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Fase Administração
Prof. Dr. Nelson G. Casagrande
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Curso: ADMINISTRAÇÃO – 1 Fase
Disciplina: ECONOMIA
Prof. Dr. Nelson G. Casagrande
Aulas: Fevereiro/Abril/2013
1. A ECONOMIA
Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. O
termo economia vem do grego oikos (casa) e nomos (costume ou lei) ou também gerir, administrar:
daí "regras da casa" (lar) e "administraçao da casa". Uma definição que captura muito da ciência
econômica moderna é a de Lionel Robbins em um ensaio de 1932: "a ciência que estuda as
formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre as ilimitadas
necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos alternativos."
Escassez significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as
necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer
usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico.
Um dos usos da economia é explicar como as economias, como sistemas econômicos, funcionam
e quais são as relações entre agentes econômicos na sociedade em geral. Apesar das discussões
sobre produção e distribuição terem uma longa história, a ciência econômica no seu sentido
moderno como uma disciplina separada é convencionalmente datada a partir da publicação de A
Riqueza das Nações de Adam Smith em 1776. Nesse trabalho, ele descreve a disciplina nesses
exatos termos:
“Economia política, considerada um ramo da ciência do estadista ou do legislador, propõe
dois objetos distintos: primeiro, suprir renda ou produtos em abundância para o povo, ou, mais
apropriadamente, possibilitar que provenham tal renda ou provento por si sós; e segundo, suprir
o Estado ou Commonwealth com uma renda suficiente para os serviços públicos. Ela se propõe
a enriquecer tanto o povo quanto o soberano”.
Smith se referia à disciplina como 'economia política', mas esse termo foi gradualmente substituído
por ciência econômica (economics) depois de 1870.
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sociedade como um todo. Smith usou o termo mão invisível do mercado para descrever este
paradoxo. Para que este efeito aconteça, a competição é fundamental pois gera preços menores e
maior eficiência na produção.
Em contraste, a teoria do planejamento central era de que apenas o governo poderia organizar a
atividade econômica de uma maneira que promovesse o bem-estar econômico de todo o país. O
principal mecanismo para organizar a atividade econômica é o preço. Quando ele pode flutuar
livremente, permite os ajustes automáticos do sistema. No planejamento centralizado, os preços
eram fixados por agentes do estado que impedia o ajuste automático dos preços e, em
consequência, que a mão invisível atuasse coordenando milhões de famílias e empresas que
compõem a economia.
7. Às vezes os governos podem melhorar os resultados do mercado - Para que a mão
invisível funcione, é preciso que o governo a proteja. Os mercados só funcionam bem se o direito à
propriedade é respeitado. Ninguém investe na produção se não tiver garantias que este
investimento estará protegido. Além disso, existem dois motivos genéricos para que o governo
intervenha na economia:
a) Externalidade - São os impactos das ações de uma pessoa ou empresa no bem-estar do
próximo. Um exemplo é a poluição. O governo precisa agir para conter as externalidades.
b) Poder de Mercado - É a capacidade de algumas pessoas ou empresas de influírem
indevidamente nos preços. O poder de mercado é nocivo à concorrência. Quanto há
externalidades ou poder de mercado, políticas públicas bem concebidas podem aumentar a
eficiência econômica.
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Essa questão complementa a anterior e tem sua importância definida na medida em que, como já
vimos, é impossível produzir em quantidades ilimitadas todos os bens necessários. Se
imaginarmos que todos os recursos disponíveis de uma economia estão sendo utilizados no
processo produtivo, atingiremos um limite na produção de bens e de serviços. Nesse caso, se
quisermos aumentar a produção de um bem qualquer, teremos de diminuir a quantidade de
produção de outros bens.
A terceira questão envolve um problema de ordem técnica: Como produzir?
Para que se obtenha um determinado bem ou serviço, é necessário empregar os fatores trabalho,
capital e recursos naturais. Entretanto, a proporção em que esses recursos serão combinados vai
depender da abundância ou da escassez de cada um deles. Portanto, é natural imaginar que,
numa economia em que o fator trabalho seja mais abundante que o fator capital, a produção
empregue uma quantidade proporcionalmente maior de trabalho.
