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Larissa Rocha
Capa/ Diagramação: Larissa Rocha
Revisão: Maristela Rafaela
Imagens via:
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“Eu aprendi, que tudo o que precisamos,
é de uma mão para segurar e
um coração para nos entender.”
- Willian Shakespeare
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Sabe qual é o pior tipo de erro?
Quando você sabe que ele está ali, e simplesmente o ignora. E isso
pode ocorrer por diversos fatores, mas no meu caso, eu posso falar ao menos
um.
Sempre fiz o que a minha família queria, melhor dizendo a minha mãe e
minha avó. Elas juntas me criaram para ser o que considero uma boneca,
decidiam desde aulas que deveria frequentar a quem poderia manter amizade.
Acho que o fato de ter passado a vida simplesmente concordando com o
que era me dito, sem nunca dizer não, me torna tão culpada quanto elas.
Bom existe dois fatores, fui criada assim e ao contrário de que todos
acham e impor sua opinião não é tão fácil assim, ainda mais na minha família.
Mas nem tudo era horrível, como minha família era ligada ao mundo da
moda francesa.
Poucos meses depois do meu aniversário de quatorze anos, minha mãe
convidou a mim e a minha amiga Alyssa para encerramos o desfile.
Juiz Evans era frequentava minha casa a mais tempo do que conseguia
me lembrar, mas seu filho Josh mudou depois daquele desfile. Ele passou a
falar comigo e a frequentar minha casa.
Quando ele me chamou para sair, eu fiquei tão animada com aquilo. No
decorrer das semanas, passamos a nos ver diariamente. Final daquele mês me
tornei namorada dele.
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O namoro estava muito bom, quando decide ir para Chicago
estudar com a Alyssa, ele me apoiou. E bastou conseguir transferência
que se mudou, só para ficarmos perto um do outro.
Meu maior erro foi ter aceitado aquele, só não sabia não até o
nosso terceiro aniversário de namoro. Foi naquele dia que ele tomou
aquilo que vinha a muito tempo insistindo.
Daquela noite ele passou a exercer o controle na minha vida, se
não fosse do jeito dele, não era de jeito nenhum.
Demorei dois anos para enxergar que aquilo não era um namoro,
era uma prisão. A reação da minha família quando ficaram sabendo foi
totalmente o oposto do que eu podia esperar. Achei que teria apoio, mas
elas só disseram para voltar com Josh, porque éramos um casal feliz.
A ultima notícia que tive, foi que tinha um mês pra voltar com ele
ou a minha faculdade será cortada.
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Chicago, Illinois...
Selena
Chicago.
A cidade que me acolheu há seis anos, dizer que amo como se tivesse
nascido aqui não é exagero. Simplesmente sai do meu país com uma amiga.
Posso dizer que foram poucas vezes me senti livre. Enfim iria deixar de
depender da minha mãe para tudo. Há quatro dias quando recebi a ligação
dizendo que havia passado na seleção e que iria ser a nova secretaria do dono
da empresa, fiquei tão feliz que cheguei a cogitar comemorar ao estilo da Aly.
Trabalhar como secretaria em uma empresa ao grande e ainda estar tão
perto designers, ainda mais quando estava cursando o último período de
designer de joias.
O som do despertador tomou o lugar onde antes era apenas silencio.
Pela primeira vez em muito tempo estava incrivelmente descansada, apesar de
ter demorado a pegar no sono na noite anterior.
Levanto e faço minha higiene. No pequeno closet e visto a roupa que
havia separado para hoje, um vestido preto com decote quadrado com blazer
azul Royal, meia calça e scarpin preto. Na maquiagem faço algo simples, assim
que termino pego minha bolsa e depois vou para cozinha.
- Bom dia Sel.- diz Aly assim que entro.
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- Bom dia Aly. – digo pegando a jarra de suco e me sento na cadeira enquanto
ela mexe no fogão.
Alyssa com seu um metro e setenta e cinco de altura, cabelo longo e
preto, olhos castanhos e um corpo típico de uma latina arrasava com corações
por onde passava. E não digo isso porque ela é minha amiga, pode confirmar
com a agencia na qual ela fazia parte. Sempre que alguma fazia uma proposta
eles cobriam o oferecido.
- Nervosa ou ansiosa?
- Um pouco dos dois.
- Fica calma, irá se sair bem.
- Assim espero.
- Não é só isso que está te deixando assim. E o Josh de novo, não é?
- Só queria que ele me deixasse em paz, já tem meses que terminamos.
Aly me entrega um prato com ovos mexidos e bacon enquanto se senta
na minha frente.
- Ainda acho que você deveria falar para alguém, sei lá, talvez ir à polícia.
- E dizer o que? Que meu ex – namorado não me deixa em paz? Enquanto ele
não fizer nada alem de ligações não tenho nada concreto contra ele. – faço
uma pausa. - E nós duas sabemos que ele é esperto o bastante para não fazer
nada e você sabe disso.
- Infelizmente sei.
Enquanto ela vai para o quarto, termino meu café e cuido da bagunça na
cozinha.
Quando estou quase de saída, encontro com Aly no sofá com roupa de
academia.
- Não era para você está indo para academia?
- Está cedo ainda, enquanto você dorme faço muita coisa. – diz rindo
- Não estou vendo graça nenhuma.
- Claro que não, bela adormecida.
- Começou cedo hoje, em.
- Vantagem de você está de pé cedo.
- Essa bela adormecida aqui já está de saída, não quer me atrasar.
- Boa ideia, afinal não queremos o chefe gato de vinte e sete anos pegando no
seu pé logo no primeiro dia. – e sorri.
- Como você... não acredito que pesquisou meu chefe no Google? – digo
abismada.
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- Claro que sim. Precisava saber se tinha cara de psicopata, não acredito que
não tenha pesquisado.
- Não tenho motivo para pesquisar ele, Aly. Vou ser a secretaria e não uma
perseguidora.
- Verdade, mas isso não vai mudar o fato dele ser lindo. – pisca para mim
enquanto se levanta e me abraça. – Tenha um ótimo primeiro dia.
- Obrigada. – ela me acompanha até a porta e quando está quase fechando me
lembro. – Ah Aly.
- Fala.
- Minha mãe me mandou uma mensagem dizendo que enviou algumas coisas
da nova coleção.
A duas gerações que minha família estava presente no mundo da moda
francesa. Sendo minha avó e minha mãe renomadas estilistas no universo da
alta costura.
- Ótimo, mas aposto que elas vêm com um preço. E por isso vamos aproveitar
em grande estilo.
- Imagino que sim, mas não vou ir a balada nenhuma.
- Você que pensa.
Chamo o elevador e vou para empresa.
O caminho até lá foi mais rápido do que imaginei, demorei alguns
minutos para achar a vaga que a senhorita Collins havia me dito que era minha
e vou em direção ao elevador.
Chegando ao andar onde a recepção fica vejo a recepcionista e me dou
conta de que não tinha ideia de qual era o andar onde iria trabalhar.
Ela nem parece me notar, mas imagino que a conversa com o homem
parado na sua frente esteja muito boa.
Me aproximo do balcão.
- Bom dia... gostaria de saber onde é a sala do senhor Collins?
- Bom dia, você deve ser a...
O homem a interrompe e vira na minha direção. Entendi na mesma hora
o motivo de não ter sido notada, o cara era lindo.
- Ele fugiu e você veio procurar no único lugar onde ele sempre está.
Esse cara só pode está de brincadeira.
- Não se trata disso, sou a nova secretaria dele. Então poderia me informar
qual é o andar?
Sei que fui um pouco rude, mas qual é a desse cara. Quando me ligaram
dizendo que a vaga era minha, fiz uma promessa. Não misturar trabalho com
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minha vida pessoal. E pelo modo que ele falou, já sei que as mulheres vêm até
aqui atrás do meu chefe.
Ele me olha de cima a baixo e o canto de sua boca forma um leve
sorriso.
- Um irmão se deu bem. Puto sortudo! – ele oferece a sua mão para mim. –
Alias, sou o Pietro.
Irmão? Só pode está de brincadeira. Se ele é assim não quero imaginar
o que me espera.
- Prazer, Selena. – aperto sua mão.
- Pode acreditar quando falo que o prazer é todo meu.
Se eu não tivesse certeza antes, nesse momento teria. Ele deixa claro
que está flertando com um sorriso safado que prefiro ignorar. Já sei que o
irmão do meu chefe é daqueles homens que exalam confiança, sabem que é
bonito e não jogam limpo.
Não que com esse conjunto fosse muito difícil. Ele e bem alto e aposto
que consegue todas apenas sorrindo assim e mostrando o par de olhos azuis
que tem.
Está bem Selena, vamos ter um pouco mais de foco aqui.
- Já estava prestes a subir e não será trabalho nenhum te mostrar onde vai
ficar.
- Se não for te atrapalhar, agradeço.
- E um prazer. – ele se vira para recepcionista. – Continuamos depois.
- Claro.
Sigo de volta para o elevador acompanhada dele, não demora muito e já
estamos dentro. Então Pietro aperta o 20ᵒ andar e se vira para mim.
- Preparada para enfrentar a fera?
- Enfrentar? Como assim? – ótimo com uma pergunta ele trouxe todo o medo
que tinha conseguido me livrar e de quebra ainda me assusta.
Durante a entrevista, senhorita Collins havia me avisado que o senhor
Collins era bastante exigente e não tolerava erros muito bem, mas daí enfrentar
uma fera não era um pouco exagerado demais?
Espero a resposta, mas ele fica calado me encarando.
- E modo de falar, meu irmão não... ele não é sempre fácil de lidar.
- Ele é tão difícil assim?
- Sim, mas desde que não faça nada para deixa-lo nervoso estará tudo bem.
Assim espero.
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Então a voz computorizada avisa que chegamos ao vigésimo andar e as
portas se abrem.
- Está entregue.
- Obrigada senhor Collins. – e saio.
- O prazer foi meu, e me chame de Pietro. – antes que as portas se fechem
completamente ele diz. – Bem-vinda a empresa.
O lugar estava completamente vazio. Havia duas portas e mais a frente
tinha uma mesa bem comprida que imagino ser a minha. Ao lado tinha uma
porta enorme onde deveria ser o escritório. E bem no final do lugar tinha outra
porta.
Em cima da mesa tinha um papel com instruções para a nova
secretaria.
Não vi o tempo passar, quando dei por mim estava terminando o último
item da lista a porta foi aberta. Um senhor com cabelos praticamente cinza
vestindo um terno escuro passa pela porta.
- Espero o retorno em breve.
Pode parecer brincadeira, mas eu juro que no momento que aquela voz
invadiu meus ouvidos, meus braços se arrepiaram.
- Trarei o mais breve possível, senhor Collins.
Esse e um daqueles momentos que você deveria deixar a curiosidade
bem longe, mas fiz exatamente o contrário. Olhei para a porta e pensei em
duas coisas.
A primeira era que bem no fundo eu torcia para que Alyssa estivesse
errada e que meu chefe não tivesse herdado beleza alguma. Já a segunda era,
por que Deus ele tinha que ser tão bonito.
- Bom dia senhorita. – disse o senhor quando olhou na direção que o chefe
estava olhando.
Ótimo, agora vou ser encarada por ele.
- Bom dia senhores.
Já que seria encarada, não faria mal fazer o mesmo, certo?
Errado, porque foi quando reparei que o meu chefe mais parecia um ator
de Hollywood, com aquele cabelo em um tom de loiro escuro, seus olhos eram
de um tom de azul escuros que nem pareciam reais e aquela barba. Isso só
podia ser uma daquelas pegadinhas que o universo prega.
Volto meu foco para a tela do computador e tento continuar meu
trabalho.
- Bem-vinda senhorita. – o senhor diz e vai em direção ao elevador sem
esperar minha resposta.
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Cometi o erro de olhar novamente para porta, meu chefe ainda estava
parado me encarando enquanto segurava a maçaneta da porta.
- Você deve ser a senhorita Laurent. – confirmo com a cabeça e ele continua. –
Entre, temos que conversar.
Ele entra no escritório enquanto me levanto e ajeito minha roupa.
É só uma conversa, só continuar respirando que tudo vai dar certo.
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Selena
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- Sim. – pego os papeis e saio da sala.
Verifico o telefone dele e ligo, a secretaria que atende pede um
momento.
- Vou repassar a ligação.
- Obrigada.
No momento seguinte já estou com ele na linha.
- Senhor Collins, seu irmão pede que compareça o mais rápido possível a sala
dele.
- Senhorita Laurent, já com saudades? – diz rindo. – Não disse para me
chamar de Pietro?
- Sim, mas me sinto mais confortável assim.
- como desejar. Diga a ele que não vou demorar . – e encerra a ligação.
Ligo para sala do senhor Collins que atende no segundo toque.
- Senhor, ele ira subir em breve.
- Ok, peça meu almoço. Basta ligar no restaurante o telefone esta na agenda e
não quero ser interrompido quando ele chegar.
- Claro, senhor.
Coloquei o telefone no lugar e peguei a agenda e vasculhei atrás de um
numero. No final havia um numero circulado Bakery Restaurant.
Liguei e pedi que entregassem o de sempre na Collins Designer e fui
para sala de copias.
Arthur
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Normalmente eu chegava a empresa perto das dez da manha, mas hoje
tinha uma reunião com um comprador, que gostava de fazer negócios bem
cedo.
A reunião demorou mais que o de costume. O acompanhei até a porta, o
que não era uma atitude comum, mas a curiosidade de como era a nova
secretaria estava me matando.
Não acreditei no que vi. Robert a cumprimentou e depois foi embora.
Ela entrou no momento que pedi, mas enquanto olhava para ela, pensei
no problema que seria manter Pietro longe dela.
Tivemos uma breve conversa, então ela saiu da sala. Minutos depois a
porta e aberta.
- Entra, ao que parece a sala e sua.
- E algum problema? Porque se for, estou fora.
- Que problema Pietro?
- Coisas minhas mano, nada haver com a empresa.
- Quero saber da campanha de marketing para a reunião.
- A campanha está pronta, só estou dando uns retoques.
- Ótimo.
- Agora vamos falar da sua sorte, vamos combinar que secretaria é essa. – fala
com sorriso enorme no rosto. – Quer trocar?
- Fica bem longe dela, não estou brincando. – digo, enquanto ele me encara
como se não estivesse acreditando.
- Qual é mano. Está falando serio?
- Está avisado Pietro.
- Não estou te reconhecendo, por que essa proteção toda com ela?
- Estou cansado de você se envolver com a minha secretaria e dos problemas
que vem com isso, sendo que no fim acabo tendo que contratar outra.
- Está bem senhor certinho. Tem mais alguma coisa?
- Não.
- Então vou nessa.
No momento que ele abre a porta, vejo Selena parada com uma bandeja
nas mãos. Ele da espaço para que ela entre e vai embora.
- Sei que pediu para não interromper, mas seu almoço chegou.
- Sem problema, senhorita. – me levanto e pego a bandeja e coloco na mesa
do canto. – Pode ir almoçar se desejar.
- Sim.
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Sai da sala, mas volta em seguida.
- As copias que me pediu.
No momento que pego ela começa a se afastar.
- Senhorita Laurent?!
- Sim? – diz ao se virar.
- Se meu irmão te incomodar me avise. – digo a encarando e deixando claro
que estou falando serio.
- Não precisa se preocupar, mas obrigada.
- Pelo contrario, preciso sim, ele tem o péssimo costume de não deixar minhas
secretarias em paz.
Percebo seu corpo ficando tenso.
- Irei informar, caso ele tente alguma coisa.
- Bom. Não vou precisar de você a tarde, Eliza quer te mostrar a joalheria.
- Joalheria?
- Sim, fica no décimo quinto andar.
Ela confirma com a cabeça e passa pela porta e depois a fecha.
Selena
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A Sala era enorme, tinha quatro grandes mesas espalhadas, mas só
uma estava sendo usada. Havia folhas e lápis espalhados por toda ela.
- Como pode reparar não sou a mais organizada, mas minha criatividade
funciona melhor assim.
- Eu entendo.
- Bom, no momento estamos trabalhando apenas com uma designer, que sou
eu. A outra esta de licença.
- Imagino que deva estar bastante...
- Ocupada. – ela completa.
- Isso.
-Sei que ainda não se formou, mas adoraria ver seus desenhos.
- Posso trazer amanhã.
- Ou você poderia desenhar um.
- Sem problema. – digo olhando os croquis na mesa.
- Bom fique a vontade.
Pego um deles.
- Gostou?
- Ele é lindo.
- Adoro esse desenho, apesar de estar a quase um, mas terminando ele.
- Mas nunca acha que esta completa, falta alguma coisa.
- Exatamente, as vezes acho que falta outra opinião.
- Posso?
- Por favor.
- Imagino que queria realçar os detalhes em perola, certo?
- Sim.
- Se você trocar os diamantes por uma pedra que tenha uma cor mais forte, por
exemplo, a Atacamita. O verde dela vai realçar o corte das perolas. E você
pode simplesmente usar o diamante em outro modelo.
Ela pegou o croqui e começou a colorir de verde.
- Você tem uma visão única. – abriu um sorriso. – Agora assina aqui, seu nome
vai estar nessa peça.
- Não precisa, só dei uma ideia.
- Que valorizou uma peça, vem.
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Assinei meu nome a baixo do dela. Depois ela disse para me sentar em
uma das mesas e criar uma peça. Escolhi criar uma pulseira para fazer
conjunto ao colar.
Horas depois ela estava com o croqui nas mãos e dizendo que iria me
colocar na joalheria mais vezes e então me liberou.
No caminho para casa não pude acreditar em como o dia tinha sido e
muito menos que havia feito um desenho que entraria para o catalogo da
empresa.
Não vi Alyssa chegar naquela noite, pouco depois de eu me deitar ela
enviou uma mensagem avisando que ainda estava terminando um trabalho e
que não precisava esperar acordada.
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Selena
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- Ser parte da família Laurent deve ser emocionante.
Se com emocionante quer dizer viver de aparências. E uma emoção
atrás da outra. Penso.
- E podemos dizer que sim.
- E ainda tem as festas incríveis para frequentar.
- Para algumas pessoas deve ser mesmo, mas não costumo ficar muito ou ir a
muitas.
- Reparei isso, fiquei pensando você não gosta de festas?
- Não é isso, as festas que você esta falando são um tanto... vazias.
- Acho que posso imaginar.
Terminamos o café e Cibele avisou que o senhor Collins precisa de mim.
- Parece que vou ter que contratar outra pessoa para meu irmão, assim fico
com você tempo integral.
- Desenhar o tempo todo? – sorrio.- Iria adorar.
- Melhor subir, você ainda não o viu nervoso e não queremos isso.
- Não mesmo. - me despedi e fui para o elevador.
Quando o elevador abriu as portas, senhor Collins estava parado ao lado
da minha mesa falando ao telefone, e pelo tom de voz de poucos amigos, a
conversa não estava saindo muito bem.
- Já disse que não quero você na minha casa.
Comecei a me aproximar devagar.
- Chega, sai agora. – grita. – Estou falando serio, não chega perto de mais
nada que tenha a ver comigo.
Seja quem for não o deixou muito feliz. E paro a poucos metros dele.
- A segurança esta avisada, você não tem mais acesso ao condomínio. –
desliga e vira na minha direção.
- Precisa de mim, senhor Collins?
- Sim, não encontrei o relatório do ultimo trimestre.
- Irei procurar.
- Quando achar leve na minha sala. – e entra para o escritório.
Ainda não tinha visto o modo raivoso dele, mas preferia ficar sem
conhecer.
Demorei quase quarenta minutos para encontrar o tal relatório. Não tinha
documento digital no sistema e a sala de documentos ainda estava uma
bagunça.
Bato na porta antes de entrar.
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- Aqui está, me desculpa a demora. O arquivo não esta no sistema.
- Não tem problema, pode ir para casa. Descanse nos vemos amanhã.
Começo a arrumar as coisas, quando dou de cara com Pietro.
- A garota que estava procurando.
- Precisa de algo, senhor Collins? – me endireito.
- O que acha de um jantar?
- Não posso, já tenho compromisso.
- Mas nem disse o dia.
- Bom sou uma pessoa ocupada.
- Qual é? – e começa a acariciar meu braço. - Você tem que comer mesmo, por
que não aproveitamos a companhia um do outro?
- Não estou interessada. – tiro a mão dele de mim. - Agora se você puder não
fazer mais isso eu agradeço.
- Selena...
- Ela disse não Pietro.
Quando viro para ver, vejo Arthur parado na porta.
- Entra Pietro, quero conversar com você. – então olha para mim. – Pode ir,
cuido do resto.
- Como quiser, Sr. Collins.
Assim que Pietro passa ele fecha a porta. Termino de arrumar tudo,
pego minha bolsa e vou embora.
Vou direto para o meu quarto onde encontro um bilhete em cima da
cama. Aly só mandava mensagens quando não conseguia escrever bilhetes
era uma mania fofa que ela tinha.
Sel, não tenho hora para chegar. Provavelmente será bem tarde
então não se preocupe e nem me espera. Nos falamos amanhã. – Beijos
Aly
Com a casa só para mim, tomei banho enquanto decidia o que iria
comer. No momento em que termino de vestir decido por pedir um lanche e
peço para entregarem.
Enquanto espero deito no sofá e ligo a televisão, passo por vários canais
até parar em um que está passando “O diabo veste Prada”.
Depois de um tempo o porteiro interfona avisando que minha entrega
tinha chegado, agradeço e digo que irei descer.
Pago o rapaz e me viro para chamar o elevador.
- Selena, já ia me esquecendo. Chegou esse envelope a quinze minutos.
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Pego, mas não tem remetente. Mais um penso.
- Obrigada.
No ultimo mês vinha recebendo alguns envelopes assim nunca tinham
remetentes. A maioria até agora era flertes que por sinal não gostava.
Deixo na mesa do canto e volto para o filme acompanhada da comida.
Após o filme acabar limpo tudo e vou para o quarto.
Estou quase pegando no sono quando lembro do envelope. Corro na
sala e pego e volto abrindo-o para o quarto. Tiro de lá um papel dobrado.
Sempre estou de olho, não aprendeu ainda?
Solto o papel como se fosse fogo e cubro a boca em seguida.
- Merda.
Olho para o envelope. Levo minha mão na direção varias vezes e
desistindo no meio, antes de finalmente pegar e o virar na cama.
Varias fotos caem de dentro, olho uma por uma e todas são minhas.
Saindo do prédio, no mercado, com a Aly, caminhando no parque e no carro
entrando e saindo do trabalho.
Nem me assustava por estar com o rosto molhado pelas lagrimas, aquilo
era demais. E iria a delegacia logo de manhã.
Jóquei tudo dentro do envelope e me deitei olhando para o teto.
Arthur
- O que eu te falei?
- Já olhou para ela sem bancar o bom moço? Não dá para evitar. – juro que se
não fosse meu irmão, já teria levado um soco.
- Não preciso olhar para saber que ela não é uma das garotas que você se
envolve.
- Chamar para jantar nunca falou antes.
- Sempre tem uma primeira vez. Pela ultima vez, fica longe.
- Ta acontecendo algo?
- Não, só fica longe.
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Apesar de não ter ficado feliz, Pietro prometeu segurar a onda, mas
conhecendo meu irmão era melhor continuar de olho. Por mais que Selena
tenha conseguido lidar bem com ele.
Duas semanas que eu vinha observando ela e me segurando para não a
segurar em meus braços e beija-la como se o mundo fosse acabar.
O único detalhe era que Selena não abria nenhuma brecha, para
ninguém. Nos últimos dias a frequência que ouvia sobre funcionários que
tinham convidado para sair era enorme, e a resposta dela era sempre um
sonoro NÃO.
Estava minutos encarando minha caixa de entrada, sem conseguir fazer
nada alem de pensar nela. Então desliguei o computador e peguei minha
pasta. Passei na mesa dela, mas estava tudo arrumado.
Tirei o celular do bolso assim que o elevador começou a descer.
Precisava falar com alguém alem da Bette.
Jason atendeu na segunda ligação.
- Fala Arthur
- Está em casa?
- Sim, algum o problema?
- Conto quando chegar.
Antes de entrar no carro recebo a resposta do chefe de segurança,
avisando que as coisas com a Amanda estavam sob controle no condomínio.
Liguei o carro e fui na direção leste da cidade.
Toquei o interfone e na mesma hora Jason liberou a minha entrada.
Quando cheguei ao andar a porta estava aberta.
Fui entrando e o encontrei na cozinha.
- Acho que nunca vi você com a cara tão péssima. – disse ao se virar com duas
cervejas nas mãos e empurrando uma pelo balcão. – Qual o problema da vez?
- Mulheres. – assim que pego a cerveja vou em direção ao sofá.
O apartamento do Jason era como de qualquer outro solteiro. Moveis
escuros, televisão enorme, tinha ate alguns jogos espalhados na mesa. A única
diferença era que estava sempre limpo, ele era exigente nesse quesito,
provavelmente por ter sido criado por sua mãe e tias.
- Amanda de novo? – se sentou na outra ponta e parou a garrafa no ar. –
Espera, disse mulheres no plural?
- Pois é. Amanda colocou na cabeça que temos que voltar e a Selena não abre
uma brecha. – tomo um gole.
- Quem é Selena?
- Minha nova secretaria.
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- Você ta afim da sua secretaria? – sentado na ponta do sofá. – Está dano um
e Pietro agora?
- Nem fala nele. Ele é um dos caras que não param de chamar ela para sair.
- Ele não perde tempo hein, mas já que ta afim, por que não a chamou para
sair?
- Ela diz não a cada convite.
- Talvez ela tenha namorado.
- Não vi aliança e duvido que se ela tivesse com alguém não a daria uma
aliança.
- Descobre se tem alguém, se não tiver investe.
- Não simples.
- Para de ser frouxo, Arthur. Chama ela para sair logo.
- Pode ser que tenha razão, só tenho que continuar me controlando para não
assustar ela.
- Não se esqueça de se livrar de vez da Amanda, antes que ela foda ainda
mais sua vida.
Continuamos a conversa junto a mais algumas cervejas e partidas de
jogo.
Odiava depender dos seguranças, só os chamava em ultimo caso, e
dirigir bêbedo era uma dessas exceções. Cheguei a casa passava as duas da
manha, mas estava descido a tentar algo com a Selena.
O que fiz depois de um banho foi acessar a sua rede social, mas como
sempre não tinha nada de novo. Nunca tinha nada. Selena não atualizava há
meses, e nos tabloides franceses a única coisa que falavam dela era que tinha
retirado às fotos do antigo namorado e sumido de vez.
Ao que parece não deveria ter sido um termino amigável, e podia ser por
isso que ela não se abria para ninguém. Tirando minha irmã, quando digo que
pode ir para joalheria e o único momento que a vejo um brilho em seus olhos.
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Selena
Não sei como consegui dormi, mas provavelmente que depois de horas
revirando na cama e até ouvi a Aly chegando em casa lá pelas duas da manhã.
- Sel. – sinto meu corpo sendo sacodido. – Selena pelo amor de Deus, acorda.
Abro um olho e vejo Aly sentada ao meu lado.
- Me deixa dormir Alyssa. – falo e viro para o outro lado.
- Você já está atrasada, seu celular não para de tocar. E tenho certeza que
todas as ligações são do seu trabalho.
Me sento rapidamente e olho para o relógio no criado mudo, estava
marcando dez para as dez da manhã.
- Merda.- Olho rapidamente para o envelope e depois me levanto e corro para
o banheiro.
- Você não é de dormir até tarde, e não perderia a hora. Então está bem?
Quando saio do banho já com a maquiagem pronta.
- Que merda é essa Selena?- disse sacodindo o envelope.
- Chegou ontem. – entro no closet e me visto rapidamente. – Vou na delegacia
quando sair da empresa.
- Me manda uma mensagem vou com você.
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Fiz que sim com a cabeça e peguei minha bolsa, jogo o envelope dentro
dela e saio correndo para o trabalho.
Estaciono o carro e passo pela recepção, mas sou parada pela Lucia.
- Senhor Collins está na sala de reunião e pediu para avisar que tem uns
documentos em sua mesa.
- Ok. – vou em direção ao elevador.
Assim que chego na minha mesa a porta do escritório estava fechada. E
se eu não tinha conhecido o modo Collins babaca iria conhecer hoje. Fiz tudo o
que estava na mesa e como não pretendia almoçar, queria continuar a
organizar os documentos na sala de arquivos.
- Bom dia, senhorita.
Merda.
- Bom dia, senhor Collins. – me levanto. – Me desculpa pelo atraso.
- Está tudo bem?
- Sim, tive um problema com o despertador, mas não vai acontecer de novo.
- Se precisar de algo avise. E peça ao Peter da contabilidade para vim após
seu almoço.
- Ok.
Quando ele volta para sua sala. Ligo para o senhor Peter e peço para
ele subir. E no momento em que ele chegou, o anuncio. Antes de fechar a
porta pude ver a cara dele e não parecia feliz.
