda, antes que ela foda ainda
mais sua vida.
Continuamos a conversa junto a mais algumas cervejas e partidas de
jogo.
Odiava depender dos seguranças, só os chamava em ultimo caso, e
dirigir bêbedo era uma dessas exceções. Cheguei a casa passava as duas da
manha, mas estava descido a tentar algo com a Selena.
O que fiz depois de um banho foi acessar a sua rede social, mas como
sempre não tinha nada de novo. Nunca tinha nada. Selena não atualizava há
meses, e nos tabloides franceses a única coisa que falavam dela era que tinha
retirado às fotos do antigo namorado e sumido de vez.
Ao que parece não deveria ter sido um termino amigável, e podia ser por
isso que ela não se abria para ninguém. Tirando minha irmã, quando digo que
pode ir para joalheria e o único momento que a vejo um brilho em seus olhos.

24
Selena

Não sei como consegui dormi, mas provavelmente que depois de horas
revirando na cama e até ouvi a Aly chegando em casa lá pelas duas da manhã.
- Sel. – sinto meu corpo sendo sacodido. – Selena pelo amor de Deus, acorda.
Abro um olho e vejo Aly sentada ao meu lado.
- Me deixa dormir Alyssa. – falo e viro para o outro lado.
- Você já está atrasada, seu celular não para de tocar. E tenho certeza que
todas as ligações são do seu trabalho.
Me sento rapidamente e olho para o relógio no criado mudo, estava
marcando dez para as dez da manhã.
- Merda.- Olho rapidamente para o envelope e depois me levanto e corro para
o banheiro.
- Você não é de dormir até tarde, e não perderia a hora. Então está bem?
Quando saio do banho já com a maquiagem pronta.
- Que merda é essa Selena?- disse sacodindo o envelope.
- Chegou ontem. – entro no closet e me visto rapidamente. – Vou na delegacia
quando sair da empresa.
- Me manda uma mensagem vou com você.

25
Fiz que sim com a cabeça e peguei minha bolsa, jogo o envelope dentro
dela e saio correndo para o trabalho.
Estaciono o carro e passo pela recepção, mas sou parada pela Lucia.
- Senhor Collins está na sala de reunião e pediu para avisar que tem uns
documentos em sua mesa.
- Ok. – vou em direção ao elevador.
Assim que chego na minha mesa a porta do escritório estava fechada. E
se eu não tinha conhecido o modo Collins babaca iria conhecer hoje. Fiz tudo o
que estava na mesa e como não pretendia almoçar, queria continuar a
organizar os documentos na sala de arquivos.
- Bom dia, senhorita.
Merda.
- Bom dia, senhor Collins. – me levanto. – Me desculpa pelo atraso.
- Está tudo bem?
- Sim, tive um problema com o despertador, mas não vai acontecer de novo.
- Se precisar de algo avise. E peça ao Peter da contabilidade para vim após
seu almoço.
- Ok.
Quando ele volta para sua sala. Ligo para o senhor Peter e peço para
ele subir. E no momento em que ele chegou, o anuncio. Antes de fechar a
porta pude ver a cara dele e não parecia feliz.
O computador anuncia um novo e-mail. E lá estava o meu chefe dizendo
para eu almoçar, já que ele não queria ser acusado de negar horário de almoço
para nenhum funcionário.
Desço para o restaurante da empresa mesmo para não demorar, e pego
uma salada e suco. Me sento na única mesa vazia no lugar.
- Tenho que falar com meu irmão que existe horário de almoço?
Levanto a cabeça e encontro Pietro sorrindo com um copo na mão.
- Posso? – aponta para
- Pode e seu irmão sabe que existe, eu que não estou com fome.
- Deixa eu adivinhar, ele mandou você descer para almoçar?
- E. – tento comer um pouco.
- E como tem sido com o senhor simpatia?
- Parece que ele é um monstro quando fala assim. – empurro o prato.
- Achei que iria conhecer o lado bravo dele hoje, mas pelo visto não aconteceu.
Olho para ele enquanto tomo o suco.

26
- Só converso o necessário com ele, nada mais que isso.
- É um idiota mesmo. – ouço o sussurrar e depois olhar para seu celular. –
Preciso ir, mas gostei da sua companhia.
Pouco tempo depois me levanto e vou para o elevador. Assim que a
porta se fecha meu celular vibra. Atendo mesmo não reconhecendo o número.
- Alô?
Repito mais algumas vezes, mas só ouço uma respiração tirando isso
silencio completo.
- Josh?
Nada alem do silencio então desligo na mesma hora que as portas se
abriram. Respirei fundo e caminhei até a sala de arquivos.
Depois de uma hora em pé, resolvi tirar o salto e me sentar no chão
levando a caixa dos documentos juntos.
Quando finalizo os documentos antigos e pego a caixa onde então os
relatórios mais novos, reparo em um par de sapatos sociais pretos parados
poucos metros de mim.
- Senhorita, porque está sentada não chão?
Levanto a cabeça no mesmo momento em que ele fala.
- Ah... me cansei de ficar em pé. – digo envergonhada.
- Aqueles são os seus sapatos, estou certo? – diz apontando para meus
sapatos no canto.
Confirmo com um gesto com a cabeça. Se vergonha pudesse matar,
esse provavelmente seria um ótimo momento. E ele os coloca na minha frente.
- Precisa de alguma coisa, senhor Collins? – pergunto tentando tirar o foco de
mim.
- Preciso que converse com o piloto e que faça uma reserva em algum hotel
em Nova York.
- Esta bem. – me ajeito para levantar e ele estende a mão para mim.
Coloco minha mão sobre a sua e ele me ajuda a levantar, logo em
seguida solto minha mão.
- Obrigada. – calço o sapatos e começo a me afastar.
- E senhorita...
- Sim?! – me viro.
- Não quero você arrumando nenhum arquivo até que providencio uma cadeira.
- Não vejo motivo, já estou terminando.

27
Posso dizer que me sinto intimidada pelo meu chefe, na verdade acho
difícil respirar quando estamos no mesmo ambiente. E por esse motivo fui bem
rápido para minha mesa.
Converso com o piloto e reservo um quarto. E bato na porta, e ouço
“entre”, abro uma fresta da porta.
- Senhor, o piloto estará na pista as 19 horas e o quarto no hotel Safehouse
Manhattan.
- Perfeito, enquanto estiver fora você ficara na joalheira quando não tiver nada
para fazer.
- Precisa de algo mais?
- Não, pode fazer o que quiser, desde que não volte a se sentar no chão.
Fecho a porta e continuo trabalhando até que um senhor aparece e me
deixa uma pasta para ser entregue
- São relatórios das últimas semanas.
- Irei entregar.
Me levanto e antes de levar a pasta, vou até a pequena cozinha beber
agua. E quando volto vejo que a porta da sala está aberta, entro e deixo os
papeis na mesa, e ouço a baque da porta sendo fechada e me viro.
- Senhor Collins... entregaram esses relatórios.
Indico a pasta na mesa, mas ele não disse nada só me encarou, até que
começou a andar devagar e ao mesmo tempo dei um passo para trás ficando
encostada na mesa. Achei que fazendo isso o faria parar, mas foi o contrário,
ele abriu um sorriso claramente malicioso quando ele finalmente estava na
minha frente, levando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.
- O que... que está fazendo?
- Shhh...
Levou um dedo até meu lábio me silenciando ao mesmo tempo que
levava uma das em minha cintura. Sua fragrância era madeirada e marcante,
senti sua respiração, seus olhos estavam nos meus até que ele segurou meu
rosto e selou nossos lábios.
O beijo começou lento e tímido, se tornou um beijo de puro desejo. Sua
língua explorava a minha.
Quando me dou conta do que estamos fazendo separo nossos lábios,
não me movo, simplesmente fecho os olhos e levo minhas mãos ao meu rosto.
- Selena, olhe para mim. – ele pede, mas não consigo. – Será que você pode
fazer o que pedi? – e ali estava o tom de voz autoritário.
Ele levanta meu queixo e depois de respirar fundo, abro os olhos vendo
aquele par de olhos azuis me encarando. E uma mistura de desejo e muito
arrependimento tomam conta de mim.

28
- Não devíamos ter feito nada disso.
- Pode negar se quiser, mas a julgar pelo nosso beijo eu não era o único com
esse desejo.
Tiro suas mãos do meu rosto e me afasto indo em direção a porta.
- Você não pode fugir de mim.
Diz no momento em que abro a porta e sem me virar falo.
- E ai que se engana. Sou sua funcionaria, mas nada alem disso.
Saio e fecho a porta. Graças a Deus já era tarde, desligo tudo e pego
minha bolsa e quando chego a garagem do prédio.
Entro no carro e vou em direção a delegacia.
Na recepção fui informada que o delegado não estava, mas que um
policial iria me atender. Fui encaminhada até uma sala onde o interrogatório
começou.

O policial olhou o conteúdo do envelope e logo depois começou as


perguntas. E no momento que terminava recomeçava em ordem diferente.
- Tem certeza que seu ex namorado quem enviou?
- Respondi essa pergunta quarto vezes na ultima meia hora, e mais uma vez,
não tenho certeza.
- Então como pode dizer que ele enviou.
- Porque ele disse que eu não iria me livrar dele.
- Não ter remetente que comprove o que diz não é suficiente. E a sua palavra
contra a dele.
- Está me dizendo que o fato de receber um envelope cheio de fotos minhas,
não é prova suficiente?
- O que estou dizendo e que não podemos processar, já que ele não é um
cidadão americano e muito menos se encontra no país.
Levantei devolvi as fotos para o envelope.
- Obrigada pelo esclarecimento e por seu tempo.
E sai pela porta.

Arthur

29
Semanas desejando beija-la e lutando ao mesmo tempo contra isso, e
no momento em que cedi e provei o que tanto queria sabia que não teria volta.
Seu corpo colado ao meu, sentir seu perfume de tão perto e seus lábios
nos meus e só quero mais.
Sabia que a reação dela não poderia ser o que gostaria, mas não
imaginei que poderia ser como foi. No momento que ela se afastou, devia tê-la
puxado de volta para meus braços, só que sou um idiota e não fiz,
simplesmente a deixei sair como se não tivéssemos nós beijado.
Fui para casa, arrumei a mala e entrei no carro.
Momentos antes do avião decolar envio uma mensagem para ela.
Arthur: Espero que tenha chegado bem em casa e que tenha uma
ótima noite.
Os: Estou pensando em você.
Minutos depois chega a resposta.
Selena: Senhor Collins, vou deixar claro uma coisa, o que aconteceu
não ira se repetir. E não preciso falar sobre ter ou não chegado bem em casa.
Agora se precisar de algo relacionado há trabalho, me avise.
Faça uma boa viagem.

- Senhor, precisa desligar o celular. – a aeromoça diz e vai até seu lugar.
Arthur: Com toda certeza irei avisar, tenha uma boa noite.
Prendo o cinto e desligo o celular. Pouco tempo depois o avião começa
a se locomover na pista ganhando velocidade para decolar.
O voo até Nova York demorou um pouco mais de duas horas e gastei
mais meia hora para chegar até o hotel. Me registrei e fui para o quarto, larguei
a mala perto da cama.
Quando liguei o celular esperava que Selena tivesse enviado uma
mensagem, mas não tinha nada.
Ela não vai ceder fácil, o máximo que vou conseguir são momentos
como o que tivemos durante o beijo.
Me troco e vou para a cama.

30
Selena

Tenho três dias. 72 horas para descobrir o que fazer agora, depois de
corresponder aquele beijo.
E isso que tem passado nas últimas 12 horas. Peguei no sono, acordei e
durante todo o meu trajeto até o trabalho só isso ocupa minha mente.
Depois de estacionar o carro vou direto para o andar da Eliza, que já
está na mesa trabalhando.
- Bom dia Eliza.
- Bom dia Selena, como já disse sinta-se em casa.
Me sentei e fiz o que pude para me concentrar no desenho que estava
trabalhando.
Até que meu celular vibra sobre a mesa.
Arthur: Bom dia Selena, contando as horas para te ver novamente.
Leio a mensagem e largo o celular e volto para o desenho.
No momento que levanto para mostrar a Eliza o colar que acabo de criar
o celular vibra e senhor Collins aparece na notificação.
Arthur: Não respondeu por falta de palavras? Porque você sabe que
sei que visualizou a mensagem não é?
- Alguém quer muito falar com você.

31
- Alguém que não se tocou que meu silencio e uma dica, que não irei
conversar. - leio a mensagem rapidamente.
Selena: Senhor Collins, se está precisando de algo?
Pois estou trabalhando e não posso conversar.
– Terminei mais um desenho. – me levanto e vou a mesa da Eliza.
Ela larga o dela e pega o meu.
- Está muito bom, você tem um estilo próprio. Mesmo quando tenta seguir o
nosso padrão, sempre fica claro que é uma criação sua.
- Isso é bom?
- Maravilhoso. Você segue o que peço, mas dá vida a peça.
- Obrigada. Estive pensando em fazer um conjunto.
- Brincos ou uma pulseira?
- Brincos. Pequenos e delicados.
- Me mostre quando terminar. – e pega o lápis novamente.
- Claro, você vai almoçar aqui?
Ela pega o celular e se levanta logo em seguida.
- Não, na verdade estou atrasada para um compromisso. Devo demorar um
pouco para voltar, mas fique a vontade.
Confirmo e pego minha bolsa a acompanhando-a até o elevador. E
enquanto esperamos olho o meu celular, encarando a ultima mensagem que
me chefe enviou.
Arthur: Resolveu me responder?
Não se preocupe, minha irmã gosta muito de você para se importar com o
fato de está respondendo a mensagens.
E me chame de Arthur, Selena.
O elevador chega e nos entramos. Ficamos em silencio até o elevador
chegar a portaria onde eu desci.
- Te vejo mais tarde, Selena.
- Até mais Eliza.
As portas se fecham e eu caminho até um restaurante no final da rua.
Apesar de o prédio ter um refeitório para os funcionários, reconheci alguns no
restaurante.
O garçom me leva até uma mesa próxima a janela do lado leste e me
entrega o cardápio.
- Obrigada.
- Quando estiver pronta para pedir, basta levantar a mão.

32
Confirmo com a cabeça e ele se afasta.
Antes de olhar o cardápio respondo a mensagem.
Selena: Como quiser, mas estou ocupada não posso falar agora.
Deixo o celular de lado e me concentro no cardápio. Então levanto a
mão.
- Vou querer Caesar Salad e um suco de morango.
Ele anota e se afasta.

Arthur

O beijo não sai da minha cabeça. Não é algo estranho, Selena tem
ficado na minha cabeça vinte e quatro horas por dia.
E depois de sentir seu corpo em minhas mãos e sentir o gosto da sua
boca carnuda e macia, e só de lembrar isso á sinto meu membro ficando duro,
o que não é legal levando em conta que estou no meio da reunião.
Posso resumir o dia todo em reuniões que poderiam ser resolvidas em
e-mails ou vídeo conferencias.
E não receber mais nenhuma resposta dela a horas. Selena
simplesmente está ignorando minhas mensagens não ajuda. E pela hora, ela
provavelmente está em sua casa.
Arthur: Qual desculpa vai usar agora ou vai continuar ignorando as
minhas mensagens? Porque sei que não está mais em horário de trabalho.
Depois de terminar a ultima reunião com um possível comprador, volto
para o hotel, e ainda não tive notícias dela.
Tirando que minha irmã disse que iriamos precisar de uma nova
secretaria para mim, já que ela queria oferecer cargo de designer para Selena.
Segundo Eliza, as criações da Selena iriam fazer sucesso, e com isso ela não
terá mais tempo para trabalhar como secretaria.
Ligo o computador e envio e-mails para todos os meus compromissos de
domingo e os mudo para amanhã. Depois ligo para o piloto avisando que
iremos voltar no domingo de manhã.
- Selena terá uma surpresa.

33

Selena

Será que Arthur não se cansa de enviar mensagens, penso enquanto


entro em casa e vou em direção ao meu quarto.
- Sel, venha aqui. – Aly grita.
Levo um susto. Já que a casa estava em completo silencio, mas
caminho até seu quarto.
- Quer me causar um infarto? – entro e vejo várias caixas na cama dela. – Mas
o que é isso tudo?
- Presentes da sua mãe.
- Está falando serio? – me sento na cama.
Presentes dela sempre têm um preço. E esse preço sempre era alto
demais.
- O que ela mandou afinal?
- Roupas para a gente usar no próximo desfile, e isso veio junto. – me entrega
um envelope de carta.
Espero você no desfile. E não pense que não comparecer e uma opção,
pois não é. Seu acompanhante está ansioso para te rever.
Esperamos para o fim de semana.
Beijos
sua Mãe.
Alem do breve intimado, tinha duas passagens para a sexta feira que iria
anteceder o desfile.
- Não falta mais nada. – olho o horário do voo. - Não posso pegar esse voo,
teria que pedir para ser liberada.
- E você não vai pedir isso para o seu chefe, não é?
- Não sei. E ainda tem o “acompanhante”, e nos duas sabemos que ele é o
queridinho Josh.
- Eles não desistem mesmo.
- Não e pelo visto me jogar para ele sempre será parte do pacote.
- Sua família é cega, ou melhor, se faz de cega. Achar que ele é um bom
partido, sendo que o cara é louco.
Respiro fundo, pego meu pacote e me levanto.

34
- Bom, vou ter que sobreviver ao fim de semana. Você pode tentar trocar as
passagens para depois do meu trabalho?
- Vou enviar um pedido. Tenta descansar, amanhã é sábado você pode
acordar mais tarde.
Damos boa noite e eu vou para o meu quarto, largo a caixa na poltrona
do canto e me jogo na cama. Onde fico olhando para o teto até que meu celular
toca.
- Alo?
- Chérie.
- O que você quer Josh? – falo tentando parecer o mais segura possível, mas
na verdade estou assustada.
- Com medo? – prendo a respiração. – Ah Chérie te conheço o bastante para
saber que está, mas não deveria. Agora animada para o nosso fim de semana?
- Não vou passar o fim de semana com você. Posso ser obrigada a posar para
fotos e desfilar pelo evento, mas não vai passar disso.
- Claro que vai. Sua família até me convidou para passar esse tempo na sua
casa, assim podemos reatar o namoro, mas esse momento precisa de
privacidade então iremos para a minha casa.
- Você bateu a cabeça, não irei para sua casa e nem a qualquer outro lugar
com você. E não tem essa de reatar o namoro, agora tenho mais o que fazer.
- Vou usar esse tempo para te lembrar quem manda entre nós. Te encontro no
aeroporto.
- Por que você simplesmente não me deixa em paz e segue com a sua vida? –
fecho os olhos, já sentindo uma dor de cabeça se formando.
- Não sou de desistir de algo que é meu, ainda mais quando amo. Já devia
saber disso.
- Não sou uma coisa que pode comprar, Josh. E você não me ama. O que você
ama e o controle e o que pode ganhar se estiver comigo. Aceite que não vou
voltar atrás na minha decisão, e fala para todos que você terminou o namoro.
Desde que me deixe em paz.
Encerro a ligação e bloqueio o numero que ele usou. Volto a me deitar
de olhos fechados.
- Toquei as passagens e consegui uma para o domingo após o almoço. – a voz
da minha amiga toma conta do silencio.
- Você ouviu. – não era uma pergunta, estava afirmando e não precisava olhar
para saber que estava certa.
- Ouvi. Ele não sabe o significado da palavra “não”. – sinto ela se sentando na
cama.
- Isso porque só ouviu o que eu falei. Vou ter trabalho para fugir dele no pouco
tempo que eu ficar por lá.

35
- Já faz quase um ano que não voltamos.
- E por mais que ame a cidade ficaria o resto da minha vida sem voltar. Vou
tomar um banho e dormir, o dia foi longo demais.
Nem espero ela falar nada e vou para o banheiro e em seguida vou para
cama caindo no sono bem rapidamente.

36
Arthur

Selena ignorou todos as minhas ultimas mensagens desde antes de sair


da empresa. Minha irmã já deve ter notado que tem algo acontecendo, pois
passei a perguntar para ela como minha secretaria estava ou o que estava
fazendo.
Quando acordei não havia nem resposta nem mesmo desejando boa
noite.
Me apronto no momento em que acordo e desço para portaria. Entro no
carro e vou para reunião, durante o percurso envio uma mensagem para
Selena.
- Pode andar pela cidade, a reunião deve demorar umas duas horas. – falo
para o motorista.
- Sim senhor.
A resposta chegou minutos depois que entrei na sala de reunião.
Selena: Bom dia Sr. Collins, farei os relatórios que me pediu estará
pronto até o fim da manhã.
Arthur: Você não desiste de me chamar de senhor Collins.
A reunião seria em uma das sede de nossas joalherias. Estávamos na
sala do terceiro andar, onde somente funcionários eram permitidos.
O local era equipado para esse tipo de reunião, onde teríamos 12
pessoas em volta de uma mesa. Era uma reunião rápida sobre uma possível
expansão, então teria tempo de descansar antes da próxima.

37
Eu só não contava que os demais iriam achar problemas em cima de
problemas em uma mera possibilidade de reabrir a loja em Paris.
A loja que havia sido um pedido da minha bisavó que seu marido fez de
tudo para realizar. Agora o local estava em um estado deplorável.
- E um gasto desnecessário.
- Já queremos abrir mais uma unidade, por que não aproveitar um prédio que
já é nosso?
- A reforma de um lugar histórico nos custaria muito. – um deles responde.
- Um dinheiro que sairia dos cofres da empresa para qual vocês trabalham e
não o contrario.
- Somos investidores e temos voz ativa.
- Dez porcento para ser exato. Quero uma estimativa de quanto iriamos gastar
e decidimos qual o melhor caminho, mas a venda do prédio não é uma
alternativa.
Como um assunto que deveria ser discutido em duas horas, se tornou
uma conversa de quatro horas?
Os investidores não queriam saber do prédio, na verdade queriam a
venda dele. Porem nem eu e muito menos meus irmãos iramos vender. Nossa
ideia era restaurar o lugar e talvez reabrir a joalheria ou transforma-la em outro
negocio.
Acabei almoçando em um restaurante próximo, já que tinha mais uma
reunião com um dos fornecedores de diamantes.
Pouco depois de chegar ao hotel onde iria me reunir com o fornecedor,
recebi uma resposta não só de Selena como da minha irmã;
Selena: Como já havia dito, só pergunte se for a respeito do meu
trabalho, Senhor Collins.
Eliza: Vou procurar uma nova secretaria para você, assim quem sabe não
para de perguntar sobre ela.
Na verdade, não é a única razão, Selena é uma designer única.
E só para deixar claro isso foi um comunicado.
P.S.: Espero que esteja se divertindo nas reuniões.
Minha irmã vinha me perturbando com isso nos últimos dias, para ela
apesar de Selena ser uma designer nova, tinha uma visão única e aprimorada
do trabalho e valia a pena investir. Isso e o fato de Eliza estar cuidando sozinha
da coleção nos últimos meses, e desde que passou a roubar minha secretaria,
nossa coleção voltou a ter duas designers.
Arthur: Saber se chegou bem em sua casa e parte do meu trabalho.
Envio a resposta para Selena e não consigo nem terminar de responder
minha irmã e sua resposta já aparece.

38
Selena: Engano seu. O trabalho do senhor e cuidar da empresa, o bem
estar dos funcionários e por conta do RH.
Não adiantaria discutir, ela era fechada em seu mundo profissional,
então deixei para continuar a conversa cara a cara.
Arthur: Você se tornou o Pietro. Querendo roubar a minha secretaria,
conversaremos sobre esse fato quando eu voltar.
Entrei na sala e comecei a negociar a compra dos diamantes.

Selena

Assim que as portas do elevador se fecharam e começou a subir, senti


meu celular tocar na bolsa. Quando olho e uma mensagem do Arthur, respondo
na mesma hora avisando que os relatórios até o final do dia.
As portas se abrem e caminho para minha mesa e começo a fazer os
relatórios.
Nem vejo o tempo passar quando me dou conta já é hora do almoço e
ainda falta três relatórios. Então meu celular vibra e a tela acende mostrando
uma notificação de mensagem.
Arthur: Selena, você terminou algum relatório?
Selena: Alguns, faltam três. Precisando de alguma coisa?
Arthur: Você sabe exatamente o que eu quero.
Selena: Senhor Collins, estou me referindo ao trabalho.
Volto a minha atenção para tela de computador continuando a digitar,
ate que o celular começa a vibrar sem parar. Olho o nome na tela e atendo.
- Senhor Collins.
- Você é teimosa, quantas vezes tenho que pedir para me chamar de Arthur?
Respiro fundo.
- Arthur Collins precisa de alguma coisa?
- Gostei de como meu nome fica em sua voz. Mas respondendo sua pergunta,
só queria ouvir sua voz.
- Se não precisa de nada, irei retornar ao meu trabalho. Adeus Arthur. – e
desligo sem esperar sua resposta.

39
Assim que finalizo o relatório, faço a pausa do almoço.
Continuo tendo que recusar convites de vários funcionários, as vezes
acho que eles querem vencer pelo cansaço. Mas também sei que Arthur deu
vários avisos pela empresa, para me deixarem em paz.
Pego uma bandeja e me sento na mesa próximo a porta.
- Irei ficar sozinha hoje?
Levanto a cabeça e vejo Eliza se sentando na mesa.
- Vou tentar passar na joalheria no meio da tarde.
- Meu irmão resolveu roubar minha designer?
- Seu irmão resolveu me perturbar. – sussurro contra o copo.
- O que? – pergunta.
- Eu disse que seu irmão me mandou vários documentos para fazer relatórios
de compra, por isso não apareci.
- Eu vou conseguir te roubar para a joalheria, não importa o tempo que leve. –
e sorri.
- Não sabia que era tão requisitada.
- Digamos que se eu tivesse visto seus desenhos durante a entrevista, você
não estaria com ele.
Terminamos de almoçar e seguimos para elevador, ela desceu no andar
da joalheria e eu fui para o meu andar. Me sento novamente em frente do
computador e continuo o trabalho.
Duas horas depois estou descendo alguns andares para encontrar com
Eliza.
- Estava pensando que não iria aparecer.
- Falei que iria aparecer no meio da tarde. – olho no meu relógio. – E cheguei
antes das 15h.
Ela sorri e aponta a mesa que venho trabalhando.
- Você já fez algum curso antes da faculdade?
- Não.
- Seus desenhos são muito bons e não é novidade quando digo isso, mas
normalmente novatos não tem tanta técnica.
- Não sei dizer se está me elogiando ou não. – digo confusa.
- E um elogio, por isso quero te roubar do meu irmão. E solitário aqui sabia.
Eu parei para pensar e ela tinha razão. Por mais que tivesse a Cibele do
outro lado da parede, a empresa depende das criações que sai dessa sala.

40
- Posso contribuir com o catalogo de criações, quase sempre estou fazendo
desenhos.
- Agradeço, mas não vou perder a chance de ver a cara do meu irmão ao te
perder.
Me assusto com o que ela fala.
- Não me olhe assim, já reparei em como ele olha para você. Alem do mais tem
um detalhe que ontem ele passou o dia me perguntando se estava ocupada ou
como estava.

Mas não precisamos falar sobre isso.


Continuo em silencio e começo a desenhar.
Pouco tempo depois Cibele entrou com xicaras de café e biscoitos. As
seis Eliza se despediu e eu fui conferir se tudo estava certo.
Assim que saio do elevador, coloco o computador para desligar e
começo a juntar minhas coisas quando sinto mãos em minha cintura.
- Sentiu minha falta. – ouço a voz do Arthur em meu ouvido. – Porque eu senti
muita a sua.
Ele me puxa para o seu escritório e a porta se fecha quando me
pressiona contra a porta a trancando, em seguida começou a distribuir beijos e
mordidas em meu pescoço, logo minha pele se arrepia.
A sensação de seus lábios em minha pele, era tão boa quanto aos seus
lábios sobre os meus.
- Você não deveria estar...
Ele coloca o dedo em meus lábios impedindo de terminar a fala.
- Nada de falar, Selena.
- Eu preciso ir.
- Não estou nem perto de estar satisfeito.
Fala pausadamente e enquanto beija o meu pescoço se aproximando da
minha boca.
- O que está pensando em fazer?
- Coisas que desejei muito durante a viagem.
Então finalmente me beija.

41
Arthur

Aprofundo o beijo, seguro firme sua cintura e enquanto a outra está no


seu pescoço.
- Você é tão linda. – sussurro contra seus lábios.
Mas quando vou retornar o beijo, Selena se afasta, ficando de costas.
- Selena?!
- Eu...
A viro para que possa ficar de frente para mim e a seguro pelos ombros.
E posso ver ela respirando fundo de olhos ainda fechados, antes de levantar
uma das mãos e tirar a minhas de seus ombros.
- Te machuquei?
- Não, estou bem e que... nós não podemos, Arthur.
- Tem algum motivo.
Então ela caminha até a porta e a destranca.
- Só não posso e se for possível gostaria de ser transferida para o designer,
mas posso ficar aqui ate conseguir uma nova secretaria.
E sai da sala.
O estranho e que ela sempre se entrega ao beijo, e depois se afasta
como se tivesse algo impedindo. E ainda me deixou com uma puta ereção.

42
Nunca a vi com ninguém, não que eu a siga por ai, mas se eu fosse o
namorado iria buscar no trabalho as vezes. Porem ela chega e sai sozinha,
então a sessão de que algo estava acontecendo não me larga.
Pego o telefone e ligo para Allan, meu chefe de segurança.
- O que precisa?- diz no momento que atende.
- Allan, investigue Selena Laurent.
- Me de dois dias e te mandarei o que encontrar. – e desliga.
Fiquei no escritório por algum tempo, já que não tinha nada para fazer
em minha casa. Resolvi alguns assuntos que estavam pendentes de antes da
viagem. Logo depois vou para casa.
A sexta- feira de manhã foi como qualquer outra das ultimas semanas.
Cheguei, entrei na minha sala e fiz o meu trabalho. Selena fez o seu trabalho e
não disse uma palavra mais sobre o seu pedido de ontem.
Ouço baterem na porta.
- Entre Selena.
- Não é sua secretaria, maninho.
Levanto a cabeça e vejo minha irmã fechando a porta.
- Algum problema?
- Preciso da Selena.
- Vai mesmo roubar minha secretaria?
- Ah maninho, já devia estar anunciando que precisa de uma nova secretaria.
- Ela está liberada o resto do dia.
- Você está gostando dela, não é?
Resolvi algumas coisas durante o resto da tarde, até o meu celular
vibrar.
- Já chegou de viagem?
- Cheguei ontem seu pilantra, por que não veio trabalhar?
- Acordei tarde e trabalhei de casa, mas não foi por isso que liguei. Fred
chamou para ir no pub de sempre topa?
- Vou para casa.
- E ficar no sofá em plena sexta? Se não aparecer, te busco em casa.
- Ok, eu vou só passar em casa e encontro vocês lá.
- Vou precisar buscar a madame não né?
- Não. Chego em uma hora. - Aviso e desligo.

43
Desligo o computador e vou em direção ao carro e depois para casa.
Assim que entro em casa começo a tirar a gravata e desabotoar os botões da
camisa.
Entro no banho, e como nos últimos dias Selena vaga por meus
pensamentos. O que eu queria estar fazendo em uma noite de sexta precisaria
dela ao meu lado. Aqueles lábios carnudos nos meus e seu corpo junto ao
meu, terminar o que havíamos começado no escritório.
Ficar pensando no que poderíamos estar fazendo, me deixa tão duro
que chega a doer.
- Droga Arthur, desse jeito seu novo melhor amigo será o banho frio.
Talvez o meu irmão tivesse razão, sair para beber era o que precisava.
Saio do banho depois de meia hora debaixo do chuveiro, amarro a
toalha na cintura e vou para o closet, me seco, visto uma blusa branca e uma
calça jeans e tênis. E pego o carro e vou para o pub.

Selena

Eliza me liberou depois que disse que não me sentia muito bem, mas
deixei claro que iria terminar o desenho e traze-lo para pronto na segunda.
- Não se preocupe com o desenho, tem certeza que não quer ir ao médico?
- Só preciso de um comprimido.
Me senti mal por mentir, mas minha cabeça não estava ali e não
também não estava afim de ir para casa. Então estacionei próximo ao Grand
Park e caminho até próximo a fonte, e me sento na grama.
Você já não tem problemas demais com um homem e ainda beija o seu
chefe. Logo seu chefe. Penso.
Vejo o sol se esconder atrás dos prédios e a noite ir tomando o seu
lugar, o parque ficando cada vez mais cheio. Turistas parando em frente a
fonte para serem fotografados, pessoas cruzando o parque em direção há suas
casas e outras simplesmente sentadas nas gramas como eu.
Quando o céu fica totalmente escuro, me levanto e volto para o carro.
Assim que chego vou direto para a cozinha procurar sorvete no freezer,
mas o que achei foi um bilhete na porta da geladeira.

44
Sel, hoje você não vai chegar e ir direto para cama
depois do banho. E para deixar claro não aceito não como
resposta.
No momento em que está lendo esse bilhete devo estar
na agencia, mas assim que estiver indo para casa irei te
ligar. Você terá esse tempo para se arrumar, vamos ao Pub.
Sua roupa está em cima da cama, assim não teria desculpa.
esteja pronta, falo serio ou irei te arrastar de pijama.
Beijos Aly.

Começo a rir. Aly é louca, mas sei que cumpri o que diz. Porem não
estou a fim de verdade de ir, então ligo para ela, mesmo que ela ficou de ligar.
Ela atende no terceiro toque.
- Eu não vou.
- Oi para você também, espero que já esteja se arrumando. Tem tempo
suficiente para se arrumar então sem desculpas.
- Não estou muito bem hoje.
- Sel, um drink. Por favor?
- Você não vai desistir, não é.
- Selena, você me conhece muito bem para saber que a resposta é sim. Não
irei desistir. Alem do mais precisa sair e se distrair, o fim de semana com sua
família está chegando.
- Saímos amanhã, que tal?
- Não vai dar para ser amanhã, esqueceu que vou viajar para sessão de fotos?
Prometo que não iremos voltar tarde.
- Está bem, vou me arrumar. – ela dá um grito. – Quase me deixa surda.
- Desculpas, mas achei que teria que fazer uma chantagem maior. Logo estarei
em casa.
Me despeço e encerro a ligação.
Na minha cama tinha uma blusa vinho de renda, uma calça preta e uma
bolsa bege. Junto da cama estava um sapato de salto preto. Ela sempre gostou
de moda, desde que nos conhecíamos.
Prendo o cabelo para não correr o risco de molhar e tomo um banho
rápido. Saio do banho, me seco e coloco o roupão.
Estou terminando de passar o rímel quando vejo Aly no reflexo do
espelho.

45
- Nossa está linda.
- Você também está linda. Só vou me vestir.
- Claro. Vou fechar a mala de amanhã, enquanto termina.
Assim que ela sai, me troco rapidamente e vou até seu quarto.
- Precisa de ajuda para fechar?
- Não, mas eu sabia que a roupa ficaria ótima em você.
- Onde arrumou?
- Em nosso closet quando fui pegar roupas.
ela coloca a mala no chão e pega o celular.
- Nossa carona chegou.
- Que carona?
- Você vai ver.
Concordo e ela pega a bolsa, enquanto tranco a porta ela chama o
elevador.
Assim que passamos pela portaria vejo Samantha e Thomas nos
esperando no carro. Os dois são irmãos, Sam era modelo na mesma agencia
da Aly, já o Thomas conheci depois de tempo.
Entramos no carro, Sam estava de motorista e dá a partida no momento
em que prendemos o cinto.
- Nossa vocês estão gatas. - diz Thomas.
- Obrigada Thomas. – dizemos juntas.
- Thomas por que não está de motorista hoje?
- Porque a maninha aqui não pode beber por conta do trabalho de amanhã.
Então vou aproveitar.
- Ter ensaio cedo, tem suas desvantagens. Agora Aly contou sobre o cara
novo?
- Que cara? – pergunto e me viro para Aly. – Por que não me contou?
- Podem parar, vocês não vão ficar falando de homem comigo aqui. – Thomas
diz e liga o som e Great times do Will.i.am toma conta do carro.
I hope you’re ready
Great times are coming
I hope you’re ready
I see them coming around
I hope you’re ready
Great times are coming
46
I hope you're ready
I see them coming around
So let's celebrate the good times
Celebrate the good times
Celebrate the good times
I just want to have myself a good time
So make some noise
Make some noise
Make some noise
Make some noise
For the good time, good time, good time
I'm living for the good time, good time, good time
E no meio da música, enquanto cantávamos, um certo chefe invade
meus pensamentos.
Demoramos vinte e cinco minutos para chegar ao Pub. Ao entramos
avistamos Paul em uma das mesas e nos dirigimos para lá.
- Achei que vocês tinham esquecido de mim. – se levanta e da um abraço em
cada uma de nós.
Nos sentamos.
- Minha irmã aqui não sabe dirigir, se não fosse isso teríamos chegado bem
antes. – diz rindo enquanto cumprimenta o primo.
- Vocês são dramáticos, não demoramos tanto assim. E irmãozinho vai a
merda.
- E o respeito maninha, sou mais velho que você.
- Que tal esquecermos esse atraso e pedirmos as bebidas. – Aly fala enquanto
faz sinal para o garçom.
O garçom se aproxima com o cardápio, mas peço sem olhar.
- Quero Mojito.
- O mesmo dela. – pede Aly.
- Um refrigerante. – diz Sam.
- Um Brandy Sour.
- O mesmo dele e uma porção de fritas. – Paul completa.
O Garçom anota os pedidos e sai. E começamos o interrogatório.
- Então, vai contar sobre o tal cara? – pergunto.

47
- Ele é muito bonito.
- Querida, detalhes. Queremos detalhes, como ele é pessoalmente?
- Ei, nem todos na mesa querem saber os detalhes. – Paul diz.
O garçom apareceu trazendo as bebidas, as colocou na mesa e foi
embora.
-Ah, ele é legal. – diz e toma um gole.
- Serio? Você conhece alguém e diz só isso?. – exclamo. – Isso é inacreditável.
- Podemos conversar depois, como os meninos mesmo disseram, não querem
saber.
- Vou me lembrar disso viu, Aly.- digo.
- Entendido.
Os meninos engataram na conversa sobre jogos e as meninas me
contaram o quanto estavam animadas com o trabalho de amanhã.
Até que a louca da minha melhor amiga dá um grito.
- Serio, você tem que parar com isso. Uma hora me causa um enfarte ou algo
do tipo.
- Eu estou vendo isso mesmo? – pergunta Sam.
- Está ou estamos sonhando juntas. – Aly responde.
- O que vocês duas estão falando?
- Do fato do seu chefe bonitão ter entrado no Pub. Olha ali. – e aponta para
mesa perto da porta.
Olho na direção e vejo ele se sentando na mesa, junto com seu irmão e
outro homem.
Sabe aquele momento em que você quer tanto acreditar em algo e
mentaliza?
Então essa sou eu neste exato momento, pedido muito para que não
fosse meu chefe.
Tomo o meu Mojito de uma vez e aceno para o garçom pedindo outro.
- Está tudo bem? – Thomas pergunta.
- Claro. – o garçom me entrega outro drink e leva o copo. – Obrigada.
- Não parece, nunca vi você virar uma bebida tão rápido.
você também faria o mesmo na minha situação. Porque o universo só
pode estar brincando comigo.
- Estou bem, só vou aproveitar a noite.
Então Arthur olha em minha direção e ao me ver sorri, mas eu desvio
meu olhar.

48
Mas será que nem fora do trabalho escapo dele?
Pouco depois sinto o celular vibrando dentro da bolsa, quando abro vejo
a notificação de nova mensagem.
Arthur: Achei que não tinha como ficar mais linda, ao que parece
estava errado. Mas sei de um modo que ficaria ainda mais bonita.
Olho para ele e respondo.
Selena: Não acho que tenha algum elogio nesta frase, mas obrigada.
- Eles são mais bonitos pessoalmente que nas fotos. – Aly comenta.
- Tenho que concordar. E você, Sel, algo a comentar?
- Não, eu passo.
Tomo metade meu segundo Mojito, me sentindo um pouco menos
nervosa.
- Vai com calma, miss Mojito.
Thomas pega o copo antes que eu possa terminar.
- Relaxa, não estou nem perto de ficar bêbada.
Pego o garfo e finco na batata e levo a boca, no mesmo momento em
que Sam se aproxima de mim.
- Ele não para de olhar para você.
O problema e que a definição de Samantha de “vou contar só para você
ouvir” nunca deu certo.
- Quem? O chefe gostoso?
- E quem mais seria, Alyssa?
- Vocês atualizaram suas definições de loucas hoje ou é minha impressão?
- Elas sempre são assim, você só está reparando nisso agora. – Paul comenta
rindo.
- Não somos loucas, basta olhar e vão ver. Ele está olhando para cá, ou melhor
está comendo a Sel com os olhos. – Aly diz abrindo um sorriso.
Largo o garfo e pego meu celular na bolsa.
Selena: Você precisa parar, Arthur.
Envio e quando vou para bloquear surge outra mensagem.
- O que tem de tão interessante nesse celular.
Quando olho Aly está tentando ver o meu celular.
- E a Elisa. Ela quer saber se estou melhor.

49
Mentir para minha melhor amiga, não era algo que eu tinha prazer em
fazer. Mas se eu dissesse que era meu chefe nas mensagens, teria que contar
sobre os beijos que vinha tentando esquecer.
Arthur: Eu paro, mas quero falar com você. Talvez possamos juntar nossas
mesas.
Selena: Nem pensar, não estou afim de ter um interrogatório me esperando
no final dessa noite.
Olho para ele e voltou para minha bebida.
Arthur: Falei serio, cinco minutos ou estaremos juntando nossas
mesas.
Selena: Não estamos no escritório, lembre-se disso.
Arthur: Por favor, Selena. Realmente preciso falar com você.
Visualizo a mensagem, bloqueio o celular e o guardo na bolsa. Tomo o
resto do drink e me viro para Sam.
- Pede um refrigerante, por favor, já volto.
Ela balança a cabeça confirmando e me levanto. E ao passar pelo Paul,
segura minha mão.
- Onde você vai?
Me aproximo dele e falo.
- Ao banheiro, já volto.
-Vou com você, aqui está cheio de gente bêbada aqui. – então o Thomas se
levanta logo depois de terminar.
- Não precisa.
- Nem começa a teimar, vamos.
Vou em direção ao banheiro, com Thomas ao meu lado. Estávamos
passando por entre algumas mesas, quando sinto uma mão envolta do meu
braço.
- O que uma moça bonita faz sozinha?
- A moça tem companhia. – Thomas me puxa de volta e passa a mão pela
minha cintura e seu encostada em seu peito.
- Foi mal.
E sussurro um obrigada e seguimos para o banheiro.

50
Arthur

Cheguei ao tal Pub, e logo vi o meu irmão e o Fred sentados em uma


mesa próxima a porta.
Já estávamos conversando e bebendo, mas minha atenção estava na
mesas a frente.
- O que você tanto olha mano? – então vira para trás. – Já entendi, achei que
você não se envolvia com funcionárias. – fala rindo.
Fred se vira para a mesma direção.
- Caramba, ela é sua funcionaria?
- É a nova secretaria dele, o veado se deu bem.
- Selena é só a minha funcionaria. Agora vamos beber.
Se Pietro ao menos imaginar que eu a beijei, não vai me deixar em paz.
Olho novamente em sua direção, é ela vira o rosto. Estamos trocando
mensagens a um tempo, e por mais que eu insista em ir até lá, ela não sede e
para de responder.
Arthur: Cinco minutos, só te peço isso.
Como queria leva-la para algum lugar e ficar a sós, tendo a certeza que
ninguém iria nos interrompesse.
Fred chama o garçom e pergunta para nós, enquanto o garçom se
aproxima.
- Outra dose?
- Vão querer o mesmo? – o garçom pergunta.
- Brookylyn Lager. – peço.
51
- Brookylyn Brown. – meu irmão fala.
- Black Gold e pode trazer petiscos. – Fred encerra o pedido.
De tempos em tempos nossos olhares se cruzam, mas quem sempre
está de olho são as mulheres que estão na mesa.
Droga, Selena deixa de ser teimosa e olhe para cá.
Nossa bebida chega, e automaticamente começo a beber. Até de
repente Fred me tira do transe.
- Se eu fosse sua secretaria e você ficasse me encarando como está fazendo,
iria embora.
- Para de babar, Arthur. Isso pega mal. Ouviu algo do que falamos?
- Não, como vocês deixaram claro, estou ocupado babando. – digo com ironia.
– Mas qual o assunto?
- A inauguração do novo The Publican, só falta você para confirmar.
A tela do celular acende e o nome dela na mensagem.
Selena: Cinco minutos é nada mais, entendeu?
Mas não deixem te ver, já tenho problemas demais.
Não gostava de me esconder, mas se era a forma de poder me ouvir
seria do seu jeito.
- Quando?
- Daqui uma semana.
Arthur: Será como quiser, te darei um tempo antes de lhe encontrar.
Quando volto o olhar para a mesa, a vejo se levantando, depois um dos
homens em sua mesa segura sua mão.
- Perdeu a chance, irmãozinho.
- Vá se ferrar, Pietro.
Respondo sem olhar ou me incomodar. Acompanho os dois andando até
que um cara tenta puxar ela para seu colo, mas então o seu acompanhante
resolve o problema. E continuam caminhando em direção aos banheiros e
quando não posso mais ver, termino minha bebida e me levanto.
- Peça outro, não vou demorar.
- Irmão, larga isso. Você viu que ela já tem acompanhante.
Nem dou o trabalho de responder, só vou para a mesma direção que ela
tomou.
A vejo falando com o homem e entrando no banheiro. E no momento
que o cara se afasta eu me aproximo e a espero próximo a porta.


52
Selena

Quando sai do banheiro não vi Thomas por perto, mas bastou me virar
para ve-lo se atracando com uma mulher no final do corredor.
Meu grande herói. Reviro os olhos e sigo para o lado contrario de onde o
quase sexo – pelo menos era o que eu esperava – o corredor era mal
iluminado, até que me puxão.
Dou um grito e uma mão tampa minha boca.
- Calma. Sou eu, Arthur.
- Você quase me matou de susto.
Ele acariciou meu rosto.
- Desculpa, mas se não tivesse feito isso teria passado direto.
- Não podia te chamado como uma pessoa normal?
- Não, agora vamos falar do cara que estava te agarrando?
Qualquer pessoa que ouvisse, saberia que seu tom de voz nesse
momento era de alguém com raiva e se fosse arriscar diria ciúmes.
- Está falando do Thomas? – ele confirma. – Ele é meu amigo, só me
acompanhou ate o banheiro.
- Só amigo?
- Não que seja da sua conta vamos deixar isso claro. Sim, ele é meu amigo. E
no momento está bastante ocupado quase transando no corredor lá trás. – tiro
a mão do meu rosto. – Agora por que estava me encarando?
- Porque está linda, e eu queria muito estar terminando o que começamos.
- Você não pode falar isso.
- Me pareceu o tipo de pessoa que prefere a verdade.
- Sim, mas...
Ele me interrompe colocando um dedo em meus lábios.
- Então vamos ao convite. Quero te levar para jantar próximo sábado que tal?
Estou oficialmente assustada e chocada, achei que com todas as vezes
que fugi ele iria desistir, mas ao que parece só dei mais motivação.
Dou um passo para trás me afastando.
- Jantar?
- Sim.
- Arthur não posso, irei passar o fim de semana em casa?
- Casa?

