Você está na página 1de 15

ECONOMIA

- É uma ciência social que estuda as interações humanas, com um certo distanciamento analítico, de
modo sistemático e com metodologia explícita;
. é a ciência das escolhas - a economia trabalha em função da escassez de bens e procura
satisfazer necessidades -> por vezes há também ocasiões de saciedade (superabundância de um recurso,
ausência de escassez ou equilíbrio);

Conceitos Introdutórios - Capítulo I


. escassez: não dispor de meios suficientes para atingir as finalidades;
- o objetivo da economia é adequar os meios aos fins -> problema iminente das sociedades
. ciência económica: estudo das decisões ditadas pela escassez de meios, por forma a obter-se a
satisfação das necessidades desigualmente importantes;
. racionalidade: adequação dos meios aos fins em ambiente de escassez de bens;
- neutralidade: é a ciência mais neutra, pois apenas mostra o caminho, tendo por base os fins;
- parcialidade: por vezes, também classifica os fins - não permite a escolha irracional de fins, pois
estes poderão condicionar outros fins;
. eficiência: avaliação da aplicação dos meios aos fins;
- maximização dos fins: com os mesmos meios se alcança o numero máximo de fins;
- otimização dos meios: minimizam-se os meios para a mesma finalidade -> lei do menor
esforço (ou efeito boleia, ou principio adónico);

A Escassez - O Maior Problema Económico


. Economia - administração da casa - trata do problema da escassez e procura por soluções que minimizem
essa mesma escassez;
- consequências da escassez: conduz à desigualdade; a escassez dos recursos faz com a sua
distribuição seja desigual - a economia promoveu a integração do conceito de justiça no Direito;
Os Corolários da Escassez - Conclusões
. a escassez está na base de todas as escolhas da economia - sem escassez, as escolhas económicas
seriam irrelevantes;
. é impossível atingir um ponto de saciedade de todas as necessidades - verifica-se que a procura de
meios é sempre superior à oferta desses mesmos meios;
. há necessidades básicas de sobrevivência que são recorrentes e incapazes de atingir a plena
satisfação (ressurgem posteriormente);
. a escassez é graduável e relativa, sendo que depende sempre da intensidade com que são sentidas as
necessidades - não é uniforme;
. não é possível usar indiscriminadamente os recursos - a superabundância nem sempre permite a
reconversão desses recursos e a reorientação dos mesmos;
. mesmo que dispuséssemos de meios para satisfazer todas as necessidades, o tempo é sempre escasso,
impedindo a satisfação de todas as necessidades - nunca teremos possibilidade de comprar tempo, só o
tempo alheio;

O Objeto da Economia - Compreender o Porquê de…?


- Objeto: decisões individuais e coletivas tomadas em ambiente de escassez; exige:
. liberdade: para a concretização dos objetivos egoístas;
. interdependência (plano coletivo): para a concretização dos objetivos egoístas alheios - mão
invisível, Adam Smith -> mesmo antes de qualquer ordenação estatal, há uma compatibilização
espontânea entre interesses (nem sempre é virtuosa, algo que está no foco da economia) - há sempre
interesses egoístas, independentemente do altruísmo colocado numa ação;
- Fornece uma imagem rigorosa da natureza humana - aplica bastante racionalidade às escolhas;

O Institucionalismo
- Coloca as instituições no centro da ciência económica - a análise das instituições é fundamental para a
economia;
. os Estados, as instituições religiosas, as organizações internacionais têm grande poder
económico - são também objeto de estudo da economia;
- 2º Vaga: procuram-se outras dimensões da economia e das instituições, num plano mais baixo, a nível
hierárquico, mas cujo peso não deixa de ser relevante;
. trata as instituições mais subtis: para se entenderem como se relacionam os indivíduos, é
necessário explorar as próprias relações e como é que estas se orientam;
A Análise Económica da Racionalidade
- Duas perspetivas: adequação dos meios aos fins, por forma a haver um bom aproveitamento
(otimização de meios) ou olhar para os meios, justificá-los e encontrar objetivos racionalmente mais
adequados (maximização dos fins);
- Os indivíduos agem racionalmente em todas as decisões diárias - na economia a racionalidade não é
diferente - é-se racional, quando se otimiza os meios ou se maximizam os fins;
. racionalidade economica é procedimental -> não exige uma análise minuciosa, pois esta seria
irracional, de todos os custos e benefícios, mas sim uma resposta rápida e explicável a vários estímulos - o
ser humano, por ter capacidades supra-intelegentes, acaba por desligar parte da racionalidade;
- A economia pretende, assim, a otimização
. principio da otimização: escolher, de entre todas as condutas, a que apresenta maior diferença
entre benefícios e custos - a que rende mais, que tem mais vantagens comparativas -> com menor custo
de oportunidade (o valor da 2º melhor escolha, ou seja, daquilo que se perde em virtude de se ter
escolhido a 1º escolha, a melhor)
- o custo de oportunidade poderá ser total (quando as opções se excluem mutuamente -
dispara) e marginal (o custo de oportunidade é menor, quando as opções podem coincidir);
- a escassez, a limitação temporal e a orçamental tornam fundamental esta escolha;
- há, assim, um raciocínio marginal -> a escolha faz-se em relação à próxima decisão,
sem se pensar no total - pensa-se a nível das margens e no que será a melhor solução para o momento;
. custo marginal: valor da mais valiosa alternativa para se conseguir obter mais de
um bem ou serviço; trata-se de fazer mais ou menos de algo, para que o resultado seja mais desejável ->
benefício marginal - valor do que obtivemos a mais pelo que se optou;
- o comportamento marginalista é, assim, espontâneo e inato - é um pensamento rápido,
que não exige demasiadas perdas de tempo;
- surge, assim, a RACIONALIDADE LIMITADA: com o objetivo de facilitar a racionalidade,
opta-se, involuntariamente, por substituir a maximização pela satisfação e o ótimo pelo suficiente - como
o tempo é escasso, limitado e custoso optamos por ignorância racional (permite uma maior UTILIDADE
MARGINAL) e por grupos de divisão e partilha de trabalho (somos seres gregários pela nossa
capacidade inata de facilitar o raciocínio);
. relação com o principio hedonístico: a lei do menor esforço, que trata de obter
resultados ótimos ao menor custo possível;
. no fundo, procuramos sempre por aumentar os ganhos da concentração e do
trabalho e, não querendo falhar, esforçamo-nos por facilitar qualquer raciocínio através de esquemas e
ponderações mais breves;
. as consequências da divisão: aumenta o aproveitamento dos recursos, mas
causa dependência;
. resultados de produção: são divididos (divisão da informação), pelo que so
aprendemos a informação relativa às nossas escolhas e libertamo-nos da informação irrelevante;
- as produção levam às trocas -> mercado;

O Impacto dos Incentivos na Conduta Humana


- É possível condicionar a conduta de um agente económico sem lhe retirar liberdade - através de
incentivos;

