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O QUE

VIRA O AMOR
QUANDO CHEGA
O FIM?

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Para os que sonham com o “Feliz para sempre”

E acreditam no amor verdadeiro.

Mas também os que sofrem com seus próprios demônios.

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Prólogo

Gustavo.

Salvador, Brazil -
Estados Unidos da América
Há três anos
Aos 16 anos

***

Dia 5 de Janeiro, 5h45

Querida Lili.
Faz poucos minutos que parti, não sei ao certo o que vai
acontecer daqui pra frente, admito que não sei nem ao certo do
porque estou fazendo isso. Tenho medo, meu coração neste momento
está saindo pela boca, o avião está nos céus e eu estou
assistindo o nascer do sol, não paro de pensar em nenhum sequer
momento de que poderia estar fazendo isso com você, mas tem
coisas maiores que me chamam agora. Não sei se algum dia lerá
esta carta, mas se ler, saiba que eu nunca quis que você
sofresse, nunca quis de nenhuma das formas que minha partida de
doa, mas os motivos pelos quais a deixo neste momento são sérios
e mortais, a força que eu não tenho agora é você que me dá, para
que um dia eu volte para ti.
TE AMO.

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Começos.
E recomeços

-Mãe, sério, eu tô bem. Depois desse mês longe de tudo e todo mundo eu estou me sentindo
melhor, não preciso de uma psicóloga.

Eu sabia que não estava bem, pesadelos e mais pesadelos, crises de ansiedade e o pior de
tudo, lembranças. Mas a ideia de ir em uma psicóloga não me parecia muito boa.

-Lilian, eu sei que você não está bem, são noites e mais noites em claro com medo de fechar os
olhos e ver ele, quando dorme você acorda chamando por ele, isso não te faz bem, você
merece seguir em frente e sair do buraco que você se colocou.

Vai ser legal lá, você vai poder conversar e desabafar um pouco sobre tudo, o que te aflige e
principalmente depois do que aconteceu.

....

-Bom dia, Lili tudo bem?

Era uma mulher, com cabelos loiros lisos que pareciam ter sido feitos de água oxigenada a
poucos dias atrás, a pele branca e sensível sem nenhuma espinha ou mancha no rosto, os
dentes brancos brilhantes como uma mesa de vidro polida, seus olhos eram claros, um pouco
esverdeados mas oscilavam com o azul cristal por conta das lentes do óculos e haste dourada
que estava em seu rosto.

A sala era aconchegante, com um enorme sofá recheado de almofadas neutras de frente para
a poltrona onde estava sentada junto com uma prancheta.

Parecia uma sala de estar para uma festa do pijama entre garotas, das que eu fazia com
minhas amigas a uns anos atrás, quando eu tinha 15 anos e dormia todo fim de semana em
uma casa diferente por conta das festas.

A roupa dela me fazia pensar que eu apenas iria sentar ali e conversar, não acho que seria a
postura de uma médica.

-Bom dia! Tudo bem sim.

-Sei que está insegura e afastada da ideia de começar a fazer terapia.

Meu nome é Paula e eu vou te acompanhar neste processo de superação, e recomeço consigo
mesma, tá?

Quero que saiba que aqui neste ambiente tudo que ser conversado ficará aqui entre essas 4
paredes, e só irá sair algo se você permitir.

Nós temos uma lista grande de coisas que sua mãe está notando depois que algo muito forte
aconteceu com você.

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Caminhamos até o sofá, ela retirou os sapatos e sentou de maneira desajeitada e confortável,
eu fiz o mesmo.

-Quer um chá?

-Eu aceito sim.

Obrigada.

-Sim...

-Gostaria de falar algo?

-Eu realmente não sei o que exatamente devo falar ou por onde começar.

-Talvez pelo começo, é um bom lugar pra começar.

-Tá bom então

Tudo começou quando...

(Eu não acredito que ela fez isso.

Ela me traiu, ela me traiu, ela me traiu.

"O garoto que saíra de casa com felicidade como todas as manhãs voltava com o os
sentimentos aflorados"

-Filho?

-Não quero falar com ninguém mãe. Diz Ruan batendo a porta do quarto.

Sua mãe que estava na cozinha quando o filho chegou, se assustou com a reação e a forma
que o garoto de comportava ao chegar em casa.

E então ela viu.

Uma simples notificação,

aquele toque que chegava ao celular dela, e era um vídeo.

-Filho, abre a porta, por favor.

(ele destranca a porta e volta pra cama)

Filho!

A tristeza da mãe era óbvia, ela se aproximou dele e sentou ao seu lado, passou a mão em seus
cabelos e ele se virou.

-Eu não acredito que ela fez isso, mãe, eu amava ela.

Quantas vezes essa menina veio aqui em casa, mãe?

Eu dei atenção, carinho, amor, e ela fez isso.

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O que faltou? O que mais era para eu ter feito?

-Filho, ela fez isso por escolha própria, e não porque achou que você merecia algo, eu entendo
a sua frustração, sua tristeza, mas isso vai passar.

Talvez isso seja um sinal de que ela não é a menina perfeita pra você,

você é um menino lindo, doce, carinhoso, amoroso, e não é qualquer uma que merece isso.

-Mas e se eu não achar?

-Você vive a sua vida normalmente e quando se apaixonar novamente tente consertar esses
erros.

Não existe pessoa perfeita, Ru. Pessoas erram, falham e é isso que acontece, eu entendo
completamente o seu sofrimento, mas não é o fim do mundo.