A quarta questão está diretamente relacionada ao consumo, à satisfação das necessidades
dos indivíduos: Para quem produzir?
A resposta a essa pergunta resolve o último problema da questão da satisfação das necessidades
humanas. Ela vai nos dizer de que forma será distribuído o produto do trabalho coletivo aos
elementos da sociedade.
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2. SISTEMA ECONÔMICO
Um sistema econômico pode ser definido como a reunião dos diversos elementos participantes
da produção e do consumo de bens e serviços que sa-lisfazem às necessidades da sociedade,
organizados não apenas do ponto de vista económico, mas lambem social, jurídico, institucional
etc. Os elementos integrantes de um sistema económico não são apenas pessoas, mas Iodos os
fatores de produção: trabalho, capital e recursos naturais. Diferentemente de sistema econômico,
regime econômico é o conjunto de leis, decretos e normas que regem as relações econômicas
numa sociedade.
Para que esses fatores façam parte do processo produtivo, eles precisam estar organizados de tal
forma que a sua combinação resulte em algum bem ou serviço. As instituições em que são
organizados os fatores de produção são denominadas unidades produtoras. Uma fábrica de
automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de unidades produtoras, pois em cada um
desses lugares os fatores de produção trabalho, capital e recursos naturais estão organizados para
a produção de algum bem ou serviço.
Não devemos pensar, contudo, que tudo aquilo que for obtido pelas uni-produtoras será destinado
diretamente ao consumo pelas pessoas. Uma fábrica de chapas de aço, por exemplo, não tem as
pessoas, em geral, como consumidores diretos dos seus produtos, o que também ocorre com uma
empresa de processamento de dados. As chapas de aço e os serviços de computação são apenas
um bem e um serviço que entram na produção de outros bens e serviços. Essa complexidade da
produção é uma característica fundamental dos modernos sistemas econômicos e explica como as
pessoas que desempenham uma tarefa específica, como o operário que mencionamos
anteriormente, podem adquirir as coisas necessárias à satisfação de suas necessidades. OBS.:
Os sistemas econômicos classificam-se atualmente em 2 grandes grupos, radicalmente
antagônicos entre si, a representar os sistemas de individualismo e do coletivismo:
a) Capitalismo (sistema democrático)
Sistema baseado no princípio da liberdade da iniciativa privada e da livre escolha econômica,
procurando estabelecer padrões de vida sempre mais elevados e normas de justiça e equidade na
distribuição da renda. É o sistema econômico baseado na supremacia do capital sobre o trabalho.
Seu objetivo principal é o lucro, através do qual se dá a acumulação. Adam Smith (1723/1790),
em sua obra maior – A riqueza das Nações – interpretou o mundo da economia e lançou as
bases teóricas do capitalismo. Com a empresa moderna, em bases capitalistas, a economia
passou a ser dirigida segundo os princípios do ganho ilimitado e do racionalismo econômico. O
capitalismo é, antes de tudo, uma técnica de produção, caracterizando por produzir,
principalmente, bens de produção.
O capitalismo se fundamenta nos seguintes princípios:
a) Propriedade privada dos meios de produção;
b) Livre concorrência;
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c) Busca do lucro;
d) Existência de mercados livres;
e) Divisão de classes;
f) Liberdade de associações e de convenções;
g) Pouca intervenção no mercado pelo Governo.
Karl Marx (1818-1883), através de sua obra – O Capital (considerada o marco do pensamento
marxista), afirmava que o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer
mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção e, consequentemente, à reprodução,
desse artigo em especial. O comunismo bolchevista, implantado na Rússia em 1917, representou a
aplicação integral do socialismo marxista. Desapareceu em 1991, com a extinção da URSS e a
queda do muro de Berlim. Mais-Valia é o nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor
produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base da exploração no
sistema capitalista. Karl Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o
salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para
ampliar sua taxa de lucro:
a) estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama
de mais-valia absoluta;
b) ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama
de mais-valia relativa.
