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O gerenciamento, entre o capital e o trabalho

Prefácio: página 7 até 23.


O mal-estar na sociedade de gestão e a tentativa de gestão do mal-estar (Ciclo?)

Geral:
Capítulo 1: página 39 até 56.
O gerenciamento, entre o capital e o trabalho

Plano de apresentação: Apresentar o caso da tentativa de suicídio de um funcionário de


uma empresa, e as pespectivas do RH e de um gestor para introduzir a ideia principal. Logo
após, investigar as a raiz das causas dessa lógica.

O manager (administrador) está no centro de uma disputa intrínseca a ele, dentro de uma
lógica gerencialista. Ele media a empresa, e seus valores e desejos, o cliente e suas
expectativas, e ele próprio como trabalhador assalariado, ainda vulnerável a substituição.

A obsessão pela rentabilidade financeira

Causa de todos os males neste contexto: a obsessão da rentabilidade pelo mercado


financeiro, que cria uma organização vertical, no qual a Bolsa de valores está no topo,
pois a própria empresa se tornou um produto. Abaixo da bolsa, há os acionistas e
investidores, abaixo deles, as empresas que são alvos de investimentos e valores na
bolsa, cujas variáveis dependem de fatores como: desterritorialização, no qual muitas
vezes o Estado/Nação não consegue controlar a circulação de capital e efeitos
especulativos; a realidade atual da “informação imediata”, garantida pelas tecnologias
atuais, no qual os prazos para publicação de resultados não são maiores que 3 meses.
E em uma escala ainda menor, dentro das empresas, as pessoas e suas relações são
diretamente afetadas pelo o que vem de “cima” da cadeia ( Ironicamente, se isto fosse
um gráfico, seria o gráfico de uma cobra devorando o próprio rabo ouroboros…).
Toda a conjuntura citada, ratifica a existência de uma lógica gerencial que despreza a
reflexão sobre novas formas de organização e os problemas humanos.

Resumidamente, as empresas estão subordinadas à lógica do mercado financeiro, que


busca rentabilidade acima de qualquer coisa, e que é repassada cada vez mais para
níveis inferiores da cadeia, chegando ao átomo de todos esses “objetos”: as pessoas.

“O mundo ‘anônimo dos investidores institucionais’: podem ser comparados,


facilmente, a entidades sobrenaturais que juntas possuem um poder devastador para
uma empresa, mas que com o sacrifício certo (rentabilidade) e lhes dando confiança ,
tudo isso de tempos em tempos, é possível acalmá-los.” (claramente eu dei uma
viajada sinistra aqui, acordei bem dark hoje, no livro essa parte é menos mística, mas
queria dar esse caráter a coisa)

Resumo de cada tópico:

Início
O manager (administrador) está no centro de uma disputa intrínseca a ele, dentro de uma
lógica gerencialista. Ele media a empresa, e seus valores e desejos, o cliente e suas
expectativas, e ele próprio como trabalhador assalariado, ainda vulnerável a substituição.
Quem está nessa posição social, dentro do gerencialismo, é um feroz caçador da
rentabilidade, comportamento este que é fruto de algo que está acima dele: o mercado
financeiro.
A obsessão pela rentabilidade financeira
A obsessão pela rentabilidade pelo mercado financeiro, que cria uma organização
vertical, no qual a Bolsa de valores está no topo, e a própria empresa se tornou um
produto. Abaixo da bolsa, há os acionistas e investidores, abaixo deles, as empresas
que são alvos de investimentos e valores na bolsa. E em uma escala ainda menor,
dentro das empresas, as pessoas e suas relações são diretamente afetadas pelo o que
vem de “cima” da cadeia. Toda a conjuntura citada, ratifica a existência de uma lógica
gerencial que despreza a reflexão sobre novas formas de organização e os problemas
humanos em prol da rentabilidade da empresa e agrado dos acionistas e investidores.

O gerenciamento a serviço do capital?


O termo "gerenciamento" traz consigo a ideia de arranjar, providenciar e instalar.
Trata-se de moldar o coletivo, organizando e utilizando da melhor maneira cada peça
para se alcançar um objetivo. Além disso, de acordo com a origem da palavra
"management" (=gerenciamento) vem do "manège", lugar em que se criavam os
cavalos e no qual se aprende a montá-los, através de diversas ações. Entretanto,a partir
do momento em que esse termo passou a estar a serviço do mercado financeiro que ele
realmente se tornou mais pejorativo do sua origem. O mercado financeiro só se
importa com resultados positivos,e aliado a isso as tendências globais estão hoje ao
desfavor do trabalho, que cada dia mais se torna sucateado,pois empresas
multinacionais buscam rentabilidade, mesmo que isso signifique contratar mão de
obra barata e deslocar sua unidade de produção para países com leis mais
desfavoráveis para o trabalhador, criar produtos de menor qualidade e gerenciar os
empregados como mera peça que pode ser facilmente desligada se não for rentável. O
gerenciamento está em prol do capital.