53
- Sim, vou para Paris na sexta depois do trabalho. – ele fica me encarando
como se não acreditasse. – E não acho que devemos, quase cruzamos e não
quero... não quero passar por ela.
- Sei que está mentindo, Selena, basta notar como nos beijamos.
- Bom seus cinco minutos acabaram.
- Tem que voltar?
- Se eu não voltar e o fato de não estar em sua mesa, vai me causar
interrogatórios.
- Conversamos depois. – diz sorrindo.
- Claro, agora por favor não fica me encarando. Adeus Arthur.
Sai do pequeno cômodo e voltei para o corredor, um pouco a frente
encontro meu segurança.
- Sel, foi sem querer. Me desculpa.
- Está tudo bem.
- Perdeu alguma coisa?
Não entendi por que ele tinha falado aquilo até me virar.
- Ele é meu chefe, Thomas.
- Ah sim, o chefe. – e dá um sorriso forçado. – Podemos voltar, Sel?
- Sim.
- Adeus Selena.
No final do corredor eu seguro o braço de Thomas.
- Por favor, não fale que viu meu chefe.
- A culpa foi minha, estava ocupado com a loira.
- Obrigada.
Voltamos a para mesa.
- Vocês demoraram. – Aly diz desconfiada.
- Culpa minha, encontrei companhia enquanto ela estava no banheiro.
- Sei. Muito conveniente, já que o chefe sumiu no momento que viu que Selena
sumiu.
- Não sei o que está falando.
Tomei meu drink, e evitei todas as perguntas possíveis sobre minha
demora no banheiro.
Passamos por vários temas, mas no fim a conversa sobre músicas.
Quando olho o relógio já era quase meia noite.
- Gente, vou embora.
54
- Com assim ir embora, não é nem meia noite.
- Eu te falei Aly, não estava me sentindo muito bem.
- Posso te levar, Sel. – Sam termina o refrigerante e quando vai para se
levantar eu a impeço.
- Não precisa já chamei um carro, vejo vocês depois.
- Quer companhia? – Paul pergunta.
- Obrigada, mas não vai demorar.
Dou a Aly o dinheiro para pagar minha parte. Me despeço de cada um e
caminho em direção a saída. O único problema é que não tinha como ir embora
sem passar pela mesa em que o Arthur estava.
- Olha se não é a Selena.
- Oi Pietro.
- Me chamando pelo nome, temos um milagre aqui.
- Cala boca Pietro.
- Junte-se a nós. – fala o cara que estava a mesa. – A proposito sou o Fred. – e
estende a mão.
- Prazer Fred, mas já estou de saída.
- Já de saída? Está tão cedo. – Pietro diz.
- Sim, não estou me sentindo muito bem.
Arthur parou de evitar olhar na minha direção quando disse que não
estava me sentindo bem.
- O que está sentido? – ele pergunta.
- Uma dor de cabeça, nada demais.
- Eu te levo em casa. – e se vira para seu irmão. – Não vou voltar.
- Claro que não.
- Não precisa, já tem um carro chegando.
- Então vou esperar com você. – se levanta e passa pela porta.
- Tchau Pietro e foi um prazer te conhecer Fred.
- Prazer foi meu Selena.
- Adeus Selena.
E caminho até ficar ao lado do Arthur.
- Por que não me disse que estava passando mal? – sua voz foi firme ao
perguntar.
- Deve ser porque você me puxou para um quarto escuro.

55
- Droga, Selena. Será que pode responder a porra da pergunta?
- Você é meu chefe, não meu namorado. Não te devo explicações, Arthur.
- Eliza me contou que te liberou mais cedo e depois te encontro aqui.
- Se você conhecesse minha amiga saberia que negar não é uma opção.
Ele respira profundamente para se acalmar, em seguida se aproxima e
segura meu rosto entre suas mãos.
- Selena...
Diz com os lábios colados aos meus, e logo me da um pequeno beijo.
- Você não sai da minha cabeça. – então olha em meus olhos. – Seria tão ruim
termos um encontro?
- Não é justo você fazer esse tipo de pergunta tão próximo de mim.
- Tenho que usar todas as minhas armas, já que você sempre recusa os
convites.
- Não pos...
- Não me venha com isso que não pode, Selena. Você é solteira?
- Sim.
- Então um jantar?
Um carro estaciona e eu me afasto dele.
- Está bem, combinamos depois?
- Na verdade, nosso jantar será amanhã.
- Arthur, amanhã?
- Você me disse que viaja no próximo fim de semana e não vou dar tempo para
você desistir, então amanhã.
- Ok. Boa noite, Arthur. – vou até o carro e abro a porta.
- Boa noite, Selena. – e me dá um beijo rápido e entro logo em seguida e fecho
a porta.
O carro começa a andar, olho para trás e vejo ele no mesmo lugar.

56
Arthur
Vejo o carro partir levando-a para longe, mas ainda não acredito que
consegui convencer a ir a um jantar. Selena é diferente de todas as mulheres
que já tive em minha vida.
Acabo voltando para o pub.
- Achei que não iria voltar.
- Não é hora para ironia, Pietro.
- Então, o que está acontecendo entre vocês? – meu amigo pergunta. – Por
que achei que iria jogar ela dentro do carro e levando para um hospital.
- Nada. Eliza tinha dito que ela não estava bem, e que tinha até liberado.
- Então ela melhorou, por que a vimos aqui.
- Ela disse que a amiga a arrastou.
- Ele não vai contar, mas seria uma ironia enorme.
Quando cheguei em casa passava das três da manhã. E estava bem
bêbado, mas a minha cabeça estava em Selena. Coloco o celular para
despertar e aproveito e envio uma mensagem, antes de cair no sono.
Arthur: Espero que a dor de cabeça esteja melhor.
Acordo com o celular tocando na maior altura, o sol está invadindo a
janela é juro que está mais claro que o normal e mal consigo abrir os olhos
direito. Estico o braço e abro um do olhos e vejo que é uma chamada.
- Seja quem for, ligue mais tarde.
Minha cabeça está explodindo, ou melhor lateando. Que droga estava
pensando quando parei com a cerveja e fui para o Whisky.

57
- E Tem certeza, e o Allan.
- O que achou?
- Ela saiu da França há anos, junto de uma amiga Alyssa Hernandez. E desde
então volta, quando tem algum evento.
- Namorado?
- Só um, terminaram a alguns meses, mas não tem muita coisa sobre ele.
- Como não? Fala logo o que descobriu. – me sento e o único pensamento que
vem é porque diabos foi beber tanto.
- Ele é o único namorado da moça. Não tem ficha criminal, mas se tivesse o pai
é juiz, então teria sumido com a ficha. Os pais são amigos da família dela.
- Pode ter sido um namoro conveniente.
- Sim. Até onde consegui informações a ultima vez que estiveram juntos foi há
oito meses.
- Só descobriu isso?
- Ao que parece desde o rompimento a família vem tentando junta-los
novamente, marcando eventos. Porem ela nunca aparece.
- Isso não suficiente, continue a investigação.
- Mando por e-mail o que conseguir.
Olho o relógio e vejo que perdi o horário do despertador. Me levanto,
tomo um banho rápido e vou a cozinha coloco café para fazer.
Arthur: Bom dia Selena, prepara para nosso jantar?
Vejo que ela estava digitando.
Selena: Bom dia. Respondendo sua pergunta das três da manhã,
estou melhor. Agora eu não diria que estou preparada, onde vamos?
Arthur: É surpresa. Te pego as 19 horas, preciso do seu endereço.
Selena: Não, me fala onde vamos que irei te encontrar.
Arthur: Quero pegar você em casa, algum problema?
Selena: Não diria problema, só prefiro te encontrar.
Arthur: Não vou insistir, te espero as 19 horas. Na rua Lower
Wacker 1430, Gold Coast. Até mais tarde.
Selena: Até a noite, Arthur.
Tomei o café e peguei um comprimido de analgético e fui ao mercado.

58
Selena

Passei a tarde andando de um lado para o outro. Meu quarto estava


tomado pelas minha roupas, já tinha experimentado várias para diferentes
ocasiões e nada. Não tinha ideia de onde iriamos, o que deixava tudo pior. Não
tenho ideia do por que fui concordar em jantar com ele para inicio de conversa.
Eu sabia que se ele tentasse me beijar, não iria negar, porque quando
Arthur me beijou pela primeira vez foi diferente de tudo que já havia sentindo
com Josh.
Foram quase sete anos com Josh, o conhecia desde criança, então
quando me chamou para sair não foi surpresa para nossas famílias.
Ele era carinhoso, me respeitava e apoiava. Fazia de tudo para me ver
sorrir, me acompanhava nos eventos sem reclamar nem uma vez sequer.
Nossas famílias mais que apoiavam nosso relacionamento, incentivavam até
mesmo um futuro casamento. Mas nem tudo são rosas.
Quando decidi me juntar a Aly em um intercambio para concluirmos os
estudos, Josh fez questão de se inscrever nas faculdades próximas, assim não
teríamos um oceano de distancia e sim no máximo algumas horas.
Meus problemas começaram quando quis me inscrever em faculdades
nos Estados Unidos e não retornar para França como era o plano inicial.
Aquele Josh compreensivo e que me apoiava sumiu, dando o lugar a um que
controlava meus horários e com quem eu andava, as vezes até agressivo.
Foi assim durante alguns meses até ele voltar para nosso país e abrir o
próprio consultório de advocacia. Pelo menos foi o que pensei. Achei que com
a distancia de quase sete mil quilômetros e o trabalho teria como respirar,
grande engano.
Minha mãe e avó se juntaram há ele na missão que intitularam “Selena
volta para casa”. Todos os dias recebia ao menos duas ligações de cada um e
diversas mensagens, sobre como e o por que devia voltar para casa.
E no momento em que não aguentei mais ignora-los terminei tudo com
Josh na esperança de finalmente ter paz, mas tenho impressão que nem morta
terei, a não ser que eu me torne a senhora Evans. Porque para eles essa
sempre será uma opção.
Hoje eu penso se o que eu sentia por ele era realmente amor, se não
era apenas atração.
Não posso mentir e dizer que ele não era bonito. Josh sempre atraiu os
olhares, minhas colegas de turma sempre comentavam o quanto era sortuda

59
por namora-lo. Hoje não me sinto assim, e vou sentir menos ainda no próximo
fim de semana.
Dois dias de infinitas tentativas de me fazer retornar o namoro. Atuar
perante a mídia durante o desfile com sorrisos falsos e respostas vagas, tudo
isso com ele ao meu lado. Não sou idiota, sei que minha família vai fazer isso,
impor a presença dele na minha breve visita.
Já passa das cinco da tarde quando desisto de tentar adivinhar onde
vamos já que depois de jogar o endereço que ele enviou no GOOGLE e ver
que lá é um condômino e pego meu celular.
Selena: Arthur, preciso saber onde vamos, já que me passou o seu endereço.
Enquanto espero a resposta, resolvo aproveitar para começar a levar
tudo de volta para o closet e ouço o som de mensagem recebida.
Arthur: Preocupada com o que vai vestir?
Selena: Será que pelo menos uma diga você pode dizer?
Porque seria de grande ajuda.
Arthur: Estou me sentindo especial, você pensando em uma roupa para me
ver. Que progresso.
Mas não se preocupe, coloque o que quiser e for se sentir confortável.
Ficaremos na minha casa.
Ficar sozinha com ele no trabalho é uma coisa, agora ficar sozinha com
ele em sua casa era outra história.
Trabalhava na empresa a alguns meses e já tinha beijado meu chefe e
agora estava indo para um jantar na casa dele.
Depois de muito jogar todas as roupas no closet, e de separar uma calça
jeans e blusa com manga ¾ azul e sapatilha. Tomo um banho rápido, me visto,
arrumo o cabelo e passo base e rímel. Pego uma jaqueta e desço para
portaria.
Chamei o Uber que demora mais do que esperado, me sobrando quinze
minutos para as sete. O problema é que o percurso no aplicativo mostrava
trinta minutos até o meu destino.
Entro no carro.
- Boa noite. Lower wacker, senhorita?
- Boa noite, isso mesmo.
Não andamos muito antes de termos que parar no sinal e meu celular
vibrar.
Alyssa: Oi Sel, como está as coisas em casa?
Selena: Oi Aly, tranquilas, agora como está o trabalho?

60
Não gostava de mentir para minha melhor amiga, mas ainda não fazia
ideia de como contar para ela que tinha beijado meu chefe, o que dirá um
jantar.
Alyssa: Estão ficando ótimas, devo chegar na segunda a noite. Agora
tenho que ir, conversamos mais amanhã. Beijos.
Selena: Arrasa nas fotos, até amanhã. Beijos.
Aproveito para olhar as horas e só faltava três minutos e o carro estava
parado na avenida, e não parecia que iria sair do lugar tão cedo.
- Você acha que vai demorar para sairmos da avenida?
- Vou tentar entrar na próxima rua, mas vamos ter que dar uma volta.
- Não tem problema.
Já estava atrasada mesmo, o que era mais alguns minutos.
Para mim podia não ser nada, mas Arthur tinha outra ideia já que me
enviou mensagem.
Arthur: Vai me dar um bolo?
Selena: Não, mas vou atrasar.
Arthur: Posso te pegar, basta me mandar o endereço.
Selena: Eu já sai de casa, por mais que desistir desse jantar estivesse
nos meus planos.
Arthur: Pensou na possibilidade? Você não faria isso comigo, faria?
Selena: Já falei que pensei na possibilidade, você é meu chefe e já não
estava lidando com fato de termos nos beijado. E vou agora há um jantar
na sua casa.
Arthur: Vamos conversar sobre isso, Selena. Não gosto de pensar que
está desconfortável, mas também não vou ter essa conversa sem está
olhando em seus lindos olhos verdes. Quando chegar me avisa.
Vinte minutos depois eu estava pagando o Uber e avisando Arthur da
minha chegada. O porteiro do condomínio não parava de me encarar, por mais
que já estivesse dito que estava esperando Arthur Collins.
- Ele não avisou de nenhuma visita.
- Como eu disse anteriormente, ele já está vindo.
- Pode liberar a entrada dela.
Ouço a voz do Arthur ao mesmo tempo que abre o portão.

61
- Ela está liberada para acesso. – veio até mim. - Me desculpa ter feito
esperar.
- Não tem problema.
- Você está linda. – e me abraça. – E muito cheirosa.
- Obrigada, você também está muito bonito.
Ver ele assim em seu ambiente era estranho, não parecia nada com o
chefe fechado com a qual estava acostumada. Porem tinha que admitir que ele
fica igualmente lindo de jeans e camisa.
Caminhamos um pouco até o final de umas das ruas do condomínio.
- Entre, sinta-se em casa. – diz e da um passo para o lado.
A sala era enorme e decorada de maneira neutra e masculina, como eu
imaginava.
- Sua casa é muita bonita.
- Obrigado, me da sua jaqueta e a bolsa.
Assim que tiro ele as pendura no armário ao lado da porta. Logo depois
coloca a mão na base das minhas costas e me guia pela casa.
Ele me leva até a porta de vidro ao lado da sala. O lugar tinha paredes
de vidros, tinha um colchão com varias almofadas em cima, em frente tinha
uma mesa de centro comprida com taças. O lugar estava lindo.
- Gostou?
- Está lindo.
- Que bom que gostou, espero que goste do jantar também. Porque já faz
algum tempo que não cozinho.
- Você está fazendo o jantar?
- Sim. Não sou nenhum chefe de cozinha, mas sei me virar. – ele se senta, e
me junto, sentando ao seu lado.
- Você é solteira, estou certo? – ele serve o vinho e me entrega uma taça.
- Certo.
- Então por que está sempre fugindo? Tem algo a ver com você quase ter
desistido do nosso jantar?
- Tem?
- Conte-me.
- É complicado.
- Isso eu já percebi, preciso do motivo da complicação.

62
- Você é meu chefe, Arthur, ou seja, trabalho para você e nem faz muito tempo.
Já nos beijamos e estou na sua casa para jantar. Mas o outro não tem nada a
ver com você.
- Quanto tempo você está solteira?
- Alguns meses, mas Arthur de verdade prefiro não falar sobre isso está bem?
- Está bem. Quanto tempo está no país?
- Vim com a minha amiga, Aly, para fazer o High School. Depois acabei
decidindo fazer a faculdade por aqui.
- Sente falta da França?
- Se refere a cidade ou a família?
- Ambos.
- Sinto falta da minha cidade, da culinária, de falar minha língua materna. Já
minha família e igualmente complicada.
- Todas são.
- Algumas mais que outras.
Ouço um barulho vindo da cozinha.
- Nosso jantar ficou pronto, já volto.
- Quer ajuda?
- Você é a convidada, sabia?
- Sim, mas quero ajudar.
Nós levantamos e vamos a cozinha. Ele tira do forno a massa e pede
para pegar a salada enquanto monta os pratos.
Pouco depois estamos sentados a na sala de jantar. Bebemos mais
vinho e comemos em silencio, mas sempre que olho em sua direção eles está
me encarando.
Quando terminamos ele retira os pratos e os leva para cozinha,
enquanto eu resolvo voltar para a varanda com meu vinho. Lá pude ver o céu
já está estrelado e em volta há varias arvores e pude ver a ponta de uma
piscina.
Sinto a respiração dele antes de sentir seus braços em volta da minha
cintura.
- Admirando a paisagem?
- Sim, mas estou pensando.
- Não sou muito fã quando pensa, sempre resulta em você fugindo.
- Você não devia fazer isso.
Ele respira profundamente antes de falar.

63
- Não me importa o que está acontecendo, mas não vou deixar você se fechar
e sair daqui sem me responder. Sei que gosta dos nossos beijos, então deve
ter algo de muito sério acontecendo?
Fecho os olhos e respiro fundo.
- Selena? – ele me vira deixando-me de frente para ele. – Você não parece
bem.
Não respondo e nem abro os olhos.
- Respira devagar.
E começa a acariciar o meu rosto, e por mais que tente negar esse
gesto estava ajudando a me acalmar.
- Arthur, quando falo que é complicado porquê é verdade. Minha vida está uma
bagunça e as únicas coisa constantes e certas na minha vida e o trabalho e a
Alyssa. – e o encaro.
- Não quero te deixar desconfortável, não te convidei para isso. Mas fique
ciente que não vou desistir, porque eu realmente gosto de você.
E então ele sela nos lábios de modo calma e carinhosa.
Esse não estava sendo como os outros beijos, parecia que queria
apagar o que estivesse me preocupando com esse beijo. E pela primeira vez
eu quis tudo o que podia me oferecer, sem pensar no depois.
- Arthur... – sussurro no momento em que seus lábios vão para o meu pescoço,
enquanto meu corpo se arrepia.
No momento em que voltou para os meus lábios, e sua língua adentrou
a minha boca, senti sua mão me puxando uma perna e depois a outra para sua
cintura, encostando as minhas costas na parede.
Pude sentir ele ficando excitado assim como eu. A pequena mordida em
minha orelha e nossas respirações ofegantes.
- Acho melhor pararmos por aqui. Não quero que saia correndo da minha casa.
– diz baixo, quase um sussurro.
- Não quero que pare.
Acho que minha decisão foi um choque. Então antes que pudesse
perder a coragem eu o beijei.
Pouco tempo ele caminhou comigo para dentro da casa, e logo eu
estava em sua cama. Ele já sem camisa e me ajudando a ficar sem a minha
também. Os seus lábios desceram até a junção do pescoço com o ombro e lá
deposita beijos e pequenas mordidas.
Ele desce sua boca no meio dos meus seios, enquanto sua mão abria o
fecho do sutiã, e sua mão prendendo as minhas a cima da cabeça, descendo
sua boca em um dos meus seios, me fazendo soltar um gemido. Depois de
trocar de um seio para o outro.

64
Sua outra mão desceu até o botão da minha calça, depois a outra se
juntou para tirar a minha calça, levando minha calcinha.
Eu o empurro fazendo deitar, me sentando com seu corpo entre as
minhas pernas e pude ver que Arthur se preocupava com o corpo.
- Gostou? – vejo seu sorriso de lado.
- Você sempre se acha assim, Arthur?
- Nem sempre, só quando estou com você.
Vou para beija-lo, mas no último centímetro desvio para seu peito.
- Isso não é legal, Selena.
Não parei, desci deixando beijos até sua calça e a desabotoei. E ele me
ajudou a tirar sua calça e para minha surpresa.
- Porque está sem cueca?
- Quando me avisou que tinha chegado estava me vestindo, não quis que
esperasse mais. – e deu os ombros, me deitando ao seu lado.
Ele esticou o braço abrindo a gaveta e pegando uma embalagem
laminada, colocando em seu membro. Se posicionando entre minhas pernas
penetrando devagar.
- Você é apertada...
Ele foi com calma é esperou um pouco para me acostumar antes de
começar a se mover devagar.
- Estou bem, Arthur. Não vai me machucar.
- Não tenho certeza disso.
Nossas vozes estavam mais que ofegantes, cruzei minhas pernas em
sua cintura. Acariciei seu rosto enquanto o beijava.
- Não vou quebrar. – disse contra seus lábios.
Ele aumentou a velocidade. O beijo estava abafando os gemidos.
Quanto mais ele aumentava a velocidade, mas eu sentia o orgasmo próximo.
O senti esfregando meu clitóris, e pouco tempo nós estávamos
gozando.

65
Selena

Estranho um pouco ao acordar, mas logo me lembro onde estou e o que


eu fiz. A cama estava vazia, mas tinha uma camisa embaixo da minha bolsa.
Vesti a blusa e peguei o celular, que tinha várias ligações perdidas da
Aly e da minha mãe. Resolvi ligar para Aly, já tinha uma ideia do motivo da
ligação é não era como queria começar o meu domingo.
- Oi Aly, me desculpa não vi suas ligações.
- Pelo menos se sentiu culpada.
- Sem bronca, está cedo para isso.
- Mas o que te deixou tão ocupada que não atendeu as ligações?
- Podemos conversar depois, eu só liguei porque tinha muitas ligações
perdidas.
A porta se abriu e Arthur entrou, enquanto me sento na ponta da cama.
- Selena. – fiz sinal para ele ficar calado, mas isso não impediu a pergunta.
- Quem está com você, Sel?
- Qual era o assunto importante?
- Não vai mudar de assunto.
- Não estou fazendo isso, eu disse que vamos conversar depois. Agora me
conta o que era tão urgente?
- Sua mãe me ligou, ao que parece você não atendeu às ligações dela, o que
entendo. Mas ela quer que trocamos as passagens para terça.
- Se ela ligar diz que eu trabalho, não vou faltar por algum capricho dela.

66
- Nós sabíamos que ela tentaria alguma coisa para ficarmos por mais tempo.
- Você pode ficar, mas eu volto no domingo, me recuso a ficar mais que o
necessário.
- Ok, agora com quem você está?
- Com o Arthur, mas te conto depois.
- Pera aí, você passou a noite com o seu chefe? – diz gritando.
- Não grita, ele convidou para jantar... – então sinto beijos no meu pescoço.
- E ele está com você agora, acertei?
- Eu preciso desligar.
- Claro, aproveita porque quando chegar vou querer todos os detalhes. – E
desliga.
Me viro para Arthur.
- Não podia esperar eu terminar a ligação?
- Na verdade não. Bom dia. – e me da um beijo. – Fiz nosso café, mas achei
que iria te acordar.
- Estraguei seus planos?
- Não, eu sei lidar com improviso. Agora pelo que ouvi querem que fique mais
uns dias em casa.
- Arthur, eu não vou ficar mais que o necessário.
- Por mim não tem problema, pode tirar uns dias.
- Nem pensar. Dois dias é mais que o suficiente, alem de ser complicado e
exaustivo.
- Então vamos nos concentrar no café.

Arthur

Acordar com ela em meus braços foi melhor do que poderia imaginar.
Ela sequer acorda quando tiro o braço debaixo dela sem acorda-la, e me
levanto indo até o closet e visto uma roupa. Pego uma blusa minha e deixo na
cama para ela vestir junto com sua bolsa.
Pego meu celular e a carteira, tiro o carro da garagem e vou até o
mercado.

67
Como não faço ideia do que ela gosta de comer, pego salada de fruta,
bolo e suco. Volto e coloco café na maquina enquanto faço ovo e o bacon.
Levo o café para a mesa perto da piscina e vou para o quarto com a
intenção de acorda-la, mas a encontro falando no telefone. Não consegui me
conter vendo-a com a minha camisa e beijo seu pescoço, até que ela se
despede da amiga.
Agora estou levando para a área da piscina.
- Você vai alimentar que batalhão?
- Gastamos muita energia, hora de repor.
- Sua casa realmente é linda.
- Pode vim quando quiser, especialmente se tiver biquíni envolvido.
- Se você levar em conta que estou usando sua camisa, e quase como se
estivesse de biquíni.
- Já vi o que a camisa está escondendo, e prefiro quando não tem nada.
Consegui deixar ela sem graça, então deixei que tomasse o café sem
mais perguntas.
Já tinha conseguido descobrir sobre a relação com a sua família, e o que
ela disse ainda vagava em minha mente. Ela não parecia se quer querer ir para
casa, o que dizer passa mais tempo por lá.
Sou tirado dos meus pensamentos pelo celular toca, no visor mostra que
é uma ligação do Allan.
- Pode atender, estou muito bem acompanhada dessa salada.
- Não vou demorar.
Me levanto e volto para dentro de casa.
- Descobriu alguma coisa?
- Ex- namorado Josh Evans, se formou em direito e trabalha no próprio
escritório, pelo menos e o que diz para todo mundo. O escritório era do pai,
antes dele se tornar juiz. Ele chegou a morar aqui por um tempo durante a
faculdade, mas voltou antes de terminar o curso.
- Onde esse cara está agora?
- Mora na França, próximo a família da Selena.
- Descobriu algo sobre família dela?
- A família força a barra, sempre arruma uma maneira de coloca-los juntos,
mesmo antes do termino. Sempre pousaram como casal perfeito e feliz.
Pode ser por esse é o motivo que ela não quer ficar mais do que o fim
de semana.
- Se achar mais alguma coisa importante, me ligue.

68
Volto para área da piscina e Selena tinha parado de comer e estava
sentada com os pés dentro da piscina.
- Está tudo bem? – me aproximo. – Selena?
- Minha mãe tem o dom de estragar o meu bom humor.
- O que ela disse?
- Basicamente não se importa que eu tenha uma vida aqui. – ela continua
olhando para a agua. – Não tenho desculpas, o fim de semana terá eventos
nos quais terei que comparecer, sem contar que ela quer que eu troque a
passagem de domingo para terça.
- Eu já sei que não é isso quer, então já sabe o que vai fazer?
- Não sei, dois dias já vão ser um completo... inferno.
Me sento ao seu lado e a puxo para mim.
- Não é ficar lá que e o problema, então deve ser o acompanhante.
Ela deita a cabeça no meu peito, enquanto acaricio seu cabelo.
- Lembre-se e complicado, muito complicado. – ela coloca a mão sobre a
minha, depois que eu coloco a outra mão em sua perna. – Conheço a Aly
desde criança, estudávamos juntas e morávamos relativamente perto. Com o
passar do tempo ela passou a me acompanhar nos eventos da minha mãe.
Josh frequentava minha casa por causa da amizade de nossos pais, depois de
um tempo ele me chamou para sair e logo veio o pedido de namoro. Minha
família, especialmente minha mãe e avó ficaram muito felizes, e por um tempo
eu estava também.
Ela estava soluçando, minha blusa estava molhada por ela estar
chorando.
- Não consigo, Arthur.
- Está tudo bem, quando estiver pronta e quiser contar estarei aqui.
- E se eu nunca estiver?
- Conheço o que importa.
Depois que ela se acalmou, fomos para cozinha. Selena disse que
queria cozinhar, então ajudei picando as verduras para a salada enquanto ela
cuidava do resto.
Almoçamos na cozinha mesmo. E tivemos uma pequena discursão
sobre quem iria lavar a louça, mas conseguimos entrar em um acordo. Eu
cuidaria da louça e ela iria escolher o filme e pegar a sobremesa.
Passamos a tarde e o inicio da noite deitados no sofá em meio a filmes.
- Arthur. – estávamos no meio de jurassic world. – Preciso ir para casa.
- Não precisa, podemos passar a segunda toda bem do jeito que estamos.
- Você pode ficar, eu tenho que trabalhar.

69
- Eu sou o chefe, podemos faltar um dia. A empresa não sumir.
Mas ela não desistiu até eu leva-la para casa.
Quando voltei, reparei como a minha casa era grande e solitária. Então
peguei meu celular e enviei uma mensagem.
Arthur: Só tem uma hora, posso te buscar?
Selena: É claro que não.

Selena

Assim que destranco a porta encontro a televisão ligada e a Aly saindo


da cozinha.

- Você não iria voltar amanhã?

- Achei que estaria de bom humor depois de dormir com o chefinho. – fala
rindo.

- Estou de bom humor, só fiz uma pergunta.

- Esquece minha pessoa, quero saber tudo.

- Estou cansada, Aly.

- Ele te deixou cansada, isso é bastante interessante.

- Não foi nesse sentido Alyssa. Minha mãe me ligou, eu chorei na frente dele.

- Você o que? Espera quero saber tudo do início.

- Ele me chamou para jantar e como sabe eu aceite, conversamos, nos


beijamos e acabamos na cama.

70
- Simples assim?! – me puxa fazendo sentar ao lado dela. – Sel, você só beijou
dois caras, bom três contando o chefinho. E só dormiu com o Josh, então isso
não é simples.

- Você é louca.

- Mas estou falando a verdade. E como vai ser agora?

- Não tenho ideia. Eu não posso sair do emprego, mas já tinha pedido Arthur
para me liberar para o designer.

- Só você para dormir com o chefe e não sabe o que fazer.

- Você me conhece, Aly não sou de seguir impulsos como fiz ontem. – pego o
celular na bolsa assim que ele vibra. – Vamos falar sobre como irei sobreviver
ao fim de semana? – leio a mensagem.

- Você vai contar que não vai ficar até terça?

- Não, meu plano e sair de fininho. – respondo a mensagem de Arthur.

- Selena Laurent saindo de fininho, essa é nova.

- Não vou trocar trabalho por inferno.

Arthur: Tem certeza? Porque poderíamos estar repetindo a dose dessa


madrugada.

Selena: Por mais que a madruga tenha sido ótima, precisava voltar para a
minha casa. Mas não sabia que era um safado.

- Ele já está com saudade?

- Está na tão na cara? – olho para ela.

- Gosto de ver você feliz, Sel. E ele te deixou feliz.

71
Arthur: Sabe eu posso chegar em trinta minutos, assim teremos o resto da
noite e quem sabe uma manhã também.

Selena: Não acho que meu chefe iria gostar que eu faltasse, ele tem uma
reputação de ser mal humorado.

- O fim de semana vai ser daqueles. – ela se levanta. – Vai curtir seu chefinho,
durma bem.

- Boa noite Aly.

Nos duas vamos para os respectivos quartos, tomo um banho rápido e


me deito pegando o celular.

Arthur: Ele não vai se importar por que vai estar ocupado admirando a
secretaria gostosa que tem.

Selena: Arthur!

Arthur: Com vergonha? Porque estou falando a verdade, só de lembrar de


você sem roupa... digamos que vou passar a noite relembrando.

Selena: Tenta descansar, nos vemos amanhã senhor Collins.

Arthur: Boa noite Selena.

Perco a hora para acordar, mas pelo menos cheguei na hora. Ligo o
computador e vou a cozinha preparar o café. Ao voltar sinto uma mão em
minha cintura.

- Bom dia linda, estava com muita saudade. – me dá um beijo rápido.

72
- Bom dia, Arthur. – respiro fundo.

- Respirando fundo logo cedo, Selena?

- E você convencido assim logo cedo?

- Respondendo minha pergunta com outra? – leva uma mecha do meu cabelo
para atrás da orelha. – Mas sempre fui, agora vem comigo.

Antes de responder já estava sendo puxada para sala. A porta sendo


fechada e ele me levando para o sofá.

- O que tenho de importante hoje?

- Não pude olhar, já que um certo chefe me puxou para sua sala antes que
pudesse conferir.

- Você também não iria se segura no meu lugar. Porem foi a melhor recepção
de bom dia que eu tive, chegar e encontrar de costas mostrando a bela bunda,
não pude me conter.

- Espera você estava olhando minha bunda?

- O que? – tenta fazer uma cara de inocente. – Pensei nela a noite toda, ou
melhor desde que me deixou.

- Não te deixei, Arthur. Tenho uma casa na qual tinha que voltar.

- Isso não te impedia de ficar mais uma noite.

73
- E me explica como eu iria me arrumar para o trabalho, ou tomar banho sem
não tinha nenhuma roupa comigo.

- Simples. Poderia usar uma roupa se fosse o caso, mas passar o dia na cama
e a melhor opção.

- Você é um safado.

Ouço meu celular tocar na mesa, Arthur se levanta e pega antes que eu
pudesse ir.

- Sua mãe. – me entrega o celular.

- Não achei que iria falar com ela depois da nossa conversa de ontem.

- Atende, vou estar bem ali. – aponta para sua mesa.

- Então já resolveu?

- Oi mãe, bom dia.

- Selena Laurent, como assim não vai trocar a sua passagem. Seu aniversario
está chegando e vou fazer um jantar na segunda.

- Não quero jantar de aniversario mãe. – fecho os olhos e começo a massagear


minhas têmporas. – Eu falei ontem, não vou faltar no trabalho.

- Eu não sei porque você trabalha, tem e que voltar para casa onde é seu lugar.

- Estou bem aqui, mãe.

74
- Você vai estar nesse jantar, Selena. Agora fale com seu chefe e troque a
passagem, Josh sente sua falta.

- Estava demorando não é mesmo, mamãe. Nunca perde a chance de me


empurrar para ele.

Sinto o sofá afundando.

- Vou falar pela última vez, estará de no jantar e irá estar com Josh.

Tudo o que precisava no momento era uma enxaqueca.

- Vou ver o que posso fazer, tchau mãe.

Desligo antes de ouvir a resposta e jogo o celular no sofá no mesmo


tempo em que Arthur me faz deitar em seu ombro.

- E sempre assim, quando ela te liga? – fala contra meus cabelos.

- Na grande parte das vezes.

- Seu aniversário está chegando. – não foi uma pergunta.

- E na próxima semana, na quarta.

- Ela esta empurrando alguém para você?

- O cara quem eu te falei ontem.

- Já falei que posso... – o interrompo.

75
- Não. Sem jantar, estou indo por que... – paro de falar e penso um pouco. – Na
verdade não tenho ideia do porque estou indo.

- Podemos ir para minha casa, você não parece estar se sentindo bem.

- Não precisa, vou tomar um comprimido e trabalhar.

- A minha ideia é melhor, cancelamos qualquer compromisso e fugimos daqui.

- Não pode cancelar compromisso por minha causa.

- Claro que posso, afinal sou o chefe. Alem do mais a empresa aguenta eu ficar
longe um dia para passar com você.

- Obrigada. – abro os olhos e lhe dou um beijo no rosto, me levantado logo


depois. – Mas vou trabalhar, já volto com sua agenda.

- Mereço mais que esse beijo, não acha? – diz enquanto caminho até a porta.

- Obrigada por tudo.

Saio fechando a porta e indo para minha mesa fazer o meu trabalho.

76
Selena

O dia passou ligeiramente rápido, no final depois de conversar um pouco


mais com Arthur consegui convencer a não cancelar nenhum compromisso por
minha causa.

Durante o almoço ele falou que me pegaria em casa para sairmos.


Poucas horas depois, no meio da tarde ele me liberou. Bem depois de me ver
tomando o terceiro comprimido para enxaqueca.

- Você não deveria tomar mais comprimidos e um espaço tão curto de tempo.

- Vou ficar bem.

- Vai para casa, eu me viro o resto da tarde.

- Tem certeza.

- Claro que tenho, descansa um pouco. – me deu um beijo na testa e me


entregou minhas coisas. – Te vejo em algumas horas.

77
Pedi um Uber já que Aly tinha me deixado no trabalho. Assim que
cheguei em casa a única coisa que fiz foi me deitar na cama e dormir um
pouco.

Acordei com um leve tremor na cama seguido de um bip. Olhei a


notificação na tela do celular e vi que já passava das dezoito horas.

Arthur: Estou saindo da empresa, te pego em trinta minutos.

Selena: Está bem, até daqui a pouco.

Tomei um banho rápido e me troquei. Saindo do quarto logo em seguida


e encontrando Aly preparando um sanduiche na cozinha.

- Vai sair?

- Vou, Arthur já está chegando então vou esperar ele na portaria.

- Pelo visto o lance é sério.

- Não sei ainda, só sei que me sinto bem com ele.

- Isso é muito bom, divirta-se.

Quando cruzei as portas um cara se aproximou, e por um momento me


arrependi por não ficar do lado dentro.

- Selena Laurent.

- Eu te conheço?

78
- Tenho um recado para você.

Não me sentia segura, na verdade, estava com medo de sair pela porta
do meu apartamento. A sensação de saber que era observada é sufocante. Eu
estava me sentindo como se estivesse alguém apertando forte o meu pescoço
impedindo que o ar entrasse.

E o Arthur aparecer na mesma hora em que o cara segurou o meu braço


não ajudou em nada.

- Mas que está acontecendo aqui? – então olha para meu braço. - Solta o
braço dela.

Não demorou muito para que soltasse meu braço, mas não se afastou.
Nem mesmo quando Arthur passou a mão em minha cintura.

- Quem é você?

- Ninguém. Até mais, Selena.

O cara se vira e vai embora.

- Quem era ele, Selena?

- Eu... não conheço. – fecho os olhos e respiro fundo. – Ele é um amigo do


Josh.

Quando abri os olhos ele estava parado na minha frente, com as mãos
em meus ombros.

- E o que um amigo do seu ex-namorado poderia querer com você?

Não ia falar, Arthur não tinha que lidar com os meus problemas. Só eu
que tenho que lidar com eles.

- Eu não sei, você chegou um pouco depois dele.

- Então porque não para de tremer?

- Só me assustei com ele segurando o meu braço, vou ficar bem.

79
- Conversamos melhor na minha casa.

- Não, eu vou subir e você vai para sua casa.

- Selena...

- Agora não Arthur, vai para casa.

Tiro as mãos dele dos meus ombros e cruzo as portas indo para o
elevador. No momento em que sai do elevador meu celular estava tocando
sem parar.

Encostei a cabeça na porta no momento em que fechei a porta, e deixei


as lagrimas que estava segurando finalmente saírem.

- Mas já voltou... o que aconteceu?

- Aly...

Ela me puxou para o sofá e me fez deitar em seu colo e começou a


acariciar meu cabelo.

Aly deixou que eu chorasse, só depois de minutos começou a falar


comigo.

- Me conta, Sel.

- Eu...

- Respira bem devagar e depois fala.

Faço o que ela diz algumas vezes, antes de começar.

- Eu estava... bem fui esperar o Arthur na portaria, já que ele estava chegando.
Foi quando um cara se aproximou e disse que tinha um recado para mim.

- Quem era?

- Não faço ideia, mas aí ele falou “Faltam quatro dias para o melhor fim de
semana de nossas vidas.”

80
Respirei fundo mais uma vez e continuei.

- Assim que ele começou a falar eu já tinha me tocado que era do Josh o
recado. O Arthur já estava do meu lado segurando minha cintura, eu estava me
segurando para não chorar. Então simplesmente foi embora, e como não
queria responder as perguntas voltei para cá.

- Se esse cara apareceu e por que Josh estava te vigiando.

- Foi o que pensei.

- E o que vai fazer, porque uma hora Arthur vai querer saber de tudo.

- Ele sabe.

- Como? Eu ouvi direito?

- Mas não contei tudo, só que Josh é meu ex-namorado, e que nosso namoro
foi incentivado pelas nossas famílias.

- Então contou a parte florida da situação.

- Ele não vai saber da parte negra. – abro os olhos e me sento. – Vou me
deitar, não estou me sentido muito bem.

- Precisa de alguma coisa?

- Só que o fim de semana passe o mais rápido possível.

Largo a bolsa na cama e vou para o banho. Depois de quase meia hora
embaixo do chuveiro. Fazer isso sempre me ajudava a me acalmar.

Quando me deitei na cama e peguei o celular, tinha várias ligações


perdidas e quatro mensagens todo era o Arthur.

Arthur: Selena, fala comigo.

Arthur: Me responde.

81
Arthur: Não vou desistir de falar com você.

Arthur: Porra Selena. Me responde caramba, estou preocupado com


você.

Leio cada uma delas e respondo.

Selena: Estou bem, Arthur. Nós falamos amanhã.

Coloco o celular em modo avião e conecto ao carregado e me viro para


o lado para dormir.

Acordei no meio da noite, e depois de virar de um lado para o outro por


algum tempo, resolvo tirar o celular do modo avião e recebi duas mensagens a
primeira do Arthur e a segunda era de um numero desconhecido.

Arthur: Está bem mesmo? Conversa comigo para que eu possa te


ajudar.

Não respondo e vou para a outra.

Número desconhecido: Achou mesmo que não iria descobrir seu


casinho? Vamos resolver no final de semana. Fique longe dele, mas se acha
que isso vai interferir nos planos está enganada. Irei te buscar no aeroporto.
Até sexta Mon amour.*

Não respondi por que era o Josh, só apaguei. Não consegui mais dormir,
e nesse meio tempo fiquei assistindo vídeos no Youtube.

Quando o dia clareou e o despertador tocou me arrumei. Parei em no


Starbucks e pedi um café mocha.

Assim que cheguei no meu andar e confiro a agenda do dia. E quando


vejo que a reunião ocupava toda manhã e agradeci, e comecei a fazer meu
trabalho.

Deixei todos os papei que precisavam de assinatura na mesa dele, como


não havia nada mais a ser feito, decido ir para joalheria já que não estou com
fome. Mas quando me levanto vejo Arthur saindo do elevador e volto a me
sentar.

82
- Como você está?

- Boa tarde senhor Collins. Há papeis para serem assinados já estão na sua
mesa. – falei sem olhar em seus olhos.

- Vem, vamos conversar na minha sala.

Mesmo sabendo que não era sobre minha conduta profissional o segui
para dentro de seu escritório.

- Tem algo acontecendo, por que voltei a ser chamado pelo sobrenome?

- Isso não vai dar certo, Arthur. Então por que deveríamos insistir?

- Sua decisão tem a ver com aquele cara não é, o amigo do seu ex-namorado.
Seja o que for que está acontecendo temos que conversar.

- A decisão... a decisão é minha.

- Agora disso isso olhando nos meus olhos.

- Arthur tem muita coisa acontecendo, não posso ficar com você.

- Pode não querer me contar, mas não pode me pedir para desistir de você.

- Mal me conhece.

- Não vou desistir. Pode ir para joalheria.

Ele foi para sua mesa e eu sai da sala peguei minha bolsa e desci para
joalheira.

83
Arthur

Algumas horas antes...

Estou a horas tentando falar com ela e nada, sem retorno de nenhuma
das ligações e nem respostar para as mensagens.

Já tinha pedido até mesmo ao Allan para ver o que descobria sobre o
cara a partir das imagens de segurança do prédio dela.

- Allan, tem alguma novidade?

- Estou fazendo o que posso, mas não tem nada. E como se o cara das
imagens não existisse.

- Verifica se tem há algum apartamento no prédio dela e mande um de seus


funcionários se mude para o prédio dela quero saber quem vai atrás dela.

- Pode considerar feito.

Desligo, me troco e vou para academia.

84
Já estava a quase uma hora e meia socando o saco de areia quando
ouço meu irmão.

- Acho que seu oponente ai desistiu faz tempo.

- O que você quer, Pietro?

- Estou te ligando um tempão e nada de você atender, está acontecendo


alguma coisa.

- O que você quer Pietro?

- Estou te ligando um tempão e nada de você atender, está acontecendo


alguma coisa.

Segurei o saco e soltei um suspiro.

- Não sei o que fazer, não tiro a Selena da cabeça e só piorou desde que a
gente se beijou e dormiu juntos.

- Quando foi isso mano... Pera aí o cara que tem uma regra de nuca pegar
funcionária está pegando a secretaria gostosa?

Me afasto do saco de areia, tiro as luvas indo em sua direção.

- Se você falar isso de novo vou esquecer que é meu irmão na minha frente.

- Calma, mas se o problema é esse porque não assume relacionamento com


ela?

- Não é tão fácil, tem alguma coisa acontecendo e ela mão conta. Já coloquei o
Allan para investigar o ex-namorado dela, mas não deu em nada.

- Espera, trocou a garota da festa na França pela Selena?

Olho para meu irmão e digo.

- Selena é a garota da festa.

E começo a contar o que aconteceu na festa há quatro meses.

85
- Me diz mais uma vez porque você tem que ir nessa festa? – Pietro perguntou.

- Eliza me fez prometer, e não queremos aparecer nossa irmã brava.

- Não queremos mesmo, mas se ela queria tanto alguém na festa, porque não
veio?

- Não vou ficara muito tempo, e te encontro na boate em duas horas no


máximo.

- Ela tinha uma viagem importante para atender um cliente. Vou entregar o
presente, cumprimentar algumas pessoas e vou sair assim que tiver uma
brecha.

- E o que vai levar?

- Eliza mandou o presente.

Uma hora depois o taxi estaciona em frente a mansão dos Laurent. E


entro na festa, caminhando até os donos da casa.

- Senhor e senhora Laurent. Parabéns pelos 50 anos de casados.

- Você é um dos filhos de Ricardo e Laura, estou certo? – o senhor Laurent


pergunta.

- Sim, Arthur muito prazer.

- Prazer em conhece-lo e aproveite a festa. Agora se nós da licença.

- Claro.

Assim que o garçom passou peguei uma das taças de Champagne.

- Arthur?

- Alex, quanto tempo.

- A vida está muito corrida.

86
- Sei exatamente como é. Como Clara está?

- Está bem ali. – e apontou para ela, que estava junto com outras mulheres.

Continuamos a conversa durante um tempo, Alex era um amigo da


faculdade de administração, que assim como eu herdou o negocio da família.
Ele tinha se casado a dois anos com a Clara, sua namorada desde o último
ano do curso.

Os fotógrafos da fez se aglomeraram no pé da escada, quando me virei,


deparei com a mulher mais linda que tinha visto na vida em um vestido preto
colado ao corpo. Chegando no final da escada, um cara a puxou em um beijo e
vários flash começaram a disparar.

- Ela é linda. – digo baixo.

- Se chama Selena e neta da senhora Laurent e cara com ela é um amigo da


família. – Clara apareceu ao nosso lado. – Estranho achei que não estavam
mais juntos.

Ela não parecia muito feliz quando conseguiu se afastar. Na verdade, vi


infelicidade e perdida, bem diferente do cara que não parava de sorrir e de
exibir ela.

- Já vou indo, mas foi um prazer rever vocês. Quando forem a Chicago me
avisem.

Nos despedimos e combinamos de nos vermos em sua próxima visita.

Encontrei com o Pietro na boate, e contei sobre a garota sem contar o


seu nome. Meu irmão riu até não aguentar mais, disse que deveria ter ido a tal
festa só para ver minha cara.

- Isso só pode ser brincadeira.

- Não é.

- Por isso você não me queria perto dela.

- Mas é claro. Eu conheço o irmão que tenho, você não desiste.

87
- Admito que a chamei para sair, mas depois de tantas recusas eu já havia
desistido.

Conto para ele tudo o que já sabia e o fato do Allan não achar nada.

- O que você vai fazer? como você mesmo falou está na cara que tem alguma
coisa que está rolando.

- Falei com o Allan a pouco, mandei ele por um cara morando no prédio dela.

- Por que?

- Cheguei para pega-la e tinha um cara segurando-a. Quando perguntei quem


era ele só falou que não era ninguém, ela insistiu que estava bem e me
mandou embora.

- Agora do que vai adiantar um segurança no prédio se ela vai estar com a
família no fim de semana com a família que provavelmente irá empurrá-la para
o ex.

- Nem me lembre dessa viagem. Ela não estava muito animada, na verdade
disse que por mais que ame sua cidade, ir para casa e sempre um inferno.

- E o fim de semana dela vai ser... no mínimo torturante.

Conversamos por mais tempo até ele dizer que tinha um compromisso.
E eu precisava de um banho e dormir. Porem só peguei no sono depois das
três da manhã.

Acordei atrasado para reunião a qual não tinha animo nenhum para
participar. Durante a reunião estava distraído, nem sei ao certo que disse
durante as horas em que fiquei lá.

Depois de conversar com Selena e a dispensar para joalheria. Não


estava com cabeça para trabalhar, e em meio ao silencio ouço um toque na
porta.

- Entra.

- Acho que tive uma ideia que pode ajudar.

88
- O que Pietro?

- Allan não tem conseguido nada aqui, porque não manda ele para França
fazer a investigação. O cara não está morando lá? Vai ser mais fácil para
investigar.

- Hummm, não é uma má ideia.

- Disponha. Agora vou indo.

Sentado no sofá, ainda pensado na ideia que Pietro me deu decido.