Eu não gostava dela, sempre te disse isso, agora você vai continuar a sua vida sem ela, como
foi durante muitos anos.

Não pense que isso foi a única experiência que você teve com o amor e por conta dessa
decepção você vai desistir dele.

Não é assim que as coisas funcionam filho.

-Mas eu tô mal, aquela imagem não sai da minha cabeça.

-Mas vai sair e com um tempo você vai lembrar de hoje e vai sentir apenas como um dia e não
como um dos piores dias de sua vida. A gente não ama só uma vez ou

só uma pessoa, você vai amar e pode ser que seja até melhor que este, você vai encontrar
alguém que te mereça e que você mereça ela, vai ficar tudo bem.

Naquela madrugada Ruan não tinha sono, revirava seu corpo na cama que já estava bagunçada
de tanto se mexer de um lado para o outro.

Quando ele sentia isso, ele iria para o telhado de sua casa que tinha uma proteção na ponta,
parecia uma varanda um pouco improvisada, mas relaxante.

Quando abriu sua janela e sentiu o vento da madrugada pela sua face ele viu uma
movimentação diferente.

Era uma menina

Uma menina de cabelos pretos longos que estava com um moletom preto e uma calça da
mesma cor

uma mochila ao seu lado e um cigarro na boca.

-Como você subiu aqui? E quem é você?

-Eu gosto daqui, é relaxante, eu venho aqui sempre na verdade, você que nunca percebeu.

-Você sabe que isso pode dar cadeia, né?

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-É eu sei, mas você não vai fazer nada.

Como você tá?

-Péssimo pra falar bem a verdade, a esse ponto você já deve ter visto o vídeo.

-É eu vi, um pouco constrangedor pra ela, um vídeo espalhado dela transando com um garoto
aleatório.

-E eu com cara de ótario descobrindo aquilo.

-Convenhamos, você se deu melhor nessa história, ela tava praticamente pelada em um carro
com um cara que tinha uns 20 anos de idade.

-Vamo parar de falar disso?

-Tá bom

-Como é o seu nome? Aquela menina não era uma estranha, sua voz, seu rosto, seus

olhos.... eu já os vi.

-Quer um trago?

-Com toda certeza eu quero.

Me responde.

qual é o seu nome?

-Você não precisa saber disso. Diz a misteriosa garota com um sorriso no rosto prestes a
colocar o maço de cigarro na boca.

Eu tenho uma coisinha aqui que pode melhorar nossa madrugada.

Ela abre a mochila e tira uma garrafa de Vodka, uma bebida.

-Agora sim falou a minha lingua.

Vamos fazer um brinde

um brinde aa...

-A um recomeço para a sua vida.

-Isso, boa.

Tin tin.

(UM TEMPO DEPOIS)

....MEU DEUS KAKAKAKKKKKMM

-EU NAO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO, TU É LOUCA.

-A gente precisa de aventuras, loucuras, qual é a graça da vida sem maluquices.

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Não tem esse garoto que quase me atropelou? Kkkkk

-Sim, tem o que?

-Uma vez a gente tava tão bêbado que eu e minha melhor amiga subimos uma trilha no meio
do nada e ficamos gritando lá como se o mundo tivesse acabando.

A gente gritava: "Os aliens estão vindo, salvem-se"

-Meu Deus kkkkkkkkkk

-Sinto falta dele.

-Ele se mudou?

A brisa gélida que balançava as árvores, as flores, outras plantas, também beijava seu rosto e
movia seus cabelos -Ele se foi.

-Nossa, sinto muito.

-Tudo bem, você não sabia.

Isso vai fazer algumas semanas, mas ainda não caiu a ficha.

Ele tava se envolvendo com coisa errada, começou a andar com uns maconheiros.

Arfou a garota soltando um pequeno impulso de ar na demonstração de um pequeno riso.

Mas isso acabou levando sua vida.

Sinto que ele ainda estava me observando, depois diz:

-Gosto disso. De sua sinceridade.

Ficaram em silêncio por mais um tempo, até que ele pergunta:

-Você às vezes deseja que as pessoas fossem mais transparentes?

-Como assim?

Ele passa o polegar em um pedaço de estuque descascado até soltá-lo. Dá uma batida forte,
jogando-o por cima do parapeito.

-Sinto que todo mundo finge ser quem é.

Que, no fundo, somos todos igualmente ferrados. Alguns apenas escondem melhor do que
outros.

-Você realmente tá chapado. Diz a garota rindo da situação.

Mas acontece, eu concordo com seu pensamento, todo mundo finge o tempo todo, mas é
assim, nem sempre as verdades nuas e cruas são bonitas.

Ele a encara por um instante.

-"Verdades nuas e cruas", repete ele.

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Gostei disso.

Ele se arruma ali, vira o resto de bebida que havia dentro de seu copo e deita ali mesmo.

-Me conte uma verdade nua e crua, Senhorita!

-"Senhorita"?

Que cavalheiro.

Os dois riram

-Me conte uma verdade nua e crua,

senhorita.

-Sobre o quê?

Ele dá de ombros.

-Não sei. Algo de que você não se orgulha. Algo que me faça sentir menos ferrado. Ele encara o
céu, esperando uma resposta, meus olhos seguem a linha de seu maxilar, a curva de suas
bochechas, o contorno dos lábios. Suas sobrancelhas estão unidas, contemplativas. Não sei o
motivo mas ele parece precisar de uma conversa. Penso na pergunta e tento encontrar uma
resposta sincera. Quando consigo, desvio o olhar e volto a encarar o céu.

