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Existe um conflito – por um lado temos meios escassos e por outro, diversas
necessidades da mais variada natureza e cada vez maiores (necessidades que não
eram sentidas há 50 anos, mas que hoje em dia são sentidas cada vez mais). Esta
dificuldade que nós temos em compatibilizar por um lado, meios escassos, e por
outro lado, necessidades que se revelam e que são cada vez mais numerosas, faz
com que procuremos, através da economia, criar condições para que possamos
satisfazer o máximo de necessidades com os recursos limitados que temos.
Gary Becker – Consiste no estudo da distribuição de recursos escassos para satisfazer fins
conflituantes. O que significa que as diferenças, do ponto de vista dos fins, que visam alcançar
necessidades que podem ser contraditórias entre si obrigam um esforço adicional no que toca à
distribuição dos recursos/meios (que se encontram em situação de escassez, relativamente
significativo e geral).
Temos, por isso, de averiguar como é que fazemos essa distribuição de maneira a satisfazer fins que
são conflituantes, através de negociações e manipulações dos recursos escassos disponíveis.
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Marta Silva
Turma A2
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Bens Económicos – gerais. Ex. comida
Bens Livres – Existem em quantidade e condições tais que podem ser obtidos pelo homem sem
esforço. Ex. mar, praia, ar, etc.
Corolários da Escassez
Estes corolários são argumentos/justificações sintéticas que pretendem evidenciar a
importância da escassez num contexto económico e o porquê de estar tão presente no dia-a-dia:
1. A escassez está na base das situações tratadas pela economia – sem escassez não teríamos
de fazer escolhas, no sentido em que qualquer escolha poderia ser substituída por outra,
pelo que essas escolhas seriam irrelevantes.
2. Não é possível satisfazermos todas as necessidades que sentimos.
3. O ponto de saciedade é temporariamente, transitoriamente atingido. Os agentes económicos
podem alcançar o ponto de saciedade, mas não infinitamente, podendo surgir novamente no
horizonte do indivíduo.
4. A escassez não é sentida por todos os indivíduos de modo uniforme, é graduável e relativa.
Cada um interpreta e sente a escassez de uma forma diferente e até como a resolvem pode
ser de maneiras distintas.
5. Existem situações de abundância ou superabundância de certos recursos, mas isso não
significa a eliminação da escassez sentida noutros, e em todos os recursos. Poderíamos ter
recursos mais que suficientes, e como tal desvalorizar a escassez e transpor aquilo que está
a mais e preencher as necessidades das comunidades com escassez, mas isto não acontece!
Não podemos fazer transmutações de certos recursos, só de algumas falhas, havendo
processos de transformações de recursos que não são passíveis de ser produzidos ou de
surgirem através da produção de outros recursos, não atendendo a todas as necessidades.
Por exemplo, não podemos transformar ouro em leite, se existisse abundância de ouro e
escassez de leite, não poderíamos tirar o acrescento que houvesse em ouro e transformar em
leite.
6. Ainda que fosse possível alcançar a situação onde os recursos estejam em abundância face a
todas as necessidades sentidas, em todos os meios, no presente e no futuro, teremos sempre
a limitação temporal, ou seja, a esperança média de vida de cada um, e como tal, teríamos
sempre situações de escassez, já que o tempo é sempre limitado.
Racionalidade económica
1. Otimização dos meios tendo em vista a realização dos objetivos previstos. Utilizar
o mínimo de recursos possíveis (já conscientes de que esses recursos são escassos) para
alcançar os objetivos pretendidos. (lei do menor esforço – não gastamos mais do que
precisamos).
2. Maximização dos fins a partir dos meios disponíveis. (Extrair mais fins,
aproveitando os recursos que temos à nossa disposição para satisfazer mais
necessidades, que podem ser diferentes entre si OU satisfazê-las com mais intensidade,
com maior grau).
Num caso são os fins/propósitos/objetivos que são fixos e tenta-se extrair, de maneira ótima,
os meios para alcançar esses fins que são fixos/predefinidos/previamente fixados e noutro
caso, temos a maximização de fins a partir de meios disponíveis, logo tenta-se extrair o
máximo de fins em intensidade ou em termos numéricos (os fins não estão pré-definidos),
temos de tirar o máximo partido dos recursos que temos à nossa disposição (não abdicarmos
de determinados fins e portanto tentamos alcançá-los com a otimização dos meios ou por
outro lado em face dos meios disponíveis, extrair o máximo de fins).
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Marta Silva
Turma A2
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O agente económico diante do qual a Economia observa que ao agir não otimiza
meios nem maximiza fins, este é irracional.
Funções de Utilidade
Descreve o comportamento económico de um agente abstrato/geral:
U X = f (R, L, …)
R – Rendimento
L – Lazer: O próprio lazer é a função do rendimento então o L, poderia ser
substituído por f(R). – maior probabilidade de tempo disponível
O agente quer sempre maximizar o valor da função de utilidade. Para
cada escolha maximizar o valor da função de utilidade e tentar obter o
mais alto valor possível, com a menor quantidade de risco. (Neste caso,
queremos maximizar o rendimento e o lazer).
Para assumir este modelo tão mecanicista, têm de haver alguns pressupostos, são
pressupostos que a moderna Teoria da Utilidade, no fundo, o modelo da racionalidade
económica perfeita assume:
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Informação perfeita: Ou seja, temos acesso à melhor informação, que está
relacionada com o requisito da fluidez.
Informação completa: Tem toda a informação disponível, o que nunca
acontece. Mas o modelo assume que acontece, para depois conseguir entender
melhor os casos desviantes.
Transitividade das escolhas, podemos mudar as nossas escolhas consoante
a utilidade dos bens for variando, isto é:
U A> U B
U B >U C
U A> UC
U A > U B −¿ Significa que A é preferível a B e quando se fala em “ser
preferível”, é com base na utilidade, ou seja, se a utilidade do A é
preferível à utilidade do B e se a utilidade do B é superior à utilidade do
C, então, a utilidade do A será necessariamente superior à utilidade do C.
É preferível em função da própria utilidade.
A hierarquia de escolhas, ou bem que é baseada num critério ou bem que é arbitrária: o
modelo da microeconomia moderna assume que não é arbitrária porque
assume que há um critério da utilidade , ou seja, assume o pressuposto pelo
qual eu vou hierarquizar as minhas escolhas com base na utilidade das
minhas escolhas.
Exemplo Prático:
Escolhas Utilidade das escolhas
Direito (A) P ¿ ¿) Sentido Ascendente
Economia (B) P (U B )
Medicina (C) P¿¿ Custo de
oportunidade
O Rui escolheu A, também tinha as escolhas B e C. Devemos presumir duas coisas:
O Rui escolhe A, porque A permite maximizar o valor da sua utilidade (que será
o f( várias coisas).
Se a utilidade do A é superior à utilidade do B e a do B é maior do
que a do C, então a utilidade do A será maior do que a utilidade do
C.
Se o Rui, porventura, não entrasse em Direito, assumindo que era a melhor
escolha, não é indiferente ir para B ou para C.
É com base no mesmo critério que me levou a escolher Direito para
maximizar o valor da sua utilidade, que eu vou para aquela opção, que
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excluindo Direito, que me permite obter o máximo valor de utilidade
que eu quero obter. E isto tem uma relação com o conceito do custo de
oportunidade.