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Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de bens e serviços, podemos
observar que o consumo de uma pessoa é composto por bens e serviços produzidos em áreas de
atividade económica diferentes daquela em que exerce seu trabalho. Um operário que trabalhe
numa metalúrgica, por exemplo, produz chapas de aço, mas necessita de alimentos, roupas, uma
casa, transporte etc. Entretanto, na economia em que esse operário vive, é permitido que ele
troque sua força de trabalho (um fator de produção que concorre para a produção das chapas de
aço) por um salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que necessita. Isto ocorre em
razão do funcionamento daquilo que chamamos de sistema econômico.
A produção de bens econômicos pode ser classificada em três categorias, de acordo com a sua
destinação:
a) bens e serviços de consumo: são aqueles bens e serviços que satisfazem às necessidades
das pessoas quando consumidos no estado em que se encontram, como alimentos, roupas,
serviços médicos etc.
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b) bens e serviços intermediários: são os bens e serviços que não atendem diretamente às
necessidades das pessoas, pois precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva.
Como exemplo, podemos citar as chapas de aço que são empregadas na produção de
automóveis; os serviços de computação que preparam folhas de pagamentos para as empre-
sas etc.
c) bens de capital: também não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas
destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo, como as
máquinas, os equipamentos, as estradas etc.
Uma pessoa que trabalha numa fábrica de roupas, por exemplo, não vai adquirir apenas o produto
de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe. Precisa, também, comprar alimentos, alugar
ou comprar uma casa, usar transporte coletivo etc. É através da remuneração de sua força de
trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as
coisas de que necessita para viver.
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Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos:
1. Fluxo de produto (ou fluxo real), formado pelos bens e serviços produzidos no sistema
econômico, constitui a oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que tiver sido produzido e
estiver à disposição dos consumidores.
2. Fluxo de renda (ou fluxo monetário/nominal), formado pelo pagamento que os fatores de
produção recebem durante o processo produtivo, constituí o montante de que as pessoas
dispõem para satisfazer às suas necessidades e desejos. Esse fluxo confunde-se, em ge-
ral, com a despesa que os agentes realizam, representando a demanda (procura) da
economia.
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Temos, portanto, a seguinte igualdade:
A oferta e a demanda são as duas funções mais importantes de um sistema econômico. Essas
duas funções formam o mercado em que as pessoas que querem vender se encontram com as
pessoas que querem comprar. É importante observar que o termo mercado, na teoria econômica,
não significa apenas o lugar físico onde as pessoas estão localizadas, como uma feira livre, por
exemplo. Seu significado é mais amplo, se refere a todas as compras e vendas realizadas no
sistema econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital como de serviços. Em
suma, sintetiza a essência do sistema econômico, em que as necessidades são satisfeitas através
da venda e da compra de mercadorias e serviços.
Observemos que, no mercado, os fluxos trocam de mãos: o fluxo de produto passa para as mãos
das famílias, onde será consumido, pois se trata de bens e serviços, enquanto o fluxo de renda
passa para as mãos do aparelho produtivo, como pagamento pelos bens e serviços vendidos.
Quando as famílias tiverem consumido os bens e serviços adquiridos no mercado, precisarão
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oferecer novamente os seus fatores de produção ao setor produtivo, para receber em troca a renda
que lhes permitirá dirigir-se novamenle ao mercado.
Nesse ínterim, as empresas podem contratar novamente os fatores de produção com as famílias,
pois agora estão de posse do fluxo de renda, que foi obtido no mercado com a venda de sua
produção de bens e de serviços. Tivemos, portanto, uma volta completa dos fluxos de renda e de
produto, que saíram, no primeiro instante, das mãos das famílias e empresas, dirigiram-se ao
mercado, trocaram de mãos e, novamente através da contratação dos fatores de produção, estão
nas mãos das entidades originais, ou seja, o fluxo de renda com as famílias e o produto com o
aparelho produtivo. A partir daí, eles se dirigem novamente para o mercado, onde o processo é
reiniciado. É importante observar que, na realidade, os fluxos de renda e de produto estão, ao
mesmo tempo, tanto com as famílias e empresários como no mercado, não sendo necessário
haver uma volta completa para que os mesmos se reiniciem. Portanto, cumpre destacar o caráter
dinâmico do sistema econômico, em que todos os agentes econômicos exercem seu papel
ininterruptamente.
