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RESUMO DE ECONOMIA

PRIMEIRA PROVA

CAPÍTULO 1 (Os dez princípios da economia)

O que é a economia?

“Aquele que administra o lar”. Uma família se depara com muitas decisões, como quais tarefas
cabem a cada membro e o que cada um recebe em troca.
Como nas famílias, a sociedade se depara com decisões como: Quais tarefas devem ser
executadas? E quem fará?

A administração dos recursos da sociedade é importante porque os recursos são escassos.

Escassez: A sociedade tem recursos limitados, por isso não pode produzir todos os bens e serviços
que as pessoas desejam ter.

Economia: É o estudo da forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos.

- Os recursos não são destinados por um único planejador central, mas pelas ações
combinadas de milhões de pessoas e empresas.

Economistas: Estudam como as pessoas tomam as decisões, como interagem umas com as outras
e analisam forças e tendências que afetam a economia como um todo, isso inclui crescimento da
renda média e a taxa a qual os preços aumentam.

10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA

Uma economia é basicamente um grupo de pessoas interagindo. Como o comportamento da


economia reflete no comportamento das pessoas que formam a economia.

Quatro princípios de tomada de decisão individual:

1. Pessoas enfrentam tradeoffs:

O primeiro princípio esclarece que as pessoas fazem escolhas o tempo todo, sendo assim, em um
mundo onde os recursos são limitados (termo conhecido como escassez), levando em consideração
que os desejos das pessoas são ilimitados, pode-se reconhecer que “nada é de graça”, para obter
uma coisa, em geral, temos que abrir mão de outra. Tomar decisões exige comparar um objetivo com
outro. Quando as pessoas estão agrupadas em sociedades, elas se deparam com diferentes tipos de
tradeoff.

- Tradeoff: O clássico é aquele entre “armas e manteiga”. Quanto mais for gasto em defesa
nacional para proteger o país de agressores externos (armas), menos se poderá gastar com
bens pessoais para aumentar o padrão de vida (manteiga).

Outro tradeoff que a sociedade enfrenta é da eficiência e equidade.

- Eficiência: A sociedade recebe o máximo possível por seus recursos escassos, ou seja, o
melhor uso possível dos recursos disponíveis.
- Equidade: Benefícios derivados de tais recursos estão distribuídos justamente entre os
membros da sociedade, assim utilizando os recursos da melhor maneira e equilibrando os
desejos e necessidades da sociedade.

Basicamente, a eficiência se refere ao tamanho do bolo econômico e a equidade é a forma em que são
distribuídos às fatias. Mas nas políticas governamentais esses dois adjetivos entram em conflito, pois
embora tais políticas tenham o benefício de contribuir para uma maior equidade, elas tem um certo custo
em termos de menor eficiência.
Em outras palavras, quando o governo tenta cortar o bolo econômico em fatias iguais, diminui o
tamanho do bolo.

Reconhecer que as pessoas enfrentam tradeoffs não significa dizer como deverão proceder, apenas
que devem considerar este fator ao tomar decisões pois terão uma melhor visão/entendimento das
opções disponíveis.

2. O custo de alguma coisa é do que você desiste para obtê-la:

Como as pessoas enfrentam tradeoffs, a tomada de decisões exige a comparação dos custos e
benefícios dos vários cursos de ação.

Ex: Entrar em uma faculdade, o benefício é o enriquecimento intelectual e mais oportunidades de


emprego, mas o curto? Pode ser o tempo da pessoa ou o dinheiro ou ambos.

Definido por Mankiw como “custo de oportunidade”, é a consequência direta do conceito de


tradeoff, onde todas as decisões devem ser tomadas levando em conta o custo total do que será
feito. As tomadas de decisões exigem comparações entre os custos e os benefícios das alternativas
em questão. Em muitos casos, o custo de uma ação não é tão claro quanto parece ser.

O custo de oportunidade basicamente consiste no que abrimos mão de fazer para executar outras
tarefas que possam nos trazer alguns benefícios. Em termos práticos: se você opta por trabalhar 12
horas por dia para auferir uma renda maior que possa oferecer aos seus filhos uma educação de
qualidade, você estará abrindo mão de um maior cuidado com sua saúde pela falta de tempo para
fazer exercícios físicos ou simplesmente para descansar em casa. No futuro essa decisão por uma
longa jornada poderá ter sérias consequências. É um conceito corriqueiro para os que visam
maximizar seus ganhos financeiros.

