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CONCEITOS BÁSICOS
Microeconomia
ECONOMIA Macroeconomia
Estudo da forma como as sociedades utilizam recursos Enfatiza as relações na economia como um todo.
escassos, para produzir bens e serviços que satisfazem
Simplifica o comportamento dos indivíduos, mantendo-o
necessidades, e da forma como os distribuem entre os
indivíduos. constante, de forma a concetrar-se na integração da
economia.
. Ex: PIB; Inflação; Desemprego.
Isto é, estudo de como as sociedades decidem o que
produzir, como prodzuir e para quem produzir. Análise económica
Abstração: Necessidade de se ignorarem vários detalhes,
Objetivo da ciência económica: Melhorar as condições de
vida em sociedade. de forma a nos concetrarmos nos elementos
fundamentais de um problema. O grau de abstração
O que produzir?: Todas as sociedades têm que decidir depende do objetivo de análise.
quais os bens e serviços que deve produzir? Em que
quantidades os vão produzir? Se devem produzir + bens Teoria: Simplificação deliberada das relações (abstração),
de consumo ou bens de investimento?
cujo propósito é explicar como essas. Relações
Como produzir?: Como serão esses bens produzidos? funcionam.
Quem os irá produzir? Com que recursos? Qual a
tecnologia que deve ser usada na produção? Modelo económico: Simplificação, a escala reduzida, de
um aspecto da economia. É expresso, na maior parte
Para quem produzir?: Quem beneficiará do resultado da das vezes, por equações, gráficos ou palavras.
atividade económica? Como será distribuída a riqueza
criada? Será a distribuição da riqueza justa e equitativa?
Qual a diferença de rendimentos entre os + ricos e os Exemplo
+ pobres? A sociedade deve proporcionar a todos um Impacto que a diminuição do preço dos
mínimo de consumo? Ou todos têm que trabalhar se passes sociais teve na procura (compra) de automóveis
quiserem alimentar-se?
Em princípio, se o preço do passe social diminui, torna-
Microeconomia
se relativamente + barato andar de TP, pelo que muitos
consumidores trocarão o seu automóvel pelos TP nas
Analisa detalhadamente as decisões individuais, sobre suas deslocações para o emprego/escola/etc.. .
bens em particular. Podem dizer respeito, quer aos
consumidores, quer às empresas. Contudo, a procura de automóveis é em simultâneo
Ou seja, analisa a forma como cada agente económico, influenciada por uma série de outros fatores que
considerado individualmente, toma as suas decisões, bem influenciam as intenções de compra de outros
como o funcionamento e caracteristícas de cada consumidores, tais como: preço dos automóveis; preço
mercado de um bem ou serviço particular.
combustiveis; impostos a suportar na aquisição, etc.. .
Assumindo que os agentes económicos são (ie, se o excedente económico da decisão for positivo)
racionais e egoístas, c/ objetivos bem definidos, decidirão Analogamente, entre um conjunto de possibilidades, os
de forma a alcançar esses objetivos da melhor forma agentes económicos racionais escolhem a que maximiza
possível, maximizando o benefício individual (princípio da o excedente económico.
racionalidade).
Custo de Oportunidade
A FPP é uma ferramenta importante que permite
analisar:
Valor da alternativa sacrificada resultante da escolha feita - A capacidade produtiva das empresa (quer as
pelo decisor. É o valor do bem ou serviço de que se quantidades máximas que é possível produzir de cada
prescinde. (Ex: o filme a que deixo de assistir para estudar um dos bens; quer as restantes possibilidades produtivas
microeconomia). que combinam a produção dos dois bens);
É a quantidade (valor) de outros bens que é sacrificada
para a produção de + uma unidade do bem em causa. - A escassez de recursos (presente devido à quantidade
(Ex: valor dos televisores abdicados, quando decidimos produzir limitada de recursos de que a empresa dispõe em dado
mais automóveis). momento, e que conduzr ao trade –off ).;
Afetação de Recursos: Todas as decisões económicas se - A eficiência produtiva (as várias possibilidades produtivas
referem a como afetar recursos, que são escassos. que fazem parte da FPP são consideradas eficientes, pois
Estudar, em vez de trabalhar; lançar o curso de marketing em
admitem a utilização plena dos recursos da empresa,
vez de turismo; Comer saladas em prejuízo de chocolates.
sem desperdícios);
A escassez implica a necessidade de escolha, mas a - O custo de oportunidade da produção de cada um dos
escolha implica sempre a existência de um custo. Ou seja, bens (ou seja, o sacrifício associado à produção de cada
a decisão de ter + de uma coisa requer a decisão de ter um dos bens; i.e., p/ se aumentar uma dada quantidade
– de outra coisa qualquer. O – de uma outra coisa pode de um dos bens, quantas unidades de outro bem se
ser visto como o custo da oportunidade da decisão . deixarão de produzir).
