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Disciplina: Economia – 1ª.

Fase Administração
Prof. Dr. Nelson G. Casagrande

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Curso: ADMINISTRAÇÃO – 1 Fase
Disciplina: ECONOMIA
Prof. Dr. Nelson G. Casagrande
Aulas: Fevereiro/Abril/2013

1. A ECONOMIA
Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O
termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei) ou também gerir, administrar:
daí "regras da casa" (lar) e "administraçao da casa". Uma definição que captura muito da ciência
econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932: "a ciência que estuda as
formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas
necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos."
Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as
necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer
usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico.

Um dos usos da economia é explicar como as economias, como sistemas econômicos, funcionam
e quais são as relações entre agentes econômicos na sociedade em geral. Apesar das discussões
sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido
moderno como uma disciplina separada é convencionalmente datada a partir da publicação de A
Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776. Nesse trabalho, ele descreve a disciplina nesses
exatos termos:
“Economia política, considerada um ramo da ciência do estadista ou do legislador, propõe
dois objetos distintos: primeiro, suprir renda ou produtos em abundância para o povo, ou, mais
apropriadamente, possibilitar que provenham tal renda ou provento por si sós; e segundo, suprir
o Estado ou Commonwealth com uma renda suficiente para os serviços públicos. Ela se propõe
a enriquecer tanto o povo quanto o soberano”.
Smith se referia à disciplina como 'economia política', mas esse termo foi gradualmente substituído
por ciência econômica (economics) depois de 1870.

1.1 - O Problema Econômico: A Escassez


O problema da escassez de recursos está diretamente relacionada à produção, distribuição e
consumo das riquezas. Os recursos humanos e patrimoniais são sempre escassos para atender às
crescentes exigências de consumo e bem estar. Não há limites para as necessidades e desejos
humanos. Apenas o ar é um bem livre (a água é um bem econômico). Os demais bens não são
livres. Os fatores de produção para obtenção de satisfação, tem sido limitados. As necessidades
primárias, de natureza biofisiológica, renovam-se dia-a-dia, exigindo contínuo suprimento de bens
destinadas a atendê-las. Nas sociedades mais desenvolvidas, acresce-se novos hábitos de
consumo e desejos, devido a elevação do padrão de vida.

Os avanços obtidos ao longo do tempo propiciaram a sociedade maiores aspirações de conforto e


o aumento no consumo de bens. Ou seja, à medida que estes bens vão sendo produzidos em
massa, satisfazendo oferta e procura, a saturação do mercado será compensada pela criação de
novos bens, perpetuando o problema de insatisfação das necessidades humanas. A propaganda
contribui para aumentar ainda mais este tipo de insatisfação da sociedade. As necessidades do
homem constituem a principal motivação de qualquer atividade econômica. Como os recursos são
escassos, seu emprego deve ser racional e as sociedades têm de administrá-los bem, visando a
sua plena utilização e sua melhor combinação (evitando o desemprego ou subemprego material
ou humano).

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1.2 – Dez Princípios da Economia


Conforme Mankiw (2001), a economia tem muitas semelhanças com a administração do lar;
famílias tomam decisões parecidas com uma sociedade. O que produzir? Quem faz o que? Como
recompensar pelo trabalho? Como nos relacionarmos uns com os outros? A economia tem na
escassez sua razão de existência. Os recursos são escassos, logo deve-se empregá-los da melhor
forma possível. Da mesma forma que uma família não pode dar a cada membro tudo que eles
desejem, uma sociedade não pode dar a cada membro um padrão de vida alto ao qual eles
aspirem.

• Como as pessoas tomam decisões


A economia reflete o comportamento das pessoas que a compõe. Os quatro primeiros princípios da
economia estão relacionados com as decisões individuais.
1. As pessoas enfrentam tradeoffs - “Nada é de graça”. Para se conseguir algo é necessário
tomar decisões. A tomada de decisão exige escolher algo em detrimento de outra opção. Um
exemplo é a alocação do tempo, o recurso mais precioso de um estudante. Este pode usá-lo para
estudar história. Ou pode usá-lo para estudar economia. Ou uma combinação de ambos. O mais
importante é que ao fazer a opção por história, estará deixando de estudar economia. Usar o
dinheiro agora ou poupá-lo? Usar um real agora significa que não terá este real no futuro. Guardá-
lo significa que não poderá usá-lo agora. Quando os indivíduos agrupam-se em sociedade surgem
outros tipos de tradeoffs. Alguns clássicos:
2. O custo de alguma coisa é aquilo que você desiste para obtê-la - Quanto custa para
um estudante fazer uma universidade? Se pensar em mensalidade, moradia e alimentação estará
ainda longe deste custo. Moradia e alimentação ela teria de qualquer jeito, talvez até mais barato.
Quando custo o fato desta pessoa não estar trabalhando? Para a maioria dos estudantes o
salários que deixam de ganhar, enquanto estão na faculdade são o maior custo de sua educação.
O custo de oportunidade de um item é o que se abre mão ao escolhê-lo.
3. As pessoas racionais pensam na margem - As decisões que tomamos na vida
raramente são “preto no branco”; elas geralmente envolvem diversos tons de cinza. A decisão não
é de jejuar ou comer até estourar, a decisão é se comemos mais um bife ou não, mais uma colher
de arroz ou não. São as mudanças marginais, vale a penas comer esta colher a mais? Qual será
meu benefício marginal? Qual será meu custo marginal? Em muitos casos as pessoas tomam
melhores decisões quando pensam na margem. Um tomador de decisão executa uma ação se, e
somente se, o benefício marginal da ação ultrapassa o custo marginal.
4. As pessoas reagem a incentivos - Como as pessoas tomam decisões por meio de
comparação de custos e benefícios, seu comportamento pode mudar quando os custos e
benefícos mudam. Quando o preço da maçã sobe, as pessoas passam a comer mais pêra. Ao
mesmo tempo, os produtores contratam mais pessoas e passam a produzir mais maçãs. O
resultado é uma pressão para diminuição do preço pelo aumento da oferta e diminuição da
procura. Muitas políticas afetam os benefícios e os custos para as pessoas, muitas vezes de
maneira indireta. Ao analisarmos qualquer política, precisamos considerar não apenas seus efeitos
diretos, mas também aos efeitos indiretos que operam por meios de incentivos.

