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Economia

Introdução: A Ciência Económica

A economia é uma ciência humana e social que inclui fenómenos


económicos associados à vida real das pessoas e que podem ser
tratados de diversas formas. Exige conhecimento rigoroso e
sistemático. Tem um objetivo claro e utiliza o método científico.
O seu objetivo é o próprio ser humano e melhorar as condições
de vida da sociedade no seu dia-a-dia.

É uma ciência social que estuda como os indivíduos e as


sociedades decidem usar recursos que são escassos para
satisfazer necessidades que são ilimitadas.

Razões para se estudar economia

 Ensina a pensar em termos de alternativas e a tomar


decisões;
 Ensina a avaliar o custo das escolhas individuais e coletivas;
 É essencial para compreender como estão relacionadas
certas questões e acontecimentos como o desemprego, a
inflação e a imigração.

Microeconomia

Estuda o comportamento individual dos agentes económicos,


nomeadamente os consumidores (famílias) e produtores
(empresas).

-baseia-se no estudo de como as famílias e as empresas tomam as


suas decisões e interagem com o mercado.

O conceito central da Microeconomia é o conceito de Mercado.


Macroeconomia

Consiste no estudo do modo como uma economia no seu todo


afeta recursos, produz riqueza e decide sobre a utilização do
rendimento gerado. Considera em simultâneo o conjunto das
decisões tomadas por todos os agentes que desempenham um
papel no sistema económico (famílias, empresas, Estado,
instituições financeiras e exterior); o conhecimento da realidade
agregada é essencial para que cada agente individual saiba que
escolhas fazer e em que sentido decidir.

Micro para os negócios, macro para os países.

Destacam-se os seguintes elementos constitutivos:

 Estudo do comportamento dos agentes e da sociedade;


 Bens e recursos;
 Escolha e escassez;
 Consumo;
 O tempo;
 A interdependência.

Conceitos económicos

Escassez

Consiste na impossibilidade dos bens disponíveis satisfazerem as


necessidades presentes.

As sociedades, independentemente do seu nível de


desenvolvimento, dispõem de recursos limitados e, portanto, não
podem produzir todos os bens e serviços que as pessoas
desejariam. A escassez baseia-se no facto de não ser possível
produzir tudo o que se deseja e daí a razão de haver escolha, o
que significa que para satisfazer uma necessidade é preciso
sacrificar uma outra, ou seja, existe um custo.

Se não existem recursos suficientes para satisfazer todas as


necessidades, os bens e serviços produzidos são escassos e essa
escassez limita as nossas opções impondo que façamos escolhas e
que tomemos decisões.

Escolha- necessidade perante a escassez

Só existe problema económico quando temos escassez e escolha.


Se não existem recursos suficientes para satisfazer todas as
necessidades, os bens e serviços produzidos também são
escassos e essa escassez limita as nossas opções impondo que
façamos escolhas e que tomemos decisões. É preciso escolher,
decidir.

Se a questão que se coloca é a de escolha, tem que se preceder à


seleção das necessidades que vão ser satisfeitas em relação às
que vão ser preteridas.

Custo de oportunidade

Se existe escassez e escolha, há um custo de oportunidade. As


escolhas implicam custos. O custo de oportunidade da utilização
de recursos para um determinado fim é o benefício sacrificado
pela não utilização desses recursos no seu melhor uso
alternativo, ou seja, é o valor do que de melhor deixámos de
fazer para fazer o que fizemos. Então devido à escassez, um dos
princípios fundamentais da economia é o de que “não há almoços
grátis”. Esta frase é a expressão simples da ideia de que não é
possível ter uma coisa escassa de borla. A própria existência
implica um custo.

Num mundo de escassez, a escolha de uma coisa significa


prescindir de qualquer outra coisa. O custo de oportunidade de
uma decisão é o valor do bem ou do serviço de que se prescinde.

Cada hora do nosso tempo tem um valor. Por cada hora que
trabalhamos no nosso trabalho, poderíamos perfeitamente estar
a fazer outro trabalho, ou a dormir, ou a ver um filme. Cada uma
destas opções tem um custo de oportunidade diferente,
nomeadamente, o que nos custa em termos de oportunidades
perdidas. O conceito do custo de oportunidade é tão importante
para os negócios como para os indivíduos.