-Já teve uma pessoa que passou pela minha vida, e ela era violenta, quando a gente brigava ele
ficava muito alterado e as vezes me batia. Quando isso acontecia, ele passava uma ou duas
semanas tentando me recompensar pelo que acontecera; comprava flores ou me levava pra
jantar fora.

Quando fiquei realmente mal e tive forças pra me afastar, percebi que não fazer nada também
me tornava culpada. Passei boa parte da vida o odiando por ser uma pessoa tão ruim, mas não
sei se sou melhor. Talvez nós dois sejamos pessoas ruins.

Ruan olha para mim, pensativo.

“Senhorita”, diz ele, enfaticamente.

— Não existe isso de pessoas ruins. Todos nós somos humanos e, às vezes, fazemos coisas
ruins.

Abro a boca para responder, mas suas palavras me deixam em silêncio. "Todos nós somos
humanos e às vezes, fazemos coisas ruins." Acho que isso é verdade, de certa maneira.
Ninguém é exclusivamente ruim ou exclusivamente bom. Algumas pessoas só precisam se
esforçar mais para suprimir o lado ruim.

— Sua vez. digo a ele.

Com base em sua reação, acho que não quer participar da própria brincadeira. Ele suspira
fundo e passa a mão no cabelo. Abre a boca para falar, mas depois a fecha de novo. Fica
pensando por um instante, finalmente diz:

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Eu vi meu amigo morrer.

Isso vai fazer 1 ano mês que vem. Eu e alguns amigos tínhamos combinado de passar o
aniversário de um amigo nosso em uma casa de praia. Foi tudo incrível, maravilhoso, divertido,
mas quando chegou em um dia a gente foi pra uma praia que era conhecida pelas ondas
serem fortes e a gente foi surfar, quando eu e um amigo saímos pra comer, Pedro tinha ficado
no mar mais um pouco.

O pouco que eu ainda me lembro é dele gritando socorro porque as ondas estavam o levando.

O corpo dele veio ser achado 3 meses depois desse dia, ele tava todo mordido ao que tudo
indica por tubarões, e desde esse dia, essa imagem nunca sai da minha mente.

-Eu acho que...

-RUAN

-É minha mãe, preciso ir

-Foi bom te conhecer, Ruan!

-Foi bom te conhecer, “senhorita”!

-Bom fim de semana, meu chapa.

Tchau.

(DIA SEGUINTE)

porta abre

-AMIGAAAAAAAA

-GABRIELLYYYYYYYYYYYY

Faz tanto tempo que eu te vi

-Relaxa, foi só 1 mês e meio

Entra, vamos pro meu quarto, eu quero saber tudo que eu perdi.

Me conta então Ana o que aconteceu nesse tempo que eu estive fora?

-Vanessa levou chifre e terminou com Paulo, espalharam um vídeo dele transando com uma
menina extremamente aleatória, lisa e Guilherme tão namorando, Gabriel continua solteiro...

-Sempre acaba falando dele Ana.

-Gaby, ele é apaixonado por ti desde sei lá quando.

-A gente conversou bastante nesse tempo que eu estive fora, ele me mandava mensagens, a
gente se ligava e tals, ele me mandava mensagem toda hora, chega a ser engraçado falar
assim.

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Ana, eu não sei se quero algo por agora, tudo aconteceu muito ressente.

-Eu entendo e apoio, você precisa de um tempo pra se recuperar de tudo, e um


relacionamento amoroso por agora é o que você menos precisa.

-Me conta de você então, como você tá? Fiquei sabendo de você e Pedro.

-Precisa lembrar? Sério.

Eu tô seguindo a vida, não da pra parar de viver por conta de um término. Ele tá bem, com a
vagabunda que decidiu me trair.

-Tô surpresa com você assim tão de boa com uma traição.

-Eu não tô de boa, só não tô na merda.

Quando eu descobri fiquei sim muito mal, eu não entendia do porque aquilo aconteceu e nem
do por que ele fez aquilo comigo. Fiquei me perguntando o tempo todo do que eu tinha feito
pra aquilo acontecer, e eu queria saber o que aconteceria comigo depois daquilo, o que o
amor vira quando chega o fim?, o que eu viro quando chega o fim?

São só perguntas sem respostas.

-Talvez tenham respostas, mas as vezes não é o momento de você tê-las, eu acho que você
precisa viver e aprender algumas coisas pra ter respostas de outras. Nós estamos juntas agora,
e ninguém vai impedir de que vivamos coisas boas e experiências boas.

-Concordo totalllll, superar tá sendo mais fácil do que eu pensava, a gente terminou no final do
mês passado, a gente tá no final de outro mês. A vida precisa seguir, por mais que seja difícil.

Você não sabeee

-Óbvio que eu não sei Ana, mas fale.

-Eu conheci um garoto ontem

-E?

-E que ele é perfeito, meu Deus.

-Conta tudo.

Quero estar atualizada de exatamente tudo dessa cidade. Logo logo eu vou procurar saber as
coisas do colégio, porque esse ano você vai estudar no mesmo que euu.

-Nossa sim, eu nem acredito que minha mãe deixou eu estudar lá.

-Nem eu. Vamo mulher, conte a história.

-Bom, eu tava meio mal com algumas coisas que você sabe, e eu fui na varanda.

-Você e suas manias de invadir a varanda dos outros.

-Eu já tinha ido nessa, muitas vezes pra ser bem sincera, mas não sabia que um morador de lá
era tão interessante.

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A gente conversou de madrugada, a gente bebeu, e foi relaxante.