• Como as pessoas interagem


5. O comércio pode ser bom para todos - O comércio não é uma prática esportiva; a vitória
de um não significa a derrota do outro. Empresas concorrem umas com as outras, países
concorrem uns com os outros, indivíduos concorrem um com os outros. No entanto, ao mesmo
tempo em que são concorrentes, conseguem se beneficiar do comércio entre eles. O comércio
pode ser um jogo em que os dois jogadores ganham. O comércio permite que as pessoas se
especializem nas atividades em que são melhores, permitindo que desfrutem de uma maior
variedade de bens e serviços.
6. Os Mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a atividade
econômica - Este insight deve-se principalmente à Adam Smith. Por mais que indivíduos e
empresas busquem o lucro pessoal e pensem individualmente, o resultado final é favorável à

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sociedade como um todo. Smith usou o termo mão invisível do mercado para descrever este
paradoxo. Para que este efeito aconteça, a competição é fundamental pois gera preços menores e
maior eficiência na produção.
Em contraste, a teoria do planejamento central era de que apenas o governo poderia organizar a
atividade econômica de uma maneira que promovesse o bem-estar econômico de todo o país. O
principal mecanismo para organizar a atividade econômica é o preço. Quando ele pode flutuar
livremente, permite os ajustes automáticos do sistema. No planejamento centralizado, os preços
eram fixados por agentes do estado que impedia o ajuste automático dos preços e, em
consequência, que a mão invisível atuasse coordenando milhões de famílias e empresas que
compõem a economia.
7. Às vezes os governos podem melhorar os resultados do mercado - Para que a mão
invisível funcione, é preciso que o governo a proteja. Os mercados só funcionam bem se o direito à
propriedade é respeitado. Ninguém investe na produção se não tiver garantias que este
investimento estará protegido. Além disso, existem dois motivos genéricos para que o governo
intervenha na economia:
a) Externalidade - São os impactos das ações de uma pessoa ou empresa no bem-estar do
próximo. Um exemplo é a poluição. O governo precisa agir para conter as externalidades.
b) Poder de Mercado - É a capacidade de algumas pessoas ou empresas de influírem
indevidamente nos preços. O poder de mercado é nocivo à concorrência. Quanto há
externalidades ou poder de mercado, políticas públicas bem concebidas podem aumentar a
eficiência econômica.

• Como a economia funciona


8. O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e
serviços - Quase todas as variações de padrão de vida podem ser atribuídas a diferenças de
produtividade entre os países, ou seja, a quantidade de bens e serviços produzidos em uma hora
de trabalho. A taxa de crescimento da produtividade de um país determina a taxa de crescimento
de sua renda média. Para elevarem os padrões de vida, é preciso elevar a produtividade
garantindo melhor nível de educação, ferramentas adequadas e tecnologia.

9. Os preços sobem quando o governo emite moeda demais - Trata-se da inflação, a


elevação de preços que ocorre na sociedade de forma geral. Ela é causada principalmente pela
elevação da quantidade de moeda em circulação. Um dos vilões é o governo que muitas vezes
precisar emitir dinheiro para saudar seus próprios compromissos. Seu efeito é nocivo para a
sociedade. Manter a inflação em níveis baixos é um objetivo permanente das autoridades
econômicas.
10. A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego -
Por uma série de motivos, pelo menos no curto prazo, a diminuição da inflação leva ao aumento do
desemprego e vice-versa. Este efeito é medido por um gráfico chamado curva de Philips. A
escolha entre desemprego e inflação é apenas temporária, mas pode levar alguns anos. Por causa
disso, reduzir a inflação torna-se ainda mais difícil para os governos pois pode gerar um recessão
temporária.

1.3– Problemas Fundamentais da Economia


Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da
escassez de recursos, quatro questões são levantadas, sendo que suas respostas envolvem o
problema fundamental da economia, isto é, o problema da escassez:
A primeira pergunta diz respeito à natureza das necessidades humanas: O que produzir?
A resposta significa identificar as necessidades e, consequentemeníe, o que irá satisfazê-las.
Dessa forma, a sociedade deve saber que precisa produzir, por exemplo, alimentos, roupas, casas,
estradas, escolas etc.
A segunda pergunta implica determinar quantitativamente o produto necessário à satisfação
das necessidades: Quanto produzir?

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Essa questão complementa a anterior e tem sua importância definida na medida em que, como já
vimos, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os bens necessários. Se
imaginarmos que todos os recursos disponíveis de uma economia estão sendo utilizados no
processo produtivo, atingiremos um limite na produção de bens e de serviços. Nesse caso, se
quisermos aumentar a produção de um bem qualquer, teremos de diminuir a quantidade de
produção de outros bens.
A terceira questão envolve um problema de ordem técnica: Como produzir?
Para que se obtenha um determinado bem ou serviço, é necessário empregar os fatores trabalho,
capital e recursos naturais. Entretanto, a proporção em que esses recursos serão combinados vai
depender da abundância ou da escassez de cada um deles. Portanto, é natural imaginar que,
numa economia em que o fator trabalho seja mais abundante que o fator capital, a produção
empregue uma quantidade proporcionalmente maior de trabalho.
A quarta questão está diretamente relacionada ao consumo, à satisfação das necessidades
dos indivíduos: Para quem produzir?
A resposta a essa pergunta resolve o último problema da questão da satisfação das necessidades
humanas. Ela vai nos dizer de que forma será distribuído o produto do trabalho coletivo aos
elementos da sociedade.

1.4 – Áreas da Economia


À economia interessa o modo como as atividades econômicas agrupadas e somadas se ajustam
no organismo social, quando os homens que o compõem partem em busca de bens naturais e de
serviços aptos a satisfazer seus desejos. As necessidades humanas tendem a se multiplicar
indefinidamente, esbarrando na limitação natural dos recursos materiais oferecidos pelo meio ou
ambiente natural.

A Teoria Econômica é o compartimento central da economia. É a teorização da realidade. Em


outras palavras: formula princípios, teorias, leis ou modelos fundamentados nas descrições e
observações da economia descritiva. A teoria econômica garantirá à economia o seu caráter de
ciência. Os desenvolvimentos elaborados no compartimento da teoria econômica tem a finalidade
de servir à Política Econômica, na qual é que serão utilizados os princípios, as teorias, as leis e
os modelos explicativos da realidade. Em outras palavras: aplica, para a melhor condução da ação
econômica, os desenvolvimentos elaborados pela Teoria Econômica. A política econômica é,
portanto, a efetivação (ou a colocação em prática) das decisões tomadas pela Teoria Econômica.

A Teoria Econômica pode ser desdobrada em dois ramos principais:


a) Análise Macroeconômica - Cuida do estudo agregativo da atividade econômica,
ocupando-se de magnitudes globais, com vistas à determinação das condições gerais de
crescimento e de equilíbrio da economia como um todo. Foi particularmente desenvolvida por John
Maynard Keynes, com a publicação de sua obra (A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda)
em 1936. Com ela, a ênfase analítica da economia passaria do ramo micro para o
macroeconômico. Em lugar da abordagem do sistema econômico à partir de seus agentes
individuais (consumidores e produtores), Keynes enveredou para a análise de conceitos agregados
como a Renda Nacional, o consumo, a poupança e os investimentos globais, os volumes das
exportações e das importações, os dispêndios e as receitas totais do Governo. Em outras palavras:
a análise macroeconômica ocupa-se com:
a) Garantir a manutenção do pleno emprego dos recursos disponíveis dos sistemas
econômicos;
b) Ocupa-se ainda, das condições necessárias ao desenvolvimento econômico, bem como
de seu significado, custos e benefícios;
c) Questões relacionadas à inflação, procurando determinar as causas e os efeitos das
elevações gerais dos níveis de preços;
d) Estuda os efeitos da políticas monetária e fiscal;
e) Crescimento da renda nacional;
f) Crescimento do emprego e trabalho;
g) Controle do câmbio e balança de pagamentos;

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h) Controle da dívida interna e externa.

b) Análise Microeconômica - A microeconomia examina o comportamento econômico dos


agentes econômicos (produtores/empresas e consumidores/famílias) e suas interações em
mercados específicos, dadas a escassez e regulação governamental. Um determinado mercado
pode ser para um produto (televisores), ou os serviços de um fator de produção (serviços de um
pedreiro). A teoria considera agregados de uma quantidade demandada por compradores e
quantidade ofertada por vendedores para cada preço possível por unidade. A microeconomia une
esses aspectos para descrever como o mercado pode atingir um equilíbrio em relação ao preço e a
quantidade negociada ou responder a variações no mercado ao longo do tempo. Isso é geralmente
referido como análise de oferta e demanda. As estruturas do mercado, como monopólio, oligopólio
e concorrência perfeita são examinadas como implicações para o comportamento e para a
eficiência econômica. A análise frequentemente procede a partir da assunção simplificadora de
que o comportamento em outros mercados permanece inalterada, (ceteris paribus), isto é, análise
de equilíbrio parcial.