Se toda a realidade pode ser encarada de um ponto de vista


económico, nem toda a realidade tem um problema económico
associado. Só existe um problema económico quando existe a
necessidade de tomar uma decisão, e esta só aparece quando
existe escassez e escolha. Estes casos são aqueles onde a
aplicação da análise económica traz algum resultado interessante.
Quando não há necessidade de tomar decisões, não há problema
económico.
Postulados (nucleares) da Teoria Económica (axiomas)

Princípios da racionalidade e do equilíbrio

Na decisão de como se fazem escolhas em ambiente de escassez,


e que sistema resulta dessas escolhas, aplicam-se duas hipóteses
base de toda a Teoria Económica.

- Os agentes são racionais nas suas decisões (PRINCÍPIO DA


RACIONALIDADE)

- Os sistemas (mercados) equilibram-se (PRINCÍPIO DO


EQUILÍBRIO)- equilíbrio dos mercados

A resolução do problema económico exige a racionalidade dos


agentes, que leva cada um a produzir o que sabe fazer melhor, e
a consumir o que gosta mais, sendo possível baseando-se na
segunda hipótese, do Princípio do Equilíbrio). O sistema
económico centra-se na troca, em que as duas partes ganham.

Princípio da racionalidade

Baseia-se no comportamento racional.

 Os indivíduos tomam diferentes decisões porque as suas


preferências, circunstâncias e informação que possuem são
diferentes.
 Os indivíduos tomam decisões racionais no seu próprio
interesse, para alcançar a máxima satisfação, isto é,
alcançar totalmente os seus objetivos (“o que é melhor para
si”)
 Os indivíduos comparam benefícios marginais com custos
marginais.
 O princípio da racionalidade implica dois elementos, a
otimização e a coerência: os agentes procuram o que melhor
satisfaz os seus objetivos, e nas mesmas circunstâncias
tomam as mesmas decisões.
 Ex: empresa- otimizar o lucro
cliente- otimizar a satisfação

o Benefícios e custos marginais


Marginal= extra, adicional, alteração em
-Benefício marginal de um bem, ou serviço:
É o acréscimo de satisfação que um indivíduo obtém
ao consumir uma unidade adicional de um dado bem, ou
serviço.
-Custo marginal de um bem, ou serviço:
É o acréscimo de custo resultante da produção de uma
unidade adicional de um bem, ou serviço, ou o
benefício perdido de tudo o que teve de ser
sacrificado com a produção daquela unidade do bem,
ou serviço.

Princípio do equilíbrio dos mercados

Perante os indivíduos que são racionais, os sistemas económicos


equilibram-se por si só, o que significa que nenhum agente
económico quer alterar as suas escolhas, nenhum agente
económico tem incentivo a alterar o seu comportamento, isto é,
os mercados equilibram.

Lei da procura- indivíduos; família.

Princípio da interdependência

O sistema económico, que é forma de resolver o problema


económico, centra-se na troca. Saber a sua importância tem
como consequência um dos fatores mais importantes do sistema
económico: em economia, tudo tem a ver com tudo.

As trocas fazem com que as várias decisões de um agente, como


as de quanto produzir e consumir, vão ter impactos, e sofrem
efeitos das decisões de outros, que por sua vez influenciam
terceiros, e assim por diante. O sistema económico torna-se uma
teia muito fina e intrincada de relações entre todos. A
interdependência é uma realidade essencial do problema
económico.

Recursos: conceito económico

Recursos / Fatores produtivos / inputs

-São bens que são usados para produzir outros bens e serviços,
influenciando as possibilidades de produção, sendo classificados
em três categorias:

1. Terra (inclui todos os recursos naturais como a terra arável,


minérios, água, energia, ou seja, os recursos que existem
independentemente da ação humana e que são fornecidos pela
Natureza.)

2. Trabalho (toda a atividade humana para produção, inclui


serviços físicos e intelectuais fornecidos pelo Homem.)

3. Capital (constituídos por edifícios, máquinas, fábricas,


estradas, pontes e equipamentos para produção.)

