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Café filosófico - O trabalho - Marcos Cavalcanti (Gestor empresarial)

Contexto:

Para Marcos Cavalcanti o mundo está passando por um novo processo de


transição,mudança de paradigma, assim como anteriormente aconteceu com a sociedade
agrícola se transformando em uma sociedade cada vez mais urbana e industrial.

SOCIEDADE INDUSTRIAL —-----------------------------> SOCIEDADE DO CONHECIMENTO.

Hoje em dia o recurso de valor desta vez é o conhecimento. Se durante a idade


média o poder estava nas mãos de quem possuía terras, e com essas terras era gerado
lucro a partir de plantações, atualmente, esse modelo não funciona mais, pois o
conhecimento gera produtos de valor agregado muito superiores a um mero pedaço de
terra. O preço de um avião não está inteiramente no seu custo intrínseco de produção, mas
sim todo conhecimento envolvido na sua concepção e sua criação. Em termos de poder, um
país como os Estados Unidos está bem munido de conhecimento, que se apresenta de
diversas formas como softwares de computadores, educação etc.
Cavalcanti explicita bem que o conhecimento não funciona sob as leis da economia
igual a outros tipos de moedas e recursos que estamos acostumados a lidar. Quanto mais
se compartilha conhecimento, mais conhecimento é gerado,e consequentemente mais
riqueza, ou seja, é um dos únicos bens intangíveis que quanto mais se usa, mais se
multiplica.
Dentro de todo o contexto de transição, de uma sociedade industrial para uma
sociedade do conhecimento, coisas boas e ruins vão acontecer. Empregos vão
desaparecer, assim como novos vão surgir, e aqueles que não estão preparados e que não
conseguem observar e entender o todo, ficaram, provavelmente, para trás. Nessa “nova
era” que está cada vez mais presente, há um tipo ideal de trabalhador, aquele que fará a
diferença e será a diferença. Como o próprio Marcos disse: “(...) tecnologia iguala as
empresas, as pessoas fazem a diferença”. Entretanto, para Cavalcanti é necessário que,
alunos, instituições e sociedade como um todo abandone o modo cartesiano de observar e
resolver problemas, no qual um problema é dividido em pequenos pedaços menores e mais
simples. Para ele, o estudante de ensino superior que se forma dentro de uma lógica
cartesiana, no qual problemas são separados em áreas como física, matemática, sociologia,
psicologia está fadado a não compreender e a não resolver os problemas complexos do dia
a dia na sociedade, pois fora dos muros das instituições de ensino, as questões sociais
muitas vezes envolvem diversas áreas para serem resolvidas. Não se pode observar uma
empresa apenas do ponto de vista exato e estatístico, mas também do ponto de vista
psicológico e sociológico.
A visão ideal nesse caso é óbvia: é o contraponto da visão cartesiana. É necessária
uma visão sistêmica, que contempla o todo e não apenas uma parte. Escolhas baseadas
em uma visão global, em vez de uma visão individual e isolada. Uma visão que abraça a
complexidade do mundo, que fica cada vez mais complexo à medida que o tempo passa.
É necessário fazer e pensar, ser multiprofissional e não estar preso em uma
caixinha, em algo específico. Para Marcos, não há o menor problema em não se encaixar
definitivamente em exatas ou humanas: “qual o problema em ser um engenheiro com uma
sensibilidade aguçada para a arte?”.
Cavalcanti conta que em uma pesquisa de Arie de Geus(1930), no qual investigava
o histórico de empresas atuais e fortes dos seus respectivos nichos de mercado para
identificar algum padrão, o autor da pesquisa notou que grande parte das empresas mais
famosas sumiram após um curto período de 10 anos, mas durante toda a linha de estudo e
passagem de anos, sempre havia um grupo de empresas centenárias que sobreviviam no
mercado. Após identificar o padrão, Arie enumerou as características principais:
1. Visão do todo: visão sistêmica
2. Propósito: não buscavam apenas o lucro, algo semelhante a missão individual de
cada membro da Morning Star, empresa de extrato de tomates.
3. Tolerância: observar valor nos problemas, aprendendo com eles e se preparando
para os próximos.
4. Conservador no quesito financeiro: não entram em modismos apenas por entrar, os
novos rumos sempre devem estar de acordo com o propósito da empresa.

Ao final do vídeo, o convidado faz grandes afirmações sobre como a sociedade atual
sufoca a criatividade e coloca cada vez mais indivíduos em caixinhas. Mas estou morrendo
de sono então não vou escrever. Morri.

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