40 G
Fronteira de (passam a produzir-se 30 ton., em vez de 20), pressupõe
B
Possibilidades de
30 deixar de produzir 14 filmes (passam a produzir-se apenas
F Produção
C 38 filmes, em vez de 52): CO + 10 ton. Alimentação = 14
20
filmes sacrificados
D
10 Região Alcançável
E - B para o A: a produção de + 10 ton de Alimentos
38 52 60 65 (passam a produzir-se 40 ton., em vez de 30), pressupõe
Produção de Filmes deixar de produzir 138 filmes (passam a ñ se produzir
nenhum filme, em vez dos 38): CO + 10 ton. Alimentação
- No gráfico as combinações de A e E são exemplos de = 38 filmes sacrificados.
combinações de produção de filmes e de alimentação
que fazem parte da curva FPP de uma dada Podemos, assim, verificar que, à medida que se vão
empresa/economia (vamos admitir durante 1 ano). Mas, produzindo + alimentos, o sacríficio associado a essa
entre cada troço da FPP existem muitas outras produção adicional vai sendo cada vez + elevado. Ou seja,
alternativas na produção de Alimentação e filmes. por cada 10 ton. de Alimentos que se vão produzindo a
mais, o CO vai sendo cada vez maior, a quantidade de
- Os pontos externos A e E também são conhecidos por filmes sacrificados vai sendo cada maior (o CO é
pontos de especialização produtiva, isto é, são aqueles crescente!)
em que se produz apenas um dos bens, conseguindo
produzir a quantidade máxima desse bem. Isto mostra- Esta evidência, remete-nos para o Princípio dos Custos
nos que, se os recursos forem todos utilizados na de Oportunidade Crescentes e tal ocorre sempre que a
produção de filmes, será possível produzir no máximo FPP apresenta a forma de uma curva côncava!!!
65 filmes/ano (e nada de Alimentos). Em alternativa, se (ao contrário do que acontece quando a FPP é linear, ou
todos os recursos forem utilizados na produção de seja, assume a forma de uma reta decrescente, em que
Alimentos, será possível produzir no máximo 40 os custos de oportunidade são constantes ao longo da
toneladas de Alimentos/ano (e nada de Filmes). reta).
A Custo de
B Oportunidade
Sapatos Pretos
Constante
C
Sapatos Castanhos
Preço em Euros
4
3
Exemplo
2
1
Nesta tabela da procura de chocolates podemos verificar
0
a Lei da Procura a funcionar: quanto maior for o preço
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
do chocolate, menor quantidade os consumidores vão
Quantidade Procurada
comprar de chocolate (ceteris paribus). Até que,
ultrapassando um certo valor de preço, deixarão de
existir intenções de procura: se o chocolate custar 5€, A representação gráfica da função/tabela da procura é
nenhum consumidor está disposto a pagar esse valor a curva da procura (chamamos-lhe curva mas na
pelos chocolates, pelo que ninguém quer comprar verdade, para simplificar, representamos sempre como
uma reta).
Esta curva também evidencia a Lei da Procura pelo seu
- Através de dois pontos da tabela da procura facilmente declive/inclinação negativa e o respetivo significado
derivamos a respetiva função procura (Qd = a – b P). económico, anteriormente referido.
Assim, por exemplo, se P=0, então Qd=200, ou seja,
a=200 (200 = a – b.0); por outro lado, se P=1, então A ilustração da lei da procura no gráfico faz-se com dois
Qd=160, ou seja, b=40 (160 = 200 – b.1); logo, a função quaisquer pontos da reta; por exemplo, considerando
procura de chocolates é dada por: Qd = 200 – 40 P e, que: se P=1, então Qd=160; se P=2, então Qd=120; logo,
a partir dela, conseguimos deduzir qualquer ponto da quando o preço de chocolates aumenta (diminui), a
respetiva tabela da procura de chocolates. quantidade procurada de chocolates dimimui (aumenta),
. ceteris paribus.