A Questão da Utilidade
. A marginalidade pode ser:
. total: tudo aquilo que perdemos em virtude daquilo por que optamos;
. marginal: aquilo que perdemos da em virtude da nossa escolha primária, quando comparada com
a escolha secundária;
. Lei da utilidade marginal decrescente: num contínuo espaço de tempo, verifica-se que a utilidade
marginal acaba-se sempre por, eventualmente, diminuir (o aproveitamento torna-se cada vez menor)
. à medida que a utilidade total aumenta, a utilidade marginal vai diminuindo;

As Opções Ditadas Pela Escassez


- A vida é dominada pela escassez -> as escolhas que fazemos têm todas um custo (aquilo que perdemos
para se obter aquilo por que se optou);
- Eficiência e prioridades: há um constante conflito entre a eficiência e a justiça;
. a eficiência é prioritária e é aplicada em função da maximização -> consequências a nível da
aplicação da justiça (a sua aplicação tem em vista a igualdade e não a maximização);
- a eficiência pode permitir a maximização, pelo que há uma otimização das finalidades;
- a justiça pode conduzir à divisão de um meio ineficaz e ser, assim, injusta, por não haver
satisfação social;
- conciliando ambos, é otimizar as finalidades, por forma a responder à escassez e de ter
resultados justos, que sejam satisfatórios a nível social;

A Questão do Mercado
. É um mecanismo eficiente - coordena a oferta e a procura de forma pura (não há inteligência central),
baseando nas relações económicas sociais -> a economia estuda-lhe as falhas e as limitações;
- é bastante virtuoso;
- crítica: nem sempre funciona
. inicialmente: o ser humano não tem capacidade para se autogovernar, o que significa que
o mercado não espelha as necessidades;
. posteriormente: o Iluminismo veio comprovar a capacidade de autogovernação do ser
humano, em nome do bem;
- Adam Smith: afirmou que há autogovernação na sociedade, uma vez que
possível viver em plena República, havendo conjugação dos demais interesses pessoais, em prol do
interesse geral -> mão invisível, de liberdade e interdependência;
- esta mão é, assim, o mercado - existe espontaneamente, corresponde às
melhores vantagens e gera vencedores (caso não houvesse vencedores, o mercado desaparecia); depende
de um balanço politico jurídico por forma a garantir a confiança;
- surgem as trocas indiretas, recorrendo à moeda - não necessidade de
haver complementaridade ou coincidência de interesses (permite-se a compra dos mais variados bens);
. existem, assim, dois mercados: dos produtos e dos factores produtivos;
- dos produtos: os compradores são as famílias e o vendedores são as empresas
-> as famílias são as base da procura; rendimentos das empresas e despesas das famílias;
- dos factores produtivos: os compradores são as empresas e os vendedores são
as famílias (matéria prima, mão de obra, etc.); rendimentos das familias e despesas das empresas
. funcionam como um circuito fechado: as famílias produzem, fornecem factores
produtivos às empresas, que produzem produtos para as famílias;
. circuito real: diz respeito aos bens de produção e aos factores produtivos;
. circuito monetário: diz respeito à movimentação monetária - despesas e
rendimentos/salários;
. o pagamento das empresas, permite aumentar a produção das famílias e o poder
de compra, que se convertem em mais lucros e em mais factores produtivos;
-> fluxo circular de produtos e de factores e contra-refluxo de pagamentos;

As Questões Básicas do Mercado


. O mercado pressupõe interações humanas -> que prioridades prevalecem?
- inicialmente: prevalência da força;
- atualmente: construção de relações com base na igualdade - critério democrático (domina o maior
número) e a comparação de interesses (há interesses mais fortes);
. O PROBLEMA: como se decide coletivamente?
- surgem as perguntas básicas do mercado
- O que produzir?
. pode ser a primeira pergunta, porque se repercute em todas as outras - gera debate;
. quanto maior for a normalização dos gostos e das escolhas, mais fácil será;
. o desenvolvimento civilizacional tem causa a transformação das necessidades
secundárias/civilizacionais em necessidades primárias -> respostas a que produzir;
. o mecanismo dos preços permite compreender o que é mais procurado;
- Como produzir?
. procura-se a solução com menor custo possível, o que é mais eficiente -> associação à
tecnologia (garante o maior sucesso, o maior número de soluções e o menor custo);
- Para quem produzir?
. o mecanismo dos preços determina quem benefícia do que é produzido -> levantam-se
questões de desigualdade e exclusão;
. um problema de justiça social: o Homem, como ser social, precisa de viver em
sociedade, contudo depara-se constantemente com este problema - a distribuição do mercado não é
igualitária;
- não há solução: resulta da condição das empresas (salário, preços, etc.);
- Estados Liberais: aplicam a redistribuição - levanta-se a questão de que se está
a alterar a distribuição inicial, a justa, logo é injusto;
- Quem decide?
. pode ser também colocada em primeiro lugar - é impossível responder à 1ª sem esta;
. soluções: acatar a ordem de um terceiro ou tirar à sorte (escolha aleatória);
- Como confiar?
. a confiança é anterior às relações e é a base das mesmas;
. o mercado reclama a presença do Direito: as normas jurídicas impostas pelo Direito são
necessárias para se fazerem cumprir todas as respostas às perguntas anterior (manter o respeito e a
lealdade);

As Falhas de Mercado
. O mercado, nem sempre, resolve os problemas espontaneamente;
- falhas: perdas de eficiência resultantes do funcionamento livre e espontâneo do mercado, e que
exigem a intervenção de terceiros, que permitirão resolver o problema mais rapidamente (apenas e só
quando estritamente necessário);
. intervenção do Estado: quando este é mais eficiente que os mecanismos privados;
. Falhas de Mercado: externalidades, poder de mercado e falhas informativas;
- externalidades: efeitos positivos ou negativos projetados sobre terceiros e resultantes da
atividade económica realizada por um agente económico;
. externalidade negativa: é externalidade quando não há pagamento de indemnizações
(não houve compensação pelos efeitos;
. externalidade positiva: é externalidade quando não há pagamento de compensação (o
produtor não é compensado) - risco: caso não haja compensação pode deixar de realizar essa atividade;
- poder de mercado: mecanismo pelo qual se explora a manipulação dos preços em proveito
próprio, interferindo com o mínimo de justiça ou desincentivando o crescimento da atividade económica
regional -> um ou mais agentes manipulam as regras de mercado;
- falhas informativas: os mercados geram grandes quantidades de falhas informativas;
. falhas de informação no âmbito do melhor funcionamento do mercado, o que significa que
os agentes não dispõem de informação para concretizarem o melhor funcionamento do mercado;
. falhas de informação intencionais, que podem ser positivas (até certo ponto - o excesso de
informação não é positivo, pelo que a auto regulação do mercado também é importante) ou negativas
(quando a situação já passa a manipulação das características de um produto, por exemplo);
. Soluções: proibir falsa informação, divulgar soluções, produzir bens, criar incentivos, impor padrões;
. Formas de Intervenção:
- intervenções proibitivas ou limitativas (condiciona a liberdade)- último recurso;
- produção direta de bens, serviços ou informação que esteja a ser sub-produzida;
- quadro de incentivos e desincentivos (benefícios fiscais, subsídios, impostos);
- imposição de padrões de conduta ao setor privado (condições, regras, limitações de produção) -
mais liberal e vantajosa que a primeira;
. Problemática Atual: as falhas de mercado são “criadas”, por forma a conduzir a uma intervenção em
benefício do Estado; a intervenção vem inevitavelmente contaminada e deficiente - piora a situação dos
mercados em vez de resolver a falha -> FALHAS DE INTERVENÇÃO
solução: analisar a situação
- I. Será falha de mercado?
- II. É possível resolvê-la internamente?
- III. Vamos chamar o Estado?
. o Estado vive destas resoluções/urgências: nem sempre será a solução, mas sim um
meio para se terem mais problemas;
. o Estado passou a estar numa posição defensiva: deverá ser o Estado a justificar a sua
intervenção e a propor a forma mais rápida e eficiente para que se resolva a falha de mercado - evitar as
falhas de intervenção;