2. SISTEMA ECONÔMICO
Um sistema econômico pode ser definido como a reunião dos diversos elementos participantes
da produção e do consumo de bens e serviços que sa-lisfazem às necessidades da sociedade,
organizados não apenas do ponto de vista económico, mas lambem social, jurídico, institucional
etc. Os elementos integrantes de um sistema económico não são apenas pessoas, mas Iodos os
fatores de produção: trabalho, capital e recursos naturais. Diferentemente de sistema econômico,
regime econômico é o conjunto de leis, decretos e normas que regem as relações econômicas
numa sociedade.

Para que esses fatores façam parte do processo produtivo, eles precisam estar organizados de tal
forma que a sua combinação resulte em algum bem ou serviço. As instituições em que são
organizados os fatores de produção são denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de
automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de unidades produtoras, pois em cada um
desses lugares os fatores de produção trabalho, capital e recursos naturais estão organizados para
a produção de algum bem ou serviço.

Não devemos pensar, contudo, que tudo aquilo que for obtido pelas uni-produtoras será destinado
diretamente ao consumo pelas pessoas. Uma fábrica de chapas de aço, por exemplo, não tem as
pessoas, em geral, como consumidores diretos dos seus produtos, o que também ocorre com uma
empresa de processamento de dados. As chapas de aço e os serviços de computação são apenas
um bem e um serviço que entram na produção de outros bens e serviços. Essa complexidade da
produção é uma característica fundamental dos modernos sistemas econômicos e explica como as
pessoas que desempenham uma tarefa específica, como o operário que mencionamos
anteriormente, podem adquirir as coisas necessárias à satisfação de suas necessidades. OBS.:
Os sistemas econômicos classificam-se atualmente em 2 grandes grupos, radicalmente
antagônicos entre si, a representar os sistemas de individualismo e do coletivismo:
a) Capitalismo (sistema democrático)
Sistema baseado no princípio da liberdade da iniciativa privada e da livre escolha econômica,
procurando estabelecer padrões de vida sempre mais elevados e normas de justiça e equidade na
distribuição da renda. É o sistema econômico baseado na supremacia do capital sobre o trabalho.
Seu objetivo principal é o lucro, através do qual se dá a acumulação. Adam Smith (1723/1790),
em sua obra maior – A riqueza das Nações – interpretou o mundo da economia e lançou as
bases teóricas do capitalismo. Com a empresa moderna, em bases capitalistas, a economia
passou a ser dirigida segundo os princípios do ganho ilimitado e do racionalismo econômico. O
capitalismo é, antes de tudo, uma técnica de produção, caracterizando por produzir,
principalmente, bens de produção.
O capitalismo se fundamenta nos seguintes princípios:
a) Propriedade privada dos meios de produção;
b) Livre concorrência;

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c) Busca do lucro;
d) Existência de mercados livres;
e) Divisão de classes;
f) Liberdade de associações e de convenções;
g) Pouca intervenção no mercado pelo Governo.

Como no capitalismo a produção se destina ao mercado, ou seja, à comercialização, dizemos que


os países capitalistas adotam a ECONOMIA DE MERCADO (como também é chamado o
capitalismo). Está basicamente centrado no fator renda (não se distribui de forma equitativa): a
renda está diretamente relacionada à propriedade de recursos e dos salários.
b) Comunismo (socialismo coletivista)
Sistema que detém o controle das riquezas e da produção pelo Estado, tendo o controle da
propriedade e dos instrumentos de produção; não visam o lucro, mas o uso dos bens em proveito
social, dentro de uma sociedade sem classes e totalmente subordinada ao autoritarismo estatal.
Em uma sociedade comunista não haveria governos estatais ou países e não haveria divisão de
classes, pelo contrário, a sociedade seria auto-gerida democraticamente, entretanto, não na forma
política e sim através da atividade humana consciente.

Karl Marx (1818-1883), através de sua obra – O Capital (considerada o marco do pensamento
marxista), afirmava que o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer
mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção e, consequentemente, à reprodução,
desse artigo em especial. O comunismo bolchevista, implantado na Rússia em 1917, representou a
aplicação integral do socialismo marxista. Desapareceu em 1991, com a extinção da URSS e a
queda do muro de Berlim. Mais-Valia é o nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor
produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no
sistema capitalista. Karl Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o
salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para
ampliar sua taxa de lucro:
a) estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama
de mais-valia absoluta;
b) ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama
de mais-valia relativa.

Em fazendo esta distinção, Marx percebe a possibilidade de os capitalistas ampliarem


utonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da
mão-de-obra. o alor do trabalho não é uma grandeza concreta: o operário não vende sua "força"
(caso contrário um operário fisiculturista deveria ser mais bem remunerado que um outro de físico
normal que realizasse o mesmo trabalho) ou sua "habilidade". Pelo contrário, o progresso da
mecanização garante um padrão uniforme de produtividade física dentro de cada ramo de
atividade e para cada tipo de ocupação, igualando, até certo ponto, a habilidosos e obtusos. Como
coloca Marx, se o valor em trabalho (e, portanto, o valor do salário como parcela do valor da
mercadoria) correspondesse ao tempo concreto gasto na produção de cada mercadoria individual,
seriam os trabalhadores menos habilidosos que produziriam as mercadorias mais valiosas, pois
demorariam mais tempo para produzi-las. O valor do trabalho é abstrato, no sentido em que o valor
padrão de um salário para uma determinada atividade (e para uma determinada duração da
jornada de trabalho) é dado pelo mercado, isto é, pela demanda agregada dos capitalistas.

O comunismo é também chamado de SISTEMA DE ECONOMIA CENTRALIZADA. Nas


economias centralizadas planificadas (ex-URSS, Cuba), os meios de produção são de propriedade
estatal e as decisões-chave são feitas pelo poder central.
A análise deste sistema está baseada nos seguintes pontos:
a) Propriedade estatal dos meios de produção;
b) As empresas têm função social (metas), onde o preço é apenas um recurso contábil (custo
de produção) e também pode servir como política de racionamento de produto;
c) Sem divisão de classes (coletivismo);

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h) Não há liberdade de associações e de convenções;


d) Total intervenção estatal na economia;
e) Custos cada vez maiores bancados pelo Estado;
f) Domínio da burocracia estatal.

Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de bens e serviços, podemos
observar que o consumo de uma pessoa é composto por bens e serviços produzidos em áreas de
atividade económica diferentes daquela em que exerce seu trabalho. Um operário que trabalhe
numa metalúrgica, por exemplo, produz chapas de aço, mas necessita de alimentos, roupas, uma
casa, transporte etc. Entretanto, na economia em que esse operário vive, é permitido que ele
troque sua força de trabalho (um fator de produção que concorre para a produção das chapas de
aço) por um salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que necessita. Isto ocorre em
razão do funcionamento daquilo que chamamos de sistema econômico.

