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Os 10 Princípios da Economia

Revisados e Comentados
Este texto contém recortes digeridos da 3ª edição do livro Introdução À
Economia de Gregory Mankiw, professor de Economia de Harvard, formado em
Princeton e no MIT.

Descreverei os conceitos de forma resumida, tais quais colocados no livro e comentarei os


princípios, em itálico, logo após a apresentação do conceito.

Os 10 princípios da economia se dividem em três grandes tópicos conforme


abaixo:

Como as pessoas tomam decisões

1 — As Pessoas Enfrentam Tradeoffs

2 — O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo

3 — Pessoas racionais pensam na margem

4 — Pessoas reagem a incentivos

Como as pessoas interagem


5 — O comércio pode ser bom para todos

6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade econômica

7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados

Como a Economia funciona

8 — O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir Bens e Serviços

9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda demais

10 — A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e Desemprego

1 — As Pessoas Enfrentam tradeoffs

Tradeoff representa o que abrimos mão para alcançar um determinado objetivo, trata-se,


portanto, das escolha que fazemos e o que abdicamos para seguir tal caminho. Exemplo:
A sociedade enfrenta um tradeoff entre eficiência e equidade: no máximo de
eficiência, não teremos o máximo de equidade e vice-versa.

Não há muito o que comentar sobre o conceito de tradeoff, mas compreendê-lo nos
ajuda a potencializar nossas escolhas. Quanto ao tradeoff supracitado, escolhi-o pois a
forma como ele é colocado nos diversos debates da sociedade nos leva a conclusões
lógicas incompletas e equivocadas.

Parece trivial que a alocação mais eficiente de recursos gera desigualdade, acreditando-
se que na economia sempre há os perdedores e os ganhadores. Há, porém entrelinhas
numa sociedade extremamente produtiva, que é o chamado “progresso técnico” ou
avanço tecnológico. A eficiência máxima tem o cenário mais propício para o avanço
tecnológico devido ao paralelo de concorrência ótima, isto é, o avanço tecnológico é
consequência tanto da competição entre as firmas quanto de um bom ambiente
institucional. O avanço tecnológico barateia custos, potencializando o uso dos recursos e
produzindo mais com menos, o que torna os preços dos bens e serviços mais acessíveis à
grande massa. Portanto o cenário de maior crescimento econômico é o que cria um
ambiente institucional favorável para a competição onde ela é eficiente e não o da
equidade maximizada. Em uma equidade máxima os agentes econômicos têm incentivos
reduzidos para competirem entre si e, portanto, acabam por minimizar o avanço
tecnológico, tendo em vista que o progresso é uma combinação de boas regras e
competição. Logo, no longo prazo, incentiva-se o coletivo a ser menos produtivo, o que
torna todos mais pobres.

2 — O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo

O conceito enraizado nesse princípio está intimamente ligado aos tradeoffs que


passamos, todavia aqui matematizamos esses tradeoffs nos chamados Custos de
Oportunidade. Estes são traduzidos numa equação bem simples:

Benefício financeiro da minha escolha

Benefício da escolha financeira ótima para a minha situação.

_________________________________________________________

Custo de Oportunidade

(considere como ótimo aquilo que maximiza seus ganhos)

Um conceito corriqueiro para os que visam maximizar seus ganhos financeiros. Mas o
grande inimigo do Custo de Oportunidade se chama “Informação” — na verdade a falta
dela. Se você não se informa sobre os diversos fenômenos que nos cercam, jamais irá
alcançar os potenciais pontos ótimos das suas preferências, seja nos investimentos do
seu dinheiro ou do seu recurso mais precioso, o tempo, o Custo de Oportunidade é uma
excelente ferramenta para medir a maneira como estamos e como gostaríamos de estar.

3 — Pessoas racionais pensam na margem

Estamos falando principalmente de um conceito chamado utilidade marginal, que é o


quanto nós ficamos mais satisfeitos conforme vamos consumindo mais e mais. A ideia é
bem simples, a satisfação total que tenho em comer somente um sorvete é menor que a
que eu tenho em comer 20 sorvetes, porém o saldo (prazer - gasto) que eu tenho é
maior no meu primeiro sorvete do que no vigésimo. Ou seja, eu estou disposto a pagar
mais pelo primeiro sorvete do que pelo vigésimo.

