Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
a
Política
Bruna Lima
Licenciatura em Direito
1º ano – 1º semestre
2021/2022
I. Introdução
O que é a economia?
É considerada a ciência que analisa os problemas de afetaçã o ó tima de recursos limitados a
necessidades humanas ilimitadas e estuda como as pessoas e a sociedade decidem empregar os
recursos escassos que podem ser utilizados em formas alternativas. Ocupa-se de questõ es que
surgem em relaçã o à satisfaçã o das necessidades dos indivíduos e da sociedade:
• Atividades produtivas
• Bens e serviços
Bem: todo o meio capaz de satisfazer uma necessidade tanto dos indivíduos como da
sociedade. Escassez
A afetação de recursos escassos relaciona-se com a questão das escolhas, com a hierarquização, com os parcos
recursos existentes (escassez).
Os recursos limitados estão disponíveis a quantidades inferiores àquela necessária para satisfazer todas as
necessidades existentes, naturalmente ilimitadas. Assim sendo, estes recursos são considerados escassos.
Se os recursos existem em quantidade limitada e têm um preço, então são os bens económicos (ex: comida). Se
há, no entanto, abundância de recursos que podem satisfazer todas as necessidades, então esses são designados
de bens livres (oxigénio).
Exemplos:
• O petróleo e o carvão - existem em quantidades limitadas – energia para produzir a esmagadora maioria dos bens
e serviços que consumimos?
Consequências da escassez
• A escassez produz relevância nas escolhas. Se não existe escassez a eficiência e a eficácia na e
da utilização dos bens seria irrelevante
• É impossível atingir a saciedade de todas as necessidades. Isto significa que a procura
potencial é sempre superior à oferta potencial dos meios
• As necessidades surgem de forma cíclica e periódica, elas são inesgotáveis •
A escassez é eminentemente graduável e relativa
• Não é possível uma utilização universal e indiscriminada dos recursos. Mesmo perante
excedentes numa “situação”, os seus meios não poderão ser convertidos, livremente e sem
custos, para outra “situação” (rigidez dos meios)
• O fator “tempo” enquanto meio/facto é impeditivo
• Se os recursos são escassos e não cobrem todas as necessidades, então será necessário fazer
escolhas: a nível individual e a nível coletivo (intervenção do Estado)
Escolha
Escassez ⇒ escolhas de produçõ es e consumos a realizar.
Escolha ⇒ existência de um custo; a decisã o de ter mais de uma coisa ⇒ ter menos de uma
outra coisa qualquer.
O menos de outra coisa pode ser visto como um custo de ter mais de uma coisa ⇒ custo de
oportunidade
Custo de oportunidade
• O custo de oportunidade da utilizaçã o de recursos para um determinado fim é o benefício
sacrificado pela nã o utilizaçã o desses recursos da melhor forma alternativa. Quando se procede
uma escolha, existe sempre um custo de oportunidade.
• O custo de oportunidade representa, entã o, o benefício do qual se abdica quando escolhemos
aplicar determinado recurso a um uso específico:
• Quando existem duas alternativas, trata-se do benefício decorrente do uso do recurso na
alternativa renunciada (Ex.: Qual o custo de oportunidade de gastar 50€? Nã o poupar esses
50€);
• Quando existem vá rias alternativas, trata-se do benefício que resultaria do uso do recurso na
2ª melhor alternativa. Implica, portanto, a capacidade de ordenaçã o das alternativas por ordem
de preferência.
Custo de Oportunidade e Preço Relativo
O custo de oportunidade nã o se mede (apenas) em/pelo dinheiro. Mede-se também, por aquilo
que deixou de se fazer por ter aplicado os recursos numa outra alternativa.
Raciocínio marginalista
➢ Decidir na margem (raciocínio marginalista: o conceito está ligado à noçã o de
“racional”). (ver exemplos ppt 1asemana)
➢ Benefício marginal: benefício que resulta do aumento em 1 unidade
Papel do mercado
O mercado usa o preço para ajustar as decisõ es de produçã o e consumo.
Preços e mercados sã o uma das formas utilizadas pelas sociedades para decidir o que produzir,
como produzir e para quem produzir; onde produzir...
Numa economia de direçã o central, é o governo que decide estas questõ es; as empresas e as
famílias fazem o que lhes mandam.
Nas economias mistas, o governo e o setor privado interagem para encontrarem soluçõ es para o
problema econó mico.