A observação da tabela da procura mostra-nos que,
quando o preço sobe, a quantidade procurada A representação gráfica convencional da procura (e da
normalmente, desce. Por outro lado, quando preço oferta) apresenta sempre a quantidade procurada (Qd)
desce, normalmente, a quantidade procurada sobe. (e a quantidade oferecida (Qs)) no eixo das abcissas (eixo
do x) e o preço do bem (P) no eixo das ordenadas (eixo
do y).
Preco Quantidade
(euros) oferecida 6
0 0 5
Preço em Euros
1 0 4
2 40 3
3 80
2
4 120
5 160 1
0
A função oferta atrás genericamente definida como Qs 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
= a + b P é uma forma sintética/resumida de
apresentar a tabela da oferta. Quantidade Oferecida
ESCASSEZ
Movimentos ao longo da curva e deslocações
No mercado acontece quando existe um excesso de de curva
quantidade procurada em relação à quantidade oferecida. Por vezes, existem alterações nas condições de
As forças de mercado pressionarão à subida do preço! mercado:
Organização Económica das Sociedades dirige a atividade das empresas na maior parte dos
setores de atividade. É empregador da maioria dos
trabalhadores. É quem decide c/ a produção deve ser
repartida entre os diversos bens e serviços.
Economia Mista – O governo e o setor privado Forma de organização da economia na qual as decisões
interagem de forma a resolverem os problemas de afetação dos recursos são deixadas ao cuidado dos
económicos. O governo controla uma parte significativa consumidores e dos produtores individuais, que agem de
da produção através dos impostos, de transferências, e acordo com os seus interesses, sem uma direção central.
da pretação de seviços, como a defesa, saúde, educação, Neste processo:
etc.. - as famílias decidem acerca do consumo entre bens
Economia mista alternativos;
- as empresas decidem o que produzir e como produzir;
As sociedades contemporâneas funcionam como - os trabalhadores decidem que quantidade de trabalho e
economias mistas, em que o governo e o setor privado para quem trabalham;
interagem na resolução dos problemas económicos. A Tudo isto sujeito a um mecanismo que regula o
maior parte das decisões ocorre nos mercados, mas o funcionamento deste sistema:o preço.
Estado desempenha um papel importante na supervisão
do funcionamento dos mercados, na regulçaõ da
atividade económica, através da publicação de leis, na
prestação de serviços como a educação, saúded, defesa,
justiça e na promoção da equidade social através dos - O ponto de partida de qualquer economia mista é a
impostos e transferências para as famílias, por exemplo. economia de mercado, que defende que os mecanismos
de mercado constituem a melhor forma de afetação
O Estado intervém na economia como regulador, com eficiente dos recursos.
o objetivo de aumentar a eficiência, promover a
equidade e estimular o crescimento e a estabilidade
macroeconómica
(ERP) (EPP)
D
Preço
Preço
Ø Analisa o impacto que uma alteração no. Rendimento
Figura 1 Figura 2
dos consumidores tem na quantidade procurada do D
A A
bem X, permiitindo quantificar a relação entre o 20 20
B B
rendimento (Y) e a quantidade procurada do bem X 10 10
(Qdx):
D D
• Para a maioria dos bens, existe uma
3 4 1,5 4
relação direta entre o rendimento (Y) e
Quantidade Quantidade
a quantidade procurada do bem X
(Qdx), pelo facto de, em cisrcunstâncias - Para uma mesma variação (diferença entre valores) no
normais, se o rendimento dos
preço do bem, as variações na quantidade procurada do
consumidores aumentar, então eles
bem, são diferentes entre a figura 1 e a figura 2. Assim,
terão mais poder de compra, pelo que
um movimento de A para B na curva da procura da
irão comprar maiores quantidades da
figura 1, mostra que perante uma variação negativa do
maioria dos bens, pelo que a sua
preço em 10 u.m. (diminuição do preço de 20 para 10
compra aumentará.
u.m.), a quantidade procurada apresenta uma variação
• Contudo, existem alguns bens em que positiva de apenas 1 u.f (aumento da quantidade procurada
a relação direta não ocorre, mas sim de 3 para 4 u.f). As passo que, o movimento de A para
uma relação inversa entre o rendimento B na curva da procura da figura 2 mostra que perante a
(Y) e a quantidade procurada do bem X mesma variação negativa do preço (diminuição do preço
(Qdx), uma vez que, se o rendimento de 20 para 10 u.m.), a quantidade procurada apresenta
dos consumidores aumentar, por uma variação positiva de 2,5 u.f. (aumento da quantidade
passarem a ter maior poder de compra, procurada de 1,5 para 4 u.f).