Arthur: Allan pegue o próximo voo para França, investigue lá.

Dez minutos depois.

Allan: Meu voo sai amanhã. Quanto ao cara pela descrição ele e
funcionário do Josh, está aqui para vigiar a Selena, desde que ele voltou
para Nice depois de se formar.

Arthur: Quando o segurança se muda para o prédio dela.

Allan: Amanhã, ele acabou de assinar os papeis.

Selena

Mais um dia na empresa. Os últimos dias tem sido longo demais, e já


não aguentava mais como estava tratando o Arthur. Sempre que ele se
aproximava eu tentava ao máximo ser profissional.

Estava passando pela recepção quando Natalie me chamou.

89
- Selena deixaram esse envelope para você.

- Obrigada Natalie.

Pego e vou para o elevador, mas antes das portas fecharem Arthur entra
e se aproxima.

- Está linda hoje.

- Obrigada.

O elevador começou a subir, foi quando chegou a decimo andar as luzes


se apagaram e o elevador parou junto.

Nunca gostei de elevador, ainda mais em situações assim. Seguro a


mão de Arthur.

- Tem medo Selena? - diz rindo.

- Não tem graça, morro de medo de ficar presa.

- Não precisa ficar com medo, estou aqui. - diz e me abraça enquanto ligava
para segurança. - O que ouve com o elevador?... Quanto tempo?... Faça o
possível para não demorar.

- E então estamos presos?

- Tem a boa e a má noticia, qual você quer primeiro?

- A má.

- Sim estamos presos pelo menos por meia hora, houve um blecaute na
cidade.

- Está brincando, meia hora? - desfaço do abraço e me sento no chão. - E qual


é a boa?

90
- Estamos juntos.

Acabamos rindo e ele se senta ao meu lado.

- Como você está?

- Bom minha mãe não aceita que não quero jantar de aniversário, minha avó
está empurrando o Josh para cima de mim como sempre e para completar ele
vai me buscar no aeroporto.

- Você tem mesmo que ir?

- Sim, sinto a falta do meu avó.

- Você não fala do seu pai, tem algum motivo?

- Não há motivo nem me lembro dele, o que eu sei e o mãe dele minha avó me
contou quando ia ao Brasil.

- Você e meia brasileira? - Assenti. - Bom isso explica suas curvas


maravilhosas.

- Você não presta Arthur.

- Sabemos disso, ou seja, não é uma novidade. Agora vem cá.

Me puxa para o seu colo.

- Arthur.

- O que? - fala com a maior cara de pau.

- Achei que tinha dito que não podemos.

91
- Não você falou.

- Golpe baixo Arthur... Muito baixo. - ele começa a distribuir beijos pelo meu
pescoço.

- Shhh, vamos aproveitar enquanto que não tem luz.

Ele toma minha boca de forma rude, como se dependesse do meu beijo para
viver.

- O que está fazendo...? - pergunto enquanto seguro a mão que tenta invadir
minha calcinha.

- Te mostrando que não vou desistir Sel. - murmura quase como um sussurro
antes de apertar minha bunda com a mão livre.

Arthur

Selena não consegue conter os gemidos, quando volto a movimentar


meus lábios contra sua boca. Logo ela se entrega, com uma mão puxa meus
cabelos enquanto a outra está no meu peito e começa a dar pequenas
reboladas.

Uso o polegar para acariciar sua boceta por cima da calcinha que está
ficando molhada de excitação, logo seus gemidos aumentam em minha boca.

- O que... o que estamos fazendo...? - pergunta ofegante.

- Como eu queria te comer aqui, mas não vou correr o risco de alguém te ver
sem roupa além de mim. - digo em um segundo entre o beijo.

92
Ela não responde, só me encara e tentando recuperar o folego. Não
demoro e volto a beija-la. Ela volta a rebolar, solta meu cabelo e segura meu
braço com força. Deixo seus lábios e esfrego minha barba em seu pescoço e
ela tira a mão do pescoço e volta a segurar com força meus cabelos enquanto
joga a cabeça para trás gemendo enquanto minha boca chupa seu pescoço em
várias partes.

E então, a luz volta e o elevador volta a subir.

- Acho... acho melhor eu levantar.

- Desde que você fique na minha frente. - Ela me encara então esclareço.- Não
acho que irá pegar bem o chefe com uma baita ereção deixando o elevador
com a secretaria gostosa, que no momento está com os lábios inchados e tão
excitada quanto eu.

Ela me dá um tapa e se levanta, enquanto eu caio na risada.

- Você não presta. Além do mais o seu andar só tem nós dois.- Diz e começa a
rir enquanto ajeita o vestido e eu me levanto e ajeito minha ereção dentro da
calça.

- Vai falar que não gosta do meu jeito.

As portas se abrem e então me abaixo e pego sua bolsa e um envelope


e lhe entrego.

- Obrigada.

Coloco a mão na base da sua coluna e a conduzo para fora do elevador,


até a sua mesa.

93
Então ela abre a bolsa e pega o celular e atende.

- Oi Aly... não fiz as malas ainda... eu sei... prometo que farei hoje... vai para
onde?... Madison?... volta quando?... está bem... vou me cuidar... pode deixar...
beijos.

- Não acabamos o que começou no elevador, e pelo que parece que vai está
sozinha vou levar para minha casa.

- Arthur preciso arrumar mala viajo amanhã se você não se lembra.

- Mais um motivo, não vou ver você, e você...

- Eu vou ter um fim de semana daqueles.

- E isso.

- Está bem mas preciso voltar cedo para arrumar a mala.

- Não você vai dormir na minha casa, vamos até sua casa e eu espero você
arrumar a mala.

- Para mim tudo bem.

- Achei que iria ter que fazer chantagem ou algo do tipo.

Ela me dá um beijo no rosto.

- Vou trabalhar quando quiser ir me avisa.

94
Selena

O dia foi extremamente corrido. Mal tive como sair para almoçar, foram
relatórios atrás de relatórios e entres Eliza queria duas peças para uma cliente
antiga da empresa.

Faltando meia hora para o fim do meu expediente de trabalho, e como


Arthur já havia dito que iria embora no mesmo horário que eu, aproveitei a folga
para pegar o envelope.

Se comporte, posso não estar por perto. Porem sei onde está
trabalhando.

Fico parada, sem reação. Só reparo que Arthur está me chamando


quando ele coloca a mão no meu ombro.

- Selena, você está bem?

- Estou... estou bem, Arthur. – dobro o papel.

95
- É está na cara que é mentira.

Então ele pega o papel da minha mão e o lê, logo em seguida se abaixa
segurando minhas mãos.

- Vamos passar na sua casa pegar suas coisas e vamos para minha casa. – dá
um beijo em minha testa. – Como eu queria que você não entrasse no avião
amanhã.

- Somos dois, mas eu preciso ir.

Ele se afasta e volta com um copo de água, depois vai até o escritório.
Meu celular vibra em cima da mesa, mas nem olho, só encaro o copo em
minha mão.

Quando voltou e juntou as minhas coisas e pegou o meu celular.

- Ao que parece você tem uma mensagem e por ser numero privado imagino
que seja dele. Não vou pedir desculpa por ler.

Então me entrega.

Número privado: Espero que tenha entendido o recado. Não gosto de


dividir e você sabe muito bem disso, Selena.

- Vamos a polícia, Selena.

- Não vai adiantar ele não me manda mensagem se não for celular descartável.
- Arthur me olha como se tivesse perguntando como eu sei.- Já tentei
denunciar, a polícia disse que não tinha como ter certeza que era ele pois o
celular era pré-pago, não conseguiram rastrear.

- Vem vamos arrumar essa mala, antes que eu resolva te sequestrar.

O caminho até minha casa foi feito e um silencio mortal. Pode ver como
Arthur segurava o volante com tanta força e os nos dos dedos estavam
brancos, e seu olhar monstra que estava em seu próprio mundo.

96
Eu não sabia o que fazer ou o que dizer então virei para janela, mas
estava olhando de verdade para paisagem, na verdade estava pensado em
como iria escapar dele durante o fim de semana.

Então peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha avó
sabia que apesar da diferença de fuso, mas sabia que iria me responder assim
que pudesse.

Selena: Oi vó, estou com saudades.

A resposta veio em pouco depois.

Vovó: Querida, como você está?

Selena: Fim de semana em casa.

Vovó: Não quer vim para cá? Isso não é jeito de passar o aniversário.

Selena: Queria muito, mas não foi só por saudade que enviei a
mensagem. Minha tia ainda está em Paris?

Vovó: Sim, no hotel de sempre. Vou avisar que pode ter companhia
no fim de semana.

Selena: Obrigada.

Estava tão focada nas mensagens que não reparei que já estávamos
parados na frente do meu prédio.

- Você está bem?

- Não. Você vai passar o fim de semana com ele.

97
- Não vou estar com ele, Arthur.

- Sua família vai empurrar ele para cima de você. Não vai?

Suspirei e disse.

- Provavelmente. - abri a porta. - Vem Arthur. Quanto mais cedo terminar mais
rápido vamos ficar juntos na sua casa.

Tínhamos acabado de chegar na casa do Arthur. Ele foi deixar minha


bolsa no seu quarto, e eu estava na sala. Aproveitei para avisar a Aly que não
estaria em casa.

Selena: Caso ligue em casa não se preocupe, vou dormir na casa do


Arthur.

Ainda estava esperando a resposta quando Arthur voltou.

- O que quer comer?

- Pode escolher, não estou com muita fome.

- Esperando alguma ligação?

Olho para o celular na minha mão.

- Não, estava avisando Aly que não vou estar em casa.

- Vou pedir uma pizza e assistimos um filme. Tem algum sabor preferido?

- Por mim tudo bem. Gosto de muçarela e pepperoni.

Ele diz que vai fazer o pedido e que depois vai tomar banho, mas que o
dinheiro está na mesa e que o entregador vai vim até aqui.

Alyssa: Tenho a impressão de que aconteceu alguma coisa, então me


fala.
98
Selena: Recebi outro envelope e abri no trabalho. Arthur leu e queria
ir na polícia.

Alyssa: A intenção é boa, pena que sabemos que não dá em nada.


Mas pelo menos vai estar segura no castelo.

Selena: Sabe eu gosto dele.

Alyssa: uallll grandes revelações nesta noite.

Selena: Palhaça, mas falando o Josh mandou avisar que vai estar no
aeroporto.

Ao ouvir a campainha pego o dinheiro na mesa e vou até a porta. Ao


abrir, não encontro com o entregador e sim com uma mulher que no mesmo
instante desfaz o sorriso que estampava seu rosto.

- Quem é você? - ela pergunta.

- Selena, precisa de alguma coisa?

- Sim, estou procurando o meu namorado, ele mora aqui.

Quando ela falou namorada meu coração ficou pesado e parecia que
estava sendo arrancado do meu peito, eu queria chorar? Claro, mas não iria
chorar, uma coisa que minha avó havia me ensinado era ser forte sempre que
eu conseguisse.

- Vou chamar ele para você.

- Avise que vou estar na varanda.

- Esta bem.

Soltei a porta e fui até o quarto. Arthur estava vestindo a blusa.

99
- A pizza chegou?

- Não, foi sua namorada que está te esperando na varanda.

- Namorada? Selena não tenho nam...

- Vai ela está esperando. De qualquer forma Aly quer falar comigo e não para
de ligar então... só vai.

- Não vou demorar.

Ele me dá um beijo na testa e sai do quarto. Depois de andar de um lado


para o outro decide tentar falar com a Aly, precisava conversar com alguém.

- Aly.

- Desculpa não responder, mas tenho alguns minutos estão retocando a


maquiagem. Então o babaca vai estar no aeroporto?

- Sim, mas não liguei para falar sobre isso. A namorada do Arthur acabou de
aparecer.

- Pera aí. Como assim? E onde você está?

- No quarto dele, vou chamar o Uber e ir para casa. De complicação e drama já


basta a minha vida, não preciso acrescentar mais um problema.

- Mas que droga Sel, ainda não terminei as fotos, mas posso ir embora se
quiser.

- Ficou louca? Termine essas fotos eu vou para casa.

100
- Tem certeza?

- Aly, vou ficar bem na companhia de um pote de sorvete, fica tranquila.

- Se você sabe se precisar me liga, até amanhã.

- Até.

Encerrei a ligação, peguei minha bolsa e sai do quarto. Ao chegar na


sala e ver através das portas de vidro, os dois estavam lá em uma discussão,
mas ela podia me ver parada ali.

- Amanda, não temos mais nada.

- Claro que temos, você só está encantado por essa aí. - disse apontando para
mim.

Então Arthur se virou, veio até mim foi quando notou a bolsa em minha
mão.

- Onde você vai?

- Vou para casa.

- Não vai, não.

- Deixa ela ir, amorzinho.

Ele continuou olhando para mim e grita.

- Cala a porra da boca. – tenta pegar a minha bolsa, mas eu puxo de sua mão.
-Você fica Selena.

101
- Não acho que seja uma boa ideia.

- Me espera no quarto, por favor. Vou resolver isso e te encontro lá.

- Está bem, Arthur.

Enquanto volto para o quarto ouço a porta da frente sendo fechada.


Depois de vinte minutos já estava cansada de esperar, não aguentava mais
ficar sem fazer nada então resolvi tomar um banho.

Uma hora depois, em meio a tanto silencio decido sair do quarto. Como
não encontro nenhum dos dois pela casa e nem na porta da frente, pego o
celular e chamo um Uber.

Escrevo um recado e deixo em cima da cama. Pego a chave que vi em


cima da mesa perto da porta, tranco e deixo com o porteiro. Entro no carro e
vou para casa.

102
Arthur

Mas que porra a Amanda está fazendo aqui.

Selena ficou estranha, e não posso culpa-la. Mas não demonstrar


nenhuma reação sobre uma suposta namorada batendo na minha porta, isso
me preocupou ainda mais depois do dia cheio que teve.

Vou até a varanda onde Amanda está sentada como se fosse dona da
casa.

- O que você está fazendo aqui, Amanda?

- Você não me procurou, então vim eu te procurar.

- Não tenho motivo para te procurar e achei que tinha deixado claro quando
proibi sua entrada na empresa.

- E por causa daquela mulherzinha que abriu a porta?

- Olha como você fala dela, mas o que quero agora e você fora daqui.

- Está me trocando por ela?

- Não, até porque não estamos juntos. Agora fora.

103
A acompanhei até a portaria. Amanda não parou de reclamar ou de falar
que me amava.

Não pude impedir ela de andar de costas para rua, avisei que não era
uma boa ideia, mas não consegui chegar antes que fosse atropelada.

Agora estou no hospital há duas horas, não conseguia falar em casa e o


idiota aqui não estava com o celular. Se a Selena não ficasse zangada seria
um milagre.

Estava sentado só esperando para saber se Amanda corria algum risco


para voltar para casa.

- Senhor Collins? – o medico se aproximar e me levanto.

- Ela está bem?

- Já está consciente, se quiser visita-la.

- Não só fiquei para saber se ela estava bem.

Saí do hospital e fiz sinal para um taxi e dei meu endereço. Quando
chegamos pedi que esperasse um pouco e peguei o dinheiro.

- Selena?!... Desculpa Sel, fui até a portaria e...

Quando entrei no quarto estava vazio. Olhei no banheiro e nada, foi aí


que reparei a bolsa dela também havia sumido. Ao sentei na cama notei um
papel dobrado.

Fiz o que você me pediu, mas cansei de esperar.


Vejo você na empresa senhor Collins.

- Porra!!!

Nas três primeiras ligações o celular estava desligado, quando liguei na


quarta vez que liguei chamou até cair na caixa postal.

- Selena, sei que você deixou cair na caixa postal, atende vamos conversar, me
deixa explicar o que aconteceu...

104
Arthur: Vamos conversar, por favor.

Cinco minutos depois.

Arthur: Eu posso explicar.

Dez minutos depois.

Arthur: Por favor, me deixa explicar.

Depois de quarenta minutos desiste de tentar fazer ela falar comigo,


peguei as chaves e fui para seu apartamento.

Selena

Quando sai do condomínio já estava anoitecendo para casa, não era


uma boa ideia, já que seria o primeiro lugar que ele iria me procurar. Então pedi
para o motorista para me deixar no Millennium Park.

Ao sair do carro parecia que a temperatura parecia ter caído uns dez
graus. É claro que o fato de estarmos no meio da estação de outono tinha
muito a ver com isso.

Caminhei pelo parque até a fonte, desliguei o celular e fiquei lá um bom


tempo sentada enquanto sentia o ar gelado em minha pele. Só quando os
chuviscos se transforam na forte tempestade me levantei para ir embora.

Enquanto atravessava o parque em direção ao único lugar que eu podia


ir, entrei no prédio há algumas ruas do parque.

- Oi Steve.

- Sel? Está tudo bem? Entre vamos tirar essa roupa molhada.

105
Fiz que não enquanto ele me puxava para dentro de seu apartamento.
Além de Aly, Steve era o único que sabia o que tinha acontecido no meu
passado.

- Minha vida está uma bagunça Steve, muito mais do que ela já era.

Ele me entregou roupas e toalhas e empurrou para o banheiro. Depois


de trocar de roupa, me juntei a ele no sofá.

- O que aconteceu? – me passou uma xicara de chá, que comecei a tomar.

- Me envolvi com meu chefe... e ele tem namorada.

- Ah Sel.

- E quer saber o pior. Acho que eu gosto dele de verdade.

- Já sei o que você precisa... - me puxou em um abraço.

- De trocar de emprego ou talvez de cidade?

- Não boba, sorvete e uma sessão de filmes.

Se levantou foi até a cozinha e voltou com sorvete. Religuei o celular


incontáveis chamadas e mensagens dele, não tive coragem de atender ou de
ler nenhuma.

Passei a noite entre sorvete e lagrimas e com Steve tentando me


animar, mas nada que ele fazia me alegrava.

Quando acordei meu corpo inteiro estava doendo era tudo o que eu
precisava ficar doente. Fiquei feliz por ter me lembrado de colocar as roupas na
secadora, ou não teria roupa para trabalhar.

Sai do quarto já pronta para o trabalho depois de muito corretivo, por


não ter dormido muito bem. Steve estava na cozinha arrumando o café.

- Bom dia Steve.

- Bom dia... meu Deus você está péssima.

106
- Obrigada pela sinceridade. - me sentei. - Tem algum remédio para dor?

- Tem. Vou pegar, fiz café e pela sua cara você não dormiu quase nada.

Tentei sorrir, mas só conseguia pensar em como minha vida tinha virado
uma bagunça maior do que já era em apenas alguns meses.

- Posso deixar você no trabalho.

- Não precisa, vou em casa antes.

- Tem certeza está chovendo e não está com cara que irá parar tão cedo.

- Você sabe se há previsão de tempestade?

- Fim da tarde.

- Pelo menos uma boa noticia nessa bagunça.

- Seu voo era a tarde, não é?

- Sim, mas com tempestade vão ter que adiar.

Steve me deixou em casa e chuva só havia piorado. Alyssa não deu


trégua do momento em que passei pela porta, ao que parece Arthur não só
havia passado ali, como tinha ligado varias vezes durante a noite.

- Aly sem interrogatório, não estou me sentindo bem.

Meu celular não parava de tocar.

- Você não vai atender Sel?

- Se quer tanto saber o que ele quer tome atenda você. – lhe entreguei o
telefone e fui para o meu quarto pegar o computador.

107
Arthur

Ontem passei no apartamento conversei com Alyssa, mas nem ela


conseguia falar e o porteiro me garantir que Selena não estava, rodei por mais
um tempo a procurando, mas nada. Era como se tivesse sumido do mundo.

Ela não dava sinal de vida. Não consegui dormir pensado nela e em
como deveria estar. Para completar o dia tinha começado com uma chuva que
só havia piorado.

- Porra!!

Tentei falar com ela, mas só atendeu na sexta tentativa.

- Selena, me descu...

- Não é a Selena.

- Alyssa?

- Ela apareceu.

- Está bem?

- Ela chegou, não respondeu nenhuma pergunta e entregou o celular.

- Passa o celular para ela, Alyssa, preciso explicar o que aconteceu.

- Olha ela não precisa de mais problema, Arthur, acho melhor dar um espaço.

- Preciso contar, depois se ela quiser eu me afasto.

- O que você quer com ela de verdade?

- Alyssa eu... eu...

- Você gosta dela?

- Eu a amo Alyssa.

108
Então ouvi bem de longe a voz dela. "avise seu amigo que não irei
trabalhar."

- Porque ela não vai trabalhar?

- Ela não está se sentindo bem, mas vou ver o que posso fazer para te ajudar...
Sel? Droga preciso ir.

Não consegui perguntar o que tinha acontecido, quando notei ela já tinha
encerrado a ligação.

Arthur: Pietro, cuide da empresa vou resolver uns problemas.

Dois minutos depois.

Pietro: Seja o que for resolve rápido.

Peguei minhas chaves e fui em direção ao apartamento dela.

Selena

Sai da cozinha logo que ouvi ela falando que iria ver o que podia fazer.
Aly não ia me convencer de falar com ele.

- Não quero ouvir o que ele tem para falar Alyssa.

- Odeio quando me chama de Alyssa, mas ele te ama Sel.

- Não quero saber.- falei fechando os olhos e massageando as laterais da


cabeça.

- Escuta o que ele tem para di...

- Não Alyssa, não agora.

109
Não queria conversar. Voltei para meu quarto, meu corpo ainda doía
então tomei um remédio mais forte e acabei dormindo.

Senti uma mão afastando meus cabelos do meu rosto. Abri os olhos
ainda meio sonolenta talvez não só pela noite sem dormir, mas também pelo
remédio e foi quando eu o vi sentado do meu lado.

- Arthur...

110
Arthur

Cheguei ao prédio e precisei de muita conversa para convencer a Alyssa


a me deixar subir. No momento em que sai do elevador, a Aly que estava
parada na porta, me avisou que Selena estava dormindo.

Passei o dia ali, conversando. Alyssa acabou se tornando uma boa


amiga nas ultimas horas. Nos estávamos revezando, sempre verificando se ela
estava melhor. Já estava ficando tarde, e depois de varias tentativas de
acorda-la, mas nada. Preocupada com o voo delas, acabou cedendo e pedindo
minha ajuda.

Meu lado egoísta não queria acorda-la, parecia um anjo dormindo. Ver
seu rosto sereno que agora tinha alguns cachos em cima dele, mais uma vez
não resisti em tira-los de seu rosto e foi quando seus olhos abriram um pouco e
quando me viu falou meu nome com voz de sono.

- Oi.

Ela se sentou tão rapidamente parecia querer maior distância possível


de mim, não me senti bem com isso, era ela que eu queria.

- Arthur... O que você faz... no meu quarto? - perguntou parecendo não


acreditar no que via.

111
- Selena... - estiquei a mão para toca-la, ela puxou as pernas para junto de seu
corpo fugindo do meu toque. - Não irei te tocar se você, se é isso que deseja,
mas quero que me escute.

- O que faz no meu quarto Arthur?

- Vim conversar e quando cheguei você estava dormindo então esperar foi o
único jeito que encontrei, já que atendia minhas ligações e nem respondia
minhas mensagens.

- Você não devia estar aqui. - falou com rispidez. - Devia estar com sua
namorada.

- Porra, Selena. Eu não tenho namorada.

- Não sei se consigo acreditar em você.

- Nunca iria trair sua confiança, tem que saber disso.

Ela não olhava em meus olhos, mas notei que algumas lagrimas caiam
em seu rosto e meu coração doeu.

- Doí Arthur... – segurava a mão em cima do peito com bastante força. - E você
não tem ideia do quanto de dor eu estou sentindo.

- Eu posso ajudar a fazer essa dor passar Selena... me deixa te ajudar.

Me aproximei e a puxei pela cintura e colei nossos lábios. A beijei com


avidez, minha língua entrou em sua boca enquanto a puxava para meu colo,
suguei sua língua, circulei meus braços em sua cintura e a profundei o beijo
não sei quanto tempo se passou até ela se afastar. Ela olhou para o relógio ao
lado da cama, e se levantou.

- Quer mais alguma coisa? – sua voz foi ríspida.

- Só me ouça, sei que você está magoada...

Ela estava de costas e então levantei e fiquei atrás dela.

- Exatamente, eu estou mais que magoada e não sei o que fazer, ou o que
pensar. Mas vai em frente fala o que tem para falar.

112
A respiração dela ainda estava irregular voltou a acelerar quando me
aproximei, talvez eu ainda tivesse alguma chance com ela afinal.

- Ela e eu chegamos a namorar, não estamos mais juntos, terminei meses


atrás. E você ouviu a conversa.

- Como assim?

- Teve um dia, ela tentou entrar na minha casa. Tive que proibir a entrada dela
no prédio da empresa. Naquele dia, já fazia duas semanas que tinha
terminando.

A agarrei com vontade, pressionando ela entre a parede e eu, voltei a


beija-la de forma intensa, mas ao mesmo tempo vagarosa, sua língua
acompanhava a minha em um novo ritmo então ela passou os braços envolta
do meu pescoço e eu levantei suas pernas para que ela pudesse prendê-las
em minha cintura, eu sabia que ela podia sentir o quão duro eu estava.

Mordi seu lábio inferior, gemi seu nome entre o beijo, eu sabia que ela
estava tão excitada quanto eu. Sua respiração estava ofegante e então ela
começou a gemer meu nome enquanto chupava seu pescoço que ficou
vermelho naquele ponto. Estávamos ofegantes quando parei e descansei
minha testa na sua.

- Mas você tem que saber... que eu nunca senti por ela o que sinto por você,
eu... – ela tampou a minha boca.

- Mudei de ideia... conversamos quando eu voltar.

- Selena...

- Não por favor, agora não.

- Selena?!

- Só... sai do meu quarto.

Selena entrou no banheiro e eu fui embora.

113
Alyssa

Arthur saiu do quarto e não estava com a cara igualzinho do cachorro


que caiu da mudança.

- Conseguiu?

- Ela não quis me ouvir, mas disse que conversamos quando voltar.

- Ela precisa de tempo e muito para absorver.

- Você tem razão. Será que você fazer um favor?

- Fala.

- Me conte como está a viagem e se tiver algum problema e só me avisar, você


tem meu número.

- Pode deixar, mas já aviso que normalmente e uma bom atrás da outra.

Arthur foi embora e eu voltei para meu quarto. Assim que terminei de me
arrumar e fui até a porta do quarto da Selena e estava trancada ela quase
nunca trancava a porta.

- Sel, ele já foi, abre a porta.

Ela simplesmente saiu puxando as malas.

- Vamos Aly ou chegaremos atrasadas no aeroporto.

- Você quer conversar?

- Não. – abre a porta e se vira para mim. – Podemos?

- Tem certeza?

- Aly, não quero discutir sobre isso. Então por favor já não quero ir, mas o que
menos quero agora é falar.

114
Me dei por vencida ela não iria falar, só iria se fechar mais. Embarcamos
duas horas depois sem nenhum problema.

Josh

Quase cinco anos atrás...

- Anda logo Ma Chérie*.

- Me fala, por que eu tenho que ir?

- Porque você é minha namorada, não vamos demorar tenho planos para mais
tarde.

- Que planos?

- Segredo Chérie*.

O jantar com meus amigos estava muito bom. Minha namorada se deu
muito bem com as acompanhantes dos meus amigos, mas depois de três
horas, Selena disse que estava cansada e tinha aula na manhã seguinte. Então
nos despedimos e peguei o carro e a levei para o seu apartamento.

- Enfim em casa. – e abriu a porta.

- Você está tão sexy nesse vestido. - sussurrei em seu ouvido, enquanto ela
entrava, então a empurrei contra a porta fechando-a. Comecei a beijar seu
pescoço.

- Josh, concordamos em esperar.

Dei um chupão de maneira que a marca ficasse bem visível.

- Cansei de esperar, estamos juntos a cinco meses, Selena. Eu quero é vamos


Chérie.

Pressionei meus lábios nos dela. Minha língua entrando em sua boca ao
mesmo tempo que minha mão segurava seu pescoço e a outra sua cintura. Ela
115
gemeu bem baixinho na minha boca, desci as mãos pelo seu corpo até a base
do vestido e subi por dentro, meus dedos foram até a sua calcinha e ela ficou
paralisada por dois segundos, enquanto tirava sua calcinha.

- Relaxa.

Voltei a beija-la de forma exigente, gostava de dominar sua boca assim


como iria gostar de dominar seu corpo. Ela segurou em meus ombros para não
cair e foi quando voltei para seu pescoço enquanto abria o zíper do vestido,
que logo foi para o chão deixando-a nua.

Deitei ela na cama e quando levei o dedo até sua boceta que vi que
estava molhada, mesmo assim se contraiu ao meu toque. Então tirei minha
roupa e coloquei o preservativo enquanto olhava para ela com respiração tão
encurtada quanto a minha.

Me posicionei em sua entrada, voltei a beijar seu pescoço e comecei a


entrar.

- Josh... está doendo.

- Vai passar. – disse contra sua pele.

- Vai devagar.

- Chérie, vai passar. Então aproveita.

Sai e meti com força que fez ela arquear as costas. Vi que havia
lagrimas em seu rosto, mas não me importei sabia que era virgem e ela devia
saber que iria doer.

- Você é minha Selena e sempre será, nunca se esqueça disso.

Selena achava que por conta dos quilômetros que nos separava tinha
deixado de ser minha, mas vou ter muito tempo para lembra-la da verdade. Sai
da casa dos meus pais e fui em direção aos motoristas.

- O que estamos esperando vamos logo para o aeroporto e lembre-se a amiga


entrou no carro você deve ligar o carro assim Selena vai comigo no outro.

- sim, senhor. – ambos respondem.

116
Entrei no carro e fomos para o aeroporto. Chegamos cedo para que não
tivesse escapatória, teria um tempo a sós com minha mulher e colocaria ordem
nesta bagunça.

Selena

Chegamos em Paris e quando desembarcamos, e ao entramos no


saguão avistei Josh parado nós aguardando, junto a vários homens com
câmeras. Ele não esperou muito para se aproximar e tomar as malas de minha
mão, entregar para o homem ao seu lado e me segurar com muita força que
pude sentir meu braço dormente. E então me beijou e quando me soltou vi que
os paparazzi estavam bem próximos.

Não sentia falta de ser alvo das fofocas por estar próxima dele ou da
minha família. Acho que era a vantagem de estar longe era ficar fora do radar,
se bem com o Arthur deveria ser o mesmo. Não tinha como eu saber, nunca
saímos de verdade.

- Estou louco para matar a saudade. - disse sussurrando.

E nesse momento sentir um calafrio subir pela minha coluna, não sabia
como medir o tamanho do medo que estava sentindo.

- Não vamos matar saudades nenhuma, Josh.

Do lado de fora do aeroporto havia dois carros, Aly entrou no primeiro,


no mesmo lugar para onde eu tinha começado a andar até Josh ter me
segurado.

- Esqueceu que eu mando, e principal não negue nada para mim. Agora
vamos.

- Não vou entrar no carro com você.

- Você não tem escolha.

Quando virei o carro com Aly já tinha partido. Eu sabia que ele iria fazer
de tudo para impor sua presença, mas essa era nova.

117
- Eu tenho escolha, posso pegar qualquer um daqueles taxis. – aponto para os
carros parados mais a frente. – E não volte a me beijar.

- Parece que vou ter muito trabalho para o fim de semana, já que esqueceu
quem manda aqui. – e apertou ainda mais forte.

- Não estamos mais juntos, e pela última vez você não manda em mim.

Entrei no carro, eu estava prendendo o cinto quando ele se sentou do


meu lado. O motorista deu partida. Estava olhando a paisagem quando Josh
segurou meu queixo forçando a olhar para ele, com muita força que tinha
certeza de que ficaria marcas.

- Você sabe o quanto detesto que falem não, sem falar do seu comportamento.
Vamos ter que resolver isso durante o fim de semana.

Ele disse de modo que somente eu escutasse, e então apertou ainda


mais meu queixo lagrimas se formaram, mas não deixei que elas caíssem.

- Entendeu Selena?- fiquei em silencio. - Responda.

- Sim.

- Vamos ter uma longa conversa hoje, nem tente fugir não vai adiantar. Sabe
que sua família me ama.

Ele tinha me soltado e estava falando no telefone, enquanto eu... bom eu


estava no meu mundo, me lembrei do passado quando pensava que amava o
Josh, achava que era feliz e em um certo tempo eu era, mas isso foi quando
ele era carinhoso.

Mas em um verão o último antes dele se formar, quando ele decidiu que
iria voltar para França e eu falei que queria fazer faculdade em Chicago, bom
digamos que naquele verão eu aprendi o resultado de dizer não para ele.
Nunca chegou a me agredir como estava fazendo, pelo menos não fisicamente.
Eram sempre gritos.

Desde que eu terminei nosso namoro, venho evitando visitar minha


família, já que mesmo de longe sempre estão me empurrando para ele.

Tinha me desligado completamente que só vi que o carro tinha


estacionado quando ele me puxou pelo pulso para fora do carro. Ela estava
minha avó Diane parada em frente à casa.

118
- Josh querido.

- Senhora Laurent.

- Olá vovó.

- Selena, mas que roupas são essas? - disse olhando para mim de cima
abaixo.

Olhei para minha roupa e não vi nada de errado, estava de jeans preto,
blusa branca com jaqueta preta e tênis.

- São as roupas que eu uso.

- Espero que use a roupa que está no seu quarto hoje à noite.

- Como quiser, vovó.

- Agora entre Alyssa já está no quarto de sempre. Josh ficara conosco?

- Sim, quero aproveitar o tempo com Selena. Só irei resolver um assunto e


volto.

Foi tudo que ouvi enquanto me afastava em direção ao meu antigo


quarto. Aly estava sentada em minha cama.

- Bom sabemos que ele piorou com o tempo. – apontou para meu rosto.

- Consideravelmente. - falei colocando a mão no meu queixo que estava


dolorido.

- Ele nunca fez isso. Vamos colocar gelo antes que fique roxo.

Aly saiu e eu peguei meu celular na bolsa, havia duas mensagens.

Arthur: Sei que não queria viajar, mas espero que esteja tudo bem. Já
que você não me deixou falar, mas fique sabendo que não vou desistir
mesmo que demore muito tempo.

Arthur: Agora se precisar de conversar estarei aqui não importa a


hora.

119
As mensagens eram de 4 horas atrás.

Alyssa voltou e me ajudou. Meu queixo não estava tão ruim, mas o meu
braço agora tinha pequenos hematomas para provar que, Josh não era mais o
mesmo com que tinha me relacionado.

Mesmo que eu tivesse reparado com os bilhetes, mensagens e até com


seu garoto de recados, mas tinha esperança que não passe disso, que não
chegasse ao ponto de eu ter machucados na pele. Agora que sei que ele
cruzou a linha teria que ter mais cuidado, porem não iria me impedir de expor
minha escolha. Eu não iria voltar com ele, não importava o que fizesse.

120
Arthur

Não consegui dormir ou me concentrar em nada, não tinha notícias de


Selena. Alyssa só havia dito que estava em carros separados.

Eu já estava andando de um lado para o outro, Allan estava investigando


a dois dias, mas sem muita novidade, pelo visto o idiota sabia esconder seus
podres.

Arthur: Alyssa como está tudo aí? Preciso de notícias ou ficarei


louco.

Se passaram muitas horas até que recebi a resposta.

Alyssa: Selena está com algumas marcas no braço, ele não nunca fez
isso. Então vai ter que prometer não surtar, ela me mataria só por saber que
estou te contando.

Arthur: Ele a machucou?

Alyssa: São pequenos hematomas no braço, mas não vão demorar a


ficar pior. Coloquei gelo, vamos ver como estarão mais. Vou cuidar dela e
tentar não deixar eles sozinhos.

121
Arthur: Vou pegar meu jatinho assim que chegar te aviso. Não deixe
os dois sozinhos.

Alyssa: Que parte do “ela me mataria só por saber que sou sua espiã”
não entendeu?

Arthur: Relaxa, só faça seu melhor. Te aviso quando chegar.

Alyssa: Não posso garantir, mas farei o possível.

Liguei para Charles e pedi para preparar o jatinho para dali duas horas.

Corri em casa e fiz uma mala em tempo recorde, peguei o carro e fui até
a cobertura do Pietro.

- Mano, que está cedo. Cheguei em casa tem menos de três horas e você tinha
que me fazer levantar? – abriu a porta e se sentou no sofá.

- Vim avisar estou indo para França.

- Como assim?

- Alyssa está de espiã para mim me contou, Selena já ganhou marcas no


braço.

- O cara que você andou investigando bateu nela, o tal ex-namorado?

- Foi.

- E você vai ir até ela e fazer o que? Invadir a casa e jogar ela no ombro ou vai
socar o cara?

Ele tinha razão.

- Você não tem ideia do que fazer, não é?

- Não, só quero ver como ela está.

- Ela não viajou ontem?

Assenti.

122
- Então ela mal chegou lá e já aconteceu isso. Agora o que eu quero mesmo
saber é o que você está fazendo aqui e que não está no jatinho?

- Quero que você comigo.

- Vou me arrumar. – se levantou e começou a andar, mas parou antes de


entrar no corredor. - Pelo menos a tal amiga é bonita?

- Não vai se meter com a Alyssa, te conheço muito bem, então nem se
aproxime dela.

- Você está caidinho pela Selena.

- Vai arrumar logo essa mala.

Resolvi avisar Eliza da nossa saída. Eu só não contava com aquela


reação.

- Até quem fim você tomou coragem.

- Nem sabe o motivo da viagem.

- Claro que sei. O motivo trabalha na empresa e se chama Selena.

- Já que sabe, cuida da empresa caso eu demore.

- Pode deixar irmãozinho.

O jatinho decolou em oito horas estaríamos em Paris e não tinha ideia


do que iria fazer.

Selena

- Mais parece uma zona de guerra do que uma cozinha. -

123
Aly entrou no quarto no meio da tarde e como não tinha descido para
almoçar, trouxe um lanche. Aproveitei o tempo para dormir e tinha dado a copia
da chave para ela me acordar.

- Porque achei que hoje só seria o desfile?

- Maria disse que terá um jantar para os convidados.

- Que ótimo. Tem como o fim de semana piorar?

- Bom...

- Ah não, tem mais?

- Não sei bem, ouvi sua mãe conversando com o Josh no escritório eles
chamaram a impressa vai cobrir o jantar.

- Para que cobrir um jantar? – servi o suco. - Isso não é bom.

Alguém bate na porta e Aly vai abrir.

- Bonjour* senhoritas, vim desfazer a mala e avisar que a senhora sua mãe
pediu para se aprontarem.

- O desfile não era a noite?

- Adiantaram o desfile por causa do jantar de comemoração.

- O jantar será em comemoração ao desfile? Nunca teve isso antes.

- Não sei senhorita, a única coisa que sei e que vocês devam se aprontar.

Nós arrumamos para o desfile. Meu vestido longo e volumoso no tom


creme com decote quadrado com renda e bordados em prata e dourado e um
decote que ia até o meio das costas maquiagem com olhos marcantes e boca
clara e um coque baixo. A minha sorte foi que o vestido estava tampando o
presentinho de despedida do Arthur

Selena: Sua sorte é que seu pequeno presente não me causou trabalho
para ser escondido.

Enviei a mensagem com uma foto.

124
Ao olhar no espelho vi que os hematomas estavam ainda mais escuros.
Então fui até o quarto ao lado onde Aly estava. Ela já estava vestida com um
vestido azul celeste tomara que caia com recortes nas laterais da cintura e uma
fenda na lateral direita com cílios destacados e um batom escuro seus cabelos
estavam soltos e ondulados.

- Você está linda. - disse, e ela começou a rir. - Qual a graça?

- Para Sel estamos mais que lindas estamos maravilhosas, sua mãe pode não
se tocar em alguns pontos, mas sabe desenhar vestidos deslumbrantes.

- Que seja, preciso de ajuda para cobrir a obra do Josh.

- Estão mais escuros, mas darei um jeito.

Ela pegou o estojo de maquiagem e começou a cobrir o estrago.

Descemos e encontramos minha mãe em um vestido vermelho sangue


de decote ombro a ombro, maquiada em perfeição, como sempre. Josh estava
bonito de smoking por mais que eu não gostasse de admitir isso. O carro
estava pronto para nós levar.

O desfile foi um sucesso e maravilhoso tirando e claro o fato de ter Josh


no meu lado o tempo todo e de me beijar algumas vezes durante as pausas no
desfile. Porém durante o desfile em si ele apenas colocou a mão na minha
perna, e toda vez eu afastava sua mão a terceira e, mas chegou uma hora que
ele além de dizer que eu era dele, apertou com tanta força que me deu
impressão de que iria quebrar meu osso e era muito provável que tinha
ganhado mais um roxo.

Enquanto voltávamos para casa, Josh apenas exigiu que eu voltasse no


mesmo carro e avisou que eu teria uma surpresa em breve e que era para me
comportar, o tom e a maneira que falou me deixou com ainda mais medo.

Era assim que eu me sentia a mais de um ano, sempre com medo


quando ficávamos sozinhos. Minha mãe não estava muito feliz apesar de saber
que eu iria embora amanhã.

A casa estava iluminada desde as arvores aos postes de luzes. Olhei


meu celular e não havia nenhuma mensagem de Arthur, então resolvi deixar
ele e a bolsa no quarto antes de ir até o salão onde o jantar seria servido.

O salão como a fachada estava bem iluminado, arranjos de rosas e


orquídeas roxas em longas mesas com toalhas brancas, com taças de cristal e
pratos brancos e talheres de prata, Cadeiras de ferro com estofados dourados.

125
Garçons andavam pelo salão servindo bebidas e petiscos. Havia uma
grande mesa com frutas, doces e salgados, e a banda tocava musicas suaves,
pessoas dançando na pista improvisada em um dos cantos do grande salão.

Arthur

Chegamos já era quase oito da noite, entramos no hotel George V onde


havíamos reservados. Pegamos uma suíte dupla no sétimo andar, e quando já
estava instalado respondi as mensagens.

Selena tinha mandado uma foto do seu ombro e nele havia um roxo no
local onde eu havia mordido nunca fiquei tão feliz. O vestido escondia minha
obra, mas na foto pude reparar alguns pontos escuros em seu braço.

Arthur: Confesso que fiquei feliz em saber que minha obra está
embaixo desse vestido, que por sinal tenho que dizer, está maravilhosa.

Arthur: Alyssa acabei de chegar estou hospedado no George V, você


deve conhecer.

A resposta veio depois de vinte minutos

Alyssa: Conheço sim. Não fica longe daqui, estamos na festa.

Arthur: Aconteceu mais alguma coisa?

Alyssa: Ele está marcando em cima, mas não estou deixando-os


sozinhos. Estamos voltando para casa da família dela.

Arthur: Qualquer coisa me avise, estou no sétimo andar.

Alyssa: Está bem.

126
Selena

Estava na mesa da família, meu lugar estava reservado entre a Aly e o


Josh. Todos estávamos dispostos de maneira que o víssemos todos os outros
convidados e a banda.

O jantar estava correndo muito bem. Muitos convidados haviam me


parabenizado e desejavam felicidades. Não era de se estranha já que meu
aniversario estava bem próximo, o que era realmente estranho no momento era
o silencio da minha família e do babaca.

- Isso está muito estranho. - sussurrei para Aly.

- Concordo, sua mãe nem reclamou de irmos embora amanhã e esse silencio...
- ela olhos para os lados e continuo de forma que somente eu a ouvisse. - Está
me deixando apavorada, sua família sempre falou muito.

Já era quase nove da noite quando minha mãe se levantou e subiu


alguns degraus da escada, recebeu o microfone da cantora.

- Este fim de semana está sendo um dia de muita alegria para a família
Laurent. Primeiro o lançamento da coleção de inverno. – uma salva de palmas.
- Segundo a visita e o aniversário da minha querida filha, mas quem irá
anunciar a grande notícia será meu querido Josh Evans venha.

Foi então que ele deu um aperto na perna e um beijo no rosto e se


levantou foi até a minha mãe que entregou o microfone. Os garçons serviram
champanhe a todos os convidados, então bebi um pequeno gole enquanto
Josh começou a falar.
127
- Obrigada senhora Laurent. – deu um beijo no rosto da minha mãe. - Estou
muito feliz de estar aqui com a família que me acolheu e poder estar aqui no
fim de semana com minha amada, mas não vamos prolongar muito, venho
anunciar o meu noivado com Ma Chérie* Selena Laurent.

Eu engasguei com o champanhe assim que Josh terminou o anuncio e


olhei para Aly que estava tão chocada quanto eu. Vi disparo de flashes e tanto
em minha direção quanto na de Josh que estava sorrindo.

Como assim noivos? – essa era a única frase que rondava minha
cabeça, dessa vez eles tinham se superado.
- Vai até seu noivo Selena.

Minha família estava louca só podia ser. Olhei para Aly que não sabia o
que fazer, então me inclinei até seu ouvido e falei.

- Vai ficar tudo bem, mas suba e pega nossas coisas.

Mesmo assim me levantei e fui até o Josh que me entregou o microfone


e ouve uma salva de palmas, e no momento que as palmas cessaram falei.

- Agradeço a todos pela presença, o anuncio não só foi uma surpresa para
vocês, mas para mim também. Porém o que venho informar e que eu e o
senhor Josh Evans não estamos juntos, e não estamos noivos.

O salão ficou em um silencio total, entreguei o microfone e me retirei do


salão indo para meu quarto.

Já tinha passado dez minutos quando Aly entrou no quarto, eu estava no


site da companhia aérea.

- Fechei minhas malas, agora falta a sua. La em baixo está uma zona.

- O que estão falando?

- Quando cheguei lá sua mãe disse que você mentiu, por que não queria que o
anuncio fosse hoje.

- Estou trocando nossas passagens, mas o próximo voo e só amanhã as 13h.


A sorte minha tia está aqui e podemos ir para lá, assim que terminarmos.

- Vou conferir as malas e volto.

128
Assim que Aly saiu, peguei minhas malas que estavam no canto e as
coloquei no meio do chão, separei uma roupa para me trocar, e fui ao banheiro
tirar a maquiagem, lavei o rosto. Então tirei o vestido e coloquei uma legging,
uma blusa e deixei o casaco em cima da cama.

Estava ajoelhada guardando o vestido dentro da mala. Não ouvi a porta


sendo aberta, só me dei conta de quando senti meu cabelo sendo puxado.

- Aiiii...

- Não gostei daquele show, na frente de todos. - ele gritou para mim enquanto
me jogou no chão.

- Para, está me machucando.

Josh estava nervoso, em seus olhos havia raiva e ódio.

- O que deu em você para falar aquilo. - ele me puxa para cima e segura meus
braços com força e me empurra para a parede.

- Não estamos juntos Josh, acabou tem muito tempo e muito menos noivos.-
me deu um tapa forte no rosto.

- Você é minha, vou te lembrar que é minha.

- E-eu não sou um objeto para ser sua.

Então veio para cima de mim, eu soquei seu peito, tentando empurra-lo,
mas ele segurou minhas mãos acima da cabeça e com a outra mão circulou
meu pescoço apertou.

- Você não só saiu com aquele cara, como o deixou tocar em você.

O ar mal entrava em meus pulmões que já estavam queimando.

- Você o deixou te tocar, não deixou Selena? - continuo a gritar, e bateu minha
cabeça contra a parede. – responde.

- S-sim.

Ele soltou meu pescoço e me deu outro tapa ainda mais forte no rosto,
eu gritei e ele prendeu meus pulsos.

129
- Você transou com ele. Eu sei que sim.

Tomei folego e disse.

- Você não pode me dizer... com quem eu devo sair... ou com quem eu devo ou
não dormir.

Ele ficou ainda mais zangado, tanto que me jogou na cama, e começou
a bater ainda mais, eu soluçava de tanto chorar, meu rosto queimava e
pescoço doía.

- Pa...ra...por... favor... para.

Se posicionou entre minhas pernas, e começou a puxar minha blusa


com uma das mãos e segurava meus pulsos com a outra.

Puxou a minha blusa ate que ficasse na altura da minha boca e a cobriu.
Abaixou até o ponto entre meu pescoço e o ombro me mordeu tão forte que
juro que senti algo escorrer quando se afastou.

- Você adorou, não foi? Adorou estar com ele.