Método científico
• Previsã o
Utilização de Modelos
• O modelo constitui uma abstraçã o ilustrativa que nos ajuda a organizar o pensamento em
relaçã o à complexidade dos factos reais → o modelo apreende a realidade complexa de
uma forma aproximada, ou seja, é uma “caricatura” da realidade;
• O uso de modelos econó micos permite apreender de forma simplificada fenó menos
complexos. Os modelos econó micos geram hipó teses (isto é, proposiçõ es ou previsõ es)
que podem ser empiricamente testadas.
• Os dados sã o fundamentais; interagem com os modelos de duas formas: ajudam a
quantificar as relaçõ es teó ricas e ajudam a testar os modelos.
Economia positiva:
Economia normativa:
• Assenta em juízos de valor para avaliar ou recomendar políticas alternativas (ex: : devem-se
desviar recursos da educação para a saúde);
• Oferece prescrições para as ações baseadas em juízos de valor pessoal e subjetivos: (ocupa se
do que deveria ser);
• Proposições normativas (julgamentos de valor);
• À partida, não há respostas certas nem respostas erradas. As questões envolvem princípios e
questões morais. Estas questões podem e devem ser debatidas, mas nunca serão resolvidas
pela ciência...
• Envolve preceitos éticos e julgamentos de valor (ex: Deve o governo dar dinheiro aos
pobres?)
Modelos
Ponto A = Eficiência •
Uma economia utiliza os seus recursos
escassos no limite má ximo da sua
capacidade produtiva. Logo, é eficiente.
Ponto F = Ineficiência •
Uma economia nã o está a utilizar os
seus recursos escassos na capacidade
produtiva má xima. Logo, nã o é
eficiente. Ponto G = Impossível
• Se há uma fronteira, é porque esta nã o
pode ser ultrapassada. Se tal
acontecesse, a economia estaria acima
das suas possibilidades de produçã o. Logo, é impossível
A FPP
• Escassez implica escolhas: para obter mais quantidade de um bem tem de se sacrificar
outro bem.
• A Fronteira de Possibilidades de Produçã o ilustra os «trade-offs» enfrentados por uma
economia que produz apenas dois bens.
• Mostra a quantidade má xima de um bem que pode ser produzida para qualquer nível de
produçã o de outro bem
• A FPP ilustra o conceito de eficiência;
• • Uma economia é eficiente se nã o houver forma de fazer alguém ficar melhorsem fazer
ninguém ficar pior.
• Uma economia é eficiente na produçã o se estiver a produzir num ponto sobre a sua FPP. •
Uma economia é eficiente na afetaçã o se afetar os seus recursos de tal forma que os
consumidores estejam tã o bem quanto possível – deve produzir maior quantidade dos bens
que a sociedade mais valora.
• FPP cô ncava: custo de oportunidade crescente ⇒ razõ es: a mobilidade dos recursos
entre utilizaçõ es/indú strias nã o é perfeita; a reafectaçã o dos recursos requer, muitas
vezes, treino.
Concavidade:
• À medida que nos movemos para baixo sobre a FPP, à medida que mais recursos sã o
afetados à produçã o do bem X, o acréscimo da produçã o vai sendo cada vez menor; • Lei
dos rendimentos decrescentes;
• A mobilidade dos recursos entre utilizaçõ es/indú strias nã o é perfeita; •
A reafectaçã o dos recursos requer, muitas vezes, treino.
Crescimento Económico
O crescimento econó mico permite um aumento sustentado da produçã o agregada. Traduz-se
numa deslocaçã o da FPP para a direita. Há duas fontes principais de crescimento econó mico:
Preço
Produtor Consumidor Oferta
Procura
Estruturas de mercado
Concorrência perfeita:
▪ Produto homogéneo
▪ Concorrência monopolista
* a empresa tem a capacidade de regular os preços
A procura
•É o conjunto de atitudes típicas daquele que se dirige ao mercado para satisfazer as suas
necessidades, seja através da aquisiçã o de um bem, seja pela utilizaçã o de um serviço. O
valor que atribui a um e a outro é essencialmente determinado pela utilidade que
associa a eles;
•É a quantidade de produtos que as famílias e as empresas decidem comprar, dada a
relaçã o que existe entre as suas limitaçõ es orçamentais e o nível de preços daqueles
produtos;
• A procura define-se em termos de uma capacidade e uma disposiçã o efetivas de pagar.
• Rendimento:
o Bens normais- um bem é normal se a sua procura aumenta em resposta ao
aumento do rendimento;
o Bens Inferiores: um bem é inferior se a sua procura diminui em resposta ao
aumento do rendimento.