3 – MERCADO
O mercado é toda instituição social na qual bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são
trocados livremente pelos agentes econômicos. Além da produção e do consumo, as trocas são
importantes dentro do sistema econômico; significa uma transação em que dois indivíduos
permutam bens entre si. Existem tanto mercados genéricos como especializados, onde apenas
uma mercadoria é trocada. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores interessados e
ao facilitar que os compradores potenciais os encontrem. Uma economia que depende
primariamente das interações entre compradores e vendedores para alocar recursos é conhecida
como economia de mercado. Os agentes econômicos fundamentais são: as unidades familiares,
as empresas e o setor público. As funções das unidades familiares consistem, por um lado, em
consumir bens e serviços e, por outro vender seus recursos (trabalho e capital) nos mercados de
fatores.
As empresas realizam duas funções básicas: elaboram bens e os vendem; e empregam recursos
no mercado de fatores. Realizam essas ações tentando maximizar seus lucros. O setor público
estabelece o marco jurídico - institucional e é o responsável pela política econômica, e busca a
satisfação das necessidades coletivas. Em determinados aspectos, atua também como um
empresário, especialmente no caso dos bens públicos.
As falhas no mercado podem ser:
1) existem mercados onde a concorrência é imperfeita;
2) aparecem efeitos externos não previstos como agressão ao meio ambiente (contaminação);
3) bens ou recursos de propriedade comum tendem-se a esgotar-se;
4) publicidade pode manipular consumidores, criando necessidades artificialmente;
5) as economias de mercado tendem a ser instáveis (sujeitas a crises).
4 – ESTRUTURAS DE MERCADO
As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais: número de
firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto; existência de barreiras à entrada de
novas empresas. Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na
formação de preços de seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada
ao objetivo ao qual a firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no mercado,
maximizar margem de rentabilidade sobre os cursos, etc. Quanto aos seus objetivos, as empresas
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defrontam-se com duas possibilidades principais: maximizar lucro e maximizar mark-up (margem
sobre os custos diretos). Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o objetivo da firma é sempre
maximizar o lucro total. Se a empresa aumenta a produção e a recita adicional for maior que o
custo adicional, o lucro estará aumentando e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal
de equilíbrio. Se a receita adicional for menor que o custo adicional, o lucro estará caindo e o
prejuízo aumentando.
Uma das classificações mais simples das estruturas concorrenciais é a de Stakelberg. Sua
simplicidade está no elemento básico que foi adotado para a diferenciação. Trata-se do número
dos que intervém no mercado, tanto do lado da oferta (vendedores) como do lado da procura
(compradores). É uma forma clássica:
São modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de
mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da demanda, baseando-se em
características observadas em mercados existentes. Em todas as estruturas clássicas os agentes
são maximizadores de lucro.
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b) Os produtos são homogêneos, isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa forma
não pode haver preços diferentes no mercado. Os compradores são indiferentes em
relação às empresas (vendedores) no momento de adquirir o produto;
c) Transparência de mercado, ou seja, existe completa informação e conhecimento sobre
o preço do produto. Assim, nenhum vendedor colocará seu produto no mercado por um
preço inferior ao do concorrente; da mesma forma, os consumidores não estariam
dispostos a pagar um preço superior ao vigente.
d) Livre mobilidade, assim a entrada e saída de empresas no mercado são totalmente
livres, não havendo barreiras legais e econômicas. Isso permite que empresas ineficientes
saiam do mercado e que nele ingressem empresas mais eficientes.
.
4.2 - Outras Estruturas Clássicas
4.2.1 - Concorrência Monopolista ou Imperfeita (competição monopolista)
Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que existe um
número elevado de empresas, a concorrência imperfeita caracteriza-se pelo fato de que as
empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes
marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó, etc. Trata-se, assim, de uma estrutura mais
próxima da realidade que a concorrência perfeita. A diferenciação de produtos pode dar-se por
características físicas (composição química, potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de
promoção de vendas (propaganda, atendimento, brindes, etc.). Nesta estrutura, cada empresa tem
certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a existência de substitutos próximos permite aos
consumidores alternativas para fugirem de aumentos de preços. Da mesma forma que na
concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de
novas empresas no mercado.