Colocou as mãos em um dos meus seios e se abaixou e mordeu o outro


ombro, gritei como eu pude, mas não saiu nenhum som, ele sorria, sentia
prazer no que estava fazendo.

Não tinha como me soltar, não tinha força mais nem para chorar. Nunca
achei que ele fosse capaz de fazer algo assim, mas parte de mim não estava
surpresa depois do que fez mais cedo.

- Você é minha, sempre foi e sempre será.

Mais um tapa atingiu meu rosto, saiu de cima de mim e tirou o que
sobrava de roupa, tentei gritar de novo quando ele se posicionou separando
minhas pernas.

Tudo o que eu pensava era que eu iria ser estuprada na casa da minha
família e não tinha nada que eu pudesse fazer. Ele tirou o pano de minha boca,
abri a boca para gritar, mas nenhum som saiu, lagrimas escorriam cada vez
mais pelo meu rosto.

Ele tentou tomar minha boca com agressividade, mas eu forçava a


minha boca há não se abrir.

130
Foi quando ele segurou meu queixo e forçou meus lábios a se
separarem e então senti sua língua em minha boca. Havia tanta raiva, ódio,
agressividade vinda dele que quando ele mordeu meu lábio inferior pude sentir
o gosto do sangue em minha boca.

Mas sorte alguém bateu na porta, e ele se levantou. E simplesmente


saiu e Aly entrou logo em seguida.

- Sel...

- Só... quero sair...daqui.

Falar estava mais difícil minha garganta queimava mais quando tentava.
Então ela pegou uma nova roupa e me ajudou a me vestir. E terminou de
fechar minha mala. A casa estava um completo silencio, já passava das duas
da manhã. O taxista guardava as malas enquanto Aly me ajudava a entrar no
carro.

Fomos a delegacia por insistência de Aly e fiz mais uma denúncia contra
ele, e o delegado só disse que iria "investigar" o que não iria acontecer pois
todos eram amigos íntimos do juiz Evans, o pai do Josh, e jamais iriam prender
ou fazer qualquer coisa contra a família dele.

Quando saímos o taxi ainda estava esperando.

- Vou te levar no hospital.

- Obrigada. - Minha voz era baixa.

O taxi já estava a caminho do Hôpital Saint-Antoine.

- Sel... Arthur está aqui.

- Que?

- Eu contei para ele que você estava com marcas no braço.

- Você não...devia ter... contado, Aly.

- Sou sua amiga, mas ele me pediu para contar se algo acontece.

- Ele sabe...

131
- Não, mas ele devia saber.

- Não... não quero ver ele.

Havia acabado de passar pelo médico que agora estava esperando o


resultado do raio-X. O médico achou melhor me medicar e eu estava com o
corpo sonolento.

- Me desculpa.

Antes que eu pudesse falar algo ela já estava saindo do quarto e a


última coisa que ouvi foi "Arthur estamos no hospital" antes de apagar.

132
Arthur

Acordei com o celular tocando, passava das cinco da manhã.

- Alyssa, aconteceu alguma coisa?

- Estamos no hospital.

me levantei e comecei a calçar os sapatos.

- Qual hospital? – vou o quarto do meu irmão e bato na porta até que ele abre.

- Adquiriu uma mania chata para caralho irmão.

Levantei a mão pedindo que esperasse, já que Alyssa estava falando.

- Saint-Antoine.

- Estou a caminho.

Desligamos e contei para o meu irmão o que aconteceu. Ele disse que
cuidaria das coisas aqui, e que eu desse notícias.

O taxista gastou trinta minutos do hotel até o hospital. Porém o mais


difícil foi conseguir convencer a recepcionista a me deixar a subir até o quarto.

133
Depois de insistir muito e garantir que a paciente em questão era minha noiva,
finalmente me indicou o quarto.

Alyssa não estava. Então caminhei até Selena. Havia roxos no queixo,
testa, pescoço. O lábio e o nariz tinham cortes e em seus ombros marcas de
dentes. A testa, as mãos estavam um pouco esfoladas. Eu queria matar aquele
cara por fazer isso com ela.

- Ela está medicada.

- O que disseram?

- Acho melhor que esperar o médico, ele vai explicar melhor.

Já era quase oito da manhã quando o médico veio verificar como ela
estava. Ele disse que sua traqueia estava inchada pelo trauma da asfixia que
iria melhorar com alguns dias, e que estava com roxos pelo corpo que
sumiriam em algumas semanas.

Pietro que tinha chegado estava quieto no canto do quarto.

- Quero matar esse cara.

- O que vai adiantar? Você vai bate nele e aí? Ele entra com processo e com
isso ele faz com que ela fique sozinha e você na cadeia.

- E a Sel nunca vai se perdoar se acontecer alguma coisa com você.

- Vocês foram pelo menos na delegacia?

-Sim, Arthur nunca vão fazer nada o pai dele é juiz aqui todos conhecem ele ou
devem algum favor a família.

- Ela não vai voltar e ele não vai chegar perto dela de novo. Pietro leva a
Alyssa para tomar café e organize nossa volta.

Selena ainda dormia, a enfermeira tinha avisado que logo ela acordaria
e o médico iria dar alta assim que verificasse ela novamente.

Eu estava com a cabeça encostada no colchão, quando a mão rosou no


meu cabelo.

- Arthur...

134
- Shhhh, não fala nada, você precisa descansar.

A voz dela era baixa como um sussurro quase não saia som.

- Vou te levar para casa, e vou cuidar de você vai ficar tudo bem.

Ela apenas assentiu.

Pietro voltou e Alyssa foi avisar o médico que Selena tinha acordado.

Duas horas depois Selena recebeu alta, mas ainda estava com sono e
acabou dormindo enquanto íamos para o aeroporto. A carreguei para o jatinho
e a coloquei na poltrona ao meu lado.

O piloto avisou que a previsão era de que em oito horas estaríamos em


casa.

Selena dormia tão profundamente que não acordou nem nenhuma das
vezes que eu a carreguei.

Quando tirei a sua roupa para colocar uma de minhas blusas, vi todos
aqueles roxos e marcas de mordida ela estava muito machucada, nunca senti
tanta raiva. Peguei a pomada e passei nos machucados e a vesti. Dormi
aconchegado em seu corpo.

Acordei com ela me dando beijo no queixo.

- Até quem fim, estou tentando te acordar a um tempão.- sua voz ainda estava
falhando, o médico avisou que ela iria ficar assim por uns dias até o inchaço
diminuir.

- Você está bem? - olhei o relógio e era uma da manhã. - Precisa de alguma
coisa?

- Queria tomar água, mas quando fui levantar você me prendeu ainda mais.

- Vou pegar, você fica aqui quietinha.

- Mas...

- Mas nada, já volto.

Voltei com copo de água e seu remédio para dor.

135
- Aqui, você está com dor?

- Um pouco.

- Você quer mais alguma coisa?

- Só você.

- Que tal um filme?

Ela assentiu e liguei a televisão. Depois de uns minutos escolhemos o


Grande Gatsby. Quando voltei a olhar para ela na metade do filme, já estava
dormindo tranquilamente.

136
Selena

Quando acordei a cama estava vazia e eu estava apenas de blusa e


calcinha, não me lembrava nem do jatinho pousando quanto mais de ter
trocado de roupa.

Ao lado do criado mudo havia uma mesinha ao lado da cama com café e
um papel dobrado em baixo do meu celular.

Bom dia minha linda,


Tive que ir a empresa, mas não vou demorar. A casa
provavelmente está vazia quando acordar, a governanta saiu
para fazer compras. Se precisar de algo me manda uma
mensagem.
Se está lendo viu que deixei seu café, assim não terá que se
levantar muitas vezes.
Também tomei liberdade de pedir a Alyssa para separar algumas
coisas para você e vou pegar antes de voltar para casa.
do seu, Arthur.

Tinha certeza que ele havia tirado minha roupa e colocado sua blusa,
então fiquei na cama vendo tv.

Tentei falar com a Alyssa durante duas horas, mas só dava caixa postal
então imaginei que estivesse trabalhando. Levantei já perto do horário de

137
almoço e fui até o banheiro quando tirei a blusa e olhei no espelho e vi meu
estado, o pior hematoma eram nos ombros que além de roxo ainda estava com
pequenos machucados onde ele havia cravado os dentes.

Arthur surgiu atrás de mim.

- Achei que tinha dito para ficar na cama até eu voltar.

- Queria tomar banho.

Vi pelo reflexo do espelho o seu semblante fechado. Ele estava


colocando tanta força no maxilar que parecia que os dentes iriam quebrar e a
veia do pescoço iria explodir.

- Vou ficar bem, Arthur.

Ele não diz nada, só me pega e coloca sentada na bancada, vai até a
banheira e abre a torneira. Tira sua camisa e me leva até a banheira já cheia,
se sentou e me fez ficar entre suas pernas.

- Arthur?

Com muito cuidado ele molhava meu corpo e com cuidado ainda maior
como se eu fosse quebrar ele começou a me ensaboar.

Ele não falava, o silencio predominava da parte dele. Chamei várias


vezes, mas nada

- Arthur...

Segurei a sua mão e levantei saindo da banheira, peguei a toalha e fui


para o quarto.

- Onde você vai?

Ele entrou no quarto já tinha me vestido.

- Vou para casa.

- Selena...

- Não Arthur. Você está me tratando como um bibelô que pode quebrar, eu
estou bem.

138
- Não vem me falar que está bem, você está cheia de hematomas e sabe se lã
o que aquele filho da puta poderia ter feito.

- Aly contou como me achou, não foi?

Ele confirma com a cabeça. Me aproximo dele e coloco minhas mãos


uma de cada lado do seu rosto, acariciando sua bochecha e olho para ele.

- Olha eu vou ficar bem, os machucados vão se curar em alguns dias e não
passara de lembranças ruins.

- Lembranças péssimas, olha só como está sua voz.

- Vou melhorar.

- Selen...

Assim que nossos lábios se tocam, ele hesita por um segundo, mas logo
começa a corresponder e sua língua entra em minha boca.

Me puxa para mais perto, um braço envolve meu quadril e sinto ele
enfiar os dedos em meu cabelo. Então mordisca meu lábio inferior, aperto um
de seus bíceps tentando me estabilizar. Seus lábios se afastam dos meus e
começam a percorrer o caminho até meu pescoço do lado que não está
machucado, onde dispara beijos e gemidos que me deixam de boca aberta
sem conseguir emitir qualquer som e arrepios que percorrem todo meu corpo.

Então ouço uma batida na porta.

- Arthur, o almoço está na mesa.

- Quem é?

- Você já vai conhecer, pedi para ela levar nosso almoço para a varanda.

Assenti e fomos nós vestimos e estava indo para a varanda quando ele
me pegou no colo.

- Arthur, me põe no chão.

- Não.

- Me põe no chão que droga.

139
- Não, deixa de ser teimosa.

- Eu posso andar sabia. - digo bufando.

- Sei que pode, mas prometi a sua amiga que iria cuidar muito bem de você.

- Isso inclui me carregar? Por que até onde eu sei não quebrei nenhum osso.

- Não reclama.

Reviro os olhos e ele só me desse quando está ao lado da cadeira.

- Selena está e a Bete a governanta. – se vira para a senhora em nossa frente.


- Bete está e Selena minha namorada.

- Prazer em conhece- lá senhorita.

- Prazer é meu Bete. Por favor me chama de Selena.

Ela assentiu e pediu licença e saiu.

- Namorada? – viro para ele.

- E o que você é minha linda namorada.

Depois que almoçamos Arthur me levou para sala onde ficamos no sofá
vendo maratona The big bang theory durante toda a tarde.

A noite Aly me ligou falando que minha mãe estava louca atrás de mim
ligações e que estava ameaçando vim nos visitar, mas eu fiz diferente e
mandei uma mensagem para ela.

Selena: Mãe para de ligar para a Alyssa. Ela tem uma vida, não pode
ficar por sua conta só porque não quero te atender.
Nós falamos outro dia.

Naquela noite antes de nos deitar Arthur fez questão de cuidar dos
machucados. Passou a pomada em cada um dos lugares que precisava com
bastante atenção.

140
Depois me deitei em seu peito enquanto a sua mão subia e descia pelo
meu braço. No quarto foi tomado pelos sons de nossas respirações e a
televisão.

Em algum momento cai no sono.

- Você é minha, sempre foi e sempre será.

Ele estava em cima de mim, me agredindo. Queria gritar, mas a voz não
saia.

- Como o deixou tocar em você.

Vários tapas contra meu rosto.

- Você transou com ele.

- Para...

Não sei como, mas consegui gritar.

- Selena?!
Abri os olhos e o Arthur com o olhar preocupado.
- O que você está fazendo?
- Eu que pergunto, você estava gritando e se debateu até sair do meu peito.
Me sentei e segurei a mão dele.
- Desculpa.
- O que aconteceu?
- Foi só um pesadelo, vamos voltar a dormir.
- Não quer falar sobre o pesadelo?
- Não, vamos dormir por favor.
Ele concordou e se deitou me puxando para o seu peito, nos cobriu
novamente e deu um beijo em minha testa.

141
Selena

Os dias foram se passando. Arthur trabalhava mais do escritório de


casa, indo a empresa as vezes na parte da manhã.

Ele também achou melhor eu ficar em casa até que me sentisse melhor,
o que redeu para Eliza varias peças de joias. Meu corpo estava bem melhor já
não sentia dor, os cortes estavam cicatrizados e os hematomas haviam
desaparecido.

Tenho passado a maior parte da semana na sua casa e quando não


estamos lá ficamos no meu apartamento. Ele abriu espaço no seu closet e o
que eu não levei para lá fez questão de comprar, eu também abri espaço no
meu, mas ainda achava um pouco estranho ter ele por perto quase que 24
horas por dia.

Decide fazer um curso de especialização em projeto de joias, seria só


por um ano. O problema foi que Josh desembarcou na cidade no mesmo dia
que as aulas começavam, e o Arthur não estava lidando com isso muito bem.

- Você precisa de um segurança.

- Para que?

- Não vai ficar andando pela cidade sozinha com esse cara solto por aí.

- Mas você vai me buscar.

142
- E o percurso até a aula e o período da aula?

- Você não vai desistir, não é?

- Não.

- Está bem, contrata o tal segurança se isso vai te deixar tranquilo. Mas não
vou ficar com ele dentro da sala de aula.

E foi isso, no final do dia Arthur apareceu com o Douglas, meu motorista
e segurança.

Recebi mensagens a cada cinco minutos perguntando se eu estava


bem. Era fofo e louco ao mesmo tempo. Quando a aula acabou, lá estava meu
segurança.

- Boa noite senhorita Selena.

- Boa noite Douglas, mas eu já não falei que e só Selena.

- Vou me lembrar disso senho... Selena. O senhor pediu para que levasse para
casa dele.

- Está bem.

Ele me levou para a casa do Arthur.

Eu estava guardando o casaco no armário da entrada quando ele me


empurra contra a porta e me beija, solto minha bolsa e levo e cruzo meus
braços em seu pescoço no mesmo tempo em que Arthur aprofunda o beijo e
sinto sua língua explorando a minha boca.

Gemi ao sentir sua ereção pressionada a minha barriga, abriu os botões


da minha blusa, que logo se juntou a minha bolsa.

- Arthur...

Então minha voz sumiu quando senti seu polegar acariciando meu
clitóris. Ofeguei quando ele intensificou os movimentos em meu clitóris e me
penetrou com um dos dedos.

- Estava com saudades.

143
- Mas- mas foram algumas horas.

Ele me puxa para cima de forma que eu prendo minhas pernas em sua
cintura de forma que a única barreira que me impedia de sentir seu peito era o
meu sutiã, suas mãos na minha bunda e começa a andar.

Interrompeu o beijo e me jogou na cama. Arrancou minha saia e minha


calcinha e tirou sua bermuda ficando apenas com uma boxer preta e se deitou
sobre mim e beijou meu pescoço.

- Arthur...

- Selena.

Fechei os olhos no momento em que abocanhou um dos meus seios


enquanto seus dedos percorriam minhas pernas e as acariciavam com
delicadeza.

Eu o empurro de modo que ele se deita na cama e fico por cima dele.
Voltei a beija-lo e ele toma minha boca com ferocidade.

Separei nossos lábios e comecei a beijar seu pescoço depois fui para
seu abdômen. Arthur joga a cabeça traz quando dou algumas mordidas entre
os beijos e ao me ver puxar sua boxer, seguro firme ao redor da base, ele olha
bem na hora em que lambi a ponta de seu membro.

- Puta merda. - diz cerrando os dentes.

E ao colocá-lo em minha boca o máximo que consegui, chupei a cabeça,


girei a língua, antes de ser puxada para cima e em questão de segundos volta
a ficar por cima de mim.

Ele me beija profundamente e sinto seu pau dentro de mim, se apoiando


na cama enquanto me penetrava lentamente.

- Como pode ser tão... apertada.

A cada estocada ele rosnava, então meteu com tanta força que gritei,
indo cada vez mais fundo, eu senti o orgasmo se aproximando.

- Você é tão linda. - me beijou enquanto entrava e saia agora devagar. - Olhe
para mim.

144
Abri os olhos e o olhei, gemeu, mudando o ritmo para um pouco mais
rápido.

- Ah! - foi tudo o que saiu em forma de grito quando atingi o orgasmo.

Senti quando ele também atingiu o seu orgasmo. Meu corpo ainda
tremia quando ele apoiou sua cabeça em meu pescoço. Sua respiração contra
meu pescoço, podia sentir a fina camada de suor em nossos corpos, nós dois
estávamos sem folego. Então ele me puxa para perto e eu me deito a cabeça
em seu peito.

- Eu te amo Selena.

Nossos olhos se encontram.

- Também te amo Arthur.

Ele me dá um beijo no alto da cabeça.

- Quero te apresentar aos meus pais no fim de semana.

145
Selena

Quero te apresentar aos meus pais no fim de semana.

Essa era a frase que estava se repetindo em meu cérebro a minutos que
mais se pareciam horas.

- Selena?

- Ah... Você tem certeza disso?

- Por que não teria? O Pietro já sabe, minha mãe sabe que estou com alguém
e quer conhece-la. Está mais que na hora.

- Bom...

- O que foi?

- Não é nada, se você tem certeza vamos.

- Vamos na sexta à noite depois da sua aula.

- Está bem.

- Agora descanse.

146
Peguei no sono sentido seu braço subindo e descendo nas minhas
costas.

Quando acordei Arthur não estava na cama e nem pela casa o que vinha
acontecendo com frequência nos últimos dias. Só o víamos na empresa depois
do almoço. O que fazia me fazia passar cada vez mais tempo joalheria do que
no escritório.

- Bom dia, Eliza.

- Bom dia, Sel. Tenho uma surpresa, está em cima da mesa.

Havia uma caixa de veludo e quando abri tinha um dos colares que
havia desenhado a algumas semanas.

- Você... Você mandou fazer um dos meus desenhos?

- Querida esse colar já era lindo, mas merecia sair do papel.

O colar que estava em minha mão era ainda mais bonito do que quando
estava no papel, os diamantes lapidados de brilhantes em diferentes tamanhos
e alguns lapidados em navete, perolas e as água marinha em formato de gota.

- Sel, conversei com meu irmão e apesar de ele não ter gostado da ideia de
perder a secretaria e a namorada. Você tem desenhado peças maravilhosas e
agora está se especializando na criação

- Sim, o curso é de um ano.

- Selena, você é a mais nova designer e claro que enquanto não contratamos
outra secretaria para ele, você ficara nas duas funções. E claro se aceitar.

- Claro que aceito.

- O colar é seu como presente de boas-vindas. - Arthur fala.

- Ah... não posso aceitar.

- Claro que sim e um presente meu.

- Obrigada.

147
Arthur

Fiquei atrás dela e a abracei.

- Irmãzinha pode ter me roubado minha secretaria, mas ela ainda é minha
namorada, vamos?

- Dramático. Ela continua sendo sua, só quero a Selena para a criação e como
cunhada.

Selena me olhou e depois olhou para minha irmã.

- Quando você descobriu?

- Ah por favor Pietro me contou quando vocês foram a Paris, fico feliz por
vocês.

- Obrigada.

O celular da Selena toca, pede licença e sai da sala.

- Mas estou avisando se magoar a Selena, não vou te perdoar.

- Não vou.

Ela volta e se senta na frente do computador.

- O que está fazendo?

- Meu trabalho sr. Collins, ainda sou sua secretaria e o Pietro pediu para
atender o celular.

- Ele te ligou? Como ele tem seu número.

- Aly usou o celular dele para me ligar um dia, deve ter salvo.

148
- Agora irmãozinho dá um fora, ela é minha e temos algumas peças para
finalizar.

- Está me expulsando?

- Sim. – começo a ser empurrado da sala. – Entendi não sou bem vindo.

- Eliza, calma.

- Não, se ele não for logo estarão se beijando.

- Passo para te ver antes da aula. – mando um beijo para ela que sorri.

Pego o elevador e volto para minha sala, pego o celular em cima da


mesa e retorno a ligação do meu irmão.

- Fala Pietro.

- Por que você não confirmou presença na despedida de solteiro?

- Você ligou para minha namorada para chamar minha atenção, por conta
disso?

- Responde.

- Simples, porque eu não vou.

- Claro que você vai. desgruda da sua namorada por uma noite não vai te
matar.

- Falou o cara que vem pegando a amiga da minha namorada.

- Uma noite dos homens mano. Além do mais Alyssa vem reclamando que não
passa mais tempo com a amiga e quer uma noite das meninas.

- Acho que a Selena precisa disso. Vou avisar ela, mas pode confirmar.

- Vai levar ela na casa dos nossos pais?

- Sim, Você vai?

- Vou, queria levar a Alyssa.

149
- Então o lance é sério.

- Mais que sério, vou pedir a Alyssa em namoro.

- Está crescendo irmãozinho. Por que ela não vai?

- Vai desfilar.

- Quando vai ser a despedida?

- No fim de semana depois desse.

Já estava quase na hora dela ir para aula. Douglas disse que um cara
seguiu ela durante uns dias, mas não se aproximou. E pela discrição era o
mesmo cara que a cercou na porta do apartamento.

Ouço o toque na porta.

- Entra.

- Eliza pediu para avisar que sua encomenda ficara pronta amanhã antes de
nos irmos à casa de seus pais.

- Obrigada. Já vai para aula?

- Sim.

Ela contorna a mesa e se senta na ponta.

- Vou para o apartamento hoje.

- Te encontro lá então.

- Não, preciso arrumar a bolsa para o fim de semana e com você lá será
impossível.

- Por que? - pergunto com um tom malicioso.

- Ainda tem a cara de pau de perguntar? Neste momento você está


praticamente me engolindo com os olhos.

Puxo ela para meu colo.

150
- Não tenho culpa se minha namorada é gostosa.

E colo nossos lábios, nossas línguas se tocaram, como se fizesse


séculos e não apenas algumas horas desde o último beijo. Ela me abraçou
apertado, enquanto eu invadia ainda mais sua boca.

Sorri e mordisquei seus lábios, ela gemeu. Me afastei de sua boca.

- Não me canso do seu gosto, adoro esse gosto de morango em sua boca.-
saiu em forma de rosnado abafado.

- Bom deu para reparar, ou melhor sentir, já que estou sentindo sua ereção.

- Podemos cuidar dela.

- De jeito nenhum.- falou se levantando. - Preciso ir para aula.

- Vai me deixar desse jeito? - fiz cara de triste.

- Até amanhã Arthur.

Mandou um beijo e passou pela porta indo embora.

151
Selena

Estava um pouco cansada quando sai da aula e pela primeira vez


agradeci por ter um motorista, pois Douglas teve que me acordar quando
chegamos.

Ao entrar em casa dei de cara com uma Aly extremamente feliz, com um
enorme sorriso no rosto.

- Qual é a desse sorriso?

- Você sabe que eu tenho passado um tempo com Pietro.

Confirmei com a cabeça.

- Ele me pediu em namoro.

- Estamos falando do meu cunhado?

- Sim.

- Não achei que veria esse dia. Mas estou feliz por você.

152
- Obrigada Sel.

- Você está feliz?

- Muito, no inicio fiquei com um pé atrás. Sei bem a fama que ele tem, mas
desde que começamos a sair.

- Ele mudou, não sai mais nas manchetes com mulheres, não fica bêbado em
público.

- Pois é.

- Vai passar o fim de semana na casa dos pais dele também?

- Bem que eu queria, mas o desfile de Nova York e esse fim de semana,
embarco amanhã depois do almoço.

- Bom vou arrumar a bolsa e depois vou para cama.

Fui para o quarto e Aly veio junto. Tirei a caixa de veludo da bolsa e dei
para ela.

- Arthur me deu, sou a nova designer.

- E lindo. Espera, ele te deu esse colar? - e se senta na cama.

- Entramos para família Collins, Aly. Melhor se acostumar.

- Não sei como acostumar. – levanta o colar. – e como se desse sei lá um carro
conversível.

- Eu sei, mas não aceitar o presente não é uma opção.

- Você que desenhou, não é?

- Sim.

- É maravilhoso. Agora cadê ele?

- Não vai vim hoje, preciso arrumar as coisas sem distrações.

- Ora milagres realmente podem acontecer. - diz rindo.

153
- Palhaça. - de dentro do closet.

- Mas é verdade ele grudou em você desde que voltaram, até motorista
contratou.

- Douglas é meu segurança.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou parada na porta do closet.

- Não. Quer dizer Josh está na cidade, foi até melhor.

- E o diabo mandou alguma coisa?

- Não. Quer dizer chegou um envelope outro dia, mas Arthur nem me deixou
ver.

- Acha que era ele?

- Não tinha remetente Arthur surtou, não queria nem que eu fosse a aula no
dia.

- Ele não contou o que estava escrito?

- Não e na verdade prefiro não saber.

- E sua mãe está...

- Brava, mandou uma mensagem avisando que está vindo me visitar.

- E sua avó?

- Surtou, não quer saber de nada e até olhou igreja para o casamento, buffet a
coisa toda.

- Sei que é sua avó, mas ela é...

- Louca. O que acha desse? - mostrei um vestido branco.

- Não leva aquele midi vermelho de manga comprida.

- Sapato preto então.

154
Depois de tudo pronto e de um banho me deito, na mesma hora a tela
do meu celular se ilumina. Arthur ligando.

Arthur

- Olá.

- Oi.

- Você sabe que é madrugada, eu podia estar dormindo.

- Queria ouvir sua voz antes de dormir e estou com saudades.

- Você me viu há cinco horas e já está com saudades?

- Sim, e estranho não ter você do meu lado.

- Também acho estranho não estar deitada no seu peito, conversando até
dormir.

- Arrumou as coisas para o fim de semana?

- Sim. O jantar... ah qual é a comemoração?

- Aniversário de casamento.

- Então vou comprar um prese...

- Já comprei em nosso nome, além do mais minha mãe está louca para
conhecer minha namorada.

- Por falar em namorada, Pietro pediu a Aly em namoro.

- Sério?

- Sim pena que ela não vai estar no jantar.

155
- Pietro comentou ela vai desfilar, Nova York

- Arthur...

- Sim.

- Seria estranho eu dizer que estou com... medo?

- Medo? Porque?

- Vou conhecer seus pais e isso... me assusta um pouco.

- Eles vão te amar Selena, não se preocupa. Vou te pegar para tomarmos café
juntos.

- Vamos onde?

- Surpresa, só se preocupe em estar linda como sempre. Te pego as oito


horas. Boa noite vida.

- Boa noite meu amor.

Dormi bem apesar de sentir falta de acordar com ela. Me levantei, tomei
um banho.

A campainha tocou no momento em que coloquei o colete.

- Sabe só você para me fazer levantar cedo ir na empresa para pegar isso.

Fala entrando e entregando a caixa.

- Espero que ela goste, já que você me fez trabalhar nela por dias.

Abro a caixa e vi a peça mais perfeita que já tinha visto.

- Ficou perfeita Eliza, obrigada.

- De nada. Agora vai logo para não se atrasar, cuido de tudo na empresa.

Me deu um beijo na bochecha e foi embora. Voltei ao quarto peguei o


casaco guardei e fui para casa dela.

156
Estacionei o carro e enviei uma mensagem avisando que tinha chegado
e estava esperando. Dei a volta e parei encostado na porta do passageiro.

Ela saiu pela portaria estava vestida com casaco e meias grossas já que
as temperaturas estavam caindo com a proximidade do inverno. Se aproximou
e eu a puxei em um abraço e colei nossos lábios.

- Senti sua falta. - disse separando nossos lábios. - Linda como sempre.

- Obrigada, você também está muito bonito.

A soltei peguei a bolsa de sua mão, abri a porta e esperei ela entrar e
fechei a porta. Para depois coloquei sua bolsa na porta mala, dou a volta e me
sentei coloquei o cinto e partida em seguida.

- Então... onde vamos?

- Curiosa.

- Arthur, me fala.

- Vamos tomar café.

- Não vai me falar, não é?

- Está bem, vamos ao Wildberry.

- Wildberry Pancakes? - assenti. - Nunca fui eu a Aly sempre combinamos, mas


sempre surgi algo.

- Você vai gostar.

- Falei com minha mãe hoje.

- Achei que não iria falar com ela.

- Estava arriscando-a aparecer aqui de surpresa achei melhor acabar com isso
logo.

- O que ela queria?

157
- Não ficou nem um pouco feliz comigo diz que além de envergonhar ela na
frente de todos no jantar, que tinha tido coragem de ir embora sem falar com
ela e ainda saio no jornal que eu havia deixando o hospital.

- Ela não sabe o motivo de você ir embora?

- Sabe, mas para ela isso não importa.

- Não vamos falar mais sobre isso.

Ficamos em silencio o resto do percurso, estaciono o carro na rua


próxima, abri a porta e a levei até a mesa perto da janela no canto.

- O que vai querer? - perguntei depois que olhei o cardápio.

- Suco de laranja, panqueca e salada de fruta.

- Vou fazer o pedido e volto.

Me levantei e fui até o balcão.

- Jason.

- Arthur.

- Está tudo certo para surpresa?

- Sim, qual foi o pedido dela?

- Suco de laranja, panquecas e salada de fruta e aqui está. Não esqueça a rosa
e a escrita na panqueca.

- Pode deixar, o seu vai ser o de sempre?

- Sim. Obrigada Jason.

Peguei meu celular e enviei mensagem para minha irmã.

Três minutos e você pode ligar.

E voltei para a mesa.

158
- Dormiu bem? - perguntei.

- Sim e você?

- Sim apesar de ter estranho não ter você na cama quando acordei.

- Sei o que quis dizer.

Seu telefone começou a tocar.

- Quem é? - perguntei mesmo sabendo que era.

- Aly, mas ligo depois.

- Não. Pode atender ainda, pode ser importante.

- Se você não se importa, já volto. - disse e se levantou e foi até a pequena


varanda.

Quase na mesma hora que a porta se fechou Jason colocou o pedido na


mesa.

- Espero que ela goste.

- Eu também, valeu cara.

Selena não demorou mais que dois minutos na ligação.

- Ela queria avisar que tinha pego...

Ela parou quando viu a mesa. Havia uma rosa vermelha ao lado das
panquecas que tinham Marry Me escrito em cima.

- Arthur...

Quando ela olhou para mim estava ajoelhado em sua frente tirei o anel
que Eliza havia desenhado a quase duas semanas.

- Selena, quer se casar comigo?

159
Selena

Tudo foi tão rápido, sai para atender a Aly e quando me dei por mim
Arthur estava ajoelhado com uma aliança dentro de uma caixinha que estava
em sua mão.

Espera aí, Aly me ligou por causa de um casaco. Ela nunca avisa que
vai pegar uma roupa, será que ela sabia? Claro que sim, até fez questão de
escolher a minha roupa e de me arrumar.

- Fala alguma coisa, Selena.

- Arthur...

Eu o amava? Sim amava.

Estava pronta para casar? Talvez, bem eu não sei. Porem aceitar não
queria dizer casar na próxima semana não é mesmo.

- Aceito.

Me joguei em seus braços não liguei para o fato do lugar está cheio.
Com isso ele se desiquilibrou e acabamos caímos no chão.

- Selena, meu amor.

160
E ele me deu um beijo singelo nos lábios e um na testa.

- Acho melhor tomarmos nosso café.

- Claro.

Me levantei e quando olhei para o lado vi várias pessoas nós olhando e


batendo palma. Senti meu rosto ficar quente.

- Vergonha meu amor?

Me aproximei dele e disse de modo que somente ele ouvisse.

- Estão olhando para a gente, o que você acha?

- Não me importo e sabe porquê? - perguntou e pegou minha mão esquerda. -


Você é minha noiva.

Nós sentamos a mesa enquanto tomava café olhei minha aliança.

- Não acredito, Arthur você ficou louco? - perguntei mesmo tendo a certeza que
era. - Isso e um diamante azul?

- E sim.

- Você é louco, isso é muito caro. - só podia ser uma brincadeira.

- Selena pelo amor de Deus, eu posso pagar.

- Sei que pode, mas porque diamante?

- Porque eu pedi a Eliza para desenhar seu anel. Ela poderia fazer o modelo,
mas a pedra seria a mesma que a da minha bisavó. Não adianta discutir e seu
é ponto.

- É lindo Arthur. Se eu não te conhecesse iria pedir para trocar esse diamante.

- Ainda bem que me conhece.

E assim que terminamos o café, ele me puxou para fora.

- Onde vamos?

161
- Vamos para minha casa. - me deu a mão e começou a caminhar em
direção ao seu carro que estava na rua lateral.

- Então nada de empresa hoje?

- Eliza vai tomar conta de tudo, hoje quero ficar com minha noiva. - comecei a
rir e ele parou na minha frente.

- Por que você está rindo? - franzindo a testa.

- Você fica com um sorriso enorme quando fala a "minha noiva".

Assim que falei noiva o sorriso tornou-se a destacar em seu rosto.

- Nunca vou me cansar chamar você de minha noiva e isso só irá mudar
quando se tornar minha esposa.

Sorri para ele e continuamos a andar. Quando chegamos ao seu carro


meu sorriso desapareceu.

Seu carro as portas estavam abertas, todos os vidros quebrados, vários


amassados, e no capo estava escrito "fique longe".

- Arthur...

- Vai ficar tudo bem.

Me puxou contra seu corpo. A temperatura parecia ter caído uns dez
graus, estava tremendo e lá no fundo sabia que tinha sido um recado do John.

- Não vai acontecer nada com você, não vou deixar.

Afundei a cabeça em seu peito enquanto ouvia ele falar com alguém no
telefone.

- Douglas venha até o Wildberry... o mais rápido possível.

Então o vi desligando e depois discando outro número.

- Meu nome e Arthur Collins... meu carro foi destruído e deixaram um recado...
estou na rua lateral ao Wildberry... quanto tempo... ok obrigada.

162
A polícia chegou em 20 minutos. Logo depois chegou Douglas junto com
um pessoal da asseguradora de Arthur. Com a movimentação de várias
pessoas não demorou para aglomerar pessoas a nossa volta e logo vieram os
paparazzi.

Ele queria que eu fosse para casa e o esperasse por lá, mas não
consegui sair do seu lado, tudo que eu via eram policiais de um lado ao outro e
flashes de câmeras em nossa direção.

Arthur foi responder algumas perguntas e me deixou com o Douglas.


Esse foi o único momento em que me afastei.

O carro foi rebocado depois de ser analisado e ter dado perda total, já
que até o motor tinha sido destruído. Douglas nos trouxe e depois foi cuidar de
alguma coisa que o Arthur falou.

Depois de entrar em casa em completo silencio. Ele nem se quer havia


comentado sobre a frase em seu capo, na verdade a ultima vez que tinha
dirigido a palavra para mim foi duas horas atrás antes da entrarmos na
delegacia.

- Vai ficar nesse silencio? – nada, foi como falar com uma parede.

Resolvi ir para a varanda, por mais que estivesse frio era menos que ser
ignorada por ele.

Quando sai da varando já era uma da tarde. Procurei Arthur pela casa,
mas não encontrei, então fui ao único lugar que evitava entrar na casa, a
academia.

O encontrei despejando socos e chutes no saco de areia, a música alta


não abafava seus grunhidos de raiva. Foi só minutos depois que reparei, ele
não estava com a luva somente com a faixa branca que tinha manchas de
sangue.

Desliguei o som e me virei para ele.

- Arthur... Para. - gritei, mas ele parecia estar em outro mundo, o seu mundo.

- Arthur.

Tornei a gritar bem próximo a suas costas, mas não adiantou. Então me
aproximei ficando ao lado do saco.

163
- Que droga. Eu podia ter acertado um soco em você.

- Eu gritei e você não respondeu. Olha suas mãos Arthur.

Então ele abaixou o olhar em direção as mãos.

- Não é nada.

- Não é nada? Você é louco, fiquei noiva de um louco. Você estava socando
essa merda sem a porra da luva Arthur.

- Selena.

Ele se aproxima, mas dou um passo para trás.

- Não, agora você vai me ouvir. Sei que ficou assim por causa do que
aconteceu com carro, mas...

- Não ligo para porra do carro, Selena. Aquele aviso, não quer sair da minha
cabeça. A polícia fez várias perguntas e não podia provar que era sobre você,
mas eu sei que é.

- Eu sei que não é o carro a questão. O que eu iria dizer que o recado é só
para isso, assustar e deixar com raiva. – segurei em seu pulso e comecei a
andar. – Agora vamos limpar esses machucados.

Levei até o banheiro e o fiz sentar no vaso, abri o chuveiro e comecei a


tirar minha roupa.

- O que está fazendo? - perguntou.

- Você está suado Arthur, precisa de um banho e eu vou te dar o banho e


depois cuidarei dos machucados.

164
Selena

Tirei sua blusa e pedi para ficar de pé enquanto abaixei seu short
levando a cueca junto, seu membro estava semiereto.

- Selena... eu posso tomar banho sozinho. - diz quando o puxo para o box.

- Quieto Arthur. Me deixe cuidar de você.

O empurro para debaixo do chuveiro.

- Você está nervosa.

- Meu noivo passou horas me ignorando e resolve arrebentar a própria mão, o


que acha?

Senti lagrimas quentes pelo meu rosto, foi então que ele se aproximou
até eu ficar entre ele e a parede. Segurou meu rosto em suas mãos, e mesmo
que já estávamos debaixo do chuveiro, ele passou o polegar por onde a
lagrimas caiam.

- Não chore, detesto ver você assim.

- Então não banque o imbecil.

165
Fechei os olhos no momento em que sua testa encostou na minha,
então colou nossos lábios. Sua língua entrando em minha boca ao mesmo
tempo em que passei meus braços em seu pescoço. Suas mãos agora
seguravam minha bunda, minhas pernas estavam ao redor de sua cintura.

- Segure-se - disse levando sua boca até meu pescoço e no mesmo momento
em que o senti forçando a entrada.

Gemi, e ele começou a se mover para frente e para trás. Minhas costas
raspavam no revestimento da parede.

- Ah! - gritei quando ele intensificou o ritmo indo mais rápido e com mais força.

- Beth vai ouvir.

- Não vai, ela foi embora.

Sua boca voltou a tomar a minha com a mesma agressividade com que
me penetrava, indo cada vez mais fundo.

- Porra... Selena.

Quando virei o rosto ele desceu a boca até meu pescoço novamente
intercalando entre beijos e mordidas, então tomou meu mamilo em sua boca e
o lambeu, sugou e mordeu e depois fez o mesmo com o outro.

- Arthur.- o orgasmo me deixou mole.

Não tinha fôlego, seus golpes agora se alteravam entre rápidos e lentos.
Puxei seu rosto para cima para tornar a beija-o, enquanto ele acelerava os
movimentos.

Outro orgasmo intenso não sentia minhas pernas, não sabia como ainda
estava me segurando a ele já que tinha certeza de não ter forças, sentia seu
pau inchar dentro de mim.

Ele coloca o rosto em meu pescoço, sinto sua respiração contra minha
pele no momento que chega ao seu clímax. Minutos se passaram e nossas
respirações ainda não estavam normalizada.

No momento em que me colocou no chão e pude sentir seu prazer


escorrendo por entre minhas pernas, com os braços na minha cintura ele me
dá um beijo na testa e pega o shampoo e despeja em sua mão antes de levar
até meu cabelo.

166
Respiro fundo no momento em que ele começa a acariciar meu couro
cabeludo. Depois empurra levemente minha cabeça para água e enxagua e faz
o mesmo com o condicionador.

Depois pega a bucha com um pouco de sabonete e esfrega meu corpo e


enxagua. Pego o shampoo e faço o mesmo com ele. Levo sua cabeça até o
chuveiro e ele a tomba um pouco para trás para enxaguar. Pego a bucha e
começo a esfregar seu corpo, depois ele entra totalmente para debaixo do
chuveiro se enxaguando.

Abro o box e pego duas toalhas enrolo o cabelo e me seco com a outra
depois a enrolo corpo, Arthur sai do box e eu pego outra toalha e o enxugo, ele
a enrola na cintura.

- Não precisava fazer isso, Selena.

- Shh. - peguei uma de suas mãos e o puxo em direção ao quarto. – O que


aconteceu no banheiro não muda o fato de que estou zangada.

Faço-o se sentar na cama e volto para pegar a caixa de curativos.


Coloco sua mão meu colo e começo a fazer o curativo.

- Selena... me

- O que Arthur?

- Me... me desculpa, não devia ter agido daquele jeito.

- Não devia mesmo, mas o que não devia era ter arrebentado suas mãos.

Ele ficou em silencio, quando olhei em seu rosto seus olhos estavam
fechados, seu rosto estava tenso, tornei a abaixar a cabeça respirando fundo e
torcendo para não chorar. Comecei a limpar as feridas.

- Só... por favor não faça isso de novo. Eu sabia que ele não ia desistir estão
todos muito quietos.

Ele levou a mão até meu queixo e o levantou para que eu o olhasse.

- Não vou. E prometo que vou estar com você aconteça o que acontecer.

Fiz os curativos e nós deitamos.


- Vou avisar meus pais que vamos amanha cedo.

167
- Quer comer alguma coisa?
- Não estou com fome, mas fique à vontade. – digitando algo no celular e o
colocando no criado mudo em seguida.
Me puxou para seu braço e senti sua mão subir e descer por minhas
costas. Pouco tempo depois sua respiração estava calma e lenta. Fiquei
acordada ainda por mais um tempo, antes de cair no sono.

168
Selena

Senti os lábios traçando beijos por minhas costas, mãos que estavam
traçavam círculos em minha barriga. Eu vagava entre o sonho e a realidade.
Os beijos se transformaram em pequenas mordidas vindo em direção ao meu
pescoço, então me virou de frente para ele.

Eu continuava com os olhos fechados, ele foi para meus seios e os


beijou com carinho e logo os chupou. Gemi e me movimentei levantando as
costas indo em sua direção.

Ele desceu os lábios por minha barriga distribuindo beijos e pequenas


mordidas ao mesmo tempo segurava firme minha cintura. Já me encontrava
bastante excitada, esfregava uma perna na outra em busca de alivio. Meus
gemidos baixos preenchiam o silencio, quando Arthur separou minhas pernas
se posicionando entre elas.

Sua barba roçava por minha pele causando uma descarga elétrica por
onde passava. Foi então que senti sua boca entre minhas pernas, abri os olhos
sento trazida para a realidade, sua língua explorava meu sexo intensamente.

Seus lábios se fecharam em meu sexo e os seus dentes davam


pequenas mordidas. Sem conseguir ficar com os olhos abertos tornei a fecha-
los. Alcancei seus cabelos, prendendo-os entre os dedos. Senti-o aprofundar a
exploração, dois dedos me invadiram sem aviso.

169
Os meus lábios se separaram, mas não saiu nenhum som. Mal sentia o
ar chegar aos meus pulmões. Puxei seus cabelos e isso o instigou a
aprofundar ainda mais, então ele sugou meu clitóris ainda mais, me fazendo
gritar enquanto gozava.

- Boa noite. - disse.

Fiquei desligada por um tempo, tentando recuperar o folego.

- Boa noite.

Arthur subiu em cima de mim, senti meu gosto em seus lábios que
tomavam os meus lentamente. Seu membro já duro me começou a me
penetrar lentamente.

Então do nada ele se tornou agressivo, estava indo mais rápido, forte e
fundo do que de costume. Ele estava agindo do mesmo modo que o Josh agia
comigo.

Saiu de dentro de mim, e me virando e colocando de quatro abriu


minhas coxas e me penetrou sem o menor cuidado. O que me fez abrir a boca
para gritar, porem nenhum som saiu somente lagrimas molhavam todo meu
rosto.

Me segurei na cabeceira da cama, continuei tentando gritar, mas


nenhum som saia. Ele segurava minha cintura com uma das mãos enquanto
que com a outra segurava meu cabelo puxando-o para trás.

Esse não era o Arthur que eu conhecia e amava, era como se tivesse
sido dominado por um animal. Ele me deu alguns tapas na bunda, sentia o
local ardendo e quente.

- Arthur... espera... vai com... calma.- minha voz estava baixa quase como um
sussurro.

O ritmo se manteve, ele não parecia ter me ouvido falar.

- Arthur?... vai com devagar... está me machu... machucando.

Ele voltou a acelerar o ritmo. Eu estava no limite, mal estava me


segurando e ele gemendo meu nome com a voz rouca, atingiu o orgasmo.
Desabei na cama enquanto ele saiu de mim e se deitou ao meu lado.

170
Eu estava de costas para ele, esperando minha respiração se
normalizar. Meu corpo doía, lagrimas involuntárias continuavam a escorrer pelo
meu rosto.

Depois de minutos Arthur tentou me puxar contra seu corpo, mas eu me


afastei.

- Nem se atreva. - disse em meio a lagrimas.

- Selena?!

Me levantei apoiando a parede indo em direção a porta, e foi quando ele


se levantou parando na minha frente.

- O que foi isso? – apontei em direção da cama. - Você me machucou Arthur.


Eu falei para ir devagar e você continuou. O que deu em você?

- Me desculpa. - disse se aproximando, mas dei um passo para trás.

- Não toque em mim.

- Selena, eu...

- Não quero ouvir, Arthur.

- Deixa eu te ajudar.

Se aproximando de mim.

- Não. - bati em suas mãos, quanto tentou me tocar. - Não, você fez o
suficiente.

Fui até a mesa no canto do quarto e peguei o meu celular.

- Oi Sel.

- Você pode me buscar?

- Aconteceu algo?

- Só me busca... por favor.

171
- Claro... me mande o endereço.

Disse e desligou. Digitei o endereço rápido e enviei.

- Você não vai.

- Vou sim, e nem tente nada.

- E o fim de semana com meus pais?

- Você pode muito bem ir e inventar uma desculpa pela minha ausência.

Pego minhas roupas e batendo a porta.

Arthur

"Você pode muito bem ir e inventar uma desculpa pela minha ausência."

Foi a última coisa que ela falou para mim antes de fechar a porta do
quarto. Vinte minutos depois o tal do Steve estava na portaria, ela nem sequer
me deixou levar até a porta.

Eu realmente tinha feito uma merda sem tamanho. A fodi como um


animal estupido. E a machuquei. Me comportei igual seu ex namorado a
controlando, a dominando.

Jamais tinha feito isso com ela não que eu queria, mas minha cabeça
estava uma merda. O que havia acontecido de manhã e a mensagem estavam
acabando comigo.

Horas mais cedo.

Dormir com ela em meus braços tem sido ótimo. Selena parecia um
anjo, dormia tranquilamente.

172
Acordei com meu celular vibrando, desbloqueie e vi o relógio mostrava
que estávamos no início da noite, o número era desconhecido, mesmo assim
decidi que iria atender.

Tirei a cabeça dela do meu peito e com cuidado coloquei no travesseiro,


me levantei e fui até a cozinha.

- Alo?

A ligação ficou muda. Logo depois chegou a seguinte mensagem.

Número desconhecido: Você acha mesmo que vai se casar com ela
Arthur?
Está muito engando.

Passei o resto da noite e toda madrugada em claro. Tentei falar com ela,
mas não consegui. O segurança no prédio dela tinha verificado e Selena não
tinha ido para o apartamento.

Agora estou a caminho da casa dos meus pais, sem minha noiva.

Arthur: Selena... por favor me atende.

Arthur: Preciso saber como você está.

Arthur: Selena, me perdoa. Por favor me atende vamos conversar. Eu


te amo.

