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UEM – FACULDADE DE ECONOMIA

Matemática Financeira
Ano Lectivo: 2023

A NECESSIDADE DE ESTUDO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Todos os dias nos deparamos com as seguintes palavras: taxa de juros, capital, desconto,
etc. Estes conceitos surgiram quando o Homem percebeu a existência de uma estreita
relação entre o dinheiro e o tempo.

Nos antigos costumes, os juros eram pagos pelo uso de sementes ou de outras
conveniências emprestadas. Muitas das práticas existentes originaram-se dos antigos
costumes de empréstimo e devolução de sementes e de outros produtos agrícolas. O
primeiro tipo de troca comercial foi o escambo, fórmula segundo a qual se trocavam
directamente mercadorias correspondentes a matérias-primas ou a objectos de grande
necessidade. A primeira unidade de escambo admitida na Grécia foi o boi. Em outros
lugares era usado colares de pérolas ou de conchas. Após certo período, começou-se por
trocar faixas de tecido por animais ou objectos. O tecido era a moeda. No Egipto, a
moeda era o metal (cobre, bronze e, por vezes, ouro ou prata). Desse modo, as
mercadorias passaram a ser trocadas em função de seu "justo preço".

Durante a expansão do comércio, assim como durante as guerras, as moedas dos


diferentes países eram trocadas. Com o passar do tempo, alguns comerciantes ficaram
conhecendo muito bem as moedas estrangeiras e passaram a acumulá-las em grandes
quantidades. Tem início a actividade de guardar e emprestar dinheiro. Com isto, os
bancos são criados. O primeiro banco privado foi fundado pelo Duque Vitali em 1157,
em Veneza. Após este, nos séculos XIII, XIV e XV toda uma rede bancária foi criada.
Com a criação dos bancos a Matemática Financeira evoluiu e passou a estar mais
presente na vida das pessoas.

Hoje ela além de fazer parte de nosso quotidiano, tornou-se uma importante ferramenta
para todos, já que auxilia na resolução de problemas que envolvem o cálculo do valor de

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prestações, no pagamento de impostos, rendimento de poupanças e outros. Para tanto, é


de fundamental importância o entendimento de alguns termos e conceitos.

Formas de Aplicação ou Destino dos Rendimentos

O rendimento que as pessoas dispõem pode ser destinado para o consumo ou aforro
(poupança).

O consumo consiste na compra de bens para o consumo final.

O aforro consiste em manter na sua forma líquida ou colocar a render juros. A parte de
rendimento que é mantida na sua forma líquida é designada por capital monetário e o
processo de manter o capital a render juros é designada por investimento financeiro e o
rendimento colocado a render juros por capital financeiro.

O capital monetário ou rendimento mantido na sua forma líquida torna-se improdutivo,


isto é, não produz rendimento adicional e o objectivo principal deste é suportar as
despesas correntes. Esse processo de manter o rendimento improdutivo é designado por
entesouramento.

Objecto de Estudo

O objecto de estudo da Matemática Financeira é o tratamento matemático do juro, as suas


várias aplicações.

O juro é o preço do capital financeiro, ou seja, é o custo pela utilização de recursos


alheios.

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Função Juro

Refere-se a correspondência existente entre o juro e os elementos capital, tempo e taxa de


juro. Indica as relações matemáticas existentes entre o juro e capital, tempo e taxa de
juro.

Juro como função de Capital

Para cada variação do capital, mantendo constante o tempo e a taxa de juro,


corresponderá a um determinado valor de juro.
J = f (C) juro como função do capital

A relação é positiva, ou seja, um aumento do capital corresponde a um aumento do valor


do juro, e uma diminuição do capital corresponde a uma diminuição do valor do juro.

Juro com função do Tempo

Para cada variação do tempo, mantendo constante o capital e a taxa de juro,


corresponderá um determinado valor de juro.
J = f (T) juro como função do tempo

A relação é positiva também, ou seja, um aumento do tempo corresponde a um aumento


do valor do juro, e uma diminuição do tempo corresponde a uma diminuição do valor do
juro.

Juro como função da taxa de juro

Para cada variação da taxa de juro, mantendo constante o capital e o tempo,


corresponderá a um determinado valor de juro.
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J = f (i) juro como função da taxa de juro

A relação também é positiva, ou seja, um aumento da taxa de juro corresponde a um


aumento do valor do juro, e uma diminuição da taxa de juro corresponde a uma
diminuição do valor do juro.

Juro com função de capital, tempo e taxa de juro

Para cada variação simultânea do capital, tempo e a taxa de juro; corresponderá a um


determinado valor de juro.

J = f (C; T; i)

A relação é positiva também, ou seja, um aumento simultâneo do capital, tempo e taxa de


juro corresponde a um aumento do valor do juro, e uma diminuição do capital, tempo e
taxa de juro corresponde a uma diminuição do valor do juro.

Condições Básicas para a existência do juro

Para que exista o juro é necessário que a existência de Capital, Tempo e Taxa de Juro;
esses valores devem ser positivos e maiores que zero.

Regras da Matemática Financeira1

1. É uma impossibilidade em Matemática Financeira a presença de capital, presença


de tempo e ausência de juro. A ausência de capital e tempo e presença de juro é
outra impossibilidade.

1
A Matemática Financeira rejeita certas práticas, mas há que reconhecer que a liberdade negocial entre
partes, devidamente esclarecidas, é sempre mais forte que qualquer imperativo da matemática.
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2. Qualquer operação matemática sobre 2 ou mais capitais requer a sua


homogeneização no tempo. Ou seja, C1 + C2; C1 – C2; C1 = C2, etc, só pode fazer-
se se e só se esses capitais estiverem referidos ao mesmo momento, ou data focal
(ou seja, quando esses capitais estiverem localizados no mesmo momento).
3. O juro em cada período de capitalização é igual ao capital no início do período,
multiplicado pela taxa de juro a vigorar nesse período.

Processo de Capitalização

Consiste em fazer render um determinado capital ao fim de um determinado período. Um


processo de capitalização é composto por vários sub-processos de capitalização também
designados por períodos de capitalização (ou períodos de formação de juro).

Em cada sub-processo de capitalização (período de capitalização), encontramos o capital


inicial periódico, juro periódico e o capital final periódico.

O capital inicial periódico é o rendimento colocado a render juros; o juro periódico é o


rendimento produzido num determinado período e o capital final periódico é a soma do
capital inicial periódico e o juro periódico.

Se considerarmos CIK como capital inicial do período K e JK o juro do período K e CFK o


capital final do período, então:

CFK = CIK + JK
Onde: K = 1,2,3....n

CIk CFk

Jk

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No período k (ou qualquer outro período), o capital final desse período (CFk) será igual
ao capital no início desse período (CIk) mais o juro produzido nesse período (Jk).

Casos notáveis de Processos de Capitalização

O juro periódico produzido pode manter-se no processo ou retirado do processo, daí que
existem dois casos notáveis:
 1º- Os juros periódicos saem do processo- aqui o capital inicial periódico
permanece o mesmo e o juro periódico será constante se a taxa de juro for a
mesma ao longo do processo. Este tipo de processo é designado por processo de
capitalização simples.
 2º- Os juros periódicos permanecem no processo- aqui os juros periódicos
permanecem no processo e tem efeitos na produção de outros juros. O capital
inicial periódico será composto por capital mais juro. Este tipo de processo é
designado por processo de capitalização composto. Os capitais iniciais periódicos
são diferentes e crescentes e os juros periódicos também crescentes.

REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO

- Regime de Capitalização Simples;


- Regime de Capitalização Composto;
- Regime de Capitalização Dito Simples;
- Regime Misto.

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Regime de Capitalização simples – Característica Principal

 O juro produzido por período sai do processo de capitalização e como


consequência o capital mantém-se constante em cada período de capitalização e
igual ao investido no início do processo.

CI1=C0 CI2=CF1=C0 CI3=CF2=C0 CIn=CFn-1=C0

No período 1 No período 2 No período 3 No período “n”

No período 1:
CF1 = CI1+J1
Mas, como o J1 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF1 = CI1
Ou seja: CF1 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2 = C0)

No período 2:
CF2 = CI2+J2
Mas, como o J2 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF2 = CI2
Ou seja: CF2 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3 = C0)

No período 3:
CF3 = CI3+J3
Mas, como o J3 sai do processo, ou seja, é retirado, então: CF3 = CI3
Ou seja: CF3 = C0 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4 = C0)

No período “n”:
CFn = CIn+Jn
No último período o Jn sai do processo juntamente com o capital, ou seja, é retirado
juntamente com o capital inicial, então: CFn = CIn + Jn

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Conclusão:

 Em cada período de capitalização, o capital mantém-se constante em cada período


de capitalização e igual ao investido no início do processo:

CI1 = CI2 = CI3 = CI4 = ...... = CIn

 Em cada período de capitalização, o juro é constante e incide sobre o capital


investido no início do processo:

J1 = J2 = J3 = J4 = ..... = Jn= CI*i = C0*i

 O capital final do processo é igual ao capital inicial mais o juro final do processo
(ou seja, o juro do último período):

CFn = CI + JF, onde JF = juro do último período

Como o juro periódico é igual em todos os períodos:

JF = JK = CI*i = C0*i

Então, o capital final será dado pela seguinte fórmula:

CFn = CI + CI*i → CF = CI (1+i) = C0 (1+i)

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EXEMPLO: Um capital de MT 100.000,00 foi colocado durante 5 anos a render juros a


uma taxa de juro anual de 20%, com os juros pagos no final de cada ano. Determine:

a) O montante recebido no 1 e 4 ano;


b) O montante recebido no 5 ano.
c) O juro acumulado produzido ao longo do processo.

RESOLUÇÃO:

Como os juros são pagos no final de cada ano, então estamos perante o regime de
capitalização simples, pois os juros são do processo de capitalização periodicamente, ou
seja, anualmente.

a) O montante recebido em cada período de capitalização é o juro produzido

nesse período. Assim sendo, é necessário calcular o juro do primeiro e do

quarto ano:

J1 =J4= CI*i=100.000*20%=20.000

b) O montante recebido no 5º ano (último período/ano) é o capital final, ou seja:

CF = CI (1+i)=100.000 (1+20%)=120.000

c) Não é possível determinar o juro acumulado porque este regime não acumula.

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Regime de Capitalização composto – Característica Principal

 Neste regime os juros não saem do processo de capitalização, mantém-se no


processo e constituem uma nova parcela para efeitos de cálculo do juro do
período seguinte.

CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1

No período 1 No período 2 No período 3 No período “n”

No período 1:
CF1 = CI1+J1
Mas, como o J1 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF1 = CI1 + J1
Como J1 = CI1*i = C0*i, então:
CF1 = CI1 + CI1*i = C0 + C0*i = C0(1+i)
Ou seja: CF1 = C0(1+i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2)

No período 2:
CF2 = CI2+J2
Mas, como o J2 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF2 = CI2 + J2
Como J2 = CI2*i e CI2 = CF1, então:
CF2 = CI2 + CI2*i = CF1 + CF1*i = CF1(1+i)
Como CF1 = C0(1+i), então:
CF2 = CF1(1+i) = [C0(1+i)](1+i) = C0(1+i)^2
Ou seja: CF2 = C0(1+i)^2 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3)

No período 3:
CF3 = CI3+J3
Mas, como o J3 não sai do processo, ou seja, é capitalizado, então: CF3 = CI3 + J3

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Como J3 = CI3*i e CI3 = CF2, então:


CF3 = CI3 + CI3*i = CF2 + CF2*i = CF2(1+i)
Como CF2 = C0(1+i)^2, então:
CF3 = CF2(1+i) = [C0(1+i)^2](1+i) = C0(1+i)^3
Ou seja: CF3 = C0(1+i)^3 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4)

No período “n”:
CFn = CIn+Jn
Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o capital/saldo em dívida, então: CFn =
CIn + Jn
Como Jn = CIn*i e CIn = CFn-1, então:
CFn = CIn + CIn*i = CFn-1 + CFn-1*i = CFn-1(1+i)
Como CFn-1 = C0(1+i)^n-1, então:
CFn = CFn-1(1+i) = [C0(1+i)^n-1](1+i) = C0(1+i)^n
Ou seja: CFn = C0(1+i)^n que não será o capital inicial do período seguinte porque não
existe período seguinte (é o último período).