- No caso anterior podemos dizer que na figura 1 a VAMOS TOMAR COMO EXEMPLO A FIGURA 1:
procura é menos elástica (+ rígida) do que na figura 2.
A existência de substitutos
Período do Tempo
NOTA:
Calculada a EPCP, podemos, assim, classificar a
Se na EPP usávamos módulos para simplificação de relacao de consumo dos dois bens em analise (X e
cálculos, no caso da EPCP (e o mesmo acontecerá para Y) nos seguintes 3 tipos:
a ERP!) nunca se fará uso de módulos, pois o sinal da
EPCP, como veremos de seguida, é decisivo para Bens substitutos- quando o valor da EPCP é > 0,
perceber a relação de consumo entre os bens X e Y
o mesmo é dizer, a EPCP apresenta um sinal positivo. Tal
(ou seja, para perceber se são substitutos ou
acontece quando o numerador da fração (∆%Qdx)
complementares).
apresenta uma variação no mesmo sentido que o
denominador (∆%Py), o que significa que, se o preço do
bem Y (no exemplo dado, café) aumenta, sabemos, pela
Elasticidade Preço Cruzada da Procura Lei da Procura, que, ceteris paribus, a quantidade
Tipos de bens: procurada do bem Y diminui, aumentando a quantidade
procurada de bens substitutos ao bem Y, como é o caso
do bem X (chá); de igual forma, se o preço do bem Y
Bens substitutos- quando a variação do preço do diminui, a quantidade procurada do bem Y aumenta,
bem Y procura uma variação no mesmo sentido na ceteris paribus, e, consequentemente, diminui a
quantidade procurada do bem X. quantidade procurada de bens substitutos ao bem Y,
Ex: Quando o preço do café aumenta a quantidade como é o caso bem X; significa, portanto, que há uma
procurada de chá aumentará relação direta entre o preço de bens substitutos (Py) e
a quantidade procurada do bem X (QdX).
Nestes casos a EPCP será positiva
A Elasticidade Rendimento da Procura (ERP) analisa o quando o rendimento dos consumidores aumenta
impacto que uma alteração no rendimento dos
consumidores tem na quantidade procurada do bem X, Nestes casos a ERP é negativa
permitindo quantificar a relação entre o rendimento (Y)
e a quantidade procurada do bem X (QdX).
Calculada a ERP, podemos, assim, classificar O BEM
em analise (X) nos seguintes tipos:
NOTA:
À semelhança das elasticidades anteriores (EPP e EPCP), Bens Normais- quando o valor da ERP é > 0, o
também a ERP mede a variação da quantidade procurada mesmo é dizer, a ERP apresenta um sinal positivo, o que
de um determinado bem (QdX), mas neste caso se ocorre quando o numerador da fração (∆%Qdx)
houver uma alteração no rendimento dos consumidores apresenta uma variação no mesmo sentido que o
(enquanto no caso da EPP era perante a variação no denominador (∆%Y), o que significa que, se o rendimento
preço do próprio bem (Px), e no caso da EPCP era dos consumidores aumentar, a quantidade procurada
perante a variação no preço de outro bem Y (Py)). bem X também aumenta, face ao maior poder de
compra que apresentam e se o rendimento diminuir, a
quantidade procurada do bem X diminuirá (é o que
A definição precisa de elasticidade é a variação acontece na grande maioria dos bens). Isto significa,
percentual da quantidade procurada do bem X dividida portanto, que, no caso dos bens normais, há uma relação
pela variação percentual do rendimento (Y). Os passos direta entre o rendimento (Y) e a quantidade procurada
necessários para o cálculo deste rácio ou divisão são do bem X (QdX).