Mas eu tenho certeza que a gente nunca mais vai se ver de novo.

-E se ver?

-E se não ver?

-Procura, você encontrou uma pessoa legal e quer achar ela, procura.

-Eu não, preguiça.

(Celular toca)

-Alô

Oi amigo, tudo bem meu amor?

Eu tô aqui na casa de uma amiga minha, me informando dos acontecimentos. kkkkkkk

Se eu passo aí? Claro, tô morendo de saudade.

Eu já saio daqui e passo por aí pra matar um pouco a saudade, certo?

Pronto, até mais.

Preciso ir

Queria ficar aqui até escurecer, mas eu tinha prometido pra um amigo que eu iria passar na
casa dele antes das aulas voltarem.

-Certo

-Beijo meu amor,

pensa no que eu te falei.

A gente se vê amanhã e você termina sene contar a história por mensagem.

(CASA DE RUAN)

-Oiiiiiii

-Quanto tempo, parece que você tá mais linda.

-Sempre eu tô mais linda, Ruan- kkkkkkk

-Vem, entra.

-Como você tá?

-Você tá fazendo essa pergunta por algum motivo.

-É óbvio, pra saber como você tá!

-Sério Gabs!

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-Tá bom, eu vi o vídeo

-E?

-Quer que eu seja sincera?

-Óbvio

-O menino que ela tava transando é horroroso.

-GABRIELLY!!

-Não Ruan, sério ele é feio demais, agradeça que se livrou dessa vagabunda, porque meu
amor.

Confia em mim, se ela te trocou por aquilo, é porque ela não te merece.

-Sua sinceridade as vezes me assusta, sabia?

-Eu te amo, e você sabe disso, mas existem coisas que você precisa escutar.

-Ela me traiu. Diz o garoto deitando na cama e colocando um travesseiro na cara com uma voz
abafada.

-E daí? Você só tá sem namorada e com um presentinho na cabeça. De resto não muda nada.

-Eu te odeio, cara.

-Que pena.

-Falando sério, eu não tô tão mal, quando eu descobri tudo eu me senti traído, mas aliviado
também.

-Acredite, eu também me senti aliviada, odeio aquela garota.

-Gabrielly

-Sempre fui muito sincera com você e sempre disse que ela não era o que você merece, mas
agora essa traição foi boa pra você parar de ser ótario e começar a me escutar.

-Valeu pow, tá bom.

-Ru

-Oi

-Para de fingir que ama

-Como assim, não entendi

-Quando você vê uma mina gata e que te dá moral, você coloca na sua cabeça que ama ela, e
acaba se envolvendo.

Mas isso é ridículo, alguma delas pode levar esses sentimentos a sério, mas você não.

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Para de fingir, e começa a sentir, se permita amar de verdade e sem pressão, quando você
achar a pessoa certa você vai sentir.

-E se eu não encontrar?

-Se não encontrar, não encontrou a vida nem sempre é como a gente planeja, e tá tudo certo,
existem mais coisas pra fazer além de se apaixonar, o importante é viver da melhor forma, pra
que um dia você não se arrependa de não ter vivido direito, e se você se arrepender de algo,
tudo certo, são experiências e é bom saciar seus desejos de viver da forma que você realmente
quer.

Para de se lamentar pelo que não existe, ela não merece nada seu, levanta e vai viverrr, vai pra
balada, pra festa, beijar na boca, beber.

Amanhã volta as aulas, e eu acho que boas coisas vão vim esse ano.

-Cara, você é perfeita.

-Eu sei, vem cá, quero um abraço.

....

-Preciso ir

-Já?

-Sim, tem algumas coisas que eu preciso resolver.

A gente se vê amanhã, certo?

-Certo

-Se cuida, tá?

-Pode deixar Gabs

-Manda um beijo pra minha coroa favorita da vida e diz que logo logo eu volto pra visitar ela.

-Pode deixar kkkkkk

(1° DIA DE AULA)

-Bom dia Gabs!!

-Bom dia Gabs!!

-Oiii

-Oi aninha

-Muitos bons dias por aqui Gabs

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-KKKKKKK eu entendo.

-Vamo ver a galera antes do sinal tocar.

-Oiiii gente.

Ana já conhece todo mundo do grupo, só falta Ruan e Felipe. Fê deve tá chegando, ele sempre
se atrasa, já Ruan deve estar se arrumando. Vamo esperar eles chegarem.

-Olá meus queridos fãs!

Um garoto alto, loiro com olhos verdes tais como esmeraldas, tatuagens ele tinha tatuagens
que cobriam seu braço esquerdo com pequenos espaços entre si,

e o outro, uma curiosa cobra desenhada em preto envolvia metade de seu ante braço até seus
pulsos.

-Oi Fê

-Oi gabs, como você tá?

-Estou muito bem, depois de passar dois meses de férias para melhorar minha espiritualidade,
segundo meus pais, eu estou bem.

-Que bom amiga.

-Quem é essa aqui?

Questionou Felipe ao olhar a Ana ao momento que está com seu braço envolto aos ombros da
amiga que comprimentaste ao chegar.

-Ana esse é Felipe, Fê essa é aquela amiga minha que eu te disse.

-Muito prazer, querida!

-Oi galeraaaaaaa

Um garoto alto com cabelos pretos chega cumprimentando todos.

-Finalmente né Ru

-Perdão pela demora, eu estava cuidando da minha beleza.

-Compreendo.

Ru, conheça a mais nova participante do nosso grupo, Ana esse é Ruan, Ruan essa é Ana.