Conclusão:

 Os capitais periódicos não são iguais, diferente do regime simples. O capital


inicial do período é igual ao capital final do período anterior:

CI1 ≠ CI2 ≠ CI3 ≠……≠ CIn ou seja, CIk = CFk-1

 O juro produzido em qualquer período é diferente do juro produzido no período


anterior:

J1 ≠ J2 ≠ J3 ≠ ........ ≠ Jn

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 O juro periódico incide sobre o capital em dívida no início desse período (que é o
capital final do período anterior):

Jk = CIk * i = CFk-1 * i = C0(1+r)^k-1 * i

 Os juros produzidos ao longo do processo são entregues juntamente com o capital


inicial no final do processo, isto é, o capital final do processo é igual ao capital
inicial + o juro total produzido durante o processo.

CFn = C0 + JT

 O juro total é igual a diferença entre o capital final do processo e o capital inicial
do processo:

JT = CFn – C0 = C0 (1+i)n – C0 = C0 [(1+i)n – 1]

 O capital final do processo é composto por 3 parcelas, o capital inicialmente


investido, o juro produzido com base no capital inicialmente investido e o juro
produzido pelo juro capitalizado (juro do juro). O juro do juro é igual ao capital
final menos capital inicial e menos a soma dos juros produzidos somente com
base em capital inicial, ou seja:

JJ = Cn – C0 – n * C0 * i.

Por exemplo, no período 2 acima, o J2 = CI2*r, mas como CI2 = CF1 = C0+J1,
então: J2 = (C0+J1)*i = C0*r + J1*i.

Aqui temos i. juros que são calculados com base em capital inicial (C0*i) e ii.
juros que são calculados com base em outro juro (J1*i).

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Assim, o juro sobre juro no período 2 (JJ2) = J2 – C0*i (ou seja, será igual ao juro
produzido no 2 periodo, retirado o juro calculado apenas com base no capital
inicial).

EXEMPLO 1: Num empréstimo de MT 200.000,00, pelo prazo de 6 anos, foi acordada


uma taxa de juro anual de 15%, em regime de capitalização composto. Determine:

a) O juro produzido no 1 e 3 ano;


b) O juro acumulado no final do empréstimo;
c) O capital acumulado no final do empréstimo;
d) O juro sobre juro.

RESULUÇÃO: Dados: Co = 200.000, n = 6, i = 15% composto

a) Jk = CIk*i = CFk-1*i  J1 = CI1*i = 200.000*15% = 30.000

J3 = CI3*i = CF2*i = Co(1+i)2*i = 200.000(1+15%)2*15% = 39.675

O juro do período k é igual ao capital final do período anterior (k-1) multiplicada pela

taxa de juro do período k.

b) JT = Co [(1+i)n -1] = 200.000 [(1+15%)6 -1] = 262.612,1531

O juro acumulado no final do empréstimo é igual ao capital acumulado no final (Cn)

subtraída pelo capital no início do empréstimo (Co).

c) CF = Co + JT = 200.000+262.612,1531 = 462.612,1531 ou

CF = Co(1+i)n = 200.000(1+15%)6 = 462.612,1531

O capital final é igual ao capital inicial adicionado ao juro acumulado no final do

empréstimo.

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d) JJ = JT – C0 – n*C0*i = 462.612,1531 – 200.000 – 6*200.000*15% =

462.612,1531 – 200.000 – 180.000 = 82.612,1531

EXEMPLO 2: Um indivíduo depositou, por 10 anos, MT 40.000,00 numa instituição de


poupança que remunerava a taxa anual composta de 15%. Sabendo que passados 4 anos,
aquela taxa foi alterada para 20% e a partir do 7 ano para 25%, afectando então todo o
capital acumulado. Determine:

a) O montante recebido no final da aplicação;


b) O juro produzido no 5 ano;
c) O juro produzido no 8 ano.

RESULUÇÃO: Dados: Co = 40.000, i1 = 15%, n = 10, i2 = 20%, i3 = 25%

a) Neste exercício, como estamos na presença de várias taxas de juros,

primeiro devemos determinar o valor acumulado nos primeiros 4 anos

em que vigora a taxa de 15%: CF4 = Co(1+15%)4;

Depois temos que calcular o valor acumulado nos 2 anos seguintes em

que vigora a taxa de 20%. No entanto, valor inicial deste período (2

anos) é igual ao valor final dos primeiros 4 anos, assim: CI =

Co(1+15%)4.

CF6 = CI(1+20)2 = Co(1+15%)4(1+20%)2

Por fim, temos que calcular o valor acumulados dos últimos 4 anos,

em que vigora a taxa de 25%. O valor inicial deste último período (4

anos) é igual ao valor final dos primeiros 6 anos, assim CI =

Co(1+15%)4(1+20%)2.

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CF10 = CI(1+25%)4 = Co(1+15%)4(1+20%)2(1+25%)4 =

40.000(1,15)4(1,2)2(1,25)4 = 245.954,0039

b) J5 = CF4*i2 = 40.000(1,15)4*20% = 13.992,05

c) J8 = CF7*i3 = 40.000(1,15)4(1,2)2(1,25)*25% = 31.482,1125

Regime de capitalização “dito simples” – características

É um processo convencional, sem sustentação teórica, e que mais se pratica dada a


facilidade de entendimento, mesmo por pessoas pouco versadas em matemática
financeira. Contém em si características que são relativas ao regime simples e outras que
são relativas ao regime composto.

- O capital inicial de qualquer período é igual ao capital final do período anterior:


CIK = CFK-1 (características do regime composto);
- O juro de qualquer período incide sobre o capital investido no início do processo:
JK = C0 * i (características do regime simples), “ferindo” a 3ª regra da matemática
financeira já referida, fazendo com que não se produzam os juros de juros;

CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1

No período 1 No período 2 No período 3 No período “n”

No período 1:
CF1 = CI1+J1
Mas, como o J1 não sai do processo, então: CF1 = CI1 + J1
Como J1 = C0*i, então:
CF1 = CI1 + C0*i = C0 + C0*i = C0(1+i)
Ou seja: CF1 = C0(1+i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2)

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No período 2:
CF2 = CI2+J2
Mas, como o J2 não sai do processo, então: CF2 = CI2 + J2
Como J2 = C0*i e CI2 = CF1 = C0(1+i), então:
CF2 = CF1+ C0*i = C0(1+i) + C0*i = C0(1+i+i) = C0(1+2*i)
Ou seja: CF2 = C0(1+2*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3)

No período 3:
CF3 = CI3+J3
Mas, como o J3 não sai do processo, então: CF3 = CI3 + J3
Como J3 = C0*i e CI3 = CF2 = C0(1+2*i), então:
CF3 = CF2+ C0*i = C0(1+2*i) + C0*i = C0(1+2*i+i) = C0(1+3*i)
Ou seja: CF2 = C0(1+3*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4)

No período “n”:
CFn = CIn+Jn
Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn
Como Jn = C0*i e CIn = CFn-1=C0[1+(n-1)*i], então:
CFn = CFn-1 + C0*i = C0[1+(n-1)*i] + C0*i = C0[1+(n-1)*i + i] = C0(1+n*i)
Ou seja: CFn = C0(1+n*i) que não será o capital inicial do período seguinte porque não
existe período seguinte (é o último período).

Conclusão:

Os capitais periódicos não são iguais, igual ao regime composto e diferente do


regime simples. O capital inicial do período é igual ao capital final do período
anterior:

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CI1 ≠ CI2 ≠ CI3 ≠……≠ CIn ou seja, CIk = CFk-1

 Os juros produzidos periodicamente são iguais e são todos calculados sobre o


capital inicialmente investido (igual ao regime simples):

J1 = J2 = J3 = ........ = Jn

 O juro periódico incide sobre o capital inicialmente investido:

Jk = C0 * i

- O juro total do processo é igual a pura soma dos juros produzidos ao longo do
processo: JT = ∑ C0*i = n * C0 * i

- O capital final do processo é igual ao capital inicial mais o juro total: CFn = Cn =
C0 + n * C0 * i = C0 (1 + n * i)

- Quando são dadas várias taxas ao longo do processo de capitalização: CFn = Cn =


C0 + J1 + J2 + J3 + Jn = C0 + C0*i1 + C0*i2 + C0*i3 +...+ C0*in =
= C0 (1 + i1 + i2 + i3 +....+ in)

EXEMPLO: Um capital de MT 100.000,00 foi colocado durante 5 anos a render juros a


uma taxa de juro anual de 20%, com os juros (sem juros de juros) pagos no final da
aplicação. Determine:

a) O montante recebido no 1 e 4 ano;


b) O montante recebido no 5 ano.
c) O juro acumulado produzido ao longo do processo.
d) Os juros de juros produzidos ao longo do processo.

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e) O montante recebido no 5 ano, considerando que no primeiro ano vigorou


a taxa de 20%, no segundo 21%, terceiro 22%, quarto 24% e no quinto
ano 25%.

RESOLUÇÃO:

a) Não é possível determinar o montante recebido periodicamente uma vez

que neste regime os juros são acumulados e entregues no final do

processo.

b) O montante recebido no 5 ano (último período) é o capital final, ou seja:

CF = CI (1+n*r) =100.000 (1+5*20%) =200.000.

c) JT = n * C0 * r = 5*100.000*20%=100.000,00.

d) Neste regime não há lugar a produção de juros de juros.

e) CF= C0 (1 + r1 + r2 + r3+..+rn)=100.000*(1+21%+22%+23%+24%+25%)=

= 215.000

Regime misto – Características

É uma situação em que ou funcionam os regimes composto e simples em simultâneo ou


funcionam os regimes dito simples e simples em simultâneo. Implica que uma parte de
juros seja retirado do processo e o remanescente seja recapitalizado ou simplesmente
acumulado.

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Duas hipóteses podem acontecer neste tipo de regime:

1. Tratar-se de levantamento de uma parte de juros e a parte remanescente ser


recapitalizado ou acumulado; o processo continuará até ao penúltimo período
e sendo que no último período levantar-se-á a totalidade dos juros juntamente
com o montante acumulado no início desse último período.

2. Tratar-se de pagamento de imposto pela retenção na fonte – implica que


apenas serão recapitalizados ou acumulados uma parte de juros até ao final do
processo de capitalização.

Se considerarmos:
α – percentagem dos juros pagos/retirados (que saem do processo); e
β – percentagem dos juros remanescentes (retidos/mantidos no processo)
α + β = 1 ou α + β = 100%

Fórmulas para a 1ª Hipótese:

Regime Composto, com pagamentos periódicos de parte de juros


Cn = C0 (1 + β*r)n-1*(1+r) Capital Final
JK = C0 (1 + β*r)k-1* r Juro Periódico Produzido
JKα = α * C0 (1 + β*r)k-1* r Juro Periódico Pago
JKβ = β * C0 (1 + β*r)k-1* r Juro Periódico Retido

Graficamente (regime composto com pagamento parcial de juros):

CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1

No período 1 No período 2 No período 3 No período “n”

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No período 1:
CF1 = CI1+J1
Mas, como do J1 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J1” é retirado) então só
ficará “β*J1”, assim: CF1 = CI1 + β*J1 = C0 + β*C0*i = C0(1+ β*i)
Ou seja: CF1 = C0(1+ β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2)

No período 2:
CF2 = CI2+J2
Mas, como do J2 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J2” é retirado) então só
ficará “β*J2”, assim: CF2 = CI2 + β*J2
Como CI2 = CF1 = C0(1+ β*i), e J2 = CI2*i=CF1*i = C0(1+ β*i) * i, então:
CF2 = C0(1+ β*i) + β*C0(1+ β*i)*i = C0(1+ β*i)(1+ β*i) = C0(1+ β*i)^2
Ou seja: CF2 = C0(1+ β*i)^2 que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3)

No período 3:
CF3 = CI3+J3
Mas, como do J3 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J3” é retirado) então só
ficará “β*J3”, assim: CF3 = CI3 + β*J3
Como CI3 = CF2 = C0(1+ β*i)^2, e J3 = CI3*i=CF2*i = C0(1+ β*i)^2 * i, então:
CF3 = C0(1+ β*i)^2 + β*C0(1+ β*i)^2 *i = C0(1+ β*i)^2(1+ β*i) = C0(1+ β*i)^3
Ou seja: CF3 = C0(1+ β*i)^3 que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = CI4)

No período “n”:
CFn = CIn+Jn
Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o capital/saldo em dívida, então: CFn =
CIn + Jn
Como Jn = CIn*i (no último período não pagamento parcial do juro) e CIn = CFn-1, então:
CFn = CIn + CIn*i = CFn-1 + CFn-1*i = CFn-1(1+i)
Como CFn-1 = C0(1+ β*i)^n-1, então:

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CFn = CFn-1(1+i) = [C0(1+ β*i)^n-1](1+i) = C0(1+ β*i)^n-1(1+i)


Ou seja: CFn = C0(1+ β*i)^n-1(1+i) que não será o capital inicial do período seguinte
porque não existe período seguinte (é o último período).

Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de juros


Cn = C0 [1 + (n-1)β*r+r] Capital Final
JK = C0*r Juro Periódico Produzido
JKα= C0*r*α Juro Periódico Pago
JKβ= C0*r*β Juro Periódico Retido

Graficamente (regime dito simples com pagamento parcial de juros):

CI1=C0 CI2=CF1 CI3=CF2 CIn=CFn-1

No período 1 No período 2 No período 3 No período “n”

No período 1:
CF1 = CI1+J1
Mas, como do J1 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J1” é retirado) então só
ficará “β*J1”, assim: CF1 = CI1 + β*J1 = C0 + β*C0*i = C0(1+ β*i)
Ou seja: CF1 = C0(1+ β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF1 = CI2)

No período 2:
CF2 = CI2+J2
Mas, como do J2 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J2” é retirado) então só
ficará “β*J2”, assim: CF2 = CI2 + β*J2
Como CI2 = CF1 = C0(1+ β*i), e J2 = β*C0*i, então:
CF2 = C0(1+ β*i) + β*C0*i = C0(1+ β*i + β*i) = C0(1+ 2*β*i)
Ou seja: CF2 = C0(1+ 2*β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF2 = CI3)

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No período 3:
CF3 = CI3+J3
Mas, como do J3 uma parte dos juros são retirados (ou seja, “α*J3” é retirado) então só
ficará “β*J3”, assim: CF3 = CI3 + β*J3
Como CI3 = CF2 = C0(1+ 2*β*i), e J3 = β*C0*i, então:
CF3 = C0(1+ 2*β*i) + β*C0*i = C0(1+ 2*β*i + β*i) = C0(1+ 3*β*i)
Ou seja: CF2 = C0(1+ 3*β*i) que será o capital inicial do período seguinte (CF3 = C4)

No período “n”:
CFn = CIn+Jn
Mas, como o Jn sai do processo juntamente com o saldo em dívida, então: CFn = CIn + Jn
Como Jn = C0*i e CIn = CFn-1=C0[1+ β*(n-1)*i], então:
CFn = CFn-1 + C0*i = C0[1+ β*(n-1)*i] + C0*i = C0[1+ β*(n-1)*i + i]
Ou seja: CFn = C0[1+ β*(n-1)*i + i] que não será o capital inicial do período seguinte
porque não existe período seguinte (é o último período).

Fórmulas para a 2ª Hipótese:

Nesta hipótese apenas a fórmula de cálculo do capital final (ou acumulado) é que muda, o
resto mantém-se inalterado, ou seja:

Cn = C0 (1+ β*r)n para o Regime Composto, com pagamentos periódicos de parte de juros
Cn = C0 (1 + nβ* r) para o Regime Dito Simples, com pagamentos periódicos de parte de
juros

EXEMPLO: Num empréstimo de MT 200.000,00 pelo prazo de 6 anos, foi acordada


uma taxa de juro anual de 15%, em regime de capitalização composto. Considerando que
30% dos juros periódicos saem do processo, sendo a restante capitalizada, determine:

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a) O juro produzido no 1 e 4 ano;


b) O juro pago no 1 e 4 ano;
c) capital acumulado no final do empréstimo

RESOLUÇÃO: Dados: Co = 200.000, n = 6, i = 15%, α = 30%, β = 70%

a) Jk = Co(1+β*i)k-1*i

 J1 = Co(1+0,7*15%)1-1*15% = Co*15% = 200.000*15% = 30.000

J4 = Co(1+0,7*15%)4-1*15% = 200.000(1+0,7*15%)3*15% =

40.476,98

Aqui pretende-se determinar o montante de juro produzido periodicamente (a soma do

juro pago e o juro retido).

b) J1pago = α* J1produzido = 30%*30.000 = 9.000

J4pago = 30%*J4produzido = 30%*40.476,98 = 12.143,09

Neste caso, pretende-se saber o valor do juro que foi pago, ou seja, do montante de juro

produzido qual o montante que foi pago no primeiro e no quarto ano.

c) CF6 = CI6+Jult = CI6+CI6*i = CF5+CF5*i = Co(1+β*i)5+Co(1+β*i)5*i =

Co(1+β*i)5(1+*i) = 200.000(1+0,7*15%)5(1+15%) = 378.912,7562

NOTA:

Para se determinar o capital final (ou acumulado) neste regime misto é necessário

considerar que em todos os períodos (excepto o último), a taxa de juro será

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multiplicada pela percentagem dos juros que ficam retidos no processo (β). No

último período, o juro é calculado com base na totalidade da taxa de juro.

Regimes de Capitalização – Quadro Resumo

Simples Composto Dito simples


CIK C0 CFK-1 CFK-1
JK C0 * i CIK * i C0 * i
CFn C0 (1+i) C0 (1+i)n C0 (1+n*i)
JT ------- C0 [(1+i)n-1] C0 * n * i
JJ ------- Cn - C0 - C0 * n * i --------

NOTA:
 n, i (ou seja, o tempo e a taxa de juro) devem vir expressos na mesma
unidade de tempo que é o período de capitalização, ou seja, se período de
capitalização for mensal, n e i, deverão vir expressos em meses (ou seja,
devem ser convertidos para meses); se o período de capitalização for anual, n
e i, deverão vir expressos em anos (ou seja, devem ser convertidos para anos).

Cálculo do juro quando o tempo vem dado em dias (e a taxa de juro é anual):

C0 * t * r t
J= , onde n = para o ano civil e dividir por 360 para o ano comercial
365 365

Cálculo do juro quando o tempo vem dado em meses (e taxa de juro é anual):

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C0 * t * r t
J= , onde n =
12 12

Deve-se utilizar o ano comercial (360) somente quando for indicado, pois que, nos casos
em que nada se diz, utiliza-se o ano civil (365).

NOTA IMPORTANTE:

 Na presença de um exercício, o primeiro passo será identificar o período de


capitalização (ou seja, o período de formação de juros). ESTE DEVE SER O
NOSSO PRIMEIRO DADO.
 Para este primeiro capítulo, se não nos derem o período de capitalização,
subentende-se que este coincide com o período da taxa de juro, ou seja, se a
taxa de juro for anual o período de capitalização será anual, se for trimestral
o período de capitalização também será trimestral.
 Se não nos derem o período da taxa de juro, subentende-se que o período é
anual.

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EQUIVALÊNCIA DE TAXAS DE JURO

- Introdução. Disparidade entre o período da taxa e o período de capitalização


- Taxas equivalentes e taxas proporcionais
- Taxas efectivas e taxas nominais
- Processo de capitalização com um número não inteiro de períodos de
capitalização: solução prática e solução teórica.

Assumimos até aqui que o período de capitalização coincide com o período de referência
da taxa de juro, mas nem sempre isto ocorre, situação há em que a taxa de juro vem dada
numa unidade de tempo diferente do período de capitalização.

Exemplo: Investimos MT 10.000,00, no processo de capitalização composto, a taxa de


juro de 10% ao ano, com capitalização semestral e durante um ano.

Neste caso, a taxa de juro dada é de período anual e a capitalização faz-se ao semestre. A
questão que se coloca é de como capitalizar ao semestre com uma taxa anual?

A disparidade entre o período de capitalização e o de referência da taxa de juro, leva-nos


a questão de equivalência de taxas de juros e considerando o nosso exemplo, teríamos
que procurar uma taxa de juro de período semestral – período de capitalização – que
fosse equivalente a taxa anual de 10%.

A priori diríamos que a taxa semestral procurada é de 5% e obtida da seguinte forma:


0,5ano * 10%
1 ano ----------- 10% X= = 5% ao semestre
1ano
½ ano ----------- X

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Considerando o conceito de equivalência de taxas, que diz que “duas taxas de juro
referidas a períodos diferentes (uma anual ou maior e outra subanual ou menor) dizem-se
equivalentes, quando aplicadas ao mesmo capital inicial e para a mesma duração do
processo de capitalização produzem o mesmo valor acumulado.

Considerando o nosso exemplo e tomando a taxa de 10% ao ano e o tempo em um ano, e


usando o conceito de equivalência de taxas, teremos para valor acumulado:

CF1ano = 10.000 (1+10%) = 11.000

Tomando a taxa de 5% ao semestre e o tempo em semestre (2 semestres = 1 ano – a


mesma duração), teremos para valor acumulado:

CF2 sem = 10.000 (1+5%)2 = 11.025

Comparando os dois valores acumulados, concluímos que estes são diferentes e onde
então podemos dizer que a taxa de 10% ao ano não é equivalente a taxa de 5% ao
semestre.

Posto isto, qual é então a taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%?

Considerando o conceito de equivalência de taxas acima referido e representando i’ a taxa


semestral equivalente a taxa anual de 10%, podemos estabelecer a equivalência de taxas
com base na equação abaixo:

CF1ano = CF2sem
10.000 (1+10%) = 10.000 (1+i’)2
(1+10%)=(1+i’)2
i’ = (1+10%)1/2 – 1 = 4,88% (taxa semestral equivalente a taxa anual de 10%)

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Se 4,88% é a taxa semestral equivalente, que tipo de taxa é então a taxa de 5%?

A taxa de 5% foi obtida com recurso a proporcionalidade directa, donde é designada por
taxa proporcional.

Assim, podemos concluir que entre duas taxas referidas a períodos diferentes (uma taxa
anual ou maior e outra subanual ou menor), podemos encontrar dois tipos de relações:
relação de equivalência e a relação de proporcionalidade.

Atenção: tem que ser taxas de períodos diferentes (uma deve ser maior que outra).

Fórmulas

Seja:
i  taxa anual (ou maior) equivalente
i(m)  taxa anual (ou maior) proporcional, composta m meses durante o ano
Exemplos:
i(2) = taxa anual proporcional, composta semestralmente (duas vezes ao
ano)
i(4) = taxa anual proporcional, composta trimestralmente (quatro vezes ao
ano)
i(12) = taxa anual proporcional, composta mensalmente (doze vezes ao ano)
im  taxa subanual (ou menor) reportada ao período que corresponde a 1/m do ano.
Exemplos:
i2 = taxa semestral
i4 = taxa trimestral
i12 = taxa mensal

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Considerando que entre a taxa i e a taxa im existe uma relação de equivalência e tomando
em atenção o conceito de equivalência de taxas, teremos a seguinte equação de
equivalência:

C0 (1+i) = C0 (1+im)m

(1+i) = (1+ im)m Esta é a equação de equivalência de taxas.

Onde:
m = é o número de vezes que o período da taxa subanual (ou menor) cabe no período da

taxa anual (ou maior), ou seja: m =

Atenção: a equação de equivalência acima, apenas aceita taxas equivalente (não


aceita taxas proporcionais ou nominais).

Considerando que entre a taxa i(m) e a taxa subanual im, existe uma relação de
proporcionalidade, teremos a seguinte equação de proporcionalidade

i(m) --------------------- 1 ano


im -------------------- 1/m do ano

im = Esta é a equação de proporcionalidade de taxas.