A Distinção Entre Microeconomia e Macroeconomia


Microeconomia: centra-se no funcionamento do mercado dos factores produtivos e no mercado dos
produtos (funcionamento, circulação, bases, participantes, etc. - aspetos gerais);
Macroeconomia: é a conduta de toda a economia; tem como objeto de estudo os valores agregados
(produção, emprego e rendimento) - tem micro-alicerces, é mais abstrata e abrangente e reune a
combinação final da microeconomia;
Produtividade
. É a quantidade de bens ou serviços produzidos, em média, por um trabalhador por unidade de tempo (a
hora);
- é quantitativa e qualitativa: depende do valor real e do valor abstrato do bem (a procura);
- converte-se em prosperidade e riqueza

Fronteira de Possibilidades de Produção


. Da escassez decorre a finitude da satisfação das necessidade
- há recursos fungiveis, contudo a maioria não o é -> só podem ser aplicados na produção de
certos bens;
- procura-se pela melhor combinação entre dois bens;
. Fronteira de Possibilidades de Produção: representação gráfica de um conjunto finito de possibilidades
de produção de bens, serviços ou opções (utilização pela dos recursos);
- qualquer possibilidade que faça parte dos pontos gráficos é eficiente (a eficiência é relativa,
depende das necessidades humanas)
. impossível: para lá da fronteira;
. ineficiente: anterior à fronteira; sempre que seja possível passar para outro ponto, onde é
possível aproveitar mais de dois bens;
- componentes
. vale de equilibrio: os custos de oportunidade marginais são reduzidos;
. encostas de custos de oportunidade crescentes
- não é possível ultrapassar a FPP - se tal for feito, é temporariamente e pode levar à inflação;
- estar abaixo da FPP - pode produzir-se mais - pode levar à recessão e ao desemprego;
- aspeto positivo: uma vez alcançada, chegou-se à máxima eficiência;
- aspeto negativo: para se produzir mais de um bem, tem de se produzir menos do outro;
- a FPP não é estática: o aumento designa-se de crescimento;
- a poupança e o consumo/investimento são fundamentais para promover o crescimento
económico;
- factores que condicionam a fronteira: diminuição ou aumento dos factores naturais e das
matarias primas e a tecnologia (perda ou avanço);
. Investimento, Poupança e Consumo
- é tão necessária a poupança como o consumo e o investimento: desfrutar o presente, gerar
lucro e ainda precaver o futuro;
- é desejável que a percentagem de poupança seja mais elevada que o consumo -> tenta-se
garantir que o consumo responda ao investimento e que pressuponha investimento e consumos futuros;
- consequências na FPP: aumentaria se o investimento fosse excessivo e diminuiria se o consumo
fosse excessivo;

O Modo de Pensar do Economista - Capítulo II


A Linguagem Económica
. É primitiva - o excesso de tecnicismos inerentes à linguagem económica tem o objetivo de criar atalhos e
abreviaturas para conceitos mais complexos e que exigem uma aprendizagem mais extensa e difícil;
- a partir da década de 40: entrega da ciência económica ao formalismo;

A Explicação e a Compreensão no âmbito da ciência económica


. Há uma dialética constante entre a teoria e a observação - o economista, ao olhar para o Mundo,
compreende os fenómenos, na medida em que tenta compreender-lhes a duração temporal ou a forma
como relacionam;
- há uma complementaridade entre a objetividade e a compreensão;

Observação e Experimentação
. A complexidade cria dificuldades à elaboração do método económico -> ao mesmo tempo, é a base de
todas trocas (imprescindível a essas mesmas trocas - a singularidade permite a conjugação de interesses);
- esta complexidade não pode ser retirada das atividades económicas;
- a economia passa a recorrer à estatística, que analisa a regularidade dos fenómenos, sem
atender à causalidade -> baseia-se, assim, nos dados históricos e nos dados estatísticos;

O Apoio da Estatística
. Estatística ou Aritmética Política: um meio de apoio à economia, que permite recolher os dados
estatísticos, detetar as regularidade dos fenómenos e estabelecer uma correspondência entre os mesmos;
- vantagem: permite compreender a realidade económica;
- desvantagem: aumenta os riscos inerentes à interpretação dos dados - o conhecimento é
meramente aproximativo;

Causalidade e Correlação
. A economia procede a um isolamento artificial das variáveis para facilitar a compreender dos
fenómenos e não se proceder à causalidade -> ceteris paribus
- as restantes variáveis são tidas como fenómenos constantes;
- analisa-se isoladamente o comportamento da variável isolada;
. Correlação: aplicam-se testes estatísticos aos dados, excluindo-se a relevaria das causas, e estabelece-
se uma correlação entre as variáveis;
- há uma procura por padrões de evolução das variáveis;
- incerteza constante: é o preço a pagar pela maior eficiência;

O Papel da Teoria
. Meta da ciência: chegar a verdades fundamentais -> impossível, persistem sempre incertezas
- a teoria pretende, assim, ser uma base de ação, uma representação da realidade com base em
pressuposições e que pretender orientar competências práticas;
- é sempre acompanha por incerteza e um graus mais ou menos elevado de fiabilidade;

A Descrição e a Prescrição
. A economia pressupõe uma tarefa social, que resulta da aplicação prática dos seus conhecimentos, pelo
que apresenta dois tipos de proposições:
- prescritivas: enunciam uma intenção de alterar a realidade, quer haja interesse ou necessidade;
recebemos, daqui, a esperança e o progresso social;
. podem ser contraditas: colocar em causa o método que está subjacente ao raciocínio;
. podem ser contestadas: apresentar uma discordância da proposta, por dispor de um
quadro valorativa diferente (aceita-se o método e o raciocínio - só se contesta o resultado);
- descritivas: descrevem o mundo como ele é ou procuram nele uma ordem; anunciam uma
verdade, sem qualquer intenção de alteração da realidade; recebemos, a partir daqui, as interpretações
mais sombrias da realidade humanas;
. podem ser refutadas: afirmar que não correspondem à realidade;

Abstracção e Modelação
. A análise económica, a escolha de variáveis, a manipulação são partes da modelação, que é fundamental
para a ciência económica;
- surge assim o modelo económico, que se trata da forma mais próxima, na perspetiva do
economista, de se chegar à realidade -> tem de ser realista e simplificado
. Há variados modelos económicos: FPP, ceteris paribus, o circuito económico.
- todos representam realidades económicas;

Peculiaridades Terminológicas e Charlatanismo Pseudoeconómico


. Há situações de deslizamento semântico: a terminologia comum característica da economia leva a que
certas palavras adquiram um significado diferente daquele que seria suposto, ou seja, para o economista
custo não é o mesmo que para um indivíduo comum;
- é um risco inevitável.
. Há também situações de charlatanismo pseudoeconómico: certos indivíduos aproveitam-se de termos
económicos para afirmar uma enorme sabedoria económica e para transmitir uma falsa impressão da
ciência (que é a ciência do futuro e que permite um enriquecimento pessoal).