2.1 - Composição do sistema econômico


No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de
unidades produtoras, cada qual organizando os fatores de produção para a obtenção de um
determinado produto ou para a prestação de um serviço. Entretanto, apesar da diversidade de
objetivos das inúmeras unidadea produtoras, podemos classificá-las de acordo com as
características fundamentais de sua produção. Utilizando esse critério, veremos que as unidades
produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos, que compõem o sistema econômico:
• Setor primário: constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente os
recursos naturais e não introduzem transformações substanciais em seus produtos. Nesse
setor, estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias e
extrativas, sejam elas minerais, animais ou vegetais.
• Setor secundário: constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades
industriais por meio das quais os bens são transformados. Caracteriza-se pela intensa
utilização do fator de produção capital, sob a forma de máquinas e equipamentos.
Indústrias de automóveis, de refrigerantes de roupas são exemplos de unidades
produtoras incluídas no setor secundário.
• Setor terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser
tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econômico. É composto
pelas unidades produtoras que prestam serviço como as instituições bancárias, as escolas,
as empresas de transporte, comércio etc. Os serviços são atividades que, sem criar
objetos materiais, também se destinam à satisfação das necessidades humanas. O serviço
de um eletricista, por exemplo. A ênfase está na alocação do recurso humano (produção
de serviços).

Podemos ter uma ideia do grau de desenvolvimento de um país se observarmos a importância


relativa dos três setores em seu sistema econômico. Uma economia em que o setor primário tem
maior peso revela, quase sempre, um baixo nível de desenvolvimento, enquanto aquelas em que
os setores secundário e terciário são preponderantes apresentam maior grau de desenvolvimento.
Há, entretanto, exceções a essa regra. Na Dinamarca, por exemplo, a agricultura (setor primário)
tem um peso bastante elevado na economia, e esse país é desenvolvido e apresenta boa
qualidade de vida. Por outro lado, em alguns países subdesenvolvidos, como o Paraguai, por
exemplo, o setor terciário apresenta uma importância significativa, decorrente da excessiva
aglomeração urbana e do subemprego daí resultante. Sem emprego nos setores tradicionais, as
pessoas acabam encontrando colocação precária em outras atividades, como o comércio informal,
por exemplo.

A produção de bens econômicos pode ser classificada em três categorias, de acordo com a sua
destinação:
a) bens e serviços de consumo: são aqueles bens e serviços que satisfazem às necessidades
das pessoas quando consumidos no estado em que se encontram, como alimentos, roupas,
serviços médicos etc.

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b) bens e serviços intermediários: são os bens e serviços que não atendem diretamente às
necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva.
Como exemplo, podemos citar as chapas de aço que são empregadas na produção de
automóveis; os serviços de computação que preparam folhas de pagamentos para as empre-
sas etc.
c) bens de capital: também não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas
destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as
máquinas, os equipamentos, as estradas etc.

2.2 - Os fluxos do sistema econômico


Durante o processo de produção, em que são obtidos bens e serviços, as unidades produtoras
remuneram os fatores de produção por elas empregados: pagam salários aos seus funcionários,
aluguel pelas instalações que ocupam, juros pelos financiamentos obtidos e distribuem lucros aos
seus proprietários. Essa remuneração é recebida pelos proprietários dos fatores de produção e
permite-lhes adquirir os bens e os serviços de que necessitam. Este é um aspecto fundamental do
sistema econômico e garante sua eficiência: as unidades produtoras, ao mesmo tempo que
produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas empregados, permitindo
que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras.

Uma pessoa que trabalha numa fábrica de roupas, por exemplo, não vai adquirir apenas o produto
de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe. Precisa, também, comprar alimentos, alugar
ou comprar uma casa, usar transporte coletivo etc. É através da remuneração de sua força de
trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as
coisas de que necessita para viver.

Figura 1 – Fluxo do Sistema econômico

F
L
SETORES
U
X
(primário, secundário e terciario) F
O L
U
M X
O O
N
E R
T E
Á
RENDA PRODUTO A
R (salários, juros, lucros e alugueis) (bens e serviços) L
I -
O O
- F
D E
E R
M T
A A
N
MERCADO
D
A

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Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos:
1. Fluxo de produto (ou fluxo real), formado pelos bens e serviços produzidos no sistema
econômico, constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que tiver sido produzido e
estiver à disposição dos consumidores.
2. Fluxo de renda (ou fluxo monetário/nominal), formado pelo pagamento que os fatores de
produção recebem durante o processo produtivo, constituí o montante de que as pessoas
dispõem para satisfazer às suas necessidades e desejos. Esse fluxo confunde-se, em ge-
ral, com a despesa que os agentes realizam, representando a demanda (procura) da
economia.
´
Temos, portanto, a seguinte igualdade:

Produto = renda = despesa

A oferta e a demanda são as duas funções mais importantes de um sistema econômico. Essas
duas funções formam o mercado em que as pessoas que querem vender se encontram com as
pessoas que querem comprar. É importante observar que o termo mercado, na teoria econômica,
não significa apenas o lugar físico onde as pessoas estão localizadas, como uma feira livre, por
exemplo. Seu significado é mais amplo, se refere a todas as compras e vendas realizadas no
sistema econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital como de serviços. Em
suma, sintetiza a essência do sistema econômico, em que as necessidades são satisfeitas através
da venda e da compra de mercadorias e serviços.

2.3 - A circulação no sistema econômico


Inicialmente, vamos admitir que o nosso sistema econômico seja fechado, ou seja, não mantém
relações econômicas com outros sistemas. Como um sistema econômico corresponde a um país, o
que estamos dizendo é que esse país não realiza transações de importação ou exportação de
bens e serviços com outros países. Admitamos, ainda, que esse sistema econômico não possua
setor público, ou seja, governo. Essa suposição não é de natureza política, mas econômica, pois o
governo tem um papel importante no sistema econômico. E a sua exclusão, assim como a das
relações com outros sistemas econômicos, tem como única finalidade tornar mais simples o
raciocínio. Convém dizer, ainda, que nesse sistema econômico toda a renda recebida pelos
proprietários dos fatores de produção é gasta em bens e serviços de consumo, e que toda a produ-
ção das empresas é vendida, não havendo formação de estoques. Dessa forma, o nosso sistema
econômico será formado pelas empresas e pelas famílias.

As empresas e as famílias são entidades econômicas, formadas pelas unidades produtivas, no


caso das empresas, e pelas pessoas que consomem bens e serviços e possuem os fatores de
produção, no caso das famílias. Normalmente, um sistema econômico é formado por mais duas
entidades: o setor público (governo) e os outros países, ou seja, setor externo. Entretanto, para
facilitar o raciocínio, consideraremos apenas as empresas, cujo conjunto vamos chamar de
aparelho produtivo, e as famílias. Agora, podemos recolocar a discussão do sistema econômico
em termos dessas duas entidades econômicas. O aparelho produtivo contrata, junto às famílias, os
fatores de produção (trabalho, capital etc.), originando-se aí o fluxo de renda. Por outro lado, o
aparelho produtivo organiza os fatores de produção de que agora dispõe e estabelece o fluxo de
produto, que equivale à oferta de bens e de serviços produzidos. Esses dois fluxos se encontram
no mercado, onde as famílias trocam sua renda (ou fluxo de renda) pelo produto (ou fluxo de
produto) para satisfazer às suas necessidades. Entretanto, o funcionamento do sistema econômico
não termina aqui.