Arthur: Eu sei que fiz uma besteira sem tamanho, mas preciso saber
como você está.

Mas nada todas as ligações iam para caixa postal e nenhumas


mensagens eram visualizadas.

Minha ultima tentativa, foi no momento que estacionei o carro na


propriedade dos meus pais. Mas a essa altura minha ligação foi recebida pela
voz eletrônica, indicando que estava desligado ou fora da área de cobertura.

173
Arthur

- Filho, onde está sua namorada? – minha mãe atendeu a porta.

- Teve um compromisso de família em cima da hora, mas pede desculpas.

- Está tudo bem?

- Sim, foi uma urgência com a mãe dela.

- Entendo, entre seu irmão e seu pai estão no jardim tomando café.

Não contei que havia pedido sua mão em casamento. Na verdade, nem
sabia se ainda tinha uma noiva, já que ela não me respondia ou retornava as
minhas ligações.

Passei o dia assistindo a diferentes esportes. Meus pais não gostaram


de descobrir sobre meu carro destruído pelos sites de fofocas.

Agora eu estava aqui deitado na cama do meu antigo quarto tentando


mais uma vez falar com ela, mas sem sucesso. O porteiro havia me ligado
falando que vários repórteres ainda estavam na porta do condomínio.

Ouço uma batida na porta e me levanto abrindo a porta.

- Precisamos conversar. - Eliza diz e entra no quarto.

- Qual o assunto? - digo fechando a porta.

174
- Selena.

Me sentei na poltrona perto da janela enquanto Eliza sentou na cama


ficando de frente para mim.

- O que tem a Selena?

- Ela me ligou e pediu alguns dias de folga. Não estranhei, já que tinha
contado.

- Como assim?

- Disse que está com uns problemas de família, mas que mandaria desenhos.
Então deduzi que aconteceu alguma coisa alem do carro. Começa a contar.

Ela não me atende, mas liga para minha irmã.

- Não.

- Mentira. Foi por causa do pedido?

- Ela aceitou, se é isso que quer saber.

- Fala logo, o que você fez?

- O que leva você a pensar que fiz algo?

- Porque desde que cheguei, você não largou o celular. Ela não veio para o fim
de semana, me pede folga, informou um e-mail diferente me liga de um número
de celular novo. Não sou idiota.

Respiro fundo. Não dava pra enganar minha irmã.

- Acho que ferrei com tudo. Para falar verdade nem sei se ainda tenho uma
noiva.

- Foi tão ruim assim?

- Estávamos dormindo quando acordei com o celular vibrando como não queria
acorda-la, me levantei para atender na cozinha, mas ninguém respondeu. Em
seguida recebi uma mensagem falando que se eu pensava que iria me casa
com ela estou muito enganado.

175
Abaixei e coloquei a cabeça entre as mãos.

- Vai continua.

- Não posso falar.

- Pode é vai, conta logo já pensou se ela resolve ir embora?

- Só precisa saber que fiz uma besteira que não dá para medir.

Eliza se levantou e tirou meu rosto de minhas mãos. Se ajoelhou na


minha frente e disse.

- Fala Arthur, o que você fez com ela?

- Eu realmente a machuquei, da pior maneira, fiz o mesmo que o ex namorado


fazia com ela. - me levantei e comecei a andar pelo quarto, puxando os
cabelos. – Tentei controlar ela, e sei que não devia, mas fiz.

- Não estou entendendo nada fala logo.

Quando ia responder Pietro entrou. Eliza se levantou no susto, o que fez


meu irmão aproveitar o espaço para me empurrar contra a parede, me
segurando pela gola da blusa.

- Que merda você fez? Alyssa quase largou o desfile porque o amigo delas um
tal de Steve ligou para ela, falando que Selena estava machucada. Então que
porra você fez?

- Machucada?

- O que aconteceu Arthur fala logo. - Eliza disse.

- Eu... eu a forcei... fui brutal com ela no sexo, se é que posso chamar aquilo de
sexo.

- Ficou louco Arthur? A garota é sua namorada. - Pietro me soltou e andou para
trás.

- Noiva Pietro. Ele pediu a mão dela ontem de manhã. - Eliza disse com a voz
de desdém.

- Alyssa sabe onde ela está?

176
- Ela não quis me contar e mesmo que eu soubesse depois de saber o motivo
não te diria.

Pietro falou e saiu do quarto, Eliza ficou, mas no seu rosto podia notar a
raiva.

- Não quero saber o que vai saber, só resolve essa merda e logo.

- E como vou fazer isso? Ela nem me responde ou retorna minhas ligações.

- Você vai continuar tentando, só resolve a merda logo. E não estou falando
isso por que do trabalho. – vai até a mesa e anota algo no papel e me entrega.
- Selena se tornou minha amiga, e se eu tiver que escolher, sinto muito mas
será o lado dela. - diz e foi embora.

Tornei a tentar falar com ela, mas só dava caixa postal. Então liguei para
Aly na esperança que me contasse onde ela estava, mas também foi parar na
caixa postal, deixei um recado pedido que me retornasse ou que me falasse
onde poderia encontrar Selena.

Me deitei olhando para o teto e pensado no que eu faria.

Já passava das duas da madrugada quando recebi a resposta.

Alyssa: Selena não quer falar com você. Seja lá o que tenha feito não
só a machucou, como à. Então vai me contar o que aconteceu para agir
como um babaca?

Disquei seu número e ela atendeu no primeiro toque.

- Então? Comece a falar.

- Perdi a cabeça.

- Isso eu notei quando ela me disse que não foi para o fim de semana, mas o
que levou você a isso?

- Não pode contar para ninguém, Alyssa.

- Fala logo Arthur.

- Tem alguém a está perseguindo e tenho certeza que não é o tal do Josh.

177
- Quem? Você sabe?

- Não. Mas mandaram uma mensagem, não se preocupe já estou cuidando


disso. Preciso falar com ela me desculpar.

- Volto para casa amanhã, farei o possível. Te aviso se eu conseguir.

- Obrigada.

Assim que ela desliga mando outra mensagem para Selena.

Arthur: Sei que o que fiz te magoou e machucou, mas por favor
atende precisamos conversar. Por favor.

Não consegui dormir, vi a noite se tornar dia e nenhuma mensagem nem


ligação. Era como se ela tivesse sumido e ver meu e-mail não ajudou muito.

Vários e-mails com fotos da Selena saindo da empresa, do curso, na


porta do seu apartamento, do meu condomínio ou pela cidade. Não havia
mensagem somente fotos. Enviei tudo para Allan e pedi para rastrear.

Horas foram passando e Allan não conseguia chegar a pessoa por trás
dos e-mails, até chegamos a cogitar que fosse o Josh, mas a pessoa sabia
como se esconder.

Decidi também ir à delegacia, mas antes tinha que avisar Selena para
ter cuidado.

Peguei minha mala. Pedi desculpas para meus pais, falei que Selena
estava mal, precisava de mim e eles entenderam. Entrei no carro e me dirigir
para casa.

178
Selena

Dormi graças ao remédio que Steve insistiu que eu tomasse assim que
chegamos no seu apartamento.

Quando me levantei foi direto para o chuveiro. Minha cabeça latejava,


meu corpo dolorido quase do mesmo modo que tinha ficado no meu último
encontro com Josh. Ao tirar a roupa, notei pequenos hematomas na cintura.

Não demorei no banho ou para me vestir. Fiquei aliviada quando notei


que Steve tinha ido até o meu apartamento e pego algumas roupas.

O lugar estava silencioso, já que ele estava no horário do trabalho. Na


bancada da cozinha tinha uma bandeja com café da manhã tomei metade do
suco e comecei a comer um dos sanduiches, peguei um analgésico e voltei
para o quarto.

Ao me sentar na cama e resolvi ligar o celular fui bombardeada de


mensagens e ligações perdidas não só de Arthur com de Aly e até mesmo
Pietro e Eliza haviam tentado entrar em contato.

Enviei a mesma mensagem para todos, dizendo que estava bem e para
não se preocuparem.

Aly não pareceu acreditar já que fez questão de ligar.

- Oi Aly.

179
- Selena você está bem?

- Estou.

- Sel é sério, preciso saber que está bem... Arthur te machucou muito?

- Minha cabeça está latejando e o corpo está dolorido, mas e só.

- Chego a noite, se quiser conversar...

- Não precisa se preocupar Aly.

- Pietro falou que vai ficar de olho em você até eu chegar então se precisar de
alguma coisa.

- Não precisava colocar o Pietro de babá.

- Ele está preocupado. Ah Sel, você já conversou com ele?

- Não. Ele ligou e mandou mensagens, mas deixei meu celular desligado, não
sei o que deu nele Aly.

- Vocês têm que conversar, seja lá o que aconteceu para ele agir assim.

- Você falou com ele, não é?

- Sim... ele me telefonou. Só conversem está bem?

- Está bem. Te vejo mais tarde.

- Até mais tarde.

Já tinha se passado quase uma hora falado com Aly, mas sem nenhuma
coragem para retornar qualquer ligação então só enviei uma mensagem.

Selena: Arthur... não sei o que falar. Ah... estou bem, será que
podemos conversar, quero saber o que aconteceu para você agir daquele
modo.

Assim que enviei, abri meu e-mail que uma foto minha saindo da
academia, que havia sido a dois dias. Resolvi que se fosse contar sobre as
fotos não podia ser por mensagem liguei, mas chamou até cair na caixa postal.
180
- Selena?

- No quarto Steve.

- Você quase não comeu, porque?

- Come um dos sanduiches, não estou com muita fome.

- Está bem. Agora achei um pertence seu perdido na porta da academia.

Só quando Arthur sai de trás dele que reparo que não estava sozinho.

- Arthur...

Ele se aproxima da cama e ficar de joelhos na minha frente.

- Me desculpe, perdi a cabeça eu... não podia ter feito aquilo.

- Bom eu vou deixar vocês a sós. Sel quer alguma coisa da rua?

- Não Steve, obrigada.

- Se comportem e... por favor resolvam essa merda.

Ouço a porta da frente se fechar e Arthur continuar na minha frente.

- Levanta.

- Por favor vamos conversar, depois eu vou embo...

- Antes de tirar conclusões precipitadas, você vai me responder o que


aconteceu?

- Está bem...- respirou fundo tomando coragem imagino e continuou.- Acordei e


vi que estavam ligando para o meu celular então resolvi atender na cozinha,
assim não corria o risco de acordar você...

Arthur estava tenso, pode perceber os músculos ficarem rígidos à


medida que ele falava.

- Mas assim que atendi a pessoa deligou e me mandou uma mensagem


falando que se eu achava que iria me casar com você estava engando.

181
Quando eu te acordei nem estava pensando na mensagem, mas quando me
lembrei das palavras... bom você sabe o que aconteceu depois.

- E por isso você vira um babaca? Você parecia um... animal, Arthur.

- Machuquei muito você?

- Fisicamente falando estou com alguns roxos, corpo dolorido e a cabeça


latejando, agora psicologicamente não sei... - desviei os olhos virando para o
lado. – Diria abalada.

- Eu fiz a mesma coisa que ele, não foi?

- Não exatamente, mas me fez lembrar de como ele fazia comigo e... eu não
posso viver daquele jeito de novo.

Ficamos em silencio, Arthur se sentou na beirada da cama, mas quase


na mesma hora sai correndo para o banheiro.

Arthur surgiu atrás de mim e segurou meus cabelos enquanto eu


colocava tudo para fora. Ele passou uma toalha molhada no meu rosto.

- Está se sentindo melhor?

- Sim. – ele me ajuda a ficar de pé.

E ficou ao meu lado enquanto escovava os dentes. Depois me levou de


volta para a cama, tudo em absoluto silencio. Se sentou na beirada da cama e
lá ficou. Não sei quantos minutos se passaram até que ele falasse.

- Você vai me deixar? - perguntou com os cotovelos apoiados nas pernas e o


rosto entre as mãos.

Fiquei tão atordoada com a pergunta que nem me dei conta que não
tinha respondido quando Arthur se aproximou e pegou meu rosto entre as
mãos.

- Sei que mereço depois do que fiz...

- Arthur...

- Se você vai me deixar...

182
- Arthur...

- Posso pelo menos pedir que não saia da empre...

- Arthur.- grito.

- Que foi?

- Estou tentando falar... não vou te deixar. Se me passou pela cabeça claro,
mas não vou te deixar.

Ele toma meus lábios de forma lenta e carinhosa, e finaliza com um


selinho

- Graças a Deus, não sei o que iria fazer se me largasse.

- Eu te amo Arthur, mas da próxima vez eu espero que converse comigo. Pode
ser?

- Claro.

Diz e se deita ao meu lado. E me puxa para seu braço, apoio a cabeça
em seu ombro enquanto sinto sua mão subir e descer em minhas costas.

- Quer comer alguma coisa?

- Não, ainda estou sentindo um pouco de enjoo.

Fechei os olhos e quando estava quase dormindo.

- Podemos ir para casa Sel? Não me sinto à vontade para terminar nossa
conversa.

- Claro. Vou me trocar e podemos ir.

Não demoramos mais que quarenta minutos até o condômino.

Arthur fez questão que eu almoçasse antes de terminar a conversa. Já


estávamos na cama do mesmo modo que havíamos deitado no ap do Steve,
quando me lembrei das fotos.

- Arthur?

183
- Humm.

- Acho que temos um problema.

- E qual seria?

- Recebi umas fotos hoje e nelas estava saindo da academia.

Ele ficou tenso de novo, e por um segundo me pareceu que nem estava
respirando.

- Eu sei.

Me sentei encarando-o.

- Como?

- Recebi várias fotos tanto suas como de nós dois juntos.

- Isso não parece ser o Josh. A parte de ser seguida e as fotos sim, mas ele só
mandaria para mim.

- Tem certeza?

- Sim, ele não iria se dar ao trabalho de enviar para você.

Ele pegou minha mão e puxou fazendo deitar novamente.

- Descansa um pouco, vou resolver prometo. - me deu um beijo na cabeça.

Arthur

Nunca me senti tão aliviado como na hora em que Selena disse que não
iria me deixar. Mas a sensação de felicidade logo passou quando ela me disse
que havia recebido fotos, será que nunca vamos ter paz?

184
Porem tê-la adormecida em meus braços era muito tranquilizador.

A tarde passou bem rápida, e tinha a impressão que se não a acordasse


iria dormir a noite toda. O problema era que Selena não tinha se alimentado
muito bem durante o almoço, então enquanto dormia profundamente a coloquei
com cuidado e me levantei para preparar algo para que pudesse comer.

Preparei um jantar rápido e leve, voltando para acorda-la. Por mais que
eu a chamasse nada que eu fiz a acordou.

Tomei banho e fui para o escritório trabalhar um pouco. O segurança


que estava morando no prédio das meninas disse que um cara vinha
observando o apartamento do outro lado da rua.

Avisei o Douglas para que ficasse alerta e realoquei mais um na


segurança dela, já que sei que nada vai a impedir de estudar ou trabalhar.

Como já passava das sete da noite resolvi ver se Selena estava


acordada, mas antes fui para cozinha arrumar algo para que pudesse comer.

185
Selena

Acordei com Arthur sentado ao meu lado, tirando o cabelo do meu rosto.

- Boa noite minha linda.

- Boa noite. - digo com voz de sono ainda com os olhos fechados.

- Vim te acordar, fiz algo para que pudesse comer.

- Que horas são?

- Você dormiu a tarde toda e o início da noite.

Levantei e fomos para a cozinha, mas antes que chegássemos a porta


senti o cheiro de carne assada que fez meu estomago se revirar. Porem
respirei fundo e me sentei no banco em frente a bancada onde Arthur estava
colocando a salada.

- Tem algum suco pronto?

- Tem sim, vou te servi logo.

- Está tudo bem? – coloca o assado na minha frente.

O enjoo piorou tanto ao ponto de eu ter que sair correndo para o


banheiro, não tenho ideia como ainda conseguia colocar algo para fora sendo,
que não tinha nada mais em meu estomago.

186
- Selena?

- Vai embora, Arthur.

Mesmo depois que pedi, Arthur ficou ao meu lado segurando meus
cabelos em uma das mãos enquanto a outra subia e descia por minhas costas.

- Vou te levar no médico.

Depois do que pareceu horas grupada no vaso, Arthur me colocou


sentada na bancada e pegou uma toalha e molhou, depois passou no meu
rosto.

- Você está pálida, vou arrumar as coisas e vamos ao hospital.

- Estou bem, Arthur. Se não reparou acabei de vomitar e normal ficar pálida.

- Você colocou o estomago para fora agora. Estou preocupado.

- Vou comer está bem, só preciso de uns minutos.

- Quer tomar um banho?

- Sim.

Ele prendeu meu cabelo, ajudou a tirar a minha roupa e me levou para
banheira. Não sei se era a água morna, os cuidados ou a combinação das
duas coisas juntas, mas o enjoo estava passando a medida que meu corpo
relaxa com a cabeça apoiada em seu peito.

- Pelo menos sua cor voltou, está se sentido melhor?

- O enjoo passou.

- Vamos terminar e vou te alimentar.

Arthur

187
Comemos em completo silencio, depois Selena deitou no sofá enquanto
cuidei da louça e me juntei a ela. Ficamos vendo filme até que Alyssa ligou
uma hora mais tarde e insistiu que ela fosse para casa pois precisava de ajuda.

Há levei até o apartamento e aproveitei para conversar com o segurança


do prédio. Quando voltei para casa, sem sono e sentindo o quão vazio o lugar
ficava sem ela, então aproveitei para responder alguns e-mails. Foi quando
meu irmão entrou no escritório com cervejas na mão.

- Invasão de domicilio e crime sabia.

- Fica quieto, tem jogo de basquete passando e eu trouxe a cerveja.

- Aconteceu alguma coisa?

- Minha namorada me trocou pela sua noiva o que você acha?

- E essa cara de merda só porque a namorada vai passar a noite com a amiga?
– desligo o computador e me levanto. - Quem é você, e o que fez com meu
irmão?

- Realmente gosto dela, mas e aí quando vão marcar o casamento? –


caminhamos para sala e ligo a televisão colocando no canal do jogo.

- Acabei de pedi-la em casamento e marcar data no momento não está no topo


da lista.

- O ex voltou?

- Não, ela passou mal estava com enjoo.

- Enjoo?

- Sim, mas acho que foi por causa da dor de cabeça.

- E não pode ser outra coisa?

- O que?

- Cara você é estupido ou o que? Não tem a chance de estar gravida?

- Claro que não. Ela toma pílula e nunca a vi esquecer um dia sequer.

188
- Se você está falando, mas se eu estivesse no seu lugar já estaria com um
teste por garantia.

O intervalo do jogo havia acabado então o silencio reinava. Mas na


minha cabeça estava no que Pietro falou, e claro que se ela estivesse gravida
nós saberíamos. Não é mesmo?

Chicago ganhou de Boston, já estava tarde e como tínhamos bebido


várias cervejas ele foi para quarto do hospede. Eu fui para o meu quarto e
peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha noiva.

Arthur: Oi minha linda, está melhor?

Selena: Oi, estou bem.

Arthur: Nada de enjoo ou dor de cabeça?

Selena: Não estou bem. Porque essa preocupação toda?

Arthur: Cuidar da minha noiva não é preocupação demais, mas estou com
saudade.

Selena: Tem certeza que não tem mais nada?

Arthur: Sim. Te vejo amanhã na empresa, mas me avisa se não se sentir bem.

Selena: Aviso, boa noite.

Assim que li sua mensagem chegou uma mensagem do Allan.

Allan: E-mail foi rastreado até um café no norte da cidade, mas estou
rastreando todos que estão na sua lista. Entro em contado logo.

Nem respondi, o que Pietro havia dito ainda estava minha cabeça. Não
me importava se Selena estivesse gravida, mas tinha muita coisa para
resolvermos antes de nos casar e aumentar a família.

189
Selena

Passei o resto da noite de domingo entre filmes e comendo besteiras


com minha amiga. Já era bem tarde quando Arthur enviou mensagem
querendo saber se estava melhor. Porem suas perguntas sobre o enjoo foram
além de insistentes bem estranhas.

Mesmo depois de nos despedimos ele ainda me mandou várias vezes a


mesma pergunta de dez em dez minutos se eu tinha certeza de que não tinha
mais enjoo.

- O que Arthur tanto tem para falar?

- Ele não para de perguntar se eu tenho certeza que estou bem, mas não para
de falar do enjoo.

- Isso está estranho será que... não ele... não isso.

- Isso o que?

- E se ele estiver pensando que você está gravida?

- Não. Eu não esqueço de tomar um dia se quer e isso faz anos.

- Deve ser somente o estresse que você passou, isso nunca faz bem para
ninguém.

- E deve ser isso mesmo.

190
- É claro que é isso, você nunca fica bem quando passa por estresse.

- Você me acorda amanhã antes de sair?

- Claro.

Aly tinha razão isso era só uma reação em respostas as fortes emoções
que passei nos últimos dias.

Antes do dia clarear eu estava colocando todas as bobeiras que eu


havia comido durante todo o domingo. Assim que vomitei me senti melhor e o
banho fez resto, quando sai já estava nova. Me vesti e fui acordar a
dorminhoca.

- Acorda Aly.

- Não...só mais cinco minutos.

- Você não tem mais cinco minutos, levanta e vai se aprontar.

- Droga porque tinham que marcar uma sessão de fotos tão cedo.

- Não faço ideia, agora levanta.

Ela se levanta e sai do quarto e vou para cozinha fazer o café.

- Deixei café pronto para você, já estou indo.

- Eu te amo Sel.

- Eu sei, bom trabalho.

Desço para portaria, entro no carro e Douglas arranca indo em direção a


empresa. Ao passar pela recepção.

- Bom dia Selena.

- Bom dia Natalie.

- Ah antes que me esqueça, deixaram esse envelope para você.

- Obrigada.

191
Peguei o elevador e fui direto para joalheria. Quando cheguei Eliza me
puxou em um abraço apertado.

- Fala que vocês se acertaram pelo amor de Deus.

- Bom dia Eliza... ah pode não apertar tanto?

- Ah claro. Mas então noivado... ainda está de pé?

- Está tudo bem, Eliza. Noivado de pé.

- Graças a Deus, achei que teria que agredir meu irmão por ter feito besteira.

- Você é brava, mas nunca pensei fosse para tanto. - comento rindo.

- Preciso de ir, vou entrevistar as candidatas para a sua antiga vaga.

Meu sorriso sumiu na mesma hora.

- Não sabia que iria começar as... entrevistas hoje.

- Esconder ciúme não é seu forte em cunhada. - fala sorrindo. - Bom eu vou
indo, se precisar me liga.

Assim que Eliza saiu me sentei na minha mesa e comecei a trabalhar.

Já estava finalizando um conjunto quando a porta se abriu.

- Não vai almoçar?

- Já está tão tarde?

- Não viu a hora passar, não é mesmo?

- Sim, mas na verdade nem estou com fome.

- Você tem que comer linda.

- Vou só terminar esse croqui. Quer ver?

- Claro.

192
Ele andou até a minha mesa, pegou os croquis nas mãos e começou a
olhar.

Minutos se passaram e ele não disse nada.

- Arthur pelo amor de Deus fala alguma coisa.

- Ah... caramba Selena, não sei o que dizer.

- Só fala... você não gostou?

- Que? Não eu gostei e só que... caramba, está perfeito.

- Acho que foi meu melhor trabalho, nem meu de conclusão de curso ficou tão
bom.

Ele pegou minha mão e me fez levantar, e quando fiquei de pé suas


mãos foram até meu rosto.

- Aposto que vai ficar incrível e sabe por que?

- Não.

- Porque você tem muito talento.

- Obrigada. E as entrevistas?

- Ciúmes?

- Claro. E vou logo avisando nada de gostosa avise sua irmã.

Arthur começou a rir, e não parou e foi quando sua irmã entrou na sala.

- Qual a graça?

- Sua cunhada está com ciúmes, então não contrate ninguém gostosa.

- Jamais iria contratar uma gostosa, a última virou minha cunhada e quero que
permaneça assim. E os seus desenhos?

- Meus últimos trabalhos ficaram melhores do que o meu de conclusão.

193
- Na verdade ficaram perfeitos, olha.

Gostaram tanto dos desenhos que resolvemos ir almoçar no restaurante


no fim da rua. Depois que voltamos Arthur foi para uma reunião e eu continuei
na joalheria, Eliza estava trabalhando em um bracelete e resolvi dar uma pausa
e olhar o que tinha no envelope.

Quando abri tinha um pendrive, peguei o notebook e conectei. Ao abrir a


pasta havia um arquivo de vídeo. Cliquei no vídeo, reconheci o lugar na mesma
hora era o meu quarto. Mais precisamente o final da noite inicio da madrugada,
Aly e eu estávamos deitadas.

Fechei a tampa do notebook e me afastei da mesa.

- Sel? Você está pálida, está sentindo alguma coisa?

Não conseguia responder, fechei meus olhos e tentei manter a


respiração continua, mas estava difícil.

- Ei Selena. - senti a mão dela no meu braço.

Quando abri os olhos sai correndo para o banheiro. Acabei vomitando


todo meu almoço, assim que me levantei e molhei o rosto e vi Eliza atrás de
mim.

- Você ainda está pálida. – pegou uma toalha e colocou contra minha testa
enquanto me levava até uma cadeira. - Vou chamar o Arthur.

- Não Eliza. Ele está em reunião e vai largar no momento que souber, posso ir
para casa?

- Claro, mas você não devia ir sozinha?

- E não vou, Douglas me leva para casa.

- Mas vou avisar o Arthur.

- Ele vai surtar, deixa que eu converso com ele depois.

- Você vai na aula?

- Vou tentar, se eu estiver melhor.

194
- Se não melhorar vai no médico.

- Pode deixar.

Me levantei, peguei a minha bolsa e mandei mensagem para o Douglas


e desci para portaria. No caminho mandei uma mensagem para Arthur
avisando que tinha ido embora que me ligasse quando pudesse, mas que não
devia se preocupar.

Não demoramos nada para chegar no meu apartamento. Cheguei fui


direto para cama, não demorei para pegar no sono.
Ao abrir os olhos e vi Aly sentada.

- Sel... como está se sentindo?

- Mais ou menos. Como você sabia?

- Arthur. Ele me ligou estava preocupado já que você não atendeu a ligação.

- Ah...

- Quer ir no médico?

- Não. Se piorar eu vou.

- Compre caesar salad, quer uma?

- Sim.

Assim que ela saiu do quarto peguei meu celular na bolsa e tinha quinze
ligações perdidas do Arthur. Retornei a ligação e ele atendeu no segundo
toque.

- Está melhor? Precisa ir no médico? A reunião não acabou, mas posso adiar...

- Ei respira Arthur. Vou responder uma de cada vez, tudo bem?

- Sim.

- Mais ou menos. Não preciso de ir no medico, mas vou se não melhorar.


Agora volta para reunião.

195
- Eu posso ir cuidar de você.

- Volta para reunião.

- Se precisar você me liga.

- Sim.

- Me liga e eu vou correndo.

- Está bem.

- Promete?

- Prometo.

- Estou falando sério, Selena.

- Está bem Arthur, volta para sua reunião.

- Mas se precisar.

- Vai logo para reunião Arthur, eu ligo.

Desliguei e Aly entrou no quarto com a comida. Se sentou na cama e


ligou a tv.

A salada estava deliciosa. E teria sido melhor se não tivesse corrido para
o banheiro ou teria sujado todo o quarto. Está na cara que meu estomago não
estava nada bem.

Aly veio até o banheiro senti sua mão subindo e descendo em minhas
costas e a outra segurando meus cabelos.

- Pode pegar meu celular pedir ao Douglas para me levar no hospital?

- Vou com você.

Escovei os dentes e peguei meus documentos e fomos ao encontro do


Douglas que nos levou para o hospital.

196
Arthur

No fim da reunião quando peguei o celular havia várias ligações e


mensagens de Selena e Alyssa, falando que estava no hospital e o endereço.
Até então não tinha me dado conta que o celular havia ficado no silencioso.

Peguei o carro e fui correndo igual um louco para o hospital. Quando


cheguei conversei com a recepcionista que me indicou o segundo andar no
corredor norte onde seria o local provável onde Selena iria estar. Fui até o
corredor e vi a sentada.

- Alyssa?

Assim que ouviu minha voz virou o rosto.

- Oi, você não atendeu.

- Desculpa não percebi que coloquei o celular no silencioso. Como ela está?

- Dormindo, foi medicada e pediram exames de sangue o resultado sai em


breve.

- Pode entrar?

- Claro, estarei aqui.

Entrei no quarto e a vi de olhos fechados e com o braço esquerdo


conectado ao soro. Me sentei na poltrona ao seu lado e segurei sua mão
direita, enquanto acariciei sua mão enquanto sussurrei seu nome.

197
- Selena...

Demorou alguns minutos até seus olhos se abrirem devagar.

- Arthur...

- Como está se sentindo? Vim correndo quando vi as mensagens.

- Não tem problema, Aly ficou comigo.

- Ela falou que o médico pediu exame de sangue, o que mais?

- Falou que estava desidratada já que tenho vomitado muito então me colocou
no soro.

- E o resultado só vai ficar pronto em algumas horas?

- Ele pediu urgência.

Ela voltou a dormir depois de meia hora conversando comigo. Já havia


duas horas que eu tinha chegado, Pietro buscou Aly que não queria ir embora,
mas que acabou concordando depois que confirmei telefonaria assim que
soubesse alguma coisa.

A porta do quarto se abriu e entraram um médico e uma medica. O


médico se aproximou.

- O senhor e o acompanhante?

- Sim.

- A senhorita Laurent chegou com um quadro de enjoo. Relatou também dores


de cabeça fortes nos últimos dias. No exame de sangue não houve nenhuma
alteração significativa ou indicação de alguma doença.

- Como significativa?

- Baixa de vitamina com o quadro de enjoo não e incomum. Porem como ela
relatou que tem vomitado com muita frequência, pedi para que fosse feito um
teste para gravidez.

- Qual foi o resultado?

198
- O teste confirmou a gravidez. - disse a medica.

- Gra... gravida? Ela toma pílula.

Me sentei na poltrona.

- Mas as vezes ela pode ter esquecido ou o efeito pode ter sido prejudicado, já
que a amiga nós informamos que tomou vários comprimidos bem fortes para as
dores de cabeça. Está e a Dr. Natalie Reese obstetra do hospital.

- Vamos marcar uma consulta amanhã.

- Quando ela terá alta?

- Ela está liberada, aqui está o resultado.

Os médicos saíram do quarto e a enfermeira entrou e tirou o soro


enquanto eu esperava.

- Linda.

- Oi.

- Vamos para casa.

Ela se sentou e olhou para mim.

- E o Resultado?

- Bom... não teve alteração então eles fizeram um teste...

- Arthur, fala logo.

- Fizeram teste de gravidez...

- E?

Entreguei o resultado, e logo que ela pegou abriu. Quando ela lia seus
olhos enchiam de lagrimas.

- Gravida?

199
Me sentei ao seu lado e puxei para meu encontro.

- Ei... está tudo bem.

- Mas... - soltou um suspiro, puxou o ar e falou - Acabamos de ficar noivos e eu


ainda estou estudando.

- Vamos ficar bem e quando a isso posso resolver.

- Qual dos dois?

- Os dois, vamos nos casar antes da sua barriga aparecer.

- Isso tecnicamente resolve uma das questões.

- Você só tem mais algumas semanas de aula, vai ficar tranquilo.

- Conversamos em casa, pode ser?

- Pode, mas não me deixa esquecer de ligar para Alyssa.

- Ligamos para ela.

A ajudei se levantar e peguei sua bolsa, segurei sua mão e caminhamos


até o carro.

- Vai ligar agora ou deixar para amanhã. - perguntei enquanto dava partida.

- Vou ligar agora, ela não vai dormir sem saber que estou bem.

Vi ela colocando o celular na orelha.

- Oi Aly... Oi Pietro... estou bem... sim, tenho certeza... está aqui do meu lado...
vou colocar na viva voz... pronto.

- Oi Pietro.

- Então o que deu nos resultados?

Selena olhou para mim e soltou um suspiro.

- Posso contar se quiser.


200
- Tudo bem, eu conto.

- Conta logo.

- Estou gravida.

O silencio ficou constrangedor até que Aly deu um grito.

- Meu Deus. - falou gritando.

- Alyssa quer me deixar surdo? - Resmungou Pietro.

- Estou feliz, vou ser tia e madrinha.

- Parabéns mano... quero ver a cara da mamãe quando contar que vai ser
vovó... Selena se prepare.

- Conversamos depois, só queria avisar que estou bem.

Antes de se despedir, Alyssa fez prometer que as duas iriam fazer


compras para os bebê.

- Eu nem pensei nisso.

- Nisso o que?

- Contar para minha família.

- Contamos quando se sentir bem com isso. – segurei a mão dela rapidamente,
logo voltando para o volante.

Quando chegamos a levei para o nosso quarto, não demorou muito para
ela dormir. Peguei meu computador e comecei a fazer pesquisas sobre
gravidez.

Já era quatro da madrugada e ainda estava fazendo minhas pesquisas,


quando senti uma mão no meu ombro.

- Você não vai dormir, Arthur?

- Estou sem sono e lendo sobre gravidez.

201
- Vem para cama logo.

- Mas ainda tem tanta coisa para ler.

- Não tenho consulta hoje mais tarde?

Confirmo com a cabeça.

- Então vem para cama e mais tarde vamos você pode fazer todas as
perguntas do mundo. Pode ser?

- Pode.

Ela me levou para quarto e nós deitamos aconcheguei ela em meu peito
e pousei a mão em sua barriga e dei um beijo em sua testa.

- Boa noite Arthur.

- Boa noite linda.

202
Arthur

Acordei pouco antes das oito da manhã, Selena ainda estava em meus
braços e minha mão continuavam em sua barriga. Levantei e fui me arrumar
antes de acorda-la.

Saindo do closet peguei meu celular e vi que tinha três ligações perdidas
da minha irmã. Coloquei para fazer a ligação enquanto caminhava para sala.

- Oi Eliza.

- Arthur, preciso falar com você é urgente.

- O que foi agora?

- Acabei de chegar na empresa e achei um pendrive no computador da


Selena...

- Fala logo, Eliza.

- Era um vídeo dela com uma menina deitadas na cama. Quando ela passou
mal não me liguei, mas está na cara que ela não se sentiu bem com isso.

- Vou resolver. Vou chegar tarde e Selena não deve ir.

- Ela está bem?

- Sim... Não conta para mamãe ainda não sei como vou falar... ela está gravida.

- O que?

203
- Você vai ser titia.

- De quanto tempo?

- Não sabemos, vamos na consulta agora cedo.

- Me conta depois.

- Pega esse pendrive e deixa na minha sala.

- Ok, até mais.

- Até mais.

Caminhei até a Selena e dei um beijo na sua testa.

- Hora de acordar amor. - afastei seu cabelo.

- Me deixa dormir, Arthur... - falou com a voz de sono.

- Precisa levantar, sua consulta e agora cedo linda.

- Remarque, estou com sono.

- Imagino que sim, mas vamos linda. - ajudei ela a se sentar.

- Que cheiro e esse? - perguntou franzindo o rosto.

- Bete deve estar fazendo o nosso café, mais precisamente bacon. Por que?

Selena nem respondeu, se levantou correndo para o banheiro. Fui atrás


dela.

- Vou pedir para ela não fazer bacon por um tempo.

- Por favor faça isso. - disse ao se levantar

- Precisa de ajuda?

- Não. Só dá um jeito nesse cheiro, por favor.

204
- Pode deixar. - dei um beijo no rosto e sai enquanto vi ela entrando no box.

Fui para cozinha e Bete preparando o café.

- Bom dia, Bete.

- Bom dia querido, precisa de alguma coisa?

- Vou te pedir para não fazer bacon.

- Mas você adora... Fiz alguma coisa errada?

- Não, Bete. E pela Selena. Está gravida é pelo visto bacon não deixa o bebê
muito feliz.

- A senhorita está gravida... Deus maravilhoso. E o que ela quer comer?

Antes deu responder Sel, surgiu e falou.

- Bete, nada de senhorita. Porem aceito bolo e suco, tem?

- Claro minha querida, pode sentar que vou levar.

O café ocorreu sem mais nenhum problema. Bete a fez comer não só o
bolo e o suco, mas uma salada de frutas.

- Vou preparar um almoço caprichado para você querida. – se virou para mim.
– Já você traga ela no horário certo.

- Sim senhora.

Selena

Estávamos na sala de espera a alguns minutos, e Arthur não parava de


balançar as pernas.

- Arthur? - olhou para mim.- Você pode se acalmar.

205
- Estou calmo linda.

- Então para de balançar os pés?

- Está bem, estou nervoso... merda estou mais que nervoso, vou ser pai.

Segurei suas mãos entre as minhas e olhei em seus olhos.

- Não fique, você será um ótimo pai tenho certeza.

Soltei suas mãos e dei um beijo em seus lábios.

- Selena Laurent, sala 4 a doutora Natalie está lhe aguardando.

Me levantei e estendi a mão para Arthur.

- Você vem?

Ele pegou minha mão e caminhamos até a sala. Quando chegamos a


sala a Dr. Natalie estava sentada. E nos sentamos na sua frente.

- Bom dia, Sou a Doutora Natalie Reese. - esticou a mão e nos


cumprimentamos

- Bom dia. – dizemos um depois do outro.

- Como estamos hoje mamãe?

- Descobri da pior maneira que o bebê não gosta de bacon, mas tirando isso
estou bem.

- E normal o enjoo nos primeiros meses. Vamos ver o bebê e depois tiramos
suas dúvidas, está bem?

- Sim.

- Se deite na maca e levante um pouco a blusa, vamos ver de quanto tempo


está.

Me deitei e subi a blusa, ela colocou um gel em minha barriga e Arthur


ficou do meu lado, segurando minha mão.

206
- Parece que o papai está nervoso.

- Muito, você não imagina o quanto. - falo.

- Não precisa ficar nervoso.

A doutora começou o exame e Arthur apertou minha mão.

Minutos se passaram até que Arthur perguntar.

- Doutora está tudo bem?

- Está sim, Selena está de seis semanas e...

- O que foi? - Perguntou Arthur.

- O desenvolvimento está com se espera.

- Então está tudo bem?

- Sim, Selena é jovem e pelos resultados dos exames está saudável. Não tem
nada para se preocupar.

Então ela pegou um papel para que eu limpasse a minha barriga.

- Imagino que tenha perguntas?

- Sim, quando os enjoos vão parar? - perguntei enquanto descia da maca, indo
me sentar na cadeira.

- São mais frequentes no primeiro trimestre, mas vou receitar um remédio para
ajudar por precaução.

- Ela tem tipo muito sono.

- E normal.

- Minha outra dúvida é vamos poder continuar a ter relações sexuais?

- Arthur!

207
- O que? E uma pergunta importante. – responde com a cara mais normal do
mundo.

Balancei a cabeça, enquanto a medica riu um pouco e respondeu.

- Só e contraindicado se houver sangramento, o bebê estão protegidos então


não precisa se preocupar. Algumas gravidas tem seu apetite sexual
aumentado.

- Então espero que seu apetite aumente linda.

Comecei a rir e revirei os olhos.

- Vou passar uma dieta e nos vemos em um mês.

Fomos para casa logo depois da consulta. Arthur passou o caminho


inteiro com um sorriso no rosto. Bete havia preparado um verdadeiro banquete,
a mesa estava posta a nossa espera. Almoçamos e eu dormi logo após.

Acordei com ele me encarando e rindo.

- O que é tão engraçado?

- Você não pode ver uma cama que já dorme.

- Você não devia estar na empresa?

- Só um minuto que irei resolver isso.

Arthur ligou para sua nova secretaria e pediu para desmarcar os


compromissos daquele dia. Depois enviou uma mensagem para Eliza.

Nós ficamos há tarde toda discutindo sobre o bebê e sobre o casamento,


o qual ele disse que iria acontecer em um mês.

Depois a discussão virou beijos e os beijos viram vocês devem imaginar


como acabou. E em meio a essa discussão/reconciliação decidimos que iria ser
uma cerimônia pequena. Já a lua de mel ele disse que fazia questão em
planejar e que seria surpresa.

- Quando ia me contar sobre o pendrive?

- Eliza achou, não é?

208
- Sim e me ligou preocupada.

- Eu não sei quem mandou, mas estava com Aly no meu quarto.

- As imagens são do domingo?

- Sim.

Ele pegou o celular no criado mudo.

- Pietro... ela está bem... o bebê está bem... mas estou ligando para outra
coisa, preciso que tire Alyssa de casa... Tem câmera na casa das meninas...
vou mandar Allan e outros seguranças procurarem, só tire ela de casa... Selena
vai ficar aqui leve ela para sua casa... eu aviso qualquer coisa.

Estão se vira para mim e fala.

- Você vai se mudar para cá.

- É isso foi uma afirmação. E Aly vai morar sozinha?

- Pietro não quer ela sozinha vai chamar para morar com ele.

- E vai ser uma intimação como a minha foi? – levanto a mão antes que diga. –
Provavelmente vai ser, se ele for mandão igual você.

- Não sou mandão?

- Não imagina. Bom tenho algumas das minhas coisas já estão aqui, mas vou
precisar buscar o resto.

- Agora sobre seu curso

- O que tem?

- Você vai continuar?

- Claro que vou continuar. O que eu faço com você?

- Me ame, afinal sou seu futuro marido e pai do seu filho.

- Eu te amo, mas não tente mandar em mim. Já tive isso demais por uma vida.

209
Nos deitamos e Arthur levantou minha blusa e ficou fazendo carinho em
minha barriga.

210
Selena

O noivado se tornou público a uma semana, e desde então vejo


fotógrafos nos seguindo e vinha me recusando a atender as ligações da minha
família. Podia até imaginar o que iriam falar, então estava só evitando o
máximo que podia.

Fazia duas semanas que havia me mudado de vez para casa do Arthur,
ou como ele me corrigia “nossa casa”.

Depois de muito pedir, ele me contou que acharam dez câmeras


espalhadas pelo apartamento. Tudo foi entregue a polícia, junto ao envelope
que havia recebido com o pendrive. E enfim eles abriram uma investigação.

Eu já não ficava sozinha, sempre com seguranças, ele ou a Bete. Já


meu cunhado surtou bem mais que meu noivo é eu não achei que fosse
possível. Com a Aly morando com Pietro e trabalhando cada vez mais, não
estávamos nos vemos com tanta frequência.

Mas acordar nos braços do meu noivo todos os dias estava sendo
maravilho, só poderia ser melhor se não fossem os enjoos matinais ou quando
não acordava ainda mais exausta.

Hoje iria conhecer minha sogra, ou melhor almoçar com ela. Estava tudo
bem, tirando que estava um pouco nervosa por ficar sozinha com ela.

211
- Ela vai te buscar na empresa, se estive cansada volta para casa. – dano
partida no carro fomos para empresa.

Estávamos a frente do carro onde os seguranças nos seguiam.

- E só um almoço com a sua mãe, o que pode acontecer?

- Nada iria acontecer, até a gente contar que está gravida.

- Me diz porque você não vai estar nesse almoço?

- Vou estar quando contarmos, mas quando ela marcou esse almoço deixou
claro que queria passar um tempo com a nora.

- Sua mãe... como você acha que ela vai reagir?

- Na verdade, não faço ideia. Quando contei que tinha ficado noivo ela gritou
igual a Aly quando soube da gravidez.

- Meu Deus, você não pode ir comigo?

- Está com medo? – olhou rapidamente e depois voltou a atenção para rua.

- Um pouco, nunca me senti assim.

- Você conhecia a mãe dele?

- Sim.

- Você não fala muito... sobre ele. - estacionou e saiu do carro.

- Arthur... - abriu minha porta e pegou minha mão e andamos em direção ao


elevador.

- Eu sei, deixa para lá.

- O que quer saber?

- Ele era carinhoso? - perguntou assim que entramos no elevador.

- No inicio sim, mas depois de um tempo quando conseguia o que queria, ou


seja, eu obedecendo, sim ele era um amor.

212
- Ele já tinha te agredido daquela forma?

- Não, só ameaças.

- Quantos anos tinha quando vocês...

- Você quer saber se eu gostei? A resposta e não ele forçou, sempre forçou era
como e quando queria. - chegamos ao meu andar.

- Me desculpa, não devia fazer você se estressar não faz bem para vocês. -
saímos do elevador e caminhamos até a joalheria.

- Não precisa se preocupar, garanto que estamos bem.

- Vou estar em reunião, mas se precisar de mim e só enviar uma mensagem


que venho correndo.

- Nunca vi meu irmão tão cuidadoso na vida. - Eliza falou. - Não se preocupa,
vou cuidar dela e vou estar no almoço.

- Vocês falam como se eu não fosse capaz de cuidar de mim mesmo ou pior
como se não estivesse aqui.

- Vou subir, te vejo quando minha mãe chegar.

Ele me dá um beijo e sai da sala.

- Vamos trabalhar. Qual sua ideia para a coleção de aniversário?

- Dei uma olhada nas coleções passada e pensei em joias para cada década
da empresa.

- Gostei, me fale mais.

Passamos a manhã vendo antigos desenhos e discutindo sobre as


décadas e fazendo esboços, quando Arthur apareceu na porta.

- Vamos, minha mãe está na minha sala.

Quando ele disse me dei conta do quanto estava nervosa.

- Não podemos adiar?

213
- Porque? Está sentindo alguma coisa? – se aproxima. - Vem vou levar para o
hospital.

- Está bem, Selena?

- Quer saber deixa para lá. - me levanto.

- Me conta está sentindo alguma coisa?

- Não, Arthur que droga estou nervosa.

Ele e Eliza começam a rir.

- Não vejo graça.

- Ei, vai dar tudo certo. - segurou a minha mão.

Fomos para o elevador e Eliza apertou o vigésimo andar, e quando as


portas se abriram e eu apertei sua mão. Caminhamos até sua sala e quando
ele abriu a porta, Eliza passou por mim e abraçou a mulher que estava em pé
perto da mesa.

- Oi mãe.

- Elizabeth está linda.

Então ela se soltou Eliza e olhou em nossa direção.

- Arthur solte-a, quero ver minha linda nora de perto.

Ele soltou minha mão e eu caminhei até ela.

- Mãe essa e a Selena. Selena essa é Laura minha mãe.

- Prazer Senhora Collins.

- Por favor me chame de Laura, Selena. Filho você tinha razão ela é linda.

- Obrigada.

- Então filho o que você queria me contar?

214
Arthur se aproximou e segurou minha cintura, Eliza se sentou no sofá,
enquanto Laura nós encarava.

- Mãe... você sabe que estamos noivos... - ela confirmou com a cabeça. -
Decidimos nós casar logo, bem logo na verdade.

- Porque essa pressa, Arthur?

- Posso contar se quiser. - falei.

- Não eu falo linda... Mãe, Selena está gravida.

- Gravida?

- Vai ser vovó. - disse Eliza.

- Vou ser avó, isso é maravilhoso. Vem cá querida.

Ela me puxa em um abraço apertado.

- Vamos ter que organizar o casamento antes da barriga aparecer. Quantas


semanas?

- Completei sete semanas.

- Então vamos ela precisa comer, e temos que planejar um casamento.

Fomos ao restaurante favorito dela que ficava a algumas ruas da


empresa. Na mesa ao lado da nossa tinha dois seguranças, assim como na
mesa próxima a saída.

Arthur se levantou e foi atender a um telefonema.

- Ira se acostumar querida.

- Não estranho tanto. Na verdade, até entendo a posição do Arthur com tudo
que esta acontecendo.

- Vou te ajudar com o casamento. Que tal amanhã?

- Mãe, mal conheceu minha noiva e já quer leva-la para longe de mim?

215
- Sem drama Arthur, então Selena te pego amanhã cedo.

- Se eles me liberarem é claro que aceito.

- Mãe, por favor queremos um casamento pequeno. Agora preciso voltar, tenho
uma reunião de ultima hora.

Nos despedimos e ele foi para empresa. E quando saímos do


restaurante tinha muitos paparazzi, que gritavam quando seria o casamento, se
nós iriamos para França em lua de mel.

Só voltei a respirar quando o carro arrancou indo em direção ao


shopping, Laura queria olhar coisas para o bebê.