Interdependência e Trocas - Capítulo III


Condições Essenciais ao Funcionamento do Mercado
~ Interdependência e complementaridade de interesses: sem diversidade de interesses, não existiria
mercado; as necessidades permitem a maior diversidade no mercado;
~ Confiança Institucional: os agentes que intervêm no mercado só procedem à aquisição de um bem caso
saibam que, se algo de errado ocorrer nessa troca, as instituições resolverão o problema; o Direito é a
instituição por excelência - garante tanto o interesse do particular como o interesse do produtor;
~ Informação: é fundamental à criação, existência e funcionamento do mercado; tem de ser fidedigna,
relevante e pouco custosa (caso o custo seja excessivamente elevado, não haverá investimento);
As Vantagens Absolutas
. Uma vez que é a especialização que está na base do mercado (cada um de nós especializa-se numa
produção e no mercado procedem-se as trocas desses produções) tem de haver divisão do trabalho
- teoria das vantagens absolutas: quem é mais eficiente numa produção especializa-se nessa
mesma produção; é o produtor mais eficiente;

Vantagens Comparativas
. David Ricardo e o Tratado de Methuen: Portugal possuía todas as vantagens absolutas.
- no caso do Tratado de Methuen, a teoria das vantagens absolutas não se aplica;
- teoria das vantagens comparativas: quando um agente possui mais de uma vantagem absoluta,
especializar-se à naquela em que é mais eficiente e distribuirá as outras por outros produtores;
. ao contrário do que pareceria obvio, não lhe seria vantajoso concentrar-se em todas essas
produções;
. há uma ponderação de custos de oportunidade: ao concentrar-se na produção menos
eficiente perde eficiência na mais eficiente, logo, o custo de oportunidade é elevado;
. permite que o Estado tenha mais do que uma produção;
. é sempre preferível uma especialização total;
. Vantagens Comparativas: concentramo-nos na atividade, de entre as eficientes, que possui um menor
custo de oportunidade;

As Fontes das Vantagens Comparativas


. Dotações Naturais ou Herdadas: capacidades inatas, naturais ou herdadas de alguém, que não resultam
do trabalho ou do empenho (são predisposições naturais);
. Dotações Adquiridas: reconduz-se ao capital e as infraestruturas;
. Capital Humano e Especialização: remete para um investimento no ensino e na qualificação do capital
humano; a educação e a formação proporcionam o crescimento económico;
- há limites: a desumanização e a dimensão do mercado são inultrapassáveis;

O Livre-Cambismo, o Proteccionismo e a Interdependência


. A divisão internacional do trabalho produz riqueza -> subsistem receios
- a interdependência: faz com que estejamos constantemente dependentes de outras economias;
um retrocesso nas mesmas implica também um retrocesso económico para o país;
- o egoísmo, ambição da raça humana: secretamente, um agente pode tentar produzir mais, sem
intervir no mecanismo da divisão do trabalho e ultrapassar as vantagens do agente que se especializou
nessa produção (cria concorrência)
. solução: o proteccionismo, que evita a ingenuidade e a concorrência desprevenida;

As Forças do Mercado - Capítulo IV


A Oferta e a Procura
. Oferta: conjunto de atitudes típicas daqueles que se dirigem ao mercado para lá entregarem um bem ou
prestarem um serviço (tendo em conta o custo de oportunidade);
- lei da oferta: o preço aumenta e a oferta aumenta (correlação direta);
. Procura: conjunto de atitudes típicas daqueles que se dirigem ao mercado para lá satisfazerem as suas
necessidades através da aquisição de um bem ou serviço;
- lei da procura: o preço aumenta e a procura diminui (correlação inversa);
. efeito de substituição: substituímos os bens cujo preço aumentou por outros
semelhantes, que sejam passíveis de satisfazer a mesma necessidade;
. efeito de rendimento: a parcelo do rendimento disponibilizada para a aquisição de um
bem um serviço aumenta, logo, apesar do rendimento não diminuir, ficamos relativamente mais pobres;

Produtos Excepcionais:
. bens de produção conjunta: resultam da mesma fonte produtiva; a produção de um leva à
obtenção do outro;
. exemplo: petróleo e derivados (gasolina, asfalto, etc.);
. bens complementares: só utilizados combinadamente conseguem satisfazer necessidades;
. exemplo: carro e combustível.
. bens sucedâneos: satisfazem uma necessidade em substituição do outro; podem ser perfeitos
(diferenças imperceptíveis) ou imperfeitos (diferentes);
. exemplo: manteiga e margarina.

Factores que influenciem a oferta


- variação dos custos de produção: o aumento dos custos de produção, diminui a oferta;
- rendibilidade de produções alternativas: depende do lucro de outras produções; em bens
sucedâneos, o lucro de um aumenta e o de outro diminui; em bens complementares o lucro de ambos
aumenta ou diminui;
- novas tecnologias: permite maior eficiência e redução dos custos de produção, logo maior oferta;
- objetivos do produtor: as estratégias do produtor se se adequarem ao mercado permitem o
aumento do lucro; por exemplo, em épocas especiais, apostar em massa num mercado;
- dimensão do mercado: uma dimensão elevada, permite chegar a uma economia de escala e a
uma maior eficiência produtiva, logo, a uma maior oferta;
- influencias especiais (alterações climáticas, catástrofes, guerra):
- expectativas: com base na lei de Édipo (a expectativa influencia a forma de agir e antecipa as
previsões, fazendo-as acontecer);

Factores que influenciem a procura


- rendimento: o aumento proporciona o aumento da procura (bens superiores); o aumento
proporciona a diminuição da procura (bens inferiores);
- variação do preço de bens complementares e de bens sucedâneos: em bens sucedâneos,
expansão da curva da procura; em bens complementares, contração da curva da procura;
- gostos e preferências: a subjetividade condiciona a escolha livre dos consumidores;
- publicidade: pode formular novas tendências;
- expectativas: previsões do quadro futuro; a previsão do aumento do preço, leva à maior procura
que leva ao efetivo aumento dos preços (efeito de Édipo);