O computador anuncia um novo e-mail. E lá estava o meu chefe dizendo
para eu almoçar, já que ele não queria ser acusado de negar horário de almoço
para nenhum funcionário.
Desço para o restaurante da empresa mesmo para não demorar, e pego
uma salada e suco. Me sento na única mesa vazia no lugar.
- Tenho que falar com meu irmão que existe horário de almoço?
Levanto a cabeça e encontro Pietro sorrindo com um copo na mão.
- Posso? – aponta para
- Pode e seu irmão sabe que existe, eu que não estou com fome.
- Deixa eu adivinhar, ele mandou você descer para almoçar?
- E. – tento comer um pouco.
- E como tem sido com o senhor simpatia?
- Parece que ele é um monstro quando fala assim. – empurro o prato.
- Achei que iria conhecer o lado bravo dele hoje, mas pelo visto não aconteceu.
Olho para ele enquanto tomo o suco.
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- Só converso o necessário com ele, nada mais que isso.
- É um idiota mesmo. – ouço o sussurrar e depois olhar para seu celular. –
Preciso ir, mas gostei da sua companhia.
Pouco tempo depois me levanto e vou para o elevador. Assim que a
porta se fecha meu celular vibra. Atendo mesmo não reconhecendo o número.
- Alô?
Repito mais algumas vezes, mas só ouço uma respiração tirando isso
silencio completo.
- Josh?
Nada alem do silencio então desligo na mesma hora que as portas se
abriram. Respirei fundo e caminhei até a sala de arquivos.
Depois de uma hora em pé, resolvi tirar o salto e me sentar no chão
levando a caixa dos documentos juntos.
Quando finalizo os documentos antigos e pego a caixa onde então os
relatórios mais novos, reparo em um par de sapatos sociais pretos parados
poucos metros de mim.
- Senhorita, porque está sentada não chão?
Levanto a cabeça no mesmo momento em que ele fala.
- Ah... me cansei de ficar em pé. – digo envergonhada.
- Aqueles são os seus sapatos, estou certo? – diz apontando para meus
sapatos no canto.
Confirmo com um gesto com a cabeça. Se vergonha pudesse matar,
esse provavelmente seria um ótimo momento. E ele os coloca na minha frente.
- Precisa de alguma coisa, senhor Collins? – pergunto tentando tirar o foco de
mim.
- Preciso que converse com o piloto e que faça uma reserva em algum hotel
em Nova York.
- Esta bem. – me ajeito para levantar e ele estende a mão para mim.
Coloco minha mão sobre a sua e ele me ajuda a levantar, logo em
seguida solto minha mão.
- Obrigada. – calço o sapatos e começo a me afastar.
- E senhorita...
- Sim?! – me viro.
- Não quero você arrumando nenhum arquivo até que providencio uma cadeira.
- Não vejo motivo, já estou terminando.
27
Posso dizer que me sinto intimidada pelo meu chefe, na verdade acho
difícil respirar quando estamos no mesmo ambiente. E por esse motivo fui bem
rápido para minha mesa.
Converso com o piloto e reservo um quarto. E bato na porta, e ouço
“entre”, abro uma fresta da porta.
- Senhor, o piloto estará na pista as 19 horas e o quarto no hotel Safehouse
Manhattan.
- Perfeito, enquanto estiver fora você ficara na joalheira quando não tiver nada
para fazer.
- Precisa de algo mais?
- Não, pode fazer o que quiser, desde que não volte a se sentar no chão.
Fecho a porta e continuo trabalhando até que um senhor aparece e me
deixa uma pasta para ser entregue
- São relatórios das últimas semanas.
- Irei entregar.
Me levanto e antes de levar a pasta, vou até a pequena cozinha beber
agua. E quando volto vejo que a porta da sala está aberta, entro e deixo os
papeis na mesa, e ouço a baque da porta sendo fechada e me viro.
- Senhor Collins... entregaram esses relatórios.
Indico a pasta na mesa, mas ele não disse nada só me encarou, até que
começou a andar devagar e ao mesmo tempo dei um passo para trás ficando
encostada na mesa. Achei que fazendo isso o faria parar, mas foi o contrário,
ele abriu um sorriso claramente malicioso quando ele finalmente estava na
minha frente, levando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.
- O que... que está fazendo?
- Shhh...
Levou um dedo até meu lábio me silenciando ao mesmo tempo que
levava uma das em minha cintura. Sua fragrância era madeirada e marcante,
senti sua respiração, seus olhos estavam nos meus até que ele segurou meu
rosto e selou nossos lábios.
O beijo começou lento e tímido, se tornou um beijo de puro desejo. Sua
língua explorava a minha.
Quando me dou conta do que estamos fazendo separo nossos lábios,
não me movo, simplesmente fecho os olhos e levo minhas mãos ao meu rosto.
- Selena, olhe para mim. – ele pede, mas não consigo. – Será que você pode
fazer o que pedi? – e ali estava o tom de voz autoritário.
Ele levanta meu queixo e depois de respirar fundo, abro os olhos vendo
aquele par de olhos azuis me encarando. E uma mistura de desejo e muito
arrependimento tomam conta de mim.
28
- Não devíamos ter feito nada disso.
- Pode negar se quiser, mas a julgar pelo nosso beijo eu não era o único com
esse desejo.
Tiro suas mãos do meu rosto e me afasto indo em direção a porta.
- Você não pode fugir de mim.
Diz no momento em que abro a porta e sem me virar falo.
- E ai que se engana. Sou sua funcionaria, mas nada alem disso.
Saio e fecho a porta. Graças a Deus já era tarde, desligo tudo e pego
minha bolsa e quando chego a garagem do prédio.
Entro no carro e vou em direção a delegacia.
Na recepção fui informada que o delegado não estava, mas que um
policial iria me atender. Fui encaminhada até uma sala onde o interrogatório
começou.
Arthur
29
Semanas desejando beija-la e lutando ao mesmo tempo contra isso, e
no momento em que cedi e provei o que tanto queria sabia que não teria volta.
Seu corpo colado ao meu, sentir seu perfume de tão perto e seus lábios
nos meus e só quero mais.
Sabia que a reação dela não poderia ser o que gostaria, mas não
imaginei que poderia ser como foi. No momento que ela se afastou, devia tê-la
puxado de volta para meus braços, só que sou um idiota e não fiz,
simplesmente a deixei sair como se não tivéssemos nós beijado.
Fui para casa, arrumei a mala e entrei no carro.
Momentos antes do avião decolar envio uma mensagem para ela.
Arthur: Espero que tenha chegado bem em casa e que tenha uma
ótima noite.
Os: Estou pensando em você.
Minutos depois chega a resposta.
Selena: Senhor Collins, vou deixar claro uma coisa, o que aconteceu
não ira se repetir. E não preciso falar sobre ter ou não chegado bem em casa.
Agora se precisar de algo relacionado há trabalho, me avise.
Faça uma boa viagem.
- Senhor, precisa desligar o celular. – a aeromoça diz e vai até seu lugar.
Arthur: Com toda certeza irei avisar, tenha uma boa noite.
Prendo o cinto e desligo o celular. Pouco tempo depois o avião começa
a se locomover na pista ganhando velocidade para decolar.
O voo até Nova York demorou um pouco mais de duas horas e gastei
mais meia hora para chegar até o hotel. Me registrei e fui para o quarto, larguei
a mala perto da cama.
Quando liguei o celular esperava que Selena tivesse enviado uma
mensagem, mas não tinha nada.
Ela não vai ceder fácil, o máximo que vou conseguir são momentos
como o que tivemos durante o beijo.
Me troco e vou para a cama.
30
Selena
Tenho três dias. 72 horas para descobrir o que fazer agora, depois de
corresponder aquele beijo.
E isso que tem passado nas últimas 12 horas. Peguei no sono, acordei e
durante todo o meu trajeto até o trabalho só isso ocupa minha mente.
Depois de estacionar o carro vou direto para o andar da Eliza, que já
está na mesa trabalhando.
- Bom dia Eliza.
- Bom dia Selena, como já disse sinta-se em casa.
Me sentei e fiz o que pude para me concentrar no desenho que estava
trabalhando.
Até que meu celular vibra sobre a mesa.
Arthur: Bom dia Selena, contando as horas para te ver novamente.
Leio a mensagem e largo o celular e volto para o desenho.
No momento que levanto para mostrar a Eliza o colar que acabo de criar
o celular vibra e senhor Collins aparece na notificação.
Arthur: Não respondeu por falta de palavras? Porque você sabe que
sei que visualizou a mensagem não é?
- Alguém quer muito falar com você.
31
- Alguém que não se tocou que meu silencio e uma dica, que não irei
conversar. - leio a mensagem rapidamente.
Selena: Senhor Collins, se está precisando de algo?
Pois estou trabalhando e não posso conversar.
– Terminei mais um desenho. – me levanto e vou a mesa da Eliza.
Ela larga o dela e pega o meu.
- Está muito bom, você tem um estilo próprio. Mesmo quando tenta seguir o
nosso padrão, sempre fica claro que é uma criação sua.
- Isso é bom?
- Maravilhoso. Você segue o que peço, mas dá vida a peça.
- Obrigada. Estive pensando em fazer um conjunto.
- Brincos ou uma pulseira?
- Brincos. Pequenos e delicados.
- Me mostre quando terminar. – e pega o lápis novamente.
- Claro, você vai almoçar aqui?
Ela pega o celular e se levanta logo em seguida.
- Não, na verdade estou atrasada para um compromisso. Devo demorar um
pouco para voltar, mas fique a vontade.
Confirmo e pego minha bolsa a acompanhando-a até o elevador. E
enquanto esperamos olho o meu celular, encarando a ultima mensagem que
me chefe enviou.
Arthur: Resolveu me responder?
Não se preocupe, minha irmã gosta muito de você para se importar com o
fato de está respondendo a mensagens.
E me chame de Arthur, Selena.
O elevador chega e nos entramos. Ficamos em silencio até o elevador
chegar a portaria onde eu desci.
- Te vejo mais tarde, Selena.
- Até mais Eliza.
As portas se fecham e eu caminho até um restaurante no final da rua.
Apesar de o prédio ter um refeitório para os funcionários, reconheci alguns no
restaurante.
O garçom me leva até uma mesa próxima a janela do lado leste e me
entrega o cardápio.
- Obrigada.
- Quando estiver pronta para pedir, basta levantar a mão.
32
Confirmo com a cabeça e ele se afasta.
Antes de olhar o cardápio respondo a mensagem.
Selena: Como quiser, mas estou ocupada não posso falar agora.
Deixo o celular de lado e me concentro no cardápio. Então levanto a
mão.
- Vou querer Caesar Salad e um suco de morango.
Ele anota e se afasta.
Arthur
O beijo não sai da minha cabeça. Não é algo estranho, Selena tem
ficado na minha cabeça vinte e quatro horas por dia.
E depois de sentir seu corpo em minhas mãos e sentir o gosto da sua
boca carnuda e macia, e só de lembrar isso á sinto meu membro ficando duro,
o que não é legal levando em conta que estou no meio da reunião.
Posso resumir o dia todo em reuniões que poderiam ser resolvidas em
e-mails ou vídeo conferencias.
E não receber mais nenhuma resposta dela a horas. Selena
simplesmente está ignorando minhas mensagens não ajuda. E pela hora, ela
provavelmente está em sua casa.
Arthur: Qual desculpa vai usar agora ou vai continuar ignorando as
minhas mensagens? Porque sei que não está mais em horário de trabalho.
Depois de terminar a ultima reunião com um possível comprador, volto
para o hotel, e ainda não tive notícias dela.
Tirando que minha irmã disse que iriamos precisar de uma nova
secretaria para mim, já que ela queria oferecer cargo de designer para Selena.
Segundo Eliza, as criações da Selena iriam fazer sucesso, e com isso ela não
terá mais tempo para trabalhar como secretaria.
Ligo o computador e envio e-mails para todos os meus compromissos de
domingo e os mudo para amanhã. Depois ligo para o piloto avisando que
iremos voltar no domingo de manhã.
- Selena terá uma surpresa.
33
♦
Selena
34
- Bom, vou ter que sobreviver ao fim de semana. Você pode tentar trocar as
passagens para depois do meu trabalho?
- Vou enviar um pedido. Tenta descansar, amanhã é sábado você pode
acordar mais tarde.
Damos boa noite e eu vou para o meu quarto, largo a caixa na poltrona
do canto e me jogo na cama. Onde fico olhando para o teto até que meu celular
toca.
- Alo?
- Chérie.
- O que você quer Josh? – falo tentando parecer o mais segura possível, mas
na verdade estou assustada.
- Com medo? – prendo a respiração. – Ah Chérie te conheço o bastante para
saber que está, mas não deveria. Agora animada para o nosso fim de semana?
- Não vou passar o fim de semana com você. Posso ser obrigada a posar para
fotos e desfilar pelo evento, mas não vai passar disso.
- Claro que vai. Sua família até me convidou para passar esse tempo na sua
casa, assim podemos reatar o namoro, mas esse momento precisa de
privacidade então iremos para a minha casa.
- Você bateu a cabeça, não irei para sua casa e nem a qualquer outro lugar
com você. E não tem essa de reatar o namoro, agora tenho mais o que fazer.
- Vou usar esse tempo para te lembrar quem manda entre nós. Te encontro no
aeroporto.
- Por que você simplesmente não me deixa em paz e segue com a sua vida? –
fecho os olhos, já sentindo uma dor de cabeça se formando.
- Não sou de desistir de algo que é meu, ainda mais quando amo. Já devia
saber disso.
- Não sou uma coisa que pode comprar, Josh. E você não me ama. O que você
ama e o controle e o que pode ganhar se estiver comigo. Aceite que não vou
voltar atrás na minha decisão, e fala para todos que você terminou o namoro.
Desde que me deixe em paz.
Encerro a ligação e bloqueio o numero que ele usou. Volto a me deitar
de olhos fechados.
- Toquei as passagens e consegui uma para o domingo após o almoço. – a voz
da minha amiga toma conta do silencio.
- Você ouviu. – não era uma pergunta, estava afirmando e não precisava olhar
para saber que estava certa.
- Ouvi. Ele não sabe o significado da palavra “não”. – sinto ela se sentando na
cama.
- Isso porque só ouviu o que eu falei. Vou ter trabalho para fugir dele no pouco
tempo que eu ficar por lá.
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- Já faz quase um ano que não voltamos.
- E por mais que ame a cidade ficaria o resto da minha vida sem voltar. Vou
tomar um banho e dormir, o dia foi longo demais.
Nem espero ela falar nada e vou para o banheiro e em seguida vou para
cama caindo no sono bem rapidamente.
36
Arthur
37
Eu só não contava que os demais iriam achar problemas em cima de
problemas em uma mera possibilidade de reabrir a loja em Paris.
A loja que havia sido um pedido da minha bisavó que seu marido fez de
tudo para realizar. Agora o local estava em um estado deplorável.
- E um gasto desnecessário.
- Já queremos abrir mais uma unidade, por que não aproveitar um prédio que
já é nosso?
- A reforma de um lugar histórico nos custaria muito. – um deles responde.
- Um dinheiro que sairia dos cofres da empresa para qual vocês trabalham e
não o contrario.
- Somos investidores e temos voz ativa.
- Dez porcento para ser exato. Quero uma estimativa de quanto iriamos gastar
e decidimos qual o melhor caminho, mas a venda do prédio não é uma
alternativa.
Como um assunto que deveria ser discutido em duas horas, se tornou
uma conversa de quatro horas?
Os investidores não queriam saber do prédio, na verdade queriam a
venda dele. Porem nem eu e muito menos meus irmãos iramos vender. Nossa
ideia era restaurar o lugar e talvez reabrir a joalheria ou transforma-la em outro
negocio.
Acabei almoçando em um restaurante próximo, já que tinha mais uma
reunião com um dos fornecedores de diamantes.
Pouco depois de chegar ao hotel onde iria me reunir com o fornecedor,
recebi uma resposta não só de Selena como da minha irmã;
Selena: Como já havia dito, só pergunte se for a respeito do meu
trabalho, Senhor Collins.
Eliza: Vou procurar uma nova secretaria para você, assim quem sabe não
para de perguntar sobre ela.
Na verdade, não é a única razão, Selena é uma designer única.
E só para deixar claro isso foi um comunicado.
P.S.: Espero que esteja se divertindo nas reuniões.
Minha irmã vinha me perturbando com isso nos últimos dias, para ela
apesar de Selena ser uma designer nova, tinha uma visão única e aprimorada
do trabalho e valia a pena investir. Isso e o fato de Eliza estar cuidando sozinha
da coleção nos últimos meses, e desde que passou a roubar minha secretaria,
nossa coleção voltou a ter duas designers.
Arthur: Saber se chegou bem em sua casa e parte do meu trabalho.
Envio a resposta para Selena e não consigo nem terminar de responder
minha irmã e sua resposta já aparece.
38
Selena: Engano seu. O trabalho do senhor e cuidar da empresa, o bem
estar dos funcionários e por conta do RH.
Não adiantaria discutir, ela era fechada em seu mundo profissional,
então deixei para continuar a conversa cara a cara.
Arthur: Você se tornou o Pietro. Querendo roubar a minha secretaria,
conversaremos sobre esse fato quando eu voltar.
Entrei na sala e comecei a negociar a compra dos diamantes.
Selena
39
Assim que finalizo o relatório, faço a pausa do almoço.
Continuo tendo que recusar convites de vários funcionários, as vezes
acho que eles querem vencer pelo cansaço. Mas também sei que Arthur deu
vários avisos pela empresa, para me deixarem em paz.
Pego uma bandeja e me sento na mesa próximo a porta.
- Irei ficar sozinha hoje?
Levanto a cabeça e vejo Eliza se sentando na mesa.
- Vou tentar passar na joalheria no meio da tarde.
- Meu irmão resolveu roubar minha designer?
- Seu irmão resolveu me perturbar. – sussurro contra o copo.
- O que? – pergunta.
- Eu disse que seu irmão me mandou vários documentos para fazer relatórios
de compra, por isso não apareci.
- Eu vou conseguir te roubar para a joalheria, não importa o tempo que leve. –
e sorri.
- Não sabia que era tão requisitada.
- Digamos que se eu tivesse visto seus desenhos durante a entrevista, você
não estaria com ele.
Terminamos de almoçar e seguimos para elevador, ela desceu no andar
da joalheria e eu fui para o meu andar. Me sento novamente em frente do
computador e continuo o trabalho.
Duas horas depois estou descendo alguns andares para encontrar com
Eliza.
- Estava pensando que não iria aparecer.
- Falei que iria aparecer no meio da tarde. – olho no meu relógio. – E cheguei
antes das 15h.
Ela sorri e aponta a mesa que venho trabalhando.
- Você já fez algum curso antes da faculdade?
- Não.
- Seus desenhos são muito bons e não é novidade quando digo isso, mas
normalmente novatos não tem tanta técnica.
- Não sei dizer se está me elogiando ou não. – digo confusa.
- E um elogio, por isso quero te roubar do meu irmão. E solitário aqui sabia.
Eu parei para pensar e ela tinha razão. Por mais que tivesse a Cibele do
outro lado da parede, a empresa depende das criações que sai dessa sala.
40
- Posso contribuir com o catalogo de criações, quase sempre estou fazendo
desenhos.
- Agradeço, mas não vou perder a chance de ver a cara do meu irmão ao te
perder.
Me assusto com o que ela fala.
- Não me olhe assim, já reparei em como ele olha para você. Alem do mais tem
um detalhe que ontem ele passou o dia me perguntando se estava ocupada ou
como estava.
41
Arthur
42
Nunca a vi com ninguém, não que eu a siga por ai, mas se eu fosse o
namorado iria buscar no trabalho as vezes. Porem ela chega e sai sozinha,
então a sessão de que algo estava acontecendo não me larga.
Pego o telefone e ligo para Allan, meu chefe de segurança.
- O que precisa?- diz no momento que atende.
- Allan, investigue Selena Laurent.
- Me de dois dias e te mandarei o que encontrar. – e desliga.
Fiquei no escritório por algum tempo, já que não tinha nada para fazer
em minha casa. Resolvi alguns assuntos que estavam pendentes de antes da
viagem. Logo depois vou para casa.
A sexta- feira de manhã foi como qualquer outra das ultimas semanas.
Cheguei, entrei na minha sala e fiz o meu trabalho. Selena fez o seu trabalho e
não disse uma palavra mais sobre o seu pedido de ontem.
Ouço baterem na porta.
- Entre Selena.
- Não é sua secretaria, maninho.
Levanto a cabeça e vejo minha irmã fechando a porta.
- Algum problema?
- Preciso da Selena.
- Vai mesmo roubar minha secretaria?
- Ah maninho, já devia estar anunciando que precisa de uma nova secretaria.
- Ela está liberada o resto do dia.
- Você está gostando dela, não é?
Resolvi algumas coisas durante o resto da tarde, até o meu celular
vibrar.
- Já chegou de viagem?
- Cheguei ontem seu pilantra, por que não veio trabalhar?
- Acordei tarde e trabalhei de casa, mas não foi por isso que liguei. Fred
chamou para ir no pub de sempre topa?
- Vou para casa.
- E ficar no sofá em plena sexta? Se não aparecer, te busco em casa.
- Ok, eu vou só passar em casa e encontro vocês lá.
- Vou precisar buscar a madame não né?
- Não. Chego em uma hora. - Aviso e desligo.
43
Desligo o computador e vou em direção ao carro e depois para casa.
Assim que entro em casa começo a tirar a gravata e desabotoar os botões da
camisa.
Entro no banho, e como nos últimos dias Selena vaga por meus
pensamentos. O que eu queria estar fazendo em uma noite de sexta precisaria
dela ao meu lado. Aqueles lábios carnudos nos meus e seu corpo junto ao
meu, terminar o que havíamos começado no escritório.
Ficar pensando no que poderíamos estar fazendo, me deixa tão duro
que chega a doer.
- Droga Arthur, desse jeito seu novo melhor amigo será o banho frio.
Talvez o meu irmão tivesse razão, sair para beber era o que precisava.
Saio do banho depois de meia hora debaixo do chuveiro, amarro a
toalha na cintura e vou para o closet, me seco, visto uma blusa branca e uma
calça jeans e tênis. E pego o carro e vou para o pub.
Selena
Eliza me liberou depois que disse que não me sentia muito bem, mas
deixei claro que iria terminar o desenho e traze-lo para pronto na segunda.
- Não se preocupe com o desenho, tem certeza que não quer ir ao médico?
- Só preciso de um comprimido.
Me senti mal por mentir, mas minha cabeça não estava ali e não
também não estava afim de ir para casa. Então estacionei próximo ao Grand
Park e caminho até próximo a fonte, e me sento na grama.
Você já não tem problemas demais com um homem e ainda beija o seu
chefe. Logo seu chefe. Penso.
Vejo o sol se esconder atrás dos prédios e a noite ir tomando o seu
lugar, o parque ficando cada vez mais cheio. Turistas parando em frente a
fonte para serem fotografados, pessoas cruzando o parque em direção há suas
casas e outras simplesmente sentadas nas gramas como eu.
Quando o céu fica totalmente escuro, me levanto e volto para o carro.
Assim que chego vou direto para a cozinha procurar sorvete no freezer,
mas o que achei foi um bilhete na porta da geladeira.
44
Sel, hoje você não vai chegar e ir direto para cama
depois do banho. E para deixar claro não aceito não como
resposta.
No momento em que está lendo esse bilhete devo estar
na agencia, mas assim que estiver indo para casa irei te
ligar. Você terá esse tempo para se arrumar, vamos ao Pub.
Sua roupa está em cima da cama, assim não teria desculpa.
esteja pronta, falo serio ou irei te arrastar de pijama.
Beijos Aly.
Começo a rir. Aly é louca, mas sei que cumpri o que diz. Porem não
estou a fim de verdade de ir, então ligo para ela, mesmo que ela ficou de ligar.
Ela atende no terceiro toque.
- Eu não vou.
- Oi para você também, espero que já esteja se arrumando. Tem tempo
suficiente para se arrumar então sem desculpas.
- Não estou muito bem hoje.
- Sel, um drink. Por favor?
- Você não vai desistir, não é.
- Selena, você me conhece muito bem para saber que a resposta é sim. Não
irei desistir. Alem do mais precisa sair e se distrair, o fim de semana com sua
família está chegando.
- Saímos amanhã, que tal?
- Não vai dar para ser amanhã, esqueceu que vou viajar para sessão de fotos?
Prometo que não iremos voltar tarde.
- Está bem, vou me arrumar. – ela dá um grito. – Quase me deixa surda.
- Desculpas, mas achei que teria que fazer uma chantagem maior. Logo estarei
em casa.
Me despeço e encerro a ligação.
Na minha cama tinha uma blusa vinho de renda, uma calça preta e uma
bolsa bege. Junto da cama estava um sapato de salto preto. Ela sempre gostou
de moda, desde que nos conhecíamos.
Prendo o cabelo para não correr o risco de molhar e tomo um banho
rápido. Saio do banho, me seco e coloco o roupão.
Estou terminando de passar o rímel quando vejo Aly no reflexo do
espelho.
45
- Nossa está linda.
- Você também está linda. Só vou me vestir.
- Claro. Vou fechar a mala de amanhã, enquanto termina.
Assim que ela sai, me troco rapidamente e vou até seu quarto.
- Precisa de ajuda para fechar?
- Não, mas eu sabia que a roupa ficaria ótima em você.
- Onde arrumou?
- Em nosso closet quando fui pegar roupas.
ela coloca a mala no chão e pega o celular.
- Nossa carona chegou.
- Que carona?
- Você vai ver.
Concordo e ela pega a bolsa, enquanto tranco a porta ela chama o
elevador.
Assim que passamos pela portaria vejo Samantha e Thomas nos
esperando no carro. Os dois são irmãos, Sam era modelo na mesma agencia
da Aly, já o Thomas conheci depois de tempo.
Entramos no carro, Sam estava de motorista e dá a partida no momento
em que prendemos o cinto.
- Nossa vocês estão gatas. - diz Thomas.
- Obrigada Thomas. – dizemos juntas.
- Thomas por que não está de motorista hoje?
- Porque a maninha aqui não pode beber por conta do trabalho de amanhã.
Então vou aproveitar.
- Ter ensaio cedo, tem suas desvantagens. Agora Aly contou sobre o cara
novo?
- Que cara? – pergunto e me viro para Aly. – Por que não me contou?
- Podem parar, vocês não vão ficar falando de homem comigo aqui. – Thomas
diz e liga o som e Great times do Will.i.am toma conta do carro.
I hope you’re ready
Great times are coming
I hope you’re ready
I see them coming around
I hope you’re ready
Great times are coming
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I hope you're ready
I see them coming around
So let's celebrate the good times
Celebrate the good times
Celebrate the good times
I just want to have myself a good time
So make some noise
Make some noise
Make some noise
Make some noise
For the good time, good time, good time
I'm living for the good time, good time, good time
E no meio da música, enquanto cantávamos, um certo chefe invade
meus pensamentos.
Demoramos vinte e cinco minutos para chegar ao Pub. Ao entramos
avistamos Paul em uma das mesas e nos dirigimos para lá.
- Achei que vocês tinham esquecido de mim. – se levanta e da um abraço em
cada uma de nós.
Nos sentamos.
- Minha irmã aqui não sabe dirigir, se não fosse isso teríamos chegado bem
antes. – diz rindo enquanto cumprimenta o primo.
- Vocês são dramáticos, não demoramos tanto assim. E irmãozinho vai a
merda.
- E o respeito maninha, sou mais velho que você.
- Que tal esquecermos esse atraso e pedirmos as bebidas. – Aly fala enquanto
faz sinal para o garçom.
O garçom se aproxima com o cardápio, mas peço sem olhar.
- Quero Mojito.
- O mesmo dela. – pede Aly.
- Um refrigerante. – diz Sam.
- Um Brandy Sour.
- O mesmo dele e uma porção de fritas. – Paul completa.
O Garçom anota os pedidos e sai. E começamos o interrogatório.
- Então, vai contar sobre o tal cara? – pergunto.
47
- Ele é muito bonito.
- Querida, detalhes. Queremos detalhes, como ele é pessoalmente?
- Ei, nem todos na mesa querem saber os detalhes. – Paul diz.
O garçom apareceu trazendo as bebidas, as colocou na mesa e foi
embora.
-Ah, ele é legal. – diz e toma um gole.
- Serio? Você conhece alguém e diz só isso?. – exclamo. – Isso é inacreditável.
- Podemos conversar depois, como os meninos mesmo disseram, não querem
saber.
- Vou me lembrar disso viu, Aly.- digo.
- Entendido.
Os meninos engataram na conversa sobre jogos e as meninas me
contaram o quanto estavam animadas com o trabalho de amanhã.
Até que a louca da minha melhor amiga dá um grito.
- Serio, você tem que parar com isso. Uma hora me causa um enfarte ou algo
do tipo.
- Eu estou vendo isso mesmo? – pergunta Sam.
- Está ou estamos sonhando juntas. – Aly responde.