Onde:

m = é o número de vezes que o período da taxa subanual (ou menor) cabe no período da

taxa anual (ou maior), ou seja: m =

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Atenção: a equação de proporcionalidade acima, apenas aceita taxas proporcionais


(não aceita taxas equivalentes).

Taxas efectivas e nominais

Quando a relação que existe entre a taxa anual (ou maior) i e a taxa subanual (ou menor)
im for de equivalência, é indiferente trabalhar com a taxa anual i (contando o tempo em
anos) ou trabalhar com a taxa subanual im (contando o tempo em meses) pois obtém-se o
mesmo valor acumulado. Assim, podemos concluir que se i e im são equivalentes,
então ambas são efectivas (portanto, taxas equivalentes são efectivas).

No entanto, se ao invés de uma relação de equivalência, tiver uma relação de


proporcionalidade entre a taxa i(m) e im, então teremos uma taxa efectiva (que é aquela
cujo período coincide com o período de capitalização), e a outra designa-se por taxa
proporcional ou nominal.

Outros Conceitos de Taxas

Taxas ilíquidas e taxas líquidas

Chama-se taxa ilíquida (ou bruta) à taxa que não leva em consideração a existência de
impostos sobre os juros produzidos e a taxa líquida que já reflete o efeito da fiscalidade.

Regra geral, sempre que há juro, há imposto. Este imposto é normalmente determinado
aplicando uma taxa (t) ao montante do juro produzido, pelo que o beneficiário fica apenas
com o restante do juro periódico produzido (a outra parte vai para o Estado).

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Fórmula:
Seja:
iliq  taxa de juro líquida
iiliq  taxa de juro ilíquida (ou bruta)
t  taxa de imposto2

Assim teremos  iliq = iiliq(1- t)

Taxas correntes e taxas reais

Chama-se taxa corrente à taxa que não leva em consideração o efeito correctivo da
inflação e a taxa real aquela que já reflecte essa correcção.

Existe inflação num dado período quando nesse período o nível geral de preços sobe.

Portanto, quando a taxa de juro real for inferior a taxa de juro corrente significa que, em
termos reais, o poder de compra se deteriore. Por outro lado, quando a taxa de juro real
for superior a taxa de juro corrente significa que, em termos reais, o poder de compra seja
maior.

Fórmula:

Seja:
i  taxa de juro corrente (anual)
iz  taxa de juro real (anual)
z  taxa de inflação

2
É chamada de taxa liberatória, na medida em que “libera” o beneficiário da obrigação de incluir esses
rendimentos na sua declaração anual de rendimentos
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1 i
Assim, teremos  iz3 = 1
1 z

Como se chegou a esta fórmula?

Através da expressão abaixo:


1 i 1 i
C0(1+i) = C0(1+z)(1+iz)  (1+i) = (1+z)(1+iz)  (1+iz) =  iz = 1
1 z 1 z

Vejamos, agora, o que sucede para n períodos de tempo, se as taxas forem variáveis
período a período. Aqui deve-se determinar a taxa real média para o prazo da aplicação e
que notaremos por i’z. Logo, vem que:

C0(1+i1)*….*(1+in) = C0(1+z1)*….*(1+zn)(1+iz)

Donde resulta que:

(1  i 1 ) * .... * (1  i n )
iz = 1
(1  z 1 ) * .... * (1  z n )

Exemplo 1: Dada a taxa anual efectiva de 10%, calcule a taxa equivalente de período
bimestral.
Dados:
i = 10% anual (1 + i) = (1 + im)m
i6 = ? bimestral (1 + 10%)= (1 + i6)6
m = 12/2 = 6 (1,1)1/6 - 1 = i6
i6 = 1,6%

3
Deve perceber-se que, em rigor, a taxa real não é igual à diferença entre a taxa corrente e a taxa de
inflação conforme vem nalguns manuais de economia
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E é a taxa equivalente para o período de 7 meses?


Dados:
i = 10% anual (1 + 10%) = (1 + i12/7)12/7
i12/7 = ? (7 meses) i12/7 = (1,1)7/12 – 1
m = 12/7 i12/7 = 5,72%

Exemplo 2: Um depósito no montante de MT 8.000,00 esteve colocado durante 2 anos,


em regime de juro composto, à taxa de 6%. Qual será o valor real dos juros produzidos,
sabendo que no primeiro ano a taxa de inflação foi de 3% e de 1,75% no segundo ano?

Dados:
C0 = 8.000
i = 6%
z1 = 3%
z2 = 1,75%

Vamos calcular o juro, considerando à taxa real média para o prazo da aplicação. Assim
sendo, vem que:

(1  6%) 2
iz =  1  iz = 7,2%
(1  3%)(1  1,75% )

Podemos, agora, calcular o montante dos juros. E sendo que a taxa obtida anteriormente
se reporta a todo o prazo da aplicação, o montante total dos juros pode ser obtido
multiplicando esta taxa pelo valor de C0. Donde resulta que:

Jz (juro real) = iz*C0 = 7,2%*8.000 = 576,00

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Exemplo 3: Qual o capital final real líquido de um capital de MT 100.000,00 que esteve
aplicado a prazo em regime de juro composto, durante 5 anos, sabendo que:
- Produziu, durante os 3 primeiros anos, juros à taxa de 8%, tendo sido de 6% a
taxa praticada nos 2 últimos;
- Do 1º ao 5º ano da aplicação se observou uma taxa de inflação da ordem dos
6,75%, 4,5%, 5% e 6,5%, respectivamente?

Considere uma taxa liberatória de 20%.

Resolução:

Determinar o capital final real líquido implica considerar, em simultâneo, os efeitos da


fiscalidade e da inflação.

Assim, os juros vão capitalizar à taxa líquida, isto é, 6,4% (=8%*80%) nos 3 primeiros
anos e 4,8% (=6%*80%) nos 2 últimos.

O capital final real líquido será determinado da seguinte forma:

(1  i 1 ) 3 (1  i 2 ) 2
CFRL = C0*
(1  z 1 )(1  z 2 )(1  z 3 )(1  z 4 )(1  z 5 )

Enquanto que as taxas constantes no numerador nos permitem apurar o valor líquido do
capital, no denominador consideramos o efeito resultante da perda do poder de compra da
moeda. Logo,

(1  6,4% ) 3 (1  4,8%) 2
CFRL = 100.000* = 99.115,28
(1  6,75% )(1  4,5% )(1  5% )(1  7% )(1  6,5% )

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O capital final real líquido é inferior ao seu valor inicial, donde resulta que a
rendibilidade auferida por este investimento, ao longo dos 5 anos, não foi suficiente para
compensar os efeitos das elevadas taxas de inflação, sendo que deverá ser procurado uma
aplicação alternativa.

 DADA UMA TAXA DE JURO ANUAL EFECTIVA, COMO PODEMOS


OBTER UMA TAXA DE JURO NOMINAL REFERIDA PARA O MESMO
PERÍODO, OU SEJA, COMO PODEMOS OBTER A TAXA DE JURO ANUAL
NOMINAL?

Taxa de juro Taxa de juro


anual efectiva anual nominal

Taxa de juro em que o


seu período coincide
Equivalência com o período de Proporcionalidade
capitalização.

RESPOSTA: Como as equações de equivalência e de proporcionalidade apenas aceitam


taxas de períodos diferentes (uma maior e outra menor), então não vai ser possível
calcular taxa anual nominal directamente da taxa anual efectiva (pois ambas tem o
mesmo período, são ambas anuais). Assim, dada uma taxa de juro anual efectiva, para se
obter uma taxa de juro anual nominal, primeiro temos que achar a taxa de juro em que o
seu período coincide com o período de capitalização (conforme a figura imediatamente
acima). Ou seja, se a capitalização for ao semestre (por outras palavras, se a formação do
juro for semestral) então, devemos achar primeiro a taxa de juro semestral.

Portanto:

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1. Se a taxa dada for anual efectiva, primeiro temos que calcular a taxa subanual usando
a equação de equivalência. E depois a partir dessa taxa subanual podemos calcular a
taxa anual nominal usando a equação de proporcionalidade;
2. Mas, se a taxa dada for anual nominal, primeiro temos que calcular a taxa subanual
usando a equação de proporcionalidade. E depois a partir dessa taxa subanual
podemos calcular a taxa anual efectiva usando a equação de equivalência.

PROCESSOS DE CAPITALIZAÇÃO COM UM NÚMERO NÃO INTEIRO DE


PERÍODOS DE CAPITALIZAÇÃO – REGIME COMPOSTO.

Seja um processo de capitalização com n períodos inteiros de capitalização, mais uma


fracção x cuja duração é inferior ao período p de capitalização.

Expressando o período não inteiro x em fracção de período inteiro p, teremos x/p e para o
nosso processo de capitalização n + x/p períodos de capitalização.

No período de capitalização p (período inteiro) vigora a taxa i, e se o nosso processo


tivesse só n períodos inteiros, o valor acumulado seria obtido com base na formula Cn =
C0 (1 + i)n, mas acontece que para além dos n períodos, temos um período não inteiro x/p,
donde que o valor acumulado do processo será ser igual ao valor acumulado dos n
períodos inteiros mais o juro do período não inteiro x/p. Ou seja,

Cn+x/p = Cn + Jx/p
Cn = C0 (1 + i)n e Jx/p = CIx/p * ix/p
Como CIx/p = Cn então
Cn+x/p = C0 (1+i)n + C0 (1+i)n * rx/p
= C0 (1+i)n (1+ix/p)

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Neste tipo de problemas, normalmente é conhecido a taxa do período inteiro (i), mas não
é conhecido a taxa do período não inteiro. Como não é conhecido, deve ser calculado.
Mas, para calcular temos que saber que tipo de relação existe entre a taxa de período
inteiro (i) e taxa de período não inteiro (ix/p)?

a) Se a relação for de equivalência (a solução é teórica)

Ou seja, neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa equivalente,
donde a taxa subanual (a não inteira) é obtida por recurso a equação de equivalência de
taxas. Assim:

Dados:
i = taxa do período inteiro
ip/x = ? taxa do período não inteiro
m = p/x (onde p é o período da taxa inteira ou maior e x é o período da taxa não inteira ou
menor)

(1+i)=(1+ip/x)p/x Donde ip/x = (1+i)x/p – 1

Assim, Cn+x/p = C0 (1+i)n (1+ip/x) = C0 (1+i) [1+(1+i)x/p – 1] = C0 (1+i)n (1+i)x/p


= C0 (1+i)n+x/p

b) Se a relação for de proporcionalidade (a solução é prática)

Ou seja, neste caso, toma-se que no período não inteiro vigora uma taxa proporcional,
donde a taxa subanual (não inteira) é obtida por recurso a equação de proporcionalidade
de taxas.

Assim:

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ip/x =

x
Assim, Cn+x/p = C0 (1+i)n (1+ip/x) = C0 (1+i)n (1+ * i)
p

NOTA: Nas duas relações acima, devemos assegurar que o período da taxa i (taxa
inteira) seja igual ao período de capitalização. Desse modo, a taxa i (inteira) será
uma taxa de juro simultaneamente efectiva e nominal, pelo que com essa taxa é
possível usar na equação de equivalência como na equação de proporcionalidade.

CASO DE REGIME PURAMENTE SIMPLES

No regime simples, vimos que o juro é pago no final de cada período da sua
formação/produção e no final do processo o devedor tem a pagar o capital inicialmente
obtido mais o juro do último período. O último período, é neste caso o período não inteiro
(x/p), donde:

C n+x/p = C0 + Jx/p e Jx/p = C0 * rp/x, onde Cn+x/p = C0 + C0 * ip/x = C0 (1+ip/x)

a) Se a relação for de equivalência (solução teórica):

A taxa subanual será ip/x = (1+i)x/p – 1

E o Cn+x/p = C0 [1+(1+i)x/p -1] = C0 (1+i)x/p

Ou seja, Cn+x/p = C0 (1+i)x/p

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b) Se a relação for de proporcionalidade (solução prática):

x
A taxa subanual (ou taxa de período não inteiro) será ip/x = *i
p
x
E o Cn+x/p = C0 (1+ * i)
p

NOTA: Nas duas relações acima, devemos também assegurar que o período da taxa
i (taxa inteira) seja igual ao período de capitalização. Desse modo, a taxa i (inteira)
será uma taxa de juro simultaneamente efectiva e nominal, pelo que com essa taxa é
possível usar na equação de equivalência como na equação de proporcionalidade.