Junção da Procura e da Oferta


. Cruz Marshaliana: há um ponto de intersecção, o ponto de equilíbrio, que representa a uma melhor
situação posição entre a combinação da oferta e da procura;
- mercado num ponto de equilíbrio: está na sua situação de eficiência máxima;
- não é estático: a contracção ou a expansão de curvas, tanto da procura como dá oferta, podem
repercutir-se em novos pontos e equilíbrio;
. oferta: na expansão da curva, o ponto de equilíbrio desce; na contracção da curva, o
ponto de equilíbrio sobe;
. procura: na expansão da curva, o ponto de equilíbrio sobe; na contracção da curva, o
ponto de equilíbrio desce;
- aspetos temporais: a procura altera-se muito mais rapidamente que a oferta; a oferta exige uma
variação temporal maior, ou seja, o tempo é mais relevante para o ajuste da oferta;
- excedente: quando o preço ou a quantidade estão a acima do ponto de equilíbrio;
. a oferta é superior à procura -> os preços tendem a diminuir, logo há maior disposição
para comprar;
- escassez: quando o preço ou a quantidade estão abaixo do ponto de equilíbrio;
. a procura é superior à oferta -> certos consumidores ficam de fora -> os preços tendem a
aumentar (disposição para pagar mais é maior), logo há uma aproximação do ponto de equilíbrio;

Especulação - Efeitos
. Efeito destabilizador: se os agentes económicos entendem a previsão como permanente;
. Efeito estabilizador: os agentes económicos têm a condição que a alteração é de natureza económico,
logo concorrem com a expectativa;

Elasticidade da Procura e da Oferta


. Elasticidade: é a amplitude/sensibilidade da procura às variações do preço ou do rendimento;
. Procura: elasticidade preço, elasticidade rendimento e elasticidade cruzada;
- elasticidade preço: há casos em que quando os preços aumentam e os consumidores deixam de
consumir e outros em que os preços aumento e os consumidores continuam a consumir;
. Ep = Q%/P%
- Ep = 0 -> rigidez absoluta: não há variação; para qualquer preço, a procura é a
mesma;
- Ep = 0 - 1 -> rigidez: a rigidez é menor e a inclinação é subtil; se for 1, a procura
é unitária;
- Ep = + 1 -> maior elasticidade: a elasticidade é maior, a inclinação é maior, logo
a variação preço-procura é maior;
- elasticidade infinita: só há procura para um preço;
. bens de procura rígida: não deixam de ser consumidos com o aumento dos preços;
. bens de procura elástica: deixam de ser consumidos com a variação do preço;
- elasticidade rendimento: sensibilidade da procura em função da variação do rendimento;
. Er: Quant.%/Rendimento%
. bens inferiores: Er < 0 (negativo); consomem menos bem quando há aumento do
rendimento (vice-versa);
. bens normais: Er = [0;1]; dependem do pouco rendimento disponível;
. bens superiores: Er > 1; o aumento do rendimento causa uma variação mais que
proporcional na procura destes produtos;
- elasticidade (preço) cruzada: variação da procura em função do preço de outro bem;
. Ec = %ProcuraA/%PreçoB
. bens complementares: Ec < 0; subida do preço de um leva à redução do preço de outro;
. bens sucedâneos: Ec > 0; subida do preço de um leva ao aumento da procura do outro
(quanto maior o valor da elasticidade, maior a sucedaniedade);
. bens independentes: Ec = 0; não há variação da procura de um em função do preço do
outro;
. Elasticidade da oferta: é a amplitude de variação da oferta em função da variação do preço;
- Eo = Quantidade%/Preço%
- Causas da Elasticidade
. características dos bens: os bens primários (maior necessidade) têm uma procura mais rígida que
os bens de segunda necessidade;
. efeito de substituição: aumentam a elasticidade da procura, pois permitem a substituição por
outros de menor preço e de igual necessidade; podem não ser sucedâneos;
. efeito de rendimento: o rendimento mantém-se, mas o aumento do preço torna-nos relativamente
mais pobres, logo a procura será menor;
. tempo: o decurso do tempo aumenta a elasticidade da procura;

O Valor de Uso e o Valor de Troca


. Valor de Troca: atribuído pelo produtor, ou seja, a produção é feita com vista à comercialização e ao
lucro (valor do produto + margem de lucro - garante a subsistência do produtor);
. Valor de Uso: é atribuído pelo consumidor, devido à escassez;

O Conceito de Mercado
. O conceito de mercado é mais amplo que a realidade
. O conceito de mercado é mais restrito que a realidade - compreende vários mercados, já que a cada
mercado corresponde um produto;
- há tantos mercados como há factores produtivos e como há produtos;
- o isolamento dos mercados é fundamental para compreender o mecanismo dos preços

Mercado Concorrencial
. É o mercado livre e aberto - as preferências dos consumidores não são condicionadas por nada;
- pode surgir um paradoxo de liberdade: da liberdade resultam condicionamentos (destruição da
capacidade de mercado de outros em benefício pessoal);
- é uma ameaça para os produtores - pressionam a criação de entraves à concorrência;
. desvantajoso para o consumidor: limita a liberdade de escolha e de consumo) -> a
concorrência permite a disputa dos consumidores e, sem ela, os produtores apropriam-se do mercado;
. Pressupostos do Mercado Concorrencial:
- concorrência/liberdade: os produtores tanto podem entrar como podem sair do mercado; não
existem barreiras à entrada e à saída dos mercados;
- atomicidade: todos contribuem para a formação dos preços, mas nenhum o pode fazer
isoladamente (se puder, não há atomicidade); existe um numero suficientemente elevado de agentes
económicos que não consigam alterar o preço em proveito próprio;
. o mecanismo dos preços deve ser independente e pode dar-se do lado da oferta ou do
lado da procura;
- fluidez: é o somatório da informação e da racionalidade, refletindo a capacidade que o agente
económico deve ter de não se deixar enganar pelos produtores -> é a razão de separação dos mercados
. quando se compara por factores que não o preço, pode haver lucro para o consumidor,
que vende produtos iguais por preços diferentes;
. quando se compara através do preço, pode ocorrer uma perda pelo consumidor;
- nível concorrencial: o seu preenchimento consiste na presença dos restantes em grau máximo;
Capítulo V – A Intervenção do Estado no Mercado
Interferências na lei da oferta e da procura
- Adam Smith: a geração espontânea de um equilíbrio no mercado deve-se à mão invisível, que se opõe a
qualquer tentativa de interferência do Estado;
. Quando há regulação de preços, há consequências:
- Carência de alguns bens cujo preço desceu;
- Surgimento de um mercado negro (o preço de equilíbrio é mais elevado);
- Formação de um intervalo especulativo (disparidade entre o preço de equilíbrio sem
regulação e o preço de equilíbrio com regulação);
- Formação de uma economia de crime (retira estabilização à economia de regulação);
- Alteração na escala da oferta ou redução de qualidade de alguns produtos;
- Redução do nível concorrencial
- Mercados de concorrência perfeita: nunca reclamam a intervenção do Estado e, caso esta se proceda,
a situação piora;

O Controle dos preços


- Mecanismo dos preços: é a comunicação entre os produtores e os consumidores, logo intervir, é colocar
barreiras à comunicação;
- Ceder aos consumidores: estabelecem-se uma barreira, preços máximos (situados abaixo do preço de
equilíbrio -> se fossem colocados acima do preço de equilíbrio, não causariam alterações)
. Aumenta as possibilidades de todos acederem a um produto e diminuem as receitas dos produtos,
que começam a abandonar progressivamente o mercado;
. Haverá um excesso de procura em relação à oferta;
- Soluções: racionamento (atender sequencialmente os pedidos – filas de espera enormes)
ou atribuição a alguém de critérios distributivos;
. Quem fique excluído do mercado, estará numa situação de carência absoluta
. Solução: não intervir, não regular e deixar o mercado funcionar espontaneamente;
- Ceder aos produtores: estabelecem-se preços mínimos (situados acima do preço de equilíbrio)
. A consequência será uma situação de excedente: haverá dificuldade em escoar todos os
produtos – haverão vendedores que ficam excluídos do mercado;
. Esta intervenção prejudica todos os consumidores (têm de pagar mais pelo mesmo produto) e
alguns produtores, em beneficio de outros;