- O que vocês duas estão falando?
- Do fato do seu chefe bonitão ter entrado no Pub. Olha ali. – e aponta para
mesa perto da porta.
Olho na direção e vejo ele se sentando na mesa, junto com seu irmão e
outro homem.
Sabe aquele momento em que você quer tanto acreditar em algo e
mentaliza?
Então essa sou eu neste exato momento, pedido muito para que não
fosse meu chefe.
Tomo o meu Mojito de uma vez e aceno para o garçom pedindo outro.
- Está tudo bem? – Thomas pergunta.
- Claro. – o garçom me entrega outro drink e leva o copo. – Obrigada.
- Não parece, nunca vi você virar uma bebida tão rápido.
você também faria o mesmo na minha situação. Porque o universo só
pode estar brincando comigo.
- Estou bem, só vou aproveitar a noite.
Então Arthur olha em minha direção e ao me ver sorri, mas eu desvio
meu olhar.
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Mas será que nem fora do trabalho escapo dele?
Pouco depois sinto o celular vibrando dentro da bolsa, quando abro vejo
a notificação de nova mensagem.
Arthur: Achei que não tinha como ficar mais linda, ao que parece
estava errado. Mas sei de um modo que ficaria ainda mais bonita.
Olho para ele e respondo.
Selena: Não acho que tenha algum elogio nesta frase, mas obrigada.
- Eles são mais bonitos pessoalmente que nas fotos. – Aly comenta.
- Tenho que concordar. E você, Sel, algo a comentar?
- Não, eu passo.
Tomo metade meu segundo Mojito, me sentindo um pouco menos
nervosa.
- Vai com calma, miss Mojito.
Thomas pega o copo antes que eu possa terminar.
- Relaxa, não estou nem perto de ficar bêbada.
Pego o garfo e finco na batata e levo a boca, no mesmo momento em
que Sam se aproxima de mim.
- Ele não para de olhar para você.
O problema e que a definição de Samantha de “vou contar só para você
ouvir” nunca deu certo.
- Quem? O chefe gostoso?
- E quem mais seria, Alyssa?
- Vocês atualizaram suas definições de loucas hoje ou é minha impressão?
- Elas sempre são assim, você só está reparando nisso agora. – Paul comenta
rindo.
- Não somos loucas, basta olhar e vão ver. Ele está olhando para cá, ou melhor
está comendo a Sel com os olhos. – Aly diz abrindo um sorriso.
Largo o garfo e pego meu celular na bolsa.
Selena: Você precisa parar, Arthur.
Envio e quando vou para bloquear surge outra mensagem.
- O que tem de tão interessante nesse celular.
Quando olho Aly está tentando ver o meu celular.
- E a Elisa. Ela quer saber se estou melhor.
49
Mentir para minha melhor amiga, não era algo que eu tinha prazer em
fazer. Mas se eu dissesse que era meu chefe nas mensagens, teria que contar
sobre os beijos que vinha tentando esquecer.
Arthur: Eu paro, mas quero falar com você. Talvez possamos juntar nossas
mesas.
Selena: Nem pensar, não estou afim de ter um interrogatório me esperando
no final dessa noite.
Olho para ele e voltou para minha bebida.
Arthur: Falei serio, cinco minutos ou estaremos juntando nossas
mesas.
Selena: Não estamos no escritório, lembre-se disso.
Arthur: Por favor, Selena. Realmente preciso falar com você.
Visualizo a mensagem, bloqueio o celular e o guardo na bolsa. Tomo o
resto do drink e me viro para Sam.
- Pede um refrigerante, por favor, já volto.
Ela balança a cabeça confirmando e me levanto. E ao passar pelo Paul,
segura minha mão.
- Onde você vai?
Me aproximo dele e falo.
- Ao banheiro, já volto.
-Vou com você, aqui está cheio de gente bêbada aqui. – então o Thomas se
levanta logo depois de terminar.
- Não precisa.
- Nem começa a teimar, vamos.
Vou em direção ao banheiro, com Thomas ao meu lado. Estávamos
passando por entre algumas mesas, quando sinto uma mão envolta do meu
braço.
- O que uma moça bonita faz sozinha?
- A moça tem companhia. – Thomas me puxa de volta e passa a mão pela
minha cintura e seu encostada em seu peito.
- Foi mal.
E sussurro um obrigada e seguimos para o banheiro.
50
Arthur
♦
52
Selena
Quando sai do banheiro não vi Thomas por perto, mas bastou me virar
para ve-lo se atracando com uma mulher no final do corredor.
Meu grande herói. Reviro os olhos e sigo para o lado contrario de onde o
quase sexo – pelo menos era o que eu esperava – o corredor era mal
iluminado, até que me puxão.
Dou um grito e uma mão tampa minha boca.
- Calma. Sou eu, Arthur.
- Você quase me matou de susto.
Ele acariciou meu rosto.
- Desculpa, mas se não tivesse feito isso teria passado direto.
- Não podia te chamado como uma pessoa normal?
- Não, agora vamos falar do cara que estava te agarrando?
Qualquer pessoa que ouvisse, saberia que seu tom de voz nesse
momento era de alguém com raiva e se fosse arriscar diria ciúmes.
- Está falando do Thomas? – ele confirma. – Ele é meu amigo, só me
acompanhou ate o banheiro.
- Só amigo?
- Não que seja da sua conta vamos deixar isso claro. Sim, ele é meu amigo. E
no momento está bastante ocupado quase transando no corredor lá trás. – tiro
a mão do meu rosto. – Agora por que estava me encarando?
- Porque está linda, e eu queria muito estar terminando o que começamos.
- Você não pode falar isso.
- Me pareceu o tipo de pessoa que prefere a verdade.
- Sim, mas...
Ele me interrompe colocando um dedo em meus lábios.
- Então vamos ao convite. Quero te levar para jantar próximo sábado que tal?
Estou oficialmente assustada e chocada, achei que com todas as vezes
que fugi ele iria desistir, mas ao que parece só dei mais motivação.
Dou um passo para trás me afastando.
- Jantar?
- Sim.
- Arthur não posso, irei passar o fim de semana em casa?
- Casa?
53
- Sim, vou para Paris na sexta depois do trabalho. – ele fica me encarando
como se não acreditasse. – E não acho que devemos, quase cruzamos e não
quero... não quero passar por ela.
- Sei que está mentindo, Selena, basta notar como nos beijamos.
- Bom seus cinco minutos acabaram.
- Tem que voltar?
- Se eu não voltar e o fato de não estar em sua mesa, vai me causar
interrogatórios.
- Conversamos depois. – diz sorrindo.
- Claro, agora por favor não fica me encarando. Adeus Arthur.
Sai do pequeno cômodo e voltei para o corredor, um pouco a frente
encontro meu segurança.
- Sel, foi sem querer. Me desculpa.
- Está tudo bem.
- Perdeu alguma coisa?
Não entendi por que ele tinha falado aquilo até me virar.
- Ele é meu chefe, Thomas.
- Ah sim, o chefe. – e dá um sorriso forçado. – Podemos voltar, Sel?
- Sim.
- Adeus Selena.
No final do corredor eu seguro o braço de Thomas.
- Por favor, não fale que viu meu chefe.
- A culpa foi minha, estava ocupado com a loira.
- Obrigada.
Voltamos a para mesa.
- Vocês demoraram. – Aly diz desconfiada.
- Culpa minha, encontrei companhia enquanto ela estava no banheiro.
- Sei. Muito conveniente, já que o chefe sumiu no momento que viu que Selena
sumiu.
- Não sei o que está falando.
Tomei meu drink, e evitei todas as perguntas possíveis sobre minha
demora no banheiro.
Passamos por vários temas, mas no fim a conversa sobre músicas.
Quando olho o relógio já era quase meia noite.
- Gente, vou embora.
54
- Com assim ir embora, não é nem meia noite.
- Eu te falei Aly, não estava me sentindo muito bem.
- Posso te levar, Sel. – Sam termina o refrigerante e quando vai para se
levantar eu a impeço.
- Não precisa já chamei um carro, vejo vocês depois.
- Quer companhia? – Paul pergunta.
- Obrigada, mas não vai demorar.
Dou a Aly o dinheiro para pagar minha parte. Me despeço de cada um e
caminho em direção a saída. O único problema é que não tinha como ir embora
sem passar pela mesa em que o Arthur estava.
- Olha se não é a Selena.
- Oi Pietro.
- Me chamando pelo nome, temos um milagre aqui.
- Cala boca Pietro.
- Junte-se a nós. – fala o cara que estava a mesa. – A proposito sou o Fred. – e
estende a mão.
- Prazer Fred, mas já estou de saída.
- Já de saída? Está tão cedo. – Pietro diz.
- Sim, não estou me sentindo muito bem.
Arthur parou de evitar olhar na minha direção quando disse que não
estava me sentindo bem.
- O que está sentido? – ele pergunta.
- Uma dor de cabeça, nada demais.
- Eu te levo em casa. – e se vira para seu irmão. – Não vou voltar.
- Claro que não.
- Não precisa, já tem um carro chegando.
- Então vou esperar com você. – se levanta e passa pela porta.
- Tchau Pietro e foi um prazer te conhecer Fred.
- Prazer foi meu Selena.
- Adeus Selena.
E caminho até ficar ao lado do Arthur.
- Por que não me disse que estava passando mal? – sua voz foi firme ao
perguntar.
- Deve ser porque você me puxou para um quarto escuro.
55
- Droga, Selena. Será que pode responder a porra da pergunta?
- Você é meu chefe, não meu namorado. Não te devo explicações, Arthur.
- Eliza me contou que te liberou mais cedo e depois te encontro aqui.
- Se você conhecesse minha amiga saberia que negar não é uma opção.
Ele respira profundamente para se acalmar, em seguida se aproxima e
segura meu rosto entre suas mãos.
- Selena...
Diz com os lábios colados aos meus, e logo me da um pequeno beijo.
- Você não sai da minha cabeça. – então olha em meus olhos. – Seria tão ruim
termos um encontro?
- Não é justo você fazer esse tipo de pergunta tão próximo de mim.
- Tenho que usar todas as minhas armas, já que você sempre recusa os
convites.
- Não pos...
- Não me venha com isso que não pode, Selena. Você é solteira?
- Sim.
- Então um jantar?
Um carro estaciona e eu me afasto dele.
- Está bem, combinamos depois?
- Na verdade, nosso jantar será amanhã.
- Arthur, amanhã?
- Você me disse que viaja no próximo fim de semana e não vou dar tempo para
você desistir, então amanhã.
- Ok. Boa noite, Arthur. – vou até o carro e abro a porta.
- Boa noite, Selena. – e me dá um beijo rápido e entro logo em seguida e fecho
a porta.
O carro começa a andar, olho para trás e vejo ele no mesmo lugar.
56
Arthur
Vejo o carro partir levando-a para longe, mas ainda não acredito que
consegui convencer a ir a um jantar. Selena é diferente de todas as mulheres
que já tive em minha vida.
Acabo voltando para o pub.
- Achei que não iria voltar.
- Não é hora para ironia, Pietro.
- Então, o que está acontecendo entre vocês? – meu amigo pergunta. – Por
que achei que iria jogar ela dentro do carro e levando para um hospital.
- Nada. Eliza tinha dito que ela não estava bem, e que tinha até liberado.
- Então ela melhorou, por que a vimos aqui.
- Ela disse que a amiga a arrastou.
- Ele não vai contar, mas seria uma ironia enorme.
Quando cheguei em casa passava das três da manhã. E estava bem
bêbado, mas a minha cabeça estava em Selena. Coloco o celular para
despertar e aproveito e envio uma mensagem, antes de cair no sono.
Arthur: Espero que a dor de cabeça esteja melhor.
Acordo com o celular tocando na maior altura, o sol está invadindo a
janela é juro que está mais claro que o normal e mal consigo abrir os olhos
direito. Estico o braço e abro um do olhos e vejo que é uma chamada.
- Seja quem for, ligue mais tarde.
Minha cabeça está explodindo, ou melhor lateando. Que droga estava
pensando quando parei com a cerveja e fui para o Whisky.
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- E Tem certeza, e o Allan.
- O que achou?
- Ela saiu da França há anos, junto de uma amiga Alyssa Hernandez. E desde
então volta, quando tem algum evento.
- Namorado?
- Só um, terminaram a alguns meses, mas não tem muita coisa sobre ele.
- Como não? Fala logo o que descobriu. – me sento e o único pensamento que
vem é porque diabos foi beber tanto.
- Ele é o único namorado da moça. Não tem ficha criminal, mas se tivesse o pai
é juiz, então teria sumido com a ficha. Os pais são amigos da família dela.
- Pode ter sido um namoro conveniente.
- Sim. Até onde consegui informações a ultima vez que estiveram juntos foi há
oito meses.
- Só descobriu isso?
- Ao que parece desde o rompimento a família vem tentando junta-los
novamente, marcando eventos. Porem ela nunca aparece.
- Isso não suficiente, continue a investigação.
- Mando por e-mail o que conseguir.
Olho o relógio e vejo que perdi o horário do despertador. Me levanto,
tomo um banho rápido e vou a cozinha coloco café para fazer.
Arthur: Bom dia Selena, prepara para nosso jantar?
Vejo que ela estava digitando.
Selena: Bom dia. Respondendo sua pergunta das três da manhã,
estou melhor. Agora eu não diria que estou preparada, onde vamos?
Arthur: É surpresa. Te pego as 19 horas, preciso do seu endereço.
Selena: Não, me fala onde vamos que irei te encontrar.
Arthur: Quero pegar você em casa, algum problema?
Selena: Não diria problema, só prefiro te encontrar.
Arthur: Não vou insistir, te espero as 19 horas. Na rua Lower
Wacker 1430, Gold Coast. Até mais tarde.
Selena: Até a noite, Arthur.
Tomei o café e peguei um comprimido de analgético e fui ao mercado.
58
Selena
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por namora-lo. Hoje não me sinto assim, e vou sentir menos ainda no próximo
fim de semana.
Dois dias de infinitas tentativas de me fazer retornar o namoro. Atuar
perante a mídia durante o desfile com sorrisos falsos e respostas vagas, tudo
isso com ele ao meu lado. Não sou idiota, sei que minha família vai fazer isso,
impor a presença dele na minha breve visita.
Já passa das cinco da tarde quando desisto de tentar adivinhar onde
vamos já que depois de jogar o endereço que ele enviou no GOOGLE e ver
que lá é um condômino e pego meu celular.
Selena: Arthur, preciso saber onde vamos, já que me passou o seu endereço.
Enquanto espero a resposta, resolvo aproveitar para começar a levar
tudo de volta para o closet e ouço o som de mensagem recebida.
Arthur: Preocupada com o que vai vestir?
Selena: Será que pelo menos uma diga você pode dizer?
Porque seria de grande ajuda.
Arthur: Estou me sentindo especial, você pensando em uma roupa para me
ver. Que progresso.
Mas não se preocupe, coloque o que quiser e for se sentir confortável.
Ficaremos na minha casa.
Ficar sozinha com ele no trabalho é uma coisa, agora ficar sozinha com
ele em sua casa era outra história.
Trabalhava na empresa a alguns meses e já tinha beijado meu chefe e
agora estava indo para um jantar na casa dele.
Depois de muito jogar todas as roupas no closet, e de separar uma calça
jeans e blusa com manga ¾ azul e sapatilha. Tomo um banho rápido, me visto,
arrumo o cabelo e passo base e rímel. Pego uma jaqueta e desço para
portaria.
Chamei o Uber que demora mais do que esperado, me sobrando quinze
minutos para as sete. O problema é que o percurso no aplicativo mostrava
trinta minutos até o meu destino.
Entro no carro.
- Boa noite. Lower wacker, senhorita?
- Boa noite, isso mesmo.
Não andamos muito antes de termos que parar no sinal e meu celular
vibrar.
Alyssa: Oi Sel, como está as coisas em casa?
Selena: Oi Aly, tranquilas, agora como está o trabalho?
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Não gostava de mentir para minha melhor amiga, mas ainda não fazia
ideia de como contar para ela que tinha beijado meu chefe, o que dirá um
jantar.
Alyssa: Estão ficando ótimas, devo chegar na segunda a noite. Agora
tenho que ir, conversamos mais amanhã. Beijos.
Selena: Arrasa nas fotos, até amanhã. Beijos.
Aproveito para olhar as horas e só faltava três minutos e o carro estava
parado na avenida, e não parecia que iria sair do lugar tão cedo.
- Você acha que vai demorar para sairmos da avenida?
- Vou tentar entrar na próxima rua, mas vamos ter que dar uma volta.
- Não tem problema.
Já estava atrasada mesmo, o que era mais alguns minutos.
Para mim podia não ser nada, mas Arthur tinha outra ideia já que me
enviou mensagem.
Arthur: Vai me dar um bolo?
Selena: Não, mas vou atrasar.
Arthur: Posso te pegar, basta me mandar o endereço.
Selena: Eu já sai de casa, por mais que desistir desse jantar estivesse
nos meus planos.
Arthur: Pensou na possibilidade? Você não faria isso comigo, faria?
Selena: Já falei que pensei na possibilidade, você é meu chefe e já não
estava lidando com fato de termos nos beijado. E vou agora há um jantar
na sua casa.
Arthur: Vamos conversar sobre isso, Selena. Não gosto de pensar que
está desconfortável, mas também não vou ter essa conversa sem está
olhando em seus lindos olhos verdes. Quando chegar me avisa.
Vinte minutos depois eu estava pagando o Uber e avisando Arthur da
minha chegada. O porteiro do condomínio não parava de me encarar, por mais
que já estivesse dito que estava esperando Arthur Collins.
- Ele não avisou de nenhuma visita.
- Como eu disse anteriormente, ele já está vindo.
- Pode liberar a entrada dela.
Ouço a voz do Arthur ao mesmo tempo que abre o portão.
61
- Ela está liberada para acesso. – veio até mim. - Me desculpa ter feito
esperar.
- Não tem problema.
- Você está linda. – e me abraça. – E muito cheirosa.
- Obrigada, você também está muito bonito.
Ver ele assim em seu ambiente era estranho, não parecia nada com o
chefe fechado com a qual estava acostumada. Porem tinha que admitir que ele
fica igualmente lindo de jeans e camisa.
Caminhamos um pouco até o final de umas das ruas do condomínio.
- Entre, sinta-se em casa. – diz e da um passo para o lado.
A sala era enorme e decorada de maneira neutra e masculina, como eu
imaginava.
- Sua casa é muita bonita.
- Obrigado, me da sua jaqueta e a bolsa.
Assim que tiro ele as pendura no armário ao lado da porta. Logo depois
coloca a mão na base das minhas costas e me guia pela casa.
Ele me leva até a porta de vidro ao lado da sala. O lugar tinha paredes
de vidros, tinha um colchão com varias almofadas em cima, em frente tinha
uma mesa de centro comprida com taças. O lugar estava lindo.
- Gostou?
- Está lindo.
- Que bom que gostou, espero que goste do jantar também. Porque já faz
algum tempo que não cozinho.
- Você está fazendo o jantar?
- Sim. Não sou nenhum chefe de cozinha, mas sei me virar. – ele se senta, e
me junto, sentando ao seu lado.
- Você é solteira, estou certo? – ele serve o vinho e me entrega uma taça.
- Certo.
- Então por que está sempre fugindo? Tem algo a ver com você quase ter
desistido do nosso jantar?
- Tem?
- Conte-me.
- É complicado.
- Isso eu já percebi, preciso do motivo da complicação.
62
- Você é meu chefe, Arthur, ou seja, trabalho para você e nem faz muito tempo.
Já nos beijamos e estou na sua casa para jantar. Mas o outro não tem nada a
ver com você.
- Quanto tempo você está solteira?
- Alguns meses, mas Arthur de verdade prefiro não falar sobre isso está bem?
- Está bem. Quanto tempo está no país?
- Vim com a minha amiga, Aly, para fazer o High School. Depois acabei
decidindo fazer a faculdade por aqui.
- Sente falta da França?
- Se refere a cidade ou a família?
- Ambos.
- Sinto falta da minha cidade, da culinária, de falar minha língua materna. Já
minha família e igualmente complicada.
- Todas são.
- Algumas mais que outras.
Ouço um barulho vindo da cozinha.
- Nosso jantar ficou pronto, já volto.
- Quer ajuda?
- Você é a convidada, sabia?
- Sim, mas quero ajudar.
Nós levantamos e vamos a cozinha. Ele tira do forno a massa e pede
para pegar a salada enquanto monta os pratos.
Pouco depois estamos sentados a na sala de jantar. Bebemos mais
vinho e comemos em silencio, mas sempre que olho em sua direção eles está
me encarando.
Quando terminamos ele retira os pratos e os leva para cozinha,
enquanto eu resolvo voltar para a varanda com meu vinho. Lá pude ver o céu
já está estrelado e em volta há varias arvores e pude ver a ponta de uma
piscina.
Sinto a respiração dele antes de sentir seus braços em volta da minha
cintura.
- Admirando a paisagem?
- Sim, mas estou pensando.
- Não sou muito fã quando pensa, sempre resulta em você fugindo.
- Você não devia fazer isso.
Ele respira profundamente antes de falar.
63
- Não me importa o que está acontecendo, mas não vou deixar você se fechar
e sair daqui sem me responder. Sei que gosta dos nossos beijos, então deve
ter algo de muito sério acontecendo?
Fecho os olhos e respiro fundo.
- Selena? – ele me vira deixando-me de frente para ele. – Você não parece
bem.
Não respondo e nem abro os olhos.
- Respira devagar.
E começa a acariciar o meu rosto, e por mais que tente negar esse
gesto estava ajudando a me acalmar.
- Arthur, quando falo que é complicado porquê é verdade. Minha vida está uma
bagunça e as únicas coisa constantes e certas na minha vida e o trabalho e a
Alyssa. – e o encaro.
- Não quero te deixar desconfortável, não te convidei para isso. Mas fique
ciente que não vou desistir, porque eu realmente gosto de você.
E então ele sela nos lábios de modo calma e carinhosa.
Esse não estava sendo como os outros beijos, parecia que queria
apagar o que estivesse me preocupando com esse beijo. E pela primeira vez
eu quis tudo o que podia me oferecer, sem pensar no depois.
- Arthur... – sussurro no momento em que seus lábios vão para o meu pescoço,
enquanto meu corpo se arrepia.
No momento em que voltou para os meus lábios, e sua língua adentrou
a minha boca, senti sua mão me puxando uma perna e depois a outra para sua
cintura, encostando as minhas costas na parede.
Pude sentir ele ficando excitado assim como eu. A pequena mordida em
minha orelha e nossas respirações ofegantes.
- Acho melhor pararmos por aqui. Não quero que saia correndo da minha casa.
– diz baixo, quase um sussurro.
- Não quero que pare.
Acho que minha decisão foi um choque. Então antes que pudesse
perder a coragem eu o beijei.
Pouco tempo ele caminhou comigo para dentro da casa, e logo eu
estava em sua cama. Ele já sem camisa e me ajudando a ficar sem a minha
também. Os seus lábios desceram até a junção do pescoço com o ombro e lá
deposita beijos e pequenas mordidas.
Ele desce sua boca no meio dos meus seios, enquanto sua mão abria o
fecho do sutiã, e sua mão prendendo as minhas a cima da cabeça, descendo
sua boca em um dos meus seios, me fazendo soltar um gemido. Depois de
trocar de um seio para o outro.
64
Sua outra mão desceu até o botão da minha calça, depois a outra se
juntou para tirar a minha calça, levando minha calcinha.
Eu o empurro fazendo deitar, me sentando com seu corpo entre as
minhas pernas e pude ver que Arthur se preocupava com o corpo.
- Gostou? – vejo seu sorriso de lado.
- Você sempre se acha assim, Arthur?
- Nem sempre, só quando estou com você.
Vou para beija-lo, mas no último centímetro desvio para seu peito.
- Isso não é legal, Selena.
Não parei, desci deixando beijos até sua calça e a desabotoei. E ele me
ajudou a tirar sua calça e para minha surpresa.
- Porque está sem cueca?
- Quando me avisou que tinha chegado estava me vestindo, não quis que
esperasse mais. – e deu os ombros, me deitando ao seu lado.
Ele esticou o braço abrindo a gaveta e pegando uma embalagem
laminada, colocando em seu membro. Se posicionando entre minhas pernas
penetrando devagar.
- Você é apertada...
Ele foi com calma é esperou um pouco para me acostumar antes de
começar a se mover devagar.
- Estou bem, Arthur. Não vai me machucar.
- Não tenho certeza disso.
Nossas vozes estavam mais que ofegantes, cruzei minhas pernas em
sua cintura. Acariciei seu rosto enquanto o beijava.
- Não vou quebrar. – disse contra seus lábios.
Ele aumentou a velocidade. O beijo estava abafando os gemidos.
Quanto mais ele aumentava a velocidade, mas eu sentia o orgasmo próximo.
O senti esfregando meu clitóris, e pouco tempo nós estávamos
gozando.
65
Selena
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- Nós sabíamos que ela tentaria alguma coisa para ficarmos por mais tempo.
- Você pode ficar, mas eu volto no domingo, me recuso a ficar mais que o
necessário.
- Ok, agora com quem você está?
- Com o Arthur, mas te conto depois.
- Pera aí, você passou a noite com o seu chefe? – diz gritando.
- Não grita, ele convidou para jantar... – então sinto beijos no meu pescoço.
- E ele está com você agora, acertei?
- Eu preciso desligar.
- Claro, aproveita porque quando chegar vou querer todos os detalhes. – E
desliga.
Me viro para Arthur.
- Não podia esperar eu terminar a ligação?
- Na verdade não. Bom dia. – e me da um beijo. – Fiz nosso café, mas achei
que iria te acordar.
- Estraguei seus planos?
- Não, eu sei lidar com improviso. Agora pelo que ouvi querem que fique mais
uns dias em casa.
- Arthur, eu não vou ficar mais que o necessário.
- Por mim não tem problema, pode tirar uns dias.
- Nem pensar. Dois dias é mais que o suficiente, alem de ser complicado e
exaustivo.
- Então vamos nos concentrar no café.
Arthur
Acordar com ela em meus braços foi melhor do que poderia imaginar.
Ela sequer acorda quando tiro o braço debaixo dela sem acorda-la, e me
levanto indo até o closet e visto uma roupa. Pego uma blusa minha e deixo na
cama para ela vestir junto com sua bolsa.
Pego meu celular e a carteira, tiro o carro da garagem e vou até o
mercado.
67
Como não faço ideia do que ela gosta de comer, pego salada de fruta,
bolo e suco. Volto e coloco café na maquina enquanto faço ovo e o bacon.
Levo o café para a mesa perto da piscina e vou para o quarto com a
intenção de acorda-la, mas a encontro falando no telefone. Não consegui me
conter vendo-a com a minha camisa e beijo seu pescoço, até que ela se
despede da amiga.
Agora estou levando para a área da piscina.
- Você vai alimentar que batalhão?
- Gastamos muita energia, hora de repor.
- Sua casa realmente é linda.
- Pode vim quando quiser, especialmente se tiver biquíni envolvido.
- Se você levar em conta que estou usando sua camisa, e quase como se
estivesse de biquíni.
- Já vi o que a camisa está escondendo, e prefiro quando não tem nada.
Consegui deixar ela sem graça, então deixei que tomasse o café sem
mais perguntas.
Já tinha conseguido descobrir sobre a relação com a sua família, e o que
ela disse ainda vagava em minha mente. Ela não parecia se quer querer ir para
casa, o que dizer passa mais tempo por lá.
Sou tirado dos meus pensamentos pelo celular toca, no visor mostra que
é uma ligação do Allan.
- Pode atender, estou muito bem acompanhada dessa salada.
- Não vou demorar.
Me levanto e volto para dentro de casa.
- Descobriu alguma coisa?
- Ex- namorado Josh Evans, se formou em direito e trabalha no próprio
escritório, pelo menos e o que diz para todo mundo. O escritório era do pai,
antes dele se tornar juiz. Ele chegou a morar aqui por um tempo durante a
faculdade, mas voltou antes de terminar o curso.
- Onde esse cara está agora?
- Mora na França, próximo a família da Selena.
- Descobriu algo sobre família dela?
- A família força a barra, sempre arruma uma maneira de coloca-los juntos,
mesmo antes do termino. Sempre pousaram como casal perfeito e feliz.
Pode ser por esse é o motivo que ela não quer ficar mais do que o fim
de semana.
- Se achar mais alguma coisa importante, me ligue.
68
Volto para área da piscina e Selena tinha parado de comer e estava
sentada com os pés dentro da piscina.
- Está tudo bem? – me aproximo. – Selena?
- Minha mãe tem o dom de estragar o meu bom humor.
- O que ela disse?
- Basicamente não se importa que eu tenha uma vida aqui. – ela continua
olhando para a agua. – Não tenho desculpas, o fim de semana terá eventos
nos quais terei que comparecer, sem contar que ela quer que eu troque a
passagem de domingo para terça.