Princípios básicos da Ciência Económica

Os princípios básicos da Economia pretendem dar resposta a três


grupos de questões:
- Como são tomadas as decisões?

1- As pessoas enfrentam trade-offs

Não existem “almoços grátis”. Decidir, exige que se


abdique de um objetivo a favor de outro.

Ex: Decisão sobre como passar o tempo.

Decisão sobre como gastar o dinheiro.

Como o Governo decide gastar os impostos.

Trade-off entre eficiência e equidade.

Exemplo de trade-off

- Distribuir os impostos pagos pela classe alta pelos mais


desfavorecidos pode melhorar a equidade, mas pode reduzir o
rendimento dos que mais trabalham e, portanto, desmotivar as
pessoas para o trabalho, a produção diminui.

Isto implica que aumentar a equidade pode ter como custo a


redução da eficiência na utilização dos recursos escassos.

Eficiência económica: situação em que cada bem é produzido com


o menor custo, ou em que, cada indivíduo e empresa obtém o
benefício máximo dos recursos (escassos).

Eficiência produtiva: situação em que as empresas produzem o


maior nº possível de dados dos fatores utilizados, ou obtêm um
dado volume de bens ao menor custo.
Equidade: distribuição do rendimento considerada justa entre os
membros da sociedade.

2- O custo de qualquer coisa mede-se por aquilo de que


abdicamos para a sua obtenção.

- A escassez obriga a que se façam escolhas;

- As escolhas geram custos;

- Os economistas usam o termo “custo de oportunidade”:

o O custo de oportunidade de uma ação é o valor


da melhor alternativa que, em consequência, tem
de ser sacrificada.
o O custo de oportunidade de um bem é a
quantidade dos outros bens que tem de ser
sacrificada para se produzir esse bem.

3- As pessoas racionais pensam em termos marginais

- Alterações marginais são ajustamentos incrementais


pequenos a um plano de ação já existente.

POR EXEMPLO: devo continuar o semestre e fazer as


disciplinas?

Os indivíduos tomam decisões comparando benefícios marginais e


custos marginais.

4- As pessoas respondem a incentivos

- As pessoas respondem ou reagem a alterações marginais


nos custos e nos benefícios.
- As pessoas escolhem uma dada alternativa em relação a
outra desde que os seus benefícios marginais sejam superiores
aos seus custos marginais.

5- O comércio pode favorecer todos os indivíduos

- As pessoas beneficiam com a sua capacidade para


negociar umas com as outras.

- O comercio permite que os indivíduos ou países se


especializem naquilo que fazem melhor.

6- Os mercados são uma boa forma para organizar a atividade


económica.

Uma economia de mercado é uma economia que afeta


recursos através de decisões descentralizadas das empresas e
das famílias que interagem nos mercados de bens e serviços.

- As famílias decidem o que comprar e para quem trabalhar.

- As empresas decidem quem devem contratar e o que


produzir.

- Os preços de mercado refletem o valor de cada produto


para os consumidores e o custo dos recursos usados na sua
produção.

- Como é que os indivíduos interagem?

Segundo Adam Smith, embora os indivíduos sejam motivados pelo


interesse próprio e individual, existe uma “mão invisível” que faz
com que o interesse próprio promova o bem-estar de toda a
sociedade. A “mão-invisível” explica como a interação entre a
oferta e procura serve para beneficiar a sociedade no seu
conjunto; num mercado livre, a força combinada de todos em
busca do seu interesse individual beneficia a sociedade,
enriquecendo toda a gente.

Quando as famílias e as empresas decidem o que é melhor para


elas, acabam frequentemente por decidir o que é melhor para a
sociedade no seu conjunto.

Quando o Estado intervém e fixa o preço de um bem / serviço


pode gerar ineficiência (fixação de preço máximo de forma
administrativa).

7- Por vezes os governos podem melhorar os resultados dos


mercados.

- Objetivo dos Governos: promover a eficiência e a


equidade

o As políticas dos Governos podem ser úteis


quando ocorrem falhas de mercado (o mercado
funciona mal, ou seja, não consegue atingir
resultados eficientes)
o Falha de mercado: situação em que o mercado
falha na afetação eficiente dos recursos.

