O documento discute conceitos fundamentais da economia, incluindo:
1) A definição de economia como a ciência que estuda como sociedades utilizam recursos escassos de acordo com Adam Smith;
2) Os princípios da racionalidade e do equilíbrio propostos por Smith;
3) A teoria do valor de acordo com Marshall, que propõe que o valor é determinado pela utilidade que as pessoas retiram dos bens.
O documento discute conceitos fundamentais da economia, incluindo:
1) A definição de economia como a ciência que estuda como sociedades utilizam recursos escassos de acordo com Adam Smith;
2) Os princípios da racionalidade e do equilíbrio propostos por Smith;
3) A teoria do valor de acordo com Marshall, que propõe que o valor é determinado pela utilidade que as pessoas retiram dos bens.
O documento discute conceitos fundamentais da economia, incluindo:
1) A definição de economia como a ciência que estuda como sociedades utilizam recursos escassos de acordo com Adam Smith;
2) Os princípios da racionalidade e do equilíbrio propostos por Smith;
3) A teoria do valor de acordo com Marshall, que propõe que o valor é determinado pela utilidade que as pessoas retiram dos bens.
“Economia pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os seus recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos. “
Vamos abordar sucintamente três princípios teóricos
que estão na gene do capitalismo e foram agente activos no desenvolvimento da “Velha” Economia (por oposição á “Nova” Economia). Adam Smith Adam Smith (1723-90) no “Ensaio sobre a Natureza e as causas da riqueza das Nações” demonstrava, com múltiplos exemplos, como, naturalmente, as relações económicas se ordenavam de forma espontânea, formando um sistema harmónico. Criou o conceito de “mão invisível”, para poder justificar os reajustamentos que acontecem numa sociedade de modo a atingir a harmonia. Descreve, a “mão invisível”, como uma força que levava cada elemento de uma sociedade, seguindo o seu próprio interesse, a satisfazer o bem-estar social. Smith, preocupou-se em deixar bem claro que a “mão invisível”, não se verifica sempre. Preocupou-se em salientar que em muitos casos esta “mão invisível” não tem qualquer acção, como por exemplo em casos de conflito de interesse, de “soma nula”, em que um ganha prejudicando o outro. Outro caso onde a “mão invisível” não se verifica, é numa situação extrema em que todos perdem e ninguém ganha. Nestes casos em que a “mão invisível” não funciona, as forças que aí actuam para que tal suceda são mais fracas do que se pode imaginar, uma vez que a nossa sociedade está baseada na luta e na defesa contra os abusos, resumindo está baseada no beneficio mútuo. Este conceito de “mão invisível” foi baseado numa expressão francesa, “laissez faire” que significa que o Estado deveria reduzir ao máximo o seu papel da Economia e deixar o mercado regular-se a si próprio. Esta é a gene do “Mercado Livre” e entra em conflito directo com a noção de “Mercado Justo” e levanta inúmeras questões sociais. Postulado da Racionalidade & Postulado do Equilíbrio Ainda Adam Smith, resume o Postulado da Racionalidade como “interesse próprio”, ou seja, cada pessoa, nas suas decisões procura escolher aquilo que lhe parece melhor, procura evitar o desperdício, agindo de uma forma racional. Na verdade, o que o Postulado da Racionalidade diz é que os agentes económicos são racionais. Uma pessoa efectua uma escolha irracional quando em presença de uma situação em que é preciso decidir, e lhe são colocadas à disposição duas alternativas, ela escolhe aquela que sabe que é a pior. “No fundo a racionalidade é a própria natureza da escolha”. O que o princípio do Postulado do Equilíbrio diz é que os mercados se equilibram, é o princípio que verifica se há comunicação/interacção entre as inúmeras decisões racionais que são levadas a cabo por diferentes agentes. O que se exige é que as decisões que são levadas a cabo pelos diferentes agentes quando confrontadas entre si combinem da melhor maneira possível. Devido a isto, chega-se à conclusão que este postulado deriva do anterior. O que o Postulado do Equilíbrio pretende transmitir, é que se as partes em causa que têm objectivos diferentes, actuarem com racionalidade nas suas decisões e/ou opções, mais tarde ou mais cedo, vão chegar a um consenso, ou melhor, a um equilíbrio. Postulado da Racionalidade & Postulado do Equilíbrio A verificação do Postulado do Equilíbrio é mais complicada que a verificação do Postulado da Racionalidade, porque essa verificação exige a interacção de diferentes agentes que habitualmente têm objectivos bastante diferentes. Para que a verificação do Postulado do Equilíbrio se realize é necessário que os agentes em causa comuniquem e interajam de uma forma livre e flexível, para escolherem a melhor forma de se adaptarem as outras decisões e chegarem a um ponto de equilíbrio.