4.2.2 - Oligopólio
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de um reduzido número de vendedores,
produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Pode também ser caracterizado como
sendo um estrutura em que há grande número de empresas, mas somente poucas dominam o
mercado. Um exemplo é a indústria de bebidas e cimento.
Para acontecer o oligopólio são necessários os seguintes elementos:
a) Existência de poucas empresas - Pode ter duas, três, doze ou mais empresas,
dependendo da natureza do mercado. O número, entretanto, deve ser pequeno, de tal
forma que as empresas levem em consideração e rejam nas decisões quanto ao preço e
produção da outras. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da
interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a produção de
equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no
comportamento econômico dos outros vendedores.
b) Produto homogêneo ou diferenciado - Quando o oligopólio oferece produtos
homogêneos (substitutos perfeitos entre si) ele é considerado Oligopólio “Puro” (indústria
do cimento, aço etc). Caso contrário, será considerado Oligopólio diferenciado (indústria
automobilística e de fumo). As empresas oligopolistas concorrem com base na qualidade,
design do produto, serviço ao cliente, propaganda etc.
c) Presença de barreira para entrada de novas empresas - É exercida com o controle de
matérias-primas, registro de patentes etc..
O modelo duopólio é caracterizado por apenas duas empresas produtoras ou vendedoras no
mercado.
4.2.3 - Monopsônio
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de muitos vendedores e um único comprador
que domina o mercado. É um a estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de
trabalho. É o caso, por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior
e, por ser única, torna-se demandante exclusiva da mão-de-obra local. Portanto, ou os
trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam trabalhar em outra localidade.
4.2.4 - Oligopsônio
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5 – A PRODUÇÃO ECONÔMICA
De uma forma geral, necessidades implicam preferências. Os primeiros bens almejados estão
voltados à satisfação das necessidades básicas ou primárias (alimentação, vestuário, saúde).
Atendidas estas primeiras necessidades, partem-se para as necessidades mais refinadas como a
melhor qualidade dos bens e serviços adquiridos (casa melhor, roupas de marca, etc).
Cabe aqui algumas definições acerca da produção econômica:
1. Atividade Econômica – É a aplicação do esforço humano visando a obter, por meio de
bens ou serviços, a satisfação das necessidades. As necessidades constituem o ponto de
partida para a atividade econômica. É econômica toda atividade que se dirige à satisfação
das necessidades humanas: e econômicos aqueles fatos ou fenômenos provocados por
essa atividade. A vida econômica fundamenta-se em necessidades, esforços, satisfação e
interesse pessoal.
2. Bem Econômico – É tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Podem ser
materiais (tangíveis), através de características físicas de peso, forma, dimensão, etc., e
imateriais (intangíveis), como o conhecimento, aula ministrada, serviços de vigilância,
palestras, etc. Todo bem possui utilidade, já que pode satisfazer necessidades e desejos.
3. Produção – Se os bens não estiverem disponíveis na natureza, serão necessários
produzí-los. Para a produção desses bens serão necessários recursos limitados como
mão-de-obra, terra e capital. O resultado da transformação de algum bem econômico em
outro é chamado produto.
4. Fatores de Produção - Os fatores de produção são limitados e se combinam de forma
diferente conforme o local e a situação histórica. A forma como estão distribuídos os
fatores de produção tem importância na teoria dos preços dos fatores e na teoria dos
custos de produção, sendo fundamental na produtividade e rentabilidade da empresa. O
fator produtivo trabalho é a parte da população que desenvolve as tarefas produtivas. São
os elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens e serviços. Constitui-se de: 1)
Capital: máquinas, equipamentos, instalações, etc. Pode-se incluir a tecnologia; 2)
Trabalho: intervenção do homem no processo produtivo (mão-de-obra); 3) Recursos
Naturais: terras cultiváveis, florestas, minas, etc;
5. Valor – Os bens possuem valor se forem escassos, isto é, se forem úteis e limitados em
quantidade. Valor é a relação entre coisas permutáveis e escassas. O valor de cada bem é
representado pela utilidade contida nesse mesmo bem ou objeto. São tipos de valor,
segundo Adam Smith, Marx e Ricardo:
a. Valor-trabalho - o bem, para quem quer obtê-lo, custa a fadiga envolvida na sua
obtenção. A teoria do valor-trabalho consiste em que todos os bens que valem (e por isso
são trocados) incorporam trabalho de uma forma ou outra. O trabalho constitui toda a
riqueza social.