Uma falha de mercado pode ser causada por:

 Externalidade: é o impacto, não compensado, das ações de


uma pessoa ou de uma empresa no bem-estar de outras
pessoas ou empresas. Há externalidades positivas (ex:
construção de parques industriais) e externalidades
negativas (ex: poluição ambiental).
 Poder de mercado: é a capacidade de uma única pessoa,
empresa ou um reduzido nº de agentes económicos em
influenciar os preços de mercado. O preço, sendo o centro
do mercado, é o elemento mais delicado e sensível do
sistema económico.

- Como é que a Economia funciona?

8- O nível de vida de um país depende da sua produção.

- Existem grandes diferenças nos níveis de vida dos


países;

- O nível de vida em cada país altera-se no tempo;

- Comparação dos níveis de vida entre países ou no


mesmo país em dois momentos distintos:

- Comparar os rendimentos pessoais;

- Comparar o valor total de mercado da produção do


país.

As diferenças nos níveis de vida dos países são explicadas por


diferenças nas suas produtividades.

Produtividade é a quantidade de bens e serviços que cada


trabalhador produz num determinado período de tempo de
trabalho. Maior produtividade implica melhor nível de vida.

9- Quando o governo emite uma moeda em excesso os


preços sobem

 Inflação: é a subida do nível geral de preços na


economia, aumento continuo e generalizado dos
preços.

Uma causa da inflação é o aumento da quantidade de moeda a


circular na economia.
 Taxa de inflação: é a variação percentual do
nível geral de preços, de um ano para o seguinte,
mede a estabilidade dos preços e varia
substancialmente ao longo do tempo e entre
países.

10- A sociedade enfrenta um trade-off entre a inflação e


desemprego no curto prazo.

A curva de Phillips ilustra o trade-off entre a inflação e o


desemprego que existe no curto prazo:

INFLAÇLÃO = DESEMPREGO
Resumo

Processo de decisão individual:

Os indivíduos enfrentam trade-offs entre objetivos alternativos;

• O custo de qualquer ação é medido em termos das


oportunidades perdidas;

• As pessoas racionais decidem comparando benefícios marginais


e custos marginais;

• As pessoas alteram os seus comportamentos em resposta aos


incentivos que encontram.

Interações entre os indivíduos:

• O comércio pode ser mutuamente benéfico;

• Os mercados são uma boa via para coordenar as ações


negociais dos indivíduos;

• O governo pode melhorar os resultados do mercado quando


surgem falhas de mercado ou quando o resultado do mercado não
é equitativo.

Economia como um todo:

• A produtividade é a fonte última da melhoria do nível de vida;

• O aumento da emissão monetária é fonte de inflação;


• A sociedade enfrenta um trade-off entre inflação e
desemprego no curto prazo.

Método Científico em Economia

A Economia é uma ciência porque tem um objeto claro e utiliza o


método científico. Tratando-se de uma ciência, utiliza como
instrumento de trabalho o método científico.

A metodologia da Economia caracteriza-se por um conjunto de


hipóteses e axiomas (Ex: equilíbrio de mercado) e baseia-se no
método científico e na interdisciplinaridade com outras ciências
(Ex: matemática, psicologia…).

Método é o conjunto de processos racionais cujo propósito é a


descoberta e a demonstração da verdade.

Como Ciência Social, a Economia envolve pensar nos fenómenos de


forma objetiva e analítica. O método científico inclui as fases:

1. Observação de um fenómeno;
2. Formulação de hipóteses simplificadores e desenvolvimento
de modelos teóricos para explicar o fenómeno;

-Identificar e decidir que hipóteses devem ser


consideradas;

-Os economistas devem tratar os assuntos com


objetividade científica, formulando hipóteses adequadas e
construindo modelos simplificados para facilitar a
compreensão do funcionamento dos fenómenos económicos,
sabendo que esses fenómenos não são estáticos, mas que se
alteram com a evolução da sociedade humana.

Modelo económico é uma descrição simplificada da realidade


sendo desenvolvido para ajudar a compreender a relação entre
um conjunto de variáveis económicas.

- A maioria dos modelos recorre à utilização de gráficos e


equações matemáticas.