Eu fiz a escolha A, Direito, qual é o custo de oportunidade de ter escolhido Direito? É
só o valor da utilidade perdida correspondente à 2ª melhor opção e não o somatório das
escolhas preteridas pelo indivíduo, isto porque, não podemos estar, neste caso, em
vários cursos ao mesmo tempo, não haveria essa possibilidade.
Será que aqueles pressupostos têm a informação perfeita, as
informações completas, sempre, a todo o momento, maximizam a
utilidade a cada momento?
Não e é por isso que surge o contributo da racionalidade limitada
encabeçada pelo autor Herbet Alexander Simon. Esta conceção de
racionalidade limitada admite que ninguém se comporta assim a todo o
momento. Porque esse standard da microeconomia assume o tal contexto em que para
todas as escolhas eu sou o maximizador da utilidade, tenho a melhor escolha, tenho toda
a informação completa e perfeita, etc. Na maior parte das vezes tomamos
decisões tendo por base o mais imediato, o mais rápido, o que tem
menos custos etc.
Ex: Acabam as aulas e vamos almoçar. Vamos supor que vamos ao bar e cobram-nos
10€ pelo almoço. Quase de certeza que num raio de 3 km existem outros restaurantes
mais baratos e onde se come melhor, a questão que se coloca porém, é a seguinte,
quanto é que nos custava em termos de custos adicionais ir à procura desse sítio, saber
qual era, compará-lo com os outros locais, para chegar a uma decisão final que já tinha
anteriormente, que ela própria já tinha a melhor informação, a mais perfeita e completa,
etc. – Resposta: ninguém faz isso.
P(U ¿¿ A)=P ( U B ) =P (U ¿¿ C) ¿ ¿
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Mesmo nos casos a utilidade era toda igual, o que eu só saberia depois de
experienciar, o que podemos assumir é que o valor probabilístico que se atribui
às escolhas mesmo que tenham o mesmo valor de utilidade, em termos de
probabilidades é diferente. Por outras palavras, eu não tenho informação
suficiente para achar que a probabilidade dos valores de utilidade
serem iguais é realmente certa.
Nestes casos, trabalhamos com os valores probabilísticos e não com os
valores absolutos.
Ex: O Rui afirmava que iria gostar igualmente das três opções, A, B e C (a utilidade era
a mesma). Posteriormente, ele era confrontado com a seguinte questão “Mas será que é
provável gostares igualmente dos três cursos?”, o Rui iria dizer que achava que sim, ou
seja, não é um acontecimento absolutamente certo.
Lisboa volta a ser preferível. Contudo, no Porto, a pessoa, com o tempo, já criou
família, comprou uma casa e criou grupos de amigos, etc.
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É verdade que o valor do salário até subiu (A voltou a ser prevalecente), o
problema é que a sua função de utilidade já não é a mesma, porque as variáveis
que a pessoa tinha em Lisboa U X = f (R, L, …) não são as mesmas das que se
criam quando a pessoa vai para o Poro, a função de utilidade altera U X = f (S, F,
…). A hierarquia das escolhas é diretamente afetada por essas razões exógenas
que não permitem, ainda que seja uma melhor opção em termos de maximizar a
utilidade, os custos de abandonar a opção anterior seriam superiores.
S – Vida social
F- Vida familiar
Crítica à Teoria da racionalidade limitada: não contempla o peso dos fatores
exógenos, dos fatores que causam mudanças comportamentais. Porque eles
normalmente não são incorporados no valor da utilidade objetiva da escolha mas sim na
função da utilidade, isto porque a sua função de utilidade é uma função evolutiva.
Racionalidade limitada
Esta racionalidade limitada vem chamar a atenção para o facto do modelo de maximização
da utilidade (modelo de racionalidade económica perfeita), não tem uma larga margem de
adesão ao comportamento económico real.
As perguntas básicas na
decisão económica
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Custo de oportunidade
"Havia uma oportunidade de fazer diferente do que
fizemos, mas, quando optámos por uma coisa,
preterimos aquela oportunidade, e essa alternativa às
alternativas possíveis corresponde ao custo de
oportunidade, ou seja, ao custo que está associado à
melhor das alternativas preteridas.”
Ex.
1) O meu património: 100€. Tenho um computador que custa 100€ e um telemóvel que
também custa 100€, e apenas posso escolher um deles, pois somente tenho 100€ e os dois
artigos em conjuntos seriam 200€. Portanto escolho ficar com o telemóvel, então o meu
custo de oportunidade será a 2ª melhor escolha, que neste caso, corresponderia ao
computador que seria os 100€ (escolha preterida é a alternativa que não foi escolhida).
Neste caso, o custo de oportunidade seriam os 100€ do computador.
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2) Qual seria o custo de oportunidade de estar na faculdade a ter uma aula de Economia? A
melhor alternativa, sem ser estar na faculdade, a que tem um valor mais elevado pode ser
estar em casa a ver um filme, estar no café, na praia, … (a 2ª melhor opção seria o custo
de oportunidade que está inerente à nossa escolha).
Características:
Marginalismo
Nem todas as decisões humanas, são de tudo ou nada (ou vamos por um
caminho ou outro), em contrapartida muitas destas decisões são marginalistas
são relativas a decisões incrementais, a partir de um raciocínio
marginalista (que é muitas vezes percebido de forma instintiva, na dose incremental),
decisões de mais ou menos de algo ou de intensificar ou reduzir o número de unidades
empregues em apoio a uma determinada escolha ou atividade.
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Ex. Um pessoa está na cama e quando toca o despertador hesita em levantar-se de imediato
e pondera os benefícios e os custos de fazer a escolha de ficar na cama mais 30 minutos.
Ficar mais esse tempo na cama poderá custar-lhe um atraso irremediável por exemplo. A
pessoa não está a pensar no total de horas que dormiu, ainda que essas horas possam
influenciar a escolha, nem está a pensar nas próximas horas que irá gastar em transportes
por exemplo, ainda que essa hipótese possa influenciar a escolha. Está a pensar
somente no intervalo de tempo dentro do qual é relevante a decisão a
tomar, num curto período de tempo – está a pensar em termos marginais.
Jogo de soma positiva – Ambas as partes ganham na troca, até podem não ganhar o
mesmo, mas ambas ganham.
Jogo de soma zero – Aquilo que uma das partes ganha, irá corresponder necessariamente
àquilo que a outra parte perdeu. Ex. Uma parte ganha 50€ a outra parte irá perder
necessariamente 50€.
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Mercado de Produtos e Mercado
de Fatores
1. Mercado de produtos (mercados de bens e serviços) – Os indivíduos e famílias
pagam por aquilo que adquirem e as empresas e mercados recebem os pagamentos
monetários correspondente ao valor de mercado que fornecem. É neste mercado que as
empresas obtém o seu rendimento e os indivíduos concentram as suas
despesas.
Procura – Consumidores
Oferta – Empresas, lojas, mercados, etc.
Trocas
Estão associadas à ideia de troca de excedentes de produção por carência de consumo.
Existindo trocas intersubjetivas e internacionais.
Universo das trocas – mercado
“Eu gostaria na medida máxima do possível, não depender de outros e portanto limitar ao
máximo as trocas.”, é possível viver assim?