Pensar à margem é uma ótima maneira de potencializar nossos ganhos: o quanto


ganhamos por ficarmos uma hora a mais no trabalho, o quanto ganhamos estudando
mais um ano, o quanto ganhamos ficando mais uma hora na festa e por aí vai. Não falo
só de ganhos financeiros, mas também num aspecto mais abstrato de coisas que não
podem ser mensuradas em moeda, ou pelo menos coisas que cada indivíduo tem a sua
própria régua para medir. Um aspecto importante desse problema é que a própria
análise desse custo adicional pode não compensar o tempo investido, portanto temos
que ser sapientes quanto às nossas análises e principalmente nossos planos.

4 — Pessoas reagem a incentivos

Nós estamos sempre comparando os custos e os benefícios das decisões que tomamos.
Acredite, fazemos isso intuitivamente, mesmo que erremos nos nossos cálculos, nós
sempre acreditamos que estamos tomando a melhor decisão em uma determinada
situação. Somos, então, incentivados a tomar aquela decisão que julgamos ótima. Se os
benefícios e/ou os custos de uma decisão mudam, somos incentivados a nos adequar aos
novos cenários. Um exemplo bem interessante é o quando acordamos numa segunda-
feira de manhã para trabalhar; caso decidamos ficar em casa dormindo, estamos
explicitamente preferindo o descanso às consequências de não aparecer no trabalho.

Comecemos do ponto de que existem incentivos explícitos, como leis e contratos; e


incentivos implícitos, como códigos morais individuais.

Considerando o ápice da racionalidade ou um intermediário entre esse e a ausência


absoluta de raciocínio, entendemos o que leva as pessoas a agirem como agem; alguém
que trai foi individualmente incentivado a tal (não julgo aqui códigos morais), seja pela
fragilidade do momento, superestimação da situação, ausência de empatia ou um “erro
de cálculo”, o indivíduo analisou os custos e benefícios de trair, mesmo que de forma
incompleta e imperfeita, e optou por fazê-lo.

Em um outro plano, políticos, pelo poder que lhes é concedido, têm grandes incentivos a
serem corruptos, isto é, a favorecem interesses próprios transferindo seus custos para
terceiros. Lembre-se que o papel e a caneta usados para assinarem uma lei ou
regulamentação não têm senso crítico e nem códigos morais, portanto o sucesso da
medida depende essencialmente da boa índole e do conhecimento técnico do burocrata
(ou da sua equipe). E como nosso sistema têm ene falhas em seus mecanismos, conforme
Marcur Olson relata em The Logic of Collective Action, os políticos cedem aos grupos de
pressão para beneficiarem a si próprios e não há muitas formas de contornarmos essa
situação, principalmente no curto prazo.

(É importante adicionar que todas as políticas públicas são imbuídas


de tradeoffs e custos de oportunidade que em sua maior parte não são observados pelos
políticos, o que ocasiona nesse cenário lamentável no qual vivemos. Ganhos marginais
dificilmente são ponderados.)

5 — O comércio pode ser bom para todos

O comércio não é como uma competição esportiva, na qual existe o ganhador e os


perdedores. De fato, todos ganham, uns em menor proporção, outros em maior.
Concorrentes são competidores de um mesmo mercado, tanto quanto são parceiros.
Pessoas competem entre si, mas são parceiras devido às suas especialidades.

A primeira ideia sobre como o Mercado promove bem-estar econômico está na ideia da
especialização: eu posso construir a minha própria casa, mas o custo de oportunidade
para tal será imenso, levando em consideração que eu não tenho conhecimento nenhum
sobre construção civil, mas existem pessoas especializadas que conseguem fazer a mesma
tarefa com uma eficiência grosseiramente maior que a minha. Da mesma maneira, eu
posso oferecer à essa mesma pessoa que construiu minha casa os serviços dos quais sou
especializado.