b. Mais-valia - Segundo Marx, é o valor criado pelo tempo de trabalho excedente e
apropriado pelos detentores dos meios de produção, ou seja, os capitalistas. Para Marx, a
acumulação da riqueza no mundo é proporcionada pela exploração no processo da
organização social do trabalho. Para Marx, apenas o trabalho gera valor.
c. Valor-utilidade - Explicado por economistas clássicos franceses como Jean-
Baptiste Say, achavam que a utilidade seria a origem do valor. A utilidade é a qualidade
que tem os bens de corresponder a uma necessidade ou a um desejo humano.
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6. MICROECONOMIA
Designa um ramo da Economia que estuda o comportamento das unidades econômicas
individuais (empresas e os consumidores) consideradas quer isoladamente, quer nas suas
relações mútuas. É Parte da economia que se ocupa do estudo dos diferentes agentes
econômicos, entre os quais as empresas e os consumidores. A economia, por sua vez, se define
como a ciência que estuda a distribuição de recursos entre as distintas atividades. Em outras
palavras, as pessoas têm diversos objetivos, desde a satisfação de necessidades primárias como
alimentar-se, vestir-se e proteger-se das intempéries; até as necessidades mais sofisticadas do
tipo material, estético e espiritual. No entanto, os recursos disponíveis para alcançar estes
objetivos estão limitados pela disponibilidade dos fatores de produção (trabalho, capital e
matérias-primas).
A microeconomia consiste no estudo da forma como se alocam estes recursos para satisfazer a
objetivos diferentes. Diferencia-se da macroeconomia no sentido de que esta se ocupa de estudar
até que ponto os recursos disponíveis estão sendo plenamente utilizados, como crescem com o
tempo e outros temas relacionados com estes. Os conceitos básicos da economia são aqueles
que se utilizam para descrever:
1) a forma como os indivíduos ou as famílias (economias domésticas) determinam sua procura de
bens e serviços;
2) a forma como as empresas decidem o que e quantos bens e serviços produzirão e com que
combinação de fatores de produção;
3) a forma como os mercados relacionam a oferta e a procura.
Esses três componentes podem ser sintetizados em demanda, oferta e equilíbrio do mercado.
Entre as sub-áreas mais importantes cabe destacar a economia do bem-estar e as finanças
públicas. Não se pode deixar de dizer que a microeconomia constitui a base de qualquer ramo da
economia. Por exemplo, para analisar o efeito de um imposto sobre as finanças públicas utiliza-se
o modelo microeconômico para mostrar como tal imposto influencia a oferta, a demanda e os
preços e,portanto, quanto se poderá lucrar graças a esse imposto ou como ele afetará a oferta de
fatores de produção.
6.1 – Demanda
Considera a ótica do consumidor (famílias). A quantidade que uma pessoa demandará de um bem,
dependerá de seu preço. Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que o
indivíduo estará disposto a comprar. Como as quantidades procuradas (QP), dependem
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diretamente do nível de preços (P), podemos dizer que há uma relação funcional de dependência
entre as variáveis QP e P, ou seja: QP=f(P).
Entretanto, a demanda de qualquer bem, não dependerá apenas do preço, mas de uma série de
fatores a considerar como gosto ou preferência, renda disponível e bens correlacionados (curva
de demanda de mercado).