A Reação do Mercado Negro


- O mercado negro surge como solução dos vendedores: o preço de equilíbrio é mais elevado, logo diminui
o risco de prejuízo;

O Caso do Congelamento de Rendas


- Exemplo de fixação de preços máximos: estabelecimento de limites às rendas no arrendamento para
habitação;
. A curto prazo: esta fixação de preços máximos não tem consequências para a procura ou para a
oferta, já que a inelasticidade/rigidez é elevada;
. A longo prazo: a elasticidade tende a aumentar, logo os vendedores irão reagir e vender a um
preço mais baixo e, consequentemente, mais atrativo;
- Condicionamento: os preços deixam de seguir as oscilações da procura e acabam por não cobrir as
despesas;

O Caso dos Salários Mínimos


- Exemplo de fixação de preços mínimos: fixação salários mínimos (limite que se entende lícito pagar
pelo trabalho);
. Consequências (se for fora do equilíbrio): um excesso de oferta sobre a procura;
. Solução: estabelecer o salario mínimo no ponto intermédio, evitando extremos de emprego e
extremos de pobreza;
. Pode conduzir a desfasamentos:
- No mercado dos operários não qualificados, ou ocorre desemprego ou ocorre o trabalho
clandestino, no qual as remunerações se aproximam do ponto de equilíbrio;
- Na busca do primeiro trabalho o ponto de equilíbrio estará num nível muito baixo;
. Esta intervenção provoca uma ineficiência adicional;
O Fenómeno da Repercussão dos Impostos
- Intervenção do Estado: impostos sobre as transações, que aumenta os custos para uma das partes;
. Objetivo: gerar receitas para as entidades públicas;
. Os impostos serão suportados ou pelos comprados, ou pelos produtos, ou por ambos de forma
partilhada;
- Se for suportada pelos compradores, a procura irá diminuir;
- Se for suportada pelos produtores, a oferta irá diminuir (existe um menor incentivo para
a venda);
. Fenómeno da repercussão: os comprados repercutem perante os vendedores uma parte da
carga tributária -> impostos indiretos:
- Elasticidade infinita: seria uma repercussão total;
- Rigidez total: não haveria repercussão;
- Oferta mais elástica: maior impacto do lado da procura;
- Procura mais elástica: maior impacto do lado da oferta;
- Elasticidade igual: as repercussões serão iguais de ambos os lados;
. Impostos indiretos: incidem sobre o rendimento pessoal, aumentando a diferença entre aquilo
que o trabalhador recebe e aquilo que lhe é realmente pago;

O Comportamento/Atitude do Estado
- Quando o estado do mercado piora, o Estado pode:
. Ignorar: não é comum, uma vez que quando o mercado falha, o Estado perde receita;
. Encarregar-se do negócio ilícito: oferece garantias aos produtos, podendo estes regressar ao
mercado e ainda receber financiamento (através do pagamento de impostos);
. Reverter a situação: deixa de intervir e regressa à situação inicial, na esperança de uma
recuperação rápida e sem grandes consequências;

A Procura em Mercados Concorrenciais - Capítulo VI


Utilidade, Preferências e Análise de Bem-estar
- O que move a procura é a utilidade de um bem (é a aptidão de um bem ou serviço para satisfazer
necessidades, ou seja, é a sua capacidade para satisfazer as necessidades das pessoas);
- A utilidade apura-se através das preferências reveladas pelos consumidores, ou seja, na sua maior ou
menor disposição para pagar;
. disposição para pagar: consiste no limite do sacrifício monetário que um consumidor está
disposto a aceitar para adquirir um bem e que permite fazer uma comparação objetiva entre o valor de
utilidade que cada pessoa atribui a um certo bem ou serviço;
- é representado pela lei da procura
- expressa através de valores monetários, revela o diálogo entre consumidores e
produtores, que se irá refletir no mecanismo dos preços;
. excedente do consumidor: é indispensável na avaliação do bem-estar; resulta da diferença entre
a disposição para pagar e aquilo que verdadeiramente se pagou -> converte-se num maior ou menor bem
estar;
- Do lado da oferta, há que referir a posição do vendedor;
. disposição para vender: é o preço mínimo que um produtor está disposto a exigir pela venda de
um produto, ou seja, é o valor mínimo que justifica a produção (custo de produção) e a venda (maior ou
menor lucro);
- é representado pela lei da oferta;
. excedente do produtor: é a diferença entre o preço pago e a disposição de vender, o que
significa que, quanto mais elevado o excedente do produtor, mais elevado será o lucro e mais elevado será
o bem-estar;

Maximização e Leis de Gossen


- Escala da procura: representa o preço máximo que o comprador marginal está disposto a pagar para
cada quantidade, ou seja, se o preço subir, o comprador marginal abandona o mercado;
. determinação do preço: faz variar os vários excedentes do consumidor;
. consumidor marginal: aquele que contribui para a delimitação das quantidades procuradas, mas
que se retira do mercado sempre que o preço suba;
. benefício marginal: é o máximo montante de produtos que um consumidor está disposto a
prescindir para obter mais uma unidade de um produto, aceitando o custo de oportunidade implícito;
- Escolhas do consumidor: irá escolher a combinadas de produtos que, consoante o seu rendimento e o
preço dos produtos, maximize a utilidade total. A utilidade total estará maximizada sempre que o
rendimento disponível estiver gasto e a utilidade marginal (o grau de satisfação da ultima dose) seja igual
para todos os produtos - de maneira a não se poder afirmar que o facto de se escolher outro produto, a
utilidade marginal do rendimento iria aumentar. Nesta posição, o consumidor chegou a uma posição de
equilíbrio que maximiza a utilidade total.
. calculo: quociente entre a utilidade da ultima dose de um produto e o respetivo preço.
. regra: consumimos mais aquilo que nos proporciona uma maior utilidade e menos aquilo que
proporciona menor utilidade. Quando não se puder avançar mais, atingiu-se a utilidade total.
. estudos: devem-se a Hermann Goshen
- 1º Lei de Gossen: a utilidade de cada nova dose de um bem é menor que a utilidade das
doses anteriores desse bem, aplicadas na satisfação das necessidades económicas;
- 2º Lei de Gossen: quando a utilidade marginal está perfeitamente nivelada, ou seja, não
há nenhuma necessidade a reclamar prioridade; é a lei da equimarginalidade, em que a utilidade do euro
é igual em todos os bens;
. eficiência para o consumidor: quando tiver despendido todo o rendimento e se encontrar na sua
fronteira de possibilidades orçamentais - aqui, o benefício marginal que retira das suas opções é o preço
máximo que está disposto a pagar por cada uma das opções (a utilidade de cada euro gasto é igual para
todos os produtos);