Mas o grande inimigo do custo de oportunidade se chama “Informação”, na verdade a falta dela. Se
você não se informa sobre os diversos fenômenos que nos cercam, jamais irá alcançar os potenciais
pontos ótimos das suas preferências, seja nos investimentos do seu dinheiro ou do seu recurso mais
precioso, o tempo, o custo de oportunidade é uma excelente ferramenta para medir a maneira como
estamos e como gostaríamos de estar.

- PS: Um trade-off consiste em tomar uma decisão excludente, ou seja, escolher uma
alternativa em detrimento de outra. De um modo geral, o trade-off acontece quando você tem
duas ou mais opções para escolher, mas só pode escolher uma delas, e terá que desprezar
as outras, não sendo possível escolher todas.
- Quando você decide abrir mão de alguma coisa para fazer outra, a opção descartada
chama-se custo de oportunidade.

3. Pessoas racionais pensam na margem:

A definição de pessoa racional é aquela que busca, de forma sistemática e cuidadosa, fazer o seu
melhor para alcançar os mais diversos objetivos.
Pode ser relacionado às pessoas racionais o conceito chamado de utilidade marginal, que é o
quanto nós ficamos mais satisfeitos conforme vamos consumindo mais e mais. A ideia é bem
simples, a satisfação total que tenho em comer somente um sorvete é menor que a que eu tenho em
comer 20 sorvetes, porém o saldo (prazer - gasto) que eu tenho é maior no meu primeiro sorvete do
que no vigésimo. Ou seja, eu estou disposto a pagar mais pelo primeiro sorvete do que pelo
vigésimo.

Mankiw acredita que, no processo de tomada de decisão, é primordial levar em conta fatores
marginais, como o tradeoff e o custo de oportunidade. Sendo assim, é preciso analisar os benefícios
adicionais contrapondo com os custos gerados para realização do objetivo em questão.

Isso significa que uma pessoa ou empresa que toma decisões baseadas nesse tipo de visão pode vir
a ter um benefício consideravelmente superior ao efetuar decisões, visto poder analisar o problema e
executar a ação se e só se o benefício marginal da decisão ultrapassar o custo marginal. Quanto
maior a análise, melhor o resultado. Pequenos detalhes podem deturpar a capacidade de decisão
levando a escolhas influenciadas que podem ser prejudiciais.

Sendo assim, pensar à margem é uma ótima maneira de potencializar nossos ganhos: o quanto
ganhamos por ficarmos uma hora a mais no trabalho, o quanto ganhamos estudando mais um ano, o
quanto ganhamos ficando mais uma hora na festa e por aí vai. Não falo só de ganhos financeiros,
mas também num aspecto mais abstrato de coisas que não podem ser mensuradas em moeda, ou
pelo menos coisas que cada indivíduo tem a sua própria régua para medir. Um aspecto importante
desse problema é que a própria análise deste custo adicional pode não compensar o tempo
investido, portanto temos que ser sapientes quanto às nossas análises e principalmente nossos
planos.

Então, as pessoas tomam as melhores decisões pensando na margem, precisa conhecer os


benefícios e quais os custos adicionais, então comparando os dois poderá ver se vale a pena tomar a
decisão.

4. Pessoas respondem a incentivos:

Um incentivo é qualquer coisa que faça uma pessoa agir, num processo que leva em consideração
custos e benefícios. Se o preço do arroz aumentar, a procura por arroz pode diminuir, em detrimento
de produtos mais baratos. Porém, alguns empresários podem perceber a possibilidade de aumentar
os ganhos, já que produzir o arroz se tornou mais lucrativo. Enquanto uns são incentivados a não
comprar o arroz porque o preço aumentou, outros são incentivados a produzir mais pois com o
aumento de preço o arroz vai dá lucro.

Entende-se por benefício o bem adquirido por aquilo que escolheu e custo o que deixou de adquirir
por esta escolha, a forma em que a economia estipula estes dois fatores, influencia diretamente em
uma decisão.

Ao compararmos custos e benefícios, podemos sofrer alterações em nosso comportamento em


função da modificação desses custos e benefícios. Nós estamos sempre comparando os custos e os
benefícios das decisões que tomamos. Sendo assim, fazemos isso intuitivamente, mesmo que
erramos nos nossos cálculos, nós sempre acreditamos que estamos tomando a melhor decisão em
uma determinada situação.

Somos, então, incentivados a tomar aquela decisão que julgamos ótima. Se os benefícios e/ou os
custos de uma decisão mudam, somos incentivados a nos adequar aos novos cenários. Um exemplo
bem interessante é o quando acordamos numa segunda-feira de manhã para trabalhar; caso
decidamos ficar em casa dormindo, estamos explicitamente preferindo o descanso às
consequências de não aparecer no trabalho. Comecemos do ponto de que existem incentivos
explícitos, como leis e contratos; e incentivos implícitos, como códigos morais individuais.

