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Laura:

- Bem, antes de te contar o que aconteceu comigo, tenho que primeiramente te pedir
desculpas por não ter te dado uma chance de se explicar e por não ter falado das crianças
quando eu descobri sobre eles. - Digo com o coração cheio de arrependimento e raiva da
minha própria burrice. - Tudo começou porque descobri que você estava noivo, fiquei
estressada pela forma que isso aconteceu, achando que tinha sido uma despedida de
solteiro. Bem, eu sei que foi pouco tempo que passamos juntos naqueles dias, mas foi o
suficiente para você ter ganhado meu coração. Lembro que te falei que não tinha tempo
para namoros e essas coisas, você foi o meu primeiro amor e por isso resolvi me entregar
para você naquele dia. Então quando descobri que você era noivo, fiquei magoada, irritada
e muitas outras coisas, me senti usada e resolvi voltar antes para casa, sem deixar que
você se explicasse, na minha cabeça você não merecia isso. Não merecia o meu tempo,
afinal você já tinha ganhado o que queria. Então eu parti.

- Você não precisa pedir desculpas, eu realmente não tinha nada com ela, a minha família
queria mas eu não tinha... - ele começou a dizer

- Mesmo assim peço desculpas, foi exagero meu no momento da raiva. - precisei cortar ele,
afinal ele não tinha culpa mesmo e não precisava se explicar. - Bem depois de um mês e
pouco descobri que estava grávida e fiquei num impasse se te contava ou não. Optei por
tentar e te liguei, mas quem atendeu foi aquela que dizia ser sua esposa e pai do futuro filho
dela, enfim, é claro que eu não iria separar uma família e deixei pra lá. Depois disso não fiz
nenhuma tentativa, embora Cam sempre falava que tinha algo errado. - enquanto falava via
o choque passar por seu rosto. - Bem, eu não queria deixar ela falar e nós temos um trato
de nunca falar algo que a hora não quer saber - digo fazendo careta - então a um mês antes
deles nascerem minha irmã foi para casa passar o natal lá e quando estávamos no
aeroporto, antes de partir, ela gritou que você não tinha casado e que era mentira da outra.
Fiquei atordoada e desde então venho tentando te encontrar, mas estranhamente não
consigo falar com você. Cam também tentou de todas as formas possíveis e nada. Nesse
meio tempo recebi uma proposta para vir supervisionar uma das sedes da empresa e
descobri que era aqui e então eu teria chance de te encontrar. - tento resumir.

- Não acredito que ela fez isso - diz irritado. - Podíamos nunca termos nós afastando e por
culpa dela isso aconteceu e como você disse, mesmo que tenha sido pouco tempo, você
entrou no meu coração e fez dele a sua casa, não há espaço para mais ninguém! - ele
chega perto de mim e segura minha mão. - Quando descobri que você estava indo embora
e o motivo que a levou eu fiquei desesperado. Tentei ir atrás de você mas não consegui
chegar a tempo, inclusive eu teria pego o próximo vôo para te encontrar, mas na hora recebi
uma chamada da minha mãe falando que meu pai tinha sido internado. Fiquei louco por
uma notícia sua e não conseguia nada, não podia ir te encontrar pessoalmente porque tive
que assumir a função do meu pai, sua irmã não falava, nas redes sociais você não estava,
inclusive de uma amiga sua eu olhei mas não conseguia ter contato com ela. Pedi a um
amigo que estava indo ao Brasil para tentar te achar e nada. Eu não sabia mais o que fazer,
recentemente, quando finalmente o projeto dos EUA ficou pronto, fui ao Rio e te procurei
em todos os locais que você mencionou e nada, procurei nas empresas de designer alguém
com seu nome, até encontrei mas não era você. - ele falava profundo em pensamento
- Você não me acharia assim. Meu nome é meio complexo devido aos familiares, por isso
não achou. - tratei de dizer meu nome todo pra ele nunca esquecer.

- Eu acho que te achei então, mas descartei achando que não fosse. Você definitivamente é
uma brasileira completa, tirando o seu nome. - disse sorrindo.

- Acho que você tem razão. - retribuo o sorriso. - Me pergunto o porque não foi possível nos
falarmos! Mesmo aqui a minha irmã não conseguiu te contatar.

- Também não entendo o motivo disso, mas prometo que vou descobrir e nunca mais vamos
nos separar. Hoje quando te vi parada na minha frente, não consegui acreditar nos meus
olhos, por um momento achei que não era real, mas então era você mesma e me senti
como se estivesse vivo de novo - diz abraçando a filha ainda adormecida.