Bem-estar Geral
- Consiste na soma do excedente do consumidor com o excedente do produtor -> é uma soma positiva,
que beneficia conjuntamente as duas partes
. excedente total: valor agregado do excedente do consumidor e do excedente do produtor, ou
seja, é a soma da diferença, para consumidores, do valor e do preço, e para produtores, do preço e do
custo de produção;
. mercado eficiente: será tanto mais eficiente, quanto maior for e excedente total -> só existem,
assim, trocas voluntárias se as partes tiverem esperança de ganho;
. eficiência: será alcançada quando não for possível produzir mais de um bem sem sacrificar a
produção de outros bens;
. bem estar social: será tanto maior quanto maior for a eficiência do mercado;

Eficiente de Pareto ou Ótimo de Pareto


- Um estado de bem estar máximo, de eficiência máxima, será uma situação de eficiência de pareto -
significa que não será possível aumentar o bem estar, sem sacrificar o bem estar de outrem;
. eficiência nas trocas: não é possível aumentar o bem estar;
. eficiência na produção: a economia entra-se na fronteira das possibilidades de produção;
. eficiência na criação da combinação de produtos: há uma correspondência das preferencias
entre os consumidores e os produtores;

Perdas de bem-estar resultantes dos impostos


- Os impostos têm um impacto negativo no bem estar
. preços: limita os planos dos consumidores e dos produtores, que pagam mais e recebem menos;
. quantidades: diminui as quantidades procuradas e as quantidades disponíveis;
- Ocorre uma transferencia de bem estar: a perda de bem estar para as partes acaba por ser transferida
para o credor;
. problema: com o aumento dos impostos, diminuem as quantidades procuradas e as quantidades
disponíveis, logo o imposto não chega a gerar uma receita correspondente à perda de excedente total que
provoca -> ocorre uma perda absoluta de bem estar
- a perda absoluta será maior em mercados onde a elasticidade-preço é maior e menor
em mercados com uma ineslasticidade preço;
. o mercado da Internet condiciona enormemente as receitas fiscais dos credores
. um Estado deveria fazer incidir os impostos em mercados com rigidez absoluta, de forma a
libertar-se dos efeitos de perdas absolutas;
. curva de Laffer: é a correlação entre a carga tributária e a receita fiscal, a partir de um certo ponto
a carga tributária leva a uma diminuição da receita fiscal, pelo há um ponto de equilíbrio na carga tributária
(um ponto ótimo), que se houver um aumento da carga diminui a receita e se houver uma diminuição da
carga, diminui a carga;
- assume-se uma política de “economia do lado da oferta”: criam-se condições para que
ocorra um aumento da produtividade, com o mínimo de interferências possível;
Curvas de Indiferença e Rectas de Rendimento
- Rectas de Rendimento: representa as verias combinações dos dois bem que o orçamento do produtor
permite;
- Curvas de indiferença: representa todos os pontos desejáveis;
. só é possível ser alcançada uma das combinações desta curva se a recta de rendimento a ela for
tangente;
. inclinação negativa: repleta a taxa marginal de substituição, ter mais de um produto, implica ter
menos de outro e vice-versa
. efeito de substituição (quanto mais sucedâneos forem, menos variará a taxa de substituição,
logo menos acentuada será a curva; quanto mais forem complementares, mais acentuada será a curva);
- sucedâneos (perfeitos): mais de um implica, proporcionalmente, menos de outro;
- complementares: mais de um significa mais de outro; menos de um significa menos do
outro;
. efeito de rendimento: a diminuição do preço de um produto e o consequentemente aumento do
poder de compra, há-de levar o consumidor a consumir mais, contudo irá também dar ênfase às
preferencias do consumidor - se calhar prefere comprar mais de um bem e menos de outro, sem que se dê
efetivamente um aumento proporcional do consumo dos dois bens;
- o efeito de rendimento pode ser contrariado pelo efeito de substituição: quando o
potencial aumento de compra é todo desviado para o consumo de um bem, sem que haja o consumo
proporcional do outro bem;
- bens de griffen: bens inferiores, cujo aumento do rendimento causa um aumento da
procura; neles, o efeito de rendimento é maior que o efeito de substituição (pode não haver um bem
substituto capaz de levar à substituição do consumo); por exemplo: o pão, senão tivesse nenhum substituto,
seria necessário consumi-lo, ainda que houvesse um aumento do preço;

O investimento e a oferta em mercados concorrenciais - Capítulo


- Oferta: a oferta aumenta quando o preço sobre (correlação direta)
. disposição de vender: depende do custo de produção;
. receita total/rendimento: somatório das vendas, ou seja, tudo o que entra nos cofres dos
consumidores; preço por unidade x nº de unidades;
. custo total: somatório de todas as despesas em que o vendedor/produtor incorre para que os
bens sejam colocados nos mercados; custo por unidade (médio) x nº de unidades;
- custos explícitos: refletidos na contabilidade das empresas;
- custos implícitos: o valor que se perde (a produção que se perde), pela produção em
que se incorreu (o custo de oportunidade);
- lucro contabilístico: refletido na contabilidade (rendimento total - custo explicito);
- lucro económico: rendimento total - (custo explicito + custo implícito);
- motivos porque os produtores saem dos mercados: os custos implícitos permitem
perceber estes motivos -> quando comparam e percebem que a atividade alternativa tem um maior lucro
contabilístico; a opção faz-se sempre pela atividade que contém maiores lucros contabilisticos;
. função da produção: relação quantitativa entre inputs (fatores produtivos) e outputs (quantidade
produzida) -> há situações em que, quanto mais se investe em inputs, menor será o rendimento dos outputs
(devido a razões de congestionamento do mercado);
. produto marginal: variações da quantidade produzida pela variação de um custo de produção ->
há que ter em conta que há limites - tendencialmente, verifica-se um decréscimo do produto marginal
(efeitos de saturação do mercado), logo um aumento dos custos marginais;
. custos fixos: estão associados aos factores cuja quantidade não se altera com o nível de
produção; no exemplo, a máquina (não se altera por produzir 100 ou 200 relógios);
. custos variáveis: aumentam com os aumentos de produção; por exemplo, os trabalhadores;
. custos totais: soma dos custos fixos com os custos variáveis (é crescente);
. custos médios: custo de cada unidade;
- custos fixos médios: o quociente dos custos fixos por unidade produzida; descem
constantemente quanto mais se produz;
- custos variáveis médios: o quociente dos custos médios por unidade produzida;
aumentam constantemente quanto mais se produz;
- custos médios totais: o quociente dos custos totais por unidade produzida ou a soma do
custo fixo médio com o custo variável médio; evidenciam uma fase descendente e, posteriormente, uma
fase ascendente (o gráfico em U);
. custo marginal: variação de custos associada à variação de uma unidade de produto; têm uma
tendência crescente;
Os Custos no Curto e no Longo Prazo
- Curto prazo: espaço de tempo em que há custos fixos; é fixo o custo de um factor;
. significado: no curto prazo, há um limite do rendimento, que tem que ver com as disponibilidades
do mercado -> solução: aumentar a escala;
- Longo prazo: espaço de tempo em que o consumidor tem de fazer variar todos os custos e todos os
factores;
. no longo prazo, em principio, não há custos fixos; há excepções (contratação de serviços de
vigilância, de segurança)
. forma-se uma curva em U, que corresponde às varias variações da escala;
Rendimentos de Escala
- A variação da escala, da curva em U que corresponde às várias variações, pode ter vários resultados:
. os rendimentos aumentam à escala: os rendimentos são crescentes à escala, logo os custos
médios totais são mais baixos e dá-se um aumento das quantidades -> economia de escala; é a situação
mais desejada e que leva os produtores em investirem nos aumentos de escala;
. os rendimentos aumentam de forma proporcional: os rendimentos são constantes à escala, logo
custos não se alteram e as quantidades aumentam; é a fase mais demorada;
. os rendimentos diminuem à escala: ocorrem perdas cada vez mais significativas de escala, ou
seja, produzem-se mais unidades e os custos médios totais aumentam;
. ponto mais desejável: será o ponto mais abaixo, que corresponda ao maior nº de quantidades
produzidas;