EXEMPLO: Um capital de MT 80.000,00, esteve colocado durante 10 anos e 11 meses,


num processo de capitalização composto de período trimestral, a taxa de juro anual
nominal de 20%. Determine o capital acumulado, considerando para eventual fracção do
período de capitalização:

a) Taxa proporcional;
b) Taxa equivalente.

RESOLUÇÃO: Dados: Co = 80.000, n = 10 anos e 11 meses, im = 20%

a) Primeiro passo é identificar o período de capitalizacapo. Neste

exercício é trimestral.

Depois calcular a taxa que coicide com o período de capitalização, ou

seja, a taxa trimestral (essa taxa é simultaneamente efectiva e nominal.

É a taxa que calcula juros):

20%
i4 = = 5%
4
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Depois converter o tempo para o período de capitalização, ou seja,

para trimestres:

2
n = 43 + trimestres
3

Teremos 43 periodos inteiros e um período não inteiro (2/3)

Por fim, calcular o valor acumulado usando a fórmula da solução

prática:

Cn+x/p =Co(1+i)n(1+x/p*i) = 80.000(1+5%)43(1+2/3*5%) = 673.705,80

b) Nesta alínea, é só calcular o valor acumulado usando a fórmula da

solução teórica:

Cn+x/p = Co(1+i)n+x/p = 80.000(1+5%)43+2/3 = 673.528,60

EXEMPLO: Um capital de MT 10.000,00 foi colocado durante 3 anos e 5 meses, num


processo de capitalização simples, a taxa de juro anual nominal de 15% (capitalização
trimestral). Calcule o valor no final do processo, considerando que na eventual fracção do
período, vigorou:
a) Solução teórica (taxa equivalente);
b) Solução prática (taxa proporcional).

RESULUÇÃO: Dados: Co = 10.000, n = 3 anos e 5 meses, i(4) = 15%, i4 = ?

a) i4 = 15%/4 = 3,75%

Cn+x/p = Co(1+i)x/p = 10.000(1+3,75%)2/3 = 10.248,50

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b) Cn+x/p = Co(1+x/p*i) = 10.000(1+ 2/3*3,75%) = 10.250,00

DESCONTOS

- Introdução
- Desconto Simples: Desconto por Fora e Desconto por Dentro
- Desconto Composto
- Desconto bancário de letras e livranças

Até aqui temos analisado processos de capitalização que vão do início até ao vencimento
dos mesmos, mas nem sempre isso ocorre, situação há em que quer por necessidade do
devedor como do credor os processos são interrompidos antes do seu vencimento, quando
faltam t períodos do processo por cumprir.

Perante esta situação, quanto é que o devedor terá que pagar na data da antecipação? Ou
ainda, do ponto de vista do credor, quanto ele irá receber na data da antecipação?

Cn = valor nominal da dívida


Cn-t = valor actual da dívida
n-t = momento da antecipação da dívida
t = número de períodos que faltam por vencer

Na data da antecipação, o devedor irá pagar o valor actual da dívida, isto é, o valor
nominal da dívida actualizado ou descontado para o momento da antecipação.
Designando por Desconto, o encargo que o credor suporta pelo recebimento antecipado
da dívida e representando por D, podemos concluir que o valor actual da dívida (Cn-t) é
igual ao valor nominal da dívida (Cn) deduzido do montante de Desconto (D):

Cn-t = Cn – D
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Donde virá para Desconto: D = Cn – Cn-t

Dissemos que o valor actual da divida resulta da actualização ou desconto do valor


nominal pelos t períodos que faltam por vencer. Para fazer a actualização ou desconto
teremos de pressupor a existência de um processo de capitalização implícito que vai
correr do momento do vencimento da dívida (n) e o momento da antecipação (n-t).

Esta capitalização poderá ser feita recorrendo ao regime dito simples ou ao regime
composto. O caso de regime puramente simples, deixa de ter relevância dado que neste
regime o capital em dívida em qualquer momento corresponde ao valor inicialmente
cedido mais o juro do período vencido.

Ao Desconto realizado com base no regime dito simples, designa-se por Desconto
Simples e ao realizado com base no regime composto designa-se por Desconto
Composto.

Desconto Simples

Tem como base o regime de capitalização dito simples e corresponde ao juro dito simples
referente aos t períodos que faltam por cumprir, e pode ser calculado com base no valor
actual da divida ou com base no valor nominal da dívida.
Desconto por Dentro ou Racional – neste caso o desconto corresponde ao juro dito
simples calculado com base no valor actual da dívida:

DD = JDS = Cn-t * t * r

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Acontece que no momento da actualização, não conhecemos o valor actual da dívida,


pelo que devemos procurar uma fórmula que nos permita determinar o valor do desconto
com base no valor nominal da dívida.

Sabendo que:

D = Cn – Cn-t e D = DD = Cn-t * t * r, então Cn – Cn-t = Cn-t * t * r


Cn
 Cn = Cn-t (1+t * r)  Cn-t = (Fórmula de cálculo do valor actual com base no
1 t *r
valor nominal).

Cn C *t*r
Assim, como DD = Cn-t * t * r e Cn-t = , então DD = n (Fórmula de cálculo
1 t *r 1 t *r
do desconto por dentro, com base no valor nominal).

Desconto por Fora ou Comercial – É o que mais se pratica e toma como base o valor
nominal da dívida, ou seja, o desconto corresponde ao juro dito simples calculado com
base no valor nominal:

DF = JD S= Cn * t * r

Para calcular o valor actual, sabemos a priori que:

D = Cn – Cn-t e DF = Cn * t * r, então Cn * t * r = Cn – Cn-t


Assim, Cn-t = Cn (1 - t * r) (Fórmula de cálculo do valor actual com base no valor
nominal).

Nota:

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Tanto o desconto por fora como por dentro são utilizados para períodos de tempo curtos,
geralmente inferiores a 1 ano. Normalmente a taxa de juro que nos é dada é de período
anual pelo que nos casos em que o tempo vem dado em meses ou dias deve-se dividir o t
por 12 quando o tempo vem dado em meses e por 365 ou 360 quando o tempo vem dado
em dias.
Desconto Composto

Utiliza o regime de capitalização composto.

O valor actual é calculado com base na actualização do valor nominal nos moldes do
regime de capitalização composto:

Cn-t = Cn (1+r)-t

Sabendo que:

D = Cn – Cn-t e que Cn-t = Cn (1+r)-t, então D = Cn – Cn (1+r)-t  D = Cn [1-(1+r)-t]

Desconto de títulos de crédito

A emissão de títulos de crédito (letras e livranças) ocorre, no contexto da actividade


comercial, essencialmente devido a 2 razões:

1. A emissão de um título de crédito justifica-se perante a ausência de uma forte


relação de confiança entre o devedor e o credor. Em caso de incumprimento, a
posse do título permite ao credor mover uma acção contra o devedor;
2. Mesmo havendo confiança, a existência de um título de crédito possibilita a sua
apresentação a desconto junto de uma instituição bancária (desconto bancário),
que adianta ao credor os fundos correspondentes à dívida titulada. Acresce ainda

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que os títulos podem ser endossados (desse modo, os próprios títulos funcionam
como meios de pagamento, uma vez que o direito ao crédito é transferido para
outrem).

Letras – Conceito e Características

A letra é um título de crédito pelo qual uma pessoa (sacador/credor) ordena a outra
(sacado/devedor) que lhe pague a si próprio ou a um terceiro (tomador/beneficiário) uma
determinada importância, em determinada data.
Para além dos intervenientes acima apontados – sacador, sacado e tomador ou
beneficiário – outros poderão surgir no contexto da emissão e da negociação de uma
letra:
 Aceitante – o sacado após ter reconhecido o saque e assinado a letra;
 Endossante – pessoa que transfere os seus direitos por intermédio do acto de
endosso;
 Endossado – aquele a quem são transmitidos os direitos pelo endossante;
 Cedente – pessoa que apresenta a letra ao banco para desconto.

Desde a emissão da letra até ao seu vencimento, duas situações podem ocorrer:

1. A letra pode permanecer em carteira ou na fonte, isto é, na posse do sacador ou


daquele a quem o título foi endossado até ao vencimento. No vencimento,
compete ao devedor proceder à liquidação do montante em dívida junto do
beneficiário (ou sacador), sem que haja intervenção directa de uma entidade
bancária;
2. A letra pode ser apresentada a desconto junto de uma entidade bancária, nos casos
em que o sacador (ou da pessoa cuja posse da letra se encontra) necessite de
fundos antes do vencimento. A entidade bancária credita na conta à ordem do
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cedente o valor líquido da operação, já deduzidos os encargos inerentes ao


desconto.

Desconto de letras

No desconto de letras, designaremos por desconto bancário a totalidade de encargos a


deduzir ao valor nominal do título. Quais são esses encargos?

 O juro ou o desconto propriamente dito (calculado segundo as regras do desconto


comercial simples, também designado por desconto por fora) – vamos representar
por DF;
 A comissão de cobrança, que é uma percentagem ou permilagem que incide, em
regra, sobre o valor nominal da letra. No fundo é o preço de um serviço prestado
pelo banco e varia de banco para banco, de acordo com factores como o local de
pagamento diferente do local de desconto da letra, etc – vamos representar por α.
 Imposto de selo, que é um encargo fiscal, imposto por lei (ao contrário do juro,
comissão de cobrança e portes que são receita do banco, o imposto de selo é
receita do Estado). Incide sobre o somatório do montante dos juros (desconto por
fora) e da comissão de cobrança) – vamos representar por I;
 Portes, à semelhança do que sucede com as comissões de cobrança, o valor de
portes depende do estabelecido na tabela de preços de cada banco, muito embora
sejam, em regra, de montante reduzido. Destinam-se a cobrir despesas de correio
e/ou de comunicação associadas ao desconto da letra. O seu montante é fixo por
letra, sendo também frequente a isenção do pagamento para determinados
segmentos da clientela – vamos representar por P.

NOTA:

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A prática bancária permite que as letras sejam liquidadas nos 2 dias posteriores ao
seu vencimento.

Assim,

DB = Juros + Comissão de Cobrança + Imposto de Selo + Portes.


DB = DF + C + IS + P
DB = (DF + C)(1 + I) + P
DB = (Cn * t * r + α*Cn)(1+I) + P
DB = Cn(t * r + α)(1+I) + P

As vendas crédito e o cálculo do valor nominal da letra

As vendas quanto a modalidade de pagamento poderão ser a pronto ou a crédito e no caso


das vendas a crédito estas poderão levar a emissão de letras e livranças.
Na emissão desses títulos de crédito em geral, e da letra em particular, um dos princípios
a que se deve obedecer é a inclusão do valor da dívida a pagar na data do vencimento. Na
determinação deste montante, temos que ter em conta um dos dois pressupostos, como
vimos atrás:

1. A letra é emitida pressupondo o seu imediato desconto junto ao banco. Neste


caso quem concede efectivamente o crédito é o banco, pois que o
vendedor/sacador realiza de imediato por recurso ao desconto bancário o valor do
preço de pronto pagamento. Nesta opção podemos encontrar duas alternativas:

a) Emissão de uma só letra – neste caso o crédito é representado por uma


letra aceite pelo comprador/sacador e na determinação do valo nominal

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dessa letra, o vendedor inclui para além do preço de pronto pagamento (é


dívida para o comprador e representaremos pela letra PPP) o valor do
encargo de desconto da mesma junto ao banco:

Cn = PPP + DB
Se: DB = Cn(t * r + α)(1+I) + P
Então Cn = PPP + Cn(t * r + α)(1+I) + P
PPP  P
Cn =
1 - (t * r   )(1  I)

(PPP - Pagamento Parcial)  P


Ou, Cn = , no caso em que o vendedor
1 - (t * r   )(1  I)
procede ao pagamento de uma parte do PPP.

b) Emissão de várias letras – Neste caso a dívida é representada por várias


letras de vencimentos distintos. Quanto ao valor nominal, este poderá ser
constante ou variável e essa variação poderá obedecer a uma lei específica
(progressão aritmética, geométrica) ou não.