Três princípios que se ocupam da forma pela qual as pessoas interagem entre si.

5. O comércio pode melhorar a situação de todos:

Em um mundo capitalista como vivemos hoje é indispensável o livre mercado. O comércio é a


principal engrenagem da nossa economia, precisamos comercializar com outras nações para que
possamos obter maior cesta de bens e serviços por custos menores.

Na economia atual cada país tende a focar a sua produtividade em bens ou serviços específicos
utilizando dos recursos disponíveis em seu território, por exemplo: se um país produz mais grãos,
outro produz mais combustíveis. E é claro que os produtos encontrados em abundância são
fornecidos por preços menores se comparado ao restante do mercado

O comércio não é como uma competição esportiva, na qual existe o ganhador e os perdedores. De
fato, todos ganham, uns em menor proporção, outros em maior. Concorrentes são competidores de
um mesmo mercado, tanto quanto são parceiros. Pessoas competem entre si, mas são parceiras
devido às suas especialidades.

O comércio permite que cada pessoa se especialize nas atividades em que é mais apta, seja na
agricultura, na confecção de roupas ou na construção. Realizando negócios com outras, as pessoas
podem comprar uma maior variedade de bens e serviços a um custo menor.

Os países também podem se beneficiar da capacidade de negociar uns com os outros.

6. Os mercados são, em geral, uma boa forma de organizar a atividade econômica:

Em uma economia de mercado as decisões do planejador central são substituídas pelas decisões de
milhões de famílias e empresas. As empresas decidem quem contratar e o que produzir, enquanto as
famílias decidem em que empresa trabalhar e o que comprar com os seus rendimentos.

Economia do mercado: Uma economia que aloca recursos através das decisões descentralizadas de
muitas empresas e famílias quando estas interagem em um mercado de bens e serviços.

É encontrado basicamente nas nações onde haja a economia de mercado. Passando o poder de
decisões de um comando central para as inúmeras empresas e famílias, deixando livre o poder de
escolha.

As empresas têm total domínio das decisões sobre o que vão produzir, a que preço e quem
contratarão para trabalhar. E as famílias detém o poder de decidir em muitos casos para quem irão
trabalhar, o que irão consumir e de quem irão adquirir estes bens. Este princípio nos remete ao termo
da “Mão invisível” descrito por Adam Smith em “A riqueza das nações” como “a liberdade de iniciativa
e no sistema de preços, lucros, prejuízos e incentivos” e a auto regulagem do mercado.

Por mais que indivíduos e empresas busquem o lucro pessoal e pensem individualmente, o resultado
final é favorável à sociedade como um todo. Smith usou o termo mão invisível do mercado para
descrever este paradoxo. Para que este efeito aconteça, a competição é fundamental pois gera
preços menores e maior eficiência na produção.
Todavia, a Economia de Mercado provou-se mais eficiente, estável e duradoura, as decisões centrais
são substituídas pela interação entre milhares, milhões e até bilhões de agentes econômicos
(pessoas e empresas), o que gera a maximização do bem-estar econômico de uma sociedade.

Porém, Karl Marx com sua teoria do planejamento central, acreditava que apenas o governo poderia
organizar a atividade econômica de uma maneira que promovesse o bem-estar econômico de todo o
país.

Ainda há controvérsias a respeito da teoria de Marx, pois o principal mecanismo para organizar a
atividade econômica é o preço, pois, quando ele pode flutuar livremente, permite os ajustes
automáticos do sistema. Já, de acordo com Karl Marx, que acredita no planejamento centralizado,
não há essa possibilidade, pois os preços são fixados por agentes do Estado, que impedem o ajuste
automático dos preços e, em consequência, que a mão invisível atue coordenando os milhões de
famílias e empresas que compõem a economia.

Sendo assim, de acordo com a crítica de Mankiw às economias planificadas, como as comunistas, é
que o mercado não consegue funcionar sem uma descentralização das decisões, portanto, cada
indivíduo deve ser livre para perseguir seus próprios interesses.

7. Os governos podem às vezes melhorar os resultados do mercado

O que vem contrapor o conceito da mão invisível do sexto princípio. O ideal da economia é que todos
os bens e serviços sejam transacionados livremente por capital aos preços do mercado.

Mas, como “nada é perfeito” o mercado possui suas falhas, que em muitas vezes só são possíveis de
serem controladas pela intervenção do governo, que pode agir de forma errônea ou assertiva, pois os
mercados só são eficientes quando os direitos a propriedades são garantidos.