Passamos a tarde assim em um entra e sai de lojas de decoração, de


bebes e claro lojas de noivas. Tudo com paparazzi na cola.

Já estava escurecendo e ainda iria passar a noite com Eliza e Aly


enquanto os meninos iriam para festa de despedida de um amigo.

Quando abri a porta do quarto e dei de cara com Arthur vindo em minha
direção e me pega no colo e começa a girar.

- Arthur, não me gira assim.

- Me desculpe.

- Agora qual o motivo disso?

- Eu te amo.

- Também te amo.

- E conversei com meu pai.

- Sobre o que exatamente?

- Sobre nos casarmos no rancho da fazenda.

- Está planejando o casamento sem mim?

- Um pouco, não tinha nada para fazer já que minha mãe roubou minha noiva.

216
- Exagerando, você estava em reunião. E por falar em sua mãe, adorei ela.

- E ela te adorou, já me mandou várias mensagens.

- Agora você tem que se arrumar, Pietro vai chegar logo. Assim como minhas
companhias.

- Vem comigo?

Ele me levou para a banheira, durante todo o banho ele fazia caricias em
minha barriga. Havia se tornado um habito dele, durante o banho ou quando
estávamos vendo filme ou dormindo, sua mão ia parar na minha barriga.

- Não vejo a hora de sua barriga crescer. – seu sorriso era lindo.

Uma hora depois que saímos de um banho de quarenta minutos. Acabei


de me vestir e me sentei na beirada da cama vendo-o terminar de se vestir.

- Gostando da vista?

- Menos lindo, não estava só admirando estava pensando.

- Pensando sobre o que?

- Onde vai ser essa despedida?

- Em um clube... vai ser no Club 390.

- Clube de strip, tão previsível.

- Não fica assim.

- Vai e se divirta, mas não muito é espero não ter surpresas.

- Ciúmes linda? - disse com tom sarcasmo.

- Sim e se lembre disso se quiser continuar noivo. - me levanto e saio do


quarto.

Ele vem logo depois e me alcança na sala. Pietro entra na sala com Aly.

- Vamos mano.

217
- Sempre sem cerimonias. – se virou para mim. - Se precisar de mim e só ligar.

- Vamos, Arthur. Ela vai ficar bem.

- Eu sei lindo, estamos bem.

- Se sentir enjoo ou qualquer outra coisa me avisa e eu venho correndo. - disse


com a mão em minha barriga. - Amo vocês

- Quantas vezes vou dizer nós estamos bem.

- Meu irmão virou uma mulherzinha... vamos logo. - resmungou Pietro

- Mulherzinha é o caralho... minha mulher está gravida.

- Eu ligo se precisar, mas vai logo. - dei um beijo e o empurrei em direção a


porta.

- Alyssa se ela sentir qualquer coisa...

- Pelo amor de Deus vão logo... Pietro leve ele logo.- Aly diz.

- Boa noite meninos e Arthur se lembre do que conversamos.

- Senti uma ameaça no ar mano.

- Seja lá o que ela tenha falado para ele Pietro o mesmo vale para você. - Avisa
Aly. - E lembre-se da nossa conversa.

- Senti uma grande ameaça no ar Pietro.- Arthur tira onda. - Me mande uma
mensagem quando acordar.

Quando enfim eles vão embora, levo Aly para o quarto que Arthur
reformou e transformou em uma sala de cinema.

- Arthur mandou bem, ficou lindo.

- Tem planejado para o casamento.

- Ele me pediu ajuda.

- O que?

218
- Na verdade foi opinião sobre o que eu achava de o casamento ser no rancho.

- Vocês se dão bem, não é mesmo?

- Gosto dele, e o fato dele te fazer feliz é mais um ponto a favor.

- E o Pietro?

- Se vamos falar sobre ele vou precisar de sorvete.

- A cozinha da abastecida, Bete comprou vários doces.

- Eu amo a Bete. – suspirou.

- Provavelmente ela ainda não foi embora, gosta de ter certeza que tenho algo
para comer. – caminhamos para cozinha. - Eliza vai se juntar a nós?

- Vai, na verdade deve estar chegando.

- Bete?

- O que precisa querida.

- Oi Bete.

- Oi Alyssa, e o que vão querer?

- O que tiver pronto, sei que fez alguma coisa.

- Como disse que iriam assistir filmes pensei em pipoca e podem pedir pizza.

- Perfeito, e depois o Douglas irá leva-la para casa.

Eliza chegou quinze minutos depois com uma pizza. Estávamos com
pipoca, chocolates e balas, escolhendo o que iriamos assistir na Netflix.

- Quem diria que eu passaria a noite a noiva do Arthur e o mais surpreendente


com a namorada do Pietro. - Eliza falou rindo.

- Na verdade quando ele me pediu em namoro... me assustei, só tínhamos


saído três vezes.

219
- Pietro sempre foi intenso Aly, desde criança. Ele ama ou odeia.

Aly abriu um sorriso e Eliza olhou para mim.

- Arthur sempre foi o centrado de nós três. Mas nunca vi ele tão preocupado
com a segurança de alguém como ele se preocupa com você, Selena. Ele
realmente te ama.

- Eu sei disso, ele demonstra todos os dias.

- Sabe tem uma coisa que ele nunca me contou e queria saber.

- O que?

- Como ele reagiu quando descobriu que iria ser pai?

- Na hora ele não surtou, mas quando acordei durante a noite encontrei ele no
escritório com páginas e mais páginas de pesquisas sobre gravidez.

- Devia ter imaginado.

No final decidimos por uma sessão de filmes românticos, começando por


Simplesmente Acontece.

220
Arthur

Quase três horas em meio a mulheres com pouca roupa e muita bebida,
se fosse a algum tempo consideraria o paraíso em forma de noite de sexta.
Fernando o noivo em questão estava se esbaldando com a surpresa de seus
amigos, que tinham fechado o local para a despedida.

Enquanto ficava no bar com meu copo sempre cheio, observei o


comportamento do noivo e tive a certeza que não queria nada daquilo quando
fosse a minha vez.

- Vamos fazer uma despedida assim para você. - Pietro gritou a minha frente.

- O que? Não ouvi direito.

Então ele levantou e se sentou ao meu lado.

- Você tem que fazer uma despedida assim, já que vai se amarrar para sempre.

- Não, nem pensa em aprontar algo do tipo.

- Estraga prazeres.

- Além disso, aposto se eu fizer ela vai querer fazer também e não quero
macho nenhum com ela. Você vai querer homens roçando na Alyssa?

- Por que da pergunta?

- Acha mesmo que ela não iria estar junto com Selena?

Parou o copo no ar e fez uma careta

221
- E melhor não fazer despedida. Já é difícil ter que lidar com os modelos.

- Foi o que imaginei.

O resto da noite Pietro assistiu as danças de longe como eu. Bebi mais
whisky que planejei. Só parando depois da uma da madrugada, enquanto meu
irmão continuava a beber.

Era quase quatro da manhã quando resolvemos ir embora para sua


casa, já que as meninas haviam proibido homens naquela noite. Quando
cheguei ao quarto de hospedes apaguei antes mesmo de mandar uma
mensagem para minha noiva.

Selena

Uma noite com as garotas em meio a filmes e muita bobeira para comer,
era disso que precisávamos em meio aos últimos acontecimentos.

Ao acordar agradeci internamente Arthur ter me convencido a


encomendarmos um sofá que mais parecia uma enorme cama. Aly e Eliza
ainda estavam apagadas, então sai com cuidado para não acorda-las e pela
primeira vez não me sentia enjoada. Caminhei com o celular na mão em
direção há cozinha.

Selena: Bom dia lindo, acordamos muito bem sem enjoo pela primeira
vez. Vou fazer a caminhada enquanto as meninas não acordam. Te vejo
mais tarde.
Ps: Não se esqueça de beber água quando acordar. Te amo

Troquei de roupa, peguei uma garrafa d’água, chaves e o celular.

- Bom dia, Selena.

- Bom dia, Douglas.

- Caminhada?

- Sim.

222
- Bom passeio.

- Nos vemos em uma hora.

Arthur e eu tínhamos um acordo, poderia caminhar sozinha no Hyde


Park que ficava poucos quarteirões do condomínio. Porem sempre com o
celular para qualquer coisa.

Depois de quarenta minutos andando pelo parque, já com fome, me


dirigi em direção a cafeteria que era caminho para o condomínio. Entrei e me
sentei na mesa do fundo apesar do lugar estar praticamente vazio, e a
garçonete não demorou a se aproximar segurando uma caderneta.

- Bom dia, o que vai querer hoje?

- Bom dia. Dois Muffin de banana e cacau e chocolate quente.

- Já trago.

Com o tempo notei que esse era o melhor horário para caminhar, pois
não via paparazzi por perto. Olhei para a janela e por mais que o céu estivesse
azul, o vento e a sensação de frio mostrava quanto a neve estava próxima de
cair.

- Aqui está, se quiser mais alguma coisa basta chamar.

- Obrigada.

Ainda olhava para fora da cafeteira enquanto comia. Quando alguém se


sentou à mesa comigo, o que não era algo fora do comum, sempre sentava
alguém na mesma mesa. Olhei de lado em sua direção e vi um homem muito
bem vestido e de óculos escuros. Enquanto ele olhava em minha direção por
um tempo, mas não liguei continuei a olhar para fora enquanto bebia.

- Como é possível você ficar ainda mais bonita com essa roupa.

Aquela voz.

- Josh?! - comecei a ficar tonta.

- Olá Má chérie.

223
- O que... o que você faz aqui? - coloquei a mão na minha cabeça, minha visão
estava ficando embaçada.

- Sentindo alguma coisa chérie?

- O que... que me deu?

- Nada demais, você só vai dormir.

Minha cabeça estava pesada, assim como meus olhos. Senti quando ele
me puxou para fora do banco e segurando minha cintura, começou a me levar
para fora. As vozes estavam longe, mas pude ouvir pagando minha conta e a
garçonete perguntando se estava bem.

Senti o ar gelado contra meu rosto, mas minha visão estava cada
segundo mais turva, até ficar tudo escuro

224
Arthur

- Acorda mano.

Ouço Pietro me gritando e depois cortinas sendo abertas.

- Não era para você está desmaiado? - me sentei e levei as mãos na cabeça.

- E você acha que não estou, já passa do meio dia.

- Droga.

- Não estou achando meu celular, você viu?

- Olha na sala, larguei tudo lá.

Olhei para o criado e vi suco e comprimidos, levantei. Foi quando ouvi


Pietro me gritando.

- Merda Pietro minha cabeça está explodindo para de gritar.

- Olha seu celular. - joga o celular e eu pego. Vou ligar para Aly.

Quando liguei a tela vi várias ligações perdidas e uma mensagem da


Selena. Liguei para ela, mas foi direto para caixa postal. Era estranho, nunca
deixou de atender nenhuma ligação.

- Pietro, está falando com a Aly?

- Sim.
225
- Passa esse celular.

- Não surta cara.

- Aly, cadê a Selena?

- A gente não sabe, quando acordamos ela não estava em casa.

- E já procuram ela em algum lugar.

- Claro Arthur ela não está na academia ou na empresa, seu porteiro falou que
ela não retornou da caminha.

- Droga. Continua tentado falar no celular dela vou procurar no parque que ela
caminha.

- Ligo se conseguir falar com ela.

- Combinado.

Entrego o celular para Pietro e vou para o quarto pego meu celular.
Envio uma mensagem para Douglas.

Arthur: Selena não está atendendo o celular, vai procurar no parque que te
encontro.

Ligo para Allan.

- Allan, preciso que rastreie o celular da Selena.

- Um minuto... Não consigo rastrear o celular está desligado.

- Porra. Continua tentando e manda todos os seguranças procurarem por ela e


me liga se descobrir qualquer coisa.

Desligo e jogo o celular na cama. Começo a andar de um lado para o


outro. Se ela me visse agora diria que estou agindo como louco.

- Mano andar de um lado para o outro não vai adiantar, troca de roupa vamos
procurar ela. Eliza vai ficar com a Aly.

Estava indo para porta encontrar Pietro quando meu celular tocou.

226
- Oi Eliza.

- O que eu falo para mamãe ela está me enlouquecendo.

- Contaram para ela? Esquece inventa qualquer coisa.

- Não adianta ficar bravo comigo. Achou alguma coisa?

- Allan está tentando rastrear o celular e os seguranças estão olhando no


parque estou indo para lá.

Entrei no carro e o motorista arrancou.

- Me mantem informada. - e desligou.

- Você sabe se ela sempre vai no Hyde Park?

- Sim, foi um acordo ela não iria longe do condomínio... a porra de acordo
estupido. Ela não devia andar sozinha.

- Você não pode surtar mano, nem sabemos o que aconteceu. Pode ser que
ela se sentiu mal e foi para algum hospital e o celular descarregou.

- Hospital?! Não mandei ninguém procurar ela nos hospitais.

Pego meu celular e ligo para Douglas.

- Douglas, sai do parque revira todos os hospitais e clinicas e me mantem


informado, leve mais dois para procurar.

- Sim chefe. Ligo se achar algo.

Encerro a chamada e caminhamos em direção ao seu carro.

- Mano você está surtando e eu não queria complicar, mas e se alguém pegou
ela? – dano partida.

- Nem brinca com isso. Já pensou se for ex-namorado e descobre que ela está
gravida.

Ele pisa no acelerador assim que o sinal abre.

227
Selena

Vozes, apesar de ouvi-las estavam bem distantes. Sentia uma mão


passeando por minha pele, minha cabeça pesava e depois de um tempo
tentando enfim comecei a abrir os olhos.

- Até quem fim acordou.

Achei que um havia tido um pesadelo, mas aquela voz era o pesadelo.
Por mais que eu me sentia sonolenta, arregalei os olhos e vi um vulto sentado
ao meu lado. O medo percorreu meu corpo.

- Não...- murmurei.

Quando me levantei minhas pernas estavam moles, a única coisa que


eu passava pela minha cabeça era que eu não podia ficar aqui. Dei dois
passos até cair de joelhos no tapete bem perto de uma porta.

- Onde eu estou?

Ele se aproximou e abriu o casaco.

- Você está onde nunca deveria ter saído, chérie.

- Você é minha. E mais tarde irei lembra-la disso.

- Não sou sua, Josh. Agora me deixa sair daqui.

Ele se abaixou ficando na minha altura e segurou meu queixo.

- Vou cuidar dessa malcriação. Não queremos maiores problemas quando


fomos embora.

- Eu não vou com você.

Seu semblante mudou se tornando fechada, então soltou meu rosto. Me


senti aliviada quando se levantou, mas então veio o primeiro tapa. Seguido de
socos e chutes.

228
Eu implorei para que parasse, mas era como se o incentivasse mais. O
máximo que pude fazer foi tentar proteger a minha barriga.

Arthur

Já está amanhecendo e não tive notícias. Também não consegui dormir.


Fiquei a maior parte da madrugada andando de um lado para o outro.

Depois que fui a cafeteria que ela sempre ia. Descobrimos que Selena
saiu carregada e quando mostrei a foto para a garçonete confirmou o que eu
mais temia, Josh a levou. Mas também nós deu a placa do carro que ele
estava. Sai de lá diretamente para delegacia onde fiz a ocorrência sobre o
desaparecimento.

Minha mãe passou a noite aqui. Assim como todo mundo, acho que
tinham medo que eu fizesse alguma besteira. Não consegui chegar nem perto
do nosso quarto, então vi para onde achei que ninguém iria me incomodar. O
quarto que iria reformar para o bebê, Selena não sabia da surpresa e Aly
estava me ajudando.

Eu só quero ela aqui comigo e segura.

Fechei a porta e fui até a sala e peguei a porta retrato com a foto que
tiraram no momento em que ela aceitou meu pedido. Ela estava tão feliz, nós
estávamos felizes.

- Não fica assim filho.

- Não tem como não ficar mãe. Ela está com louco... eles estão com um
psicopata que agrediu ela só por estar comigo um tempo atrás, se ele descobri
que ela está gravida...- passo a mão no rosto.

- Não faz isso Arthur, sei que não é fácil, mas tem que se controlar. Ela vai sair
dessa.

- Não consigo mãe, preciso saber que ela está bem.

- Ela vai ficar bem o pouco que fiquei com ela notei o quanto e forte e
inteligente. Agora vem você tem que comer um pouco logo teremos notícias.

229
- Não estou com fome mãe.

Meu celular vibra no bolso.

- Alguma coisa?

- O carro foi abandonado perto do Calumet Park, então eles foram para sul. A
polícia já passou para todas as delegacias.

- Já estão procurando por lá?

- Sim, mas se abandonaram por lá podem estar por perto.

- Mas você não acha isso.

- Ele sempre foi esperto e nunca deixou pistas e se isso for para despistar. Ele
pode estar mais perto, provavelmente perto de onde ele poderia escapar
facilmente.

- Aeroporto ele não ia consegui passar com ela, então tem que ser voos
privativos. Ele tem jatinho ou helicóptero?

- Vou procurar, ligo se achar alguma coisa.

Horas passando e nenhuma notícia, nenhuma ligação, nenhuma


mensagem, nada. Minha casa estava lotada de investigadores e seguranças.
Na esperança de que uma hora alguém iria ligar.

- Porra, não temos nada.

- Arthur não adianta ficar nervoso.

- Nem sabemos se ela está bem, nem se ela está...

- Arthur seu celular é número desconhecido. - Aly me entrega o celular.

Aperto o celular contra a orelha.

- Achou mesmo que ficaria com o que e meu? Estou mandando a prova ela
sempre foi minha. - diz e desliga.

230
Logo depois chega um vídeo, onde Selena está com as mãos amarradas
a cabeceira, chorando e nua... e ele em cima dela.

231
Selena

Vinte dias...

Vinte dias presa neste inferno...

Vinte dias longe do Arthur...

Não sei onde estamos, mas posso ouvir sinos e durante o dia crianças.
Só sei que sinto falta do Arthur, da sua companhia, do carinho, dos beijos e da
sua mão em minha barriga.

Tentei fugir nos primeiros dias, mas sempre era pega e me drogavam. E
depois que parei de tentar, Josh parou de me drogar e mesmo que eu
conseguisse fugir não iria longe já que tinha vários seguranças espalhados.

Passo grande parte do dia trancada nesse quarto sozinha, além dele só
vejo uma senhora. Maria é uma senhora que assim como eu era prisioneira na
casa. Ela tem cuidado de mim, traz remédios e comida quando ele não está.
Também tem tentado arrumar um celular para mim.

A porta se abre e Maria entra.

- Oi Selena, como está se sentindo?

- Como uma morta viva.

- Trouxe remédio para dor e pomada, além da comida.

- Obrigada.

Ela se aproxima de mim.


232
- Não consegui pegar nenhum celular, mas não vou desistir. - sussurra.

- Obrigada.

- Toma cuidado a barriga já está aparecendo.

Tive que contar sobre a gravidez, afinal ela era enfermeira e não tinha
ideia de quanto tempo ficaria aqui.

- Eu sei, estou tomando cuidado. Ele nem parece reparar.

- Deixe me ver os roxos.

Levanto a blusa é ela coloca a mão.

- Ai... não toca ainda dói.

Apanhei nos primeiros dias, mas nenhuma surra foi pior de quando ele
me pegou tentando abrir a janela. Como prometi para ele que faria de novo.

- Eu tenho quase certeza de que está fraturada, o inchaço não diminuiu e tem
novos hematomas.

- Vou ficar bem, só preciso sair daqui.

Ela confirma com a cabeça e fala.

- Ele pediu vinho para vocês, comprei suco integral de uva vou deixar debaixo
da cama, serve enquanto ele está no banho.

Foi então que me veio a ideia.

- Maria, ainda tem o comprimido que ele usava para me dopar?

- Tem, você quer? - confirmo com a cabeça.- Tenho que ir, trago quando eu
vim pegar as vasilhas, lembre-se de que você precisa comer.

Ela sai e por mais que não esteja com fome, como um pouco. Tomo
banho sempre que ouço o sino no fim da tarde.

Eu estou em pé em frente ao espelho no banheiro e quando respiro sinto


pontadas. A vários hematomas, cada dia há mais é mais.

233
Me visto e vou para o quarto, onde me sento na beirada da cama como
todas as noites e olho para a janela. O medo aumenta quando escurece, pois,
e quando Josh entra pela porta.

Ele criou uma rotina onde ele vai embora quando amanhece e volta
pouco depois que escurece. E quando chega ele faz a mesma coisa noite após
noite.

Fecho os olhos e ouço vozes de crianças e parece não estarem muito


longe.

- Arthur... - sussurro enquanto coloco a mão na minha barriga e sinto as


lagrimas escorrerem.

Virei uma boneca. A sua boneca ele manda e eu obedeço. Apesar de


não me senti feliz com a situação, precisava fazer tudo que pudesse para
cuidar do meu bebê.

Quando a porta se abre limpo meu rosto e vejo Maria entra pega a
bandeja deixa os comprimidos.

- Toma cuidado, te vejo amanhã.

Vi mais um pôr do sol dar lugar a escuridão. E não demorou para a porta
se abre e Josh entra com a bandeja nas mãos.

- Trouxe o jantar, chérie.

- Obrigada.

- Não esqueceu alguma coisa?

- Obrigada Mon amour.

- Assim é melhor, enquanto tomo um banho sirva vinho.

Ele deixa a bandeja na mesa e me beija e depois vai para o banheiro. E


como sempre limpo minha boca. Me sento e como como o pouco da salada e
metade da carne e tomo todo o suco e sirvo mais.

Quando ouço o chuveiro sendo desligado e nessa hora que o medo se


espalha pelo corpo, e nessa hora que começo a respirar devagar, que sinto o
pavor, os calafrios, o suor frio em minha nuca.

234
A porta não demora a ser aberta enquanto sirvo o vinho.

- Você é tão linda.

E pouco depois sinto os lábios dele em minha pele como em todas as


noites. Então se afasta e pega a taça e eu faço o mesmo.

- Você é só minha Selena, e vou sempre te lembrar a quem você pertence.

Ele pega minha mão, tira minha roupa e me leva para cama e me faz
deitar. Eu simplesmente desligo sempre que me deito, não tento lutar, revidar
ou até mesmo gritar.

Eu simplesmente deixo, deixo que ele faça o que quer com meu corpo.
Aguento cada tapa, cada aperto, cada mordida, cada estocada. Aguento toda
violência, fico de olhos fechados o tempo todo, sempre me imagino fora
daquele quarto e quando ele acaba e sai de dentro de mim e rola para o lado e
dorme como se não tivesse me violentado, com a consciência limpa. Eu viro
para o outro lado e espero ele estar no sono pesado para levantar.

Hoje ele foi mais brutal do que de costume, me levanto depois de horas
com cuidado me apoio na parede até o banheiro.

Eu sempre vou para o banho, sempre sinto o sêmen escorrer e sempre


me sinto suja. Abro o chuveiro e começo a esfregar a filetes de sangue saindo
das mordidas, mas quando olho para baixo vejo um filete de sangue
escorrendo entre minhas pernas.

- Não, por favor não... - sussurro. - Ele não pode tirar isso também...
vamos ficar bem aguentem só mais um pouco.

Arthur

Vinte e um dias.

Vinte e um dias que não tenho notícias dela.

Vinte e um dias que não sei o que é dormir, comer ou viver.

235
O dia amanheceu e eu praticamente não dormi mais uma vez. Sempre
checo meu celular na esperança de que tenha alguma coisa dela.

Minha casa continua cheia, quatro investigadores que se revezam para


sempre ter dois aqui.

Nem a mãe nem a avó de Selena entraram em contato comigo depois


que avisei que ela havia sido levada. Já a família dela no Brasil liga várias
vezes no dia, uma de suas tias veio para cá e está ficando na casa da minha
irmã.

Me levanto e saio andando pela casa que está silenciosa pela primeira
vez desde o sumiço dela.

Vou até a cozinha e pego um copo de água e de onde estou vejo nossa
foto. Tenho passado muito tempo olhando para ela.

- Arthur?

- Cozinha Aly.

Ela entra na cozinha.

- Nenhuma novidade?

- Não, eles queriam parar as investigações.

- O que? Porque?

- Não sei Aly...

Senti meu celular vibrando.

- Que foi Arthur?

- Numero desconhecido... chama o Allan.

Selena

236
Saio do banheiro com cuidado, o sangramento parou depois de alguns
minutos. Josh está apagado graças ao comprimido que coloquei no seu vinho.

Pego sua blusa do chão e vejo que tem dois celulares em um dos
bolsos. Pego o que está com bateria e desligo e coloco dentro do vaso que
está na mesa, e me deito novamente.

Josh acorda pouco tempo depois e se levanta, veste a roupa contorna a


cama e para ao meu lado.

- Vou pedir a Maria para trazer frutas, nós vemos a noite chérie.

Aceno com a cabeça.

- Logo vamos embora e você poderá sair. - fala e me dá um beijo e sai do


quarto.

Maria entra pouco depois.

- Selena, você está bem?

- Sangrei um pouco.

- Está pálida, quanto tempo está sangrando?

- Durou alguns minutos.

- O que vamos fazer?

- Tem segurança na porta?

- Não. Só do lado de fora da casa, porque?

- Consegui pegar um celular, está no vaso.

Ela pega o celular e me entrega. Ligo o celular e digito o número do


Arthur. Depois de três toques ele atende.

- Arthur.

- Selena? - a voz sai num tom grave e urgente.

237
- Preciso que você me ache depressa...

- Rastreia esse número logo Allan... - fala - Você está bem? Vocês estão bem?

- Sangrei um pouco, mas estou bem.

- Vai ficar tudo bem. - ouço alguém gritar ao fundo: "Consegui, ela está perto."
- Estou indo, fique calma, tem alguém com você?

- Maria... ela... Arthur... – minha cabeça estava pesada.

- Selena, não feche os olhos. - vejo o vulto de Maria andando de um lado para
o outro.

- Selena, fica comigo. - ouço portas batendo, motor sendo ligado e sirenes ao
fundo. - Você sabe em que parte da casa está?

- Maria... qual cômodo... estamos?

Ela toma o celular da minha mão.

- Estamos no fundo da casa, o quarto a esquerda... não tem como ninguém


entrar eu travei a porta... só não demora ela perdeu muito sangue. - Maria fala.
- Converse com ele, não durma. - Diz enquanto devolve o celular.

- Emergência está a caminho, só fica comigo.

Fecho os olhos, sinto meu corpo pesado e fraco.

- Selena?... - Sinto o medo em sua voz.

- Estou... estou aqui...

- Sel, tente respirar fundo e devagar não se mecha, estou chegando, faz isso
por mim está bem?

- Sim... começo a chorar. - Arthur e se... e se eu for o bebê?

- Não pense nisso. Estou chegando.

Então ouço alguém na porta, depois pancadas.

238
- Acho bom ele chegar logo, estão tentando arrombar a porta. - diz Maria.

- Arthur. - sussurro. - Estão tentando entrar.

- Estou chegando Sel.- Noto que está tentando me deixar calma. Alguém do
seu lado fala: " A polícia vai invadir e a ambulância acabou de chegar. "

As batidas contra porta ficam cada vez mais fortes. Estou tentando não
perder a consciência, mas está difícil, já não consigo manter os olhos abertos.

- Já estou perto. - Arthur fala de modo urgente.

E a única coisa que consigo falar antes da porta ser aberta.

- Arthur...

239
Josh

Lembro da noite em que Selena desfilou pela primeira vez. Estava linda,
não parecia mais aquela garotinha que eu evitava ao máximo e sim uma
mulher, aproveitei que meu pai vinha insistindo em que me aproximasse dela e
o fato de estar atraído pela nova Selena, e a convidei para sair.

Apesar de termos crescidos praticamente juntos, por nossas famílias


passarem as férias juntas. Selena sempre foi para minha mãe a escolha nora
perfeita. Linda, educada, família com contatos, ou seja, escolha perfeita, mas
para mim não passava de pirralha.

E agora eu a tinha dormindo ao meu lado de onde nunca devia ter saído.

Se eu a amo?

A resposta é amor e uma resposta química do cérebro, Selena é


atraente, me proporciona prazer, sua família tem laços com pessoas que
podem se tornar ótimos clientes.

- Conseguiu o jatinho? - pergunto.

- Sim chefe, ele estará pronto para decolar em meia hora.

- Vou buscar ela.

- E a senhora, o que fazemos com ela?

- Façam o que quiser.

240
Tento abrir a porta, mas ela não se meche.

- Abre a porta, Selena. - grito, mas ela não responde.

Ela continuava não respondendo.

- Arrobem essa maldita porta. AGORA.

Selena

Josh finalmente conseguiu entrar no quarto junto dos seus cachorros.

- Selena, espero que esteja segurando esse celular para me entregar.

Droga.

Ele toma o celular da minha mão antes que eu pudesse encerrar a


ligação. E a cara que ele fez ao ver que estava em ligação, ou como o pisou
até que não passe de pedaços.

- Isso complica um pouco, mas acho que tenho que explicar as regras antes de
irmos embora. Tirem essa velha daqui.

Assim que ficamos a sós, ele veio para cima de mim.

- Achei que tivesse aprendido, ou melhor entendido. – e levou a as mãos até


meu pescoço.

- Me deixa aqui, Josh. Não tem motivo para isso

- Claro que tenho. – começa a apertar.

Sinto meu coração martelando contra o peito, os pulmões começando a


queimar pela falta de oxigênio. Estou tentando manter os olhos entreabertos,
tentando me concentrar o bastante para ouvir o que acontece ao meu redor,
mas só ouço gente gritando.

Então o peso e arrancado de cima de mim.

241
Entreabro os olhos e vejo de relance Arthur golpeando Josh muitas
vezes em vários lugares.

- Selena.- ouço a voz familiar bem longe me chamando.

Então sinto mãos em meu rosto e vejo o rosto do Pietro.

- Pietro.

- Vou te tirar daqui.

Enquanto ele me pega no colo, olho na direção do meu noivo que


continua em cima do Josh.

Passamos pela porta e a claridade do sol que brilhava forte ao ponto de


ter que fechar os olhos. Então ouvi a movimentação de pessoas, fui deitada em
uma maca.

Quando ficou escuro suficiente abri os olhos, e no momento em que


tentei levar minha mão ao meu pescoço fui impedida, uma mascara de ar foi
colocada em meu rosto e um soro conectado ao meu braço. A medida que
respondia poucas perguntas, meus olhos foram se fechando até fechar de
tudo.

Arthur

Nunca pensei que sentiria isso, medo e alivio juntos. "Ela está viva, ela
vai ficar bem. " era a frase que ecoava em minha cabeça.

Estou no hospital, mais precisamente na sala de espera com a cabeça


entre as mãos, torcendo ou melhor rezando para que ela esteja bem para que
eles fiquem bem.

Flashes do que aconteceu passam pela minha cabeça sem parar. Pietro
pedindo calma. O momento em que descei do carro. Correndo, empurrando
tudo e todos que estavam a minha frente.

Quando enfim entrei no quarto e o vi em cima dela, não pensei duas


vezes e o arranquei de cima dela, e segurando pela gola da blusa.

242
Entre um soco e outro, ele ficava dizendo “Ela jamais será sua.” Só parei
quando policiais me tiraram de cima dele.

- Filho, você precisa dormir.

Selena estava em cirurgia algumas horas e ainda não tive notícias dela.

- Não vou sair.

- Pelo menos vai a cantina comer algo.

- Não. - minha voz sai com tom grave. - Desculpe mãe, vai você eu estou bem.

- Vou trazer algo para você, vem Aly.

Pietro se aproxima.

- Pode falar, matei o canalha? - pergunto sem olhar para ele.

- Não, mas você corre o risco de responder pelo que fez.

- E o que ele fez? O que ele sofreu ainda foi pouco.

- O pai dele está entrando com processo de agressão física e tentativa de


homicídio.

- Qual o diagnóstico? - olho para meu punho coberto de sangue seco.

- Alguns ossos quebrados no rosto e costela e alguns cortes, resumindo você


deu uma baita surra no filho da puta.

Mesmo com o relatório penso que ele não sofreu o bastante, queria
mais. Selena estava em uma mesa, praticamente lutando pela vida e ele iria
ficar só com algumas cicatrizes.

Olho para ele e vejo Aly e minha mãe voltando. O rosto de Aly vermelho
com os olhos inchados de tanto chorar, o de Eliza a tia dela Lucia e minha mãe
não estão diferentes do dela.

Fazia alguns minutos que a mãe dela havia chegando no hospital depois
de ligar para Aly e querer saber o motivo do apartamento estar vazio, porem
não demostrava nenhuma emoção.

243
- Quem está acompanhando a senhorita Laurent?

- Sou eu. - falo olhando torto para sua mãe que fez movimento de responder,
mas que se calou.

- Ocorreu tudo bem na cirurgia, conseguimos estancar os sangramentos.

- Os sangramentos?

- Sim, ela teve fígado perfurado, duas costelas quebradas e desenvolveu um


pneumotórax.

- E o bebê?

- Por mais que o sangramento que nos foi relatado tenha nós preocupado
bastante com uma possibilidade de um aborto, ele está bem.

- Graças a Deus. - diz minha mãe

- Bebê? Selena está gravida? - fala mãe de Selena.

- Posso ver ela?

- Ela está na UTI e vai ficar em observação, e você deveria descansar.- diz e
vai embora.

- Quando ela iria me contar que estava gravida? – sua mãe questiona.

- Como se você ligasse. Estava sempre empurrando ela para o desgraçado.

- Eu não sabia que ele a machucava.

- Sério, vai dá uma de boa mãe agora? - fala Aly. - Quantas vezes ela falou que
não queria voltar com ele e vocês forçavam.

- Aqui não é lugar para discutir isso, o importante e ela ficar bem. - Eliza
assume a conversa.

Depois de muita insistência acabei indo em casa, tomei banho e voltei


para hospital.

- Alguma novidade? - pergunto ao Pietro que ficou enquanto eu ia em casa.

244
- Você ouviu o médico, ela está em observação pós cirúrgica.

Balanço a cabeça confirmando.

- Foram todos para casa?

- Sim, estava te esperando voltar para ir ficar com a Aly.

- Pode ir ficar com a Alyssa, ela precisa de você.

- Você pelo menos comeu ou só tomou banho e voltou correndo? - pergunta


me encarando. - Deixa para lá, já sei a resposta.

- Vou indo então, me liga qualquer coisa.

Me sento e encosto a cabeça na parede com os olhos fechados. Depois


que a polícia me tirou de cima dele, corri até Selena que já estava indo para
ambulância.

Ver ela sendo entubada, recebendo massagem cardíaca, cheia de


sangue e praticamente morta acabou comigo. Senti morrendo a pior das
mortes, enquanto eu ficava calado. Quando a colocaram na ambulância e me
permitiram entrar, segurei sua mão que estava fria e só soltei quando a
levaram para o bloco cirúrgico.

- Senhor Collins? - abro os olhos e vejo uma enfermeira parada pouco mais na
frente.

- Como ela está?

- O doutor pediu para avisar que ela está estável, mas que seu estado continua
delicado. As próximas vinte e quatro horas são decisivas para ela e para o
bebê.

- Mas eles estão bem, não é?

- O que posso dizer e que pelos hematomas em sua barriga e com o


sangramento, ela teve muita sorte de não perder os bebes.

- Preciso vê-la.- me levanto e coloco a mão na cabeça.

- Você está nervoso, precisa se acalmar e sem falar sobre o fato de que ela
está na UTI, não pode visita-la.

245
- E quando vou poder vê-la? - falo bem rude e grosso. - Quer saber não fode
chame o médico preciso ver minha noiva agora. - ela arregala os olhos.

- Vou chamar o doutor. - diz e vai embora.

246
Arthur

Já tem dois dias é nada dela acordar. Ontem depois de muita insistência
deixaram vê-la.

- Ela ainda está inconsciente, mas vou permitir que a veja.

O médico me levou ao andar onde fica a UTI. Precisei usar uma roupa
descartável por cima da minha, antes de entrar no quarto.

- Preciso avisar, por mais que ela esteve estável no momento e importante não
criar expectativas até que ela acorde.

- E o bebê?

- Estão bem, saudável para um feto de onze semanas, mas lembre-se só


podemos avaliar os danos quando ela acordar.

- Entendo, me leve até ela. - ele assente e faz um gesto para que eu o siga.

Passamos pela porta e lá está ela. Me aproximo devagar da cama, meu


coração está disparado. O cheiro de assepsia aqui está mais forte, e tirando o
barulho dos aparelhos o quarto e um silencio só.

Há monitores ao lado da cama, eu encaro a máquina por algum tempo


até que o médico fala.

- Imagino que queira saber, estamos monitorando o coração do bebê também.

Há dois corações, um maior e um menor, todos batendo em ritmo calmo.

- Vou deixar vocês a sós um pouco e depois você vai para casa descansar.
247
Eu nem olho para trás, ouço a porta sendo fechada enquanto olho para
Selena. As feições estão tranquilas, quase do mesmo modo de quando está
dormindo. Passo meus dedos em seu rosto, e vou descendo até que paro em
sua mão. Puxo a poltrona para o lado de sua cama e volto a segurar sua mão,
me inclino para frente e dou um beijo nela.

Há vários hematomas em seus braços, um pequeno corte em seu lábio,


as olheiras estavam profundas e escuras. Coloco a outra mão em sua barriga
que agora está bem aparente, como sentia falta de fazer isso.

Uma lagrima desce do meu olho e a limpo depressa. O ódio que sinto
pelo Josh só aumenta que me dá vontade de ir onde ele está e acabar de uma
vez. Seguro sua mão e acaricio seus dedos e sua barriga.

- Oi Sel... me ouça com atenção, sei que quando acordar vamos ter muito para
conversar, e imagino que vai querer gritar comigo ou até mesmo me bater
quando ler as notícias. - faço uma pausa. - Mas não ligo desde que volte para
mim, só lute por mim... pelo bebê, volte para mim...

Olho para a mão que deveria estar o anel de noivado.

- Eliza já está fazendo outro anel e quando acordar vamos nós casar... nada
nem mesmo sua mãe que não me deixa em paz vai impedir de me casar com
você.

Ouço a porta se abrindo.

- Senhor Collins precisa ir.

- Está bem. Não vou demora meu amor, volto em algumas horas.

Dou um beijo em sua testa e saio. Encontro minha mãe na sala de


espera.

- Vou ficar até você voltar, me prometa que vai descansar.

- Prometo tentar. Cadê a Aly?

- Mandei Pietro leva-la para casa.

- Bom, ela precisa descansar.

248
- Você também. Sua irmã pediu para avisar que precisa de você na empresa
algo sobre a Amanda estar na sua sala, há algo acontecendo que eu deva
saber?

- Vou cuidar disso. Se algo mudar me liga na hora, venho correndo.

Selena

Entreabro os olhos vejo tudo branco em minha volta. Me sinto presa em


um sonho no qual não consigo me mexer ou falar. Um sonho vazio, um sonho
do qual não se pode escapar.

Tento me sentar, mas minha cabeça está pesada e meu corpo dolorido,
como se tivesse passado um caminhão nele. Então olho ao redor e vejo
somente maquinas que estão ligadas a mim e uma pequena poltrona no canto.

Não faço ideia de onde estou, quanto tempo eu dormir ou o que


aconteceu. Aos poucos tenho conseguido mexer os braços, minha mente e
invadida por imagens aleatórias. Pessoas brigando, mãos me segurando,
alguém chamando meu nome várias e várias vezes em um tom desesperado.

Arthur... sei que era ele.

Lembro de sentir a pressão de sua mão segurando a minha, em


momentos curtos de lucidez. Me lembro de ser empurrada às pressas por um
corredor claro. Ouço sua voz pedindo para lutar, para voltar para ele.

Fecho os olhos com força na tentativa de eliminar esses fragmentos de


lembranças. Mas uma cena não sai da minha mente... Josh estava em cima de
mim com as mãos em meu pescoço...

Então alguém me chama.

- Boa tarde Selena. Sou a sua enfermeira, como está se sentindo?

- Um pouco confusa... onde estou?

- No hospital.

249
- Hospital?

- Sim, sente alguma dor?

- Meu corpo inteiro dói... Arthur onde ele está?

- Vou chamar o doutor.

E some do meu campo de visão, me concentrei na janela. O sol brilhava


forte atrás das cortinas brancas.

- Olá Selena, sou o Dr. Oliver. Como se sente?

- Confusa... a enfermeira me disse que estou no hospital.

- E normal se sentir confusa e esquecer algumas coisas.

- Meu bebê... eu perdi?

- Não, eles estão bem. Monitoramos vocês três.

- Graças a Deus.

- Falou que você perguntou sobre seu noivo.

- Sim, onde Arthur está?

- Vou ver na sala de espera, agora deixe ver os pontos.

O Dr. Oliver olhou meu curativo e me explicou que eu havia passado por
uma cirurgia, mas não falou muito disse que minha única preocupação tenha
que ser minha recuperação, quando a porta se abriu.

- Laura?

- Graças a Deus você acordou.

Ela puxou a poltrona para ficar ao meu lado e se sentou.

- A quanto tempo você está aqui?

- Temos revezado, você ficou dormindo e meu filho não saiu do seu lado.
250
- O médico falou que só deixaria ele te ver se fosse para casa descansar
depois. Eu o avisei antes de entrar, não vai demorar para chegar.

- Como ele tem lidado com tudo?

- Você o conhece, mesmo que pouco tempo. Mal-humorado, não dormia mais
de duas horas por noite, mal comia. Mas você não estava melhor que ele,
então descanse, logo ele estará aqui.

E não demorar nem trinta minutos depois que ela falou para que a porta
fosse aberta. Lá estava ele parado a poucos metros de mim, seu rosto era uma
mistura de amor, alivio e saudade. Me senti assim exatamente assim quando o
médico falou que os bebes estavam bem, alivio e amor juntos como um só.

- Selena.

- Arthur.

251
Arthur

Estava na empresa tirando Amanda de vez da minha vida. Desde a


despedida a qual por algum motivo ela estava presente, não parava de surgir
nos lugares onde eu ia.

Até no hospital ela teve a cara de pau de aparecer. Os tabloides não


ajudavam nada, sugerindo que enquanto minha noiva estava desaparecida eu
curtia a vida com minha ex-namorada.

Não foi fácil, mas consegui me livrar dela de vez. E ainda me confessou
que tinha espalhado os boatos do possível retorno do namoro, por estar nada
mais nada menos que entediada.

Fui para casa e só dormir por causa do remédio que o doutor receitou.

Depois de dias sem dormir, foi bom consegui dormir uma noite inteira. Já
estava claro quando meu celular tocou. O visor mostrava a palavra mãe, e
passou várias possibilidades em minha mente no segundo que levou do
atender até o celular estar no meu ouvido.

- Ela está bem?

- Está, acordou e perguntou de você.

Levantei da cama na mesma hora.

- Estou a caminho.

252
Selena

Ele chegou tão rápido até mim. Meu rosto está entre suas mãos, seus
lábios estão pressionados contra os meus.

Sinto meu rosto molhado, sinto as lagrimas dividindo o gosto do seu


beijo. Senti tanta sua falta, era como se eu não tivesse respirado nas últimas
semanas.

- Você acordou... senti tanta saudade.

- Não acredito que sai daquele inferno e que estou aqui com você... estava com
tanto medo Arthur.

- Você está salva.- coloca uma mão em minha barriga. - Vocês estão salvos.

- Vou deixar vocês a sós.

- Mãe você poderia buscar algumas roupas para ela, vim correndo e nem
pensei nisso.

- Claro. Quer algo em especial querida?

- Não, obrigada Laura.

- Arthur com cuidado, ela ainda está fraca.

Laura dá um beijo em cada um nós e sai do quarto e Arthur se senta na


cama. Coloco minha mão por cima da dele. E ficamos olhando um para o outro.

- Sua barba está enorme. - falo sorrindo, ele passa a mão nela e abre um
sorriso.

- Não tinha motivos para faze-la, mas prometo cuidar disso depois.

- Não precisa, até que eu gostei.

- Ah e mesmo. - confirmo com a cabeça. - Por mais que tenha gostado cara
noiva, pretendo apara-la.

Olho para minha barriga, nossas mãos nela.

- Fiquei com tanto medo de perder ele. - disse enquanto meus olhos se
encheram de lagrimas.

253
- Ei... está tudo bem.- se sentou e colocou a outra mão em meu rosto.

- Senti tanta sua falta. - fechei os olhos aproveitando o carinho.- Quando ele
tirou a aliança de mim...

- Não precisa falar.

- Eu cheguei a procurar, mas não achei.

- Eliza está fazendo outra, se preocupe somente em sua recuperação.

- Quanto tempo eu estou aqui?

- Você me ligou a três dias, e antes mesmo de chegar ao hospital já estava


inconsciente.

- O doutor não falou muito do que aconteceu no percurso.

- Quer que eu conte? - perguntou meio receoso.

- Sim.

- Você teve uma parada cardíaca antes de chegar na ambulância e perdeu


muito sangue.

Jane entrou no quarto.

- Vim ver seu curativo, enquanto seu quarto e preparado.

- Vão transferir ela?

- Sim. Não houve complicações e ela está estável.

Me transferiram para o quarto naquela tarde. O quarto era privativo.


Arthur quis que eu tivesse privacidade e ele queria ter uma cama para estar
comigo, havia também duas poltronas. A obstetra veio no fim da tarde.

E me disse que o bebê estava bem, mas que eu precisava me alimentar


e descansar. Ligamos a TV e enquanto trocava de canal, uma notícia me
chamou atenção.

- " A noiva do CEO Arthur Collins continua no hospital, depois de ter sido
sequestrada por mais de vinte dias. "

254
- " Segundo informações cedidas pelo o hospital, Selena Laurent ainda se
encontra na UTI. "

- " Fontes dizem que a ex-namorada Amanda foi vista saindo da empresa... "

Coloco a televisão no mudo e olho para ele.

- O que ela foi fazer lá, Arthur?

- Não precisa se preocupar, já resolvi.

- Responde.

- Ela estava na despedida e quando soube que você tinha sumido... bom ela
queria voltar, mas como falei já resolvi.

- Só isso?

- Ela apareceu aqui também, mas como eu disse já resolvi.

- A quanto tempo os repórteres estão te seguindo?

- Eles sempre estão, mas quando você sumiu piorou.

- Imagino que você tenha colocado seguranças pelo o hospital todo, acertei?

- Hospital todo não, no seu andar e na portaria, com certeza.

Ele se deitou ao meu lado, a cabeça ao lado do meu ombro. O silencio


se instalou, Arthur acariciava com cuidado minha barriga evitando o curativo.
Meu coração batia forte, enquanto sua mão fazia carinho em minha barriga a
dor no meu corpo quase desaparecia.

Levei a mão até seu rosto e acariciei.

- Sentia falta disso.

- Falta do que?

- De você fazendo carinho na minha barriga.

- Eu também.

255
Os dias se passaram e Aly, Laura e Arthur se dividiam para ficar comigo.
Aly ficava durante a manhã, Laura vinha no almoço e passava a tarde e
olhávamos decoração para o casamento. Arthur chegava antes do pôr do sol e
passava a noite comigo.

Arthur tem dormido a noite inteira como um anjo. Eu acordo durante a


noite e fico horas vendo-o dormindo. Por mais que o dr. Oliver me deixe andar,
Arthur sempre implica, dizia que eu deveria ficar deitada. Cuidadoso ao
extremo esse e meu noivo.

Hoje a polícia vem para fazer perguntas, o que deixou Arthur ainda mais
nervoso já que ele vem evitando falar sobre o Josh ou sobre o que aconteceu.
Aly está sentada no canto do quarto segurando para não ri ouvindo nossa
conversa.

- Eu não preciso ir, Eliza consegui dar conta da empresa.

- Vou ficar bem, pode ir.

- Quero estar aqui, com você.

- Não precisa, Aly vai ficar...

- Quer saber, vou ficar e nem adianta falar.

- Ok. Você não vai desistir mesmo.

- Não.

- Vou avisar para eles entrarem. - diz Aly.

Dois minutos se passaram até que o quarto ficasse cheio de policiais.


Uma policial andava de um lado para o outro com uma prancheta e não parava
de me encarar.

- Senhor Collins, precisamos que nós de licença enquanto fazemos as


perguntas.

- Prefiro que ele fique.

- E eu não vou sair.

- Se você tem certeza senhorita, vamos começar. - fala o policial mais velho.