É a partir deste dois Postulados, Racionalidade e Equilíbrio, que
sai toda a base teórica da Economia. Para atingir determinados objectivos, em determinadas circunstâncias particulares é necessário que as leis económicas determinem quais devem ser as decisões racionais ou qual o equilíbrio que o sistema necessita. Alfred Marshall (1842-1924) Marshal em os “Princípios de Economia”, de 1890, vem dar uma nova perspectiva, o seu trabalho, e a revolução que implementou na teoria económica tem como principal finalidade responder a uma pergunta essencial “o que dá valor às coisas?”.
A Economia como ciência preocupa-se em analisar a decisão humana.
“A Economia, ao encarar qualquer decisão, esforça-se sempre por identificar os objectivos do decisor e portanto, o critério da decisão. Depois caracteriza os benefícios e os custos de cada alternativa, (...) Critério, benefício, custo e equilíbrio, são as palavras-chaves da decisão económica.” Conceito de Valor em economia A origem do Valor é o grande problema inicial da Economia. Esta questão perturbou, a ciência económica durante décadas, até que no último quartel do século, alguns autores, entre os quais Marshall conseguiram propor uma proposta de atribuição de valor “o que dá valor às coisas é a utilidade que as pessoas retiram delas”. O valor das coisas não é próprio, mas resulta do valor que as pessoas lhe atribuem. São as pessoas que dão valor às coisas, e cada pessoa dá um valor diferente às mesmas coisas, retirando delas uma utilidade diferente, concluindo, Valor é a utilidade que um determinado agente particular retira de uma determinada alternativa. Esta é a base teórica do Valor, porque os desejos e os objectivos de cada pessoa são a razão do valor que ela atribui às coisas. Depois de definição de Valor há ainda que definir Custo, define-se Custo como sendo o valor daquilo que nunca fizemos. Dentro de Custo encontra-se o Custo de Oportunidade ou Custo Económico, que é exactamente o melhor valor daquilo que sacrificamos ou deixamos de fazer para fazer outra coisa. Ainda a diferenciar tem-se o Custo do Benefício. O Custo como já foi dito anteriormente, é a utilidade do que se escolheria se aquilo que se escolheu não existisse ao passo que o Benefício é a utilidade do que se escolheu. “ Primeiro teorema da Teoria do Valor Responde à questão: “O que produzir?” O primeiro teorema da escolha na Economia, que resolve as escolhas simples entre alternativas diz o seguinte: o agente económico deve escolher a alternativa com o maior benefício líquido. Os economistas, perceberam que a relação entre valor e quantidade é comandada principalmente por duas ideias importantes, estas duas ideias constituíram o essencial da revolução marginalista e o grande avanço para a teoria moderna do valor. Sendo as duas ideias as seguintes: • Primeiro cada unidade adicional de um bem tem um valor menor do que a anterior; • Depois, o valor de mercado de um bem é determinado pelo valor da última unidade disponível desse bem – unidade marginal
Estas duas ideias, derivam directamente do Postulado da
Racionalidade. A primeira lei é denominada como «lei da utilidade marginal decrescente» . O agente económico preocupa-se em satisfazer as necessidades por ordem, como tal, cada “item” adicional tem um valor menor do que o anterior porque a necessidade vai diminuindo gradualmente. O segundo princípio leva-nos à conclusão central da Teoria do Valor; o valor das coisas é determinado pelo valor da última unidade disponível. Segundo teorema da Teoria do Valor Responde à questão: “Quanto produzir?” Com base no primeiro teorema a finalidade da decisão continua a ser a de obter o máximo benefício liquido ou, o que é o mesmo o maior benefício. São esses benefícios e custos que vão somar aos que o agente já tinha para resultar no novo benefício líquido total. Tendo em conta aquilo que já se falou anteriormente, vamos denominar os benefícios e os custos adicionais que a nova unidade traz de benefícios marginais e custos marginais. Chega-se à conclusão, que enquanto o benefício marginal for positivo as unidades adicionais devem ser incluídas, quando o custo marginal passe a ser superior já não vale a pena continuar. Isto serve de base ao segundo teorema da Teoria do Valor, que diz: a escolha racional leva a seleccionar a quantidade em que o benefício marginal é igual ao custo marginal”. Concluindo-se então que a quantidade ideal é aquela que à última unidade não vai trazer nem retirar benefícios. O máximo benefício total líquido consegue-se quando o benefício marginal líquido é nulo. Terceiro teorema da Teoria do Valor Responde à questão: “Como dividir os recursos?” Continuando a busca do maior benefício líquido, agora o que se pretende é saber como gastar cada unidade do recurso naquilo que dá, nesse instante, mais prazer. Partindo deste raciocínio vamos chegar ao terceiro teorema da Teoria do Valor, que diz: deve consumir- se uma quantidade de cada um dos bens disponíveis de forma a que o benefício marginal da última unidade de recurso gasto em cada um deles seja igual em todos eles. A situação mais favorável é aquela em que não é possível melhorar, fazendo transferências de dinheiro do consumo de um bem para outro.