- Eu já sei que não é isso quer, então já sabe o que vai fazer?
- Não sei, dois dias já vão ser um completo... inferno.
Me sento ao seu lado e a puxo para mim.
- Não é ficar lá que e o problema, então deve ser o acompanhante.
Ela deita a cabeça no meu peito, enquanto acaricio seu cabelo.
- Lembre-se e complicado, muito complicado. – ela coloca a mão sobre a
minha, depois que eu coloco a outra mão em sua perna. – Conheço a Aly
desde criança, estudávamos juntas e morávamos relativamente perto. Com o
passar do tempo ela passou a me acompanhar nos eventos da minha mãe.
Josh frequentava minha casa por causa da amizade de nossos pais, depois de
um tempo ele me chamou para sair e logo veio o pedido de namoro. Minha
família, especialmente minha mãe e avó ficaram muito felizes, e por um tempo
eu estava também.
Ela estava soluçando, minha blusa estava molhada por ela estar
chorando.
- Não consigo, Arthur.
- Está tudo bem, quando estiver pronta e quiser contar estarei aqui.
- E se eu nunca estiver?
- Conheço o que importa.
Depois que ela se acalmou, fomos para cozinha. Selena disse que
queria cozinhar, então ajudei picando as verduras para a salada enquanto ela
cuidava do resto.
Almoçamos na cozinha mesmo. E tivemos uma pequena discursão
sobre quem iria lavar a louça, mas conseguimos entrar em um acordo. Eu
cuidaria da louça e ela iria escolher o filme e pegar a sobremesa.
Passamos a tarde e o inicio da noite deitados no sofá em meio a filmes.
- Arthur. – estávamos no meio de jurassic world. – Preciso ir para casa.
- Não precisa, podemos passar a segunda toda bem do jeito que estamos.
- Você pode ficar, eu tenho que trabalhar.
69
- Eu sou o chefe, podemos faltar um dia. A empresa não sumir.
Mas ela não desistiu até eu leva-la para casa.
Quando voltei, reparei como a minha casa era grande e solitária. Então
peguei meu celular e enviei uma mensagem.
Arthur: Só tem uma hora, posso te buscar?
Selena: É claro que não.
Selena
- Achei que estaria de bom humor depois de dormir com o chefinho. – fala
rindo.
- Não foi nesse sentido Alyssa. Minha mãe me ligou, eu chorei na frente dele.
70
- Simples assim?! – me puxa fazendo sentar ao lado dela. – Sel, você só beijou
dois caras, bom três contando o chefinho. E só dormiu com o Josh, então isso
não é simples.
- Você é louca.
- Não tenho ideia. Eu não posso sair do emprego, mas já tinha pedido Arthur
para me liberar para o designer.
- Você me conhece, Aly não sou de seguir impulsos como fiz ontem. – pego o
celular na bolsa assim que ele vibra. – Vamos falar sobre como irei sobreviver
ao fim de semana? – leio a mensagem.
Selena: Por mais que a madruga tenha sido ótima, precisava voltar para a
minha casa. Mas não sabia que era um safado.
71
Arthur: Sabe eu posso chegar em trinta minutos, assim teremos o resto da
noite e quem sabe uma manhã também.
Selena: Não acho que meu chefe iria gostar que eu faltasse, ele tem uma
reputação de ser mal humorado.
- O fim de semana vai ser daqueles. – ela se levanta. – Vai curtir seu chefinho,
durma bem.
Arthur: Ele não vai se importar por que vai estar ocupado admirando a
secretaria gostosa que tem.
Selena: Arthur!
Perco a hora para acordar, mas pelo menos cheguei na hora. Ligo o
computador e vou a cozinha preparar o café. Ao voltar sinto uma mão em
minha cintura.
72
- Bom dia, Arthur. – respiro fundo.
- Respondendo minha pergunta com outra? – leva uma mecha do meu cabelo
para atrás da orelha. – Mas sempre fui, agora vem comigo.
- Não pude olhar, já que um certo chefe me puxou para sua sala antes que
pudesse conferir.
- Você também não iria se segura no meu lugar. Porem foi a melhor recepção
de bom dia que eu tive, chegar e encontrar de costas mostrando a bela bunda,
não pude me conter.
- O que? – tenta fazer uma cara de inocente. – Pensei nela a noite toda, ou
melhor desde que me deixou.
- Não te deixei, Arthur. Tenho uma casa na qual tinha que voltar.
73
- E me explica como eu iria me arrumar para o trabalho, ou tomar banho sem
não tinha nenhuma roupa comigo.
- Simples. Poderia usar uma roupa se fosse o caso, mas passar o dia na cama
e a melhor opção.
- Você é um safado.
Ouço meu celular tocar na mesa, Arthur se levanta e pega antes que eu
pudesse ir.
- Não achei que iria falar com ela depois da nossa conversa de ontem.
- Então já resolveu?
- Selena Laurent, como assim não vai trocar a sua passagem. Seu aniversario
está chegando e vou fazer um jantar na segunda.
- Eu não sei porque você trabalha, tem e que voltar para casa onde é seu lugar.
74
- Você vai estar nesse jantar, Selena. Agora fale com seu chefe e troque a
passagem, Josh sente sua falta.
- Vou falar pela última vez, estará de no jantar e irá estar com Josh.
75
- Não. Sem jantar, estou indo por que... – paro de falar e penso um pouco. – Na
verdade não tenho ideia do porque estou indo.
- Podemos ir para minha casa, você não parece estar se sentindo bem.
- Claro que posso, afinal sou o chefe. Alem do mais a empresa aguenta eu ficar
longe um dia para passar com você.
- Mereço mais que esse beijo, não acha? – diz enquanto caminho até a porta.
Saio fechando a porta e indo para minha mesa fazer o meu trabalho.
76
Selena
- Você não deveria tomar mais comprimidos e um espaço tão curto de tempo.
- Tem certeza.
77
Pedi um Uber já que Aly tinha me deixado no trabalho. Assim que
cheguei em casa a única coisa que fiz foi me deitar na cama e dormir um
pouco.
- Vai sair?
- Selena Laurent.
- Eu te conheço?
78
- Tenho um recado para você.
Não me sentia segura, na verdade, estava com medo de sair pela porta
do meu apartamento. A sensação de saber que era observada é sufocante. Eu
estava me sentindo como se estivesse alguém apertando forte o meu pescoço
impedindo que o ar entrasse.
- Mas que está acontecendo aqui? – então olha para meu braço. - Solta o
braço dela.
Não demorou muito para que soltasse meu braço, mas não se afastou.
Nem mesmo quando Arthur passou a mão em minha cintura.
- Quem é você?
Quando abri os olhos ele estava parado na minha frente, com as mãos
em meus ombros.
Não ia falar, Arthur não tinha que lidar com os meus problemas. Só eu
que tenho que lidar com eles.
79
- Conversamos melhor na minha casa.
- Selena...
Tiro as mãos dele dos meus ombros e cruzo as portas indo para o
elevador. No momento em que sai do elevador meu celular estava tocando
sem parar.
- Aly...
- Me conta, Sel.
- Eu...
- Eu estava... bem fui esperar o Arthur na portaria, já que ele estava chegando.
Foi quando um cara se aproximou e disse que tinha um recado para mim.
- Quem era?
- Não faço ideia, mas aí ele falou “Faltam quatro dias para o melhor fim de
semana de nossas vidas.”
80
Respirei fundo mais uma vez e continuei.
- Assim que ele começou a falar eu já tinha me tocado que era do Josh o
recado. O Arthur já estava do meu lado segurando minha cintura, eu estava me
segurando para não chorar. Então simplesmente foi embora, e como não
queria responder as perguntas voltei para cá.
- E o que vai fazer, porque uma hora Arthur vai querer saber de tudo.
- Ele sabe.
- Mas não contei tudo, só que Josh é meu ex-namorado, e que nosso namoro
foi incentivado pelas nossas famílias.
- Ele não vai saber da parte negra. – abro os olhos e me sento. – Vou me
deitar, não estou me sentido muito bem.
Largo a bolsa na cama e vou para o banho. Depois de quase meia hora
embaixo do chuveiro. Fazer isso sempre me ajudava a me acalmar.
Arthur: Me responde.
81
Arthur: Não vou desistir de falar com você.
Não respondi por que era o Josh, só apaguei. Não consegui mais dormir,
e nesse meio tempo fiquei assistindo vídeos no Youtube.
82
- Como você está?
- Boa tarde senhor Collins. Há papeis para serem assinados já estão na sua
mesa. – falei sem olhar em seus olhos.
Mesmo sabendo que não era sobre minha conduta profissional o segui
para dentro de seu escritório.
- Tem algo acontecendo, por que voltei a ser chamado pelo sobrenome?
- Isso não vai dar certo, Arthur. Então por que deveríamos insistir?
- Sua decisão tem a ver com aquele cara não é, o amigo do seu ex-namorado.
Seja o que for que está acontecendo temos que conversar.
- Arthur tem muita coisa acontecendo, não posso ficar com você.
- Pode não querer me contar, mas não pode me pedir para desistir de você.
- Mal me conhece.
Ele foi para sua mesa e eu sai da sala peguei minha bolsa e desci para
joalheira.
83
Arthur
Estou a horas tentando falar com ela e nada, sem retorno de nenhuma
das ligações e nem respostar para as mensagens.
Já tinha pedido até mesmo ao Allan para ver o que descobria sobre o
cara a partir das imagens de segurança do prédio dela.
- Estou fazendo o que posso, mas não tem nada. E como se o cara das
imagens não existisse.
84
Já estava a quase uma hora e meia socando o saco de areia quando
ouço meu irmão.
- Não sei o que fazer, não tiro a Selena da cabeça e só piorou desde que a
gente se beijou e dormiu juntos.
- Quando foi isso mano... Pera aí o cara que tem uma regra de nuca pegar
funcionária está pegando a secretaria gostosa?
- Se você falar isso de novo vou esquecer que é meu irmão na minha frente.
- Não é tão fácil, tem alguma coisa acontecendo e ela mão conta. Já coloquei o
Allan para investigar o ex-namorado dela, mas não deu em nada.
85
- Me diz mais uma vez porque você tem que ir nessa festa? – Pietro perguntou.
- Não queremos mesmo, mas se ela queria tanto alguém na festa, porque não
veio?
- Ela tinha uma viagem importante para atender um cliente. Vou entregar o
presente, cumprimentar algumas pessoas e vou sair assim que tiver uma
brecha.
- Claro.
- Arthur?
86
- Sei exatamente como é. Como Clara está?
- Está bem ali. – e apontou para ela, que estava junto com outras mulheres.
- Já vou indo, mas foi um prazer rever vocês. Quando forem a Chicago me
avisem.
- Não é.
87
- Admito que a chamei para sair, mas depois de tantas recusas eu já havia
desistido.
Conto para ele tudo o que já sabia e o fato do Allan não achar nada.
- O que você vai fazer? como você mesmo falou está na cara que tem alguma
coisa que está rolando.
- Falei com o Allan a pouco, mandei ele por um cara morando no prédio dela.
- Por que?
- Agora do que vai adiantar um segurança no prédio se ela vai estar com a
família no fim de semana com a família que provavelmente irá empurrá-la para
o ex.
- Nem me lembre dessa viagem. Ela não estava muito animada, na verdade
disse que por mais que ame sua cidade, ir para casa e sempre um inferno.
Conversamos por mais tempo até ele dizer que tinha um compromisso.
E eu precisava de um banho e dormir. Porem só peguei no sono depois das
três da manhã.
Acordei atrasado para reunião a qual não tinha animo nenhum para
participar. Durante a reunião estava distraído, nem sei ao certo que disse
durante as horas em que fiquei lá.
- Entra.
88
- O que Pietro?
- Allan não tem conseguido nada aqui, porque não manda ele para França
fazer a investigação. O cara não está morando lá? Vai ser mais fácil para
investigar.
Allan: Meu voo sai amanhã. Quanto ao cara pela descrição ele e
funcionário do Josh, está aqui para vigiar a Selena, desde que ele voltou
para Nice depois de se formar.
Selena
89
- Selena deixaram esse envelope para você.
- Obrigada Natalie.
Pego e vou para o elevador, mas antes das portas fecharem Arthur entra
e se aproxima.
- Obrigada.
- Não precisa ficar com medo, estou aqui. - diz e me abraça enquanto ligava
para segurança. - O que ouve com o elevador?... Quanto tempo?... Faça o
possível para não demorar.
- A má.
- Sim estamos presos pelo menos por meia hora, houve um blecaute na
cidade.
90
- Estamos juntos.
- Bom minha mãe não aceita que não quero jantar de aniversário, minha avó
está empurrando o Josh para cima de mim como sempre e para completar ele
vai me buscar no aeroporto.
- Não há motivo nem me lembro dele, o que eu sei e o mãe dele minha avó me
contou quando ia ao Brasil.
- Arthur.
91
- Não você falou.
- Golpe baixo Arthur... Muito baixo. - ele começa a distribuir beijos pelo meu
pescoço.
Ele toma minha boca de forma rude, como se dependesse do meu beijo para
viver.
- O que está fazendo...? - pergunto enquanto seguro a mão que tenta invadir
minha calcinha.
- Te mostrando que não vou desistir Sel. - murmura quase como um sussurro
antes de apertar minha bunda com a mão livre.
Arthur
Uso o polegar para acariciar sua boceta por cima da calcinha que está
ficando molhada de excitação, logo seus gemidos aumentam em minha boca.
- Como eu queria te comer aqui, mas não vou correr o risco de alguém te ver
sem roupa além de mim. - digo em um segundo entre o beijo.
92
Ela não responde, só me encara e tentando recuperar o folego. Não
demoro e volto a beija-la. Ela volta a rebolar, solta meu cabelo e segura meu
braço com força. Deixo seus lábios e esfrego minha barba em seu pescoço e
ela tira a mão do pescoço e volta a segurar com força meus cabelos enquanto
joga a cabeça para trás gemendo enquanto minha boca chupa seu pescoço em
várias partes.
- Desde que você fique na minha frente. - Ela me encara então esclareço.- Não
acho que irá pegar bem o chefe com uma baita ereção deixando o elevador
com a secretaria gostosa, que no momento está com os lábios inchados e tão
excitada quanto eu.
- Você não presta. Além do mais o seu andar só tem nós dois.- Diz e começa a
rir enquanto ajeita o vestido e eu me levanto e ajeito minha ereção dentro da
calça.
- Obrigada.
93
Então ela abre a bolsa e pega o celular e atende.
- Oi Aly... não fiz as malas ainda... eu sei... prometo que farei hoje... vai para
onde?... Madison?... volta quando?... está bem... vou me cuidar... pode deixar...
beijos.
- Não acabamos o que começou no elevador, e pelo que parece que vai está
sozinha vou levar para minha casa.
- E isso.
- Não você vai dormir na minha casa, vamos até sua casa e eu espero você
arrumar a mala.
94
Selena
O dia foi extremamente corrido. Mal tive como sair para almoçar, foram
relatórios atrás de relatórios e entres Eliza queria duas peças para uma cliente
antiga da empresa.
Se comporte, posso não estar por perto. Porem sei onde está
trabalhando.
95
- É está na cara que é mentira.
Então ele pega o papel da minha mão e o lê, logo em seguida se abaixa
segurando minhas mãos.
- Vamos passar na sua casa pegar suas coisas e vamos para minha casa. – dá
um beijo em minha testa. – Como eu queria que você não entrasse no avião
amanhã.
Ele se afasta e volta com um copo de água, depois vai até o escritório.
Meu celular vibra em cima da mesa, mas nem olho, só encaro o copo em
minha mão.
- Ao que parece você tem uma mensagem e por ser numero privado imagino
que seja dele. Não vou pedir desculpa por ler.
Então me entrega.
- Não vai adiantar ele não me manda mensagem se não for celular descartável.
- Arthur me olha como se tivesse perguntando como eu sei.- Já tentei
denunciar, a polícia disse que não tinha como ter certeza que era ele pois o
celular era pré-pago, não conseguiram rastrear.
O caminho até minha casa foi feito e um silencio mortal. Pode ver como
Arthur segurava o volante com tanta força e os nos dos dedos estavam
brancos, e seu olhar monstra que estava em seu próprio mundo.
96
Eu não sabia o que fazer ou o que dizer então virei para janela, mas
estava olhando de verdade para paisagem, na verdade estava pensado em
como iria escapar dele durante o fim de semana.
Então peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha avó
sabia que apesar da diferença de fuso, mas sabia que iria me responder assim
que pudesse.
Vovó: Não quer vim para cá? Isso não é jeito de passar o aniversário.
Selena: Queria muito, mas não foi só por saudade que enviei a
mensagem. Minha tia ainda está em Paris?
Vovó: Sim, no hotel de sempre. Vou avisar que pode ter companhia
no fim de semana.
Selena: Obrigada.
Estava tão focada nas mensagens que não reparei que já estávamos
parados na frente do meu prédio.
97
- Não vou estar com ele, Arthur.
- Sua família vai empurrar ele para cima de você. Não vai?
Suspirei e disse.
- Provavelmente. - abri a porta. - Vem Arthur. Quanto mais cedo terminar mais
rápido vamos ficar juntos na sua casa.
- Vou pedir uma pizza e assistimos um filme. Tem algum sabor preferido?
Ele diz que vai fazer o pedido e que depois vai tomar banho, mas que o
dinheiro está na mesa e que o entregador vai vim até aqui.
Selena: Palhaça, mas falando o Josh mandou avisar que vai estar no
aeroporto.
Quando ela falou namorada meu coração ficou pesado e parecia que
estava sendo arrancado do meu peito, eu queria chorar? Claro, mas não iria
chorar, uma coisa que minha avó havia me ensinado era ser forte sempre que
eu conseguisse.
- Esta bem.
99
- A pizza chegou?
- Vai ela está esperando. De qualquer forma Aly quer falar comigo e não para
de ligar então... só vai.
- Aly.
- Sim, mas não liguei para falar sobre isso. A namorada do Arthur acabou de
aparecer.
- Mas que droga Sel, ainda não terminei as fotos, mas posso ir embora se
quiser.
100
- Tem certeza?
- Até.
- Claro que temos, você só está encantado por essa aí. - disse apontando para
mim.
Então Arthur se virou, veio até mim foi quando notou a bolsa em minha
mão.
- Cala a porra da boca. – tenta pegar a minha bolsa, mas eu puxo de sua mão.
-Você fica Selena.
101
- Não acho que seja uma boa ideia.
Uma hora depois, em meio a tanto silencio decido sair do quarto. Como
não encontro nenhum dos dois pela casa e nem na porta da frente, pego o
celular e chamo um Uber.
102
Arthur
Vou até a varanda onde Amanda está sentada como se fosse dona da
casa.
- Não tenho motivo para te procurar e achei que tinha deixado claro quando
proibi sua entrada na empresa.
- Olha como você fala dela, mas o que quero agora e você fora daqui.
103
A acompanhei até a portaria. Amanda não parou de reclamar ou de falar
que me amava.
Não pude impedir ela de andar de costas para rua, avisei que não era
uma boa ideia, mas não consegui chegar antes que fosse atropelada.
Saí do hospital e fiz sinal para um taxi e dei meu endereço. Quando
chegamos pedi que esperasse um pouco e peguei o dinheiro.
- Porra!!!
- Selena, sei que você deixou cair na caixa postal, atende vamos conversar, me
deixa explicar o que aconteceu...
104
Arthur: Vamos conversar, por favor.
Selena
Ao sair do carro parecia que a temperatura parecia ter caído uns dez
graus. É claro que o fato de estarmos no meio da estação de outono tinha
muito a ver com isso.
- Oi Steve.
- Sel? Está tudo bem? Entre vamos tirar essa roupa molhada.
105
Fiz que não enquanto ele me puxava para dentro de seu apartamento.
Além de Aly, Steve era o único que sabia o que tinha acontecido no meu
passado.
- Minha vida está uma bagunça Steve, muito mais do que ela já era.
- Ah Sel.
Quando acordei meu corpo inteiro estava doendo era tudo o que eu
precisava ficar doente. Fiquei feliz por ter me lembrado de colocar as roupas na
secadora, ou não teria roupa para trabalhar.
106
- Obrigada pela sinceridade. - me sentei. - Tem algum remédio para dor?
- Tem. Vou pegar, fiz café e pela sua cara você não dormiu quase nada.
Tentei sorrir, mas só conseguia pensar em como minha vida tinha virado
uma bagunça maior do que já era em apenas alguns meses.
- Tem certeza está chovendo e não está com cara que irá parar tão cedo.
- Fim da tarde.
- Se quer tanto saber o que ele quer tome atenda você. – lhe entreguei o
telefone e fui para o meu quarto pegar o computador.
107
Arthur
Ela não dava sinal de vida. Não consegui dormir pensado nela e em
como deveria estar. Para completar o dia tinha começado com uma chuva que
só havia piorado.
- Porra!!
- Selena, me descu...
- Não é a Selena.
- Alyssa?
- Ela apareceu.
- Está bem?
- Olha ela não precisa de mais problema, Arthur, acho melhor dar um espaço.
- Eu a amo Alyssa.
108
Então ouvi bem de longe a voz dela. "avise seu amigo que não irei
trabalhar."
- Ela não está se sentindo bem, mas vou ver o que posso fazer para te ajudar...
Sel? Droga preciso ir.
Não consegui perguntar o que tinha acontecido, quando notei ela já tinha
encerrado a ligação.
Selena
Sai da cozinha logo que ouvi ela falando que iria ver o que podia fazer.
Aly não ia me convencer de falar com ele.
109
Não queria conversar. Voltei para meu quarto, meu corpo ainda doía
então tomei um remédio mais forte e acabei dormindo.
Senti uma mão afastando meus cabelos do meu rosto. Abri os olhos
ainda meio sonolenta talvez não só pela noite sem dormir, mas também pelo
remédio e foi quando eu o vi sentado do meu lado.
- Arthur...
110
Arthur
Meu lado egoísta não queria acorda-la, parecia um anjo dormindo. Ver
seu rosto sereno que agora tinha alguns cachos em cima dele, mais uma vez
não resisti em tira-los de seu rosto e foi quando seus olhos abriram um pouco e
quando me viu falou meu nome com voz de sono.
- Oi.
111
- Selena... - estiquei a mão para toca-la, ela puxou as pernas para junto de seu
corpo fugindo do meu toque. - Não irei te tocar se você, se é isso que deseja,
mas quero que me escute.
- Vim conversar e quando cheguei você estava dormindo então esperar foi o
único jeito que encontrei, já que atendia minhas ligações e nem respondia
minhas mensagens.
- Você não devia estar aqui. - falou com rispidez. - Devia estar com sua
namorada.
Ela não olhava em meus olhos, mas notei que algumas lagrimas caiam
em seu rosto e meu coração doeu.
- Doí Arthur... – segurava a mão em cima do peito com bastante força. - E você
não tem ideia do quanto de dor eu estou sentindo.
- Exatamente, eu estou mais que magoada e não sei o que fazer, ou o que
pensar. Mas vai em frente fala o que tem para falar.
112
A respiração dela ainda estava irregular voltou a acelerar quando me
aproximei, talvez eu ainda tivesse alguma chance com ela afinal.
- Como assim?
- Teve um dia, ela tentou entrar na minha casa. Tive que proibir a entrada dela
no prédio da empresa. Naquele dia, já fazia duas semanas que tinha
terminando.
Mordi seu lábio inferior, gemi seu nome entre o beijo, eu sabia que ela
estava tão excitada quanto eu. Sua respiração estava ofegante e então ela
começou a gemer meu nome enquanto chupava seu pescoço que ficou
vermelho naquele ponto. Estávamos ofegantes quando parei e descansei
minha testa na sua.
- Mas você tem que saber... que eu nunca senti por ela o que sinto por você,
eu... – ela tampou a minha boca.
- Selena...
- Selena?!
113
Alyssa
- Conseguiu?
- Ela não quis me ouvir, mas disse que conversamos quando voltar.
- Fala.
- Pode deixar, mas já aviso que normalmente e uma bom atrás da outra.
Arthur foi embora e eu voltei para meu quarto. Assim que terminei de me
arrumar e fui até a porta do quarto da Selena e estava trancada ela quase
nunca trancava a porta.
- Tem certeza?
- Aly, não quero discutir sobre isso. Então por favor já não quero ir, mas o que
menos quero agora é falar.
114
Me dei por vencida ela não iria falar, só iria se fechar mais. Embarcamos
duas horas depois sem nenhum problema.
Josh
- Porque você é minha namorada, não vamos demorar tenho planos para mais
tarde.
- Que planos?
- Segredo Chérie*.
O jantar com meus amigos estava muito bom. Minha namorada se deu
muito bem com as acompanhantes dos meus amigos, mas depois de três
horas, Selena disse que estava cansada e tinha aula na manhã seguinte. Então
nos despedimos e peguei o carro e a levei para o seu apartamento.
- Você está tão sexy nesse vestido. - sussurrei em seu ouvido, enquanto ela
entrava, então a empurrei contra a porta fechando-a. Comecei a beijar seu
pescoço.
Pressionei meus lábios nos dela. Minha língua entrando em sua boca ao
mesmo tempo que minha mão segurava seu pescoço e a outra sua cintura. Ela
115
gemeu bem baixinho na minha boca, desci as mãos pelo seu corpo até a base
do vestido e subi por dentro, meus dedos foram até a sua calcinha e ela ficou
paralisada por dois segundos, enquanto tirava sua calcinha.
- Relaxa.
Deitei ela na cama e quando levei o dedo até sua boceta que vi que
estava molhada, mesmo assim se contraiu ao meu toque. Então tirei minha
roupa e coloquei o preservativo enquanto olhava para ela com respiração tão
encurtada quanto a minha.
- Vai devagar.
Sai e meti com força que fez ela arquear as costas. Vi que havia
lagrimas em seu rosto, mas não me importei sabia que era virgem e ela devia
saber que iria doer.
Selena achava que por conta dos quilômetros que nos separava tinha
deixado de ser minha, mas vou ter muito tempo para lembra-la da verdade. Sai
da casa dos meus pais e fui em direção aos motoristas.
116
Entrei no carro e fomos para o aeroporto. Chegamos cedo para que não
tivesse escapatória, teria um tempo a sós com minha mulher e colocaria ordem
nesta bagunça.
Selena
Não sentia falta de ser alvo das fofocas por estar próxima dele ou da
minha família. Acho que era a vantagem de estar longe era ficar fora do radar,
se bem com o Arthur deveria ser o mesmo. Não tinha como eu saber, nunca
saímos de verdade.
E nesse momento sentir um calafrio subir pela minha coluna, não sabia
como medir o tamanho do medo que estava sentindo.
- Esqueceu que eu mando, e principal não negue nada para mim. Agora
vamos.
Quando virei o carro com Aly já tinha partido. Eu sabia que ele iria fazer
de tudo para impor sua presença, mas essa era nova.
117
- Eu tenho escolha, posso pegar qualquer um daqueles taxis. – aponto para os
carros parados mais a frente. – E não volte a me beijar.
- Parece que vou ter muito trabalho para o fim de semana, já que esqueceu
quem manda aqui. – e apertou ainda mais forte.
- Não estamos mais juntos, e pela última vez você não manda em mim.
- Você sabe o quanto detesto que falem não, sem falar do seu comportamento.
Vamos ter que resolver isso durante o fim de semana.
- Sim.
- Vamos ter uma longa conversa hoje, nem tente fugir não vai adiantar. Sabe
que sua família me ama.
Mas em um verão o último antes dele se formar, quando ele decidiu que
iria voltar para França e eu falei que queria fazer faculdade em Chicago, bom
digamos que naquele verão eu aprendi o resultado de dizer não para ele.
Nunca chegou a me agredir como estava fazendo, pelo menos não fisicamente.
Eram sempre gritos.
118
- Josh querido.
- Senhora Laurent.
- Olá vovó.
- Selena, mas que roupas são essas? - disse olhando para mim de cima
abaixo.
Olhei para minha roupa e não vi nada de errado, estava de jeans preto,
blusa branca com jaqueta preta e tênis.
- Espero que use a roupa que está no seu quarto hoje à noite.
- Bom sabemos que ele piorou com o tempo. – apontou para meu rosto.
- Ele nunca fez isso. Vamos colocar gelo antes que fique roxo.
Arthur: Sei que não queria viajar, mas espero que esteja tudo bem. Já
que você não me deixou falar, mas fique sabendo que não vou desistir
mesmo que demore muito tempo.
119
As mensagens eram de 4 horas atrás.
Alyssa voltou e me ajudou. Meu queixo não estava tão ruim, mas o meu
braço agora tinha pequenos hematomas para provar que, Josh não era mais o
mesmo com que tinha me relacionado.
120
Arthur
Alyssa: Selena está com algumas marcas no braço, ele não nunca fez
isso. Então vai ter que prometer não surtar, ela me mataria só por saber que
estou te contando.
121
Arthur: Vou pegar meu jatinho assim que chegar te aviso. Não deixe
os dois sozinhos.