Outro motivo pelo qual precisamos do governo são chamados Falhas de Mercado (situação na qual
o mercado, por si mesmo, fracassa em alocar recursos de uma forma eficiente). Tais falhas tocam os
pontos onde a alocação via exclusiva dos agentes econômicos não levam a maximização do
bem-estar econômico. As Falhas de Mercado podem ter diversas origens como a externalidade, o
poder de mercado, a informação, os custos de transação, etc.

A externalidade é aquilo que não é precificado numa atividade produtiva (é o impacto das ações de
alguém sobre o bem-estar dos que estão em torno), por exemplo a poluição do ar, em consequência
da atividade de uma usina, a concentração de calor em um local, que é consequência da produção
de energia solar, os benefícios sociais de uma boa educação dos jovens e etc. Faz-se necessário a
presença do governo para minimizar essas externalidades negativas e maximizar externalidades
positivas.

O poder de mercado é a influência indevida que um grande produtor exerce nos preços dos bens e
serviços oferecidos, basicamente tem a capacidade que um único ator (ou pequeno grupo de atores)
tem para influenciar significativamente os preços de mercado. É o que justifica a criação de leis e
regulamentações para setores sensíveis da economia (principalmente para o consumidor), tais quais
geração e distribuição de energia, setor de telefonia, etc.

A mão invisível é ainda menos capaz de assegurar que a prosperidade econômica seja distribuída de
forma justa. Em economia de mercado recompensa as pessoas de acordo com sua capacidade de
produzir coisas pelas quais os outros estejam dispostos a pagar. Ex: O melhor jogador de basquete
do mundo ganha mais do que o melhor enxadrista do mundo pelo simples fato das pessoas pagarem
mais para assistir a um jogo de basquete do que assistir a um jogo de xadrez.
A mão invisível não garante que todos tenham comida suficiente, roupa e assistência médica. Um
dos objetivos de muitas políticas públicas, como imposto de renda e o sistema de bem-estar, é
buscar uma distribuição mais igualitária do bem-estar econômico.

Dizer que o governo pode melhorar os resultados de mercado não significa que ele sempre fará. As
políticas públicas não são elaboradas por anjos mas por um processo político que está muito longe
da perfeição. Às vezes as políticas visam apenas atender aos interesses dos politicamente
poderosos. Outras vezes são elaboradas por líderes bem-intencionados que não estão
suficientemente informados.

Um dos objetivos do estudo da economia é esclarecer quando uma política pública é justificável por
promover a eficiência ou a igualdade e quando não.

Três princípios que falam da economia como um todo

8. O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produzir bens e serviços:

O tópico desse princípio é a produtividade. Uma economia só se desenvolve, quando a produtividade


média aumenta. Ou seja, a renda per capita de um país é proporcional à produtividade média desse. E
a única maneira de aumentar a produtividade média de um país é através do progresso técnico e,
para isso, são necessários a qualificação da mão-de-obra, as ferramentas que potencializam a
produção (capital) e a tecnologia no sentido estrito da palavra.

Pode parecer tentador atribuir os avanços salariais somente aos sindicatos e políticas públicas, mas
a qualidade de vida do trabalhador está ligada em essência à capacidade de todos de produzir bens e
serviços no menor tempo possível.

As diferenças de produtividade dos países regulam seu padrão de vida. Assim, naqueles países com
maior produtividade de bens e serviços a população apresenta uma renda média mais elevada. Como
a produtividade é a quantidade de bens ou serviços que um indivíduo pode produzir em uma hora,
quanto maior sua eficiência produtiva, maior o bem-estar de sua população.

A relação fundamental entre produtividade e padrões de vida é simples, mas suas implicações são
profundas. Se a produtividade é o determinante principal do padrão de vida, outras explicações
devem ser de importância secundária.

Quando ouvimos que um país cresceu “N” por cento, em relação ao ano anterior ou a outro país, com
certeza estamos nos informando sobre o PIB (produto interno bruto) referente a eles. Um fator que
elimina qualquer dúvida sobre a veracidade deste oitavo princípio.

9. Os preços sobem quando o governo emite moedas demais:

Inflação, um aumento no nível geral de preços da economia (Causa: em muitos casos o culpado é
sempre o mesmo - aumento na quantidade de moeda). A utilização mais habitual do conceito tem um
sentido econômico, a inflação é, neste caso, a elevação sustentada dos preços que tem efeitos
negativos para a economia de um país. Significa que, com a inflação, sobem os preços dos bens e
dos serviços, o que dá origem a uma queda no poder de compra.