O Prof. Fernando Araújo, admite que consigamos acumular alguns recursos que
nos permitam viver autonomamente, isoladamente e independentemente de
qualquer trocas, mas não infinitamente, apenas por um período de tempo
limitado.
Ex. Navegadores que navegam à volta do mundo e não fazem trocas comerciais.
Podemos transpor isto para os países – há países que vivem numa situação
de autarcia – situação de autossuficiência e independência, sem realizarem
trocas comerciais com outros países, o que pode gerar problemas de
empobrecimento.
Embora para as pessoas não seja possível, pois haverão sempre produtos que a
pessoa não conseguirá produzir ou adquirir para ela mesma ou não terá recursos
suficientes para viver autonomamente durante toda a sua vida e portanto a certa
altura terá de investir em trocas se quiser sobreviver com as condições mínimas.
Existem países que conseguiriam efetivamente isolar-se sem
empobrecerem, mas são muito poucos. São países que têm
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dimensão suficiente para terem um mercado interno
suficientemente diversificado e grande. Ex. EUA
Caso o país não tivesse uma dimensão suficientemente grande
para integrar um mercado interno que lhes permitisse viver
isoladamente, a economia entraria em colapso se não realizasse
trocas comerciais com outros países. Ex. Portugal
Ex: Um relojoeiro produz 10 000 relógios por ano e fica somente com um para si
(satisfaz a sua necessidade de ter um relógio), os outros 9 999 vende porque não
necessita deles, então o excedente da sua produção é trocado por outros produtos, que
não um relógio, que satisfaça as suas necessidades, vai trocar por aquilo que não
produz.
Muitas vezes as pessoas fazem trocas com baixa informação e com baixo
raciocínio, porque o contrário tornaria a troca desinteressante, pois pode
acontecer que o custo da informação possa vir a ser maior do que aquilo que a
pessoa iria ganhar na troca propriamente dita.
Falhas de Mercado
1. Externalidades
O que são?
As externalidades são consequências para o produtor ou para o consumidor que
resultam fora da estrita troca comercial – toda e qualquer situação económica
na qual ocorram danos ou benefícios para agentes económicos e que
tenham por origem comportamentos ou ações de terceiros,
nomeadamente terceiros com os quais os agentes económicos
beneficiados ou danificados não têm qualquer relação económica.
Nestas situações, o indivíduo não tem de pagar pelo beneficio
obtido nem tem de indemnizar pelo dano sofrido.
Externalidades Positivas
Efeitos positivos causados a alguém, por terceiros, sem que tenha
sido por vontade própria do agente e sem que essa pessoa tenha
de pagar pelos benefícios que lhe foram causados.
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beneficiado no entanto não fez nada, por vontade própria, para que assim fosse
nem estabeleceu com os restantes membros uma relação dita económica.
2) Bens públicos – não há rivalidade de uso, ou seja, uma pessoa não esgota o bem,
não se pode excluir nem impedir ninguém de utilizar esse bem.
Externalidades Negativas
Efeitos positivos causados a alguém, por terceiros, sem que tenha
sido por vontade própria do agente, sem que esse alguém tenha
obrigação de indemnizar pelos danos que sofreu.
Estão associadas a um problema de sobreprodução – Por exemplo,
as pessoas que causam as externalidades positivas não têm
nenhum custo associado a isso e por isso irão continuar a poluir
por exemplo, sem que haja qualquer penalidade.
Ex. É construída uma fábrica numa determinada região, que com a sua produção liberta
químicos e poluentes que poluam o ar das pessoas que vivem naquela região. Neste
caso, os danificados não têm qualquer relação com a fábrica, não são procura onde a
fábrica é oferta porque se fossem não era uma externalidade., as pessoas não têm
relações económicas com a fábrica no entanto são prejudicadas com a poluição dessa
mesma fábrica, levam com os efeitos negativos dessa não tomada de decisão.
Não é verdade que sempre que existam externalidades, sejam elas
positivas ou negativas, tenha de haver intervenção do Estado ou que
alguém tenha de ser chamado para pagar e isso não acontece quando
nos apercebemos que se essa fosse a via, provavelmente íamos
degenerar numa falha de intervenção , que é quando o Estado intervém e
normalmente por força de falhas de intervenção, o Estado acaba por causar um dano em
virtude da sua ação que é superior ao dano que existia antes da sua intervenção. Existem
externalidades que devem permanecer.
2. Falhas de Informação
Decorrem das assimetrias informativas.
Numa relação contratual, uma das partes tem mais informação do que a outra e
utiliza-a para seu proveito, manobrando-a ou ocultando-a da contraparte. A
solução para impedir estas falhas passa por garantir a obrigatoriedade da difusão
de informação importante.
As falhas de informação podem ter duas configurações:
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Seleção Adversa – Por força das assimetrias informativas, o funcionamento
do mercado é afetado na medida em que os “bons” agentes saem do mercado
enquanto os “maus” agentes permanecem lá (em sentido de qualidade); isto pode
levar à extinção do mercado e afetar a relação de troca.
Risco Moral -
3. Falhas de concorrência ou
Poder de mercado
O poder de mercado está relacionado com o poder do produtor-vendedor em
influenciar os preços praticados sem ter que considerar (ou considerando como
irrelevante ou invariante) as reações da procura, evidenciando a respetiva
elasticidade-preço.
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É muito comum acontecer o seguinte: O Estado impõe um imposto, passado
algum tempo desaparece a razão extrafiscal do imposto, no entanto o
imposto continua a ser cobrado.
Fronteira de Possibilidades de
Produção (FPP)
Esta fronteira pretende representar simplificadamente as várias combinações
possíveis de produção máxima de dois bens ou serviços, através dos recursos e
tecnologias que temos à nossa disposição.
Representa o potencial crescimento de uma determinada Economia, isto é, o
limite máximo de eficiência que uma Economia pode alcançar.
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Nos pontos ineficientes – os recursos não estão a ser utilizados no seu
limite.
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vão se confrontar com a seguinte realidade: não é possível aumentar a
quantidade de A sem que isso implique necessariamente diminuir
a quantidade de B).
Quando nós “andamos” ao longo da curva no gráfico FPP há uma taxa que se
pode calcular, que em rigor me permite medir este custo de oportunidade.
Quando uma Economia está a produzir no seu limite, o aumento de
produção de um bem A irá implicar necessariamente uma diminuição de
produção de um bem B, a produção não pode aumentar em ambos os
bens, como se fosse uma “soma zero”.
Taxa marginal de transformação – Mede a taxa a que uma pessoa está
disposta a substituir um bem de produção por outro. Quando oscilamos
ao longo da curva limitativa da FPP, consumimos mais de A e menos de
B, ou seja, o investimento na especialização em A é maior do que em B.
O cálculo da taxa marginal de transformação entre unidades de A e B permite-nos
perceber, que estamos a transformar mais rapidamente unidades de B em A se a pessoa
se quiser especializar em A e mais rapidamente unidades de A em B, se a especialização
for direcionada para B.
QA
A taxa marginal de transformação ( ) representa a tendência marginal para a
QB
especialização.
Situação em que se deixa de produzir completamente o B e produzo todo o A, a taxa
marginal de transformação dá apenas 1 (corresponde a cada incremento de
especialização).