Alyssa: Que parte do “ela me mataria só por saber que sou sua espiã”
não entendeu?
Liguei para Charles e pedi para preparar o jatinho para dali duas horas.
Corri em casa e fiz uma mala em tempo recorde, peguei o carro e fui até
a cobertura do Pietro.
- Mano, que está cedo. Cheguei em casa tem menos de três horas e você tinha
que me fazer levantar? – abriu a porta e se sentou no sofá.
- Como assim?
- Foi.
- E você vai ir até ela e fazer o que? Invadir a casa e jogar ela no ombro ou vai
socar o cara?
Assenti.
122
- Então ela mal chegou lá e já aconteceu isso. Agora o que eu quero mesmo
saber é o que você está fazendo aqui e que não está no jatinho?
- Não vai se meter com a Alyssa, te conheço muito bem, então nem se
aproxime dela.
Selena
123
Aly entrou no quarto no meio da tarde e como não tinha descido para
almoçar, trouxe um lanche. Aproveitei o tempo para dormir e tinha dado a copia
da chave para ela me acordar.
- Bom...
- Não sei bem, ouvi sua mãe conversando com o Josh no escritório eles
chamaram a impressa vai cobrir o jantar.
- Bonjour* senhoritas, vim desfazer a mala e avisar que a senhora sua mãe
pediu para se aprontarem.
- Não sei senhorita, a única coisa que sei e que vocês devam se aprontar.
Selena: Sua sorte é que seu pequeno presente não me causou trabalho
para ser escondido.
124
Ao olhar no espelho vi que os hematomas estavam ainda mais escuros.
Então fui até o quarto ao lado onde Aly estava. Ela já estava vestida com um
vestido azul celeste tomara que caia com recortes nas laterais da cintura e uma
fenda na lateral direita com cílios destacados e um batom escuro seus cabelos
estavam soltos e ondulados.
- Para Sel estamos mais que lindas estamos maravilhosas, sua mãe pode não
se tocar em alguns pontos, mas sabe desenhar vestidos deslumbrantes.
125
Garçons andavam pelo salão servindo bebidas e petiscos. Havia uma
grande mesa com frutas, doces e salgados, e a banda tocava musicas suaves,
pessoas dançando na pista improvisada em um dos cantos do grande salão.
Arthur
Selena tinha mandado uma foto do seu ombro e nele havia um roxo no
local onde eu havia mordido nunca fiquei tão feliz. O vestido escondia minha
obra, mas na foto pude reparar alguns pontos escuros em seu braço.
Arthur: Confesso que fiquei feliz em saber que minha obra está
embaixo desse vestido, que por sinal tenho que dizer, está maravilhosa.
126
Selena
- Concordo, sua mãe nem reclamou de irmos embora amanhã e esse silencio...
- ela olhos para os lados e continuo de forma que somente eu a ouvisse. - Está
me deixando apavorada, sua família sempre falou muito.
- Este fim de semana está sendo um dia de muita alegria para a família
Laurent. Primeiro o lançamento da coleção de inverno. – uma salva de palmas.
- Segundo a visita e o aniversário da minha querida filha, mas quem irá
anunciar a grande notícia será meu querido Josh Evans venha.
Como assim noivos? – essa era a única frase que rondava minha
cabeça, dessa vez eles tinham se superado.
- Vai até seu noivo Selena.
Minha família estava louca só podia ser. Olhei para Aly que não sabia o
que fazer, então me inclinei até seu ouvido e falei.
- Agradeço a todos pela presença, o anuncio não só foi uma surpresa para
vocês, mas para mim também. Porém o que venho informar e que eu e o
senhor Josh Evans não estamos juntos, e não estamos noivos.
- Fechei minhas malas, agora falta a sua. La em baixo está uma zona.
- Quando cheguei lá sua mãe disse que você mentiu, por que não queria que o
anuncio fosse hoje.
128
Assim que Aly saiu, peguei minhas malas que estavam no canto e as
coloquei no meio do chão, separei uma roupa para me trocar, e fui ao banheiro
tirar a maquiagem, lavei o rosto. Então tirei o vestido e coloquei uma legging,
uma blusa e deixei o casaco em cima da cama.
- Aiiii...
- Não gostei daquele show, na frente de todos. - ele gritou para mim enquanto
me jogou no chão.
- O que deu em você para falar aquilo. - ele me puxa para cima e segura meus
braços com força e me empurra para a parede.
- Não estamos juntos Josh, acabou tem muito tempo e muito menos noivos.-
me deu um tapa forte no rosto.
Então veio para cima de mim, eu soquei seu peito, tentando empurra-lo,
mas ele segurou minhas mãos acima da cabeça e com a outra mão circulou
meu pescoço apertou.
- Você não só saiu com aquele cara, como o deixou tocar em você.
- Você o deixou te tocar, não deixou Selena? - continuo a gritar, e bateu minha
cabeça contra a parede. – responde.
- S-sim.
Ele soltou meu pescoço e me deu outro tapa ainda mais forte no rosto,
eu gritei e ele prendeu meus pulsos.
129
- Você transou com ele. Eu sei que sim.
- Você não pode me dizer... com quem eu devo sair... ou com quem eu devo ou
não dormir.
Ele ficou ainda mais zangado, tanto que me jogou na cama, e começou
a bater ainda mais, eu soluçava de tanto chorar, meu rosto queimava e
pescoço doía.
Puxou a minha blusa ate que ficasse na altura da minha boca e a cobriu.
Abaixou até o ponto entre meu pescoço e o ombro me mordeu tão forte que
juro que senti algo escorrer quando se afastou.
Não tinha como me soltar, não tinha força mais nem para chorar. Nunca
achei que ele fosse capaz de fazer algo assim, mas parte de mim não estava
surpresa depois do que fez mais cedo.
Mais um tapa atingiu meu rosto, saiu de cima de mim e tirou o que
sobrava de roupa, tentei gritar de novo quando ele se posicionou separando
minhas pernas.
Tudo o que eu pensava era que eu iria ser estuprada na casa da minha
família e não tinha nada que eu pudesse fazer. Ele tirou o pano de minha boca,
abri a boca para gritar, mas nenhum som saiu, lagrimas escorriam cada vez
mais pelo meu rosto.
130
Foi quando ele segurou meu queixo e forçou meus lábios a se
separarem e então senti sua língua em minha boca. Havia tanta raiva, ódio,
agressividade vinda dele que quando ele mordeu meu lábio inferior pude sentir
o gosto do sangue em minha boca.
- Sel...
Falar estava mais difícil minha garganta queimava mais quando tentava.
Então ela pegou uma nova roupa e me ajudou a me vestir. E terminou de
fechar minha mala. A casa estava um completo silencio, já passava das duas
da manhã. O taxista guardava as malas enquanto Aly me ajudava a entrar no
carro.
Fomos a delegacia por insistência de Aly e fiz mais uma denúncia contra
ele, e o delegado só disse que iria "investigar" o que não iria acontecer pois
todos eram amigos íntimos do juiz Evans, o pai do Josh, e jamais iriam prender
ou fazer qualquer coisa contra a família dele.
- Que?
- Sou sua amiga, mas ele me pediu para contar se algo acontece.
- Ele sabe...
131
- Não, mas ele devia saber.
- Me desculpa.
132
Arthur
- Estamos no hospital.
- Qual hospital? – vou o quarto do meu irmão e bato na porta até que ele abre.
- Saint-Antoine.
- Estou a caminho.
Desligamos e contei para o meu irmão o que aconteceu. Ele disse que
cuidaria das coisas aqui, e que eu desse notícias.
133
Depois de insistir muito e garantir que a paciente em questão era minha noiva,
finalmente me indicou o quarto.
Alyssa não estava. Então caminhei até Selena. Havia roxos no queixo,
testa, pescoço. O lábio e o nariz tinham cortes e em seus ombros marcas de
dentes. A testa, as mãos estavam um pouco esfoladas. Eu queria matar aquele
cara por fazer isso com ela.
- O que disseram?
Já era quase oito da manhã quando o médico veio verificar como ela
estava. Ele disse que sua traqueia estava inchada pelo trauma da asfixia que
iria melhorar com alguns dias, e que estava com roxos pelo corpo que
sumiriam em algumas semanas.
- O que vai adiantar? Você vai bate nele e aí? Ele entra com processo e com
isso ele faz com que ela fique sozinha e você na cadeia.
-Sim, Arthur nunca vão fazer nada o pai dele é juiz aqui todos conhecem ele ou
devem algum favor a família.
- Ela não vai voltar e ele não vai chegar perto dela de novo. Pietro leva a
Alyssa para tomar café e organize nossa volta.
Selena ainda dormia, a enfermeira tinha avisado que logo ela acordaria
e o médico iria dar alta assim que verificasse ela novamente.
- Arthur...
134
- Shhhh, não fala nada, você precisa descansar.
A voz dela era baixa como um sussurro quase não saia som.
- Vou te levar para casa, e vou cuidar de você vai ficar tudo bem.
Pietro voltou e Alyssa foi avisar o médico que Selena tinha acordado.
Duas horas depois Selena recebeu alta, mas ainda estava com sono e
acabou dormindo enquanto íamos para o aeroporto. A carreguei para o jatinho
e a coloquei na poltrona ao meu lado.
Selena dormia tão profundamente que não acordou nem nenhuma das
vezes que eu a carreguei.
Quando tirei a sua roupa para colocar uma de minhas blusas, vi todos
aqueles roxos e marcas de mordida ela estava muito machucada, nunca senti
tanta raiva. Peguei a pomada e passei nos machucados e a vesti. Dormi
aconchegado em seu corpo.
- Até quem fim, estou tentando te acordar a um tempão.- sua voz ainda estava
falhando, o médico avisou que ela iria ficar assim por uns dias até o inchaço
diminuir.
- Você está bem? - olhei o relógio e era uma da manhã. - Precisa de alguma
coisa?
- Queria tomar água, mas quando fui levantar você me prendeu ainda mais.
- Mas...
135
- Aqui, você está com dor?
- Um pouco.
- Só você.
136
Selena
Ao lado do criado mudo havia uma mesinha ao lado da cama com café e
um papel dobrado em baixo do meu celular.
Tinha certeza que ele havia tirado minha roupa e colocado sua blusa,
então fiquei na cama vendo tv.
Tentei falar com a Alyssa durante duas horas, mas só dava caixa postal
então imaginei que estivesse trabalhando. Levantei já perto do horário de
137
almoço e fui até o banheiro quando tirei a blusa e olhei no espelho e vi meu
estado, o pior hematoma eram nos ombros que além de roxo ainda estava com
pequenos machucados onde ele havia cravado os dentes.
Ele não diz nada, só me pega e coloca sentada na bancada, vai até a
banheira e abre a torneira. Tira sua camisa e me leva até a banheira já cheia,
se sentou e me fez ficar entre suas pernas.
- Arthur?
Com muito cuidado ele molhava meu corpo e com cuidado ainda maior
como se eu fosse quebrar ele começou a me ensaboar.
- Arthur...
- Selena...
- Não Arthur. Você está me tratando como um bibelô que pode quebrar, eu
estou bem.
138
- Não vem me falar que está bem, você está cheia de hematomas e sabe se lã
o que aquele filho da puta poderia ter feito.
- Olha eu vou ficar bem, os machucados vão se curar em alguns dias e não
passara de lembranças ruins.
- Vou melhorar.
- Selen...
Assim que nossos lábios se tocam, ele hesita por um segundo, mas logo
começa a corresponder e sua língua entra em minha boca.
Me puxa para mais perto, um braço envolve meu quadril e sinto ele
enfiar os dedos em meu cabelo. Então mordisca meu lábio inferior, aperto um
de seus bíceps tentando me estabilizar. Seus lábios se afastam dos meus e
começam a percorrer o caminho até meu pescoço do lado que não está
machucado, onde dispara beijos e gemidos que me deixam de boca aberta
sem conseguir emitir qualquer som e arrepios que percorrem todo meu corpo.
- Quem é?
- Você já vai conhecer, pedi para ela levar nosso almoço para a varanda.
Assenti e fomos nós vestimos e estava indo para a varanda quando ele
me pegou no colo.
- Não.
139
- Não, deixa de ser teimosa.
- Sei que pode, mas prometi a sua amiga que iria cuidar muito bem de você.
- Isso inclui me carregar? Por que até onde eu sei não quebrei nenhum osso.
- Não reclama.
Depois que almoçamos Arthur me levou para sala onde ficamos no sofá
vendo maratona The big bang theory durante toda a tarde.
A noite Aly me ligou falando que minha mãe estava louca atrás de mim
ligações e que estava ameaçando vim nos visitar, mas eu fiz diferente e
mandei uma mensagem para ela.
Selena: Mãe para de ligar para a Alyssa. Ela tem uma vida, não pode
ficar por sua conta só porque não quero te atender.
Nós falamos outro dia.
Naquela noite antes de nos deitar Arthur fez questão de cuidar dos
machucados. Passou a pomada em cada um dos lugares que precisava com
bastante atenção.
140
Depois me deitei em seu peito enquanto a sua mão subia e descia pelo
meu braço. No quarto foi tomado pelos sons de nossas respirações e a
televisão.
Ele estava em cima de mim, me agredindo. Queria gritar, mas a voz não
saia.
- Para...
- Selena?!
Abri os olhos e o Arthur com o olhar preocupado.
- O que você está fazendo?
- Eu que pergunto, você estava gritando e se debateu até sair do meu peito.
Me sentei e segurei a mão dele.
- Desculpa.
- O que aconteceu?
- Foi só um pesadelo, vamos voltar a dormir.
- Não quer falar sobre o pesadelo?
- Não, vamos dormir por favor.
Ele concordou e se deitou me puxando para o seu peito, nos cobriu
novamente e deu um beijo em minha testa.
141
Selena
Ele também achou melhor eu ficar em casa até que me sentisse melhor,
o que redeu para Eliza varias peças de joias. Meu corpo estava bem melhor já
não sentia dor, os cortes estavam cicatrizados e os hematomas haviam
desaparecido.
- Para que?
- Não vai ficar andando pela cidade sozinha com esse cara solto por aí.
142
- E o percurso até a aula e o período da aula?
- Não.
- Está bem, contrata o tal segurança se isso vai te deixar tranquilo. Mas não
vou ficar com ele dentro da sala de aula.
E foi isso, no final do dia Arthur apareceu com o Douglas, meu motorista
e segurança.
- Vou me lembrar disso senho... Selena. O senhor pediu para que levasse para
casa dele.
- Está bem.
- Arthur...
Então minha voz sumiu quando senti seu polegar acariciando meu
clitóris. Ofeguei quando ele intensificou os movimentos em meu clitóris e me
penetrou com um dos dedos.
143
- Mas- mas foram algumas horas.
Ele me puxa para cima de forma que eu prendo minhas pernas em sua
cintura de forma que a única barreira que me impedia de sentir seu peito era o
meu sutiã, suas mãos na minha bunda e começa a andar.
- Arthur...
- Selena.
Eu o empurro de modo que ele se deita na cama e fico por cima dele.
Voltei a beija-lo e ele toma minha boca com ferocidade.
Separei nossos lábios e comecei a beijar seu pescoço depois fui para
seu abdômen. Arthur joga a cabeça traz quando dou algumas mordidas entre
os beijos e ao me ver puxar sua boxer, seguro firme ao redor da base, ele olha
bem na hora em que lambi a ponta de seu membro.
A cada estocada ele rosnava, então meteu com tanta força que gritei,
indo cada vez mais fundo, eu senti o orgasmo se aproximando.
- Você é tão linda. - me beijou enquanto entrava e saia agora devagar. - Olhe
para mim.
144
Abri os olhos e o olhei, gemeu, mudando o ritmo para um pouco mais
rápido.
- Ah! - foi tudo o que saiu em forma de grito quando atingi o orgasmo.
Senti quando ele também atingiu o seu orgasmo. Meu corpo ainda
tremia quando ele apoiou sua cabeça em meu pescoço. Sua respiração contra
meu pescoço, podia sentir a fina camada de suor em nossos corpos, nós dois
estávamos sem folego. Então ele me puxa para perto e eu me deito a cabeça
em seu peito.
- Eu te amo Selena.
145
Selena
Essa era a frase que estava se repetindo em meu cérebro a minutos que
mais se pareciam horas.
- Selena?
- Por que não teria? O Pietro já sabe, minha mãe sabe que estou com alguém
e quer conhece-la. Está mais que na hora.
- Bom...
- O que foi?
- Está bem.
- Agora descanse.
146
Peguei no sono sentido seu braço subindo e descendo nas minhas
costas.
Quando acordei Arthur não estava na cama e nem pela casa o que vinha
acontecendo com frequência nos últimos dias. Só o víamos na empresa depois
do almoço. O que fazia me fazia passar cada vez mais tempo joalheria do que
no escritório.
Havia uma caixa de veludo e quando abri tinha um dos colares que
havia desenhado a algumas semanas.
O colar que estava em minha mão era ainda mais bonito do que quando
estava no papel, os diamantes lapidados de brilhantes em diferentes tamanhos
e alguns lapidados em navete, perolas e as água marinha em formato de gota.
- Sel, conversei com meu irmão e apesar de ele não ter gostado da ideia de
perder a secretaria e a namorada. Você tem desenhado peças maravilhosas e
agora está se especializando na criação
- Selena, você é a mais nova designer e claro que enquanto não contratamos
outra secretaria para ele, você ficara nas duas funções. E claro se aceitar.
- Obrigada.
147
Arthur
- Irmãzinha pode ter me roubado minha secretaria, mas ela ainda é minha
namorada, vamos?
- Dramático. Ela continua sendo sua, só quero a Selena para a criação e como
cunhada.
- Ah por favor Pietro me contou quando vocês foram a Paris, fico feliz por
vocês.
- Obrigada.
- Não vou.
- Meu trabalho sr. Collins, ainda sou sua secretaria e o Pietro pediu para
atender o celular.
- Aly usou o celular dele para me ligar um dia, deve ter salvo.
148
- Agora irmãozinho dá um fora, ela é minha e temos algumas peças para
finalizar.
- Está me expulsando?
- Sim. – começo a ser empurrado da sala. – Entendi não sou bem vindo.
- Eliza, calma.
- Passo para te ver antes da aula. – mando um beijo para ela que sorri.
- Fala Pietro.
- Você ligou para minha namorada para chamar minha atenção, por conta
disso?
- Responde.
- Claro que você vai. desgruda da sua namorada por uma noite não vai te
matar.
- Uma noite dos homens mano. Além do mais Alyssa vem reclamando que não
passa mais tempo com a amiga e quer uma noite das meninas.
- Acho que a Selena precisa disso. Vou avisar ela, mas pode confirmar.
149
- Então o lance é sério.
- Vai desfilar.
Já estava quase na hora dela ir para aula. Douglas disse que um cara
seguiu ela durante uns dias, mas não se aproximou. E pela discrição era o
mesmo cara que a cercou na porta do apartamento.
- Entra.
- Eliza pediu para avisar que sua encomenda ficara pronta amanhã antes de
nos irmos à casa de seus pais.
- Sim.
- Te encontro lá então.
- Não, preciso arrumar a bolsa para o fim de semana e com você lá será
impossível.
150
- Não tenho culpa se minha namorada é gostosa.
- Não me canso do seu gosto, adoro esse gosto de morango em sua boca.-
saiu em forma de rosnado abafado.
- Bom deu para reparar, ou melhor sentir, já que estou sentindo sua ereção.
151
Selena
Ao entrar em casa dei de cara com uma Aly extremamente feliz, com um
enorme sorriso no rosto.
- Sim.
- Não achei que veria esse dia. Mas estou feliz por você.
152
- Obrigada Sel.
- Muito, no inicio fiquei com um pé atrás. Sei bem a fama que ele tem, mas
desde que começamos a sair.
- Ele mudou, não sai mais nas manchetes com mulheres, não fica bêbado em
público.
- Pois é.
- Bem que eu queria, mas o desfile de Nova York e esse fim de semana,
embarco amanhã depois do almoço.
Fui para o quarto e Aly veio junto. Tirei a caixa de veludo da bolsa e dei
para ela.
- Não sei como acostumar. – levanta o colar. – e como se desse sei lá um carro
conversível.
- Sim.
153
- Palhaça. - de dentro do closet.
- Mas é verdade ele grudou em você desde que voltaram, até motorista
contratou.
- Não. Quer dizer chegou um envelope outro dia, mas Arthur nem me deixou
ver.
- Não tinha remetente Arthur surtou, não queria nem que eu fosse a aula no
dia.
- E sua avó?
- Surtou, não quer saber de nada e até olhou igreja para o casamento, buffet a
coisa toda.
154
Depois de tudo pronto e de um banho me deito, na mesma hora a tela
do meu celular se ilumina. Arthur ligando.
Arthur
- Olá.
- Oi.
- Também acho estranho não estar deitada no seu peito, conversando até
dormir.
- Aniversário de casamento.
- Já comprei em nosso nome, além do mais minha mãe está louca para
conhecer minha namorada.
- Sério?
155
- Pietro comentou ela vai desfilar, Nova York
- Arthur...
- Sim.
- Medo? Porque?
- Eles vão te amar Selena, não se preocupa. Vou te pegar para tomarmos café
juntos.
- Vamos onde?
Dormi bem apesar de sentir falta de acordar com ela. Me levantei, tomei
um banho.
- Sabe só você para me fazer levantar cedo ir na empresa para pegar isso.
- Espero que ela goste, já que você me fez trabalhar nela por dias.
- De nada. Agora vai logo para não se atrasar, cuido de tudo na empresa.
156
Estacionei o carro e enviei uma mensagem avisando que tinha chegado
e estava esperando. Dei a volta e parei encostado na porta do passageiro.
Ela saiu pela portaria estava vestida com casaco e meias grossas já que
as temperaturas estavam caindo com a proximidade do inverno. Se aproximou
e eu a puxei em um abraço e colei nossos lábios.
- Senti sua falta. - disse separando nossos lábios. - Linda como sempre.
A soltei peguei a bolsa de sua mão, abri a porta e esperei ela entrar e
fechei a porta. Para depois coloquei sua bolsa na porta mala, dou a volta e me
sentei coloquei o cinto e partida em seguida.
- Curiosa.
- Arthur, me fala.
- Estava arriscando-a aparecer aqui de surpresa achei melhor acabar com isso
logo.
157
- Não ficou nem um pouco feliz comigo diz que além de envergonhar ela na
frente de todos no jantar, que tinha tido coragem de ir embora sem falar com
ela e ainda saio no jornal que eu havia deixando o hospital.
- Jason.
- Arthur.
- Suco de laranja, panquecas e salada de fruta e aqui está. Não esqueça a rosa
e a escrita na panqueca.
158
- Dormiu bem? - perguntei.
- Sim e você?
- Sim apesar de ter estranho não ter você na cama quando acordei.
Ela parou quando viu a mesa. Havia uma rosa vermelha ao lado das
panquecas que tinham Marry Me escrito em cima.
- Arthur...
Quando ela olhou para mim estava ajoelhado em sua frente tirei o anel
que Eliza havia desenhado a quase duas semanas.
159
Selena
Tudo foi tão rápido, sai para atender a Aly e quando me dei por mim
Arthur estava ajoelhado com uma aliança dentro de uma caixinha que estava
em sua mão.
Espera aí, Aly me ligou por causa de um casaco. Ela nunca avisa que
vai pegar uma roupa, será que ela sabia? Claro que sim, até fez questão de
escolher a minha roupa e de me arrumar.
- Arthur...
Estava pronta para casar? Talvez, bem eu não sei. Porem aceitar não
queria dizer casar na próxima semana não é mesmo.
- Aceito.
Me joguei em seus braços não liguei para o fato do lugar está cheio.
Com isso ele se desiquilibrou e acabamos caímos no chão.
160
E ele me deu um beijo singelo nos lábios e um na testa.
- Claro.
- Não acredito, Arthur você ficou louco? - perguntei mesmo tendo a certeza que
era. - Isso e um diamante azul?
- E sim.
- Porque eu pedi a Eliza para desenhar seu anel. Ela poderia fazer o modelo,
mas a pedra seria a mesma que a da minha bisavó. Não adianta discutir e seu
é ponto.
- É lindo Arthur. Se eu não te conhecesse iria pedir para trocar esse diamante.
- Onde vamos?
161
- Vamos para minha casa. - me deu a mão e começou a caminhar em
direção ao seu carro que estava na rua lateral.
- Eliza vai tomar conta de tudo, hoje quero ficar com minha noiva. - comecei a
rir e ele parou na minha frente.
- Nunca vou me cansar chamar você de minha noiva e isso só irá mudar
quando se tornar minha esposa.
- Arthur...
Me puxou contra seu corpo. A temperatura parecia ter caído uns dez
graus, estava tremendo e lá no fundo sabia que tinha sido um recado do John.
Afundei a cabeça em seu peito enquanto ouvia ele falar com alguém no
telefone.
- Meu nome e Arthur Collins... meu carro foi destruído e deixaram um recado...
estou na rua lateral ao Wildberry... quanto tempo... ok obrigada.
162
A polícia chegou em 20 minutos. Logo depois chegou Douglas junto com
um pessoal da asseguradora de Arthur. Com a movimentação de várias
pessoas não demorou para aglomerar pessoas a nossa volta e logo vieram os
paparazzi.
Ele queria que eu fosse para casa e o esperasse por lá, mas não
consegui sair do seu lado, tudo que eu via eram policiais de um lado ao outro e
flashes de câmeras em nossa direção.
O carro foi rebocado depois de ser analisado e ter dado perda total, já
que até o motor tinha sido destruído. Douglas nos trouxe e depois foi cuidar de
alguma coisa que o Arthur falou.
- Vai ficar nesse silencio? – nada, foi como falar com uma parede.
Resolvi ir para a varanda, por mais que estivesse frio era menos que ser
ignorada por ele.
Quando sai da varando já era uma da tarde. Procurei Arthur pela casa,
mas não encontrei, então fui ao único lugar que evitava entrar na casa, a
academia.
- Arthur... Para. - gritei, mas ele parecia estar em outro mundo, o seu mundo.
- Arthur.
Tornei a gritar bem próximo a suas costas, mas não adiantou. Então me
aproximei ficando ao lado do saco.
163
- Que droga. Eu podia ter acertado um soco em você.
- Não é nada.
- Não é nada? Você é louco, fiquei noiva de um louco. Você estava socando
essa merda sem a porra da luva Arthur.
- Selena.
- Não, agora você vai me ouvir. Sei que ficou assim por causa do que
aconteceu com carro, mas...
- Não ligo para porra do carro, Selena. Aquele aviso, não quer sair da minha
cabeça. A polícia fez várias perguntas e não podia provar que era sobre você,
mas eu sei que é.
- Eu sei que não é o carro a questão. O que eu iria dizer que o recado é só
para isso, assustar e deixar com raiva. – segurei em seu pulso e comecei a
andar. – Agora vamos limpar esses machucados.
164
Selena
Tirei sua blusa e pedi para ficar de pé enquanto abaixei seu short
levando a cueca junto, seu membro estava semiereto.
- Selena... eu posso tomar banho sozinho. - diz quando o puxo para o box.
Senti lagrimas quentes pelo meu rosto, foi então que ele se aproximou
até eu ficar entre ele e a parede. Segurou meu rosto em suas mãos, e mesmo
que já estávamos debaixo do chuveiro, ele passou o polegar por onde a
lagrimas caiam.
165
Fechei os olhos no momento em que sua testa encostou na minha,
então colou nossos lábios. Sua língua entrando em minha boca ao mesmo
tempo em que passei meus braços em seu pescoço. Suas mãos agora
seguravam minha bunda, minhas pernas estavam ao redor de sua cintura.
- Segure-se - disse levando sua boca até meu pescoço e no mesmo momento
em que o senti forçando a entrada.
Gemi, e ele começou a se mover para frente e para trás. Minhas costas
raspavam no revestimento da parede.
- Ah! - gritei quando ele intensificou o ritmo indo mais rápido e com mais força.
Sua boca voltou a tomar a minha com a mesma agressividade com que
me penetrava, indo cada vez mais fundo.
- Porra... Selena.
Quando virei o rosto ele desceu a boca até meu pescoço novamente
intercalando entre beijos e mordidas, então tomou meu mamilo em sua boca e
o lambeu, sugou e mordeu e depois fez o mesmo com o outro.
Não tinha fôlego, seus golpes agora se alteravam entre rápidos e lentos.
Puxei seu rosto para cima para tornar a beija-o, enquanto ele acelerava os
movimentos.
Outro orgasmo intenso não sentia minhas pernas, não sabia como ainda
estava me segurando a ele já que tinha certeza de não ter forças, sentia seu
pau inchar dentro de mim.
Ele coloca o rosto em meu pescoço, sinto sua respiração contra minha
pele no momento que chega ao seu clímax. Minutos se passaram e nossas
respirações ainda não estavam normalizada.
166
Respiro fundo no momento em que ele começa a acariciar meu couro
cabeludo. Depois empurra levemente minha cabeça para água e enxagua e faz
o mesmo com o condicionador.