Se a inflação significa o aumento geral dos preços dentro de uma economia, a impressão
desenfreada de papel moeda diminui o valor desta. Foi uma estratégia usada algumas vezes ao
longo da história, por exemplo na Alemanha durante a República de Weimar, nos anos 20. Um jornal
custava, em fevereiro de 1921, 30 centavos. Em novembro de 1922, o mesmo periódico já custava
70 milhões.

Quando os governos emitem muita moeda, a população fica com um “poder aquisitivo” mais elevado,
acentuando-se ainda mais o problema da escassez. Como sobra mais dinheiro no mercado, existe
uma demanda ainda maior por produtos e serviços, ou seja, amplia-se a demanda. Considerando-se
que a oferta não acompanha o aumento da demanda, os preços sobem, acarretando uma alta taxa
de inflação.

Com a elevação dos preços provocada pela abundância de moeda (inflação), os preços
se tornam mais caros. Se o preço de um produto (ou bem) sobe, é necessária uma maior
quantidade de moeda para adquiri-lo, assim ocorre uma desvalorização da moeda.

10. A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego.

Quando o governo aumenta a quantidade de moeda na economia, um dos resultados é a inflação.


Outro resultado, pelo menos no curto prazo, é um menor nível de desemprego.

A curva que representa este tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego é chamada de
curva de Phillips (curva que mostra o tradeoff entre inflação e o desemprego), em homenagem ao
economista que examinou pela primeira vez essa relação. A curva de Phillips continua a ser um
tópico controverso entre os economistas, mas a maioria deles hoje admite a ideia de que a sociedade
enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego. Isso significa simplesmente que em
períodos de um ou dois anos muitas políticas econômicas empurram a inflação e o desemprego em
direções opostas.

Os formuladores de políticas enfrentam esse tradeoff independentemente de a inflação e o


desemprego estarem em níveis elevados, em níveis baixos ou em algum ponto intermediário. A curva
de Phillips é, portanto, crucial para o entendimento de muitos fenômenos na economia. Mais
especificamente, é importante para o entendimento do ciclo de negócios, as flutuações irregulares e
altamente imprevisíveis da atividade econômica, medidas pelo número de pessoas empregadas ou
pela produção de bens e serviços.

Os formuladores de políticas podem explorar o tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego
usando diversos instrumentos de política. Mudando o montante de gastos do governo, mudando o
valor arrecadado de impostos e mudando o montante de emissões de moeda, os formuladores de
políticas podem influenciar a combinação de inflação e desemprego que a economia apresenta.

Uma vez que esses instrumentos de política monetária e fiscal são potencialmente tão poderosos, a
maneira como os formuladores de políticas devem utilizá-los para controlar a economia e mesmo se
devem ou não utilizá-los são objeto de constante debate.

CAPÍTULO 2 (Pensando como um economista)

Todos os campos de estudo possuem uma linguagem e maneira própria de pensar. Na economia se
fala de oferta, demanda, elasticidade, vantagem comparativa, excedente do consumidor, peso morto
e outros. Esses são alguns termos da linguagem dos economistas. De primeira vista essa nova
linguagem pode parecer enigmática, mas como veremos, tem valor por proporcionar uma nova e útil
maneira de pensar sobre o mundo em que vivemos.

O livro tem como objetivo ajudar você a pensar como um economista, porém isso leva algum tempo.
E antes de se aprofundar nos detalhes da teoria econômica, é importante ter uma visão geral de
como os economistas encaram o mundo.
O economista como cientista:

Como os cientistas, os economistas procuram abordar seu campo de estudo com objetividade. Eles
desenvolvem teorias, colhem dados e os analisam na tentativa de confirmar ou refutar suas teorias.
De início pode parecer estranho afirmar que a economia é uma ciência, porém a essência da ciência
é o método científico (desenvolvimento e teste imparcial de teorias sobre como funciona o mundo).

Os economistas têm duas funções: cientistas que tentam explicar o funcionamento do mundo,
empregando o método científico, o desenvolvimento imparcial e o teste de teorias sobre como o
mundo funciona, e conselheiros políticos que trabalham para fazer melhorias nele.

Embora os economistas não trabalhem em laboratórios e nem usem telescópio, são cientistas da
economia, pois a ciência em sua essência é o método científico. Este permite que tanto economistas,
quanto químicos formulem teorias, através de coleta e observações de dados e as testem para
aprovar ou reprovar tais teorias.