256
- Vamos fazer algumas perguntas e precisamos que responda da melhor forma
possível.

Assinto com a cabeça.

- Primeiro onde você estava quando foi levada?

- Na cafeteria.

- E o que fazia lá?

- Eu fazia caminhada todas as manhãs e sempre passava na cafeteria tomava


café, e voltava para casa.

- Você viu quem a levou?

- Sim. Josh Evans.

Arthur se sentou ao meu lado e pegou minha mão.

- Então você conhecia o sequestrador? - pergunta a policial. - Já tiveram algum


relacionamento?

- Sim, namoramos por cinco anos. - ele apertou minha mão.

- Fale o que aconteceu.

- Eu me lembro de me sentir zonza e dele me puxando para fora, acho que a


atendente perguntou alguma coisa, mas tudo ficou escuro. Não tenho ideia de
quanto tempo fiquei desacordada, e quando eu fiquei consciente estava
amarrada a cama e ele em cima de mim.

- E o que mais?

- Vocês já estão com o vídeo do que aconteceu. - fala Arthur.

- Sei que difícil, mas ela precisa relatar.

- Não ela não precisa. Vocês sabem o que aconteceu, ele a sequestrou e a... -
notei o quanto ele ficou tenso, seu aperto ficou ainda mais forte.

- Senhor Collins, precisamos de respostas.

- Ela não precisa responder se foi violentada, o relatório médico responde.

257
- Arthur, se acalma. - pede Aly.

Eu não conseguia falar. Até aquele momento não tinha caído a ficha do
que eu tinha passado naqueles dias. Acho que eu simplesmente bloqueie o
que ele fez comigo.

Arthur não soltou minha mão, a cada resposta seu aperto aumentava.
Ele limpou as lagrimas que caiam, lembrar do que aconteceu estava sendo
difícil.

Não vi Aly saindo do quarto, só reparei quando ela voltou com o médico
que pediu para que todos saíssem.

- Selena vou ter que te medicar, sua pressão subiu um pouco. - fala dr. Oliver.

- Tudo bem.

- Se ela normalizar lhe darei alta.

Arthur permaneceu calado o resto do dia. Pietro e Aly vieram no início da


noite nós buscar.

- Está liberada Selena, volte se sentir alguma coisa fora do normal.

- Ela vai voltar, quando ela tira os pontos?

- Dois dias e a já marcamos a consulta com Dra. Natalie para seguir com o pré-
natal.

- Obrigada.

Pietro avisou que o número de paparazzi havia triplicado. Arthur falou


que não iriamos responder nenhuma pergunta.

Sair do hospital foi um desafio, fomos cercados pelos seguranças que


impediam que os paparazzi chegassem perto. Havia flashes para todos os
lugares, e varia perguntas sobre "como estava lidando com o sequestro. ", "
quando iriamos nos casar. "

Chegamos em casa já estava de noite perto das oito horas. Pietro


estacionou o carro e enquanto Arthur abria a porta.

- Nem pense nisso. - fala enquanto vou para sair do carro.

- O que, estou saindo do carro.

258
- Exatamente isso, vou te carregar.

- Arthur posso andar sabia.

- Sei, mas não vai agora fica quietinha e me deixa cuidar da minha noiva.

- Mano você mudou. - Pietro diz.

- Vai falar que se fosse a Alyssa, não faria o mesmo. - e me pega no colo.

- Estou me sentindo uma criança. - digo com a cara emburrada.

- E está se comportando como uma. - Arthur diz. - Pietro você pega as coisas
dela?

- Claro.

Arthur me colocou na cama e chamou a Bete. Pediu para arrumar um


jantar leve, enquanto me levou para a banheira.

Depois do banho enquanto ele fez o curativo, Aly tinha saído para
comprar os remédios. Bete entrou com a sopa e Arthur fez questão de me dar
na boca.

- Desde quando você se tornou tão cuidadoso? - perguntou Bete.

- Ele é cuidadoso comigo ao extremo Bete. - revirando os olhos.

- Sou cuidadoso com quem eu amo.

- Boa noite queridos.

- Boa noite Bete. - dizemos juntos e ela sai do quarto.

Arthur fez questão de me dar comida na boca. Aly deixou os remédios e


disse que passaria no dia seguinte. Aproveitei o momento em que ele saiu para
levar o prato e fui para o banheiro. Por muito pouco ele não me pegou em pé.

- Toma seu comprimido. - diz pegando um dos remédios.

Engoli o remédio e pouco tempo estava deitada nos braços do Arthur


sentindo sua mão acariciando minha barriga.

259
Arthur

Sabia que aquele interrogatório não faria bem a ela. Estamos no meio da
noite e ela acordou aos gritos e em lagrimas.

- Ei... - Puxei ela para meu colo. - O que foi?

Ela não respondeu, estava tremendo e soluçava.

- Selena, o que você sonhou?

Ela respirou fundo e falou.

- Eu estava lá... ele estava em cima...

- Já entendi, mas você está segura. - abraço forte. - Quer alguma coisa?

- Água.

Depois disso ela demorou, mas voltou a dormir. No dia seguinte Aly ficou
com ela planejamento o casamento. Por mais que eu não quisesse ficar longe
dela, Selena insistiu que devia ir, então vim para empresa e dei um descanso
para Elisa. Liguei para minha mãe pedi para que me encontrasse na empresa.

- Então qual o assunto de extrema importância?

- Selena.

- Aconteceu alguma coisa?

- Ela teve um pesadelo essa noite.

- Ela passou por muita coisa, Arthur.

260
- Eu sei, mas quero ajudar.

- Só cuide dela, esteja presente e isso que ela precisa no momento. E talvez
possa fazer terapia.

Minha mãe vai embora, e eu voltei para as pesquisas da lua de mel e da


surpresa que eu estou preparando para ela.

Pego meu celular logo que ele apita avisando que chegou uma
mensagem.

Pietro: Depois de muito custo, local oficialmente confirmado.

Arthur: Obrigado pela ajuda mano.

Envio uma mensagem para Alyssa

Arthur: Agora é com você, preciso saber o que ela tem escolhido.

Selena

Voltamos ao hospital cinco dias depois para retirada dos pontos.


Segundo Dr. Oliver a cicatrização foi melhor do que ele esperava, mas que
ainda não deveria fazer atividade intensa.

Já a Dra. Natalie ficou feliz em ver que a barriga estava crescendo e que
eu tinha começado a ganhar peso, mas foi só ela falar que os bebes estavam
se desenvolvendo muito bem e que era para voltarmos em três semanas que
ela iria tentar descobrir o sexo para que o Arthur literalmente marcasse a data
no calendário.

Dois dias depois demos uma entrevista na qual contamos sobre a


gravidez. Desde então a sempre uma notícia nova na mídia. Então todos os
dias tínhamos que enfrentar paparazzi no condômino, na empresa ou em
qualquer outro lugar onde estamos, então sempre tem seguranças onde
vamos.

Faz três semanas que tenho ido a terapia, fui diagnosticada com TEPT
(Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Desde que comecei a frequentar a
terapia junto com o medicamento os pesadelos foram sumindo.

261
Arthur tem trabalhado em casa e ido a empresa apenas algumas vezes
na semana. Eu tenho passado os dias em casa e só saio acompanhada se não
é Arthur, Laura, Aly ou Steve, além dos seguranças.

Minha nova aliança e igual à que Josh tirou de mim. Por falar nele as
investigações continuam e ele foi extraditado o que deixou Arthur tanto furioso
quanto aliviado.

Eu e minha família temos conversados. Minha mãe tem apoiado a minha


decisão de ficar com Arthur depois do que aconteceu já a minha avó continua
insistindo que o que aconteceu não passou de um mal intendido. Então tenho
evitado suas ligações.

Laura, Alyssa e Steve estavam me acompanhando na procura do


vestido para recepção. Por mim eu ficaria com o vestido de noiva que iriamos
ver logo, mas fui voto vencido para a procura.

Estávamos a caminho da reunião com a estilista e eu não aguentava


mais experimentar vestidos.

- E sério, depois dessa reunião quero ir para casa, estou cansada. - digo.

- Está bem, querida.

- Sel acho que encontramos a loja certa. - Steve fala.

- Bem-vindos. Sou Alice e você deve ser a Selena. Posso oferecer suco,
refrigerante, chá, água ou champanhe?

- Suco, obrigada Alice.

Os demais escolhem champanhe, ela pede para a mulher próxima a


recepção da loja, e nos indica o corredor

- Tem algum modelo que queria ver enquanto isso? - ela pergunta.

- Quero no estilo romântico. - respondo.

Ela me mostrou vários e por mais que eu tenha experimentado alguns,


nenhum me chamou atenção até que que ela me mostrou um que ainda estava
sendo finalizado.

- Como eu disse pelo telefone Selena, esse ainda está sendo finalizado falta
alguns bordados e ainda não se encontra no catálogo.

- Adorei, mas teria a barriga.

262
- Não tem problema, faço uma modificação e ficara perfeito.

Ficamos na loja mais uma hora acertando os detalhes, e as provas e


voltamos para casa. Quando entrei em casa a sala estava vazia então fui para
o quarto e vi o Arthur no telefone.

- Arthur?

- Selena?! - ele diz meu nome com surpresa. - Espera só um minuto amor.

- Está bem. Vou ver o que a Bete deixou pronto.

- Claro.

Saio do quarto e vou a cozinha e vejo o jantar pronto.

- Que cara é essa linda? Não gostou do jantar?

- Gostei, mais queria pizza.

- Pizza? - diz e me encara.

- Não fica me olhando como se fosse um crime. Só estou com vontade de


comer pizza.

Quando falei a palavra desejo ele me encarou ainda mais, então disse.

- Desejo? - confirmo com a cabeça e ele pega o telefone. - Pizza de que?

- Calabresa e mussarela. E vou tomar banho enquanto você pede.

Não demorei muito no banho, mas quando sai encontrei Arthur sentando
na cama e quando viu que eu tinha saído do banho ficou olhando para meu
corpo enrolado na toalha. Tinha virado um abito dele, bom ele me olhava o
tempo todo, mas depois do banho era quando ele ficava em silencio.

- Você vai me falar porque sempre me encara depois do banho?

- Seus seios estão cada vez maiores.

- E pesados.

- Porra. Selena, não fala isso.

263
Andei até ele e me sentei em seu colo, senti que estava ficando
excitado.

- Sei que tem sido difícil para você Arthur, vamos fazer assim você deixa os
bebes felizes e eu te deixo feliz mais tarde. - falo beijando seu pescoço e seu
rosto.

- Vou olhar se sua pizza chegou, porque se continuar fazendo isso, não vai ter
pizza tão cedo.

Me levanto e vou para o closet e pego um pijama.

- Linda, vamos ver filme enquanto comemos?

- Claro.

Arthur levou a pizza para o quarto enquanto pegava o suco e uma


cerveja e levava para a sala de TV.

- Adoro esses pijamas.

- E eu adoro você sem roupa.

- Pelo visto você e do time que aumenta o apetite.

- Achando ruim lindo?

- Claro que não, vamos comer logo porque quero minha sobremesa.

Duas horas depois fomos para o quarto, Arthur estava com meu mamilo
em sai boca, enquanto me penetrava lentamente.

- Arthur...

Ele lambia, chupava e mordiscava e gemia. Segurava uma das minhas


pernas levando para sua cintura. O orgasmo estava vindo eu podia sentir o
delicioso prazer se formando, implorando por libertação.

Ele rosna e eu o abracei, sentia seus músculos. Elevei o meu quadril


para senti-lo mais fundo e ele aumentou o ritmo.

Arthur gemeu alto comigo, desci minha mão e seguirei sua bunda. Ele
levou a boca até meus lábios e deu uma mordia depois desceu até meu
pescoço.

264
Estávamos suados, seu perfume estava misturado ao suor que se
misturava ao meu. Isso tudo junto me deixou entorpecida. E me acabo em
espasmos e logo depois Arthur se juntou a mim.

Ele desaba em cima de mim, mas logo sai de cima e deita ao meu lado.
Meu corpo tremendo após o ápice.

- Você está cada vez mais linda. - sussurra e eu sorrio.

- Acho que cuidei muito bem do meu noivo. - sussurro de volta.

- Vamos dormir amanhã sua consulta e cedo.

- Boa noite amor.- digo.

- Boa noite meu amor.

Eu me enrosco nos seus braços e fecho os olhos.

265
Selena

Acordei com beijos no meu pescoço e senti sua ereção contra minhas
costas. Sorri e ainda com os olhos fechados, já sentia excitada.

- Bom dia linda. - sussurrou no meu ouvido.

- Bom dia lindo, acordou animado.

- Depois que você gemeu dormindo e fato de estar nua e excitada, qualquer um
no meu lugar ficaria animado. - falo rindo.

- Eu gemi dormindo?

- Ah e como gemeu. Devo me preocupar ou sentir ciúmes? - diz e se senta.

- Foi um sonho. - falo olhando para ele.

- Você teve um sonho erótico? - confirmo com a Cabeça. - Estou amando isso
de gravidez, vamos cuidar do seu apetite.

Ele não me deu tempo de responder e cobriu minha boca. Suas mãos
percorreram as laterais do meu corpo e subiram até os meus seios e a sua
boca começou a mordiscar meu pescoço.

- Como eu amo eles. - Disse ele cobrindo-os.

- Ahh...

Ele voltou a cobrir meus lábios em um beijo louco e ardente. Ele apertou
os meus mamilos, o que me fez ficar ainda mais excitada, então mordeu o meu
lábio inferior, sugou a minha língua para a boca dele.

266
Ele começou a deixar uma trilha de beijos da minha boca até chegar ao
meu mamilo direito. O calor de seu hálito me fez arrepiar e em resposta agarrei
os seus cabelos.

Gritei e ele riu, levando o meu mamilo a boca e começou a sugar. O


meio das minhas pernas estava pegando fogo, pelo menos foi a sensação que
sentia. Arthur só podia estar querendo me matar com essa tortura toda.

- Arthur... pelo amor de Deus. - gritei. - Vai ficar me torturando até quando?

Nossas respirações estavam ofegantes e pesadas. Senti seu dedo


escorregando para dentro e para fora de mim, me levando a loucura.

- Arthur, por favor. - implorei agarrando a ele.

- Por favor, o que? Me quer aqui dentro? - me perguntou com a cara mais
lavada do mundo.

- Você está de sacanagem comigo? Está esperando o que?

- Você que manda.

Fala agarrando os meus quadris. Usei a mão para guiar ele para dentro
de mim. Estava totalmente preenchida. Desci minha mão até suas costas e
continuei segurando forte seus cabelos.

- Está esperando o que para meter Arthur?

- Minha noiva está faminta hoje.

E me penetrou com força e soltou um grunhido. Então o empurrei


ficando em cima dele, e eu o cavalguei.

- Porra... eu. Amo. você. - falou entre gemidos antes de abaixar a cabeça para
chupar o meu mamilo esquerdo.

Segurou meus quadris com força. Gritei seu nome enquanto meu corpo
estremeceu, e comecei a sentir os espasmos. Arthur levantou a cabeça e
olhando nos meus olhos disse.

- Goza para mim linda... goza comigo.

E foi o bastante para me fazer jogar a cabeça para trás e gozarmos


juntos.

267
Depois do despertar maravilhoso, ele foi para o banho enquanto eu
recuperava o folego. Logo depois entrei no banho.

Arthur está ansioso, já que hoje vamos tentar ver o sexo dos bebes. Por
mais que a doutora tenha falado que a confirmação será quando eu tiver
completado dezessete semanas.

Estava terminando de vestir quando Arthur entra no quarto.

- Cadê o casaco, Selena?

- Estou com ele.

- Essa blusinha?

- E. Porque?

- Selena pelo amor de Deus está fazendo -2ºC lá fora é está ventando.

- Arthur, você surtou estou com três blusas e ainda vou pegar o casaco. Então
respira fundo.

- Então pegue o casaco que eu vou pegar o seu chocolate.

- Você está desesperado e a consulta é em duas horas.

- Só faz o que eu pedi linda.

- Está bem.

Arthur não esperou que eu tomasse o chocolate, me fez entrar no carro


e dirigiu em direção ao hospital acompanhados de seguranças.

Chegamos quarenta minutos antes da consulta. A sala de espera tinha


mais três gravidas todas com barrigas bem maiores do que a minha. Arthur
olhava para todas e para mim com um sorriso enorme no rosto.

- No que você está pensando? - perguntei.

- Na sua barriga, não vejo a hora dela ficar grande igual a delas.

268
Arthur

Meia hora depois enquanto olhávamos itens de bebês na internet, a


enfermeira chamou seu nome. Não via a hora dela usasse meu sobrenome,
não faltava muito já que estava dando tudo certo.

Segurei sua mão enquanto a enfermeira nós guiávamos até a sala de


exames.

- A doutora já está vindo.

A doutora veio logo depois, Selena já estava deitada na maca.

- Como estamos hoje? - pergunta Dr. Natalie.

- Bem.

Selena se deitou na maca e levantou a blusa e a enfermeira passou um


pouco de gel e se afastou.

- Ansiosos para saberem o sexo?

- Você não imagina o quanto certas pessoas estão ansiosas. - Selena falou
olhando para mim.

Então a médica começou a passar a máquina por cima da barriga dela e


o som dos corações batendo tomou conta da sala.

- Está tudo bem? - pergunto.

- Está saudável e se desenvolvendo muito bem, o coração batendo forte e


rápido.

Olhei para tela e via duas vidinhas crescendo e ganhando forma.

- Bom espero que o papai tenha coração forte, temos um menino a caminho.

- Um menino? – pergunto.

- Sim, sem dúvida nenhuma, olhem aqui. - a doutora mostrou na tela


confirmando o que dizia.

Segurei a mão de Selena, sem desviar os olhos da tela. Nosso filho


crescendo.

269
Eu ia ter um moleque andando pela casa.

- Você tem certeza de que vai ser um menino? - pergunto.

- Sim, não a dúvida, há 90% de chance de ser um menino.

Ficamos um bom tempo com ela explicando os próximos meses e que a


barriga dela cresceria mais rápido e que já estava liberada para as atividades
físicas.

Saímos do consultório direto para casa. No caminho ligamos para minha


mãe que estava na empresa com Eliza e contamos a novidade. Minha mãe
disse que assim que saísse da empresa compraria roupinhas para ele, já Eliza
disse que cuidaria para que ela não exagerasse.

O papo com Pietro e Alyssa por outro lado foi um tanto confuso. Aly não
sabia o que falar e Pietro estava tentando traduzir o que ela tentava falar. Mas
no fim o que conseguimos entender foi " não vejo a hora dele nascer. "

Selena não quis ligar para sua mãe então contou a novidade por
mensagem, por mais que a convivência tenha melhorado, sua mãe tinha
combinado de dar espaço para ela.

- O que aconteceu está muito calada? - pergunto.

- Vai ter um mini Arthur para me enlouquecer junto com o pai.

- Ele não vai fazer nada demais, vou ensinar tudo direitinho.

- E isso que me preocupa. – sussurrou. - Vamos ver um filme?

- Tudo o que você quiser linda.

270
Selena

Ser noiva já não e fácil, ser noiva gravida e muito mais difícil. A cada
semana que eu completava mais minha barriga crescia e mais eu me sentia um
balão. Arthur vinha enfrentando minhas crises de choro simplesmente por não
me sentir mais bonita.

Com o tamanho da minha barriga acabei tendo que mudar o modelo do


meu vestido. Então a loja está fazendo um modelo novo para mim. Steve tem
vindo comigo em todas as provas junto com dois guarda costas.

Arthur tinha marcado a data do casamento para daqui 15 dias. Steve, eu


e meus caros seguranças acabamos de sair da loja de bebês e estávamos indo
a pé para loja de noivas que não era longe dali.

- Ele ainda não contou onde será a lua de mel?

- Não e eu desisti de descobri. Ele está cheio de segredo com a lua... - ouvi um
choro.

- Selena? - Steve perguntou.

- Senhorita está bem? - Douglas perguntou junto.

- Vocês ouviram um choro?

- Choro?

- Sim, de criança.

Continuei a andar em direção ao som, entre dois prédios, o choro ficou


mais alto. Quando entrei vi uma menininha sentada no chão próxima a uma
caixa.

271
- Como você ouviu? - Steve falou baixo atrás de mim.

- Não tenho ideia. - me aproximei da menina que devia ter no máximo 5 anos. -
Oi linda. - abaixei ficando na altura dela.

Ela se afastou entrando ainda mais na caixa olhando para cima.

- Não precisa ficar com medo, ninguém vai te machucar. - virei. - Se afastem
um pouco estão assustando-a.

- Não podemos ficar longe. - disse Douglas.

- Não precisa se afastar muito, só não olha para ela assim está bem.

- Sim.

- Sou a Selena, você está sozinha? - Ela faz sim com a cabeça.

- Cadê sua mãe?

- Não tenho. - sussurra.

Olho para Steve e volto a olhar para ela.

- Você está muito tempo aqui? - nega com a cabeça.

- Está com frio ou com fome?

- Sim.

- Steve.

- Já volto.

- Vem comigo lindinha, vou cuidar de você. - estendi a mão para ela. Ela olhou
para minha mão e então levantou e se jogou nós meus braços, levantei com
ela no colo.

- Vou buscar o carro. - diz Douglas e sai.

Ela era leve e estava fria e tremia muito. Kevin tirou um dos casacos e
colocou nela. Steve voltou com chocolate quente.

- Steve remarca a prova do vestido, vou levar ela para casa.

272
- Claro, pode ir eu pego um taxi.

Agradeço e fomos andando.

- Senhorita posso carrega-la, Sr. Collins não vai gostar de te ver com peso.

- Não precisa Kevin. Douglas já está chegando com o carro e duvido que ela vá
para o seu colo.

Douglas parou o carro e Kevin me ajudou a entrar, coloquei ela sentada


ao meu lado e lhe entrego o chocolate.

- Toma, mas cuidado que está quente.

Não demorou muito para que ela começasse a tomar. Peguei o telefone
e envio uma mensagem para Aly.

Selena: Aly está na agencia?

Alyssa: Estou de saída, porque?

Selena: Preciso que compre roupas de criança.

Alyssa: Criança?

Selena: Encontrei uma menininha na rua, estou levando para casa,


mas ela não tem roupas se importa de comprar? Vou mandar Kevin levar o
cartão.

Alyssa: Claro que não, esperarei na agencia então. Qual o tamanho


dela?

Selena: Ela deve ter uns cinco anos.

Alyssa: Ok, estarei espertando o Kevin na portaria.

Ligo para Arthur que atendeu no segundo toque.

- Vocês estão bem?

- Oi para você, é sim estamos bem. Está ocupado?

273
- Para você nunca. O que precisa?

- Que vá para casa.

- Está tudo bem mesmo?

- Sim, só vai para casa.

- Vou encerrar a reunião e vou para casa.

- Pode terminar, só vai para casa assim que acabar.

- Trinta minutos e estarei em casa.

- Te vejo em casa.

Desligo.

- Kevin, preciso que leve o cartão para Aly na agencia e a acompanhe nas
compras e depois leve para casa.

- Sim senhorita.

Chegamos em casa, entrego o cartão para Kevin que da partida


enquanto entro com ela segurando minha mão.

- Douglas, pode ir descansar. Não vou sair mais.

- Se precisar, me chame.

- Bete?

- Na cozinha querida.

- Preciso de ajuda.

Logo ela chega na sala.

- Quem é a pequena?

- Encontrei ela na rua, será que poderia arrumar algo para ela comer?

- Claro, vou preparar.

274
- Vou dar um banho nela.

Bete me ajudou a preparar o banho e até tentou dar o banho, mas a


menina não me soltou. Então acabei dando banho e depois vestindo com uma
blusa minha e penteado o cabelo.

Levo para o quarto e a sento no sofá. Depois de um tempo vendo TV ela


acabou dormindo, a embrulhei e sai da sala.

Aly chegou uma hora depois com várias roupas e produtos para criança,
agora nós estávamos paradas na porta a olhando dormir.

- Como alguém deixa uma criança sozinha na rua e no frio.

- Não sei Aly, eu não avisei a polícia ainda só tirei ela de lá, vou esperar Arthur
chegar.

- Parece que você gostou dela.

- Eu a ouvi chorar.

- Vamos deixar ela dormir e depois cuidamos dela.

- Vamos nos sentar, estou cansada.

- Kevin me contou que você a carregou, não devia fazer isso.

- Não fala para o Arthur ou ele vai surtar. - digo me sentando.

- Você está enorme. - fala rindo.

- Obrigada pela parte que me toca.

- Posso? - pergunta apontando para minha barriga.

- Claro.

Aly adorava colocar a mão na minha barriga na esperança de que uma


hora eles iriam se mexer.

- Aly eu ainda não o senti se mexer.

- Bebê lindo, será que você não quer deixar a titia feliz?

275
- Já tentei essa conversa e não deu certo.

Conversamos por mais uma hora até a menina acordar. Pietro buscou
Aly já estava escurecendo.

- Cunhadinha está linda.

- Obrigada Pietro.

- Por mais que eu goste de ficar com você, temos que resolver algumas coisas
antes que Aly viaje.

- Você não vai com ela?

- Não vou poder, mas você deveria ir. - diz Pietro.

- Boa ideia amor. Sel o casamento está pronto e vão ser apenas três dias.

- Três dias em SPA, pode legal.

Então senti uma mãozinha em minha perna.

- Quem é essa?

- Ela não fala muito amor, Sel achou ela na rua.

- Na rua? - confirmo com cabeça. - Cadê os pais?

- Não sei estou esperando o Arthur chegar para saber o que fazer. Bete.

- Sim querida.

- Leve ela para comer. Pode ir com ela lindinha.

As duas saíram e Pietro ficou encarando.

- Ela parece ter se apegado em você. E o pior você a ela.

- Gostei dela.

- Falando do Arthur cadê ele?

- Falei com ele horas atrás.

276
- Bom nós vamos agora se precisar liga para mim.

- Pode deixar cunhado.

Assim que foram embora fui para cozinha.

- Ainda tem bolo?

- Tem sim querida, senta.

Me sentei ao lado da menina. Comemos em silencio, então Arthur


chegou.

- Linda, desculpe a reunião atrasou e... quem é ela?

- Vem comigo. Bete você cuida dela?

- Claro.

Peguei a mão do Arthur e o levei para o nosso quarto.

- Selena o que está acontecendo?

- Foi por causa dela que te liguei.

- Me explica o que aconteceu?

- Eu estava indo para a prova do vestido e a ouvi chorar, não ia deixar ela
sozinha com frio e fome, então a trouxe para casa.

- Temos que avisar a polícia. Ela falou alguma coisa?

- Eu perguntei se tinha mãe e ela respondeu que não. Arthur ela está em uma
caixa de papelão em um beco, o que podia fazer?

- Você fez o certo linda, mas vamos avisar a polícia.

Arthur

277
Pietro tinha me mandado mensagem falando que estava preocupado
com ela, achando que as duas tinham se apegado uma a outra. E pelo que
observei enquanto a polícia não chegava ele estava certo.

A polícia chegou e Selena estava na sala com a menina.

- Minha noiva a achou na rua como havia falado.

- Não a registro de criança desaparecida com a descrição dela. Mas vamos


procurar no banco de dados, enquanto isso vamos levar ela para um abrigo.

- Não vão levar ela.

- Selena, eles precisam achar os pais dela.

- Ela pode ficar, cuidamos dela eu fico responsável por ela.

Selena estava com mão na barriga e os olhos estavam cheio de


lagrimas.

- Ficamos responsável. - falei.

- Se descobrisse o nome de algum parente.

- Vou conversar com ela, me deem um tempo. - ela disse e saiu da cozinha.

- Fiquem aqui vou ver o que ela consegue.

Fui atrás dela, fiquei na porta para não assustar.

- Se você me contar o nome da sua mãe você vai poder ficar.

- Não vai deixar eles me levarem?

- Não vou.

- E o seu nome?

- Duda.

- Fica aqui Duda, não vou demorar.

Ela veio em minha direção.

278
- Rebeca Hill, você resolve isso e eu vou levar ela para o quarto de hospede.

- Linda depois vamos conversar.

- Te espero no quarto.

Fui para cozinha e entreguei o papel para o policial.

- Aí está, me deixe a par do que descobri a menina se chama Eduarda e a mãe


Rebeca Hill.

- Vamos entrar em contato amanhã.

Liguei para o meu advogado e deixei a par de tudo. Quando entrei no


quarto Selena já tinha pegado no sono, troquei de roupa e me deitei ao seu
lado.

Na manhã seguinte quando conversamos muito pouco já que ela tinha a


prova do vestido. A polícia foi até a empresa no fim da tarde e me falou que
Duda era órfã e que teria que ir para um orfanato, mas também sabia que
Selena não iria aceitar então resolvi resolver, já que a polícia me deu uns dias
para resolver antes de buscarem.

- Sabia que a ela estava apegada a menina ou melhor as duas estão. O que
você vai fazer. - Pietro fala.

- Já conversei com o advogado ontem, e depois que fez uma pesquisa deu
entrada no pedido de adoção.

- Você vai adotar ela?

- Selena não desgruda dela, então é o melhor a se fazer. E você notou que o
quanto as duas são parecidas?

- Como não notar. – pega o celular do bolso. - Aly conseguiu, vão embarcar na
quinta.

- Meu advogado vai conseguir um documento para que a Duda vá também,


peça a para Aly arrumar um vestido para ela.

- E sua casa? Que eu saiba apesar de ser grande, não tem muitos quartos.

- Vou vender. Comprei a alguns dias uma casa maior, a mãe e a Eliza estão
cuidando das coisas.

279
- E você a ama mesmo.

- Amo. E se ela vai ficar feliz tendo a Duda como filha, quem sou eu para tentar
separar elas.

- Vou ver se a mãe precisa de ajuda. E levamos as coisas do quarto do bebê


na sexta de manhã.

Combinamos os últimos detalhes do casamento que seria no fim de


semana. O que Selena não sabia, já que ela imagina que passaria três dias em
um SPA com a Aly.

- Ela vai gostar da surpresa.

- E o que espero.

- Aly cuidou dos últimos detalhes e está tudo certo.

- E o vestido?

- Ela vai buscar amanhã relaxa, sábado você vai estar casado.

Era o que mais queria.

280
Arthur

Chegar em casa e ficar com elas estava sendo incrível. Em dois dias
Duda me conquistou em pouco tempo. Quase sempre que chegava e
encontrava as duas deitadas vendo filmes.

- Boa noite meninas.

- Boa noite lindo, vem ficar com a gente.

- Boa noite. - disse Duda.

Assim que me sentei as duas me deram um beijo. Ainda não tinha me


acostumado com o quanto a Duda era parecida com Selena, morena com
longos e negros cabelos cacheados se os olhos fossem verdes e não
castanhos ninguém falaria que não era filha dela.

Continuamos o filme e quando a sequencia iniciou vi que a Duda estava


deitava no colo da minha noiva.

- Já fez as malas?

- Shhh. – se vira para mim. – Ela dormiu, mas respondendo sua pergunta ainda
não fiz.

Quando olhei de novo Duda estava com a mão na barriga dela.

- A quanto tempo ela está dormindo?

- A algum tempo, você pode colocar ela na cama?

281
- Claro, te encontro no quarto. - peguei Duda no colo e a levei para o seu
quarto. Quando entrei no quarto Selena estava sentada na cama com olhando
para baixo e com a mão na barriga. Então ela passou uma das mãos no rosto e
vi que estava chorando.

- Linda o que você tem? Porque está chorando?

- Vem cá e me dá sua mão.

Me sentei ao seu lado e entreguei minha mão. Ela levou até sua barriga
e um pouco depois eu senti pequenos movimentos.

- E ele?

- Tem alguns dias que pensei ter sentido pequenos tremores, mas não tinha
certeza até achei que estava imaginando...

Segurei seu rosto e a beijei de leve, colei minha testa na sua e falei
enquanto voltava a levar minhas mãos para sua barriga.

- Você não está imaginando, eu também estou sentindo. - sussurrei. - Eu te


amo.

- Eu também te amo.

Selena

- Acho que ele gosta de você, não para de mexer.

- Porque não se deita quero fazer uma coisa.

- Está bem. - falei e ele ajeitou os travesseiros para que eu deitasse e levantou
meu vestido.

- Oi filho. - começou a falar bem baixinho próximo a minha barriga e senti logo
chutes depois. Ele olhou para mim com um sorriso empolgado no rosto.

- Ele está te ouvindo.

- Como está aí dentro? Aposto que está quentinho e muito gostoso.

282
Eu sorri e mais uma vez vieram chutes.

- E tinha certeza que sim. Vocês têm muita sorte a mamãe e maravilhosa, mas
logo poderá ver. Somo muitos sortudos ne garotão.

- O papai não fica muito atrás.

Ouve um chute e depois de um tempo outro, o sorriso não cabia no rosto


do Arthur.

- Se comporte aí dentro, estamos preparando tudo para você aqui fora.

Arthur continuou acariciando minha barriga.

- Nem acredito que ele está aqui e que podem me ouvir.

Fiz que sim com a cabeça sorrindo para ele.

- Isso e incrível. - exclamou, dando vários beijos na minha barriga. - Me avise


sempre que ele se mexer.

- Claro. - respondi, tudo isso era meu. O homem em minha frente e a vida que
cresciam dentro de mim só faltava a Duda fazer parte da família.

- Quando Arthur?

- Quando o que linda?

- Sei que uma hora vão buscar a Duda então quando?

- Não se preocupe, estou resolvendo. Pode arrumar uma mala para ela
também, confia em mim?

- Confio em você.

- Agora eu quero uma coisa. - disse se levantou e colocou as mãos ao lado do


meu corpo e um dos joelhos entre minhas pernas. - Vou cuidar para que esteja
satisfeita nessa viajem.

- Se você quiser posso ficar...

Ele me calou colando sua boca na minha. Me beijando com tanta


devoção e paixão, enquanto eu me entreguei sem pensar duas vezes.

- Você tem que ir, ou Aly não dará sossego.

283
Então ele levantou ainda mais meu vestido levando junto o top que
usava.

- Tire. - disse ele.

Puxei os dois por cima da cabeça e o joguei no chão. Ele olhava para
meus seios e lambeu os lábios, e isso aumentou meu estado de tesão
constante me deixando ainda mais excitada e molhada.

Arthur segurou meus seios em suas mãos e provocou meus mamilos


enquanto voltou a tomar minha boca, me fazendo gemer e me esfregar em sua
perna. Eu ouvia seus gemidos enquanto me agarrava aos lençóis, me
contorcendo de prazer.

- Arthur! - gemi contra sua boca. Era uma suplica, eu queria mais, eu precisava
de mais.

Ele desceu os lábios até meu pescoço, ombros, até que encontrou meu
seio o levando a boca, chupando e o mordiscando, minha cabeça foi para trás
e minha respiração estava encurtada.

- Ah meu Deus!

Espero que a Duda não acorde, já que tenho certeza que meus gemidos
estavam altos. Meu corpo estremeceu e me perdi no orgasmo. Então fez o
mesmo com o outro seio, e deslizou uma das mãos para o meio das minhas
pernas indo para dentro da calcinha.

- Porra, como está molhada. Gosto disso para caralho. - gemeu e arrancou
minha calcinha.

- Arthur, por favor...

- Você que manda amor.

Ele se ajeitou entre minhas pernas e penetrou lentamente. Ergui o


quadril ao seu encontro. Sua expressão de prazer em seu rosto era linda de se
presenciar enquanto sussurrava meu nome.

Então aumentou o ritmo. Sua boca cobriu a minha. Eu sabia que ele
estava fazendo força para não gozar rápido.

- Como você pode continuar apertada.

Ele se moveu e mergulhou fundo em mim uma vez atrás da outra, em


um ritmo constante. Uma de suas mãos foi até minha coxa e apertou.

284
Puxei sua boca de volta a minha e falei.

- Goza comigo amor.

E foi só eu falar que senti nossos corpos estremecendo e


convulsionando, enquanto nossos gemidos se misturavam. Quando voltei a
conseguir abrir os olhos ainda com a respiração ofegante, Arthur estava
deitado na lateral apoiado em um dos braços.

- Hora de descansar minha linda. - falou me acomodando em seus braços.

- Boa noite amor.

- Boa noite Linda.

Quando acordei na manhã seguinte Arthur não estava na cama, então


me troquei e fui até o quarto da Duda. E lá estava Arthur dormindo com Duda
em seus braços, sorri enquanto via aquela cena me afastei e fechei a porta.
Indo para cozinha procurar algo para comer.

Tomei meu café com Bete na cozinha e depois ela me ajudou a fazer
minha mala. Só quando acabamos Arthur entrou no quarto com Duda.

- Então o que aconteceu?

- Ela teve um pesadelo e veio te procurar, mas você estava cansada então
fiquei com ela e peguei no sono.

- E você mocinha dormiu bem?

- Sim, ele não deixou o monstro me pegar.

- E mesmo? - ela balançou a cabeça fazendo sim. – Isso é ótimo, agora vai
com a Bete tomar seu café está bem.

Bete a levou para cozinha e Arthur se aproximou de mim e me abraçou.

- Tenho uma surpresa para você, mas vou precisar buscar junto com a Duda
voltamos em duas horas. - disse e me deu um beijo e foi para o closet.

- Que surpresa?

- Se eu falar vai deixar de ser surpresa, arrume a Duda para sair.

285
Fiz o que ele pediu, e logo depois que ela tomou café a arrumei para
sair.

- Você também vai? - perguntou.

- Não lindinha, Arthur vai levar você para sair enquanto isso vou arrumar suas
coisas para sairmos mais tarde com a Aly. Então obedeça ao Arthur, está bem?

- Sim.

Depois que eles saíram fiquei na cozinha com Bete desenhando.

- São lindos Selena. - disse Bete sentada ao meu lado.

- Obrigada Bete.

Senti o bebê se mexendo e levei a mão até a barriga, enquanto com a


outra peguei o celular.

Selena: Ele acabou de se mexer, não demora. Beijos

- E ele?

- Sim, ele começou a se mexer. O que me lembra que Aly vai surtar por isso.

- Posso? - apontando para minha barriga.

- Claro.

Selena: Bom dia, adivinha quem está se mexendo? A noite você vai
conseguir o que tão queria.

- E lindo querida. E o que vai querer de almoço?

- Pode escolher Bete, amamos tudo que você faz.

Meu celular vibrou, era Aly respondendo.

Alyssa: Não acredito, até que fim. Te vejo a noite.

Então ouvi a porta da frente sendo aberta, e passos apresados vindo


para cozinha. Duda e Arthur apareceram na porta.

286
- Bete porque não leva Duda para trocar de roupa, quero falar com a Selena. -
Arthur diz.

- Claro, vem querida. - Bete segura a mão da Duda e a leva em direção aos
quartos.

- Então qual era a surpresa? - falei em quando me levantava.

- Ansiosa linda? - sorrindo.

- Claro, fala por favor.

- Aqui está. - disse e me entregou um papel.

Comecei a ler e não acreditei no que estava escrito nele.

- Isso... isso é sério? - com os olhos cheios de lagrimas.

- Sim, eu disse que estava resolvendo não disse.

- Obrigada. - disse e me joguei em seus braços. - Obrigada amor.

- A guarda ainda e provisória, mas o advogado disse que meu pedido já está
sendo avaliado e quando for vão marcar a audiência. Duda e nossa agora.

- Obrigada. - sussurrei e dei um beijo.

- Vamos contar para ela.

Fomos até o quarto da Duda. Entrei e me sentei na cama e a chamei,


Arthur ficou em pé ao meu lado.

- Duda vem cá, temos que contar uma coisa. - disse Arthur.

Ela veio até nós e ficou parada na minha frente.

- O que acha de eu ser sua mamãe e o Arthur ser seu papai?

Ela me olhou um pouco confusa e então perguntou.

- Vocês vão ser meus pais?

- Sim querida, somos seus pais.

287
Então ela me abraçou e Arthur se juntou ao abraço.

- E logo você vai ter um irmãozinho. - fala Arthur.

O Sorriso no rosto dela foi o mesmo quando Arthur sentiu o bebê,


enorme e lindo.

288
Selena

Arthur foi para empresa assinar alguns papeis e levou meus croquis para
Eliza. Duda estava brincando com bonecas enquanto eu estava terminando
sua mala.

- O neném está mexendo? - Duda pergunta

- Agora não, mas quer colocar a mão?

Ela balança a cabeça assentindo.

- Vem.

Sentei em sua cama e ela ao meu lado e colocou a mão em minha


barriga.

- Quando ele vai chegar?

- Vai demorar um pouquinho.

- Querida, a um oficial da justiça na portaria querendo falar com você. Kevin


está te esperando na sala. - diz Bete.

Oficial de justiça. Pensei.

- Obrigada. Você pode fechar a mala da Duda para mim? - pedi enquanto me
levantava.

- Claro. Não vou demorar.

Fui até a portaria acompanhada pelo Kevin.

289
- Senhorita esse senhor precisa falar com você.

- Selena Laurent?

- Sim, sou eu.

- Sou o oficial de justiça e essa e a intimação para comparecimento no caso


contra Josh Evans em duas horas.

- E sobre o pedido de restrição?

- Sim, assine aqui.

Assinei o papel e voltamos para casa. Bom eu voltei para minha casa e
Kevin para a casa ao lado que Arthur tinha alugado para os seguranças.

- Bete vou precisar que cuide da Duda e que a leve quando eu te ligar. Eu
aviso onde eu estou e vou pedir o Kevin para levar vocês.

- Está bem. Levo ela arrumada quando você me ligar.

- Obrigada, vou me arrumar.

Fui até o closet e peguei um dos vários vestidos que minha mãe havia
feito para mim, junto com meia calça e casaco. Peguei meu celular e enviei
uma mensagem para Arthur, falando que precisava que me ligasse o mais
breve possível e fui para o banho.

Quando sai tinha sete ligações perdidas e 4 mensagens não lidas dele.
Retornei à ligação, a qual Arthur atendeu de imediato.

- Amor, está se sentindo bem? Precisa de algo? Algum desejo?

- Arthur, nem sempre que eu ligo e porque estou passando mal sabia. Aprecio
sua preocupação, mas estou bem e não tenho nenhum desejo, se bem que
não acharia ruim comer cupcakes do Cake Boss.

Ouço a risada dele.

- Achei que não tinha desejo.

- Não enche Arthur, estou imensa mesmo posso comer o cupcake.

- Vou comprar para você antes de embarcar, então qual o motivo da ligação?
Duda está bem?

290
- Está sim, brincando com a boneca na cabana que você fez para ela. Um
oficial veio me entregar uma intimação.

- Intimação? Para que linda? – seu tom de preocupação nítido.

- Para o pedido de restrição, você pode me acompanhar?

- Claro, te encontro no tribunal. Pede para o Douglas e Kevin para te


acompanhar.

- Kevin vai ficar, vai levar Duda com a Bete quando acabarmos. Te vejo em
uma hora.

- Estarei lá, junto com seus cupcakes.

Arthur

Estávamos sentados na sala de espera. Selena estava inquieta,


acariciava sua barriga enquanto nosso advogado estava ao nosso lado.
Douglas tinha ido levar meu carro para casa e nós encontraria no aeroporto.

Levei minha mão a dela e entrelacei nossos dedos, enquanto acariciava


sua mão com o polegar.

- Não precisa se preocupar, ele não vai chegar perto de você.

Ela não respondeu, nem olhou para mim continuou acariciando a barriga
com a outra mão enquanto a olhava. Agora que estávamos de pé para receber
o juiz.

A sessão começou na hora marcada, ajudei ela se sentar e me sentei ao


seu lado e ao meu lado o advogado. Do outro lado estava Josh e seu
advogado.

- Estamos em sessão pelo pedido de restrição até o julgamento feito pela


senhorita Selena Laurent contra o senhor Josh Evans. Algum dos advogados
tem alguma coisa a acrescentar?

Nenhum dos advogados se pronunciaram, mas Selena não parava de


aperta minha mão e o babaca do Josh não parava de encara-la.

291
- Analisei o caso e irei conceder a senhorita Laurent a restrição contra o senhor
Evans.

Josh continuava a nós encarar, enquanto o juiz falava.

- O senhor Josh Evans deverá permanecer a duzentos metros da senhorita


Selena Laurent. O julgamento será em dois meses. - e bate o martelo.

Logo depois tirei Selena do tribunal e a levei para o carro. Ela só


respirou aliviada quando nós afastamos de lá.

- Dois meses... vou estar com um pouco mais de sete meses.

- Vai dar tudo certo, amor. Porque não liga para Bete. - olhei para ela pelo
retrovisor e falei.

- Achei que iriamos para casa já que acabou mais cedo.

- Vamos passear com ela.

- Está bem.

De tempo em tempo olhava para ela pelo retrovisor, vi ela pegando o


celular enquanto dirigiam.

- Bete, já Duda está pronta... claro, pode trazer as malas... Vamos avisar o
Douglas em qual vamos estar... obrigada.

No primeiro o sinal enviei uma mensagem para Douglas avisando onde


nós encontrar, havia algumas mensagens de Aly para responder.

Logo chegamos na outlet de lojas bem próxima ao aeroporto. Queria


aproveitar enquanto Duda não chegava para olharmos algumas coisas para o
bebê. Conversamos depois de saber que teríamos um menino e escolheríamos
o nome no dia do nascimento.

Estacionei o carro, sai e dei a volta para abrir a porta, a barriga dela
estava cada vez maior agora que estava quase completando cinco meses e
meio.

- Enquanto Duda não chega, podemos olhar algumas coisas para os bebês o
que acha?

- Ótima ideia.

292
E foi assim que passamos os últimos 45 minutos em meio a roupas,
fraldas, carrinhos entre outras coisas.

Saímos de lá com várias sacolas e com um sorriso enorme no rosto de


minha noiva. Levávamos as compras para o carro quando Duda chegou.

Assim que nós vimos correu em nossa direção pulando em meu colo.

- Papai, mamãe. - aquela era a primeira vez que ela nós chamávamos assim.
Nem sei como descrever como fiquei feliz ao ser chamado de pai e quando
olhei para Selena estava chorando porem com um enorme sorriso no rosto.

Levamos Duda para dar uma volta na loja de brinquedos. Não sei quem
estava mais empolgada com as bonecas ela ou Selena. Aproveitei para olhar a
mensagem.

Alyssa: A mala para lua de mel está pronta. Peguei tudo que
compramos e o vestido das duas estão comigo.
Já confirmei o SPA e a fotografa. Espero que sua mala esteja pronta.
A casa já está sendo preparada, quando você vai embarcar?

Respondi rápido e fui ao até elas.

Arthur: Também olhei como estava os preparativos e vão me


atualizar quando vocês embarcarem. Mala quase pronta e vou com Pietro
no início da noite.

Levei elas para o aeroporto depois que compramos uma boneca para
Duda. Estávamos esperando Aly na lanchonete as duas comiam seus
cupcakes, Duda com um sorriso no rosto.

- Então amor, satisfiz o seu desejo?

- Sim obrigada.

Alyssa chegou e já foi logo querendo saber se o sobrinho estava se


mexendo, e ficou chateada quando Selena disse que não. Duda estava em
meu colo quando anunciaram que o embarque começaria.

Dei um beijo em Duda que desceu do colo e foi com Aly enquanto me
despedia de Selena.

- Vamos sentir sua falta. - disse ela.

293
- Eu também linda, mas são poucos dias e você precisa relaxar a próxima
semana vai ser cheia.

- Te vejo no domingo.

Levei minha mão a sua barriga e acariciei e disse.

- Vejo vocês no domingo.

E sentir os pequenos chutes em seu ventre e lhe dei um beijo em seus


lábios e depois em sua testa, e elas embarcaram.

294
Selena

Chegamos no início da madrugada. Douglas estava com Duda no colo


que tinha dormindo pouco depois que o avião decolou, eu estava na esteira
esperando nossas malas junto com Aly.

Chegamos no hotel uma hora depois, Douglas colocou Duda na cama e


se dirigiu ao seu quarto. Aly entrou no quarto junto com o carregador, colocou
as malas no canto.

Aly já estava dormindo quando voltei do banheiro e me deitei. No meio


da noite, Duda teve um pesadelo e veio para minha cama no meio da noite. Aly
acordou nos duas as nove da manhã.

- Aly me fala porque você marcou tantas coisas?