Portanto a utilidade de um euro gasto em dois bens equiparados tem
de ser igual para não ser possível fazer estas transferências. Enquanto for possível transferir recursos de uma alternativa para outra com o ganho de utilidade, essa transferência, deve ser feita. Na igualdade, essa transferência é impossível e chega-se a situação melhor. Caso não seja possível igualar a utilidade marginal do último euro em todos os bens, a regra diz que o óptimo se atinge quando se consegue aproxima-las tanto quanto possível. A moeda A Economia é portanto uma ciência que tem a capacidade de atribuir valor a todas as coisas, tudo tem valor. Contudo, existe uma coisa que só por si não tem valor, a moeda. A moeda é a única realidade sobre a qual se tomam decisões e que não tem nenhuma utilidade mas que é essencial para facilitar transacções. Embora a moeda não tenha nenhuma utilidade directa nem sirva para nenhuma produção nem satisfação de nenhuma necessidade, ela vai ter um papel importante a desempenhar nas transacções de valor. Para que se realize uma troca é necessário que quem tenha algo para trocar encontre alguém que queira trocar com ele e tenha aquilo que ele quer. É muito difícil e complicado conseguir realizar esta «dupla coincidência de vontades». A única alternativa para resolver este problema passa por encontrar alguma coisa que represente valor puro, assim surge a moeda. “A moeda é exactamente esse símbolo do valor económico puro”. A moeda tem como principal objectivo guardar e medir valor e facilitar trocas, ou seja, tem como objectivo ser o lubrificante do sistema geral de trocas. Depois disto conclui-se que a moeda representa valor, mas ela própria não vale nada. A moeda tem essencialmente três funções: servir de unidade de conta, intermediária geral das trocas e reserva de valor. Servir de unidade de conta dado que as trocas e as acumulações são quase todas feitas através da moeda, passando esta a ser usada para avaliar todas as coisas transaccionadas; intermediária das trocas porque facilita as transacções evitando que os dois bens que se trocam estejam simultaneamente em transacção, por último a moeda tem ainda a função de reserva de valor porque também serve para conservar valor para o futuro. Conceito de Inflação e Deflação O «preço» é a quantidade de moeda que representa o valor de cada coisa. Os preços estão directamente ligados ao valor da moeda, se o seu valor variar todos os preços são alterados. Quando a quantidade de moeda aumenta o seu valor diminui e os preços sobem, isto acontece porque é preciso mais moeda para representar o mesmo valor, dá-se a isto o nome de «inflação». Ao contrário, isto é, se a quantidade de moeda descer, o seu valor é maior, há então a chamada «deflação», ou seja, uma descida generalizada dos preços. Toda a evolução ao nível da moeda teve uma única finalidade: controlar a quantidade de moeda, de forma a estabilizar o seu valor. A formula engenhosa Uma coisa que a moeda necessita garantir é que dentro da sociedade em que esta circular ela seja reconhecida e aceite como representativa de um valor certo. Como garantir a aceitabilidade geral da moeda se esta não tem nenhuma utilidade intrínseca? É aqui que entram as leis do Estado, este vai responsabilizar-se pela moeda e também determinar a quantidade de moeda em circulação. Este processo de controlo da quantidade de moeda que existe na economia, conhecido como «Política Monetária», permite ao Estado controlar o valor da moeda e, consequentemente, o nível geral dos preços. “O valor da moeda, ou nível geral dos preços, depende da quantidade total de moeda em relação com o número de transacções que ela realiza.” Se uma moeda perde valor em relação às coisas, os preços destas sobem, como já se viu anteriormente estaremos num regime inflacionário. Mas não é apenas a quantidade de moeda que controla o seu valor. Mantendo a mesma quantidade de moeda e transacções, se aumentar o número de transacções que cada unidade de moeda faz aumenta a sua velocidade de circulação, existindo novamente inflação. Este resultado é conhecido por «Equação de Fisher». (Irving Fisher 1867-1947 - “The purchasing power of money”) A “nova” economia Podemos referir-nos ao trabalho de Don Tapscott. No livro “Economia Digital” (1998), Don Tapscott afirma que podemos identificar doze temas coincidentes que diferenciam a ‘Nova Economia’ da “antiga”. • O