Na determinação do valor nominal de cada letra, o somatório dos valores nominais das
letras será igual a PPP (valor em dívida) mais o somatório do desconto bancário das
letras.

C n  PPP   DB

Ou, C n  ( PPP - Pagamento Parcial)   DB no caso em que o vendedor procede ao

pagamento de uma parte do PPP.

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2. A letra é emitida pressupondo a sua retenção pelo credor ate ao vencimento.


Neste caso na determinação do valor nominal este para além da PPP (dívida) irá
incluir o juro relativo ao crédito pelo tempo que vai da emissão até ao vencimento
do título:

Cn = PPP (1+ t*r)

Ou, Cn = (PPP-Pagamento Parcial) (1+ t*r)

A reforma da letra e o cálculo do valor nominal da nova letra

Chegada a data de vencimento da letra, uma das duas situações pode ocorrer: o devedor
paga o valor em dívida ou o devedor não paga. Nesta segunda hipótese, ele pode negociar
com o vendedor a prorrogação do prazo, pois uma das condições essenciais da letra é a
inclusão da data de vencimento e esta não pode ser rasurada. Esta situação leva a emissão
de uma nova letra com um novo prazo de vencimento – a esta substituição de uma letra
vencida por uma nova de vencimento posterior designa-se por reforma da letra.

Os procedimentos para o cálculo do valor nominal da nova letra (Cn+t) são os mesmos
que vimos anteriormente, mas só que o preço de pronto pagamento (PPP) é substituída
pelo valor nominal da antiga letra (Cn).
Há reforma total/integral quando na data de vencimento o devedor/comprador não
efectua qualquer amortização. No caso da reforma parcial, o devedor/comprador liquida
certa percentagem do valor em dívida, havendo lugar à emissão de uma nova letra
correspondente à quantia remanescente.

Livranças – Conceito e Características

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A livrança é um título de crédito negociável, através do qual o subscritor se compromete


a pagar ao beneficiário, ou à ordem deste, uma dada importância, numa data futura. As
livranças são utilizadas, na maioria dos casos, para titular financiamentos bancários de
curto prazo, em que o beneficiário é uma instituição bancária, apesar de existirem
livranças em que ambos os intervenientes são particulares.

A livrança distingue-se da letra, na medida em que a primeira se trata de uma promessa


de pagamento, a segunda comporta uma ordem de pagamento. Por outro lado, a letra
surge na sequência de uma transacção comercial, sendo que a livrança se associa a
financiamentos directos.

Na livrança intervirão o subscritor ou emitente, quem emite o título e que pela sua
assinatura se obriga a pagar uma determinada importância no futuro e o beneficiário ou
tomador, aquele a quem ou à ordem de quem, o título é pagável.

Desconto de livranças

No desconto de livranças (também chamada de desconto por financiamento) são devidos


juros calculados de modo idêntido ao caso das letras, isto é, considerando os 2 dias
adicionais para pagamento. Porém, estando as livranças na posse do banco que realiza a
operação de financiamento, não são devidas as quantias referentes a comissões de
cobrança e portes. Mas, é cobrado o imposto de selo, que, como apontámos atrás resulta
da imposição legal (receita do Estado), incidindo assim, sobre o montante dos juros.

Assim sendo, no contexto do desconto por financiamento, os encargos cingem-se aos


juros, determinados em função do montante de crédito efectivamente concedido e ao
imposto de selo.

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Existem 2 principais possibilidades no que concerne à concessão de crédito titulado por


intermédio de livranças, a saber:

1. O valor nominal da livrança inclui o montante de capital mutuado, bem como os


respectivos encargos.

Nesta opção, uma vez que o valor nominal da letra engloba os encargos inerentes à
operação de desconto, na data da emissão, a conta à ordem do subscritor será creditada
pelo capital mutuado (C0), devendo a mesma ser debitada, no vencimento, pelo valor
nominal da livrança.

VN = C0 + DD + IS
VN = C0 + DD + DD*I = C0 + DD (1+I)

VN = C0 + D*t*i (1+I) = C0 [1+t*i(1+I)] (aqui, o VN é diferente do C0)

2. O valor nominal da livrança corresponde ao capital mutuado, sendo os encargos


pagos antecipadamente pelo seu valor actual.

Aqui o valor nominal vai corresponder à quantia a liquidar no vencimento e o saldo final
na conta à ordem do subscritor na data de emissão será menor que o valor do título e a
diferença corresponderá aos encargos actualizados de acordo com a modalidade do
desconto por dentro.

SF (saldo final na conta do subscritor)


SF = VN – DD – IS sendo que IS = DD*I
SF = VN – (DD + IS) = VN – (DD + DD*I)
SF = VN – DD(1+I),

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Mas como os encargos são pagos antecipadamente, existe a necessidade de actualizar


esses encargos para o momento presente, nos moldes do desconto por dentro, ou seja:
DD
SF = VN – (1  I)
1 t *r
Os encargos do desconto, são calculados, como dissemos atrás, através do montante
efectivamente emprestado. Neste caso, como os encargos são pagos antecipadamente, e
pese embora o montante que será saldo final na conta do devedor seja menor, o valor do
empréstimo é o valor nominal (C0 = VN), pelo que os encargos incidirão sobre o valor
nominal da livrança. Assim, DD = VN*t*i

VN * t * i  t *i 
Pelo que, SF = VN – (1  I) = VN 1  (1  I) 
1 t *r  1 t *r 

 t *i   t *i 
SF = VN 1  (1  I)  ou SF = C0 1  (1  I) 
 1 t *r   1 t *r 

A reforma da livrança e o cálculo do valor nominal da nova livrança

Os procedimentos na reforma da livrança são os mesmos que vimos da reforma da letra.


Pode existir também a reforma total/integral ou a reforma parcial.

EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
- Equivalência Simples;
- Equivalência composta.

A relação entre o devedor e o credor em muitos casos não se resume a uma única dívida,
pode ser estendida a várias dívidas que o devedor tem para com o seu credor e pode haver
interesse em substituir essas dívidas por um pagamento único ou por vários pagamentos.

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Tanto num como noutro, os capitais a substituir como os capitais substitutos deverão ser
financeiramente equivalentes.

Diz-se que dois ou mais capitais são financeiramente equivalentes quando, para um
determinado momento (data focal), os seus valores actuais são iguais.

Para estabelecer a equivalência de capitais é necessário considerar dois passos:

1. Actualizar todos os capitais para um determinado momento, data focal, (para


facilitar, consideraremos o momento presente), o que pressupõe a existência de
um processo implícito de capitalização que vai decorrer entre o vencimento de
cada capital e o referido momento, pelo que é necessária a adopção de uma taxa
de juro, neste caso, designada de taxa de avaliação. A actualização pode efectuar-
se recorrendo ao regime de capitalização dito simples ou ao regime composto, dai
resulta a equivalência simples e composta.

2. Adicionar os valores actuais dos capitais a substituir e igualar aos valores actuais
dos capitais substitutos. No caso de substituição de vários capitais por um único
pagamento a esse pagamento único é designado por capital comum (CC) e o
vencimento desse capital designa-se por vencimento comum (t).

Equivalência Simples

Toma como base o regime dito simples e actualização dos capitais é feita nos moldes do
desconto por fora ou por dentro, daí desdobra-se em equivalência por fora e por dentro.

Equivalência por dentro

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Neste caso toma-se a fórmula do valor actual por dentro para a actualização dos capitais.

Seja os capitais Cx e Cy vencíveis em tx e ty, para que esses capitais sejam equivalentes é
necessário que os seus valores actuais sejam iguais. Sabendo que o valor actual no
Cn
Desconto por Dentro é dado pela formula: Cn-t = e considerando os passos
1 t *r
necessários para estabelecer a equivalência:

1º. Actualizar os capitais (para o momento presente, para facilitar):

C C
Cα-tα = ; Cβ-tβ =
1  t * r 1  t * r

2º. Igualar os valores actuais:

C C

1  t * r 1  t * r

No caso de equivalência de vários capitais por um único capital (CC)

Sejam os capitais C1; C2;....; Cn, vencíveis em t1; t2;.....; tn. Para substituir esses capitais
por um capital único de vencimento único (t), teremos:
1º. Actualizar os capitais (para o momento presente):

C1 C2 Cn
C1-t1 = ; C2-t2 = ; Cn-tn =
1  t1 * r 1  t2 * r 1  tn * r

CC (t)
VA =
1 t *r

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2º. Adicionar os valores actuais a substituir e igualar ao valor actual do capital único:

C1 C2 Cn CC(t)
  .......  
1  t1 * r 1  t2 * r 1  tn * r 1  t * r

Se a incógnita for o vencimento comum é só resolver a equação em ordem a t.

CC(t)
1+ t*r =
C
 1  t * r

No caso de equivalência de vários capitais por vários capitais, o procedimento é o


mesmo, ou seja, é necessário actualizar tanto os capitais a substituir como os capitais
substitutos.

C C
 1  t * r   1  t * r

Equivalência por fora

Neste caso, utiliza-se a fórmula de cálculo do valor actual no Desconto por FORA e os
procedimentos são os mesmos da equivalência por dentro.

Equivalência Composta

Os passos para estabelecer a equivalência são os mesmos, mas a actualização é feita com
base no regime composto.

Sejam os capitais C1; C2; ....; Cn vencíveis em t1; t2; ...; tn. Para substituir esses capitais
por um capital único vencível no momento t (vencimento comum), teremos:
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1º. Actualizar todos os capitais, incluindo o capital único:

C1-t1 = C1(1+r)-t1 , C2-t2 = C2(1+r)-t2 , ....., Cn-tn = Cn(1+r)-tn


VA = CC(t) (1+r)-t

2º. Adicionar os valores actuais dos capitais a substituir e igualá-los ao valor actual
da dívida única (capital único):

C1(1+r)-t1 + C2(1+r)-t2 + ....+ Cn(1+r)-tn = CC(t) (1+r)-t

Se a incógnita for capital comum é só resolver a equação em ordem a CC(t):

n
CC(t) = (1+r)t C k (1  r) - tk
k 1

E se a incógnita for o vencimento comum, é só resolver a nossa equação em ordem a t.


EXEMPLO: Uma empresa tem a pagar uma divida composta por 4 títulos de crédito de
MT 15.000,00; MT 27.500,00; MT 15.000,00 e MT 20.000,00, com vencimentos a 6, 18,
15 e 24 meses, respectivamente, as quais incluem juros calculados a uma taxa de juro
anual efectiva de 10%.

Determine:

a) O vencimento médio;
b) O vencimento comum, considerando um pagamento único de MT 80,000;
c) O pagamento único que teria de fazer de imediato, para liquidar aquelas
dividas.

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RESOLUÇÃO:

a) Para calcularmos o vencimento, primeiro temos que calcular o capital comum,


que será a soma das 4 dívidas (=15.000+27.500+15.000+20.000= 77.500)

15.000(1+10%)-6/12+27.500(1+10%)-18/12 +15.000(1+10%)-15/12 +2.000(1+10%)-24/12 =

(15.000+27.500+15.000+20.000) (1+10%)-t

67.982,7 = 77.500 (1,1)-t

t = 1,37 anos

b)
67.982,7 = 80.000 (1,1)-t

t = 1,74 anos

c)

CC(0) (1,1)0= 67.982,7 → CC(0) = 67.982,7

RENDAS

No capítulo anterior estudamos como se calcula o capital comum e o vencimento comum,


em equivalência de capitais, a um dado conjunto de capitais com diversos vencimentos.
Agora iremos tratar de um caso especial de equivalência de capitais composta,
particularizado pela periodicidade dos vencimentos, de acordo com a seguinte
definição:

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Definição: renda é uma sucessão de capitais com vencimentos de igual periodicidade.