Vale de equilíbrio na FPP – É a zona da FPP onde as quantidades de bens de
produção é mais homogénea e, deste modo, onde o risco de existir um excesso de
alocação de recursos de um para o outro é necessariamente menor. Nesse sentido, é a
situação marginalmente mais eficiente. Ex. Lei da produtividade marginal decrescente
e especialização no trabalho.
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esses custos irão sempre permanecer. Ex. salários dos trabalhadores, renda do
espaço, etc.
Portugal
Tecido 90 H
Vinho 120 H
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Tecido, uma vez que face ao outro bem, produz as mesmas quantidades mas em
menos tempo e portanto será esse o bem onde deve inserir a sua especialização.
A oferta e a procura
Lei da Oferta
Correlação direta entre preços e quantidades oferecidas – Quanto mais
elevados forem os preços, maiores são as quantidades oferecidas.
(tendência Ceteris Paribus).
Produzir ou obter um bem para oferecer no mercado, envolve
custos e por isso, quanto mais elevados são os preços, maior é a
possibilidade desses custos virem a ser cobertos pelo total da
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receita obtida pelas vendas e que permita obter um remanescente de rendimento que
premeia o esforço do produtor – o lucro ou excedente do produtor.
O aumento da oferta tende a ser feito a curto prazo, a custos crescentes, com perdas
marginais de eficiência.
Curva da oferta – conjunto de pontos mínimos da disposição de vender – o preço
mínimo a que alguém julgará compensador produzir e vender mais uma unidade de um
bem ou serviço.
Se o custo de oportunidade é superior ao meu ganho, significa que eu estou a
perder dinheiro com o ganho que estou a ter neste momento. – rapidamente se
migra para outro setor.
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Lei da Procura ou Lei da Procura
decrescente
Correlação direta entre preços e quantidades procuradas – Quanto mais
baixos forem os preços, maiores são as quantidades procuradas
(tendência Ceteris Paribus). Dada a limitação orçamental de cada consumidor,
quanto menor for o preço unitário maior será o número de unidades que se pode
adquirir pelo mesmo valor total.
A escala da procura
representa o panorama
de escolhas para cada
nível de preços dentro
de um período de tempo
delimitado.
A procura individual
dependerá do nível de
rendimento que cada um
disponha e oscila
conforme as oscilações
desse rendimento.
Existe normalmente uma correlação direta entre oscilações de rendimento e variações
de quantidades consumidas.
Bens normais (incluindo os bens superiores ou bens normais de luxo) –
aqueles cujo consumo aumenta com os aumentos do rendimento disponível dos
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consumidores. Ex. carne, livros. Energia elétrica, etc. (bens normais) e roupas de marca,
automóveis “topo de gama”, etc. (bens superiores).
Bens inferiores – cujo consumo diminui se o rendimento aumentar e caso
este rendimento diminua, o seu consumo tende a aumentar. Ex. bens de marca
branca.
Exemplos:
1. Se um determinado produto fica na moda, a procura irá tendencialmente
aumentar e haverá por isso uma expansão da curva da procura.
2. Sai uma notícia alarmante dos riscos do seu consumo para a saúde, a procura
irá reduzir e haverá uma contração da curva da procura.
3. Os consumidores se convencem de que está próximo um drástico
agravamento de preços – Sai uma notícia que anuncia o aumento do preço de
um produto dali a dois meses, a procura irá aumentar muito a curto prazo,
na espectativa que foi dada em mercado relativamente a
preços. A notícia televisiva funcionou como um fator exógeno -
> Relacionado com o efeito do tempo em que os consumidores como sabem
que o preço vai aumentar, adaptam-se e compram mais desse produto.
(Expansão da curva da oferta).
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As deslocações da própria curva da Procura está muito relacionadas com
a elasticidade dos bens em causa.
Há um novo ponto de equilíbrio.
Se houve uma reação a curto
prazo dos consumidores,
provavelmente é porque
estamos a falar de um bem
cuja procura é inelástica, o
bem essencial e que as
pessoas teriam mesmo de
comprar.
Modificações na curva da
Oferta
Verifica-se uma deslocação ao longo da curva se, Ceteris Paribus,
tiver ocorrido uma simples variações de preços, caso em que o
vendedor, sem alterar a sua escala de preferências muda de uma
relação “preço-quantidade oferecida”, para outra.
Há uma deslocação (expansão ou contração) da própria curva da oferta como um todo,
quando variar algum outro fator, que não o preço.
Exemplo – Se houver um vírus que afete a
produção de um bem, haverá uma
diminuição da oferta e o preço do bem irá, a
longo prazo, aumentar. Como a oferta
diminui, haverá uma contração ou
retração da curva da oferta. (O fator
que se altera são as quantidades
produzidas e não o preço)
Bens sucedâneos
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A procura de um bem pode depender das condições e preços de outros bens e não do respetivo
preço do bem principal.
A baixa de preços de um bem implica a quebra da procura de outro bem.
O aumento do preço de um bem, irá originar no aumento da procura de outro bem.
Bens complementares
A procura de um bem revelará uma correlação direta com a procura de
outros bens.
São habitualmente utilizados conjuntamente.
O agravamento de um deles compromete a utilização dos demais.
Ex. Software e computadores, autonomamente eles não funcionam como é pretendido, não vale
apena ter um computador que só funciona se tiver software (numa situação em que não há
software) ou então cas não haja computadores, não vale apena termos software, porque
autonomamente não servirá para nada.
O preço e a quantidade de
Equilíbrio
O gráfico em que se
cruzam a curva da oferta
e a curva da procura
designa-se cruz
Marshalliana – o ponto de
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interseção é o ponto de equilíbrio (preço de equilíbrio e uma quantidades de
equilíbrio.
Elasticidades
É a amplitude da reação dos agentes económicos às variações das condições dos
mercados e às flutuações dos preços dos produtos ou de rendimento dos fatores.
A elasticidade refere-se não só à amplitude das reações das partes face às
oscilações de preços e rendimentos mas também à rapidez dessas reações.
Quanto maior é a sensibilidade, mais elástica é a procura. Quanto menor
for a sensibilidade, mais inelástica é a procura.
• Valor = 0 nenhuma sensibilidade (Inelasticidade)
• Valor entre 0 e 1 pouca sensibilidade (Pouca Elasticidade)
• Valor = 1 sensibilidade unitária (Elasticidade unitária)
• Valor >1 muita sensibilidade (Elevada Elasticidade)
• Valor + ∞ sensibilidade extrema (Elasticidade extrema)
Existem 4 tipos de Elasticidades:
Elasticidade-Preço da Procura
Elasticidade-Preço Cruzada
Elasticidade Procura do Rendimento
Elasticidade da Oferta
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Elasticidade-Preço da
Procura
Δ % Quantidades procuradasbem x
Δ % Preçobem x
Elasticidade-Preço Cruzada
Δ% Quantidades procuradasbem y
Δ % Preço bem principal
Valor < 0 Bens Correlação inversa de preços
complementares e quantidades procuradas, de
um bem face ao outro.
Valor = 0 Bens independentes As quantidades procuradas
de um bem não variam com a
variação de preços do outro
bem.
Valor entre 0 e ∞ Sucedâneos Se o preço de um bem
imperfeitos aumentar -> A quantidade
procurada do outro bem
aumenta
Se o preço de um bem
diminui -> A quantidade
procurada do outro bem
diminui
Valor = ∞ Sucedâneos Se o preço de um bem
perfeitos aumentar -> expansão
infinita da procura do outro
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
bem.