• Preços dos bens relacionados
o Bens substitutos- dois bens sã o substitutos quando o aumento do preço de um
bem leva ao aumento da procura de outro
o Bens complementares- dois bens sã o complementares quando a diminuiçã o do
preço de um bem leva ao aumento da procura do outro. Os consumidores utilizam
estes bens em conjunto.
• Publicidade e gostos dos consumidores;
Expectativas:
Oferta
• Conjunto de atitudes típicas daquele que se dirige ao mercado para lá entregar um bem
ou prestar um serviço, que ele avalia, essencialmente, em funçã o do custo, isto é, do
esforço ou do custo de oportunidade que para ele representou;
• A funçã o de oferta e a curva de oferta de um bem mostra a relaçã o entre o seu preço de
mercado e a quantidade dessa mercadoria que os produtores estã o dispostos a produzir
a vender, mantendo-se o restante constante.
Curva da oferta: indica a quantidade total de um
bem que os produtores estã o dispostos a produzir
aos vá rios preços alternativos, ceteris paribus.
Aumento do preço do bem leva ao aumento da
quantidade oferecida do mesmo (empresas
produzem mais o bem e novas empresas entram
no mercado para o fornecer). Diminuiçã o do preço
do bem leva à diminuiçã o da quantidade oferecida
do mesmo (há empresas que saem do mercado ou passam a produzir menos o bem).
Lei da oferta positivamente inclinada: é o resultado da lei dos rendimentos decrescentes.
Assim, para aumentar a produçã o temos de aumentar os fatores empregues. Mas, como há
sempre alguns que sã o constantes, o custo unitá rio de produçã o vai aumentar.
Determinantes da oferta: preço dos fatores; tecnologia; regulaçã o; nú mero de empresas
(entrada, saída); substitutos na produçã o; impostos; expectativas dos produtores.
Excedente do produtor
Para cada unidade vendida, é a diferença entre o
montante que os produtores recebem por cada unidade
vendida e o montante mínimo necessá rio para que
estejam dispostos a produzir o bem. Quando temos
vá rios produtores no mercado, o excedente do produtor
é toda a á rea compreendida abaixo da linha de preço e
da curva da oferta. Um aumento no preço de um bem
homogéneo leva ao aumento do excedente produtor
(aqueles que já vendiam o bem aumentam o seu
excedente e há entrada de novos vendedores no mercado).
Equilíbrio
A economia está em equilíbrio quando nos encontramos numa situaçã o em que nã o há forças
inerentes que incitem à mudança.
Equilíbrio de mercado
As forças da oferta e da procura operam através do mercado para produzir um equilíbrio de
preço e de quantidade. Assim, o equilíbrio de mercado verifica-se com o preço e a quantidade
com que as forças da oferta e da procura se equiparam. A
um dado preço a quantidade procurada iguala a quantidade
oferecida. Estabilidade: QD=QS.
Preço de equilíbrio: é aquele para o qual a quantidade
procurada é igual à quantidade oferecida (quantidade de
equilíbrio) - intersecçã o das curvas da procura e da oferta.
Preço e quantidade de equilíbrio: ocorrem quando o
montante que se deseja fornecer iguala o montante que se deseja consumir. Num mercado
concorrencial, este equilíbrio encontra-se na intersecçã o das curvas da procura e da oferta. Ao
preço de equilíbrio nã o existem nem escassez nem excedentes (tanto na perspectiva da procura
como da oferta).
Situações de desequilíbrio
Situação de excesso de oferta: a este preço (superior ao preço de equilíbrio), a quantidade
oferecida é superior à quantidade procurada. Assim, o preço tende a baixar.
Situação de excesso de procura: A este preço (inferior ao preço de equilíbrio), a quantidade
procurada é superior à quantidade oferecida. Nem toda a procura é satisfeita. Desta forma, os
preços tendem a subir.
Formação do equilíbrio:
Estática Comparada
• A aná lise está tica comparada permite analisar as consequências de alteraçõ es nos
determinantes da Oferta e/ou da Procura sobre o equilíbrio de mercado;
• Compara duas situaçõ es de equilíbrio; os ajustamentos que ocorreram entre as duas situaçõ es
de equilíbrio nã o sã o considerados;
Eficiência e perda de bem-estar
O excedente total gerado num mercado corresponde ao ganho líquido total para os
consumidores e para os produtores por fazerem as transaçõ es no mercado. É a soma dos
excedentes do consumidor e do produtor. O Excedente total é má ximo quando o mercado está
em equilíbrio.