Algumas definições importantes:

- Período de diferimento ou de carência: é o período que vai desde o momento


zero até ao início do primeiro termo da renda (desde o momento zero até ao
momento da constituição da renda). Pode ser total (de capital e juros) ou apenas
de capital. Quando a carência é total, não há pagamento nem da parcela dos juros
nem do capital e quando é apenas de capital, há pagamento de juros.
- Valor duma renda: é o valor comum de uma sucessão de capitais.

Classificação das rendas

a) Quanto ao número de termos: temos as rendas finitas ou temporárias quando


sabemos o número de termos da renda e rendas infinitas ou perpétuas quando não
sabemos o número de termos da renda (termos ilimitados);
b) Quanto ao momento da constituição da renda: temos rendas imediatas quando
o diferimento é igual a zero (ou seja, o momento da constituição da renda
coincide com o momento zero) e rendas diferidas quando o diferimento é maior
que zero (quando o momento da constituição da renda é posterior ao momento
zero).
c) Quanto ao vencimento dos termos: temos rendas posticipadas ou normais
quando o vencimento dos termos da renda ocorre no final do período em que
dizem respeito e rendas antecipadas quando o vencimento dos termos ocorre no
início do período em que dizem respeito.
d) Quanto a periodicidade dos termos: temos rendas anuais, semestrais,
quadrimestrais, etc.

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e) Quanto ao objectivo da sua constituição: temos rendas de amortização que são


aquelas que têm por objectivo a amortização de um capital concedido no
momento zero (t=0). Os seus termos são constituídos por duas parcelas, uma para
o reembolso do capital e outra para fazer o serviço da divida (o juro); temos
também as rendas de acumulação, que tem em vista a constituição de um
montante acumulado no momento de vencimento (t=w+n), os seus termos são
calculados de modo a que acrescidos dos respectivos juros resultem no montante
desejado no vencimento.

Valor de uma renda de termos quaisquer

Calcular o valor duma renda num momento t qualquer, não é mais do que calcular o
capital comum desse conjunto de capitais. Sabendo que o capital comum no momento t é
n
dado por CC(t) = (1+r)t  C k (1  r) - k e representando por R(t), o valor da renda no
k 1

momento t será:
n
R(t) = CC(t) = (1+r)t  C k (1  r) - k ,
k 1

onde k é o vencimento de cada capital, que no caso das rendas é precedido ou inclui a
parte do diferimento (w) e considerando as rendas posticipadas ou de termos normais, em
que o primeiro termo vence no final do primeiro período após o diferimento (w+1) e o
segundo termo dois períodos após o diferimento (w+2) e assim em diante, podemos
constituir tk por w+k, onde w representa o diferimento e k o vencimento do termos após
o diferimento, variando de 1 ate n, no caso de rendas temporárias ou finitas.

Assim teremos:

R(t) = (1+r)t [C1(1+r)-w-1 + C2(1+r)-w-2 + ....+ Cn(1+r)-w-n]

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= (1+r)t {(1+r)-w[C1(1+r)-t1 + C2(1+r)-t2 + ...+ Cn(1+r)-tn]}


n
= (1+ r)t-w C k (1  r) - k
k 1

Caso de rendas antecipadas

As rendas antecipadas são aquelas cujos termos vencem no início do respectivo período.
Se considerarmos a existência de um período antes de w (ou seja, antes do momento da
constituição da renda) a nossa renda antecipada passa a ser posticipada mas com um
diferimento de w-1, ou seja, R(t)AntW = R(t)PostW-1.

Sabendo que o valor no momento t de uma renda posticipada é dada por:


n
R(t)PostW = (1+r)t-w C k (1  r) - k , teremos para a nossa renda antecipada diferida de w
k 1

que vimos que era igual a uma renda posticipada diferida de w-1.

n n
R(t)AntW = R(t) PostW-1 = (1+r)t-(w-1)  C k (1  r) -k = (1+r)t-w+1  C k (1  r) -k
k 1 k 1

n
= (1+r) (1+r)t-w  C k (1  r) -k
k 1

Ou seja: R(t)AntW = (1+r) R(t)PostW

Onde a taxa de juro (i), período de diferimento (w) e momento da renda (t) tem que estar
referidas na mesma unidade de tempo, que é o período da renda (ou seja, a
periodicidade da renda/periodicidade do pagamento das prestações).

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O valor duma renda no momento t de uma renda antecipada diferida de w é igual ao valor
no mesmo momento de uma renda posticipada com o mesmo diferimento capitalizada em
mais 1 período.

Rendas de termos constantes

São aquelas cujo valor dos termos não varia (C1=C2=C3=Cn=C).

Sabendo que o valor no momento t de uma renda posticipada de termos quaisquer é dada
por:

n
R(t)PostW = (1+r)t-w  C k (1  r) -k
k 1

Se a renda for de termos constantes, podemos substituir Ck por C, que pode-se tirar do
somatório, visto ser uma constante:

n
R(t)PostW = (1+r)t-w C  (1  r) -k

k 1

n
onde  (1  r) -k
= (1+r)-1 + (1+r)-2 + ...+ (1+r)-n vai constituir a soma de n termos
k 1

sucessivos de uma progressão geométrica de razão (R) igual (1+r)-1.

U1 - U n * R
Se a soma de um progressão geométrica é dada por Sn =
1 R
(1  r) -1  (1  r) -n * (1  r) -1 1  (1  r) -n
Então a soma da nossa renda será: Sn = 
1 - (1  r) -1 r

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1  (1  r) -n 
R(t)Postw = (1+ β*r)t-w C  
 r 
Expressão geral do valor da Renda constante, no momento t, posticipada,
temporária e diferida de w.

Para as rendas antecipadas deve-se acrescentar a expressão (1+r).


Onde:
n indica o número de termos/prestações da renda;
t indica a localização do valor ou montante da renda;
C indica o valor ou montante do termo/prestação;
W indica o período de diferimento (que vai desde o momento presente até ao momento
da constituição da renda);
β indica a percentagem de juros que fica no processo (se houver regime misto no período
de diferimento);
r indica a taxa de juro; e
R(t) indica o valor ou montante da renda (o valor comum das prestações)
Nota: a condição base para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir
expressos numa mesma unidade de tempo, que é como vimos atrás o período da renda
(periodicidade dos termos). Nos casos em que a taxa dada vem numa unidade de tempo
diferente do período da renda, recorre-se na equivalência de taxas.

Rendas de termos variáveis

Entre as rendas de termos variáveis podemos encontrar dois grupos: i. Aquelas cujas
variações dos termos não obedece a qualquer tipo de critério e ii. Aquelas cuja variação
dos termos ocorre de acordo com regras previamente estabelecidas.
No caso das primeiras, torna-se difícil encontrar um método que permita determinar
rapidamente tanto o valor actual como o valor acumulado, pelo que torna-se necessário

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considerar individualmente cada um dos termos, como vimos acima no cálculo das
rendas de termos quaisquer.
No caso das segundas, dedicaremos a nossa atenção a dois casos particulares: o caso em
que os termos da renda variam em função de um progressão aritmética e o caso em que
os termos da renda variam em acordo com uma progressão geométrica.

Renda de termos de progressão aritmética

Quando os termos da renda variam em progressão aritmética de razão B, teremos


C1= C1
C2=C1+B
C3=C2+B=C1+2B
……..
Cn=Cn-1+B=C1+(n-1)*B

Donde podemos concluir que um dado termo k pode ser obtido através de

Ck=Ck-1+B=C1+(k-1)*B

O valor de uma renda cujos termos obedecem a estas características será dado por:

R(t) = [C1(1+r)-1 + C2(1+r)-2 + C3(1+r)-3 +….+ Cn(1+r)-n](1+r)t-w

Onde:

R(0) = C1(1+r)-1 + C2(1+r)-2 + C3(1+r)-3 +….+ Cn(1+r)-n (renda actual, sem diferimento)

= C1(1+r)-1 + (C1+B)(1+r)-2 + (C1+2B)(1+r)-3 +….+ [C1+(n-1)B](1+r)-n


= C1(1+r)-1 + C1(1+r)-2 + B(1+r)-2 +C1(1+r)-3 + 2B(1+r)-3...+ C1(1+r)-n +(n-1)B(1+r)-n

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Multiplicando ambos os membros por (1+r), teremos:

R(0)*(1+r) = C1 + C1(1+r)-1 + B(1+r)-1 +C1(1+r)-2 + 2B(1+r)-2...+ C1(1+r)-n+1 +(n-


1)B(1+r)-n+1

Sendo que R(0) [(1+r)-1] = R(0)*(1+r) – R(0), então:


R(0) [(1+r)-1] = C1 + C1(1+r)-1 + B(1+r)-1 +C1(1+r)-2 + 2B(1+r)-2...+ C1(1+r)-n+1 +(n-
1)B(1+r)-n+1 – [C1(1+r)-1 + C1(1+r)-2 + B(1+r)-2 +C1(1+r)-3 + 2B(1+r)-3...+ C1(1+r)-n+1 +(n-
2)B(1+r)-n+1 + C1(1+r)-n +(n-1)B(1+r)-n]

R(0) [(1+r)-1] = C1 + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 – C1(1+r)-n – (n-1)B(1+r)-n

R(0)*r = C1 + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 – C1(1+r)-n – nB(1+r)-n + B(1+r)-n

R(0)*r = C1 – C1(1+r)-n + B(1+r)-1 + B(1+r)-2...+ B(1+r)-n+1 + B(1+r)-n – nB(1+r)-n

1  (1  r) -n 
R(0)*r = C1[1 – (1+r)-n] + B   – nB(1+r)
-n

 r 

1  (1  r) -n  B 1  (1  r) -n  nB(1 + r) -n
R(0) = C1   +   –
 r  r  r  r

B 1  (1  r) -n  nB(1 + r) -n
R(0) = [C1+ ]  –
r  r  r

B 1  (1  r) -n  nB(1 + r) -n
R(t) = [C1+ ]   – (1+ β*r)t-w
r  r  r

Nota: a condição base para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir
expressos numa mesma unidade de tempo, que é o período da renda (periodicidade dos

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termos). Nos casos em que a taxa dada vem numa unidade de tempo diferente do período
da renda, recorre-se, como se sabe, na equivalência de taxas.

Renda de termos de progressão geométrica

Quando os termos da renda variarem em progressão geométrica cuja razão indicaremos


por B, teremos:
C1= C1
C2=C1*B
C3=C2*B=C1*B2
……..
Cn=Cn-1*B=C1*B(n-1)

Donde podemos concluir que um dado termo k pode ser obtido através de

Ck=Ck-1*B=C1*B(k-1)

O valor de uma renda cujos termos obedecem a estas características será dado por:

R(t) = [C1(1+r)-1 + C2(1+r)-2 + C3(1+r)-3 +….+ Cn(1+r)-n](1+r)t-w

Onde:

R(0) = C1(1+r)-1 + C2(1+r)-2 + C3(1+r)-3 +….+ Cn(1+r)-n (renda actual, sem diferimento)
= C1(1+r)-1 + C1*B(1+r)-2 + C1*B2(1+r)-3 +….+ C1*B(n-1)(1+r)-n

Colocando C1 em evidência, teremos:


R(0) = C1[(1+r)-1 + B(1+r)-2 + B2(1+r)-3 +….+ B(n-1)(1+r)-n]

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Dentro dos parênteses rectos temos os n termos de uma progressão geométrica de razão
igual a B*(1+r)-1.
Sabendo que a soma dos n termos de uma progressão geométrica é dada por:
U1 - U n * R
Sn =
1 R

(1  r) -1  B n -1 * (1  r) -n B * (1  r) -1 1  B n (1  r) -n
Então, resulta que: Sn = 
1 - B * (1  r) -1 1 r - B

1  B n (1  r) -n 
Assim R(0) = C1  
 1 r - B 

1  B n (1  r) -n 
 (1+ β*r)
t-w
Sendo que R(t) = C1 
 1  r - B 

Nota: a condição base para a aplicação desta fórmula, é que t, n, w e r devem vir
expressos numa mesma unidade de tempo, que é o período da renda (periodicidade dos
termos).

Rendas perpétuas

São rendas que têm um número ilimitado de termos. Neste tipo de rendas, interessa
apenas calcular o valor actual pois o valor no vencimento do último termo não tem
sentido e o valor num outro momento tem pouca relevância.