Se o preço de um bem
diminuir -> desaparecimento
da procura do outro bem.
Elasticidade Procura do
Rendimento
Δ % Quantidades procuradasbem x
Δ % Rendimento
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Turma A2
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Elasticidade da Oferta
Δ % Quantidades oferecidasbem x
Δ % Preço bem x
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
3. O fator tempo – o decurso do tempo aumenta a elasticidade da oferta porque
permite a adaptação das estruturas produtivas.
Preços máximos e
preços mínimos
O ponto de Equilíbrio é quando estamos numa situação ideal, nem sempre o
preço de mercado correspondente ao Ponto de equilíbrio.
Exemplo: Salários mínimos – preços mínimos no mercado de fatores, onde aquilo que
está a ser renumerado é o fator trabalho. E portanto a procura corresponde às empresas e
a oferta corresponde aos trabalhadores
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Fixação de Preços mínimos Custos fixos + custos variáveis
acima do Preço de mercado
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Turma A2
2022/2023
A via dos Preços máximos
Imposição de preços máximos
abaixo do Preço de mercado
Leis de Gossen
1ª Lei de Gossen – Lei da Utilidade Marginal decrescente
A necessidade associada à utilidade de um bem, vai diminuindo à
medida que vão sendo aplicadas doses marginais. À medida que
vão sendo acrescentadas doses extra, irá haver um aumento
sucessivo de unidades desse bem até se atingir um determinado
ponto de saciedade.
Normalmente o ponto de saciedade não é atingível uma vez que os bens são
escassos e o ser humano tem limitações e por isso paramos antes de atingir esse
ponto. Mas podem haver casos em que à medida que vão sendo
aplicadas doses sucessivas de um bem, a utilidade vai começando
a decrescer até atingir então o ponto de saciedade e a utilidade passa a ser
negativa.
Ex. Uma pessoa tem sede e tem vários copos de água à sua frente. Com o primeiro copo
de água, a utilidade retirada é grande, com o segundo também mas mais inferior, com o
terceiro também mas ainda mais inferior e assim sucessivamente. Até chegarmos a um
ponto em que já não temos mais essa necessidade e a partir desse ponto, ao invés da
sensação ser positiva, é negativa.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
2ª Lei de Gossen – Princípio da Equimarginalidade
A utilidade total é sempre maximizada (um bem é útil no seu total) quando a
totalidade do rendimento disponível for repartida e cada unidade desse
rendimento for utilizada de forma equitativa pelas várias necessidades. Isto é, à
medida que vão surgindo mais bens, temos de dividir o rendimento que vamos
gastar de forma igual para todos os bens.
Eficiência de Pareto
É um referencial teórico que nos guia até à seguinte ideia: o que é que seria o
ideal em termos de eficiência? – eficiência paretiana criada por Vilfredo
Pareto.
Esta eficiência é o critério da eficiência total, máximo de eficiência .
Subdivide-se em três aspetos:
1. Eficiência nas trocas – Os bens circularam e foram ter com quem tinha mais
disposição para os pagar. (não levar os bens ao maior número de consumidores)
2. Eficiência na produção – Situação em que estamos em cima da FPP, não é
possível com o nível desenvolvimento tecnológico e com os recursos que temos,
produzir mais quantidades.
3. Eficiência na satisfação das preferências dos consumidores – o
mercado conseguiu perceber quais eram as preferências dos consumidores e
produzir os bens e serviços necessários para satisfazer as necessidades destes.
Impostos
A justiça implica a arrecadação de receita através de impostos, pois para o
Estado ajudar aqueles que estão em condições piores, para financiar uma política
de justiça, precisa de dinheiro e este dinheiro vem dos impostos (receitas
tributárias).
Esta inevitabilidade coloca questões do ponto de vista da eficiência: Se por um
lado nos apercebemos que eficiência total não significa necessariamente justiça
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
(podemos atingir um referencial de eficiência máxima mas isso não significa que
as pessoas estejam todas a viver bem e que estejam todas a ter as condições
adequadas que lhes permitam viver com o mínimo de dignidade), por outro lado
apontamos o nosso foco para a justiça e podemos pensar naquilo que podemos
fazer para ajudar aqueles que estão em desvantagem.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
2. O produtor vendedor nao quer suportar a taxa tributária do Estado e portanto sobe o
preço do livro para 25€ por exemplo, para que nao tenha ele o custo do imposto e sim os
consumidores, com o risco de perder procura se nao for, lá está, um bem de procura
inelástica, porque se for talvez seja esta a melhor opção, porque mesmo que o preço
suba 5€, como a procura é inelástica, os consumidores continuarão a comprar, se a
procura a contrário for elástica, esta provavelmente nao será a melhor opção, porque o
valor que ele nao perder no imposto irá perder na redução da procura.
3. Os produtores vendedores marginais, irão sair do mercado, em situação limite,
porque com o imposto estipulado já nao lhes compensa fazer as trocas comerciais
naquele setor de atividade
A Elasticidade da procura (procura mais ou menos rígida, associada a bens
essenciais ou bens normais) está diretamente relacionada com a disposição de
pagar dos consumidores.
Receita tributária - É
toda a fonte de renda que
deriva da arrecadação de
Impostos aplicados pelo
Estado. 41
Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Carga Fiscal - Quantidade de impostos
que as pessoas têm de pagar ao Estado.
Esta curva demonstra que a partir de certo ponto partir de um certo ponto a
disposição de pagar das pessoas é ultrapassada e são verificados estes
comportamentos de evasão fiscal, não declaração do rendimento ao Estado ou
preferência por trabalhos cujo rendimento seja inferior e que esteja
consequentemente associado a taxas de imposto inferiores. Aquela receita
tributária que inicialmente estava a ascender, começa a descer precisamente
porque as pessoas não correspondem monetariamente àquela que seria uma
carga fiscal do Estado demasiado elevada e por sua vez a receita tributária desce.
Teoria do Consumidor
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Pretende demonstrar os orçamentos restritos de cada um e os ajustamentos
possíveis que podemos fazer para satisfazer as nossas necessidades mediante o
rendimento que tenhamos.
Administração de recursos financeiros – ou optamos por um bem na sua
totalidade e prescindimos do outro, ou então se queremos os dois temos de
dosear para que o nosso rendimento chegue para ambos.
Ex. Numa situação hipotética, onde todo o nosso orçamento se iria esgotar em dois
bens.
Orçamento – 1000€ 1. Situações limite a partir do orçamento
Livro – 10€ que temos:
Relógio 100€ Podemos ter 10 relógios e nenhum livro. (A)
Livros Podemos ter 100 livros e nenhum relógio. (B)
B 2. Situações em que queremos ambos os
100
bens (temos de fazer combinações
80 E F
C possíveis de acordo com orçamento que
G
temos)
Podemos ter 50 livros e 5 relógios (C)
50 C Podemos ter 10 livros e 9 relógios. (D)
H Podemos ter 80 livros e 2 relógios. (E)
30
…
D 3. Os pontos F e G não são possíveis e o H
Relógios
10 A é ineficiente pois não estou a utilizar o meu
orçamento na sua totalidade (embora seja uma
2 3 5 9 10
solução possível).
Tem um orçamento nominal que irá aplicar em bens e
serviços.