Observemos que, no mercado, os fluxos trocam de mãos: o fluxo de produto passa para as mãos
das famílias, onde será consumido, pois se trata de bens e serviços, enquanto o fluxo de renda
passa para as mãos do aparelho produtivo, como pagamento pelos bens e serviços vendidos.
Quando as famílias tiverem consumido os bens e serviços adquiridos no mercado, precisarão

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oferecer novamente os seus fatores de produção ao setor produtivo, para receber em troca a renda
que lhes permitirá dirigir-se novamenle ao mercado.

Nesse ínterim, as empresas podem contratar novamente os fatores de produção com as famílias,
pois agora estão de posse do fluxo de renda, que foi obtido no mercado com a venda de sua
produção de bens e de serviços. Tivemos, portanto, uma volta completa dos fluxos de renda e de
produto, que saíram, no primeiro instante, das mãos das famílias e empresas, dirigiram-se ao
mercado, trocaram de mãos e, novamente através da contratação dos fatores de produção, estão
nas mãos das entidades originais, ou seja, o fluxo de renda com as famílias e o produto com o
aparelho produtivo. A partir daí, eles se dirigem novamente para o mercado, onde o processo é
reiniciado. É importante observar que, na realidade, os fluxos de renda e de produto estão, ao
mesmo tempo, tanto com as famílias e empresários como no mercado, não sendo necessário
haver uma volta completa para que os mesmos se reiniciem. Portanto, cumpre destacar o caráter
dinâmico do sistema econômico, em que todos os agentes econômicos exercem seu papel
ininterruptamente.

3 – MERCADO
O mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são
trocados livremente pelos agentes econômicos. Além da produção e do consumo, as trocas são
importantes dentro do sistema econômico; significa uma transação em que dois indivíduos
permutam bens entre si. Existem tanto mercados genéricos como especializados, onde apenas
uma mercadoria é trocada. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores interessados e
ao facilitar que os compradores potenciais os encontrem. Uma economia que depende
primariamente das interações entre compradores e vendedores para alocar recursos é conhecida
como economia de mercado. Os agentes econômicos fundamentais são: as unidades familiares,
as empresas e o setor público. As funções das unidades familiares consistem, por um lado, em
consumir bens e serviços e, por outro vender seus recursos (trabalho e capital) nos mercados de
fatores.
As empresas realizam duas funções básicas: elaboram bens e os vendem; e empregam recursos
no mercado de fatores. Realizam essas ações tentando maximizar seus lucros. O setor público
estabelece o marco jurídico - institucional e é o responsável pela política econômica, e busca a
satisfação das necessidades coletivas. Em determinados aspectos, atua também como um
empresário, especialmente no caso dos bens públicos.
As falhas no mercado podem ser:
1) existem mercados onde a concorrência é imperfeita;
2) aparecem efeitos externos não previstos como agressão ao meio ambiente (contaminação);
3) bens ou recursos de propriedade comum tendem-se a esgotar-se;
4) publicidade pode manipular consumidores, criando necessidades artificialmente;
5) as economias de mercado tendem a ser instáveis (sujeitas a crises).

3.1. Sistema privado de preços


Numa economia privada de livre iniciativa, nenhum agente econômico (indivíduo ou empresa) se
envolve com o gerenciamento do sistema de preços. Preocupam-se em resolver, isoladamente,
seus próprios negócios. Toda a preocupação é baseada nos sinais dados pelos preços formados
nos diversos mercados. O preço de um bem ou serviço é o acordo feito entre os compradores
(demandantes) e os vendedores (ofertantes).

4 – ESTRUTURAS DE MERCADO
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais: número de
firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto; existência de barreiras à entrada de
novas empresas. Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na
formação de preços de seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada
ao objetivo ao qual a firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no mercado,
maximizar margem de rentabilidade sobre os cursos, etc. Quanto aos seus objetivos, as empresas

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defrontam-se com duas possibilidades principais: maximizar lucro e maximizar mark-up (margem
sobre os custos diretos). Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o objetivo da firma é sempre
maximizar o lucro total. Se a empresa aumenta a produção e a recita adicional for maior que o
custo adicional, o lucro estará aumentando e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal
de equilíbrio. Se a receita adicional for menor que o custo adicional, o lucro estará caindo e o
prejuízo aumentando.

Uma das classificações mais simples das estruturas concorrenciais é a de Stakelberg. Sua
simplicidade está no elemento básico que foi adotado para a diferenciação. Trata-se do número
dos que intervém no mercado, tanto do lado da oferta (vendedores) como do lado da procura
(compradores). É uma forma clássica:

Um só vendedor Pequeno número Grande número de


DEMANDA

OFERTA de vendedores vendedores

Um só comprador Monopólio bilateral Quase monopsônio Monopsônio


Pequeno número de Quase monopólio Oligopólio bilateral Oligopsônio
compradores
Grande número de Monopólio Oligopólio Concorrência perfeita
compradores

São modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de
mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, baseando-se em
características observadas em mercados existentes. Em todas as estruturas clássicas os agentes
são maximizadores de lucro.

4.1- Estruturas Clássicas Básicas


4.1.1 - Monopólio
Caso extremo de estrutura clássica básica. Situação de um mercado em que não existe
concorrência na oferta. O setor é constituído de uma única empresa, porque existe um único
produtor que realiza toda a produção, ou seja, situação em que uma empresa domina sozinha a
produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e que, por isso, pode estabelecer
o preço à vontade. Nessa estrutura de mercado existe concorrência entre os consumidores. A
empresa produz um produto para o qual não existe substituto próximo. Há presença de barreiras à
entrada de novas empresas, ou seja, é necessário manter os concorrentes em potencial afastados.
Estes obstáculos podem ser administrados pelo monopolista através de:
a) Controle sobre o fornecimento da matéria prima;
b) Barreiras legais como registros de patentes;
c) Licenças e concessões governamentais e outros.
Há monopólios públicos (Correios, Celesc, Casan) e privados (transporte público, Embraer).

4.1.2 - Concorrência Perfeita (competição pura)


Estrutura que tem por objetivo descrever o funcionamento equilibrado, ou ideal, servindo com base
para o estudo de outras estruturas. Apesar de ser teórico, o estudo da concorrência perfeita é
importante pelas inúmeras conseqüências derivadas de suas hipóteses, que condicionam o
comportamento dos agentes econômicos em diferentes mercados.
As hipóteses do modelo são:
a) Existência de grande número de compradores e de vendedores atuando
isoladamente, que se comparado ao tamanho do mercado, nenhum deles conseguem
influenciar no preço. Assim, os preços dos produtos são fixados uniformemente no
mercado;

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b) Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa forma
não pode haver preços diferentes no mercado. Os compradores são indiferentes em
relação às empresas (vendedores) no momento de adquirir o produto;
c) Transparência de mercado, ou seja, existe completa informação e conhecimento sobre
o preço do produto. Assim, nenhum vendedor colocará seu produto no mercado por um
preço inferior ao do concorrente; da mesma forma, os consumidores não estariam
dispostos a pagar um preço superior ao vigente.
d) Livre mobilidade, assim a entrada e saída de empresas no mercado são totalmente
livres, não havendo barreiras legais e econômicas. Isso permite que empresas ineficientes
saiam do mercado e que nele ingressem empresas mais eficientes.
.
4.2 - Outras Estruturas Clássicas
4.2.1 - Concorrência Monopolista ou Imperfeita (competição monopolista)
Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um
número elevado de empresas, a concorrência imperfeita caracteriza-se pelo fato de que as
empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes
marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó, etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais
próxima da realidade que a concorrência perfeita. A diferenciação de produtos pode dar-se por
características físicas (composição química, potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de
promoção de vendas (propaganda, atendimento, brindes, etc.). Nesta estrutura, cada empresa tem
certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a existência de substitutos próximos permite aos
consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. Da mesma forma que na
concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de
novas empresas no mercado.