idênticos aos definidos para o cálculo da EPP, com a
salvaguarda assinalada no cálculo da EPCP, isto, é, sem
Bens Inferiores- quando o valor da ERP é < 0, o
recurso a módulo, pois o sinal da ERP, como veremos de
seguida, é decisivo para perceber o impacto que o mesmo é dizer, a ERP apresenta um sinal negativo, o que
rendimento tem no consumo do bem e a respetiva ocorre quando o numerador da fração (∆%Qdx)
classificação do bem. apresenta uma variação em sentido contrário ao
denominador (∆%Y), o que significa que se o rendimento
dos consumidores aumenta, a quantidade procurada do
bem X diminui (é o que acontece com alguns bens,
Elasticidade Rendimento da Procura
designadamente aqueles que podem agora (com a
Tipos de bens: melhoria do poder de compra dos consumidores!) ser
substituídos por outros que os consumidores mais
apreciam mas antes não podiam comprar); de igual
Bens normais- são bens cuja procura aumenta forma, se o rendimento diminuir, a quantidade procurada
quando o rendimento dos consumidores aumenta do bem X aumentará, substituindo os outros bens cuja
Cabaz Exemplo
Combinação particular de bens de consumo (numa Uma vez que os gostos e preferências dos consumidores
determinada unidade de tempo) são diferentes, então a satisfação que cada um retira do
consumo dos diversos bens também é diferente. É por
Na teoria do consumidor, assumimos que cada isso que alguns consumidores estão dispostos a pagar
consumidor é um agente individual único, dotado de um valor elevado para, por exemplo, ir ver ao vivo o
desejos, preferências e gostos particulares que jogo de futebol da sua equipa preferida, enquanto outros
determinam as suas escolhas de consumo preferem gastar esse dinheiro num concerto da sua
banda preferida, outros num jantar com os amigos,
outros ainda em roupa nova … ou noutras alternativas
Desta forma, cada consumidor constrói o seu próprio de consumo
cabaz de consumo, ou seja, escolhe o conjunto de
bens e serviços que melhor satisfaz as suas Ø A utilidade que o consumidor atribui a cada bem
necessidades. diferente também nos permite compreender e
Um cabaz é como um “carrinho de compras”, hierarquizar as suas preferências. Ou seja, permite
composto por um conjunto de bens e serviços perceber quais os bens que o consumidor gosta
escolhido pelo consumidor, e cada família constrói o seu mais. Por exemplo, se para o consumidor A a
próprio carrinho de compras, com base nos seus utilidade que atribui ao bem X for maior do que a
gostos/preferências e nas suas possibilidades de utilidade que atribui ao bem Y, então isso significa
consumo. que o consumidor A prefere o bem X ao bem Y
(utilidade ordinal, ou seja, a utilidade permite
Utilidade ordenar as preferências do consumidor).
Prazer subjetivo, satisfação ou proveito que individuo Teoria da escolha racional do consumidor
retira do consumo de um bem ou serviço.
A utilidade pode ser definida como a quantidade de Decisão de escolha – utilidade do bem
“prazer” ou divertimento que se consegue obter com Restrição de escolha – rendimento disponível para
o consumo de algo. Economicamente, podemos defini-
o consumo
la como o preço que se está disposto a pagar por um
A decisão de compra: depende da utilidade, do preço
bem ou serviço (preço reserva).
do bem, do preço de outros bens e do rendimento
disponível
O consumidor racional maximiza a sua utilidade quando a • Efeito Rendimento - como o bem é mais barato,
satisfação adicional que retira de cada euro gasto em o rendimento disponível permite adquirir maior
cada um dos bens é igual. Ou seja, determina o cabaz quantidade do bem.
ótimo de acordo com o princípio da igualdade marginal, • Efeito substituição – este bem torna-se
ou também chamada a regra da despesa racional, que relativamente mais barato o que irá originar o
significa que o consumidor deve repartir o seu aumento da quantidade procurada desse bem,
rendimento disponível pelos vários vens de forma que a em detrimento de outros bens.