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1- Bens Normais - São aqueles cuja quantidade demandada aumenta quando se aumenta a
renda;
2- Bens de luxo - Ao se aumentar a renda a quantidade demandada aumenta em maior
proporção;
3- Bens de primeira necessidade - Ao se aumentar a renda a quantidade demanda se
mantém inalterada pois, ao se tratar de algo de primeira necessidade já fazia parte das
antigas aquisições do indivíduo;
4- Bens inferiores: São aqueles cuja quantidade demandada diminui quando a renda
aumenta. Geralmente são bens para os quais há alternativas de melhor qualidade.
5- Bens Substitutos - Quando há uma relação direta entre preço de um bem e quantidade
de outro bem, coeteris paribus, eles são chamados de bens substitutos. Imaginemos o
caso do aumento do preço da margarina. Considerando que os demais fatores que alteram
a demanda do consumidor não se alterem, o resultado será um aumento da demanda por
manteiga, em substituição à demanda por margarina, agora mais cara.
6- Bens complementares - Os bens complementares são aqueles em que o aumento do
preço do bem X tende a diminuir o consumo do bem Y. Um exemplo de bens
complementares são o pão e a manteiga. Caso ocorra um aumento no preço do pão o
resultado será a diminuição da demanda por manteiga.
7- Bens de Giffen - Bens de pequeno valor e essenciais, consumidos pela classe de baixa
renda. Havendo uma elevação em seus preços, seu consumo tende a aumentar, devido a
serem ainda mais baratos que os demais bens, e como sobra ao consumidor menos renda,
ele não poderá adquirir outros bens (mais caros) ele passa a consumir maiores
quantidades do bem de Giffen. Ex.: pão, ovos. Bens de Veblen: bens de consumo
ostentatório, o objetivo do consumidor (de alta renda) é o status do produto, quanto mais
caros mais procurados.
6.2. Oferta
Considera a ótica do produtor (empresas). Assim como a demanda, também depende de um
conjunto de fatores: tecnologia, preço (fatores produtivos e do bem que se deseja oferecer). Pode
ser definida como as várias quantidades que os produtores estarão dispostos e aptos a oferecer no
mercado, em função dos vários níveis de preços possíveis, em determinado período de tempo. O
produtor sente-se estimulado a aumentar a oferta quando o preço aumenta (curva de oferta de
mercado). Como as quantidades ofertadas (QO), dependem diretamente do nível de preços (P),
podemos dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis QO e P, ou seja:
QO = f(P).
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o O preço do bem
• Mínimo: custos de produção
• Máximo: pleno emprego dos fatores de produção
o Os preços dos fatores de produção
• Relacionados aos custos e, portanto, à lucratividade
o A tecnologia
• Também relacionada aos custos e, portanto, à lucratividade
o O preço dos outros bens
• Bens complementares
Carne de boi e couro
• Bens substitutos
Milho e soja
o As expectativas
• Expectativa de aumento de preço no futuro pode diminuir a oferta presente do bem
o As condições climáticas
• Produtos agrícolas, especialmente
o A condição coeteris paribus
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Numa economia de mercado, o preço e a produção de todos os bens são inter-relacionados. Uma
mudança no preço de um bem - por exemplo, o pão – pode afetar outros valores, como por
exemplo os salários dos padeiros. Se em uma das padarias o pão difere em sabor dos outros, a
demanda do pão pode ser afetada pela mudança nos salários dos padeiros, com um efeito
conseqüente sobre o preço do pão. Calcular o preço de equilíbrio de apenas um bem, em teoria,
precisa de uma análise que conte com todos os milhões de diferentes bens que estão disponíveis.
6.4. – Elasticidade
A elasticidade é a relação entre as diferentes quantidades de oferta e procura de certas
mercadorias em função das alterações verificadas em seus respectivos preços. A elasticidade é
uma medida de reação: é igual à variação percentual da quantidade dividida pela variação
percentual da variável que causou a modificação da quantidade.
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Disciplina: Economia – 1ª. Fase Administração
Prof. Dr. Nelson G. Casagrande
a demanda for elástica e ele reduzir o preço, obterá mais receita. Por outro lado se a demanda for
inelástica e ele reduzir o preço obterá menos receita.
preço
ηp = ∞
η p > 1 → ramo Elastico
ηp = 1
η p < 1 → Ramo inelastico
a/2 q
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