- Também me senti assim, imaginei que teria que te procurar e que seria muito difícil mesmo
que eu te procurasse em cada resort desse país. Mas então eu vou e esbarro em você. -
sinto que estou explodindo de felicidade por isso e aflita pelo meu filho na cama.

- Escutei em algum lugar que quando as coisas tem que acontecer, elas simplesmente
acontecem e nada vai impedir isso. - concordo com a cabeça. - Mas me fala de você. Como
você está? Como foi com eles? Que dia eles nasceram? Imagino que tenham cerca de dois
meses!? Como eles são? - sorrio com a curiosidade e o brilho no olhar dele?

- Eu estou bem e eles são uns anjinhos, graças a eles e minha família e amigos que me
ajudaram bastante nesse comecinho rs.
Eles nasceram no dia 26 de Janeiro. Sim eles tem dois meses. Geralmente são bem
quietinhos, ela é muito dorminhoca e ele é mais ativo, mas são uns amores e não dão muito
trabalho.

- Fico feliz que você não tenha passado nenhum sufoco. Mas sobre a sua empresa, você já
vai começar a trabalhar? Sua mãe veio ficar com você? Por quanto tempo você iria ficar
aqui?

- Sim, foi eles foram ótimos. Hoje eu só estava me familiarizando, não ia começar agora,
fechar um negócio com a sua empresa séria muito rentável para a minha empresa então
precisei ir hoje. Minha mãe veio pra ficar comigo nesses 4 meses que ficarei aqui.

- Calma aí, como assim "ficarei"? - disse me imitando. - Você realmente pretende voltar para
o Brasil?

- Bem o plano era esse, afinal eu só estaria aqui para pegar a experiência e voltar
assumindo o cargo como a nova supervisora. Mas ainda podemos...

- Por favor não volta. Eu sei que não posso simplesmente pedir que você pare sua vida
porque estou pedindo, mas eu não quero me separar nunca mais de vocês.

- Como eu ia dizendo, podemos ver isso. Eu também não quero isso, muito menos agora
que nos encontramos.
Helena começar a se mexer em seu colo e sei que está na hora de alimenta-la, ele fica todo
sem jeito e acho graça.

- Ela está com fome. - digo sorrindo para a cara de desespero dele.

- Ah sim, devo me retirar então. Me diga quando devo voltar - diz me dando seu cartão
pessoal.

- Você não precisa sair. - digo querendo rir - Não ligo se você estiver aqui, mas se você
realmente quiser sair, tudo bem.

- Eu realmente não sei, quero ficar e ver isso como teria visto se estivéssemos juntos desde
sempre, mas penso que posso te incomodar.

- Não vai não, está tudo bem. - assim sendo, alimento meu bebezinho e ele fica parado
olhando com o rosto ficando vermelho.

- Acho que é melhor sair, vou ver com o médico o que precisamos para ele ok - diz todo
vermelho.

- Ok - não puder evitar rir dele saindo as pressas.

Quando terminamos, mando uma mensagem dizendo que ele já poderia voltar e
rapidamente ele entra na sala com o médico.

- O doutor disse que ele já está liberado e que podemos ir para casa.- fico animada com a
notícia e agradeço ao médio.

- Então vamos embora. Não sou fã de hospital, ainda mais se envolve eles. - dito isto deixo
Helena que já adormeceu de novo em seus braços e pego meu lindo menino que ainda está
dormindo.

Antes de sair do quarto me deparo com uma cena comovente, meu primeiro amor, pai dos
meus filhos segurando um deles com uma bolsa de criança ao lado e eu com o outro bebê.
Infelizmente é do hospital, mas não deixa de ser uma cena linda e emocionante.

Ele já tinha avisado para o motorista que estaríamos indo embora e que deixasse tudo
pronto para partirmos.

- Acho que não podemos ir com você. Meu carro já está com as cadeirinhas instaladas.

- Sem problema, vamos no seu e sua família vai no meu. Só me dizer para onde devo ir.

- Ok

Quando estamos todos juntos, alívio a preocupação da minha mãe e irmã, conto que ele vai
comigo no carro e que elas irão com o carro dele.
Partimos para minha casa e levamos as crianças para meu quarto.

- É uma bela casa.

- Também gostei.

- Você precisa descansar, que tal eu voltar mais tarde? Preciso resolver algumas coisas
mas serão breves.

- Tudo bem. Você quer jantar com a gente?

- Vou adorar.

Ele me abraça e me beija. Um beijo calmo que estava começando a se transformar e um


bem agitado, por assim dizer, mas somos obrigados a nós afastar quando escutamos a voz
da minha mãe no corredor próximo.

- Eu volto mas tarde. - diz arfando

- Até - digo e sei que estou pegando fogo

Dylanp

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