É uma fronteira entre aquilo eu o indivíduo por adquirir
e aquilo que o invidio não pode adquirir.
2. Curva da indiferença
Teoria do Produtor
Vem-nos demonstrar que nem sempre a livre concorrência é possível e que nem
sempre é desejada. Tudo dependerá de uma estrutura de custos dos próprios
produtores.
Vamos presumir que estamos a falar de um produtor que é racional, egoísta,
maximizador de lucro e vamos supor que ele sozinho não influencia com as suas
atitudes o preço.
Aos produtores interessa sempre aumentar os preços, só que muitos produtores
mesmo que quisessem esse aumento não conseguem e então têm de se resignar
aos preços como eles estão. Um produtor que não pode modificar os
preços e que seja maximizador de lucro, só consegue maximizar o
lucro, não mexendo nos preços, mas mexendo nos custos.
(L = RT – CT)
Excedente do Produtor – Lucro > 0
Lucro normal = 1-0
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
O produtor-vendedor tenta produzir com a maior eficiência possível, baixando ao
máximo os seus custos para tentar afastar os custos do preço de mercado, quanto mais
afastados tiverem, maior será a sua margem de lucro.
Custos direitos ou custos de produção – São custos efetivos, custos que se
sentem, que se exprimem e pagos diretamente, que são suportados pelo vendedor.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Os custos totais dependerão dos meus custos variáveis, ou seja,
do volume de produção.
Valores médios – Quanto custa ao produtor produzir cada unidade.
Valores totais
Valores médios = Número de unidadesque constituem esses totais
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Break Even – É quando abandonamos a área dos prejuízos e passamos
para a área de lucro (recuperamos o nosso investimento, pois temos custos médios
inferiores ao preço de mercado, começam a aparecer os lucros) – Ponto onde o Custo
médio corresponde ao preço de mercado.
Custo médio mais baixo – distância entre o preço de mercado e o custo médio são
superiores. Para o produtor o produtor aumentar o seu lucro, não pode ir
para além da sua escala de eficiência.
Quais são as implicações deste tipo de curva em U dos custos médios?
O produtor que é maximizador de lucro tenta primeiro chegar, por tentativas, ao
lucro, depois tenta maximizar esse lucro (depois de passar o break Even, os seus
custos médios já estão abaixo do preço de mercado), tenta aumentar a produção
e chegar ao ponto onde tem o máximo do lucro, por tentativas, e chegar ao
ponto de Escala de eficiência, contudo ele não sabe quando é que chegou a
esse ponto, continua a produzir até chegar a atingir o máximo de lucro.
Escala de eficiência ou dimensão ótima – ponto em que são
mínimos os custos médios e corresponde a um nível de produção
que minimiza os custos médios totais. É o ponto onde o lucro é
maximizado, porque é maior a distância entre os custos médios e
o preço de equilíbrio (o preço de mercado).
Um produtor que queira controlar os custos deve ter em conta que a partir desse ponto
de escala de eficiência, os custos médios passam a ser crescentes – o lucro por unidade
(Preço – custo médio), nunca voltará a ser tão grande.
Pode haver:
1. Pode haver perdas de Escala
2. Indiferenças pela variação de Escala
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
3. Economia de Escala – O aumento de volume de produção, de vez em
quando, tem sucesso nestas economias de Escala. A escala de eficiência desce e
aumenta a quantidade. A situação em que o U volta a subir é atrasada no tempo.
Depósitos Bancários
Quanto menor é o risco menos é a renumeração depois recebida – esta forma
de investimento é aquela que tem menor risco, é aquele que
oferece mais segurança porque quando eu coloco dinheiro no
banco, o banco é obrigado a ter lá o dinheiro durante o
determinado período.
O levantamento do capital e o pagamento de juros parecem maximamente
assegurados.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Consiste num contrato com o banco nos termos do qual colocamos dinheiro no
banco que se compromete a garantir esse depósito, isto é, a manter lá o dinheiro
e a pagar-nos uma determinada taxa de juro.
A pessoa paga uma comissão ao banco pelo facto de o banco guardar o seu
dinheiro e o banco paga um juro à pessoa pelo facto de poder dispor do seu
capital.
Ex. Eu tenho 5 000€, eu posso usá-los já ou posso fazer um depósito bancário e receber
a correspondente taxa de juro.
Fundamento do juro – é o facto de alguém prescindir da disponibilidade imediata
do dinheiro, no presente, investe o dinheiro, e posteriormente recebe um juro associado
a esse empréstimo – é isso que justifica que para eu deixar de ter o meu capital agora e
permitir a alguém que goze desse capital até a um momento posterior, preciso de um
determinado juro que me torna atrativo eu não usar esse capital agora e usar apenas no
futuro.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Para o banco ter lucro tem de ter mais rendimento nos empréstimos do que o
valor que paga às pessoas que depositam o seu dinheiro.
Investimento em bens na
espectativa de uma
determinada valorização
A pessoa investe num determinado momento, à espera que haja uma
valorização do bem e posteriormente vende o produto, por um valor
mais caro pelo qual o comprou.
Podemos comprar um bem 5000€ e esperamos que ele se valorize e possa
vendê-lo por um preço mais elevado, ganhando rendimento, esperamos que o
preço que nós pagamos possa traduzir-se num montante superior.
Quanto maior a raridade, a popularidade do artista, o seu valor que é atribuído ao bem,
etc. maior será a valorização do bem.
Investimento em bens que têm um valor associado – ouro, metais
preciosos, etc.
Investimento de moedas de outros países – Como por exemplo,
comprar dólares num determinado momento, na espectativa de que
posteriormente eles irão valer mais, ganhando a diferença entre o valor que eu
vendi e o valor que eu paguei por ele.
O risco inerente a esta forma de investimento é de facto o risco do bem nunca se
valorizar e posteriormente não se conseguir vender mais caro face ao preço que se
pagou por ele e até mesmo ter de se vender mais barato e perder a diferença do dinheiro.
Bens imóveis
Obter uma renda (rendimento constante)
Rendimento único – uma mais valia que corresponde à diferença entre o
valor que eu paguei pelo imóvel e o valor que o irei vender. Ex. Compro por
50 000€ e vendo por 70 000€, tenho uma mais valia de 20 000€.
Riscos associados
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
1. Risco de desvalorização ou de não valorização – não consigo vender
por mais caro ou até posteriormente o bem perde o valor ou simplesmente não se
valoriza.
2. Risco de perda – catástrofes naturais (podemos cobrir este risco com um
seguro que tem um custo associado e não cobre todos as eventualidades)
3. Na renda pode haver risco, da renda não ser paga e temos de ir para
tribunal
4. Risco de liquidez – podemos não conseguir converter, em caso de
necessidade, o imóvel em capital.
Ações
Sociedade por quotas – LDA
Todos os sócios têm uma quota nesta sociedade.
Mais valia mobiliária – lucro gerado somente uma vez.
Podem acontecer duas situações:
1. A pessoa compra quotas hoje, espera que sejam valorizadas e vende-as
posteriormente por um preço superior, ganhando essa diferença.
2. A pessoa mantém as quotas consigo e no final do ano recebe o valor
correspondente dessa quota, na espectativa que durante o ano se tenha
valorizado.
Sociedade anónima – SA
Estas sociedades são maiores e têm um capital superior às sociedades por
quotas.