Abro o box e pego duas toalhas enrolo o cabelo e me seco com a outra
depois a enrolo corpo, Arthur sai do box e eu pego outra toalha e o enxugo, ele
a enrola na cintura.
- Selena... me
- O que Arthur?
- Não devia mesmo, mas o que não devia era ter arrebentado suas mãos.
Ele ficou em silencio, quando olhei em seu rosto seus olhos estavam
fechados, seu rosto estava tenso, tornei a abaixar a cabeça respirando fundo e
torcendo para não chorar. Comecei a limpar as feridas.
- Só... por favor não faça isso de novo. Eu sabia que ele não ia desistir estão
todos muito quietos.
Ele levou a mão até meu queixo e o levantou para que eu o olhasse.
- Não vou. E prometo que vou estar com você aconteça o que acontecer.
167
- Quer comer alguma coisa?
- Não estou com fome, mas fique à vontade. – digitando algo no celular e o
colocando no criado mudo em seguida.
Me puxou para seu braço e senti sua mão subir e descer por minhas
costas. Pouco tempo depois sua respiração estava calma e lenta. Fiquei
acordada ainda por mais um tempo, antes de cair no sono.
168
Selena
Senti os lábios traçando beijos por minhas costas, mãos que estavam
traçavam círculos em minha barriga. Eu vagava entre o sonho e a realidade.
Os beijos se transformaram em pequenas mordidas vindo em direção ao meu
pescoço, então me virou de frente para ele.
Sua barba roçava por minha pele causando uma descarga elétrica por
onde passava. Foi então que senti sua boca entre minhas pernas, abri os olhos
sento trazida para a realidade, sua língua explorava meu sexo intensamente.
169
Os meus lábios se separaram, mas não saiu nenhum som. Mal sentia o
ar chegar aos meus pulmões. Puxei seus cabelos e isso o instigou a
aprofundar ainda mais, então ele sugou meu clitóris ainda mais, me fazendo
gritar enquanto gozava.
- Boa noite.
Arthur subiu em cima de mim, senti meu gosto em seus lábios que
tomavam os meus lentamente. Seu membro já duro me começou a me
penetrar lentamente.
Então do nada ele se tornou agressivo, estava indo mais rápido, forte e
fundo do que de costume. Ele estava agindo do mesmo modo que o Josh agia
comigo.
Esse não era o Arthur que eu conhecia e amava, era como se tivesse
sido dominado por um animal. Ele me deu alguns tapas na bunda, sentia o
local ardendo e quente.
- Arthur... espera... vai com... calma.- minha voz estava baixa quase como um
sussurro.
170
Eu estava de costas para ele, esperando minha respiração se
normalizar. Meu corpo doía, lagrimas involuntárias continuavam a escorrer pelo
meu rosto.
- Selena?!
- Selena, eu...
- Deixa eu te ajudar.
Se aproximando de mim.
- Não. - bati em suas mãos, quanto tentou me tocar. - Não, você fez o
suficiente.
- Oi Sel.
- Aconteceu algo?
171
- Claro... me mande o endereço.
- Você pode muito bem ir e inventar uma desculpa pela minha ausência.
Arthur
"Você pode muito bem ir e inventar uma desculpa pela minha ausência."
Foi a última coisa que ela falou para mim antes de fechar a porta do
quarto. Vinte minutos depois o tal do Steve estava na portaria, ela nem sequer
me deixou levar até a porta.
Jamais tinha feito isso com ela não que eu queria, mas minha cabeça
estava uma merda. O que havia acontecido de manhã e a mensagem estavam
acabando comigo.
Dormir com ela em meus braços tem sido ótimo. Selena parecia um
anjo, dormia tranquilamente.
172
Acordei com meu celular vibrando, desbloqueie e vi o relógio mostrava
que estávamos no início da noite, o número era desconhecido, mesmo assim
decidi que iria atender.
- Alo?
Número desconhecido: Você acha mesmo que vai se casar com ela
Arthur?
Está muito engando.
Passei o resto da noite e toda madrugada em claro. Tentei falar com ela,
mas não consegui. O segurança no prédio dela tinha verificado e Selena não
tinha ido para o apartamento.
Agora estou a caminho da casa dos meus pais, sem minha noiva.
Arthur: Eu sei que fiz uma besteira sem tamanho, mas preciso saber
como você está.
173
Arthur
- Entendo, entre seu irmão e seu pai estão no jardim tomando café.
Não contei que havia pedido sua mão em casamento. Na verdade, nem
sabia se ainda tinha uma noiva, já que ela não me respondia ou retornava as
minhas ligações.
174
- Selena.
- Ela me ligou e pediu alguns dias de folga. Não estranhei, já que tinha
contado.
- Como assim?
- Disse que está com uns problemas de família, mas que mandaria desenhos.
Então deduzi que aconteceu alguma coisa alem do carro. Começa a contar.
- Não.
- Porque desde que cheguei, você não largou o celular. Ela não veio para o fim
de semana, me pede folga, informou um e-mail diferente me liga de um número
de celular novo. Não sou idiota.
- Acho que ferrei com tudo. Para falar verdade nem sei se ainda tenho uma
noiva.
- Estávamos dormindo quando acordei com o celular vibrando como não queria
acorda-la, me levantei para atender na cozinha, mas ninguém respondeu. Em
seguida recebi uma mensagem falando que se eu pensava que iria me casa
com ela estou muito enganado.
175
Abaixei e coloquei a cabeça entre as mãos.
- Vai continua.
- Só precisa saber que fiz uma besteira que não dá para medir.
- Que merda você fez? Alyssa quase largou o desfile porque o amigo delas um
tal de Steve ligou para ela, falando que Selena estava machucada. Então que
porra você fez?
- Machucada?
- Eu... eu a forcei... fui brutal com ela no sexo, se é que posso chamar aquilo de
sexo.
- Ficou louco Arthur? A garota é sua namorada. - Pietro me soltou e andou para
trás.
- Noiva Pietro. Ele pediu a mão dela ontem de manhã. - Eliza disse com a voz
de desdém.
176
- Ela não quis me contar e mesmo que eu soubesse depois de saber o motivo
não te diria.
Pietro falou e saiu do quarto, Eliza ficou, mas no seu rosto podia notar a
raiva.
- Não quero saber o que vai saber, só resolve essa merda e logo.
- E como vou fazer isso? Ela nem me responde ou retorna minhas ligações.
- Você vai continuar tentando, só resolve a merda logo. E não estou falando
isso por que do trabalho. – vai até a mesa e anota algo no papel e me entrega.
- Selena se tornou minha amiga, e se eu tiver que escolher, sinto muito mas
será o lado dela. - diz e foi embora.
Tornei a tentar falar com ela, mas só dava caixa postal. Então liguei para
Aly na esperança que me contasse onde ela estava, mas também foi parar na
caixa postal, deixei um recado pedido que me retornasse ou que me falasse
onde poderia encontrar Selena.
Alyssa: Selena não quer falar com você. Seja lá o que tenha feito não
só a machucou, como à. Então vai me contar o que aconteceu para agir
como um babaca?
- Perdi a cabeça.
- Isso eu notei quando ela me disse que não foi para o fim de semana, mas o
que levou você a isso?
- Tem alguém a está perseguindo e tenho certeza que não é o tal do Josh.
177
- Quem? Você sabe?
- Obrigada.
Arthur: Sei que o que fiz te magoou e machucou, mas por favor
atende precisamos conversar. Por favor.
Horas foram passando e Allan não conseguia chegar a pessoa por trás
dos e-mails, até chegamos a cogitar que fosse o Josh, mas a pessoa sabia
como se esconder.
Decidi também ir à delegacia, mas antes tinha que avisar Selena para
ter cuidado.
Peguei minha mala. Pedi desculpas para meus pais, falei que Selena
estava mal, precisava de mim e eles entenderam. Entrei no carro e me dirigir
para casa.
178
Selena
Dormi graças ao remédio que Steve insistiu que eu tomasse assim que
chegamos no seu apartamento.
Enviei a mesma mensagem para todos, dizendo que estava bem e para
não se preocuparem.
- Oi Aly.
179
- Selena você está bem?
- Estou.
- Sel é sério, preciso saber que está bem... Arthur te machucou muito?
- Pietro falou que vai ficar de olho em você até eu chegar então se precisar de
alguma coisa.
- Não. Ele ligou e mandou mensagens, mas deixei meu celular desligado, não
sei o que deu nele Aly.
- Vocês têm que conversar, seja lá o que aconteceu para ele agir assim.
Já tinha se passado quase uma hora falado com Aly, mas sem nenhuma
coragem para retornar qualquer ligação então só enviei uma mensagem.
Selena: Arthur... não sei o que falar. Ah... estou bem, será que
podemos conversar, quero saber o que aconteceu para você agir daquele
modo.
Assim que enviei, abri meu e-mail que uma foto minha saindo da
academia, que havia sido a dois dias. Resolvi que se fosse contar sobre as
fotos não podia ser por mensagem liguei, mas chamou até cair na caixa postal.
180
- Selena?
- No quarto Steve.
Só quando Arthur sai de trás dele que reparo que não estava sozinho.
- Arthur...
- Bom eu vou deixar vocês a sós. Sel quer alguma coisa da rua?
- Levanta.
181
Quando eu te acordei nem estava pensando na mensagem, mas quando me
lembrei das palavras... bom você sabe o que aconteceu depois.
- E por isso você vira um babaca? Você parecia um... animal, Arthur.
- Não exatamente, mas me fez lembrar de como ele fazia comigo e... eu não
posso viver daquele jeito de novo.
Fiquei tão atordoada com a pergunta que nem me dei conta que não
tinha respondido quando Arthur se aproximou e pegou meu rosto entre as
mãos.
- Arthur...
182
- Arthur...
- Arthur.- grito.
- Que foi?
- Estou tentando falar... não vou te deixar. Se me passou pela cabeça claro,
mas não vou te deixar.
- Eu te amo Arthur, mas da próxima vez eu espero que converse comigo. Pode
ser?
- Claro.
Diz e se deita ao meu lado. E me puxa para seu braço, apoio a cabeça
em seu ombro enquanto sinto sua mão subir e descer em minhas costas.
- Podemos ir para casa Sel? Não me sinto à vontade para terminar nossa
conversa.
- Arthur?
183
- Humm.
- E qual seria?
Ele ficou tenso de novo, e por um segundo me pareceu que nem estava
respirando.
- Eu sei.
Me sentei encarando-o.
- Como?
- Isso não parece ser o Josh. A parte de ser seguida e as fotos sim, mas ele só
mandaria para mim.
- Tem certeza?
Arthur
Nunca me senti tão aliviado como na hora em que Selena disse que não
iria me deixar. Mas a sensação de felicidade logo passou quando ela me disse
que havia recebido fotos, será que nunca vamos ter paz?
184
Porem tê-la adormecida em meus braços era muito tranquilizador.
Preparei um jantar rápido e leve, voltando para acorda-la. Por mais que
eu a chamasse nada que eu fiz a acordou.
185
Selena
Acordei com Arthur sentado ao meu lado, tirando o cabelo do meu rosto.
- Boa noite. - digo com voz de sono ainda com os olhos fechados.
186
- Selena?
Mesmo depois que pedi, Arthur ficou ao meu lado segurando meus
cabelos em uma das mãos enquanto a outra subia e descia por minhas costas.
- Estou bem, Arthur. Se não reparou acabei de vomitar e normal ficar pálida.
- Sim.
Ele prendeu meu cabelo, ajudou a tirar a minha roupa e me levou para
banheira. Não sei se era a água morna, os cuidados ou a combinação das
duas coisas juntas, mas o enjoo estava passando a medida que meu corpo
relaxa com a cabeça apoiada em seu peito.
- O enjoo passou.
Arthur
187
Comemos em completo silencio, depois Selena deitou no sofá enquanto
cuidei da louça e me juntei a ela. Ficamos vendo filme até que Alyssa ligou
uma hora mais tarde e insistiu que ela fosse para casa pois precisava de ajuda.
- E essa cara de merda só porque a namorada vai passar a noite com a amiga?
– desligo o computador e me levanto. - Quem é você, e o que fez com meu
irmão?
- O ex voltou?
- Enjoo?
- O que?
- Claro que não. Ela toma pílula e nunca a vi esquecer um dia sequer.
188
- Se você está falando, mas se eu estivesse no seu lugar já estaria com um
teste por garantia.
Arthur: Cuidar da minha noiva não é preocupação demais, mas estou com
saudade.
Arthur: Sim. Te vejo amanhã na empresa, mas me avisa se não se sentir bem.
Allan: E-mail foi rastreado até um café no norte da cidade, mas estou
rastreando todos que estão na sua lista. Entro em contado logo.
Nem respondi, o que Pietro havia dito ainda estava minha cabeça. Não
me importava se Selena estivesse gravida, mas tinha muita coisa para
resolvermos antes de nos casar e aumentar a família.
189
Selena
- Ele não para de perguntar se eu tenho certeza que estou bem, mas não para
de falar do enjoo.
- Isso o que?
- Deve ser somente o estresse que você passou, isso nunca faz bem para
ninguém.
190
- É claro que é isso, você nunca fica bem quando passa por estresse.
- Claro.
Aly tinha razão isso era só uma reação em respostas as fortes emoções
que passei nos últimos dias.
- Acorda Aly.
- Droga porque tinham que marcar uma sessão de fotos tão cedo.
- Eu te amo Sel.
- Obrigada.
191
Peguei o elevador e fui direto para joalheria. Quando cheguei Eliza me
puxou em um abraço apertado.
- Graças a Deus, achei que teria que agredir meu irmão por ter feito besteira.
- Você é brava, mas nunca pensei fosse para tanto. - comento rindo.
- Esconder ciúme não é seu forte em cunhada. - fala sorrindo. - Bom eu vou
indo, se precisar me liga.
- Claro.
192
Ele andou até a minha mesa, pegou os croquis nas mãos e começou a
olhar.
- Acho que foi meu melhor trabalho, nem meu de conclusão de curso ficou tão
bom.
- Não.
- Obrigada. E as entrevistas?
- Ciúmes?
Arthur começou a rir, e não parou e foi quando sua irmã entrou na sala.
- Qual a graça?
- Sua cunhada está com ciúmes, então não contrate ninguém gostosa.
- Jamais iria contratar uma gostosa, a última virou minha cunhada e quero que
permaneça assim. E os seus desenhos?
193
- Na verdade ficaram perfeitos, olha.
- Você ainda está pálida. – pegou uma toalha e colocou contra minha testa
enquanto me levava até uma cadeira. - Vou chamar o Arthur.
- Não Eliza. Ele está em reunião e vai largar no momento que souber, posso ir
para casa?
194
- Se não melhorar vai no médico.
- Pode deixar.
- Arthur. Ele me ligou estava preocupado já que você não atendeu a ligação.
- Ah...
- Quer ir no médico?
- Sim.
Assim que ela saiu do quarto peguei meu celular na bolsa e tinha quinze
ligações perdidas do Arthur. Retornei a ligação e ele atendeu no segundo
toque.
- Está melhor? Precisa ir no médico? A reunião não acabou, mas posso adiar...
- Sim.
195
- Eu posso ir cuidar de você.
- Sim.
- Está bem.
- Promete?
- Prometo.
- Mas se precisar.
A salada estava deliciosa. E teria sido melhor se não tivesse corrido para
o banheiro ou teria sujado todo o quarto. Está na cara que meu estomago não
estava nada bem.
Aly veio até o banheiro senti sua mão subindo e descendo em minhas
costas e a outra segurando meus cabelos.
196
Arthur
- Alyssa?
- Desculpa não percebi que coloquei o celular no silencioso. Como ela está?
- Pode entrar?
197
- Selena...
- Arthur...
- Falou que estava desidratada já que tenho vomitado muito então me colocou
no soro.
- O senhor e o acompanhante?
- Sim.
- Como significativa?
- Baixa de vitamina com o quadro de enjoo não e incomum. Porem como ela
relatou que tem vomitado com muita frequência, pedi para que fosse feito um
teste para gravidez.
198
- O teste confirmou a gravidez. - disse a medica.
Me sentei na poltrona.
- Mas as vezes ela pode ter esquecido ou o efeito pode ter sido prejudicado, já
que a amiga nós informamos que tomou vários comprimidos bem fortes para as
dores de cabeça. Está e a Dr. Natalie Reese obstetra do hospital.
- Linda.
- Oi.
- E o Resultado?
- E?
Entreguei o resultado, e logo que ela pegou abriu. Quando ela lia seus
olhos enchiam de lagrimas.
- Gravida?
199
Me sentei ao seu lado e puxei para meu encontro.
- Vai ligar agora ou deixar para amanhã. - perguntei enquanto dava partida.
- Vou ligar agora, ela não vai dormir sem saber que estou bem.
- Oi Aly... Oi Pietro... estou bem... sim, tenho certeza... está aqui do meu lado...
vou colocar na viva voz... pronto.
- Oi Pietro.
- Conta logo.
- Estou gravida.
- Parabéns mano... quero ver a cara da mamãe quando contar que vai ser
vovó... Selena se prepare.
- Nisso o que?
- Contamos quando se sentir bem com isso. – segurei a mão dela rapidamente,
logo voltando para o volante.
Quando chegamos a levei para o nosso quarto, não demorou muito para
ela dormir. Peguei meu computador e comecei a fazer pesquisas sobre
gravidez.
201
- Vem para cama logo.
- Então vem para cama e mais tarde vamos você pode fazer todas as
perguntas do mundo. Pode ser?
- Pode.
Ela me levou para quarto e nós deitamos aconcheguei ela em meu peito
e pousei a mão em sua barriga e dei um beijo em sua testa.
202
Arthur
Acordei pouco antes das oito da manhã, Selena ainda estava em meus
braços e minha mão continuavam em sua barriga. Levantei e fui me arrumar
antes de acorda-la.
Saindo do closet peguei meu celular e vi que tinha três ligações perdidas
da minha irmã. Coloquei para fazer a ligação enquanto caminhava para sala.
- Oi Eliza.
- Era um vídeo dela com uma menina deitadas na cama. Quando ela passou
mal não me liguei, mas está na cara que ela não se sentiu bem com isso.
- Sim... Não conta para mamãe ainda não sei como vou falar... ela está gravida.
- O que?
203
- Você vai ser titia.
- De quanto tempo?
- Me conta depois.
- Até mais.
- Bete deve estar fazendo o nosso café, mais precisamente bacon. Por que?
- Precisa de ajuda?
204
- Pode deixar. - dei um beijo no rosto e sai enquanto vi ela entrando no box.
- Não, Bete. E pela Selena. Está gravida é pelo visto bacon não deixa o bebê
muito feliz.
O café ocorreu sem mais nenhum problema. Bete a fez comer não só o
bolo e o suco, mas uma salada de frutas.
- Vou preparar um almoço caprichado para você querida. – se virou para mim.
– Já você traga ela no horário certo.
- Sim senhora.
Selena
205
- Estou calmo linda.
- Está bem, estou nervoso... merda estou mais que nervoso, vou ser pai.
- Você vem?
- Descobri da pior maneira que o bebê não gosta de bacon, mas tirando isso
estou bem.
- E normal o enjoo nos primeiros meses. Vamos ver o bebê e depois tiramos
suas dúvidas, está bem?
- Sim.
206
- Parece que o papai está nervoso.
- Sim, Selena é jovem e pelos resultados dos exames está saudável. Não tem
nada para se preocupar.
- Sim, quando os enjoos vão parar? - perguntei enquanto descia da maca, indo
me sentar na cadeira.
- São mais frequentes no primeiro trimestre, mas vou receitar um remédio para
ajudar por precaução.
- E normal.
- Arthur!
207
- O que? E uma pergunta importante. – responde com a cara mais normal do
mundo.
208
- Sim e me ligou preocupada.
- Eu não sei quem mandou, mas estava com Aly no meu quarto.
- Sim.
- Pietro... ela está bem... o bebê está bem... mas estou ligando para outra
coisa, preciso que tire Alyssa de casa... Tem câmera na casa das meninas...
vou mandar Allan e outros seguranças procurarem, só tire ela de casa... Selena
vai ficar aqui leve ela para sua casa... eu aviso qualquer coisa.
- Pietro não quer ela sozinha vai chamar para morar com ele.
- E vai ser uma intimação como a minha foi? – levanto a mão antes que diga. –
Provavelmente vai ser, se ele for mandão igual você.
- Não imagina. Bom tenho algumas das minhas coisas já estão aqui, mas vou
precisar buscar o resto.
- O que tem?
- Eu te amo, mas não tente mandar em mim. Já tive isso demais por uma vida.
209
Nos deitamos e Arthur levantou minha blusa e ficou fazendo carinho em
minha barriga.
210
Selena
Fazia duas semanas que havia me mudado de vez para casa do Arthur,
ou como ele me corrigia “nossa casa”.
Mas acordar nos braços do meu noivo todos os dias estava sendo
maravilho, só poderia ser melhor se não fossem os enjoos matinais ou quando
não acordava ainda mais exausta.
Hoje iria conhecer minha sogra, ou melhor almoçar com ela. Estava tudo
bem, tirando que estava um pouco nervosa por ficar sozinha com ela.
211
- Ela vai te buscar na empresa, se estive cansada volta para casa. – dano
partida no carro fomos para empresa.
- Vou estar quando contarmos, mas quando ela marcou esse almoço deixou
claro que queria passar um tempo com a nora.
- Na verdade, não faço ideia. Quando contei que tinha ficado noivo ela gritou
igual a Aly quando soube da gravidez.
- Está com medo? – olhou rapidamente e depois voltou a atenção para rua.
- Sim.
212
- Ele já tinha te agredido daquela forma?
- Não, só ameaças.
- Você quer saber se eu gostei? A resposta e não ele forçou, sempre forçou era
como e quando queria. - chegamos ao meu andar.
- Me desculpa, não devia fazer você se estressar não faz bem para vocês. -
saímos do elevador e caminhamos até a joalheria.
- Nunca vi meu irmão tão cuidadoso na vida. - Eliza falou. - Não se preocupa,
vou cuidar dela e vou estar no almoço.
- Vocês falam como se eu não fosse capaz de cuidar de mim mesmo ou pior
como se não estivesse aqui.
- Dei uma olhada nas coleções passada e pensei em joias para cada década
da empresa.
213
- Porque? Está sentindo alguma coisa? – se aproxima. - Vem vou levar para o
hospital.
- Oi mãe.
- Por favor me chame de Laura, Selena. Filho você tinha razão ela é linda.
- Obrigada.
214
Arthur se aproximou e segurou minha cintura, Eliza se sentou no sofá,
enquanto Laura nós encarava.
- Mãe... você sabe que estamos noivos... - ela confirmou com a cabeça. -
Decidimos nós casar logo, bem logo na verdade.
- Gravida?
- Não estranho tanto. Na verdade, até entendo a posição do Arthur com tudo
que esta acontecendo.
- Mãe, mal conheceu minha noiva e já quer leva-la para longe de mim?
215
- Sem drama Arthur, então Selena te pego amanhã cedo.
- Mãe, por favor queremos um casamento pequeno. Agora preciso voltar, tenho
uma reunião de ultima hora.
Quando abri a porta do quarto e dei de cara com Arthur vindo em minha
direção e me pega no colo e começa a girar.
- Me desculpe.
- Eu te amo.
- Também te amo.
- Um pouco, não tinha nada para fazer já que minha mãe roubou minha noiva.
216
- Exagerando, você estava em reunião. E por falar em sua mãe, adorei ela.
- Agora você tem que se arrumar, Pietro vai chegar logo. Assim como minhas
companhias.
- Vem comigo?
Ele me levou para a banheira, durante todo o banho ele fazia caricias em
minha barriga. Havia se tornado um habito dele, durante o banho ou quando
estávamos vendo filme ou dormindo, sua mão ia parar na minha barriga.
- Não vejo a hora de sua barriga crescer. – seu sorriso era lindo.
- Gostando da vista?
Ele vem logo depois e me alcança na sala. Pietro entra na sala com Aly.
- Vamos mano.
217
- Sempre sem cerimonias. – se virou para mim. - Se precisar de mim e só ligar.
- Pelo amor de Deus vão logo... Pietro leve ele logo.- Aly diz.
- Seja lá o que ela tenha falado para ele Pietro o mesmo vale para você. - Avisa
Aly. - E lembre-se da nossa conversa.
- Senti uma grande ameaça no ar Pietro.- Arthur tira onda. - Me mande uma
mensagem quando acordar.
Quando enfim eles vão embora, levo Aly para o quarto que Arthur
reformou e transformou em uma sala de cinema.
- O que?
218
- Na verdade foi opinião sobre o que eu achava de o casamento ser no rancho.
- E o Pietro?
- Provavelmente ela ainda não foi embora, gosta de ter certeza que tenho algo
para comer. – caminhamos para cozinha. - Eliza vai se juntar a nós?
- Bete?
- Oi Bete.
- Como disse que iriam assistir filmes pensei em pipoca e podem pedir pizza.
Eliza chegou quinze minutos depois com uma pizza. Estávamos com
pipoca, chocolates e balas, escolhendo o que iriamos assistir na Netflix.
219
- Pietro sempre foi intenso Aly, desde criança. Ele ama ou odeia.
- Arthur sempre foi o centrado de nós três. Mas nunca vi ele tão preocupado
com a segurança de alguém como ele se preocupa com você, Selena. Ele
realmente te ama.
- Sabe tem uma coisa que ele nunca me contou e queria saber.
- O que?
- Na hora ele não surtou, mas quando acordei durante a noite encontrei ele no
escritório com páginas e mais páginas de pesquisas sobre gravidez.
220
Arthur
Quase três horas em meio a mulheres com pouca roupa e muita bebida,
se fosse a algum tempo consideraria o paraíso em forma de noite de sexta.
Fernando o noivo em questão estava se esbaldando com a surpresa de seus
amigos, que tinham fechado o local para a despedida.
- Vamos fazer uma despedida assim para você. - Pietro gritou a minha frente.
- Você tem que fazer uma despedida assim, já que vai se amarrar para sempre.
- Estraga prazeres.
- Além disso, aposto se eu fizer ela vai querer fazer também e não quero
macho nenhum com ela. Você vai querer homens roçando na Alyssa?
- Acha mesmo que ela não iria estar junto com Selena?
221
- E melhor não fazer despedida. Já é difícil ter que lidar com os modelos.
O resto da noite Pietro assistiu as danças de longe como eu. Bebi mais
whisky que planejei. Só parando depois da uma da madrugada, enquanto meu
irmão continuava a beber.
Selena
Uma noite com as garotas em meio a filmes e muita bobeira para comer,
era disso que precisávamos em meio aos últimos acontecimentos.
Selena: Bom dia lindo, acordamos muito bem sem enjoo pela primeira
vez. Vou fazer a caminhada enquanto as meninas não acordam. Te vejo
mais tarde.
Ps: Não se esqueça de beber água quando acordar. Te amo
- Caminhada?
- Sim.
222
- Bom passeio.
- Já trago.
Com o tempo notei que esse era o melhor horário para caminhar, pois
não via paparazzi por perto. Olhei para a janela e por mais que o céu estivesse
azul, o vento e a sensação de frio mostrava quanto a neve estava próxima de
cair.
- Obrigada.
- Como é possível você ficar ainda mais bonita com essa roupa.
Aquela voz.
- Olá Má chérie.
223
- O que... o que você faz aqui? - coloquei a mão na minha cabeça, minha visão
estava ficando embaçada.
Minha cabeça estava pesada, assim como meus olhos. Senti quando ele
me puxou para fora do banco e segurando minha cintura, começou a me levar
para fora. As vozes estavam longe, mas pude ouvir pagando minha conta e a
garçonete perguntando se estava bem.
Senti o ar gelado contra meu rosto, mas minha visão estava cada
segundo mais turva, até ficar tudo escuro
224
Arthur
- Acorda mano.
- Não era para você está desmaiado? - me sentei e levei as mãos na cabeça.
- Droga.
- Olha seu celular. - joga o celular e eu pego. Vou ligar para Aly.
- Sim.
225
- Passa esse celular.
- Claro Arthur ela não está na academia ou na empresa, seu porteiro falou que
ela não retornou da caminha.
- Droga. Continua tentado falar no celular dela vou procurar no parque que ela
caminha.
- Combinado.
Entrego o celular para Pietro e vou para o quarto pego meu celular.
Envio uma mensagem para Douglas.
Arthur: Selena não está atendendo o celular, vai procurar no parque que te
encontro.
- Mano andar de um lado para o outro não vai adiantar, troca de roupa vamos
procurar ela. Eliza vai ficar com a Aly.
Estava indo para porta encontrar Pietro quando meu celular tocou.
226
- Oi Eliza.
- Sim, foi um acordo ela não iria longe do condomínio... a porra de acordo
estupido. Ela não devia andar sozinha.
- Você não pode surtar mano, nem sabemos o que aconteceu. Pode ser que
ela se sentiu mal e foi para algum hospital e o celular descarregou.
- Mano você está surtando e eu não queria complicar, mas e se alguém pegou
ela? – dano partida.