Há possíveis falhas de raciocínio económico que podem conduzir à


obtenção de conclusões erradas. Algumas fontes de erro
frequentes a evitar, e que se encontram relacionadas com:

1. Esquecimento da hipótese ceteris paribus (“tudo o resto


contante”)- usada quando várias variáveis se alteram ao
mesmo tempo e torna-se difícil distinguir o efeito de
uma em específico no fenómeno analisado. Devemos
lembrarmo-nos de que quando estamos a analisar o
impacto de uma variável sobre o sistema económico,
devemos manter tudo o resto contante.

2. Falácia da composição (“o que se passa numa parte não é


necessariamente válido para o todo)- problema que
decorre quando se considera que o que é verdade para
uma das partes é verdade para o todo, ou seja,
generaliza-se, mas em economia o todo é diferente da
soma das partes.

Ex: Se um grupo de 5 alunos bebe café sem açúcar não podemos


inferir que todos os alunos da turma têm a mesma preferência de
beber café sem açúcar.
3. Falácia do post-hoc (“atribuir causalidade a dois factos
apenas contemporâneos)- quando observamos que duas
realidade ocorrem em simultâneo ou uma a seguir à outra
temos tendência para pensar que uma causou a outra. O
facto de um acontecimento ocorrer antes de outro não
significa necessariamente que o primeiro seja causa do
segundo.

4. Subjetividade (quando observamos um determinado


facto, raramente conseguimos ser neutros. As nossas
características individuais condicionam o que vemos)- o
que é verdade para um indivíduo pode não ser verdade
para outros indivíduos.

3. Dedução de resultados ou predições;


4. Teste das predições do modelo;
5. Interpretação e síntese.

Se o modelo for rejeitado na realização de testes, significa que


o modelo deve ser reformulado.

Se o teste não rejeitar o modelo, poderão ser realizados outros


testes.

Economia Positiva VS Economia Normativa

Quando os economistas tentam explicar o mundo- são cientistas.

Quando os economistas tentam alterar o mundo- são conselheiros


de políticas.
Quando os economistas fazem declarações normativas- são mais
comentadores ou conselheiros políticos do que cientistas.

Os raciocínios económicos podem ser:

 Positivos: estudo empírico do que está a


acontecer no mundo, baseado apenas na teoria.
 Negativos: dedica-se ao que está a acontecer no
mundo e tenta esboçar como a economia pode
ser melhorada. Envolve fazer juízos de valor
sobre fenómenos particulares.

Afirmações positivas- baseiam-se numa análise que tenta


descrever o mundo tal como ele é na realidade (análise
descritiva). Uma declaração positiva baseia-se apenas na teoria e
pode ser testada empiricamente. É avaliada através de dados.

Ex: O défice público provoca a subida das taxas de juro.

O aumento do combustível gerou uma diminuição da procura


de automóveis.

Afirmações normativas- baseiam-se numa análise acerca da


forma como o mundo deveria ser (análise prescritiva). Uma
declaração normativa envolve valores filósofos, culturais e
religiosos, uma visão pessoal, um juízo pessoal, dogmático (não
admite discussão). Não pode ser testada empiricamente.

Ex: Os governos deveriam poder cobrar às tabaqueiras os custos


do tratamento das doenças causadas pelo tabaco.

Porque é que os economistas discordam?


Em questões de natureza positiva, podem discordar acerca da
validade de teorias positivas alternativas ou acerca da dimensão
dos efeitos de políticas sobre a economia porque utilizam
modelos diferentes para descrever a economia.

Em questões de natureza normativa, podem ter valores


diferentes e portanto, diferentes visões normativas sobre os
objetivos que as políticas devem alcançar.

Modelos Económicos

 O Diagrama Circular de Fluxos


 A Fronteira de Possibilidades de Produção

O Diagrama Circular de Fluxos

-Modelo visual da economia;

-Mostra como os bens, os serviços, os recursos e os


rendimentos/pagamentos circulam entre os diferentes agentes
económicos;

-Permite identificar os principais grupos de decisores e os


principais mercados na economia.