Dominação Das Multinacionais

Tendo em vista a substituição da lógica de produção pela lógica financeira, a


regulamentação econômica, antes dominada pelo Estado, passa agora a ser fortemente
influenciada pelas multinacionais, onde o poder está entre a estratégia da gerência e os
acionistas que aguardam os dividendos, além disso, no sentido econômico, o Estado
deixa de ser a única mão sobre as sociedade, visto que as decisões tomadas pelas
multinacionais, apesar de terem impacto direto sobre a sociedade, não é mais de
controle do Estado, este passa agora a tentar gerir as consequências e contornar
situações que tiverem como causa as decisões tomadas por essas grandes empresas. O
poder no seio das multinacionais às permite impor ao mundo sua lei de mercado, de
modo que consigam encontrar equilíbrio entre acionistas, produtores e consumidores,
sem, praticamente, nenhuma interferência por políticos, isso pelo pouco poder que
agora eles exercem. Sendo assim, é possível inferir que houve uma ruptura entre os
poderes políticos e econômicos, de modo que um permanece localizado,
territorializado e nacionalizado, enquanto o outro passa a não se prender mais ao
território, é opaco e internacionalizado. Agora, até mesmo a vida humana deve se
adaptar ao que é sugerido pelo trabalho.

Liberdade para o capital, desregulamentação para o trabalho

As organizações internacionais que deveriam regular o mercado mundial não estão em


acordo no que diz respeito à regularização do trabalho, sendo regidas pela lógica
gerencialista que enxerga a proteção social do trabalhador como entrave para a
geração de empregos, mas que quer dar total liberdade para a circulação de capital no
mundo, enquanto a circulação de trabalhadores e a regularização mundial do trabalha
é algo estritamente difícil de ocorrer.
-A ideologia gerencialista neoliberal dominou as instâncias internacionais que estão
encarregadas de regular a economia mundial (FMI),o desenvolvimento (Banco
Mundial) e o comércio (OMC).

-As decisões são tomadas por pessoas que "vêem o mundo com os olhos da
comunidade financeira".

-Tomadas ou não de decisões são feitas a partir da avaliação de critérios como taxas
de inflação, taxas de endividamento, equilíbrio orçamentário, peso da dívida externa,
entre outros, e não pela real dificuldade que o país está passando.

-Primeiro é avaliado se do ponto de vista financeiro, aquele país futuramente dará


alguma rentabilidade para a instituição que investir nele. Não há contato com as
realidades locais.

-A ideologia gerencialista vê os direitos no trabalho como um retrocesso e entrave


para a geração de empregos, sendo necessário diminuira proteção social do
trabalhador, aumentar a liberdade econômica. A regulamentação do trabalho é um
obstáculo para a liberalização dos mercados.

-A partir da escala internacional, instituições de poder que deveriam juntas trabalhar


para regular o mercado mundial acabam não efetivando seu papel por visões e
decisões distantes. O Fundo Monetário Internacional busca ajudar países de acordo
com diversos critérios do ponto de vista financeiro, enquanto o

-a cooperação monetária global, proteger a estabilidade financeira, facilitar o comércio


internacional, promover altos níveis de emprego e crescimento econômico sustentável
e reduzir a pobreza em todo o mundo

Atualmente, muitas empresas obedecem a lógica financeira, que funciona mais ou


menos assim:
Existe a bolsa de valores, no qual as empresas vendem várias partes delas para pessoas
e instituições do mundo todo. Quem compra essas partes, está investindo diretamente
seu capital na empresa, e , logicamente, faz isso pois espera que o capital investido,
com o tempo, tenha um retorno maior devido ao crescimento da empresa no mercado.
E, devido ao avanço tecnológico, essa Bolsa de valores é atualizada diariamente,ou
seja, todos os dias é possível checar as oscilações do mercado e o valor atual da
empresa, o que gera uma cobrança imediata por parte de quem investe seu capital.
Com tudo isso em mente, fica claro que, antes a empresa que trabalhava para entregar
um bom produto no mercado, agora vai trabalhar pra dar retorno pra quem investe
nela, não importa a forma. Desse modo,o parâmetro guia da empresa é a busca pela
rentabilidade financeira. Essa busca é marcada pelo imediato, a troca de decisões
estratégicas de longo prazo por decisões de curto prazo visando apenas lucros, mesmo
que isso vá afetar qualidade do produto ou serviço. E muitas vezes,a intenção da
empresa está muitas vezes em sentido oposto aos acionistas, o que leva a tomada de
decisões prejudiciais para a empresa, mas benéficas para os bolsos dos investidores.
Isso ocorre pois o poder é muito difuso, estando nas mãos de várias entidades e
pessoas diferentes, que às vezes não conhecem sequer os objetivos da empresa
investida. Esse contexto gera um desencontro entre as decisões da empresa e dos
acionistas, e força o gerenciador a tomar decisões prejudiciais para agradar aqueles
que depositam seu dinheiro na empresa. Fica claro que a lógica financeira faz com
que o gerencialismo trabalhe apenas a favor do capital, do quanto a empresa
consegue ser rentável. Isso pode ser visto através das políticas das multinacionais, que
escolhem países com leis desfavoráveis para os trabalhadores, com sindicatos fracos.A
criação de produtos com qualidade inferior para obter um lucro maior, mesmo que
isso não vá suprir as necessidades do cliente.

E, em menor escala, no átomo da empresa, o gerente que está a serviço da lógica da


empresa, que está a serviço da lógica financeira, mas que internamente ainda é um
assalariado que pode ser demitido, precisa tomar decisões duras visando apenas o
lucro, ignorando diversos fatores da vida humana, e de possíveis novos modelos de
produção.

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