- Nem brinca com isso. Já pensou se for ex-namorado e descobre que ela está
gravida.
227
Selena
Achei que um havia tido um pesadelo, mas aquela voz era o pesadelo.
Por mais que eu me sentia sonolenta, arregalei os olhos e vi um vulto sentado
ao meu lado. O medo percorreu meu corpo.
- Não...- murmurei.
- Onde eu estou?
228
Eu implorei para que parasse, mas era como se o incentivasse mais. O
máximo que pude fazer foi tentar proteger a minha barriga.
Arthur
Depois que fui a cafeteria que ela sempre ia. Descobrimos que Selena
saiu carregada e quando mostrei a foto para a garçonete confirmou o que eu
mais temia, Josh a levou. Mas também nós deu a placa do carro que ele
estava. Sai de lá diretamente para delegacia onde fiz a ocorrência sobre o
desaparecimento.
Minha mãe passou a noite aqui. Assim como todo mundo, acho que
tinham medo que eu fizesse alguma besteira. Não consegui chegar nem perto
do nosso quarto, então vi para onde achei que ninguém iria me incomodar. O
quarto que iria reformar para o bebê, Selena não sabia da surpresa e Aly
estava me ajudando.
Fechei a porta e fui até a sala e peguei a porta retrato com a foto que
tiraram no momento em que ela aceitou meu pedido. Ela estava tão feliz, nós
estávamos felizes.
- Não tem como não ficar mãe. Ela está com louco... eles estão com um
psicopata que agrediu ela só por estar comigo um tempo atrás, se ele descobri
que ela está gravida...- passo a mão no rosto.
- Não faz isso Arthur, sei que não é fácil, mas tem que se controlar. Ela vai sair
dessa.
- Ela vai ficar bem o pouco que fiquei com ela notei o quanto e forte e
inteligente. Agora vem você tem que comer um pouco logo teremos notícias.
229
- Não estou com fome mãe.
- Alguma coisa?
- O carro foi abandonado perto do Calumet Park, então eles foram para sul. A
polícia já passou para todas as delegacias.
- Ele sempre foi esperto e nunca deixou pistas e se isso for para despistar. Ele
pode estar mais perto, provavelmente perto de onde ele poderia escapar
facilmente.
- Aeroporto ele não ia consegui passar com ela, então tem que ser voos
privativos. Ele tem jatinho ou helicóptero?
- Achou mesmo que ficaria com o que e meu? Estou mandando a prova ela
sempre foi minha. - diz e desliga.
230
Logo depois chega um vídeo, onde Selena está com as mãos amarradas
a cabeceira, chorando e nua... e ele em cima dela.
231
Selena
Vinte dias...
Não sei onde estamos, mas posso ouvir sinos e durante o dia crianças.
Só sei que sinto falta do Arthur, da sua companhia, do carinho, dos beijos e da
sua mão em minha barriga.
Tentei fugir nos primeiros dias, mas sempre era pega e me drogavam. E
depois que parei de tentar, Josh parou de me drogar e mesmo que eu
conseguisse fugir não iria longe já que tinha vários seguranças espalhados.
Passo grande parte do dia trancada nesse quarto sozinha, além dele só
vejo uma senhora. Maria é uma senhora que assim como eu era prisioneira na
casa. Ela tem cuidado de mim, traz remédios e comida quando ele não está.
Também tem tentado arrumar um celular para mim.
- Obrigada.
- Obrigada.
Tive que contar sobre a gravidez, afinal ela era enfermeira e não tinha
ideia de quanto tempo ficaria aqui.
Apanhei nos primeiros dias, mas nenhuma surra foi pior de quando ele
me pegou tentando abrir a janela. Como prometi para ele que faria de novo.
- Eu tenho quase certeza de que está fraturada, o inchaço não diminuiu e tem
novos hematomas.
- Ele pediu vinho para vocês, comprei suco integral de uva vou deixar debaixo
da cama, serve enquanto ele está no banho.
- Tem, você quer? - confirmo com a cabeça.- Tenho que ir, trago quando eu
vim pegar as vasilhas, lembre-se de que você precisa comer.
Ela sai e por mais que não esteja com fome, como um pouco. Tomo
banho sempre que ouço o sino no fim da tarde.
233
Me visto e vou para o quarto, onde me sento na beirada da cama como
todas as noites e olho para a janela. O medo aumenta quando escurece, pois,
e quando Josh entra pela porta.
Ele criou uma rotina onde ele vai embora quando amanhece e volta
pouco depois que escurece. E quando chega ele faz a mesma coisa noite após
noite.
Quando a porta se abre limpo meu rosto e vejo Maria entra pega a
bandeja deixa os comprimidos.
Vi mais um pôr do sol dar lugar a escuridão. E não demorou para a porta
se abre e Josh entra com a bandeja nas mãos.
- Obrigada.
234
A porta não demora a ser aberta enquanto sirvo o vinho.
Ele pega minha mão, tira minha roupa e me leva para cama e me faz
deitar. Eu simplesmente desligo sempre que me deito, não tento lutar, revidar
ou até mesmo gritar.
Eu simplesmente deixo, deixo que ele faça o que quer com meu corpo.
Aguento cada tapa, cada aperto, cada mordida, cada estocada. Aguento toda
violência, fico de olhos fechados o tempo todo, sempre me imagino fora
daquele quarto e quando ele acaba e sai de dentro de mim e rola para o lado e
dorme como se não tivesse me violentado, com a consciência limpa. Eu viro
para o outro lado e espero ele estar no sono pesado para levantar.
Hoje ele foi mais brutal do que de costume, me levanto depois de horas
com cuidado me apoio na parede até o banheiro.
- Não, por favor não... - sussurro. - Ele não pode tirar isso também...
vamos ficar bem aguentem só mais um pouco.
Arthur
Vinte e um dias.
235
O dia amanheceu e eu praticamente não dormi mais uma vez. Sempre
checo meu celular na esperança de que tenha alguma coisa dela.
Me levanto e saio andando pela casa que está silenciosa pela primeira
vez desde o sumiço dela.
Vou até a cozinha e pego um copo de água e de onde estou vejo nossa
foto. Tenho passado muito tempo olhando para ela.
- Arthur?
- Cozinha Aly.
- Nenhuma novidade?
- O que? Porque?
Selena
236
Saio do banheiro com cuidado, o sangramento parou depois de alguns
minutos. Josh está apagado graças ao comprimido que coloquei no seu vinho.
Pego sua blusa do chão e vejo que tem dois celulares em um dos
bolsos. Pego o que está com bateria e desligo e coloco dentro do vaso que
está na mesa, e me deito novamente.
- Vou pedir a Maria para trazer frutas, nós vemos a noite chérie.
- Sangrei um pouco.
- Arthur.
237
- Preciso que você me ache depressa...
- Rastreia esse número logo Allan... - fala - Você está bem? Vocês estão bem?
- Vai ficar tudo bem. - ouço alguém gritar ao fundo: "Consegui, ela está perto."
- Estou indo, fique calma, tem alguém com você?
- Selena, não feche os olhos. - vejo o vulto de Maria andando de um lado para
o outro.
- Selena, fica comigo. - ouço portas batendo, motor sendo ligado e sirenes ao
fundo. - Você sabe em que parte da casa está?
- Sel, tente respirar fundo e devagar não se mecha, estou chegando, faz isso
por mim está bem?
238
- Acho bom ele chegar logo, estão tentando arrombar a porta. - diz Maria.
- Estou chegando Sel.- Noto que está tentando me deixar calma. Alguém do
seu lado fala: " A polícia vai invadir e a ambulância acabou de chegar. "
As batidas contra porta ficam cada vez mais fortes. Estou tentando não
perder a consciência, mas está difícil, já não consigo manter os olhos abertos.
- Arthur...
239
Josh
Lembro da noite em que Selena desfilou pela primeira vez. Estava linda,
não parecia mais aquela garotinha que eu evitava ao máximo e sim uma
mulher, aproveitei que meu pai vinha insistindo em que me aproximasse dela e
o fato de estar atraído pela nova Selena, e a convidei para sair.
E agora eu a tinha dormindo ao meu lado de onde nunca devia ter saído.
Se eu a amo?
240
Tento abrir a porta, mas ela não se meche.
Selena
Droga.
- Isso complica um pouco, mas acho que tenho que explicar as regras antes de
irmos embora. Tirem essa velha daqui.
241
Entreabro os olhos e vejo de relance Arthur golpeando Josh muitas
vezes em vários lugares.
- Pietro.
Arthur
Nunca pensei que sentiria isso, medo e alivio juntos. "Ela está viva, ela
vai ficar bem. " era a frase que ecoava em minha cabeça.
Flashes do que aconteceu passam pela minha cabeça sem parar. Pietro
pedindo calma. O momento em que descei do carro. Correndo, empurrando
tudo e todos que estavam a minha frente.
242
Entre um soco e outro, ele ficava dizendo “Ela jamais será sua.” Só parei
quando policiais me tiraram de cima dele.
Selena estava em cirurgia algumas horas e ainda não tive notícias dela.
- Não. - minha voz sai com tom grave. - Desculpe mãe, vai você eu estou bem.
Pietro se aproxima.
Mesmo com o relatório penso que ele não sofreu o bastante, queria
mais. Selena estava em uma mesa, praticamente lutando pela vida e ele iria
ficar só com algumas cicatrizes.
Olho para ele e vejo Aly e minha mãe voltando. O rosto de Aly vermelho
com os olhos inchados de tanto chorar, o de Eliza a tia dela Lucia e minha mãe
não estão diferentes do dela.
Fazia alguns minutos que a mãe dela havia chegando no hospital depois
de ligar para Aly e querer saber o motivo do apartamento estar vazio, porem
não demostrava nenhuma emoção.
243
- Quem está acompanhando a senhorita Laurent?
- Sou eu. - falo olhando torto para sua mãe que fez movimento de responder,
mas que se calou.
- Os sangramentos?
- E o bebê?
- Por mais que o sangramento que nos foi relatado tenha nós preocupado
bastante com uma possibilidade de um aborto, ele está bem.
- Ela está na UTI e vai ficar em observação, e você deveria descansar.- diz e
vai embora.
- Quando ela iria me contar que estava gravida? – sua mãe questiona.
- Sério, vai dá uma de boa mãe agora? - fala Aly. - Quantas vezes ela falou que
não queria voltar com ele e vocês forçavam.
- Aqui não é lugar para discutir isso, o importante e ela ficar bem. - Eliza
assume a conversa.
244
- Você ouviu o médico, ela está em observação pós cirúrgica.
- Senhor Collins? - abro os olhos e vejo uma enfermeira parada pouco mais na
frente.
- O doutor pediu para avisar que ela está estável, mas que seu estado continua
delicado. As próximas vinte e quatro horas são decisivas para ela e para o
bebê.
- Você está nervoso, precisa se acalmar e sem falar sobre o fato de que ela
está na UTI, não pode visita-la.
245
- E quando vou poder vê-la? - falo bem rude e grosso. - Quer saber não fode
chame o médico preciso ver minha noiva agora. - ela arregala os olhos.
246
Arthur
Já tem dois dias é nada dela acordar. Ontem depois de muita insistência
deixaram vê-la.
O médico me levou ao andar onde fica a UTI. Precisei usar uma roupa
descartável por cima da minha, antes de entrar no quarto.
- Preciso avisar, por mais que ela esteve estável no momento e importante não
criar expectativas até que ela acorde.
- E o bebê?
- Entendo, me leve até ela. - ele assente e faz um gesto para que eu o siga.
- Vou deixar vocês a sós um pouco e depois você vai para casa descansar.
247
Eu nem olho para trás, ouço a porta sendo fechada enquanto olho para
Selena. As feições estão tranquilas, quase do mesmo modo de quando está
dormindo. Passo meus dedos em seu rosto, e vou descendo até que paro em
sua mão. Puxo a poltrona para o lado de sua cama e volto a segurar sua mão,
me inclino para frente e dou um beijo nela.
Uma lagrima desce do meu olho e a limpo depressa. O ódio que sinto
pelo Josh só aumenta que me dá vontade de ir onde ele está e acabar de uma
vez. Seguro sua mão e acaricio seus dedos e sua barriga.
- Oi Sel... me ouça com atenção, sei que quando acordar vamos ter muito para
conversar, e imagino que vai querer gritar comigo ou até mesmo me bater
quando ler as notícias. - faço uma pausa. - Mas não ligo desde que volte para
mim, só lute por mim... pelo bebê, volte para mim...
- Eliza já está fazendo outro anel e quando acordar vamos nós casar... nada
nem mesmo sua mãe que não me deixa em paz vai impedir de me casar com
você.
- Está bem. Não vou demora meu amor, volto em algumas horas.
248
- Você também. Sua irmã pediu para avisar que precisa de você na empresa
algo sobre a Amanda estar na sua sala, há algo acontecendo que eu deva
saber?
Selena
Tento me sentar, mas minha cabeça está pesada e meu corpo dolorido,
como se tivesse passado um caminhão nele. Então olho ao redor e vejo
somente maquinas que estão ligadas a mim e uma pequena poltrona no canto.
- No hospital.
249
- Hospital?
- Graças a Deus.
O Dr. Oliver olhou meu curativo e me explicou que eu havia passado por
uma cirurgia, mas não falou muito disse que minha única preocupação tenha
que ser minha recuperação, quando a porta se abriu.
- Laura?
- Temos revezado, você ficou dormindo e meu filho não saiu do seu lado.
250
- O médico falou que só deixaria ele te ver se fosse para casa descansar
depois. Eu o avisei antes de entrar, não vai demorar para chegar.
- Você o conhece, mesmo que pouco tempo. Mal-humorado, não dormia mais
de duas horas por noite, mal comia. Mas você não estava melhor que ele,
então descanse, logo ele estará aqui.
E não demorar nem trinta minutos depois que ela falou para que a porta
fosse aberta. Lá estava ele parado a poucos metros de mim, seu rosto era uma
mistura de amor, alivio e saudade. Me senti assim exatamente assim quando o
médico falou que os bebes estavam bem, alivio e amor juntos como um só.
- Selena.
- Arthur.
251
Arthur
Não foi fácil, mas consegui me livrar dela de vez. E ainda me confessou
que tinha espalhado os boatos do possível retorno do namoro, por estar nada
mais nada menos que entediada.
Fui para casa e só dormir por causa do remédio que o doutor receitou.
Depois de dias sem dormir, foi bom consegui dormir uma noite inteira. Já
estava claro quando meu celular tocou. O visor mostrava a palavra mãe, e
passou várias possibilidades em minha mente no segundo que levou do
atender até o celular estar no meu ouvido.
- Estou a caminho.
252
Selena
Ele chegou tão rápido até mim. Meu rosto está entre suas mãos, seus
lábios estão pressionados contra os meus.
- Não acredito que sai daquele inferno e que estou aqui com você... estava com
tanto medo Arthur.
- Você está salva.- coloca uma mão em minha barriga. - Vocês estão salvos.
- Mãe você poderia buscar algumas roupas para ela, vim correndo e nem
pensei nisso.
- Sua barba está enorme. - falo sorrindo, ele passa a mão nela e abre um
sorriso.
- Não tinha motivos para faze-la, mas prometo cuidar disso depois.
- Ah e mesmo. - confirmo com a cabeça. - Por mais que tenha gostado cara
noiva, pretendo apara-la.
- Fiquei com tanto medo de perder ele. - disse enquanto meus olhos se
encheram de lagrimas.
253
- Ei... está tudo bem.- se sentou e colocou a outra mão em meu rosto.
- Senti tanta sua falta. - fechei os olhos aproveitando o carinho.- Quando ele
tirou a aliança de mim...
- Sim.
- " A noiva do CEO Arthur Collins continua no hospital, depois de ter sido
sequestrada por mais de vinte dias. "
254
- " Segundo informações cedidas pelo o hospital, Selena Laurent ainda se
encontra na UTI. "
- " Fontes dizem que a ex-namorada Amanda foi vista saindo da empresa... "
- Responde.
- Ela estava na despedida e quando soube que você tinha sumido... bom ela
queria voltar, mas como falei já resolvi.
- Só isso?
- Imagino que você tenha colocado seguranças pelo o hospital todo, acertei?
- Falta do que?
- Eu também.
255
Os dias se passaram e Aly, Laura e Arthur se dividiam para ficar comigo.
Aly ficava durante a manhã, Laura vinha no almoço e passava a tarde e
olhávamos decoração para o casamento. Arthur chegava antes do pôr do sol e
passava a noite comigo.
Hoje a polícia vem para fazer perguntas, o que deixou Arthur ainda mais
nervoso já que ele vem evitando falar sobre o Josh ou sobre o que aconteceu.
Aly está sentada no canto do quarto segurando para não ri ouvindo nossa
conversa.
- Não.
- Se você tem certeza senhorita, vamos começar. - fala o policial mais velho.
256
- Vamos fazer algumas perguntas e precisamos que responda da melhor forma
possível.
- Na cafeteria.
- E o que mais?
- Não ela não precisa. Vocês sabem o que aconteceu, ele a sequestrou e a... -
notei o quanto ele ficou tenso, seu aperto ficou ainda mais forte.
257
- Arthur, se acalma. - pede Aly.
Eu não conseguia falar. Até aquele momento não tinha caído a ficha do
que eu tinha passado naqueles dias. Acho que eu simplesmente bloqueie o
que ele fez comigo.
Arthur não soltou minha mão, a cada resposta seu aperto aumentava.
Ele limpou as lagrimas que caiam, lembrar do que aconteceu estava sendo
difícil.
Não vi Aly saindo do quarto, só reparei quando ela voltou com o médico
que pediu para que todos saíssem.
- Selena vou ter que te medicar, sua pressão subiu um pouco. - fala dr. Oliver.
- Tudo bem.
- Dois dias e a já marcamos a consulta com Dra. Natalie para seguir com o pré-
natal.
- Obrigada.
258
- Exatamente isso, vou te carregar.
- Sei, mas não vai agora fica quietinha e me deixa cuidar da minha noiva.
- Vai falar que se fosse a Alyssa, não faria o mesmo. - e me pega no colo.
- E está se comportando como uma. - Arthur diz. - Pietro você pega as coisas
dela?
- Claro.
Depois do banho enquanto ele fez o curativo, Aly tinha saído para
comprar os remédios. Bete entrou com a sopa e Arthur fez questão de me dar
na boca.
259
Arthur
Sabia que aquele interrogatório não faria bem a ela. Estamos no meio da
noite e ela acordou aos gritos e em lagrimas.
- Já entendi, mas você está segura. - abraço forte. - Quer alguma coisa?
- Água.
Depois disso ela demorou, mas voltou a dormir. No dia seguinte Aly ficou
com ela planejamento o casamento. Por mais que eu não quisesse ficar longe
dela, Selena insistiu que devia ir, então vim para empresa e dei um descanso
para Elisa. Liguei para minha mãe pedi para que me encontrasse na empresa.
- Selena.
260
- Eu sei, mas quero ajudar.
- Só cuide dela, esteja presente e isso que ela precisa no momento. E talvez
possa fazer terapia.
Pego meu celular logo que ele apita avisando que chegou uma
mensagem.
Arthur: Agora é com você, preciso saber o que ela tem escolhido.
Selena
Já a Dra. Natalie ficou feliz em ver que a barriga estava crescendo e que
eu tinha começado a ganhar peso, mas foi só ela falar que os bebes estavam
se desenvolvendo muito bem e que era para voltarmos em três semanas que
ela iria tentar descobrir o sexo para que o Arthur literalmente marcasse a data
no calendário.
Faz três semanas que tenho ido a terapia, fui diagnosticada com TEPT
(Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Desde que comecei a frequentar a
terapia junto com o medicamento os pesadelos foram sumindo.
261
Arthur tem trabalhado em casa e ido a empresa apenas algumas vezes
na semana. Eu tenho passado os dias em casa e só saio acompanhada se não
é Arthur, Laura, Aly ou Steve, além dos seguranças.
Minha nova aliança e igual à que Josh tirou de mim. Por falar nele as
investigações continuam e ele foi extraditado o que deixou Arthur tanto furioso
quanto aliviado.
- E sério, depois dessa reunião quero ir para casa, estou cansada. - digo.
- Bem-vindos. Sou Alice e você deve ser a Selena. Posso oferecer suco,
refrigerante, chá, água ou champanhe?
- Tem algum modelo que queria ver enquanto isso? - ela pergunta.
- Como eu disse pelo telefone Selena, esse ainda está sendo finalizado falta
alguns bordados e ainda não se encontra no catálogo.
262
- Não tem problema, faço uma modificação e ficara perfeito.
- Arthur?
- Selena?! - ele diz meu nome com surpresa. - Espera só um minuto amor.
- Claro.
Quando falei a palavra desejo ele me encarou ainda mais, então disse.
Não demorei muito no banho, mas quando sai encontrei Arthur sentando
na cama e quando viu que eu tinha saído do banho ficou olhando para meu
corpo enrolado na toalha. Tinha virado um abito dele, bom ele me olhava o
tempo todo, mas depois do banho era quando ele ficava em silencio.
- E pesados.
263
Andei até ele e me sentei em seu colo, senti que estava ficando
excitado.
- Sei que tem sido difícil para você Arthur, vamos fazer assim você deixa os
bebes felizes e eu te deixo feliz mais tarde. - falo beijando seu pescoço e seu
rosto.
- Vou olhar se sua pizza chegou, porque se continuar fazendo isso, não vai ter
pizza tão cedo.
- Claro.
- Claro que não, vamos comer logo porque quero minha sobremesa.
Duas horas depois fomos para o quarto, Arthur estava com meu mamilo
em sai boca, enquanto me penetrava lentamente.
- Arthur...
Arthur gemeu alto comigo, desci minha mão e seguirei sua bunda. Ele
levou a boca até meus lábios e deu uma mordia depois desceu até meu
pescoço.
264
Estávamos suados, seu perfume estava misturado ao suor que se
misturava ao meu. Isso tudo junto me deixou entorpecida. E me acabo em
espasmos e logo depois Arthur se juntou a mim.
Ele desaba em cima de mim, mas logo sai de cima e deita ao meu lado.
Meu corpo tremendo após o ápice.
265
Selena
Acordei com beijos no meu pescoço e senti sua ereção contra minhas
costas. Sorri e ainda com os olhos fechados, já sentia excitada.
- Depois que você gemeu dormindo e fato de estar nua e excitada, qualquer um
no meu lugar ficaria animado. - falo rindo.
- Eu gemi dormindo?
- Você teve um sonho erótico? - confirmo com a Cabeça. - Estou amando isso
de gravidez, vamos cuidar do seu apetite.
Ele não me deu tempo de responder e cobriu minha boca. Suas mãos
percorreram as laterais do meu corpo e subiram até os meus seios e a sua
boca começou a mordiscar meu pescoço.
- Ahh...
Ele voltou a cobrir meus lábios em um beijo louco e ardente. Ele apertou
os meus mamilos, o que me fez ficar ainda mais excitada, então mordeu o meu
lábio inferior, sugou a minha língua para a boca dele.
266
Ele começou a deixar uma trilha de beijos da minha boca até chegar ao
meu mamilo direito. O calor de seu hálito me fez arrepiar e em resposta agarrei
os seus cabelos.
- Arthur... pelo amor de Deus. - gritei. - Vai ficar me torturando até quando?
- Por favor, o que? Me quer aqui dentro? - me perguntou com a cara mais
lavada do mundo.
Fala agarrando os meus quadris. Usei a mão para guiar ele para dentro
de mim. Estava totalmente preenchida. Desci minha mão até suas costas e
continuei segurando forte seus cabelos.
- Porra... eu. Amo. você. - falou entre gemidos antes de abaixar a cabeça para
chupar o meu mamilo esquerdo.
Segurou meus quadris com força. Gritei seu nome enquanto meu corpo
estremeceu, e comecei a sentir os espasmos. Arthur levantou a cabeça e
olhando nos meus olhos disse.
267
Depois do despertar maravilhoso, ele foi para o banho enquanto eu
recuperava o folego. Logo depois entrei no banho.
Arthur está ansioso, já que hoje vamos tentar ver o sexo dos bebes. Por
mais que a doutora tenha falado que a confirmação será quando eu tiver
completado dezessete semanas.
- Essa blusinha?
- E. Porque?
- Selena pelo amor de Deus está fazendo -2ºC lá fora é está ventando.
- Arthur, você surtou estou com três blusas e ainda vou pegar o casaco. Então
respira fundo.
- Está bem.
- Na sua barriga, não vejo a hora dela ficar grande igual a delas.
268
Arthur
- Bem.
- Você não imagina o quanto certas pessoas estão ansiosas. - Selena falou
olhando para mim.
- Bom espero que o papai tenha coração forte, temos um menino a caminho.
- Um menino? – pergunto.
269
Eu ia ter um moleque andando pela casa.
O papo com Pietro e Alyssa por outro lado foi um tanto confuso. Aly não
sabia o que falar e Pietro estava tentando traduzir o que ela tentava falar. Mas
no fim o que conseguimos entender foi " não vejo a hora dele nascer. "
Selena não quis ligar para sua mãe então contou a novidade por
mensagem, por mais que a convivência tenha melhorado, sua mãe tinha
combinado de dar espaço para ela.
- Ele não vai fazer nada demais, vou ensinar tudo direitinho.
270
Selena
Ser noiva já não e fácil, ser noiva gravida e muito mais difícil. A cada
semana que eu completava mais minha barriga crescia e mais eu me sentia um
balão. Arthur vinha enfrentando minhas crises de choro simplesmente por não
me sentir mais bonita.
- Não e eu desisti de descobri. Ele está cheio de segredo com a lua... - ouvi um
choro.
- Choro?
- Sim, de criança.
271
- Como você ouviu? - Steve falou baixo atrás de mim.
- Não tenho ideia. - me aproximei da menina que devia ter no máximo 5 anos. -
Oi linda. - abaixei ficando na altura dela.
- Não precisa ficar com medo, ninguém vai te machucar. - virei. - Se afastem
um pouco estão assustando-a.
- Não precisa se afastar muito, só não olha para ela assim está bem.
- Sim.
- Sou a Selena, você está sozinha? - Ela faz sim com a cabeça.
- Sim.
- Steve.
- Já volto.
- Vem comigo lindinha, vou cuidar de você. - estendi a mão para ela. Ela olhou
para minha mão e então levantou e se jogou nós meus braços, levantei com
ela no colo.
Ela era leve e estava fria e tremia muito. Kevin tirou um dos casacos e
colocou nela. Steve voltou com chocolate quente.
272
- Claro, pode ir eu pego um taxi.
- Senhorita posso carrega-la, Sr. Collins não vai gostar de te ver com peso.
- Não precisa Kevin. Douglas já está chegando com o carro e duvido que ela vá
para o seu colo.
Não demorou muito para que ela começasse a tomar. Peguei o telefone
e envio uma mensagem para Aly.
Alyssa: Criança?
273
- Para você nunca. O que precisa?
- Te vejo em casa.
Desligo.
- Kevin, preciso que leve o cartão para Aly na agencia e a acompanhe nas
compras e depois leve para casa.
- Sim senhorita.
- Se precisar, me chame.
- Bete?
- Na cozinha querida.
- Preciso de ajuda.
- Quem é a pequena?
- Encontrei ela na rua, será que poderia arrumar algo para ela comer?
274
- Vou dar um banho nela.
Aly chegou uma hora depois com várias roupas e produtos para criança,
agora nós estávamos paradas na porta a olhando dormir.
- Não sei Aly, eu não avisei a polícia ainda só tirei ela de lá, vou esperar Arthur
chegar.
- Eu a ouvi chorar.
- Claro.
- Bebê lindo, será que você não quer deixar a titia feliz?
275
- Já tentei essa conversa e não deu certo.
Conversamos por mais uma hora até a menina acordar. Pietro buscou
Aly já estava escurecendo.
- Obrigada Pietro.
- Por mais que eu goste de ficar com você, temos que resolver algumas coisas
antes que Aly viaje.
- Boa ideia amor. Sel o casamento está pronto e vão ser apenas três dias.
- Quem é essa?
- Não sei estou esperando o Arthur chegar para saber o que fazer. Bete.
- Sim querida.
- Gostei dela.
276
- Bom nós vamos agora se precisar liga para mim.
- Claro.
- Eu estava indo para a prova do vestido e a ouvi chorar, não ia deixar ela
sozinha com frio e fome, então a trouxe para casa.
- Eu perguntei se tinha mãe e ela respondeu que não. Arthur ela está em uma
caixa de papelão em um beco, o que podia fazer?
Arthur
277
Pietro tinha me mandado mensagem falando que estava preocupado
com ela, achando que as duas tinham se apegado uma a outra. E pelo que
observei enquanto a polícia não chegava ele estava certo.
- Vou conversar com ela, me deem um tempo. - ela disse e saiu da cozinha.
- Não vou.
- E o seu nome?
- Duda.
278
- Rebeca Hill, você resolve isso e eu vou levar ela para o quarto de hospede.
- Te espero no quarto.