Ação – cada participação de capital
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Podemos comprar uma ação e ficar com ele e recebemos no final o
dividendo que corresponde ao lucro gerado pela minha parte do
capital da empresa.
Riscos associados
1. Se a sociedade não gerar lucro e ter perdas ao invés de lucros, não irá pagar os
dividendos – Se o lucro for maior recebemos um maior dividendo se houver um
prejuízo não iremos receber o dividendo.
2. Não pagar o valor que estávamos na espectativa de receber.
Obrigações
É um empréstimo de alguém que vai ao mercado em geral pede capital e mostra-
se disponível de pagar um juro para depois receber rendimento.
Riscos associados
Risco de custo de oportunidade – Como o prazo é muito longo, pode
ocorrer outra opção de investimento que tenha um valor superior e eu não posso
transitar para outra.
Risco de não receber o capital de volta
Uma das formas de financiamento de capital para o processo produtivo
por parte das sociedades é o endividamento - é irem as bancos e pedirem
empréstimos. Os empréstimos irão permitir que as sociedades financiem a sua atividade
no presente e mais à frente quando a sociedade conseguir ter lucro e conseguir pagar os
seus custos e ter a sua receita, irá pagar o endividamento bancário – a capacidade de
endividamento de uma sociedade é um sinal de confiança na sua própria atividade, é o
sinal de capacidade de gerar lucros.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Juros
Um fator que o produtor se tem de preocupar é o capital – Mercado de capitais
O juro é o valor do custo do dinheiro.
Opções de financiamento dos produtores
Admissão de novos sócios
Emissão de ações
Endividamento´
O juro faz superar a preferência pelo presente por uma preferência pelo futuro.
O Risco
O empresário assume riscos:
1º Risco – A produção correr mal.
2º Risco – A produção chega ao fim mas o produtor descobre que o mercado não está
a escoar a sua produção, pois interpretou mal o mercado, terá um custo económico
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Em ambos os casos os produtores tentam reduzir ao mínimo o
risco que assumem:
Seguradoras – Problema da
seleção adversa
As seguradoras só cobrem produções com baixo risco, o que faz com que nem todos os
produtores tenham cobertura do seguro, caso contrário podem entrar numa seleção
adversa:
Mercados de concorrência
perfeita e mercados de
concorrência imperfeita
Mercados de concorrência perfeita e mercados perfeitos
não são a mesma coisa, nem os mercados de concorrência
imperfeita são mercados imperfeitos. Há mercados de
concorrência imperfeita que são melhores do que
mercados de concorrência perfeita.
Os agentes não têm o poder de mercado – são Price Takers. – têm de fazer um
preço equilibrado tendo em conta a concorrência
Existe homogeneidade dos produtos e plena informação.
Os agentes escolhem o preço do custo marginal e o custo médio mais baixo
Lucro normal – Renumeração necessária para que um produtor se mantenha
na atividade. (Quando existem lucros extraordinários em mercados de
concorrência perfeita, estes são temporários)
O lucro pressupõe mais do que o ponto de Break Even.
57
Marta Silva
Turma A2
2022/2023
se limita a receber e que condiciona a sua atuação) e não uma variável que ele possa
manipular.
2. Fluidez – É um requisito cumulativo de informação e racionalidade, suscetível
de assegurar aos consumidores a perceção e reação adequadas às condições
objetivas do mercado. Esta fluidez permite às pessoas comparar bens, comparar
a sua homogeneidade ou heterogeneidade e consoante essa análise averiguam a
tal relação quantidade-preço. (bens homogéneos com preços homogéneos)
A publicidade permite às pessoas “Desligar o cérebro” e faz as escolhas pelas pessoas.
As pessoas confiam nas marcas, nas modas, etc. A fluidez é muitas vezes
combatida pela publicidade, esta tenta fazer com que as pessoas tenham menos
informação objetiva e tenta fazer com que tenhamos menos tempo para processar e faz
com que não usemos demasiada informação. Quando somos racionais e somos
informados e então sim estamos próximos de decidir pelo preço.
A fluidez permite-nos distinguir se os bens são homogéneos e assim
decidimos pelo preço ou se a contrario os bens são heterogéneos e assim
o critério de decisão deixa de ser o preço.
Se a pessoa tiver fluidez, no sentido de informação e racionalidade, a
pessoa pode dispor da sua informação e comparar os bens a partir do
preço se forem homogéneos. Caso não sejam homogéneos, a pessoa tem
capacidade de distinguir se o bem que estava a ser vendido como
homogéneo na verdade não é – não têm as características do original e
na verdade não tem algumas características que o original tem e que o
torna superior – não o vai comparar pelo preço e sim pelas
características adicionais.
Para que o mecanismo de preços funcione tem de haver a
comparação entre bens que são homogéneos, que exige
informação e racionalidade.
As pessoas muitas vezes recusam-se a conhecer o mecanismo de preços
de concorrência perfeita porque não querem ter os custos necessários
para que o possam conhecer, por exemplo o tempo.
Ex. Para uma pessoa comprar o par de sapatos mais barato de Lisboa, teria de ir a todas
as sapatarias de Lisboa para saber se seria efetivamente o par de sapatos mais baratos.
Nesse momento, o par de sapatos irá tornar-se o mais caro de Lisboa pelo tempo, custos,
etc. que iria gastar.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
produtores têm de se concentrar e fazer todos basicamente a mesma coisa para
que não sejam esmagados pelo resto da concorrência.
Mercados de concorrência imperfeita - são situações de mercado onde falta pelo
menos um dos pressupostos. Existem três:
1. Monopólios – um só agente do lado da oferta e muitos agentes do lado da
procura.
2. Oligopólios – um número restrito de agentes do lado da oferta e muitos agentes
do lado da procura.
3. Concorrência monopolística.
Temos lucros extraordinários – tudo aquilo que excede o lucro normal.
Monopólios
Situação de mercado onde existe apenas um vendedor.
Monopólio puro – Existe somente um vendedor.
Poder de monopólio – Casos em que há predominância de um vendedor sobre os
restantes e pode agir praticamente como se estivesse isolado no mercado do lado
da oferta, tal como num monopólio puro, ainda que na verdade não seja assim.
Ao contrário do que acontece com os vendedores atomísticos, um monopolista tem na
maioria dos casos a possibilidade de interferir no nível de preços do mercado,
encarando-o como uma variável e não como um mero dado, ao qual fica subordinado.
Enquanto o custo marginal for inferior ao rendimento marginal, valerá apena
incrementar a produção e o contrário sucederá sempre que o custo marginal passar a
exceder o rendimento marginal.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
O problema do monopólio é que um monopolista se produzir mais,
os preços descem. Se ele tentar aumentar os preços para o dobro a oferta irá
aumentar também para o dobro já que ele é único no mercado, se a oferta se
expande, os preços descem. “Vale apena produzir mais tentando aumentar os
lucros? Pode acontecer que ao invés de aumentar os ganhos, diminuam, porque
produzindo mais os preços descem” e portanto os monopolistas tentam
produzir um pouco menos e descobrem que ao restringirem a sua
produção, conseguem maximizar o lucro.
Um monopolista para maximizar o seu lucro, vai produzir menos do que aquilo que
seria eficiente, maximiza o seu lucro antes daquele que seria o seu ponto
de escala de eficiência.