primeiro é o de que a Nova Economia é uma Economia do Conhecimento. Em que o conteúdo de conhecimento dos produtos e serviços cresce significativamente à medida que as ideias, as informações dos consumidores e as tecnologias passam a fazer parte dos produtos (ex.: cartões inteligentes, carros inteligentes, etc.) • O segundo tema é a digitalização de todos os processos na Economia. Na Nova Economia a informação está em formato digital: bits. • Um terceiro tema é a “virtualização”. Com a transformação da informação de analógica para digital, os itens físicos podem-se tornar virtuais — alterando o metabolismo da Economia, os tipos de instituições e relacionamentos possíveis e a natureza da própria actividade económica. . A “nova” economia • O quarto tema é denominado por “molecularização”. Ou seja, as antigas formas corporativas estão a ser desagregadas e substituídas por moléculas dinâmicas e grupos de indivíduos e entidades que formam a base da actividade económica. A organização não desaparece necessariamente, mas é transformada. A “massa” torna-se “molécula” em todos os aspectos da vida económica e social. • O tema cinco é o da integração/redes interligadas, onde a Nova Economia se manifesta através de interligações em redes, integrando moléculas em grupos que são ligados a outros para criar riqueza. • O tema seis é o da “desintermediação”, que aponta que as funções do intermediário entre produtores e consumidores vão sendo eliminadas devido às novas redes emergentes e ao contacto directo. • Outro tema (o sétimo) é o da convergência. Na Economia Digital tem havido uma crescente convergência entre sectores económicos antes tratados isoladamente: a indústria de telecomunicações, a indústria de computadores e a indústria de conteúdos. A “nova” economia • O tema oito é o da inovação, em que se percebe um compromisso com uma renovação contínua de produtos, sistemas, processos, marketing e pessoas. • O tema nove foi cunhado como sendo o “produconsumo”, onde se verifica que a distinção entre consumidores e produtores é pouco nítida, e onde a produção em massa vai sendo substituída pela personalização em massa. • O Imediatismo é o tema dez. Tapscott afirma que em uma economia baseada em bits, o imediatismo torna-se o principal propulsor e variável da actividade económica e do sucesso comercial. • Como tema onze temos a globalização, fenómeno que já se tornou senso comum nos dias de hoje. • E finalmente, Tapscott aponta a discordância como seu tema doze, onde ressalta que questões sociais sem precedentes estão a surgir, resultando possivelmente em grandes traumas e conflitos. A “nova” economia Ainda dentro do debate económico convém mencionar uma visão de um dos fundadores de uma das revistas que mais encarnam a ‘Nova Economia’ (o magazine WIRED), como aquela expressa pelo seu editor Kevin Kelly. No livro “New Rules for the New Economy”, de 1998 (já traduzido para a língua portuguesa), Kelly afirma que os novos processos que governam a reestruturação da economia global giram em torno de alguns eixos. Primeiramente, a riqueza neste novo regime flúi directamente da inovação, e não da optimização; isto é, a riqueza não é ganha pelo aperfeiçoamento do conhecido, mas pela captura, mesmo que imperfeitamente, do desconhecido. Em segundo lugar, o ambiente ideal para cultivar o desconhecido é nutrir a agilidade e potencialidades supremas das redes. Terceiro, a domesticação do desconhecido inevitavelmente significa abandonar o bem sucedido conhecido — desfazendo-se do perfeito. E finalmente, na expansão da Economia de Redes, o ciclo de “descobrir ,alimentar, destruir” acontece cada vez mais rápida e mais intensamente do que nunca antes imaginado. Bibliografia de referência • Economia, Paul A. Samuelson & William D. Nordhaus; McGraw-Hill, 2004 17ª edição (ISBN: 858-68-0439-8) • Introdução à economia, Paul Krugman, Ronim Wells; Elsevier 2007 (ISBN 978-85-352-1108-5 ) • História da Economia Mundial Contemporânea, Nunes, Anabela Valério; Editorial Presença 1997 (ISBN 972-23-2155-2 • Economia Digital, Don Tapscott; Makron Books 1997 (ISBN 85-346- 0726-5) • Novas Regras para uma nova economia, Kevin Kelly; Objectiva 1999 (ISBN 85-730-2229-9)
Uma abordagem simples às finanças comportamentais: O guia introdutório aos princípios teóricos e operacionais das finanças comportamentais para melhorar os resultados dos investimentos