O método científico: observação, teoria e mais observação:

A comunicação entre teoria e observação faz parte e se faz presente dentro do campo de estudo da
economia. O que difere o estudo observatório e teórico do físico e do economista é que o físico
trabalha com objetos diretos enquanto que o economista terá que trabalhar com os dados que o
mundo oferece.Pois foge de seu controle por exemplo: a política monetária de um país. Não é
possível controlar a mesma apenas para gerar um banco de dados.

Um economista poderia viver em um país que passa por rápidos aumentos de preços e ser levado
por essa observação a desenvolver uma teoria da inflação. Esta teoria poderia afirmar que a elevada
inflação surge quando o governo emite muita moeda. Para testar essa teoria, poderia ser feito pelo
economista uma coleta e análise de dados sobre preços e moedas em países distintos. Caso o
aumento não estivesse relacionado à taxa de crescimento dos preços, ele começaria a duvidar da
validade de sua teoria da inflação. Mas se o aumento na quantidade de moeda e a inflação
estivessem fortemente correlacionados nos dados internacionais, como ocorre de fato, o economista
passaria a acreditar mais em sua teoria. Mesmo usando os mesmos métodos de outros cientistas,
eles enfrentam um obstáculo que é a tarefa de conduzir experimentos, que é difícil e, às vezes,
impossível.

Pois, mantendo o exemplo da inflação, não há como os economistas manipularem a política


monetária de um país simplesmente para gerar dados úteis. Eles têm de se satisfazerem com
quaisquer dados que o mundo possa lhes dar. E para substituir os experimentos em laboratório, os
economistas prestam muita atenção aos experimentos naturais que a história oferece.
Uma ferramenta para os profissionais da economia é a análise histórica. Vários episódios passados
nos mostram o comportamento da economia diante de diversas situações, e assim permite classificar
e exemplificar as teorias econômicas atuais.

Sendo assim, o método científico aborda o uso de modelos abstratos para ajudar a entender como
funcionam as complexas relações do mundo real, utilizando do desenvolvimento de teorias, coleta e
análise de dados para confirmar ou refutar as teorias.

O papel das hipóteses:

Os economistas fazem hipóteses para facilitar o entendimento do mundo, pois a arte do pensamento
científico está atrelada à decisão de quais hipóteses devem ser assumidas, para que seja possível
responder às diferentes questões econômicas.
Hipóteses são a simplificação da realidade complexa (real). A arte do pensamento científico está na
decisão de que hipótese formular. A formulação de hipóteses é fundamental na construção dos
métodos econômicos, outra opção são os modelos matemáticos.

Modelos econômicos:

Ajudam os economistas a aprender o funcionamento do mundo. Os modelos econômicos são


formados por equações e diagramas. Em sua maioria os modelos tanto econômicos, quanto físicos
ou biológicos afastam fatores irrelevantes para o assunto em questão. Como os modelos são
construídos por hipóteses, eles têm a função de simplificar a realidade para facilitar seu
entendimento.

Primeiro modelo: o diagrama do fluxo circular da renda:

O diagrama do fluxo circular é um modelo visual da economia que mostra como os reais circulam
pelos mercados entre as famílias e as empresas. Para entender como ela funciona é preciso
encontrar alguma maneira de simplificar nosso pensamento sobre essas atividades. Ou seja,
precisamos de um modelo que explique, de maneira geral, como a economia está organizada e como
seus participantes interagem entre si.

Este modelo leva em consideração dois tomadores de decisões, as empresas e as famílias. As


empresas produzem bens e serviços através dos fatores de produção, que são os recursos
empregados pela economia para produzir bens e serviços (ex: terra, capital), as famílias são os
proprietários e fornecedores destes fatores de produção e logo consomem todos os bens de serviços
produzidos pelas empresas. Este diagrama de fluxo circular é bem simples e abstrai vários
elementos, como: o governo e o comércio internacional.

- Empresas: produzem e vendem bens e serviços, contratam e utilizam fatores de produção;


- Famílias: compram e consomem bens e serviços, proprietárias e vendedoras dos fatores de
produção;

- Mercado de bens e serviços: empresas vendem, famílias compram;

- Mercado de fatores de produção: famílias vendem e empresas compram;

- Fatores de produção: insumos utilizados para produzir bens e serviços (ex:


trabalho, terra, capital etc.)