As evidências empíricas têm mostrado que mais mercado é melhor que menos mercado,
mas instituições de boa qualidade também têm papel importante para frear mercados
onde suas falhas pioram o resultado da livre concorrência. O Mercado coopera quando
é necessário, mas sempre incentiva todos a competirem entre si, o que por sua vez leva
as pessoas a se especializarem mais. As consequências de uma mão-de-obra
especializada é a racionamento de recursos naturais, melhores salários, crescimento
real da economia e, consequentemente, melhora do padrão de vida e bem-estar da
sociedade.

6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade


econômica

A União Soviética colapsou em detrimento do planejamento central da Economia, o


governo da URSS determinava o que seria produzido, em que quantidade e quem
produziria. Acreditava-se que o Estado deveria ser o único provedor do bem-estar
econômico.

Todavia, a Economia de Mercado provou-se mais eficiente, estável e duradoura, as


decisões centrais são substituídas pela interação entre milhares, milhões e até bilhões de
agentes econômicos (pessoas e empresas), o que gera a maximização do bem-estar
econômico de uma sociedade, conforme elaborado inicialmente por Adam Smith e depois
confirmado por outros teóricos. A mão invisível do Mercado, que nada mais é do que as
interações de gostos e preferências entre produtores e consumidores leva-nos a pontos
ótimos da Economia em geral.

Adam Smith foi um gênio incomparável, não só pela excelência de seus estudos com tão
poucos recursos e tecnologias para analisar, mas principalmente por iniciar uma
corrente acadêmica da qual os cientistas sociais unem rigor matemático, instrumentos
estatísticos e conhecimento filosófico para explicar diversos fenômenos sociais.

Ludwig von Mises, ao analisar os métodos soviéticos de controle de produção, constatou


que para calcular a alocação de recursos (o que produzir e consumir) em 1 ano da
URSS, seriam necessários 30.000 anos de cálculos para estimar tal alocação. É claro
que à época, a Tecnologia de Informação não era tão avançada quanto hoje.
Neoclássicos, seguindo os estudos de Léon Walras constataram matematicamente que a
alocação via mercado, satisfeitas algumas hipóteses, é eficiente e que, caso fosse possível
um planejador central observar todas as preferências dos indivíduos, alocaria os
recursos da mesma forma. Entretanto, tal benevolência é deve ser observada com um
determinado grau de ceticismo, conforme citado no 4º princípio.

As consequências sociais do mercado são tais que, com meu trabalho, eu beneficio todo o
meu contexto social e econômico e, na verdade, a soma de todos os esforços individuais
gera o que chamamos de prosperidade econômica (ou a falta dela).

7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados

A mão invisível do Mercado precisa de instituições que a proteja. Os mercados só são


eficientes quando os direitos à propriedade são garantidos.

Outro motivo pelo qual precisamos do governo são chamados Falhas de Mercado. Tais
falhas tocam os ponto onde a alocação via exclusiva dos agentes econômicos não levam a
maximização do bem-estar econômico. As Falhas de Mercado podem ter diversas origens
como a externalidade, o poder de mercado, a informação, os custos de transação, etc.

A externalidade é aquilo que não é precificado numa atividade produtiva, por exemplo a
poluição do ar, em consequência da atividade de uma usina, a concentração de calor em
um local, que é consequência da produção de energia solar, os benefícios sociais de uma
boa educação dos jovens e etc. Faz-se necessário a presença do governo para minimizar
essas externalidades negativas e maximizar externalidades positivas.
O poder de mercado é a influência indevida que um grande produtor exerce nos preços
dos bens e serviços que oferece. É o que justifica a criação de leis e regulamentações para
setores sensíveis da economia (principalmente para o consumidor), tais quais geração e
distribuição de energia, setor de telefonia, etc.

A informação está ligada aos diferentes níveis informacionais que os agentes possuem. O


exemplo mais emblemático é feito no Market for Lemons (1970) do George Akerlof, em
que o autor discute a venda de carros usados, donde os vendedores acabam por vender
carros ruins a preços mais altos para os consumidores que têm pouca informação.