Considerando n = ∞, teremos:

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 1 
1  (1  r) 
- 1 - (1  r)  
R(t)PostW = (1+ β*r)t-w C    (1  r)
t-w
C 
 r   r 
 

1
Como a expressão tende para zero, as fórmulas de cálculo de rendas perpétuas
(1  r) 

posticipadas serão as seguintes:

Para rendas de termos constantes

1
R(t)PostW = (1+ β*r)t-w C
r

Para rendas de termos de progressão aritmética

B 1
R(t) PostW = [C1+ ]   (1+ β*r)t-w
r r

Para rendas de termos de progressão geométrica

 1 
R(t) = C1   (1+ β*r)t-w
 1  r - B 

Para as antecipadas deve-se acrescentar a expressão (1+r).

EXEMPLO: O casal Borges adquiriu, há oito anos, um apartamento no montante de MT


150.000,00, importância que foi integralmente financiada através de um crédito à
habitação contraído junto a um Banco. No contrato de crédito ficou estabelecido que o
casal Borges liquidaria o valor em dívida através de prestações mensais constantes de
capital e juros, à taxa anual nominal de 9%, pelo prazo de 25 anos. Acontece que o casal,
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no presente momento, foi brindado com um prémio de jogo no montante de MT


111.523,72 e com o qual pretende liquidar o valor em dívida junto ao Banco.

a) Será que o montante recebido é suficiente para liquidar a importância em


dívida? Justifique a sua resposta apresentando todos os cálculos possíveis.
b) No caso de não o ser, determine a nova prestação mensal do casal, no
pressuposto de que não pretendem reduzir o prazo do contrato.
c) Determine, ainda, quantas prestações seriam necessárias para liquidar o
montante em dívida, no caso de se pretender manter o valor da prestação
inicial e determine a quantia adicional a pagar um mês após o pagamento da
última prestação inteira, no caso de o número de prestações não for um
número inteiro.

RESOLUÇÃO:
a) Em primeiro lugar, vamos apurar qual o valor das prestações inicialmente
previsto. Estas correspondem ao termo de uma renda de amortização com 300
termos (12 mensalidades por ano, durante 25 anos), calculados a taxa mensal de
0,75% (=9%/12), calculado usando a proporcionalidade.

1  (1  r) -n  1  (1  0,75%) -300 
R(0)Postw = (1+r)t-w C   → 150.000 = (1+0,75%)0-0
C  
 r   0,75% 
150.000 = C * 119,16162 → C = 1.258,79
Este foi o valor das mensalidades inicialmente previsto e foi também o valor
efectivamente pago, em cada mês, pelo casal Borges, durante os 8 primeiros anos de
vigência do contrato.

Em segundo lugar, de modo a concluirmos se o valor do prémio ganho é suficiente para


liquidar o valor em divida, temos que calcular esse valor em divida.

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Ora, já foram pagas 96 prestações de 1.258,79, estando, então por liquidar outras 204.
Daí que:

1  (1  0,75%) -204 
Capital em divida = 1.258,79  
 0,75% 

= 1.258,79*104,29661
= 131.287,53

Sendo o capital em divida no presente de MT 131.287,53 e o prémio no montante de MT


111.523,72, significa que este último é insuficiente para liquidar o empréstimo na íntegra,
resultando um valor remanescente de MT 19.763,81.

b)
1  (1  0,75%) -204 
19.763,81 = C  
 0,75% 
19.763,81 = C*104,29661
C = 189,50
O casal Borges passaria a pagar uma prestação mensal no montante de MT 189,50.

c)
1  (1  0,75%) -n 
19.763,81 = 1.258,79  
 0,75% 
n = 16,767

Significa, então, deveriam ser pagas mais 16 prestações mensais no montante de MT


1.258,79. Porém, não tendo sido obtido um número inteiro, resulta que a divida não fica
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totalmente saldada. Deve ser, então, paga uma quantia adicional, para além das 16
prestações inteiras, um mês após o pagamento da última prestação:

1  (1  0,75%) -16 
19.763,81 = 1.258,79   + X(1+0,75%)
-17

 0,75% 
X = 966,67

No pressuposto de manter o valor dos termos, devem ser pagas 16 prestações mensais de
MT 1.258,79, bem como uma 17 prestação adicional no montante de MT 966,67.

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

Amortização de empréstimo é dar morte a um contrato de mútuo, sendo o dinheiro a


coisa mutuada.4

Algumas classificações de empréstimos

a) Quanto ao número de mutuantes: temos empréstimos com único mutuante e


empréstimos com vários mutuantes.
b) Quanto a obrigatoriedade de emprestar: temos empréstimos voluntários e
empréstimos obrigatórios.

4
A definição não é acabada, devendo os estudantes consultar a bibliografia recomendada.
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c) Quanto a gratuidade ou onerosidade dos empréstimos: temos empréstimos


gratuitos (não financeiros ou seja sem juros) e empréstimos onerosos (com juros).
d) Quanto a garantia: temos empréstimos sem garantias especiais e empréstimos
com garantias (reais e não reais ou pessoais).
e) Quanto ao carácter público ou privado do empréstimo: temos empréstimos
públicos (contraídos pelo Estado) e empréstimos privados (contraídos por
particulares).
f) Quanto a duração do empréstimo: temos empréstimos perpétuos e empréstimos
temporários.
g) Quanto a finalidade: temos empréstimos para o consumo e empréstimos para o
investimento.
h) Quanto ao processo de amortização: temos empréstimos de amortização
sistemática (estabelecem-se as regras no início do contrato) e empréstimos de
amortização não sistemática (não há nenhuma regra pré-estabelecida).

Tipos de Amortizações de Empréstimos

1. Empréstimos de Amortização não Sistemática

Não é normal que a amortização de um empréstimo seja feita sem nenhuma regra
estabelecida no início. Só podemos encontrar em dois casos:

1. Quando o tomador de empréstimo se torna insolvente por motivos de força


maior, podendo-se nesses casos acordar-se o abandono do sistema inicial de
amortização e aceitar-se o pagamento irregular do empréstimo;
2. Empréstimos não financeiros (ex. empréstimos familiares, etc.).

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2. Empréstimos de Amortização Sistemática

a) Empréstimos com reembolso integral duma única vez

i. Com pagamento periódico de juro (regime simples)

Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)

ii. Sem pagamento periódico de juro (regime composto)

Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)n

Nos empréstimos com reembolso integral de uma única vez, o montante que o tomador
de empréstimo (devedor) deverá pagar no vencimento pode ser demasiado elevado. Para
se precaver, o devedor pode constituir um fundo de amortização onde periodicamente
deposita uma certa quantia cujo objectivo é constituir um fundo suficiente (fundo de
amortização) para fazer o pagamento da dívida no vencimento.

Fundo de Amortização

i. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, com pagamento


periódico de juro (regime simples)
1  (1  r2 )  n 
Fundo de Amortização = (1+r2)t-w C  
 r 
Reembolso intergral do empréstimo = C0(1+r1).

Portanto,

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1  (1  r2 )  n 
Fundo de Amortização = (1+r2)t-w C   = C0(1+r1)
 r 
Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do
fundo.

ii. Reembolso integral do empréstimo duma única vez, sem pagamento


periódico de juro (regime composto)

t-w
1  (1  r2 ) -n 
Fundo de Amortização = (1+r2) C  
 r 
Reembolso integral do empréstimo = C0(1+r1)n.

Portanto,

t-w
1  (1  r2 ) -n  n
Fundo de Amortização = (1+r2) C   = C0(1+r1)
 r 
Onde: t= w+n (no futuro), C = Capital e Juros, r1 = taxa do empréstimo e r2 = taxa do
fundo.

b) Empréstimos com reembolso periódico de capital

i. Com reembolsos periódicos constantes (Sistema Inglês)

Neste tipo de empréstimos, os reembolsos periódicos de capital (MK) são constantes e


como o juro periódico (JK) é calculado com base no capital em dívida (cada vez
decrescente) também será decrescente. Assim, o pagamento (ou prestação) periódico (CK)
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que é a soma da quota de capital (ou reembolso) do período e a quota do juro do período,
também será decrescente.

CK = M K + J K
Onde: MK é a quota de capital ou reembolso do período K
JK é a quota do juro do período K
CK é o pagamento no período K (ou prestação do período K)

A quota de capital (MK) é calculada pela seguinte fórmula:

Empréstimo
MK = (1+ β*r)w
n

Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto), no
perído de diferimento.

Quando existe o período de diferimento o prazo total será a soma entre o período de
diferimento (w) e o período de reembolso (n), mas quando o período de diferimento não
existe o prazo total é igual ao período de reembolso (n).

ii. Com pagamentos (ou prestações) periódicos constantes (Sistema Francês)

Neste tipo de empréstimos, o pagamento (ou prestação) periódico (CK) é constante e


sendo o juro periódico (JK) decrescente, a quota de capital ou reembolso (MK) será
crescente.

Para se calcular o pagamento (ou prestação) periódico (CK), recorre-se a fórmula das
rendas com pagamentos ou termos iguais, ou seja:

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1  (1  r) -n 
R(t)Postw = (1+ β*r)t-w C  
 r 

Onde β é a percentagem de juros que fica no processo (no caso de regime misto) no
período de diferimento. Prazo total nestes casos é igual a soma do período de diferimento
(w) e o período de reembolso (n). Na ausência do perído de diferimento, o prazo total
será igual ao período de diferimento.

Nota: Para amortizações de empréstimos, t é igual a zero, pois os empréstimos são


sempre concedidos no momento presente (momento zero).

BIBLIOGRAFIA

CADILLE, Miguel e SOARES, Carlos. Lições de Matemática Financeira e Noções


Complementares. Edições ASA, 1988.

CADILLE, Miguel. Matemática Financeira Aplicada. Edições ASA, 1998

GONÇALVES, Jean Piton. A História da Matemática Comercial e Financeira. [on


line] Disponível na internet via http://www.somatematica.com.br

QUELHAS, Ana Paula e CORREIA, Fernando. Manual de Matemática Financeira.


Edição Almedina, 2004.

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ANEXO
TABELA PARA A CONTAGEM DOS DIAS

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1 1 32 60 91 121 152 182 213 244 274 305 335
2 2 33 61 92 122 153 183 214 245 275 306 336
3 3 34 62 93 123 154 184 215 246 276 307 337
4 4 35 63 94 124 155 185 216 247 277 308 338
5 5 36 64 95 125 156 186 217 248 278 309 339
6 6 37 65 96 126 157 187 218 249 279 310 340
7 7 38 66 97 127 158 188 219 250 280 311 341
8 8 39 67 98 128 159 189 220 251 281 312 342
9 9 40 68 99 129 160 190 221 252 282 313 343
10 10 41 69 100 130 161 191 222 253 283 314 344
11 11 42 70 101 131 162 192 223 254 284 315 345
12 12 43 71 102 132 163 193 224 255 285 316 346

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13 13 44 72 103 133 164 194 225 256 286 317 347


14 14 45 73 104 134 165 195 226 257 287 318 348
15 15 46 74 105 135 166 196 227 258 288 319 349
16 16 47 75 106 136 167 197 228 259 289 320 350
17 17 48 76 107 137 168 198 229 260 290 321 351
18 18 49 77 108 138 169 199 230 261 291 322 352
19 19 50 78 109 139 170 200 231 262 292 323 353
20 20 51 79 110 140 171 201 232 263 293 324 354
21 21 52 80 111 141 172 202 233 264 294 325 355
22 22 53 81 112 142 173 203 234 265 295 326 356
23 23 54 82 113 143 174 204 235 266 296 327 357
24 24 55 83 114 144 175 205 236 267 297 328 358
25 25 56 84 115 145 176 206 237 268 298 329 359
26 26 57 85 116 146 177 207 238 269 299 330 360
27 27 58 86 117 147 178 208 239 270 300 331 361
28 28 59 87 118 148 179 209 240 271 301 332 362
29 29 88 119 149 180 210 241 272 302 333 363
30 30 89 120 150 181 211 242 273 303 334 364
31 31 90 151 212 243 304 365

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