Formas de Financiamento
- Autofinanciamento: é a situação mais desejável; faz-se através do reinvestimento de lucros obtidos e
não distribuídos;
- Depósito Bancário: será tanto mais favorável quanto maior for o valor dos depósitos bancários;
assegura o levantamento do capital e os juros (na maior parte das vezes, reduzidos);
. o nível de segurança é elevado, logo serve para pessoas com elevada aversão ao risco;
. maior risco: a falência bancária;
- Investimento direto em bens: o produtor aplica maior rendimento na produção de bens em particular;
. o risco é elevado, pois pode levar à perda total;
. casos mais frequentes: investimento em obras de artes e em imobiliário;
. procede-se ao agrupamento dos investidores em fundos, para aumentar as possibilidades e
evitar que suscitem elevadas aversões ao risco;
- Obrigações: tratam-se de títulos emitidos pelas empresas que representam empréstimos de capital,
sendo os subscritores recompensados pelo investimentos (restituem empréstimo com juros) -> por
norma, são emitidos por quem tem capacidade de restituição;
. emissores: Estados, bancos, grandes empresas -> situações de grande solidez, que à partida
podem garantir os retornos das obrigações, o que leva a um juro mais reduzido (quanto maior o risco,
menor a solidez, logo maior o juro -> serão junk bonds, obrigações lixo);
- Acções: ativos financeiros ou títulos negociáveis, representativos das funções em que se encontra divido
o capital social das empresas;
. nem todas as empresas têm o capital social dividido em ações e nem todas as sociedades com o
capital social dividido em ações as têm cotadas em bolsa;
. direitos obtidos da aquisição de ações (vantagens)
- direitos estatuários: ter acesso à informação da empresa; presença com ou não direito
de voto em assembleia geral;
- direitos económicos: recebem os dividendos (lucro distribuído pelos accionistas) e dá-se
prioridade aos prévios accionistas na subscrição de novas ações;
- revenda: podem vender novamente as ações e obter lucro;
. serve para quem tem pouca aversão ao risco;
- Ideia a reter: é impossível dispor de informação perfeita e calcular o risco real de investimento numa
empresa, por isso é que por vezes é altamente lucrativo e outras vezes tem um elevado prejuízo;

Capítulo 8 - Teoria do Juro


- As preferências pelo presente e pelo futuro têm como factores o tempo e o risco
. por razões temporais e racionais, as pessoas dão mais valor ao presente do que ao futuro, por
isso devem ser criados mecanismos que incentivem um sacrifício pelo presente e uma aposta no futuro, já
que o se dispõe no mercado é o resultado de investimentos pretéritos;
. o juro: consiste na remuneração do fator capital, ou seja, todo o tipo de investimentos pressupõem
uma futura remuneração, que permitem compensar o sacrifício pelo presente (no futuro, os agentes
económicos são recompensados);
- a inflação: tendencialmente, agrava o juro; por isso, fala-se em taxa de juro nominal, que
engloba o prémio do risco, a inflação e a taxa de juro real -> quanto maior for a aversão ao risco ou quão
mais elevado for o risco, maior será a taxa de juro;
- a evolução histórica transmite uma ideia de grande aversão ao juro, sentida
essencialmente nos juros aplicados aos empréstimos, que muitas vezes refletem necessidades que não
podem ser desvalorizadas; nos juros aplicados nos depósitos a situação não é tão aversa;
. taxa de desconto: consiste, numa representação da nossa impaciência, que se traduz na
depreciação dos factores presentes no futuro; há um conjunto de factores que influenciam a desvalorização
do bem, entre eles o tempo (o próprio decorrer do tempo faz com que os agentes económicos, em termos
gerais, desvalorizem os bens no futuro), o que reflete a necessidade do juro;
- Preferência pelo presente: a taxa de desconto (desvalorização do bem) é maior que a taxa de juro (a
compensação pelo empréstimo - a perda do bem);
- Preferência pelo futuro: a taxa de juro (remuneração do fator capital, como compensação) é maior que
a taxa de desconto (desvalorização do bem no futuro);

As Respostas ao Risco e o Problema do Seguro


- O empresário tem de tomar decisões, antes ainda de ter lucro, sendo uma delas a avaliação do risco;
para diminuir o risco, tentará adquirir um seguro, que cubra os riscos da produção;
. o seguro e a incerteza: George Shackle introduziu, na economia, a teoria da decisão em
condições de incerteza, afirmando a existência de uma zona de dúvida inerradicável, insuscetível de
cálculo e por isso insusceptível de seguro;
. a incerteza: um dos problemas das seguradoras, que, como não conseguem calcular o risco,
recusam-se a conceder um seguro; havendo uma área de risco absolutamente incalculável, se as
seguradores concedessem um seguro que cobrisse as referidas áreas incertas, estariam a incorrer num
problema de prejuízo (acarretariam o prejuízo do consumidor, sem receber lucros); as seguradoras podem
ainda recusar no caso do risco ser excessivamente elevado > impede-se o avanço de muitas empresas que
dependem da cobertura do risco
. seleção adversa: consiste na incapacidade das seguradores estabelecerem relações contratuais
ajustadas ao nível de risco que apresenta cada segurado, levando-as a cobrar prémios de risco uniformes
para as diversas categorias, o que se converte no afastamento dos segurados de baixo risco e a atração
dos segurados de alto risco;
- pode subir o prémio de risco: gerará um efeito bola de neve, que vai afastando
constantemente os segurados com menor risco e mantendo os segurados com risco superior;
- solução viável: criar categorias de risco com prémios de risco distintos, que se adequem
ao risco que cada segurado acarreta (através de formulários, pelo que é pré-contratual);
. risco moral: há um incentivo aos segurados para se tornarem, involuntária e inconscientemente,
mais descuidados (é um risco moral involuntário, logo inevitável); há, em contrapartida, risco moral
intencional, cujo descuido é premeditado, por forma a obter o seguro do prejuízo (é um problema para as
seguradoras);
- solução: reforçar as clausulas contratuais, por exemplo, restringindo o âmbito do risco,
por forma a evitar o prejuízo proveniente do risco moral intencional;

Capítulo 9

Você também pode gostar