utilidade marginal obtida por cada euro que gasta em
cada um dos bens seja exatamente a mesma. Daí a Com base na UMg:
divisão das utilidades marginais dos bens pelo respetivo
preço, para calcular a UMgl obtida por cada unidade Aumento no preço de um bem faz diminuir a UMg por
monetária despendida com o bem. u. m desse bem, o que leva o consumidor a reduzir o
consumo desse bem, preferindo outros bens que lhe
Se esta igualdade não se verificar, ou seja, se um dos proporcionem maior UMg por u. m
bens proporcionar maior satisfação adicional por cada
euro gasto no seu consumo, então o consumidor ficará Redução no preço de um bem faz aumentar a UMg por
mais satisfeito se comprar ainda mais unidades desse u. m desse bem, em detrimento de outros bens que lhe
bem: proporcionem menor UMg por u. m
Ø Se UMglX/Px > UMglY/Py, então significa que a Tal como foi analisado no capítulo da Procura e Oferta,
satisfação retirada de cada euro gasto na compra da o declive negativo da curva da procura, que traduz a
última unidade consumida do bem X é superior à relação inversa entre o preço do bem X (Px) e a
satisfação retirada de cada euro gasto no bem Y, quantidade procurada do bem X (QdX) (ou seja, a Lei da
então, se o bem X proporciona maior satisfação, o Procura), pode ser compreendido através de 2 efeitos
consumidor vai preferir continuar a consumir mais explicativos (relembrando):
A 0 0€ 6€ 3
B 1 1€ 5€ 2,5
C 2 2€ 4€ 2
D 3 3€ 3€ 1,5
E 4 4€ 2€ 1
F 5 5€ 1€ 0,5
G 6 6€ 0€ 0
Para tal, temos de analisar a satisfação que o consumidor Todos os pontos de consumo situados na mesma curva
obtém nas diferentes combinações de consumo. As de indiferença representam igual nível de satisfação. Daí
curvas de indiferença servem exatamente para avaliar a se conclui que o ponto A e o ponto C proporcionam a
satisfação obtida, permitindo hierarquizar as diversas mesma satisfação ao consumidor (ambos estão na curva
combinações de consumo. de indiferença 1 (c1)). Tal como os pontos B e D são
igualmente satisfatórios (c2). Da mesma forma que é
indiferente para o consumidor consumir no ponto E ou
no F (c3).
Uma curva de indiferença representa diferentes
pontos/combinações de consumo de 2 bens que
proporcionam a mesma satisfação ao consumidor. Por
isso mesmo se chamam curvas de indiferença, porque, Na medida em que as curvas de indiferença mais longe
em termos de satisfação, é indiferente para o da origem representam maiores níveis de satisfação,
consumidor optar por qualquer uma das combinações uma vez que consistem em maiores quantidades
que fazem parte da mesma curva de indiferença. consumidas de ambos os bens, podemos ainda perceber
que o consumidor prefere o ponto E ou F ao ponto D
ou B, pois no E ou F obtém maior satisfação. De igual
forma, é preferível consumir no ponto D ou B do que
no ponto C ou A.
O cabaz ótimo de consumo é sempre o ponto de Sempre que se verificam alterações no rendimento
tangência entre a RO e a CI mais longe possível da disponível do consumidor ou nos preços dos bens
origem, neste caso será o ponto A. É de todos os pontos que compõem o cabaz, a restrição orçamental do
situados em cima da reta da RO, o único que está situado consumidor altera-se, pois as suas possibilidades de
na CI c2, pelo que é o ponto que proporciona maior grau consumo modificam-se.
de satisfação ao consumidor.
Ø Recordando a derivação da expressão algébrica da
RO, graficamente representada neste slide (rever
slide 20): 2*Qtm + 1*Qc = 6ó2 Qtm = 6 –
Nesse ponto, o declive da RO e o declive dessa CI QcóQtm = (6 – Qc)/2óQtm = 3 – 0,5 Qc,
igualam-se, ou seja, o rácio dos preços desses bens é verifica-se que:
igual à taxa marginal de substituição!
Escolha do Consumidor
Terra (N); Trabalho (L); Capital (K) o Produto total (PT) – quantidade total realizada de
produto, em unidades físicas, para uma dada
Funções de Produção quantidade de fatores produtivos utilizada.
o Produto Marginal de um fator de produção (PMg) –
Quantidade máxima de produto que pode ser produto adicional ou produto acrescentado por uma
produzida com uma dada quantidade de fatores unidade adicional de um fator, mantendo os restantes
produtivos, dada a tecnologia e o conhecimento fatores constantes.
disponível o Produto Médio (PMe) – produto total dividido pelas
unidades de fatores de produção; isto é, produto
produzido por unidade de fator produtivo empregue.