Ex. Se a procura for inelástica, o preço irá subir de A para B. As pessoas que poderiam
consumir eficientemente ao preço A e não conseguem pagar o B, vão sentir a falta entre
a quantidade que o monopolista produz e a quantidade aquilo que o monopolista poderia
produzir – perda absoluta de bem-estar, pois ninguém beneficia com isso, nem os
consumidores nem os vendedores.
O monopolista tende a não vender os seus produtos às pessoas mais pobres, porque
maximiza o seu lucro vendendo apenas àquelas que tinham capacidade de comprar a
preços altos, o que pode criar um problema social grave, problema de sub-
produção.
Soluções:
1. Nacionalização dos monopólios - O problema surge porque o monopolista
quer maximizar o lucro e não quer lucros mais pequenos, então temos de
arranjar um monopolista que não queira maximizar o lucro, para que assim não
haja este problema – O Estado pode atuar como monopolista e este não é
maximizador então nacionaliza-se todos os monopólios.
Os mercados estaduais começaram a engordar e começaram a tornar-se agências de
emprego, etc. o que os conduziram a situações de problemas sociais.
2. Agencias reguladoras – Criam-se agentes reguladoras que tentam acertar
com os monopolistas a minimização desse viato, nomeadamente estipular
subsídios.
Identificam precisamente o que é um monopólio natural, pois às vezes em torno deste
monopólio natural criam-se monopólios que não são monopólios naturais
(desintegração vertical).
Oligopólios
situação de mercado onde existe um numero suficientemente
restrito de vendedores, que não chega a haver atomicidade do
lado da oferta
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Cooperar em regime de concertação de modo a imitar os
resultados do monopólios – quando formam os carteis.
Cartel – quando os vendedores se juntam e cooperam entre si, mas na
verdade esta cooperação vai correr mal, irão haver condicionantes, alguém
não vai cumprir este acordo, etc. e por isso os carteis são muito instáveis
para além de serem práticas ilícitas.
2 tipos de Cartel:
Cartel de quantidades - oligopolistas combinam quantidades.
Ex: Cada um produzia 1000, então combinam cada um passar a produzir 900 (redução
de produção em 10%). Se todos cumprirem a produção total restringe-se em 10% e os
preços sobem mais do que proporcionalmente, se houver baixa elasticidade da procura.
Esse ganho adicional é ganho pelos oligopolistas através do cartel, da paz.
Cartel geográfico – Cada um vende num determinado território, acabando
por se criar um monopólio em cada território, não podendo haver vendedores de
um território A no território B. (Em cada região geográfica só se forma um
produtor, se todos os oligopolistas cumprirem)
Concorrência monopolística
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Coexistem elementos tanto do mercado de concorrência perfeita
(atomicidade e liberdade de entrada e saída dos mercados) como
o poder de mercado característico.
Não há homogeneidade nos produtos – os produtos e os serviços são
diferentes
Esta diferenciação faz com que cada um dos produtores também
possua o seu nicho de mercado e por isso pode fixar preços
diferentes – tem um poder de mercado semelhante aos monopolistas.
Nesta situação existem vários produtos diferentes com preços
diferentes.
Temos lucro extraordinário (mas temporário)
Este mercado caracteriza-se pela soberania do consumidor, uma vez que vai ao
encontro das nossas mais diversas preferências.
A publicidade é o subproduto da concorrência monopolística porque o produtor
tem a necessidade de evidenciar a sua diferença. Por essa razão, as marcas
transmitem informação simples ao consumidor.
Concluindo, o mercado em concorrência monopolística também se caracteriza
pela existência de mais informação, mais variedade e mais inovação.
É uma situação de mercado que se caracteriza por os vendedores tentem
convencer os compradores de que estão a vender um bem que é ao mesmo
tempo homogéneo e não homogéneo.
Ex. Situação em que um vendedor de perfumes, diz que o seu perfume é altamente
sofisticado. Embora seja um perfume, não entra em concorrência com outros perfumes,
pois é diferente de todos os outros perfumes, ainda que seja um perfume, tem todas as
características de um perfume, mas é mais sofisticado e único. É homogéneo no sentido
de ser um perfume tal como todos os outros, mas o vendedor é monopolista porque o
perfume que está a vender é único nas qualidades que ele tem é, é ilimitado, e portanto
teoricamente só tem um vendedor daquele perfume.
As pessoas não admitem que os bens sejam homogéneos e
portanto pagam mais porque acreditam que aquele produto é único e é
ilimitado, já não em função da utilidade do produto mas sim em
função da qualidade do produto.
Pretende-se atacar a fluidez e os mercados de concorrência monopolística
são aqueles onde existem publicidade, porque a publicidade diz aos
consumidores para não prestarem atenção ao preço, mas sim à qualidade do
produto ou de serviço.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023
Os vendedores fazem a prismatização de necessidades secundárias –
tentam convencer as pessoas de que é urgente terem determinados
produtor. É possível que num mercado, um vendedor dizer o seguinte:
O meu produto é igual aos outros produtos
O meu produto é diferente dos outros produtos
Ex. Eu estou a vender chocolates, tal como todas as outras lojas de chocolates, contudo
eu estou a vender chocolates de uma determinada marca específica e única.
Se um vendedor consegue incutir nos seus consumidores a ideia
de que ele estava a vender um bem de característicos únicas,
consegue criar nichos de mercado, consegue criar uma fidelidade àquele
produto. As pessoas não vão fazer comparações de preços entre
aquele produto e os outros, pois acreditam que estão a comprar
bens com características únicas – vantagem monopolística (vai ser o
único a vender o bem com aquelas caraterística) – recupera algumas das
vantagens do monopólio
Recupera em parte alguns lucros extraordinários a longo prazo, não
fica condenado a perdê-los. Enquanto se mantiver a fidelidade dos
consumidores, não sofre a erosão da concorrência de preços dos outos que
vendem o mesmo produto.
Há alguma forma de nós percebemos que estamos na presença de
concorrência monopolística?
Qualquer mercado onde exista publicidade.
Função da publicidade
Os consumidores ganham em ter fluidez e a publicidade ataca a publicidade.
Os consumidores manipulam a publicidade.
Ex. Uma pessoa está a ver um filme e vem um intervalo que era bombardeamento de
publicidade. A ideia dos publicitários em concentrarem anúncios publicitários num
intervalo de tempo, as pessoas ficam muito cansadas com essas anúncio, mas depois
quando compram, irão ter como referência esses anúncios.
O ataque que a visão tradicional faz à publicidade e que o próprio Direito faz à
publicidade atribui-nos alguma menoridade e alguma ignorância. Contudo, o
consumidor que está no mercado de concorrência monopolística teria o
custo de procurar os produtos mais baratos, mas a publicidade indica-lhe
onde é que estão e portanto eles acabam por não perder os custos que
teriam se fossem à procura da informação necessária que lhes permitisse
saber se os produtos mais caros são efetivamente melhores. Contudo, se
os consumidores gastam o seu dinheiro em produtos mais caros, de
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Marta Silva
Turma A2
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marca, sabem que se algo correr mal com esse produto, a empresa irá
sofrer, pois a empresa é refém da marca, então optam por comprar
aquilo que é mais caro. – A marca sofre se o produto não for bom.
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Marta Silva
Turma A2
2022/2023