4.2.2 - Oligopólio
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de um reduzido número de vendedores,
produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Pode também ser caracterizado como
sendo um estrutura em que há grande número de empresas, mas somente poucas dominam o
mercado. Um exemplo é a indústria de bebidas e cimento.
Para acontecer o oligopólio são necessários os seguintes elementos:
a) Existência de poucas empresas - Pode ter duas, três, doze ou mais empresas,
dependendo da natureza do mercado. O número, entretanto, deve ser pequeno, de tal
forma que as empresas levem em consideração e rejam nas decisões quanto ao preço e
produção da outras. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da
interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a produção de
equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no
comportamento econômico dos outros vendedores.
b) Produto homogêneo ou diferenciado - Quando o oligopólio oferece produtos
homogêneos (substitutos perfeitos entre si) ele é considerado Oligopólio “Puro” (indústria
do cimento, aço etc). Caso contrário, será considerado Oligopólio diferenciado (indústria
automobilística e de fumo). As empresas oligopolistas concorrem com base na qualidade,
design do produto, serviço ao cliente, propaganda etc.
c) Presença de barreira para entrada de novas empresas - É exercida com o controle de
matérias-primas, registro de patentes etc..
O modelo duopólio é caracterizado por apenas duas empresas produtoras ou vendedoras no
mercado.
4.2.3 - Monopsônio
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de muitos vendedores e um único comprador
que domina o mercado. É um a estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de
trabalho. É o caso, por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior
e, por ser única, torna-se demandante exclusiva da mão-de-obra local. Portanto, ou os
trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam trabalhar em outra localidade.
4.2.4 - Oligopsônio

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Estrutura de mercado caracterizada pela existência de poucos compradores, que dominam o


mercado, para muitos vendedores. Exemplo: O setor automobilístico comprando das inúmeras
empresas de autopeças.
4.2.5 - Monopólio bilateral
Nessa estrutura defrontam-se um monopolista e um monopsonista. Tipicamente, o monopolista
deseja vender uma certa quantidade de produto por um preço, e o monopsonista pretende obter a
mesma quantidade por um preço diferente daquele oferecido pelo monopolista. Como ambas as
posições são conflitantes, somente a negociação recíproca permite a definição do preço.

5 – A PRODUÇÃO ECONÔMICA
De uma forma geral, necessidades implicam preferências. Os primeiros bens almejados estão
voltados à satisfação das necessidades básicas ou primárias (alimentação, vestuário, saúde).
Atendidas estas primeiras necessidades, partem-se para as necessidades mais refinadas como a
melhor qualidade dos bens e serviços adquiridos (casa melhor, roupas de marca, etc).
Cabe aqui algumas definições acerca da produção econômica:
1. Atividade Econômica – É a aplicação do esforço humano visando a obter, por meio de
bens ou serviços, a satisfação das necessidades. As necessidades constituem o ponto de
partida para a atividade econômica. É econômica toda atividade que se dirige à satisfação
das necessidades humanas: e econômicos aqueles fatos ou fenômenos provocados por
essa atividade. A vida econômica fundamenta-se em necessidades, esforços, satisfação e
interesse pessoal.
2. Bem Econômico – É tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Podem ser
materiais (tangíveis), através de características físicas de peso, forma, dimensão, etc., e
imateriais (intangíveis), como o conhecimento, aula ministrada, serviços de vigilância,
palestras, etc. Todo bem possui utilidade, já que pode satisfazer necessidades e desejos.
3. Produção – Se os bens não estiverem disponíveis na natureza, serão necessários
produzí-los. Para a produção desses bens serão necessários recursos limitados como
mão-de-obra, terra e capital. O resultado da transformação de algum bem econômico em
outro é chamado produto.
4. Fatores de Produção - Os fatores de produção são limitados e se combinam de forma
diferente conforme o local e a situação histórica. A forma como estão distribuídos os
fatores de produção tem importância na teoria dos preços dos fatores e na teoria dos
custos de produção, sendo fundamental na produtividade e rentabilidade da empresa. O
fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas produtivas. São
os elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens e serviços. Constitui-se de: 1)
Capital: máquinas, equipamentos, instalações, etc. Pode-se incluir a tecnologia; 2)
Trabalho: intervenção do homem no processo produtivo (mão-de-obra); 3) Recursos
Naturais: terras cultiváveis, florestas, minas, etc;
5. Valor – Os bens possuem valor se forem escassos, isto é, se forem úteis e limitados em
quantidade. Valor é a relação entre coisas permutáveis e escassas. O valor de cada bem é
representado pela utilidade contida nesse mesmo bem ou objeto. São tipos de valor,
segundo Adam Smith, Marx e Ricardo:
a. Valor-trabalho - o bem, para quem quer obtê-lo, custa a fadiga envolvida na sua
obtenção. A teoria do valor-trabalho consiste em que todos os bens que valem (e por isso
são trocados) incorporam trabalho de uma forma ou outra. O trabalho constitui toda a
riqueza social.
b. Mais-valia - Segundo Marx, é o valor criado pelo tempo de trabalho excedente e
apropriado pelos detentores dos meios de produção, ou seja, os capitalistas. Para Marx, a
acumulação da riqueza no mundo é proporcionada pela exploração no processo da
organização social do trabalho. Para Marx, apenas o trabalho gera valor.
c. Valor-utilidade - Explicado por economistas clássicos franceses como Jean-
Baptiste Say, achavam que a utilidade seria a origem do valor. A utilidade é a qualidade
que tem os bens de corresponder a uma necessidade ou a um desejo humano.

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Classificação dos bens:


1. Segundo seu caráter:
a) bens livres e bens econômicos. Bens livres: são aqueles que existem em quantidade
ilimitada e não requer esforço humano para sua obtenção. Como exemplo podemos citar, o
ar, a luz e o calor solar, o mar etc. São bens porque satisfazem as necessidades, mas não
possuem significação econômica , pois não tem preço e não podem ser apropriáveis.
b) Bens econômicos: são escassos em quantidade, dada a sua procura, e apropriáveis. É o
objeto de estudo da economia.
2. Segundo sua natureza:
a) Bens de consumo – São aqueles usados diretamente na satisfação das necessidades
humanas. Podem ser duráveis (eletroeletrônicos, máquinas, etc) ou não duráveis
(alimentos, bebidas, etc).
b) Bens de capital – São aqueles bens econômicos destinados à produção de outros bens
(matérias-primas, as máquinas, etc.).
3. Segundo sua função:
a) Intermediários – devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de
consumo ou de capital (matérias-primas).
b) Finais – (ou bens de consumo finais) - já sofreram as transformações necessárias para
seu uso ou consumo.