Isto é, é a relação entre a quantidade máxima de
produção que pode ser produzida e os fatores
necessários para a realizar. Mostra a forma como os Produto total
fatores produtivos são combinados. Dependendo do
estado de tecnologia e do conhecimento (know-how)
Designa a quantidade total produzida do produto. O
Duas notas importantes ! gráfico na página seguinte mostra como o produto total
evolui em função de uma dada quantidade utilizada do
Ø A função de produção determina a quantidade input x1, mantendo o resto constante (isto é, para uma
máxima de produto que pode ser produzida com quantidade fixa de x2). Em Economia, assumimos que o
uma dada quantidade de fatores produtivos e, nessa fator trabalho é o input variável (x1) e os fatores terra e
medida, é um conceito que atende à hipótese do capital são inputs fixos (x2). Assim, o PT começa em
pleno-emprego dos recursos, ou de utilização zero, não se utilizando qualquer trabalhador (x1=0), e
plena/eficiente dos recursos (de não existir qualquer depois aumenta com a utilização de unidades adicionais
desperdício de recursos). Isto implica que uma desse fator (x1=1; x1=2, . .), atingindo uma quantidade
empresa nunca deve produzir abaixo da sua função máxima, quando o emprego de mais um trabalhador já
de produção, pois tal significaria desperdiçar recursos nada acrescenta à produção.
ou utilizá-los de forma ineficiente.
A partir do produto total, conseguimos ainda calcular o
Ø Por outro lado, a função de produção é definida para produto marginal e o produto médio:
um dado estado da tecnologia e do conhecimento
tecnológico. Assim, em qualquer momento, dada a Produto marginal
tecnologia e o conhecimento disponíveis, uma certa
quantidade de output apenas pode ser obtida a partir
O produto marginal consiste no produto adicional (ou
de uma determinada quantidade de inputs.
extra) que o produtor obtém por cada unidade adicional
que emprega de um dado fator de produção, mantendo
os restantes fatores constantes (hipótese ceteris paribus).
Considerando o produto marginal do trabalho, isto é do
Ø Como se pode ainda observar, tanto o PMe como o Segundo a chamada Lei dos Rendimentos Decrescentes,
PMg aumentam até certo ponto, a partir do qual os à medida que a quantidade utilizada de um fator aumenta,
mesmos começam a diminuir. Aplicando os conceitos mantendo os outros fatores constantes, o produto
ao fator trabalho, isto quer dizer que a partir de um marginal desse fator tende a diminuir. Ou seja, ilustrando
determinado número de trabalhadores, unidades a lei dos rendimentos decrescentes do trabalho,
adicionais de trabalho acrescem cada vez menos ao mantendo fixos a terra e o capital físico, o produto
produto total, fazendo com que a partir de certo adicional que se obtém, com o emprego de cada unidade
ponto, o que cada unidade adicional de trabalho extra do trabalho, vai sendo cada vez menor, havendo,
produz em média passe a ser menos do que portanto, uma relação inversa (ou em sentido contrário)
anteriormente. No limite, pode mesmo acontecer entre estas variáveis (L e PMgL).
que um trabalhador adicional venha diminuir a Isto significa que, mantendo fixos os restantes fatores de
produção total (ou seja, PMg negativo). produção, à medida que se contratam mais trabalhadores,
Ø Note-se, por último, que o ponto de viragem não por cada trabalhador adicionalmente contratado, o
é o mesmo para os dois tipos de produto: enquanto aumento que se consegue na produção total da empresa
o produto marginal for superior ao produto médio, vai sendo cada vez menor!
este último cresce, traduzindo a ideia de que Isto acontece porque quanto mais de um fator, como o
enquanto um trabalhador adicional conseguir produzir trabalho, é acrescentado a uma quantidade fixa de terra,
mais que a média dos anteriores, o produto médio maquinaria e de outros fatores, menor é a quantidade
(produto por trabalhador) cresce; quando o produto dos outros fatores que o trabalho tem para trabalhar. A
marginal for inferior ao produto médio, este último terra fica cada vez mais ocupada por trabalhadores, a
decresce, traduzindo a ideia de que se o último maquinaria fica demasiado utilizada e o produto marginal
trabalhador empregue consegue produzir menos do trabalho diminui.
que a média dos anteriores, então o produto médio
(produto por trabalhador) diminui.