Esse diagrama oferece uma maneira simples de organizar todas as transações econômicas
que ocorrem entre as famílias e as empresas na economia. Os dois conjuntos de flechas do
diagrama são distintos, mas se relacionam. O conjunto interno representa o fluxo de insumos e
produtos. As famílias vendem o seu trabalho, terra e capital para as empresas nos mercados de
fatores de produção. As empresas utilizam esses fatores para produzir bens e serviços que serão
vendidos para as famílias nos mercados de bens e serviços. O conjunto externo representa o fluxo
de moedas. As famílias gastam seu dinheiro para comprar bens e serviços das empresas e as
empresas usam parte da receita dessas vendas para pagar pelos fatores de produção, como por
exemplo o salário de seus trabalhadores. O que sobrar é lucro dos proprietários.
Este diagrama é uma representação esquemática da organização da economia. As decisões são
tomadas por famílias e empresas que interagem nos mercados de bens e serviços (em que as
famílias são compradoras e as empresas, vendedoras) e nos mercados de fatores de produção (em
que as empresas são compradoras e as famílias, vendedoras). O conjunto externo de setas
representa o fluxo de dinheiro (dólares) e o conjunto interno refere-se ao fluxo correspondente de
insumos e produtos.

Segundo modelo: Fronteira de possibilidades de produção:

A fronteira de possibilidades de produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a


economia tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e a tecnologia de produção
disponível que as empresas podem utilizar para transformar esses fatores em produtos. Em outras
palavras, são as possibilidades que uma economia tem de produzir, utilizando de forma eficiente os
recursos e fatores de produção que ela possui.

Consiste em um gráfico que mostra diversas combinações de dois bens que a economia pode
produzir potencialmente, de acordo com os fatores de produção e a tecnologia disponíveis.

Conceitos ilustrados na fronteira de possibilidades de produção:

• Eficiência;
• Tradeoffs;
• Custo de oportunidade;
• Crescimento econômico
A fronteira de possibilidade de produção mostra um tradeoff que a sociedade enfrenta. Tendo
atingido os pontos de eficiência da fronteira, a única maneira de produzir mais de um bem é produzir
menos de outro.
Gráfico de Fronteira de Possibilidades de Produção: A fronteira de possibilidades de produção (FPP)
é também chamada curva de possibilidades de produção (CPP). (NRT)

A fronteira de possibilidades de produção mostra as combinações de produto – neste caso, de carros


e computadores – que a economia tem possibilidade de produzir. A economia pode produzir qualquer
combinação que se encontre na fronteira ou dentro dela. Pontos além da fronteira não são viáveis
dados os recursos da economia.

Gráfico de Deslocamento da Fronteira de Possibilidades de Produção:


Um avanço tecnológico na indústria de computadores permite à economia produzir mais
computadores para cada número determinado de carros. Como resultado, a fronteira de
possibilidades de produção se desloca para fora. Se a economia se move do ponto A para o G, a
produção de ambos, carros e computadores, aumenta.

Micro e Macroeconomia:

A economia é estudada em diversos níveis. Podem ser estudadas as decisões tomadas


individualmente de famílias ou empresas. Ou a interação entre elas nos mercados dos bens e
serviços específicos. Ou ainda a operação da economia como um todo, a soma das atividades de
todos os tomadores de decisões em todos os mercados.

O campo da economia divide-se em dois amplos subcampos. A microeconomia é o estudo de como


as famílias e empresas tomam decisões e de como elas interagem em mercados específicos. A
macroeconomia é o estudo de fenômenos que englobam toda a economia, incluindo inflação,
desemprego e crescimento econômico. A microeconomia e a macroeconomia estão intimamente
ligadas. Pelo fato de que as mudanças na economia como um todo resultam das decisões de
milhões de pessoas, com isso é impossível entender os desdobramentos macroeconômicos sem
considerar as decisões microeconômicas associadas a eles. Por exemplo, um macroeconomista
pode estudar os efeitos de um corte no imposto de renda sobre a produção geral de bens e serviços
e para analisar a questão ele precisa levar em consideração de que maneira o corte de impostos
afeta as decisões das famílias sobre quanto gastar em bens e serviços. Apesar da ligação entre
elas, a microeconomia e a macroeconomia são dois campos distintos. Tratam de questões
diferentes, por isso cada um tem seu próprio campo de atuação.

Economista como formulador de política econômica:

Os economistas são questionados de diversas formas, no texto o autor cita o seguinte exemplo:
“porque o desemprego é maior entre adolescentes do que entre pessoas mais velhas?”. Neste caso
cabe aos economistas sugerir ao governo um plano na melhoria do padrão de vida dos jovens.

Quando os economistas atuam na tentativa de explicar o mundo são cientistas, pois fazem
declarações positivas onde tentam descrever o mundo como ele é. Quando tentam transformá-lo são
formuladores de política, fazem declarações normativas, onde tentam prescrever como o mundo
deveria ser. Portanto, declarações positivas podem ser confirmadas ou refutadas, as normativas,
não.