Em equilíbrio, o mercado afeta o consumo do bem entre potenciais consumidores e as vendas
do bem entre potenciais vendedores de uma forma que garante o maior ganho possível para a
sociedade. Qualquer desvio do equilíbrio reduz o excedente total.
De uma forma geral, os excedentes do consumidor e do produtor traduzem um ganho monetá rio
que qualquer um deles obtém por estar disposto a comprar ou a vender, respetivamente, a um
preço diferente do preço de mercado.
Se o preço de mercado se altera isso terá consequências sobre os excedentes do consumidor e
do produtor. Para avaliar este efeito sobre os excedentes é sempre necessá rio analisar a
situaçã o inicial dos produtores e dos consumidores.
Exemplo: Qual o efeito de uma melhoria tecnoló gica nos excedentes do consumidor e do
produtor?
Situação inicial
III. Elasticidade
Medida da sensibilidade de uma variá vel a alteraçõ es
noutra variá vel. Esta medida é definida como um rá cio
que compara a variaçã o percentual de uma variá vel com a
variaçã o percentual da outra variá vel.
É a amplitude da reaçã o dos agentes econó micos à alteraçã o de condiçõ es fundamentais da sua
atividade, ou seja, reaçã o à s variaçõ es das condiçõ es dos mercados, e à s resultantes flutuaçõ es
de preços dos produtos, ou de rendimento de fatores.
A elasticidade expressa uma relaçã o entre duas variá veis relacionadas funcionalmente.
Dois aspetos importantes:
• Sinal: o sinal positivo ou negativo traduz a existência de uma relaçã o direta ou inversa
entre as variá veis que estamos a considerar.
• Magnitude: é importante verificar se a elasticidade é maior ou menor do que 1, em
valor absoluto, pois é isso que nos permite concluir acerca da sensibilidade de uma
variá vel a alteraçõ es na outra variá vel.
• Natureza das necessidades que satisfaz o bem: o grau em que o bem é de primeira
necessidade ou um bem supérfluo;
• A disponibilidade de bens substitutos; a quantidade de bens que podem substituir o bem
em questã o;
• O tempo necessá rio para uma resposta; o período de tempo considerado;
Elasticidade-Rendimento da Procura
Mede a elasticidade da quantidade procurada face a variaçõ es no rendimento.
Procura
• Disponibilidade/ proximidade de bens substitutos (quanto maior for, mais elá stica é a
procura);
• Peso do bem no orçamento (bens com pequena despesa têm procura inelá stica) •
Período de tempo (quanto mais longo for o prazo, mais elá stico será )
Oferta
• Processo produtivo (quanto mais fá cil o ajustamento dos fatores produtivos mais
elá stica)
• Período de ajustamento (mais longo mais elá stico)
Impostos
Ad valorem: Incidem sobre o valor = taxa (ex: IVA)
Específicos:
Casos especiais
A totalidade do t é suportada pelos consumidores.
Podem aumentar os preços sem diminuir a procura
(aumentam o valor dos impostos).
Curva inelá stica da procura.
pelos consumidores.
O “Custo do Imposto”
• Sabemos que a diminuição do preço do bem faz diminuir o excedente do produtor e que o
aumento do preço do bem faz diminuir o excedente do consumidor.
• O imposto, ao fazer aumentar o preço pago pelo consumidor, faz baixar o excedente do
consumidor.
• Da mesma forma, a diminuição do preço recebido pelo vendedor faz baixar o excedente do
produtor.
• O imposto faz diminuir quer o excedente do consumidor, quer o excedente do produtor.
Função de Produção
Relação que indica a quantidade máxima que se pode obter de um produto, por unidade de tempo,
a partir da utilização de uma determinada quantidade de fatores de produção e mediante a escolha
do processo produtivo mais adequado. Q = f (L,K, T)
• Funçã o que define a quantidade má xima de produto que pode ser produzida com uma
dada combinaçã o de factores de produçã o;
• Diz-nos como é que os fatores produtivos se relacionam entre si e com o produto final; •
Traduz uma relaçã o ‘física’: nã o relaciona valores, mas quantidades de inputs com
quantidades de outputs.
Pressupõ e que:
Curto-Prazo vs Longo-Prazo
O curto prazo é o mais longo período de tempo em que há pelo menos um fator cuja quantidade
nã o pode ser ajustada (existem alguns fatores fixos).
No longo prazo, todos os fatores sã o variá veis, ou seja, o gestor pode ajustar as quantidades de
todos os fatores de produçã o para produzir ao menor custo. Longo prazo = sucessã o de curtos
prazos.