Economias de Escala
• Enquanto o CMg for inferior ao CMe, este o Quando CMg < CMe CMe
último decresce;
• A partir do momento em que o CMg passa
a ser superior ao CMe, este último cresce; o Quando CMg = CMe CMe
• O CMg e o CMe assumem o mesmo valor Atingiu o ponto mínimo
quando este último atinge o seu valor mínimo;
ou seja, o ponto de minimização de custos é o Quando CMg > CMe CMe
alcançado quando: CMg = CMe
• De fato, se o CMg está abaixo do CMe A curva de CMg interseta a curva de CMe no seu
(graficamente, quando a empresa produz uma mínimo.
quantidade inferior, ou à esquerda, do ponto de
CMe mínimo : CMg = CMe
interseção entre a curva dos CMg e a curva
dos CMe) significa que a última unidade
produzida custa menos do que o custo médio Receitas
de todas as anteriores unidades, pelo que o
novo CMe (i.e. o CMe que inclui a última v receita TOTAL: receita total obtida na venda das
unidade) tem de ser inferior ao anterior CMe quantidades produzidas
e, portanto, o CMe está a reduzir-se.
rt = p * q
• Pelo contrário, se o CMg está acima do CMe
(graficamente, quando a empresa produz uma v Receita media: receita obtida por unidade vendida
quantidade superior, ou à direita, do ponto de
interseção entre a curva dos CMg e a curva Rmg = rt/q = P RME = p
dos CMe), significa que a última unidade
produzida custa mais do que o custo médio de v Receita marginal: acréscimo na receita total
todas as anteriores unidades, pelo que o novo resultante da venda de mais uma unidade de produto
CMe (i.e. o CMe que inclui a última unidade) tem (é a receita da última unidade vendida)
de ser superior ao anterior CMe e, portanto, o
CMe está a aumentar. Rmg = ∆rt/∆q(+1) = rtn – rtn-1
• Finalmente, quando o CMg é igual ao CMe,
então a última unidade produzida custa No slide introdutório, questionámos como é que as
exatamente o mesmo que o custo médio de empresas decidem qual a quantidade a produzir. Uma vez
todas as anteriores unidades, pelo que o novo que estamos a admitir que as empresas aqui analisadas
CMe (i.e. o CMe que inclui a última unidade) é são maximizadoras de lucro, a quantidade a produzir será,
igual ao anterior CMe e, portanto, o CMe não certamente, aquela que maximiza o lucro da empresa,
se altera. ou seja, em que a empresa alcança o maior lucro
• Graficamente, a empresa produz com o possível.
menor custo unitário possível no ponto de
interseção entre a curva dos CMg e a curva
dos CMe, com a parte ascendente da curva
Lucros
Por exemplo:
Lucro total = receita total – custo total CMg(1) = CT(1) – CT(0) = 17 – 0 = 17 (significa que a 1ª
embalagem produzida representa um acréscimo de
O lucro total (LT) é dado pela diferença entre as
custos de 17 u.m.)
receitas totais (RT) e os custos totais (CT).
CMg(2) = CT(2) – CT(1) = 26 – 17 = 9 (significa que a
2ª embalagem produzida representa um acréscimo de
Os custos económicos, como vimos no capítulo 1 dos
custos de 9 u.m.)
conteúdos programáticos da UC, vão além dos
óbvios desembolsos de dinheiro, ou transações CMe(2) = 26/2 = 13 (significa que, quando a empresa
monetárias. Assim, os custos económicos incluem, produz 2 unidades, cada uma das duas representa um
para além do custo monetário explícito (que, como custo de 13 u.m.)
já vimos, podem ser de 2 tipos: fixos e variáveis), os
custos de oportunidade que ocorrem pelo facto de CMe(3) = 33/3 = 11 (significa que, quando a empresa
os recursos utilizados pela empresa poderem ter produz 3 unidades, cada uma das três representa um
sido usados de formas alternativas. custo de 11 u.m.)
Nº DE
EMBALAGENS DE RT RMG RECEITA
GALINHA medio
0 0
1 19 19 19
2 36 17 18
3 51 15 17
4 64 13 16
5 75 11 15
6 84 9 14
7 91 7 13
8 96 5 12
9 99 3 11
10 100 1 10 Nº DE
EMBALAGENS DE RT ct Lucro
GALINHA total
0 0 0
Duas possibilidades podem aqui ser avançadas: 1 19 17 2
2 36 26 10
• Conhecido o preço de venda (receita média), 3 51 33 18
facilmente se calculam as receitas totais e, a partir 4 64 40 24
destas, as receitas marginais; 5 75 48 27
6 84 57 27
• Em alternativa, podemos deduzir as receitas médias 7 91 67,2 23,8
e marginais, a partir de informação dada sobre as 8 96 80 16
receitas totais. 9 99 99 0
10 100 125 - 25