Os custos de transação entram como falha de mercado pois a existência desses faz com
que o equilíbrio de mercado seja ineficiente no sentido de Pareto (sub-ótimo). Quem nos
trouxe essa ideia foi Ronald Coase.

Representei a ideia de Mankiw às minhas palavras, mas creio a ideia geral acima seja
simples de ser assimilada.

Falhas de Mercado são inerentes ao próprio processo de evolução de alguns mercados e,


numa ótica estritamente utilitarista, é possível constatar a forma como governos
melhoram o bem-estar agregado, mitigando as mais diversas falhas de mercado
através de regulamentações e investimentos onde não há atratividade para o setor
privado. O argumento estaria totalmente correto, se o agente público não tivesse
consciência individual. Todos nós agimos em benefício próprio o tempo inteiro e, salvo
em casos específicos, não há mal algum nisso — o problema é que no caso do agente
público isso é gravíssimo pois afeta variáveis como pobreza, bem-estar, crescimento
econômico e, no corriqueiro economês, a alocação ótima dos recursos. Daí, existem
falhas de mercado, mas também temos que nos atentar às falhas de governo.

O estado do século XXI assumiu a postura de regulador da atividade econômica, porém


não há maneiras eficientes de “regular” os reguladores, conforme indica Kennet Arrow,
prêmio Nobel de 1972, na Teoria da Escolha Pública. Ainda nos trabalhos de Arrow, os
mecanismos governamentais são desenhados de tal forma que é possível induzir um
resultado específico, conforme as escolhas públicas são dispostas. E isso nos leva a, no
mínimo, duvidar das “boas intenções” dos políticos e governantes, isto é, prejudicam o
resultado social em detrimento próprio, inclusive afetando o bom andamento de
mercados que não possuem falha alguma à luz da teoria econômica.

8 — O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir


Bens e Serviços
O tópico desse princípio é a produtividade. Uma economia só se desenvolve, quando a
produtividade média aumenta. Ou seja, a renda per capita de um país é proporcional à
produtividade média desse. E a única maneira de aumentar a produtividade média de um
país é através do progresso técnico e, para isso, são necessários a qualificação da mão-de-
obra, as ferramentas que potencializem a produção (capital) e a tecnologia no sentido
estrito da palavra.

Pode parecer tentador atribuir os avanços salariais somente aos sindicatos e políticas
públicas, mas a qualidade de vida do trabalhador está ligado em essência à capacidade de
todos de produzir bens e serviços no menor tempo possível.

Isso é evidenciado com dados históricos. Economia não é simplesmente circulação de


moeda. Na tabela ao lado, retirada da 7ª edição do livro Macroeconomia do próprio
Mankiw, podemos ver a forte correlação entre produtividade do trabalho e crescimento
dos salários reais. Não existe mágica ou alquimia, a produção precede o consumo e
para consumir mais, deve-se produzir mais.

9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda demais

A inflação é o que chamamos de aumento generalizado dos preços. Ela ocorre quando há
um descompasso entre os fluxos Monetário e Real da Economia. Um crescimento do PIB
de 2% deve ser acompanhado de um aumento de 2% na quantidade total de moeda em
circulação, para que os preços reais se mantenham constante. Em termos gerais, a
inflação ocorre quando o governo produz mais moedas do que o necessário e isso provoca
uma desvalorização do dinheiro. Comentarei sob uma perspectiva neoclássica da teoria
monetária; entretanto, há uma discussão interessante, iniciada por John Cochrane, sobre
os efeitos da expansão monetária, (quantitative easing) promovida no pós-crise de 2008,
donde o banco central americano baixou a taxa de juros para níveis próximos de zero,
sendo que não observamos efeitos esperados pela teoria vigente — que é menor juros
implica em mais dinheiro em circulação e mais dinheiro em circulação, ceteris paribus,
significa mais inflação.

