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Aula 1
Objetivos da Unidade:
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Introdução da aula
Nesta aula compreendemos os princípios da economia e como ela está ligada ao nosso
cotidiano.
Situação-problema:
Muitas pessoas acreditam que economia é algo meio distante da realidade, mas, caso
você pense parecido, vai ver que essa ideia é totalmente diferente da realidade. A
economia está presente nas nossas escolhas diárias e mais ainda no dia a dia de um
profissional que precisa tomar decisões em relação aos seus negócios.
Para nos ajudar nesse entendimento, conheceremos o Douglas, que está terminando o
seu curso de administração na faculdade e já está aplicando os conhecimentos
adquiridos no seu trabalho. Seu desempenho chamou a atenção de seu gestor imediato,
que tem sinalizado a possibilidade de uma promoção quando ele terminar sua
graduação. Ao longo dos últimos anos, sua organização na administração dos gastos
pessoais permitiu que ele conseguisse acumular uma reserva financeira razoável, dentro
das limitações do salário de um jovem que estuda e trabalha.
A economia
Você já teve algum contato com a ciência econômica antes? É comum que as pessoas
pensem que economia tem a ver com investimentos, mercado de ações e finanças, entre
outras coisas. Elas não estão erradas, mas não se trata só disso. O termo economia vem
da junção dos vocábulos gregos oikos (casa) e nomos (costume, lei ou também gerir,
administrar). Daí “regras da casa” (lar) ou “administração da casa”. São Tomás de
Aquino (1225-1274) descreveu ecônomo como o responsável por administrar bens,
rendas e despesas do lar. Depois de algum tempo, o uso de oikos ampliou-se e incluiu o
Estado, noção que dura até hoje. A definição clássica de economia a estabelece como a
ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Outro ponto muito importante a ser destacado é que a economia se preocupa com uma
questão fundamental da humanidade: como utilizar recursos produtivos escassos para
atender desejos ilimitados.
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➕ Saiba mais
O canal BRS Explica disponibiliza em seu canal o vídeo O que é a “Economia”, afinal
de contas?. Não deixe de conferir.
As necessidades e recursos
Utilizar recursos produtivos escassos para atender desejos ilimitados, essa questão se
apresenta como um grande desafio, e certamente você verá o quanto ela é importante,
tanto na sua vida pessoal e profissional, quanto na qualidade de vida da humanidade.
Então, para entender os desafios que essa questão nos traz, precisaremos,
primeiramente, falar de necessidades (que em economia são sinônimos de desejos),
para, depois, tratarmos sobre recursos produtivos.
Se você considerar com cuidado, constatará que as necessidades humanas são infinitas.
Pense: o fato de você estar se dedicando a ter um diploma de curso superior significa
que não está totalmente satisfeito com a sua atual condição e que quer ter uma qualidade
de vida superior no futuro, certo? Ou seja, sua insatisfação está levando você a fazer
algo bom. Isso comprova que as pessoas sempre vão querer mais do que já têm, ou seja,
o fato de as necessidades serem infinitas implica em que as pessoas sempre vão querer
mais, em termos de bens e serviços.
E qual a implicação disso? Todos precisamos fazer escolhas, e a economia surge dessa
necessidade, por isso também é conhecida como a ciência da escolha ou da escassez.
Então, podemos dizer, de uma forma resumida: as necessidades infinitas frente aos
recursos produtivos limitados fazem com que os agentes econômicos tenham que fazer
escolhas em um ambiente de escassez.
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🔁 Assimile
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É importante que você perceba que, quando falamos sobre os recursos produtivos (ou
fatores de produção), não estamos nos referindo ao dinheiro, pois ele é apenas um
facilitador de troca utilizado para adquirir os recursos de produção, que são: o trabalho
das pessoas, a energia, as máquinas, as fábricas, a terra cultivável e para a criação de
animais, os recursos minerais, entre outros.
Agente econômico
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Atenção
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Os agentes econômicos são considerados racionais, ou seja, espera-se que eles sempre
tomarão a melhor decisão. Esse processo é condicionado por uma característica
específica do gênero humano que é o egoísmo racional, o que implica em uma busca das
pessoas pela melhor forma de satisfazerem suas necessidades utilizando a menor
quantidade possível de recursos produtivos (fatores de produção). Por isso, a
maximização será sempre o alvo no comportamento dos agentes: a busca do maior
ganho, maior renda, maior satisfação, etc. Com isso, espera-se que o consumidor
sempre escolha o menor preço, o trabalhador o maior salário, o vendedor o maior lucro.
Recursos produtivos
Para escolher uma boa forma de utilizar os recursos produtivos é preciso conhecê-los
melhor; vamos fazer isso? Existem duas características fundamentais dos recursos de
produção: a primeira é que eles podem ser utilizados para produzir mais de um tipo de
bem ou serviço, ou seja, são versáteis. Observe como o petróleo pode ser utilizado para
vários tipos de combustíveis ou para produção de plásticos.
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📝Exemplificando
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🔁 Assimile
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🔁Assimile
Por falar em bens e serviços, você sabe como a economia os diferencia? Esse é um tema
importante, mas que não apresenta dificuldade: os bens são produtos tangíveis (que
existem fisicamente, que podem ser tocados), por isso podem ser armazenados,
transportados e sua posse pode ser transferida.