- Vamos aproveitar a piscina hoje, Sel. E para meu presente de casamento


precisa estar descansada.

- O que está aprontando?

- Você vai fazer fotos amanhã à tarde.

- Fotos?

- Isso, e não vai se negar meu presente.

Passamos a manhã e um pedaço da tarde na piscina, depois fomos para


massagem, Douglas estava se divertindo também dei a ele uma folga. No início
da noite fomos ao centro da cidade. Passamos em frente de um casarão que
ficava próximo ao hotel, havia pessoas descarregando cadeiras e mesas e
flores, e outras correndo de um lado para o outro.

295
- Esses casarões são alugados para eventos. - Aly responde quando repara
que estou olhando.

- Como você sabe?

- Já desfilei e fotografei aqui esqueceu. - fala com um sorriso.

- Não me lembrava.

- E linda mamãe, parece casa de princesa.

- Parece sim linda.

Duda estava sendo mimada tanto por mim quanto por Aly, que estava
muito feliz já que tinha enfim ter conseguido sentir o afilhado. Jantamos no
hotel foi quando vimos Douglas que havia sumido o dia inteiro depois que dei
folga.

Quando voltamos para quarto, coloquei Duda na minha cama e liguei


para Arthur, mas foi direto para caixa postal. Me deitei ao lado dela até que
dormiu.

Já era quase meia noite e meia, sem sono acabei sentada na varanda
olhando o mar quando meu celular tocou.

- Oi amor. - disse assim que atendi.

- Oi linda, desculpa desliguei o celular para terminar umas coisas da empresa.

- Não tem problema.

- E como estão minhas meninas e meu garotão? - perguntou.

- Estamos todos bem, e como está meu noivo?

- Com saudades.

- Também estou com saudades.

- Como foi o dia?

- Ficamos na piscina, depois fizemos massagem e andamos no centro da


cidade. A casas lindas aqui, e você?

- Trabalhei muito, você não deveria estar dormindo?

296
- Estava escrevendo, e você porque não está dormindo? - falei bocejando no
final.

- Eu vou, só queria falar com você antes. Agora vai descansar nós falamos
amanhã à noite.

- Boa noite amor e te amo.

- Boa noite e eu também te amo. - Diz e desliga.

Arthur

Horas antes...

Pietro, Steve, Kevin e eu estávamos colocando todas as coisas no lugar


no quarto do bebê e da Duda enquanto Bete estava guardando nossas roupas.

Minha mãe e meu pai junto com Eliza já tinha ido para Charleston cuidar
dos preparativos e para receber os convidados.

No meio da tarde Pietro foi na empresa ver como estavam as coisas e


depois foi em casa fechar a mala e me encontraria no aeroporto. Kevin, Steve e
Bete embarcaram ao anoitecer e o meu voo e do Pietro era o próximo.

Chegamos era quase meia noite no casarão, tomei um banho e liguei o


celular e tinha uma ligação perdida dela.

Conversamos um pouco e depois fui dormir.

Selena

- Selena, acorda. - ouço bem longe me chamando.

- Mamãe.

- Vocês podem me deixar dormir. - resmungo.

297
- Selena, temos muita coisa para fazer antes das fotos, então levanta.

Me sento, passo a mão no rosto. E então pego meu celular.

- Alyssa não é nem 8horas da manhã.

- Temos que descer, marquei umas coisas no SPA e já vamos sair de lá


arrumadas para as fotos.

- Nós? O que está aprontando?

- Nós, Duda e eu vamos estar em algumas fotos.

- Imagino que tenha escolhido minha roupa.

- Mas e claro, nossas roupas estão no SPA agora levanta temos meia hora
para tomar café.

Tomamos café e seguimos para o SPA. Aly não brincou quando disse
que tinha marcado várias coisas. Começamos com banho em sais de banho
com pétalas, depois massagem, então paramos para um lanche, massagem
facial e depilação. Isso tudo antes do almoço, Duda estava feliz de estar
fazendo tudo o que fazíamos.

Quando voltamos do almoço foi a vez dos cabelos receberem cuidados.


Hidrataram e escovaram e deixaram preparado para o penteado, então veio a
maquiadora junto com a fotografa fazendo fotos.

Então o cabelereiro montando o penteado que seria para o casamento.


Meu cabelo estava com um topete em cima e um coque baixo que ao mesmo
tempo tenha volume e estava frouxo com fios escapando e uma trança também
frouxa nas laterais passava por cima do coque.

- Aly o que está acontecendo? Porque estou com o penteado que escolhi para
o casamento?

- Ora porque você vai se casar.

Quando ela falou congelei por alguns segundos antes de falar.

- Que?!

- Arthur quis fazer uma surpresa, vocês vão se casar hoje.

298
- Ei não vá borrar a maquiagem antes da hora. - disse Aly brincando. - Vem vou
te ajudar a se vestir.

Ela me levou até onde o vestido estava e depois me ajudou a vestir.

Meu vestido na parte do busto era um mini corpete que terminava antes
da barriga todo decorado com rendas e perolas, a renda se estendia até o
ombro formando um decote em forma de coração, a saia com o final com o
mesmo bordado.

- Bom vou me vestir e olhar se a Duda está pronta. - diz e sai.

Laura aparece em um vestido azul marinho de renda na parte superior,


maquiagem impecável e cabelos em um coque lateral e segurando uma
caixinha azul enquanto me sento na cadeira novamente.

- Querida está linda, espero que tenha gostado da surpresa.

- Obrigada Laura, estou realmente surpresa com o que seu filho pode fazer,
porem estou amando.

- Bom sem mais delongas, isso e para você. - entrega uma caixa e um
envelope.

Linda, saiba que houve uma pequena discussão entre a minha mãe e sua avó
pelo telefone (quem diria que sua avó do Brasil era tão brava), então você terá duas
coisas velhas.
Esses brincos estão na minha família desde o casamento da minha bisavó. E sua avó
mandou esse terço para que coloque no buque.
Te amo Arthur.

Quando abri a caixa tinha um terço em cristal, prata e ouro e os brincos


de cristal com perolas no final em formato de gotas. Coloco a mão na boca e
sinto as lagrimas rolarem, então me entregam um lenço seco as lagrimas e
coloco os brincos.

Então Eliza entra com o vestido azul celeste com decote princesa,
cabelo com topete e segurando uma caixinha rosa.

- Está linda cunhada.

- Obrigada, você também cunhada. - disse fazendo um enorme esforço para


não voltar a chorar.

299
Linda, mais uma vez você terá duas coisas novas uma pedi Eliza fazer a outra
ela fez junto com sua mãe e disse que seria surpresa para mim então não vejo a outra
de ver.
Te amo Arthur.

Abri a caixa e tinha um colar com uma perola no mesmo formato do


brinco com pequenos cristais em volta, e uma cinta liga dupla com flores e
renda.

- A menor Arthur vai jogar a outra e sua, vou te ajudar a colocar.

- São lindas, obrigada por tudo.

Ela coloca o colar e depois coloca a cinta liga e sai.

Aly voltou com Duda segurando sua mão. Aly com o mesmo vestido de
Eliza já que elas seriam minha madrinha e Duda em um vestido lindo branco
rendado e bem rodado, seu cabelo estava semi preso e com uma tiara.

- Olha mamãe estou igual uma princesa.

- Esta sim minha linda.

- Duda senta na cadeira que vou entregar uma coisa para sua mãe.

- Está bem, tia.

- Aqui está Sel.

Ela me entrega sua pulseira e uma caixa.

- Aqui está estou te emprestando minha pulseira.

Linda, aqui está seu item azul espero que goste.


Te vejo daqui a pouco.
Te amo Arthur.

Steve entrou segurando uma caixa.

- Uau. É a noiva gravida mais linda do mundo e a daminha mais fofa do mundo.
Aqui está seu véu.

- Obrigada Steve.

Ele coloca o véu em mim. E Eliza volta com um homem.


300
- Selena esse é meu pai Ricardo.

- Muito prazer Ricardo.

- O prazer e meu Selena.

- Vocês não se conheceram por causa daqueles incidentes, mas como o seu
pai já faleceu Arthur pensou em você entrar com ele.

- Seria uma honra, mas se não quiser...

- É claro que quero, obrigada Ricardo.

- Agora vamos ou você vai chegar muito atrasada e o Arthur já está achando
que você desistiu.

Então entrei no carro com Duda e os demais foram nos outros que
estavam parados na frente.

301
Selena

O carro parou em frente ao casarão que vi ontem. A rua estava cheia de


carros, Eliza havia levado Duda para dentro.

Minha avó chegou a pedir para eu desistir do casamento e do processo


contra o Josh e minha mãe chegou e falou para ela que não só me casar como
ela estava e iria me apoiar em todas as minhas decisões. Agora estava eu com
a fotografa e meu cunhado.

- Tudo certo para sua surpresa? - pergunto.

- Graças a minha cunhadinha, obrigada pela ajuda.

- Vamos dizer que é uma troca já que tenho certeza que você ajudou a
preparar essa enorme surpresa.

- Bom vou entrar, nós vemos daqui a pouco.

- Até depois.

Ricardo se aproximou do carro e me estendeu a mão.

- Pronta querida, Arthur já está impaciente.

- Pronta. - levei minha mão até a sua e ele me ajudou a levantar.

Depois pegou meu buque dentro do carro. Meu buque era composto de
rosas brancas e rosas claro e pequenas orquídeas azuis. Passamos pela
lateral da casa, havia uma escada em um pequeno morro onde paramos.

No todo tinha um caminho iluminado por jarros com velas e rosas


brancas entre elas, mais a frente havia cadeiras e uma tenda com faixas

302
brancas e velas penduradas. Eu já estava fazendo um esforço para não chorar,
respirando fundo.

- Aqui querida, Laura mandou um lenço para esse caso.

Sussurrei obrigada enquanto secava as poucas lagrimas. Então um som


de violão ecoou pelo jardim.

- Chegou a hora. - Ricardo diz e me conduz em direção ao Arthur,


então Tenerife sea do Ed Sheeran embalava enquanto caminhava até ele.

You look so wonderful in your dress


I love your hair like that
The way it falls on the side of your neck
Down your shoulders and back
We are surrounded by all of these lies
And people who talk too much
You've got that kind of look in your eyes
As if no one knows anything but us
Should this be the last thing I see
I want you to know it's enough for me
'Cause all that you are is all that I'll ever need
I'm so in love, so in love
So in love, so in love
You look so beautiful in this light
Your silhouette over me
The way it brings out the blue in your eyes
Is the tenerife sea
And all of the voices surrounding us here
They just fade out as you take a breath Just say the word and I will
disappear
Into the wilderness
Should this be the last thing I see
I want you to know it's enough for me
'Cause all that you are is all that I'll ever need
I'm so in love, so in love
So in love, so in love Lumière, darling
Lumière over me
Should this be the last thing I see
I want you to know that's enough for me
'Cause all that you are is all that I'll ever need
I'm so in love, so in love
So in love, love, love, love
So in love
You look so wonderful in your dress
I love your hair like that
And in a moment I knew you were back

303
Ricardo me entregou minha mão para Arthur, e ele se inclinou e
depositou um beijo nela e quando se levantou havia um lindo sorriso.

- Obrigada, por tudo. - entre soluços.

- Você merece isso e muito mais linda. - diz.

Ele encaixou minha mão em seu braço e nós viramos. Entreguei o


buque para Eliza e levei a mão até a barriga e sorri para ele. Então ele levou a
mão e colocou ao lado da minha.

O padre falou algumas coisas, Duda levou as alianças até ele que as
abençoou e pediu para que falássemos nossos votos. Nós viramos um para o
outro e Arthur pegou o microfone com uma mão e com a outra segurou a minha
mão.

- Minha linda, você se lembra do seu primeiro dia na empresa?

Confirmei com a cabeça.

- Bom aquela não foi a primeira vez. A primeira vez que eu te vi foi no
aniversário de casamento dos seus avos algum tempo. Eliza pediu para que eu
representasse a empresa já que ela estaria na África, vi quando você desceu
as escadas com um vestido preto, mas não vamos entrar em detalhes, só que
a melhor decisão que tive foi comparecer naquela festa.

“Eu te amei desde a primeira vez, te procurei por semanas e quando


percebi você era minha nova secretaria e fiz de tudo para te conquistar e estar
com você. E depois de tudo que passamos para estar aqui juntos, com o nosso
garotão a caminho e uma linda garotinha a qual jamais irei me arrepender de
adotar. Saiba de uma coisa você é tudo o que estava faltando na minha vida, e
eu vou fazer tudo ao meu alcance para fazer você feliz. Obrigado por me fazer
o homem mais feliz do mundo e pai dos seus filhos. Eu prometo cuidar,
proteger e amar você e nossos filhos agora e para sempre. Te amo.”

Depois do " Te amo" ele colocou a aliança, e eu chorava desde o início


dos votos. Ele me pegou o lenço e secou minhas lagrimas. Respirei fundo e
peguei o microfone.

- Antes de tudo eu não acredito que nunca me contou sobre isso, mas vou
querer saber tudo depois. - com a voz de choro.

Ele sorriu e eu tornei a respirar fundo, segurando a sua mão e comecei.

- Meu amor, lembro o que senti e pensei quando me beijou pela primeira vez.
Pensei " Meu Deus, estou beijando meu chefe", é senti que estava perdida
porquê de alguma forma sabia que não teria mais volta, e aquilo me assustava.
304
“Você não foi me conquistando aos poucos, você me conquistou naquele
dia e sem que eu quisesse assumir eu me apaixonei. Passamos por tanta coisa
nesses meses, e agora aqui estamos, no nosso casamento. Você me fez a
mulher mais feliz, mas tão feliz. Você me amou e lutou por mim quando achei
que não teria ninguém assim na minha vida. Você demonstra o quanto me
ama. E agradeço por ter me dado ele e a Duda. Alegra os meus dias, por que
você estava faltando na minha vida. Prometo que não existe a menor
possibilidade de não te amar. Não existe a menor possibilidade de eu não vá te
fazer feliz. Porque eu nasci para te amar. Eu te amo.”

Minha avó havia ido embora logo a pós a cerimônia, o que não importei.

A festa estava igualmente linda, as mesas estavam postas viradas para


praia e para pista de dança. Decoração com velas acima das mesas e flores. O
céu estava ainda mais escuro e estrelado.

Estava cumprimentando os convidados quando Arthur pegou minha


mão, não tínhamos nós separados depois da nossa primeira dança.

- Estava com saudades Senhora Collins.

- Então somos dois Sr. Collins. - digo enquanto coloco as mãos em seu rosto,
já que está cada vez mais difícil de abraça-lo, por causa da minha enorme
barriga.

Vários flashes eram disparados em nossa direção, e logo depois senti


um puxão em meu vestido.

- Mamãe. - sorrindo e com o rosto sujo de cobertura.

- Oi lindinha.

- Papai. - abriu os braços e ele abaixou e a pegou no colo.

- Estava comendo doce linda? - perguntou Arthur.

- Não papai.

Eu e ele começamos a rir, pego o lenço e levo ao seu rosto.

- Então porque tem chocolate no seu rosto. Não é bonito mentir lindinha.

- Me desculpa mamãe.

Posamos para algumas fotos com ela e então Arthur fez o sinal para que
a música parasse.

305
Pietro estava no meio da pista e então levantou o microfone.

- Bom todos devem estar pensando que estou aqui para fazer algum discurso,
o que não deixa de ser verdade.

Ele olha para mim e meu marido e pisca enquanto sorri, eu aceno a
cabeça e sinto o Arthur abraçando minha cintura ainda com Duda no colo.

- Você sabe o que ele vai fazer? - sussurra em meu ouvido.

- Sim, ele me pediu ajuda.

- Eu estou aqui para fazer uma coisa de igual importância. Então eu preciso
que minha linda namorada venha até aqui. Alyssa, venha por favor.

Olho para Aly e vejo que está sem reação olhando para Pietro, então
vira o rosto em minha direção e sussurro "vai lá."

Ela caminha até o centro da pista.

- Sei que sou imaturo, mas também sei que mudei desde que ficamos juntos.
Tenho orgulho quando vejo suas fotos nos lugares, e fico feliz quando chego e
te encontro em nossa casa.

Pietro se ajoelhou e pegou a caixinha em veludo preto e a abriu, fazendo


Aly levar as mãos aos lábios.

- Não consigo pensar mais na minha vida sem você, e por mais que eu tenha
que maneirar no meu ciúme quando se trata dos seus ensaios fotográficos com
homens...

Ela riu para ele que sorriu de volta.

- Quero que você seja minha mulher e não há ninguém melhor para ser
mãe dos meus possíveis filhos... então Alyssa Hernandez aceita ser minha
esposa?

Aly se jogou em seu colo e pela reação do Pietro de finalmente


conseguir respirar ela aceitou.

Então ele coloca a aliança, a qual desenhei unicamente para ela em seu
dedo, e depois a Beija. Arthur me deu um beijo na testa enquanto sentia chutes
em minha barriga e depois nós dois viramos e beijamos Duda cada um de um
lado.

- Eu te amo. Amo todos vocês. - Disse ele.

306
- Nós também te amamos.

- E eu amo mamãe, papai e irmãozinho. - Duda fala sorrindo

307
Selena

Ele desaba em cima de mim, mas logo sai de cima e deita ao meu lado.
Meu corpo tremendo após o ápice.

- Você está linda.- sussurra e eu sorrio.

- Acho que ótimo que acha, porque eu me sinto enorme.

Ele cai na gargalhada e eu lhe dou um tapa.

- Não me bate.

- Então não ri.

- Me desculpa, vamos descansar.

Ele dá um beijo no meu rosto e eu me viro e agarro meu travesseiro


enquanto Arthur me abraçava.

- Boa noite amor.

- Boa noite linda. - entre bocejo.

Arthur

Duas semanas.

308
Nem acredito que a duas semanas legalmente minha mulher.

Estamos em Miami a treze dias. Mas tínhamos que voltar, já que ela já
estava com saudade da Duda assim como eu.

Além de que ela tem tido muitas câimbras e dores nas costas nos
últimos dias o que fez marcar uma consulta com sua medica.

Estava amanhecendo e nosso voo era a tarde, e como ela custou a


dormir essa noite resolvi fechar as malas enquanto descansava.

- Bom dia. - ouvi a voz de sono dela atrás de mim.

- Bom dia linda. - aproximei e a beijei. - Como está se sentindo?

- Enorme, com fome e com dor de cabeça, e você? - uma das mãos estava na
cintura enquanto a outra na barriga.

- Estou bem. Porque se senta na sala, vou pedir café da manhã e você toma
remédio quando comer.

Tomamos o café em silencio e depois fechei a mala que faltava.

- Você comprou coisas de mais, não acha? - pergunta, parada na porta


acariciando a barriga.

- Não. - respondo enquanto olho para ela.

- Arthur você comprou milhares para o bebê, sem falar das bonecas para Duda.

- Não comprei muito, além do mais tenho uma surpresa para você quando
chegarmos lá.

- O que você aprontou?

- Surpresa.

Pegamos o jatinho e não demorou nem meia hora para ela cair no sono.

Douglas já estava nos esperando no pátio assim que o jatinho pousou. A


carreguei para dentro do carro.

- Douglas, você já sabe para onde.

- Sim, senhor.

309
- Kevin já levou as levou para lá?

- Estão a caminho, senhor.

Meia hora depois paramos em frente a nova casa.

- Onde estamos Arthur?

- Nossa casa nova.

- Nova? - perguntou surpresa.

- Sim, precisávamos de um lugar maior, vem.

Quando saímos o carro com Duda estacionou, ela saiu correndo em


nossa direção.

- Papai, mamãe. - gritou enquanto corria.

Abaixei e esperei de braços abertos.

- Minha linda. - disse e dei um beijo em seu rosto.

- Oi minha lindinha. - Selena se aproximou de nós e lhe deu um beijo. - Estava


com saudade da minha linda.

- Vem vamos conhecer a casa nova.

Duda depois que viu o quarto ficou por lá ainda mais depois que
entreguei os presentes.

Selena amou cada parte da casa, mas ainda faltava um quarto.

- Fica aqui. - falei e coloquei de frente a porta. - Preparada?

Ela fez que sim com a cabeça. E eu abri a porta, levando para o quarto.

Ela chorava com um sorriso lindo no rosto, estávamos no quarto dos


bebês. Decorado em azul e rosa e branco.

- Como?... Quando você fez isso?

- Nossas mães me ajudaram, além da minha irmã e da Aly. Queria te fazer uma
surpresa.

310
- Eu te amo tanto Arthur Collins.

- Eu te amo mais Selena Collins.

A consulta com a medica foi tranquila e a primeira que Duda nós


acompanhou, vimos nosso garotão no ultrassom 4D. Duda ficou encantada
quando o viu, Selena chorava e eu bom... juro que tentei segurar, mas quando
vi acabei me juntando a ela.

Conversamos sobre os nomes dos bebês aquela noite. Porem


combinamos que iriamos decidir quando nascessem.

Selena

Três meses depois...

Nunca vi o Arthur tão desesperado quando tive contrações a duas


noites. E quando fui atendida a medica disse que eu havia tido contrações de
Braxton Hicks, ou seja, falso trabalho de parto.

Mas depois disso Arthur aumentou minha bolsa para maternidade, sem
nem mencionar a do nosso menino. O julgamento que era para o mês passado
foi adiado em um mês.

Eu estava com oito meses e meus pés estavam inchados, eu mal dormia
e me sentia muito cansada. Estava me arrumando para o julgamento, o que me
preocupava era o que teria que depor.

- Como queria que não tivesse que passar por isso.

- Eu também, mas ele merece isso.

O julgamento corria. Algumas testemunhas já haviam prestado


depoimento, Kate, Maria, Aly e até minha mãe já tinham testemunhado e eu
seria a próxima.

- A promotoria chama Selena Collins.

Me levanto e vou até banco. E o advogado se aproxima.

- Você teve um relacionamento com o réu e se conheciam antes do namoro?

311
- Sim, nossas famílias se conheciam e ele frequentava minha casa.

- No seu depoimento você disse que não resistiu as agressões pode falar o
motivo?

- Ele me agrediu por tentar fugir e disse que iria ser pior se eu resistisse, e eu
já sabia da gravidez então tive medo pelo meu filho.

As perguntas ficaram cada vez mais pessoais. Então o advogado do


Josh começou.

- Primeiro parabéns pela gravidez e pelo casamento.

- Obrigada. - disse comum pouco de receio.

- Foi um bom casamento, casou com chefe e dono de uma empresa de


designer de joias multimilionário.

- Protesto.

- Advogado qual a relação com a acusação?

- Desculpe excelência. Então você nunca falou não durante o tempo em que
estiveram juntos?

- Não, falei algumas vezes e ele sempre me agrediu então evitava.

Eu comecei a chorar com o decorrer do interrogatório. O juiz pediu


perguntou algumas vezes se eu precisava de uma pausa e eu neguei, mas vi
como Arthur parecia tenso. Josh me encarava o tempo todo, mas não parecia
estar se divertindo.

Terminei o depoimento e o advogado pediu um tempo no qual permitiu


duas horas de recesso. Arthur me tirou do prédio junto com meu advogado e
me levou até o restaurante ali perto.

- O que está acontecendo Dr. Amaro? - Arthur perguntou.

E ele pega o celular.

- Não se preocupe acabo receber a carta final.

Duas horas depois estávamos lá de volta ao tribunal.

- A defesa tem algo mais a acrescentar?

312
- Prova 20A da defesa. Gravações do réu agredindo a vítima.

O júri estava deliberando a meia hora. As gravações que o Dr. Amaro


conseguiu vieram de ninguém mais ninguém menos que minha avó.

Ela tinha provas esse tempo todo e mesma assim insistia que Josh era o
cara perfeito. O júri voltou e uma das mulheres se levantou assim que o juiz
perguntou.

- O júri chegou a uma decisão?

- Sim excelência. Na acusação de agressão consideramos o réu... culpado. Na


acusação de sequestro consideremos o réu... culpado. Na acusação de
tentativa de assassinato consideramos o réu... culpado.

- Levando em consideração que o réu não é americano, mas também


lembrando que esse julgamento está sendo acompanhado pelo juiz francês
vamos nós retirar para entrar em concessão sobre a sentença.

Eles se retirarão, Josh me encarava com raiva estampada no rosto. Os juízes


não demoraram muito a retornar.

- A sentença que chegamos em um consenso, e o réu foi condenado a 45 anos


de prisão e ele vai responder no país de origem.

Quando Arthur me tirou rapidamente do tribunal já era noite e chegamos


rápido em casa. Não falamos muito pois acabei dormindo.

O dia amanheceu e eu fui até o curso apresentar o trabalho que faltava


para conclusão. Apresentei e estava indo em direção ao carro quando senti
uma contração forte. Depois outra, após alguns minutos.

Douglas chegou rápido até mim assim que viu que eu havia parado.

- Senhora?

- Me leva para o hospital.

Peguei o celular e liguei para o Arthur que como sempre atendeu na


mesma hora.

- Como foi a apresentação?

- Arthur...

313
- Tirou total...

- Arthur. Estou indo para o hospital.


Arthur

Puta merda.

- Você está bem? - perguntei enquanto saia da sala. - Cancela tudo que
estiver na minha agenda e pede para Eliza me ligar. - falei com a secretaria.

Então ouvi um gemido de dor.

- Selena?

- Estou bem, as contrações estão irregulares e só duram alguns segundos.

- Cadê o Douglas? - pergunto já chamando o elevador.

- Está me levando para o hospital.

- Te encontro lá.

A caminho do hospital avisei Eliza e ela disse que buscava a bolsa da


Selena em casa e que iria avisar o resto do pessoal.

314
Selena

Acredite se quiser, quando Douglas parou o carro Arthur abriu a porta


quase que no mesmo instante.

- Você é rápido. - sorrio para ele.

- Acho que gastei dez minutos. - diz retribuindo o sorriso. - Vamos entrar.

Enquanto íamos em direção a recepção.

- Minha esposa está com contrações.

Não ouvi a resposta, me segurei no braço dele e abaixo a cabeça, fecho


os olhos e espero a dor acabar.

- Está bem?

Assinto e respiro fundo e solto o ar em alivio.

- Todos já foram avisados e sua mãe vai pegar o próximo voo.

- E a Duda?

- Bete vai traze-la.

Depois que me encaminharam para o quarto e de as contrações


passarem a ter um único intervalo comecei a reconsiderar o meu ódio por
agulhas, e por mais que a alguns meses eu não queria ela enfiada nas minhas
costas, não seria uma ideia ruim no momento já que sentia como se estivesse
sendo rasgada ao meio.

315
Também não ajudava que toda vez que eu gritava Arthur surtava mais
um pouco. Mas ele tinha que entender que gritar me ajudava a suportar aquilo.
Já tinha três horas que estava nessa agonia e na última vez que a enfermeira
havia conferido estava com 5 centímetros de dilatação.

- Eu te odeio... Arthur Collins...- falei entre os dentes. - Estou morrendo e a


culpa e sua.

Ele começou a rir.

- Não ria...estou morrendo... eu não estaria aqui se não... fosse você.

- Eu sei, me desculpa linda. Você está sofrendo não a graça nisso.

A onda de dor veio me fazendo agarrar os lençóis com força enquanto


gritava.

- Está bem vou chamar a enfermeira, isso não deve ser normal, ou é? E que
um pouco de chá? Ou quer água? Ou quem sabe gelo? Só respira, respira está
bem? - Arthur não parava de fazer perguntas e por mais que eu sabia que sua
intenção era boa, nesse momento, não me importava. Levei a mão até a blusa
e o puxei para perto de mim.

- Arthur juro por Deus que se não calar a boca eu te mato. Me deixa gritar
porra. - gritando.

Uma enfermeira veio depois de vinte minutos disse que minha dilatação
havia aumentado dois centímetros, Arthur fez várias perguntas e ela falou para
ele se acalmar, que estava tudo normal. Faltava três centímetros para chegar
aos dez e eu já não aguentava mais.

Os intervalos estavam ficando cada vez menores e a dor permanecia por


mais tempo. Me sentia mal pelo que dizia para ele, mas toda vez que ia me
desculpar vinha aquela dor dos infernos.

- Linda...- disse enquanto alisava meu cabelo. - Vai passar, logo vai acabar.

Arthur estava quase chorando, dava para ver que ele sofria a cada grito
que eu dava.

- Me desculpa... pelo que eu falei... não é sua culpa. - falei entre as contrações
com a voz embargada.

- Tudo bem linda está sentindo muita dor. Agora vamos continuar com o
exercício de respiração que a enfermeira passou. - ele pediu e inspirou pelo

316
nariz e eu o acompanhei, contando mentalmente: um, dois, três. E expirei pela
boca.

Repetíamos o processo durante os curtos intervalos entre uma


contração e outra. Ele vinha me dando água e secava meu suor. E sempre que
eu apertava sua mão, na contração beijava minha testa.

Era impossível falar durante elas. As lagrimas escorriam


desenfreadamente pelo meu rosto, estava tentando manter focada em respirar
de modo correto, para que não ficasse superficial demais.

- Vamos examiná-la de novo. - ouvi a enfermeira falar, enquanto eu estava de


olhos fechados esperando a contração acabar.

- Chegamos. Estamos com 10, irei chamar a médica para começarmos


enquanto te levam para sala. Não faça força. - Ela sempre pedia para não fazer
força, era fácil falar não era ela que estava morrendo de dor.

A medica entrou na sala sorrindo para mim.

- Hora de trazer esse bebê para o mundo. - então virou para o Arthur. - Você
vai querer assistir?

- Claro.

- Está bem só não desmaie. Você escolhe pode ficar com ela ou ver seus filhos
vindo ao mundo.

Arthur ficou ao meu lado e apertou minha mão.

- Vou ficar com ela. - afirmou e abaixou e me deu um beijo, mas aí veio outra
contração.

- Faça força. - ordenou a médica.

A medica e as enfermeiras iam me incentivando e me informando sobre


os avanços. Não sei como Arthur estava conseguindo aguentar meus apertos
em sua mão. Continuava fazendo foça a cada contração.

Os minutos foram uma sequência de contrações, força, incentivos e


dores. E eu estava cada vez mais exausta.

- Arthur? - falei quando consegui falar. – Qual será o nome?

- Gostaria que o menino se chamasse Davi. - disse ele.

317
- Você falou com... - não consigo terminar de falar.

- Conversei com sua mãe, ela me contou que você não chegou a conhecer seu
pai então será uma homenagem. - disse.

Fiz força e então ouvi o som mais lindo do mundo. Um choro.

- Parabéns Davi acabou de nascer.

- Ele e lindo, amor. - deposita um beijo em minha mão.

As lagrimas escorriam dos olhos dele, e o sorriso o mais lindo. Era tão
lindo quando ao dia que descobrimos sobre a gravidez ou quando Davi se
mexeram pela primeira vez ou quando a Duda o chamou de pai pela primeira
vez.

Arthur foi observar Davi recebendo os cuidados. Davi foi trazido até mim,
todo embrulhado e com a pulseirinha no braço.

Eu caí num choro convulsivo quando Arthur o pós em meus braços.

- Ele é perfeito. - também estava chorando, e me beijava enquanto acariciava a


mãozinha dele. Davi tinha puxado os meus cabelos escuros.

Então lá estava eu, com meu príncipe, uma filha linda na sala de espera
e um marido perfeito ao meu lado.

- Ele é a coisa mais linda do mundo, Arthur...

- E claro puxou a mãe dele. - ele disse enquanto alisava o bracinho da Dália.

- Puxaram o pai também.

- Sabia que iria conseguir linda. Estou muito feliz. - falou e pousou os lábios
nos meus.

Arthur

Selena havia alimentado Davi e depois me entregou.

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- Você fica com ele? Preciso descansar, estou exausta.

- Claro linda pode dormir.

Os dois dormiam profundamente, Davi estavam no berço ao meu lado.


Quando ouvi uma batida de leve na porta e depois vi-a se abrir e vários balões
rosa e azul entrarem junto com minha mãe.

- Filho estão todos esperando para conhecer o bebê, e eu quero conhecer meu
neto. - sussurrou ao notar que Selena estava dormindo.

- Vou levar ele ao berçário para que todos possam vê-los, não quero incomodar
a Selena, ela está muito cansada.

Minha mãe acenou e os olhou no berço.

-Quer leva-lo mãe?

- Claro. A enfermeira disse que escolheram Davi. - disse ela.

- Obrigada mãe.

Levamos eles até a janela, estavam todos lá. Duda estava no colo do
Pietro. Eliza, Aly, mãe da Selena e até Steve choravam. Pietro, Duda e meu pai
sorriam, apesar dos olhos do meu pai estarem cheios de lagrimas.

Duas semanas depois...

Duda era oficialmente nossa filha. O juiz concedeu a guarda permanente


uma semana depois do nascimento do Davi. E hoje era o primeiro dia da Duda
na escola e Arthur não estava lidando muito bem com isso. Estávamos na porta
do colégio discutindo a cinco minutos.

- Arthur, você não precisa ficar assim e só uma escola ela não está indo
embora.

- Se ele estava assim e era só algumas horas não quero nem ver quando for a
faculdade. - disse Eliza rindo.

- Não fode Eliza. Linda não podemos adiar isso?

- Não. Duda dá o beijo no papai e pode entrar.

Arthur me olhou como uma criança olha quando e contrariada, mas


aceitou o beijo da Duda.

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- Papai vem te buscar está bem?

- Sim papai. Tchau titia, tchau mamãe e papai.

E assim que Duda entrou, Eliza arrancou o carro.

Eu precisava dormir um pouco, Davi haviam chorado boa parte da noite


e apesar do Arthur ir ficar com ele algumas vezes, eu não tinha conseguido
dormir muito bem.

Eliza nós deixou em casa e voltou para empresa. Ela e Pietro estavam
cuidando das coisas até Arthur voltar. Ele disse que voltaria quando os bebês
ficassem maior, pois queria me ajudar, mas mesmo Eliza cuidando das coisas
ele vinha trabalhando em casa no escritório.

Minha avó só deu as caras dois dias depois que ele nasceu. Pediu
perdão por esconder as provas sobre o que Josh havia feito e depois voltou
para França, ela ligava uma vez no dia para saber como estávamos e já
aceitava Arthur como meu marido.

Eliza começou a namorar e acredite Pietro surtou com isso, já que o


cara era um o melhor amigo dele. Mas depois que Aly conversou, ele começou
a aceitar o relacionamento, porem já tinha feito ameaças ao amigo, dizendo
que a irmã não era brinquedo e que quebraria a cara dele se fosse preciso.

Aly e Pietro se mudaram para nossa casa antiga pois lá tinha mais
espaço. E os surtou dele não foram só com Eliza, sobrou até para Alyssa já
que nas viagens de fim de semana ele vinha acompanhando por causa dos
modelos que segundo ele queriam pegar a Aly.

O pai do Josh conseguiu uma liminar para que ele passasse o fim de
semana em casa, com uma tornozeleira eletrônica e com um guarda na porta,
mas não poderia chegar perto de ninguém da minha família. Também
descobrimos que ele e a Amanda ex-namorada do Arthur estavam de caso
alguns meses e que ela teria um filho dele.

Arthur e eu estávamos virando na questão ser pais, Bete e minha mãe


que mesmo de longe vinham nos ajudando bastante. Me formei e tinha
assumido realmente como Designer da Collins Designers e mesmo de
resguardo havia feito várias peças para próxima coleção. Já o Arthur não via a
hora do meu resguardo acabar até tinha marcado no calendário a data da
minha consulta, fazendo assim a contagem regressiva.

320
Selena

Seis meses depois...

Muita coisa aconteceu em seis meses, então vou resumir para vocês.

Nas primeiras semanas de vida do Davi, eu chorava constantemente,


Arthur acho que eu estivesse louca até que chegou a tão aguardada consulta e
a medica explicou que era perfeitamente normal.

Arthur era um pai babão, estava sempre com o Davi ou brincando com a
Duda. Há dois meses ele voltou a trabalhar o dia inteiro, e passou o dia me
ligando para ver como nós estávamos, para ser mais precisa de hora em hora.

Imagina o que quando a Duda caiu do brinquedo e foi para enfermaria


da escola ou quando Davi começou a ter cólicas, bom ele simplesmente
largava reuniões só para estar conosco mesmo eu dizendo que estava tudo
sobre controle, mas não posso reclamar por que eu o amo desse jeito.

Falando nele sempre que podia estava com as mãos em mim. Na minha
opinião meu corpo não havia mudado nada com a gravidez, mas Arthur achava
que eu estava mais gostosa e fazia questão de dizer sempre que chegava em
casa.

Davi chorava de noite atrás de peito e por mais que a medica tivesse
falado para começar a tirar. Claro quando era eu a ir ficar com ele, já que
Arthur fazia questão de o olhar algumas vezes. Duda havia feito amigos na
escola, e no dia que eles foram para nossa casa, Arthur surtou por causa do
amiguinho dela.

- O que está acontecendo aqui? - disse quando entrou na sala.

- O que foi amor?

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- Tem um garoto no quarto da Duda.

- Eu te avisei que os amiguinhos dela vinham hoje.

- Mas não que tinha um garoto no meio, achei que era só meninas.

- E qual o problema de ter um menino no meio, eles estão brincando Arthur. Eu


não vejo problema algum ele estar lá.

- Nada disso Selena, ele não vai ficar com a Duda no quarto.

- Arthur eles são crianças o que eles iriam fazer?

- São crianças agora, mas mano você viu como ele olha para a Duda? - Pietro
fala. -Eu aposto que vão ficar juntos daqui a uns anos. - fala rindo.

- Não fode Pietro.

- Pietro. - Aly e eu gritamos juntas.

- Está vendo amor, o moleque já está de olho na nossa filha.

- Arthur vamos conversar. - me levantei e sai da sala.

Fomos para nosso quarto. Ele se sentou na cama e eu fiquei em pé na


sua frente.

- Pelo amor de Deus, Arthur eles são crianças.

- Não importa, vocês duas me deixam louco.

- Dá para relaxar, Duda é uma criança.

- Ela vai ficar linda como a mãe, e se eu já tinha problema em sair com você
pôr os caras ficavam olhando, imagina quantos moleques vou ter que matar
porque vão querer, minha princesa.

- Ah pelo amor, e o Davi aposto que ele vai poder pegar todas, não é mesmo?

- Mas ele é...

- Se você falar que só porque ele e homem pode, eu te mato. - digo e coloco a
mão na cintura.

322
Ele ficou em silencio por alguns minutos.

- Talvez eu... eu esteja exagerando.

Olho para ele e cruzo os braços em frente ao meu corpo.

- Está bem eu exagerei. Ele pode ficar, mas vou estar de olho nele.

E nessa hora Pietro aparece com Davi nos braços.

- Ele não para de chorar, Aly tentou, mas esse garotão aqui não quer.

- Obrigada Pietro.

E fui em sua direção, mas Arthur passou na frente e pegou ele.

- Pode deixar amor, vai olhar a Duda.

- Está bem.

E sai do quarto ouvi ele falando com o Davi.

- Ei garotão o que aconteceu?

Josh

Seis meses depois...

Bom aqui estamos, tem um mês que meu pai conseguiu minha
liberação. E com ela veio algumas condições, não poderia me aproximar de
Selena ou chegar perto da família Laurent ou sair do país atrás dela ou de
qualquer pessoa com quem ela se relacionasse e seus filhos.

Sim, eu sei que ela teve um menino e que adotou uma menina. Contratei
um detetive para saber da mulher que eu sempre amei, do meu jeito, mas
amei.

Agora sobre meu relacionamento com a Amanda, quando fiquei com ela
não tinha ideia de que era a ex-namorada do cara que roubou minha mulher. E

323
quando ela me contou da gravidez esperei o teste de paternidade confirmar
que eu era realmente pai daquela criança. Só depois ela veio morar comigo.

Continuo na advocacia auxiliando meu pai, não que eu precisasse, tenho


dinheiro para viver muito bem o resto da minha vida. Mesmo sendo Selena,
mas nunca consegui o mais perto que cheguei foi de falar com aquele
maridinho de merda com quem ela se casou.

Amanda no começo até reclamava, mas ambos sabíamos o motivo de


ela estar comigo, era só pelo dinheiro. E depois de alguns meses comecei a
ficar mais tempo com meu filho, que pode acreditar até gosto.

Meu pai frequenta minha casa as vezes, só para saber como estamos
por mais que ele me veja no escritório, mas não posso reclamar pelo menos
estou livre com meu filho.

324
Arthur

Sete meses depois...

Acordei com o choro vindo da babá eletrônica, Selena estava tão


cansada e estava igual uma anjinha, então deixei ela dormindo e fui até o
quarto do garotão.

Me aproximei do berço da Davi e o peguei no colo.

- Oi garotão, porque está chorando? – sussurrei para ele.

- Mamãe está cansada, então vai ter que se contentar com o papai hoje.

Comecei a balançar ele bem devagar, sai do quarto e fui até a cozinha
esquentar a mamadeira.

- Papai já vai te dar.

Verifiquei a temperatura e dei ele, não demorou muito para que ela
tomasse tudo, arrotasse e voltasse a dormir. Coloco ele no berço, espero um
pouco para ver se vai acordar, mas dorme profundamente e saio do quarto.
Estava indo para quarto quando encontro Duda na porta do meu quarto.

- Porque está acordada princesa? - me aproximo e a pego no colo.

- Tive um pesadelo.

- Vou ficar com você, que tal uma história?

Duda dormiu depois de trinta minutos. Voltei para a cama e abracei


Selena e não demorei a voltar a dormir.

325
Hoje era domingo, estava na área da piscina com o Davi. Duda estava
com o Pietro na piscina, meu pai e o Marcos estão na churrasqueira e a Bete e
Steve estava fazendo o almoço. Enquanto as mulheres estavam no quarto
discutindo sobre a algumas coisas do casamento. O que fazia três horas.

Estava na internet quando o celular do Pietro vibra.

- Pietro, seu celular.

- Traz aí.

Levanto e vou até a beirada e entrego o celular.

- Duda não vai para o fundo.

- Tá bom, papai.

- Cadê a Alyssa? - pergunta.

- No quarto, por que? - ele saiu da piscina e começou a ir em direção da porta.


- Nem se atreva a entrar naquela casa todo molhado, ou Selena e capaz de
matar nós dois. Fica aqui que eu vou chamar ela.

- Chamar quem? - Selena aparece atrás de mim e logo atrás Aly, minha mãe e
Eliza.

- Que ensaio é esse Alyssa? - Pietro gritou mostrando o celular.

- Para começar não grita comigo, e segundo foi um trabalho a meses.

- Mas você está de lingerie, porra. - esbraveja.

- Pietro. - Minha mãe briga com ele.

- Não começa Pietro. - fala Aly.

- Ei vocês dois vão lá para dentro e resolvam isso. - Selena avisa. - Vocês vão
acabar acordando os gêmeos.

E depois de meia hora lá dentro e de alguns gritos, voltaram bem mais


calmos.

Tivemos notícias quando Josh conseguiu a liberdade, e as restrições


que ele havia recebido. E ele até tentou entrar em contato com a Selena, mas
eu não deixei.

326
Só contei para ela depois de quatro dias, e ela só falou que não tinha e
nem queria ter interesse em nada que dizia respeito a ele. Em falar nela hoje
ela volta para empresa, mesmo eu falando que preferia que ela só voltasse
depois que o Davi completassem um ano.

Mas entramos em um acordo ela iria só três vezes na semana e


somente na parte da manhã, enquanto isso meus pais ou a Bete ficariam com
as crianças o que eles não se opuseram nem um pouco.

Na verdade, tenho planos para hoje à noite com minha linda e gostosa
esposa, quem sabe mais um filho venha por aí.

Alyssa

Eu amava o Pietro e disso não duvidava, mas nos ultimos meses, o


ciume dele sobre meu trabalho estava me deixando louca.
Independente do trabalho que aceitava, quase sempre tinha um motivo
para nossas brigas. Os modelos com quem vinha trabalhando já nem se
importavam mais com as palavras vindas do meu noivo, e eu não ligava se
tinha que fotografar de lingerie, desde que não me tornasse uma mulher
totalmente dependente do marido.
Achei que o estresse seria apenas da preparação do casamento, mas
tinha dias que eu me pegava pensando se iria valer a pena tudo aquilo. As
vezes por mais cansada que estivesse aceitava um trabalho que tivesse que
viajar só por saber que ele não poderia me acompanhar e assim teria um
pouco de descanso de sua neurose.
Meus momentos de calma, vinham das horas que passava com meus
sobrinhos. Duda era a princesa da casa, e como tal vinha sendo mimada por
todos em especial pelo pai. Arthur demonstrava a todo dia que não poderia
estar mais feliz por te-la adotado e ela demonstrava ser uma Collins, mas com
um toque de Selena que não vinha só de sua semelhança absurda.
Davi, o principe da casa não podia ser mais fofo. Agora faltando pouco
para seu primeiro ano de vida, vinha mostrando que era a copia do pai. E digo
literalmente copia, me assustei ao ver fotos do meu cunhado quando bebê,
oferecidas pela Laura que era uma avó zeloza e muito feliz. Os primeiros
passos dele ainda vinham acompanhados de todos e das risadas mais fofas do
mundo.
E aqui estavamos todos nós, sentados em um auditorio de escola
esperando pelo primeiro recital da Duda. Os avos com cameras preparadas.
Um pai com seu pequeno principe agarrado no peito. Uma mãe segurando as
lagrimas mesmo sem o espetaculo ter iniciado. Uma babá que também era sua

327
madrinha esperando com sorriso no rosto. Duas tias e dois tios que não
poderiam estar mais feliz por estar ali.
No momento em que as cortinas se abriram, Pietro segurou minha mão
e sussurrou em meu ouvido.
- Desculpa por hoje.
Deu um beijo em minha bochecha e pela primeira vez no mês me senti
feliz ao ponto de lembrar o porque de ter aceito me casar com ele.

Fim
Na verdade nos vemos em Quando nos amamos.

328
Agradecimentos

Quando nos conhecemos, anteriormente era chamado de “Muito mais


que uma Secretária”. Quando decide publica-lo no Wattpad a primeira vez em
2016, estava em um momento da minha vida em que meus sonhos pareciam
se distanciar cada vez mais.
Estava sempre sendo criticada por diversas escolhas, a minha
graduação, até mesmo o fato de não estar atuando na área que vinha
estudando nos últimos três anos, ou o fato de desistir da química capilar e
começar a transição.
Selena veio para me mostrar que independente do quanto minha vida
esteja difícil, eu só precisava lembrar que tinha uma força enorme dentro de
mim.
Então postei o primeiro, o segundo, o terceiro capitulo. E mal conseguia
ter dez leituras por capitulo, mas quando quase quatro meses depois de ter
começado a escrever alcancei mil leituras. O sentimento foi tão bom e tão forte
que por mais que as críticas em sua maioria fossem do tipo de fazer uma
pessoa desistir, simplesmente segui em frente e finalizei a história.
Veio as cinco mil leituras e pela primeira vez divulguei para todo mundo
que escrevia.
As pessoas que ficaram bravas por eu não ter contando foram em
números maior do que as que ficaram felizes.
Aos poucos meu livro foi ganhando mais leitores que gostavam da
história e vi que não podia desistir, não era algo que minha personagem faria.
Foi quando decidi que Pietro e Alyssa mereciam contar sua história
também e assim nasceu a Duologia Amor em Chicago.
Diariamente eu me lembro que sempre haverá pessoas para criticar, e
que algumas dessas pessoas criticam por não ter coragem de correr atrás dos
sonhos. O que importa e fazermos a nossa parte e os persegui.
Agradeço a você que deu uma chance e leu minha história, sou muito
agradecida.

Beijos
Lari Rocha

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Sobre a Autora

Lari Rocha é leonina, sonhadora e mineira, tem 23 anos.


Graduada em Estética e Cosmética pela Universidade UNA.
Apaixonada pelo universo dos livros desde criança pela influenciada pela
mãe.
Começou a escrever como parte da sua terapia aos 13 anos, mas só aos 20
anos teve coragem para publicar o primeiro livro na internet.
O hobby se transformou em algo mais, e hoje busca sempre melhorar sua
escrita.
Espera que um dia possa ajudar ainda pessoas com suas histórias, do
mesmo modo que escrever há ajudou e vem ajudando em momentos
difíceis.

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