-VOCÊ????

-VOCÊ????

No momento de choque e surpresa o sinal toca, precisam ir para a aula.

(NA SALA)

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Muito bem pessoal, vou fazer uma pergunta inicial pra vocês.

As obras primas que abordam suas críticas políticas, sociais e econômicas quem aqui já leu
algum livro do filósofo Karl Marx?

Os que já leram, o que acharam quando leram pela primeira vez?

(Muitos levantam as mãos)

Vamos perguntar para o recém chegado, senhor Ruan.

-Capitalismo, socialismo ecomunismo. Karl Marx deveria ter relaxado e diminuido o nível de
droga no sangue pra não ter precisado criar ideias tão fracas, sem bases, sem ideias, sem
provas, apenas no pensamentos de que "Todos deveriam ser iguais".

-Está dizendo que as ideologias criadas pelo filósofo não são boas? Questiona a professora.

-O capitalismo é a única coisa que pode dar certo, a igualdade perante as classes sociais que
também se agrupa na igualdade salarial não tem como existir. Para uma sociedade evoluir
precisa existir o rico que trabalha pra si e pra sustentar o pobre e o pobre que trabalha pra o
rico e adquir seu sustento.

Igualdade disso iria desregularizar a circulação do capital e ter o contrário do que deveria ser o
avanço.

(Ana levanta a mão)

-Pode falar Ana.

-Eu acho que as ideias e os estudos apresentados por Karl desconstroem totalmente a
padronização e a farsa que é o capitalismo. Mostrando que a sua circulação econômica dá
certo para aqueles que já nasceram com a vida ganha e que tem poder sobre minorias mas
que acabam com muitos direitos mínimos que as classes populares precisam como seres
humanos..

O capitalismo só funciona para quem é rico, porque quem é podre ganha a miséria que deveria
dar pra viver, mas que na maioria dos casos não alimenta uma família inteira durante 1 mês.

-Bobagem, esclamou Ruan.

-Já vi que essa aula vai ser interessante.

Comentou Gaby para Fê que se sentava ao seu lado.

-O dinheiro é a única coisa que todos nós vivos damos mais valor do que a própria vida, para
ter isso e para que esse papel tenha valor ele precisa ser difícil e ter suas dificuldades para
adquirí-lo, o pobre só permanece pobre porque não trabalha o suficiente ou gasta suas
economias tudo em cerveja, ou algo assim.

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-CERVEJA OU ALGO ASSIM?

-Você talvez diz isso pelo fato de já ter uma vida ganha, porque você não trabalha e vive as
custas dos seus pais.

Porque não sabe quanto vale um gás de cozinha, uma Internet, energia, água, comida e outros
gastos.

-O capitalismo inventa uma perfeição não real apartir do momento em que pregam que a
riqueza só é adquirida com esforço, mas iguinoram a realidade daqueles que acordam muito
antes do sol dar as caras, pegam não sei quantos ônibus em um dia, deixam seus filhos e sua
família correndo riscos insanos por muitas vezes não ter estrutura e morarem em casas
prejudicadas onde a vida nestes lugares precise ser pedida dos céus pois não tem para onde ir,
essas pessoas são tratadas como escravas, sofrem discriminação por cor, por classe e nome,
correm o risco de serem assaltadas, estupradas, mortas para ter o mínimo que deveria ser o
mínimo de vivência mas é o mínimo de sobrevivência para continuar vivos.

O capitalismo é uma invenção insana da realidade pois pregam a mentira atrás de mentira,
pois o capital é a circulação de economia, mas também é a circulação de fome, morte, riscos,
perigos, preconceitos,

violência, dor e guerras.

Ponderou gaby em tom de voz pouco alto em direção a Ruan.

-Já chega né turma, não precisamos de tanta euforia neste momento de aula.

Obrigado Ruan, Ana e Gaby por serem prestativos na aula de hoje.

Abram o livro na página 35 e respondam até a 39....

SINAL TOCA.

-Ei

Ei

Ei

Ei

-É o que?? Pra quê essa grosseria?

-O que foi aquilo na sala??

-O que foi o quê???

-Aquele seu showzinho na sala.

-Que show garota? Se toca. A gente tava em uma aula, uma aula de História, onde a gente
tava discutindo sobre um livro. Para

de ser criança e relaxa.

-Ridículo.

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O garoto que não se importara com a reação explosiva da garota, saiu relaxado e tranquilo
após isso.

(Sala)

“-Kkkkkkkkk é verdade, mas ainda acho que não funciona”

-QUE FILHO DA PUTA!!!!!!!

Grita Ana fechando a porta da sala de aula, onde estava sua amiga e um outro alguém.

-É o quê garota? Exclama Gaby um pouco confusa com a reação da amiga ao chegar na sala.

-Foi o quê Ana?

Suas crises de raiva são até que compreensivas, as vezes na verdade, mas a porta não tem
nada a ver com isso.

-Gabriel cala a porra dessa boca antes que eu jogue uma mesa dessa na sua cara.

-Eieiei é melhor você ir abaixando o tonzinho dessa voz que tá muito autoritário.

Tá bom que você tá tendo crise de raiva, mas descontar em Gabriel isso é ridículo.

Sente aí e respire fundo, tome uma água se quiser, mas se acalme.

Ficar fazendo ceninha de criança mimada vai fazer você passar vergonha.

-Tá tá, desculpa.

Aquele pau no cu do Ruan

Eu não imaginava que ele seria tão filho da puta.

-Caindo no papinho de Ruan, Ana? Sério?