Existe uma classificação fundamental em relação aos bens: se eles são bens de consumo
ou bens de capital. Os bens de consumo atendem diretamente à satisfação das
necessidades humanas, como os alimentos, as roupas, etc., enquanto os bens de capital
não satisfazem diretamente as necessidades humanas, pois são utilizados para produzir
outros bens: máquinas de uma indústria, tratores, etc. O investimento em bens de capital
é fundamental para o desenvolvimento de um país, pois é o conjunto deste que constitui
a “capacidade produtiva” de uma sociedade e, junto com os recursos humanos,
determinam o nível de riqueza desta sociedade.
Já os serviços são produtos intangíveis, ou seja, uma vez que um serviço é prestado, ele
desaparece. Dessa forma, os serviços não podem ser armazenados ou transportados,
nem sua posse pode ser transferida.
A forma como os fatores de produção é gerida para a produção dos bens e serviços está
ligada com os sistemas econômicos (socialismo ou capitalismo).
Ao longo de 150 anos, entre meados do século XIX e até o final do século passado,
muitos defenderam que uma economia centralizada (o sistema socialista) apresentaria
resultados superiores aos da economia de mercado (o sistema capitalista). Mas o que
seria um sistema socialista? De acordo com a teoria de Karl Marx, sua característica
fundamental seria o controle governamental da produção e da distribuição dos bens em
sistema de igualdade e cooperação, ou seja, o governo tem o papel de planejar as
questões econômicas (planejamento centralizado), havendo uma predominância da
propriedade pública (governamental) dos fatores de produção (VASCONCELOS;
GARCIA, 2011).
Um dos processos mais emblemáticos do mundo durante a chamada Guerra Fria foi a
construção do muro de Berlim, em 1961, para impedir a fuga dos cidadãos da Alemanha
Oriental (socialista) para a Alemanha Ocidental, capitalista (a Alemanha fora dividida
em duas, no final da 2ª Guerra Mundial).
A partir do final da década de 1980, muitas nações socialistas como a União Soviética, a
Alemanha Oriental e países do Leste Europeu passaram a abandonar o sistema
socialista, adotando, gradualmente, o capitalismo, sendo dois processos marcantes da
época a perestroika na Rússia e a queda do muro de Berlim na Alemanha.
Qual a razão para ter havido uma diminuição no número de países que adotam o sistema
socialista? Essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida, mas, em termos
técnicos, os índices de produtividade das economias socialistas sempre foram menores
do que os das economias capitalistas, e isso pode ser associado a diferentes fatores,
sendo que dois deles merecem destaque. Vamos a eles?
Por mais que um técnico governamental possa ter acesso a diferentes estudos e
projeções, ele não poderá prever como os agentes se comportarão. Por isso, ao dar
liberdade para que os agentes possam utilizar os recursos produtivos disponíveis, será a
sociedade que, de uma forma dinâmica, encontrará as melhores respostas para as
perguntas fundamentais: o que produzir?, quanto produzir?, como produzir? e para
quem produzir?
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➕Pesquise mais
Para se aprofundar mais sobre o assunto, ouça SciCast #270: Os “Ismos” da Política 3
– Socialismo e Comunismo.
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💭Reflita
Enquanto muitas pessoas defendem que a solução dos problemas econômicos passa pela
maior presença do Estado na economia, há outro grupo defendendo o anarquismo e
pregando a extinção do Estado, situação em que cada um fica responsável por resolver
seus problemas individualmente. O que você acha: seria melhor ficar tudo na mão do
Estado, o Estado deveria desaparecer, ou seria bom definir que o Estado atue em áreas
específicas? Reflita sobre o assunto!
Assim, chegamos ao final dessa aula, na qual você pôde ter uma ideia geral da ciência
econômica, tendo conhecido os seus principais conceitos.
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➕Pesquise mais
Conclusão
Agora que você já está dominando os temas que discutimos, é o momento de aplicar o
que aprendeu para ajudar a resolver o dilema enfrentado pelo Douglas. Lembre-se que
ele está terminando o curso e precisa decidir onde utilizar seus recursos financeiros:
fazer uma viagem ou pagar por uma pós-graduação. Considerando o que você estudou,
o que você acha que ele deve fazer?
Por mais prazerosa que a viagem possa ser, Douglas precisa dimensionar qual é o seu
custo de oportunidade: os gastos da viagem correspondem ao valor necessário para
realizar uma pós-graduação em uma área que a empresa em que ele trabalha pretende se
expandir. Como a chefia tem demonstrado satisfação com o trabalho dele, você
concorda que agora não é momento de utilizar os recursos em lazer, mas, sim, de
investir em capacitação? Cada indivíduo tem uma escala de prioridades diferente e vai
usar seu dinheiro para adquirir os bens e serviços em uma combinação que maximize
sua satisfação individual, mas a escolha de gasto em um bem específico traz impactos
no consumo de outros bens e serviços. Douglas precisa ter isso em mente na hora em
que fizer a escolha dele.
Pode até ser que Douglas não venha a ser contratado, mas investir na própria carreira é
sempre um bom uso dos recursos financeiros.
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