6. MICROECONOMIA
Designa um ramo da Economia que estuda o comportamento das unidades econômicas
individuais (empresas e os consumidores) consideradas quer isoladamente, quer nas suas
relações mútuas. É Parte da economia que se ocupa do estudo dos diferentes agentes
econômicos, entre os quais as empresas e os consumidores. A economia, por sua vez, se define
como a ciência que estuda a distribuição de recursos entre as distintas atividades. Em outras
palavras, as pessoas têm diversos objetivos, desde a satisfação de necessidades primárias como
alimentar-se, vestir-se e proteger-se das intempéries; até as necessidades mais sofisticadas do
tipo material, estético e espiritual. No entanto, os recursos disponíveis para alcançar estes
objetivos estão limitados pela disponibilidade dos fatores de produção (trabalho, capital e
matérias-primas).

A microeconomia consiste no estudo da forma como se alocam estes recursos para satisfazer a
objetivos diferentes. Diferencia-se da macroeconomia no sentido de que esta se ocupa de estudar
até que ponto os recursos disponíveis estão sendo plenamente utilizados, como crescem com o
tempo e outros temas relacionados com estes. Os conceitos básicos da economia são aqueles
que se utilizam para descrever:
1) a forma como os indivíduos ou as famílias (economias domésticas) determinam sua procura de
bens e serviços;
2) a forma como as empresas decidem o que e quantos bens e serviços produzirão e com que
combinação de fatores de produção;
3) a forma como os mercados relacionam a oferta e a procura.

Esses três componentes podem ser sintetizados em demanda, oferta e equilíbrio do mercado.
Entre as sub-áreas mais importantes cabe destacar a economia do bem-estar e as finanças
públicas. Não se pode deixar de dizer que a microeconomia constitui a base de qualquer ramo da
economia. Por exemplo, para analisar o efeito de um imposto sobre as finanças públicas utiliza-se
o modelo microeconômico para mostrar como tal imposto influencia a oferta, a demanda e os
preços e,portanto, quanto se poderá lucrar graças a esse imposto ou como ele afetará a oferta de
fatores de produção.

6.1 – Demanda
Considera a ótica do consumidor (famílias). A quantidade que uma pessoa demandará de um bem,
dependerá de seu preço. Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que o
indivíduo estará disposto a comprar. Como as quantidades procuradas (QP), dependem

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diretamente do nível de preços (P), podemos dizer que há uma relação funcional de dependência
entre as variáveis QP e P, ou seja: QP=f(P).
Entretanto, a demanda de qualquer bem, não dependerá apenas do preço, mas de uma série de
fatores a considerar como gosto ou preferência, renda disponível e bens correlacionados (curva
de demanda de mercado).

Escala da procura de mercado de um produto

Preço R$ Quantidade (unidades/ano)


1,00 12.000
5,00 8.000
10,00 4.000
20,00 1.000

Elementos (principais) que influenciam a demanda individual:


o O preço do bem
• O preço é um obstáculo à satisfação da necessidade
o A renda
• Bens normais, inferiores, superiores, de consumo saciado
o Gosto e preferência do consumidor
• “Mudanças nesses hábitos e preferências podem provocar mudanças na demanda
desse bem.”
o O preço dos bens relacionados
• Bens complementares
 Pão e manteiga (opcional), gasolina e carro (técnica)
• Bens substitutos
 Carne de boi e carne de frango, suco e refrigerante
o As expectativas sobre preços, rendas ou disponibilidades
o A condição coeteris paribus
Geralmente, a quantidade de um produto que os compradores desejam adquirir depende do preço.
A quantidade, porém, que as pessoas desejam comprar depende também de outros fatores,
conforme abaixo:
a) Relação entre as quantidades demandadas e o preço dos bens: Levando-se em conta
apenas o preço do bem, observa-se quando a demanda aumenta ocorreu uma diminuição no
preço; quando ele diminui é um resultado de um aumento do preço.
b) Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens:
1- Aumento no preço do bem Y acarreta em aumento na demanda do bem X: isso significa que os
bens X e Y são substitutos ou concorrentes. Um exemplo é a relação entre o chá e o café;
2- Aumento do bem Y ocasiona a queda da demanda do bem X: os bens em questão, nesse caso,
são complementares. São bens consumidos conjuntamente, como o café e o açúcar.

c) Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor:

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1- Bens Normais - São aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando se aumenta a
renda;
2- Bens de luxo - Ao se aumentar a renda a quantidade demandada aumenta em maior
proporção;
3- Bens de primeira necessidade - Ao se aumentar a renda a quantidade demanda se
mantém inalterada pois, ao se tratar de algo de primeira necessidade já fazia parte das
antigas aquisições do indivíduo;
4- Bens inferiores: São aqueles cuja quantidade demandada diminui quando a renda
aumenta. Geralmente são bens para os quais há alternativas de melhor qualidade.
5- Bens Substitutos - Quando há uma relação direta entre preço de um bem e quantidade
de outro bem, coeteris paribus, eles são chamados de bens substitutos. Imaginemos o
caso do aumento do preço da margarina. Considerando que os demais fatores que alteram
a demanda do consumidor não se alterem, o resultado será um aumento da demanda por
manteiga, em substituição à demanda por margarina, agora mais cara.
6- Bens complementares - Os bens complementares são aqueles em que o aumento do
preço do bem X tende a diminuir o consumo do bem Y. Um exemplo de bens
complementares são o pão e a manteiga. Caso ocorra um aumento no preço do pão o
resultado será a diminuição da demanda por manteiga.
7- Bens de Giffen - Bens de pequeno valor e essenciais, consumidos pela classe de baixa
renda. Havendo uma elevação em seus preços, seu consumo tende a aumentar, devido a
serem ainda mais baratos que os demais bens, e como sobra ao consumidor menos renda,
ele não poderá adquirir outros bens (mais caros) ele passa a consumir maiores
quantidades do bem de Giffen. Ex.: pão, ovos. Bens de Veblen: bens de consumo
ostentatório, o objetivo do consumidor (de alta renda) é o status do produto, quanto mais
caros mais procurados.

6.2. Oferta
Considera a ótica do produtor (empresas). Assim como a demanda, também depende de um
conjunto de fatores: tecnologia, preço (fatores produtivos e do bem que se deseja oferecer). Pode
ser definida como as várias quantidades que os produtores estarão dispostos e aptos a oferecer no
mercado, em função dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo. O
produtor sente-se estimulado a aumentar a oferta quando o preço aumenta (curva de oferta de
mercado). Como as quantidades ofertadas (QO), dependem diretamente do nível de preços (P),
podemos dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis QO e P, ou seja:
QO = f(P).