Análise positiva versus análise normativa:

As declarações positivas são descritivas e referem-se a como o mundo é. As declarações normativas


são prescritivas e referem-se a como o mundo deveria ser. Uma diferença fundamental entre elas
está em como se julgam sua validade. A Análise Positiva é o uso de teorias e modelos com o objetivo
de prever os efeitos de determinada escolha. Por exemplo:
- Qual será o impacto de uma quota de importação para automóveis estrangeiros?
- Qual será o impacto de um aumento no imposto da gasolina?
Já a Análise Normativa aborda as questões pela perspectiva de “como deveria ser o mundo”. Por
exemplo:

- Considera o dilema entre equidade e eficiência na escolha entre um aumento no imposto da


gasolina e a imposição de restrições à importação de petróleo estrangeiro.

Uma declaração A (positiva) tenta descrever o mundo como ele é, diz que as leis do salário
mínimo causam desemprego. Outra declaração B (normativa) prescreve como omundo deveria
ser, diz que o governo deveria aumentar o salário mínimo. Para confirmar ou refutar as afirmações
positivas é necessário passar por um exame de evidências. Um economista poderia avaliar a
declaração A analisando dados sobre as variações no salário mínimo e no desemprego ao longo do
tempo.
Por outro lado, avaliar afirmações normativas envolve tanto valores quanto fatos. A declaração B não
pode ser julgada apenas com base em dados. Decidir o que é política boa ou ruim além de ser uma
questão de ciência, envolve também nossa visão sobre ética, religião e filosofia política. Embora
sejam declarações diferentes, estão interligadas no conjunto de crenças de um indivíduo. Uma visão
política do mundo afeta a visão normativa sobre quais políticas são necessárias.

Por que os economistas divergem:

Existem dois motivos básicos para explicar porque os economistas aparecem de modo frequente
dando conselhos conflitantes aos formuladores de políticas. Primeiro que os economistas podem
discordar quanto à validade de teorias positivas alternativas sobre o funcionamento do mundo.
Segundo os economistas podem ter valores diferentes e, portanto, visões normativas diferentes
sobre que políticas devem ser realizadas.

Os economistas muitas vezes oferecem conselhos políticos divergentes, podem, às vezes, discordar
quanto à validade de teorias positivas alternativas sobre o funcionamento do mundo. Também é
possível terem valores distintos e, portanto, visões normativas diferentes sobre que políticas devem
ser realizadas, e mesmo assim, há muitas proposições sobre as quais a maioria dos economistas
concordam.

Divergências quanto ao julgamento científico:

A ciência é a busca pela compreensão do mundo que nos cerca, e com o passar do tempo, a busca
por inovação está entrelaçada com as divergências quanto à direção em que está a verdade. Os
economistas divergem, com frequência, pelo mesmo motivo. Às vezes divergem porque tem palpites
sobre a validade de teorias alternativas ou sobre o tamanho de parâmetros importantes, que avaliam
como as variáveis econômicas estão relacionadas. Por conta disso, é de fácil compreendimento a
respeito dos motivos que levam os economistas a frequentemente divergirem.

Um exemplo são os economistas que divergem, sobre se o governo deveria cobrar impostos sobre a
renda das famílias sobre o seu consumo. Cada grupo defende suas opiniões e ressalta os pontos
positivos. Esses dois grupos de economistas têm diferentes opiniões normativas sobre o sistema
tributário porque têm diferentes opiniões positivas a respeito do grau de resposta da poupança aos
incentivos tributários.

Por se tratar de uma ciência considerada jovem, a economia se destaca por estar em constante
evolução, e isso acarreta em vários pensamentos com relação a ela, podendo ser exemplificada
pelos motivos dos quais levam os economistas a sempre terem palpites conflitantes sobre a validade
de teorias alternativas ou com relação a parâmetros importantes, que analisam como as variáveis
econômicas estão relacionadas.

Divergências quanto a valores:

A divergência quanto a valores se dá por falta de políticas justas no momento da precificação do


conteúdo repassado em sociedade. Isso demonstra ainda como há divergências em meio aos
pensamentos e análises dos economistas com relação a determinado assunto.

As políticas não podem ser julgadas somente com base na ciência, algumas vezes eles podem dar
conselhos conflitantes porque têm valores diferentes.
Percepção e realidade

É inevitável que haja divergência entre os economistas, pois como se sabe existem diferenças de
julgamento científico e de valores. Porém não se deve exagerar o grau dessa divergência. Os
economistas concordam entre si com muito mais frequência do que se imagina.

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