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Capítulo I
Conceitos Introdutórios
O que é a economia?
• A economia é uma ciência social que pretende estudar a conduta humana, mais
especificamente as suas interações coletivas através de um distanciamento analítico
(afastando-se de quaisquer superficialidades e preconceitos que possam corromper a
sua análise)
Se não fosse a escassez, as escolhas de que trata a economia seriam irrelevantes, visto
que mesmo depois de fazermos uma opção errada esta poderia ser facilmente
remediada (alternativas ilimitadas, nenhuma das nossas escolhas seria uma verdadeira
perda)
1.2.1) O institucionalismo
Outro polo apresenta-nos a economia com a “ciência dos contratos" /” ciência das
instituições" neste polo a ênfase nas escolhas não teria muito significado e por isso
escolhe-se uma estrutura na qual os indivíduos procuram assegurar a viabilidade
coletiva dos seus objetivos privados.
(pág.26-35)
1.3) A análise económica da racionalidade
Duas perspetivas:
1. Olhar para os objetivos e determinar a racionalidade e adequação dos meios -
Propósitos de optimização dos meios
2. Olhar para os meios e tentar justificá-los, encontrar-lhes objetivos - Objetivos
de maximização dos fins
Os indivíduos procuram satisfazer as suas necessidades materiais através da troca por
produtos oferecidos em mercados organizados
Esta racionalidade não pressupõe a ponderação minuciosa de todos os custos e
benefícios associados à totalidade de opções mas apenas a uma resposta diferenciada
e explicável de estímulos variáveis.
1.3.1) A optimização
A optimização não pode partir de uma avaliação generalizada e minuciosa dos custos
e benefícios correspondentes a todas as opções disponíveis de cada agente
económico, pois isto seria irracional visto que despender-se-ia de muito tempo e
esforço nessa tarefa
↓
Mais vantajoso: Raciocínio Marginal
Perspetiva mais confinada, concentrada nos custos e benefícios de mais um bem, mais
uma opção, mais um fator produtivo
“Homo oeconomicus”
Racionalidade em demasia
Aposta-se:
Ignorância racional
Divisão de trabalho e na partilha de informação (interdependência), visto que
devido à nossa "racionalidade limitada" os outros possuem informação que nós
não possuímos
Com o objetivo de reduzir os custos de deliberação e aumentar os ganhos prováveis
Uma parte significativa da vida comum é dominada pela escassez e nada se obtém sem
sacrifícios. Toda a escolha tem um custo: valor daquilo que se renuncia para obter
aquilo por que se optou
Eficiência vs Justiça
Eficiência: O emprego de meios é avaliado em termos de maximização, ou seja, a
capacidade de obter o maior rendimento possível a partir de um determinado
conjunto de meios
Um uso eficiente: Produção de bens e serviços mais apreciados pela maioria das
pessoas
Distribuição justa: Resultado ineficiente pode ser injusto levando à insatisfação
Como assegurar numa economia dirigista ou numa economia mista que a atuação do
Estado não se pauta por interesses que irão entrar em conflito com os nossos
interesses individuais?
Numa economia de mercado como podemos certificar-nos de que os produtores e as
organizações não pervertem o poder de mercado em detrimento do mecanismo das
trocas, no qual um mínimo de equilíbrio deve ser pressuposto?
Como podemos assegurar-nos de que, enquanto nos concentramos na parte que nos
cabe na divisão de tarefas, os outros também cumprem a parte deles? E se realmente
ocorrerá uma troca?
Um mercado operando em condições de liberdade, com um nível concorrencial
suficiente, pode responder com eficácia aos primeiros 4 grupos de questões visto que
os consumidores fazem refletir as suas preferências através da proposta ou aceitação
dos preços e por sua vez, os produtores respondem a essas solicitações através de
uma optimização da quantidade-preço (condições suficientes para a maximização da
satisfação de ambas as partes envolvidas nas trocas)
Uma escolha é racional na medida em que assenta numa comparação subjetiva, mas
desapaixonada de custos e benefícios implicados nas várias alternativas abertas à
opção.
Custo de oportunidade: Conceito que abarca aquilo que deixa de ser possível fazer-se
e obter-se para que se possa alcançar aquilo por que se optou; aquilo que aconteceria
caso tivéssemos tomado uma opção alternativa em vez da que tomámos. Só podemos
considerar uma escolha racional dado os dados em que tínhamos na hora em que
fizemos aquela escolha, mesmo que mais tarde esta informação venha a mudar a
nossa escolha continua a ser uma escolha racional.
5) O Raciocínio marginalista
O sujeito que pode decidir livremente recorrerá a uma comparação mais ou menos
racional entre os custos e os benefícios. Pode-se dizer que é possível condicionar a
conduta do agente económico sem lhe retirar a sua liberdade de escolher e decidir –
interfere-se somente nos incentivos.
Tentando em ambas:
Minimizar os custos
Maximizar os ganhos, de forma a se obter mais benefício líquido
A principal razão justificativa para esta intervenção do Estado deriva da justiça: da luta
pelos mais desfavorecidos, dos mais explorados... O rendimento atribuído aos
participantes deveria ser proporcional ao esforço e habilidade por eles aplicados na
produção de bens e serviços caso isto fosse ignorado podia resultar na ruína, na
exclusão e na pobreza
Assim, se a busca individual de vantagens e de proveitos desiguais é o principal
objetivo das atividades económicas o Estado deveria estabelecer os limites mínimos,
salvaguardando assim a coesão social e todos aqueles que se encontrar numa posição
mais vulnerável cabendo-lhe assegurar a justiça e a segurança nas trocas.
No entanto, tudo isto requer um financiamento público, baseado em receitas fiscais
que retirarão o rendimento aos particulares diminuindo-lhes o incentivo para
produzirem e pouparem.
9.2) As falhas de mercado
A própria atividade económica coletiva é algo muito complexo, será possível pôr em
prática uma planificação que interaja eficientemente com a sua complexidade?
Existem também critérios de legalidade, de imparcialidade e de transparência na
atuação dos entes públicos que prejudicam a sua agilidade na tomada de decisões, e
tornam muito custosa (em termos administrativos) a sua atividade.
Problema dos incentivos no setor pública, as decisões são tomadas por funcionários
que não são incentivados a adotarem uma ação que teriam se dela estivessem
dependentes os seus interesses pessoais.
Não podemos afirmar que o Estado seja globalmente eficiente, em termos de que as
“falhas de intervenção" nunca excedem as "falhas de mercado" e que na presença de
uma dita "falha" a solução pública é sempre o remédio adequado. Deve-se isto à
incapacidade de interagir com o dinamismo do mercado, à falta de pressão
competitiva, à falta de informação detalhada... Uma parte das “falhas de intervenção"
pode ser minimizada através do recurso a instrumentos muito sofisticados, seja na
recolha ou processamento de informação... Se, apesar disso, o problema das "falhas de
intervenção" subsiste devem-se essencialmente à noção de que há uma "via
triunfante" para a optimização económica por via política, em vez de tornarem claro
que não é possível passar-se além de uma escolha de graus de "falha de mercado" e de
"falha de intervenção"
11) A produtividade
Riqueza das Nações = Produtividade dos trabalhadores, medida através da
quantidade de bens e serviços que cada trabalhador é capaz de produzir, em média,
numa unidade de tempo
A escassez pode ser associada à imagem de um universo finito, limitado por uma
fronteira que agrega as possibilidades extremas das opções. Esta fronteira, pretende
representar as várias combinações de produção de dois bens/serviços que são
alcançáveis pela aplicação máxima e óptima dos correspondentes fatores de produção.