Exemplificarei esse aumento de forma simples: (Para fins didáticos, consideremos que
tudo o que se pode ser produzido no mundo são maçãs)

A economia X que produz 1000 maçãs/ano tem 1000 moedas de prata circulando.
Portanto, temos a relação (1000 maçãs)/(1000 moedas) , ou seja, 1 maçã custa 1 moeda
de prata.

Então, dotado de boas intenções, o governo coloca mais 1000 moedas de prata em
circulação, agora temos as mesmas 1000 maçãs/ano e 2000 moedas. A proporção fica
em 1000/2000, e com certa defasagem, o preço de uma maçã caminhará para 2
moedas, privilegiando quem recebeu este novo montante de moeda primeiro e
prejudicando quem os receberá por último, até que o efeito inflacionário esteja
completo. Famílias de baixa renda comumente estão na ponta final desse processo. Não
importa quantas moedas o governo coloque em circulação, se a produtividade não
aumenta, não haverá melhora de bem-estar.

Inflação é uma forma de imposto, pois o governo é o primeiro a colocar as mãos nessa
quantidade entrante de moedas na economia (efeito Patinkin), além de ser o culpado
pela própria inflação. O “amigo dos pobres”, quando diz que vai combater a inflação é
tanto trágico quanto cômico, pois o governo é o próprio motor inflacionário, conforme
Milton Friedman, que caracteriza todo processo inflacionário como exclusivamente
monetário.

10 — A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre Inflação e


Desemprego

Quando o governo aumenta a quantidade de moeda na economia, um dos resultados é a


inflação. O outro, pelo menos ao curto prazo é um menor nível de desemprego. O que
representa esse tradeoff é a Curva de Phillips.
Esta relação se dá com maior rigor no curto prazo. Já no longo prazo, os efeitos
positivos da inflação sobre o desemprego vão se diluindo até não terem mais efeitos.

Além das Expectativas Racionais explicarem boa parte do porquê desse efeito perder
força no longo prazo, explicarei o raciocínio do porquê esse ideia é prejudicial à
economia :

1, inflação gera instabilidade macroeconômica, essa gera insegurança para investir,


que culmina em baixos investimentos, baixo número de empregos gerados e assim por
diante, dado pelo fluxograma:

Inflação > Instabilidade econômica > Insegurança para Investir >

Baixos Investimentos > Menos postos de trabalho > Mais desemprego.

Fazendo com que esse processo seja insustentável no longo prazo. No melhor cenário,
baixo crescimento; no pior, uma pesada recessão.

2, para chegar ao ponto mínimo de desemprego, deve-se quebrar a principal barreira


do emprego, o salário mínimo, pois os mais vulneráveis às consequências nefastas do
desemprego são os menos qualificados. Para se ter uma ideia de como o salário mínimo
afeta de forma grotesca os índices de desemprego, peguemos o caso do Mc Donald’s , no
qual alguns Estados norte-americanos pleiteavam, com grande chance de aprovação, o
aumento do salário mínimo para US$ 15,00 por hora trabalhada; em alguns lugares o
salário mínimo é de US$ 8,00. Em resposta a esse novo cenário político-econômico, o
restaurante de fast-food começou a investir em restaurantes autônomos, no qual todo o
sistema do edifício é robotizado e funciona de forma 50% mais rápido e livre das falhas
humanas no processo. De forma grosseira, o Mc Donald’s, para sobreviver à
concorrência e oscilações do Mercado, viu ser mais viável robotizar sua estrutura de
custos e poderá demitir milhares de funcionários.

Ou seja, se o objetivo é gerar postos de emprego no longo prazo, temos pelo menos duas
maneiras muito mais eficientes de fazer isso do que recorrer à inflação.

Espero ter ajudado-os a entender um pouco mais sobre a ótica econômica e sobre como as
coisas funcionam para nós, meros mortais. Caso tenha ficado alguma dúvida sobre o que
seriam boas instituições e um bom ambiente institucional, recomendo a leitura do Por
quê as Nações Fracassam do Daron Acemoglu e do Instituições, Mudança Institucional
e Desempenho Econômico do Douglas North.
Daniel Galvêas, MSc

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