Escala da oferta de mercado de um produto

Preço R$ Quantidade (unidades/ano)


20,00 12.000
10,00 8.000
5,00 4.000
1,00 1.000

Elementos (principais) que determinam a oferta individual:

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o O preço do bem
• Mínimo: custos de produção
• Máximo: pleno emprego dos fatores de produção
o Os preços dos fatores de produção
• Relacionados aos custos e, portanto, à lucratividade
o A tecnologia
• Também relacionada aos custos e, portanto, à lucratividade
o O preço dos outros bens
• Bens complementares
 Carne de boi e couro
• Bens substitutos
 Milho e soja
o As expectativas
• Expectativa de aumento de preço no futuro pode diminuir a oferta presente do bem
o As condições climáticas
• Produtos agrícolas, especialmente
o A condição coeteris paribus

Enquanto a relação da demanda descreve o comportamento dos compradores, a relação da oferta


descreve o comportamento dos vendedores, evidenciando o quanto estariam dispostos a vender,
a um determinado preço. Os vendedores possuem uma atitude diferente dos compradores, frente
aos preços altos. Se estes desalentam os consumidores, estimulam os vendedores a produzirem e
venderem mais. Portanto quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. Pela tabela é possível
perceber que as quantidades ofertadas aumentam à medida que os preços aumentam. São diretas
as relações preço - quantidade.

6.3 – Equilíbrio de Mercado


Existe quando há perfeita interação entre consumidores (demandantes) e produtores (ofertantes)
em seus respectivos planos de consumo e produção. O desejo dos indivíduos determinará a
magnitude da demanda, e a produção das empresas determinará a magnitude da oferta. Na
situação de equilíbrio, igualam-se quantidades oferecidas e demandadas.

Preço Qtade Procurada Qtdade Ofertada Relações


100 12.000 1.000 QP > QO
200 9.900 3.300 QP > QO
400 6.400 6.400 QP = QO (equilíbrio)
600 4.000 9.000 QP < QO
1.000 2.000 12.000 QP < QO

A Teoria do Equilíbrio Geral é um conjunto de teoremas microeconômicos. Ela procura explicar a


produção, o consumo e os preços numa economia completa. O Equilíbrio Geral tenta nos fazer
entender uma economia completa utilizando uma abordagem próxima, iniciando com mercados e
agentes individuais. O modelo do equilíbrio geral geralmente refere-se à uma multidão de

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diferentes mercados de bens. Já os modelos de equilíbrio geral modernos são normalmente


complexos e precisam de computadores para auxiliar nas soluções numéricas.

Numa economia de mercado, o preço e a produção de todos os bens são inter-relacionados. Uma
mudança no preço de um bem - por exemplo, o pão – pode afetar outros valores, como por
exemplo os salários dos padeiros. Se em uma das padarias o pão difere em sabor dos outros, a
demanda do pão pode ser afetada pela mudança nos salários dos padeiros, com um efeito
conseqüente sobre o preço do pão. Calcular o preço de equilíbrio de apenas um bem, em teoria,
precisa de uma análise que conte com todos os milhões de diferentes bens que estão disponíveis.

6.4. – Elasticidade
A elasticidade é a relação entre as diferentes quantidades de oferta e procura de certas
mercadorias em função das alterações verificadas em seus respectivos preços. A elasticidade é
uma medida de reação: é igual à variação percentual da quantidade dividida pela variação
percentual da variável que causou a modificação da quantidade.

Exy = Variação % na quantidade do bem x


Variação % no preço do bem y

Mede, então, causa e efeito em termos percentuais. O efeito é o numerador e a causa é o


denominador. O conceito de elasticidade é usado para medir a reação das pessoas frente a
mudanças em variáveis econômicas. Por exemplo, para alguns bens os consumidores reagem
bastante quando o preço sobe ou desce e para outros a demanda fica quase inalterada quando o
preço sobe ou desce. No primeiro caso se diz que a demanda é elástica e no segundo que ela é
inelástica. Do mesmo modo os produtores também têm suas reações e a oferta pode ser elástica
ou inelástica. Seguindo-se esse conceito as mercadorias podem ser classificadas em bens de
demanda elástica ou inelástica.
a) Demanda inelástica são os bens de primeira necessidade, indispensáveis à subsistência do
consumidor. Se a elasticidade-preço do bem for menor que 1 (< 1) diz-se que a demanda por esse
bem é inelástica. A variação percentual na quantidade é menor que a variação percentual no
preço. Ou seja, os consumidores são relativamente insensíveis a variações no preço. Ex.:
alimentos. A inelasticidade plena (E – 0), é quando um aumento no preço do produto, mesmo
que seja com variação elevada e contínua, a quantidade procurada permanece constante, não
sofre variação. Ex.: Um medicamento raro, que mantém a sobrevida de alguém. Mesmo que haja
um grande aumento no preço, a quantidade procurada não se altera.
b) Demanda elástica são os bens que não são indispensáveis à subsistência do consumidor.
Assim são, geralmente, roupas de luxo, viagens, produtos supérfluos. Se a elasticidade-preço do
bem for maior que 1 (> 1) diz-se que a demanda por esse bem é elástica. A variação percentual na
quantidade excede a variação percentual no preço. Ou seja, os consumidores são bastante
sensíveis a variações no preço. A elasticidade perfeita (E - oo) é quando um aumento de preço
para determinado produto, mesmo que seja uma pequena variação, nota-se que a quantidade
procurada desapareça imediatamente. Ex.: prático difícil. Produto exageradamente supérfluo e
sem utilidade. Ou num mercado de concorrência perfeita
c) Elasticamente Unitários - Se a elasticidade-preço do bem for igual a 1 (= 1) diz-se que a
demanda por esse bem é de elasticidade neutra. A variação percentual na quantidade é igual à
variação percentual no preço, ou seja, dando-se um aumento no preço do produto, a quantidade
procurada cai na mesma proporção da variação do preço.

Alguns fatores que influenciam a elasticidade da demanda da demanda seriam a existência de


substitutos ao bem, a variedade de usos desse vem, o seu preço em relação ao uso global dos
consumidores e o preço do bem em relação à renda dos consumidores. Para um vendedor faz
realmente muita diferença o fato de ser elástica ou não a demanda com a qual ele se defronta. Se

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a demanda for elástica e ele reduzir o preço, obterá mais receita. Por outro lado se a demanda for
inelástica e ele reduzir o preço obterá menos receita.

preço

ηp = ∞
η p > 1 → ramo Elastico

ηp = 1
η p < 1 → Ramo inelastico

a/2 q

Outros Determinantes da Elasticidade:


1. Tempo - Elasticidade de Curto-Prazo e Elasticidade de Longo-Prazo. Quanto mais tempo
os consumidores tiverem para procurar substitutos maior será a intensidade de sua reação.
2. Espaço - A elasticidade de um mercado é diferente da elasticidade de uma única firma. A
elasticidade do mercado diz quanto a quantidade global mudará se o preço geral mudar,
mas se uma única empresa muda seu preço a elasticidade é outra.
3. Participação no Orçamento - Se um bem representa pouco do orçamento total do
consumidor a reação será menor a variações de preço. Exemplo: aumento de 10% no
preço do lápis. Aumentou de R$ 1,00 para R$ 1,10. Poucas pessoas deixaram de comprar
lápis por isso. Entretanto, se o bem tem uma participação razoável no orçamento então as
reações serão maiores. Exemplo: O preço do automóvel subiu 10%. Aumentou de R$
15.000,00 para R$ 16.500,00. Mais pessoas irão reagir a essa mudança. A demanda será
mais elástica.
4. Bens Necessários versos bens supérfluos - Para bens essenciais como pão, arroz,
feijão, etc., a demanda é mais inelástica. Para bens de luxo a demanda é mais elástica.

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