Grupos de decisores Mercados considerados


-Engloba as FAMÍLIAS e as Mercados dos fatores de produção
EMPRESAS; -lugar onde os recursos produtivos são
comprados e vendidos. As famílias
São ignorados os papéis do: vendem os seus fatores de produção (ex:
trabalho) e as empresas compram-nos,
-ESTADO (governo) pagando uma remuneração (ex: salário).
-EXTERIOR (comércio
Mercado de bens e serviços
internacional)
-lugar onde os bens e serviços são
comprados e vendidos. As empresas
fornecem os bens e as famílias/empresas
compram-nos.

O diagrama circular de fluxos

A Curva / Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP)

É um gráfico que mostra as diferentes combinações de


quantidades máximas de dois bens ou serviços que uma economia
pode produzir, num dado momento, supondo os recursos
plenamente utilizados e uma dada tecnologia disponível.
Ilustra os conceitos de escassez, escolha e custo de
oportunidade.

A fronteira de possibilidades de produção é o lugar geométrico


dos pontos de produção máxima de dois bens, dado um certo
montante de recursos disponíveis. Os pontos interiores à FPP são
de desperdício, os pontos coincidentes são de otimização na
utilização dos recursos e os pontos exteriores são impossíveis.

A curva da FPP é negativamente inclinada – dado que como há


pleno emprego e se otimizam os recursos, não é possível ter mais
de um bem sem ter menos de outro.

• Não nos podemos situar acima da curva dado que não temos
recursos para tal.

• É entre os pontos da fronteira das possibilidades de produção


que se realiza a escolha económica. A eficiência produtiva é uma
manifestação da racionalidade e leva à colocação sobre a
fronteira de possibilidades de produção. Se esta eficiência não
existir estamos no interior da fronteira.

• A curva além de decrescente (negativamente inclinada), é


côncava pela lei dos custos relativos crescentes. Esta lei diz que,
à medida que vamos sacrificando de um bem para obter outro,
este vai custando cada vez mais unidades do primeiro.

Lei dos rendimentos decrescentes

Lei segundo a qual aumentos de um ou mais recursos variáveis,


quando outros se mantêm fixos, geram aumentos de produção
sucessivamente menores.
Aspetos fundamentais da FPP

A produção é eficiente em todos os pontos da curva FPP;

• A produção no interior (abaixo) da curva é ineficiente;

• A produção num ponto fora (acima) da curva é impossível dados


os níveis correntes dos recursos e da tecnologia.

• Verifica o princípio #1. As pessoas enfrentam trade-offs;

• Verifica o princípio #2. O custo de qualquer coisa é aquilo que


abdicamos para a sua obtenção - custo de oportunidade;

• O custo de oportunidade é crescente;


• A curva da FPP pode deslocar-se se houver uma alteração na
quantidade dos recursos disponíveis (ex: aumento da população;
catástrofe natural) ou na tecnologia (ex: progresso tecnológico).

A Fronteira das Possibilidades de Produção

Aplicando o conceito “ceteris paribus” (tudo o resto permanece


constante) e considerando que só existem dois bens que podem
ser produzidos na economia, canetas e livros, e um montante fixo
de recursos. A curva FPP mostra que, aplicando os recursos
disponíveis, podemos obter várias combinações alternativas
possíveis dos dois bens. Se aplicarmos todos os recursos na
produção de livros teremos o montante máximo de produção de
livros e nenhuma produção de canetas.
Revisão da análise gráfica e algébrica

Os gráficos são muito usados nas análises económicas para


representar relações entre variáveis económicas.

A relação direta (positiva) entre duas variáveis X e Y ocorre


quando um aumento de X está associado a um aumento de Y (as
variáveis movem-se no mesmo sentido). O gráfico terá uma
inclinação positiva.

Y=a + bX, em que a é ordenada na origem e b é a inclinação


positiva, que mede a variação de Y pela variação unitária de
X, onde a e b são parâmetros positivos.
A relação inversa (negativa) entre duas variáveis X e Y ocorre
quando um aumento de X está associado a uma diminuição de Y e
quando uma diminuição de X está associada a um aumento de Y
(as variáveis movem-se em sentidos opostos). O gráfico terá uma
inclinação negativa.

Y = c- dX, em que c é a ordenada na origem e a inclinação


negativa -d mede a variação de Y pela variação unitária de X,
onde a e b são parâmetros positivos.

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