Exclama Gabriel em tom de deboche.

-Como assim Gabriel, tá louco?

-Eu sei de sexta, Ana.

-Pera, sabe do quê Gabriel? Questiona Gaby ao garoto que estava a suas costas, com as mãos
pousadas sob seus ombros fazendo massagens.

-Na madrugada Ana, como sempre invadiu a varanda da casa dos outros, e foi a casa de Ruan,
eles ficaram boa parte da madrugada conversando, bebendo e fumando.

-Sabia dessa história, Ana me contou.

-Mas Ruan me contou do super clima que rolou entre eles e que ele pensou sobre tentar algo
com Ana.

-Como assim tentar algo comigo? Esse pau no cu acabou de ser extremamente escroto e
desnecessário comigo.

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-Esse é exatamente o papo de Ruan, Ana.

Ele quer fazer você se irritar, ele se ligou que você é meio cabeça quente, e quer usar isso ao
seu favor.

E pelo que a gente tá vendo, tá funcionando.

-Tá louco? Eu caindo em um papo desse ridículo? Nunca.

-Eu não diria isso amiga, nunca é uma

palavra muito forte dita antecipadamente.

-Eu não sou tão fácil assim e ele não merece nem o mínimo do que eu posso oferecer, muito
menos minha atenção.

-Relaxa Aninha, deixa as coisas rolarem, pelo menos aos poucos, deixa ele pensar que você tá
caindo no papo dele enquanto isso planeje algo, quando ele perceber vai ter caído na própria
armadilha.

E ninguém tá falando que vai ser algo sério. Pensa nisso.

-Você pode estar certa.

-Eu sempre estou, vai por mim.

-Meninas, foi muito bom fazer o papel de psicólogo de Ana, mas eu tenho que ir.

A diretora pediu pra eu chegar um pouco mais cedo pra conversar com ela antes da reunião.

-Vai pra reunião Gabys?

-Vou sim amigo, nestante apareço lá. A gente se vê. Beijo.

Após o garoto passar pela porta da vasta sala de aula, fria pelo ar que estava ligado, Ana
eufórica pelo que havia visto se sentou na cadeira ao lado de sua amiga e começou a
perguntar.

-O que tá acontecendo que eu não tô sabendo?

-Sabendo do quê garota?

-Eu entrei na sala que a gente costuma ficar no intervalo ou em aulas vagas e dei de cara com
você e Gabriel na maior pegação.

-Pegação nada, você me respeite.

-Sério, tá rolando algo?

-Talvez sim, talvez não.

-Gaby, eu tô falando sério. Tá rolando algo?

Após a pergunta, os olhos de Ana fixos nos olhos de Gaby, fixos aos de Ana.

-Tá tudo bem Aninha, a gente tá conversando por enquanto. Eu falei logo no início que não
queria nada sério e nem nada, eu quero viver um pouco antes de compromisso.

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(REUNIÃO)

-Bom dia a todos presentes. Diz a diretora Clara, que estava na ponta da mesa entre duas de
fileiras de cadeiras com professores. Quero que seja rápido, então por favor sem enrolação.

Entre nós, temos a presença de Gabriel e Gabrielly, esses alunos serão os responsáveis por
mantermos o contato de alunos e direção durante este ano.

Desde já sejam bem vindos, que possamos trabalhar bem em conjunto.

-Obrigada diretora

-Obrigada diretora

-Agora que vocês estão presentes iremos falar sobre o assunto mais esperado em todo ínicio
de ano.

Festão do Ensino médio.

-Diretora, eu tive algumas ideias sobre isso

e gostaria de compartilhar.

-Vá em frente, Gaby.

-Esse ano deveríamos fazer algo diferente, diferente dos outros anos e pegar todos de
surpresa.

-O que sugere?

-Festa a fantasia.

-Gostei da ideia, me agradou bastante.

-Será um sábado, onde todos vão caracterizados, só pode entrar na festa fantasiado.

-Todos de acordo?

-Sim, os professores falam em voz alta.

-Então decidido. Eu irei passar a ideia para o organizador de nossas festas e pedir para ele
entrar em contato com você para formularem ideias juntos. A festa acontece ao final do ano
após todo o ano letivo ser finalizado e é usado como uma despedida para todos, então temos
que correr, essa festa precisa ter a estrutura

legal, e tudo impecável.

-Obrigada diretora e professores pela confiança, com licença.

-Toda.

(2 semanas depois)

-Licença Gabs, desculpa te atrapalhar com a leitura.

-Oi Ruan, aconteceu algo?

-Não, não, tá tudo bem. Queria saber como você está.

-Vai logo Ruan eu te conheço, fala.

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-Tá bom, Como eu falo isso pra você?..

-É algo sério? ou preocupante?

-Nem tanto

-Assim eu fico mais tranquila, fala.

-Gustavo tá voltando pra cidade

-Nossa, que incrível cara.

Faz anos que nos vimos pela última vez.

-Você tá bem em relação a isso? Questionou ele em tom de surpresa com minha resposta.

-Por incrível que pareça, sim.

Eu não lidei bem com tudo que aconteceu e isso não é culpa dele, ele fez o que precisou fazer
pra viver seu sonho. Passei um mês e meio em plena natureza com meus pais sem acesso à
internet pra eu tentar superar o que tinha acontecido. Essa volta dele não quer dizer que eu e
ele iremos voltar e sim que podemos nos esclarecer o que aconteceu.

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-Quem é Gustavo?

-Gustavo era meu amor. Falei soltando um sorriso no canto do rosto.