- Sabia que a ela estava apegada a menina ou melhor as duas estão. O que
você vai fazer. - Pietro fala.
- Já conversei com o advogado ontem, e depois que fez uma pesquisa deu
entrada no pedido de adoção.
- Selena não desgruda dela, então é o melhor a se fazer. E você notou que o
quanto as duas são parecidas?
- Como não notar. – pega o celular do bolso. - Aly conseguiu, vão embarcar na
quinta.
- E sua casa? Que eu saiba apesar de ser grande, não tem muitos quartos.
- Vou vender. Comprei a alguns dias uma casa maior, a mãe e a Eliza estão
cuidando das coisas.
279
- E você a ama mesmo.
- Amo. E se ela vai ficar feliz tendo a Duda como filha, quem sou eu para tentar
separar elas.
- E o que espero.
- E o vestido?
- Ela vai buscar amanhã relaxa, sábado você vai estar casado.
280
Arthur
Chegar em casa e ficar com elas estava sendo incrível. Em dois dias
Duda me conquistou em pouco tempo. Quase sempre que chegava e
encontrava as duas deitadas vendo filmes.
- Já fez as malas?
- Shhh. – se vira para mim. – Ela dormiu, mas respondendo sua pergunta ainda
não fiz.
281
- Claro, te encontro no quarto. - peguei Duda no colo e a levei para o seu
quarto. Quando entrei no quarto Selena estava sentada na cama com olhando
para baixo e com a mão na barriga. Então ela passou uma das mãos no rosto e
vi que estava chorando.
Me sentei ao seu lado e entreguei minha mão. Ela levou até sua barriga
e um pouco depois eu senti pequenos movimentos.
- E ele?
- Tem alguns dias que pensei ter sentido pequenos tremores, mas não tinha
certeza até achei que estava imaginando...
Segurei seu rosto e a beijei de leve, colei minha testa na sua e falei
enquanto voltava a levar minhas mãos para sua barriga.
- Eu também te amo.
Selena
- Está bem. - falei e ele ajeitou os travesseiros para que eu deitasse e levantou
meu vestido.
- Oi filho. - começou a falar bem baixinho próximo a minha barriga e senti logo
chutes depois. Ele olhou para mim com um sorriso empolgado no rosto.
282
Eu sorri e mais uma vez vieram chutes.
- E tinha certeza que sim. Vocês têm muita sorte a mamãe e maravilhosa, mas
logo poderá ver. Somo muitos sortudos ne garotão.
- Claro. - respondi, tudo isso era meu. O homem em minha frente e a vida que
cresciam dentro de mim só faltava a Duda fazer parte da família.
- Quando Arthur?
- Não se preocupe, estou resolvendo. Pode arrumar uma mala para ela
também, confia em mim?
- Confio em você.
283
Então ele levantou ainda mais meu vestido levando junto o top que
usava.
Puxei os dois por cima da cabeça e o joguei no chão. Ele olhava para
meus seios e lambeu os lábios, e isso aumentou meu estado de tesão
constante me deixando ainda mais excitada e molhada.
- Arthur! - gemi contra sua boca. Era uma suplica, eu queria mais, eu precisava
de mais.
Ele desceu os lábios até meu pescoço, ombros, até que encontrou meu
seio o levando a boca, chupando e o mordiscando, minha cabeça foi para trás
e minha respiração estava encurtada.
- Ah meu Deus!
Espero que a Duda não acorde, já que tenho certeza que meus gemidos
estavam altos. Meu corpo estremeceu e me perdi no orgasmo. Então fez o
mesmo com o outro seio, e deslizou uma das mãos para o meio das minhas
pernas indo para dentro da calcinha.
- Porra, como está molhada. Gosto disso para caralho. - gemeu e arrancou
minha calcinha.
Então aumentou o ritmo. Sua boca cobriu a minha. Eu sabia que ele
estava fazendo força para não gozar rápido.
284
Puxei sua boca de volta a minha e falei.
Tomei meu café com Bete na cozinha e depois ela me ajudou a fazer
minha mala. Só quando acabamos Arthur entrou no quarto com Duda.
- Ela teve um pesadelo e veio te procurar, mas você estava cansada então
fiquei com ela e peguei no sono.
- E mesmo? - ela balançou a cabeça fazendo sim. – Isso é ótimo, agora vai
com a Bete tomar seu café está bem.
- Tenho uma surpresa para você, mas vou precisar buscar junto com a Duda
voltamos em duas horas. - disse e me deu um beijo e foi para o closet.
- Que surpresa?
285
Fiz o que ele pediu, e logo depois que ela tomou café a arrumei para
sair.
- Não lindinha, Arthur vai levar você para sair enquanto isso vou arrumar suas
coisas para sairmos mais tarde com a Aly. Então obedeça ao Arthur, está bem?
- Sim.
- Obrigada Bete.
- E ele?
- Sim, ele começou a se mexer. O que me lembra que Aly vai surtar por isso.
- Claro.
Selena: Bom dia, adivinha quem está se mexendo? A noite você vai
conseguir o que tão queria.
286
- Bete porque não leva Duda para trocar de roupa, quero falar com a Selena. -
Arthur diz.
- Claro, vem querida. - Bete segura a mão da Duda e a leva em direção aos
quartos.
- A guarda ainda e provisória, mas o advogado disse que meu pedido já está
sendo avaliado e quando for vão marcar a audiência. Duda e nossa agora.
- Duda vem cá, temos que contar uma coisa. - disse Arthur.
287
Então ela me abraçou e Arthur se juntou ao abraço.
288
Selena
Arthur foi para empresa assinar alguns papeis e levou meus croquis para
Eliza. Duda estava brincando com bonecas enquanto eu estava terminando
sua mala.
- Vem.
- Obrigada. Você pode fechar a mala da Duda para mim? - pedi enquanto me
levantava.
289
- Senhorita esse senhor precisa falar com você.
- Selena Laurent?
Assinei o papel e voltamos para casa. Bom eu voltei para minha casa e
Kevin para a casa ao lado que Arthur tinha alugado para os seguranças.
- Bete vou precisar que cuide da Duda e que a leve quando eu te ligar. Eu
aviso onde eu estou e vou pedir o Kevin para levar vocês.
Fui até o closet e peguei um dos vários vestidos que minha mãe havia
feito para mim, junto com meia calça e casaco. Peguei meu celular e enviei
uma mensagem para Arthur, falando que precisava que me ligasse o mais
breve possível e fui para o banho.
Quando sai tinha sete ligações perdidas e 4 mensagens não lidas dele.
Retornei à ligação, a qual Arthur atendeu de imediato.
- Arthur, nem sempre que eu ligo e porque estou passando mal sabia. Aprecio
sua preocupação, mas estou bem e não tenho nenhum desejo, se bem que
não acharia ruim comer cupcakes do Cake Boss.
- Vou comprar para você antes de embarcar, então qual o motivo da ligação?
Duda está bem?
290
- Está sim, brincando com a boneca na cabana que você fez para ela. Um
oficial veio me entregar uma intimação.
- Kevin vai ficar, vai levar Duda com a Bete quando acabarmos. Te vejo em
uma hora.
Arthur
Ela não respondeu, nem olhou para mim continuou acariciando a barriga
com a outra mão enquanto a olhava. Agora que estávamos de pé para receber
o juiz.
291
- Analisei o caso e irei conceder a senhorita Laurent a restrição contra o senhor
Evans.
- Vai dar tudo certo, amor. Porque não liga para Bete. - olhei para ela pelo
retrovisor e falei.
- Está bem.
- Bete, já Duda está pronta... claro, pode trazer as malas... Vamos avisar o
Douglas em qual vamos estar... obrigada.
Estacionei o carro, sai e dei a volta para abrir a porta, a barriga dela
estava cada vez maior agora que estava quase completando cinco meses e
meio.
- Enquanto Duda não chega, podemos olhar algumas coisas para os bebês o
que acha?
- Ótima ideia.
292
E foi assim que passamos os últimos 45 minutos em meio a roupas,
fraldas, carrinhos entre outras coisas.
Assim que nós vimos correu em nossa direção pulando em meu colo.
- Papai, mamãe. - aquela era a primeira vez que ela nós chamávamos assim.
Nem sei como descrever como fiquei feliz ao ser chamado de pai e quando
olhei para Selena estava chorando porem com um enorme sorriso no rosto.
Levamos Duda para dar uma volta na loja de brinquedos. Não sei quem
estava mais empolgada com as bonecas ela ou Selena. Aproveitei para olhar a
mensagem.
Alyssa: A mala para lua de mel está pronta. Peguei tudo que
compramos e o vestido das duas estão comigo.
Já confirmei o SPA e a fotografa. Espero que sua mala esteja pronta.
A casa já está sendo preparada, quando você vai embarcar?
Levei elas para o aeroporto depois que compramos uma boneca para
Duda. Estávamos esperando Aly na lanchonete as duas comiam seus
cupcakes, Duda com um sorriso no rosto.
- Sim obrigada.
Dei um beijo em Duda que desceu do colo e foi com Aly enquanto me
despedia de Selena.
293
- Eu também linda, mas são poucos dias e você precisa relaxar a próxima
semana vai ser cheia.
- Te vejo no domingo.
294
Selena
- Fotos?
295
- Esses casarões são alugados para eventos. - Aly responde quando repara
que estou olhando.
- Não me lembrava.
Duda estava sendo mimada tanto por mim quanto por Aly, que estava
muito feliz já que tinha enfim ter conseguido sentir o afilhado. Jantamos no
hotel foi quando vimos Douglas que havia sumido o dia inteiro depois que dei
folga.
Já era quase meia noite e meia, sem sono acabei sentada na varanda
olhando o mar quando meu celular tocou.
- Com saudades.
296
- Estava escrevendo, e você porque não está dormindo? - falei bocejando no
final.
- Eu vou, só queria falar com você antes. Agora vai descansar nós falamos
amanhã à noite.
Arthur
Horas antes...
Minha mãe e meu pai junto com Eliza já tinha ido para Charleston cuidar
dos preparativos e para receber os convidados.
Selena
- Mamãe.
297
- Selena, temos muita coisa para fazer antes das fotos, então levanta.
- Mas e claro, nossas roupas estão no SPA agora levanta temos meia hora
para tomar café.
Tomamos café e seguimos para o SPA. Aly não brincou quando disse
que tinha marcado várias coisas. Começamos com banho em sais de banho
com pétalas, depois massagem, então paramos para um lanche, massagem
facial e depilação. Isso tudo antes do almoço, Duda estava feliz de estar
fazendo tudo o que fazíamos.
- Aly o que está acontecendo? Porque estou com o penteado que escolhi para
o casamento?
- Que?!
298
- Ei não vá borrar a maquiagem antes da hora. - disse Aly brincando. - Vem vou
te ajudar a se vestir.
Meu vestido na parte do busto era um mini corpete que terminava antes
da barriga todo decorado com rendas e perolas, a renda se estendia até o
ombro formando um decote em forma de coração, a saia com o final com o
mesmo bordado.
- Obrigada Laura, estou realmente surpresa com o que seu filho pode fazer,
porem estou amando.
- Bom sem mais delongas, isso e para você. - entrega uma caixa e um
envelope.
Linda, saiba que houve uma pequena discussão entre a minha mãe e sua avó
pelo telefone (quem diria que sua avó do Brasil era tão brava), então você terá duas
coisas velhas.
Esses brincos estão na minha família desde o casamento da minha bisavó. E sua avó
mandou esse terço para que coloque no buque.
Te amo Arthur.
Então Eliza entra com o vestido azul celeste com decote princesa,
cabelo com topete e segurando uma caixinha rosa.
299
Linda, mais uma vez você terá duas coisas novas uma pedi Eliza fazer a outra
ela fez junto com sua mãe e disse que seria surpresa para mim então não vejo a outra
de ver.
Te amo Arthur.
Aly voltou com Duda segurando sua mão. Aly com o mesmo vestido de
Eliza já que elas seriam minha madrinha e Duda em um vestido lindo branco
rendado e bem rodado, seu cabelo estava semi preso e com uma tiara.
- Duda senta na cadeira que vou entregar uma coisa para sua mãe.
- Uau. É a noiva gravida mais linda do mundo e a daminha mais fofa do mundo.
Aqui está seu véu.
- Obrigada Steve.
- Vocês não se conheceram por causa daqueles incidentes, mas como o seu
pai já faleceu Arthur pensou em você entrar com ele.
- Agora vamos ou você vai chegar muito atrasada e o Arthur já está achando
que você desistiu.
Então entrei no carro com Duda e os demais foram nos outros que
estavam parados na frente.
301
Selena
- Vamos dizer que é uma troca já que tenho certeza que você ajudou a
preparar essa enorme surpresa.
- Até depois.
Depois pegou meu buque dentro do carro. Meu buque era composto de
rosas brancas e rosas claro e pequenas orquídeas azuis. Passamos pela
lateral da casa, havia uma escada em um pequeno morro onde paramos.
302
brancas e velas penduradas. Eu já estava fazendo um esforço para não chorar,
respirando fundo.
303
Ricardo me entregou minha mão para Arthur, e ele se inclinou e
depositou um beijo nela e quando se levantou havia um lindo sorriso.
O padre falou algumas coisas, Duda levou as alianças até ele que as
abençoou e pediu para que falássemos nossos votos. Nós viramos um para o
outro e Arthur pegou o microfone com uma mão e com a outra segurou a minha
mão.
- Bom aquela não foi a primeira vez. A primeira vez que eu te vi foi no
aniversário de casamento dos seus avos algum tempo. Eliza pediu para que eu
representasse a empresa já que ela estaria na África, vi quando você desceu
as escadas com um vestido preto, mas não vamos entrar em detalhes, só que
a melhor decisão que tive foi comparecer naquela festa.
- Antes de tudo eu não acredito que nunca me contou sobre isso, mas vou
querer saber tudo depois. - com a voz de choro.
- Meu amor, lembro o que senti e pensei quando me beijou pela primeira vez.
Pensei " Meu Deus, estou beijando meu chefe", é senti que estava perdida
porquê de alguma forma sabia que não teria mais volta, e aquilo me assustava.
304
“Você não foi me conquistando aos poucos, você me conquistou naquele
dia e sem que eu quisesse assumir eu me apaixonei. Passamos por tanta coisa
nesses meses, e agora aqui estamos, no nosso casamento. Você me fez a
mulher mais feliz, mas tão feliz. Você me amou e lutou por mim quando achei
que não teria ninguém assim na minha vida. Você demonstra o quanto me
ama. E agradeço por ter me dado ele e a Duda. Alegra os meus dias, por que
você estava faltando na minha vida. Prometo que não existe a menor
possibilidade de não te amar. Não existe a menor possibilidade de eu não vá te
fazer feliz. Porque eu nasci para te amar. Eu te amo.”
Minha avó havia ido embora logo a pós a cerimônia, o que não importei.
- Então somos dois Sr. Collins. - digo enquanto coloco as mãos em seu rosto,
já que está cada vez mais difícil de abraça-lo, por causa da minha enorme
barriga.
- Oi lindinha.
- Não papai.
- Então porque tem chocolate no seu rosto. Não é bonito mentir lindinha.
- Me desculpa mamãe.
Posamos para algumas fotos com ela e então Arthur fez o sinal para que
a música parasse.
305
Pietro estava no meio da pista e então levantou o microfone.
- Bom todos devem estar pensando que estou aqui para fazer algum discurso,
o que não deixa de ser verdade.
Ele olha para mim e meu marido e pisca enquanto sorri, eu aceno a
cabeça e sinto o Arthur abraçando minha cintura ainda com Duda no colo.
- Eu estou aqui para fazer uma coisa de igual importância. Então eu preciso
que minha linda namorada venha até aqui. Alyssa, venha por favor.
Olho para Aly e vejo que está sem reação olhando para Pietro, então
vira o rosto em minha direção e sussurro "vai lá."
- Sei que sou imaturo, mas também sei que mudei desde que ficamos juntos.
Tenho orgulho quando vejo suas fotos nos lugares, e fico feliz quando chego e
te encontro em nossa casa.
- Não consigo pensar mais na minha vida sem você, e por mais que eu tenha
que maneirar no meu ciúme quando se trata dos seus ensaios fotográficos com
homens...
- Quero que você seja minha mulher e não há ninguém melhor para ser
mãe dos meus possíveis filhos... então Alyssa Hernandez aceita ser minha
esposa?
Então ele coloca a aliança, a qual desenhei unicamente para ela em seu
dedo, e depois a Beija. Arthur me deu um beijo na testa enquanto sentia chutes
em minha barriga e depois nós dois viramos e beijamos Duda cada um de um
lado.
306
- Nós também te amamos.
307
Selena
Ele desaba em cima de mim, mas logo sai de cima e deita ao meu lado.
Meu corpo tremendo após o ápice.
- Não me bate.
Arthur
Duas semanas.
308
Nem acredito que a duas semanas legalmente minha mulher.
Estamos em Miami a treze dias. Mas tínhamos que voltar, já que ela já
estava com saudade da Duda assim como eu.
Além de que ela tem tido muitas câimbras e dores nas costas nos
últimos dias o que fez marcar uma consulta com sua medica.
- Enorme, com fome e com dor de cabeça, e você? - uma das mãos estava na
cintura enquanto a outra na barriga.
- Estou bem. Porque se senta na sala, vou pedir café da manhã e você toma
remédio quando comer.
- Arthur você comprou milhares para o bebê, sem falar das bonecas para Duda.
- Não comprei muito, além do mais tenho uma surpresa para você quando
chegarmos lá.
- Surpresa.
Pegamos o jatinho e não demorou nem meia hora para ela cair no sono.
- Sim, senhor.
309
- Kevin já levou as levou para lá?
Duda depois que viu o quarto ficou por lá ainda mais depois que
entreguei os presentes.
Ela fez que sim com a cabeça. E eu abri a porta, levando para o quarto.
- Nossas mães me ajudaram, além da minha irmã e da Aly. Queria te fazer uma
surpresa.
310
- Eu te amo tanto Arthur Collins.
Selena
Mas depois disso Arthur aumentou minha bolsa para maternidade, sem
nem mencionar a do nosso menino. O julgamento que era para o mês passado
foi adiado em um mês.
Eu estava com oito meses e meus pés estavam inchados, eu mal dormia
e me sentia muito cansada. Estava me arrumando para o julgamento, o que me
preocupava era o que teria que depor.
311
- Sim, nossas famílias se conheciam e ele frequentava minha casa.
- No seu depoimento você disse que não resistiu as agressões pode falar o
motivo?
- Ele me agrediu por tentar fugir e disse que iria ser pior se eu resistisse, e eu
já sabia da gravidez então tive medo pelo meu filho.
- Protesto.
- Desculpe excelência. Então você nunca falou não durante o tempo em que
estiveram juntos?
312
- Prova 20A da defesa. Gravações do réu agredindo a vítima.
Ela tinha provas esse tempo todo e mesma assim insistia que Josh era o
cara perfeito. O júri voltou e uma das mulheres se levantou assim que o juiz
perguntou.
Douglas chegou rápido até mim assim que viu que eu havia parado.
- Senhora?
- Arthur...
313
- Tirou total...
♦
Arthur
Puta merda.
- Você está bem? - perguntei enquanto saia da sala. - Cancela tudo que
estiver na minha agenda e pede para Eliza me ligar. - falei com a secretaria.
- Selena?
- Te encontro lá.
314
Selena
- Acho que gastei dez minutos. - diz retribuindo o sorriso. - Vamos entrar.
- Está bem?
- E a Duda?
315
Também não ajudava que toda vez que eu gritava Arthur surtava mais
um pouco. Mas ele tinha que entender que gritar me ajudava a suportar aquilo.
Já tinha três horas que estava nessa agonia e na última vez que a enfermeira
havia conferido estava com 5 centímetros de dilatação.
- Está bem vou chamar a enfermeira, isso não deve ser normal, ou é? E que
um pouco de chá? Ou quer água? Ou quem sabe gelo? Só respira, respira está
bem? - Arthur não parava de fazer perguntas e por mais que eu sabia que sua
intenção era boa, nesse momento, não me importava. Levei a mão até a blusa
e o puxei para perto de mim.
- Arthur juro por Deus que se não calar a boca eu te mato. Me deixa gritar
porra. - gritando.
Uma enfermeira veio depois de vinte minutos disse que minha dilatação
havia aumentado dois centímetros, Arthur fez várias perguntas e ela falou para
ele se acalmar, que estava tudo normal. Faltava três centímetros para chegar
aos dez e eu já não aguentava mais.
- Linda...- disse enquanto alisava meu cabelo. - Vai passar, logo vai acabar.
Arthur estava quase chorando, dava para ver que ele sofria a cada grito
que eu dava.
- Me desculpa... pelo que eu falei... não é sua culpa. - falei entre as contrações
com a voz embargada.
- Tudo bem linda está sentindo muita dor. Agora vamos continuar com o
exercício de respiração que a enfermeira passou. - ele pediu e inspirou pelo
316
nariz e eu o acompanhei, contando mentalmente: um, dois, três. E expirei pela
boca.
- Hora de trazer esse bebê para o mundo. - então virou para o Arthur. - Você
vai querer assistir?
- Claro.
- Está bem só não desmaie. Você escolhe pode ficar com ela ou ver seus filhos
vindo ao mundo.
- Vou ficar com ela. - afirmou e abaixou e me deu um beijo, mas aí veio outra
contração.
317
- Você falou com... - não consigo terminar de falar.
- Conversei com sua mãe, ela me contou que você não chegou a conhecer seu
pai então será uma homenagem. - disse.
As lagrimas escorriam dos olhos dele, e o sorriso o mais lindo. Era tão
lindo quando ao dia que descobrimos sobre a gravidez ou quando Davi se
mexeram pela primeira vez ou quando a Duda o chamou de pai pela primeira
vez.
Arthur foi observar Davi recebendo os cuidados. Davi foi trazido até mim,
todo embrulhado e com a pulseirinha no braço.
Então lá estava eu, com meu príncipe, uma filha linda na sala de espera
e um marido perfeito ao meu lado.
- E claro puxou a mãe dele. - ele disse enquanto alisava o bracinho da Dália.
- Sabia que iria conseguir linda. Estou muito feliz. - falou e pousou os lábios
nos meus.
Arthur
318
- Você fica com ele? Preciso descansar, estou exausta.
- Filho estão todos esperando para conhecer o bebê, e eu quero conhecer meu
neto. - sussurrou ao notar que Selena estava dormindo.
- Vou levar ele ao berçário para que todos possam vê-los, não quero incomodar
a Selena, ela está muito cansada.
- Obrigada mãe.
Levamos eles até a janela, estavam todos lá. Duda estava no colo do
Pietro. Eliza, Aly, mãe da Selena e até Steve choravam. Pietro, Duda e meu pai
sorriam, apesar dos olhos do meu pai estarem cheios de lagrimas.
- Arthur, você não precisa ficar assim e só uma escola ela não está indo
embora.
- Se ele estava assim e era só algumas horas não quero nem ver quando for a
faculdade. - disse Eliza rindo.
319
- Papai vem te buscar está bem?
Eliza nós deixou em casa e voltou para empresa. Ela e Pietro estavam
cuidando das coisas até Arthur voltar. Ele disse que voltaria quando os bebês
ficassem maior, pois queria me ajudar, mas mesmo Eliza cuidando das coisas
ele vinha trabalhando em casa no escritório.
Minha avó só deu as caras dois dias depois que ele nasceu. Pediu
perdão por esconder as provas sobre o que Josh havia feito e depois voltou
para França, ela ligava uma vez no dia para saber como estávamos e já
aceitava Arthur como meu marido.
Aly e Pietro se mudaram para nossa casa antiga pois lá tinha mais
espaço. E os surtou dele não foram só com Eliza, sobrou até para Alyssa já
que nas viagens de fim de semana ele vinha acompanhando por causa dos
modelos que segundo ele queriam pegar a Aly.
O pai do Josh conseguiu uma liminar para que ele passasse o fim de
semana em casa, com uma tornozeleira eletrônica e com um guarda na porta,
mas não poderia chegar perto de ninguém da minha família. Também
descobrimos que ele e a Amanda ex-namorada do Arthur estavam de caso
alguns meses e que ela teria um filho dele.
320
Selena
Muita coisa aconteceu em seis meses, então vou resumir para vocês.
Arthur era um pai babão, estava sempre com o Davi ou brincando com a
Duda. Há dois meses ele voltou a trabalhar o dia inteiro, e passou o dia me
ligando para ver como nós estávamos, para ser mais precisa de hora em hora.
Falando nele sempre que podia estava com as mãos em mim. Na minha
opinião meu corpo não havia mudado nada com a gravidez, mas Arthur achava
que eu estava mais gostosa e fazia questão de dizer sempre que chegava em
casa.
Davi chorava de noite atrás de peito e por mais que a medica tivesse
falado para começar a tirar. Claro quando era eu a ir ficar com ele, já que
Arthur fazia questão de o olhar algumas vezes. Duda havia feito amigos na
escola, e no dia que eles foram para nossa casa, Arthur surtou por causa do
amiguinho dela.
321
- Tem um garoto no quarto da Duda.
- Mas não que tinha um garoto no meio, achei que era só meninas.
- Nada disso Selena, ele não vai ficar com a Duda no quarto.
- São crianças agora, mas mano você viu como ele olha para a Duda? - Pietro
fala. -Eu aposto que vão ficar juntos daqui a uns anos. - fala rindo.
- Ela vai ficar linda como a mãe, e se eu já tinha problema em sair com você
pôr os caras ficavam olhando, imagina quantos moleques vou ter que matar
porque vão querer, minha princesa.
- Ah pelo amor, e o Davi aposto que ele vai poder pegar todas, não é mesmo?
- Se você falar que só porque ele e homem pode, eu te mato. - digo e coloco a
mão na cintura.
322
Ele ficou em silencio por alguns minutos.
- Está bem eu exagerei. Ele pode ficar, mas vou estar de olho nele.
- Ele não para de chorar, Aly tentou, mas esse garotão aqui não quer.
- Obrigada Pietro.
- Está bem.
Josh
Bom aqui estamos, tem um mês que meu pai conseguiu minha
liberação. E com ela veio algumas condições, não poderia me aproximar de
Selena ou chegar perto da família Laurent ou sair do país atrás dela ou de
qualquer pessoa com quem ela se relacionasse e seus filhos.
Sim, eu sei que ela teve um menino e que adotou uma menina. Contratei
um detetive para saber da mulher que eu sempre amei, do meu jeito, mas
amei.
Agora sobre meu relacionamento com a Amanda, quando fiquei com ela
não tinha ideia de que era a ex-namorada do cara que roubou minha mulher. E
323
quando ela me contou da gravidez esperei o teste de paternidade confirmar
que eu era realmente pai daquela criança. Só depois ela veio morar comigo.
Meu pai frequenta minha casa as vezes, só para saber como estamos
por mais que ele me veja no escritório, mas não posso reclamar pelo menos
estou livre com meu filho.
324
Arthur
- Mamãe está cansada, então vai ter que se contentar com o papai hoje.
Comecei a balançar ele bem devagar, sai do quarto e fui até a cozinha
esquentar a mamadeira.
Verifiquei a temperatura e dei ele, não demorou muito para que ela
tomasse tudo, arrotasse e voltasse a dormir. Coloco ele no berço, espero um
pouco para ver se vai acordar, mas dorme profundamente e saio do quarto.
Estava indo para quarto quando encontro Duda na porta do meu quarto.
- Tive um pesadelo.
325
Hoje era domingo, estava na área da piscina com o Davi. Duda estava
com o Pietro na piscina, meu pai e o Marcos estão na churrasqueira e a Bete e
Steve estava fazendo o almoço. Enquanto as mulheres estavam no quarto
discutindo sobre a algumas coisas do casamento. O que fazia três horas.
- Traz aí.
- Tá bom, papai.
- Chamar quem? - Selena aparece atrás de mim e logo atrás Aly, minha mãe e
Eliza.
- Ei vocês dois vão lá para dentro e resolvam isso. - Selena avisa. - Vocês vão
acabar acordando os gêmeos.
326
Só contei para ela depois de quatro dias, e ela só falou que não tinha e
nem queria ter interesse em nada que dizia respeito a ele. Em falar nela hoje
ela volta para empresa, mesmo eu falando que preferia que ela só voltasse
depois que o Davi completassem um ano.
Na verdade, tenho planos para hoje à noite com minha linda e gostosa
esposa, quem sabe mais um filho venha por aí.
Alyssa
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madrinha esperando com sorriso no rosto. Duas tias e dois tios que não
poderiam estar mais feliz por estar ali.
No momento em que as cortinas se abriram, Pietro segurou minha mão
e sussurrou em meu ouvido.
- Desculpa por hoje.
Deu um beijo em minha bochecha e pela primeira vez no mês me senti
feliz ao ponto de lembrar o porque de ter aceito me casar com ele.
Fim
Na verdade nos vemos em Quando nos amamos.
328
Agradecimentos
Beijos
Lari Rocha
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Sobre a Autora
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