Ele era o motivo de minha felicidade, era minha luz, era o meu primeiro amor... foi o meu
primeiro amor. Éramos adolescentes, jovens demais pra saber o que realmente era o amor e o
que ele significaria pra gente.

-Quer dizer que o amor de vocês não foi tão forte ou bom?

-Nãoo, jamais. Foi incrível.

Eu o amava e ele me amava, eu tinha 14 anos quando começamos a namorar, hoje eu tenho
17. Eu não tinha tanta maturidade, eu perdi minha virgindade com ele, aprendi a amar com
ele, aprendi a viver. Aprendi o verdadeiro significado do amor, amando de verdade.

Apesar disso, apesar de ter amado e de ter sido amada, apesar de ter me sentido abandonada
quando ele foi embora, apesar de ter saído murmurinhos de que ele me traía, apesar de tudo e
apesar de ter acabado, tem algo onde eu nunca entendi e sempre me questionei.

-O quê?

-O que vira o amor quando chega o fim?

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Estávamos em uma roda de amigos, conversando sobre a festa a fantasia do final do ano,
atividades e trabalhos pendentes, alguns eventos que marcamos para alguma saída ao fim de
semana.

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Havia se passado semanas desde minha

conversa com Ruan sobre Gustavo.

Admito que minha ansiedade sobre sua chegada aumentou muito após o aviso.

Eu e Gustavo não terminamos de forma traumática ou triste e dolososa. Nós estudamos juntos
desde que me conheço por gente e sempre fomos muito grudados, tanto quanto eu e Ruan.
No último ano do fundamental ll os pensamentos foram mudando e acabou rolando algo,
extremamente intenso e forte, foi um dos melhores anos da minha vida, cheio de memórias e
momentos incríveis pra se lembrar, mas ele precisou ir embora, ganhou uma bolsa de estudos
e intercâmbio pra passar o primeiro ano do ensino médio viajando e conhecendo esse ano
escolar em alguns países.

Por pouco que pareça um ano, pra mim foi UM ANO, a cada dia nós mudamos desde uma
mudança de look até o peso que

pegamos na musculação da academia.

Quem é Gustavo depois da viagem?

Quem se transformou?

O que aprendeu?

Fala muitas línguas?

Continua com os cabelos mais pretos que já vi?

Permanece com algum dos sonhos que compartilhou comigo quando estávamos juntos?

São perguntas, são dúvidas.

Afinal quem era Gustavo após tudo?

Um dia próximo obteriamos essa resposta.

-Mano, eu não aguento mais essa vida.

Disse Felipe se deitando no banco velho das salas dos fundos.

-Que vida? Você só bebe e anda em festas gastando o dinheiro de seu pai.

-Ridícula você, não precisa falar assim né Gabs.

Ela riu com escárnio.

-Desculpa, mas é a real.

-Eu não sei o porque das coisas.

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Por que eu não consigo?, por que é tão difícil?, por que parece que sempre que eu tento amar
de novo parece que não é pra eu amar?

-Você é incrível!

Fê, você é um dos poucos garotos desse mundo que sabe amar.

-Amar costumava ser mais fácil antes.

-Amar nunca foi fácil na verdade, eu acho que pra alguém saber amar ela precisa saber que
pode amar.

Que independente do que um dia possa ter acontecido ela pode amar de novo.

-Gabs….

-Felipe…

Você se machucou com alguém, você amou e amou e amou e amou. E esse amor é a forma
mais linda que eu vi alguém amar.

Tiago morreu.

E não tem nada que ninguém possa fazer para voltar ao passado e impedir que isso
acontecesse. Ele fez uma escolha.

Seu rosto estava coberto com suas mãos em busca de algum escuro para esconder seu
sofrimento, suas lágrimas nitidamente molhavam o moletom preto que estava vestido, seu
corpo se encolhia.

Minhas mãos que estavam pouco mornas tocou em sua mão, o que serviu como impulso para
sua cabeça cair sob meu ombro na busca de conforto.

Minha mão alisava seus cabelos loiros escuros enrolados.

-Está tudo bem. Tá tudo bem sofrer.

Você não está conseguindo amar porque ainda se prende na figura de Tiago.

Você finge estar bem, faz piadas para que todos e inclusive você pensem que está bem.

Você sabe o que está rolando consigo, sabe a confusão mental e a solidão que tá te atacando
neste momento mas não sabe sair dela.

Fê, eu te amo, vou estar sempre aqui pra você.

Um beijo junto com lágrimas que também escorriam do meu rosto tocou seus cabelos e sua
cabeça na ideia de carinho e conforto, nosso abraço ficou mais forte.

Ele precisava daquilo.

-Uma vez eu perguntei a mim mesmo sobre Tiago.

-O que o amor vira quando chega o fim?

E parece que chegou, doeu quando chegou me quebrou quando chegou.

Mas por quê eu sinto que ainda não acabou?

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-Tiago? Felipe?

-Tiago era um amigo nosso, durante muito tempo eram meus melhores amigos, eles
namoravam. Só que ele se envolveu com pessoas que não deveria ter se envolvido e morreu
de overdose.

Felipe e ele eram completamente apaixonados um pelo outro, acho que eles faziam questão
de amar e de demonstrar aquilo, que se amavam e que queriam se amar.

Nunca descobrimos o porque o término deles, Tiago faleceu mas, antes disso ele tava
estranho.

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Um dia de aula normal, estávamos reunidos todos conversando sobre assuntos das provas ou
até qual professor mais amávamos ou odiávamos.

E então uma fachada de luz cresceu e tocou como fogo na pele, um garoto que se tomava por
uma sombra que também escondia seu rosto. Era alto, imponentes confiante por sua forma de
andar. E as faixas de luz solar iam se retendo revelando um lindo garoto de cabelos pretos
escuros e encaracolados.

Era Gustavo.

Seus cachos pareciam mais bonitos, seus lindos olhos castanhos que previam mel quente
brilhavam, ele parecia ter ganhado mais massa muscular e tomado mais sol, lembro de seu
tom de pele escuro, mas ele pareceu passar um bom tempo tomando sol para escurecer dessa
forma.

Isso é possível?

Meu coração estava palpitando como tiros em direção a ele.

Minhas mãos começaram a soar e minhas pernas começaram a tremer.

Espera, ele tá olhando pra mim.

Ele tá vindo em minha direção, o que eu faço??

-Iai galera.

-Gustavinho, meu amor. Disse Felipe estendendo a palpa da mão para tocar na de Gustavo e se
abraçarem.

-Oi Felipinho, bom te ver.

Seus comprimentos foram calorosos com todos, com abraços e beijos dizendo quanta falta
sentiam dele.

-Finalmente o meu itretenimento diário voltou.

As meninas já estão olhando.

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Esse ano vai ter muita coisa pra falar e fazer.

-Gabriel meu parceiro, sinto dizer a você, mas apenas uma garota aqui me interessa.

Seus olhos claros que sempre fez me perder perante a eles se viraram para mim, com toda a
intensidade e presença que me lembrará de todos aqueles momentos que vivemos.

-Oi Gabs

Eu não sabia o que responder, ou como responder, minhas ações e reações ali desapareceram.
Eu só conseguia olhar para aqueles olhos hipnotizantes que fez eu me apaixonar por aquele
garoto.

Apenas senti um toque familiar abraçando meus ombros e passando o braço por trás de minha
nuca.

Era Ruan, ele sabia que eu não conseguiria sair dali , então ele mesmo me tirou.

-Obrigada.

-Eu sabia que não tava tudo bem, você disse que tava, convenceu que tava, mas o que você e
Gustavo tiveram foi muito intenso

pra você ficar de boa em relação a ele.

-Nos momentos que eu tava tentando convencer vocês de que eu tava bem em relação a
Gustavo, eu tava tentando me convencer de que eu tava bem.

E eu não tava.

-Relaxa por enquanto, não se aproxima tanto e não dá liberdade, se ele tentar algo você me
fala que eu esmurro aquele pau no cu, e apenas fale com ele se você se sentir bem pra falar
com ele.

-Viu. Obrigado.

-Não precisa me agradecer por isso.

Você é praticamente minha irmãzinha que eu não pude ter, prometi a você e a mim mesmo
que nunca iria deixar nada de ruim acontecer contigo. O que eu puder impedir, eu vou
impedir.

Acabamos ali, eu aconchegada no melhor abraço do mundo, do meu irmão, do meu parceiro,
do meu companheiro, da melhor pessoa, na tranquilidade não pensando em nada,
esquecendo do mundo pra depois me estressar com ele.

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-Me fale mais sobre esse garoto.

-Ruan?

Como falar de Ruan.

Ru é o irmão mais velho que eu não tive. Fomos criados juntos por conta das nossas mães que
são melhores amigas desde o colégio. Eu e ele nem sempre concordamos, ele é uma pessoa
bem difícil de se lidar e digamos que eu também não sou nada fácil.

Ele e Gustavo eram muito amigos e foi quando ele nos apresentou de forma oficial.

Quando a gente começou a namorar Ruan ficou muito feliz, mas avisou a Gustavo que se me
machucasse ele seria punido, ele sempre foi assim com todos os garotos que eu ficava

e me envolvia.

Depois que tudo rolou, o término e a ida de Gustavo deixou ele um pouco irritado e depois
que Gustavo voltou pra o país fingindo que nada tinha acontecido, piorou toda a situação.

-Mas o que realmente aconteceu entre você e esse garoto.

-Logo logo eu te falo.

-Eaiiii Galera

-Oi Fê

-Opa

-Fala aí

-Oque vocês acham da gente ir pra resenha da casa da sofis?

-Bora

-Demorou

-Desculpa galera, mas eu vou preferir ficar em casa mesmo.

-Que é isso garota? Quem é você é o que fez com a minha amiga festeira?

-Eu tô bem aqui na sua frente, senhor Felipe. Mas a minha alma de festa por esse fim de
semana ela vai sair do corpo.

-Nem pensar.

-Esse fim de semana você vai colocar uma roupa linda, que te deixe uma gostosa e a gente vai
pra casa da sofis beber até cair.

-Gabs, é por conta de Gu?

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-De certa forma.

-Gabs.

-Eu tô bem tá?

Eu só não tô preparada pra falar com ele.

-Mas você não precisa falar com ele, a gente vai e fica contigo a noite toda se for preciso e se
você estiver só e ele vir te perturbar, é só gritar ou ligar pra gente.

-Tem certeza?

-Sim, eu tenho.

-Então se preparem pra embebedar até cair galera.

-Essa é minha garota.

-Obrigada gente.

Amo vocês.

Quero um abraçooooooo.

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Na casa de Ana estava se vestindo e maquiando para a festa.

Na altura que estávamos não dava tempo de desistir.

-PREPARADOS PARA UM DOS MELHORES ROLÊS DA VIDA DE VOCÊS??

-Oi Fê

-Gabs você tá maravilhosaaa.

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